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7/23/2019 Fobia Social Material de Apoio Mariana Moura Ramos (1)
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PS-GRADUAO EM PSICOTERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
Conceptualizao, avaliao e intervenocognitivo-comportamental na
Fobia Social
Mariana Moura [email protected]
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Conceptualizao, avaliao e interveno cognitivo-comportamental na Fobia SocialMariana Moura Ramos
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Programa
Introduo Fobia SocialDefinio de Fobia Social
Avaliao da Fobia Social
Modelos de conceptualizao da Fobia Social
Interveno Cognitivo-comportamental na Fobia Social
Casos prticos
Prova de avaliao
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1. Fobia Social | Definio e Caracterizao
A Fobia Social caracteriza-se pela presena de ansiedade clinicamente significativa em
situaes que implicam exposio social ou situaes de desempenho, envolvendo uma
possvel avaliao (negativa) por parte dos outros. Esta ansiedade pode levar mesmo ao
evitamento dessas situaes.
mais frequente nas mulheres e o 3 distrbio psiquitrico mais frequente (depresso,
alcoolismo e fobia social).
Ainda assim, a fobia social continua a ser sub-diagnosticada e pouco reconhecida pelos
mdicos e profissionais da sade mental. Por outro lado, os estudos epidemiolgicos
mostram que muitos fbicos sociais no procuram ajuda para as suas dificuldades.
CRITRIOS DE DIAGNSTICO DSM-IVFobia Social
A.Medo intenso e persistente de uma ou mais situaes sociais ou de desempenho, nas
quais o indivduo est exposto a pessoas desconhecidas ou ao possvel escrutnio por
parte dos outros. O sujeito receia comportar-se (ou mostrar sintomas de ansiedade) de
uma forma humilhante ou embaraosa;
B.A exposio s situaes temida provoca quase sempre ansiedade, a qual pode tomar a
forma ou predispor situacionalmente um ataque de pnico.
C.A pessoa reconhece que o medo irracional ou excessivo.
D.As situaes sociais ou de desempenho so enfrentadas com grande ansiedade e
desconforto intenso;
E.O evitamento, a ansiedade antecipatria ou o desconforto nas situaes scias ou de
desempenho interfere significativamente com a rotina normal do sujeito, funcionamentoocupacional, actividades ou relaes sociais ou existe um mal-estar intenso devido fobia;
F.Em sujeitos com menos de 18 anos a durao tem de ser de pelo menos 6 meses;
G.O medo ou evitamento no devido a efeitos fisiolgicos de uma substncia, ou a uma
condio fsica geral e no melhor explicado por nenhum outro distrbio mental;
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H.Se uma condio fsica ou outro distrbio mental estiverem presentes, o medo referido
no critrio A no est relacionado com isso.
preciso especificar se:
Fobia Social Generalizada (muitas situaes sociais) [pior prognstico]
No Generalizada (receio de uma ou duas situaes sociais especficas).
CRITRIOS DE DIAGNSTICO DSM-IVPerturbao Evitante da Personalidade
Padro global de inibio social, sentimentos de inadequao e hipersensibilidade
avaliao negativa, comeando no incio da idade adulta e presente numa variedade de
contextos, como indicado por quatro [ou mais] dos seguintes itens:
1. Evitamento de ocupaes que envolvam contactos interpessoais, por medo de crticas,
desaprovao ou rejeio;
2. Pouca determinao no envolvimento com pessoas, a no ser com a certeza de ser
apreciado;
3. Reserva nas relaes ntimas por medo do ridculo ou de ser envergonhado;
4. Preocupaes em ser criticado ou rejeitado em situaes sociais;
5. Inibio em novas situaes interpessoais devido a sentimentos de inadequao;
6. Auto-anlise como inepto socialmente, sem encanto pessoal ou inferior aos outros;
7. Relutncia em assumir riscos pessoais ou envolver-se em novas actividades porque
podem ser embaraosas
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2. Avaliao da Fobia Social
2.1. Entrevistas clnicas estruturadas
Baseiam-se na conceptualizao da perturbao, mas do flexibilidade ao terapeuta para
adequar as perguntas ao discurso e problema do doente.
