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1
Março 2006 Ricardo Valente
1
Finanças II
FINANCIAMENTO POR CAPITAIS ALHEIOS
Março 2006 Ricardo Valente
2
Finanças II
Introdução
� Empréstimos obrigacionistas
� Risco de incumprimento/Ratings
� Avaliação de obrigações
� Leasing
2
Março 2006 Ricardo Valente
3
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
� Condições para emissão de empréstimos obrigacionistas:
� Dimensão mínima elevada
� Necessidade de obter nota de “rating”
� Predisposição para a necessidade de disseminar toda a informação relevante sobre a empresa publicamente
Março 2006 Ricardo Valente
4
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
� Vantagens para a empresa recorrer à emissão de empréstimos obrigacionistas:
� Custo financeiro mais favorável
� Risco disperso por maior número de intervenientes no mercado financeiro
� Coloca ao dispor do emitente a possibilidade de adicionar características especiais
� Warrants
� Opções de conversão
3
Março 2006 Ricardo Valente
5
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
� Aquando da emissão a empresa tem que efectuar escolhas no que concerne:
1. Maturidade da obrigação
2. Tipo de cupão / Pagamento de Juros
3. Tipo de garantias
4. Tipo de divisa de denominação da obrigação
5. Tipo de Amortização
Março 2006 Ricardo Valente
6
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
1. Maturidade da obrigação
� Maturidade entre 5 e 15 anos;
� Cláusulas especiais a incluir na obrigação por forma a alterar a sua maturidade:
� Call provision
� Put provision (“puttable bonds”)
� Extendible provision
4
Março 2006 Ricardo Valente
7
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
2. Tipo de cupão
� Taxa Fixa (“Fixed-rate bond”)
� Taxa Variável (“floating rate bonds”)� Step-up bonds� Step-down floating rate� Caps/floors
� Fixa/Variável ou Variável/Fixa
Março 2006 Ricardo Valente
8
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
3. Tipo de garantias
� Secured (“senior”) bonds: são garantidas, em caso de “default”, por meio de uma responsabilidade legal que incide sobre um activo especifico do emitente. Ex: “mortgage bond”, “collateral bond”.
� Unsecured (“debentures”) bonds: têm como única garantia a promessa de pagamento de juros e do “principal” por parte do emitente. São assim garantidas pela capacidade geral de crédito do emitente.
� Subordinate (“junior”) debentures: detêm uma responsabilidadesobre proveitos ou activos que já estão subordinados a outras dívidasdo emitente.
5
Março 2006 Ricardo Valente
9
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
4. Tipo de divisa
� Moeda Local
� Moedas internacionais� Eurobonds
� Eurodollar bonds
� Euroyen Bonds
Março 2006 Ricardo Valente
10
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
5. Tipo de amortização
� Total na maturidade (“balloon payment bonds”)
� Parcial em datas pré-fixadas� “Sinking funds”
� Amortização aleatória a partir do montante em reserva
� “Serial bonds”� % pré-definida das obrigações é amortizada num dado ano
6
Março 2006 Ricardo Valente
11
Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� Este risco depende fundamentalmente de duas variáveis:
� Capacidade da empresa gerar cash flows operacionais e seu nível de volatilidade (incerteza)
� Montante de obrigações financeiras da empresa:
� Juros
� Reembolsos de capital
Março 2006 Ricardo Valente
12
Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� Este risco depende fundamentalmente de duas variáveis:
� Capacidade da empresa gerar cash flows operacionais e seu nível de volatilidade (incerteza)
� Montante de obrigações financeiras da empresa:
� Juros
� Reembolsos de capital
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Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� As agências de Rating atribuem as suas notas com base em toda a informação disponível sobre a empresa e com base na análise de estimativas acerca de um conjunto de rácios finnaceiros de solvabilidade:
� Interest Coverage Ratio = EBIT / Interest Expenses
� Cash Fixed Charges Coverage Ratio = EBITDA/Cash Fixed Charges
� Debt to Capital Ratio = Debt / (DEbt + Equity)
� Leverage Ratio = Debt / Equity
Março 2006 Ricardo Valente
14
Finanças II
Rating das Obrigações
DD
CC
CCCaCC
CCCCaaCCC“Default”
BBB
BBBaBB“Speculative”
BBBBaaBBB
AAA“Medium Grade”
AAAaAA
AAAAaaAAA“High Grade”
Standard & Poor’sMoody’sFitchDesignação
8
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Rating das Obrigações
Fonte: Damodaran
Março 2006 Ricardo Valente
16
Finanças II
Avaliação de obrigações
� A avaliação de uma obrigação passa por:
� Descontar os CF à taxa que se julga adequada ao nível
de risco da obrigação: Valor Teórico da Obrigação
� Tomando o preço de mercado da obrigação como “certo”
determinar a taxa de retorno implicita nessa cotação: Yield
to Maturity - YTM
9
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Valor Teórico de uma Obrigação
N
NtN
t tk
VR
k
kJkCFPV
)1(
)1(1)1(*
1+
+
+−=+=
−
−
=∑
• K = Tx de juro exigida
• VR = Valor Reembolso da Obrigação
• N = número de pagamentos até maturidade
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Os “Yields” de uma obrigação
� “Current Yield” (CY)
� “Yield-to-Maturity” (YTM)
� “Yield-to-Call” (YTC)
t
tt
P
JCY =
N
N
tt
t
YTM
VR
YTM
JPV
)1()1(1 +
+
+
= ∑=
C
C
tt
t
YTC
VRCall
YTC
JPV
)1()1(1 +
+
+
= ∑=
Jt = Juro de próximo cupão
Pt = preço da obrigação
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Finanças II
Leasing
� Os contratos de leasing permitem a uma empresa a aquisição de activos específicos
• O leasing (locação financeira, tal como é entendida em Portugal) consiste numa modalidade de financiamento através da qual o locador, de acordo com as instruções do seu cliente (locatário), adquire um bem (móvel ou imóvel) e cede o seu uso temporário mediante o pagamento de uma quantia periódica (renda), por um prazo determinado e, relativamente ao qual o locatário tem uma Opção de Compra no final do mesmo prazo, contra o pagamento de uma quantia contratualmente fixada (valor residual).
Março 2006 Ricardo Valente
20
Finanças II
Leasing
� Os direitos e deveres das partes, locador e locatário, nessa cedência ficam acordados no contrato de locação financeira.
� Esta actividade está regulada pela seguinte legislação:
� Dec.-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro (Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras)
� Dec.-Lei nº 72/95, de 15 de Abril (Regime Jurídico das Sociedades de Locação Financeira)
� Dec.-Lei nº 149/95, de 24 de Junho (Regime Jurídico dos Contratos de Locação Financeira)
� Dec. -Lei nº 285/2001, de 3 de Novembro (Regime Jurídico dos Contratos de Locação Financeira)
� Dec. -Lei nº 201/2002, de 26 de Setembro (Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras).
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Março 2006 Ricardo Valente
21
Finanças II
O Contrato de Leasing
� O contrato de locação financeira assume a forma de documento particular, exigindo-se, no caso dos imóveis, reconhecimento notarial presencial das assinaturas das partes. Por outro lado, os bens móveis e imóveis sujeitos a registo deverão ser inscritos nas conservatórias competentes, donde constará a locadora como proprietária e o cliente como locatário.
� Como elementos fundamentais constantes do contrato de locação financeira teremos: o montante do financiamento, a duração do contrato, o valor da opção de compra e o valor das rendas.
� Relativamente ao valor do contrato não existem imposições legais quanto aos montantes máximos e mínimos de financiamento.
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
O Contrato de Leasing
� Em relação à vigência dos contratos, não podendo legalmente a duração máxima de um contrato de locação financeira ultrapassar os 30 anos ela não deverá, no caso dos bens mobiliários, ser superior ao respectivo período presumível de utilização económica.
