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Índice 1. INTRODUÇÃO................................................ 2 2. OBJECTIVOS................................................ 2 2.1. Objectivo Geral........................................ 2 2.2. Objectivos Específicos.................................2 3. DEFINIÇÃO................................................. 3 4. TIPOS DE FLOCULANTES...................................... 4 4.1. Polímeros Sintéticos................................... 4 4.2. Polímeros Catiónicos................................... 5 5. FATORES QUE INFLUENCIAM A EFICIÊNCIA DA FLOCULAÇÃO........5 5.1. Escolha do Floculante.................................. 5 5.2. Concentração do Floculante.............................6 5.3. Forma de Adição........................................ 6 5.4. Ambiente Químico....................................... 7 5.5. Sistema Hidrodinâmico.................................. 8 5.6. Estado de Conservação da Molécula do Polímero..........8 5.7. Tamanho das Partículas.................................9 5.8. O pH do Meio........................................... 9 6. Mecanismos de Floculação.................................10 6.1. Ligações de Hidrogénio................................10 6.2. Ligações Químicas..................................... 10 6.3. Interacções Electrostáticas...........................10 6.4. Interacções Hidrofóbicas..............................10 6.5. Dual Flocculation..................................... 10 6.6. Depletion Flocculation................................11 7. FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DOS FLOCOS........................11 8. VANTAGENS................................................ 12 9. DESVANTAGENS............................................. 12 1

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Índice1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................2

2. OBJECTIVOS....................................................................................................................2

2.1. Objectivo Geral...........................................................................................................2

2.2. Objectivos Específicos................................................................................................2

3. DEFINIÇÃO.......................................................................................................................3

4. TIPOS DE FLOCULANTES..............................................................................................4

4.1. Polímeros Sintéticos....................................................................................................4

4.2. Polímeros Catiónicos...................................................................................................5

5. FATORES QUE INFLUENCIAM A EFICIÊNCIA DA FLOCULAÇÃO.......................5

5.1. Escolha do Floculante..................................................................................................5

5.2. Concentração do Floculante........................................................................................6

5.3. Forma de Adição.........................................................................................................6

5.4. Ambiente Químico......................................................................................................7

5.5. Sistema Hidrodinâmico...............................................................................................8

5.6. Estado de Conservação da Molécula do Polímero......................................................8

5.7. Tamanho das Partículas...............................................................................................9

5.8. O pH do Meio..............................................................................................................9

6. Mecanismos de Floculação...............................................................................................10

6.1. Ligações de Hidrogénio.............................................................................................10

6.2. Ligações Químicas....................................................................................................10

6.3. Interacções Electrostáticas.........................................................................................10

6.4. Interacções Hidrofóbicas...........................................................................................10

6.5. Dual Flocculation......................................................................................................10

6.6. Depletion Flocculation..............................................................................................11

7. FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DOS FLOCOS..........................................................11

8. VANTAGENS..................................................................................................................12

9. DESVANTAGENS..........................................................................................................12

10. CONCLUSÕES.............................................................................................................13

11. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................14

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de investigação debruça-se em torno dum tema muito importante, de

vasta aplicabilidade no tratamento de minerais, a floculação, no contexto das actuais

definições, mecanismos, influencias na escolha de um ou de outro produto floculante, suas

vantagens e desvantagens.

A floculação é meramente um processo de agregação com uso de polímeros, ela pode ser

confundida com a coagulação, diferindo nas suas propriedades e mecanismos. Este processo é

físico, caracterizando-se pela capacidade dos polímeros sedimentarem as partículas numa

única vertente, agregando-as duma forma sistemática de acordo com o mecanismo

predominante.

Os polímeros floculantes possuem origens diversas e podem ser classificados,

principalmente, pelos seguintes critérios: natureza, carga, hidrofobicidade, peso molecular e

estrutura.

Os mecanismos predominantes, podem ditar a combinação entre os vários tipos de polímeros

de acordo com a reacção que pode resultar da estequiometria da tal junção.

2. OBJECTIVOS

2.1. Objectivo GeralAbordar o que é e como ocorre o processo de floculação no tratamento de minerais.

2.2. Objectivos Específicos- Definir o processo de separação sólido-líquido usando floculação.

- Descrever os mecanismos deste processo (a floculação).

- Avaliar as influencias na escolhe de um em detrimento de outro floculante.

- Debruçar em torno das suas vantagens e desvantagens.

