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FICHA PARA CATÁLOGOPRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: UNIDADE DIDÁTICA – PROBLEMAS URBANOS DE LARANJEIRAS DO SUL
Autor ALDA MARY SANTOS VAINER
Escola de Atuação CEEBJA – LARANJEIRAS DO SUL
Município da escola LARANJEIRAS DO SUL
Núcleo Regional de Educação LARANJEIRAS DO SUL
Orientador PAULO NOBUKUNI
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Disciplina/Área (entrada no PDE)
GEOGRAFIA
Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA: PROBLEMAS URBANOS DE LARANJEIRAS DO SUL.
Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Público Alvo (indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho:professores,alunos, Comunidade)
Alunos do Ensino Médio
Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)
CEEBJA – Laranjeiras do Sul, Rua Manoel Ribas, N° 2551’CEP: 85301-030
1
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
A Unidade Didática “Problemas urbanos de Laranjeiras do Sul”, faz parte de um projeto de pesquisa proporcionado pelo Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria do Estado de Educação do Paraná em parceria com a UNICENTRO. Optou-se pelo conteúdo “meio urbano”, por ser possível trabalhar sob a dimensão econômica, política, cultural, demográfica e socioambiental. Visa relacionar o conteúdo geográfico com tudo que os educandos vivenciam no seu cotidiano, expondo e entendendo as contradições do espaço, conectando fatos e situações, dando sentido ao aprendizado. Utilizará como ponto de partida o conceito Lugar, espaço de vivência, de relações sociais, as características econômicas e ambientais, indo do local ao global. Visa-se possibilitar ao educando a conscientização sobre a sua realidade, despertando as noções de participação, pertencimento e responsabilidade, almejando levar o mesmo a posicionar-se de maneira crítica frente a essa realidade, melhorando-a. A unidade é composta por textos e atividades que objetivam despertar nos alunos o interesse e conscientização sobre os principais problemas existentes em nosso município. Utiliza uma prática metodológica que permite a inserção dos recursos tecnológicos disponíveis na escola, tornando as aulas mais interessantes. Será disponibilizada ao educando da EJA, oficina de alfabetização digital. Serão utilizados os sites do IBGE, Google Earth e em especial o programa Audacity para produção de radionovela com o tema acima proposto.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Meio urbano, Geografia e tecnologia
2
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIDADE DIDÁTICA SOBRE TECNOLOGIAS, ENSINO DE GEOGRAFIA, CIDADANIA E
TRABALHO
Tema: Problemas urbanos de Laranjeiras do Sul - Paraná
ALDA MARY SANTOS VAINER
Unidade Didática apresentada à SEED
(Secretaria de Estado da Educação), Programa
PDE 2010/2012, na área de “Tecnologias,
ensino de Geografia, cidadania e trabalho”,
tema “Problemas urbanos de Laranjeiras do
Sul”, sob a orientação do Professor Paulo
Nobukuni (DEGEO) da UNICENTRO.
LARANJEIRAS DO SUL
2011
3
IDENTIFICAÇÃO
PERÍODO: 2010/2012
PROFESSORA: Alda Mary Santos Vainer
ÁREA DO PDE: Geografia
NRE: Laranjeiras do Sul
PROFESSOR ORIENTADOR: Paulo Nobukuni
IES: UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: CEEBJA – Laranjeiras do Sul.
PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos do Ensino Médio
TEMA: Tecnologias, ensino de Geografia, cidadania e trabalho no CEEBJA - Laranjeiras do Sul
- Paraná
TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA: Problemas urbanos de Laranjeiras do Sul
4
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO................................................................................................................6
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................................7
3 - EJA e Ciências Humanas.................................................................................................7
4- Abordagens do Ensino da Geografia - algumas características......................................8
5- Censo 2010....................................................................................................................9
6 – AS CIDADES, SEUS ENCANTOS E PROBLEMAS .............................................................10
7 – Atividades Práticas......................................................................................................11
Atividade 1 - Texto: Planeta Urbano..................................................................................11
Atividade 2 – Conceituação de termos geográficos............................................................15
Atividade 3 – Análise Cartográfica.....................................................................................15
Atividade 4 – Consequências das migrações......................................................................16
Atividade 5 – Laranjeiras do Sul – Alguns dados................................................................16
Atividade 6 – Desvendando Laranjeiras do Sul..................................................................17
Atividade 7 – Pesquisa on-line..........................................................................................29
Atividade 8 – Produção Radionovela.................................................................................30
Avaliação..........................................................................................................................31
Cronograma de implementação .......................................................................................31
Referências......................................................................................................................32
5
1. INTRODUÇÃO
A Unidade Didática “Problemas urbanos de Laranjeiras do Sul”, faz parte
de um projeto de pesquisa proporcionado pelo Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), da Secretaria do Estado de Educação do Paraná, realizada no período de 2010 e 2012
em parceria com a UNICENTRO, no qual optou-se pelo tema “Problemas urbanos da cidade
de Laranjeiras do Sul”, por este ser um conteúdo possível de ser trabalhado sob a dimensão
econômica, política, cultural, demográfica e socioambiental, visando relacionar o conteúdo
geográfico com tudo que os educandos vivenciam no seu cotidiano, expondo e entendendo
as contradições do espaço, conectando fatos e situações, dando sentido ao aprendizado. O
referido conteúdo permite aos educandos compreenderem sua condição neste espaço. Ao
utilizar como ponto de partida o conceito Lugar, seu espaço de vivência, suas relações
sociais e as atividades que realizam, as características econômicas e ambientais podem e
devem ser comparadas a outros lugares, sejam eles próximos ou distantes. Visa-se
possibilitar ao educando a conscientização sobre a sua realidade, despertando-o e
envolvendo-se neste processo as noções de participação, pertencimento e responsabilidade,
buscando levá-lo a se posicionar de maneira crítica frente a essa realidade, intervindo-a e
melhorando-a.
Assim, o encaminhamento metodológico do ensino de Geografia deve
considerar “o conhecimento espacial prévio dos alunos para relacioná-los ao conhecimento
científico no sentido de superar o senso comum” (DCE,2008, p. 75).
Esta unidade é composta por textos e atividades que objetivam despertar
nos alunos o interesse e conscientização sobre os principais problemas existentes em nosso
município, além de utilizar uma prática metodológica que permite a inserção dos recursos
tecnológicos disponíveis na escola, tornando as aulas mais atrativas e interessantes, sendo
que este é um dos objetivos principais desta pesquisa. Neste sentido será disponibilizado aos
alunos jovens, adultos ou idosos que necessitarem, oficinas de alfabetização digital,
conceitos básicos, internet, e-mail, BrOffice e similares. Será utilizado também os sites do
IBGE, Google Earth e em especial o programa Audacity para produção de radionovela com o
tema acima proposto.
6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação é um direito de todos, lutar por ela é obrigação de toda
sociedade.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, originou
um avanço significativo no sistema de educação do Brasil. Tornar a escola um espaço de
participação social, valorizar a pluralidade cultural, a formação cidadã e a democracia são
alguns dos principais objetivos da mesma.
A educação é um dos setores primordiais para o desenvolvimento de uma
nação e a produção de conhecimentos leva um país a crescer, acrescentando renda e
qualidade de vida a seu povo, entretanto sabemos que ainda há muito que fazer.
A qualidade da educação é condição fundamental para a inclusão social e a
democratização das oportunidades no país. Assim, ao pensar a educação na EJA (Educação
de Jovens e Adultos), o desafio é proporcionar uma nova chance para aqueles que tiveram
esse direito negado, dando-lhes uma oportunidade de inserção no mundo do trabalho,
possibilitando o desenvolvimento da nação e a consolidação da cidadania para todos.
Diante do exposto, buscar maior aprofundamento teórico e científico no
que diz respeito aos conteúdos pertinentes a nossa área de atuação é dever e direito de
todos os profissionais comprometidos com a questão da educação em nosso país.
3. EJA e Ciências humanas
As Ciências Humanas tem um papel relevante para o aprendizado na
escola, considerando que possibilita o desenvolvimento da capacidade de analisar,
interpretar e sistematizar os conhecimentos referentes às ações humanas. Ao analisar a
Educação de Jovens e Adultos (EJA), que por vários motivos ficou à margem do processo
educacional é fundamental destacar o papel da educação para a construção da cidadania. A
Geografia pode auxiliar o jovem ou o adulto nesse processo, uma vez que esta disciplina se
preocupa em analisar os espaços resultantes da interação entre a sociedade e a natureza ao
longo do tempo. Assim é fundamental que os docentes da EJA, ao trabalhar com uma grande
diversidade existente entre os educandos da EJA leve em consideração os conhecimentos
7
prévios, a experiência social, as histórias de família desses educandos como meio para uma
aprendizagem significativa.
