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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007 FÓRUM MINEIRO DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS Reunião realizada em 10 de maio de 2007 1) MANIFESTAÇÕES DOS COMITÊS E DA COORDENAÇÃO DO FÓRUM Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas Boa tarde a todos. A reunião do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias começou ontem à noite e prosseguiu hoje de manhã. A convocação foi feita pelo Catatau e o IGAM, todos foram convocados. A reunião foi muito proveitosa e temos aqui as decisões que tiramos ontem à noite e hoje e vamos discuti-las. As questões de comitês em separado poderão ser tratadas com o IGAM, fora dessa reunião. Uma das preocupações que tivemos na coordenação do Fórum de Comitês é manter com o Estado um relacionamento de respeito, de cumprir os compromissos assumidos e tirar todo o campo que possa servir para maledicências e comentários. Vamos comentar todas essas questões, que serão discutidas no coletivo. Na relação com o IGAM, vamos formalizar o máximo possível, em tudo o que pudermos, vamos ter compromissos assumidos, com prazos, para que tenhamos mais formalidade nessa relação. É um clamor geral de todos os comitês de bacias hidrográficas para que se realize a descentralização da gestão das águas em Minas Gerais. Para isso, precisamos criar, efetivamente, os instrumentos de gestão, porque comitê sem os instrumentos de gestão, sem funcionar com a agência não irá levar a nada. Para efetivar a descentralização da gestão, que é um preceito legal, vamos precisar realmente munir os comitês de sua agência, e para isso há uma série de caminhos a percorrer, e temos de discutir com o IGAM como será bancado isso, para que todos os comitês disponham de planos de gestão etc. Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas Dos 13 pontos da pauta que tínhamos discutido ontem e hoje, foram priorizados cinco que achamos mais importantes e sobre os quais precisamos ter retorno rápido do Estado. São pontos que vamos colocar aqui, que são factuais, e precisamos saber quem dará as respostas e em que prazo para o que estamos necessitando. Do planejamento geral dos 13 pontos, acabamos extraindo esses cinco pontos, que são mais emergentes e mais práticos. O primeiro seria a estrutura dos comitês, comissões e do Fórum de Comitês. Uma das conclusões que tiramos é que somente através do fortalecimento dessas instituições é que vamos conseguir as ações práticas. Quanto ao fortalecimento dos comitês e das comissões, foi feito recentemente pelo IGAM, através do doutor Adolfo Portela, um semi-diagnóstico. Precisamos desse

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

FÓRUM MINEIRO DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS Reunião realizada em 10 de maio de 2007

1) MANIFESTAÇÕES DOS COMITÊS E DA COORDENAÇÃO DO FÓRUM Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Boa tarde a todos. A reunião do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias começou ontem à noite e prosseguiu hoje de manhã. A convocação foi feita pelo Catatau e o IGAM, todos foram convocados. A reunião foi muito proveitosa e temos aqui as decisões que tiramos ontem à noite e hoje e vamos discuti-las. As questões de comitês em separado poderão ser tratadas com o IGAM, fora dessa reunião.

Uma das preocupações que tivemos na coordenação do Fórum de Comitês é manter com o Estado um relacionamento de respeito, de cumprir os compromissos assumidos e tirar todo o campo que possa servir para maledicências e comentários. Vamos comentar todas essas questões, que serão discutidas no coletivo. Na relação com o IGAM, vamos formalizar o máximo possível, em tudo o que pudermos, vamos ter compromissos assumidos, com prazos, para que tenhamos mais formalidade nessa relação.

É um clamor geral de todos os comitês de bacias hidrográficas para que se realize a descentralização da gestão das águas em Minas Gerais. Para isso, precisamos criar, efetivamente, os instrumentos de gestão, porque comitê sem os instrumentos de gestão, sem funcionar com a agência não irá levar a nada. Para efetivar a descentralização da gestão, que é um preceito legal, vamos precisar realmente munir os comitês de sua agência, e para isso há uma série de caminhos a percorrer, e temos de discutir com o IGAM como será bancado isso, para que todos os comitês disponham de planos de gestão etc.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Dos 13 pontos da pauta que tínhamos discutido ontem e hoje, foram priorizados cinco que achamos mais importantes e sobre os quais precisamos ter retorno rápido do Estado. São pontos que vamos colocar aqui, que são factuais, e precisamos saber quem dará as respostas e em que prazo para o que estamos necessitando.

Do planejamento geral dos 13 pontos, acabamos extraindo esses cinco pontos, que são mais emergentes e mais práticos. O primeiro seria a estrutura dos comitês, comissões e do Fórum de Comitês. Uma das conclusões que tiramos é que somente através do fortalecimento dessas instituições é que vamos conseguir as ações práticas.

Quanto ao fortalecimento dos comitês e das comissões, foi feito recentemente pelo IGAM, através do doutor Adolfo Portela, um semi-diagnóstico. Precisamos desse

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diagnóstico e ele ficou de passar para o Fórum Mineiro. Nós também vamos fazer um levantamento junto a cada comitê, onde ele está, qual a estrutura que tem, qual a influência na política pública e o retorno que tem disso, para ver o que vamos solicitar para os comitês.

Então o primeiro ponto é o fortalecimento através da estrutura dos comitês, das comissões e do Fórum Mineiro. Acabamos de ter uma reunião com a doutora Cleide e o doutor Oliver e falamos da necessidade que temos de infra-estrutura, de telefone, sala; precisamos de pessoa para trabalhar, além da questão da remuneração do coordenador. Passamos esse ponto de pauta hoje de manhã e foi aprovado. Existe o impedimento legal e o Estado vai ver como fará isso.

Quanto à questão dos comitês e das comissões, vamos fazer um levantamento interno o mais rápido possível. Quando vocês receberem o e-mail pedindo informações, respondam rápido para acertarmos e poder falar qual é a necessidade que temos. Depois vamos acertar e estabelecer as prioridades para os comitês e comissões.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Na divisão de trabalho e entre eu e o Catatau, o Catatau vai ficar em Governador Valadares com a função de coordenação executiva. Discutimos as questões todas, eu passo para ele alguma coisa das articulações que faço aqui e ele vai montar uma estrutura para se comunicar com todos os comitês por telefone, pela Internet, fax. Para montar uma estrutura, pedimos ao IGAM que ele tenha uma estrutura mínima de secretaria para alimentar esses contatos. Eu moro em Belo Horizonte e vou priorizar os contatos políticos no sentido de coordenar o Fórum. Todo dia estamos em contato pela Internet e tudo o mais.

Quanto à questão da infra-estrutura para o Fórum, estamos discutindo com a direção do IGAM e pleiteando que haja o pagamento do telefone para o Catatau utilizar, que sejam disponibilizados um computador com os periféricos, a secretária, Internet na conta do telefone. E foi discutida também a possibilidade de o Catatau receber uma remuneração para que possa se dedicar a esse trabalho. No meu caso, não vou precisar.

Estamos discutindo a questão legal e isso tudo foi discutido durante a reunião ontem à noite e hoje pela manhã. Uma coisa que ficou acertada é que de agora em diante qualquer tipo de remuneração, se houver, por parte do IGAM, terá que ser discutida dentro do Fórum de forma transparente e aberta. O IGAM não vai contratar ou remunerar qualquer pessoa que seja, se for necessário, diretamente. Tudo vai passar por discussão no Fórum, para haver transparência em relação a esse tipo de coisa. Isso já foi discutido com a diretoria do IGAM.

Instrumentos de gestão para criação das agências

Vou agora começar a falar sobre o que foi discutido entre os membros dos comitês

que compareceram ontem à noite e hoje pela manhã. Decisões do Fórum e propostas ao

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IGAM. A primeira questão é a seguinte: sem agências não se concretiza a ação dos comitês de bacias hidrográfica na descentralização da gestão. Ou seja, não acontece a descentralização, se não houver agência de bacia. A prioridade do IGAM quanto aos comitês de bacias deveria ser dotar todos os comitês dos instrumentos de gestão.

O planejamento dessa ação prioritária tem de ser feito com um cronograma. Pretendemos que tudo que for aprovado tenha um cronograma de execução, isso é a prioridade das prioridades de todos os comitês de bacias hidrográficas mineiros. A prioridade máxima é dotar os comitês dos instrumentos de gestão e encaminhar para a criação da agência. Esse é o objetivo maior para que realmente aconteça a descentralização.

Fundo de recursos hídricos

O segundo ponto é a questão do Fhidro. O Fórum reivindica participação

significativa no grupo coordenador do Fhidro. O segundo ponto é que o Fórum não vê transparência na qualidade da gestão e na destinação de recursos do Fhidro, e cobra imediata mudança. Foi aprovado por todos os comitês, por unanimidade, que não dá mais para manter o Fhidro como uma coisa distante do nosso acompanhamento. Houve comentários e afirmações de que, basicamente, o Fhidro tem privilegiado o setor agrícola, a agricultura, e não a gestão ambiental, não os comitês de bacias.

Essa é uma questão que o Fórum de Comitês pede que seja definitivamente esclarecida, não dá mais para manter os recursos do Fhidro, a distribuição dos recursos e os critérios distantes do nosso acompanhamento. Gostaríamos de ter duas pessoas indicadas pelo Fórum participando do acompanhamento da gestão do Fhidro em Minas Gerais.

Infra-estrutura dos comitês

O terceiro ponto é relativo à infra-estrutura física, organizacional e financeira dos

comitês de bacias hidrográficas, comissões para comitês e Fórum. Não dá mais para continuar o trabalho sem uma infra-estrutura, tem que ser definido quem vai se responsabilizar por isso, e dar prazos. Vamos depois voltar a esses temas todos, definindo quem serão os responsáveis com prazos para que sejam tomadas as decisões.

Integração da gestão ambiental com a gestão das águas O quarto ponto é integrar a gestão ambiental com a gestão das águas. Essa integração

não quer dizer fusão. Em relação ao processo de licenciamento de empreendimentos agrícolas, produção animal, hidrelétrica, barramentos, barragens, mineração, carvoejamento e saneamento, têm sido tomadas decisões pelos COPAMs regionais ou por outras instituições e os comitês estão ficando ao largo, as coisas não estão passando pelos comitês.

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Os comitês têm que fazer a gestão da bacia hidrográfica. Nesse ponto tem que ser tomada a decisão para integrar essa gestão.

Recursos financeiros

O quinto ponto refere-se a recursos financeiros. Quais são os recursos financeiros e

orçamentários já destinados em 2007 para investimento na constituição dos comitês? Não só dos comitês, mas na constituição dos instrumentos de gestão, ou seja, para realmente descentralizarmos a gestão. Quais são os recursos financeiros e orçamentários já destinados para 2007 para investimento nisso? Achamos que já deve ter sido decidido, porque senão não vai poder acontecer nada neste ano. Queremos saber o volume desses recursos.

Reuniões do Fórum

O outro ponto é em relação às reuniões do Fórum: o Fórum reivindica participação

de até três representantes por cada comitê, um representante por cada segmento, no sentido de consolidar a gestão tripartite. Nesse momento, o Fórum necessita de que tenha um representante de cada segmento nas reuniões: usuários, terceiro setor e o governo. Se o IGAM quiser vir, que não venha, mas que possa haver três representantes para que os três segmentos participem do Fórum, para não criar um Fórum só com base em um ou dois segmentos.

Rômulo Corgozinho, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba

Só queria lembrar que os três membros para participar das interlocuções deverão ser indicados via Fórum e via reuniões que deverão ser agendadas, e não em separado.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Justamente o que queremos garantir nas questões de cada segmento é que tanto o usuário quanto as ONGs e governo que participam do Fórum tragam as suas questões para o Fórum no âmbito dos comitês, para formalizar o relacionamento da gestão das bacias com os órgãos do sistema ambiental. Para que as pessoas não façam essas coisas de forma paralela desvalorizando o papel do Fórum. Se existe o Fórum, ele tem que acompanhar a questão porque senão as pessoas começam a criar canais pessoais ou independentes politicamente, e começa a ficar desnecessário haver o Fórum.

