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O RTS teria sido o grande impulsionador e incentivador da organização da AGP mundo afora a partir de meados da década de 1990, segundo Ludd. (cf. 8) Cerca de 5 mil pessoas em Seattle no período das manifestções estavam identificados como autonomistas, ou seja, não ligados a partidos, sindicatos ou ong’s. Faziam parte de uma infinidade de grupos de afinidade e coletivos. Porque esse impactaram mais do que os 60 mil sindicalistas e militantes de ong’s que estavam lá nas ruas também? Ludd cita Foucault e lembra da importância da disciplina que se espera dos corpos, e como aquela é decisiva para a manutenção do status quo. O que os 5 mil fizeram foi romper uma ‘etiqueta’ que se esperava para aquela ocasião. Quebraram o repertório esperado e pegaram todos de surpresa. (cf.11) No capitalismo, as ruas não são o lugar para demonstrações de discordâncias acerca do quadro político e econômico, para isso existem as “mesas de negociação” e o parlamento. (cf.11). Quando se rompe essa disciplina, a sensação da ruptura, por parte dos poderosos, torna-se mais clara. Isso faz com que se acendam as luzes de emergência. RTS e BB não são organizações voltadas á produção teórica, de modo que os vários textos de indivíduos e coletivos apresentados no livro não visam esgotar a caracterização desses grupos. São pessoas comuns, coletivos autogestionários etc que redigiram

Fichamento - Urgência Das Ruas

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Fichamento - Urgência das Ruas

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O RTS teria sido o grande impulsionador e incentivador da organizao da AGP mundo afora a partir de meados da dcada de 1990, segundo Ludd. (cf. 8) Cerca de 5 mil pessoas em Seattle no perodo das manifestes estavam identificados como autonomistas, ou seja, no ligados a partidos, sindicatos ou ongs. Faziam parte de uma infinidade de grupos de afinidade e coletivos. Porque esse impactaram mais do que os 60 mil sindicalistas e militantes de ongs que estavam l nas ruas tambm? Ludd cita Foucault e lembra da importncia da disciplina que se espera dos corpos, e como aquela decisiva para a manuteno do status quo. O que os 5 mil fizeram foi romper uma etiqueta que se esperava para aquela ocasio. Quebraram o repertrio esperado e pegaram todos de surpresa. (cf.11) No capitalismo, as ruas no so o lugar para demonstraes de discordncias acerca do quadro poltico e econmico, para isso existem as mesas de negociao e o parlamento. (cf.11). Quando se rompe essa disciplina, a sensao da ruptura, por parte dos poderosos, torna-se mais clara. Isso faz com que se acendam as luzes de emergncia. RTS e BB no so organizaes voltadas produo terica, de modo que os vrios textos de indivduos e coletivos apresentados no livro no visam esgotar a caracterizao desses grupos. So pessoas comuns, coletivos autogestionrios etc que redigiram panfletos, dialogaram e divergiram sobre eles. No se pode descolar os debates desses grupos das aes nas ruas...h uma simultaneidade e uma continuidade. Ludd diz que para quem sentir falta de citaes, por parte dos prprios ativistas, nos documentos apresentados, das bases tericas, lembra alguns nomes que serviram como fonte para o pensamento poltico dos mesmos: Bakunin, Kropotkin, Goldman, Berkman, Debord, Raoul Vaneigem, Bookchin, Hakim Bey, Ivan Ilich e outros. Ele afirma que os ciberativistas e hacktivistas esto fora da coletnea, mas que tiveram participao significativa nas aes globais. (Vale lembrar que o autor estava falando de movimentos no norte global em fins da dcada de 1990. (cf.13)Ao Global dos Povos Trecho do artigo Our resistance is as transnacional as capital, da Revista Inglesa Do or Die!, n.18. (PROCURAR) (cf.14) Chamado do EZLN de 