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FICHA PARA CATÁLOGO - Operação de migração para o ... · Numa bela manhã, Deus pegou uma bola de barro para moldar um ... E Deus recomeçou sua obra: uma bola de barro, uma

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FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Leio, conto e encanto

Autor Leni do Carmo Maciel Baitel

Escola de Atuação Col. Estadual Santo Antonio. Ensino Fundamental e Médio

Município da escola Pinhão

Núcleo Regional de Educação Guarapuava

Orientador Profª. Me. Melissa R.da Silva

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO

Disciplina/Área (entrada no

PDE)

Pedagogia

Produção Didático-pedagógica Caderno Didático

Relação Interdisciplinar Pedagogia e Desenvolvimento Educacional

Público Alvo Alunos, professores.

Localização Colégio Estadual Santo Antonio. Ensino Fundamental e

Médio.

Rua 07 de Setembro, Bairro Lindouro

Apresentação: O material tem como objetivo o incentivo da leitura através do

ato de contar histórias durante as aulas vagas e

posteriormente a dramatização das histórias que foram lidas,

para os alunos de outras classes.

Palavras-chave Leitura, Pedagogo, dramatização.

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SUMÁRIO

Justificativa.................................................................................................................03

Objetivos.....................................................................................................................04

Procedimentos............................................................................................................05

1 – Como Nasceram as Histórias...............................................................................06 1.1 Atividades.............................................................................................................11

2 - João Preguiça.......................................................................................................12 2.1 Atividades.............................................................................................................14

3 – O Tesouro de Bresa ...........................................................................................15 3.1 Atividades.............................................................................................................19

4 - O ser mais poderoso do mundo ..........................................................................20 4.1 Atividades ............................................................................................................22

5 – Os animais e a peste ...........................................................................................23 5.1 Atividades ............................................................................................................26

6 – Chapeuzinho vermelho e o lobo...........................................................................27

6.1 Atividades ............................................................................................................28

7 – Aquela rua sossegada .........................................................................................29

7.1 Atividades ............................................................................................................31

8 - A arte da dança ....................................................................................................32

8.1 Atividades ............................................................................................................33

9 – Os doze criados preguiçosos ..............................................................................34

9.1 – Atividades .........................................................................................................37

10 – O Sapo e a Cobra...............................................................................................38

10.1 Atividades...........................................................................................................39

11 – Referências Bibliográficas .................................................................................41

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JUSTIFICATIVA

Esta unidade temática tem a finalidade de propor atividades que possam

auxiliar as atividades de incentivo à leitura nos momentos de aulas vagas no Colégio

Estadual Santo Antonio - Ensino Fundamental e Médio.

O material objetiva sensibilizar quanto à importância da leitura e da

dramatização na sala de aula. Sua elaboração é um exercício de criação, de modo

que este recurso cumpra as suas funções pedagógicas.

Sendo assim, alguns cuidados foram tomados, para que este material

apresente estímulos à leitura, propicie a retenção de conhecimentos, desenvolva a

autonomia do leitor, permitindo o exercício do pensar criticamente sobre os assuntos

que lêem e, sobretudo, mantenham a motivação para a leitura, incentivando também

a busca de novos conhecimentos através da dramatização.

O material tem características próprias e, portanto, o seu processo de

elaboração exige observação de alguns aspectos, como estes que apresentamos a

seguir:

1. A linguagem dos textos deve ser acessível, direta, simples e uniforme

ao longo da leitura, preferindo sempre, com uso de vocabulário familiar, adequada

ao público, sem dificultar o entendimento do texto e fluidez da leitura.

2. Na estruturação didática do conteúdo, a seqüência dos tópicos é

organizada e integradora, e os conhecimentos relevantes e essenciais precisam ser

reforçados e aprofundados, a partir da dramatização.

3. Na introdução, é estabelecida uma relação entre os conhecimentos

novos com o que já é conhecido, problematizando situações do dia-a-dia, e de

convivência familiar, com amigos, na rua em que moram, na vizinhança e na escola,

para captar a atenção e despertar o interesse.

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OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS

Objetivo Geral

Realizar leituras de textos, histórias, fábulas, acompanhados de

dramatização, como forma de representação do que conheceram através do que

leram.

Objetivos Específicos

Promover através da leitura experiências que direcionem o aluno ao seu

imaginário, possibilitando a descoberta de seus talentos e experimentar seus limites.

Interagir a partir de momentos de leitura

Incentivar a leitura como uma maneira para reconhecer as fábulas, contos

e textos narrativos

Resignificar os gêneros literários, contextualizando-os e dando

significados aos alunos para que possam relacioná-los em sua vivência social.

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PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS PEDAGÓGICOS

A implementação do projeto será no Colégio Estadual Santo Antonio -

Ensino Fundamental e Médio com alunos do 6º ano do período diurno e vespertino.

Este projeto será aplicado em 32 aulas, onde os alunos, após escolha e

leitura de vários textos, os quais foram selecionados de acordo com vivencias de

sua faixa etária, a seguir serão escolhidas histórias que sejam mais significativas e

interessantes para dramatização.

As histórias nem sempre são adequadas para determinada fase da vida,

mas o seu conteúdo, a tonalidade da voz e pela expressão que ela é contada, torna-

se sedutora ao passo que muitos se interessam em ouvir.

COMO SE ESTRUTURA

Informação sobre os benefícios de aproveitar o tempo da aula

vaga. (Ler, estudar, fazer os trabalhos)

Saber por que é importante ler, quais características que

um leitor adquire.

Fazer uma prévia de quem gosta de ler, e quais os tipos

de leitura prefere.

Cada texto traz uma narração em que se descreve uma

ou várias situações que demonstram o valor de que se trata.

Depois da narrativa, há um espaço de trabalho teórico-

prático, que pode ser distribuído em: Reflexões, que são apresentados

alguns comentários e considerações sobre a narração. Explicações:

podemos aclarar os limites e cada valor, distinguir os falsos e verdadeiros

conceitos e valores. Auto-reflexão: um espaço de reflexão com

questionamentos, e que podem nos sugerir inspiração para falar sobre

nossas atitudes e oportunidades no dia a dia.

Fazer a leitura dos textos.

Dramatizar algumas histórias que mais se identifiquem.

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COMO NASCERAM AS HISTÓRIAS

Autor: Catherine Gendri

Deus tinha se criado criador, então ele criava.