ADIS | Anxiety Disorders Interview Scale (DiNardo et al., 1983)
[Entrevista estruturada para os distrbios de ansiedade]
SCID (Structured clinical interview (Spitzer, Williams, Gibbon & Firts, 1992)
[Entrevista clnica estruturada para o DSM]
SADS | Affective disorder and schizophrenia (Endicott & Spitzeer, 1978)
[Entrevista para os distrbios afectivos e esquizofrenia]
2.2. Questionrios/Escalas de auto-resposta
Escalas gerais (avaliam a presena de diferentes perturbaes)
SCL-90
BSI
Escalas mais especficas [Cf. Gouveia, 2000, pp. 181-235]
FNE | Fear of negative evaluation scale [Medo de Avaliao Negativa]
SAD | Social anxiety and distress scale [Escalas de Evitamento e Desconforto em Situaes
Sociais]
Registos de automonitorizao
PAN/PRA (Pensamentos Automticos Negativos/Pensamentos Racionais Alternativos)
Registo das situaes
Hierarquizao das situaes ansigenas
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Listagem de pensamentos (registo de pensamentos que os sujeitos se lembram de ter
tido num determinado perodo de tempo limitado, numa dada situao)
Data Situao O que pensou? O que sentiu? O que fezpara se controlar Ans.(0-100) Observaes
3 Mar Jantar a casade colegasda minhamulher
Que toda a gente ia ficar aolhar para mim, porqueno me conheciamQue no ia conseguir fazerconversa com eles, Queiam logo perceber que euno percebia nada dosassuntos que eles estavama falarQue quando eu comear atremer com os talheres,vo logo perceber que euestou muito ansioso
Angstia,nervosismoNOTA:Senti que omundo iadesabar emcima de mim.Senti queno iria sercapaz
No comi nembebi.
S falei pormonosslabos
Fui olhando paraa decorao dacasa, para no osenfrentar
80 Correupessimamente! Jdisse minha,mulher quenunca mais aantar destes,
porque fico aflitoe ainda por cimaela fica comvergonha de mim
6 Mar Pedir umlivro nabibliotecaque noestava naprateleira
Que a senhora ia acharque eu era estpido porno conseguir encontrar olivro
Envergonhado,ansioso
Cerrei os dentes efalei baixinhopara ela noperceber que euestava a gaguejar
75 A senhoralevantou-se e foibuscar o livrounto dos que
estava paraarrumao.
27Jun
Ir a uma lojacomprar umfato paracasamento.
De certeza que quandoentrar na loja a senhoravem logo perguntar o que que eu quero. E vou terque experimentar. Edepois, se no gostar? No
vou conseguir dizer
Ansiedade No fui. Vesti umque tinha, queme estavaapertado.
75
27Jun
Ir a uma lojacomprar umfato paracasamento.
De certeza que quandoentrar na loja a senhoravem logo perguntar o que que eu quero. E vou terque experimentar. Edepois, se no gostar? Novou conseguir dizer
Ansiedade Levei a minhamulher.
75 No tive coragemde dizer que nogostava do facto,pelo que compreio que ela meaconselhou,mesmo nogostando
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Medo0-100
Evitamento0-100
Convidar os colegas de trabalho para um festa em casa. 100 100
Passear numa rua movimentada, vestido com cores vivas e sem culos escuros 95 100
Ir jantar fora com a mulher, estando de frente para o resto das pessoas 95 100
Estar numa festa do escritrio sem beber lcool 80 100
Responder a uma pergunta numa reunio 70 75
Pedir direces a um desconhecido 70 80
Atender o telefone 60 70
Passear numa rua, sozinho, vestido com cores discretas e culos escuros 50 60
Ir jantar fora com a mulher, estando de costas para o resto das pessoas 40 30
Ter uma conversa numa reunio de famlia 30 30
2.3. Outras formas de avaliao
Medidas de Avaliao do Comportamento Motor:
Testemunhos orais e retrospectivos dos pacientes,
Role-play [fazer amigos novos, fazer um discurso em frente a um grupo, manter conversas
com os outros]
Medidas de Avaliao Fisiolgica:
Batimentos cardacos,
Resposta galvnica da pele [mede a actividade elctrica das glndulas que
produzem suor nas palmas das mos e pontas dos dedos, mais sensveis s emoes
e pensamentos.]
