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30 DE ABRIL a 6 DE MAIO DE 2011 www.folhadojapi.blogspot.com ANO 1 / NÚMERO 5 Folha do Japi DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA Folha do Japi 8 Estatística oficial mostra que número de roubos aumentou em relação a 2010 (pag 4 e 5) FALTA DE SEGURANÇA ASSUSTA OS JUNDIAIENSES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA População revolta-se contra aumento de 63% no salário dos vereadores (pág 2) Casa Santa Marta ajuda moradores de rua (pág 6) Equipe Papaléguas corre em nome de Jundiaí (pág 7) NUNO MENDES : A VOZ DO RAP NO RÁDIO (pág 8) Prefeitura pode perder verba de R$ 750 mil destinada por deputado (pág 8) Programa do radialista tem grande audiência e é ouvido até mesmo dentro dos presídios Série: The Big Bang Theory R ompendo as barreiras do pre- conceito, o movimento hip hop vive em constante ascensão há 14 anos. Prova disso foi a inau- guração do programa Espaço Rap na rádio 105 FM de Jundiaí, única emissora da região a dar espaço a esse estilo de música. O ‘salve’ vem de uma voz grave, diariamente das 18 h às 19 h. “O Espaço Rap é um programa de referência”, afirma o apresentador Nuno Mendes. O programa é transmitido para Nuno Mendes mostra no rádio a força do Rap nas periferias CULTURA por André Lux PROGRAMAÇÃO DE CINEMA A GAROTA DA CAPA VERMELHA (legendado) Sala 7 EU SOU O NÚMERO QUATRO (dublado) Sala 1 HOP - REBELDE SEM PÁSCOA (dublado) Sala 1 INVERNO DA ALMA (legendado) Sala 1 - Moviecom Arte PÂNICO 4 (dublado) Sala 6 RIO (dublado) Salas 3 e 4 THOR (dublado) Sala 2 e Sala 5 (em 3D) THOR 3D (legendado) Sala 5 VIPS (nacional) Sala 6 CONSULTE OS HORÁRIOS NO SITE: www.moviecom.br uma audiência de quatro milhões de pessoas da Grande São Paulo abrangendo 38 municípios e mais 250 cidades do interior, sul de Mi- nas Gerais e norte do Paraná. A in- ternet e o celular também são fer- ramentas para ter acesso à rádio. As letras orquestradas com batidas em sequência e rimas criticam, contestam e denunciam situações da política e da sociedade. “O rap é um estilo de música que possui fundamento em suas letras”, garan- te Nuno. Com a grande audiência do pro- grama, foi aberto espaço para no- vos grupos brasileiros, já que 95% das músicas tocadas são de rap nacional. A popularidade do pro- grama ultrapassou as barreiras do preconceito e ingressou inclusive no sistema prisional. Grupos como 509-E e Detentos do Rap conce- deram entrevista ao radialista de dentro da prisão. “Lá a audiência do programa é grande”, afirma Nuno. Segundo ele, o programa só deu certo por falar a mesma língua das pes- soas do gueto. “Embo- ra o rap esteja em alta, os artistas continuam sendo marginalizados pela sociedade e pelo poder público. Os políti- cos nos procuram apenas em período de eleição”, desabafa o rapper. Mas Nuno garante que o ‘povo’ consegue discernir quem gosta realmente da música e quem apenas quer apro- veitar do momento. Mendes fala a língua do hip hop S e você é um nerd assumido, en- tão não pode perder a série “e Big Bang eory”, que passa no ca- nal da Warner e está atualmente na terceira temporada. Fanáticos por “Star Trek”, “Star Wars”, “Planeta dos Macacos” e ci- nema em geral, quadrinhos, video- -games, computadores, internet, fí- sica, química e tudo que diz respeito ao universo dos outrora conhecidos como CDFs vão encontrar muitos motivos para se divertirem com as confusões armadas pelos quatro amigos que têm em comum a pai- xão por tudo aquilo que as pessoas ditas “normais” abominam ou sim- plesmente ignoram (como o prazer de assistir à segunda temporada de “Batlestar Galactica” com comentá- rios do diretor!). Os astros da série são Sheldon Co- oper e Leonard Hofstadter, dois Doutores em Física de vinte e pou- cos anos que dividem um. Eles inte- ragem com o engenheiro (mas não Doutor!) Howard Wolowitz, um nerd metido a conquistador, o india- no Rajesh Koothrappali, Ph.D. que só consegue falar com mulheres se estiver sob efeito do alcool, e Penny a vizinha gostosa pela qual Leonard é apaixonado e que não entende ab- solutamente nada do que falam os quatro amigos. O bacana é que o universo nerd é tratado com o devido respeito, mas sem esquecer de brincar com as es- quizitices e manias dos protagonis- tas e, principalmente, a falta de ha- bilidades para se relacionarem com as mulheres bonitas. Enfim, se frases como “Ajoelhe-se perante Zod!” ou “Tire suas patas de mim, seu maldito macaco sujo!” fazem sentido para você, então “e Big Bang eory” é a sua praia.