� O plano financeiro de reembolsos é normalmente antecipado. As rendas, compostas por capital e juros, são de valor constante ouvariável. Embora, legalmente se permita a existência de rendas com periodicidade igual ou inferior a um ano, as rendas mais comuns são as mensais ou trimestrais.
� Durante o período do contrato, o locatário detém a propriedade económica do bem, sendo a respectiva propriedade jurídica detida pelo locador.
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Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Contabilização do Leasing
• De acordo com o Plano Oficial de Contabilidade, os locatários quando possuidores de contabilidade organizada deverão:
� inscrever no seu imobilizado o valor de aquisição dos bens adquiridos em locação financeira;
� inscrever igual montante na rubrica: "Fornecedores de Imobilizado";
� amortizar o bem de forma consistente com a política contabilística da empresa; se não existir certeza razoável de que o locatário obtenha a titularidade do bem no fim do contrato, o activo deve ser amortizado durante o período do contrato se este for inferior ao da vida útil;
� os custos incluídos nas rendas, para além da parcela de reembolso do capital que debitará a conta de "Fornecedores de Imobilizado", são considerados custos do exercício de acordo com a legislação geral em vigor.
Março 2006 Ricardo Valente
24
Finanças II
Vantagens do Leasing
• Embora num quadro de neutralidade fiscal, se tenha vindo a aproximar o leasing do crédito bancário tradicional, o que resultou na perda dos benefícios fiscais que vigoraram até 1993, mesmo assim ainda se poderão salientar como vantagens a este nível as seguintes:
� isenção do imposto de selo quer sobre os juros quer sobre a abertura de crédito;
� o IVA normalmente dedutível, quando não dedutível tem um menor impacto na tesouraria, uma vez que o seu pagamento é distribuído pela duração do contrato, incluído em cada uma das rendas.
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Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Vantagens do Leasing
• Para além deste aspectos, poder-se-ão considerar, ainda, como vantagens da locação financeira, as seguintes:
� financiamento de acesso fácil e de rápida análise e decisão
� simplicidade na tramitação processual
� rapidez na entrega do bem e liquidação ao fornecedor
� possibilidade de adaptação do reembolso aos fluxos de tesouraria do cliente
� rendas de valor inferior às prestações de outros produtos financeiros porque:
• na base de cálculo das rendas não está incluído o IVA da transacção
• o pagamento de parte do capital (valor residual) é postecipado para o final do contrato
� no imobiliário, possibilidade de inclusão do valor da Sisa e outras despesas no montante do financiamento.
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Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
FINANCIAMENTO POR CAPITAIS ALHEIOS
Março 2006 Ricardo Valente
2
Finanças II
Introdução
� Empréstimos obrigacionistas
� Risco de incumprimento/Ratings
� Avaliação de obrigações
� Leasing
2
Março 2006 Ricardo Valente
3
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
� Condições para emissão de empréstimos obrigacionistas:
� Dimensão mínima elevada
� Necessidade de obter nota de “rating”
� Predisposição para a necessidade de disseminar toda a informação relevante sobre a empresa publicamente
Março 2006 Ricardo Valente
4
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
� Vantagens para a empresa recorrer à emissão de empréstimos obrigacionistas:
� Custo financeiro mais favorável
� Risco disperso por maior número de intervenientes no mercado financeiro
� Coloca ao dispor do emitente a possibilidade de adicionar características especiais
� Warrants
� Opções de conversão
3
Março 2006 Ricardo Valente
5
Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
� Aquando da emissão a empresa tem que efectuar escolhas no que concerne:
1. Maturidade da obrigação
2. Tipo de cupão / Pagamento de Juros
3. Tipo de garantias
4. Tipo de divisa de denominação da obrigação
5. Tipo de Amortização
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
1. Maturidade da obrigação
� Maturidade entre 5 e 15 anos;
� Cláusulas especiais a incluir na obrigação por forma a alterar a sua maturidade:
� Call provision
� Put provision (“puttable bonds”)
� Extendible provision
4
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
2. Tipo de cupão
� Taxa Fixa (“Fixed-rate bond”)
� Taxa Variável (“floating rate bonds”)� Step-up bonds� Step-down floating rate� Caps/floors
� Fixa/Variável ou Variável/Fixa
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
3. Tipo de garantias
� Secured (“senior”) bonds: são garantidas, em caso de “default”, por meio de uma responsabilidade legal que incide sobre um activo especifico do emitente. Ex: “mortgage bond”, “collateral bond”.