Remuneração pelo IGAM, descentralização

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O ponto 7 é o seguinte: toda vez em que o IGAM for remunerar dirigentes do Fórum ou dos comitês de bacias hidrográficas ou contratar alguém para alguma coisa, solicitamos que os critérios sejam discutidos entre o IGAM e o Fórum, dentro do Fórum, para que todos acompanhem essas discussões. Ponto 8: solicitamos informações sobre os pólos Supram e atuação dos CBHs. A verdadeira descentralização ainda não aconteceu, é preciso dotar os comitês de instrumentos de gestão e de seu braço executivo.

A relação dos comitês com os pólos regionais, os membros dos comitês não estão entendendo bem o que isso pode gerar. Nós não somos contra a descentralização, mas ela se faz dotando os comitês de instrumentos de gestão, integrando a gestão das águas, para que não haja um passando por cima do outro ou eliminando a necessidade do outro segmento.

Constituição das agências

O ponto 9 é o seguinte: o IGAM deveria ouvir os CBHs sobre a constituição das

agências. Por exemplo, no Alto São Francisco, nós temos uma proposta de constituir um comitê feito pelo Cibapar e outra proposta da Agevasf. São coisas independentes. Nós precisamos rediscutir também comitês na margem esquerda do São Francisco, tipo Paracatu, Urucuia, o futuramente Abaeté, que sonham em ter a sua agência.

Houve uma decisão do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e foi dito que essa decisão não é uma obrigatoriedade, mas um encaminhamento político sugerido, uma recomendação sugerida pelo conselho. Mas isso ainda não foi digerido nem pelos comitês.

Regina Greco, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará

Queria entender o que é esse questionamento. O IGAM, a SEMAD, o José Carlos Carvalho tiveram uma reunião no Alto São Francisco com o CBH Pará e o Lago de Três Marias, o IGAM e o doutor José Carlos se reuniram conosco no mês de agosto passado tentando ver se montávamos uma agência de bacia com os quatro comitês. Nós tivemos mais de oito reuniões para esse encaminhamento e eu acho que a primeira coisa que precisa ter é o novo governo definir suas políticas, qual vai ser a política de agência desse novo IGAM e dessa nova SEMAD.

Temos de ver o que está decidido pelo governo, nós fomos para uma reunião no IGAM e foi dito que se trabalharia com três agências no São Francisco, e uma delas incorporaria esses quatro comitês. Essa discussão, acho que tem a ver com uma discussão em nível dos quatro comitês.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Essa questão está colocada no encaminhamento oficial do Fórum, no sentido de que deve ser discutido isso entre o Fórum e o governo, ouvindo os comitês. E isso foi discutido e

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definido pelo Fórum. Tudo isso que a Regina falou, todos estão sabendo que foi a partir dessa discussão e dessas informações, e que foi definido isso aqui na reunião de hoje. Procuramos organizar a reunião e decidimos que não iríamos trazer discussões internas do Fórum para cá. Estamos comunicando as nossas decisões e encaminhamentos para que o Fórum e o IGAM definam comissões e prazos para cada assunto desse ser equacionado e se possível resolvido.

O nosso objetivo a partir de agora é de que o Fórum ocupe o espaço para o qual foi criado, e as decisões serão mais formais para não haver tantas discussões e mal-estar, o que estava atrapalhando a existência do Fórum. A partir de agora vamos tentar fazer tudo o mais formalmente possível e mudar radicalmente esse contato entre Fórum e o governo.

Um comunicado é que quem quiser participar da eleição do Comitê do São Francisco, o prazo máximo de inscrição é até 18 de maio, no IGAM. Tem informações no site cbsf.org.br e a disputa pela hegemonia política no São Francisco é muito importante, tendo em vista a questão da transposição. É muito importante que todos os movimentos se mobilizem na bacia do São Francisco para não serem surpreendidos por alguma manobra para tirar o papel político do Comitê do São Francisco, que até agora tem sido firme para barrar o projeto de transposição.

Prestação de contas

O último ponto é uma colocação mais em linha pessoal e creio que foi uma falha não

ter colocado isso na reunião. O Fórum teve um desgaste muito grande no passado por prestação de contas nessa questão de fórum de águas e tudo o mais. Já conversei com o Mauro e quero colocar o seguinte: já conversei com o Catatau e nós não queremos entrar nessa questão. Prestação de contas de recursos gastos em fórum das águas fica por conta da ONG que recebeu o recurso e quem passou o dinheiro, seja empresa ou o IGAM. Nós não gostaríamos de entrar porque não é nosso papel ficar fazendo prestação de contas todo ano e recebendo auditoria.

Queria dizer a todos vocês que eu e o Catatau temos procurado manter da melhor forma possível contato com todos, porém, não temos estrutura e não podemos sair daqui hoje sem que o IGAM defina uma estrutura mínima para que possamos exercer de fato a coordenação do Fórum. Obrigado.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Na nossa reunião na hora do almoço com a doutora Cleide e o doutor Oliver, falamos da última reunião do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas e também do que aconteceu em Brasília nos dias 23 e 24. O pessoal dos comitês que está cadastrado conosco

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está recebendo essa informação via e-mail. Falamos que dos 14 Estados presentes em Brasília, todos estavam com seus órgãos gestores presentes, só Minas Gerais não estava.

Explicamos que estava em processo de transição e falei também sobre o processo estadual, como está se dando, como é a atuação do sistema, chegando à atuação do IGAM e do Fórum Mineiro e à forma que estamos criando todos os comitês, estando faltando sete para serem criados no Estado. Cada Estado colocou seu posicionamento e eu fiz a defesa de Minas Gerais. É importante que o IGAM envie representante como apoio para os representantes do Fórum, que são três, além dos coordenadores: o José Geraldo, do Araçuaí; o Mauro da Costa Val, que é o coordenador-adjunto nacional; e tem o Rômulo Corgozinho, além dos novos coordenadores dos fóruns. Todos os Estados estão procurando criar fóruns e seus comitês, isso é porque está dando certo a gestão dos recursos hídricos.

Nos dias 23, 24 e 25 próximos haverá reunião em Recife e vão procurar privilegiar e convidar os órgãos gestores e os representantes dos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, além dos Estados do Maranhão e Amazonas e vários outros Estados que já estão participando. Nesse encontro será reforçada a questão do Nordeste, por isso a importância de eles participarem do Fórum Nacional, que está previsto para outubro, em Foz do Iguaçu.

Desde já pedimos o apoio do IGAM, como sempre. Vocês que estão chegando agora talvez não saibam, mas todo o ano o IGAM manda um, dois ou três representantes de comitês e os representantes dos órgãos gestores para o encontro nacional, que é de extrema importância. Inclusive, sugiro mantermos um estande lá para apresentar, porque Minas Gerais é referência em sistema de gestão de recursos hídricos para o Brasil, todos têm Minas Gerais como ponto de referência. Então acho que temos que preservar essa imagem e esse fato.

Mauro da Costa Val, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Queria colocar para os senhores, aproveitar que você está aqui Catatau, e todo o pessoal que entrou em contato conosco. Eu já comentei rapidamente com vocês e seria interessante fazermos um planejamento para o ano nessa questão do Fórum Nacional porque o Catatau está mostrando e já tem uma previsão de reuniões mensais para o ano todo. Acho importante para o IGAM, para ver a questão de financiamento e participação etc.

A outra questão é uma preocupação que coloco de que devemos procurar discutir aqui no Fórum Mineiro de Comitês os nossos posicionamentos em relação às grandes questões nacionais relativas à gestão de recursos hídricos, para tentar evitar que o Fórum Nacional o faça. Nem que seja apenas um fórum de discussão do encontro anual. O Fórum Nacional não se recusa a um encontro anual por termos questões importantíssimas que estão sendo discutidas no Conselho Nacional de Recursos Hídricos e que, inclusive, trazem limitações e algumas restrições legais para as próprias atividades em Minas Gerais; e vários

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outros assuntos que temos que abordar aqui para termos uma representação no Conselho Nacional de Recursos Hídricos, para complementar o nosso acordo nas eleições nacionais.

Minas e São Paulo têm ficado com a coordenação geral e deixariam a vaga de membro titular no Conselho Nacional de Recursos Hídricos para o Estado que ficasse como coordenador-adjunto.

Então temos a possibilidade de ter um de nós no Conselho Nacional de Recursos Hídricos para um ou dois anos daqui para frente. Acho que temos que fazer uma avaliação política disso junto ao novo gestor para ver a importância e como exercer isso.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Gostaria de destacar também a nossa participação no calendário nacional e que o Fórum Nacional vai acontecer de 22 a 26 de outubro em Foz do Iguaçu. Outro ponto que destaquei de importância também foi a participação nos encontros internacionais. Estamos com o Fórum Interamericano de Água em agosto, na Guatemala, e para isso a Agência Nacional das Águas (ANA) já se dispôs. Tivemos duas reuniões, sendo uma na Secretaria Nacional de Recursos Hídricos e a outra, na ANA, que já se dispôs, desde que haja um pedido institucional em apoiar essas pessoas do Fórum Mineiro que estejam pedindo para ir representar na Guatemala. Uma participação que sugerimos não fazê-la é no encontro internacional de gestores de bacias hidrográficas que vai acontecer agora no Oriente Médio, por causa dos problemas que estão acontecendo lá.

Foram essas as questões e esperamos que continuemos tendo o apoio do órgão gestor para que o Estado de Minas Gerais continue tendo essa boa imagem lá fora na questão de gestão de recursos hídricos, também nas questões internacionais, porque é muito importante para o nosso crescimento. Obrigado.

Regina Greco, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará

Gostaria de colocar para a nova diretoria do IGAM uma revisão da deliberação normativa 04, que regulamenta o funcionamento dos comitês de bacias. Nós temos dois itens dentro dessa deliberação que são polêmicos. O primeiro item refere-se aos CBHs. Já teve algumas discussões internas dentro do IGAM e simplesmente, quando fomos ter a renovação, veio goela abaixo. Nós não fomos convidados para nenhuma discussão junto com o IGAM e a deliberação saiu sem nenhuma discussão com os comitês.

A primeira coisa é a questão da diretoria dos comitês de bacias. Se por acaso temos uma eleição com presidente e vice-presidente, primeiro secretário, segundo secretário, e se acontece a morte de um dos membros da diretoria ou algum impedimento pessoal, a deliberação normativa faz com que aconteça uma nova eleição. Para mim, vice-presidente é o que substitui diretamente o presidente. Nessa deliberação, eu sinto muito, não existe esse fator. Para mim é tão incoerente.

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A segunda coisa eu pergunto à nova diretoria do IGAM: quais os comitês de bacias estão em dia com seus regimentos internos, se reúnem periodicamente, tendo livros de ata? Eu gostaria muito desse relatório descrevendo os comitês, com esse perfil dos comitês, porque todo mundo fala que temos tantos comitês e na realidade às vezes não vamos ter esses tantos funcionando para uma reunião legal do comitê.

Outra questão que está na deliberação e precisa voltar a ter uma discussão é o quorum de dois terços dos membros. Se o IGAM viabilizar locomoção para que todos estejam lá e os elementos indicados pelos órgãos do governo participassem, seria muito fácil fazer uma reunião com esse quorum, mas temos tribos de índios e às vezes é o que está inviabilizando uma discussão maior. Às vezes temos mais de 50 pessoas e não tem quorum de dois terços. Então que o IGAM viabilize recursos financeiros e apoio aos seus elementos de governo, seus órgãos representados, senão esse quorum vai inviabilizar o funcionamento dos comitês.

Gostaria muito que a nova diretoria do IGAM tivesse uma discussão com a Emater junto com alguns comitês que estão executando projetos; fazer doações dentro da bacia para que a Emater se envolvesse na questão da água, da mesma forma o IEF. O IEF não tem participado das nossas reuniões e há uma dificuldade muito grande de se inteirar com os nossos projetos.

Alguns elementos da Emater participaram da montagem de um dos projetos e agora, na hora da discussão, o supervisor regional os proibiu de até falar. Eles podem até ir às reuniões e ações de campo, mas estão proibidos de falar e de participar. O Estado tem uma política de meio ambiente e de recursos hídricos e vejo que a Emater deve estar envolvida na geração de água, na produção de água numa comunidade rural, e não política de recursos hídricos.

