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Livro sobre o Festival, editado em 2006 e abordando aspextos culturais, de marketing, turismo e meio ambiente.
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Aprendi que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprendi que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens ou fora de cogitação. Poucas coisas são mais humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo. Aprendi que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára pra que você o conserte.
Aprendi – William Shakespeare
...e ainda tenho aprendido...
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Aprendi que não devemos nos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos fazer. Aprendi que não importa até onde já cheguei, mas para onde estou indo. Aprendi que não importa quão delicado e frágil seja algo, sempre existem dois lados. Aprendi que leva muito tempo para eu me tornar a pessoa que quero ser. Aprendi que se pode ir mais longe depois de pensar que não pode mais. Aprendi que ou você controla seus atos ou eles o controlarão. Aprendi que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprendi que paciência requer muita prática. Aprendi que existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso. Aprendi a demonstrar o amor. Aprendi que meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e termos bons momentos juntos. Aprendi que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que lhe ajudam a levantar-se. Aprendi que há mais dos meus pais em mim do que eu supunha. Aprendi que quando estou com raiva, tenho direito de estar com raiva. Mas isto não me dá o direito de ser cruel. Aprendi que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ela ame, não significa que ela não o ame com tudo que pode.
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Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga
O fundo musical de uma boa conversa sobre cultura, turismo, marketing, ecologia e
desenvolvimento.
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Anexo 8 – Alguma coisa sobre mim !!!
Sobre mim? Eu aprendi que... Aprendi que não importa quanto eu me importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. Aprendi que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai te ferir de vez em quando e você precisa perdoá-la por isto. Aprendi que falar pode aliviar dores emocionais. Aprendi que levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la. Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. Aprendi que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pela vida inteira. Aprendi que se não fizermos coisas em um instante, podemos nos arrepender de não fazê-la. Aprendi que o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Aprendi que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendi que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam. Aprendi que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa. Aprendi que devemos deixar sempre as pessoas que amamos com palavras amorosas. Pode ser a última vez que a vemos. Aprendi que as circunstâncias e o ambiente têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
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RICARDO ROMCY TORRES
Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga
O fundo musical de uma boa conversa sobre cultura, turismo, marketing, ecologia e
desenvolvimento.
Editora Conviver – 1ª. Edição
Fortaleza – Ceará 2006
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bibliotecária: Francisca Daniele de Oliveira CRB-3/843
T693f Torres, Ricardo Romcy Festival de jazz e blues de Guaramiranga / Ricardo Romcy Torres – Fortaleza: Editora Conviver, 2006.
ISBN – XX-XXX-XXXX-X 172p. ; il.
1. Jazz – Guaramiranga. 2. Blues – Guaramiranga. 2. Guaramiranga. 4. Música I. Título.
CDD 700 CDU 78
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Segmentação a posteriori: Subdivisão do mercado em segmentos onde variáveis que levam à discriminação dos segmentos somente são conhecidas depois do processamento das informações. Segmentação a priori: Subdivisão do mercado em segmentos de acordo com variáveis previamente conhecidas. Segmentação de mercado: Processo de subdividir o mercado em subconjuntos distintos de clientes que se comportam da mesma maneira, tem necessidades ou características semelhantes. Segmentação demográfica: Divisão de mercado onde se leva em consideração as variáveis demográficas. Segmentação por benefícios: Processo de agrupamento de clientes, a posteriori, no qual cada participante de um segmento compartilha características comuns no que se refere aos benefícios procurados. Segmentação psicográfica: Divisão de mercado onde se leva em conta classes sociais, estilo de vida, e características de personalidade. Segmento de mercado: Grupo de clientes que possuem características comuns, definidas nos critérios de segmentação. Serviço: Um bem intangível, que não se tem posse, por exemplo: uma consulta médica, uma vivência num parque temático, o trabalho de uma baby sitter. SWOT: Ver FFOA. Vantagem competitiva: Atributo ou característica oferecida aos clientes que apresenta diferencial superior de valor, sob o ponto de vista do cliente, sobre a oferta dos concorrentes.
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Pesquisa de mercado: Estudos feitos junto aos clientes e ao mercado buscando informações relevantes para a atuação do marketing. Planejamento de portfólio: O processo feito para se atacar um segmento ou o mercado através de um conjunto de ofertas, avaliado sob o ponto de vista da satisfação dos clientes, do nível de concorrência, da participação no mercado ou segmento. Visa também a alocação de recursos dadas as diferentes contribuições dos componentes do portfólio. Planejamento estratégico: O processo dinâmico de alocação de recursos compatibilizando as oportunidades de mercado, os objetivos e as capacidades da organização. Plano de marketing: Planejamento feito periodicamente onde se analisa os diversos ambientes do marketing (auditoria de marketing) e se estabelece objetivos e estratégias de produto (composto) e mercado (participação). Portfólio: Conjunto de produtos, serviços oferecidos por uma empresa a um mercado ou a segmentos deste. Posicionamento: A percepção que o cliente tem, ou se quer que tenha, de uma determinada marca, empresa, produto ou serviço frente aos concorrentes. Potencial de mercado: A máxima demanda possível entre os clientes de um segmento ou de um mercado; previsão numérica do número de clientes potenciais em um determinado mercado ou segmento deste mercado. Produto: Um bem tangível, por exemplo: um automóvel, um video-cassete, um lápis, um sabonete. Ps do marketing: Os 4Ps são os mais conhecidos: Produto, Preço, Promoção e Praça. Na área de serviços já se fala em 8Ps, incluindo além dos 4 já conhecidos, o Posicionamento, as Parcerias, as Pessoas e os Processos.
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Todo trabalho que se pretende duradouro e marcante merece ser dedicado a alguém. Este aqui não é diferente. À medida que fui escrevendo pensei muito sobre isto. Cheguei à conclusão de que este trabalho deve ser dedicado a todos que dele participaram. Isto mesmo! Aqueles que participaram de alguma forma. Sejam eles os habitantes de Guaramiranga, os turistas que acorrem à cidade, os organizadores e patrocinadores do Festival de Jazz e Blues, os órgãos públicos que dão total apoio, a imprensa que cobre os acontecimentos, os artistas, e aqueles que, assim como nós, buscam tirar e divulgar informações interessantes sobre o evento: os pesquisadores.
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Matriz BCG: Matriz para análise de portfólio criada pelo Boston Consulting Group. Nesta matriz os produtos podem ser classificados como ‘Vaca Leiteira’, ‘Abacaxi’, ‘Estrela’ ou ‘Ponto de Interrogação’. Matriz de Ansoff: Matriz que ajuda a posicionar ou lançar produtos novos e atuais em mercados novos ou atuais. Maturidade (CVP): Fase em que um produto atinge o pico de vendas e estas tendem a declinar. Mercado alvo: Sub-conjunto de integrantes do mercado que fazem parte do grupo que a empresa decidiu atender. Mercado: Conjunto de clientes e não clientes atuais e futuros. Migração do valor: Conceito instituído por Adrian J. Slywotzky, em seu livro homônimo, mostrando como o valor para os clientes migra ao longo do tempo, e como isso afeta os concorrentes, que surgem de lugares não imaginados. Mix: Ver COMPOSTO. Moda: Um estilo, em um dado campo de consumo, que seja, atualmente, popular ou aceito. Motivação: Desejo, força, necessidade ou outra característica interna à cada pessoa que a leva a buscar a sua satisfação. Necessidades: Bens ou serviços que os clientes necessitam para sobreviver. Nicho: Um segmento pequeno que demanda uma oferta específica de produto ou serviço. Objetivos do marketing: Os objetivos do marketing referem-se sempre a dois aspectos: produto (composto) e mercado (participação).
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Macroambiente: Os ambientes sociais considerados na elaboração do plano de marketing, a saber: demográfico, econômico, natural, tecnológico, político e cultural.
Marca: Um nome, sinal, design, símbolo ou quaisquer outras características que sirvam para diferenciar de forma distinta os produtos dos demias produtos dos concorrentes.
Marketing concentrado: Estratégia de ataque a um mercado, no qual se busca conquistar uma grande participação em um ou mais segmentos, com um único composto de marketing.
Marketing de nicho: Estratégia de ataque a uma parte do mercado, através de uma segmentação bastante estreita, visando atender um grupo pequeno desse mercado, com um composto personalizado e específico para o nicho.
Marketing de relacionamento: Marketing, que ao invés de "fechar uima venda" aproveita a oportunidade da primeira compra para iniciar um relacionamento duradouro, objetivando obter dados sobre as necessidades e desejos do cliente, ao longo do tempo, e partilhar o poder de compra do cliente ao longo de sua vida.
Marketing diferenciado: Estratégia de marketing de ataque no qual se busca atingir o mercado como um todo, ou parte deste, através de seus vários segmentos com ofertas diferentes para cada um desses segmentos – o composto de marketing é específico para atender as necessidades de cada segmento. Marketing direto: Um sistema utilizado pelas empresas comunicando-se diretamente com os seus clientes potenciais de forma indiscriminada, buscando uma resposta ou uma transação. Marketing indiferenciado: Estratégia de ataque a um mercado no qual se busca atingir vários segmentos do mercado com uma única oferta. Marketing: Definição: o estudo das trocas no mercado. Objetivo: (1) obter e manter clientes. (2) regular a oferta com a demanda.
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Agradecimentos
Agradecer é um verbo legal. E precisamos fazer uso constante dele. Esta obra só foi possível porque contou com a participação imprescindível do professor Márcio Mattos, da Nádia Magalhães, da Francisca Sabino, da Uiara Brandão, da Izaelle Oliveira, da Rebeca Falcão, do Roberto Schuster, do Davi Damasceno. Foram eles que idealizaram e realizaram a maior parte da pesquisa que serviu de ponto de partida para este trabalho. E como deixar de agradecer a Regina Cláudia Saraiva de Araújo e ao “seu” Joãozinho Araújo, seu pai. Ele nos cedeu a sua aconchegante casa para nos hospedar lá no Lameirão, em Mulungu, pertinho de Guaramiranga. E à nossa amiga e caseira Evelma Lino Ferreira, que nos assistiu tão bem com o café da manhã, o almoço, os lanches. E o pessoal do Festival, hein? É! A Via de Comunicação, através de todos os seus colaboradores, em especial a Vânia Cavalcante e da sua direção através da Rachel Gadelha Weyne e da Maria Amélia Mamede. Sem o apoio incondicional deles não teríamos o acesso liberado aos artistas, aos shows, às oficinas, etc.
Também precisamos agradecer ao “seu” Pacífico, proprietário da bela pousada Logradouro e ao seu filho Cláudio, que nos permitiram fazer entrevistas com os artistas que lá estavam hospedados.
Se nós tínhamos a Evelma para preparar nossa comida, não
podemos esquecer de agradecer à FACE, a nossa Faculdade Evolutivo, na pessoa da professora Elizabeth de Oliveira da Justa Feijão, Diretora Acadêmica, que intermediou a contribuição financeira para que pudéssemos adquirir a alimentação.
A TODOS NOSSO MUITO OBRIGADO!
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Declínio (CVP): Fase em que um produto diminui suas vendas e sua lucratividade e o produto pode ser abandonado.
Demanda: Número de compras possíveis para um determinado produto ou serviço, num determinado mercado e em um determinado espaço de tempo.
Demografia: As características mensuráveis de um mercado ou de uma população em termos de número de pessoas, densidade territorial, sexo, idade, raça, estado civil, formação, ocupação, etc.
Desejo: Diferentemente da necessidade, que indica a privação de uma satisfação básica, o desejo é uma atitude ou emoção moldada ou culturalmente ou por traço de personalidade ou por estilo de vida.
Dissonância cognitiva: Desconforto que pode acontecer após a compra, geralmente relacionado a bens de alto valor.
Estratégias de marketing: O conjunto de ações previstas para alcançar os objetivos de marketing.
FFOA: Análise feita durante a fase de planejamento do plano de marketing visando encontrar as forças e fraquezas da empresa e as oportunidades e ameaças (SWOT) do mercado atendido por essa mesma empresa, com a finalidade de traçar estratégias reforçar as forças e oportunidades e eliminar ou diminuir as fraquezas e ameaças. Uma das partes componentes do Plano de Marketing.
Inovação: Um produto ou serviço que é percebido como sendo novo, diferente dos demais produtos e serviços existentes.
Intermediários: Empresa ou pessoas que auxiliam nas distribuição, que são o canal de distribuição dos produtos e serviços, situam-se entre os clientes e o produtor, donde vem seu nome, fazendo chegar esses produtos e serviços aos consumidores finais.
Introdução (CVP): Fase em que um produto foi desenvolvido e está sendo colocado à disposição do mercado.
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Auditoria de marketing: A análise do macroambiente: do produto, dos clientes, do mercado e dos concorrentes para elaboração do plano de marketing.
Benefícios: Atributos ou conjunto destes que represente atendimento a desejos de um segmento ou mercado ou, ainda, o atributo que motiva o comportamento de compra.
Canais de distribuição: Meios que são utilizados para fazer com que os produtos e serviços saiam do produtor e cheguem a cliente final. São os meios utilizados para se definir o P Praça (um dos 4 Ps do marketing).
Ciclo de vida do produto (CVP): Descreve qual o estágio ou a fase em que um produto se encontra. Ver Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio.
Cliente: Aquele que compra bens ou serviços, para si ou para presentear.
Comercialização: Estágio em que um novo produto ou serviço inicia suas vendas no mercado ou segmento.
Commodity: Mercadoria de consumo geral, sem diferencial.
Comportamento do consumidor: Processo pelo qual as pessoas ou os grupos de pessoas passam para selecionar, comparar, usar, utilizar, dispor de produtos, serviços e experiências para satisfazer suas necessidades e desejos.
Composto de marketing: A definição do composto abrange definir os 4 Ps do marketing, a saber: Produto, Preço, Promoção e Praça. O mesmo que “mix” de marketing. Ver também 4 Cs e 4 Ps.
Consumidor: Aquele que faz uso dos bens ou serviços, adquiridos por si ou por outros.
Crescimento (CVP): Fase em que um produto começa a aumentar rapidamente suas vendas.
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Todo o meu intuito era conquistar a certeza e rejeitar a terra
movediça e a areia para encontrar a rocha e a argila. O que
me deu muito bom resultado, pois que, procurando descobrir
a falsidade e a incerteza das proposições que examinava –
não por meio de fracas conjecturas, mas com raciocínios
claros e seguros – não encontrava nenhuma tão duvidosa da
qual não tirasse sempre alguma conclusão bastante certa,
quando mais não fosse a de não conter ela nada de certo.
Descartes
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Anexo 7 - Dicionário de Marketing
Disponível em: http://www.merkatus.com.br/08_dicionario/p-v.htm Acessado em 04.11.2005.
4 Cs - O composto do marketing, visto sob a ótica do cliente, a saber, a definição do valor para o Cliente, do menor Custo, da Conveniência e da Comunicação.
4 Ps - O composto do marketing, visto sob a ótica do vendedor, a saber, a definição do Produto, do seu Preço, Promoção e da Praça.
Adoção: Processo pelo qual uma pessoa ou organização inicia o uso de um produto ou serviço.
- Adotantes iniciais: Aqueles que seguem ou imitam os inovadores e são importantes para a adoção pelos demais grupos.
Adotantes inovadores:O primeiro segmento da população a adotar um novo produto ou serviço.
Adotantes maioria inicial: Um grande grupo que segue os Adotantes iniciais.
Adotantes maioria tardia: O outro grande grupo que segue os adotantes da maioria inicial.
Adotantes retardatários: A última parte da população a adotar.
Análise de mercado: Atividade que visa obter a direção das mudanças que provavelmente vão afetar os mercados e a demanda de produtos e serviços de uma empresa. Ver Macroambiente.
Análise de portfólio: O processo feito para se detectar as diferentes contribuições dos componentes de um portfólio sob o ponto de vista da satisfação dos clientes, do nível de concorrência, da participação no mercado ou segmento.
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como “Now’s the time de Charlie Parker, também usou o blues
instrumental. A primeira grande estrela da Country music, Jimmie
Rodgers, era também um intérprete de blues.
Blues de dança
Blues é também o nome do estilo de dança informal conhecido por
“swing dancing”, estilo sem padrões fixos e principalmente baseado
no contacto, sensualidade e improvisação.
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Sumário
Introdução.....................................................................................................15
1 – Uma serra e uma cidade.........................................................................27
1.1 A Cidade de Guaramiranga .............................................................. 28 1.2 Guaramiranga antes e depois dos diversos eventos ........................ 30 1.3 O Festival de Jazz e Blues ............................................................... 31
2 – O Festival................................................................................................35
2.1 A idéia ............................................................................................... 35 2.2 A Primeira edição - Histórico 2000.................................................... 38 2.3 Histórico 2001 ................................................................................... 39 2.4 Histórico 2002 ................................................................................... 41 2.5 Histórico 2003 ................................................................................... 44 2.6 Histórico 2004 ................................................................................... 47 2.7 O crescimento - Histórico de 2005 .................................................... 49 2.8 O próximo – 2006 ............................................................................. 53
3 – Histórias e opiniões sobre o Festival e seus desdobramentos...............55
3.1 Rebeca e sua “aventura cultural” ...................................................... 56 3.2 Izaelle, a entrevistadora .................................................................... 58 3.3 Davi, o cara ....................................................................................... 66 3.4 Uiara, a fã do “Borghettinho” ............................................................. 69 3.5 Sabina e o festival de 2005 ............................................................... 71 3.6 Mais algumas histórias ..................................................................... 75
4 – A Pesquisa..............................................................................................87
4.1 Problema da Pesquisa ...................................................................... 87 4.2 Justificativa ....................................................................................... 88 4.3 Objetivos ........................................................................................... 95 4.4 Hipótese ............................................................................................ 96 4.5 Metodologia ...................................................................................... 96 4.6 Resultados ........................................................................................ 97
5 – Percepções e oportunidades abertas...................................................109
Bibliografia..................................................................................................127
Anexos........................................................................................................129
Anexo 1 - Festas e Eventos de Guaramiranga ..................................... 131 Anexo 2 – Cidades do Maciço de Baturité ............................................ 133 Anexo 3 – Os Dez Mandamentos Ambientais ...................................... 137 Anexo 4 – Alguma coisa sobre o Jazz .................................................. 141 Anexo 5 – Glossário do Jazz ................................................................ 147 Anexo 6 – Alguma coisa sobre o Blues ................................................ 157 Anexo 7 - Dicionário de Marketing ........................................................ 161 Anexo 8 – Alguma coisa sobre mim !!!.................................................. 169
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do Free speech movement nos Estados Unidos fez ressurgir o
interesse pelas raízes da música americana em geral e na anterior
influência da música afro-americana em particular. Músicos como
Eric Clapton, Janis Joplin e Jimi Hendrix, influenciados tanto pelos
primeiros bluesmen como pelos mais recentes, levaram o blues a
uma audiência cada vez mais nova. Através destes músicos e de
outros, anteriores e posteriores, o blues influenciou definitivamente o
desenvolvimento do rock and roll.
Assim como mestres do blues como, John Lee Hooker, B.B. King e
Muddy Waters continuaram a tocar para audiências entusiastas
inspirando novos artista a mergulhar no blues tradicional, tais como
Taj Mahal (músico). A música de Mahal foi proeminente no filme
Sounder nomeado para os Óscares de Hollywood em 1972,
protagonizado por Cicely Tyson e Paul Winfield; a ação passava-se
no Louisiana dos anos 30, e foi muito importante no reviver do
interesse na velha escola do blues acústico. Oito anos depois, o
filme The blues brothers foi também muito importante para ajudar ao
conhecimento do blues urbano do Século XX por parte das gerações
mais novas.
Desde aí, o blues tem continuado a crescer tanto na sua
forma tradicional como em novas direções através de músicos como
Taj Mahal, Robert Cray, Bonnie Raitt, Keb’ Mo’ e outros.
Intérpretes de blues aparecem virtualmente em praticamente
todos os estilos musicais. Ver Lista de músicos de blues para mais
informação.
O blues aparece nos lugares mais surpreendentes. O tema da série
televisiva Batman, era blues assim como o primeiro êxito de Fabian,
“Turn me loose”. Da mesma forma, muitos clássicos do Jazz tal
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Nos fins do Século XIX e pricípios do Século XX, W. C.
Handt levou os blues para além da linha, tornando-o respeitável, e
mesmo bem recebido. Este músico, compositor e orquestrador foi a
chave para a popularidade dos blues, conhecido como “Father of the
blues”, (O pai do blues), Handy foi o primeiro a transcrever e a
orquestrar o blues quase como um sinfonia. Extremamente profícuo
em toda a sua longa vida, o grande marco de Handy foi “St. Louis
Blues”.
Bandas de Jazz gravam por vezes música de blues. Por volta de
1920 os blues tornaram-se num elemento de destaque da música
popular norte-americana. Com o desenvolvimento da indústria
discográfica, houve um crescimento da popularidade de cantores e
guitarristas de country-blues como Blind Lemon Jefferson, Bling
Blake, Son House, Robert Johnson, Charley Patton e Mississippi
John Hurt, são uma mão-cheia de músicos que influenciaram o blues,
e mais tarde muitos dos músicos rock. Os discos destes artistas
ficaram conhecidos como “race records” (discos raciais), devido a se
destinarem quase exclusivamente a audiências afro-americanas.
Cantoras de blues haviam também na altura, e muito populares,
destacando-se, Mamie Smith, Gertrude “Ma” Rainey, Bessie Smith e
Victoria Spivey.
Em 1940 e 1950, o desenvolvimento da urbanização e o uso
de amplificação sonora levaram ao blues eléctrico, muito popular em
cidades como Chicago e Detroit, e os melhores exemplos são
artistas como Howlin’ Wolf, Muddy Waters e John Lee Hooker. O
blues eléctrico terá sido eventualmente o “pai” do rock and roll.
O apelo do blues continuou forte nas décadas seguintes. A
música do American civil rights movement, Black pride movement e
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Introdução
Aqui estamos iniciando a caminhada para a conclusão de
um trabalho, que teve como base uma pesquisa acadêmica que
durou quase dois anos. Estamos iniciando um papo legal sobre
cultura, ecologia, turismo, marketing e desenvolvimento. E, é claro,
sobre o Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga.
Neste papo se abrirão duas possibilidades: se você já
participou de alguma das 6 (seis) edições deste maravilhoso evento,
então você vai recordar passagens de sua estada em Guaramiranga
e certamente de alguns dos shows que assistiu. Se ainda não
conhece vai poder ter uma prévia sobre os acontecimentos, e vai se
sentir bastante animado a participar das próximas edições.
Certamente você também vai poder sentir a importância de
trabalhos acadêmicos. E que a imagem de que pesquisa é uma
coisa chata, muitas vezes, pode não ser verdade. Ao longo deste
livro poderemos mostrar como isto foi possível.