E tudo que criava, colocava na Terra. Seu único cuidado era compor um

casal de cada espécie, porque ele não gostava de ficar se repetindo.

Numa bela manhã, Deus pegou uma bola de barro para moldar um

homem e uma mulher. A grande invenção do dia era que os dois ficassem em pé.

Ele os colocou no forno para cozer o barro, sentou-se na sua poltrona preferida e

começou a roncar.

Um cheiro de queimado o tirou do sono. Ele abriu rapidamente o forno,

mas... tarde demais! Suas criaturas estavam queimadas, negras da cabeça aos pés,

cabelos frisados pelo calor. Eles as examinou, caiu na gargalhada e pensou: “Eis aí

o mistério da criação! Elas são magníficas como as noites estreladas. Vou guardá-

las”. E as colocou na África.

E Deus recomeçou sua obra: uma bola de barro, uma mulher, um homem,

um forno... Novamente se abriu... Cedo demais! Não estavam cozidos! Brancos,

descorados, frágeis, cabelos pálidos. Mas quando a mulher abriu os olhos, claros e

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azuis como o mar no verão, Deus, que é um homem, logo se apaixonou! Ele achou

a mulher bela como a manhã. E deixou essas duas criaturas na Europa.

Desta vez, Deus quer acertar o ponto do cozimento. Nas duas bolas de

barro que pega, coloca um pouco de páprica em uma e, na outra, um pouco de

curry. Ele molda duas mulheres, dois homens e manda para o forno. Agora, já sabe

o tempo certo de cozimento, a temperatura correta. Ele abre e estão no ponto!

Duas têm cor de cobre, e ele as coloca na América. As outras duas, que

são mais douradas, vão para a Ásia.

Deus fala:

- Não há mais lugar na Terra. Devo parar com as minhas criações. Ou

talvez eu possa criar algo que não ocupe espaço...

E inventa o conceito. Um conceito é como uma idéia, e uma idéia não

ocupa lugar algum.

Deus encontra uma panela, coloca nela os ingredientes (que já não

sabemos mais quais são) e decide que o primeiro conceito se chamará conceito do

amor... Ele não sabe direito para que isso servirá, então o experimenta, depositando

um pouco dessa mistura nas costas do senhor e da senhora Tartaruga. E observa.

O senhor Tartaruga logo sobe nas costas da senhora Tartaruga, eles

esperneiam um pouco e acabam dormindo aconchegados... Não tem muita graça,

Deus pensa, e acaba esquecendo seu conceito.

Algumas semanas depois, Deus vê ao lado do senhor e da senhora

Tartaruga três tartaruguinhas que ele, Deus, não criara!

“Se esse conceito do amor permite que outras tartarugas apareçam,

essas tartaruguinhas vão criar outras tartarugas! Esse conceito do amor é uma

catástrofe”, reflete.

No entanto, o senhor e a senhora tartaruga, cheios de amor, enchem

seus bebês tartarugas de carinho... Estão felizes e muito apaixonados!

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Os outros animais vão conversar com Deus:

- Nós também queremos conhecer o conceito do amor.

Nós também queremos ter bebês!

-Não, não é possível - responde Deus. - Se vocês fizerem bebês, eles

vão fazer outros bebês, que vão fazer bebês que... E a terra ai explodir sob os pés

de todos!

- O problema é seu. Nós queremos bebês!

Deus inventa um novo conceito:

- Se vocês querem bebês que um dia farão outros bebês, vai ser preciso

que desocupem o lugar e desapareçam definitivamente!

Deus acaba de inventar o conceito da morte...

Mas nos animais refletem e, no dia seguinte, os chimpanzés falam para

Deus:

- Não ligamos para a morte, nós queremos bebês!

E logo surgem pequenos chimpanzés que fazem toda a floresta rir.

A senhora Girafa pega o senhor Girafa, que vive sempre com a cabeça

nas nuvens, e vai se encontrar com Deus:

- Nós queremos bebês!

- O quê? - o senhor Girafa se assusta.

- Fique quieto! Você faz os bebês comigo e, se não gostar, pode ir

embora depois. Não tenho de ser mãe solteira!

As girafinhas chegam! E para o senhor Girafa elas são mais linda do que

suas nuvens preferidas...

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O senhor e a senhora Hipopótamo vêm logo depois... Deus acha que esta

criação não deu muito certo e que seria melhor parar por ali... Mas logo vê o senhor

e a senhora Rinoceronte esperando por sua vez e percebe que a beleza não é tudo

na vida. Então, concorda em entregar a parte que lhes cabe no conceito do amor. E

cada casal, assim, passa diante de Deus.

Os humanos fazem o que lhes dá na veneta... A senhora Branca acha o

senhor Branco sem graça e se enamora do senhor Negro; a senhora Negra sai com

o senhor Vermelho, a senhora Vermelha fica apaixonada pelo senhor Amarelo e a

senhora Amarela se contenta com o senhor Branco.

Deus ruge:

- Eles estão misturando minhas criações! Que ousadia!

Mas quando os bebês dessas misturas nascem, Deus, que é uma esteta,

reconhece que, do ponto de vista artístico, o resultado dera muito certo. E então ele

não se importa mais...

Assim, a vida continua com seus nascimentos e mortes.

Certo dia, Deus nota a existência de uma pedra:

- Pedra! Você foi a única que não me pediu crianças!

- Detesto crianças - resmungou ela. - Não quero crianças! Quero ser

eterna!

E é por isso que na Terra só a pedra é imortal: porque ela recusou sua

parte de amor e de felicidade. E também por isso é costume dizer que quando

alguém é malvado, tem um “coração duro como pedra”.

O tempo passa. E, certo dia, uma delegação de pais vai procurar Deus:

- As crianças são adoráveis, mas dão um trabalho danado! Deus, você

precisa inventar um conceito que as deixe tranqüilas durante algumas horas por dia

e que também as faça dormir!

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Deus repara nas olheiras de cansaço dos pais e percebe que precisava

fazer algo urgentemente.

Coloca em sua grande panela tudo que lhe cai nas mãos: projetos de

invenções, ideias esquecidas, sonhos loucos, besteiras de crianças... Faz uma

mistureba, prende rapidamente com barbante e dá alguns pacotinhos para os pais:

_ Contem isso para eles, é um novo conceito que se chama histórias!

