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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS LUIZ SÉRGIO PESSOA A RELAÇÃO ENTRE A ATRATIVIDADE FÍSICA PERCEBIDA DE PROFESSORES E INDICADORES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS VITÓRIA 2013

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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS

LUIZ SÉRGIO PESSOA

A RELAÇÃO ENTRE A ATRATIVIDADE FÍSICA PERCEBIDA DE PROFESSORES E INDICADORES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS

VITÓRIA

2013

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LUIZ SERGIO PESSOA

A RELAÇÃO ENTRE A ATRATIVIDADE FÍSICA PERCEBIDA DE PROFESSORES E INDICADORES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Administração, da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração de Empresas, na área de Marketing.

Orientador: Prof. Dr. Bruno Felix Von Borel Araújo

VITÓRIA 2013

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A RELAÇÃO ENTRE A ATRATIVIDADE FÍSICA PERCEBIDA DE PROFESSORES E INDICADORES DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS

Por

LUIZ SERGIO PESSOA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração, linha de pesquisa Finanças, da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisa em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração – Nível Acadêmico, na área de concentração em Marketing.

Aprovada em ____ de ______ de 20__

Comissão Examinadora

_______________________________________________

Prof. Dr. Bruno Félix Von Borel Araújo

Orientador

_______________________________________________

Prof. Dr.

Professor Convidado

_______________________________________________

Prof. Dr.

Professor Convidado

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Dr. Bruno Félix Von Borell Araújo toda a minha gratidão, pela paciência e a sabedoria de um mestre. Ao aceitar esse desafio em me orientar no trabalho de conclusão do curso de mestrado não mediu esforços e dedicação do seu tempo para que eu concluísse a minha dissertação. Parte desse sucesso devo a ele e nessa minha nova caminhada lembrarei sempre desse legado de profissionalismo, pois para mim o sentimento de gratidão é o mais nobre de todos os sentimentos.

Entre os anos de 287 aC a 212 aC viveu em Siracusa (Itália) um físico, matemático, astrônomo e um dos maiores inventores da história de nome Arquimedes de Siracusa. Seus trabalhos o consagraram como um dos principais cientistas da enciclopédia clássica. Dentre eles destacam-se a Quadratura da Parábola, Hidrostática, armas de Cerco, a Bomba de Parafuso, o Contador de Areia (elaborou cálculos para contar todos os grãos de areia da terra) e muitos outros inventos, incluindo as leis criadas por ele como: A lei do empuxo e a lei da alavanca. Para mim ambas se aplicam à educação.

A primeira com o nome dado de princípio de Arquimedes (corpos flutuantes) diz que: Todo corpo mergulhado em um líquido sofre um impulso de baixo para cima assim como o peso da água com o seu próprio volume. Quando observamos esse princípio comparando-o a educação, vemos que quando mergulhamos na educação, sofremos um impulso de baixo para cima igual ao peso do conhecimento que adquirimos com o seu próprio volume. A segunda lei, Arquimedes desafia as leis da gravidade dizendo “Me dê uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo”. Na educação, basta uma boa escola como alavanca e um ponto de apoio que são bons professores e nós mudaremos o mundo.

Assim é a FUCAPE, uma instituição que bem se aplicam essas leis. Aqui na FUCAPE encontrei uma alavanca e um ponto de apoio. Encontrei a lei do empuxo, o que me motivou a superar todas as barreiras e dificuldades. Por isso sou e serei eternamente grato a essa instituição que tem prestado relevantes serviços ao nosso país.

A Deus senhor de todas as ciências, eu rogo a humildade daqueles que não se envergonham de serem gratos. Deus que é a sabedoria maior, que na busca do melhor não me tornou passivo, mas destinou-me uma inquietação dinâmica e sedenta de conhecimentos.

A Deus que é a bondade sem limites, peço mais uma ajuda para que nesse momento, eu que pedi, eu que exigi, eu que critiquei, saiba também agradecer. Agradecer a todos aqueles que de uma forma direta ou indireta contribuíram para o meu sucesso. Agradecer até mesmo as diferenças, por que elas fazem parte de pessoas de caráter quando se encontram.

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Agradeço aos diretores Prof. Dr. Arilton Teixeira, Prof. Dr. Aridelmo Teixeira e ao Prof. Dr. Valcemiro Nossa que me ajudaram e me apoiaram sempre que os procurei.

Não poderia deixar também de agradecer a todos os meu professores, Prof. Dr. Bruno Félix, Prof. Dr. Arilton, Prof. Dr. Marcelo Sanches, Prof. Dr. Fábio Gomes, Prof. Dr. Fábio Morais, Prof. Dr. Bruno Funchal, Profª Luciana Telles, Prof. Drª Carla Moura, Prof. Dr. Marcelo Bispo aos quais sempre lembrarei com muito carinho pelos ensinamentos que me propuseram.

Aos coordenadores da secretaria de pesquisa, Profª. e Doutoranda Silvana Nossa, Prof. Drª Arilda Teixeira, a Mestre Lorene Prattes que me orientaram no centro de pesquisa mostrando-me o caminho e a luz do estudo científico. Agradeço também a secretária Ana Rosa pela sua presteza. Aos funcionários da secretaria de atendimento, em especial a Aline, Amanda, Fabiana, Laisa e Rafael, pessoas com quem tive mais oportunidade de conviver. Aos funcionários da biblioteca Adriana, Eliane, Edna e Gilda que sempre se dispuseram a me ajudar na busca de material de pesquisa e proporcionar um ambiente adequado às minhas necessidades e até mesmo com a educação e respeito que sempre mantiveram com os alunos.

Aos funcionários auxiliares de serviços que sempre cuidaram do ambiente, mantendo a faculdade impecável com a limpeza, em especial ao Sérgio com o seu trabalho de jardinagem dando mais vida à instituição e pelo exemplo de força de vontade de se alfabetizar.

Aos meus ex-professores de ensino fundamental Prof. Dr. Alberoni José de Paiva e o prof. Germano Tolêdo que me despertou todo interesse e curiosidade desse grande cientista Arquimedes de Siracusa. A minha Mestra de Graduação em Direito com carinho, Esther Ortlieb que me mostrou a verdadeira importância do saber e que tem uma verdadeira paixão pelo seu trabalho. Agradeço também a minha amiga e colega de luta incansável, Renata O. Nascimento.