� Unsecured (“debentures”) bonds: têm como única garantia a promessa de pagamento de juros e do “principal” por parte do emitente. São assim garantidas pela capacidade geral de crédito do emitente.
� Subordinate (“junior”) debentures: detêm uma responsabilidadesobre proveitos ou activos que já estão subordinados a outras dívidasdo emitente.
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Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
4. Tipo de divisa
� Moeda Local
� Moedas internacionais� Eurobonds
� Eurodollar bonds
� Euroyen Bonds
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Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
5. Tipo de amortização
� Total na maturidade (“balloon payment bonds”)
� Parcial em datas pré-fixadas� “Sinking funds”
� Amortização aleatória a partir do montante em reserva
� “Serial bonds”� % pré-definida das obrigações é amortizada num dado ano
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Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� Este risco depende fundamentalmente de duas variáveis:
� Capacidade da empresa gerar cash flows operacionais e seu nível de volatilidade (incerteza)
� Montante de obrigações financeiras da empresa:
� Juros
� Reembolsos de capital
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� Este risco depende fundamentalmente de duas variáveis:
� Capacidade da empresa gerar cash flows operacionais e seu nível de volatilidade (incerteza)
� Montante de obrigações financeiras da empresa:
� Juros
� Reembolsos de capital
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Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� As agências de Rating atribuem as suas notas com base em toda a informação disponível sobre a empresa e com base na análise de estimativas acerca de um conjunto de rácios finnaceiros de solvabilidade:
� Interest Coverage Ratio = EBIT / Interest Expenses
� Cash Fixed Charges Coverage Ratio = EBITDA/Cash Fixed Charges
� Debt to Capital Ratio = Debt / (DEbt + Equity)
� Leverage Ratio = Debt / Equity
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Rating das Obrigações
DD
CC
CCCaCC
CCCCaaCCC“Default”
BBB
BBBaBB“Speculative”
BBBBaaBBB
AAA“Medium Grade”
AAAaAA
AAAAaaAAA“High Grade”
Standard & Poor’sMoody’sFitchDesignação
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Finanças II
Rating das Obrigações
Fonte: Damodaran
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Finanças II
Avaliação de obrigações
� A avaliação de uma obrigação passa por:
� Descontar os CF à taxa que se julga adequada ao nível
de risco da obrigação: Valor Teórico da Obrigação
� Tomando o preço de mercado da obrigação como “certo”
determinar a taxa de retorno implicita nessa cotação: Yield
to Maturity - YTM
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Finanças II
Valor Teórico de uma Obrigação
N
NtN
t tk
VR
k
kJkCFPV
)1(
)1(1)1(*
1+
+
+−=+=
−
−
=∑
• K = Tx de juro exigida
• VR = Valor Reembolso da Obrigação
• N = número de pagamentos até maturidade
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Finanças II
Os “Yields” de uma obrigação
� “Current Yield” (CY)
� “Yield-to-Maturity” (YTM)
� “Yield-to-Call” (YTC)
t
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P
JCY =
N
N
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YTM
VR
YTM
JPV
)1()1(1 +
+
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= ∑=
C
C
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YTC
VRCall
YTC
JPV
)1()1(1 +
+
+
= ∑=
Jt = Juro de próximo cupão
Pt = preço da obrigação
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Finanças II
Leasing
� Os contratos de leasing permitem a uma empresa a aquisição de activos específicos
• O leasing (locação financeira, tal como é entendida em Portugal) consiste numa modalidade de financiamento através da qual o locador, de acordo com as instruções do seu cliente (locatário), adquire um bem (móvel ou imóvel) e cede o seu uso temporário mediante o pagamento de uma quantia periódica (renda), por um prazo determinado e, relativamente ao qual o locatário tem uma Opção de Compra no final do mesmo prazo, contra o pagamento de uma quantia contratualmente fixada (valor residual).