Folha do Japi 5

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Quinta edição do jornal Folha do Japi

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Page 1: Folha do Japi 5

30 DE ABRIL a 6 DE MAIO DE 2011www.folhadojapi.blogspot.com

ANO 1 / NÚMERO 5

Folha do JapiDIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA

Folha do Japi8

Estatística oficial mostra que número de roubos aumentou em relação a 2010 (pag 4 e 5)

FALTA DE SEGURANÇA ASSUSTA OS JUNDIAIENSES

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

População revolta-se contra aumento de 63% no salário dos vereadores (pág 2)

Casa Santa Marta ajuda moradores de rua (pág 6)

Equipe Papaléguas corre em nome de Jundiaí (pág 7)

NUNO MENDES : A VOZ DO RAP NO RÁDIO (pág 8)

Prefeitura pode perder verba de R$ 750 mil destinada por deputado (pág 8)

Programa do radialista tem grande audiência e é ouvido até mesmo dentro dos presídios

Série: The Big Bang Theory

Rompendo as barreiras do pre-conceito, o movimento hip

hop vive em constante ascensão há 14 anos. Prova disso foi a inau-guração do programa Espaço Rap na rádio 105 FM de Jundiaí, única emissora da região a dar espaço a esse estilo de música. O ‘salve’ vem de uma voz grave, diariamente das 18 h às 19 h. “O Espaço Rap é um programa de referência”, afirma o apresentador Nuno Mendes.

O programa é transmitido para

Nuno Mendes mostra no rádio a força do Rap nas periferias

CULTURA

por André Lux

PROGRAMAÇÃO DE CINEMA

A GAROTA DA CAPA VERMELHA (legendado) Sala 7

EU SOU O NÚMERO QUATRO (dublado)

Sala 1

HOP - REBELDE SEM PÁSCOA (dublado)

Sala 1

INVERNO DA ALMA (legendado) Sala 1 - Moviecom Arte

PÂNICO 4 (dublado) Sala 6

RIO (dublado) Salas 3 e 4

THOR (dublado) Sala 2 e Sala 5 (em 3D)

THOR 3D (legendado)

Sala 5

VIPS (nacional) Sala 6

CONSULTE OS HORÁRIOS NO SITE:www.moviecom.br

uma audiência de quatro milhões de pessoas da Grande São Paulo abrangendo 38 municípios e mais 250 cidades do interior, sul de Mi-nas Gerais e norte do Paraná. A in-ternet e o celular também são fer-ramentas para ter acesso à rádio. As letras orquestradas com batidas em sequência e rimas criticam, contestam e denunciam situações da política e da sociedade. “O rap é um estilo de música que possui fundamento em suas letras”, garan-te Nuno.

Com a grande audiência do pro-grama, foi aberto espaço para no-vos grupos brasileiros, já que 95% das músicas tocadas são de rap nacional. A popularidade do pro-grama ultrapassou as barreiras do preconceito e ingressou inclusive no sistema prisional. Grupos como

509-E e Detentos do Rap conce-deram entrevista ao radialista de dentro da prisão. “Lá a audiência do programa é grande”, afirma Nuno.