Gostaria também de solicitar formalmente uma reunião para que a nova diretoria do IGAM conheça os projetos do CBH Pará. Obrigada.

2) MANIFESTAÇÕES DO IGAM E DOS COMITÊS Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

A nossa maneira de tratar desse assunto é a seguinte: vamos dar a resposta para alguns itens, mas na realidade vamos estudar isso com bastante tranqüilidade e mais profundamente para depois, numa reunião, colocar uma resposta do IGAM. Das várias coisas que foram faladas aqui eu anotei algumas. Já tínhamos acertado essa questão da transparência nas relações com o IGAM e isso é um assunto que temos que transformar num procedimento. As decisões do Fórum, para terem realmente peso, têm que ser tomadas no Fórum. Então a relação vai ser o Fórum com o IGAM. É claro que podemos ouvir os

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comitês, mas toda decisão ou resolução que for tomada será comunicada ao Fórum, para que todos tenham a mesma participação nas decisões.

Na descentralização das ações e dos comitês isso está sendo feito, no próprio IGAM, é um processo que está sendo aperfeiçoado. Estamos vendo o esforço de toda a secretaria para essa descentralização e, dentro da orientação do doutor José Carlos Carvalho, é um assunto em que todos os órgãos estão empenhados para conseguir os instrumentos para a atuação efetiva dos comitês.

Temos um relatório feito pelo doutor Adolfo, em que ele cita a posição de cada um. Vamos nos debruçar sobre o documento para entender a realidade de cada comitê. As complementações estão sendo feitas e esse documento vai ser apresentado. Esse relatório já foi entregue e podemos entregar uma cópia para o Fórum para saber em que ponto está, podendo até acrescentar algumas informações importantes para nós. Dentro desse relatório temos condições de saber a situação de cada um dos comitês. Então isso já foi discutido internamente com o doutor Oliver, discutido com a diretoria.

Essa é uma preocupação do IGAM de dotar cada um dos comitês com os instrumentos básicos para que possa funcionar. Já tivemos uma conversa também com a sub-secretaria da Assembléia Legislativa, que nos acenou bem otimista quanto a essas colocações de uma estrutura mínima como secretária, telefone etc. Seria possível fazer isso dentro da instituição sem nenhum problema. É um ponto positivo, porque é um lado para se funcionar.

Quanto à estrutura do Fórum, já vimos alguns pontos que são fáceis de serem resolvidos, mas esse ponto da remuneração tem que ser discutido dentro da administração para ver a forma legal, se existe forma legal. Para isso ainda não temos resposta, mas as outras questões são fáceis de serem conseguidas, mas dentro da prioridade. Vamos analisar cada um.

Quanto aos recursos que o Apollo perguntou, esses recursos existem, mas vamos ver dentro do cronograma, dentro do relatório da necessidade de cada um, e até mesmo dentro dos projetos que estão sendo executados. Para falar da totalidade dos recursos, da disponibilidade desses recursos e de um cronograma, temos que avaliar também a situação de cada um dos comitês. Para isso pedimos um tempo para responder essa pergunta. Os recursos existem, é prioridade do governo e a aplicação e a totalidade deles nós vamos passar dentro desse cronograma, de acordo com as necessidades.

Quanto à localização das agências, o uso do Fhidro, critérios de distribuição etc., achamos muito positiva a participação dos representantes dos comitês na comissão do Fhidro, principalmente com esse critério da transparência. É um dos critérios que o doutor José Carlos Carvalho colocou para nós e o nosso interesse é que o IGAM trabalhe com transparência, até mesmo para facilitar as nossas ações. Então não vemos problema nenhum nessa participação, queremos inclusive que daqui saia também a indicação dos dois membros para participar do projeto estruturador.

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

Na questão da localização das agências, eu queria que a Luiza falasse um pouco até onde ela tinha avançado. Depois a gente volta para complementar.

Luiza de Marillac Moreira Camargos, diretora de Gestão de Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

A questão das agências, nós tivemos a oportunidade de falar de manhã e estou sentindo que há um grande desejo de que essas coisas sejam implementadas. Isso está em sintonia com o que precisamos, inclusive, para o projeto estruturador. Então temos que fazer essa definição. Por exemplo, quando a Regina coloca que já teve uma definição anterior com base na DN, sabemos e estamos considerando isso também. Só que a partir da DN o IGAM já fez alguns estudos e então nós queremos fazer uma oficina. Inclusive, estamos propondo para vocês a data de 1º de junho. Faríamos uma oficina, talvez como fizemos no plano estadual, com membro de cada comitê. Se não conseguirmos resolver, a gente parte para uma segunda oficina, mas a intenção é dialogar e fechar essa questão, porque não vai ser só na bacia do São Francisco ou na bacia do Paraopeba, temos que pensar o Estado como um todo.

Dia 1º de junho é sexta-feira e talvez poderíamos passar para a segunda-feira, o dia 4 de junho, no caso de se precisar continuar. Porém, o dia 5 é o Dia do Meio Ambiente. Acho que temos de adiantar porque é o desejo de todos, é um assunto que está fervilhando e precisamos resolver. Vamos estudar uma data. Acho que a proposta mais lógica é o debate e a discussão, a não ser que vocês tenham outra proposta.

Afonso, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu

Eu acho que um membro do comitê é muito pouco, deveria ter no mínimo três: sociedade civil, usuário e poder público. É uma discussão de relevância para os comitês e um representante só, eu não concordo muito. Teríamos que rever esse ponto.

Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

A proposta seria ter três pessoas, cada uma representando um segmento. Teríamos que discutir a metodologia porque se trata de uma reunião com 90 pessoas. Mas podemos discutir.

Afonso, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu

É um assunto de relevante interesse para cada bacia, essa questão da agência é fundamental para os comitês funcionarem.

Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

O que a Regina comentou sobre participação da Emater e outros segmentos é até um projeto que estamos discutindo internamente ainda, mas um dos objetivos do IGAM é exatamente fomentar projetos. Estamos com alguns projetos e já conversamos com o IEF e a Emater, que se apresentaram para uma parceria. Esses projetos seriam desenvolvidos dentro das bacias e executados com a parceria dos comitês. Então essa participação virá de forma, inclusive, integrada dentro do mesmo espírito.

Executar os projetos vai ser uma ação de todos os comitês, mesmo o comitê que ainda não tiver a sua agência etc., vamos fazer projetos abrangendo todas as áreas e dar os apoios necessários aos comitês; e eles vão nos ajudar porque são parte fundamental para transformar esses projetos em realidade, com parcerias da Emater, IEF e outros órgãos que forem necessários. Isso já é um dos nossos projetos que está sendo incluído no detalhamento do projeto estruturador.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

A reunião do Fórum solicita ao IGAM que para cada item que foi trazido aqui seja definido pessoas que vão responder por eles, em contato com o Fórum, e prazos para decidir as questões, para sairmos daqui com tudo bem amarradinho.

Antônio Eustáquio Oliver, vice-diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

As anotações que fizemos da pauta que foi discutida com os representantes do Fórum a respeito da representação no comitê gestor do Fhidro, vamos precisar alterar no decreto de regulamentação da lei. É o decreto que estabelece a composição do comitê gestor, então, é tranqüilo fazer a proposta, mas temos que alterar o documento que regulamenta, que é o decreto do Fhidro, que estabelece quais são as entidades que fazem parte do comitê gestor e que define um enquadramento.

Hoje, na verdade, todos vocês sabem da história do Fhidro, que foi criado e imediatamente foi promulgada a lei de responsabilidade fiscal, que provocou engessamento na sua execução, possibilitou que os recursos que eram e foram gerados pudessem ser canalizados para as finalidades legais. Foi necessário então um novo instrumento legal, um novo projeto de lei ir à Assembléia para refazer a lei do Fhidro de tal maneira que essas dificuldades trazidas com a lei de responsabilidade fiscal pudessem ser atendidas, e o Fhidro voltasse a ser aquilo que foi a proposta inicial.

No ano passado foi o primeiro momento dessa aplicação do Fhidro e então o desejo da secretaria e até uma decisão do secretário. Isso até pode servir como crítica, até pela qualidade e quantidade de projetos de pequena monta, porque o interesse da secretaria era demonstrar que o Fhidro estava pronto para ser utilizado. Então quem tivesse o projeto pronto, que tivesse um projeto interessante, e tivesse o enquadramento legal necessário, nós

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não iríamos barrar de forma alguma o acesso, mesmo porque iríamos perder mais seis meses ou mais um ano de recursos do Fhidro. Mas é lógico que essa metodologia não é boa, ela não se mostrou uma boa metodologia.

Entendemos que esses projetos, na verdade, devem ter um nascimento, um passeio primeiro pela área dos comitês de bacias hidrográficas para depois ingressar no sistema, e hoje está sendo feito o contrário. Ele entra no sistema e depois o sistema encaminha, ou algumas entidades já vão ao comitê buscar anuência. Mas nos primeiros projetos que vieram, quase todos, sem exceção, faltavam dois itens para cumprir o artigo 6º do decreto: um era o parecer técnico do IGAM e o outro, a anuência do comitê de bacia hidrográfica respectivo. Então vamos reformular de tal maneira que essa inclusão dos comitês se faça no momento da definição das prioridades dos projetos que deverão receber financiamento do Fhidro.

Quem tiver mais capacidade de organização logicamente vai poder correr esses processos de uma forma mais célere. Então vamos definir a inclusão do Fórum, que pode inclusive utilizar como forma bem democrática, como representa muitos comitês, e que essa representação no Fhidro tenha rotatividade e, periodicamente, o próprio Fórum defina, por exemplo, que nos primeiros seis meses vai ficar um comitê e no segundo semestre fica outro comitê. O próprio Fórum vai descobrir uma maneira de permitir que os comitês passem a ter participação efetiva na definição do enquadramento desses processos.

Outra coisa é que na verdade esses projetos financiados pelo Fhidro teriam que ter como ponto de partida o Plano Estadual de Recursos Hídricos e, como ele ainda não existe, é o Conselho Estadual que está fazendo esse trabalho. Então é mais um motivo para que nós, dentro do escopo do projeto estruturador, trabalhemos a elaboração do plano estadual, porque a partir do momento que tem o plano estadual e o plano diretor de bacia hidrográfica certamente essas discussões ficarão presas como coisas do passado. Porque queremos elementos bastante importantes para poder definir prioridades.

Quando se fala em planejamento, isso só serve na verdade para definir prioridade, para errar menos e acertar mais. Hoje, se a gente não acerta muito, a gente erra pouco, mas temos que aperfeiçoar o modelo. Então essa sugestão de o Fórum poder participar do comitê que vai fazer a gestão e o enquadramento, eu acho muito importante. E o gabinete já pode tomar as providências para acionar a parte necessária para alterar o decreto oportunamente.

A respeito do Fhidro, eu terei que colocar isso para vocês porque senão fica muito vago, parece que tem um projeto em uma região que recebe mais recursos do Fhidro. Não é isso, é porque ela estava com os projetos prontos. Às vezes você pega um projeto que leva cinco meses para ficar pronto.

Mário Dantas, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde

Eu gostaria de dar uma sugestão com respeito ao problema dos projetos. Que a nova direção pensasse na possibilidade de destinar um técnico do IGAM para trabalhar na formatação final do projeto, porque às vezes temos idéia, mas temos dificuldades na

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formatação. Então seria muito importante e seria uma ajuda preciosa se houvesse um técnico do IGAM. Que pensassem na possibilidade de destinar uma pessoa para formatar esse projeto de acordo com o formulário do Fhidro.

Mauro da Costa Val, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Temos condição de colocar isso aqui porque acompanhamos a questão do Fhidro há cinco anos e discutimos na Assembléia Legislativa em pelo menos duas ou três comissões de meio ambiente e recursos naturais na Assembléia. Na realidade, a questão da lei de responsabilidade fiscal impediu que o Fhidro fosse utilizado pelo próprio Estado, por órgãos da administração direta. Não havia nenhum impedimento que o Fhidro fosse exercido para organizações do terceiro setor, sempre houve essa abertura, mas o Estado de Minas Gerais concluiu que era de maior interesse para ele que o Fhidro fosse repassado prioritariamente para órgãos da administração direta, e não para o terceiro setor.