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Entrevista clnica: O que avaliar? (Anthony & Swinson, 2000)
Problema actual
Diagnostico diferencial com outras perturbaes
Inicio, desenvolvimento e decurso do problema
Impacto no funcionamento (social, Trabalho/escola, relacional)
Padro de sintomas fsicos (sintomas fsicos, frequncia, intensidade, sensaes fsicas)
Cognies relacionadas com a ansiedade (pensamentos, crenas, previses,
enviesamentos cognitivos relacionados com a situao fbica)
Foco da apreenso (Sintomas de ansiedade, caractersticas da situao fbica)
Padres de evitamentos (cf. Tabela com hierarquia)
Evitamentos subtis (comportamentos protectores, distraces, etc)
Parmetros do medo (variveis que aumentam ou diminuem o medotipo de situao,
pessoas na situao, etc | cf. Variveis que podem afectar a FS)
Factores familiares (historia de ansiedade na famlia, aceitao da fobia na famlia)
Suporte social (disponibilidade da famlia ao longo do tratamento)
Tratamentos anteriores
Competncias sociais (falta de assertividade, falta de competncias interpessoais)
Histria mdica relevante e limitaes fsicas
Variveis que podem afectar a Fobia Social e que devem ser bem avaliados
Aspectos da pessoas que avalia
sexo, estado civil, estatuto social, nvel de inteligncia
Relao entre a pessoa que avalia e o paciente
familiaridade, nvel de intimidade e historias de conflitos entre ambosAspectos do paciente:
fadiga, outros stressores
Aspectos da situao
luminosidade, formalismo, numero de pessoas envolvidas, actividades envolvidas
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3. Conceptualizao da Fobia Social - Modelo Cognitivo de Clark & Wells (1995)
Modelo proximal que procura explicar o que acontece a um fbico social quando entra
numa situao que avalia como ameaadora e quais os factores de manuteno da fobia
social. Assume que a questo central da fobia social o desejo intenso de transmitir aos
outros uma impresso favorvel de si mesmo, acompanhado de uma grande insegurana
acerca da sua capacidade de o conseguir.
Parte da suposio que, como resultado da interaco de experincias prviascom
predisposies comportamentais inatas, os fbicos sociais desenvolvem um conjunto de
suposies acerca de si mesmos e das situaes sociais que os leva a interpretar as
situaes sociais como ameaadoras e perigosas.
Mais concretamente, os fbicos sociais acreditam que ao entrar na situao social correm
o risco de se comportar de uma forma inapta e inaceitvel e que esse comportamento
ter consequncias muito negativas em termos da forma como so percebidos pelos
outros, podendo diminuir o seu valor pessoal, estatuto social e levar rejeio.
Como resultado destas crenas, as situaes sociais representam um perigo para o Fbico
Social e a sua entrada numa situao social activa automaticamente um programa de
ansiedade,constitudo por um conjunto complexo de alteraes cognitivas, afectivas,
somticas e comportamentais.
Como as ameaas so mais reais que imaginrias, este programa (evolucionrio) para lidar
com ameaas objectivas, torna-se inadequado e , em si mesmo, fonte de percepo de
perigo, originado ciclos viciosos que mantm ou agravam a ansiedade.
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Componentes do Programa de ansiedade
1. Sintomas somticos e cognitivos da ansiedade
Taquicardia, rubor, tremor
So activados pela percepo de perigo e so ameaadores, sobretudo aqueles que o
fbico acha que podem ser visveis pelos outros, pois estes so reinterpretados como uma
ameaa.
Conduzem autofocalizo, ou seja, mudana no foco da ateno, Amplificao dos
sintomas da ansiedade. O fbico constri uma imagem visual de si mesmo que acredita
ser a que os outros esto a ter
Factor de manuteno porque:
Gera uma imagem de diminuio que confirma os seus esquemas de ineficcia social
Processamento deficiente da informao social situacional, pelo que no permite o
processamento da informao exterior (que poderia ser disconfirmatria)
Intensifica os sintomas de ansiedade
Reduz a possibilidade do fbico ter experincias novas e disconfirmatrias, condenando-o
repetio de ciclos interpessoais que mantm a fobia.
