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Fundamentos de Lubrificação e Lubrificantes – Aula 6 PROF. DENILSON J. VIANA

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Petróleo Embora as substancias utilizadas como lubrificantes não sejam, necessariamente, produtos derivados de petróleo, o seu emprego é tão comum que se torna praticamente impossível deixar de associar a ideia de lubrificação ao petróleo.

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Breve Histórico

1810 – Primeira destilação industrial em Praga para obter óleo para iluminação

1846 – Produção de querosene na Inglaterra para iluminação

1848 – Produção de “óleo de parafina” em escala comercial na Escócia de dois tipo: um fino para combustível e um pesado para lubrificação.

1864 – Primeira concessão para prospecção de petróleo no Brasil.

1939 – primeira descoberta de petróleo no Brasil (Lobato, BA)

1953 – Decreto de Getúlio Vargas cria a Petrobras (monopólio estatal)

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Origem do petróleo

Pela teoria orgânica, o petróleo, tal como é encontrado hoje na natureza, resultou da matéria orgânica depositada em conjunto com partículas rochosas durante a formação das rochas sedimentares milhões de anos atrás.

A palavra petróleo vem do latim:Petra = pedraOleum = óleo

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Composição química do petróleo

O petróleo é constituído quase inteiramente por carbono e hidrogênio em várias combinações químicas (hidrocarbonetos).

Dependendo dos tipos de hidrocarbonetos predominantes em sua composição, o petróleo pode ser classificado em base parafínica e base naftênica.

No caso de não haver predominância de um tipo de composto sobre o outro, o petróleo é classificado como base mista.

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A composição aproximada dos elementos químicos dos petróleo é a seguinte:

O petróleo é uma mistura de centenas de hidrocarbonetos líquidos, sólidos e gasosos dissolvidos (cerca de 90 à 99% do óleo cru).

Elemento %

Carbono 81 a 88

Hidrogênio 10 a 14

Oxigênio 0,01 a 1,2

Nitrogênio 0,002 a 1,7

Enxofre 0,01 a 5

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O petróleo é uma mistura de centenas de hidrocarbonetos líquidos, sólidos e gasosos dissolvidos.

Certas características físico-químicas do petróleo, como fluidez, cor e odor, podem variar em função de sua composição e do local extraído.

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Refinação do óleo

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Óleos básicos

Nas refinarias, o petróleo é processado e uma grande quantidade de subprodutos é obtida.

Algumas das refinarias possuem unidades especiais para tratamento e processamento destes subprodutos que depois de tratados serão denominados “óleos básicos”.

Os óleos básicos são a matéria-prima principal para a produção dos diversos tipos de lubrificantes, por meio de mistura entre si ou com aditivos especiais.

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Classificação de óleos básicos obtidos do petróleo

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Principais características de especificação de óleos básicos

A) Viscosidade:

Os óleos básicos são produzidos para apresentarem uma faixa de valores de viscosidade que permitam misturas para formarem todas as gamas de viscosidade utilizadas em equipamentos.

O equipamento utilizado para medir a viscosidade é o viscosímetro.

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B) Índice de viscosidade:

Quantifica a variação da viscosidade com a temperatura dependente do tipo do petróleo utilizado (aromático, naftênico ou parafínico).

Índice Tipo de Produto

< 10 Aromático

10 a 50 Naftênico

50 a 80 Misto

> 80 ParafínicoMenor Variação da Viscosidade

Maior Variação da Viscosidade

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C) Cor:

Não indica por si só a qualidade mas indica a uniformidade da produção.

A cor se intensifica a medida que a viscosidade aumenta nos óleos básicos.

D) Ponto de Fulgor:

É a menor temperatura na qual um combustível liberta vapor em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável por uma fonte externa de calor.

Esta característica tem importância maior quando o lubrificante é utilizado em ambientes quentes.

É determinado por testes em °C.

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E) Ponto de Fluidez:

É a temperatura mínima à qual um óleo pode fluir.

É uma característica critica em climas frios.

Os lubrificantes parafínicos se solidificam nestas condições.

O ponto de fluidez pode ser ajustado ou pelo grau de desparafinização ou utilizando aditivos para evitar a cristalização das ceras.