Os pais contam as histórias para seus filhos... E funciona!

Enquanto escutam, as crianças ficam calmas. Ás vezes, até dormem. E

dá até para fazer alguns acordos:

- Se você arrumar seu quarto, posso lhe contar duas histórias esta noite.

Se não tomar toda a sopa, não vai ter história.

O quarto é arrumado e a sopa, devorada!

Essas crianças crescem... têm filhos... e se lembram das histórias que

seus pais contavam. E as contam para seus filhos, que as contam para seus filhos,

que...

E Deus fica contente! A pedra é a única imortal. As histórias também são

eternas. Elas viajam de boca em boca, se misturam, se metamorfoseiam, seguindo

seu caminho por toda a eternidade...

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Atividades

Entender através da leitura do texto a maneira criativa que o autor relata o

surgimento das raças e das histórias.

Lembrar de que forma foi o contato inicial com a leitura: com os pais

ou com a professora?

Analisar se a história demonstra algumas atitudes que temos com

relação ao hábito de ler.

Fazer um diagnóstico dos alunos que: os pais fazem leituras; dos

alunos que gostam de leituras; dos alunos que foram incentivados pela escola a

fazerem leituras.

Análise para fazer dramatização

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2 - JOÃO PREGUIÇA

Autor: Neil Philip

Era uma vez um rapaz chamado João, que vivia com sua mãe numa

tapera caindo aos pedaços. No inverno ele passava os dias sentados junto ao fogão

e no verão só queria ficar estendido ao sol. O sustento de ambos estava a cargo de

sua mãe, que ganhava uns trocados costurando e remendando trapos alheios.

Um dia a pobre mulher se cansou e lançou-lhe um ultimato: “Ou você

trabalha, ou não come!”. João não teve outra alternativa se não oferecer seus

serviços a um sitiante, que no fim da jornada lhe deu um vintém. Ao voltar para casa,

o rapaz deixou a moeda cair no riacho. Quando contou a mãe, ela explodiu: “ Como

você é burro! Devia tê-la guardado no bolso”.

Na manhã seguinte João foi cuidar das vacas de um fazendeiro, que lhe

pagou com uma jarra de leite. Lembrando-se da recomendação materna. O rapaz

tratou de enfiar a jarra no bolso e rumou para sua tapera. No caminho, porém, todo o

leite se derramou. “Cretino!”, a mãe esbravejou.

“Devia tê-la carregado na cabeça!”

João foi dormir com essas palavras na memória. Ao amanhecer, saiu

para prestar serviço a um queijeiro, que o recompensou com um queijo cremoso.

Pôs o queijo na cabeça e, quando chegou ao casebre, um creme derretido lhe

escorria pela face. “Você é mesmo um tolo!”, disse a mãe, desacorçoada. “devia tê-

lo trazido nas mãos!”

No dia seguinte João foi trabalhar para um padeiro, que em troca lhe deu

um gato. Atento às instruções maternas, pegou o bichano no colo e tocou para casa.

Mas o gato o arranhou tanto que teve de soltá-lo. “Ah, seu bocó!”, a mãe gritou, sem

saber mais o que fazer. “Devia tê-lo amarrado com uma cordinha para poder puxá-

lo!”

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Pela manhã lá se foi o rapaz oferecer seu serviço a um açougueiro, que

lhe pagou com um pernil.

João amarrou um barbante no pernil e o arrastou até sua choupana.

“Idiota!”, a mãe berrou, perdendo a pouca paciência que lhe restava. “Devia tê-lo

carregado nas costas!”

Com essa recomendação em mente, no dia seguinte ele foi trabalhar para

um sitiante, que lhe deu um burro. Apesar de forte João teve muita dificuldade para

levantar o animal e colocá-lo nas costas, como sua mãe lhe dissera. Por fim

conseguiu e tomou o caminho de casa, bufando e suando sobre tanto peso.

No trajeto passou pela rua onde morava um homem riquíssimo, pai de

uma jovem linda e triste, que nunca sorrira. Esse homem anunciara que aceitaria

como genro quem fizesse sua filha rir. A moça estava sentada junto à janela de seu

palacete, melancólica como sempre, viu João se arrastando a duras penas, com o

burro de patas para o alto se estrebuchando em seu costado. Foi o quanto bastou

para ela cair na gargalhada.

Seu pai, as empregadas, o vizinho escutaram seu riso interminável e, sem

acreditar no que estavam ouvindo, correram para ver de perto a cena extraordinária.

Pouco depois a moça rica se casou com João Preguiça numa cerimônia suntuosa. O

noivo, feliz da vida, chamou sua mãe para morar no palacete e nunca mais precisou

trabalhar.

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2.1 Atividades

Refletir sobre as atitudes que João tem com relação às

responsabilidades, que lhe são atribuídas.

Analisar se a mãe de João o ajuda diante das dificuldades que o mesmo

enfrenta no seu trabalho.

Pensar se o vocabulário da mãe de João, tem benefícios negativos ou

positivos.

Analisar se às vezes temos atitudes como as de João.

Análise para fazer dramatização.

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3. O TESOURO DE BRESA

Autor: Malba Tahan

Houve outrora, na Babilônia – a famosa cidade dos Jardins

Suspensos - um pobre e modesto alfaiate chamado Enedim, homem inteligente e

trabalhador, que, por suas boas qualidades e dotes de coração, granjeara muitas

simpatias no bairro em que morava.

Enedim passava o dia inteiro, da manhã à noite, cortando, consertando e

preparando as roupas de seus numerosos fregueses, e, embora paupérrimo, não

perdia a esperança de vir a ser riquíssimo, senhor de muitos palácios e grandes

tesouros.