2. Comportamentos de Segurana
. Conjunto de comportamentos atravs dos quais os fbicos procuram diminuir a vivncia
de ameaa e o risco de serem avaliados negativamente
. Servem para defender o fbico daquilo que ele receia ser visvel;
. Exemplos: Evitar o contacto visual, acelerar o discurso, encurtar o discurso (para no ser
maador), falar muito, No fazer perguntas, segurar firmemente os objectos, tentar noatrair a ateno
Factor de manuteno porque
Impedem a disconfirmao das crenas irrealistas acerca da forma como os outros
interpretam os seus comportamentos receados;
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Alguns comportamentos de segurana aumentam a probabilidade de ocorrncia do
comportamento receado;
Aumentam o auto-focus e podem dar uma aparncia de distanciamento.
Podem chamar a ateno sobre o doente
3. Evitamento:
O sujeito evita as situaes que provocam ansiedade.
Factor de manuteno porque
ao no lidar com a situao no lhe permite ter experincias positivas que poderiam ser
disconfirmatrias.
4. Ansiedade antecipatoria
Ocorre antes da situao: os fbicos antecipam a situao social receada, tentando
antever em detalhe tudo o que poder acontecer na situao.
Factor de manuteno porque
Esta reviso feita com base nas experincias anteriores em situaes semelhantes (que
so normalmente negativas), o que gera altos nveis de ansiedade antes mesmo do sujeito
entrar na situao.
5. Autpsia
Aps a situao de interaco social, o fbico faz uma reviso detalhada do modo como se
comportou. Embora o objectivo da autpsia seja uma tentativa de se tranquilizarem
acerca do receio de terem sido avaliados negativamente, o seu resultado inverso e ela
aumenta o sentimento de humilhao e inadequao social
Factor de manuteno porqueO fbico utiliza as suas memrias mais acessveis, que foram codificadas com maior
emocionalidade e que so normalmente negativas, confirmando as suas suposies de
ineficcia, e leva a uma avaliao da situao como mais negativa do que foi na realidade.
6. Suposies e auto-esquemas
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6. Suposies e auto-esquemas
Existncia de auto-esquemas(crenas incondicionais: Sou feio) de ineficcia e
incompetncia para lidar com as situaes sociais e de suposies rgidas e disfuncionais
acerca do comportamento social,
Crenas condicionaisacerca da avaliao social (se no mostrar que sou uma pessoa
interessante vo rejeitar-me);
Padres muito elevados para o desempenho social(tenho que parecer sempre bonito
e inteligente);
Esquemas interpessoais(viso dos outros como muito crticos, dominadores)
Modelo cognitivo da fobia social (Wells, 1997)
Fobia Social
Interveno
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Tratamento cognitivo-comportamental da fobia social
Exposio prolongada aos estmulos sociais que geram a ansiedade
Treino de competncia sociais
Reestruturao e modificao das crenas disfuncionais associadas ao medo da avaliao
negativa e na avaliao do seu desempenho social
Exposio
Tem-se mostrado muito eficaz no tratamento da Fobia social. No entanto, algumas
dificuldades tm sido encontradas:
Situaes sociais imprevisveis e variveis
Curta durao da exposio, no permitindo por vezes que a ansiedade estabilize
Utilizao de autofocalizao
Por vezes no tem impacto no medo a avaliao negativa
Utilizao de comportamentos de segurana
Realizao de autpsias congruentes com as crenas pessoais negativas.
Importncia de utilizar a exposio cognitiva(desafio das crenas)
Preveno de utilizao de comportamentos de segurana durante a exposio
Estratgias de inteno paradoxal que exponham o doente ao medo da avaliao
negativa
Estratgias para ajudar o doente a focalizar a ateno externamente
Treino de competncias sociais
Antigamente muito utilizado, mas actualmente j no o . Pode integrar um programa de
interveno para ajudar os doentes a lidar com a hostilidade e crtica, pedia ajuda, dar ereceber elogios, exprimir emoes positivas, entre outros
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Tratamento cognitivo-comportamental da fobia social | Clark & Wells, 1995
Socializao com o modelo cognitivo e construo de um modelo especfico de
ansiedade social do doente
Identificao e debate dos PAN, explicitao de como vai decorrer o processo, valorizao
das tarefas entre as sesses)
1.1. Recolha de informao para a construo do modelo especfico da ansiedade social
do doente;
Reviso de vrios episdios de ansiedade social, com a descrio exaustiva da situao,
antes, durante e ps a situao.