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Finanças II
Leasing
� Os direitos e deveres das partes, locador e locatário, nessa cedência ficam acordados no contrato de locação financeira.
� Esta actividade está regulada pela seguinte legislação:
� Dec.-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro (Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras)
� Dec.-Lei nº 72/95, de 15 de Abril (Regime Jurídico das Sociedades de Locação Financeira)
� Dec.-Lei nº 149/95, de 24 de Junho (Regime Jurídico dos Contratos de Locação Financeira)
� Dec. -Lei nº 285/2001, de 3 de Novembro (Regime Jurídico dos Contratos de Locação Financeira)
� Dec. -Lei nº 201/2002, de 26 de Setembro (Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras).
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Finanças II
O Contrato de Leasing
� O contrato de locação financeira assume a forma de documento particular, exigindo-se, no caso dos imóveis, reconhecimento notarial presencial das assinaturas das partes. Por outro lado, os bens móveis e imóveis sujeitos a registo deverão ser inscritos nas conservatórias competentes, donde constará a locadora como proprietária e o cliente como locatário.
� Como elementos fundamentais constantes do contrato de locação financeira teremos: o montante do financiamento, a duração do contrato, o valor da opção de compra e o valor das rendas.
� Relativamente ao valor do contrato não existem imposições legais quanto aos montantes máximos e mínimos de financiamento.
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Finanças II
O Contrato de Leasing
� Em relação à vigência dos contratos, não podendo legalmente a duração máxima de um contrato de locação financeira ultrapassar os 30 anos ela não deverá, no caso dos bens mobiliários, ser superior ao respectivo período presumível de utilização económica.
� O plano financeiro de reembolsos é normalmente antecipado. As rendas, compostas por capital e juros, são de valor constante ouvariável. Embora, legalmente se permita a existência de rendas com periodicidade igual ou inferior a um ano, as rendas mais comuns são as mensais ou trimestrais.
� Durante o período do contrato, o locatário detém a propriedade económica do bem, sendo a respectiva propriedade jurídica detida pelo locador.
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Finanças II
Contabilização do Leasing
• De acordo com o Plano Oficial de Contabilidade, os locatários quando possuidores de contabilidade organizada deverão:
� inscrever no seu imobilizado o valor de aquisição dos bens adquiridos em locação financeira;
� inscrever igual montante na rubrica: "Fornecedores de Imobilizado";
� amortizar o bem de forma consistente com a política contabilística da empresa; se não existir certeza razoável de que o locatário obtenha a titularidade do bem no fim do contrato, o activo deve ser amortizado durante o período do contrato se este for inferior ao da vida útil;
� os custos incluídos nas rendas, para além da parcela de reembolso do capital que debitará a conta de "Fornecedores de Imobilizado", são considerados custos do exercício de acordo com a legislação geral em vigor.
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Finanças II
Vantagens do Leasing
• Embora num quadro de neutralidade fiscal, se tenha vindo a aproximar o leasing do crédito bancário tradicional, o que resultou na perda dos benefícios fiscais que vigoraram até 1993, mesmo assim ainda se poderão salientar como vantagens a este nível as seguintes:
� isenção do imposto de selo quer sobre os juros quer sobre a abertura de crédito;
� o IVA normalmente dedutível, quando não dedutível tem um menor impacto na tesouraria, uma vez que o seu pagamento é distribuído pela duração do contrato, incluído em cada uma das rendas.
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Finanças II
Vantagens do Leasing
• Para além deste aspectos, poder-se-ão considerar, ainda, como vantagens da locação financeira, as seguintes:
� financiamento de acesso fácil e de rápida análise e decisão
� simplicidade na tramitação processual
� rapidez na entrega do bem e liquidação ao fornecedor
� possibilidade de adaptação do reembolso aos fluxos de tesouraria do cliente
� rendas de valor inferior às prestações de outros produtos financeiros porque:
• na base de cálculo das rendas não está incluído o IVA da transacção
• o pagamento de parte do capital (valor residual) é postecipado para o final do contrato
� no imobiliário, possibilidade de inclusão do valor da Sisa e outras despesas no montante do financiamento.