1996 para debater formas de resistncia ao capitalismo e, depois, outro grande encontro na Espanha de onde sairia a proposta da AGP. Entre os presentes mais inovadores estavam o MST e o Sindicato dos Agricultores do Estado de Karnataka (KRRS). Conferir as principais diretrizes estabelecidas: forte carter autonomista. (cf. 14/15) AGP nasce em fev. 1998. Era uma articulao de dilogo transnacional entre movimentos sociais de perfil anticapitalista e autonomista, sem nenhuma intermediao, seja de ongs, estados ou organizaes multilaterais. Talvez esteja a a explicao para o fato de que esses movimentos no fiquem agradecidos como o rtulo de movimentos antiglobalizao creio que o altermundismo caiba melhor como descrio...uma outra globalizao (observao minha) Muito interessante a lista dos movimentos presentes no primeiro encontro da AGP em Genebra: povos indgenas de vrias partes, RTS, ambientalistas, pequenos agricultores, antinucleares, feministas, sindicalistas coreanos. (cf.15) 1998 primeiras manifestaes coordenadas globalmente da AGP Organizao do J18 de 1999 em Londres contra a OMC. Articulao entre RTS e LGP (London Greenpeace no ligado ao Greenpeace), esse vinha das manifestaes Stop the City! da dcada de 80. Texto do panfleto internacional do J18 (cf.19) conclamando manifestaes em todo o mundo. Palavras e termos como compartilhamento, ao direta, redes, local/global j so bastante recorrentes. Manifestaes ocorrem em mais de 40 pases. O autor cita Florianpolis e as intervenes no relgio da Rede Globo dos 500 anos. Em Londres um sem nmero de coletivos de perfil libertrio com uma srie de prticas de ao direta de perfis variados. Alis, ele cita o comeo das manifestaes com uma Critical Mass (cf.23) (cf.23) sobre o ressurgimento dos valores e prticas anarquistas no bojo da AGP e dessas manifestaes como o J18. O panfleto seguinte, do RTS, faz algumas crticas sobre o encaminhamento e resultados do J18. (cf.25). Foca-se na crtica sobre o ativismo profissional, como algo que reproduz a diviso do trabalho da sociedade que se quer criticar, alm de dar a imagem de uma vanguarda que sabe mais do que todos. (Reacende velhas polmicas dos movimentos anarquistas com novas roupagens). Prticas usadas tm sido convertidas em risco de mercado, dando espao para novos negcios, a forma como est sendo feita a ao direta no tem corrodo o capitalismo. Citam a crtica que os situacionistas fizeram ao papel do militante (cf.29). Clareza de que o capitalismo uma relao social que constitui nosso meio e todas as nossas relaes, e no algo que est l em wall street ou numa loja do McDonalds (cf.31). Ativismo = separa vida do fazer poltico. Panfleto sobre a ideologia da globalizao (cf.38). Questiona o discurso fcil da luta contra a globalizao. Ela pode ser uma arma das direitas e dos nacionalismo tambm alm de no atingir o cerne do capitalismo. Panfleto sobre o porqu de se totemizar a OMC. Segundo o autor h uma fetichizao de instituies que gerem o capitalismo global, de modo que o que de fato corresponde ao capitalismo (relaes scias capitalistas: trabalho assalariado) permanece inatacado. Sobre a novidade na forma das manifestaes do J18 e a reao contra essa nova modalidade. Tony Blair e seu governo criam nova lei contra o terrorismo (cf.44), criminalizando a ao direta e atentados contra a propriedade. O autor lembra: isso na terra do liberalismo e pela pena do Partido Trabalhista. (Anos depois ocorreria o mesmo aqui no Brasil) O que foi o dia 30 de novembro de 1999 em Seattle (N30)? O autor cita trecho adaptado de uma carta que rodou, na poca, no meio libertrio brasileiro. (cf.46). Lembra que em mais de 100 cidade ocorreram manifestaes simultneas contra a OMC. Maior manifestao desde os anos 1960. Cerca de 100 mil pessoas. Prises a esmo, guarda nacional nas