Aos meus pais, Waldir Pessoa e Arly Lessa Pessoa (in memória) que me deixou o legado da educação como o maior tesouro que podemos adquirir.

A minha querida esposa Eloisa Pessoa e meus filhos Filipe Pessoa e Frederico Pessoa, por me apoiarem nessa jornada, pois sem eles eu não conseguiria atingir os meus objetivos. Agradeço aos meus irmãos e as minhas cunhadas Eliane F. Duarte e Elizabeth Figueirôa que também fizeram parte dessa corrente e torceram pelo meu sucesso.

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LEGADO DE UMA MÃE A UM FILHO.

Luiz, começaste uma nova caminhada. Nada lhe faltará para vencer esta luta que hora se inicia. Procure encontrar o seu caminho na vida. Ninguém é responsável por nosso destino a não ser nós mesmos.

Nós é que temos que descobrir a estrada e segui-la com nossos próprios pés, com passos firmes. E se deseja a felicidade, lembre-se “você é o único responsável pelo seu destino”. Supere as dificuldades, vença os obstáculos e construa sua vida. Quando nossa vida é feita de amor, de felicidade e de coragem, encontraremos o êxito.

Mantenha suas amizades. Saiba retribuir com gratidão os benefícios recebidos. Não seja ingrato! Não fira nunca seus amigos, não magoe aqueles que muitas vezes se sacrificaram para dar-lhe momentos de alegria. Continue fazendo amizades pois elas são os maiores tesouros que possuímos.

Aprenda com a natureza. Tudo tem sua hora própria. O próprio céu tem horário, para as trevas e para a luz. Se em certas horas precisamos receber, não se esqueça de que noutras horas temos a obrigação de dar. Dê sempre sua amizade, seu apoio, sua cooperação a todos que de você se aproximar.

Lembre-se só o amor constrói e intensifica a força do universo.

“Arly Lessa Pessoa” (in memória).

Trecho extraído de uma carta que minha mãe me escreveu antes de falecer.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da atratividade física de professores

universitários na percepção dos discentes quanto à aprendizagem, motivação e

satisfação em relação ao curso. Para responder a essa questão, foi realizada uma

pesquisa de natureza quantitativa com 357 estudantes brasileiros. Os dados

coletados foram analisados por meio de modelagem de equação estrutural. De

forma geral, os resultados apontam que professores vistos como mais atraentes

também foram avaliados como experts nos assuntos que lecionam e despertam

maior motivação para a aprendizagem nos alunos. Eles também são melhor

avaliados de forma geral enquanto professores. Entretanto, a atratividade física

percebida dos professores não levou os alunos a uma maior satisfação ou a

resultados superiores de aprendizagem. Limitações e sugestões para pesquisas

futuras e para a prática são apresentadas.

Palavras-chave: Atratividade física. Professores. Aprendizagem. Modelagem de Equações Estruturais.

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ABSTRACT

The aim of this study was to analyze the effect of physical attractiveness of university

professors in the learning, motivation and satisfaction of students. To answer this

question, we conducted a quantitative research with 357 Brazilian students. The

collected data were analyzed by using structural quation modeling. Overall, the

results indicate that teachers perceived as more attractive were also evaluated as

experts in the subjects they teach and awaken greater motivation for learning in

students. They are also generally be the revaluated as teachers. However, the

perceived physical attractiveness of the professors did not lead students to greater

satisfaction or superior results of learning. Limitations and suggestions for future

research and practice are presented.

Keywords: Physical attractiveness. Professors. Learning. Structural Equations

Modeling.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................ ........................................................ 12

2.1 VIESES EM JULGAMENTOS: EFEITO HALO ................................................ 12

2.2 ATRATIVIDADE FÍSICA .................................................................................. 13

2.3 EXPERTISE .................................................................................................... 15

2.4 MOTIVAÇÃO PARA APRENDER. .................................................................. 16

2.5 SATISFAÇÃO, RESULTADOS DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO GERAL

DO PROFESSOR .................................................................................................. 16

3 METODOLOGIA .................................... ............................................................... 19

3.1 AMOSTRA ....................................................................................................... 19

3.2 MEDIDAS ......................................................................................................... 20

4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ............. .................................... 22

4.1 PERFIL DEMOGRÁFICO DA AMOSTRA ........................................................ 22

5. ANÁLISE DOS DADOS .............................. .......................................................... 24

5.1 ANÁLISE DO MODELO DE MENSURAÇÃO .................................................. 24

6. DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ............... ......................................... 29

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34

APÊNDICE A ........................................ .................................................................... 38

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1. INTRODUÇÃO

A educação superior tem crescido em todo o mundo e esse fato não tem sido

distinto na realidade brasileira. No Brasil, o número de instituições de nível superior

vem crescendo a cada ano, em especial o número de instituições privadas, com

oferta de maiores oportunidades para estudantes e profissionais que precisam se

qualificar (MAINARDES & DOMINGUES, 2007). Para os autores, a procura por um

ensino de qualidade tem aumentado o número de alunos nas instituições, que

oferecem uma melhor qualidade no ensino e maior motivação aos estudantes.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

INEP (2012), o Brasil tinha em 1990 cerca um milhão e meio de alunos matriculados

no ensino superior. Já em 2000, esse número aumentou para quase três milhões de

estudantes. Em 2011, esse número já se aproximava dos sete milhões de alunos

matriculados.

Dado este cenário, torna-se de suma importância buscar compreender os

fatores que influenciam a aprendizagem desses alunos. Conforme ressaltado por

HOSSAIN (2010) esse crescimento da educação superior no mundo tem contribuído

para o surgimento de uma indústria do ensino, na qual os professores sejam

frequentemente vistos como prestadores de serviços que, como tal, devem

apresentar uma série de atributos para satisfazer o cliente-aluno.

Alguns estudos têm sido realizados de forma a explorar especificamente os

atributos do docente no desenvolvimento dos indicadores de aprendizagem dos

alunos. Por exemplo, diversos estudos têm observado a influência da atratividade

física, a expertise e a personalidade dos professores na motivação, na

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aprendizagem e na satisfação com o curso (p.e., RINIOLO et al., 2006; FELTON et

al., 2008; HOSSAIN, 2010; LIU; HU; FURUTAN, 2013; MYERS, 2005).