Como conquistar, porém, essa tão ambicionada riqueza – pensava o

mísero remendão, passando e repassando a agulha grossa de seu ofício -, como

descobrir um desses famosos tesouros que se acham escondidos no seio da terra

ou perdidos nas profundezas dos mares que ouvira contar, em palestras com

estrangeiros vindos do Egito, da Síria, da Grécia e da Fenícia, histórias prodigiosas

de aventureiros que haviam topado com cavernas imensas, cheias de ouro; grutas

profundas crivadas de brilhantes; luras sórdidas que guardavam caixas

pesadíssimas a transbordar de pérolas, mimosos fruto da rapina de bárbaros

cartagineses. E não poderia ele, à semelhança desses aventureiros felizes,

descobrir um tesouro fabuloso e tornar-se, assim, de um momento para o outro,

mais rico do que Nabonid, o rei poderoso? Ah! Se tal acontecesse, ele seria, então,

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senhor de um coruscante palácio; teria numerosos escravos, e todas as tardes, num

grande carro de ouro, tirado por mansos leões, passearia, de seu vagar, sobre as

muralhas da Babilônia, cortejando amistosamente os príncipes ilustres da casa real.

Assim meditava o bondoso Enedim, divagando por tão longínquas

riquezas, quando lhe parou à porta da casa um velho mercador da Fenícia, que

vendia tapetes, caixas de ébano, bolas de vidro, imagens, pedras coloridas e uma

infinidade de outros objetos extravagantes tão apreciados pelos babilônios.

Por mera curiosidade, começou Enedim a examinar as bugigangas que o

vendedor lhe oferecia, quando descobriu, entre elas, uma espécie de livro de muitas

folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos.

Era uma preciosidade aquele livro – afirmava o traficante, passando as

mãos ásperas pelas barbas que lhe caíam sobre o peito – e custava apenas três

dinares.

Três dinares. Era muito dinheiro para o pobre alfaiate. Para possuir objeto

tão curioso e raro, Enedim seria capaz de gastar até dois dinares de prata.

- Está bem – concordou submisso o mercador -, fica-lhe o livro por dois

dinares, mas esteja certo de que lhe dou de graça.

Afastou-se o vendedor, e Enedim tratou, sem demora, de examinar

cuidadosamente a preciosidade que havia adquirido. Qual não foi sua surpresa

quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda escritas em

complicados caracteres caldaicos: “O segredo do tesouro de Bresa”.

Por Ball! Aquele livro maravilhoso, cheio de mistério, ensinava, com

certeza, onde se encontrava algum tesouro fabuloso, o tesouro de Bresa! Mas que

tesouro seria esse? Enedim recordava-se, vagamente, de já ter ouvido qualquer

referência a ele, Mas quando? Onde?

E, com o coração a bater descompassadamente, decifrou ainda:

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“O tesouro de Bresa, enterrado pelo gênio do mesmo nome entre as

montanhas do Harbatol, foi ali esquecido, e ali se acha ainda, até que algum homem

esforçado venha a encontrá-lo”.

Harbatol! Que montanhas seriam essas que encerravam todo o ouro

fabuloso de um gênio?

E o esforçado tecelão dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro,

a ver se atinava, custasse, com o segredo de Bresa, para apoderar-se do tesouro

imenso, que o capricho de seu possuidor fizera enterrar nalguma gruta perdida entre

montanhas.

As primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos.

Enedim foi obrigado a estudar os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os

dialetos persas, o complicado idioma dos judeus. Ao fim de três anos, deixava

Enedim a antiga profissão de alfaiate e passava a ser o intérprete do rei, pois na

cidade não havia quem soubesse tantos idiomas estrangeiros.

O cargo de interprete do rei era bem rendoso; ganhava Enedim cem

dinares por dia; ademais, morava numa grande casa, tinha muitos criados e todos os

nobres da corte o saudavam respeitosamente.

Não desistiu, porém, o esforçado Enedim, de descobrir o grande mistério

de Bresa. Continuando a ler o livro encantado, encontrou várias páginas cheias de

cálculos, números e figuras. E, a fim de ir compreendendo o que lia, foi obrigado a

estudar matemática com calculistas da cidade, tornando-se ao cabo de pouco

tempo, grande conhecedor das complicadas transformações aritméticas.

Graças a esses novos conhecimentos adquiridos, pôde Enedim calcular,

desenhar e construir uma grande ponte sobre o Eufrates; esse trabalho agradou

tanto ao rei que o monarca resolveu nomear Enedim para exercer o cargo de

prefeito. O antigo e humilde alfaiate passava, assim, a ser um dos homens mais

notáveis da cidade.

Ativo e sempre empenhado em desvendar o segredo do tal livro, foi

compelido a estudar profundamente as leis, os princípios religiosos de seu país e os

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do povo caldeu; com o auxílio desses novos conhecimentos, conseguiu Enedim

dirimir uma velha pendência entre os doutores.

- É um grande homem o Enedim! – declarou o rei quando soube do fato. –

Vou nomeá-lo primeiro-ministro.

E assim faz. Foi nosso esforçado herói ocupar o elevado cargo de

ministro. Vivia, então, num suntuoso palácio, perto do jardim real, tinha muitos

escravos e recebia visitas dos príncipes mais ricos e poderosos do mundo.

Graças ao trabalho e ao grande saber de Enedim, o reino progrediu

rapidamente, a cidade ficou repleta de estrangeiros; ergueram-se grandes palácios,

várias estradas se construíram para ligar Babilônia às cidades vizinhas. Enedim era

o homem mais notável do seu tempo; ganhava diariamente mais de mil moedas de

ouro; e tinha, em seu palácio de mármore e pedrarias, caixas de bronze cheias de

jóias riquíssimas e de pérolas de valor incalculável.

Mas- coisa interessante! – Enedim não conhecia ainda o segredo do livro

de Bresa, embora lhes tivesse lido e relido todas as páginas! Como poderia penetrar

naquele mistério?

E um dia, cavaqueando com um venerado sacerdote, teve ocasião de

referir-se à incógnita que o atormentava. Riu-se o bom religioso ao ouvir a ingênua

confissão do grão-vizir, e, afeito a decifrar os maiores enigmas da vida, assim falou:

- O tesouro de Bresa já está em vosso poder, meu senhor. Graças ao livro

misterioso é que adquiristes um grande saber, e esse saber vos proporcionou

invejáveis bens que já possuis. Bresa significa “saber”. Harbatol que dizer “trabalho”.

Com estudo e trabalho pode o homem conquistar tesouros maiores do que os que

se ocultam no seio da terra ou sob os abismos do mar.

Tinha razão o esclarecido sacerdote.