ruas, lei marcial (com suspenso dos direitos polticos). Isso na terra da democracia. (Anos depois ocorreria o mesmo aqui no Brasil) Midialivrismo: No contexto do N30 lana-se o Centro de Mdia Independente, ou Independent Midia Center. Que mais tarde teria seu modelo copiado mundo afora, inclusive no Brasil. (cf.49) Black Blocs tornam-se mundialmente conhecidos em funo do N30 Comunicado de frao do BB. (cf.50). Conflitos e divergncias com os pacifistas. (Comeo do embate e demais polmicas). Fazem uma interessante diferenciao entre propriedade pessoal (para o uso, algo que uma pessoa precisa), e propriedade privada (para o comrcio, especulao, algo que outra pessoa precisa ou deseja) (cf.55). O que esperam com a destruio da propriedade? Apontamentos sobre o que chamamos hoje de manifestao performtica. Entrevista com BB. (cf.57). Interessante a clareza da importncia da articulao entre grupos de naturezas sociais diversas (anarquistas, ambientalistas, trabalhistas), e de estratgias diversas. (BB, RTS, manifestaes tradicionais, sit ins etc.). Pontua que um dos principais problemas e dificuldade ligar as lutas de Seattle com a vida cotidiana, como conect-los? Lembra que uma das coisas que ficam para ser pensada (lembra a crtica feita no panfleto da J18 sobre a crtica ao ativismo) (cf.63/64) Texto Sobre a dessorganizao, pontua bem, no seu incio, o carter horizontalista, cooperativo, autogerido do RTS. (cf.64) Washington, abril de 2000 A16. Forte perseguio policial no perodo anterior ao encontro do BM e FMI, investigaes, monitoramentos, prises em massa, fechamento de grficas etc. Estratgia do BB muda: se antes focavam na destruio de propriedade privada, agora priorizaram os locais onde estava a polcia, de modo a deixar livres os pacifistas que estavam indo bloquear as ruas e cruzamentos importantes (cf.68/69) Panfleto sobre os BB (cf.69). Propostas, sentido e objetivo do BB (cf.70/71). Ao contrrio do que ficou mais caracterizado aqui no Brasil, a proposta dos BB naquela ocasio no era ser um agrupamento apenas reativo violncia policial, mas sim uma fora ativa,que julga que manifestaes passivas no incomodam e so facilmente absorvidas pelo poder. Eles queriam atacar no apenas o bolso dos proprietrios,mas sobretudo sua imagem. Em Seattle, os BB destruram e distriburam panfletos de modo a conseguirem dar uma interpretao poltica para as suas aes face populao. (cf.71). Defesa da pilhagem (cf.72) Lembram que os BB, em Seattle, atraram grande nmero de negros das periferias, ao passo que os manifestantes convencionais reclamavam da falta de negros em suas fileiras. (cf.73). TAZ (cf.73) criadas pelo espao aberto pelos BBs, permitiam uma transformao das subjetividades. Apesar de logo a situao voltar a ordem, deixava- se um sentimento de que as coisas podem ser diferentes, nada mais ser como antes. Por fim, o autor lembra que os BB foram fundamentais na evoluo do anarquismo norte-americano. (cf.78) Sobre a organizao horizontal e fluida dos BB (cf.74). Estruturada em grupos de afinidade que davam mais agilidade nas tomadas de deciso, pois eram mais eficazes do que instituies que tinham como objetivo central, velado, a expresso e reproduo do poder e da hierarquia. (cf.75) Cita a DAN (Direct Action Network que uma rede de desobedincia civilque foi bastante atuantes nas manfestaes contra a globalizao). (cf.75) Sobre a DAN, critica-se o fato de que usaram em Washington as mesmas tticas de Seattle, o que permitiu maior facilidade represso, j que os policiais foram informados de como ocorreu l. (cf.76). ONGs Contra os BB. Conflitos entre BB e pacifistas (cf.77) Concluso: potencial libertrio e igualitarista dos BB. Renascimento do anarquismo norte americano e um retorno do interesse s prticas e ideias libertrias. Carta de BBs dando a atual