Em uma linha semelhante, Richmond; Gorham; McCroskey (1987)

identificaram que a apreciação do aluno associada ao professor inclui

comportamentos não verbais, como contato visual, vozes, expressões faciais, corpo,

gestos em sala de aula, entre outros.

A influência de um professor considerado atraente é julgada pelos seus

alunos como um fator positivo no tocante ao quesito competência acadêmica e

inteligência, e isso contribui para uma “aproximação” entre professor e aluno,

motivando a reciprocidade entre ambos (RINIOLO et al., 2006).

Apesar da inegável contribuição desses estudos realizados nos EUA e na Europa,

há uma escassez de estudos sobre esse tema no Brasil - um país com

características fortemente relacionais, personalistas e no qual a sensualidade é

valorizadas como um capital que facilita as navegações sociais (ARAUJO et al.,

2013). Aliado ao forte crescimento no número de alunos na educação superior no

Brasil, esse fato ressalta a relevância de se realizar um estudo que possibilite melhor

compreender os atributos do professor que influenciam na aprendizagem do aluno.

Diante dessa constatação, este estudo busca responder ao seguinte

problema de pesquisa: Qual a influência que a atração física dos professores exerce

sobre a aprendizagem, motivação, expertise, resultados e satisfação com os cursos

na percepção dos estudantes?

Sendo assim, o objetivo deste estudo é analisar o efeito da atratividade física

de professores universitários na percepção dos discentes quanto à aprendizagem,

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motivação e satisfação em relação ao curso. Para responder a essa questão, foi

realizada uma pesquisa de natureza quantitativa com 357 estudantes brasileiros.

Os dados coletados foram analisados por meio de modelagem de equação

estrutural, com estimação por mínimos quadrados parciais (Partial Least Squares -

PLS). Apesar de existirem diversos métodos para estimação de Modelo de

Equações Estruturais, como Máxima verossimilhança (MLE), Mínimos Quadrados

Generalizados (GLS) entre outros, optou-se por esse método, devido ao tamanho da

amostra que é a mais adequada e pelo fato dos dados não serem normais (HAIR,

2005; CHIN, 1998).

Com este estudo, pretende-se contribuir para a literatura sobre educação

superior no sentido de revelar a influência de atributos pessoais de aparência e

personalidade em fatores relacionados à satisfação e à aprendizagem de alunos.

Em termos práticos, espera-se que o trabalho levante evidências dos resultados que

permitam uma reflexão crítica sobre a relação entre professor e aluno e seus

impactos nos resultados da aprendizagem.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 VIESES EM JULGAMENTOS: EFEITO HALO

O julgamento humano tem sido abordado de distintas formas ao longo do

tempo em diferentes literaturas. Os modelos racionais de interpretação do

julgamento humano interpretam que as pessoas realizam comparações racionais do

valor de um indivíduo ou objeto que recebe o julgamento. Nesta abordagem, que se

baseia na teoria da utilidade esperada (NEUMANN & MORGENSTERN, 1953), a

decisão humana é vista como sequencial e racional (GELLAT, 1962) e deve se

fundamentar em uma análise exaustiva dos atributos das possibilidades disponíveis

(GATI; ASHER, 2001).

Em contraponto a esse modelo, criticado na literatura, Gati (1986) apresenta o

Modelo de Eliminação Sequencial, no qual argumenta que as pessoas tentam

simplificar suas decisões, baseando-se em experiências passadas ou em um

processo de ancoragem do julgamento de um indivíduo ou objeto com base em

atributos considerados dominantes.

O efeito halo, termo criado por psicólogo estadunidense Edward Thorndike

(1920) pode ser classificado como um tipo de resposta sistemática e é identificado

quando uma pessoa realiza um julgamento a respeito de um indivíduo de forma

semelhante em todas as dimensões do julgamento (PASQUALI, 1996).

Para Natarajan (2009); Rosenzweig (2008) efeito halo é uma tendência

comum em situações em que há possibilidade de se realizar inferências e

julgamentos específicos com base em impressões globais a respeito de um

indivíduo. Em geral, esse efeito é amplamente estudado na área do marketing, na

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qual a tendência da imagem de uma marca pode moldar as percepções do

consumidor em relação aos diferentes atributos da mesma.

Na literatura, encontram-se dois distintos erros de classificação relativos ao

efeito aqui discutido: o halo de impressão geral e o halo de similaridade dimensional.

O halo de impressão geral ocorre quando a avaliação das características é guiada

pelas impressões gerais do sujeito que realiza a avaliação (DELERY et al., 1998;

BALZER; SULSKY, 1992). Já o halo de similaridade unidimensional refere-se à

tendência do avaliador de generalizar a classificação de uma dimensão para outras

dimensões, mesmo quando estas não são necessariamente correlacionadas

(DELERY et al., 1998).

Neste estudo, avalia-se uma possível manifestação de halo de similaridade

unidimensional, a partir da idéia de que é possível que alunos avaliem um professor

em termos gerais e de expertise, assim como sua motivação para aprender,

satisfação com relação ao curso e seus resultados de aprendizagem a partir de uma

dimensão específica do docente: sua atratividade física.

2.2 ATRATIVIDADE FÍSICA

A Atratividade física não é uma variável de fácil definição, uma vez que a sua

avaliação é subjetiva e mais inerente ao sujeito que julga do que indivíduo que tem

sua atratividade julgada. No entanto, como há em certos contextos sociais alguma

uniformidade nos julgamentos do que vem a ser considerado como atraente

fisicamente devidos a padrões estéticos social e culturalmente impostos (ZHANG et

al., 2010), pesquisas têm utilizado esse julgamento da maioria como critério para

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determinar o grau em que uma pessoa é atrativa fisicamente (por exemplo, FELTON

et al., 2008; HOSSAIN 2010; LIU; HU; FURUTAN, 2013).

Embora geralmente o rosto seja considerado como o principal foco da

avaliação da atratividade física de uma pessoa, outras partes do corpo e também

características intangíveis dos sujeitos têm sido consideradas como formadoras

desse conceito (JOSEPH, 1982). Trata-se de um conceito subjetivo que

frequentemente é associado a adjetivos como sexy (FELTON et al., 2008; FELTON

et al., 2004), de porte físico agradável (LEE-MANOEL, 2002; CASTRO, 2007) ou de

boa aparência (HAMERMESH; PARKER, 2005).

