Fobia Social Material de Apoio Mariana Moura Ramos (1)

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    PS-GRADUAO EM PSICOTERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS

    Conceptualizao, avaliao e intervenocognitivo-comportamental na

    Fobia Social

    Mariana Moura [email protected]

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    Conceptualizao, avaliao e interveno cognitivo-comportamental na Fobia SocialMariana Moura Ramos

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    Programa

    Introduo Fobia SocialDefinio de Fobia Social

    Avaliao da Fobia Social

    Modelos de conceptualizao da Fobia Social

    Interveno Cognitivo-comportamental na Fobia Social

    Casos prticos

    Prova de avaliao

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    1. Fobia Social | Definio e Caracterizao

    A Fobia Social caracteriza-se pela presena de ansiedade clinicamente significativa em

    situaes que implicam exposio social ou situaes de desempenho, envolvendo uma

    possvel avaliao (negativa) por parte dos outros. Esta ansiedade pode levar mesmo ao

    evitamento dessas situaes.

    mais frequente nas mulheres e o 3 distrbio psiquitrico mais frequente (depresso,

    alcoolismo e fobia social).

    Ainda assim, a fobia social continua a ser sub-diagnosticada e pouco reconhecida pelos

    mdicos e profissionais da sade mental. Por outro lado, os estudos epidemiolgicos

    mostram que muitos fbicos sociais no procuram ajuda para as suas dificuldades.

    CRITRIOS DE DIAGNSTICO DSM-IVFobia Social

    A.Medo intenso e persistente de uma ou mais situaes sociais ou de desempenho, nas

    quais o indivduo est exposto a pessoas desconhecidas ou ao possvel escrutnio por

    parte dos outros. O sujeito receia comportar-se (ou mostrar sintomas de ansiedade) de

    uma forma humilhante ou embaraosa;

    B.A exposio s situaes temida provoca quase sempre ansiedade, a qual pode tomar a

    forma ou predispor situacionalmente um ataque de pnico.

    C.A pessoa reconhece que o medo irracional ou excessivo.

    D.As situaes sociais ou de desempenho so enfrentadas com grande ansiedade e

    desconforto intenso;

    E.O evitamento, a ansiedade antecipatria ou o desconforto nas situaes scias ou de

    desempenho interfere significativamente com a rotina normal do sujeito, funcionamentoocupacional, actividades ou relaes sociais ou existe um mal-estar intenso devido fobia;

    F.Em sujeitos com menos de 18 anos a durao tem de ser de pelo menos 6 meses;

    G.O medo ou evitamento no devido a efeitos fisiolgicos de uma substncia, ou a uma

    condio fsica geral e no melhor explicado por nenhum outro distrbio mental;

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    H.Se uma condio fsica ou outro distrbio mental estiverem presentes, o medo referido

    no critrio A no est relacionado com isso.

    preciso especificar se:

    Fobia Social Generalizada (muitas situaes sociais) [pior prognstico]

    No Generalizada (receio de uma ou duas situaes sociais especficas).

    CRITRIOS DE DIAGNSTICO DSM-IVPerturbao Evitante da Personalidade

    Padro global de inibio social, sentimentos de inadequao e hipersensibilidade

    avaliao negativa, comeando no incio da idade adulta e presente numa variedade de

    contextos, como indicado por quatro [ou mais] dos seguintes itens:

    1. Evitamento de ocupaes que envolvam contactos interpessoais, por medo de crticas,

    desaprovao ou rejeio;

    2. Pouca determinao no envolvimento com pessoas, a no ser com a certeza de ser

    apreciado;

    3. Reserva nas relaes ntimas por medo do ridculo ou de ser envergonhado;

    4. Preocupaes em ser criticado ou rejeitado em situaes sociais;

    5. Inibio em novas situaes interpessoais devido a sentimentos de inadequao;

    6. Auto-anlise como inepto socialmente, sem encanto pessoal ou inferior aos outros;

    7. Relutncia em assumir riscos pessoais ou envolver-se em novas actividades porque

    podem ser embaraosas

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    2. Avaliao da Fobia Social

    2.1. Entrevistas clnicas estruturadas

    Baseiam-se na conceptualizao da perturbao, mas do flexibilidade ao terapeuta para

    adequar as perguntas ao discurso e problema do doente.