Isso foi discutido e, dentro das próprias comissões do BDMG, técnicos do BDMG colocaram em reuniões em que eu estive presente, inclusive, com a participação do secretário José Carlos Carvalho, que se o Estado quisesse utilizar o Fhidro para passar recursos à administração direta, como Copasa e Emater, ou mesmo indireta, que ele poderia fazer isso com recursos do próprio orçamento, e não seria necessário utilizar o fundo para passar o dinheiro para a Copasa, por exemplo. Poderia fazer isso pelo orçamento. É por isso que a lei fala que não é para utilizar o fundo para a administração direta. E isso tem uma certa coerência. Mesmo assim, o Estado utilizou para estruturação, pagamento e execução de coisas dentro do próprio Sisema. Então eu queria colocar isso porque o que o senhor Oliver falou é exatamente isso, mas tem esse outro lado que não abordamos.

A outra questão que discutimos é que deveríamos ter uma cesta de critérios para facilitar a habilitação e destinação dos recursos do Fhidro, de forma a limitar a possibilidade de uma única bacia pegar, por exemplo, 30% dos recursos do Fhidro. Teríamos uma cesta de critérios onde colocaríamos o Índice de Desenvolvimento Humano, a poluição, extensão territorial, vazão, índice de qualidade de água, índice de toxicidade. Faríamos uma ponderação, inclusive, se o próprio comitê tem instrumento de gestão ou não, se tem plano diretor, o que seria um ponto a mais para ele. E isso nós começamos a fazer.

O doutor José Carlos pediu para o Fórum fazer e nós fizemos um rascunho, eu tenho o rascunho disso. Pegamos a cesta de critérios do Fhidro Paulista, demos uma melhorada. Eu acho interessante de repente tentarmos colocar essa cesta de critérios como uma das formas para o grupo coordenador analisar os projetos habilitados, porque senão, se tivermos um especialista em fazer projetos, vamos ter uma bacia pegando 30% dos recursos.

É para tentar evitar isso e até mesmo garantir recursos para áreas que são necessárias, como, por exemplo, Mucuri e Jequitinhonha, que precisam de recursos destinados. Então, de repente, em função do Índice de Desenvolvimento Humano já teriam um percentual de projetos previamente aprovados.

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Afonso, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu

Eu concordo com a proposta do Mauro. Não estou entendendo o que está acontecendo com o Fhidro. Não vou aqui ficar criticando diretorias anteriores, temos de falar de agora para frente. Elaboramos projeto bem elaborado, inclusive, com a ajuda de técnicos do IGAM, que não vou citar nomes. João Pinheiro é hoje a maior bacia hidrográfica do Estado, tem todas as características que o Mauro citou, a vazão, a população.

As questões de aterro sanitário e resíduos sólidos no Noroeste é crítica, porque no Norte e Jequitinhonha é o semi-árido e a Codevasf está aplicando e muito. Na bacia do Paracatu e a bacia do Urucuia, tem que ter uma visão especial, principalmente a bacia do Paracatu, que não está dentro do semi-árido e hoje é o maior afluente do rio São Francisco, acredito que tanto na margem esquerda quanto direito. Eu pediria uma atenção especial para ver onde está esse projeto de João Pinheiro, que já foi aprovado. Fizemos tudo que o IGAM precisava. Precisava de R$ 2 milhões, conseguimos baixar para R$ 400 mil, e nada até hoje. Inclusive, projetos nossos foram perdidos dentro do IGAM. Vamos esquecer o que passou e acreditar no que está vindo agora, acredito muito nessa força nova que está chegando aí.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Na questão do Fhidro, estamos pedindo participação no grupo coordenador. O Fórum reivindica participação significativa no grupo coordenador do Fhidro. Isso será possível, quantas pessoas vão participar, como é definido isso, tem que haver decreto?

Antônio Eustáquio Oliver, vice-diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

Como nós já falamos, a diretoria do IGAM acata a proposta do Fórum. Vamos encaminhar ao gabinete do secretário, com a aprovação da diretoria, a proposta de presença do Fórum através de dois representantes no grupo coordenador do Fhidro. Isso tem uma sistemática. Enviando ao gabinete do secretário, ele vai elaborar uma minuta de decreto e encaminhar à Advocacia Geral do Estado.

Vamos assumir o compromisso de encaminhar ao gabinete do secretário com a aprovação da diretoria como uma medida que deve ser adotada. Tem que esperar sair o decreto e o Fórum será convidado a apresentar os seus nomes, que serão objeto de uma resolução do secretário, incluindo-os nesse grupo coordenador do Fhidro.

Segunda-feira, o documento vai para o gabinete do secretário. Essa é a data sobre a qual temos governança. Dia 14, a diretoria encaminha proposta de inclusão do Fórum no grupo coordenador e, depois de formatada na área técnica, vai para a Advocacia Geral do Estado.

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Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

O Fórum não vê transparência na qualidade da gestão. Não é que está desconfiando de que esteja roubando, mas o Fórum acha que às vezes está se priorizando setor que não é para se priorizar e protegendo uma área, como a agricultura, como foi aqui colocado, em detrimento do meio ambiente e dos comitês.

O que o Fórum está cobrando é que haja transparência no funcionamento do Fhidro, que haja uma divulgação, uma publicação dizendo como é feito e quais são os critérios que estão sendo usados.

Antônio Eustáquio Oliver, vice-diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

É possível publicar todas as decisões relativas ao enquadramento de projetos do Fhidro, com os critérios da lei. Hoje está previsto na lei e no decreto, e o critério não é do grupo coordenado. O objetivo do Fhidro é financiar projetos que conduzam à melhoria da oferta de água em quantidade e qualidade. A lei fala, ela coloca toda uma lista de ações e as instituições que podem se beneficiar desse financiamento. O que o grupo faz é um enquadramento, vai verificar se o que está sendo colocado se enquadra nas normas da lei.

O que está faltando hoje, e eu ouvi o Mauro falando, é um assunto antigo: é a gente definir a aplicação dos recursos por área, por bacia, por unidade de planejamento. E isso pode ser feito.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

É justamente isso, definir critérios, porque dentro da lei você pode colocar isso tudo dentro de um setor só, pois há uma definição também política. E nós vamos priorizar a descentralização da gestão, vamos investir prioritariamente em comitês? Estamos pedindo que o Estado defina esses critérios. E o grupo coordenador do Fhidro?

Antônio Eustáquio Oliver, vice-diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

O grupo faz enquadramento técnico, ele não opina sobre o mérito. O parecer dele é o seguinte: o projeto apresentado pela prefeitura municipal ‘x’` pode ser financiado pelo Fhidro, tem amparo no artigo tal, inciso tal, do decreto nº. tal, da lei nº. tal? Ele dá respaldo ao conselho porque quem aprova é o CERH, é uma deliberação do CERH que aprova o financiamento do Fhidro para o BDMG. Já o grupo coordenador é um grupo técnico.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

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Eu acho que o conselho estadual tem uma determinada liderança política. Por exemplo, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos tem uma determinada cara, uma determinada posição política. Então eu queria saber qual critério tem sido priorizado. O governo tem uma posição sobre isso.

Essa é uma indagação de todo mundo, se realmente vamos priorizar a gestão ambiental, a gestão de recursos hídricos e se isso vai ter um peso maior do que, por exemplo, colocar recursos em órgãos públicos. É essa a questão que está sendo levantada aqui. A lei não entra nesse detalhe. Eu queria que você explicasse isso melhor.

Antônio Eustáquio Oliver, vice-diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

Eu vou repetir mais uma vez, o Fhidro foi usado pela primeira vez a partir do segundo semestre do ano passado, é uma criancinha, ainda não aprendeu nem mesmo se virar. O Fhidro é uma coisa que ninguém conhecia. Para vocês terem uma idéia, eu participei de quatro ou cinco reuniões com a diretoria do BDMG e eles não sabiam trabalhar com a forma de recursos não reembolsáveis. O banco sempre trabalhou com empréstimo, aquele em que você dá o dinheiro e o cidadão depois paga. O próprio banco teve que se preparar para esse momento do Fhidro.

Então, como nós tínhamos prazo muito curto, eram seis meses, não houve um critério que se poderia dizer que não poderia ser criticado. O que fizemos foi apresentar os projetos que tinham o enquadramento na lei do Fhidro. Estamos afirmando aqui que esse não é o critério, esse foi um critério, mas não é o critério, porque terá de ser definido com base em parâmetros que todos concordam. O governo, o Estado, é aquilo que a lei estabelece para ele. A minha vontade não vale nada, a vontade da Cleide não vale nada, e a nossa vontade é a vontade da lei, querendo ou não, temos de nos subordinar a ela.

Quando a lei não está boa, tentamos muda-la. Quando é decreto, melhor ainda, porque a gente muda mais fácil. É o caso de podemos introduzir mais alguns companheiros do Fórum no comitê gestor do Fhidro. Mas o que se pretende na verdade é estabelecer com clareza parâmetros que possam sair desse Fórum, junto com a diretoria técnica. E o próprio comitê gestor pode também dar a sua opinião, que será levada ao conselho, que estabelecerá a norma. Aí, sim, vamos ter a norma.

O conselho vai deliberar com base em argumentos técnicos e sólidos, no conhecimento que vocês têm também do plano espacial, do trabalho que vocês executam nos comitês. Então não existem esses critérios hoje, e essa é a nossa proposta. É muito desconfortável ter que aprovar o projeto porque ele está bem formatado e falar que ele é o melhor projeto daquela bacia naquele momento. Esse critério tem que ser do comitê, é o comitê que tem de definir a prioridade, e não nós.

Nós podemos definir, de uma forma colegiada e participativa, a forma de distribuição do recurso orçamentário do ano. Por exemplo, o Fhidro vai ter R$ 20 milhões e então como

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esses R$ 20 milhões serão distribuídos especialmente no Estado de Minas Gerais. Será por bacia hidrográfica? Decide-se isso e faz uma resolução.

A partir daí, por exemplo, o Paracatu sabe que vai ter R$ 800.000, suponhamos. Então você vai priorizar aquilo que o comitê achar que é importante e encaminhar para nós. Sabemos que até R$ 800.000 ninguém vai questionar a aplicação desses recursos, mas a responsabilidade vai ser de vocês. Não queremos essa prerrogativa de decidir por vocês.

Flávio Greco, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará

Pegando o que o senhor acaba de falar, vejamos na hora em que o Conselho Estadual de Recursos Hídricos aprova ad referendum qualquer tipo de projeto. Já que decreto é mais fácil para alterar, o artigo 6 dos procedimentos e condições de modalidades de liberação de recursos não reembolsáveis, no inciso 1, na letra h, fala assim: documentos emitidos pelo comitê de bacia ou pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

No Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará tem projetos do Fhidro que a gente nem sabia. A gente sabendo e aprovando, aí tem de tirar a palavra “e” e colocar “ou”, porque senão terá que ter as duas aprovações. Assim o comitê tem articulação para ser parceiro, e todos nós vamos saber o que está acontecendo na bacia. Porque é fácil chegarmos e o governo mandar para a Emater o dinheiro do Fhidro, aprovado ad referendum no conselho.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Todo mundo sabe que nem tudo é definido só pela lei, existem prioridades. Então o pessoal dos comitês acha que o prioritário tem que ser a gestão descentralizada das bacias hidrográficas da questão ambiental e isso tem que ser dito aqui. É necessário todos ficarem atentos para tomarmos uma decisão.

Os comitês têm que entender que não têm domínio sobre o Fhidro, estamos dependendo de um compromisso do governo com os comitês sobre o montante do Fhidro que vai ficar na gestão descentralizada.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

O grupo coordenador do Fhidro é que vai analisar se o projeto está de acordo com a resolução 542. Nós não podemos tirar isso, porque corremos o risco de a região que não tem comitê para deliberar isso ficar sem poder apresentar projeto. O comitê tem que ficar atento e o IGAM também já tem uma pré-avaliação das normas que estão contidas na resolução 542. Tem que exigir a carta do comitê informando se aquela região geográfica já tem um comitê constituído.