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3. DEFINIÇÃOA floculação é um processo físico no qual as partículas coloidais são colocadas em contacto

umas com as outras, de modo a permitir o aumento do seu tamanho físico, alterando, desta

forma, a sua distribuição.

A floculação caracteriza-se pela acção de um polímero, necessariamente solúvel em água,

denominado floculante, que promove a agregação de partículas finas em forma de flocos.

Os polímeros podem ser classificados quanto à sua origem, carga eléctrica e peso molecular.

Dessa forma, os floculantes podem ser: naturais, modificados ou sintéticos; neutros,

aniónicos ou catiónicos e de baixo, médio ou elevado peso molecular.

São polímeros solúveis em água que, em geral, apresentam peso molecular elevado. Um

polímero é uma macromolécula formada por vários segmentos unitários, denominados

monómeros. Em sua composição pode haver monómeros iguais ou diferentes entre si,

resultando na formação de homopolímeros ou copolímeros, respectivamente.

A floculação ocorre, geralmente, pela adição de um agente químico que dá ao meio as

condições necessárias à floculação; porém, existem suspensões em que as partículas sólidas

já são química ou mineralogicamente apropriadas ao meio iónico da suspensão, formando

naturalmente os aglomerados.

A floculação das partículas já coaguladas pela acção do electrólito, resulta das várias forças

de atracção que atuam entre as partículas "neutralizadas" que se agregam umas às outras

formando os denominados flocos. A velocidade de formação desses flocos depende da

agitação térmica (movimento Browniano) e mecânica do meio. Evidentemente, essa agitação

mecânica deve ser em nível moderado pois, do contrário, poderá provocar a desagregação

dos flocos já formados, o que dificultará a sua remoção. O propósito da floculação é formar

agregados ou flocos do material finamente dividido.

Apesar de não ser usado rotineiramente, a floculação de efluentes por agitação mecânica ou

com ar pode ser levada em consideração quando se deseja aumentar a remoção de sólidos

suspensos nos decantadores primários, condicionar efluentes industriais, melhorar a

performance de decantadores secundários de processos de lodo activado.

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Em sistemas de pás em agitadores mecânicos, devem ter velocidade variável para permitir o

ajuste de diferentes velocidades ao longo do eixo (a pá mais baixa deve ter 30% da

velocidade da pá do topo). Do mesmo modo, onde é utilizada a floculação com ar, o sistema

de suprimento de ar deve ser ajustável de tal forma que o nível de energia de floculação possa

ser variado ao longo do tanque. Tanto no sistema de floculação por ar como no mecânico é

comum ajustar a energia adicionada de forma que o floco formado não se rompa na saída do

equipamento.

Partículas esféricas ou com forma aproximada à esférica têm uma maior facilidade de

sedimentar do que partículas de mesmo peso com formato irregular. Comportamento

semelhante é observado na sedimentação de partículas de maior diâmetro, diante das muito

finas. Uma alternativa para fazer face às irregularidade e ao pequeno diâmetro de partículas é

a floculação, que promove a aglomeração das partículas resultando em unidades maiores e

com forma mais aproximada da esférica, implementando melhorias às características de

sedimentação da suspensão.

4. TIPOS DE FLOCULANTESOs floculantes podem ser: naturais, modificados ou sintéticos; neutros, aniónicos ou

catiónicos e de baixo, médio ou elevado peso molecular.

4.1. Polímeros Sintéticos São substâncias químicas orgânicas de cadeia longa e alto peso molecular, disponíveis numa

variedade de nomes comerciais. Polieletrólitos são classificados de acordo com a carga

eléctrica na cadeira do polímero, os carregados positivamente são chamados de catiónicos e

os que não possuem carga eléctrica são os não-iónicos.

Os atónicos e os não-iónicos são geralmente utilizados com coagulantes metálicos para

promoverem a ligação entre os colóides, a fim de desenvolver flocos maiores e mais

resistentes. A dosagem requerida de um auxiliar de coagulação é da ordem de 0,1 a 1,0 mg/L.

De acordo com (da Luz, 2010) os polímeros podem ser neutros ou apresentar grupamentos

ionizáveis. Nesse caso, são denominados polieletrólitos, que podem ser tratados de forma

mais específica como polianiões ou policatiões, dependendo da natureza da carga. A presença

de segmentos ionizados provoca o estiramento da macromolécula devido à repulsão

electrostática resultante. A conformação esticada da molécula favorece a formação de flocos

e acarreta um aumento na viscosidade da solução.