O projeto que deu início a pesquisa em referencia surgiu a
partir dos trabalhos obrigatórios realizados por alunos da disciplina
Metodologia da Pesquisa Científica, durante o semestre 2003.2, sob
a orientação do professor Márcio Mattos. Naquele projeto, produzido
como exigência parcial para aprovação na disciplina, os alunos
pretendiam demonstrar até que ponto o Festival de Jazz & Blues de
Guaramiranga, um evento cultural realizado, agora, já, há seis anos,
poderia ser visto como um tema para se fazer publicidade e
propaganda, para a cidade de Guaramiranga. Além disto como
poderia contribuir pelo menos em parte para o desenvolvimento
socioeconômico da região na qual o festival acontece. Pretendia
16
investigar também a capacidade de interferência de um evento
dessa natureza na movimentação turística no município ao longo de
todo o ano, e não apenas no carnaval, período de realização do
evento.
Exatamente! Tudo começou com um foco direcionado para a
Comunicação Social e para o Turismo. No decorrer dos trabalhos a
abrangência das observações foi se ampliando. Assim, deve-se
salientar, deixou de ser um projeto exclusivo das áreas de
Comunicação ou Turismo, e que passou a tentar entender, também,
até que ponto a mídia espontânea (ou não), gerada pelo festival,
poderia contribuir para uma maior visibilidade da cidade e, a partir
daí, indiretamente, fomentar o turismo. Então surgiu a curiosidade
sobre que tipo de influência todo este movimento causaria nas
questões ecológicas, culturais e desenvolvimentistas. Pretendeu-se
buscar e difundir quais mecanismos a empresa promotora do evento
utilizava para alcançar seus objetivos.
Entrada do Teatro Rachel de Queiroz
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Anexo 6 – Alguma coisa sobre o Blues
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Blues Acessado em 04.11.2005.
O Blues é um estilo musical vocal e instrumental que evoluiu
dos espirituais, cânticos e canções de trabalho Afro-americanos e
tem a sua raiz estilística na África Ocidental. O “blues” tem sido a
maior influência da música popular ocidental e americana, com
expressão no ragtime, jazz, nas big bands, rhythm and blues rock
and roll e na música country, como também na música pop
convencional e até na música clássica moderna.
As primeiras formas de blues apareceram nos fins do século
XIX e princípios do século XX no delta do Mississippi nos estados do
sul dos EUA, usavam instrumentos simples como, guitarra acústica,
piano e harmônica (blues harp)
A escala do blues é encontrada frequentemente noutras
formas musicais que não o blues, em músicas como, “Blues in the
night”” de Harold Arlen, Baladas de blues como, “Since I fell for you”
e “Please send me someone to love” e até em trabalhos orquestrais
como Rhapsody in Blue e “Concerto in F” de George Gershwin. De
facto a escala do blues está omnipresente na música popular dos
nossos dias.
Frequentemente o blues toma a forma de uma narrativa solta,
muitas vezes com o cantor recitando as suas desgraças. Muitos dos
blues antigos contêm letras corajosas e realistas, contrastando com
a maior parte da música que era escrita na altura. Os exemplos mais
drásticos são; Down in the alley de Memphis Minnie, que fala de uma
prostituta que vende sexo num beco.
156 17
Os primeiros passos do trabalho da pesquisa
Em fevereiro de 2004 os trabalhos foram iniciados, a partir
da reunião de alguns alunos de diferentes semestres do curso de
Comunicação Social/Publicidade e Propaganda, da Faculdade
Evolutiva - FACE, interessados em participar do projeto. As primeiras
reuniões aconteceram um pouco antes da pesquisa de campo e,
serviram para direcionar os trabalhos e delegar funções. Como o
festival acontece regularmente todo ano, durante o período do
carnaval, o grupo se deslocou até a cidade de Guaramiranga,
permanecendo lá de 21 a 25 de fevereiro de 2004. Resolvemos ir,
novamente em 2005, no período entre 5 e 8 de fevereiro. Esta última
viagem aconteceu a título de reforço e ampliação de informações a
serem somados com o material coletado anteriormente.
Para a realização da pesquisa de campo (in loco) o grupo
ficou hospedado em Lameirão, numa casa emprestada (economia
nos gastos), distante 20 quilômetros de Guaramiranga. Como
incentivo ao trabalho e para as despesas com alimentação o grupo
recebeu um auxílio financeiro da Faculdade Evolutivo – FACE, para
as empreitadas de 2004 e 2005.
A idéia de publicação deste livro surgiu como forma de
divulgar como o trabalho foi realizado, juntamente com suas
conclusões específicas (da pesquisa) e de todos os seus
desdobramentos. Porém, é preciso notar que este trabalho tem
ainda a importância de servir como incentivo para que outros
estudantes e professores sintam-se atraídos pela necessidade de
buscar informações de maneira sistematizada e científica. Os
resultados alcançados e apresentados são frutos de um trabalho em
equipe, realizado de maneira séria e compromissada.
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Procurou-se oferecer um relato através de conversas com os
membros da equipe e dos resultados obtidos, do que foi construído a
partir da análise do material coletado em fontes de informação
primárias e secundárias, e do material teórico estudado pelos alunos.
Enfim, a proposta deste livro foi descrever a experiência
vivida, principalmente durante a pesquisa de campo. É importante
ficar claro ainda que, os estudantes que tiveram a disponibilidade de
participar mais intensamente do projeto de pesquisa e, portanto, são
co-autores do trabalho, tiveram um real crescimento na realização de
outras atividades acadêmicas e puderam, sem dúvida, vivenciar a
produção de conhecimento de maneira prática. Para os professores
o trabalho veio ampliar os seus currículos formais e suas vivências.
O trabalho de pesquisa destaca-se como uma experiência singular,
que deu aos alunos a oportunidade de crescimento, enquanto
indivíduos e profissionais, diante do desafio de aplicar aquilo que
comumente recebem nas salas de aula.
O Festival
O Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga é um evento
musical e que foi realizado pela primeira vez no ano de 2000, pela
empresa Via de Comunicação, na cidade de Guaramiranga. Esta
empresa dedica-se ao planejamento, produção, coordenação e
execução dos serviços de relações públicas e promoção de eventos,
tendo o Festival como um dos seus maiores projetos.
A partir do sucesso deste evento, assunto de conversas em
sala de aula, alguns alunos do primeiro semestre do Curso de
Comunicação, pela necessidade de realização de um trabalho da
155
Tonalidade – s.m. 1. Acorde fundamental que funciona como centro
de atração harmônica de uma frase ou composição musical, e que
define certas progressões-padrão de acordes. 2. Conjunto de
princípios que governam a organização harmônica do material
sonoro segundo conceitos como consonância, escalas maiores e
menores, e cadências; harmonia tonal.
Uníssono – s.m. 1. Escrita ou execução de uma frase musical de
maneira exatamente idêntica por dois ou mais instrumentos, na
mesma tonalidade e na mesma oitava.
Virtuose – s.m. 1. Instrumentista que possui técnica altamente
desenvolvida e profundo domínio dos recursos de seu instrumento.
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que ao longo do tempo veio a fazer parte do repertório padrão (em
inglês, standard) do jazz. Certos compositores escreveram diversas
canções que se tornaram standards: por exemplo, George Gershwin,
Richard Rodgers, Oscar Hammerstein.
Swing – [Inglês] 1. Modo de execução musical tipicamente jazzístico,
no qual as notas têm sua duração ligeiramente reduzida e seu
ataque efetuado fora do tempo por um fator quase imperceptível,
resultando em um significativo aumento da flexibilidade e vitalidade
da música. 2. Propriedade de uma execução jazzística individual ou
coletiva que produz um tipo característico e bem conhecido de
resposta psicológica e muscular no ouvinte, que no entanto desafia
definição precisa. 3. Estilo de jazz popular nos anos 30 e 40,
caracterizado por arranjos muito bem elaborados para grandes
orquestras.
Tema – s.m. 1. Melodia que é usada como base de uma execução
jazzística.
Tempo - s.m. 1. Unidade de duração dentro do compasso. 2.
Andamento.
Tessitura – s.f. 1. O intervalo de altura (freqüência) que existe a
nota mais grave e a nota mais aguda de uma frase ou de uma peça
musical. 2. O intervalo entre a nota mais grave e a nota mais aguda
que podem ser emitidas por um certo instrumento.
Tonal – adj. 1. Que obedece aos princípios da tonalidade.
19
disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, decidiram pesquisar
para entender um pouco mais sobre o festival em si e sobre o
Marketing Cultural.
Equipe no preparo de material de pesquisa
O Festival, além de um encontro de músicos talentosos é um
dos eventos temáticos mais importantes do Ceará. Em termos de
proposta cultural, é reconhecido pela sua qualidade musical e pelo
estímulo ao desenvolvimento econômico, cultural e ambiental de
uma região.
O evento acontece na cidade de Guaramiranga, uma cidade
com um suave clima serrano, emoldurada pela linda paisagem da
região do Maciço de Baturité. Constitui-se de mostras musicais, em
20
recintos fechados (com bilheteria) e locais abertos (sem bilheteria),
dos gêneros jazz e blues e outras formações instrumentais afins.
Para sua produção a empresa conta com o apoio da iniciativa
pública e privada. Segundo os próprios organizadores do evento, o
Festival pretende continuar sendo um novo referencial de exceção
cultural no Estado, e até uma opção para o público que não gosta do
carnaval e que prefere outros gêneros musicais.
Durante o Festival acontecem também muitas atividades.
Caminhadas e blitz ecológicas, feira de artesanato, oficinas musicais
e de reciclagem de lixo, além do replantio de árvores nativas, entre
outras atividades, aproveitam o clima, a natureza da região e a
oportunidade.
O Marketing Cultural
Podemos dizer que Marketing cultural é a utilização da
cultura como veículo de comunicação, caracterizando-se por
relações de troca. No Marketing Cultural comunica-se o que se quer
para públicos bem específicos, muitas vezes com maior eficiência
que os anúncios publicitários. Desta forma, o Marketing Cultural
tornou-se uma alternativa para muitas empresas, pela grande
capacidade de persuadir um público determinado.
É toda ação de marketing que usa a cultura como veículo de comunicação para se difundir o nome, produto ou fixar imagem de uma empresa patrocinadora. Para se fazer marketing cultural não há fórmula fechada, pois há variáveis que, conforme combinadas, podem resultar numa excelente ação de marketing. O que manda é a criatividade para atingir o público alvo de forma a atender os objetivos de comunicação da empresa com os recursos disponíveis.
153
Scat singing, Scat – [Inglês] Modo de interpretação vocal em que
o(a) vocalista emite sílabas sem sentido, em vez da letra da canção,
atentando apenas para o valor fonético das sílabas e procurando
imitar um solo instrumental.
Septeto – s.m. 1. Conjunto musical formado por sete executantes. 2.
Peça composta para essa formação.
Sequenciador – s.m. 1. Dispositivo capaz de registrar padrões
sonoros em formato digital, e que oferece ferramentas para editar,
modificar e recombinar esses padrões.
Sexteto – s.m. 1. Conjunto musical formado por seis executantes. 2.
Peça composta para essa formação.
Síncopa – s.f. 1. A acentuação de contratempos, ou seja, os tempos
fracos do compasso, criando um efeito de surpresa no ouvinte.
Sincopado – adj. 1. Que é caracterizado por síncopa.
Solo – s.m. 1. Execução de uma peça musical ou parte de uma peça
por um único instrumento. 2. Execução de uma peça musical ou
parte de uma peça musical por um instrumento em destaque,
acompanhado por outro(s). 3. Seção de uma peça em que um
executante improvisa sobre o tema, sozinho ou, mais
freqüentemente, acompanhado por outros instrumentos.
Standard – [Inglês] 1. Canção popular já consagrada e familiar ao
público, usada com tema para uma execução jazzística. 2. Canção
152
Politonalidade – s.f. 1. Simultaneidade de diferentes tonalidades.
Quarteto – s.m. 1. Conjunto musical formado por quatro
executantes. 2. Peça composta para essa formação.
Quinteto – s.m. 1. Conjunto musical formado por cinco executantes.
2. Peça composta para essa formação.
Ragtime – [Inglês] Estilo de música norte-americana para piano,
muito popular no final do século XIX e início do século XX. O ragtime
possuía caráter sincopado, não era improvisado, e era normalmente
escrito em partitura. O nome vem do termo inglês ragged, que
significa áspero, desigual, dissonante – como costumava ser o
fraseado da mão direita sobre o teclado.
Ritmo – s.m. 1. O padrão de pulsação de uma peça musical. 2.
Compasso (2).
Seção rítmica – s.f. 1. Os instrumentos que, num conjunto de jazz,
são responsáveis pelo estabelecimento e manutenção do padrão
rítmico da execução; convencionalmente, compõe-se de piano,
contrabaixo e bateria.
Samplear – [Neologismo] v. 1. Ato de capturar e registrar
digitalmente sons, frases musicais ou timbres sonoros, por meio de
um sampler, com o propósito de manipulá-los e recombiná-los.
Sampler – [Inglês] 1. Dispositivo capaz de capturar e registrar sons,
frases musicais ou timbres sonoros em formato digital.
21
Ao patrocinar um show, por exemplo, a empresa pode não só associar sua marca àquele tipo de música e público como pode também oferecer amostras de produto (promoção); distribuir ingressos para os seus funcionários (endomarketing); eleger um dia exclusivo para convidados especiais (marketing de relacionamento); enviar mala-direta aos consumidores ou clientes informando que o show está acontecendo e é patrocinado pela empresa (marketing direto); mostrar o artista consumindo o produto durante o show (merchandising); levantar informações gerais sobre o consumidor por meio de pesquisas feitas no local (database marketing); fazer uma publicação sobre o evento (marketing editorial); realizar uma campanha específica destacando a importância do patrocínio (publicidade) e muitas outras ações paralelas que tem o poder de ampliar o raio de alcance da ação de marketing cultural. (Revista Marketing Cultural on line, 2005)
Segundo FISCHER, 1998, o Marketing Cultural possibilita a
associação dos valores atribuídos à atividade à marca da empresa
patrocinadora, como apresentado no esquema a seguir:
Ainda segundo o autor o que pôde ser percebido é que
muitas empresas, por diversos motivos, não investem em
publicidade. Todavia, atualmente isto está mudando e algumas
22
passaram a apoiar projetos culturais, através de leis de incentivo
cultural, que permitem que uma porcentagem do imposto devido seja
revertida para eventos culturais. Fazendo isso as empresas só têm a
ganhar: não apenas fomentam a cultura como divulgam a empresa e
agregam os valores do projeto cultural à empresa apoiadora.
Assim, por acreditar no Marketing Cultural como uma boa
ferramenta da publicidade é que se buscou demonstrar com a
pesquisa que, o festival de Jazz e Blues tem permitido uma boa
visibilidade da cidade de Guaramiranga, a partir da mídia gerada
pelo evento. Desta forma, percebeu-se que, “por tabela”, o festival
tem fomentado o turismo na cidade.
E o alcance de todo o trabalho não ficou apenas restrito ao
enfoque mercadológico ou turístico. Considerando as peculiaridades
da localização da cidade, da programação do próprio evento, da
participação de órgãos governamentais ou não, e da própria
versatilidade dos membros da nossa equipe de pesquisa, acabou
por se vislumbrar a importância do lado cultural do Festival e em
conseqüência de tudo isto acabou sendo possível enfocar detalhes
da influência causada no desenvolvimento do município e da região,
em todos estes aspectos.
Dos Resultados Alcançados
A pesquisa foi realizada a partir da coleta de dados (in loco)
durante a realização das duas mais redentes edições do Festival nos
anos de 2004 e 2005. Foram realizadas entrevistas, coletas de
informações através de formulários, conversas informais, entre
outras. Há também muito material visual: fotos e principalmente
vídeos, onde os alunos puderam praticar o manuseio dos
151
e um centro tonal diferente, criando um estado perceptivo e
psicológico diferente. Exemplo: o segundo modo da escala de Si
Bemol Maior (Si Bemol, Dó, Ré, Mi Bemol, Fá, Sol, Lá, Si Bemol,
etc) é o Dórico (Dó, Ré, Mi Bemol, Fá, Sol, Lá, Si Bemol, Dó).
Mute – [Inglês] 1. Surdina utilizada juntamente com instrumentos de
sopro de metal.
Noneto – s.m. 1. Conjunto musical formado por nove executantes. 2.
Peça composta para essa formação.
Oitava – s.f. 1. Intervalo de altura (freqüência) entre uma nota e sua
repetição doze semitons acima (ou abaixo). O intervalo de oitava
corresponde à multiplicação (ou divisão) da freqüência original da
nota por 2.
Partitura. - s.f. 1. Registro da música por escrito, usualmente em
papel ou em documentos de formato eletrônico, utilizando-se uma
notação especial e determinadas convenções de escrita.
Polifonia – s.f. 1. A superposição de duas ou mais linhas melódicas,
todas com igual importância relativa. A polifonia freqüentemente se
vale do contraponto.
Polirritmia. - s.f. 1. Simultaneidade de ritmos ou compassos
contrastantes.
Politonal – adj. 1. Que é caracterizado por politonalidade.
150
Improvisação – s.f. 1. Criação musical realizada no próprio
momento da execução. A improvisação não é predeterminada nem
codificada previamente em partitura, exceto por uma melodia que
serve de tema.
Introdução – s.f. 1. Uma seção que é executada antes da exposição
do tema de uma peça. A introdução deve combinar com o tema que
se lhe segue e pode ser usada para definir o caráter de toda a
execução.
Jam session – [Inglês] 1. Reunião informal de músicos para tocar
entre si, com ênfase na improvisação, sem ter necessariamente a
preocupação de tornar a execução comercialmente viável ou
palatável para o grande público.
Loop, Looping – [Inglês] A repetição continua de uma frase musical,
à qual outros materiais sonoros podem ou não ser superpostos.
Trata-se de um procedimento comum particularmente na música
eletrônica.
Mainstream – [Inglês] Termo abrangente usado para fazer
referência a todo o jazz excetuando-se o free jazz e o jazz-rock ou
fusion.
Modal – adj. 1. Que é baseado nos modos.
Modo – s.m. 1. Uma série de notas que deriva de uma escala
básica, começando e terminando com uma nota diferente na nota de
origem da escala, resultando em um conjunto diferente de intervalos
23
equipamentos e seu desempenho como entrevistadores. A
documentação indireta também foi de grande importância.
Imagens do cortejo de todas as tardes
Em suma: a análise dos dados, o estudo e discussões
realizadas pela equipe, permitiram confirmar a hipótese apresentada
no projeto: de que eventos culturais como o Festival de Jazz e Blues
de Guaramiranga têm contribuído com diversos setores da
sociedade e da vida quotidiana da cidade, a partir da parceria entre
empresas produtoras de eventos, empresas patrocinadoras e do
apoio de órgãos públicos. Neste estudo de caso, mais
especificamente, notou-se que o Festival tem dado grande
visibilidade à cidade de Guaramiranga, já que o evento é bastante
24
divulgado na mídia, antes e durante sua realização. Isso tem gerado
um crescimento considerável na movimentação da cidade ao longo
do ano, garantido de certa forma, o aumento de emprego e renda
para a população local e um maior desenvolvimento e diversificação
cultural para o Estado do Ceará.
Neste livro procuramos contar, de uma maneira bastante
informal, como surgiu o Festival, suas implicações sociais, culturais,
mercadológicas, desenvolvimentistas, e turísticas. E talvez tudo isto
junto numa coletânea de informações simples, objetiva, e de
conteúdo experimental muito grande.
Para uma melhor compreensão de tudo que foi tratado
resolvemos dividir este livro em 5 (cinco) capítulos. No primeiro
capítulo tem-se um pouco de informações sobre a cidade e também
sobre a história do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga. Ela foi
contada a partir de dados coletados junto a empresa Via de
Comunicação, promotora e realizadora do evento. O segundo
capítulo ficou reservado para se falar do festival. Suas atrações
desde o primeiro, realizado ainda no ano de 2000, até o realizado no
ano de 2005. No capítulo 3 contamos algumas histórias, alguns fatos
relevantes, traçamos um paralelo entre o antes, o durante e o depois
do surgimento do festival, relacionando tudo a cultura, o turismo, o
marketing, a ecologia e o desenvolvimento regional, na opinião de
gente que vive o Festival. Já a pesquisa propriamente dita está
exposta no capítulo 4. Os resultados obtidos pela equipe são
colocados e associados a informações obtidas por pesquisas
realizadas por outros órgãos que apóiam o Festival. O capítulo 5
fecha a obra acrescentando informações sobre os desdobramentos
observados, e as oportunidades abertas para outros municípios e
149
Contraponto – s.m. [Do latim punctus contra punctum, nota contra
nota.] 1. Encadeamento lógico de diferentes linhas musicais
simultâneas. O contraponto se caracteriza por um processo de
geração de novas frases musicais a partir de outras frases musicais,
utilizando técnicas como a inversão (troca das notas graves por
agudas e vice-versa), a retrogradação (cópia de uma frase de trás
para a frente), e a transposição (elevação ou abaixamento de todas
as notas de uma frase por um intervalo constante).
Embocadura – s.f. 1. A posição da boca ao soprar o ar num
instrumento de sopro.
Forma – s.f. 1. A estrutura de uma composição musical. 2. O padrão
de seções semelhantes e contrastantes que compõem a estrutura
básica de uma peça. Entre as formas comuns no jazz incluem-se a
estrutura de 32 compassos (8+8+8+8), como AABA ou ABAC; a
melodia de 16 compassos; e o blues de 12 compassos.
Fusion – [Inglês] Estilo de jazz derivado do jazz-rock, executado
principalmente com instrumentos eletrônicos. Diferentemente do
jazz-rock do final dos anos 60 e início dos anos 70, o jazz fusion
caracteriza-se por uma aproximação com a música pop, e por ser
baseado em um certo número de fórmulas comercialmente bem-
sucedidas.
Harmonia – s.f. 1. A combinação de notas em acordes e
progressões de acordes. 2. Conjunto de regras práticas que regem a
organização dos acordes de uma peça segundo os princípios da
tonalidade.
148
por exemplo, nos acordes de passagem. As melodias do blues
utilizam uma escala especial, derivada da escala maior, onde a
terceira, a quinta e a sétima notas são abaixadas em meio tom (as
chamadas blue notes).
Break – [Inglês] 1. Durante a execução de uma peça, momento em
que todos os integrantes do conjunto param de tocar, exceto um
deles, que executa um solo.
Cabeça – s.f. 1. O início da frase musical correspondente ao tema.
2. O primeiro tempo de um compasso.
Chorus – [Inglês] Um percurso completo através da progressão de
acordes de um tema.
Combo – s.m. 1. Conjunto menor do que uma orquestra.
Compasso – s.m. 1. Unidade de organização rítmica de uma
composição, composta por um número definido e usualmente
pequeno de tempos. O compasso é delimitado na partitura por
barras verticais. 2. Especificação, feita no início de uma partitura, por
meio de um código numérico convencional, do número (2, 3, 4, etc) e
do tipo de notas (colcheia, semicolcheia, semínima, etc.) que os
compassos irão comportar. O compasso especificado costuma
permanecer fixo durante um período de tempo razoavelmente longo
dentro de uma peça, porém na música mais moderna isso nem
sempre ocorre.
25
regiões a partir da realização do Festival. Para complementação
foram anexados entre outras informações um glossário relativo ao
Marketing, outros dois relacionados ao Blues e ao Jazz.