Conforme sugerido por MILLER (1970) independentemente dos critérios que

cada pessoa use para julgar a atratividade física de uma pessoa, os sujeitos

considerados menos atraentes são frequentemente associados a atributos negativos

e indesejáveis, enquanto as pessoas consideradas atraentes são julgadas de forma

mais positivas e são consideradas como companhias mais agradáveis e desejáveis.

Pesquisas têm sido realizadas em diversos países sobre como a atratividade

física de professores percebida pelos alunos pode influenciar nos resultados de

aprendizagem destes (RINIOLO et al., 2006; FELTON et al., 2008; HOSSAIN, 2010).

Apesar de a aparência física ser considerada como um constructo subjetivo,

pesquisadores têm buscado quantificar essa variável e estabelecer sua relação com

diversas variáveis que refletem a satisfação e aprendizagem do aluno (p.e.,

(FELTON; MICHELL; STINSON, 2004; HARMERMESH; PARKER, 2005; FELTON et

al., 2008). Em termos teóricos, essa relação se daria pelo fato de que é recorrente

que pessoas associem a imagem pessoal (boa aparência, porte físico) com atributos

como inteligência e competência (HOHR, 2002) que, por sua vez, tendem a ser

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vistas como relacionadas com variáveis relativas à aprendizagem do aluno e sua

satisfação (LIU; HU; FURUTAN, 2013).

2.3 EXPERTISE

A expertise de um professor pode ser avaliada como a capacidade de

transmitir com habilidade os conhecimentos no trabalho, no uso de tecnologia de

informação nas práticas de ensino e aprendizagem em sala de aula, (ROSS &

SALVIA, 1975; BRITO, 2007). A relação entre expertise dos professores e o tempo

de sua atividade, somados à educação continuada, remete à aprendizagem longa e

duradoura por sua atuação profissional (TARDITE; RAYMOND, 2007; FELTON et

al., 2009).

Embora estudos revelem que professores com experiência profissional são

mais produtivos e conduzem os alunos a melhores resultados de aprendizagem

(BRITO 2007; DANE, 2010; GROSSMAN et al., 2011), poucos estudos buscam

avaliar os antecedentes da percepção do aluno quanto à expertise do docente.

Escolaridade, senioridade e qualificação do professor são variáveis geralmente

usadas para estudar a formação da percepção dos alunos a respeito do professor.

No entanto, mais recentemente, LIU; HU; FURUTAN (2013) encontraram indícios de

que o grau em que um professor é visto como atraente ou sexy também contribui

para que ele seja visto como um expert. Diante desse contexto, propõe-se que:

H1: A atratividade física percebida do professor está positivamente associada

à percepção de expertise do professor.

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2.4 MOTIVAÇÃO PARA APRENDER.

Diversos estudos discorrem a respeito da influência da atratividade física de

alunos na motivação dos docentes (p.e., RITS et al., 1992; ADAMS, 1978; ROSS;

SALVIA, 1975). Esses estudos argumentam que professores sentem-se mais

motivados a ensinar alunos considerados mais atraente fisicamente, em razão do

fato de que essa característica remete a outros atributos desejados em alunos, como

inteligência, competência acadêmica e qualificação prévia.

Mais recentemente, Liu; Hu; Furutan (2013); Riniolo et al., (2006) encontraram

indícios de uma relação positiva no outro lado da moeda: em seu estudo, foi

identificado que professores considerados mais atraentes fisicamente geravam nos

alunos uma maior motivação para aprender. Este achado se encontra em

consonância com o argumento de que a beleza é um dos atributos desejados pelos

contratadores de serviços na interação com as pessoas responsáveis por prestar o

serviço. Embora essa relação seja mais evidente em setores como moda e venda de

artigos de luxo JACKSON (1992), ainda são poucos os relatos empíricos no âmbito

da relação professor (prestador de serviços) e aluno (contratante dos serviços).

Desta forma, propõe-se que:

H2: A atratividade física percebida do professor está positivamente associada

à motivação do aluno para aprender.

2.5 SATISFAÇÃO, RESULTADOS DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO

GERAL DO PROFESSOR

As instituições de ensino superior são prestadoras de serviços e, por isso,

elas têm a responsabilidade de satisfazer as necessidades, as expectativas e os

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desejos de seus clientes (KOTLER & FOX, 1995). Para tal, deverão voltar seus

esforços em favor de seu público consumidor, promovendo a satisfação e

oferecendo uma educação de qualidade mais eficaz para a construção de um ensino

convidativo com professores altamente preparados para lidar com um público cada

vez mais exigente (MAINARDES; DOMINGUES, 2007; BOGOMOLOVA, 2011). A

qualidade dos serviços educacionais é uma das ferramentas mais importantes e

complexas para proporcionar a satisfação dos clientes, que cada vez mais se fazem

presente nas instituições de ensino superior. Ela pode ser medida em vários níveis

de desempenho, que incluem qualidade do ambiente, interação entre aluno e

professor, resultados obtidos pela estreita relação com o cliente, como forma de a

instituição atingir seus objetivos (MING; LEE; CHEN, 2012; MOORMAN, GOLDER;

MITRA, 2012).

Apesar de tradicionalmente a satisfação dos alunos estar associada a

aspectos técnicos de ensino e de ambiente para o estudo, pesquisas recentes têm

sugerido que a atratividade física do professor também pode gerar uma influência na

satisfação do aluno quanto ao curso (p.e., LIU; HU; FURUTAN, 2013; RINIOLO et

al., 2006).