Segundo ele, o programa só deu certo por falar a mesma língua das pes-soas do gueto. “Embo-ra o rap esteja em alta, os artistas continuam sendo marginalizados pela sociedade e pelo poder público. Os políti-cos nos procuram apenas em período de eleição”, desabafa o rapper. Mas Nuno garante que o ‘povo’ consegue discernir quem gosta realmente da música e quem apenas quer apro-veitar do momento. Mendes fala a língua do hip hop

Se você é um nerd assumido, en-tão não pode perder a série “The

Big Bang Theory”, que passa no ca-nal da Warner e está atualmente na terceira temporada.Fanáticos por “Star Trek”, “Star Wars”, “Planeta dos Macacos” e ci-nema em geral, quadrinhos, video--games, computadores, internet, fí-sica, química e tudo que diz respeito ao universo dos outrora conhecidos como CDFs vão encontrar muitos motivos para se divertirem com as confusões armadas pelos quatro amigos que têm em comum a pai-xão por tudo aquilo que as pessoas ditas “normais” abominam ou sim-plesmente ignoram (como o prazer de assistir à segunda temporada de “Batlestar Galactica” com comentá-rios do diretor!).Os astros da série são Sheldon Co-oper e Leonard Hofstadter, dois Doutores em Física de vinte e pou-cos anos que dividem um. Eles inte-ragem com o engenheiro (mas não Doutor!) Howard Wolowitz, um nerd metido a conquistador, o india-no Rajesh Koothrappali, Ph.D. que só consegue falar com mulheres se estiver sob efeito do alcool, e Penny a vizinha gostosa pela qual Leonard

é apaixonado e que não entende ab-solutamente nada do que falam os quatro amigos.O bacana é que o universo nerd é tratado com o devido respeito, mas sem esquecer de brincar com as es-quizitices e manias dos protagonis-tas e, principalmente, a falta de ha-bilidades para se relacionarem com as mulheres bonitas.Enfim, se frases como “Ajoelhe-se perante Zod!” ou “Tire suas patas de mim, seu maldito macaco sujo!” fazem sentido para você, então “The Big Bang Theory” é a sua praia.

Page 2: Folha do Japi 5

Folha do Japi2 Folha do Japi 7

EDITORIAL

Uma vitória esmagadora da população contra o descaso de certos políticosPara aqueles que desdenham da

força da internet, dos blogueiros e de quem preza pela Justiça e pelo cumprimento das leis, a maior prova do seu valor foi dada nesta sexta-fei-ra, dia 29.

Acuados pela pressão popular fren-te ao vexame da aprovação de rea-juste dos próprios salários em 63% e do aumento do número de vagas na Câmara Municipal, os 10 vereadores que foram favoráveis a este insulto voltaram atrás.

Os nobres parlamentares admitiram terem corrido até o prefeito Miguel Haddad para pedir que o chefe acabe com o martírio e vete as propostas de aumento. Tudo para não terem mais de enfrentar a fúria da população, que usou todas as ferramentas que ti-nha disponíveis para criticar esta tre-menda aberração: redes sociais como

Folha do JapiEdição: André LuxReportagens e fotos: Renata GutierrezEditores de Arte: José Geraldo de Oliveira e Priscila de OliveiraTiragem: 5 mil exemplares

As obras da avenida Nove de Ju-lho foram retratadas pelo Jornal de Jundiaí na edição do dia 27, quarta-feira. Para este periódico, só faltam ‘retoques finais’ para a conclusão da reforma, que será de ‘grande valia’ para a população jundiaiense. O JJ só esqueceu de

DE OLHO NA MÍDIA

Contato, cartas, sugestões, críticas ou elogios: [email protected]: www.folhadojapi.blogstpot.com

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

As opiniões assinadas, são de responsabilidade dos seus autores.

EXPEDIENTE

CONTAS FALSAS DA FOLHA DO JAPI são criadas no twitter

Um usuário desconhecido criou uma série de perfis falsos da Folha do Japi no twitter. Ao ser avisado do fato, o jornal criou seu próprio per-fil (@FolhaDoJapiJund) e anunciou no blog. Momentos depois, o perfil da Folha do Japi foi “suspenso” pelo twitter sem que fosse dada qualquer explicação.

Uma hipótese é que alguém te-nha denunciado o perfil várias ve-zes por “spam”. Recebemos também um email de [email protected] anunciando a criação dos perfis fal-sos. Esse email também é falso e não tem nada a ver com o verdadeiro email do jornal, que é [email protected]

Esta coluna tem como objetivo mostrar como alguns órgãos da imprensa jundiaiense tratam determinados assuntos. O propósito é a reflexão: afinal, a quem interessa transformar notícias preocupantes em fatos positivos? Estamos de olho!