26
147
Anexo 5 – Glossário do Jazz
Disponível em: http://www.ejazz.com.br/ojazz/default.asp Acessado em 04.11.2005.
Acorde - s.m. 1. Agrupamento de notas tocadas simultaneamente.
Andamento - s.m. 1. A velocidade de execução de uma peça.
Arranjo - s.m. 1. A distribuição e ordem de execução do material
sonoro de uma composiçao pelos diversos executantes. 2.
Remontagem, com variados gruas de liberdade, dos elementos de
uma composição pré-existente, preservando a identidade da peça
mas dotando-a de um caráter diferente.
Atonal - adj. 1. Que não obedece aos princípios da tonalidade
Beat – [Inglês] 1. A pulsação básica de uma música.
Blues – [Inglês] Forma musical introduzida na música norte-
americana no início do século XX, deriva das canções dos
trabalhadores negros americanos (work songs). O blues constitui
uma das estruturas essenciais do jazz. O blues possui uma estrutura
praticamente inalterável de 12 compassos, assim constituídos:
quatro compassos sobre o acorde de tônica (por exemplo, Mi Maior),
dois compassos sobre o acorde de subdominante (no caso, Lá
Maior), dois compassos sobre a tônica (Mi Maior), dois compassos
sobre o acorde de sétima de dominante (Si com 7a) e finalmente
dois compassos sobre o acorde de tônica (Mi Maior). No blues mais
moderno e/ou elaborado, admitem-se certas liberdades harmônicas,
146
27
1 – Uma serra e uma cidade
Uma serra e uma cidade. Se isto fosse uma informação
jornalística corresponderia ao lugar onde acontece, aconteceu ou
acontecerá alguma coisa. Na página principal do site da cidade na
Internet consta que “Guaramiranga significa pássaro-vermelho, do
tupi guarani, tribo que habitava esta terra antes do primeiro povoado”.
Vista de uma parte da equipe no Pico Alto – 1.115 m de altitude
Também podemos ler no site que a cidade está situada a 92
Km (aqui há divergência de números pois encontrei placas de
trânsito na estrada que diziam 123 km.) da capital do Ceará,
Fortaleza, e fica localizada na Serra de Baturité. Com altitude de 865
metros acima do nível do mar, proporciona um clima sempre ameno
28
e seco, com temperatura média anual entre 18ºC. e 22ºC. É nesse
clima que a natureza dá o seu espetáculo, cobrindo a região de
flores em um dos últimos espaços preservados de Mata Atlântica no
Estado do Ceará. Sua fauna e flora, riquíssimas, fazem parte da
Área de Proteção Ambiental do Maciço de Baturité. No município
encontra-se o Pico Alto, com 1.115 m de altitude, segundo ponto
mais alto do Estado do Ceará.
1.1 A Cidade de Guaramiranga
Uma cidade do estado do Ceará. Isto seria dizer o óbvio.
Apropriadamente, Guaramiranga é denominada popularmente a
"Cidade das Flores". Há quem a chame de "Suíça Brasileira", mas o
fato é que ela é uma cidade que enfeitiça. Seu clima é o principal
causador de todo um espetáculo de flores que acabam brotando na
cidade. É o que se pode denominar de uma cidadezinha, que teima
por não crescer muito para ficar sempre bonitinha. É uma cidade
aconchegante, gostosa para se viver e fácil para se locomover.
Numa só caminhada você pode conhecê-la toda. A área do
município corresponde a 107,60 km2, limitando-se ao norte com
Pacoti, ao sul com Mulungu, à leste com Baturité e à oeste com
Caridade. Está a 123 km de Fortaleza. Seu povo é acolhedor e gosta
de recepcionar quem a visita. A sua população total é de
aproximadamente de 5,5 mil habitantes. Sua criação data do dia 01
de setembro de 1890, com instalação em 17 de outubro do mesmo
ano, sendo ela um desmembramento da cidade de Baturité.
O site oficial de Guaramiranga (GUARAMIRANGA, 2005)
nos dá conta de que o nome da cidade significa pássaro-vermelho,
145
caprichosamente dentro dessas regiões de "incerteza". É importante
que o âmbito dessas pequenas regiões não ultrapasse aquele ponto
no qual o ritmo deixa de ser swingado para se tornar impreciso.
Como se determina esse ponto? Os bons músicos de jazz têm uma
intuição desenvolvida a tal ponto que mantêm esse jogo de precisão
e imprecisão perfeitamente sob controle, o tempo todo - e o
resultado, todos nós conhecemos: o deleite de escutar uma
interpretação cheia de swing.
http://www.ejazz.com.br/ojazz/default.asp
144
Assim como as variações, a improvisação não é uma
invenção moderna. Bach era um improvisador de mão-cheia (e
improvisava fugas, sendo que a fuga é a forma mais estruturada e
complexa de toda a música!). Se Bach tivesse nascido no século XX,
sem dúvida seria um jazzman... Na Renascença já havia o costume
de se apresentar peças de caráter improvisatório e de forma
totalmente livre, denominadas fancies (em inglês) ou fantasias (em
espanhol), nas quais o executante dava largas à sua imaginação.
Muitas dessas fantasias e coleções de variações foram registradas
em partitura, e assim podemos reviver e apreciar, depois de séculos,
ainda que sem a espontaneidade do momento, as "jam sessions" de
outrora.
Definir o swing é algo muito mais difícil. Trata-se de algo que
engloba o fraseado, o ritmo, o ataque das notas. O swing não se
escreve numa partitura, por mais detalhada e precisa que seja a sua
notação. A definição dada por André Francis, em seu livro Jazz, é
bastante interessante: "tocar com swing, swingar, significa trazer à
execução de uma peça um certo estado rítmico que determine a
sobreposição de uma tensão e de um relaxamento". Esta é a
dialética do swing, por assim dizer: dar flexibilidade a um ritmo, dar
"balanço" a uma frase, e contudo manter a precisão, preservar o
foco da música, evitando que ela perca o caráter incisivo.
Podemos usar uma analogia sugerida por Charles Mingus
para caracterizar o swing: vamos partir de uma música na qual os
tempos estão precisamente definidos. Em seguida delimitamos um
"halo", uma pequena região ao redor da posição original de cada
nota: a nota, agora, pode cair em qualquer ponto dessa região, a
critério do executante. A música como um todo, portanto, oscila
29
do tupi guarani, nome da tribo que habitava esta terra antes do
primeiro povoado. Chamava-se Conceição, o povoado, quando foi
elevado à categoria de Vila, com o nome de Guaramiranga, pelo
decreto n o 59 de 04 de setembro de 1890. Datado do dia 1 o do
mesmo mês e ano, um decreto já havia criado o município,
inaugurado em 17 de outubro seguinte.
Extinto pela lei 550, de 25 de agosto de 1889, foi anexado a
Baturité, sendo restaurado em 1921. Em 1931 é novamente extinto,
passando a distrito de Pacoti e definitivamente, restaurado em 11
de julho de 1957, pela lei 3679.
Ainda de acordo com site oficial a cidade está situada no
Maciço de Baturité, sendo uma das grandes cidades produtoras de
frutas e flores do estado. Mas é no Turismo que a cidade mostra-se
grande, atraindo turistas nacionais e internacionais, que procuram:
clima ameno, lindas paisagens, cachoeiras, bons restaurantes,
hotéis e pousadas aconchegantes e a hospitalidade e simplicidade
do seu povo.
Os 123 km que separam Guaramiranga de Fortaleza, com
acesso pela rodovia CE-060, saindo do bairro Mondubim têm o
caminho delineado pelo roteiro (disponível em Guaramiranga, 2005)
a seguir:
1. Ceasa...................... 10 km
2. Posto da Sefaz ......... 35 km
3. Pacatuba ................. 41 km
4. Guaiuba ................. 47 km
5. Baú ....................... . 58 km
6. Acarape ................... 71 km
7. Redenção ................ . 74 km
30
8. Antonio Diogo ........ .... 84 km
9. Aracoiaba ................. 95 km
10. Triângulo .................. 97 km
11. Baturité ................... 109 km
12. Guaramiranga ...........123 km “
1.2 Guaramiranga antes e depois dos diversos eventos
A partir da realização de eventos, como o Festival de Jazz e
Blues, Guaramiranga, a cidade vem crescendo em diversos setores.
Dezenas de hotéis, pousadas, restaurantes e lanchonetes foram
construídas para atender a demanda dos turistas que para lá vão
durante o período do Festival. Os turistas que vão para
Guaramiranga neste período retornam em outras épocas,
incrementando assim o turismo durante todo o ano na região.
Parada no caminho da serra para comprar água
143
certa confiança que dois elementos são absolutamente necessários
numa performance de jazz: o swing e a improvisação.
Nenhuma apresentação ou gravação de jazz está completa
se não contiver algum trecho improvisado. Uma peça de jazz 100%
escrita e fixada na partitura é uma contradição - o que, diga-se de
passagem, indica que peças como a "Suíte para Flauta e Piano de
Jazz", de Claude Bolling, embora muito agradáveis de se ouvir, não
são propriamente jazz. Fazer jazz significa assumir um risco - o risco
de se confrontar com o silêncio e preenchê-lo com um discurso
inédito e próprio, o risco de ser um "compositor instantâneo", como
dizia Charles Mingus.
O conceito de improvisação, em si, não apresenta grandes
dificuldades para ser entendido, embora exija anos e anos de
dedicação para ser posto em prática. Trata-se de tecer - em tempo
real, no exato momento em que se está tocando - variações em
torno de algo que serve de base: a linha de uma canção que serve
de tema, uma sequência de acordes, alguns intervalos melódicos,
uma tonalidade.
As variações têm uma longa tradição na música clássica
ocidental: grandes compositores escreveram ciclos de variações,
explorando até o limite o potencial de seus temas. Na Renascença já
era habitual tomar como tema uma canção popular e fazer variações
sobre ela. Isto era chamado na Inglaterra de divisions on grounds e
na Espanha de diferencias sobre bajos ostinados. Os
instrumentistas, que freqüentemente eram também compositores,
competiam entre si, cada um tentando sobrepujar os rivais em
virtuosismo e engenhosidade.
142
direções opostas. Em meados dos anos 30 surge o primeiro estilo
maciçamente popular do jazz, o swing, dançante e palatável, que
agradava imensamente às multidões durante a época da guerra. Em
1945 surge um estilo muito mais radical e que fazia menos
concessões ao gosto popular, o bebop, que seria revisto,
radicalizado e ampliado nos anos 50 com o hard bop. Em resposta
à agressividade do bebop e do hard bop, aparece nos anos 50 o
cool jazz, com uma proposta intelectualizada que está para o jazz
assim como a música de câmara está para a música erudita.
O cool e o bop dominam a década de 50, até a chegada do
free jazz, dando voz às perplexidades e incertezas dos anos 60. No
final dos anos 60, acontece a inevitável fusão do jazz com o rock,
resultando primeiro em obras inovadoras e vigorosas, e
posteriormente em pastiches produzidos em série e de gosto
duvidoso. Hoje existe espaço para cultivar todos os gêneros de jazz,
desde o dixieland até o experimentalismo free, desde os velhos e
sempre amados standards até as mais ambiciosas composições
originais para grandes formações. Mas qual seria o estilo de jazz
próprio dos dias de hoje? Talvez o jazz feito com instrumentos
eletrônicos - samplers e sequenciadores - num cruzamento com o
tecno e o drum´n´bass. Se esse jazz possui a consistência para não
se dissolver como tantos outros modismos, só o tempo dirá.
ELEMENTOS DO JAZZ
Muito já se escreveu sobre a dificuldade de se definir o jazz.
Uma corrente de pensamento afirma que o jazz não é o que se toca,
mas sim como se toca. De qualquer modo, pode-se afirmar com
31
Nossa equipe teve o intuito de verificar a verdadeira
influência que eventos como o Festival exercem no turismo de
Guaramiranga e nos desdobramentos que isto ocasionou.
É importante que se diga que a cidade de Guaramiranga
também recebe, entre outros de menor divulgação, um Festival de
Teatro, realizado anualmente no mês de setembro, bem como
também tem em sua programação anual um Festival de
Gastronomia, que acontece no mês de outubro. Estes dois eventos
pautam pela não concorrência de realizações paralelas como o
carnaval, no caso do festival de música. E, desta forma, também
contribuem bastante para que a região se torne mais movimentada
em outras épocas do ano. Em 2005, no mês de novembro realizou-
se o primeiro Festival de Vinhos de Guaramiranga. Mais um evento a
fazer parte de um calendário anual na busca do crescimento do
município.
1.3 O Festival de Jazz e Blues
O Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga além de um
encontro de vários músicos a demonstrar seus talentos é um dos
eventos temáticos mais importantes do Ceará, reconhecido pela sua
qualidade musical e o estímulo ao desenvolvimento econômico e
cultural de uma região. Além disto, ainda estimula o mercado
fonográfico do estado, oportunizando trabalho para os músicos da
terra, bem como momentos de divulgação dos seus trabalhos.
Realizado há seis anos, no período do carnaval, o evento
acontece num suave clima serrano, emoldurado pela linda paisagem
da região do Maciço de Baturité. Os objetivos do Festival são:
32
• Ofertar ao público brasileiro, que deseje desfrutar,
durante o mais esperado feriado nacional, um evento
musical diferenciado;
• Possibilitar ao público presente o conhecimento e
reconhecimento da produção musical instrumental
cearense, nacional e internacional, nas tendências de
jazz e blues;
• Valorizar os inúmeros e talentosos músicos cearenses
que, pelo estilo musical, não encontram espaço no
circuito comercial do segmento musical;
• Promover o encontro e intercâmbio entre músicos
cearenses e de outros Estados brasileiros, assim
como do exterior;
• Contribuir para a formação musical dos profissionais e
amadores do segmento musical por meio da
realização de oficinas, palestras e troca de
experiências;
• Contribuir para a interiorização da cultura, levando à
população da região de Guaramiranga um produto
cultural diferenciado e inovador;
• Contribuir para difundir os estilos musicais (blues e
jazz) por meio de shows, oficinas e exposições
fotográficas;
• Permitir a ocupação profissional dos músicos
cearenses durante o período carnavalesco,
geralmente concentrado em músicos de grupos de
samba e axé;
141
Anexo 4 – Alguma coisa sobre o Jazz
Disponível em: http://www.ejazz.com.br/ojazz/default.asp Acessado em 04.11.2005.
HISTÓRIA DO JAZZ
Nascido do blues, das work songs dos trabalhadores negros
norte-americanos, do negro spiritual protestante e do ragtime, o jazz
passou por uma extraordinária sucessão de transformações no
século XX. É notável como essa música se modificou tão
profundamente durante um período de apenas um século.
O termo jazz começa a ser usado no final dos anos 10 e
início dos anos 20, para descrever um tipo de música que surgia
nessa época em New Orleans, Chicago e New York. Seus
expoentes são considerados "oficialmente" os primeiros músicos de
jazz: a Original Dixieland Jass Band do cornetista Nick LaRocca, o
pianista Jelly Roll Morton (que se auto-denominava "criador do
jazz"), o cornetista King Oliver com sua Original Creole Jazz Band, e
o clarinetista e sax-sopranista Sidney Bechet. Em seguida, vamos
encontrar em Chicago os trompetistas Louis Armstrong e Bix
Beiderbecke, e em New York o histriônico pianista Fats Waller e o
pioneiro bandleader Fletcher Henderson. Em 1930 o jazz já possui
uma "massa crítica" considerável e já se acham consolidadas várias
grandes orquestras, como as de Duke Ellington, Count Basie, Cab
Calloway e Earl Hines.
A evolução histórica do jazz, assim como da literatura, das
artes plásticas e da música clássica, segue um padrão de
movimento pendular, com tendências que se alternam apontando em
140
voluntário ambiental a fim de fazer a diferença dando uma
contribuição concreta e efetiva para a melhoria da vida do planeta.
Você pode, por exemplo, cuidar de uma árvore, organizar e
participar de mutirões ecológicos de limpeza e recuperação de
ecossistemas e áreas de preservação degradados, resgatar e
recuperar animais atingidos por acidentes ecológicos ou mesmo
abandonados na rua, redigir um projeto que permita obter recursos
para a manutenção de um parque ou mesmo para viabilizar uma
solução para problema ambiental, fazer palestras em escolas, etc.
Vilmar Berna
Tel.: (21) 2610-2272 / 9994-7634 (Rio de Janeiro - Brasil)
33
• Oferecer ao público mostra de qualidade da produção
musical cearense, nacional e internacional;
• Dinamizar o turismo do Estado do Ceará, que não se
configura entre os principais destinos turísticos no
referido período, por meio de intervenção cultural
diferenciada;
• Consolidar a cidade de Guaramiranga ao lado de
Fortaleza, no Estado do Ceará, como importante pólo
cultural e turístico.
Entrada do Teatro Rachel de Queiroz – Guaramiranga
Para que um produto cultural exista, é natural que duas
condições são indispensáveis: público consumidor e publicidade. A
idéia que motivou a realização de um festival de jazz e blues em
34
pleno carnaval foi exatamente a busca por um diferencial que
conseguisse despertar a atenção do público, da mídia e dos
patrocinadores.
Um festival dessa natureza seria bastante comum em
qualquer outra época do ano, mas o fato de acontecer em pleno
carnaval o torna inusitado.
A escolha da cidade – Guaramiranga – uma pequena ilha
úmida no meio do semi-árido nordestino, com temperatura média de
15ºC, à noite, também cria o clima especial para a realização do
evento. A natureza bucólica e o ar intimista do lugar formam o
cenário ideal para abrigar o festival que oferecerá uma ampla
programação com os dois estilos musicais que bem personificam o
estado emocional daqueles que procuram refúgio na Serra: o jazz e
o blues.
A idéia é aproveitar o clima maravilhoso e o aconchego do
lugar para colocar para o público o produto que queremos ver
consumido: a boa música.
É característica de eventos culturais a atração de um público
para um determinado lugar, em um determinado momento. Neste
caso o Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga tornou-se uma
forma de publicidade da região em que o evento acontece, e até do
Ceará, pois seu nome está sempre atrelado ao evento. Essa
característica está ligada também a um outro seguimento: o turismo.
139
de solventes, tintas e outros produtos tóxicos. Faça um plano de
descarte, incluindo até o que não aparenta ser prejudicial como
pilhas e baterias, cartuchos de tintas de impressoras, etc. Faça a
regulagem do motor dos veículos regularmente e mantenha a
pressão dos pneus nos níveis recomendáveis. Assegure-se que o
óleo dos veículos está sendo descartado da maneira correta pelos
mecânicos.
7 - Evite riscos - Verifique cuidadosamente todas as possibilidades
de riscos de acidentes ambientais e tome a iniciativa ou participe do
esforço para minimizar seus efeitos. Não espere acontecer um
problema para só aí se preparar para resolver. Participe de
treinamentos e da preparação para emergências.
8 - Anote seus resultados - Registre cuidadosamente suas metas
ambientais e os resultados alcançados. Isso ajuda não só que você
se mantenha estimulado como permite avaliar as vantagens das
medidas ambientais adotadas.
9 - Comunique-se - No caso de problemas que possam prejudicar
seu vizinho ou outras pessoas, tome a iniciativa de informar em
tempo hábil para que possam minimizar prejuízos. Busque manter
uma atitude de diálogo com o outro.
10 - Arranje tempo para o trabalho voluntário - Não adianta você ficar
só estudando e conhecendo mais sobre a natureza. É preciso
combinar estudo e reflexão com ação. Considere a possibilidade de
dedicar uma parte do seu tempo, habilidade e talento para o trabalho
138
4 - Incentive seus colegas - Fale com todos a sua volta sobre a
importância de agirem de forma ambientalmente correta. Sugira e
participe de programas de incentivo como a nomeação periódica de
um 'campeão ambiental' para aqueles que se destacam na busca de
formas alternativas de combate ao desperdício e práticas poluentes.
5 - Não Desperdice - Ajude a implantar e participe da coleta seletiva
de lixo. Você estará contribuindo para poupar os recursos naturais,
aumentar a vida útil dos depósitos de lixo, diminuir a poluição.
Investigue desperdício com energia e água. Localize e repare os
vazamentos de torneiras. Desligue lâmpadas e equipamentos
quando não estiver utilizando. Mantenha os filtros do sistema de ar-
condicionado e ventilação sempre limpos para evitar desperdício de
energia elétrica. Use os dois lados do papel, prefira o e-mail ao invés
de imprimir cópias e guarde seus documentos em disquetes,
substituindo o uso do papel ao máximo. Promova o uso de
transporte alternativo ou solidário, como planejar um rodízio de
automóveis para que as pessoas viajem juntas ou para que usem
bicicletas, transporte público ou mesmo caminhem para o trabalho.
Considere o trabalho à distância, quando apropriado, permitindo que
funcionários trabalhem em suas casas pelo menos um dia na
semana utilizando correio eletrônico, linhas extras de telefone e
outras tecnologias de baixo custo para permitir que os funcionários
se comuniquem de suas residências com o trabalho.
6 - Evite Poluir Seu Meio Ambiente - Faça uma avaliação criteriosa e
identifique as possibilidades de diminuir o uso de produtos tóxicos.
Converse com fornecedores sobre alternativas para a substituição
35
2 – O Festival
Para apresentar a história do Festival não foi muito difícil.
Estivemos presentes em 2004 e 2005, conversamos com o pessoal
da Via de Comunicação e entramos na Internet (JAZZ e BLUES,
2005): encontramos todas as informações de que precisávamos. E
neste capítulo estamos transcrevendo e disponibilizando todo este
material.
O Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga é um grande
negócio. Contribui para o desenvolvimento econômico de uma
cidade através do turismo cultural, dá visibilidade à música produzida
no Ceará, promove o intercâmbio de diversos artistas, divulga os
gêneros jazz, blues e instrumental, possibilita a parceria entre
iniciativa pública e privada e incentiva o crescimento da escola de
música da cidade. Pequenos exemplos de bons frutos que não
param de nascer... É por isso que a cada dia o evento conquista
mais espaço na mídia de todo o país.
2.1 A idéia
O Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga chegou à sua
6ª edição festejando o crescimento em diversos quesitos, dentre os
quais o da responsabilidade social. Competência, seriedade e
dedicação se somam às novas iniciativas aprimoradas pela
experiência dos anos anteriores. O resultado se revela em quatro
vertentes:
36
As exibições das bandas e artistas se traduzem diretamente
no aumento da visibilidade na imprensa, na vendagem de CDs, além
da exposição de suas obras como forma de influenciar, por meio de
intercâmbios, o surgimento de novas parcerias e na criação de
novas bandas.
Parte da Fachada do Teatro Rachel de Queiroz
De todas as ações propostas pelo evento, uma merece
destaque especial: a inclusão cultural. Shows gratuitos, oficinas,
workshops e ensaios abertos ao público consolidam o caráter social,
o que contribui efetivamente para a difusão da proposta. A fusão de
exibições entre artistas consagrados e novos nomes credencia o
Festival como incentivador e propagador da cultura.
137
Anexo 3 – Os Dez Mandamentos Ambientais
Nossa espécie tem usado mais a capacidade de modificar o
meio ambiente para piorar as coisas que para melhorar. Agora
precisamos fazer o contrário, para nossa própria sobrevivência.