Segundo AUSUBEL (apud MORAES, p. 99) o indivíduo dá significado ao que
está aprendendo quando ocorrem as condições a seguir:
- o material a ser estudado deve ser significativo, ou seja, os elementos devem ter sentido próprio e não estar sobrepostos.- o aluno deve ter predisposição para a aprendizagem significativa. Essa predisposição pode ser gerada pela utilização de materiais que movam a vontade do individuo para que aprenda. Como exemplo disso, temos, sendo o procedimento mais ideal, a aprendizagem do conceito de cidade com a utilização de imagens em que o aluno possa comparar o fenômeno tratado e também fazer uso da fala, diferentemente se do que aconteceria se fosse realizado com copias de livros e explicações descontextualizadas.
4. ABORDAGENS DO ENSINO DA GEOGRAFIA – algumas características
Geografia Tradicional: Caracteriza-se pela observação e descrição das
paisagens, com o quadro natural, considerado mais importante os aspectos econômicos e
humanos. A Geografia tradicional esteve no auge desde o final do século XIX até meados do
século XX, enfatizando no ensino a memorização dos dados e a dicotomia entre Geografia
Física e a Geografia Humana.
Geografia Humanística: Leva em consideração o papel dos seres humanos
na transformação do espaço. Salienta a maneira como as pessoas sentem e se relacionam
com seu espaço de vivência, levando em consideração os laços de afetividade, a experiência
e a identidade com o lugar como ponto de partida para a compreensão das interações entre
sociedade e natureza e gradativamente perceber que este lugar faz parte de um espaço
maior, global.
Geografia Crítica: Busca abordar criticamente as relações entre os seres
humanos e a natureza, suas tensões e contradições. É uma Geografia que tem o
compromisso com a justiça social, a ampliação dos direitos humanos e o combate aos
preconceitos. Enfoca também o desenvolvimento da criatividade, da autonomia, da
capacidade de observar, participar e analisar a realidade em que o educando está inserido, e
8
a partir daí ampliar o entendimento por parte do educando, da realidade local inserida em
contextos regionais, nacionais ou globais.
Diante do exposto, percebemos que a evolução da Geografia como ciência
é resultado das conquistas alcançadas pela humanidade e como tal, não pode estar restrita a
um pequeno grupo ou a serviço apenas do Estado, e sim a serviço da melhoria da qualidade
de vida da população.
Ao pensar o ensino de Geografia para a EJA considerar o lugar é
fundamental. É ali o espaço de vivência dos educandos e onde tudo se transforma, modifica-
se, contradiz-se. Assim ao abordar o conceito “lugar”, podemos levantar discussões, instigá-
los a pensar sua cidade sob aspectos relacionados a problemas ambientais, políticos,
econômicos, sociais e também relacioná-los com o espaço regional, global.
Nesse sentido, segundo CALLAI (apud SOEK, p.23), confirma nossa posição
ao afirmar que,
“Em um tempo que se fala tanto na globalização, a questão do lugar assume contornos importantes [...] na medida em que tende a homogeneizar todos os espaços, a diferenciação, pelo contrario, se intensifica, pois os grupos sociais, as pessoas, não reagem de mesma forma. Cada lugar vai ter marcas que lhe permitem construir a sua identidade”.
Ao estudar Geografia na EJA, pretende-se que o aluno construa uma visão
crítica de seu espaço de vivencia, do país e do mundo e que se entenda como sujeito sócio-
histórico atuante.
5. CENSO 2010
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) somos
190.732.694 brasileiros. A população cresceu 12,3%, ou seja, 20.933.524 pessoas. A região
Sudeste continua sendo a mais populosa, e Roraima o estado menos populoso. A população
está mais feminina superando em 3,9 milhões o numero de homens. Existem 95,9 homens
para cada 100 mulheres. O Censo 2010 apurou ainda, que existiam em 1° de agosto 23.760
9
brasileiros com mais de 100 anos de idade. A população está mais urbanizada que há 10
anos. Em 2000, 81% dos brasileiros (137.953.959) viviam em áreas urbanas, e hoje são 84%,
que somam 160.879.708 pessoas. Ainda segundo o Censo 2010, 67 municípios possuem
100% de sua população vivendo em situação urbana, e 775 com mais de 90% nessa situação.