    ADIS | Anxiety Disorders Interview Scale (DiNardo et al., 1983)

    [Entrevista estruturada para os distrbios de ansiedade]

    SCID (Structured clinical interview (Spitzer, Williams, Gibbon & Firts, 1992)

    [Entrevista clnica estruturada para o DSM]

    SADS | Affective disorder and schizophrenia (Endicott & Spitzeer, 1978)

    [Entrevista para os distrbios afectivos e esquizofrenia]

    2.2. Questionrios/Escalas de auto-resposta

    Escalas gerais (avaliam a presena de diferentes perturbaes)

    SCL-90

    BSI

    Escalas mais especficas [Cf. Gouveia, 2000, pp. 181-235]

    FNE | Fear of negative evaluation scale [Medo de Avaliao Negativa]

    SAD | Social anxiety and distress scale [Escalas de Evitamento e Desconforto em Situaes

    Sociais]

    Registos de automonitorizao

    PAN/PRA (Pensamentos Automticos Negativos/Pensamentos Racionais Alternativos)

    Registo das situaes

    Hierarquizao das situaes ansigenas

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    Listagem de pensamentos (registo de pensamentos que os sujeitos se lembram de ter

    tido num determinado perodo de tempo limitado, numa dada situao)

    Data Situao O que pensou? O que sentiu? O que fezpara se controlar Ans.(0-100) Observaes

    3 Mar Jantar a casade colegasda minhamulher

    Que toda a gente ia ficar aolhar para mim, porqueno me conheciamQue no ia conseguir fazerconversa com eles, Queiam logo perceber que euno percebia nada dosassuntos que eles estavama falarQue quando eu comear atremer com os talheres,vo logo perceber que euestou muito ansioso

    Angstia,nervosismoNOTA:Senti que omundo iadesabar emcima de mim.Senti queno iria sercapaz

    No comi nembebi.

    S falei pormonosslabos

    Fui olhando paraa decorao dacasa, para no osenfrentar

    80 Correupessimamente! Jdisse minha,mulher quenunca mais aantar destes,

    porque fico aflitoe ainda por cimaela fica comvergonha de mim

    6 Mar Pedir umlivro nabibliotecaque noestava naprateleira

    Que a senhora ia acharque eu era estpido porno conseguir encontrar olivro

    Envergonhado,ansioso

    Cerrei os dentes efalei baixinhopara ela noperceber que euestava a gaguejar

    75 A senhoralevantou-se e foibuscar o livrounto dos que

    estava paraarrumao.

    27Jun

    Ir a uma lojacomprar umfato paracasamento.

    De certeza que quandoentrar na loja a senhoravem logo perguntar o que que eu quero. E vou terque experimentar. Edepois, se no gostar? No

    vou conseguir dizer

    Ansiedade No fui. Vesti umque tinha, queme estavaapertado.

    75

    27Jun

    Ir a uma lojacomprar umfato paracasamento.

    De certeza que quandoentrar na loja a senhoravem logo perguntar o que que eu quero. E vou terque experimentar. Edepois, se no gostar? Novou conseguir dizer

    Ansiedade Levei a minhamulher.

    75 No tive coragemde dizer que nogostava do facto,pelo que compreio que ela meaconselhou,mesmo nogostando

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    Medo0-100

    Evitamento0-100

    Convidar os colegas de trabalho para um festa em casa. 100 100

    Passear numa rua movimentada, vestido com cores vivas e sem culos escuros 95 100

    Ir jantar fora com a mulher, estando de frente para o resto das pessoas 95 100

    Estar numa festa do escritrio sem beber lcool 80 100

    Responder a uma pergunta numa reunio 70 75

    Pedir direces a um desconhecido 70 80

    Atender o telefone 60 70

    Passear numa rua, sozinho, vestido com cores discretas e culos escuros 50 60

    Ir jantar fora com a mulher, estando de costas para o resto das pessoas 40 30

    Ter uma conversa numa reunio de famlia 30 30

    2.3. Outras formas de avaliao

    Medidas de Avaliao do Comportamento Motor:

    Testemunhos orais e retrospectivos dos pacientes,

    Role-play [fazer amigos novos, fazer um discurso em frente a um grupo, manter conversas

    com os outros]

    Medidas de Avaliao Fisiolgica:

    Batimentos cardacos,

    Resposta galvnica da pele [mede a actividade elctrica das glndulas que

    produzem suor nas palmas das mos e pontas dos dedos, mais sensveis s emoes

    e pensamentos.]

