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1
Disciplina: Fitopatologia Geral
CONCEITO E
HISTÓRIA DA
FITOPATOLOGIA
Fitopatologia
- É uma palavra de origem grega:
-phyton = planta
-pathos = doença
-logos = estudo
• Os organismos e as condições ambientais que
causam doenças em plantas;
• Os mecanismos pelos quais esses fatores
produzem doenças em plantas;
. A interação entre agentes causando doenças e
a planta doente;
• Os métodos de prevenção ou controle de
doenças, visando diminuir os danos causados
por estas;
FITOPATOLOGIA é a ciência que estuda:
As doenças de plantas, abrangendo todos os
seus aspectos:
•Diagnose,
•Sintomatologia,
•Etiologia,
•Epidemiologia,
•até o Controle.
FITOPATOLOGIA é a ciência que estuda:
BOTÂNICA FISIOLOGIA VEGETAL SOLOS
MICROBIOLOGIA ECOLOGIA QUÍMICA
MICOLOGIA BIOQUÍMICA FÍSICA
BACTERIOLOGIA GENÉTICA METEOROLOGIA
VIROLOGIA BIOLOGIA MOLECULAR ESTATÍSTICA
NEMATOLOGIA ENGENHARIA GENÉTICA
HORTICULTURA
FITOPATOLOGIA
•Referências mais antigas sobre doenças
de plantas são encontradas na Bíblia;
• Quase sempre são atribuídas a causas
místicas e apresentadas como castigo
divino;
FITOPATOLOGIA
2
-Ex. Referências de doenças,
-Ferrugem dos cereais,
-doenças em videiras, olivais, figueirais
-E outras plantas que constituíam,
naquele tempo, a base da alimentação
do povo
“ Eu vos feri com um vento abrasador e com
ferrugem a multidão de vossas hortas e de
vossas vinhas. Aos vossos olivais e aos
vossos figueirais comeu a lagarta; e vós não
voltastes para Mim, diz o Senhor”
Amós 4:9
- Deuteronômio, 28:22;
- Gênese, 41:22-23;
- Ageu, 2:7-18;
- Crônicas II, 6:28
Romanos, agricultores, fizeram
observações interessantes sobre doenças:
-Ferrugem do trigo e outros cereais
-Era atribuída ao castigo dos deuses Robigo
e Robigus.
-Culto: ROBIGÁLIA
-Envolviam o sacrifício de animais de
coloração avermelhada, como cães e vacas
Há aproximadamente 3000 anos
Robigália – Deuses castigavam os
homens pelas suas más ações
Ferrugem do Trigo
Puccinia recondita f. sp.tritici
Pode ser dividida em cinco fases ou períodos:
História Fitopatologia
1)Período Místico
3) Período Etiológico
4) Período Ecológico
2) Período de Predisposição
5) Período Atual
HISTÓRIA DA FITOPATOLOGIA
• Compreende desde a mais remota antigüidade até o
início do século XIX;
• O homem atribuía as doenças de plantas a causas
místicas;
• Encontram-se na Bíblia as informações mais antigas
sobre doenças de plantas, atribuídas a causas
místicas, apresentadas como castigos divinos;
• A ferrugem do trigo era atribuída ao castigo que o
Deus Robigo infringia aos homens devido às suas
ações. Entre os romanos, a "Robigalia" era uma festa
religiosa celebrada anualmente em louvor a Robigo,
pedindo sua clemência e proteção.
1) PERÍODO MÍSTICO
3
• Final do período místico, botânicos faziam descrições
dos sintomas das doenças de plantas;
• Com o progresso da Micologia, a atenção foi
despertada para a associação fungo-planta doente.
1) PERÍODO MÍSTICO
- M. Tillet, (1714-1791) atribuiu ser um fungo o causador da
cárie do trigo.
1) PERÍODO MÍSTICO
• Giovani Targioni Tozzetti, 1767:
• (ferrugens e carvões eram causados por fungos
que cresciam debaixo da epiderme das
plantas);
• H. L. DuHamel de Monceau, 1728:
• realizou o primeiro experimento fitopatológico
(inoculação de escleródios de Rhizoctonia
violacea em diversas espécies de plantas);
1) PERÍODO MÍSTICO
• No entanto:
• Predomínio da geração espontânea e de perpetuidade
das espécies;
• A ocorrência de fungos em associação com plantas
doentes era atribuída à geração espontânea;
• As doenças eram então apresentadas com
base na sintomatologia e classificadas pelosistema binomial de Linnaeus.