Incidir sobre:
Pensamentos Automticos Negativos antes, durante e ps a situao.
Sintomas fisiolgicos e cognitivos da ansiedade
Existncia de comportamentos de segurana
Processamento interoceptivo (autofocalizao)
1.2. Utilizao de dramatizao comportamental
Realizao de role-plays em que o doente utiliza os comportamentos de segurana que
habitualmente usa. Depois pode pedir-se que faa o mesmo sem utilizar esses
comportamentos
2. Eliminao dos comportamentos de segurana:Habitualmente so o primeiro alvo de interveno.
Ajudar o doente a identificar a forma como cada um deles contribui para a manuteno
ou agravamento do seu problema, propondo depois a construo de situaes de role
play que permitam testar os efeitos desses comportamentos.
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3. Estratgias Paradoxais:
Pedir ao doente que crie condies que aumentem a probabilidade de acontecer a
catstrofe receada, para poder desconfirmar os seus receios de avaliao negativa.
Ex. A um doente que receia que se o virem a tremer quando come, pede-se-lhe que trema
voluntariamente e que observe a reaco dos outros.
4. Estratgias para mudana do foco da ateno:
Treino de tarefas de distraco (Habituar o doente a prestar ateno a outros estmulos
externos)
5. Manipulao da auto-imagem e construo de uma auto-imagem social mais verdica:
-Gravaes vdeo e/ou audio de role play e confrontar o doente com este feedback; Pedir
descries aos interlocutores
- Encorajar o doente a tentar novos papis de interaco social, funcionando como se
estivesse a representar uma pessoa diferente.
6. Reatribuio das auto-avaliaes negativas e reestruturao de pensamentos acerca
das avaliaes e reaces negativas dos outros:
-Tcnicas de Reatribuio Verbal (reenquadramento, criao de novos significados):
Identificao e modificao de PAN; Identificao e correco de erros no processamento
da informao (ex: personalizao e catastrofizao); Ajudar o doente a obter PRA
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-Experincias Comportamentais:
. Exposio;
. Estratgias paradoxais
. Elaborao de Inquritos (ex: Pensaria mal das pessoas que gaguejam?).
Cuidados a ter na exposio
Identificar bem os factores da situao (escolher uma situao que seja importante
para o doente)
as previses que o indivduo faz da situao (vou ficar nervoso, vou gaguejar, vou
ficar corado, os outros vo achar que sou um ignorante, o os outros vo achar que sou
um chato)
as previses que o individuo faz da reaco dos interlocutores (como vo os outros
reagir)
No usar comportamentos de segurana
No usar relaxamento (pode funcionar como comportamento de segurana e pode
aumentar a autofocalizo)
No final, a comparao entre as expectativas (geralmente muito negativas) do doente e o
resultado finalo que de facto aconteceu) devem ser devidamente exploradas
7. Terminar com o Processamento Antecipatrio e com a Autpsia;
Explicar ao doente o papel da autpsia na manuteno do problema e terminar com estesprocessos.
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8. Modificao de Auto-esquema e das Suposies Condicionais:
Identificao e confrontao de PAN;
Questionamento dos dados que apoiam as crenas do doente e recolher evidncias que
desconfirmem essas crenas;
Identificao e correco de erros de pensamento;
Desafiar crenas condicionais e incondicionais
Trabalhar os esquemas precoces mal-adaptativos (cf. Mdulo perturbaes da
personalidade)
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Recursos bibliogrficos:
Gouveia, J. P. (1997). Modelos cognitivos da fobia social: Conceptualizaes tericas,
apoio emprico e implicaes teraputicas. Psiquiatria Clnica, 18 (4), 295-311.
Gouveia, J. P. (2000).Ansiedade Social: Da timidez fobia social. Coimbra: Quarteto.
McCabe, R. E. & Antony, M. M. (2002). Specific and social phobia. In M. M. Antony & D.
H. Barlow (Eds.) Handbook of assessment and treatment planning for psychological
disorders.New York: Guilford
Wells, A. (1997). Cognitive therapy of anxiety disorders: A practical manual and
conceptual guide. Chichester: Wiley.