Apenas 9 municípios tem mais de 90% de sua população vivendo em situação rural.
Estes dados nos ajudam a entender a atual dinâmica da população, sendo
assim estudar a cidade como tema estruturante do currículo escolar é fundamental. Nesse
sentido, CASTELLAR e VILHENA (2010, p. 119) nos diz que “a cidade deve ser entendida não
apenas como conteúdo geográfico, um objeto disciplinar, mas como um objeto de vivencia e
de ensino”.
Estudar a cidade auxilia definitivamente para que os educandos
identifiquem a ação social e cultural de diferentes lugares, nela se reconheçam e
compreendam que a vida em sociedade é dinâmica. O espaço geográfico se modifica
constantemente causando alterações no comportamento e na cultura das pessoas dos
diferentes lugares.
6. AS CIDADES, SEUS ENCANTOS E PROBLEMAS
A cidade, um espetáculo!! Enorme objeto de desejo. A cidade dá sentido
visual ao mundo das pessoas, das coisas, das trocas (SILVA, p.85).
É um espaço em constante transformação, demolição, construção,
reformas, palácios, favelas, monumentos, ruas, ruelas, avenidas, letreiros, etc.
É também espaço de aglomeração, do coletivo, do individual. É o espaço do
povo, que delimita fronteiras, marca territórios, defende posições, sendo o lugar de
passeios, trabalho, lazer, socialização e de aprendizagem, conhecimento, cultura.
Nesse sentido, CAVALCANTI (2008, p. 63) nos afirma que “atualmente, a
cidade é o lócus privilegiado da vida social, na medida em que, mais do que abrigar a maior
parte da população, ela produz um modo de vida que se generaliza”.
Mas o que é uma cidade? O que sabemos sobre ela? Que produtos
consumimos? De onde vêm esses produtos? Como se dá o crescimento de uma cidade?
Como é a vida nas cidades? Quais são seus principais problemas?
10
7. ATIVIDADES PRÁTICAS
No laboratório de Informática da escola ler o texto “O Planeta urbano”
disponível no link http://veja.abril.com.br/160408/p_106.shtml.
O Planeta urbano
As oportunidades e os desafios de um mundo em que, pela primeira vez,
mais da metade da população vive nas cidades
Duzentos anos atrás, apenas 3% da população mundial vivia em cidades.
Há um século, na esteira da Revolução Industrial, a porcentagem tinha subido para 13%
ainda uma minoria em um planeta essencialmente rural. Em algum momento deste ano, de
acordo com estimativas das Nações Unidas, pela primeira vez na história o número de
pessoas que vivem em áreas urbanas ultrapassará o de moradores do campo. Segundo o
mesmo estudo, nas próximas décadas praticamente todo o crescimento populacional do
planeta ocorrerá nas cidades, nas quais viverão sete em cada dez pessoas em 2050.
A população rural ainda deve aumentar nos próximos dez anos, antes de
entrar em declínio gradativo. A atual migração para as cidades é de tal ordem que se pode
compará-la, de forma alegórica, a um novo salto na evolução. O Homo sapiens cedeu lugar a
seu sucessor, o Homo urbanus.
O que move a humanidade em direção à vida de colmeia? Estima-se a
idade do homem moderno em 130 000 anos. A agricultura e a vida sedentária, que
permitiram viver em aldeias ou vilas, existem há apenas 11 000 anos. Cidades da forma que
as conhecemos hoje só apareceram 5.500 anos depois na Mesopotâmia e no vale do Rio
Nilo, no Egito. Desde cedo, a cidade teve o mérito de dar ao homem a possibilidade de
evoluir além da luta pela sobrevivência pura e simples. Sua primeira função foi de local de
proteção, de armazenagem de alimentos e de entreposto de trocas. A segurança urbana
permitiu o desenvolvimento do trabalho especializado, que liberou as pessoas para se
engajar em atividades como as artes, a ciência, a religião e a inovação tecnológica.