1) PERÍODO MÍSTICO
• Inicia-se no começo do século XIX, quando tornou-se
evidente a associação entre fungos e plantas doentes;
• O suiço Prévost, em 1807, na Franca, publica o seu
trabalho que mostra ser Tillettia caries o agente
causal da cárie do trigo, confirmando assim as idéias
de Tillet.
• No entanto acreditava-se que os fungos apareciam por
geração espontânea;
2) PERÍODO DA PREDISPOSIÇÃO
• Um botânico alemão Unger, em 1833,
apresentou sua teoria pela qual as doenças
seriam o resultado de distúrbios funcionais
provenientes de desordens nutricionais que
predispunham os tecidos da planta a
produzirem fungos,
• Eram considerados excrescências que neles se
desenvolviam por geração espontânea.
• Assim, seriam as doenças que produziam
microrganismos e não estes os responsáveis
pelas doença
2) PERÍODO DA PREDISPOSIÇÃO
4
• Micologistas passaram a catalogar fungos em
associação com plantas doentes;
• As conseqüências sociais e econômicas da
doença: requeima da batata, em 1845 atraíram
micologistas e botânicos (Anton de Bary);
2) PERÍODO DA PREDISPOSIÇÃO
• A epidemia da requeima da batata - campos da Irlanda de
outros países do norte europeu, metade do século XIX deu a
fitopatologia a relevância para transformá-la em ciência
autônoma;
2) PERÍODO DA PREDISPOSIÇÃO
Requeima da batata
Phytophthora infestans
• Em 1853, iniciou este período quando
propôs serem as doenças de plantas de
natureza parasitária, baseado nos
estudos sobre a requeima da batata,
provando cientificamente que o
patógeno Phytophthora infestans era o
agente causal
• Fitopatologia nasceu em 1858, com a
publicação do livro texto de Julius Kühn,
publicado em Berlim.
3) PERÍODO ETIOLÓGICO
De Bary
• Em (1860):
• Desenvolvimento da microbiologia;
• Destruiu a teoria da geração
espontânea;
• Provou a origem bacteriana de
várias doenças em homens e
animais;
3) PERÍODO ETIOLÓGICO
Louis Pasteur
• Em 1874:
• Estabelece os postulados, possibilitando
a determinação exata dos patógenos;
• Koch aperfeiçoou ainda as técnicas
de isolamento de microrganismos e
adotou os meios de cultura sólidos
para cultivo de fungos e bactérias.
• A Fitopatologia aos poucos marca
notáveis progressos, iniciando-se como
ciência.
• A maioria das doenças importantes
são descritas neste período, como os
oídios, míldios, ferrugens e carvões.
3) PERÍODO ETIOLÓGICO
Robert Kock
• Aparecimento da calda bordolesa (1º fungicida eficiente
no controle das doenças das plantas) por Millardet, em
1882;
• Após a publicação dos trabalhos de Julius Kühn e Anton
Bary, os fitopatologistas dedicaram-se a relatar e estudar
a maior parte das doenças, tentando provar a natureza
parasitária;
• Fitopatologistas limitavam-se ao relato de novos
parasitas;
• Reconhecimento dos fatores ecológicos
3) PERÍODO ETIOLÓGICO
5
• Em 1874, Sorauer teve o mérito de separar as doenças
parasitárias das não parasitárias ou fisiológicas em seu
livro
• A partir de então, doença parasitária passou a ser
entendida como resultante da interação hospedeiro-
patógeno-ambiente,
• Sendo reconhecida pela primeira vez a importância
dos fatores ecológicos sobre as doenças de
plantas.
• Foram conduzidos estudos sobre os mais variados fatores
(climáticos, edáficos, nutricionais, estacionais e outros);
• Temperatura do solo e do ar, a umidade, a intensidade de
luz, a nutrição da planta, a oxigenação, fotoperiodismo
foram analisados e avaliados;
4) PERÍODO ECOLÓGICO
• Doenças de plantas passaram a ser vistas como
resultante da interação entre a planta, o meio e
o patógeno;
• Iniciaram-se as pesquisas sobre resistência e
predisposição das espécies vegetais aos
diferentes patógenos, bem como os estudos
correlatos sobre genética e melhoramento;
4) PERÍODO ECOLÓGICO
• Primeiros conceitos sobre variabilidade dospatógenos, com a conceituação de formaespeciales, raças fisiológicas, variedades,biótipos, etc;
• Enfatizado o papel importantedesempenhado pelo ambiente, tanto naresistência das plantas como naagressividade do patógeno;
4) PERÍODO ECOLÓGICO
• Destaques: R. B e N. E. Stevens, H. H.Whetzel, L. R. Jones, J. C. Walker, E. C.Stakman, J. G. Harrar, etc;
• E. Riehm (1913) Aparecimento dosfungicidas mercuriais orgânicos (tratamentode sementes);
• W. H. Tisdalle e I. Williams (1934) fungicidasorgânicos do grupo dos tiocarbamatos.