Bresa, o gênio guarda realmente um tesouro valiosíssimo, que qualquer

homem esforçado e inteligente pode conseguir; essa riqueza prodigiosa não se

acha, porém, perdida no seio da terra nem nas profundezas dos mares; encontrá-la-

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eis, sim, nos bons livros, que, proporcionando saber aos homens, abrem, para

aqueles que se dedicam aos estudos com amor e tenacidade, as grutas

maravilhosas de mil tesouros encantados.

3.1- Atividades

Conscientizar o leitor que Enedim, venceu na vida não pela própria sorte,

mas pelo seu esforço, pelas suas leituras, pelo seu empenho em busca do

conhecimento. Embora, sempre buscasse por tesouros.

Fazer um intercâmbio entre os personagens Enedim e João Preguiça, e

analisar qual deles se deu melhor na vida.

Desenhar uma linha do tempo e colocar o nível de escolaridade, os

cursos que foram feitos, os livros que já foram lidos e aonde querem chegar

futuramente.

Análise para fazer dramatização

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4.O SER MAIS PODEROSO DO MUNDO

Autor: Rosane Panplona

Havia certa vez, na China, um quebrador de pedras que passava

seus dias ao pé de uma montanha, quebrando pedras e lamentando sua falta de

sorte.

Um dia, um gênio apareceu-lhe e perguntou o que poderia fazer para

deixá-lo satisfeito. O quebrador de pedras imediatamente respondeu que, para ele

ser feliz, queria ser rico.

O gênio tornou-o rico na mesma hora. E o homem ficou satisfeito. Mas só

até o dia que em que encontrou um nobre muito mais rico do que ele, carregado

numa liteira por quatro escravos. Então lamentou, ele por não ter desejado ser ele

também um nobre.

O gênio ouviu seus lamentos e transformou-o num nobre riquíssimo. E o

ex-quebrador de pedras ficou realmente satisfeito...isto é, até ver o rei, que desfilava

com seu manto bordado em ouro e sua coroa cravejada de pedras.

Então o nobre reclamou novamente de sua sorte, até que o gênio ouvisse

suas queixas e o transformasse num rei. Agora ninguém poderia ser mais forte do

que ele. O poderia? Infelizmente, sim.

Um dia esse rei, desfilando envaidecido com seu manto e sua coroa,

começou a sentir muito calor. O sol brilhava forte e, por mais ordens que recebesse,

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não se retirava. Assim, o rei foi obrigado a despir seu manto e sua coroa. É claro

que, a partir daí, só pensou em ser Sol. E seu desejo, mais uma vez, foi atendido.

Como Sol, sentiu que nada poderia perturbá-lo. E divertia-se brilhando

bem diretamente na cabeça dos reis, só para mostrar-lhes que era mais forte que

todos. Entretanto, um dia, uma nuvem escura teimou em ficar à sua frente, não

permitindo que seus raios flamejassem como ele gostava.

E o Sol lastimou-se e implorou ao gênio que o transformasse nesse ser

que era mais forte do que ele. O gênio assim fez e ele virou-se nuvem. Sentindo-se

mais poderosa do que todas as criaturas do universo, a nuvem sempre escolhida

ficar na frente do Sol, só para obscurecê-lo.

Mas, um dia, um vento forte carregou-a para longe e ela percebeu que o

vento era ainda mais poderoso. E quis ser vento. E foi.

O vento era mais poderoso do que a nuvem, porém não mais poderoso

do que tudo: a montanha ele não conseguia ultrapassar, nem derrubar, por mais

forte que soprasse.

Então, chamou o gênio e pediu-lhe que o transformasse numa montanha.

O gênio já quase sem paciência, atendeu-lhe o pedido e transformou-o numa

gigantesca montanha.

A montanha era mesmo o ser mais poderoso de todos. Ninguém podia

com ela. Será? Um dia, ela começou a sentir fortes dores como se lhe arrancassem

pedaços. Sem hesitar, invocou o gênio e bradou.

- Gênio, ainda não estou satisfeito. Há algo mais forte do que eu, pondo-

me louco, me destruindo pedaço a pedaço. Seja o que for ser, é nele que quero me

transformar.

Ao gênio, só restou exclamar:

- Pois seu desejo é uma ordem!

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E foi assim que o insatisfeito voltou a se transformar num quebrador de

pedras.

4.1 Atividades

Com a participação dos alunos, elencar as coisas que sempre queremos

mais e mais; transpor a metodologia do texto para a nossa maneira de viver.

Refletir os momentos em nossa vida que nunca estamos contentes.

Fazer uma reflexão com o consumismo que vivemos no dia a dia, e ao

padrão de estética imposto na sociedade.

Análise para fazer dramatização

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5 - OS ANIMAIS E A PESTE

Autor: Monteiro Lobato

O leão havia reunido toda a bicharia a fim de resolver sobre a terrível

peste que estava arrasando o reino. Antes de decidirem qualquer coisa, os reis

costumam consultar os sábios, os astrólogos, os bobos da corte e outras

notabilidades do reino. Assim também fazia o Leão da Fábula. O primeiro consultado

foi um macaco de barbas brancas, sabido como ele só.

- “Qual sua opinião, senhor mono, sobre a peste que nos desgraça?”

O macaco alisou a barbaça, tossiu três vezes e disse:

- “Saiba Vossa Majestade que esta peste é um castigo do céu.

Ofendemos a majestade celeste, foi isso. Agora o remédio é aplacarmos a cólera

dos deus com o sacrifício de um de nós”.

- “Muito bem” – disse o leão. – “mas sacrifício de qual?”

- “Do mais carregado de crimes” – respondeu o macaco.

O leão fechou os olhos e pôs-se a meditar. Recordou sua vida passada,

suas injustiças, a crueldade com que matara tantas zebras, gazelas, veados,

carneiros e até homens. E resolveu fazer um bonito: oferecer-se para o sacrifício

como o mais carregado de crimes.

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Nenhum animal teria a coragem de concordar com ele, de modo que ele

fazia o bonito sem correr o menor perigo. Assim procedem os reis que desejam ficar

famosos na história.

- “Amigos” – disse o leão com cara contrita. – “Nenhuma dúvida me resta:

quem deve ser sacrificado sou eu. Ninguém cometeu mais crimes que o vosso rei,

ninguém matou maior números de veados, carneiros, zebras e homens do que eu.

Devo ser o escolhido para o sacrifício. Que acham?