interpretao que se tem deles hoje, ou seja, que consistem no num grupo, mas numa ttica (cf.79). Dizem que no tinham a inteno de passar mensagem alguma,que estavam l por si prprios (o que difere da interpretao dos BBs acima, ou seja, da dimenso performtica de suas prticas) MayDay 2000, em Londres, foi o primeiro Dia de Ao Global, endossado pela AGP, que no coincidiu com alguma reunio dos organismos do capitalismo transnacional (cf.82). O RTS convocou no um carnaval de rua dessa vez, mas sim uma Guerrilha de Jardinagem, onde plantavam de tudo nos jardins e terrenos baldios da cidade, mas tambm nos lugares no to disponveis. A ideia era romper a diviso ativista X no-ativista que, ao que parece, havia gerado debates e desconfortos desde o J18 conforme se v no texto acima. Alm disso, propunha-se tambm o plantio de alimentos de forma a construir uma rede de autonomia fora do mercado. Mas ocorreram, tambm, festas de ruas e bicicletadas, bem como confrontos com a polcia. Disputas do RTS com a grande mdia no ps MayDay (cf.84). RTS de Londres nasceu em 1995, da luta contra a construo de estradas (como j ficou claro em outro momento do livro). Falavam: ...tomar de volta aquilo que tem sido encerrado dentro da circulao capitalista, devolvendo-o para o uso coletivo como um bem comum. (cf.84). Eles reivindicam uma articulao das polticas verde (ecolgica), vermelha (socialista) e negra (anarquista). Afirmam lanar mo da ao direta no como forma de aparecer mais na mdia, mas sim de transformar e resolver um problema com as prprias mos, diz respeito ampliao das fronteiras do possvel. Negam o rtulo de antipolticos (cf.86). Desejam servir de catalisadores para a mudana social e a transformao ecolgica radical, lembrando que o J18 serviu de inspirao para Seattle. Panfleto fazendo uma srie de crticas ao RTS, Guerrilha de Jardinagem do MayDay, mas tambm a forma como se tem compreendido as manifestaes antiglobalizao. Fala de como a lgica do espetculo absorveu as manifestaes (cf.89/90), sobretudo as aes envolvendo depredao de patrimnio que, tambm, ainda serviram para dividir os manifestantes. Afirma que o capitalismo no constitudo por smbolos, mas que consiste numa relao social. Outro texto fazendo crticas ao MayDay, no sentido de que na atingiu seus objetivos, foi engolido pela grande mdia (que os mostrou como fracos e irrelevantes), no conseguiu passar uma mensagem. (cf.92), bem como esvazio bastante se comparado ao J18. No que se defende que devessem conquistar uma abordagem positiva da mdia, mas deveriam conquistar alguma simpatia da sociedade, sob o risco dos ativistas se isolarem e virarem... ativistas. Panfleto refletindo sobre o cansao da estratgia dos Dias de Ao Global, apesar de sua fantstica inovao num primeiro momento. Valeria a pena continuar nessa lgica? (cf.94). Crtica sobre o fato de se pautarem pelo tempo deles do inimigo. No o tempo dos movimentos, e pouca ligao tm com as demandas das pessoas. Sobre a necessidade de se reinventar, reestabelecendo uma agenda social: Na verdade, no momento, sabemos que no sabemos quase nada! Mas por isso que precisamos estar um passo a frente. No estamos dizendo que ser fcil, mas j conseguimos nos reinventar anteriormente. O mundo vai ouvir falar de ns novamente. RTS (cf.95). Informe no final: nesse momento, em 2000, aconteciam manifestaes em vrias partes do mundo, independentes da AGP, no contexto de encontros e reunies de vrios organismos multilaterais. Organizao das manifestaes em Praga. Represso extrema e suspenso de direitos (cf.98). Esperavam 20 mil manifestantes, mas conseguiram chegar s ruas apenas 13. Mesmo assim, conseguiu-se cancelar o encontro no 2. Dia. Formaram-se 3 blocos de manifestantes: RTS, BBs e Tute Bianchi (ou Whire Overall surgidos entre os apoiadores dos