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Óleos Lubrificantes

Podem ser classificados em:

oMinerais

oGraxos

oCompostos

oSintéticos

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Óleos Minerais

Apresentam certas características próprias que lhes são conferidas pela sua composição química (resultante do petróleo bruto), pelo tipo de refino, pelos tratamentos adicionais realizados e pelos aditivos utilizados.

Mais importantes!

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Os óleos minerais podem ser divididos em naftênico e parafínicos. O óleos bases aromáticos não são adequados para fins de lubrificação.

Característica Parafinicos Naftenicos

Ponto de Fluidez

Alto Baixo

Índice de Viscosidade

Alto Baixo

Resistencia a Oxidação

Grande Pequena

Emulsibilidade Pequena Grande

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Óleos Graxos

São encontrados em óleos vegetais e gorduras animais.

Foram os primeiros lubrificantes utilizados.

Hoje praticamente foram substituídos por óleos minerais, mas tem algumas aplicações especificas.

A principal vantagem é a capacidade de aderência a superfícies metálicas.

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Óleos Compostos

É a utilização dos óleos graxos adicionados aos óleos minerais.

O objetivo da mistura é conferir ao lubrificante maior oleosidade ou maior facilidade de emulsão em presença de vapor de água.

Encontramos algumas aplicações em lubrificação sujeitas a grandes cargas, cilindros a vapor e perfuração de rochas.

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Óleos sintéticos

São obtidos por sínteses químicas.

Suportam as condições mais adversas possíveis mas tem o uso limitados a locais onde os óleos minerais não conseguem atender devido ao custo.

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Propriedades dos óleos lubrificantes

oViscosidade

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oÍndice de Viscosidade (IV)

oPonto de fluidez

oPonto de fulgor

oDensidade

oCor

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Importância da cor do lubrificante:

1) Identificação de vazamentos. Por esta razão muitas vezes são adicionados corantes nos óleos para facilitar a identificação dos mesmos.

2) Atrativo comercial. Óleos mais claros ou coloridos artificialmente podem dar uma ideia de produtos de maior qualidade.

3) Facilitar a visualização das peças (nos casos de produtos para usinagem).

4) Não interferir na cor do produto final quando o óleo fizer parte da composição do mesmo.

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Sistemas de classificação de viscosidade

Existem várias classificações de viscosidade para óleos lubrificantes.

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Sistema de Classificação de Viscosidade ISO para Óleos Industriais

É o mais simples e leva em consideração apenas a viscosidade do produto à 40 0 C.

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Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para Óleos Industriais

Classifica os lubrificantes para engrenagens abertas ou fechadas, levando em consideração não só a viscosidade dos óleos, mas também a aditivação dos produtos.

A AGMA classifica os óleos como:

o R&O (inibidores de ferrugem e corrosão)

o EP (Antidesgaste / Extrema Pressão)

o CP (Óleos compostos - com 3 a 10% de gordura mineral ou sintética - freqüentemente empregados em engrenagens do tipo coroa / sem-fim)

o R (residuais - freqüentemente empregados em engrenagens abertas)

o S (sintéticos)

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Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J300 para Óleos de Motor

Classifica os óleos lubrificantes pela sua viscosidade, que é indicada por um número.

Quanto maior este número, mais viscoso é o lubrificante e são divididos em três categorias:

oÓleos de verão: SAE 20, 30, 40, 50, 60;

oÓleos de inverno: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W; (W = Winter – inverno)

oÓleos multiviscosos (inverno e verão): SAE 20W-40, 20W-50, 15W-50.

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Viscosidade Inverno

As viscosidades em centipoises (cP), em temperaturas compreendidas entre –5°C e –30°C, são medidas utilizando um Simulador de Partidas a Frio ( Cold Cranking Simulator) , ASTM D-5293.

Viscosidade Verão

As viscosidades cinemáticas em centistokes ( cSt) a 100°C são determinadas de acordo com o método ASTM D-445, utilizando o Viscosímetro Cinemático.

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Desta forma, um óleo multigrau SAE 20W40 se comporta a baixa temperatura como um óleo 20W reduzindo o desgaste na partida do motor ainda frio e em alta temperatura se comporta como um óleo SAE 40, tendo uma ampla faixa de utilização