Equipe Papaléguas de atletismo representa Jundiaí mesmo sem receber incentivo

ESPORTE

A Prefeitura de Jundiaí oferece aos atletas apenas lanche e transporte para as viagens

A equipe Papaléguas de atle-tismo é a principal repre-

sentante do esporte em Jundiaí. Criado em 2007, o grupo formado por 45 atletas, de 19 a 77 anos, re-úne medalhas e treina diariamente para diminuir o tempo em provas de dez quilômetros, meia marato-na e maratona. O jornalista Sandro Crisol representa bem o grupo: já participou de duas Corridas São Silvestre e cinco Prova Pedestre da Unimed. “Desde que comecei a correr me senti mais disposto, com mais saúde, o meu humor melho-rou. Eu sou apaixonado pelo atle-tismo”, afirma.

O atletismo em Jundiaí precisaria de muito incentivo para ser a úni-ca fonte de renda dos atletas, que se dividem entre o trabalho, estu-dos e treinos. A Prefeitura de Jun-diaí oferece aos atletas um auxílio lanche e transporte apenas para as viagens. “Por representarmos a cidade, deveríamos ganhar pelo menos um auxílio para comprar-

COLUNA DO ZÉ BOQUINHA

José Roberto Lux, o Zé Boquinha, foi jogador e técnico profissio-nal de basquete por 51 anos e hoje é comentarista de basquete e futebol dos canais de TV a cabo ESPN e da rádio Estadão ESPN.

dizer na reportagem que: a Pre-feitura de Jundiaí está há quase 3 anos realizando esta interminável obra; e que para alargar a avenida, colocar coqueiros e novas luminá-rias foram gastos quase R$ 40 mi-lhões do dinheiro vindo do Gover-no Federal.

EQUIPE PAPALÉGUAS : Atletas se desdobram entre o trabalho e os estudos para poder representar Jundiaí no atletismo

O basquete masculino brasilei-ro, bi-campeão mundial e 3

medalhas olímpicas, era, até mea-dos dos anos 90, o segundo esporte na preferência nacional. Mas, com sua péssima administração, a CBB jogou o esporte no lixo. Conseguiu fazer um campeonato brasileiro e não ter campeão. Hoje depois da mudança de presidente tenta se re-erguer. A criação de uma nova liga, a NBB, se consolidou e hoje temos um campeonato nacional muito bem organizado, o que nos deixa otimistas. Nossa grande preocupa-ção é o próximo pré-olímpico. Fora de uma Olimpíada desde 1996, jo-

gamos este ano uma cartada de-cisiva no futuro do esporte. Com a contratação de um técnico de ponta, campeão olímpico com a Argentina, a confederação aposta suas fichas na experiência inter-nacional de Ruben Magnano, que provavelmente não contará com os jogadores da NBA, pois Vare-jão, Leandrinho e Nene não con-firmaram presença. Apenas Splitter deverá jogar, o que é muito pouco se queremos ter um time competi-tivo para conquistar uma vaga para os jogos olímpicos de Londres em 2012. Como se diz que o futuro só a Deus pertence, aguardemos...

Orkut, Facebook e Twitter, além de blogs e sites.

Esta é a maior mostra de que o povo jundiaiense está cansado dos des-mandos de políticos que não estão nem aí para o que nós pensamos. É chegada a hora de cobrarmos serie-dade daqueles que recebem mais de R$ 7 mil todo mês apenas para dar nomes de rua e aprovar projetos que interessam somente ao prefeito. Che-ga disso!

A vitória da pressão popular, contu-do, não pode parar por aí. É preciso exigir que estes senhores e senhoras, pagos com dinheiro público, justifi-quem cada centavo. Queremos pro-jetos que melhorem a vida das pes-soas; queremos que eles fiscalizem a falta de médicos nos postos de saú-de; que briguem pela reabertura da Casa de Saúde; pelo tratamento de

A única pergunta que nos vem à mente é: a quem interessa criar emails e perfis falsos da Folha do Japi no twitter e fazer tanto esforço para que o nosso perfil verdadeiro seja suspenso?

mos nossos tênis ou pagarmos as inscrições das corridas”, reivindica Tiago Juliano Sampaio, operador de máquinas. “Já recebi propostas de Várzea Paulista para treinar lá com auxílio, mas preferi ficar em Jundiaí por causa da equipe e dos treinos”, revela Sampaio. O atleta gastou recentemente R$ 1 mil com a compra de dois tênis especiais para treino.