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Finanças II
O Leasing Operacional
• Típico leasing de curto prazo
� Rendas contratadas muito aquém do valor do activo;
� Manutenção, seguros e impostos da responsabilidade do locador;
� Existe opção de saída (suspensão/cancelamento) a meio do contrato.
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Finanças II
O “Sale and Lease Back”
• O activo inicial é pertença da empresa locatária;
• Esta vende-o ao locador:
� Venda efectuada ao valor de mercado;
� Continua a utilizar o activo sob a forma de pagamento de renda.
• Permite à empresa resolver problemas de liquidez de curto prazo.
• Empresa obtém forma de financiamento alternativa, garantindo risco mais baixo para locador face a obtenção de empréstimos junto do mesmo (Ex: Lease back vs financiamento com hipoteca)
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FINANCIAMENTO POR CAPITAIS ALHEIOS
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� Empréstimos obrigacionistas
� Risco de incumprimento/Ratings
� Avaliação de obrigações
� Leasing
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Empréstimos obrigacionistas
� Condições para emissão de empréstimos obrigacionistas:
� Dimensão mínima elevada
� Necessidade de obter nota de “rating”
� Predisposição para a necessidade de disseminar toda a informação relevante sobre a empresa publicamente
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Empréstimos obrigacionistas
� Vantagens para a empresa recorrer à emissão de empréstimos obrigacionistas:
� Custo financeiro mais favorável
� Risco disperso por maior número de intervenientes no mercado financeiro
� Coloca ao dispor do emitente a possibilidade de adicionar características especiais
� Warrants
� Opções de conversão
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Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
� Aquando da emissão a empresa tem que efectuar escolhas no que concerne:
1. Maturidade da obrigação
2. Tipo de cupão / Pagamento de Juros
3. Tipo de garantias
4. Tipo de divisa de denominação da obrigação
5. Tipo de Amortização
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Empréstimos obrigacionistas
1. Maturidade da obrigação
� Maturidade entre 5 e 15 anos;
� Cláusulas especiais a incluir na obrigação por forma a alterar a sua maturidade:
� Call provision
� Put provision (“puttable bonds”)
� Extendible provision
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Empréstimos obrigacionistas
2. Tipo de cupão
� Taxa Fixa (“Fixed-rate bond”)
� Taxa Variável (“floating rate bonds”)� Step-up bonds� Step-down floating rate� Caps/floors
� Fixa/Variável ou Variável/Fixa
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Empréstimos obrigacionistas
3. Tipo de garantias
� Secured (“senior”) bonds: são garantidas, em caso de “default”, por meio de uma responsabilidade legal que incide sobre um activo especifico do emitente. Ex: “mortgage bond”, “collateral bond”.
� Unsecured (“debentures”) bonds: têm como única garantia a promessa de pagamento de juros e do “principal” por parte do emitente. São assim garantidas pela capacidade geral de crédito do emitente.
� Subordinate (“junior”) debentures: detêm uma responsabilidadesobre proveitos ou activos que já estão subordinados a outras dívidasdo emitente.