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    Entrevista clnica: O que avaliar? (Anthony & Swinson, 2000)

    Problema actual

    Diagnostico diferencial com outras perturbaes

    Inicio, desenvolvimento e decurso do problema

    Impacto no funcionamento (social, Trabalho/escola, relacional)

    Padro de sintomas fsicos (sintomas fsicos, frequncia, intensidade, sensaes fsicas)

    Cognies relacionadas com a ansiedade (pensamentos, crenas, previses,

    enviesamentos cognitivos relacionados com a situao fbica)

    Foco da apreenso (Sintomas de ansiedade, caractersticas da situao fbica)

    Padres de evitamentos (cf. Tabela com hierarquia)

    Evitamentos subtis (comportamentos protectores, distraces, etc)

    Parmetros do medo (variveis que aumentam ou diminuem o medotipo de situao,

    pessoas na situao, etc | cf. Variveis que podem afectar a FS)

    Factores familiares (historia de ansiedade na famlia, aceitao da fobia na famlia)

    Suporte social (disponibilidade da famlia ao longo do tratamento)

    Tratamentos anteriores

    Competncias sociais (falta de assertividade, falta de competncias interpessoais)

    Histria mdica relevante e limitaes fsicas

    Variveis que podem afectar a Fobia Social e que devem ser bem avaliados

    Aspectos da pessoas que avalia

    sexo, estado civil, estatuto social, nvel de inteligncia

    Relao entre a pessoa que avalia e o paciente

    familiaridade, nvel de intimidade e historias de conflitos entre ambosAspectos do paciente:

    fadiga, outros stressores

    Aspectos da situao

    luminosidade, formalismo, numero de pessoas envolvidas, actividades envolvidas

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    3. Conceptualizao da Fobia Social - Modelo Cognitivo de Clark & Wells (1995)

    Modelo proximal que procura explicar o que acontece a um fbico social quando entra

    numa situao que avalia como ameaadora e quais os factores de manuteno da fobia

    social. Assume que a questo central da fobia social o desejo intenso de transmitir aos

    outros uma impresso favorvel de si mesmo, acompanhado de uma grande insegurana

    acerca da sua capacidade de o conseguir.

    Parte da suposio que, como resultado da interaco de experincias prviascom

    predisposies comportamentais inatas, os fbicos sociais desenvolvem um conjunto de

    suposies acerca de si mesmos e das situaes sociais que os leva a interpretar as

    situaes sociais como ameaadoras e perigosas.

    Mais concretamente, os fbicos sociais acreditam que ao entrar na situao social correm

    o risco de se comportar de uma forma inapta e inaceitvel e que esse comportamento

    ter consequncias muito negativas em termos da forma como so percebidos pelos

    outros, podendo diminuir o seu valor pessoal, estatuto social e levar rejeio.

    Como resultado destas crenas, as situaes sociais representam um perigo para o Fbico

    Social e a sua entrada numa situao social activa automaticamente um programa de

    ansiedade,constitudo por um conjunto complexo de alteraes cognitivas, afectivas,

    somticas e comportamentais.

    Como as ameaas so mais reais que imaginrias, este programa (evolucionrio) para lidar

    com ameaas objectivas, torna-se inadequado e , em si mesmo, fonte de percepo de

    perigo, originado ciclos viciosos que mantm ou agravam a ansiedade.

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    Componentes do Programa de ansiedade

    1. Sintomas somticos e cognitivos da ansiedade

    Taquicardia, rubor, tremor

    So activados pela percepo de perigo e so ameaadores, sobretudo aqueles que o

    fbico acha que podem ser visveis pelos outros, pois estes so reinterpretados como uma

    ameaa.

    Conduzem autofocalizo, ou seja, mudana no foco da ateno, Amplificao dos

    sintomas da ansiedade. O fbico constri uma imagem visual de si mesmo que acredita

    ser a que os outros esto a ter

    Factor de manuteno porque:

    Gera uma imagem de diminuio que confirma os seus esquemas de ineficcia social

    Processamento deficiente da informao social situacional, pelo que no permite o

    processamento da informao exterior (que poderia ser disconfirmatria)

    Intensifica os sintomas de ansiedade

    Reduz a possibilidade do fbico ter experincias novas e disconfirmatrias, condenando-o

    repetio de ciclos interpessoais que mantm a fobia.