Disse e correu os olhos pela corte, com ar de quem está pensando lá por

dentro: ”Quero só ver quem tem o topete de achar que sim”. Todos estavam

convencidos de que de fato era o leão o maior criminoso da floresta, mas nenhuma

tinha a coragem de o dizer em voz alta. A raposa, então, adiantou-se e fez um

discursinho.

- “Bobagens, Majestade!” – disse ela. – “Se há no mundo um ente limpo

de crimes, certo que é o nosso bondoso Rei Leão. Matou veados e carneiros e

zebras e homens? Oh, isso em vez de crimes constitui ato de nobre piedade. Para

que servem tais bichos? Que é um veado, uma zebra ou um carneiro ou um carneiro

ou um homem, na ordem das coisas? Perfeitas imundícies, de modo de que o que

Vossa Majestade fez foi apenas uma obra de limpeza. Ninguém tome minhas

palavras como lisonja, tenho horror a isso, mas Vossa Majestade, na minha opinião,

em vez de um criminoso é um santo”!

Uma chuva de palmas cobriu o discurso da raposa. O leão lambeu a

bigodeira, de gosto, e agradeceu à raposa com um gesto cordial. Em seguida

levantou-se o tigre e disse o mesmo que havia dito o leão. Acusou-se de grandes

crimes e declarou que o merecedor do castigo só podia ser ele, não outro. A raposa

fez novo discurso, ainda mais bonito que o primeiro, provando que santo número 2

da floresta era justamente o tigre. A cena repetiu-se com todos os animais de

músculos fortes e dentuça afiada. Todos viraram santos. Por fim chegou a vez do

burro.

- “Pondo a mão na consciência, não me sinto culpado de coisa nenhuma”

– declarou a burríssima criatura. – “Só como capim e outras ervas. Nunca matei um

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mosquito. Se mutuca me morte, o que mais faço é espantá-lo com o espanador de

cauda. Nunca furtei. Nunca tomei a mulher do próximo. Nem coices dou, por que

sofro de uma inchação nos pés, muito dolorosa. A consciência de nada me acusa.”

Assim que o burro concluiu, todos os animais entreolharam-se. Era muito

grave aquela sua confissão! A raposa adiantou-se e falou, como intérprete do

pensamento geral.

-“Eis o grande criminoso, Majestade!” – disse ela apontando para o pobre

burro. – “É por causa dele que o céu nos mandou esta epidemia. Ele tem de ser

sacrificado. Não dá coices, confessou, porque temos pés inchados”. Quer dizer que

se não tivesse os pés inchados andaria pelo mundo a distribuir coices como quem

distribui cocadas. Morra o miserável burro coiceiro!”

- “Morra! Morra!” – gritaram mil vozes.

Vendo aquilo, o rei leão também se indignou.

-“Miserável burro de carroça”! – berrou. – “É por tua causa, então, que o

meu reino está levando a breca? Pois te condeno a ser imediatamente estraçalhado

pelo carrasco da corte. Vamos, tigre, cumpre a sentença do teu rei!...

Os olhos do tigre carrasco brilharam. Estraçalhar animais era o seu

grande prazer. Lambeu os beiços e armou o bote para lançar-se contra o trêmulo

burro. Mas ficou no bote. Uma enorme pedra lhe caiu do teto da caverna bem no alto

da cabeça – plaft! Grande berreiro! Correria! Desmaios das damas. Quem é? Quem

foi? Fora obra do peninha.

- Bravos! – exclamaram os meninos. – Isso é que se chama boa pontaria.

- Fujamos enquanto é tempo – gritou Peninha. O leão já nos farejou aqui

e está lambendo os beiços...

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Atividade 5.1

Pensar sobre a atitude do leão, sendo o chefe da bicharada e usando da

má fé para se eximir das responsabilidades.

Comentar se há momentos em que agimos como leão e como o tigre.

Será que a atitude do burro deve ser vista como de coragem ou como

falta de modéstia?

Análise para fazer dramatização

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6 -CHAPÉUZINHO VERMELHO E O LOBO

Autor: Celso Antunes

- Pois, é! Estava eu em minha casa, pois como sabem a mata é a

única casa que tenho, quando vi uma menina branquela e com horroroso

chapeuzinho vermelho caminhando com displicência e levando uma sacola debaixo

do braço. Pensei: - Puxa, bem que será capaz de atirar copos e garrafas plásticas

sem cuidado na minha mata e é meu dever advertí-la para que tenha cuidado e

respeito ao meio ambiente. E, assim pensando, dirigi-me à garota. Esta, entretanto,

ao me ver gritou horrorizada:

- Meu Deus! Meu Deus! Um terrível lobo. E, em desespero, nem deu

tempo para explicação e saiu correndo em disparada.

Fiquei sinceramente ofendido, magoado mesmo, mas refleti: “É ainda

uma criança, nada sabe sobre a beleza animal e de nada adiantará meus ecológicos

conselhos. Deduzindo que por certo iria até a casa da velhota lá perto do riacho,

cortei o caminho e me antecipei, tentando argumentar com sua avó adulta. Foi inútil.

Esta, ao me ver gritou com igual horror e já ia avançando sobre a espingarda,

quando em último recurso, tive que devorá-la. Aí pensei: Se a garota chega e me

encontra em meus trajes habituais, por certo vai continuar a me ofender e não me

dará ouvidos”. Foi por esse motivo que, depressa, vesti as roupas da velha e cobri-

me, deitado em sua cama.

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- Pois, não é que a menina, assim que me viu e pensou ser a ave,

continuou sua sessão de ofensas e desmoralizações. Foi logo dizendo.

- Meu Deus, vovó, como seus olhos estão horrorosos...

Essa dura crítica mexeu com minha autoestima e ofendeu-me até a última

gota de sangue. Sei que não tenho os olhos de Brad Pitt, mas ainda assim lutei

contra a revolta e com doçura argumentei:

- São para melhor enxergá-la, meu amor...

Foi inútil essa demonstração de afeto. A garotinha continuou a

escandalizar meus ouvidos, minha respiração, meus sentimentos, até o limite

máximo da tolerância, quando esmagado por tantas ofensas devorei-a também.

- O final da história vocês já conhecem... veio o caçador, abriu-me a

barriga, salvando chapeuzinho e a avó e eu fui jogado à morte. Tudo em nome da

ecologia! Não é um absurdo?

6.1 Atividades

Conhecer outro lado da história, contada por outro personagem.