Essa é uma questão administrativa, prestar atenção através desse grupo avaliador que já existe dentro do IGAM, para depois mandar para o grupo coordenador. Esse grupo

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coordenador depois, pode ser dentro do pacote de critérios sugerido, olha se tem comitê naquela área e cobra a carta de anuência do comitê. O conselho estadual não poderá liberar ad referendum nenhum projeto sem o conhecimento do comitê, como já aconteceu no Estado, segundo informação dos companheiros aqui.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Desde que o comitê tenha critérios, porque no nosso comitê mesmo chegou um monte de coisas e o pessoal ficou sem jeito de negar. A coisa não tinha nada a ver com a gestão, era coisa quase que particular de uma ONG ou outra, e que não estava envolvida na gestão. Então o Comitê do Velhas decidiu definir bem e estar preparado para, na próxima vez que chegar uma proposta, os critérios já estarem definidos dentro do comitê.

Mauro da Costa Val, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Eu tenho uma dúvida em relação a essa questão da possibilidade de execução dos recursos hídricos em função da palavra “reembolso” existente no artigo. Identificamos isso mais ou menos em novembro. Eu sei que há uma certa facilidade do governo do Estado, caso ele mande uma proposição para a Assembléia ele consegue aprová-la, porque é uma coisa de interesse grande, além do que o governo tem ampla maioria na Assembléia. Por que está havendo essa demora para mudar, no caso, como estou pensando, de uma palavra? A demora está havendo, praticamente estamos no meio do ano.

Antônio Eustáquio Oliver, vice-diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

Eu não posso responder pelo governador, porque quem encaminha mensagem para a Assembléia é o governador do Estado. Esses estudos, nós todos fazemos, e tem também aquela questão do decreto ou da lei que o BDMG levantou quando fala “entidades”. É uma particularidade semântica e aí você não sabe se é organização ou entidade. Então fica aquela discussão. Essas questões estão sendo resolvidas.

Quero aqui dar um testemunho, todos vocês conhecem o secretário José Carlos Carvalho e nós realmente precisamos da execução do Fhidro pelas razões que já exaustivamente expusemos para vocês. Estou aqui dando um testemunho pessoal porque despachei todos os documentos do Fhidro com o doutor José Carlos e ele não assinou nenhum ad referendum que não tivesse anexada ao processo a anuência do comitê da bacia. A possibilidade de ter o ad referendum só existe porque tecnicamente foi enviado o projeto e de alguma forma o comitê se manifestou.

Como o Apollo falou, o comitê também vai ter que se preparar para essas manifestações, por isso é que começando lá fica mais fácil do que vocês receberem a coisa pronta e trabalhar na questão. Quem conhece a sistemática de órgãos colegiados sabe que o

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presidente de um conselho como o COPAM e o CERH só pode dar o ad referendum se estiver legalmente perfeito o processo, com pareceres técnico e jurídico favoráveis. Não pode haver nenhum resquício de dúvida, porque senão ele está fazendo um trabalho de um juiz com poder discricionário, e ele não tem poder discricionário para isso.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Eu só quero fazer um esclarecimento de que depende do comitê criar câmara técnica, institucional e legal. Quem aprova isso para ser encaminhado é a câmara técnica do comitê. Isso é uma obrigação nossa.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Os comitês querem receber assessoria técnica e recursos do IGAM para começar a construir as suas agências e o plano diretor, para aqueles que não tem, além de um cadastramento. Quero saber se o IGAM aceita essa proposta, se vai ser prioridade a partir de agora, se o IGAM tem condição técnica e se isso vai ser a ordem prioritária a partir de hoje.

Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

O que discutimos aqui seria fazer oficinas, e a sugestão foi ter três representantes de cada comitê e de cada segmento. A Luiza está sugerindo os dias 12 e 13 de junho. Seriam três representantes de cada comitê e um de cada segmento. Então será realizada uma oficina para discutir e definir isso.

Mário Dantas, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde

Para todas as reuniões, deixo a sugestão de que não se pague só passagem de ônibus, mas que se pague também a gasolina para as pessoas virem de carro, porque é um terço do preço e mais rápido.

Quero cumprimentar o doutor José Carlos por essa nova gestão. É uma satisfaça tê-lo à nossa frente no comando desse processo. E quero cumprimentar toda a nova diretoria do IGAM. Não temos outro compromisso a não ser conseguir o objetivo de implementar todos esses mecanismos de gestão de recursos hídricos no nosso Estado.

Valentim, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde

Quero também parabenizar o doutor José Carlos pela condução do Sistema Estadual de Meio Ambiente, especialmente nos recursos hídricos. Em termos de legislação, somos craques e referência nacional, assim como em termos de montagem de equipe, descentralização e montagem dos comitês, mas também tem um detalhe: comparativamente

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no sistema, especialmente no interior, percebemos que especialmente técnicos com 20 ou 30 anos de luta nos órgãos do Sistema Estadual de Meio Ambiente estão sem vontade de trabalhar por questões salariais; e outros que estão chegando agora por meio de concurso, um ano ou dois anos depois deixa o sistema porque exatamente não compensa.

Então, doutor José Carlos, o que eu falo aqui como membro do sistema é que realmente leve essa preocupação ao governador, porque é um detalhe extremamente preocupante com relação ao salário de funcionários dos órgãos que fazem parte do Sisema.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

A primeira questão é a agência. Se não tiver muita objetividade de montar a agência e, para isso, o plano diretor, e criar instrumentos de gestão para ter agências isoladas ou juntas, os comitês não têm realmente impacto na descentralização da gestão. É um ponto que tem que ser esclarecido aqui definindo prazos. Vai fazer uma oficina, mas nós estamos querendo a questão política. Nós queremos saber se essa é a prioridade do IGAM, se tem verbas e se isso vai ser uma coisa a ser realizada mesmo, pois existem comitês com dez anos que não têm agência.

3) MANIFESTAÇÕES DA SEMAD E DEBATES José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Quero retomar a reunião que vocês tiveram pela manhã, compreendendo claramente essa questão no ângulo que está sendo aqui apresentada, porque essa já era uma crítica com a qual já estávamos convivendo no mandato anterior, que está sendo renovado agora, da dificuldade de se avançar no sentido de implementar os instrumentos de gestão de recursos hídricos nas respectivas bacias. A criação do comitê é um passo principal, sem o qual os demais passos não poderiam correr, mas na verdade demos o passo do comitê e, por dificuldades em construir um arranjo institucional e programático adequado para avançar nesse ponto, nós realmente ficamos aquém daquilo que era esperado.

Qual é a atitude que tomamos para enfrentar claramente esse problema com a celeridade que achamos necessária? Pedimos ao governador, nessa fase de transição quando fomos convidados a permanecer aqui, que pudéssemos ter entre os projetos estruturadores do governo um projeto estruturador de gestão de recursos hídricos cuja finalidade vocês tiveram a oportunidade de conhecer pela manhã, e também tivemos o cuidado de não fechar esse projeto estruturador sem ouvir o Fórum de Comitês. É uma questão fundamental para mim, porque na verdade gostaríamos que esse colegiado fosse o colegiado de validação do projeto estruturador e não apenas meia dúzia de técnicos do governo. Mas o nosso propósito é uma expectativa que considero muito favorável: com esse projeto estruturador, vamos ter

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condições de acompanhar a implantação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos, com o gerenciamento intensivo que o pessoal aqui do Comitê do Velhas já conhece, porque é o mesmo gerenciamento que adotamos para a meta 2010.

Então vamos ter projeto estruturador com gerenciamento intensivo. Os projetos estruturadores são coordenados diretamente pelo vice-governador, o professor Anastasia, que nas leis delegadas foi investido dessa responsabilidade. E como vocês perceberam qual é o foco desse projeto estruturador? É sair dessas indefinições e incertezas que tivemos até agora. Nós vamos ter metas para implantar o plano de bacias onde não tem, cadastro de usuário onde não tem, criação da agência, sistema de informação etc. Essa é a finalidade para a qual o governo acabou de criar um projeto estruturador, que está sendo consolidado com a participação de vocês, para dar resposta clara a essas questões.

Pelo escopo que vocês tiveram aqui, essa questão levantada pelo Apollo, que sempre considerei muito pertinente, que é fixar metas e resultados e monitorar, vamos fazer na execução e acompanhamento do projeto estruturador. Vamos colocar como metas do projeto estruturador essas questões que foram levantadas aqui. Por exemplo, plano diretor. Vamos fazer um plano diretor de todas as bacias afluentes ou vamos fazer prioritariamente dessas ou dessas? Vamos fazer o cadastro de usuários dessas e dessas bacias? E assim sucessivamente.

Vamos decidir em conjunto e isso também me remete realmente à análise de uma outra questão que o Apollo provavelmente vai colocar lá na frente, que é o Fhidro. Nós queremos utilizar prioritariamente os recursos do Fhidro para implantar essas ações. Parte dos recursos do Fhidro, necessariamente, terá que ser utilizada para financiar os planos diretores de bacia, financiar o sistema de informação, financiar o cadastro, sem os quais não vamos chegar na agência e na cobrança. Porque é um dispositivo da lei que teremos que cumprir.

Queremos fazer o caminho com as estações necessárias para chegar à estação final, que são a agência e a cobrança, e isso é o que nós estamos delineando nesse projeto estruturador. É evidente que os recursos do Fhidro, em razão da decisão do governador de liberar a aplicação daquilo que está consignado no orçamento, é maior do que essas necessidades. Então teremos recursos do Fhidro para atender essas necessidades para aprovar projetos.

Quando formos falar lá na frente do Fhidro, eu quero falar das prioridades de projetos, porque já tivemos uma idéia e eu cheguei a conversar no passado com o Mauro, uma tese que eu já vinha defendendo desde quando conseguimos reativar o Fhidro, que é a necessidade de estabelecer uma regra de proporção. É uma construção que queremos fazer em conjunto, eu não teria dificuldade nenhuma em baixar uma resolução amanhã no sentido de como o Estado vai aplicar os recursos do Fhidro, porque é um fundo do Estado com os recursos públicos do Estado e nós queremos fazer uma construção coletiva.

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Eu retomo um porto que já tinha discutido com o Mauro e o Apollo, que é estabelecer primeiro a prioridade clara que está posta, que é essa prioridade de utilizar os recursos do fundo para implementar os instrumentos de gestão de recursos hídricos da bacia. É a prioridade número 1. A partir dessa prioridade e além dela, como vamos fazer para aplicar os recursos, porque havia uma necessidade muito grande de tornar operacional, e eu mesmo tinha essa ansiedade, porque tínhamos um fundo com recursos que não eram aplicados. Diante da necessidade de aplicar esse recurso, iniciamos o processo de aplicação de investimento em projetos que tivessem anuência dos comitês, mas eu sinceramente acho que isso, embora necessário, não é suficiente, porque no contexto de todas as bacias não permite uma definição de prioridades mais clara. Porque senão corre-se sempre o risco de aquele que chegar primeiro obter anuência do comitê, vir ao fundo e aprovar o seu projeto. Acho que não é suficiente.

Então, se temos os recursos, vamos definir o projeto estruturador e usar esses recursos para os instrumentos de gestão que são necessários para que possamos constituir agência e, sobretudo, necessário para estatuir a cobrança. Porque a lei tem um caminho que temos que percorrer e o projeto estruturador é para fazer com que possamos percorrer esse caminho com mais celeridade. E isso nos leva à questão da agência.

O Apollo mencionou aqui sobre isso. Nós temos uma regra de agência estatuída no Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) que deu origem a um decreto do governador. Eu tenho hoje uma baliza para trabalhar a questão de agência, que é a baliza aprovada no Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Se pensarmos alguma coisa diferente do que está na norma do CERH, nós teremos que voltar a discutir o assunto no conselho, porque esse é o processo e o procedimento.

A regra, se não me engano, prevê que poderíamos ter até três agências do São Francisco, duas do Rio Doce e uma nas demais. Num primeiro momento, nós decidimos que teríamos duas no São Francisco, para citar um caso que foi colocado aqui. Mas isso não quer dizer que não poderemos ter uma terceira, por conta das demandas da realidade sócio-econômica. Também não podemos esquecer, por mais que a gente queira fazer as coisas com o objetivo de atingir resultados, vocês sabem que para quem está na administração pública a vontade do dirigente não pode sobrepor-se à vontade da lei. Eu tenho um caminho e o meu caminho é a lei. Isso é uma questão fundamental. Quando ficamos próximos de ultrapassar essa fronteira, todos sabem o que pode acontecer.