Zapatistas na Itlia. Tambm fazem confronto direito com a polcia usando roupas brancas e bias) - http://en.wikipedia.org/wiki/Tute_Bianche. Pontuou-se que em Praga as manifestaes foram mais efetivas que Seattle. Lembra que aconteceram atos, ainda, em SP, BH e Fortaleza no que ficou conhecido com S26. (Fonte: France Press cf. 98/99) Panfleto de um squarter londrino que esteve no S26 em Praga (cf.99). Inmeras iniciativas e prticas num galpo onde os coletivos e indivduos estava se organizando e reunindo Entrevista com um organizador da AGP e tambm da Action Populaire Contre la Mondializacion da Sua. (cf.112). Para ele uma das maiores conquistas de Praga foi o fato de algo to grande ter sido organizado de forma no-hierrquica e com base em pequenos grupos de afinidade. Essa uma forma de luta retirada da cultura poltica anglo-saxnica, e a primeira vez que ela passada ao continente europeu (cf.116). Fala das manifestaes que vo desde o Brasil at a Austrlia, formada sobretudo por jovens, e lembra que tudo isso representa um novo ciclo de lutas. Panfleto/brochura BBs do Canad com uma srie de pequenos textos. (cf.120). Crtica fortes e bastante agressivas aos manifestantes no violentos (cf.126) Texto procurando desconstruir a imagem miditica dos anarquistas (cf.129) Outro com mais crticas aos pacifistas (cf.131). Voltam a citar o CANEVAS (Collectif dActions NonViolent Autonomes) e Philippe Duhamel, liderana daquele. Sobre o encontro de Quebec, haver um contraencontro organizado por sindicalistas e ongs, sobre o qual se escrevem algumas crticas: Essa gente gasta tempo tentando ganhar espao na mesa de negociao, e o principal objetivo deles conseguir no acordo uma clusula social que defenda diretos sociais e dos trabalhadores (cf.139). Critica a outros manifestantes oriundos de ongs menores e movimentos estudantis, no sentido de que, apesar de serem, de largada, anti ALCA, eram pacifistas e contra decises assembleiares, passando a organizao e as decises para um grupo de representantes e, portanto, dando espao para o ativismo profissional. (cf.139) Carta do Comit de boas vindas ao Encontro das Amricas (cf.142). baseia-se nos seguintes princpios: Anticapitalismo: ...Seguindo a lgica do lucro, o sistema capitalista monopoliza todo espao social, reduzindo os seres humanos a simples produtores/consumidores, da mesma forma que o meio ambiente se toma somente uma vastido de recursos prontos para explorao...; antipatriarcado; recusa da hierarquia; autonomia; no-reformismo; diversidade de tticas. Citada as manifestaes de 20 de abril no Brasil, mais de 20 mil pessoas na Av. Paulista, com destaque para a represso policial (cf.144) Gnova (cf.149) maior represso de todos os encontros: tiros para matar, policiais infiltrados. Cerca de 250.000 manifestantes, uma morte e muito quebra quebra, torturas, violncia. Na ocasio dessas jornadas manifestaes por todo o mundo eclodiram, inclusive no Brasil, em 2001. Segundo texto, foi a partir de Gnova que o BB comeou a ganhar, com mais nfase, essa imagem que possui hoje na mdia e entre liberais e esquerdas tradicionais. (cf.154) Relato da experincia de Gnova. Detalhes sobre a organizao, as reunies e o sistema de delegados e grupos de afinidade Forte tenso entre os pr-violncia e os pacifistas: A ironia da situao: um grupo que reivindica uma espcie de falsa moral elevada porque suas tticas se diferenciam das nossas, est disposto a nos agredir fisicamente e nos pr nas mos da polcia, que a maioria de ns julga ser o principal inimigo, porque somos "violentos". (cf.170) Ps Gnova: No nos salvemos custas do BB panfleto (cf.183) Crise e srias divises no movimento antiglobalizao em funo das divergncias tticas e, ainda mais, dada a manipulao miditica Pacifismo peca por esperar por demais o reconhecimento e a