Reveja seu dia-a-dia e tome as atitudes ecológicas que julgar mais
corretas e adequadas. Não espere que alguém venha fazer isso por
você. Faça você mesmo.
1 - Estabeleça princípios ambientalistas - Estabeleça compromissos,
padrões ambientais que incluam metas possíveis de serem
alcançadas.
2 - Faça uma investigação de recursos e processos - Verifique os
recursos utilizados e o resíduo gerado. Confira se há desperdício de
matéria-prima e até mesmo de esforço humano. A meta será
encontrar meios para reduzir o uso de recursos e o desperdício.
3 - Estabeleça uma política ecológica de compras - Priorize a
compra de produtos ambientalmente corretos. Existem certos
produtos que não se degradam na natureza. Procure certificar-se, ao
comprar estes produtos, de que são biodegradáveis. Procure por
produtos que sejam mais duráveis, de melhor qualidade, recicláveis
ou que possam ser reutilizáveis. Evite produtos descartáveis não
reciclados como canetas, utensílios para consumo de alimentos,
copos de papel, etc.
136
período histórico. Entre os atrativos naturais, a cachoeira de Paracupeba a 10 km da sede e o Horto Florestal de Antônio Diogo. No artesanato, destacam-se artigos de cerâmica, palha e crochê. Onde ficar Hotel Charme - Rua Pe. Ângelo, 26 - Centro. Telefone: 85-3332.1183. A diária individual em suíte custa R$ 15,00 com direito a café da manhã. Sem o café e em quarto sem banheiro, a diária é mais barata: R$ 7,00. PACOTI - Cachoeiras e riachos são as atrações naturais do município. A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1680, e o Arco do Triunfo, de 1953, são marcos históricos de Pacoti. Destacam-se também o artesanato local com artigos de cerâmica e couro, a Escola de processamento de frutos do Maciço de Baturité e o Horto Florestal. Onde ficar Estância Vale das Flores - Sítio São Francisco. Telefone: 85-3224.5901. A pousada oferece muitas opções de divertimento como as trilhas ecológicas, pesque e pague, boate, passeios de charrete e a cavalo, boliche, tiro ao alvo e piscina. A diária para o casal no apartamento custa R$ 60,00 e no chalé, R$ 70,00 ambos com direito a café da manhã. SERVIÇO No passeio de três dias pelos principais pontos turísticos do Maciço de Baturité, o turista vai ver: A estação ferroviária centenária de Baturité e o monumento da Maria Fumaça; o Museu Comendador Ananias Arruda; a Igreja matriz de Nossa Senhora da Palma; a sede da prefeitura de Baturité; o convento dos jesuítas; o convento dos frades capuchinhos (Guaramiranga); o Pico Alto; e a cachoeira Santa Edwviges com parada para banho. Este roteiro é feito semanalmente (de sexta-feira a domingo) pela Wall Street. Inclui transporte, city tour pela serra de Baturité com guia turístico e duas diárias com café da manhã no Hotel e Restaurante Hofbrauhaus. O preço para o casal é de R$ 200 (apartamento com varanda) ou R$ 180 (sem varanda) e pode ser parcelado em duas vezes com cheque. Informações: 3242.5452 ou 3486.3900.
37
O incentivo à integração da comunidade, por meio da
geração de emprego e renda, surge como o principal responsável
pelo desenvolvimento turístico e conseqüentemente econômico. A
implantação de programas, a exemplo do Rede Boas Vindas, que
visa integrar a população ao movimento turístico, se mostra como
um elemento fundamental de incentivo à economia local, junto com a
qualificação de mão-de-obra, por meio de cursos, que contam com a
parceria do Sebrae e da Prefeitura de Guaramiranga.
Ações de incentivo à prática do turismo responsável são
realizadas com o objetivo de esclarecer quanto à importância da
preservação do meio ambiente, tanto para o público visitante, quanto
para a população local. São elas: Blitz da Conscientização,
Replantando o Verde Nativo, Trilhas Ecológicas e Oficina do
Reciclado. Em todas elas há preocupação recorrente com a
preservação ambiental, seja na conservação da mata nativa ou no
plantio de novas mudas, compondo a harmonia entre o turismo e o
meio ambiente.
A marca do primeiro Festival
38
2.2 A Primeira edição - Histórico 2000
Primeiro ano do Festival. Grande expectativa: jazz e blues
no carnaval? As bandas cearenses acreditaram no evento e houve
uma grande adesão. Doze grupos locais deram um show à parte e
surpreendem o público que também gostou da idéia. Estiveram
presentes as bandas de Cristiano Pinho, Bedê, Márcio Rezende,
Pádua Filho, Danilo, Elismário Pereira, Carlinhos Patriolino, Marcílio
Homem e o Grupo Nó da Madeira. De outros estados vieram os
talentosos Toninho Horta e o duo de Flávio Guimarães e André
Cristóvam. Quem viu, gostou, gostou muito. A turma da Escola de
Música de Guaramiranga também esteve lá, todos os dias, abrindo
os shows. No hall do teatro, uma bonita exposição contava um
pouco da história do jazz. De tarde aconteciam os workshops. Nas
jam sessions, apresentações inusitadas e inesquecíveis: Toninho
Horta tocava bateria enquanto Arismar do Espírito Santo arrebentava
no baixo.
BANDAS PARTICIPANTES
GUARAMIRANGA:
• Banda de pífaros • Grupo de percussão e sopro • Grupo de flauta • Banda de Música
FORTALEZA:
• Cristiano Pinho e banda • Bedê e banda • Márcio Rezende e banda
135
Remanso Hotel de Serra - Sítio Remanso. Telefone: 85-231.6088. O casal paga R$ 48 pela diária, sem direito a café da manhã. O hotel oferece muitas opções de lazer como o pesque e pague, a quadra de esportes, o salão de jogos e a piscina. O hotel tem ainda um bom restaurante e divertimentos noturnos para os hóspedes. Chalés-Pousada Sítio Paraíso - Estrada Senador Carlos Jereissati. Telefone: 85-224.0215 (segunda a quinta-feira) e 85-321.1197 (a partir de sexta-feira). Os chalés têm varanda, banheiro com ducha quente e uma pequena cozinha com frigobar e fogão. O casal paga R$ 80,00 pela diária com direito ao café da manhã. MULUNGU - A temperatura chega a 16ºC à noite e para esquentar o corpo, a pedida é apreciar um bom vinho. A economia do município gira em torno da agricultura e do artesanato. Em diversos sítios do município, é possível visitar engenhos de rapadura. No mirante do Lameirão, a três km do centro da cidade, tem-se uma visão do sertão de Canindé. A maioria das cachoeiras fica em propriedades particulares, onde o acesso é restrito e pago. Em Mulungu, o turista dispõe de muitas opções de restaurantes e do mais recente empreendimento hoteleiro, o Hotel Hofbrauhaus. Onde ficar Hotel e Restaurante Hofbrauhaus - O hotel alemão veio somar-se ao restaurante, de mesma origem, que já funcionava desde 1999. São 20 apartamentos, sendo quatro no mais autêntico estilo suíço. Cada um dos outros 16 quartos tem uma decoração exclusiva, feita por dez decoradores diferentes. Entre os temas que inspiraram as criações estão as culturas chinesa e árabe e as belezas do mar. O preço por casal com direito a café da manhã é de R$ 75,00 (apartamento sem varanda) e R$ 90,00 (com varanda). De terça a quinta-feira os preços caem para R$ 55,00 e R$ 70,00 respectivamente. Os apartamentos são equipados com telefone, frigobar, som, TV, DVD e vídeo. O hotel dispõe ainda de uma pequena boate para esquentar e animar a noite dos hóspedes. Reservas: Wall Street, Telefone: 85-3486.3900. REDENÇÃO - Fica a 70 km de Fortaleza. A cidade ficou conhecida nacionalmente como a primeira do Brasil a abolir a escravidão, antes mesmo de a Princesa Isabel assinar a Lei Áurea. Na histórica cidade, é possível visitar ruínas de antigas senzalas e monumentos deste
134
cidade são a igreja matriz, construída no século XVIII, e a centenária estação ferroviária. Onde ficar Parador dos Jesuítas - (Ex- Escola Apostólica de Baturité), sítio Olho d'água. Telefone: 85-3347.0362. A arquitetura do Convento dos Jesuítas se destaca no alto da serra. A beleza da construção soma-se ao colorido jardim do local e fazem do convento um lugar agradável e tranqüilo. Os quartos são bem simples, com duas camas e banheiro, mas o que falta em conforto é compensado pela fartura das refeições e pelo tratamento sempre simpático dos padres. A diária custa R$ 30,00 por pessoa e dá direito a café, almoço e jantar. Pousada Santa Edwvirges - Telefone: 85-3302.1416. O acesso à pousada é um pouco difícil. Dentro da propriedade, estão três belas cachoeiras e além do banho é possível fazer trilhas pelo local. A diária do casal custa R$ 45,00 em suíte com frigobar. O café da manhã está incluso. GUARAMIRANGA - A cidade é conhecida como a ''suíça cearense'' pelo clima frio e agradável e a perfeita combinação do natural com o rústico. A variedade de plantas e flores chama a atenção. Doces caseiros, mel de abelha, manteiga da terra e rapadura podem ser comprados e apreciados por toda a cidade. A temperatura varia de 18 a 28 ºC. A animação noturna acontece na pracinha local. A cidade é palco também de diversas atrações culturais durante o ano, como o Festival de Jazz que acontece no carnaval. Em Guaramiranga, está o ponto mais elevado do Ceará, o Pico Alto, com 1.115 m de altitude. De lá se tem uma ampla e bonita visão do sertão e do mar. Onde ficar Centro de Treinamento e Lazer - Sítio Casa Branca s/n. Telefone: 85-3321.1110. A diária do casal com direito a café da manhã custa R$ 50,00. O centro oferece aos hóspedes piscina, salão de jogos e restaurante. Convento da Gruta dos Capuchinhos - Ladeira da gruta. Telefone: 85-3321.1112. Do convento se tem uma visão privilegiada de Guaramiranga. A diária para duas pessoas custa R$ 70 e inclui todas as refeições.
39
• Pádua Filho Trio • Danilo da gaita • Elismário Pereira e banda • Grupo Nó da Madeira • Patriolino e banda • Marcílio Homem Trio
BANDAS NACIONAIS CONVIDADAS:
• André Cristóvan (guitarra) e Flávio Guimarães (gaita) • Toninho Horta (guitarra) e Júlio Barbosa (percussão)
A marca do Festival de 2001
2.3 Histórico 2001
A grande repercussão do evento fez chegar de todo canto do
Brasil bandas para tocar. A organização do Festival convidou uma
curadoria Alexandre Rocha, Antonio Lemenhe, Valdo Siqueira,
Haroldo Ribeiro, Luciano Franco e Alencar Júnior - que teve muito
trabalho para enfim selecionar as bandas cearenses Nó da Madeira,
Adriano Azevedo Mimi Rocha, Nélio Costa, Lily Alcalay, Zé Antônio,
40
Marimbanda, Fátima Santos, Dihelson Mendonça, Café & Cointreau,
a paulista Swing It! Blues e a pernambucana Contrabanda. Foram
convidados: o músico Nenê, acompanhado por Proveta e Silvia
Góes, Arismar do Espírito Santo, a banda paranaense Mister Jack e
Nuno Mindelis, considerado pela revista Guitar Play, um dos
melhores guitarristas de blues do mundo. O público pediu e a
organização atendeu: o Festival desceu a serra e fez mais um show
do artista em Fortaleza. O Anfiteatro do Centro Dragão do Mar de
Arte e Cultura, principal casa de shows da capital cearense ficou
lotado.
BANDAS PARTICIPANTES
GUARAMIRANGA:
• Bandas de pífaros • Grupo de percussão e sopro • Grupo de flauta
BANDAS SELECIONADAS
• Nó da Madeira (CE) • Contrabanda (PE) • Adriano Azevedo (CE) • Mimi Rocha (CE) • Nélio Costa (CE) • Lily Alcalay (CE) • Zé Antônio (CE) • Maribanda (CE) • Fátima Santos (CE) • Dihelson Mendonça (CE) • Café & Cointreau (CE) • Swing It! Blues (SP)
133
Anexo 2 – Cidades do Maciço de Baturité
O Povo. Turismo. 13 de dezembro de 2003. Disponível em: www.opovo.com.br
Todos os preços são simbólicos sujeitos à alterações. Passeios pelas cidades serranas Para um fim de semana agradável uma opção é visitar as cidades da serra de Baturité. Em quase todas há hotéis ou pousadas, restaurantes de qualidade e um bom artesanato para compras. Em Guaramiranga, vale a pena apreciar as flores, que vão das orquídeas aos copos de leite, mas tem também as sempre-vivas e bromélias. Do mosteiro dos capuchinhos, no alto da serra de Baturité, se tem uma vista ampla da paisagem com natureza exuberante de Guaramiranga (Foto: Igor Câmara) [13 Dezembro 01h23min] ARATUBA - É a cidade mais alta do Estado, com 840 metros de altitude e temperatura que oscila entre 18 e 22 ºC. Os açudes públicos Hipólito e Ribeiro da Cunha são atrativos naturais do município. No artesanato, artigos de palha, cerâmica e bordados. Destaca-se também a fábrica de cachaça Pingo de Ouro e a Igreja Matriz de São Francisco de Paula, importante marco histórico da cidade construído em 1888. Onde ficar Hotel São Francisco - Rua Júlio Pereira, 551. Telefone: 85-3329.1158. A diária em suíte simples custa R$ 10,00 sem direito à café-da-manhã. BATURITÉ - É conhecida como a capital do comércio da região serrana, distante 94 km de Fortaleza. Mas outro grande atrativo é a natureza local. São cachoeiras e correntes que compõem o cenário ideal para trilhas ecológicas. A história está presente em todos os lugares, nos casarões centenários dos senhores de café, no Convento dos Jesuítas e no monumento da Maria Fumaça. No museu Comendador Ananias Arruda, peças e documentos retratam um pouco da história e da cultura de Baturité, possibilitando uma gostosa e curiosa volta ao passado. Outros marcos da história da
132
41
BANDAS NACIONAIS CONVIDADAS
• Nenê Trio (MG) • Mister Jack (PR) • Arismar do Espírito Santo (SP) • Nuno Mindelis (SP)
A logomarca do Festival em 2002
2.4 Histórico 2002
A notícia de um festival de jazz e blues em pleno carnaval
circulava no meio musical. Resultado: a curadoria teve mais trabalho
para selecionar as atrações deste ano. As bandas selecionadas
foram Aroldo Araújo, Elismário, Zé Antônio, Nefertiti, Luciano Franco
Quarteto, Adriano Azevedo, Nélio Costa, Marimbanda, Brazuca,
Última Hora, Consciência Musical e a pernambucana The Bluz.
De outras paragens, foram convidadas as bandas de Vitor
Biglione - e o grande baixista Jorge Helder, cearense do bom, a
veterana Cama de Gato - com o talento de Mauro Senise, Paschoal
42
Meirelles, Jotinha, André Neiva e Mingo Araújo. O blues agradou o
público nas apresentações de Pedro Quental, Big Joe Manfra e
Jefferson Gonçalves do grupo carioca Blues e Etc. Para fechar o
evento, uma boa surpresa. Especialmente criada para o Festival, a
banda Os Bluesmen, formada pelos talentosos Bocatto, Flávio
Guimarães, Nasi, Marcos Ottaviano, Adriano Grinenberg, Mario
Fabre e Silvio Alemão. Uma composição inédita que mostrou o valor
do blues brasileiro. Nesta altura, o palco do teatro Rachel de Queiroz
já era pequeno: o público ocupou as praças de Guaramiranga, ao
som do violão de Manasses e do grupo paulista Curupira.
Os workshops lotaram diariamente o teatro. Também teve a
exposição "Jazz para os Olhos", do artista plástico Carlus - belas e
contundentes caricaturas das grandes estrelas do jazz. Nas cidades
vizinhas de Aratuba e Palmácia, a Big Band Show Case (CE) levou
todos a dançar ao som do jazz tradicional e da releitura de sucessos
brasileiros. Em Fortaleza, logo depois da quarta de cinzas, tudo de
novo. Foram mais quatro dias com as bandas convidadas e
outras eleitas por um júri popular em Guaramiranga.
Mais uma vez o público lotou o Anfiteatro do Centro Dragão
do Mar. A programação na capital não parou aí. Além de uma mesa
redonda sobre Jazz, bandas inusitadas se formaram nas jam
sessions em parcerias pra lá de afinadas.
BANDAS PARTICIPANTES
GUARAMIRANGA
• Coral Mina de Voz • Grupo de Tambores de Guaramiranga • Grupo de Violões
131
Anexo 1 - Festas e Eventos de Guaramiranga
1. Fevereiro é o mês do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga. É quando o pessoal que foge do carnaval se encontra pra apreciar o som de músicos de diversas localidades.
2. Em julho chega Mostra do Teatro de Guaramiranga, quando os grupos locais de teatro manifestam sua cultura para a população local e visitante.
3. Em setembro, Guaramiranga realiza o Festival Nordestino de Teatro. Durante 9 dias são encenadas peças de caráter competitivo, de vários estados do Nordeste. Para a abertura e encerramento são apresentados espetáculos consagrados do eixo Rio - São Paulo, seguido de uma grande festa na cidade.
Calendário Anual de Eventos de Guaramiranga
• Fevereiro – (durante o período do carnaval) - Festival de Jazz e
Blues
• Junho – Mostra Junina
• Julho - Mostra do teatro de Guaramiranga
• Setembro – Festival Nordestino de teatro
• Outubro – Festival de Gastronomia
• Novembro – Festival de Vinhos de Guaramiranga (novo 2005)
• Dezembro – Reveillon nas Ruas de Guaramiranga
130
43
• Orquestra da Escola de Música
BANDAS SELECIONADAS
• Aroldo Araújo (CE) • Elismário Pereira (CE) • Zé Antônio (CE) • Banda Nefertiti (CE) • Luciano Franco Quarteto (CE) • Adriano Azevedo (CE) • Nélio Costa (CE) • Maribanda (CE) • Brazuca (CE) • Banda Última Hora (CE) • Consciência Musical (CE) • The Bluz (PE)
BANDAS CONVIDADAS
• Blues Etc (RJ) • Manassés (CE) • Big Band Showkase (CE) • Cama de Gato (RJ) • Curupira (SP) • Victor Biglione (RJ) • Os Bluesmen (SP)
A identificação do evento no ano de 2003
44
2.5 Histórico 2003
Tendo com tema “O Grande Encontro da Música com a
Natureza”, o Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga de 2003
misturou, harmonicamente, os acordes dos instrumentos musicais ao
som da natureza. O repertório ofereceu atrações para todos os que
apreciam a amplitude musical desse gênero e destacou a
importância da cultura artística local, que se mostrou em pé de
igualdade com as atrações nacionais. Um dos momentos mais
esperados foi a apresentação de Hermeto Pascoal, conhecido como
“o bruxo”, sendo um dos maiores gênios em atividade na música
mundial. Este ano, o Festival contou com algumas novidades: os
Tributos homenagens feitos por artistas locais a grandes nomes da
música nacional e internacional e o Jazz ao Meio-Dia, com
apresentações musicais na Cachoeira Talita, na cidade de Baturité.
Outro palco do Festival foi a praça principal da cidade de Aratuba,
em que foram realizados dois shows por noite, durante os quatro
dias de carnaval. A programação do evento constou ainda de jam
sessions, oficinas e wokshops.
Enquanto o som do jazz e blues foi o motivo principal para
atrair o público, os organizadores do evento com a comunidade
aproveitam os intervalos das atividades musicais para manter o
entretenimento no ar durante os quatro dias de Festival. Foram
desenvolvidas ações de conscientização e responsabilidade social
para turistas e para a comunidade. Caminhadas ecológicas em
trechos ainda preservados da Mata Atlântica, blitz ecológicas, feira
de artesanato, oficinas musicais e de reciclagem de lixo, replantio de
129
Anexos
128
REVISTA MARKETING CULTURAL on line, disponível em: http://www.marketingcultural.com.br/oquemktcultural.asp?url=O%20que%20%E9%20Mkt.%20Cultural&sessao=%20oqueemarketingcultural#1 acesso em 07.10.2005
SEBRAE-CE – pesquisa sobre o levantamento da demanda turística de Guaramiranga durante o Festival de Jazz e Blues de 2003 SEBRAE-CE – pesquisa sobre o levantamento da demanda turística de Guaramiranga durante o Festival de Jazz e Blues de 2004. SOIFER, Jack. Empreender turismo e ecoturismo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. Pesquisas nos arquivos da Produção Executiva do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga de 2000 a 2005. WERNECK, Vera R. Cultura e Valor. Rio de Janeiro, Editora Forense Universitária: 2003. http://www.ecologia.org.br/dececo.htm acesso em 07.10.2005
http://www.ejazz.com.br/ojazz/default.asp acesso em 30.10.2005
http://www.merkatus.com.br/10_boletim/18.htm acessado em
04.11.2005
http://pt.wikipedia.org/wiki/Blues Todas as informações específicas
sobre Blues contidas no livro estão disponíveis neste site. Acessado
em 01.11.2005.
45
plantas nativas compuseram o leque de atividades oferecidas em
2003.
Show de Stanley Jordan em 2005
Em Fortaleza, o Festival destacou os melhores momentos,
no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, logo após
a Quarta-Feira de Cinzas. Por quatro dias, bandas nacionais e
quatro selecionadas por júri popular, em Guaramiranga, deram um
tom jazzístico à cidade. A periferia da capital também foi
contemplada com o jazz de raiz da Traditional Jazz Band. Já a
Banda Piamarta apresentou-se no palco ao ar livre, animando a
tarde de domingo do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Estas
apresentações abertas consolidam um dos principais objetivos do
evento, que é a inclusão social e cultural. Ao todo, o Festival
46
proporcionou ao público mais de 60 atividades com a apresentação
das seguintes bandas:
GRUPOS CONVIDADOS
• Hermeto Pascoal (SP); • Fernando Noronha & Black Soul (RS); • Baseado em Blues (RJ); • Traditional Jazz Band (SP); • Duofel (SP); • Alex Holanda e Banda Miscelânea (CE); • Bitten Blues Band (CE); • Moacir Bedê Quarteto (CE); • Banda Juvenil Dona Luíza Távora (CE); • Banda Piamarta (CE); • Tambores de Guaramiranga (CE) • Orquestra Sete Lagos (CE); • Banda de Música de Guaramiranga (CE); • Jam Europa (Áustria).
BANDAS SELECIONADAS
• Dino Rangel (RJ); • Izy Gordon (SP); • Tribo de Jazz (CE); • Marajazz (CE); • Vox Dei Blues Project (CE); • Big Chico Blues Band (SP); • Double Blues Band (CE); • Overtrio (CE).
TRIBUTOS
• Tributo a Ray Charles, com Lúcio Ricardo (CE); • Tributo a Dominguinhos, com Adelson Viana (CE); • Tributo a Sarah Vaughan, com Fátima Santos (AL); • Tributo a John Coltrane, com Márcio Resende (RJ).