Pesquisas têm sugerido também que a percepção da atratividade física do

professor tende a despertar no aluno uma maior percepção de aprendizagem

decorrente do curso (p.e., Liu; Hu; Furutan 2013; Parker, 2005; Rocca; McCroskey,

1999). Gouldner (1960) sugere que essa relação ocorra em razão do fato de que a

atratividade física percebida pelo aluno o mantém mais ativo durante o processo de

aprendizagem e mais disposto a causar uma impressão positiva no professor por

meio de um desempenho superior. Além disso, pesquisas também sugerem que

pessoas mais atraentes são mais capazes de desenvolver comunicações não-

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verbais eficazes, como estabelecer contato visual, adotar tons de voz, realizar

expressões faciais e movimentos corporais que facilitam a expressão do conteúdo a

ser ministrado e a aprendizagem do aluno (MCCROSKEY et al., 1995; RICHMOND

et al., 1987; LIU; HU; FURUTAN, 2013). Assim, sugere-se que:

H3: A atratividade física percebida do professor está positivamente associada

à satisfação do aluno quanto ao curso.

H4: A atratividade física percebida do professor está positivamente associada

aos resultados de aprendizagem do aluno.

A satisfação e os resultados de aprendizagem do aluno são indicadores

importantes para a avaliação geral que um aluno realiza de um professor ao fim de

um curso (LIU; HU; FURUTAN, 2013). Pesquisas sugerem em termos gerais a

atratividade física percebida tende a influenciar o aluno em relação à avaliação do

professor, em razão de um efeito de halo, que é a possibilidade de que a avaliação

de um fator possa interferir no julgamento sobre outros, gerando uma percepção

enviesada em termos do resultado geral (ROSENZWEIG, 2007). Diante disso,

propõe-se que:

H5: A atratividade física percebida do professor está positivamente associada

à uma avaliação satisfatória do professor.

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3 METODOLOGIA

O estudo, de natureza quantitativa, foi realizado a partir da aplicação de

questionários que medem os constructos citados nas hipóteses apresentadas a um

grupo de ex-estudantes. Os dados foram analisados por meio de modelagem de

equações estruturais. A seguir, apresentam-se os detalhes a respeito das

características metodológicas do estudo.

3.1 AMOSTRA

O estudo foi realizado a partir de uma amostra obtida entre funcionários de

uma empresa multinacional brasileira situada no estado de São Paulo com

graduação e pós-graduação na área de negócios.

A opção por coletar dados em ex-estudantes de graduação e pós-graduação

de uma empresa situada em uma grande cidade se deveu à possibilidade de contar

com a participação de indivíduos que tenham estudado em diversas instituições de

ensino, com vários professores diferentes e, portanto, que minimizasse o risco de as

avaliações dos professores fossem feitas levando em consideração docentes

específicos. Esse risco seria elevado, caso a amostra fosse constituída por

estudantes ou ex-estudantes de uma mesma instituição de ensino.

Foi enviado um link da web com o acesso ao questionário utilizado na

pesquisa ao funcionário responsável pelo Departamento de Recursos Humanos da

citada empresa. A empresa, que possui cerca de 12.000 funcionários, possui um

banco de dados contendo a informação educacional dos funcionários. A partir dessa

base, foi enviado um e-mail convite para 836 funcionários que possuem graduação

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em Administração e pós-graduação em cursos na área de Negócios. Destes, 357

responderam a pesquisa, o que representa uma taxa de resposta de 42,7%. No

tópico de resultados, será apresentado o perfil demográfico dos respondentes.

3.2 MEDIDAS

Os constructos foram operacionalizados por meio de seis escalas

previamente encontradas na literatura. Todas as questões foram avaliadas por meio

de escalas de Likert de 5 pontos, cujas possibilidades de resposta variaram de 1

(discordo fortemente) a 5 (concordo fortemente). As escalas foram traduzidas e

validadas culturalmente para o idioma português/brasileiro por meio dos

procedimentos de tradução reversa (WEIDMER, 2004). A seguir, apresentam-se os

constructos operacionalizados, a origem de cada escala e os índices de

confiabilidade anteriormente encontrados para os referidos instrumentos. O

instrumento de pesquisa encontra-se no Apêndice A deste relatório.

Atratividade física dos professores. Foi utilizada a escala de cinco itens de

Liu, Hu; Furutan (2013). A escala foi avaliada como confiável em Liu, Hu e Furutan

(2013), na qual apresentou um alfa de Cronbach de 0,82.

Expertise. Para operacionalizar quantitativamente o constructo de expertise

do professor, utilizou-se uma adaptação de Liu; Hu; Furutan, (2013) para uma escala

de quatro itens originalmente encontrada em Ohanian (1990). No estudo de 2013, a

escala utilizada apresentou um alfa de Cronbach de 0,82.

Motivação para aprender. A escala para avaliar esse constructo foi obtida no

estudo de Ackerman; Hu (2009), no qual apresentou um alfa de Cronbach de 0,743).

Ela é composta por três itens.

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Satisfação do aluno quanto ao curso. A escala desenvolvida por Oliver, (1980)

possui três itens e foi utilizada para avaliar a satisfação dos alunos em relação ao

curso. Nesse estudo, foi obtido um alfa de Cronbach de 0,91.

Resultados de Aprendizagem. Para mensurar esse constructo, foi realizada

uma adaptação a partir da escala de cinco itens de Bamber; Castka (2006). Essa

escala apresentou no referido estudo um alfa de Cronbach de 0,90.

Avaliação do professor. Essa escala foi adaptada a partir da escala de três

itens usada por Liu; Hu; Furutan (2013), que por sua vez, foi adaptada de Serva e

Fuller (2004). No estudo de Liu; Hu; Furutan (2013), essa escala apresentou um alfa

de Cronbach de 0,90.

No questionário utilizado, cada respondente é solicitado a responder a essas

escalas duas vezes: uma vez pensando em um(a) professor(a) que tenha

considerado como atraente fisicamente e outro que considere nada atraente em

termos físicos.

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4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Os dados serão analisados por meio de modelagem de equações estruturais,

com estimação por mínimos quadrados parciais por meio do software SmartPLS

(RINGLE et al., 2005). Sendo assim, a análise será realizada em três etapas:

- Checagem da manipulação. Inicialmente, será verificado se a manipulação da

variável “Atratividade física” nas duas condições descritas no instrumento de

pesquisa utilizado apresentou evidências dos resultados esperados (avaliações

significativamente mais positivas em termos de atratividade física para o professor

no qual os alunos pensaram como atraente).