A lei é a essência da vida urbana desde os tempos babilônicos. Primeiro,
porque as cidades são centros de comércio, e essa atividade exige regulamentos. Segundo,
11
ATIVIDADE 1 – URBANIZAÇÃO E SEUS PROBLEMAS
porque elas atraem diferentes tipos de morador, que precisam viver juntos e dependem de
normas comuns de comportamento. "É graças a esse convívio que o ser humano desenvolve
sua capacidade de criação e inovação", diz a arquiteta Raquel Rolnik, da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas.
O filósofo grego Platão, no diálogo Fedro, diz que o campo e as árvores
nada podem lhe ensinar, ao contrário dos homens da cidade. É uma afirmação exagerada,
mas que mostra o princípio básico pelo qual os seres humanos habitam as áreas urbanas. O
lugar que melhor sintetiza a urbanização em escala global é a megalópole. Esse é o nome
que se dá aos aglomerados urbanos com mais de 10 milhões de habitantes. Um em cada 25
habitantes do planeta vive em uma das dezenove megalópoles existentes. Seus moradores
desfrutam uma vasta gama de serviços especializados, comércio disponível noite e dia,
programas culturais para todos os gostos, infinitas alternativas de lazer mas o trânsito pode
ser tão congestionado que se torna difícil usufruir as ofertas ou a preocupação com a
segurança é tal que obriga os pais a criar os filhos sob um controle extenuante. Essa situação
é agravada pelo fato de quinze desses gigantes estarem localizados em países pobres ou
emergentes. Em menos de vinte anos, quando as megacidades forem 27, pelo menos 22
estarão em países em desenvolvimento.
As cidades geralmente representam um peso desproporcional na economia
nacional. A Grande São Paulo responde por 21% do produto interno bruto do Brasil. Sua
produção de riquezas supera a soma das do Peru, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Equador.
Mumbai é responsável por 40% da arrecadação de impostos na Índia. O prefeito de Tóquio
representa mais eleitores que o presidente de Portugal. Se nos últimos séculos os países
foram os principais eixos da economia mundial, hoje esse papel cabe às metrópoles.
Não é difícil entender alguns fatores básicos que contribuem para isso. A
densidade populacional ajuda a reduzir os custos de produção e, ao mesmo tempo,
concentra enormes mercados consumidores de bom poder aquisitivo. A convivência e a
diversidade cultural também catalisam os processos de inovação, um dos motores do
capitalismo. Uma equipe da Universidade de Loughborough, na Inglaterra, mapeou o que
chamou de "cidades globais". Foram identificadas 55 cidades, de Seul a Santiago do Chile,
que servem não somente como centros financeiros nacionais, mas também como pontos de
12
conexão de pessoas e empresas em escala mundial. Em comum elas têm grandes mercados
consumidores, os melhores serviços para o desenvolvimento de empresas multinacionais e
são cenário para a tomada de decisões a respeito da economia internacional. As trinta
principais cidades da lista abrigam apenas 4% da população mundial, mas são responsáveis
por 16% da riqueza produzida.
Nas palavras da americana Saskia Sassen, da Universidade Colúmbia e
autora de A Cidade Global: "Se alguém quer levar seu produto ou serviço para além de suas
fronteiras nacionais, fatalmente terá de passar por uma dessas cidades". O continente em
que a urbanização ocorre de forma mais rápida é a África. Nos países mais ricos, a
supremacia numérica dos moradores das cidades é um fato consolidado desde os anos 50.
Nas últimas décadas, guerras e secas ajudaram a empurrar as pessoas para as cidades
africanas. Lagos, na Nigéria, é a metrópole de mais rápido crescimento do mundo e também
uma das mais faveladas.
De acordo com a previsão da ONU, um terço dos deslocamentos
populacionais dos próximos trinta anos deve ocorrer na Índia e na China, os países mais
populosos do mundo. Metade dos futuros migrantes vai se alojar em cidades médias, com
até 500.000 habitantes. Elas têm uma oportunidade rara: a de não repetir os erros das atuais
megalópoles. De modo geral, há desafios comuns às grandes concentrações urbanas. Um
deles é o trânsito, que pode definir a qualidade de vida de uma cidade. São Paulo, nesse
sentido, é um dos piores lugares para morar. Com apenas 0,01% do território brasileiro,
concentra 12% de todos os veículos existentes no país. A quantidade não é o único
problema. Boa parte dos paulistanos depende de veículos particulares para ir ao trabalho ou
levar os filhos à escola. A solução é evidente: um bom sistema de transporte público. Mas
isso pode não ser suficiente, porque as pessoas preferem o carro.