127
Bibliografia
DÊGAGÊ - Assessoria de Imprensa – Pesquisa no Clipping
Jornalístico
FARIA, Carlos Alberto. O que é Marketing? Qual o Objetivo do Marketing. Boletim Eletrônico Semanal, disponível em http://www.merkatus.com.br/10_boletim/18.htm acessado em 04.11.2005.
FISCHER, Fernando. Marketing cultural: uso e prática em empresas brasileiras. . 198 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Rio de Janeiro; Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - COPEAD, Universidade Federal do Rio de Janeiro: 1998. GUARAMIRANGA, Site oficial da cidade, 2005, disponível em http://www.tecsist.com/guaramiranga/index.php acessado em 18.10.2005. JAZZ E BLUES, Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga, 2005, disponível em: <http://www.jazzeblues.com.br/> Acessado em 30.10.2005 KOTLER, Phillip. Marketing para o século XXI. Rio de Janeiro, Editora Futura, 1999. _____________. Marketing de A a Z. Rio de Janeiro, Editora Campus; 2003. LEITÃO, Cláudia (ORG.), GESTÃO CULTURAL – Significados e dilemas na contemporaneidade. Banco do Nordeste do Brasil. Fortaleza, 2003. PORTAL UNB, Temas, 2005. Disponível em: http://www.unb.br/portal/temas/desenvolvimento_sust/index.php acesso em 05.11.2005
126
47
O cartaz de 2004
2.6 Histórico 2004
O Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga - realizado
entre 21 e 24 de fevereiro em Guaramiranga e de 26 a 28 em
Fortaleza superou o simples conceito da consolidação. Hoje, afirmá-
lo como uma "opção" no carnaval cearense é muito pouco, assim
como também é modesto dizer que as sessões que se realizam na
serra atraem somente aficionados de gêneros musicais que, no mais
das vezes, acredita-se erroneamente serem consumidos apenas
pela elite.
Prova disso são o crescimento e a diversificação das
platéias - tanto nas apresentações, jam sessions, workshops,
ensaios abertos e oficinas em Guaramiranga quanto em Fortaleza,
nos shows e outras atividades realizadas no Centro Dragão do Mar
de Arte e Cultura. As cidades de Aratuba e Mulungu também
absorveram eventos do Festival. Cerca de 7 mil pessoas subiram a
serra este ano, mais do que a população de Guaramiranga.
48
A quinta edição é um marco na história do Festival de Jazz e
Blues de Guaramiranga. Algumas inovações foram oferecidas ao
público em 2004 - a inclusão de atrações internacionais na
programação. Nomes como o do guitarrista Stanley Jordan, virtuoso
e aplaudido músico norte-americano, e o do grupo Without Words,
trio feminino canadense que tem surpreendido as platéias dos
Estados Unidos e da Europa em festivais de jazz, acrescentaram
novos sons. Já na serra, a Arena Sebrae serviu de ponto de
encontro e intercâmbio de experiências de músicos, luthiers, artistas
gráficos e fãs de jazz e blues, em memoráveis jam sessions e shows
de bandas que integraram um animado circuito paralelo. Por fim, em
Fortaleza, uma grande festa de encerramento do Festival na boate
Órbita.
As atrações do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga 2004 foram:
Convidados
• Big Gilson & Blues Dinamite • Gilson Peranzetta • Heraldo do Monte • Manassés & Waldonys • Renato Borghetti • Sérgio Duarte • Without Words • Bandas selecionadas • Adriano Azevedo (CE) • Banda Timbral - Lu de Souza (CE) • Bitten Blues (CE) • Blues Label (CE) • Bossa Jazz - Romeu Castro (CE) • Celso Salim e Banda (DF)
125
Mas o brilho dos espetáculos, a diversidade de opções para
atividades durante o dia, a gastronomia dos restaurantes da região,
continuam a atrair turistas e amantes da musicalidade do Jazz e do
Blues. E de amantes do teatro, da culinária, do vinho ...
E estamos concluindo este livro. Trouxemos informações e
mais informações, que se pretendia organizadas. História do festival,
histórias, roteiros, informações diversas, propostas de reflexão sobre
assuntos em movimento como o marketing, a ecologia, o turismo e a
cultura. Não é um manual, não é um almanaque, nem um livro de
história. É um bate-papo informal que se interrompe aqui. Quem
sabe voltemos a tratar de assuntos semelhantes, e de eventos
semelhantes, sediados em outras regiões? E em outras épocas?
124
conhecidos, ou alugam casas dos moradores locais (que acabam
não participando efetivamente do evento).
Vinculado à hospedagem tem a questão da infra-estrutura da
própria cidade. Nos momentos de maior concentração de pessoas
na região central da cidade (nos arredores do Teatro Rachel de
Queiroz) sente-se a falta de mais banheiros públicos, por exemplo.
Durante o dia algumas pessoas se queixam da falta de banheiros
públicos que permitam um banho.
Pelas pesquisas realizadas tanto pela nossa equipe como
pelo SEBRAE é um item de reclamação considerável o preço
cobrado pelos ingressos para os shows do Festival. A argumentação
dos organizadores é de que o Teatro comporta apenas
aproximadamente 350 pessoas e o custo da realização, mesmo com
os patrocínios, é elevado. Seria então o caso de se ampliar as
instalações do local, para que abrigue mais público. Também se
cobra a questão da falta de conforto na parte interna.
A população de Guaramiranga, pelo menos em parte,
também questiona sua impossibilidade de assistir e participar mais
do evento devido aos custos muito elevados e distantes de suas
condições financeiras.
Estas reclamações têm gerado soluções ao longo do tempo.
Ainda precisam de uma maior concentração de esforços no sentido
de resolver a maioria dos problemas, de uma vez por todas.
Podemos dizer que são “ossos do ofício”, “o preço do
desenvolvimento” e o que mais quisermos falar. Apenas não
podemos descuidar para que o eventual acúmulo de reclamações
desfigure um evento tão interessante em suas diversas facetas.
49
• Edu Negrão (SP) • Mazinho Ventura (RJ)
Tributos
• Idilva Germano - Tributo a Billie Holiday • Dhielson Mendonça e Eletrik Band - Tributo a Chick Corea • Shows no fim da tarde - Arena Sebrae • Banda dos Meninos da Casa Grande (Nova Olinda-CE) • Banda Miscelânea (Guaramiranga-CE) • Lúcio Ricardo (Fortaleza-CE) • Realejo Jazz Quartet (Fortaleza-CE) • Romildo Santos (Fortaleza-CE) • Tambores de Guaramiranga (Guaramiranga-CE) • R3 Blues (Fortaleza-CE) • Violões de Guaramiranga (Guaramiranga-CE)
A marca do Festival no ano de 2005
2.7 O crescimento - Histórico de 2005
Enquanto as nuvens se aproximam da terra, o som das
guitarras, sax e baixos ecoam na pequena Guaramiranga. Em pleno
verão, enquanto o Nordeste brasileiro arde ao ritmo do frevo e axé,
naquela serra acontece o Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga.
50
O clima é outro - agasalhos para o frio e o verde da Mata
Atlântica a brilhar. Carnaval em Guaramiranga é assim. As estreitas
ruas, os dois teatros e três praças abrigam talentosos músicos e
inúmeros amantes da boa música. O Festival mostra a riqueza da
cena no Ceará reunindo os variados sons do Brasil em shows
memoráveis.
O evento mais inusitado do país no período momino faz
acreditar que ainda é possível respirar, ou melhor, escutar outros
sons que não aqueles impostos por uma indústria cultural que exclui
da criação artística o improviso e a criatividade, o verdadeiro espírito
da música.
O fato é que o Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga
está plenamente integrado ao calendário turístico e cultural do
Ceará, obtendo repercussão e reconhecimento em todo o Brasil e
além-fronteiras.
O que no ano de 2000 era apenas uma idéia ousada mostra
agora que é de fato uma soma de boas soluções para demandas
como geração de emprego e renda, qualificação profissional,
intercâmbio de informações e educação – tudo isto baseado em
projeções realistas e planejado para crescer racionalmente,
respeitando aspectos sociais, econômicos e ambientais.
O Festival na quarta-feira de cinzas desce a serra até
Fortaleza, onde repete o sucesso de público e crítica. Shows, jam
sessions, ensaios abertos, workshops, oficinas de arte, ações
paralelas de preservação ambiental - muito som e boa conversa;
tudo isso em ambiente aconchegante, hospitaleiro e feliz.
123
aceleração no processo de desenvolvimento de um sem número de
pequenas localidades ou micro regiões. Não sem tomar cuidados e
ter um planejamento adequado.
Homem e natureza: convívio em harmonia é possível
Guaramiranga tem aproximadamente 5.500 habitantes.
Durante o período do Festival recebe um número estimado de 7.000
turistas. Isto é mais que a própria população fixa. Então se precisa
considerar que todo este povo flutuante precisa de atenção em todos
os sentidos.
Primeiro quem visita a cidade precisa de hospedagem.
Desde a realização do primeiro festival tem crescido a olhos vistos o
número de pousadas e pequenos hotéis na região. Alguns até com
sofisticação. Até o evento de 2005 este ainda é um problema sem
plena solução. Muitos visitantes se hospedam em casas de amigos,
122
empregar uma a 1,2 pessoas. Um apartamento ocupado significa também uma mesa de restaurante ocupada, ao menos para uma refeição ao dia, o que cria 0,3 posto de trabalho....... Nos países onde o turismo é bem organizado e se explora (no bom sentido) o máximo da potencialidade do lugar, estima-se que cada apartamento ocupado gere dois outros empregos diretamente nos elos da cadeia de serviços e mais um ou dois empregos indiretos (produção de alimentos e bebidas, artesanato, transporte coletivo, etc.) (SOIFER, 2005, p.: 9).
Com toda esta conversa trouxemos informações sobre
cultura, ecologia, marketing e turismo. De tudo o que pretendíamos
trazer para mostrar ainda falta conversarmos sobre desenvolvimento.
Depois de todas as informações expostas, através de nossa
conversa torna-se possível perceber a importância, da realização de
eventos interessantes, bem organizados e bem divulgados para o
crescimento/desenvolvimento de qualquer localidade.
Sobre o assunto localizei no portal da UnB o seguinte:
“Desenvolvimento sustentável "satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades". É o desenvolvimento econômico, social, científico e cultural das sociedades garantindo mais saúde, conforto e conhecimento, sem exaurir os recursos naturais do planeta”. (PORTAL UNB, 2005)
A partir de todas as percepções em que está envolvido o
Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga pode-se concluir que
turismo, cultura, marketing e ecologia, não necessariamente nesta
ordem, podem andar juntos. E juntos podem ajudar a conseguir uma
51
A Programação da Edição de 2005:
De 5 a 8 de fevereiro em Guaramiranga e 10 a 13 em
Fortaleza, realizou-se a 6ª. Edição do Festival de Jazz & Blues de
Guaramiranga. – Eis a programação completa: (Jazz e Blues, 2005).
GUARAMIRANGA
Teatro Municipal Rachel de Queiroz:
05.02,2005
14h - Ensaio Aberto - Lancaster
20h - Show Em Torno do Tom - Consiglia Latorre (SP/CE) / Victor
Biglione & Ithamara Koorax (RJ)
22h - Show - Big Joe Manfra e Banda (RJ) / Lancaster & Flávio
Naves (SP)
06.02.2005
14h - Conversando com Paulo Jobim
20h - Show - Jorge Helder Trio (CE/RJ) / Quarteto Jobim - Danilo
Caymmi, Paulo Braga, Daniel e Paulo Jobim (SP)
22h - Show - Tributo a Elvin Jones - Denílson Lopes (CE) / Hélio
Delmiro e Banda (RJ)
0h - Show (extra) - Quarteto Jobim
07.02.2005
14h - Ensaio Aberto - Nuno Mindelis
22h - Show - Blues Label (CE) / Nuno Mindelis e Banda (SP)
0h - Show - Carlinhos Patriolino e Banda (CE) / Stanley Jordan e
Banda (EUA)
06.02.2005
14h - Workshop - Naná Vasconcelos (PE)
52
20h - Show Briga de Foice - Renno Saraiva & Ítalo Almeida (CE) /
Pedro Aznar Trio (Argentina)
22h - Show - Meninos da Casa Grande (CE) e Naná Vasconcelos
(PE)
Arena Sebrae
05.02.2005
10h - Oficina 17h - Instrumental Maranhão/ Instrumental
Pernambuco
0h - Lançamento de CD instrumental - Adriano Azevedo (CE)
06.02.2005
10h - Oficina
17h - Instrumental Rio Grande do Norte/ Instrumental Bahia
0h - Lançamento de CD instrumental - Luciano Franco (CE)
07.02.2005
10h - Oficina
17h - Instrumental Sergipe/ Instrumental Piauí
0h - Lançamento de CD - Double Blues Band (CE)
08.02.2005
10h - Oficina
17h - Instrumental Paraíba/ Instrumental Alagoas
0h - Lançamento de CD instrumental - Luís Miguel (CE)
FORTALEZA
Locais: Workshops - Escola Viva Música Viva/ Shows - Theatro José
de Alencar TJA)/ Jam Session e festa - Buono Amicis
10.02.2005
10h - Workshop - Jorge Helder (baixo)
121
gastronômico (em novembro de 2005 realizou-se o 1º. Festival de
Vinhos de Guaramiranga). O Festival de Jazz e Blues de
Guaramiranga realmente tem todas estas conotações. Podemos
dizer, agora sem medo de errar, que ele é uma ferramenta que
impulsiona o turismo na época de sua realização, bem como pelo
tempo de sua existência, serviu e serve de alavanca para o turismo
em outras épocas do ano, em toda a região.
Trilha ecológica no parque das cachoeiras
É importante considerarmos a relevância do turismo em um
estado como o Ceará, e mesmo em nível de um país continental
como o Brasil. Nosso país é muito carente de empregos, tem uma
péssima distribuição de renda. Em contrapartida possui uma vasta
extensão territorial com infinitas riquezas naturais e históricas.
O turismo chamado de indústria sem chaminés, cria muitos postos de trabalho. Em geral, para cada apartamento de hotel/pousada, é necessário
120
Preservação Ambiental o festival também se relaciona com a
conscientização sobre a preservação do meio ambiente, tendo aí a
possibilidade do marketing social. E, nas aparências, todos os
segmentos funcionam a contento. Naturalmente que o nível de
desempenho tem a ver com a proximidade dos temas com uma
maior ou menor freqüência de público.
No final das contas até este livro acaba servindo de
ferramenta de marketing para o Festival......
Bem, agora vamos tratar de turismo:
O turismo é uma importante atividade de lazer quando as pessoas têm bom poder aquisitivo. A maioria aproveita feriadões e as suas férias para visitar locais que oferecem o lazer esperado. A cada ano poderão ter focos diferentes e, com freqüência, o turista deseja combinar várias atividades. Ele deseja fazer algo deferente do quotidiano, enriquecer seus conhecimentos, sua vivência, divertir-se, sentir prazer. É o prazer da culinária, de uma praia morna de vistas deslumbrantes, de dançar, ver prédios, jardins, ambientes bonitos. Visitar museus, catedrais, praças, locais que marcaram a história da cidade, do estado ou do país. (SOIFER, 2005, p.: 5)
Podemos então dizer que tal qual o Marketing, o Turismo
também foi ganhando variedades: temos o turismo de eventos (bom
nome este em se tratando do festival); temos o turismo ecológico
(também sobra uma pontinha para ser considerado nos dias de
realização do festival); turismo de aventura (encontramos no parque
das trilhas rapel, “tirolesa”...); também vemos o turismo cultural
(proposta inicial do nosso estudo); e, ainda, entre outros o turismo
53
21h - Shows - Hélio Delmiro e Banda (RJ) / Pedro Aznar Trio
(Argentina)
0h - Jam Session
11.02.2005
10h - Workshop - Lancaster & Flávio Naves (guitarra e teclado -
blues)
21h - Shows - Victor Biglione & Ithamara Koorax (RJ) / Naná
Vasconcelos (PE)
12.02.2005
10h - Workshop - Stanley Jordan (guitarra)
21h - Shows - Big Joe Manfra e Banda (RJ) / Nuno Mindelis (SP)
0h - Festa com Double Blues (CE) e Lancaster & Flávio Naves (SP)
13.02.2005
10h - Workshop - Big Joe Manfra (guitarra - blues)
21h - Shows - Jorge Helder Trio (CE/RJ) / Stanley Jordan (EUA)
2.8 O próximo – 2006
Em Fevereiro de 2006, mais precisamente no período
carnavalesco que vai de 25 a 28 teremos a realização da 7ª. Edição
do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga.
Diferentemente dos anos anteriores a programação deverá
ter assumido feições novas ao iniciar no começo do mês de
Fevereiro em Fortaleza, nos bares temáticos de Jazz e Blues,
subindo a serra no carnaval e depois descer para Fortaleza
novamente.
54
119
1. O marketing procura o equilíbrio entre a oferta e a demanda.
2. Marketing não é a arte de descobrir maneiras inteligentes de descartar-se do que foi produzido. Marketing é a arte de criar valor genuíno para os clientes. É a arte de ajudar os clientes a tornarem-se ainda melhores.
3. Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de rentabilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente”.
A AMA – American Marketing Association define Marketing
como sendo um “o processo de planejar e executar a concepção,
estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias,
produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas
individuais e organizacionais".
E a partir destas definições foram criadas muitas variedades
de marketing (cultural, turístico, de eventos, ecológico, interno, de
relacionamento, pessoal, político, social, etc.) Tudo o que é feito ou
pensado para tentar vender alguma idéia, serviço ou produto é
chamado de marketing e associado às características funcionais
respectivas.
No caso do Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga o
marketing está presente em muitas destas variedades. Ele é
mostrado como um evento cultural. Também podemos associá-lo ao
marketing turístico, pelas próprias características da venda de um
produto para quem não reside na cidade onde ele é realizado. Por
ser realizado em uma região registrada como APA – Área de
118
estamos tratando de percepções e oportunidades, vislumbrei mais
um nicho de trabalho que pode ser encampado em outras
articulações de eventos desta espécie.
Então mudemos de assunto. No começo deste livro falamos
um pouco do marketing cultural. Eram informações básicas
relacionando os motivos e parâmetros estabelecidos para a pesquisa
que fizemos. Pois é! O Festival, por sua natureza, também provoca
ações de Marketing.
E como todo produto que se diz de qualidade e que procura
atingir o sucesso tem que ser objeto de ações mercadológicas. E
aqui temos uma variedade de ações que poderiam ser traduzidas
como Marketing Cultural, outras por Marketing Turístico e outras de
pura propaganda. E não podemos deixar de salientar uma das forças
da comunicação no Festival: a propaganda boa à boca.
Curiosamente estes aspectos mercadológicos formavam o foco de
todo o trabalho da nossa equipe, formada por professores e alunos
de comunicação social.
A palavra marketing é traduzida para o português como
sendo mercadologia. Market significa mercado. O sufixo ing dá o
tom do gerúndio, ou do movimento: mercadando ou fazendo
mercado. Feio, não é? A palavra nem está registrada nos nossos
dicionários. A palavra marketing já consta dos dicionários Michaelis e
Aurélio.
Muitas pessoas escrevem e definem Marketing. E Theodore
Levitt, autor clássico da área, tem uma definição de marketing, muito
utilizada e divulgada: "Marketing é obter e manter clientes".
E Phillip Kotler, o grande nome do Marketing de início de
século XXI, trás algumas definições:
55
3 – Histórias e opiniões sobre o Festival e seus desdobramentos ”......Um grande festival de jazz, blues e música instrumental.A quinta
edição do Festival de Guaramiranga, no interior do Ceará, confirmou:
a cada ano, a cidade respira música da melhor qualidade. “ -
Jornalista Alexandre Rocha - Matéria publicada no Correio
Brasiliense/DF, Fevereiro de 2004.
“ O Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga é um exemplo de
como eventos de música podem dar certo no Brasil,basta ter
profissionalismo. [...] Realizar um festival de música instrumental no
Nordeste, durante o carnaval, é supreendente e desafiador.”
Jornalista Demma K. - Reportagem publicada na Revista Guitar Player,
Abril de 2003.
“De sábado a terça de carnaval, Guaramiranga funcionou como uma
filial do paraíso antisambódromo, misturando atrações de
repercussão nacional com uma supreendente cena local.” Jornalista
Júlio Moura - Artigo publicado no jornal Tribuna da Imprensa/RJ, Março
de 2002
Opiniões como estas acima foram uma constante ao longo
da história do Festival. A imprensa local e nacional divulgou e
divulga o evento com toda a sua relevância, já, no cenário artístico
cultural do Ceará e do Brasil.
Para nós que participamos ativamente dos eventos de 2004
e 2005, tendo acesso aos organizadores, aos artistas e a quase tudo
que envolve o Festival, foi tudo muito gratificante. Pudemos sentir e
56
perceber diversas nuanças que o Festival contém e que passam
despercebidas pela maioria das pessoas. Um aparente simples
evento musical poderia fazer refletir muito mais que o próprio evento
em si?
Bem, todos nós que participamos da pesquisa de campo
tivemos a oportunidade de produzir um relatório referente à
experiência vivida. Num papo legal com cada um dos integrantes do
grupo tentamos trazer as suas percepções sobre a experiência.
E isso foi feito. Então, a seguir virão pequenas conversas
com relatos de cada participante da equipe sobre o que captaram
em todas as suas atividades.
3.1 Rebeca e sua “aventura cultural”
A Rebeca é solteira, tem 21 anos, nasceu em Fortaleza,
entrou na FACE no ano de 2003 e atualmente trabalha como modelo
para comerciais. Rebeca sentiu-se atraída pela idéia do trabalho
mais pela curiosidade de aluna nova na faculdade e pela “aventura
cultural” que isto poderia representar. Empolgada diz “em princípio
nos organizamos fazendo um cronograma para seguirmos no
decorrer dos quatro dias do Festival. Para iniciarmos as pesquisas
de campo tivemos inicialmente que estudar o projeto, para daí
termos base de como iríamos prosseguir”.
Perguntei como foram suas atividades durante o tempo em
que esteve em Guaramiranga. Sempre feliz com seu trabalho ela
conta que “conversamos com várias pessoas que foram visitar a
cidade, alguns que foram especialmente para prestigiar o festival,
pois gostam muito do estilo Jazz e Blues. Eram de várias faixas de
117
6. Não consumas alimentos suspeitos de incluírem componentes nocivos;
7. Não compartilhes do modismo vulgar de que "desenvolvimento & progresso" do atual modelo sócio-econômico justificam tecnologias alienantes ou destrutivas;
8. Denuncia todos os crimes contra a Ecologia; 9. Analisa racionalmente o comportamento humano com
relação ao avanço da tecnologia, bem como os referentes aos atuais clichês políticos; indaga, pesquisa, reflete, contesta, procura esclarecer-te à luz da ciência e da ética sobre todos os atos da existência, sem escravizar-te a modismos, conceitos e convenções;
10. Liberta tua mente e não aumentes as fileiras de acomodados mentais ou de servos da hipocrisia, pois outros podem tirar proveito do teu ideal.