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Empréstimos obrigacionistas
4. Tipo de divisa
� Moeda Local
� Moedas internacionais� Eurobonds
� Eurodollar bonds
� Euroyen Bonds
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Finanças II
Empréstimos obrigacionistas
5. Tipo de amortização
� Total na maturidade (“balloon payment bonds”)
� Parcial em datas pré-fixadas� “Sinking funds”
� Amortização aleatória a partir do montante em reserva
� “Serial bonds”� % pré-definida das obrigações é amortizada num dado ano
6
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Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� Este risco depende fundamentalmente de duas variáveis:
� Capacidade da empresa gerar cash flows operacionais e seu nível de volatilidade (incerteza)
� Montante de obrigações financeiras da empresa:
� Juros
� Reembolsos de capital
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� Este risco depende fundamentalmente de duas variáveis:
� Capacidade da empresa gerar cash flows operacionais e seu nível de volatilidade (incerteza)
� Montante de obrigações financeiras da empresa:
� Juros
� Reembolsos de capital
7
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Finanças II
Risco Incumprimento / “Ratings”
� As agências de Rating atribuem as suas notas com base em toda a informação disponível sobre a empresa e com base na análise de estimativas acerca de um conjunto de rácios finnaceiros de solvabilidade:
� Interest Coverage Ratio = EBIT / Interest Expenses
� Cash Fixed Charges Coverage Ratio = EBITDA/Cash Fixed Charges
� Debt to Capital Ratio = Debt / (DEbt + Equity)
� Leverage Ratio = Debt / Equity
Março 2006 Ricardo Valente
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Finanças II
Rating das Obrigações
DD
CC
CCCaCC
CCCCaaCCC“Default”
BBB
BBBaBB“Speculative”
BBBBaaBBB
AAA“Medium Grade”
AAAaAA
AAAAaaAAA“High Grade”
Standard & Poor’sMoody’sFitchDesignação
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Finanças II
Rating das Obrigações
Fonte: Damodaran
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Finanças II
Avaliação de obrigações
� A avaliação de uma obrigação passa por:
� Descontar os CF à taxa que se julga adequada ao nível
de risco da obrigação: Valor Teórico da Obrigação
� Tomando o preço de mercado da obrigação como “certo”
determinar a taxa de retorno implicita nessa cotação: Yield
to Maturity - YTM
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Valor Teórico de uma Obrigação
N
NtN
t tk
VR
k
kJkCFPV
)1(
)1(1)1(*
1+
+
+−=+=
−
−
=∑
• K = Tx de juro exigida
• VR = Valor Reembolso da Obrigação
• N = número de pagamentos até maturidade
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Os “Yields” de uma obrigação
� “Current Yield” (CY)
� “Yield-to-Maturity” (YTM)
� “Yield-to-Call” (YTC)
t
tt
P
JCY =
N
N
tt
t
YTM
VR
YTM
JPV
)1()1(1 +
+
+
= ∑=
C
C
tt
t
YTC
VRCall
YTC
JPV
)1()1(1 +
+
+
= ∑=
Jt = Juro de próximo cupão
Pt = preço da obrigação
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Leasing
� Os contratos de leasing permitem a uma empresa a aquisição de activos específicos
• O leasing (locação financeira, tal como é entendida em Portugal) consiste numa modalidade de financiamento através da qual o locador, de acordo com as instruções do seu cliente (locatário), adquire um bem (móvel ou imóvel) e cede o seu uso temporário mediante o pagamento de uma quantia periódica (renda), por um prazo determinado e, relativamente ao qual o locatário tem uma Opção de Compra no final do mesmo prazo, contra o pagamento de uma quantia contratualmente fixada (valor residual).
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Leasing
� Os direitos e deveres das partes, locador e locatário, nessa cedência ficam acordados no contrato de locação financeira.
� Esta actividade está regulada pela seguinte legislação:
� Dec.-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro (Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras)
� Dec.-Lei nº 72/95, de 15 de Abril (Regime Jurídico das Sociedades de Locação Financeira)
� Dec.-Lei nº 149/95, de 24 de Junho (Regime Jurídico dos Contratos de Locação Financeira)
� Dec. -Lei nº 285/2001, de 3 de Novembro (Regime Jurídico dos Contratos de Locação Financeira)
� Dec. -Lei nº 201/2002, de 26 de Setembro (Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras).
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O Contrato de Leasing
� O contrato de locação financeira assume a forma de documento particular, exigindo-se, no caso dos imóveis, reconhecimento notarial presencial das assinaturas das partes. Por outro lado, os bens móveis e imóveis sujeitos a registo deverão ser inscritos nas conservatórias competentes, donde constará a locadora como proprietária e o cliente como locatário.