Mas de nada adianta investir em bons equipamentos, pois a pista do Centro Esportivo Dr. Nicolino de Luca, o Bolão, apresenta sérios problemas. O espaço foi criado juntamente com o centro, em 1953. “Quando chove não é possível trei-nar, porque a quadra não foi cria-da para absorver a água”, afirma o técnico da equipe e coordenador de corrida de rua, Robson Mian. Embaixo da pista, explica, há uma camada de concreto e com o pas-sar dos anos o saibro foi saindo e as pedras soltas prejudicam o trei-namento.

A Prefeitura de Jundiaí informou que a reforma da pista de atletismo está prevista para iniciar em maio e

será implantado sistema de drena-gem e aplicada manta vinílica.

dependentes químicos; por melhores condições do transporte urbano; por uma passagem mais barata; por me-lhor qualidade de vida. Este deveria ser o papel dos vereadores!

Esta quinta edição da Folha do Japi

é dedicada a todos vocês que direta ou indiretamente contribuíram para a vitória do povo. Que mais pessoas possam ter essa consciência em prol de todos aqueles que vivem e amam Jundiaí. Parabéns!

Carolina e Edvaldo do Prado

Qual o futuro do basquete no Brasil ?

Page 3: Folha do Japi 5

Folha do Japi Folha do Japi 36

Era pouco mais de meio-dia da terça-feira, 26, e 42 pes-

soas entraram em fila para entrar na Casa Santa Marta, localizada na rua Petronilha Antunes. A as-sociação oferece café da manhã e almoço, banho, kit de higiene pes-soal, roupas a pessoas carentes e moradores de rua, além de acom-panhamento psicológicos, tanto aos pacientes quanto às famílias após encaminhá-los às associações de reabilitação parceiras.

Jamaica, como é conhecido Luiz Henrique dos Santos, é um emi-

CIDADES

Casa Santa Marta oferece ajuda a moradores de rua há 15 anosInstituição sobrevive de doações e com o dinheiro arrecadado com as vendas no bazar

Casa Santa Marta ajuda as pessoas carente da cidade

POLÍTICA

A Câmara dos vereadores de Jun-diaí foi palco, no dia 26, de apre-

sentação desastrosa da grande maioria da bancada do prefeito Miguel Haddad com a aprovação de reajuste salarial de 63 % para o Legislativo e 12% para pre-feito, vice-prefeito e secretários. Caso o prefeito aprove, os reajustes valerão apenas para a próxima legislatura, a partir de 2013.

Indignada, a população, que não pôde opinar durante a sessão, disparou reca-dos de repúdios pelas páginas de rela-cionamentos na internet pedindo pelo veto do prefeito e cobrando um posi-cionamento de alguns vereadores. “O aumento no salário sem consulta prévia à população é algo que tem chateado os

Dez vereadores aprovam aumento de 63% nos próprios salários e geram revolta na cidadeIndignação da população foi tão forte, principalmente pela internet, que parlamentares voltaram atrás e pediram que prefeito vete o projeto

Na semana em que o foco principal era o projeto do reajuste salarial, a Folha do Japi fez um levantamento de projetos apresentados pelos vereadores. Algumas ‘pérolas’ foram encontradas. O vereador José Dias (PDT), por exemplo, é autor da campanha informativa sobre os riscos auditivos do uso de “tocadores de mp3”. “A proposta é embasada em estudo di-vulgado pelo Comitê Científico Europeu de Ricos à Saúde, comprovando que o uso de aparelhos de som com fone intra--auricular favorece a perda da audição”, justifica o vereador. O grande problema é como a campanha chegaria às ruas, já que depende de aval da Prefeitura, que também teria de promover o movimento em defesa da causa.

Outra proposta inusitada partiu da ve-readora Ana Tonelli (PMDB): o projeto que exige nos ambulatórios, hospitais e postos de atendimento médico a afixa-ção de cartaz alertando pacientes com insuficiência renal sobre a toxina presente nas carambolas. Se-gundo Tonelli “a neurotoxina pode provocar a morte”. Paulo Sérgio Martins (PV) apresentou propo-situra para incluir no calendário Municipal de eventos o dia do De-Molay, em 18 de março. A data ce-lebraria o aniversário de Jacques DeMolay que ao completar 21 anos se juntou à Ordem dos Cavaleiros

Projetos bizarros fazem parte da rotina da Câmara Municipal

grante de Bauru. Morador de rua, diariamente sai da rua Professo-ra Raquel Carderelli, local onde mora e trabalha como “flanelinha”, e segue até a Casa Santa Marta para tomar café da manhã e ba-nho. “Aqui é a minha casa, tudo que preciso tenho aqui”, relata o homem referindo-se também ao afeto encontrado. Todas as quin-tas-feiras ele participa de terapia em grupo com outras pessoas que enfrentam os mesmos problemas: o álcool e a droga.