Então, podemos ter até três agências, para citar um exemplo do rio São Francisco, embora tenha tido um certo entendimento de que faríamos duas agências. E isso surgiu numa reunião nossa, em que estavam todos os comitês do São Francisco. Não há impedimento de fazer a terceira agência, mas todos sabem que devemos demonstrar a viabilidade financeira da agência. Pode ter uma terceira agência, não vejo impedimento, desde que demonstrem a viabilidade financeira, porque senão não vai atender o princípio da lei e não vai conseguir ninguém que possa dar um parecer favorável.

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A construção inicial de começar com duas agências é porque entendemos que é tranqüilo fazer duas com viabilidade financeira. Porque você pega as duas bacias de maior densidade econômica e adensa com as demais, ou transforma as que têm mais densidade econômica num núcleo expandido com a participação das outras. Se isso não for suficiente, vamos ter a terceira, para que possa ter uma melhor representatividade. Porém, teremos que demonstrar a viabilidade financeira conforme determina a lei. Essa é a nossa posição clara. Acho que é crucial o projeto estruturador como ferramenta para responder a toda essa angústia da demora e fazer com que as coisas andem de maneira satisfatória.

É a minha decisão desde o início, razão pela qual tive interesse em que fizéssemos essa reunião ainda esta semana, pois a Constituição estabelece prazos fatais para o planejamento do Estado, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias etc. São prazos definidos na Constituição. Então a minha pressa é exatamente para, definitivamente, não concluir o projeto estruturador sem a validação do Fórum de Comitês. E mais do que isso, colocar dois membros do Fórum de Comitês para permanente acompanhamento de todas as ações do projeto estruturador, inclusive na relação da secretaria com o governador e o vice-governador.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Eu e o Catatau, como dirigentes do Fórum, propomos ser os dois representantes. No entanto, pedimos que se elejam mais dois suplentes, para o caso de termos algum impedimento. Mas acho que devemos fazer essa reunião após encerrarmos aqui, e tirar dois suplentes. E depois passamos os nomes para a Maria Luiza.

Regina Greco, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará

Tivemos em agosto do ano passado uma reunião com o doutor José Carlos, com os quatro comitês do Alto São Francisco, para a formação da agência. A política do governo na nova estrutura do meio ambiente continua a mesma? Esses quatro comitês do Alto São Francisco formarão uma mesma agência ou não? São o Pará, Paraopeba, Alto São Francisco e entorno do lago de Três Marias.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Antes de responder concretamente à questão colocada pela Regina, vou dar uma opinião pessoal como companheiro. Eu sempre me preocupo muito, as melhores idéias podem ser abortadas por erro de implementação. Essa é para mim uma questão crucial em minha experiência de vida, já cansei de ver idéias extraordinárias serem abortadas por erro de implementação. Por que começamos com a tese das duas agências? Exatamente para começar bem, para pegar uma boa idéia e implementar de maneira adequada, porque se

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começa com duas agências ancoradas em bacias que têm densidade econômica para dar a viabilidade financeira exigida por lei é certo que vamos em frente. Isso para mim é um ponto certo.

Se estamos admitindo que pode ter três agências no caso do São Francisco, aí os comitês são autônomos e podem decidir até que aceita mais aquele trato de duas agências, e podemos rever isso. Apenas por essa convicção é que estou colocando aqui, entendi que é melhor começar bem, ganhar musculatura e na medida em que tiver a musculatura vai se expandindo. Essa é a minha opinião. Não vou interferir, tenho um compromisso comigo antes de ter com vocês de que jamais vou tutelar comitê de bacia. Da mesma maneira que não aceito que comitê de bacia seja aparelhado, do meu lado também não vou tutelar comitê de bacia. Acho que essa é a regra e continuo pensando da mesma maneira, mas vou respeitar a decisão que vocês tomarem.

Na verdade, para seguir a regra do comitê, poderia ter até três agências, poderia se fazer um esforço para três agências, desde que provando que há viabilidade financeira e que não há a menor chance de chegar ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos e aprovar só uma agência, porque lá é a instância final, sem poder comprovar viabilidade financeira.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Quanto à questão de agências, vamos ter uma reunião nos dias 13 e 14 de junho, aquelas oficinas com a Luiza de Marillac. Na questão do Fhidro, vamos participar do grupo coordenador. As pessoas não estão entendendo bem os critérios de aprovação do Fhidro e gostaríamos que o governo orientasse o Fhidro mais para a gestão ambiental e gestão das bacias, e menos para o setor de agricultura e órgãos públicos, que podem ter dinheiro de orçamento. O pessoal não está muito satisfeito com a questão do Fhidro.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Realmente, como mencionei, o Fhidro está engatinhando. Na verdade, começamos a operar o Fhidro no segundo semestre do ano passado no afã acabar com a inércia, pois havia um fundo de seis anos que não tinha aplicado nenhum centavo. Ouvir agora a crítica de como está sendo aplicado o recurso, estou muito mais satisfeito, pois a crítica que mais me incomodava era aquela de ser dirigente de um fundo que não tinha fluxo e não operava.

Já ganhamos, no meu entendimento, um patamar, estamos aqui agora discutindo a qualidade do investimento e isso é fundamental fazer. Como começamos no ano passado, evidentemente, sem um critério bem definido de aplicação dos recursos, é uma questão que está em aberto parar discutirmos. Não tenho dificuldade de ver como vamos colocar representantes dos comitês, só não posso colocar no decreto do governador um representante

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do Fórum de Comitês, porque o Fórum não tem existência legal. Podemos colocar representante de comitês mediante escolha entre eles.

Hoje tem três representantes do Conselho Estadual de Recursos Hídricos no Fhidro, um de cada segmento: segmento usuário, que é a Fiemg; sociedade civil, representada pelo Eduardo, do CERH; e poder público municipal, que é a Prefeitura de Jeceaba. Podemos manter esses e acrescentarmos os representantes dos comitês.

Voltando à qualidade do gasto, tínhamos essa situação e nos foi apresentada uma série de projetos que achei por bem dar encaminhamento porque também poderia desmoralizar a gestão do fundo, depois de uma luta enorme, depois que o governador colocasse recursos no Fhidro, chegar setembro do ano passado e a gente terminar o ano sem aplicar nenhum centavo dos recursos. Concordo que temos de ter uma regra. A primeira regra de prioridade do Fhidro é aprovada na lei orçamentária anual, o momento em que a Assembléia Legislativa aprova o orçamento. Esse é o momento da mais alta instância de decisão, pois o principal conselho deliberativo do Estado é o Parlamento.

Então temos encaminhada a lei orçamentária. Isso é relativamente tranqüilo. Já anunciei aqui que a nossa primeira prioridade de investimento do fundo era a gestão, que vai estar refletida no projeto estruturador que vocês estão ajudando a montar. Vamos aplicar recursos na gestão para implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos para todas as bacias e afluentes do Estado.

O segundo ponto é que temos de definir uma política de investimento que melhore a qualidade do gasto. De acordo com as prioridades que vamos discutir no orçamento atual e que provavelmente vai se repetir no ano que vem, o próprio governo, quando vai à Assembléia pedir que aprove o seu orçamento, estabelece algumas prioridades. Temos duas prioridades com as quais o governo trabalha em relação ao Fhidro: a revitalização do São Francisco com foco na meta 2010 e o programa Vida no Vale, do Vale do Jequitinhonha. Isso é óbvio que não exclui os demais investimentos nas demais bacias.

O que cheguei a cogitar uma vez aqui numa reunião com o Mauro e o Apollo: eu acho que precisamos definir, por parte do comitê, quais são as prioridades. Começamos um modelo necessário para colocar a máquina para rodar, as pessoas apresentavam o projeto e nós pedíamos para que o comitê desse anuência ao projeto. Isso é um modelo. O que seria mais adequado? Se o comitê já tivesse aprovado o plano de recursos hídricos da bacia, o plano já estaria dando claramente as diretrizes e prioridades.

O plano de recursos hídricos da bacia do rio das Velhas, que já foi feito, diz claro que o investimento prioritário é a despoluição do rio das Velhas. Então aqui estamos claramente em sintonia. Segundo, no caso do rio das Velhas, mesmo quando o investimento é para órgão público, ele está vinculado a essa diretriz. Por exemplo, investimento na Copasa para atender o plano de recursos hídricos. Na medida em que os outros comitês forem fazendo seus planos e definindo suas prioridades, não há como o Fhidro ficar fazendo investimento e aprovando projeto que não guarde clara e total consonância com o plano.

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Um terceiro ponto que queria introduzir aqui é o seguinte: eu ainda acho que, definidas as prioridades, ainda temos de estabelecer uma regra de proporção. Não para 100% dos recursos, porque haverá as prioridades definidas, mas para uma parcela, digamos a metade dos recursos do Fhidro, temos de ter uma regra de proporção que estabelecesse o percentual de cada bacia hidrográfica nesse montante, para evitar também um certo canibalismo na disputa por recursos, uma concorrência predatória.

Se pegarmos uma cesta com cinco indicadores, por suposição, vamos conseguir o índice de cada bacia. Vamos supor que a bacia do Paracatu tenha 3% desse bolo, então, R$ 25 milhões. Se já tiver o plano de recursos hídricos da bacia, vamos selecionar projeto que esteja de acordo com isso. Se não tem, vamos inverter. O comitê vai se reunir e me apresentar o plano de aplicação para esses 3% e os projetos têm que estar dentro desse plano de aplicação.

Eu não vejo uma maneira mais transparente e mais honesta de fazer com que você assegure a qualidade do gasto. Tenho um receio, desde cedo estou com essa preocupação, de uma excessiva pulverização dos recursos do fundo, porque você vai aplicar e aplicar recursos e não vai ter resultado para mostrar.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Infra-estrutura física, organizacional e financeira dos comitês. É uma questão básica em que não há nenhum problema. Discutimos com o doutor Oliver e a doutora Cleide e vamos poupar o tempo de vocês. A infra-estrutura mínima do Fórum também é necessária para os comitês e comissões. Isso não está definido, então, gostaria de saber quem do IGAM pode se reunir conosco. Vamos convidar dois ou três representantes de comitês e comissões para tratar com essas pessoas. É uma questão que tem que ser atendida, tem pessoas trabalhando sem condições, investindo dinheiro particular. Tem que ter uma saída para isso e não pode-se protelar.

O Fórum exigiu que houvesse a partir de agora compromisso concreto, com data marcada e rápida para reverter um certo desânimo que abateu sobre a massa dos comitês. Então vamos procurar o companheiro Oliver para tratar sobre o problema de infra-estrutura e bolar um plano. Cada comitê deveria mandar um e-mail para mim, com cópia para o Catatau, dizendo aquela coisa mínima que daria condição para o comitê ter uma forma para trabalhar. E aí vamos discutir com o Oliver o que é possível ou não.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Vamos mandar e-mail para cada comitê, para saber onde o comitê está instalado hoje, qual é a infra-estrutura, a parceria que ele teria, a diferença que ele faz na política pública e qual é o retorno que ele tem disso. Vamos mandar para os comitês responderem.

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Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

O item 4 é o seguinte. A questão da federação, do Supram e também no geral entre a gestão ambiental e a gestão de água, tipo COPAM e comitê. Isso está gerando muita insatisfação. Como o senhor vê, qual é o ponto que temos que trabalhar, qual é a perspectiva a curto prazo para resolver isso?

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Ontem nós fizemos, acho que a primeira vez desde que estou aqui e agora começando o segundo mandato, a reunião conjunta entre COPAM e Conselho Estadual de Recursos Hídricos. A doutora Alice estava lá e outros companheiros, como o Mauro, para apresentar também uma outra novidade que tínhamos nos comprometido com a sociedade, que era fazer nesse alto nível uma discussão mais aberta dos planos e programas de governo. Ontem nós abrimos a reunião conjunta do CERH e COPAM com o programa de geração de energia hidrelétrica de Minas Gerais, com base nos levantamentos e inventário feitos pela ANEEL, que foi claramente o passo inicial do processo que iniciamos de discussão com a sociedade sobre o programa de governo.