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4.2. Polímeros Catiónicos Têm sido usados com sucesso, em alguns casos, como coagulantes primários. Embora o custo

unitário destes polímeros seja cerca de 15 vezes maior que o de sulfato, as dosagens

requeridas são reduzidas, podendo igualar o custo final para os dois casos. Adicionalmente,

ao contrário do lodo gelatinoso e volumoso oriundo do sulfato de alumínio, o lodo formado

pelo uso de polímeros é relativamente mais denso e fácil de ser desidratado, facilitando o

manuseio e disposição.

Algumas vezes, polímeros catiónicos e não-iónicos podem ser usados conjuntamente para

formar um fluxo adequado, o primeiro sendo coagulante primário e segundo auxiliar de

coagulação.

5. FATORES QUE INFLUENCIAM A EFICIÊNCIA DA FLOCULAÇÃOSendo a floculação um processo muito complexo, a sua eficiência é dependente de inúmeros

factores dos quais importa destacar os seguintes:

5.1. Escolha do Floculante A escolha do reagente deve levar em consideração, inicialmente, a finalidade da floculação.

Assim, na operação de espessamento o mais importante é o tamanho do floco, enquanto na

filtração o floco deve ser compacto, com um mínimo de água retida em seu interior. Flocos

resistentes são desejáveis em situações onde o manuseio envolvem etapas de bombeamento.

Em todos os casos, o tamanho da cadeia (peso molecular), a natureza da carga eléctrica

(neutra, positiva ou negativa), a densidade de carga e as características químicas dos grupos

activos da molécula são características importantes que devem ser consideradas na escolha do

floculante.

Com relação ao tamanho da cadeia, os polímeros podem ser classificados como:

- De baixo peso molecular (PM <105),

- Médio peso molecular (105 <PM <106) ou;

- Elevado peso molecular (PM> 106).

O peso molecular de um polímero pode ser estimado a partir da determinação da viscosidade

intrínseca da solução (Baltar, 1997).

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Por sua vez, um polieletrólito pode ser considerado como:

- De baixa densidade de carga (a abaixo de 25%),

- Média densidade de carga (entre 25% e 50%) ou,

- De alta densidade de carga (acima de 50%),

Dependendo da quantidade de monómeros ionizados. A densidade de carga de um polielectrólito pode ser estimada por titulação (Bolto e Gregory, 2007).

5.2. Concentração do Floculante Outro parâmetro de grande importância é a concentração do floculante que é basicamente a

quantidade óptima de polímero para melhorar a geração de laços e caudas, fundamentais na

formação de pontes poliméricas.

Essa dosagem depende, principalmente, do peso molecular e do carácter iónico do polímero,

sendo que a utilização de concentrações acima da óptima estabelecida não ocasiona um

aumento na eficiência, pois o excesso de polímero adsorvido torna as partículas estericamente

dispersas (mecanismo de estericidade). A estericidade, proveniente de interacções entre as

camadas poliméricas adsorvidas nas superfícies de diferentes partículas, é, em alguns casos,

utilizada para estabilizar um determinado sistema (estabilidade estérica).

5.3. Forma de Adição Conforme é ilustrado na Figura, na desestabilização de uma suspensão por acção de um

floculante polimérico, vários processos podem ocorrer de forma simultânea (Hogg, 1988;

Gregory, 1992):

a. Homogeneização do polímero na suspensão;

b. Adsorção da molécula na superfície do sólido,

c. Acomodação das moléculas adsorvidas;

d. Formação e crescimento dos flocos;

e. Quebra dos flocos.

De acordo com (Hogg, 1988; Gregory, 1988), a completa homogeneização de um polímero

em uma suspensão ocorre após haver decorrido um determinado tempo de sua adição. Assim,

a adsorção pode acontecer antes da homogeneização. É fácil imaginar que no instante

imediato à adição do polímero forma-se uma região com uma grande concentração de

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floculante. Como consequência, as partículas nessa região ficam inteiramente recobertas

pelas moléculas poliméricas e adquirem uma estabilização estérica. Na prática, esse

fenómeno é reflectido na turbidez do sobrenadante. Portanto, a forma de adição do polímero é

um factor determinante no desempenho do floculante. Para se evitar a overdose em parte das

partículas, a solução do floculante deve ser adicionada na forma mais diluída possível e sob

forte agitação.