Uma pesquisa com americanos mostrou que 83% dos entrevistados
preferiam morar distante e depender do carro a viver em uma região central e usar o
transporte público. Nesses casos há recursos mais radicais. Cingapura foi a primeira a cobrar
pedágio dos veículos que trafegam em sua área central. Londres e Oslo copiaram a medida.
A prefeitura de Nova York tentou seguir o exemplo, mas na semana passada o projeto foi
rejeitado pelos vereadores. "As cidades precisam fazer os motoristas pagar pelos custos que
13
seus carros impõem à sociedade", diz o engenheiro brasileiro Paulo Custódio, consultor de
transporte público e professor da Universidade de Shandong, na China. Há problemas que
são mais graves em um lugar que nos outros. A poluição do ar em Pequim, por exemplo, é
tão intensa que ameaça o desempenho dos atletas na Olimpíada deste ano.
Dificuldades próprias da pobreza, como as favelas, são mais agudas no
Terceiro Mundo. "Na maioria dos países emergentes, o crescimento das cidades acontece
sem nenhum planejamento, criando enormes espaços de pobreza", diz o brasileiro Ivo
Imparato, especialista em urbanismo do Banco Mundial, em Washington. Existe solução para
as áreas faveladas?
O brasileiro Jonas Rabinovitch, conselheiro de governança da ONU que tem
no currículo a reconstrução de Cabul, a capital do Afeganistão, destruída pela guerra civil, diz
que a melhor estratégia não é combater ou tentar erradicar as favelas, e, sim, urbanizá-las.
O subsídio do governo também é necessário porque a população mais pobre tem muita
dificuldade para obter linhas de crédito. "Não se trata de paternalismo, pois boa parte dos
moradores de favela tem condições de pagar um aluguel e o faz", disse Rabinovitch a VEJA.
Nos últimos oito anos, a prefeitura de Medellín, na Colômbia, empreendeu um dos mais
conhecidos programas de urbanização de favelas. Foram construídas escolas, postos de
saúde, bibliotecas e alternativas de lazer ao botequim. E também instalados dois teleféricos
que conectam o morro com o metrô.
Nem todas as cidades podem encontrar seu lugar no primeiro time da
globalização. Algumas são pobres demais para isso ou carecem de indústrias ou dos serviços
necessários. Outras ainda precisam resolver problemas elementares, como falta de água, luz
e esgoto.
O que está claro no planeta urbano é que nenhuma metrópole está
condenada, por pior que pareça sua situação. Ao contrário, o fenômeno mais surpreendente
é o das cidades que se reinventam. O melhor exemplo é Bilbao, antigo pólo industrial
decadente na Espanha. O arquiteto americano Frank Gehry projetou um prédio
extravagante para o Museu Guggenheim, que serviu para transformar a imagem da cidade
em uma metrópole ultramoderna. Animada com o exemplo, Abu Dhabi, nos Emirados
Árabes, está construindo suas próprias filiais do Guggenheim e do Louvre. Dubai, o emirado
14
ao lado, foi além: a cidade foi reconstruída com praias e ilhas artificiais, canais que lembram
os de Veneza e, para servir de cartão-postal, um magnífico hotel dentro do mar, cujo
formato lembra a vela de uma embarcação do Golfo Pérsico. O homem quer tanto viver em
cidades que as constrói até no deserto.
Após ler o texto trabalhar os seguintes conceitos geográficos: Migração, êxodo rural,
urbanização, metrópole, megalópole, megacidade, conurbação, densidade populacional,
cidade global, país populoso e país povoado, a falta de planejamento urbano e as medidas
necessárias para resolver os principais problemas decorrentes deste processo, em grandes e
pequenas cidades. O texto serve também de referência para analisarmos a dinâmica urbana
atual, do ponto de vista da necessidade de políticas públicas, que venham a amenizar os
problemas urbanos brasileiros.