- Avaliação das propriedades psicométricas das escalas. Serão analisadas as

propriedades do modelo de mensuração, a saber: validade discriminante e

convergente, confiabilidade e goodness-of-fit, conforme procedimentos indicados na

literatura (CHIN, 1998; CHIN; NEWSTED, 1999; PETT et al., 2003)

- Avaliação do modelo estrutural. Teste das hipóteses a partir da verificação do

grau de significância das relações entre as variáveis latentes que compõem o

estudo.

Cada contexto em que os participantes foram convidados a analisar o(a)

professor(a) servirá como um caso na coleta de dados. Desta forma, diante de uma

amostra de 357 respondentes, contou-se com uma amostra de 714 casos válidos.

4.1 PERFIL DEMOGRÁFICO DA AMOSTRA

A amostra foi composta predominante por mulheres (54,1%) e por pessoas

solteiras (43,7%), heterossexuais (84,3%), situadas na faixa etária de 31 a 35 anos

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(35,6%). A maioria dos participantes (55,5%) possui mais de 8 anos de experiência

profissional e terminaram o último curso formal de estudos há mais de um anos e

menos de dois anos (73,1%). Nota-se que a amostra possui um perfil equilibrado de

gênero e é formada predominantemente por adultos inseridos no mercado de

trabalho, amostra essa adequada à realização do estudo. A tabela 1 apresenta

essas informações e fornece maiores detalhes a respeito do perfil demográfico da

amostra.

TABELA 1: Perfil demográfico da amostra

Gênero Masculino 164 45,9% Feminino 193 54,1%

Idade

Entre 21 e 25 anos 16 4,5% Entre 26 e 30 anos 109 30,5% Entre 31 e 35 anos 127 35,6% Entre 36 e 40 anos 82 23,0% Acima de 40 anos 23 6,4%

Estado Civil

Casado 137 38,4% Solteiro 156 43,7% Divorciado 28 7,8% Separado 36 10,1%

Identidade sexual

Heterossexual 301 84,3% Bissexual 21 5,9% Homossexual 35 9,8%

Tempo de Experiência Profissional

Menos de 1 ano 3 0,8% Entre 1 e 2 anos 39 10,9% Entre 2 e 4 anos 51 14,3% Entre 4 e 8 anos 66 18,5% Superior a 8 anos 198 55,5%

Tempo desde ultimo curso

Menos de 1 ano 89 24,9% Entre 1 e 2 anos 261 73,1% Entre 2 e 4 anos 7 2,0%

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5. ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados em estudos realizados através de modelagem de equação

estrutural com estimação por mínimos quadrados parciais devem ser realizados em

duas etapas. Inicialmente, realiza-se a análise do modelo de mensuração, etapa em

que as propriedades psicométricas das escalas utilizadas para a mensuração dos

constructos estudados são avaliadas. Em seguida, as hipóteses são testadas por

meio da análise do modelo estrutural. A seguir, apresentam-se essas duas etapas

de análise.

5.1 ANÁLISE DO MODELO DE MENSURAÇÃO

A análise do modelo de mensuração foi realizada em três tópicos, a saber:

análise da validade convergente, análise da validade discriminante e análise de

confiabilidade. A seguir, apresentam-se os critérios adotados para avaliar cada uma

das propriedades expostas e os resultados apresentados a partir dos dados

coletados nesta pesquisa.

a) Análise da Validade Convergente

A análise da validade convergente se refere ao “grau em que uma medida se

correlaciona positivamente com medidas alternativas para o mesmo constructo”

(HAIR et al., 2013, p. 102). Ela é comumente realizada por meio do índice de

variância média extraída (CHIN, 1998). Quando esse índice supera os 50%, isto

significa que, em média, a variável latente explica mais da metade da variância dos

seus indicadores (HAIR et al., 2013). No presente estudo, todas as variáveis

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apresentaram uma variância média extraída superior a 0,50, conforme pode ser

notado na tabela 2, o que indica a presença de validade convergente.

Tabela 2:Correlação de Pearson e Estatísticas Descr itivas das Variáveis Latentes

b) Análise da Validade Discriminante

A Validade Discriminante se refere ao “grau em que um constructo é distinto

dos outros constructos por padrões empíricos” (HAIR et al., 2013, p. 104). Para Chin

(1998), quando os indicadores possuem cargas fatoriais mais elevadas em seus

constructos respectivos do que em outros fatores comuns este é um indicativo da

ocorrência de validade discriminante. No presente estudo, essa propriedade

psicométrica também se fez presente, como pode-se notar na tabela 3.

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Tabela 3: Matriz de Cargas Fatoriais

c) Análise da Confiabilidade da Consistência Interna

A Confiabilidade da Consistência Interna geralmente é avaliada por meio do

alpha de Crobach. No entanto, Modelagem de Equação Estrutural com estimação

por mínimos quadrados parciais prioriza indicadores de acordo com sua

confiabilidade individual. Devido às limitações do alpha de Cronbach, neste caso é

mais recomendado usar uma diferente medida de consistência interna, chamada de

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confiabilidade composta. Para Hair et al., (2013); Chin (1998) índices de

confiabilidade composta superiores a 0,7 indicam a existência de confiabilidade da

consistência interna. Como pode ser observado na tabela 2, segundo esse critério,

todos os indicadores de confiabilidade composta superaram o índice de 0,7,

confirmando assim, a existência dessa propriedade psicométrica para todos os

constructos

d) Análise do Modelo Estrutural

Após a análise das propriedades psicométricas dos constructos que

compõem o estudo, deve-se passar à análise do modelo estrutural, momento em

que se realizam os testes das hipóteses. A seguir, apresenta-se o modelo estrutural

da pesquisa, acompanhado dos coeficientes de caminho e seus respectivos níveis

de significância

Figura 1: Modelo Estrutural

Nota: AF – Atratividade Física EX – Expertise MA – Motivação para aprender

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SA – Satisfação do aluno RA – Resultados de aprendizagem AP – Avaliação do Professor

A hipótese 1 sugeriu que a Atratividade Física do Professor estaria

positivamente associada a sua Expertise. Uma vez que índice de caminhos entre os

dois constructos foi de 0,26 a um nível de significância de 5%, pode-se dizer que H1

não foi rejeitada. A hipótese 2, que sustenta uma relação positiva entre a

Atratividade do Professor e sua Motivação para aprender conforme percebida pelos

alunos também não foi rejeitada, uma vez que o coeficiente de caminhos entre os

dois constructos mostrou-se também significante ao nível de 5%. Por sua vez, a

hipótese 3 foi rejeitada, dado que a relação encontrada entre a Atratividade Física e

a Satisfação do aluno não foi significante. O mesmo ocorreu com a hipótese 4, uma

vez que a relação entre a Atratividade Física e os Resultados de Aprendizagem

apresentou um valor p superior a 5%, o que levou à rejeição da H4. Por fim, a

Avaliação do professor apresentou uma relação positiva e significante com a

Atratividade do professor, o que não permite que H5 seja rejeitada.