A agitação durante a adição do polímero deve ser tal que contribua o máximo possível para a

redução do tempo necessário à completa homogeneização. O limite da agitação deve estar

relacionado ao início do processo de ruptura da molécula do polímero que reduz

drasticamente a sua capacidade para a formação de “pontes”. De acordo com (da Luz, 2010)

a adição do floculante por etapas foi sugerida por diversos autores (Moudgil e Shah, 1986;

Moss, 1978) como forma de promover uma melhor distribuição do polímero na suspensão.

Figura 2 – Ilustração das etapas observadas com a adição de um polímero a uma suspensão (Gregory, 1988). (A) adição, (B) homogeneização, (C) adsorção, (D) floculação e (E) quebra do floco.

Fonte: tratamento de minérios 5ª edição

5.4. Ambiente Químico

Segundo (Rey, 1988), a eficiência do floculante depende fortemente do ambiente químico da

suspensão. A presença de iões dissolvidos tem influência na adsorção e na conformação da

molécula do polímero. As espécies químicas presentes tanto podem facilitar quanto inibir a

adsorção do polímero na superfície das partículas. O efeito positivo ocorre quando a pré-

adsorção de iões na superfície mineral resulta em sítios atractivos à adsorção do polímero

(Hogg, 1988) ou quando neutralizam parte da carga eléctrica da molécula do polímero de

modo a reduzir uma eventual repulsão electrostática com a superfície. O efeito prejudicial é

verificado nos casos de competição por sítios disponíveis na superfície mineral ou quando

espécies ionizadas, de carga contrária, interagem com grupos iónicos do polímero

provocando a precipitação ou completa desactivação do floculante, além do encolhimento da

molécula (Hogg, 1988).

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5.5. Sistema Hidrodinâmico

A ocorrência de colisões entre as partículas é um pré-requisito para que haja uma agregação.

A velocidade de floculação aumenta com a quantidade de colisões.

O movimento browniano de partículas coloidais, devido à energia térmica, proporciona

colisões que podem resultar em uma agregação peri-cinética. No entanto, tal agregação

ocorre de forma lenta. A frequência e a intensidade das colisões podem ser aumentadas por

um sistema de agitação que promove uma movimentação orto-cinética das partículas. A

agitação tem a função de provocar e intensificar as colisões entre as partículas. Considerando-

se que o número de colisões aumenta com a turbulência, o aumento da agitação contribui para

uma maior velocidade na formação dos flocos.

No entanto, a partir de uma determinada velocidade crítica, característica de cada sistema, as

forças de cisalhamento resultantes da agitação promovem a quebra dos flocos formados. A

facilidade com que ocorre a quebra aumenta significativamente com o tamanho do floco, ou

seja, a velocidade crítica diminui à medida que o agregado cresce (La Mer e Smellie, 1957).

Isso significa que o tamanho do floco pode ser controlado pela velocidade de agitação. Para

cada sistema de agitação corresponde um tamanho limite que representa um balanço

dinâmico entre o crescimento e a quebra do floco.

O sistema hidrodinâmico é um factor determinante para as características dos flocos

produzidos (Hogg, 1988). Esse fato sugere que a obtenção de resultados reprodutíveis, em

testes de floculação, só é possível com um rigoroso controlo do sistema de agitação.

5.6. Estado de Conservação da Molécula do Polímero

A molécula do polímero sofre degradação, podendo diminuir ou perder totalmente seu poder

floculante. Alguns factores externos podem ser responsáveis por essas alterações do polímero

tais como: Forças de cisalhamento, oxidação da molécula e envelhecimento da solução.

Forças de cisalhamento- Em sistemas com forte agitação, as moléculas são esticadas

provocando um grande esforço na região central da cadeia polimérica que pode resultar na

ruptura da molécula. A redução do tamanho da molécula diminui a sua capacidade de formar

“pontes”;

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Oxidação da molécula - A presença de radicais livres pode provocar a oxidação e ruptura da

molécula polimérica;

Envelhecimento da solução- Durante o período entre a preparação da solução e o seu

consumo, as moléculas passam por um processo inicial de espalhamento e, posteriormente,

de ruptura.

5.7. Tamanho das Partículas

Segundo (Baltar, 1997) há uma correlação importante entre o tamanho das partículas e peso

molecular do floculante. A cada tamanho de partícula corresponde um peso molecular

mínimo, a partir do qual a floculação é possível. Esse peso molecular mínimo aumenta com o

tamanho da partícula. Observaram que um poli(óxido)etileno, com peso molecular de 106,

promoveu a floculação de uma amostra de dolomita com tamanho abaixo de 37 µm. Com o

mesmo polímero, no entanto, não foi possível a floculação da fracção mais grosseira da

amostra com tamanho entre 53 e 43 µm.