Entender que é importante procurarmos saber os dois lados,antes de dar

opiniões levianas.

Na versão nova da história podemos fazer um recorte de assuntos muitos

discutidos nos dias atuais. Que assuntos são esses?

Análise para fazer dramatização

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7- AQUELA RUA SOSSEGADA

Autor: Maria Luisa Soriano Martins

Em um país distante daqui muitas e muitas milhas, havia uma grande

cidade e nela, uma rua pequena, com poucos quarteirões, sem saída, parecendo um

pequeno condomínio.

Era uma rua sossegada. Todos os moradores se conheciam e tudo

transcorria em harmonia, até que chegaram novos habitantes para uma casa recém-

desocupada.

Começaram os comentários:

-É uma família estranha

- A dona da casa é esquisita.

- Pinta-se demais.

- Parece que passa o dia dormindo.

- Seus filhos ficam muito na rua.

- Recebe vários homens.

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- Recebe também vários casais, às vezes acompanhados com uma

mulher jovem.

- Parece que faz uso de drogas.

- Dá-se o luxo de ter uma governanta.

- Não tem marido.

- É deve ser uma “daquelas”.

A malediciência chegou ao máximo e depois começou a diminuir, “como é

comum entre os homens”

A estranha família foi relegado ao ostracismo e os vizinhos proibiram os

filhos de brincar com “aquelas crianças”.

A rua retomou à sua quietude.

Um dia, viram uma ambulância chegar e levar a senhora. Na semana

seguinte, souberam de sua morte ocorrida em um hospital.

Vieram alguns casais, levaram, as crianças, e a “governanta” ficou mais

tempo, fechando a casa. Foi por ela que souberam de tudo. Aquela senhora, viúva

de um militar, morto em combate, sofria de uma doença incurável, em fase terminal.

Resolveu deixar o hospital para passar os últimos dias com os filhos e uma grande

amiga, que veio para ajudá-la. Tomava analgésicos poderosos para amenizar-lhes

as dores. Pintava-se muito para disfarçar a palidez. Os filhos brincavam na rua para

não presenciar o tempo todo o seu sofrimento.

Os homens eram o seu médico, o advogado, o psicólogo, o pastor de sua

igreja.

Os casais eram pessoas que tinha a intenção de adotar seus filhos. A

mulher jovem era a assistente social.

Era uma rua sossegada de pessoas boas, generosas, gentis...

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7.1 Atividades

Encontrar no texto uma atitude negativa muito empregada pelas

pessoas.

Na nossa convivência diária conhecemos muitos casos que são

parecidos como o do texto?

Agimos às vezes como o pessoal daquela rua sossegada?

Análise para fazer dramatização

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8 - ARTE DA DANÇA

Autor: Rubem Alves

Contarei o milagre mas não lhes contarei os santos. Não lhes pedi

permissão.

Eram um lindo casal de brasileiros que faziam estudos avançados na

Universidade de Lovaina, Bélgica. Convidaram-nos pra uma recepção e lá foram

eles elegantemente vestidos. Música. Danças.

Dançavam eles no salão quando notaram que os outros casais paravam

de dançar e formavam uma roda ao seu redor, todos a olhar para eles. Pensaram:

devemos estar dançando muito bem. Aí capricharam nos passos para não

desapontar a platéia até que a música terminou. Ao se aproximarem de um

professor amigo ele lhes disse com divertido sorriso: “

É a primeira vez que vejo um casal dançando o hino nacional da Bélgica”

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8.1 Atividades

Entender que todos estamos sujeitos a passar vexames, independente do

grau de instrução, o que modifica é a maneira como encaramos a situação.

Percebemos que as histórias procuram contar ou comentar situações da

vida cotidiana, acontecimentos até mesmo de nossa família .

Fazer um relato de uma situação que já aconteceu com você ou com um

amigo.

Análise para fazer dramatização.

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.

OS DOZE CRIADOS PREGUIÇOSOS

Autor: Jacob e Wilhelm

Doze criados que nada tinham feito durante o dia todo também

não tinham se cansado à noite: ao contrário, estavam estendidos na relva,

vangloriando-se de sua preguiça.

Não me interesso por seu ócio – dizia o primeiro. - Só me preocupo com o

que me diz respeito. Meu trabalho principal é cuidar do meu corpo. Não como pouco

e bebo ainda mais. Depois de fazer quatro refeições, eu jejuo um pouco, até sentir

fome outra vez, e me dou muito bem com isso. Levantar cedo não é comigo. Ao

meio dia, já estou procurando um lugar de repouso. Se o patrão me chama, finjo que

não ouvi, se ele me chama pela segunda vez, ainda deixo passar algum tempo

antes de me levantar, e, depois levanto-me bem devagarinho. Acho muito razoável

esse meu modo de vida.

- Eu tenho de tomar conta de um cavalo – disse o segundo criado.- Deixo

o freio em sua boca e, quando não quero, não lhe dou comida e digo que já dei. E

aproveito para me deitar e dormir durante quatro horas.

Depois disso levanto o pé e o passo duas vezes no corpo do cavalo,

deixando-o desse modo, perfeitamente alisado e limpo. Para que fazer melhor do

que isso? Já é demais fazer o que faço.

- É uma idiotice a gente se matar de trabalho – disse o terceiro. - Nada

disso! Eu gosto de me deitar na relva, mesmo tomando sol, e tirar uma boa

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soneca. Pode até chover, se Deus quiser. Já tomei uma chuva tão forte que

arrancou meus cabelos e fez um buraco no crânio. Tampei o buraco com uma

pasta, e tudo ficou bem. Já tenho sofrido vários machucões desse tipo.

- Quando tenho de fazer algum trabalho – disse o quarto - primeiro

descanso durante uma hora, para ficar em boas condições. Depois pego o

serviço, bem devagarinho para não me cansar demais, e pergunto se não há

alguém que queira me ajudar. Se há naturalmente deixo para ele a maior parte

do trabalho, ou para falar com mais exatidão, cem por cento. Mesmo isso, porém,

me é bastante penoso. Tenho de ficar o tempo todo no local do trabalho.