Fico muito feliz de estar dando esse passo porque sempre achei que a nossa grande armadilha é que a questão ambiental aparece no balcão do licenciamento e a sociedade não tem oportunidade e não teve. E nós inauguramos um momento novo em Minas, ontem, que é participar da formulação dos programas. Também decidimos que todas as reuniões regionais de avaliação desse programa serão conjuntas das unidades regionais do COPAM e dos comitês de bacias. Começamos a tratar no nível estratégico, pois no nível operacional é mais complicado.

É mais complicado por aquilo que já falei, temos um duplo comando legal: temos uma lei que trata de licenciamento ambiental e outra lei, que trata de outorga. Então temos parâmetros legais a serem cumpridos. O que temos que fazer é escolher aqueles temas que vão permitir uma aproximação e até espero que possa ser uma aproximação definitiva. Se dependesse de mim, teria um conselho só. Essa é uma questão. Você tem uma unidade regional do COPAM que é um cartório de licenciamento ambiental. Precisa de licença, a lei determina que tem que ter uma licença e isso tudo está regido em uma outra lei que não é a 9.433, que não trata de licenciamento ambiental da mesma maneira que é a 6.938, que é outra lei que tem que ser cumprida e não trata de gestão de recursos hídricos.

Na esfera administrativa, vamos ter que fazer o processo de aproximação sucessiva até ter isso claramente estabelecido. Mas eu gostaria de obter contribuição de vocês, como vocês vêem na prática, dentro do arcabouço legal, colocar comitê e unidade regional do COPAM operando de maneira mais integrada.

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4) PLANEJAMENTO NACIONAL / SETOR ENERGÉTICO Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

O Catatau vai colocar uma questão que foi objeto de discussão nossa aqui e está todo mundo muito preocupado com isso. Eu também queria depois que o José Carlos respondesse se essa discussão sobre o modelo energético, a matriz energética mineira, se já está esgotada na reunião de ontem; ou se isso apenas está começando. Porque essa é questão central debatida no mundo inteiro e tem muitas opiniões divergentes. Inclusive, acabo de receber um livro que está aqui comigo, da USP, sobre energia, estudos avançados da USP. Esse livro é publicado somente sobre energia, e coloca que sem construir mais nenhuma hidrelétrica, se desse revisão nas atuais hidrelétricas que existem, melhorasse as turbinas, iria ter um grande ganho de energia elétrica. Se inaugurar mais oito turbinas em Xingó e Itaparica, seriam mais 3.500 MW, correspondentes a dez usinas de Três Marias.

O autor está questionando esse açodamento da energia elétrica, que parece que está sendo superdimensionada e sem base real, inclusive com muitas atividades que consomem energia que não são interessantes para o país e que estão trazendo para cá, para poupar energia de outros países. Essa discussão é mais complexa e eu gostaria que o doutor José Cláudio tocasse nesse assunto.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Doutor José Carlos, respondendo ao senhor, particularmente e não em nome do Fórum, seria a participação do comitê nesses colegiados, especialmente o Fórum Mineiro, no Conselho Estadual de Recursos Hídricos, onde os comitês não têm assento também. Seria também uma questão de mexer na estrutura legal do conselho, assim como nesse conselho gestor do Fhidro. Seria também o comitê participar do colegiado do regional.

O assunto discutido hoje foi por causa do PAC e do projeto estruturador, sobre as hidrelétricas. Tivemos recentemente a EPE fazendo algumas audiências públicas, que acabaram não sendo públicas, porque chegaram para falar três horas e ouvir o público por três minutos. Eu participei de uma dessas audiências na bacia do Doce e eles anunciaram a Empresa de Pesquisa de Energia (EPE), que é ligada ao Ministério das Minas e Energia. Lá eles anunciaram na bacia do Doce mais de cem unidades de seis usinas hidrelétricas.

Então é extremamente preocupante, porque esse modelo é questionável e a sociedade não está sendo consultada em momento nenhum, muito menos os comitês de bacia, pelo que foi sentido por nós, na nossa reunião. Os comitês de bacia estão ficando fora do processo, não estão sendo consultados em momento nenhum, não estão sendo chamados à discussão.

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A própria EPE está descumprindo a lei 9.433, porque todo o modelo de planejamento deles não considera a bacia hidrográfica como a unidade de planejamento e gestão. Os mapas deles são outros de fora da bacia hidrográfica, por região de afinidade. Isso já não existe mais, inclusive, eles quebram o pacto federativo. É uma preocupação muito grande nossa e que consumiu um tempo da nossa reunião. É um impacto muito grande e a sociedade precisa participar disso.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Isso é uma questão de fundo, estamos falando de uma questão realmente estratégica, que não é nem tática nem operacional. Eu queria retomar aqui a questão de Minas, o que fizemos aqui ontem foi iniciar o processo. Até aprovamos um cronograma que prevê nove reuniões com os comitês e a unidade regional do COPAM. Vamos fazer nove reuniões para apresentar o programa de geração de energia hidrelétrica de Minas Gerais, que é uma derivação do plano nacional.

O que nós temos aqui é uma questão de fundo e eu concordo com essa questão do Apollo, porque você tem outras possibilidades, tem que repotencializar as infra-estruturas energéticas, fazer economia de energia, reduzir consumo. Temos um grande trabalho de mudança de fator de produção e consumo para reduzir, porque não há a menor chance de o mundo sobreviver com o atual consumo per capita de energia. Por exemplo, o consumo de energia da China é menos da metade do brasileiro, que é menos da metade do norte-americano. Para a China, com um bilhão e 200 milhões de pessoas, chegar ao consumo per capita que temos hoje, eles terão que dobrar o consumo. Isso só para entender um pouco.

Estou colocando isso aqui só para concordar que temos uma questão de fundo. Mas temos um outro problema, nós não vamos nos eximir da nossa responsabilidade, tanto é que ontem iniciamos aqui o processo, porque queremos manter o nosso compromisso de fazer um grande diálogo. Porém, a gente acaba sendo atropelado, pois no Brasil, uma federação, o planejamento nacional é responsabilidade do governo federal e os Estados têm um espaço limitado quando se trata do planejamento nacional. Temos um espaço limitado e essa discussão estratégica numa república federativa é a grande discussão que tem que ser travada na esfera federal.

Mas isso não exime a nossa responsabilidade, por isso puxamos essa discussão aqui. Essa empresa do Ministério de Minas e Energia, uma Empresa de Pesquisa Energética, já teria feito apresentação dos inventários etc. e nós entendemos que para Minas Gerais não foi satisfatório; e o governador aprovou uma proposta minha de iniciar naquela reunião conjunta do COPAM e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos uma grande discussão, que vai ter continuidade numa outra reunião conjunta que vamos fazer para apresentar o planejamento energético de Minas.

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Vamos discutir não só a geração hidrelétrica, mas a matriz energética de Minas, porque o governo do Estado está trabalhando com dois cenários de planejamento: o cenário mantendo o status quo, o cenário de um planejamento que mantém o consumo per capita aumentando, como estamos hoje; e um outro cenário de planejamento, que procura responder essa questão colocada pelo Apollo. Não é projetar o atendimento da demanda com base no consumo de hoje, mas construir um novo cenário no qual você necessariamente vai ter que ter uma redução do consumo per capita, com base nessas questões. Isso nós vamos fazer em Minas.

Mas não há como ignorar que estamos numa federação, em que o planejamento nacional é do governo federal. Essa questão de energia está sendo colocada de uma forma totalmente emocional, vide o que está acontecendo com o licenciamento das hidrelétricas do rio Madeira. E aí ficamos numa armadilha porque faz ou não faz, o Brasil vai progredir ou não vai progredir, quando você tem outras alternativas.

O que quero claramente colocar é o seguinte: no caso de Minas, começamos ontem uma apresentação e durante os próximos meses vamos apresentar em nove reuniões de comitê e unidade regional do COPAM com relação a essa questão do COPAM e comitês. Essa idéia levantada pelo Catatau, eu acho que poderemos trabalhar com ela, colocar no COPAM um representante de cada comitê e jurisdição da unidade regional do COPAM.

No caso do COPAM metropolitano, já tivemos o cuidado de colocar duas unidades regionais, sendo uma na bacia do Velhas e a outra na bacia do Paraopeba. Neste mês, vamos escolher os 20 representantes da unidade regional da bacia do Velhas e os 20 representantes da unidade regional do Paraopeba. Nesse caso, com toda certeza, vai ter um representante da bacia do Velhas no Comitê do Velhas na unidade de cá, e um do Paraopeba na unidade de lá.

Procuramos também nas unidades regionais do COPAM aproximar toda a nossa regionalização com as bacias hidrográficas, mas isso não é possível em 100% dos casos por razões sócio-econômicas e cultural que vocês conhecem. A Alice conhece muito bem, você tem, por exemplo, Teófilo Otoni, que polariza todas as cidades da Rio-Bahia. Se formos seguir aquilo que seria rigoroso, teríamos que colocar Almenara em Diamantina. Então não há como e no dia seguinte todas as lideranças e a comunidade inteira vêm dizer que não quer em Diamantina. Porque a polarização natural é descer Teófilo Otoni e Governador Valadares.

Então tem essas questões que temos que acertar, mas como regra geral a unidade territorial é a bacia hidrográfica, e vou assumir esse compromisso de colocar em cada unidade regional do COPAM representantes dos comitês da área de jurisdição respectiva. É a nossa idéia, tanto é que a lei delegada nos autoriza ir dos atuais nove COPAMs regionais para 12.

Afonso, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu

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Eu estava preocupado porque estava aqui ontem e vi o conflito que poderá haver quando apresentaram as barragens. Eu me preocupei com o município de João Pinheiro, pois estão previstas barragens no município, sendo oito PCHs e uma grande. Para quatro dessas barragens já estão bem adiantados os levantamentos pela Codevasf, inclusive, com sondagem, piqueteamento e tudo, exatamente nos pontos que vocês apresentaram aqui. Aqui tem duas delas que já estavam em estudo estratégico, não está em inventário apenas, mas bem adiantado. A nossa preocupação é essa, deverá haver um conflito e eu só espero que o município não seja penalizado com isso tudo.

Aproveitando a deixa, nós da margem esquerda do São Francisco estamos pensando numa agência: Abaeté, Ucurucuia e Paracatu. Pensávamos numa agência por questões regionais e tradicionais também.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Eu acho que essa é uma aspiração legítima dos comitês, eu expus a minha opinião sobre isso, não estou censurando e vou respeitar a decisão tomada. Mas você confirma a questão que já falei aqui de como os Estados estão sendo atropelados pela União no planejamento energético, tanto é que quando conversei com o governador para fazer essa primeira avaliação ambiental estratégica do programa de governo começando por essa área foi exatamente porque vamos enriquecer a posição do Estado na medida em que fizermos o grande diálogo com a sociedade mineira.

Na medida em que formos para o Paracatu e chamar todos aqueles prefeitos, os representantes da sociedade civil, do setor agropecuário, que vai ter suas terras inundadas etc. e demonstrar para criar isso e isso, vamos ajudar a criar um clima político dentro de Minas que pode ajudar a reverter essa questão na esfera federal. Até porque numa das barragens, naquela grande barragem do Paracatu, a energia é disfarce, porque para o projeto de transposição são previstas uma grande barragem do Paracatu, uma grande barragem no Urucuia e uma grande barragem no rio das Velhas. Tanto é que a Codevasf está fazendo estudos técnicos nessas três bacias e o governador já até orientou o vice-governador Anastasia para transmitir ao Ministério da Integração Nacional, ao qual está submetida a Codevasf, que essa iniciativa não consta do nosso planejamento estratégico e por conseguinte não tem apoio do governo de Minas Gerais.

5) DECISÕES E ENCAMINHAMENTOS Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Eu queria propor a data de uma próxima reunião do Fórum porque tentamos recuperar o tempo perdido e receber um pouco da infra-estrutura, organizar um pouco mais.