    2. Comportamentos de Segurana

    . Conjunto de comportamentos atravs dos quais os fbicos procuram diminuir a vivncia

    de ameaa e o risco de serem avaliados negativamente

    . Servem para defender o fbico daquilo que ele receia ser visvel;

    . Exemplos: Evitar o contacto visual, acelerar o discurso, encurtar o discurso (para no ser

    maador), falar muito, No fazer perguntas, segurar firmemente os objectos, tentar noatrair a ateno

    Factor de manuteno porque

    Impedem a disconfirmao das crenas irrealistas acerca da forma como os outros

    interpretam os seus comportamentos receados;

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    Alguns comportamentos de segurana aumentam a probabilidade de ocorrncia do

    comportamento receado;

    Aumentam o auto-focus e podem dar uma aparncia de distanciamento.

    Podem chamar a ateno sobre o doente

    3. Evitamento:

    O sujeito evita as situaes que provocam ansiedade.

    Factor de manuteno porque

    ao no lidar com a situao no lhe permite ter experincias positivas que poderiam ser

    disconfirmatrias.

    4. Ansiedade antecipatoria

    Ocorre antes da situao: os fbicos antecipam a situao social receada, tentando

    antever em detalhe tudo o que poder acontecer na situao.

    Factor de manuteno porque

    Esta reviso feita com base nas experincias anteriores em situaes semelhantes (que

    so normalmente negativas), o que gera altos nveis de ansiedade antes mesmo do sujeito

    entrar na situao.

    5. Autpsia

    Aps a situao de interaco social, o fbico faz uma reviso detalhada do modo como se

    comportou. Embora o objectivo da autpsia seja uma tentativa de se tranquilizarem

    acerca do receio de terem sido avaliados negativamente, o seu resultado inverso e ela

    aumenta o sentimento de humilhao e inadequao social

    Factor de manuteno porqueO fbico utiliza as suas memrias mais acessveis, que foram codificadas com maior

    emocionalidade e que so normalmente negativas, confirmando as suas suposies de

    ineficcia, e leva a uma avaliao da situao como mais negativa do que foi na realidade.

    6. Suposies e auto-esquemas

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    6. Suposies e auto-esquemas

    Existncia de auto-esquemas(crenas incondicionais: Sou feio) de ineficcia e

    incompetncia para lidar com as situaes sociais e de suposies rgidas e disfuncionais

    acerca do comportamento social,

    Crenas condicionaisacerca da avaliao social (se no mostrar que sou uma pessoa

    interessante vo rejeitar-me);

    Padres muito elevados para o desempenho social(tenho que parecer sempre bonito

    e inteligente);

    Esquemas interpessoais(viso dos outros como muito crticos, dominadores)

    Modelo cognitivo da fobia social (Wells, 1997)

    Fobia Social

    Interveno

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    Tratamento cognitivo-comportamental da fobia social

    Exposio prolongada aos estmulos sociais que geram a ansiedade

    Treino de competncia sociais

    Reestruturao e modificao das crenas disfuncionais associadas ao medo da avaliao

    negativa e na avaliao do seu desempenho social

    Exposio

    Tem-se mostrado muito eficaz no tratamento da Fobia social. No entanto, algumas

    dificuldades tm sido encontradas:

    Situaes sociais imprevisveis e variveis

    Curta durao da exposio, no permitindo por vezes que a ansiedade estabilize

    Utilizao de autofocalizao

    Por vezes no tem impacto no medo a avaliao negativa

    Utilizao de comportamentos de segurana

    Realizao de autpsias congruentes com as crenas pessoais negativas.

    Importncia de utilizar a exposio cognitiva(desafio das crenas)

    Preveno de utilizao de comportamentos de segurana durante a exposio

    Estratgias de inteno paradoxal que exponham o doente ao medo da avaliao

    negativa

    Estratgias para ajudar o doente a focalizar a ateno externamente

    Treino de competncias sociais

    Antigamente muito utilizado, mas actualmente j no o . Pode integrar um programa de

    interveno para ajudar os doentes a lidar com a hostilidade e crtica, pedia ajuda, dar ereceber elogios, exprimir emoes positivas, entre outros

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    Tratamento cognitivo-comportamental da fobia social | Clark & Wells, 1995

    Socializao com o modelo cognitivo e construo de um modelo especfico de

    ansiedade social do doente

    Identificao e debate dos PAN, explicitao de como vai decorrer o processo, valorizao

    das tarefas entre as sesses)

    1.1. Recolha de informao para a construo do modelo especfico da ansiedade social

    do doente;

    Reviso de vrios episdios de ansiedade social, com a descrio exaustiva da situao,

    antes, durante e ps a situao.