Analisar o mapa-mundi a seguir, não esquecendo que este não é um mapa convencional. Ele
traz informações específicas por continente. Imagem disponível em:
http://veja.abril.com.br/160408/popup_demografia.html
15
ATIVIDADE 3 – ANÁLISE CARTOGRÁFICA
ATIVIDADE 2 - CONCEITUAÇÃO DE TERMOS GEOGRÁFICOS
http://veja.abril.com.br/160408/popup_demografia.html
As informações constantes no gráfico mostram claramente que a maioria
das pessoas está optando por morar em cidades e isso demonstra que as cidades de
pequeno e médio porte também irão se desenvolver e crescer, contribuindo para o processo
de urbanização mundial e consequentemente trazendo grandes problemas às populações,
tais como moradias precárias, transporte, lixo urbano, poluição, saneamento básico,
desigualdades sociais, falta de planejamento urbano, violência, segregação, etc.
Agora vamos pensar em alguns problemas típicos das concentrações
urbanas. Será que os países ricos e pobres têm os mesmos problemas? E o campo também
tem problema?
ATIVIDADE 5 – LARANJEIRAS DO SUL – ALGUNS DADOS
Neste momento vamos pensar nos problemas de nossa cidade
comparando nossa realidade com a do restante do nosso país. A seguir iremos produzir um
documentário digital sonoro através do programa audacity, que será disponibilizado on-line.
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Analise o gráfico ao lado e redija um texto mostrando sua opinião sobre o porquê das pessoas migrarem do campo para a cidade e quais as principais consequências ou problemas decorrentes deste processo.
ATIVIDADE 4 – CONSEQUÊNCIAS DAS MIGRAÇÕES
LARANJEIRAS DO SUL – ALGUNS DADOS
Laranjeiras do Sul é uma cidade brasileira, do estado do Paraná. Situa-se a
841 metros acima do nível do mar. Sua população atual, de acordo com o Censo 2010 é de
30.777 habitantes.
DATA DE EMANCIPAÇÃO: Decreto Lei Estadual nº 533, de 21/11/1946
DATA DE INSTALAÇÃO: 30/11/1946 - Aniversário do Município
POSIÇÃO, LOCALIZAÇÃO E EXTENSÃO GEOGRÁFICA: Médio Centro-Oeste do Paraná
Altitude: 841,00 m
Latitude do Distrito Sede: Sul 25,40778 Longitude: Oeste 52,41611
Área Urbana: 19,3 Km2
Área Total: 672,086 Km2
LIMITES GEOGRÁFICOS: Nova Laranjeiras; Marquinho; Virmond; Porto Barreiro, Rio Bonito
do Iguaçu.
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS:
População - Zona Urbana: 25.031 População - Zona Rural: 5.746
Grau de Urbanização: 81,33 Total: 30.777
Homens: 14.992 Mulheres: 15.785
População alfabetizada: 21.016 (taxa de alfabetização: 89,3%)
Eleitores: 21.466 Densidade demográfica: 45,79
ATIVIDADE 6DESVENDANDO LARANJEIRAS DO SUL
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ATIVIDADE 7 – Pesquisa on line
Pesquisa on-line site IBGE cidades. Dados atualizados segundo Censo 2010. Acessível em
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1.
Além dos dados geográficos, pesquisar o histórico do município.
Utilizando o Google-Earth vamos visualizar nosso município. Através desse programa,
afastando ou aproximando a imagem podemos ter uma noção da paisagem construída e
reconstruída pela sociedade, além dos vestígios da paisagem natural. Vamos observar se as
lavouras são mecanizadas ou não, se existem muitas moradias no campo, em que direção
nossa cidade está se expandindo, etc.
E nosso patrimônio cultural? Quais são os bairros mais antigos? E os mais novos? Quais são
as áreas mais pobres? Quais áreas são mais ricas? Existem marcas antigas que ainda
resistem ao tempo? Onde estão?
29
Município e cidade. Qual a diferença entre estes termos? Conceitue-os.
Utilizando o programa Br Office Calc ou Excel e o site IBGE vamos montar um gráfico da
população de Laranjeiras do Sul. Não Dê um título e inclua a legenda e a fonte no seu
trabalho.
05000
100001500020000250003000035000
População de Laranjeiras do Sul
População Total
PopulaçãourbanaPopulação rural
Fonte: IBGE 2010
Organizado por: Alda Mary Santos Vainer
Com base no site do IBGE (WWW.ibge.gov.br) pesquisar no Censo demográfico 2010,
verificar quais são os 20 municípios mais populosos do país e a que região pertence?