“Aqui na Casa são raros os casos que chegam sem ter envolvimen-to com algum vício”, afirma Erica Izabel Lanzellotti, coordenadora da Casa. Desde a sua fundação em 1995, aproximadamente dez moradores de rua conseguiram se reerguer. Francisco Coelho Filho é um exemplo e há seis anos tra-balha na associação. “Mantenho uma luta diária para me manter limpo”, revela. Ele foi morador de rua, usuário de crack e alcoólatra. Há sete anos está longe do vício e conseguiu constituir família. “Não quero mais aquela vida para mim”, declara.

Em 2008 um morador de rua ma-

tou uma pessoa nas proximidades da Casa Santa Marta. À época, esse fato isolado gerou críticas ao trabalho da associação. Mas, se-gundo Erica Lanzellotti, o crimi-noso já havia sido expulso da casa por não apresentar bom compor-tamento. “Aqui dentro nós temos regras rígidas e quem não as cum-prir é cortado dos benefícios”, ga-rante.

Jamaica, morador de rua, agradece o afeto recebido dos funcionários e voluntários

A Casa Santa Marta sobre-vive basicamente de doações e com o dinheiro arrecada-do com as vendas no bazar. Mais informações sobre a instituição podem ser ob-tidas pelos telefones 4522-6860 ou 4586-8351.

População e entidades como o Voto Consciente protestam contra o aumento na internet

jundiaienses. Nota-se isso pela reação das pessoas, principalmente na inter-net”, afirma o estudante John Viudes.

A pressão da população foi tão forte que os dez vereadores que votaram a favor do aumento chamaram uma cole-tiva de imprensa no dia 29, à noite para dizer que tinham mudado de idéia e pediriam que o prefeito Haddad vetasse o projeto. “Fico feliz que os vereadores mudaram suas posições, porque não aumentar salário nenhum é o melhor para o município. O prefeito Miguel Haddad, não resistindo às pressões, deve ter chamado a sua base e feito esse acordo”, pondera o vereador Durval Orlato (PT), que foi contra o projeto desde o início.

COMO VOTARAM OS VEREADORES

A FAVOR : Ana Tonelli (PMDB); Carlos Pereira Neto, o Doca (PP); Fernando Bardi (PDT); José Dias (PDT); Marcelo Gastaldo (PTB); Enivaldo de Freitas, o Val (PTB); Mingo Fontebasso (PSDC), Roberto Conde (PRB); Sílvio Ermani (PV).

CONTRA: Durval Orlato e Marilena Negro (PT); Paulo Sérgio Martins (PV); Leandro Palmarini (PV); Tico (PSDB); Gustavo Martinelli (PSDB).

O Presidente da Mesa não vota, mas é um dos autores do projeto de aumento salarial.

Templários. Martins explica que o pro-jeto visa “ressaltar a importância da Or-dem na luta pela manutenção da escola pública e a promessa da construção de um mundo novo”.

A exigência de dispositivos de segu-rança para transporte de crianças nos carrinhos de compra dos supermerca-dos é projeto de autoria do vereador Val (PTB). Caso haja o descumprimento, haverá aplicação de multa de R$ 2 mil ao estabelecimento. “Eu só gostaria de saber de onde estes vereadores tiraram a ideia destes projetos. A cidade tem ou-tras prioridades. Acho que está sobran-do tempo para eles”, protesta Natalino dos Santos, Cabeleireiro. “É para votar nestes projetos que alguns vereadores querem aumento?”, questiona o jorna-lista Barbosa.

É FRACOO vereador Julião, do PSDB, demonstrou neste episódio do aumento de cadeiras e dos salários dos parlamentares da Câmara de Jundiaí como é politicamente fraco. Deixou o assunto se arrastar por muito tempo, não teve controle nem sobre os dois outros tucanos (Tico e Gustavo Martinelli votaram contra) e apesar de não ter votado, levou a fama por ter sido autor do projeto. Talvez seja até por isso que Julião nunca teve muito espaço dentro do partido na cidade...