legitimao de dentro das esferas do poder, da situao. Acaba muitas vezes endossando a tese do inimigo pblico que recai contra o BB. Devem aceitar e compreender a diversidade ttica e de posies Entrevista com usurios do BB: falam da origem do BB nos anos 80 na Alemanha (jovens das esquerdas radicais em confrontos contra a polcia), vontade de participar de uma cultura poltica ou uma subcultura (cf.187/188) Tentativa de deslocar o debate do eixo violncia x no violncia a partir da ideia de que no devemos tomar uma ttica como, a princpio, melhor ou pior, mas sim que essa avaliao vai depender do contexto e da efetividade. Tome o caso de Seattle, por exemplo, em que as manifestaes pacficas foram centrais para a vitria do movimento. Mas chegou-se num momento que nem as tticas pacifistas e to pouco as ditas violentas tm conseguido bloquear os encontros, de modo que se se quer coibir a violncia novas formas de bloqueio devem ser encontradas. Se forem mais efetivas certamente deixaro as violentas de lado (cf.191/192). Apesar das divergncias, faz aceno para que continuem unidos, para que trabalhem juntos visando uma confrontao no sentido lato aqui real do sistema, e um aumento do nmero de participantes e de aes sobretudo pensando em aes que no sejam apenas anti encontros. Crticas ao fato de que, no fim das contas, o que queriam os organizadores da FSG (Frum Social de Gnova movimentos mais tradicionais e no violentos que postaram contra o G8) era a institucionalizao e a respeitabilidade. (cf.197). Citam uma srie de militantes famosos e o campo poltico de onde vinha a crtica aos BB cita, inclusive, a Carta Capital aqui no Brasil. Basicamente endossaram a represso, como acabou de ser feito aqui, novamente Junho de 2013 e Copa 2014. Institucionalizao x Autonomia (cf.198). Crticas s esquerdas tradicionais: 1) ao sistema piramidal de articulao dos movimentos, ao princpio da democracia representativa; 2) tentativa de criao de uma contra hegemonia, de um contrapensamento nico... cuja tocha carregada pelo Le Monde Diplomatique. O texto lembra que esse tipo de discurso, que visa a mudana nas altas esferas e via jogo parlamentar, despreza as formas de resistncia local: sindicatos, desempregados, squats, imigrantes ilegais, precarizados etc. (cf.199). E criticam ainda uma tentativa de monopolizar as lutas das esquerdas via releituras do passado: desprezo das iniciativas libertrias e das bases, citando, inclusive, o caso do FSM de Porto Alegre. Crtica retoma pontos bastante interessantes sobre a diviso da vida poltica e no. Para que se intervm politicamente? Para Testemunhar? Para construir relaes de fora? (cf.202). Lembra da importncia de construir relaes de forma no mbito das mais variadas esferas possveis, nos mais variados terrenos culturais e associativos. Criar comits de resistncias nas situaes vividas (precrios, ilegais, sem teto etc.). defende a necessidade de romper os grupos tradicionais que pensam e fazem a resistncia: por que no as associaes de consumidores, pessoas do bairro cita o autor ? Crtica ao vis purista dos anarquistas em geral. (cf.203) Rejeio da identificao que os discursos hegemnicos fazem, a partir de uma identificao dos grupos por meio de suas tticas. Movimentos no devem cair nisso, no buscam uma luta por identidade, devem ser reconhecidos por seus objetivos, a questo das tticas deve ser um tema e debate interno aos movimentos (cf.204). Uma vez que um movimento de protesto constri seu caminho em todo o tecido social, ele comea a fazer completo sentido s pessoas e se conecta com suas vidas cotidianas e lutas pessoais... Manifestao em SP em 29 de setembro de 2001 ps 11 de setembro. Mais de mil anticapitalistas (cf. 205). Por ocasio de uma reunio do BM e FMI que acabou sendo cancelada. Tambm no RJ, BH, Curitiba.