No tópico a seguir, os resultados encontrados no presente estudo são

discutidos frente à literatura sobre o tema e apresentam-se as limitações do estudo e

as sugestões para pesquisas futuras e para a prática.

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6. DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da atratividade física de

professores universitários na percepção dos discentes quanto à aprendizagem,

motivação e satisfação em relação ao curso. Para tal, foi realizada uma pesquisa de

natureza quantitativa com 357 estudantes brasileiros. Os dados coletados foram

analisados por meio de modelagem de equação estrutural. De forma geral, os

resultados mostraram evidências de que professores vistos como mais atraentes

também foram avaliados como experts nos assuntos que lecionam e despertam

maior motivação para a aprendizagem nos alunos. Eles também são melhor

avaliados de forma geral enquanto professores. Entretanto, a atratividade física

percebida dos professores não levou os alunos a uma maior satisfação e nem

mesmo a resultados superiores de aprendizagem.

Diferentemente do esperado, os resultados desta pesquisa mostraram

evidências de um padrão de relação entre os constructos analisados mais fracos no

Brasil do que em pesquisas semelhantes realizadas nos Estados Unidos (RINIOLO

et Al., 2006; FELTON et al., 2008; HOSSAIN, 2010; LIU; HU; FURUTAN, 2013;

MYERS, 2005). Nessas pesquisas, foram encontradas relações positivas entre a

atratividade física dos professores e a satisfação dos alunos e seus resultados de

aprendizagem. Esperava-se que o sensualismo, traço cultural brasileiro (ARAUJO et

al., 2013), pudesse ser responsável por uma maior relação entre os constructos

analisados do que em estudos realizados em culturas consideradas menos

caracterizadas pelo sensualismo. É possível que a maior ênfase do marketing

educacional norte-americano na questão da aparência física e do hotness do

professor (LIU; HU; FURUTAN, 2013) crie expectativas mais acentuadas de que

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essas características sejam encontradas no docente, o que, por sua vez, pode

causar uma relação mais forte entre as variáveis estudadas nos Estados Unidos que

no Brasil.

A principal premissa deste estudo se refere à idéia de que a atratividade física

poderia gerar percepções positivas a respeito do professor (expertise e avaliação

geral satisfatória), efeitos positivos sobre a disposição do aluno em aprender

(motivação para a aprendizagem) e avaliações quanto aos resultados do processo

em si de ensino-aprendizagem (satisfação com o curso e resultados de

aprendizagem). A confirmação parcial dessa premissa pode ser interpretada com

base na literatura sobre o tema.

Nesta pesquisa, a atratividade física do professor somente se relacionou às

avaliações quanto ao docente e à disposição do aluno. Isto pode ser explicado pelo

fato de que, a atratividade torna as pessoas mais frequentemente vistas como

agradáveis e desejáveis (MILLER, 1970) faz mais sentido que essa característica

afete a percepção que os alunos possuem a respeito do professor em si e sua

motivação para interagir com ele do que os resultados da aprendizagem em si. Esse

último conjunto de fatores pode ser influenciado por uma série de outros fatores, que

não dependem tanto do professor.

A satisfação do aluno quanto ao curso depende de fatores como a ementa e

conteúdo programático abordados, a experiência com professores anteriores e

instalações físicas, por exemplo. Em contextos em que esses fatores não

controláveis pelo professor se encontram em níveis satisfatórios, a tendência é que

a possibilidade de haver um efeito de halo (ROSENZWEIG, 2007) do julgamento

quanto à atratividade física do professor na satisfação geral quanto ao curso seria

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maior e é possível que este seja um fator adicional que explica a diferença de

resultados encontrados neste estudo e o de LIU; HU; FURUTAN (2013).

O mesmo princípio pode ser aplicado ao fato dos resultados não terem

indicado uma relação entre a atratividade física percebida do professor e os

resultados de aprendizagem. Diversos fatores, como a disponibilidade de tempo do

aluno, seus conhecimentos prévios e seu acesso a materiais didáticos também

influenciam a qualidade da aprendizagem e isso pode diminuir o potencial efeito da

atratividade física no que se aprende em um curso. Como o ensino de base

brasileiro é deficitário (MAINARDES; DOMINGUES, 2007) e a disponibilidade de

recursos como o tempo e dinheiro para compra de material didático tende a ser

reduzida, é possível que esses fatores influenciem a aprendizagem do aluno,

diminuindo o poder de explicação da atratividade física quanto a essa variável.

Por outro lado, a relação positiva encontrada entre a atratividade física dos

professores e percepções positivas a respeito do professor (expertise e avaliação

geral satisfatória), e da disposição do aluno em aprender (motivação para a

aprendizagem) reforça a idéia de estudos anteriores de que a aparência de

professores desempenham um papel importante na produção da satisfação do aluno

quanto aos serviços de ensino superior (RINIOLO et. Al., 2006; FELTON et al., 2008;

HOSSAIN, 2010; LIU; HU; FURUTAN, 2013; MYERS, 2005). Os resultados sugerem

que ao serem vistos como pessoas mais atraentes, professores podem afetar sua

reputação e produtividade positivamente.

A pesquisa aqui apresentada mostrou limitações e oportunidades de futuras

pesquisas. Primeiro, a amostra foi constituída por ex-estudantes da área de

Negócios. Desta forma, é possível que os resultados sejam distintos em outras

áreas do conhecimento e atuação, em que a ênfase em questões como a qualidade

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na prestação do serviço seja menor e a influência dos atributos técnicos do

professor sejam maiores. Sendo assim, sugere-se que outros estudos sejam

realizados com ex-alunos de outras áreas do conhecimento, de forma a melhor

explorar as características das diferentes áreas que potencializam o efeito da

atratividade física do professor em indicadores de aprendizagem dos alunos.