IMPRESSÃO MINHAO anúncio do TSE, o Tribunal Superior Eleitoral, de que Jundiaí será uma das únicas ci-dades do interior a utilizar já no ano que vem a comprovação biométrica de voto por meio de escaneamento da digital, vai garantir ainda mais rigor e segurança na hora em que o eleitor for à urna exercer seu direito. É uma maneira eficaz (até que se prove o contrário) de que não haverá nenhuma possibilidade de fraude nas próximas eleições municipais.

Jundiaí pode perder verba de R$ 750 mil destinada pelo deputado Pedro Bigardi em 2009 Parlamentar acredita em motivação política para o desinteresse do prefeito em fazer recursos saírem do papel

Jundiaí poderá perder verba de R$ 750 mil conquistada pelo deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) em 2009 porque a Prefeitura não fez até agora a parte que lhe cabe. “Eu pedi duas vezes para o Secretário Estadual da Casa Civil, Sidney Beraldo, asse-gurar a verba para os anos de 2010 e agora para 2011. Mas a Prefeitura não demonstra nenhum interesse”, frisa Bigardi.

Os recursos seriam aplicados em três obras: R$ 150 mil para construção da cobertura da quadra poliesportiva no Jardim Esplanada, R$ 250 mil para construção de ciclovia e R$ 350 mil para equipamentos esportivos e de lazer no Complexo Antônio Iacovino, na Vila Nambi. “De todas as verbas que já destinei, as de Jundiaí são as

únicas que ainda não saíram”, espanta--se Bigardi. O parlamentar lamenta a atitude da Prefeitura. “É uma questão meramente política. O prefeito Mi-guel Haddad (PSDB) deveria deixar de lado as nomenclaturas partidárias e pensar mais na população”, desafia. Para Bigardi, Jundiaí deveria seguir o exemplo de Campo Limpo Paulista, também administrada pelo PSDB. O município foi contemplado pelo par-lamentar e já recebeu verba para a compra de ambulâncias.

O Secretário Adjunto de Esportes, Alaércio Borelli, informou que a ver-ba de R$ 350 mil não foi liberada pelo Estado e que a Prefeitura aguarda no-vas normas. “Quanto ao Jardim Espla-nada, o projeto está sendo detalhado para verificar o custo final”, afirma.

Sobre a ciclovia, a Prefeitura informou que a verba de R$ 250 mil é insuficien-te para a construção da pista. Bigardi contesta as informações. “Em Curiti-ba foi gasto R$ 60 mil por quilômetro.

Sabendo que o custo varia entre R$ 60 mil a R$ 80 mil por quilômetro cons-truído, Jundiaí conseguirá implantar pelo menos quatro quilômetros de ci-clovias com esta verba”, finaliza.

O deputado Pedro Bigardi cobra uma ação da Prefeitura

Nas entrelinhasda política

MARCADOSSe depender de ONGs, movimentos da juventude e de algumas pessoas que têm consciên-cia política na cidade, os nove vereadores que votaram a favor do aumento de salário e do número de vagas no Legislativo estarão marcados daqui até as eleições do ano que vem. A renovação deve ser grande na próxima legislatura, inclusive com a saída daqueles que já ocupam o cargo há muitos anos. É esperar (e votar) para ver.

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Folha do Japi Folha do Japi 54

Guarda Municipal e polícias Civil e Militar”. Em seguida, compara Jundiaí a outras cida-des em relação índice de cri-minalidade: “O índice do mu-nicípio é de 5,13 homicídios para 100 mil habitantes – qua-tro vezes menos que Franco da Rocha”. Ainda de acordo com a Prefeitura, “o ranking da cri-minalidade publicado em 2 de fevereiro pelo jornal Folha de São Paulo (dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Segurança Pública), mostra que, de um total de 75 cidades do Estado com mais de 100 mil habitantes, Jundiaí é a 65ª menos violenta”.

O número de roubos (in-clusive de veículos) au-

mentou em Jundiaí, segundo estatística da própria Secreta-ria de Segurança do Estado de São Paulo. Os dados são rela-tivos aos três primeiros me-ses deste ano, comparados ao mesmo período de 2010. Fo-ram registrados 424 roubos de janeiro a março de 2011, con-tra 416 do último ano - o que dá uma média de 4,7 roubos por dia. O Açougue Vera Cruz, do

Caxambu, faz parte destas es-tatísticas. O número de vezes que o estabelecimento foi rou-bado é o mesmo de tempo de sua existência: 40. “Hoje eu até deixo um dinheiro no cai-xa para, caso seja assaltado, eles levarem apenas as notas”, afirma o comerciante Mauricí Fonseca, que está cansado de

A insegurança aumenta em Jundiaí e amedronta a população

O taxista José Fiorese sente medo nas ruas de Jundiaí

GUARDA MUNICIPAL

Durante a campanha eleitoral, o atual prefeito Miguel Haddad prometeu que seriam contra-tados em sua administração 40 novos guardas municipais por ano. Entretanto, desde 2009 fo-ram contratados apenas 11 novos guardas, só que oito ocuparam o lugar daqueles que se aposenta-ram (sete homens e uma mulher) e apenas três realmente estão somando à Corporação. Hoje, a Corporação possui apenas 270 guardas.