� Como elementos fundamentais constantes do contrato de locação financeira teremos: o montante do financiamento, a duração do contrato, o valor da opção de compra e o valor das rendas.
� Relativamente ao valor do contrato não existem imposições legais quanto aos montantes máximos e mínimos de financiamento.
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O Contrato de Leasing
� Em relação à vigência dos contratos, não podendo legalmente a duração máxima de um contrato de locação financeira ultrapassar os 30 anos ela não deverá, no caso dos bens mobiliários, ser superior ao respectivo período presumível de utilização económica.
� O plano financeiro de reembolsos é normalmente antecipado. As rendas, compostas por capital e juros, são de valor constante ouvariável. Embora, legalmente se permita a existência de rendas com periodicidade igual ou inferior a um ano, as rendas mais comuns são as mensais ou trimestrais.
� Durante o período do contrato, o locatário detém a propriedade económica do bem, sendo a respectiva propriedade jurídica detida pelo locador.
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Contabilização do Leasing
• De acordo com o Plano Oficial de Contabilidade, os locatários quando possuidores de contabilidade organizada deverão:
� inscrever no seu imobilizado o valor de aquisição dos bens adquiridos em locação financeira;
� inscrever igual montante na rubrica: "Fornecedores de Imobilizado";
� amortizar o bem de forma consistente com a política contabilística da empresa; se não existir certeza razoável de que o locatário obtenha a titularidade do bem no fim do contrato, o activo deve ser amortizado durante o período do contrato se este for inferior ao da vida útil;
� os custos incluídos nas rendas, para além da parcela de reembolso do capital que debitará a conta de "Fornecedores de Imobilizado", são considerados custos do exercício de acordo com a legislação geral em vigor.
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Vantagens do Leasing
• Embora num quadro de neutralidade fiscal, se tenha vindo a aproximar o leasing do crédito bancário tradicional, o que resultou na perda dos benefícios fiscais que vigoraram até 1993, mesmo assim ainda se poderão salientar como vantagens a este nível as seguintes:
� isenção do imposto de selo quer sobre os juros quer sobre a abertura de crédito;
� o IVA normalmente dedutível, quando não dedutível tem um menor impacto na tesouraria, uma vez que o seu pagamento é distribuído pela duração do contrato, incluído em cada uma das rendas.
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Vantagens do Leasing
• Para além deste aspectos, poder-se-ão considerar, ainda, como vantagens da locação financeira, as seguintes:
� financiamento de acesso fácil e de rápida análise e decisão
� simplicidade na tramitação processual
� rapidez na entrega do bem e liquidação ao fornecedor
� possibilidade de adaptação do reembolso aos fluxos de tesouraria do cliente
� rendas de valor inferior às prestações de outros produtos financeiros porque:
• na base de cálculo das rendas não está incluído o IVA da transacção
• o pagamento de parte do capital (valor residual) é postecipado para o final do contrato
� no imobiliário, possibilidade de inclusão do valor da Sisa e outras despesas no montante do financiamento.
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Custo do Leasing
n
n
tt
t
rd
VR
rd
TC
*)1(*)1(
1
1
0+
+
+
=∑−
=
All-in Cost (rd*) – antes de poupança fiscal
C0: valor do activo subjacente ao contrato
Tt: renda
n: prazo
VR: valor residual do contrato
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O Leasing Operacional
• Típico leasing de curto prazo
� Rendas contratadas muito aquém do valor do activo;
� Manutenção, seguros e impostos da responsabilidade do locador;
� Existe opção de saída (suspensão/cancelamento) a meio do contrato.
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O “Sale and Lease Back”
• O activo inicial é pertença da empresa locatária;
• Esta vende-o ao locador:
� Venda efectuada ao valor de mercado;
� Continua a utilizar o activo sob a forma de pagamento de renda.
• Permite à empresa resolver problemas de liquidez de curto prazo.
• Empresa obtém forma de financiamento alternativa, garantindo risco mais baixo para locador face a obtenção de empréstimos junto do mesmo (Ex: Lease back vs financiamento com hipoteca)