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

Queremos fazer uma reunião do Fórum no máximo dentro de dois meses, porque essa reunião foi feita muito rapidamente. Acho que em mês e meio ou dois meses fazemos essa reunião.

Queria também dizer para o José Carlos que tem um companheiro do Comitê do Araguari, o Reinaldo, que está colocando que tem a agência equiparada e está terminando em 30 dias o plano diretor. Ele quer saber como fica o contrato de gestão.

Luiza de Marillac Moreira Camargos, diretora de Gestão de Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

Ontem tivemos uma reunião e justamente conversamos isso no Comitê do Velhas. Teve a reunião da câmara técnica de outorga e cobrança porque o pessoal não estava entendendo bem como era a questão do contrato de gestão. Temos muita legislação de recursos hídricos e o nosso decreto da cobrança aprovado em 2005, que estabelece algumas exigências e até a assinatura do contrato de gestão. Foi isso que discutimos ontem no Velhas.

O caso do Araguari é idêntico ao Velhas. Em resumo, os passos são os seguintes: o plano do Araguari está finalizando, temos que levar ao conselho para ser aprovado depois de ser aprovado no comitê; depois temos que providenciar o cadastro de usuários. O Comitê do Velhas está decidido fazer um cadastro das outorgas que estão concedidas, um cadastro junto à Fiemg, só para começar, porque o contrato de gestão é feito depois que inicia a cobrança. Isso está no decreto da cobrança, não tem jeito.

O que o pessoal conversou ontem no Comitê do Velhas, eu acho que pode ser a mesma coisa com o Araguari, pois são os comitês que estão mais adiantados no Estado de Minas Gerais em relação a essa base institucional necessária. O que pode ser feito é um apoio que o IGAM está tentando fazer junto ao Comitê do Velhas, um apoio também à entidade equiparada.

Vocês vão precisar de um consultor para estudar a questão da cobrança, isso vai ter que ser feito, vai ter que ficar lá dois meses, e isso ocorre nos comitês.

Reinaldo, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari

Se tiver que ser feito cadastramento é o fim, o cadastramento não é fácil, são 20 municípios e fazer um cadastramento é coisa para um ano ou dois anos. E o recurso para fazer? Conseguimos recurso para fazer o plano diretor e acho que temos que abrir isso.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Nós estávamos com o mesmo problema ontem, quando o IGAM se comprometeu, na presença dos seus três mais importantes diretores, que a nossa entidade equiparada vai receber recursos para encaminhar todas as tarefas de uma agência. Essas tarefas todas vão

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

ser cumpridas por essa associação que, inclusive, vai contratar técnicos e irá fazer como se fosse uma agência mesmo. Eu entendi assim.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Acho que aqui estamos construindo um caminho. Já tem a entidade equiparada aprovada no conselho. A lei do Fhidro e o decreto colocam como entidades habilitadas a receber recursos as entidades equiparada. Por exemplo, imediatamente, a sua entidade equiparada, com base no espírito e na estrutura de tudo que falei, pode apresentar projeto para cadastro, e vai funcionar como agência. E vai receber recursos do Fhidro. Você vai fazer isso não é com recurso de cobrança, você vai ter recursos.

Quem tem entidade equiparada aprovada no conselho são o Paracatu, o Velhas e o Mogi-Guaçu. Esses comitês têm uma vantagem comparativa. Estou falando isso aqui para provocar os demais para poder pisar no acelerador e fazer, porque isso está na lei, está no decreto.

É mais confortável para mim, por exemplo, como gestor público, em razão da relação com o Tribunal de Contas e do Ministério Público, poder fazer o convênio com a agência do que ficar inventando. Pega aquela ONG e depois vem o tribunal perguntando porque fez com essa ONG e não fez com aquela. Neste caso, não acontece isso, vamos fazer como entidade equiparada à agência que vai aprovada pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos; e é feito pela lei do Fhidro, pelo decreto que regulamenta. O Fhidro está habilitado a celebrar contrato conjunto para implantar os instrumentos de gestão. Esse é o caminho.

Mauro da Costa Val, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba

Eu queria lembrar que o cadastro é o principal meio de entrada de informações do sistema de informação. Estou dizendo que nós não podemos perder essa oportunidade, temos que fazer a concepção e reestruturação tecnológica do sistema de informação para não ter que fazer um cadastro de novo. É importante pensar nesse sentido, senão teremos que fazer tudo de novo e não é tão simples assim.

Wágner, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araçuaí

Eu gostaria de fazer uma colocação para o doutor José Carlos Carvalho. Na nossa bacia está sendo feito um empreendimento da Ruralminas, que é uma barragem no rio Setúbal, uma barragem de irrigação ou perenização para a agricultura, de 1.611 hectares. Foi colocada, dentre várias condicionantes, uma que é a elaboração do plano diretor da bacia do Araçuaí. Estivemos discutindo com o doutor Paulo Teodoro a respeito desse plano, pensando empregar recursos do Fhidro para que fosse feito esse plano diretor. Só que essa condicionante é compensatória e aí não pode pegar recursos do Fhidro.

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

Só que a Ruralminas vem protelando, o prazo era de 210 dias e estamos com 311 dias e até agora a Ruralminas não começou a fazer esse plano diretor. Quando o senhor fala que o recurso do Fhidro seria interessante usar para elaboração desses planos diretores, eu gostaria de trazer uma moção do CBH Araçuaí para que vocês pelo menos pressionassem a Ruralminas para que fizesse esse plano diretor. Obrigado.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Acho que você está pleno de razão. Uma possibilidade é fazer pelo Fhidro, porque realmente está no contexto de usar recursos do Fhidro para fazer o plano de todas as bacias. Eu acho até, sinceramente, que vamos precisar de um cronograma, um reescalonamento, porque não vamos ter fôlego técnico do Estado, capacidade técnica, para poder fazer simultaneamente 30 planos de recursos hídricos.

Eu não tinha conhecimento disso e então quero transmitir uma orientação para a direção do IGAM, para se articular ainda hoje ou amanhã com o doutor Shelley para exigir imediato cumprimento da condicionante da Ruralminas ou suspensão da licença, porque não posso tratar a Ruralminas de maneira diferente dos demais, da mesma maneira que não posso tratar a Cemig nem a Copasa diferente de outras estatais.

Então o IGAM vai acionar o doutor Shelley para exigir o imediato cumprimento da condicionante e, se não cumprir no prazo que for estabelecido, é a nossa obrigação suspender a licença até que se cumpra.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Gostaria de fazer referência ao documento que solicitei ao doutor Adolfo Portela. Ele acabou de entregar aqui o relatório que foi feito na criação de 15 comitês, com funcionamento e tudo. Precisamos disso para subsidiar nosso trabalho, para saber a condição de cada comitê. O documento já foi entregue e gostaria de agradecê-lo.

Gostaríamos de enaltecer o trabalho do doutor Adolfo Portela e do doutor Paulo no trabalho anterior porque arrancar de poucos comitês e ficar em vinte e tantos é só com trabalho, e isso foi feito. Estamos discutindo aqui o sucesso e a prática do trabalho. Estão de parabéns, e toda a equipe que trabalhou, porque tem gente que nem está no sistema mais.

Esperamos que o novo modelo possa ter tanto quanto ou mais sucesso que a equipe anterior. Parabéns e muito obrigado pelo relatório.

Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

A respeito de todos os pedidos, nós fizemos uma lista de ações e queríamos colocar datas e fechar isso para termos um procedimento. O primeiro é a oficina sobre agências de bacias. Ficou com a responsabilidade da Luiza, nos dias 13 e 14 de junho.

O Comitê do Rio Verde pediu para desenvolvermos projetos para eles, porque eles não tinham condições. Nós não temos estrutura para desenvolver projetos, então, estamos propondo fazer um curso de capacitação na elaboração de projetos. Esse curso seria organizado pela Moara e estamos pensando num grupo de até 30 pessoas, com prazo de 60 dias para ser implementado. Queria ver se vocês concordam; vocês mandariam o nome das pessoas e faríamos a organização desse curso.

José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Eu acho que não é preciso ser necessariamente membro do comitê, mas pessoas escolhidas pelo comitê, porque tem que ser gente com perfil para ser capacitado. Acho que é bom colocar isso, e o IGAM deveria fazer uma pré-discussão do perfil dessas pessoas, pois também de repente vem uma pessoa que não tem o perfil e vai ficar aqui, voltar e não se habilitar para fazer o que precisa ser feito.

Quero até sugerir o Mauro, que tem uma grande experiência técnica, para ajudar na montagem desse perfil juntamente com Moara. Não precisa ser necessariamente membro do comitê, mas tem que ser escolhidos profissionais que possam ser capacitados para elaborar projetos para o comitê.

Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

Quanto à DN 04, a Regina Greco levantou o problema aqui, a sugestão é de uma comissão formada pelo Breno, o nosso procurador; a Valdete e o representante do comitê. Vocês vão indicar o representante do comitê e uma data para reunir. Ficaria a cargo do Fórum indicar a pessoa.

Antônio Eustáquio Oliver, vice-diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

Quero lembrar que, quando Regina fez a colocação sobre a DN 04, ela colocou também que o grande problema hoje dos comitês é porque os representantes de governo não comparecem. Ela falou que o IEF não comparece, a Emater idem. Então, como as decisões têm que ser tomadas por dois terços, as reuniões ficam prejudicadas mesmo com uma platéia no auditório plena de participantes.

Tem até um ofício do IMA falando que não tem recursos para colocar, a Emater fala que não tem recursos para colocar e o IEF não manda representante. Isso também é uma

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

discussão que temos que tomar dentro do sistema de meio ambiente e também nas instituições parceiras, para que priorizem a participação.

Apollo Heringer Lisboa, coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Eu conheço pessoas de alguns órgãos de governo que participava de inúmeros comitês. Em vez de pegar uma pessoa da região, fica um profissional que vai na reunião e volta; e ele não trabalha no comitê, trabalha fora da região. Acho que não adianta um cara ficar em vários comitês ao mesmo tempo, isso está fora do espírito da coisa.

Paulo Célio Catatau, vice-coordenador do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas

Gostaria de pedir à doutora Cleide se tivesse condições de mandar esse arrazoado para nós, para que repliquemos para os comitês como uma forma de compromisso e oferecimento do Estado. Porque tem muito comitê desanimado, o que podemos ver nas nossas reuniões do Fórum, por ser muito longe. E eu acredito que esse posicionamento dará um certo ânimo.

Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM)

A outra questão seria a infra-estrutura física dos comitês. Estamos propondo uma comissão com a Marília, a Moara e Luiza, e queríamos dois representantes do Fórum e mais representantes que você sugerirem, para reunião no dia 24 ou 29 de maio, para discutir os critérios de aplicação de recursos do Fhidro. Eu passo para vocês o e-mail com essa lista e vocês mandam para nós a confirmação das pessoas.

Quanto ao projeto estruturador já foram indicados o Apollo e o Catatau como efetivos, e vocês vão nos mandar o nome dos dois suplentes. Quanto à presença dos comitês no Conselho Estadual de Recursos Hídricos, já tínhamos anotado e vamos ver com o Breno a questão legal.

6) ENCERRAMENTO José Carlos Carvalho, secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

O Fernando Leite está sendo nomeado para a Diretoria de Gestão Participativa na estrutura da secretaria. Uma das atribuições dessa diretoria é o trabalho de ligação com as nossas unidades colegiadas de decisão. Por isso o nome Gestão Participativa, no sentido de estreitar as relações institucionais do sistema com os comitês, as unidades regionais do

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REUNIÃO DO FÓRUM DE COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS – 10/5/2007

COPAM, os conselhos consultivos das nossas unidades de conservação, sociedade civil, entidades de classes, setor produtivo.

Enfim, queremos ter uma relação mais profissional do ponto de vista institucional com as unidades colegiadas de decisão. E eu tomei a liberdade, com a disponibilidade do Fernando, de convidá-lo para estar conosco nesse processo. Doravante, inclusive, ele vai fazer essa ponte, essa articulação com o IGAM e as demais instâncias de decisão do Sistema Estadual de Meio Ambiente.

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