É muito importante que cada um tenha consciência de suas
responsabilidades com a natureza. Segundo SOIFER, 2005, a
Conferência do Meio Ambiente de Estocolmo em 1972 estabeleceu
que: o homem é ao mesmo tempo criatura e construtor de seu meio
ambiente, que lhe dá sustento físico e lhe oferece a oportunidade de
crescimento. E o mesmo autor complementa:
Até no Hino Nacional brasileiro louvamos a natureza: “Do que a ‘terra mais garrida, teus risonhos lindos campos têm mais flores; nossos bosques têm mais vida, nossa vida no teu seio mais amores”. Pena que muitos queimam nossos amores e envenenam nossas flores. Mas você certamente será um dos que daqui por diante as preservarão. E motivará sua comunidade para defender o que nos foi apenas emprestado. (SOIFER, 2005, p.: 120).
Chega de ecologia? Estás bem! Mas este não é mais um
papo cabeça sobre a ecologia. Achei importante, pois, como
116
E não estamos todos apenas dentro de nossa casa física.
Estamos nas cidades, nos campos, nas serras, nas matas, nas
praias...também usufruímos de tudo que estes lugares podem nos
oferecer! E, como a nossa casa, também devemos cuidar para que
tudo esteja bonito, arrumado, inteiro, com todos os seus ingredientes
no lugar para que, também lá, possamos ser felizes.
E como é legal andarmos por aí conhecendo pessoas e
lugares bonitos. E filmando, tirando fotos, ou simplesmente
apreciando tudo! Mas e o Festival? Onde entra nesta história? Bem,
é fácil! Ele é realizado em um lugar bonito por natureza, recebe
muita gente de muitos lugares, apresenta talentos musicais, talentos
artísticos, talentos de diversos tipos. E seus organizadores não
esquecem de pedir atenção para o meio ambiente. Existe toda uma
preocupação com a questão do lixo, e sua reciclagem. São
oferecidas oficinas sobre o assunto. Nas caminhadas pelas trilhas os
guias orientam a todos sobre os cuidados básicos com seu próprio
bem estar e como proceder em relação ao meio ambiente também.
A AME nos apresenta o Decálogo da Ecologia, Disponível em: http://www.ecologia.org.br/dececo.htm acesso em: 07.10.2005:
1. Ama a natureza, fonte de vida, honrando-a com dignidade, em todas as suas manifestações;
2. Defende o solo onde vives, mas também aquele das demais criaturas;
3. Protege a vida dos animais, consentindo em seu abate somente para suprir as necessidades alimentares;
4. Condena a produção que favorece unicamente o produtor, em detrimento da satisfação das necessidades do consumidor;
5. Condena a agricultura irracional, predatória, contaminante, que tanto "sustenta" como elimina vidas;
57
idade. Uma coincidência desse público entrevistado é que a maioria
apreciava o estilo MPB. Já outras pessoas entrevistadas foram para
Guaramiranga para fugir da rotina dos carnavais tradicionais.
Disseram-nos que o que lhes agradou na cidade foram a
receptividade dos nativos nas hospedagens. Só ficaram insatisfeitos
com a estrutura um pouco precária da cidade e do teatro. Pelo fato
de já ser a 5ª edição do festiva l(2004), eles disseram que já
poderiam ter feito algumas mudanças no teatro, como ar-
condicionado, cadeiras confortáveis e na cidade, como banheiros
químicos, e guias de turismo para melhor comodidade dos visitantes”.
Rebeca, que soube aproveitar ao máximo o tempo
disponível mesmo durante o trabalho pode sentir que “os músicos
com suas performances maravilhosas davam um show e
encantavam a todos que os assistiam. Tive a oportunidade de
entrevistar os músicos Celso Salim, Mazinho Ventura e Dino Rangel,
que receberam nossa equipe calorosamente, nos dando muita
atenção. Perguntamos sobre o festival, suas expectativas sobre o
mesmo, seus projetos de trabalho, a influência do festival nesse
período em que prevalece o carnaval tradicional, enfim sobre os
diversos aspectos envolvidos com suas participações no Festival”.
Para encerrar ela conta sobre a visita à pousada Logradouro
“onde os músicos estavam hospedados, fomos muito bem recebidos
pelos proprietários que nos deram total liberdade para conversar
com músicos. A organização do Festival de Guaramiranga, que é
produzido pela Via de Comunicação fez um trabalho maravilhoso e
foi bastante acolhedora ao nos autorizar fazer as entrevistas com os
músicos. A Vânia, com quem tive mais contato, nos recebeu muito
58
bem, nos ajudou bastante na abertura do espaço para realizarmos
nossas entrevistas”.
Festival de 2005
3.2 Izaelle, a entrevistadora
Izaelle, nome de guerra de Izaelle de Sousa Oliveira, 20
anos, nascida aqui em Fortaleza, entrou na FACE em 2003.
Estagiou na Agência Modelo de Publicidade da faculdade, adora
música, cinema e TV. No primeiro semestre de 2005 viajou e está na
Alemanha, em Munique. Aproveita para aprender a falar alemão e
tentando a sorte como modelo. Izaelle como uma adepta da
comunicação resolveu contar suas observações a partir da pesquisa
que realizamos. Para cada pergunta uma resposta com a percepção
do que captou junto ao público entrevistado.
115
pensamento, onde tudo está relacionado com tudo, inclusive com as
soluções. Como ciência do inter-relacionamento homem/natureza,
ela não pode ser vista apenas como o estudo do meio físico, pois de
suas pesquisas e análises depende a compreensão da harmonia
entre o homem e o ambiente.“
Tempo de romance emoldurado pelas flores da serra
Novamente se fala da natureza e do homem e do seu inter-
relacionamento. Como quando falamos há pouco sobre cultura.
Ecologia vem do grego Eco = casa e Logus = estudo. Estudo da
casa. Estudo de onde habitamos. E nós sempre queremos nossa
casa bonita, arrumada, inteira, com todos os ingredientes que
permitam ou possam permitir sermos felizes dentro dela, inclusive ao
lado de outras pessoas.
114
trilha musical deste encontro de muitas culturas é o Festival de Jazz
e Blues.
Pintando Camisas na Barraca de um Patrocinador
Cultura tem origem no verbo cultivar. Cultivar é cuidar, tomar
conta, ajudar a crescer. Desenvolver. E cultura tem a ver com a
natureza. Então a cultura do lugar deve ser a de harmonizar o canto
dos pássaros, com as flores, com o clima e com a música que vem
de fora. E com o homem que de tudo participa. E esta mistura, talvez
um pouco surrealista, dá tons diferentes ao ritmo de vida de
Guaramiranga e da região.
Ecologia é outro tema que o Festival carrega consigo. E
estamos aqui para levar um papo sério sobre este assunto tão em
pauta nos últimos tempos. E de tanta importância para a vida de
todos. Segundo a AME - FUNDAÇÂO MUNDIAL DE ECOLOGIA
(World’s Ecology Foundation): “Ecologia é um nível superior de
59
Ela começou falando da experiência de ter conversado com
os donos de estabelecimento de comércio e de prestação de
serviços. Perguntou o que mudou na cidade desde a 1ª edição. E
recebeu como resposta que “os moradores antes do festival
trabalhavam muito e ganhavam pouco e com a demanda dos turistas
puderam aumentar preços, quantidade e conseqüentemente a renda;
a cidade não tinha características e estrutura de uma cidade; as
casas não eram pintadas, não tinha calçadas, farmácias; As ruas
eram pequenas e havia muito mato”.
Público presente nos bares em frente ao Teatro
Os entrevistados também permitiram a Izaelle concluir que
“houve uma conscientização dos moradores diante dos seus
benefícios e reconhecimento maior da cidade; a vinda de secretários
da prefeitura; a realização de entrevistas; a realização de pesquisas;
60
a necessidade da opinião e da aprovação dos moradores para a
realização do evento e mudança em sua cidade fez com que eles se
sentissem notados e importantes”.
Sobre o que muda na cidade na época do carnaval Izaelle
percebeu nas informações recebidas que “o movimento comercial e
de turistas aumentam. O estilo musical muda e eles têm um contato
maior com a cultura (embora não participem) e com um nível de
pessoas mais cultas. A renda aumenta. Os moradores deixam suas
casas e as alugam, indo para casa de familiares; outros vendem
marmita, cobram aos campistas por um banho, ou seja, os
moradores se dedicam totalmente e exclusivamente ao evento,
deixando suas ocupações e seus lares em função do evento. A
cozinheira do hospital monta uma lanchonete; a professora vende
comida típica; a agente de saúde vende plantas, enfim, cada um tira
sua participação rentável do evento”.
Na observação dos donos de estabelecimentos de como é
Guaramiranga durante todo o ano eles disseram a Izaelle que “os
moradores vivem da feirinha que fica na praça. A cidade é calma e
conta com a visita de alguns turistas. Guaramiranga “descansa” e
fica na expectativa do próximo evento e na espera por seus turistas”.
Nossa pesquisadora quis saber qual o impacto, em termos
socioeconômicos, do festival para a cidade de Guaramiranga? A
resposta obtida foi de que “há um consenso de que o festival traz
muito dinheiro e aumenta as vendas. O dinheiro dos turistas é gasto
todo durante o festival, como o nível social e econômico do público
que vem a Guaramiranga é bem elevado, torna o evento bem
rentável. Para os moradores a renda se torna 100% enquanto que a
cultura é 0%”.
113
humana na natureza, a modificação que nela faz o homem em proveito próprio. Assim entendida, tanto as práticas da agricultura quanto o domínio do saber erudito são considerados como cultura. Tanto a técnica da expressão artística quanto a informática ou a música popular são classificadas como manifestações culturais por representarem demonstrações da ação humana dando um novo sentido à natureza.
Não só é aculturado aquele que conhece os clássicos, mas também o que participa da produção humana mais poipular e prática. (WERNECK, 2003, p.1 e 2)
Produção humana, natureza, interferência, erudito, popular.
Cultura. Do tradicional ao novo, uma ruptura. Uma provocação?
Talvez! Ousadia, quem sabe? O fato é que a própria natureza do
brasileiro, que tem fama internacional de bem receber os povos que
lhe visitam, ajuda a aceitar e acomodar iniciativas que tragam este
“conflito” cultural tão salutar.
O Jazz e o Blues, na sua leveza musical, podem trazer
sentimentos de bossa nova, da mais pura música popular brasileira;
podem trazer o improviso, a quebra de ritmos; jeitinhos sonoros
muito parecidos com o jeitinho brasileiro de ser.
E a natureza? Ah! A natureza tão maravilhosa, tão generosa
com a região do maciço de Baturité, está lá! Na suavidade bucólica
de seus montes, picos e vales, de braços abertos para acolher o
som diferente ou os sons diferentes também! E cada um a seu modo
interfere ou sofre a interferência das belezas naturais do lugar. E a
112
padrões como tema principal. E, pasmem, aqui no Ceará tem um
deles, justamente este maravilhoso Festival de Jazz e Blues de
Guaramiranga. E o que é mais interessante. Já tem 6 (seis) anos de
vida e é realizado na época do carnaval. Ééééé! Na época do
carnaval! E com muito sucesso!
As modelos da Equipe com as blusas do Festival 2004
Eu disse no começo deste capítulo que gostaria de mostrar
alguns aspectos que passam longe do olhar dos participantes do
Festival. A questão cultural é um deles. Guaramiranga e o Ceará têm
sua própria vocação para a música da terra, o forró. Ritmo agitado,
de dança, gingado, dois pra lá dois pra cá, alguns dizem, valsa
ligeira. Cultura da terra.
E o que é mesmo cultura? Vera Rudge Werneck diz:
Em geral admite-se como característica fundamental da cultura a interferência
61
Sobre ter uma boa estrutura para suportar eventos deste
porte pode-se observar que “a cidade sente um grande orgulho pelo
festival, mas quer ter uma boa estrutura para mostrar a quem vem
aqui conhecer e acolher melhor o evento. A cada ano a cidade
melhora algo mais que no ano anterior, mas as necessidades para
suportar um evento da espécie ainda são grandes. O número de
restaurantes, pousadas, banheiros, e espaço é pequeno. O
estacionamento não é suficiente, ou seja, a cidade sente a
necessidade de um maior crescimento com o evento. Ela precisa ter
mais características de cidade como, por exemplo, ter um posto de
gasolina, ter mais depósitos de material de construção e uma maior
diversificação. Os estabelecimentos comerciais de cada tipo são
poucos, se não únicos. A falta de concorrência (a lei da oferta e da
procura) de preços, incentiva os comerciantes a venderem pelo
preço que quiserem”.
Nós queríamos saber se no entender dos donos de
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, o festival
de Jazz e Blues é o maior evento cultural de Guaramiranga. Eles
não têm uma opinião segura e definitiva “dizer qual é o maior evento
entre o festival de Jazz e o de teatro é difícil. As pessoas ficam
divididas entre um e outro. O festival de teatro interage com os
moradores, distribui ingressos, cria cursos e atividades para serem
feitas com as crianças da cidade levando os moradores a
conhecerem e participarem do festival. O evento é considerado o
maior (dura mais dias), mais abrangente e engaja os moradores nas
atividades. Mas quando se trata do fator econômico, o Festival de
Música fala mais alto. A dúvida permanece. O teatro tem várias
qualidades, benefícios, ocorre em um período que não tem chuvas, a
62
duração é maior. Há uma contribuição cultural direta, mas quando
eles pensam no fator econômico o festival de Jazz é considerado o
maior e melhor. No festival de Jazz quem compram são os turistas e
não o público do evento”. Nossa equipe pode constatar que são
muito poucas as opções de lembranças da cidade, ou do próprio
evento. Viu-se apenas camisas relativas ao festival. Talvez ainda
falte ao pessoal nativo ou mesmo a gente ligada a organização
colocar o foco na direção do suprimento desta lacuna.
Nas questões levantadas pela nossa equipe tem uma
sobre se quem gasta mais é o público jovem ou o mais velho. Na
visão dos entrevistados eles acham que “dizer qual público gasta
mais, se é o jovem ou o mais velho, é muito relativo. Os mais velhos
gastam com plantas, quadros, artesanato, enquanto que os jovens
gastam com bijuterias, em lanchonetes; são considerados
consumistas. Alguns dos vendedores que vem de Fortaleza
reclamam que as pessoas na cidade não gostam do preço e não
querem pagar, enquanto que no festival os turistas não reclamam,
fazendo assim com que o mercado de vendas criado na época do
festival seja convidativo aos comerciantes de fora”.
E a ausência do carnaval “tradicional” como fica? Para “a
maioria dos moradores (de idade mais avançada) não sente a falta
da folia, preferem a harmonia do período no Festival. Alguns
(aqueles com mais estudos) têm a consciência que o festival é feito
para quem quer fugir da folia. Os moradores mais jovens sentem a
necessidade do carnaval na época certa (período do festival),
querem que o festival mude de data e se queixa do evento ser
inacessível aos moradores. O custo do ingresso é muito alto e eles
reclamam de não poderem participar e que apenas trabalham”.
111
• Estimular os estudantes a criar e participar de grupos de
pesquisa, a partir das histórias contadas pelos
participantes;
• Falar um pouco da importância cultural do evento,
alternativa temporal aos costumes nativos;
• Demonstrar que o Festival trás desdobramentos
importantes para o Marketing Cultural, para o Marketing
Turístico, para a Ecologia e a proteção ao meio ambiente;
e,
• Mostrar também que com todos estes aspectos juntos, os
eventos como estes, acabam por trazer um aumento do
desenvolvimento das regiões onde são realizados.
“Você já foi à Bahia? Não? Então Vá!“ Esta célebre frase de
anos passados, que buscava o incremento do turismo nas terras de
Todos os Santos bem que poderia ou deveria ser modificada para
Você já foi ao Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga? N/ao?
Então Vá!!! Mas vá mesmo!
Pela estrada CE-060, saindo de Fortaleza, leva-se menos de
duas horas de carro. A estrada é asfaltada, tem várias cidades pelo
caminho (já mostramos o roteiro na pág. 30). E é perceptível a
alteração climática na medida em que se aproxima a serra. Algumas
características da região você já leu no capítulo 1, lá no começo.
Dizem que o Brasil é o país do futebol e o país do carnaval.
Acredito que todos concordam. E sobre o Jazz e o Blues? Bem,
acredito com muita convicção que pouca gente (somos mais de 170
milhões de habitantes) conhece tais ritmos musicais. Por conta disto,
muito poucos eventos são realizados, ao longo do ano, tendo estes
110
Show de Borghettinho em 2004
Juntando tudo e somando as conversas com o pessoal da
equipe de pesquisa coloquei na minha cabeça a idéia de escrever
este livro. Não um livro para contar apenas a história da nossa
pesquisa. Também não imaginei contar apenas a história do festival.
Pensei grande. Pensei numa obra que atingisse, pelo menos os
seguintes objetivos:
• Dar publicidade à pesquisa específica sobre o Festival de
Jazz e Blues de Guaramiranga, razão inicial da minha ida
a Guaramiranga;
• Contar o dia-a-dia da nossa equipe e as observações de
cada um sobre o trabalho e suas percepções;
63
Banda de Guaramiranga tocando marchinhas antigas
Izaelle entrevistou alguns nativos para saber se eles têm
sugestões de novos eventos. A resposta foi de que “os moradores se
reúnem e já vem discutindo a criação de novos eventos para
melhoria da cidade do ponto de vista turístico, embora não saibam
citar exemplos. Algumas exceções acontecem e um ou outro
morador opina e cita exemplos como festivais gastronômicos, de
queijos e vinhos. Eles têm consciência de que Guaramiranga precisa
de motivação para incrementar seus eventos. E desta forma poder
crescer e participar da rota turística do estado do Ceará e mostrar
que não temos apenas praias por aqui”.
Nossa conversa com a Izaelle ainda continua. Agora sobre o
público que veio assistir ao Festival. Ela nos conta sobre o que
acham da cidade: “a opinião geral é que a cidade é acolhedora além
64
de ter um clima envolvente, ser hospitaleira, muito bela, tem um
ambiente calmo e uma rica diversidade cultural”.
E qual seria a preferência entre Jazz ou Blues? “As pessoas
preferem os dois ritmos, mas com uma certa prioridade ao Blues por
ser mais tocante que o Jazz. Alguns fizeram até a comparação que o
Jazz e o Blues são a nossa bossa nova brasileira”.
Falando sobre a opinião dos entrevistados sobre as bandas,
mesmo aqueles que adoram os estilos musicais “não são todos que
conseguem opinar sobre bandas, alguns não lembram os nomes,
outros não sabem dizer sobre qualidade técnica. Mas todos
disseram que gostaram do que ouviram”.
Izaelle também buscou conhecer a preferência do público
por outros ritmos e observo que “todos os entrevistados adoram
MPB e algum outro ritmo. Como bolero, clássico, samba, frevo. É
senti como é notável o nível cultural das pessoas na escolha do
ritmo musical. Além do que o público do festival é mais selecionado,
e que busca, então, uma fuga da folia e da “cultura inútil” que é
ouvida nesta época”.
Para encerrar nossa conversa Izaelle trás conclusões
sobre o que observou no âmbito geral do seu trabalho: “Estas são as
informações que adquiri informalmente em conversas com os donos
dos estabelecimentos que ficam nos novos boxes criados pela
prefeitura. O festival de Jazz e Blues para eles, comerciantes
temporários e moradores da cidade é apenas uma fonte de renda.
Não conhecem o estilo musical, não participam, não ganham
conhecimento ou cultura. Talvez se sintam “usados”. Reclamam por
não terem prioridade sobre sua própria cidade já que esses bares
109
5 – Percepções e oportunidades abertas
Eu já conhecia a região. Havia acompanhado uma viagem
de campo de uma turma do Curso de Turismo lá da FACE, em 2003.
Acabei entrando nesta aventura (?) de curioso. Para não dizer de
gaiato. Foram me contar sobre os planos de se realizar a tal
pesquisa durante o Festival. Nas minhas funções de coordenador é
muito importante que eu tome conhecimento das iniciativas de meus
alunos e dos professores. Até aí nada de mais. Uma mera
formalidade.
O detalhe é que a conversa aguçou meu espírito de aventura,
minha curiosidade pelo próprio evento e eu embarquei com todo o
gás. Fui atrás de uma casa, corri em busca de apoio da faculdade e,
conseguindo tudo passei a fazer parte da equipe.
Como todo mundo que estava lá, fui em busca de atingir os
objetivos propostos pela pesquisa elaborada. E lá me vi em pleno
carnaval acompanhando um movimento cultural completamente
diferente das tradições da cidade, do estado e do país. Não bastasse
a viagem de 2004, repeti a dose em 2005.
Observador por natureza, além das minhas funções
específicas de câmera, diretor de imagens, diretor de cena, etc...
fiquei de olho no que se sucedia ao nosso redor. Ouvindo as
entrevistas de gente de todos os setores, classes, sexos, idades,
lugares de origem terminei acumulando informações mais
informações. Além de aproximadamente 11 (onze) horas de imagens
em vídeo digital.
108
Em relação aos músicos de fora do Ceará, 96% dos
entrevistados consideram de nível ótimo ou bom, sendo que apenas
4% os consideram de nível regular.
A pesquisa confirma muita coisa que já havia sido
constatada ao longo da história do Festival. O mais importante é
estar-se atentos ao que disseram sobre problemas na cidade para
que se resolvam e não venham a afastar o público em eventos
futuros. A qualidade dos músicos deve ser mantida e até ampliada. E,
talvez, possibilitar uma maior participação dos nativos da região no
Festival.
65
onde trabalham são alugados e como os comerciantes que vem de
Fortaleza pagam mais caro pelo aluguel e tem maior prioridade.
O caminho e a ferramenta para crescimento do festival e
melhoria de vida da cidade seria uma maior união entre
organizadores, prefeitura e moradores e todos sairiam ganhando. Da
visão de algumas pessoas, esse ano o festival foi mais fraco, muita
concorrência nas vendas. Eles, os nativos, querem que a
alimentação e outras coisas sejam vendidas apenas per eles
próprios. Outros comentam alguns fatos relevantes como o de que
antes não se ouvia falar em drogas, violência e citam casos como no
festival de teatro no qual foi encontrado até dinheiro falso.
No geral, Guaramiranga cresceu, foram gerados mais
empregos diretos e indiretos e a renda dos moradores aumentou.
O público do evento é selecionado e de alto nível social,
cultural e econômico. Houve algumas reclamações do público diante
a pesquisa como o preço que estava muito caro, a demora em
alguns shows, a estadia e a sonorização do local (deveria haver
caixas de som tocando o ritmo do evento e nos telões montados em
frente ao teatro deveria haver apresentações de bandas locais ou
dos festivais passados). Criando assim um ambiente propício ao
evento. Entrevistei médico, funcionário público, esteticista, professor,
publicitário, dono de agência e o governador do estado. Senti a
diferença em entrevistar os moradores e o público. O vocabulário é
rico e o nível de conhecimento é notável. Ao entrevistar algumas
pessoas, parecia que estava diante de uns desorientados. Ao
contrário, o publicitário que conheci, mais parecia um diplomata, com
sua serenidade”.