- Isso não é nada! Exclamou o quinto criado. – Vê o meu caso. Tenho

de tirar o esterco de cavalo da estrebaria e encher com ele uma carroça. Começo

bem devagarinho. E se, tiro alguma coisa com a pá, levantei-me espero um

quarto de hora para descarregar a pá na carroça. Não é preciso fazer um esforço

maior, para se despachar uma carroça de esterco por dia. O que não quero

estragar é minha saúde por excesso de trabalho.

Pois eu acho que a gente tem de trabalhar – opinou o sexto criado.

- O menos possível, naturalmente, a gente pode, também, fora do

serviço, deixar de lado muito esforço inútil, para não desgastar muito as

nossas forças. Eu, por exemplo, fico quase um mês sem mudar de roupa nem

tirar os sapatos, nem para dormir. Procuro, também poupar a força em tudo

quanto tenho de fazer. Assim, quando tenho de subir na escada, ponho o pé

direito, depois o pé esquerdo no primeiro degrau. Trato, então, de contar

quantos degraus tem a escada, para saber onde devo descansar durante a

subida.

- O sétimo tomou então a palavra:

- Eu não me preocupo muito com essas coisas. O patrão fiscaliza

o meu trabalho, mas não fica em casa durante todo o dia. Eu, porém não me

descuido de coisa alguma. Para que eu me mova, tenho de ser empurrado

por quatro homens muito robustos.

- Estou vendo que sou o único sujeito diligente aqui! – vangloriou-

se o oitavo soldado. – Se encontro uma pedra no meio do caminho, evito

fazer o esforço de levantar as pernas para passar por cima dela. Deito-me no

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chão, e, se fico coberto de poeira ou de lama, espero até que o sol tenha me

secado. Às vezes, porém, sou tão diligente que chego a mudar de posição,

para expor melhor o corpo ao sol.

- Confesso que, realmente, sou um pouco preguiçoso. Hoje, por

exemplo, fiquei com tanta preguiça de pegar um pedaço de pão e levá-lo à

boca, que preferi passar fome, assim como preferi passar sede do que levar à

boca um copo de água, ainda mais que tenho de enchê-lo antes – disse o

nono.

- A preguiça já me prejudicou, mas por culpa de outra pessoa –

revelou o décimo criado. – Eu e mais dois colegas estávamos deitados no

caminho, com as pernas estendidas e um idiota veio empurrando um carrinho

de mão e passou por cima, quebrando a minha perna e machucando o meu

pé. Não ouvi o barulho do carrinho se aproximando, pois estava coberto de

mosquitos que, além de sugar meu sangue, faziam uma zoeira horrível com

seus zumbidos. É claro que eu não podia ficar o tempo todo espantando os

mosquitos. Mesmo se não tivesse mosquito, porém, seria um desaforo eu ter

de fazer o esforço de encolher as pernas porque um idiota cismou passar por

ali empurrando o carro, quando, muito provavelmente, devia ter outros

caminhos que poderia seguir, já que era tão imbecil a ponto dele empurrar um

carrinho de mão, em vez de descansar ele próprio e dar sossego aos outros

que precisam descansar.

Chegou a vez do décimo-primeiro criado:

- Deixei o meu emprego ontem. Não era brincadeira carregar

livros pesados para o meu patrão, ou levá-los de volta para a estante. Para

falar a verdade, não fui eu propriamente que larguei o emprego, mas meu

patrão que me despediu, porque as suas roupas, que eu tinha deixado sem

guardar, estavam todas ruídas de traças, o que, aliás, foi muito bom, pois ele

não merecia coisa melhor.

E disse o décimo segundo:

- Hoje, guiei a carroça até o campo e fiz uma cama de palha, para

tirar uma boa soneca. As rédeas escaparam de minhas mãos, o cavalo tinha

quase se livrado, os arreios tinham sumido, as correias que prendem o cavalo

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ao varal tinham sumido e o mesmo acontecera com o bocado e o freio.

Alguém passara por ali e levara aquilo tudo. Além disso, a carroça estava

atolada em um brejo. Afinal, o próprio patrão apareceu e se encarregou de

tirar a carroça de lá. Só por isso é que não estou dormindo lá, em cima da

palha até agora, com toda a tranquilidade.

Atividades

Buscar no dicionário qual o significado de “preguiça”.

Saber se usam muito o termo preguiça, em casa e na escola.

Elencar as atividades rotineiras que desempenham no dia a dia.

Refletir se a preguiça traz conseqüências negativas na nossa vida

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O Sapo e a Cobra

Autor: Willian Bennett

Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino,

brilhante e colorido deitado no caminho.

- Olá! O que você está fazendo estirada na estrada?

- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma cobrinha e você?

- Um sapo. Vamos brincar?

E eles brincaram a manhã toda no mato.

- Vou ensinar você a pular.

E eles pularam a tarde toda pela estrada.

- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo

tronco.

E eles subiram.

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Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo

se encontrar no dia seguinte.

- Obrigada por me ensinar a pular.

- Obrigado por me ensinar a subir na árvore.

Em casa, o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar.

- Quem ensinou isso a você?

- A cobra, minha amiga.

- Você não sabe que a família Cobra não é gente boa? Eles têm veneno.

Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica

bem.

Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.

- Quem ensinou isso a você?

- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu com a família

Sapo? Da próxima vez, agarre o sapo e... bom apetite! E pare de pular. Nós cobras

não fazemos isso.

No dia seguinte, cada um ficou em seu canto.

- Acho que não posso rastejar com você hoje.

A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou:

“Se ela chegar perto, eu pulo e o devoro”.

Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos alunos que aprendeu com o

sapinho. Suspirou e deslizou para o mato.

Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos.

Mas ficavam sempre ao sol, pensando no único dia em que foram amigos.

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Atividades

Analisar sobre as atitudes das mamães narradas na história.

Pensar se as nossas mães tomam esse tipo de atitude.

Elencar pontos positivos e negativos da história.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2008.

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BRENMAN, Ilan. As 14 pérolas da Índia. 5ª ed. São Paulo, Brinque Book: 2008.

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Belo Horizonte, Alis Editora: 2002.

MONTEIRO, Lobato. Reinações de Narizinho. São Paulo: Globo, 2009.

PAMPLONA, Rosane. Verso e Reverso: o outro lado das histórias. São Paulo:

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TAHAN, Malba. Os melhores contos. 22ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2006.

Novas lendas orientais. 13ª ed. Rio de Janeiro: Best. Seller, 2009.

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