4) PERÍODO ECOLÓGICO
• Período em que foram conduzidas pesquisas
básicas sobre a fisiologia de fungos, de plantas,
sobre o progresso da doença em condições de
campo;
• Com o progresso da fisiologia, microbiologia,
bioquímica e bioestatística, fatos foram
relacionados e novas teorias foram estabelecidas
sobre a interação planta e patógeno e a resultante
doença;
5) PERÍODO ATUAL
• Com a publicação do livro “Principles of Plant
Infection”, por Gaümann, em 1946, foi iniciado o
período atual da fitopatologia ou período
fisiológico;
• Abordagem fisiológica: doenças de plantas são
encaradas com base nas relações fisiológicas
entre hospedeiro e patógeno;
• Como um processo dinâmico no qual ambos se
influenciam mutuamente;
5) PERÍODO ATUAL
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• Abordagem epidemiológica, baseada numa
visão holística de como a doença cresce no
campo
• A engenharia genética aplicada às plantas tem
proporcionado importantes conhecimentos e
técnicas que contribuem para o avanço da
fitopatologia;
• Período futuro: início do período Biotecnológico
(final século XX)
5) PERÍODO ATUAL
• Desenvolve-se em duas linhas diferentes e
paralelas:
a) Final século XIX : Micologistas concentram seu
maior interesse na classificação e catalogação
de fungos, sem preocupação com a
importância e os prejuízos da doença;
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
b) Estudam as doenças que afetam culturas de
interesse econômico e como diminuir os seus
efeitos prejudiciais;
• F. M. Draenert, (1869) bacteriose da cana-
de-açúcar, na Bahia;
• Sá Pereira, moléstias e pragas em
Pernambuco
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
• C. Jobert e E. Goeldi estudaram o declínio
causado por nematóide no RJ;
• A inclusão da fitopatologia no currículum das
escolas de agronomia existentes teve seu
desenvolvimento ligado ao ensino;
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
• Rosário Averna-Saccá (ESALQ) –Interessou-se por um levantamentosistemático das doenças que afetavam asprincipais culturas;
• Também a vinda de Edwin E. Honey (Esalq)e Albert S. Müller (Viçosa), formados naUniversidade de Cornell – Estabeleceramescolas
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
• Álvaro Santos Costa publicou revisão sobre a história
da fitopatologia no Brasil;
• Criação dos cursos de pós-graduação em
Fitopatologia;
* Piracicaba - 1964, mestrado e 1970, doutorado);
* Brasília - 1976, mestrado e 1991, doutorado);
* Viçosa - 1977, mestrado e 1978, doutorado);
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
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• Fundação da Sociedade Brasileira de
Fitopatologia, 1966, C.C. Allison e F. Galli;
• Grupo Paulista de Fitopatologia, 1967
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
- Summa Phytopathologica, 1975;
- Fitopatologia Brasileira, 1976
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
A FITOPATOLOGIA NO BRASIL
Referências Bibliográficas
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pathology. 4th ed. San Diego: Academic Press, 1997.
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* BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H. História da fitopatologia.
In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L.
(Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos.
3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v.1, p.1-12.
* CUPERTINO, F.P. História da fitopatologia brasileira.
Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo,
v.1, p.1-31, 1993.
* GALLI, F. História da fitopatologia. In: GALLI, F. (Coord.).
Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 2. ed.
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* LUCAS, G.B.; CAMPBELL, C.L.; LUCAS, L.T. Agriculture,
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CAMPBELL, C.L.; LUCAS, L.T. Introduction to plant
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York: Van Nostrand Reinhold, 1992. p.1-8.
* LUCAS, G.B.; CAMPBELL, C.L.; LUCAS, L.T. History of
plant pathology. In: LUCAS, G.B.; CAMPBELL, C.L.;
LUCAS, L.T. Introduction to plant diseases: identification
and management. 2nd ed. New York: Van Nostrand
Reinhold, 1992. p.15-19.
8
*PONTE, J.J. Fitopatologia, seus objetivos e evolução. In:
PONTE, J.J. Fitopatologia: princípios e aplicações. 2. ed.
São Paulo: Nobel, 1986. p.27-36.