66
3.3 Davi, o cara
O Davi tem 25 anos, é estudante de comunicação e
trabalhava, à época da pesquisa, no setor de marketing de um Jornal.
Ele conta sua experiência neste nosso trabalho, iniciando pelos
bastidores do festival: ”ao todo 78 bandas se inscreveram no Festival,
de 13 Estados do país - além de uma do Canadá composta por 3
mulheres. Desse total, oito foram selecionadas pela curadoria
composta por Roberto Maciel (jornalista), Haroldo Ribeiro (músico),
Alencar Júnior e Valdo Siqueira (produtores musicais). A partir da
escolha feita pelo júri popular, quatro bandas mostraram seu
trabalho também em Fortaleza, de 26 a 29 de fevereiro de 2004”.
Davi falou sobre a equipe: “passamos os 4 (quatro) dias de
carnaval em Guaramiranga, fizemos algumas pesquisas com um
grupo de 8 pessoas (6 alunos e 2 professores da Faculdade
Evolutivo). Ficamos em Mulungu há pouco mais de 20km de
Guaramiranga. Conseguimos a casa com uma aluna da própria
faculdade que contribuiu para que pudéssemos ficar hospedados
enquanto desenvolvemos o projeto, contamos também com o apoio
da faculdade Evolutivo que foi essencial, além do Professor Márcio
Mattos e o coordenador do Curso de Comunicação Social Ricardo
Torres, que nos orientaram para que pudéssemos direcionar com
mais precisão a pesquisa”.
E continuou dizendo sobre sua percepção em relação à
Guaramiranga: “nos 4 dias que passei em Guaramiranga pude
constatar como a cidade é receptiva, com uma população com
pouco mais de 500 habitantes, conhecida por muitos como cidade
das flores por ter um clima serrano favorável ao belo
107
Gráfico 11 – Do que conhece sobre Jazz e Blues, como classificaria o nível dos músicos cearenses?
NÍVEL DOS MÚSICOS CEARENSES
36%
52%
12%
Ótimo
Bom
Regular
Os entrevistados aprovam a qualidade dos músicos
cearenses. Um total de 88% dos entrevistados classificou o nível dos
nativos como sendo ótimo ou bom. Os restantes 12% consideram os
músicos cearenses como de nível regular.
Gráfico 12 – E os de fora do Estado?
NÍVEL DOS MÚSICOS DE FORA
30%
66%
4%
Ótimo
Bom
Regular
106
Gráfico 10 – Independente do Jazz e Blues que gênero musical mais gosta?
PREFERÊNCIA MUSICAL (Outros gêneros)
21%
3%
24%
6%11%
11%
3%
3%
6%
6%
3%
3%
Rock
Regional
MPB
Reggae
Forró
Clássica
Choro
Bossa Nova
Pop
Romântica
Samba
Brega
A MPB (24%) e o Rock (21%) dominam a preferência dos
entrevistados quando se trata de outros gêneros musicais. Já a
música tradicional da terra, o Forró, está empatado no 3o. lugar com
a música clássica, ambos com 11% da preferência. Os outros 33%
estão divididos entre os demais gêneros musicais.
67
desenvolvimento da vegetação local. Na parte central de
Guaramiranga, onde foram desenvolvidas a maioria das pesquisas
de campo, pude constatar o reflexo que tem o festival desde seu
surgimento em 2000: antigamente a cidade era pouco conhecida, a
população seguia com suas tradições; havia o turismo mas não era
tão significativo, mas a cidade sempre teve seus atrativos”.
Momento de Show do Festival de 2004
Davi também manteve um contato direto com o povo da
cidade e com o público que prestigia o Festival. Sobre estas
conversas ele disse: “em meio as pesquisas conversei com muitas
pessoas locais como Lucia de 25 anos que me contou o quanto a
cidade se desenvolveu depois do festival; disse a mim que
aumentaram a estrutura do teatro, o publico cresceu a olhos vistos
desde o ultimo ano e o festival está sendo bem divulgado (“devido a
68
isso a cidade continua com um turismo significativo até nos períodos
de baixa estação”)”.
“O Festival mexe com muitos aspectos da cidade: o fator
econômico da cidade, tem um bom favorecimento, em conseqüência
do aumento do turismo local. O fator cultural da região sobre grande
influência e vai possibilitando aos moradores da região uma cultura
pouco conhecida; também ajuda o desenvolvimento de instituições
como a escola de musicas Água, que trabalha com a população
levando crianças, jovens e adultos para aprender sobre musica com
cursos de instrumentação musical, danças, entre outros”., diz Davi.
E conta ainda mais um pouco de suas experiências: “pude
conhecer melhor o publico que se presta a sair da cultura popular
carnavalesca, e subir a serra para curtir um Festival de Jazz e Blues
no frio. Estas pessoas, em sua grande maioria tem algum
envolvimento com música ou querem aproveitar o feriado do
carnaval sem folia. Pessoas como Sergio Miranda de 35 anos, um
comerciante que ouviu falar do festival pela tv e que achou um lugar
ideal para passar o feriado disse que “apesar de não conhecer muito
o estilo musical jazz e blues simpatizou muito com a cidade”, disse a
mim que pode conhecer uma cidade ainda não descoberta por ele
apesar de ter nascido e vivido grande parte de sua vida em Fortaleza
“o que me trouxe mesmo foi a curiosidade de conhecer esse festival,
me apaixonei pela cidade e pela musica, já tenho lugar decidido para
passar o carnaval do próximo ano”. Falei também com Bianca Maia
23 anos, uma estudante de Ciências Sociais, que veio de São Paulo
para passar o carnaval em Aracati e mudou de percurso quando
soube do festival: “soube quando cheguei na casa dos meus primos,
achei ótimo pois adoro Blues; uma parte deles estava indo para
105
As pessoas que vêm assistir ao festival são de opinião que o
evento é muito bom. Os conceitos ótimo (32%) e bom (61%)
representam bem esta percepção. Apenas 7% entendem que o
festival é regular.
Gráfico 9 – Você gosta de Jazz ou Blues? Explique.
PREFERÊNCIA PELO JAZZ OU BLUES
15%
22%
44%
19% Jazz
Blues
Jazz e Blues
Nenhum do Dois
Dos entrevistados, 19 % não gostam nem de um gênero
nem de outro. A maioria (44%) gosta dos dois. O Jazz tem a
preferência de 15%, e o Blues de 19%.
104
Gráfico 7 – Como tomou conhecimento do Festival?
COMO SOUBE DO FESTIVAL
25%
17%
7%10%
24%
17%
Televisão
Jornal
Rádio
Internet
Colegas
Outros
A divulgação do Festival pode ser considerada boa. Além
dos meios tradicionais da imprensa ainda temos a Internet e o boca-
a-boca. E a TV lidera com 25% das respostas como o meio mais
eficiente de divulgação para o festival. Coladinho vem o Jornal com
24%. O boca-a-boca está com 17%, mesmo percentual dos meios
alternativos.
Gráfico 8 – O que acha do Festival? Explique.
OPINIÃO SOBRE O FESTIVAL
32%
61%
7%
Ótimo
Bom
Regular
69
Aracati e alguns optaram em vir para Guaramiranga e a mídia ajudou
muito, pois graças a ela minhas tias deixaram que viéssemos para o
lado oposto ao que iria seguir a grande parte da família”. Sem muito
esforço podemos ver que são muitos os motivos para subir a serra,
principalmente se gostar do estilo musical. Entre as pesquisas
realizadas com o público e suas diferentes categorias, desde
universitários, pessoas de varias classes sociais, ricos, classe media
e pobres; entre esses falei com um grupo de adolescentes com faixa
etária entre 15 e 19 anos que subiram a serra de bicicleta e levaram
pouco mais de 10,00 reais cada, demorando dois dias e uma noite
para chegar no alto da serra onde fica localizada a cidade de
Guaramiranga ficaram acampado numa área publica sem muitas
condições para camping um deles Marcos Silva 16 anos disse “não
pensamos no risco nem medimos esforços para estar longe de
musicas carnavalescas” risos, concluiu Davi.
3.4 Uiara, a fã do “Borghettinho”
Uiara, 23 anos, louca por pesquisa, conversando sobre a
viagem fez aquele relato normal da formação da equipe e da
ida/chegada a Guaramiranga, já relatados anteriormente. Na sua
cabeça nós fomos “fazer um estudo mais aprofundado sobre o
"Impacto turístico e publicitário que o Festival traz para a cidade de
Guaramiranga e conseqüentemente para o Estado do Ceará", e a
partir desse estudo quem sabe realizar outro (projeto/evento cultural)
para outra microrregião”.
E ao chegarmos, Uiara foi logo exercitar a sua mania do
celular: “ao chegarmos lá surpresa para todos e alegria para alguns,
a operadora de celular Oi estava funcionado perfeitamente”.
70
Falando ainda do primeiro dia ela lembrou que “sentamos no
restaurante "Café com Flores" e ficávamos revezando, uma parte da
turma saía para realizar algumas filmagens e vice e versa. Filmamos
também a banda de Guaramiranga que tocava as marchinhas do
carnaval tradicional todos os dias às 17 horas na pracinha. Adultos e
crianças dançavam e brincavam ao som da boa música, no meio de
muita "maisena" e espumas (muita sujeira, mas muita alegria)”.
“E para terminar essa noite, fomos para as tendas do
SEBRAE que ficavam mais acima, onde aconteciam feirinhas com
vários tipos de artesanato, um dos tipos eram instrumentos musicais
feitos com reciclagem. E ainda tinha a tenda eletrônica para a
"galera" que "curte" um som diferente”.
Uiara também falou sobre os deslocamentos que fazíamos
todos os dias: “no carro em que eu estava nós fazíamos o percurso
embalado ao som de Marisa Monte. Numa destas idas a
Guaramiranga tivemos um pequeno contra tempo ao decidirmos dar
carona a dois hippies (foi um dos momentos mais engraçados que
tivemos). Em fim, ao chegarmos a Guaramiranga, ficamos em outro
restaurante, O Alemão, onde fomos nas outras noites também, pois
era o melhor, sem dúvida. Daí nos separávamos e cada um fazia a
sua parte, claro que às vezes tínhamos que esperar a boa vontade
dos músicos. Fizemos muita pesquisa, conversamos com muitas
pessoas, e pudemos concluir que o Público que mais assiste aos
Shows é formado por pessoas mais velhas e que todos adoram essa
oportunidade de fugir do carnaval "baiano". Os músicos também
ficam bastante entusiasmados por poder tocar na época do carnaval
e ter bastante público para ouvi-los, principalmente por ser um estilo
de música que nem todos conhecem, fora do convencional. Os
103
destacaram o clima como bom e 12% definiram o lugar como
agradável.
Gráfico 6 – Quantas vezes já você já esteve no Festival?
QUANTIDADE DE VISITAS AO FESTIVAL
39%
39%
7%
4%
11%
1 vez
2 vezes
3 vezes
4 vezes
5 vezes
De todos os entrevistados 39% afirmaram ser a primeira vez
que estiveram assistindo ao festival. O mesmo número afirmou que
já era a segunda vez que prestigiavam o evento. Mas o destaque
fica para 11% que já vieram 5 vezes ou mais. Isto significa que
estiveram presentes em praticamente todas as edições.
102
Gráfico 5a - Explique
OPINIÃO SOBRE A CIDADE
15%
3%
3%
6%
3%
6%
12%3%3%
15%
6%
3%
3%
6%
3%
3%
3%
3%
3%
Clima Bom
Boa Receptividade
Novidade
Boa Organização
Ausência deEstacionamentoMuita Pequena
Agradável
Bela
Acolhedora
Falta de Estrutura
Muito Bonita
Altos Preços
Traqüila
Melhor Limpeza
Charmosa
Feia
Falta Organização
Maravilha
Mais Fiscalização
As razões de cada um para a opinião sobre o que acha da
cidade foram muito variadas. Talvez encontremos, nos 15% que
sentiram falta de estrutura na cidade, a insatisfação para dar
conceito regular neste quesito. Mas importante salientar o lado
positivo da escolha da região para o evento pois 15% também
71
comerciantes também gostam, pois o lucro aumenta de 60% a 100%
nesta época. Há também aqueles que são de fora e trazem o seu
produto para ser vendido, os hippies são um bom exemplo disso.
Mas os moradores não apóiam, principalmente os mais idosos, pois
acham que a cidade perde totalmente o sossego e a tranqüilidade
durante este período.
Concluindo nossa conversa pudemos ouvir da Uiara que “no
mesmo dia, já pela noite fomos para frente do teatro novamente,
onde ficamos até uma da manhã. Infelizmente no último dia tivemos
que trabalhar mais, por isso não tivemos tempo de fazer alguns
passeios, como por exemplo a ida ao Pico Alto. Mas foi um dia muito
proveitoso, pois fizemos entrevistas filmadas com alguns moradores,
que contaram detalhadamente como era e como está hoje a cidade
de Guaramiranga após o Festival de Jazz e Blues. Fomos para casa
por volta de 13:30h para descansar e se preparar para o show do
músico mais esperado tanto pelo público, quanto pelo grupo, e em
especial por mim, que como a maioria já sabia sou fã dele desde os
meus três anos: Renato Borguetti, o "Borguettinho". Ele fez um belo
espetáculo, uma pessoa tímida, mas muito carismática, que tanto
interage com os músicos ao seu redor, quanto com o público. Um
show para ficar guardado na história e na memória. Conseguimos
gravar todo o show com a câmera digital, e em seguida fomos para
trás do palco para conhecê-lo e tirarmos fotos. Foi o momento que
fechou com chave de ouro, nosso trabalho”.
3.5 Sabina e o festival de 2005
É conversando com os membros do grupo sempre ouvimos
os lamentos da ausência da companheira Francisca Sabino. Ela
72
adoeceu e ficou impossibilitada de acompanhar a turma na viagem
de 2004. Mas para surpresa e alegria de todos, ela fez parte do
grupo que foi ao Festival em 2005, na busca de informações
complementares para a pesquisa.
Oficina com Naná Vasconcelos em plena Mata Atlântica
A Sabina, como é chamada por todos, tem 38 anos, e mais
experiência do que a maioria do pessoal da equipe. O relato dela foi
uma abstração geral sobre o que ela observou dentro dos pontos em
que buscávamos mais informações: o relacionamento de empresas
apoiadoras, órgãos públicos, etc.
Desta forma como fiz com a Nádia, resolvi deixar correr o
seu depoimento simples porém objetivo, em sua totalidade.
Aproveitem:
101
Gráfico 5 – O que acha da cidade? Explique.
O QUE ACHA DA CIDADE
44%
41%
15%
Ótima
Boa
Regular
Apenas 15 % dos entrevistados colocam a cidade como
regular. Os demais 85% acham-na ótima ou boa.
100
Gráfico 4 - Ocupação/Profissão dos Entrevistados
OCUPAÇÃO DOS ENTREVISTADOS
11%4%
4%
11%
4%
7%
4%
4%
4%
4%7%
4%
14%
4%
4%
7%
4%
4%
Universitário
Artesão
Veterinário
Funcionário Público
Recepcinista
Aposentado
Advogado
Cozinheira
Turismo
Músico
Engenheiro
Diretora Escolar
Empresário
Arquiteta
Professor
Publicitário
Gerente Financeiro
Jornalista
O gráfico que mostra a profissão dos entrevistados, que
foram escolhidos aleatoriamente entre os presentes, nos diz que se
destacam empresários (14%), Jornalistas (11%) e Estudantes
Universitários (11%) dentro de uma grande variedade. Talvez os
gêneros musicais (Jazz e Blues) ainda não atingem as camadas
mais populares, por estas bandas nordestinas.
73
“O festival de Jazz e Blues de Guaramiranga, realizado pela
Via de Comunicação, acontece de 5 a 8 de Fevereiro,chegando a
sua 6º edição em 2005 e sendo reconhecido dentro e fora do Brasil,
quebrando o paradigma de que o Brasil e um país grande só em
extensão. Nossa cultura também é pujante.
O festival de Jazz e Blues teve suas particularidades,
empresas privadas como a Tim e a Indaiá foram apoiadores e
patrocinadores. Recebeu apoio do Banco do Nordeste; parceria do
Sebrae; apoio institucional do Governo do Estado do Ceará, através
da Secretaria de Cultura, Ministério da Cultura e Prefeitura Municipal
de Guaramiranga e a Promoção do Sistema Verdes Mares de
Comunicação..
O festival teve a apresentação da Agripec, com patrocínio da
Coelce – Companhia Energética do Ceará, dos Correios e da
empresa Breitener - Energética. A Tim, operadora de celular,
também estava no apoio e preparou para 6º edição deste ano de
2005 uma série de ações gratuitas: shows na sua tenda,
caricaturistas, retratista e novidades da operadora em lançamentos
tecnológicos, igualmente o que foi apresentado no Festival Vida e
Arte, em Fortaleza, e outros serviços.
Uma outra atração que marcou presença, foi a Arena do
Sebrae, com o ponto de encontro da produção cultural independente
e dos pequenos empresários e as possibilidades mercadológicas
desses grupos e a circulação dos produtos culturais, os contatos e
discussões de idéias.
No final da tarde, durante o por do sol, aconteciam
apresentações instrumentais no mesmo local com, Luciano Franco,
Double Blue, Luis Miguel e a meia noite de sábado o lançamento do
74
Cd do baterista Adriano Azevedo. Também na arena do Sebrae o
público participou de oficinas de artes e conferiu a feira de
artesanato. Além disso, foi colocado um telão que exibia imagens
dos shows, mas sem o áudio. Houve reclamações da ausência de
atração na praça, como acontecia nas Jam Sessions de edições
anteriores.
Mas, para não fugir totalmente do tradicional a banda de
Guaramiranga passa pela rua atraindo espectadores, que
numerosamente ficam pelos bares e restaurantes, nos arredores do
Teatro Rachel de Queiroz..
Segundo os comerciantes, o movimento de pessoas
apresentado foi menor que o ano anterior. Mas sempre foram
grandes as filas para as duas sessões diárias de shows no Teatro
Rachel de Queiroz. Mesmo com alguns atrasos no horário de início.
Também observei o grande numero de pessoas que
deixavam o Teatro no meio de alguns shows.
Para mim e para muitas pessoas o grande impacto do
festival foi à homenagem prestada a Tom Jobim e a inclusão de uma
atração internacional, o guitarrista Stanley Jordan, na programação.
Interessante demais foi o que trouxe o Pernambucano Naná
Vasconcelos, apontado como um dos melhores percussionistas do
mundo. Ele inovou dando workshop na serra, ao ar livre, no meio da
Mata Atlântica. “Ele transformou o público em seus instrumentos de
repercussão, mostrando que em suas mãos o público é o único
instrumento necessário para fazer uma belíssima apresentação”.
Sentimentos, histórias e percepções diversas. Resultado da
diversidade do público que freqüenta Guaramiranga no período do
Festival. Material interessante para os organizadores e ilustrativo
99
Gráfico 3 - É a primeira vez que vem para Guaramiranga?
QUANTIDADE DE VISITAS À GUARAMIRANGA
18%
21%
18%
25%
7%
11%
1 vez
2 vezes
3 vezes
4 vezes
5 vezes
Acima de 5
O resultado apontado no gráfico traz um dado muito
importante. Dos entrevistados apenas 18 % estavam na cidade pela
primeira vez. E exatamente por conta do Festival. Isto quer dizer que
a cidade já tem um público cativo. E certamente o Festival é apenas
um motivo a mais para os que lá passam.
98
distribuição bastante eqüitativa deste quesito. No tocante a
predominância as faixas etárias de destaque foram as de 41 a 45
anos com 23% e a de 31 a 35 anos com 22%,
Gráfico 2 – Local de Morada dos Entrevistados
LOCAL DE MORADA DOS ENTREVISTADOS
80%
4%
4%
4%
4%
4%
Fortaleza
Maciço
Beberibe
Cariri
Juazeiro do Norte
São Paulo
Ficou patente pelos resultados deste item que a maioria dos
freqüentadores de Guaramiranga, na época do Festival ainda tem
moradia em Fortaleza. Ao longo do tempo certamente o número de
turistas poderá se tornar maior, pela própria consolidação do evento.
75
para quem ainda não conhece o evento. Depois destas conversas
partiremos para as informações relativas a pesquisa realizada.
3.6 Mais algumas histórias
Bem, todos os depoimentos daqueles que participaram da
pesquisa foram bastante interessantes. Além deles ainda podemos
contar mais alguma histórias.
Sempre que conversávamos com alguém que estava em
Guaramiranga sobre o Festival nós recebíamos todas as
informações perguntadas com a maior espontaneidade. Isto foi muito
interessante, pois obtivemos dados que muitas vezes não aparecem
no vai e vem dos eventos.
Estivemos em Guaramiranga nas edições de 2004 e 2005 do
Festival. E acho importante contar um pouquinho do “como
aconteceu” o início da empreitada que relatamos neste livro.
Uma parte da equipe de pesquisa entrou por acaso no
projeto. Num bate papo em minha sala o assunto surgiu e algumas
pessoas que lá estavam despertaram o interesse em participar. A
Sabina, a Nádia e a Uiara, tinham ido tratar de outros temas. E
acabaram por se engajar no trabalho.
Depois disto a turma começou a fazer os preparativos tanto
para a pesquisa em si como para a viagem propriamente dita. Um
dos alunos, o Roberto Schuster, ofereceu a casa da família em
Aratuba para que a turma se hospedasse. Ele falou que a casa era
pequena mas que podíamos utilizar uma barraca no quintal para
acomodar parte do pessoal. Deste ponto em diante, e empolgado
com a perspectiva do trabalho, acabei por ingressar na equipe.
76
Sempre que falava do assunto eu o fazia com muita alegria e
vibração. Quando conversava com uma aluna do quinto semestre, a
Regina Cláudia, e comentava sobre a viagem, ela falou que seu pai,
o senhor Joãozinho, possuía uma casa no município de Mulungu,
num lugar chamado Lameirão. De pronto ela combinou de conversar
com ele sobre a possibilidade de nos ceder o imóvel. Este sim com
uma capacidade de hospedagem em que caberiam todos os
membros da equipe. E assim acabou acontecendo.
Ainda com intenção de facilitar o máximo possível para os
trabalhos de pesquisa fui conversar com a Diretora Acadêmica da
Faculdade, na tentativa de conseguir um auxílio para a nossa
alimentação. E para sorte da equipe também obtive sucesso.
Momento de trabalho de pesquisa
97
• Realizar entrevistas com empresários da cadeia
produtiva do turismo em Guaramiranga (hotéis,
restaurantes, pousadas, etc);
• Fazer levantamento do clipping jornalístico do evento;
• Identificar ações que direta ou indiretamente
promovem o nome de Guaramiranga.
4.6 Resultados
Do trabalho de pesquisa realizado pela nossa equipe
obtivemos os resultados mostrados a seguir através de gráficos e
sua respectiva descrição e análise.