Em grupos, pesquisar e comparar as condições de vida das populações das cinco regiões
brasileiras e das populações branca, preta e parda. As condições de vida (educação, renda,
saneamento, etc.) dessas classes podem ser pesquisadas na Síntese de Indicadores Sociais
constantes no site do IBGE.
ATIVIDADE 8
Radionovela ou Documento digital sonoro utilizando o Audacity
O Audacity® é um programa livre e gratuito, de código fonte aberto, para edição de áudio
digital. Está disponível para Mac OS X, Microsoft Windows, GNU/Linux e outros sistemas
operacionais.
Para saber mais consulte o site http://audacity.sourceforge.net/about/.
30
Também disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/ceditec/arquivos/File/Audacity_volume_1.pdf. acessado em
28.07.2011
Radionovela – É o formato da novela que conhecemos na televisão, mas que aborda temas
ligados ao dia-a-dia das pessoas. Deve possuir conteúdos educativos, que convidem a
comunidade à reflexão.
Produção de Documentário digital sonoro sobre o município de Laranjeiras do Sul, produzido
e editado através do programa Audacity pelos alunos envolvidos na implementação do
Projeto.
AVALIAÇÃO As atividades referentes ao tema “Problemas urbanos de Laranjeiras do Sul”, serão avaliadas
de acordo com critérios estabelecidos no Projeto Político Pedagógico da Escola e em
consonância com as orientações das DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS, que nos esclarece que devemos nos pautar no “princípio da educação que
valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, onde o processo avaliativo deve estar
voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando o seu perfil e a função
social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção da autonomia”.
Assim, deverá considerar o desempenho dos alunos através da participação nas atividades,
apresentação de trabalhos individuais e em grupo, questionamentos, experiências,
pesquisas, relatos, testes e atividades escritas, valorizando sempre a qualidade, a
criatividade, e a coerência dos trabalhos produzidos.
CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO
Local: CEEBJA – LARANJEIRAS DO SUL
Público: Alunos do Ensino Médio Noturno
Período Letivo: 2º Semestre / 2011
Horário: quarta-feira e quinta-feira das 18 h e 30min às 22h e 30min
A socialização ou exposição de alguns trabalhos dos alunos a toda escola, será feita neste período
ou a critério da Equipe Pedagógica e Administrativa da Escola.
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REFERÊNCIAS
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CASTELLAR, Sonia (Org.). Educaçao geográfica: teorias e práticas. São Paulo: Contexto, 2007.
CASTELLAR, Sônia, VILHENA, Jerusa. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
CAVALCANTI, Lana de Souza. A geografia escolar e a cidade: Ensaios sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana. Campinas, SP: Papirus, 2008.
FAVARO, Thomaz, SALVADOR, Alexandre, TEIXEIRA,Duda. Planeta urbano. VEJA, São Paulo, ano 41, edição 2056, n. 15, p. 107. 16/04/2008.
MORAES, Jerusa Vilhena de. A teoria de Ausubel na aprendizagem do conceito de espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2007.
PARANÁ. Secretaria de Estado Educação/Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Curitiba: SEED. 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado Educação/Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia – DCE. Curitiba: SEED. 2006.
REGO, Nelson; CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos; KAERCHER, Nestor André. Geografia: Práticas pedagógicas para o Ensino Médio. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SILVA, José Borzacchiello da. Et al. (Orgs). A cidade e o urbano. Fortaleza: EUFC, 1997.
Soek, Ana Maria (Org.). Mediação Pedagógica na Educação de Jovens e Adultos: ciências humanas. Curitiba: Positivo, 2009.
SITES PESQUISADOShttp://blogquest-educa.blogspot.com/2009/01/blog-post_9302.html acessado 15.06.2011http://www.ces.uc.pt/lab2004/pdfs/HelenaCallai.pdf http://www.suapesquisa.com/educacaobrasil/acessado em 17.05.2011http://www.brasilescola.com/educacao/educacao-no-brasil.htm/acessado 13.06.2011.http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/11/censo-aponta-1907-milhoes-de-brasileiros-em-2010.html. acessado em 14.06.2011http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/sf00008a.pdf/http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. http://www.ipardes.gov.br/pdf/indices/Grau_Urbanizacao_2010_atualizada24_05_2011.pdf. acessado 30.06.2011http://www.orkut.com.br/Main#AlbumList?uid=10009260517728704713. Acessado em 12.06.2011
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