“Em 2009 e 2010 o saldo entre novos guardas municipais e os que se aposentaram foi de apenas quatro em dois anos. Hoje, se a promessa do prefeito fosse cum-prida teríamos pelo menos 100 novos GMs e até o final do ano 120”, explica o vereador Durval

Números oficiais apontam que número de roubos aumentou em relação a 2010

Miguel Haddad não cumpriu promessa de campanha

Orlato (PT), que enviou ao Execu-tivo um abaixo assinado com mais de 2,5 mil assinaturas anexado a um ofício cobrando o comando da Guarda e a Prefeitura para contratar 250 novos guardas.

Orlato estudou dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o cres-cimento populacional de Jundiaí e chegou à seguinte conclusão: “A ci-dade cresceu 6% em apenas um ano (2010), o que representa um aumen-to de 20 mil habitantes, e a Prefeitu-ra aumentou apenas quatro guardas em Jundiaí”, afirma o vereador.

Uma fonte da Folha do Japi ligada à Guarda Municipal, que preferiu não se identificar, confirmou a falta de contingente e ainda informou à re-portagem que sobram equipamen-tos e viaturas, porque não há efetivo

suficiente. A fonte ainda relatou que existem postos comunitá-rios nas ruas sem guardas. Em janeiro deste ano a Guarda Mu-nicipal recebeu três novos jipes Marruá. Comprados por cer-ca de R$ 500 mil com re-cursos do governo fede-ral, os veículos deveriam ser utilizados na fiscaliza-ção da Serra da Japi. Con-tudo, ainda de acordo com a fonte, não há pessoal para ma-nusear os jipes.

Procurada pela Folha do Japi para explicar por quais motivos a pro-messa de campanha do atual prefei-to Miguel Haddad não está sendo cumprida, a Prefeitura afirmou ape-nas que “para este ano, a Secretaria de Recursos Humanos realiza estu-dos para a ampliação do efetivo da

GM”. Além disso, garante que “os equipamentos da GM estão sen-do utilizados em sua totalidade, na abrangência para todas as ações de-senvolvidas, seja pelo Canil, Anjos da Guarda (Ronda Escolar) - Guar-da Comunitário, Divisão Florestal, Coordenadoria de Instrução e For-mação”.

tanto ser roubado. Em um dos assaltos ele conta que foi apri-sionado dentro da câmara fria do açougue. “Eles são audaciosos. Meu

pai até desenvolveu diabetes nervosa por causa do número de vezes que fomos assaltos”, afirma. Ainda segundo ele, os bandidos estão sempre arma-dos e, na maioria das vezes, acompanhados. Um sempre fica na porta vigiando en-quanto os outros efetuam o as-salto. A única saída do comer-ciante para tentar amenizar a situação foi contratar um vigia articular. “Não acho isso justo já que eu pago os impostos e neles estão embutidos o custo da segurança”, revolta-se. O taxista José Fioresi teve vá-

rios amigos motoristas mortos após tentativa de assalto e tra-balha com outros que já foram

vítimas de roubo de veículos, cujas ocorrências apontam um crescimento para 155 em ape-nas três meses, contabilizan-do uma média de 1,7 roubos por dia. Em 2010 o índice de roubos de veículos, de janei-ro a março, foi mais baixo e marcou 134 ocorrências. “Eu me apego à fé, porque tenho muito medo e sei que não pos-so contar com o poder muni-cipal”, desabafa o motorista de 42 anos. Segundo ele, algumas ruas por onde trafega ficam muito congestionadas, o que facilita os roubos. A Prefeitura de Jundiaí apre-

senta outra versão e informa que “levantamentos de 2010 mostram que a cidade não registrou nenhum latrocínio (roubo seguido de morte) nes-te ano, resultado do trabalho conjunto realizado entre a