Gráfico 1 – Idade dos Entrevistados
IDADE DOS ENTREVISTADOS
0% 12%
22%
12%4%
23%
15%
0%
12% De 15 a 20
De 21 a 25
De 26 a 30
De 31 a 35
De 36 a 40
De 41 a 45
De 46 a 50
De 51 a 55
De 56 a 60
Por este gráfico podemos notar a principal característica do
público presente ao Festival, no que se refere a idade: uma
96
• Identificar a real influência que o Festival de Jazz & Blues de
Guaramiranga exerce sobre o turismo cultural de
Guaramiranga;
4.4 Hipótese
Acreditamos na hipótese de que eventos culturais como o
Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga têm contribuído com
diversos setores da sociedade (turismo, marketing, cultura, ecologia
e desenvolvimento) da vida quotidiana da cidade, a partir da parceria
entre empresas produtoras de eventos, empresas patrocinadoras e
do apoio de órgãos públicos.
4.5 Metodologia
Para atingirmos um resultado satisfatório nos propósitos da
equipe foi seguida a seguinte metodologia:
• Pesquisar junto às fontes pertinentes ao objeto do
presente projeto dados que possam nos servir de
base para o desenvolvimento de um trabalho de
pesquisa sobre o turismo cultural de Guaramiranga
durante o Festival;
• Realizar entrevistas com visitantes de Guaramiranga
no período do evento, bem como em outras ocasiões
(baixas estações e outros eventos);
• Realizar entrevistas com moradores para identificar
o nível de satisfação em relação às ações do evento;
77
E assim estávamos com lugar para ficar, dinheiro para a
compra dos mantimentos e por fim ainda tivemos a informação de
que a senhora Evelma, que cuida da casa, também poderia preparar
nossa comida.
Num primeiro momento pensamos em viajar na sexta-feira,
dia 20 de Fevereiro, à noite. Depois de uma conversa achamos que
era mais seguro viajar durante o dia e resolvemos ir no sábado cedo,
marcando um encontro de todos na frente da Faculdade.
Estávamos em três carros e dividimos os passageiros: O
professor Márcio levou sua esposa Angélica mais a Uiara e o Davi.
No meu carro foram a Izaelle e a Rebeca. Na camionete com apenas
dois lugares foram a Nádia e seu marido Júnior, levando a maior
quantidade de bagagem e os mantimentos.
O trajeto de Fortaleza até a serra é feito pela rodovia CE-060,
sendo todo o percurso asfaltado e em boas condições de tráfego. E
levamos algo em torno de duas horas de viagem. Fizemos apenas
uma pequena para tomar água no caminho.
Com as referências (a principal era uma grande caixa d’água)
que a Regina deu sobre a localização da casa não foi difícil
encontra-la. Chegando lá fomos recebidos pela Evelma e por duas
de suas filhas. Mostrou-nos a casa e ajudou na nossa acomodação.
Era perto do meio dia e resolvemos que só iríamos para
Guaramiranga no período da tarde, depois de arrumar as coisas na
casa e almoçarmos.
Pronto! Só faltava a chegada do Schuster que viria com a
sua esposa. Ele completaria a equipe. Mas alternaria a hospedagem
entre a casa no Lameirão e a casa da sua família em Aratuba.
78
No meio da tarde começamos a nos preparar para conhecer
nosso ambiente de trabalho: Guaramiranga. Ah! Mas numa equipe
composta com mulheres tem que ter um tempo extra quando se fala
em “vestir-se para trabalhar”. E as meninas que fazem parte da
equipe não deixaram por menos. A cada saída prevista era uma
sessão de espera pelos homens. Elas diziam que era a sessão de
beleza. E de maneira improvisada, todas faziam a maquiagem com
muita alegria e esmero.
Em Guaramiranga fizemos um passeio de reconhecimento.
E a primeira parada foi numa barraca da TIM, uma das empresas
patrocinadoras do evento. Lá estavam distribuindo camisetas
brancas e tintas, dando um tempo de 10 minutos para que os
visitantes pudessem pintar algo em torno do festival. Próximo a este
local havia uma banda tocando as marchinhas clássicas do nosso
carnaval tradicional. E as pessoas paravam para admirar e
acompanhar aqueles ritmos consagrados.
A próxima parada foi na praça do Teatro Rachel de Queiroz.
Pode-se dizer o coração do Festival. Cercado por bares e
restaurantes o teatro era o palco maior das atrações artísticas. Ali se
realizavam os ensaios abertos ao público, durante as tardes; e à
noite as apresentações programadas.
Depois de fixar um ponto de encontro (no primeiro dia foi o
bar Café com Flores), tratamos de montar um pequeno roteiro para
trabalhar na pesquisa. Quando não estávamos aplicando
questionários com o público, fazíamos entrevistas gravadas em
vídeo com os artistas.
95
08,20 % - outras cidades
• Evolução dos gastos de 2001 para 2003:
DESCRIMINAÇÂO 2001 2002 2003
Gasto per capita/dia 20,80 28,38 36,96
Permanência média 3,7 3,8 3,9
Gasto per capita período 76,40 107,88 144,13
4.3 Objetivos
Visando proporcionar resultados balizadores de ações
futuras de pesquisas e realizações de outros eventos, firmamos os
seguintes objetivos para o trabalho de pesquisa:
Objetivo Geral
• O presente projeto tem por objetivo levantar informações
sobre o segmento do Turismo de Eventos Culturais em
Guaramiranga.
Objetivos Específicos
• Identificar as ações que são realizadas, no período do
evento, que possam incrementar o turismo cultural de
Guaramiranga;
• Fazer um levantamento da mídia espontânea em que
Guaramiranga é citada durante o período de pré-produção,
produção e pós-produção do evento;
• Fazer levantamento da demanda turística no período de
realização do Festival;
94
08,80 % - mais de 20 salários mínimos
• Grau de instrução:
53,10 % - superior
35,70 % - 2° grau
09,20 % - pós-graduação
• Principal motivo da viagem:
66,70 – festival de jazz e blues
18,10 – passeio / lazer
10,50% - ecoturismo
• Meios de hospedagem:
28,20 % - casa de parente / amigo
27,90 % - casa de aluguel
12,60 % - pousadas e flats
12,40 % - outros
08,80 % - camping
05,40 % - casa própria
04,70 % - hotel
• Visitantes provenientes do Maciço – 39,40 % dos
entrevistados:
14,60 % - Pacoti
10,14 % - Mulungu
06,20 % - Baturité
79
Nas primeiras entrevistas nós mantivemos encontros com
Celso Salim que falou do Blues como cultura e da mistura que o
festival proporciona entre a cultura americana e a brasileira.
Em seguida veio o encontro com a banda Bitten Blues onde
os seus componentes puderam falar da banda e da sua participação
no Festival de 2003.
Heraldo do Monte teve a oportunidade de contar como
desenvolveu sua carreira bem como respondeu sobre a realização
do Festival.
Assim foi o primeiro dia de trabalho no Festival de 2004. Um
misto de ansiedade, curiosidade e bastante trabalho. Depois o
retorno para casa e momentos de descontração, alimentação e o
repouso merecido.
Trio Canadense Without Words
80
No despertar do dia seguinte fizemos a preparação do
roteiro de trabalho. Iríamos dar seqüência aos trabalhos de
entrevistas com o público, os comerciantes, o moradores da cidade e,
claro, os músicos.
Tomado o rumo de Guaramiranga os trabalhos iam se
sucedendo: aplicação de questionários com o público, com os
nativos e com os comerciantes. Entrevistas gravadas com os artistas.
Foi uma seqüência muito legal. Dia após dia as informações colhidas,
novos conhecimentos adquiridos, experiências vividas como
pesquisador, “repórter”, “produtor”, “câmera” de TV, etc. Uma
diversidade bastante grande de atividades.
Uma coisa interessante é que em muitas das entrevistas
com os artistas nós conseguimos que eles dessem “uma palhinha”
ou seja, um trecho de alguma música que apresentaram no Festival.
Várias entrevistas não puderam ser gravadas. A grande
quantidade de personagens e a existência de apenas uma câmera
era o empecilho maior. Mas isto não tirou o brilho nem a importância
do trabalho realizado por todos.
Também tivemos a oportunidade de fazer uma entrevista
internacional. Foi com o trio canadense Without Words. Três belas
mulheres que estavam em turnê pelo Brasil, apresentando seus
trabalhos na área do Jazz. Para este trabalho precisamos de um
tradutor. Quem fez este papel foi o empresário do grupo. A
curiosidade é que ele sempre acrescentava alguma coisa a mais do
que a garotas diziam. Certamente ele estava em busca dos seus
“quinze minutos” de fama. É! Eventos importantes também propiciam
coisas deste tipo.
93
• Rádios:
CBN (RJ), FM Cultura (RS), Guarani FM (MG), Cultura FM
(SP), Rádio Universitária (CE), Cidade FM (CE), Calypso FM
(CE) e Tempo FM (CE).
Outros aspectos, referentes à demanda turística, foram
observados e mais uma vez ficamos com a impressão de que o
evento ajuda provar a importância dos projetos culturais como
aliados ao trade turístico. Os dados que obtivemos relativos ao
Festival de 2003 foram:
• Local de residência:
90,80 % - Ceará
09,20 % - Outros estados ( SP, RJ, RN, PE, PI, MG e DF ).
• Nível de associativismo:
86,70 % - viajaram em grupo (maioria de 4 a 6 pessoas por grupo)
13,30 % - viajaram desacompanhadas
• Faixa etária:
34,00 % - 18 a 25 anos
33,80 % - 26 a 32 anos
21,40 % - 33 a 40 anos
• Renda:
44,50 % - entre 3 a 8 salários mínimos
20,40 % - até 3 salários mínimos
19,00 % - entre 8 e 14 salários mínimos
92
Amazonas – A Crítica
Pará – O Liberal
Acre – A Gazeta
Roraima – Folha de Boa Vista
Tocantins – Jornal do Tocantins
• Televisão:
TV Verdes Mares, TV Diário, TV Cidade, TV Gama Filho,
TV Canção Nova, TV União, TV Jangadeiro.
TVE – RJ, TV Bandeirantes, TV Globo.
• Revistas:
Bravo, Época, Veja, Viagem e Turismo, Próxima Viagem,
Fácil Nordeste, Ícaro, Revista Gol, Guitar Player, Backstage,
Jazz&Blues, Internacional Magazine.
• Agências de notícias:
Reuters, Agência Nordeste, Radiobrás, JB OnNews, Folha
News e Brasil Rádio em Rede.
• Sites:
Globonews, JB OnLine, O Globo OnLine, Estadão, Portal
Yahoo, Portal Terra, Paraná-online, Portal Verdes Mares,
Portal NoOlhar, E-Jazz, Alô Música, Ritmo Melodia,
Gafieiras, Nelsons, Secult, Segov, Roteiro Ceará, Fortalnet,
Saraiva, Diálogo Médico, Consciência Net, Oba, Viva Rio,
Expresso 2222, Ritmo Melodia, Top Cuiabá, Tour Point, Dois
LL, Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro.
81
E nosso trabalho continuava. Diversas opiniões colhidas
davam conta de que a cidade teve o seu perfil de movimento
modificado desde o início do festival. Algumas pessoas acham que o
trânsito de veículo hoje é muito maior do que antes. Moradores
também comentam que a cidade ainda precisa melhorar sua infra-
estrutura para melhor acolher os que freqüentam os eventos lá
realizados. Contam os mais conservadores que os nativos ou
moradores da cidade, costumam se afastar da cidade no período do
carnaval e alugam suas casas para os turistas. Ou mesmo alugam
cômodos para os que vêm de fora.
O pessoal da empresa Via de Comunicação nos deu uma
dica importante: “os artistas em sua maioria estão hospedados na
Pousada Logradouro”. Foi a senha para que pudéssemos conseguir
muitas entrevistas gravadas ou não. Para isto conversamos com o
“seu” Pacífico e seu filho Cláudio, que nos deram permissão e nos
deixaram bastante à vontade para realizarmos nossos trabalhos.
Além da bela paisagem, a Pousada Logradouro nos permitiu
fazer a gravação de belas imagens e fazer várias entrevistas
gravadas. O assunto sempre girava em torno do Festival, das suas
características peculiares de local e período de realização. Muitos
dos artistas convidados não conheciam a região e estavam
encantados com as suas belezas naturais.
Num dos bons momentos de descontração entre uma tarefa
e outra tiramos muitas fotos da turma, fizemos a gravação de
imagens em que a própria equipe era o assunto das gravações.
No domingo a equipe recebeu a visita de duas colegas da
faculdade, a Talita e a Alina, esta acompanhada pelo se marido Luiz.
82
Eles foram passear e aproveitaram a oportunidade de ficar conosco
até a quarta-feira de cinzas.
Encerramos nossos trabalhos de 2004 assistindo ao show
de encerramento do Festival: Renato Borghetti, o músico gaúcho
que toca um instrumento chamado gaita ponto. A apresentação foi
como um resumo daquilo que é o Festival. Uma diversidade de
ritmos. Uma apresentação musical com desafios entre instrumentos
tipo flauta versus gaita, duetos entre a gaita e o baixo. Mistura entre
os ritmos gaúcho (o vaneirão) e cearense (o forró). Ao final os
aplausos entusiasmados da platéia que lotava o Teatro.
Na contabilidade dos trabalhos atingimos quase cem
consultas, entre questionários e entrevistas (gravadas ou não). Um
bom índice de desempenho para atingir os nossos objetivos.
Trilha Ecológica em Guaramiranga
91
Maranhão – O Estado do Maranhão e O Imparcial
Paraíba – Correio da Paraíba, O Norte e Jornal da Paraíba.
Piauí – Jornal Meio Norte
Pernambuco – Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio e
Folha de Pernambuco.
Rio Grande do Norte – Diário de Natal, Tribuna do Norte e
Gazeta do Oeste.
Sergipe – Jornal da Cidade
• Jornais do Brasil:
Minas Gerais – O Estado de Minas
Rio de Janeiro – Jornal do Brasil, O Globo e Tribuna da
Imprensa.
São Paulo – Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, A
Tarde, Jornal de Jundiaí.
Espírito Santo – A Gazeta e A Tribuna
Distrito Federal – Jornal de Brasília, Correio Brasiliense,
Informativo do Ministério da Cultura - MINC
Goiás – O Popular
Mato Grosso – Diário de Cuiabá
Mato Grosso do Sul – Correio do Estado
Paraná – O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná
Rio Grande do Sul – Zero Hora
90
Alguns dos objetivos específicos do Festival de Jazz & Blues
de Guaramiranga contribuem para o fortalecimento do turismo
cultural daquela cidade. Entre eles destacamos:
• Trabalhar o desenvolvimento gradual, acompanhando o
crescimento da cidade, com o intuito de possibilitar uma
melhor recepção ao público do evento;
• Desenvolver campanha de conscientização ecológica
• Incentivar a revitalização da economia local, além do
incentivo aos estabelecimentos locais – hotéis, restaurantes,
farmácias e feira de produtos Agro-ecológicos e Artesanato;
• Dinamizar o turismo do Estado do Ceará e, mais
especificamente, no Maciço de Baturité (onde se localiza a
cidade de Guaramiranga).
Esses objetivos têm em comum a ênfase na importância do
turismo de eventos para o desenvolvimento sustentado do município,
combinado com o despertar de uma consciência de preservação
ambiental.
É grande a visibilidade da cidade de Guaramiranga no
período de pré-produção, realização e pós-produção do Festival.
Tomamos como exemplo a mídia gerada pelo Festival de Jazz &
Blues de Guaramiranga 2003.
Mídia Espontânea
• Jornais do Nordeste:
Alagoas – Gazeta de Alagoas e Tribuna de Alagoas
Bahia – Correio da Bahia e A Tarde
Ceará – Diário do Nordeste, O Povo e O Estado.
83
Analisando tudo que tínhamos em mãos foi feito um resumo
preliminar. E chegamos a conclusão de que poderíamos enriquecer
o trabalho já realizado. Para isto seria importante a obtenção de
mais informações junto aos organizadores do evento, junto aos
patrocinadores e apoiadores, bem como junto aos órgãos públicos
que também ajudam a viabilizar o Festival.
Diante desta nova possibilidade começamos a nos organizar
para a viagem de 2005. Seguimos os passos originais para
conseguirmos o apoio da Regina e do seu Joãozinho com a casa; a
ajuda para a alimentação com a Faculdade; e a participação dos
membros da equipe.
Neste último quesito tivemos algumas alterações. Por motivo
de doença não foi possível contar com a Rebeca. E por motivos de
ordem profissional e pessoal não contamos também com a presença
do Davi e do Schuster. A compensação ficou por conta da presença
da Sabina, que não pode ir em 2004.
Na nova empreitada os objetivos estavam reduzidos em
relação a anterior. Isto possibilitou que tivéssemos maior
participação em atividades do Festival. Fazer uma trilha ecológica e
a participação em uma oficina com o percursionista carioca Nana
Vasconcelos. Algo quase inimaginável! Pelo menos para mim. E lá
estávamos nós num pedacinho da mata atlântica assistindo a uma
apresentação musical interativa entre artista e público. Ao lado a
prática de esportes radicais como a “Tirolesa”, o “Rapel”, e a “Ponte
de Cordas”. Perguntado sobre o local daquele trabalho ele se
mostrou surpreso e feliz ao mesmo tempo, dizendo que a escolha
havia sido feita pelos organizadores.
84
Também aproveitando as belezas daquele lugar realizamos
uma entrevista gravada com a Rachel, da Via de Comunicação, em
que conseguimos obter importantes informações sobre o Festival, a
sua origem lá no ano de 2000, o seu crescimento e seu sucesso.
Tivemos a oportunidade de conhecer a cachoeira da “Talita”
que fica nas encostas da serra, alguns quilômetros antes de
Guaramiranga na estrada que vai de Fortaleza. Mais um lugar de
rara beleza.
Placa indicativa em uma das trilhas do parque das cachoeiras
O Festival de 2005 foi marcado pela presença de Stanley
Jordan, instrumentista americano, conhecido em todo o mundo pela
sua arte. Ele foi a atração internacional do Festival. A curiosidade é
que deu um susto nos organizadores ao perder seu passaporte na
viagem dos Estados Unidos para o Brasil e teve de ficar retido no
89
é gerado pela atividade turística, enquanto, no Brasil, a proporção é
de um a cada 11, representando 8% do PIB.
O turismo abrange um largo leque de setores da atividade
econômica, passando por hotelaria, alimentação, transporte,
comércio, e encontra, nos eventos de forma geral e especialmente
os de cunho cultural, um forte apelo para a escolha de seus destinos.
Pode-se afirmar que este é o verdadeiro diferencial.
As políticas de desenvolvimento turístico priorizam aspectos
meramente geográficos e climáticos, ignorando o grande poder da
cultura como forma de atração turística. Para que se possa fortalecer
um destino turístico a partir de um apelo cultural, é preciso que os
diversos seguimentos que compõem a cadeia produtiva do setor
invistam e contribuam para o desenvolvimento de produtos e
eventos culturais.
O desenvolvimento de uma localidade a partir do turismo
cultural garante a permanência da atratividade do local e promove a
melhoria da qualidade de vida, tanto para os turistas, pelo desfrute
de bens espirituais, quanto para os moradores, que passam a
orgulhar-se do local onde mora. Por meio de eventos culturais
muitas cidades ganham visibilidade internacional fazendo com que
moradores sintam-se conectados com valores universais.
A promoção de eventos culturais como atração turística abre
um leque de benefícios às cidades que os abrigam: amplia o
aproveitamento de mão-de-obra, valoriza os talentos artísticos locais,
incentiva a integração entre as diversas regiões mediante
intercâmbio de idéias, fortalece a infra-estrutura política e
administrativa.
88
partir de realizações de eventos culturais como o Festival de Jazz &
Blues?”
À distância esta formulação parecia apropriada e quase que
um caminho obrigatório a ser seguido. Depois do trabalho realizado,
podemos notar que conseguimos resposta para esta questão e para
outras que surgiram ao longo da nossa permanência na cidade, e
que estão retratadas em nossas considerações finais neste livro.
4.2 Justificativa
Situada no coração do Maciço de Baturité, Guaramiranga é
uma área de preservação ambiental, regulamentada pelo IBAMA,
que vem consolidando a sua vocação turística marcada pela
realização de importantes eventos culturais.
O Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga hoje ocupa
lugar de destaque no calendário cultural do Estado. Sua
consolidação manifesta-se, principalmente, pela qualidade musical
dos trabalhos apresentados; pela repercussão alcançada na mídia
local e nacional, ocupando privilegiado espaço nos jornais e revistas
de outros estados; pelas conquistas já asseguradas no âmbito da
infra-estrutura local (decorrentes de iniciativas públicas e privadas) e
pelos impactos sócio-econômicos positivos gerados nesta Micro
região Turística do Ceará. Mas há a consciência de que é longo o
caminho a ser trilhado.
Segundo dados da OMT, em 1999, o setor turístico gerou,
no mundo, U$ 3,8 trilhões de renda direta e indireta, representando
cerca de 11% do PIB. De cada 10 empregos diretos, no mundo, um
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Rio de Janeiro. Isto impossibilitou a realização de sua apresentação
marcada para a segunda-feira de carnaval. Mas graças aos esforços
de muita gente importante (secretários, prefeito, governador e até
ministro), ele acabou liberado, viajou e pode se apresentar na terça-
feira, fechando com chave de ouro o Festival, na sua versão 2005.
Na última noite ainda nos foi possível assistir ao show de
Naná Vasconcelos. Um grande aperitivo para esperar o show do
americano Jordan.
No balanço final das duas viagens podemos contabilizar o
sucesso geral do projeto. Além das pesquisas foram realizadas mais
de onze horas de imagens de vídeo digital. Juntando tudo isto
podemos dizer que atingimos aquilo a que nos propusemos e talvez
até um pouco mais.
No próximo capítulo temos a apresentação das principais
perguntas com seus respectivos resultados.
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4 – A Pesquisa
Desde o início deste livro falamos em pesquisa, trabalho em
equipe. Agora chegou a hora de realmente divulgar os resultados
obtidos. Eu estava presente e acabei fazendo parte da equipe de
trabalho. Se isto não tivesse ocorrido eu não teria a oportunidade de
estar escrevendo esta obra. A seguir teremos a descrição de tudo o
que foi planejado e preparado para a realização do trabalho, bem
como de todos os resultados alcançados.
A pesquisa foi realizada por uma equipe de alunos da
Faculdade Evolutivo – FACE e coordenada pelo professor Mestre
Márcio Mattos Aragão Madeira. Os membros da equipe são: Maria
Izaelle de Sousa Oliveira, Rebeca Sousa Falcão, Uiara Brandão
Alves, Francisca Sabino de Oliveira, Davi Damasceno Martins,
Roberto Schuster e Antonia Nádia Juvêncio Magalhães.
O professor Márcio Mattos Aragão Madeira é formado em
Música pela UECE Universidade Estadual do Ceará e Mestre em
Etnomusicologia, pela UFBA - Universidade Federal da Bahia em
convênio com a UECE; É professor das disciplinas de Metodologia
da Pesquisa Científica e de História da Arte, na Faculdade Evolutivo
– FACE. Durante os trabalhos de preparação e execução exerceu
com toda a dedicação as funções de coordenador da pesquisa
divulgada neste livro.
4.1 Problema da Pesquisa
Na formulação de um problema para a pesquisa colocamos
“a cidade de Guaramiranga tem seu mercado turístico fomentado a