O tamanho da partícula também está relacionado à quantidade de floculante que se deve usar.

Uma maior concentração de floculante é necessária em sistema com partículas ultrafinas,

devido à maior área superficial total a ser coberta pelas moléculas do polímero. Nos sistemas

com partículas ultrafinas, deve-se ter um cuidado especial com a forma de adição do

polímero, considerando-se que essas partículas são mais susceptíveis a um recobrimento total

(overdose) e, consequentemente, uma estabilização estérica.

O mecanismo de formação dos flocos também pode ser influenciado pelo tamanho das

partículas. A tendência à predominância da floculação por pontes (bridging flocculation)

aumenta com a diminuição do tamanho das partículas, devido à menor quantidade de sítios

disponíveis, por partícula, para a interacção com a molécula do floculante.

5.8. O pH do MeioMuitos trabalhos mostram que o pH do meio é, também, um dos mais importantes factores que influenciam a eficiência da floculação devido às modificações que este parâmetro exerce sobre as propriedades interfaciais das partículas, solubilidade dos floculantes e formação de distintas espécies dos solutos.

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6. Mecanismos de FloculaçãoOs polímeros podem adsorver-se na superfície mineral por meio de uma ou mais das alternativas descritas a seguir.

6.1. Ligações de Hidrogénio Constitui-se no principal mecanismo de adsorção dos polímeros na superfície mineral. O átomo de hidrogénio possui pequeno tamanho e tendência a tornar-se polarizado positivamente. Em razão dessas características, pode interagir com átomos vizinhos electronegativos promovendo a ligação.

6.2. Ligações Químicas A adsorção resulta de uma interacção química entre grupos activos da molécula do polímero e sítios metálicos disponíveis na superfície do mineral formando compostos insolúveis por meio de ligações covalentes ou iónicas. Essa forma de adsorção é específica e pode contribuir para uma floculação selectiva.

6.3. Interacções Electrostáticas Segundo da Luz, citando (Baltar, 1997), in tratamento de minérios, ocorrem sempre que a superfície mineral e o polímero apresentam cargas contrárias e constitui-se na principal forma de adsorção dos floculantes catiónicos. É evidente que esse mecanismo não pode ser considerado em sistemas com polímeros neutros, como nos casos da poliacrilamida e do poli(óxido)etileno.

6.4. Interacções Hidrofóbicas A adsorção por interacções hidrofóbicas ocorre através da cadeia hidrocarbónica do polímero e é sempre possível nos casos em que a superfície da partícula é naturalmente hidrofóbica ou foi hidrofobizada.

6.5. Dual Flocculation Em muitos casos, o uso de apenas um polímero floculante não é suficiente para promover uma agregação efectiva devido à necessidade de propriedades físico-químicas específicas. Assim, melhorias nos processos de floculação têm sido alcançadas com a utilização de dois ou mais polímeros de distintas propriedades adicionados em sequência.

De acordo com (Baltar, 1997) a melhor combinação foi a adição de um polímero catiónico seguida de um aniónico (C-A), sendo que elevadas eficiências de floculação para carvões foram obtidas ao se utilizar um polímero catiónico fraco de baixo peso molecular.

Este autor explica que as partículas de carvão, carregadas negativamente, são submetidas, inicialmente, à uma neutralização de cargas resultante das interacções entre a superfície sólida e os policátiões formando, rapidamente, pequenos flocos primários. Quando o polímero aniónico é adicionado, interage com as cadeias poliméricas catiónicas, formando pontes e produzindo flocos secundários maiores, os quais possuem elevadas taxas de sedimentação.

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6.6. Depletion Flocculation Outro mecanismo de grande relevância, é a depletion flocculation. Este tipo de agregação consiste na inclusão de polímeros floculantes não adsorventes na suspensão, que permanecem livres em dispersão no meio e, a partir de um gradiente de concentração, induzem um mecanismo de difusão do solvente entre as partículas e, consequentemente, promovem a agregação das mesmas.