Segundo, o estudo não realizou uma discriminação dos dados com base nos

gêneros dos alunos e dos professores. Como a literatura sobre o tema sugere

mulheres tendem a ser mais influenciadas por características físicas dos professores

(LIU; HU; FURUTAN, 2013) seria interessante realizar novas pesquisas avaliando

como essas variáveis se manifestam em um estudo no contexto brasileiro. Atributos

como a magreza e cabelos lisos são características do padrão de beleza feminino

em geral desejado na sociedade contemporânea e, como esses padrões de

cobrança estética tendem a ser mais acentuados com mulheres que com homens

(SYPECK et al., 2006) seria interessante também testar se os resultados difeririam

para professores do gênero masculino e feminino.

Terceiro, o estudo possui um caráter transversal. Os dados foram coletados

em um dado momento e, portanto, impossibilita a realização de afirmações causais.

Sendo assim, sugere-se que futuros estudos sejam realizados utilizando um design

longitudinal.

O estudo também apresenta implicações práticas. Sob o ponto de vista da

produtividade no processo de aprendizagem, uma vez que os resultados sugerem

uma influência positiva entre a atratividade física do professor e a motivação do

aluno para aprender, entende-se que os docentes na área de negócios podem

utilizar-se desse conhecimento no sentido de melhorar seu desempenho nas

avaliações dos alunos ao buscar zelar pela sua aparência. No entanto, é possível

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que essa seja uma postura aceita em certas profissões, como atendentes de lojas e

recepcionistas, mas que tenderia a receber mais resistência em setores de atuação

que lidam diretamente com o conhecimento.

No entanto, os resultados também trazem implicações práticas preocupantes.

Apesar do progresso da sociedade na redução de preconceitos em relação à

aparência física de pessoas, nota-se que as relações identificadas no estudo

revelam uma tendência à estereotipagem do professor com base em sua

atratividade física, o que possui implicações éticas óbvias. Vale ressaltar que não se

defende aqui que instituições de ensino superior utilizem a atratividade física de

professores como critério para seleção de docentes.

Portanto, argumenta-se aqui que essa posição não se contradiz com a

possibilidade para que o professor decida, de acordo com seus próprios valores e

critérios, se irá ou não fazer uso do conhecimento de que sua aparência e influência

pessoal podem conduzir a melhores avaliações por parte de seus alunos.

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA:

Pense em um professor(a) que você tenha tido durante sua graduação, Mestrado ou

seu curso de MBA e que você considere como uma pessoa atraente fisicamente.

Tente se lembrar de como foram as aulas com ele(ela) e responda às seguintes

questões:

O(A) professor(a) em quem você pensou:

AF1 - Possui boa aparência?

AF2 - Veste-se bem?

AF3 - É atraente?

AF4 - É sexy?

AF5 - É bonito(a)?

EX1 - É um(a) expert?

EX2 - É qualificado(a)?

EX3 - Possui domínio do assunto que ensina?

EX4 - É competente?

Quando me lembro das aulas com esse(a) professor(a), posso dizer que:

MA1 - Eu estive muito motivado(a) para aprender.

MA2 - Li com atenção o material designado pelo(a) professor(a).

MA3 - Em comparação com outras aulas que assisti, posso dizer que estudei mais

na matéria que cursei com esse(a) professor(a).

SA1 - Eu fiquei muito satisfeito(a) com minha experiência nessas aulas.

SA2 - Eu gostei de ter cursado a disciplina.

SA3 - De forma geral, eu fiquei satisfeito(a) com a decisão de frequentar essas

aulas.

RA1 - Eu acho que o curso foi muito importante para a minha formação.

RA2 - De forma geral, acho que a disciplina foi excelente em termos de

aprendizagem.

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RA3 - De forma geral, acho que o curso me possibilitou aprender coisas novas.

RA4 - De forma geral eu acho que aprendi o que essa disciplina se propunha a

ensinar.

RA5 - Eu acho que retive o que aprendi nessas aulas, mesmo após terminar de

cursar a matéria.

AP1 - Eu fiquei muito satisfeito(a) com o professor(a).

AP2 - O professor fez a parte dele para que a disciplina fosse interessante.

AP3 - Eu adoraria ter outra aula com esse mesmo professor novamente.

***

Agora, pense em um professor(a) que você tenha tido durante sua graduação,

Mestrado ou seu curso de MBA e que você considere como uma pessoa nada

atraente fisicamente.

Tente se lembrar de como foram as aulas com ele(ela) e responda às seguintes

questões:

O(A) professor(a) em quem você pensou:

AF1 - Possui boa aparência?

AF2 - Veste-se bem?

AF3 - É atraente?

AF4 - É sexy?

AF5 - É bonito(a)?

EX1 - É um(a) expert?

EX2 - É qualificado(a)?

EX3 - Possui domínio do assunto que ensina?

EX4 - É competente?

Quando me lembro das aulas com esse(a) professor(a), posso dizer que:

MA1 - Eu estive muito motivado(a) para aprender.

MA2 - Li com atenção o material designado pelo(a) professor(a).

MA3 - Em comparação com outras aulas que assisti, posso dizer que estudei mais

na matéria que cursei com esse(a) professor(a).

SA1 - Eu fiquei muito satisfeito(a) com minha experiência nessas aulas.

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SA2 - Eu gostei de ter cursado a disciplina.

SA3 - De forma geral, eu fiquei satisfeito(a) com a decisão de frequentar essas

aulas.

RA1 - Eu acho que o curso foi muito importante para a minha formação.

RA2 - De forma geral, acho que a disciplina foi excelente em termos de

aprendizagem.

RA3 - De forma geral, acho que o curso me possibilitou aprender coisas novas.

RA4 - De forma geral eu acho que aprendi o que essa disciplina se propunha a

ensinar.

RA5 - Eu acho que retive o que aprendi nessas aulas, mesmo após terminar de

cursar a matéria.

AP1 - Eu fiquei muito satisfeito(a) com o professor(a).

AP2 - O professor fez a parte dele para que a disciplina fosse interessante.

AP3 - Eu adoraria ter outra aula com esse mesmo professor novamente.