    Incidir sobre:

    Pensamentos Automticos Negativos antes, durante e ps a situao.

    Sintomas fisiolgicos e cognitivos da ansiedade

    Existncia de comportamentos de segurana

    Processamento interoceptivo (autofocalizao)

    1.2. Utilizao de dramatizao comportamental

    Realizao de role-plays em que o doente utiliza os comportamentos de segurana que

    habitualmente usa. Depois pode pedir-se que faa o mesmo sem utilizar esses

    comportamentos

    2. Eliminao dos comportamentos de segurana:Habitualmente so o primeiro alvo de interveno.

    Ajudar o doente a identificar a forma como cada um deles contribui para a manuteno

    ou agravamento do seu problema, propondo depois a construo de situaes de role

    play que permitam testar os efeitos desses comportamentos.

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    3. Estratgias Paradoxais:

    Pedir ao doente que crie condies que aumentem a probabilidade de acontecer a

    catstrofe receada, para poder desconfirmar os seus receios de avaliao negativa.

    Ex. A um doente que receia que se o virem a tremer quando come, pede-se-lhe que trema

    voluntariamente e que observe a reaco dos outros.

    4. Estratgias para mudana do foco da ateno:

    Treino de tarefas de distraco (Habituar o doente a prestar ateno a outros estmulos

    externos)

    5. Manipulao da auto-imagem e construo de uma auto-imagem social mais verdica:

    -Gravaes vdeo e/ou audio de role play e confrontar o doente com este feedback; Pedir

    descries aos interlocutores

    - Encorajar o doente a tentar novos papis de interaco social, funcionando como se

    estivesse a representar uma pessoa diferente.

    6. Reatribuio das auto-avaliaes negativas e reestruturao de pensamentos acerca

    das avaliaes e reaces negativas dos outros:

    -Tcnicas de Reatribuio Verbal (reenquadramento, criao de novos significados):

    Identificao e modificao de PAN; Identificao e correco de erros no processamento

    da informao (ex: personalizao e catastrofizao); Ajudar o doente a obter PRA

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    -Experincias Comportamentais:

    . Exposio;

    . Estratgias paradoxais

    . Elaborao de Inquritos (ex: Pensaria mal das pessoas que gaguejam?).

    Cuidados a ter na exposio

    Identificar bem os factores da situao (escolher uma situao que seja importante

    para o doente)

    as previses que o indivduo faz da situao (vou ficar nervoso, vou gaguejar, vou

    ficar corado, os outros vo achar que sou um ignorante, o os outros vo achar que sou

    um chato)

    as previses que o individuo faz da reaco dos interlocutores (como vo os outros

    reagir)

    No usar comportamentos de segurana

    No usar relaxamento (pode funcionar como comportamento de segurana e pode

    aumentar a autofocalizo)

    No final, a comparao entre as expectativas (geralmente muito negativas) do doente e o

    resultado finalo que de facto aconteceu) devem ser devidamente exploradas

    7. Terminar com o Processamento Antecipatrio e com a Autpsia;

    Explicar ao doente o papel da autpsia na manuteno do problema e terminar com estesprocessos.

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    8. Modificao de Auto-esquema e das Suposies Condicionais:

    Identificao e confrontao de PAN;

    Questionamento dos dados que apoiam as crenas do doente e recolher evidncias que

    desconfirmem essas crenas;

    Identificao e correco de erros de pensamento;

    Desafiar crenas condicionais e incondicionais

    Trabalhar os esquemas precoces mal-adaptativos (cf. Mdulo perturbaes da

    personalidade)

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    Recursos bibliogrficos:

    Gouveia, J. P. (1997). Modelos cognitivos da fobia social: Conceptualizaes tericas,

    apoio emprico e implicaes teraputicas. Psiquiatria Clnica, 18 (4), 295-311.

    Gouveia, J. P. (2000).Ansiedade Social: Da timidez fobia social. Coimbra: Quarteto.

    McCabe, R. E. & Antony, M. M. (2002). Specific and social phobia. In M. M. Antony & D.

    H. Barlow (Eds.) Handbook of assessment and treatment planning for psychological

    disorders.New York: Guilford

    Wells, A. (1997). Cognitive therapy of anxiety disorders: A practical manual and

    conceptual guide. Chichester: Wiley.