A partir de perspectivas teóricas e experimentais, (Baltar, 1997) descreveram os mecanismos de desestabilização de dispersões coloidais através da adição de polímeros não adsorventes na suspensão. De acordo com esses autores, em um sistema constituído por um solvente, mais as partículas dispersas e os polímeros, existiria um gradiente de concentração de polímero nas vizinhanças de cada partícula, de forma que a concentração próxima à superfície das partículas pode ser considerada nula, produzindo uma região denominada camada depletiva, cuja espessura (Δ) é reduzida com o aumento da concentração de polímero. Quando duas partículas com suas camadas depletivas se aproximam, as cadeias poliméricas, da região diluída entre elas, são forçadas a migrar para a região mais concentrada, deixando somente o solvente puro entre estas partículas. Este efeito cria um gradiente de pressão osmótica que induz a saída do solvente da região entre as partículas, aproximando as mesmas e, consequentemente, produzindo uma agregação.

7. FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DOS FLOCOSDe forma análoga ao que ocorre com a adsorção, a variação da quantidade de flocos por unidade de volume (Nf) com o tempo é dada pela frequência de colisão entre as partículas teremos:

dNf / dt = κ N12

A equação anterior supõe que toda colisão resulta na formação de flocos. No entanto, como na realidade apenas algumas colisões são efectivas, segundo da Luz citando La Mer e colaboradores (Smillie e La Mer, 1956) introduziram um termo relacionada à eficiência de colisão (E):

E = θ (1 - θ)

Onde θ é a fracção da superfície recoberta pelo polímero. O modelo de La Mer considera que a colisão só resulta na formação de floco quando ocorre entre uma região (θ) da superfície de uma partícula recoberta pelo floculante e uma região (1 - θ) descoberta de outra partícula. Choques entre regiões cobertas ou descobertas são inúteis. De acordo com esse modelo, a eficiência máxima de colisão é de 1/4 e ocorre quando o recobrimento da superfície é de 50% (θ = 1/2).

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Juntando-se as duas anteriores equações, obtém-se a expressão de La Mer para a velocidade de floculação (F):

F = dNf / dt = κ θ (1 - θ) N12

Segundo a equação, podemos concluir que a velocidade com que os flocos são formados é proporcional à eficiência de colisão e ao quadrado da concentração de sólidos na suspensão.

8. VANTAGENS Embora alguns polímeros naturais (polissacarídeos) ou modificados (carboxilmetilcelulose) tenham sido bastante utilizados no passado, a partir da década de 60, essa prática foi gradualmente substituída pelo uso de polímeros sintéticos. Embora mais caros, os polímeros sintéticos apresentam uma série de vantagens com relação aos seus antecessores (Baltar, 1997).

Possibilidade de manipulação de sua estrutura. Devido ao fato de serem inteiramente desenvolvidos em laboratório, é possível modificar a sua estrutura de modo a moldar suas características no sentido de melhorar o desempenho;

Composição química definida; Ampla disponibilidade (os naturais, eventualmente, podem apresentar limitações de

natureza política ou climática); Maior estabilidade química e biológica.

9. DESVANTAGENSAs desvantagens estão relacionadas ao custo mais elevado dificuldade de manuseio, fenómeno do “envelhecimento” da solução e dificuldade de informações técnicas detalhadas sobre os produtos (da Luz, 2010).

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10. CONCLUSÕES

A solubilidade do polímero decresce com o aumento do tamanho da molécula. Essa tendência

não pode ser compensada com uma agitação vigorosa já que a turbulência provoca a

degradação do polímero por meio de rupturas ao longo da molécula. Os polielectrólitos,

devido ao carácter hidrofílico de seus grupos iónicos, são mais solúveis em água do que seu

correspondente não-iónico. O esforço no desenvolvimento tecnológico dos floculantes tem

sido direccionado no sentido de produzir polímeros que, sem perder a solubilidade em água,

possam apresentar moléculas cada vez maiores.

Um polímero pode adsorve-se por meio de uma grande quantidade de pontos de contacto.

Uma poliacrilamida, com peso molecular de 106, pode estabelecer até 15.000 ligações com

uma superfície mineral. Ainda que individualmente essas ligações possam ser frágeis, o

conjunto das interacções torna a adsorção praticamente irreversível (Baltar, 1997).

A melhor combinação foi a adição de um polímero catiónico seguido de um aniónico (C-A),

sendo que elevadas eficiências de floculação para carvões foram obtidas ao se utilizar um

polímero catiónico fraco de baixo peso molecular.

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11. BIBLIOGRAFIA

1- BALTAR, C.A.M., 1997. Influência da Interacção Polímero-Surfatante na

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