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2. FUNDAMENTAO TERICA 2.1 Compras Pblicas

O processo de compras pblicas requer procedimentos especficos para dar-lhe eficcia, tais como a legislao. As compras e contrataes pelos rgos pblicos so exercidas baseadas nos princpios da Lei n 8.666/93 (Licitaes e Contratos Administrativos) e outros dispositivos legais.

No servio pblico brasileiro, as operaes correntes so denominadas atividades. Assim, o Oramento da Unio, por exemplo, contempla recursos para os projetos e para as atividades constantes dos planos dos rgos pblicos. Cada vez mais, a gesto no setor pblico vista de forma estratgica. Uma das reas do setor que ganha muitos investimentos a de compras. Com relao aos seus processos no setor pblico, houve um grande avano com o Comprasnet, o Portal de Compras do Governo Federal. A modalidade de prego eletrnico j permite ao Governo Federal economizar bilhes nos processos de compra. No entanto, mesmo com a abordagem sofisticada com que o tema tratado nos dias de hoje, ainda sim, existem riscos nas compras do setor pblico (SANTOS et al, 2011).

Segundo o Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto - MP (pg.3, 2008), a utilizao da centralizao das compras no implica necessariamente na entrega centralizada dos bens adquiridos. Essa centralizao de entregas pode reduzir a eficincia da organizao pblica, pois aumenta as despesas com logstica. A prtica de centralizao recomendvel no caso de bens e servios gerais e comuns a todos ou maioria dos rgos ou entidades envolvidos como papel e caneta, por exemplo. No caso de bens e servios mais especficos e singulares, o processo de aquisio deve ser centralizado sob a responsabilidade do rgo ou entidade que tem mais conhecimento tcnico sobre o assunto.

Para que haja a maximizao dos resultados nos setores pblicos quanto a estoques, dentro do contexto atual, necessrio desenvolver as melhores prticas de processos de gesto de materiais visando melhor aplicao dos recursos pblicos (CAUDURO e ZUCATTO, 2011).

Muitas empresas, mesmo com caractersticas pblicas, dependem da sua arrecadao para se manterem em funcionamento. Estas empresas esto, portanto, sujeitas s mesmas regras de concorrncia e padres de qualidade exigidos pelo mercado. Assim sendo, elas tambm devem implantar modelos de Governana alinhados a uma estratgia de negcio (COSTA et al, 2008).

2.2 Gesto e Governana

Segundo MORAES (2010, pg. 40), a palavra gesto vem do latim gestione, ato de gerenciar, administrar e, para tanto, o gestor organizacional ter de adotar um modelo orientado por princpios e valores expressos na misso e que reflitam a cultura da empresa para administr-la rumo ao objetivo traado. Deve ainda ser capaz de planejar estrategicamente, alocar recursos humanos, materiais e naturais, de tal forma que viabilize o alcance dos objetivos traados pela organizao e materializados na viso.

A gesto sempre diferenciada da governana, ou seja, h distino entre comprometido (governana) e envolvido (gesto). Gesto implica na utilizao criteriosa de meios (recursos, pessoas, processos, prticas) para alcanar um fim identificado. um meio ou instrumento pelo qual a unidade de administrao consegue um resultado ou objetivo. A

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Gesto responsvel pela execuo com direo definida pela unidade de orientao (PACHECO, 2011).

A governana pblica tambm pode ser entendida como o sistema que determina o equilbrio de poder entre todos os envolvidos numa organizao governantes, gestores, servidores, cidados - com vista a permitir que o bem comum prevalea sobre os interesses das pessoas ou grupos (MATIAS-PEREIRA, 2010, pg.113).

2.3. Gesto da TI (Tecnologia da Informao) O Gerenciamento de Servios de Tecnologia da Informao pode ser definido como um conjunto de processos que devem ser gerenciados e controlados adequadamente para gerar valor ao negcio, sanando as necessidades operacionais da organizao (MAGALHES e PINHEIRO (2007) e MORIKANE (2008), apud TORRES e CAMPOS, 2011). Os autores complementam que o Gerenciamento de Servios de TI foca na qualidade dos servios prestados, de maneira que no haja indisponibilidade de servios, evitando-se prejuzos ao cliente. De acordo com Weill e Ross (pg. 219, 2006), sob muitos aspectos a Governana de TI em organizaes sem fins lucrativos a mesma das organizaes que visam lucro. Mas as diferenas so importantes e decorrem de um ambiente mais complexo para estabelecer a criao de valor. Uma boa governana de TI harmoniza decises sobre a administrao e a utilizao da TI com comportamentos desejveis e objetivos do negcio. Sem estruturas de governana cuidadosamente projetadas e implementadas, as empresas deixam essa harmonia ao acaso (WEILL e ROSS, 2006, pg.14). Tambm, de acordo com Santos (apud COSTA et al, 2008), a Governana de TI deve tratar basicamente trs questes: garantir a gesto e o uso eficaz de TI, estabelecendo quais decises devem ser tomadas? Como as decises sero tomadas e monitoradas? Quem deve tomar essas decises e quais as responsabilidades? Como o Gerenciamento dos Servios de TI tem se tornado cada vez mais estratgico nas organizaes, o Governo Federal, atravs da SLTI do Ministrio do Planejamento, regulamentou a contratao de servios de Tecnologia da Informao para a administrao pblica federal. Em conformidade ao artigo 1 da Instruo Normativa N 04 de 2014 (IN 04), alterada pela Instruo Normativa n. 2 (IN02) de 2015, as contrataes de servios de Tecnologia da Informao executadas pelos rgos federais, no mbito do Poder Executivo e integrantes do SISP (Sistema de Administrao dos Recursos de Tecnologia da Informao), devero ser regidas por essa instruo. A IN 04, criada em 2008 e alterada em 2014, com o propsito de regulamentar e coordenar a contratao de servios e produtos de TI contempla trs etapas: Planejamento da Contratao, Seleo do Fornecedor e Gerenciamento do Contrato, cujas essas mesmas etapas estabelecem um padro de contratao entre a Administrao Pblica e os fornecedores de servios.

2.4. Recursos Humanos

Segundo levantamento executado pela Secretaria de Fiscalizao de Tecnologia da Informao da Corte de Contas do Senado Federal, baseado em Acrdo n 1200/14 do TCU, constatou-se que a estrutura de recursos humanos de TI da APF (Administrao Pblica Federal), de forma geral, apresenta problemas, notadamente quanto falta de cargos e carreiras especficas; carncia de pessoal especializado para gesto de TI; ocupao de cargos de gesto por pessoas estranhas ao quadro, como requisitados, temporrios e terceirizados; ausncia de planejamento para preenchimento contnuo de vagas de TI; dificuldade de reteno de pessoal especializado; poltica de qualificao executada sem o

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devido planejamento e, em alguns casos, atuao tmida dos rgos governantes superiores na identificao e soluo dos problemas.

Concomitantemente, na rea de logstica, os recursos humanos disponveis no setor pblico, em geral, no possuem especialistas, gerando compras erradas, mal dimensionadas e com controle deficitrio. Estes dados levam-nos a induzir que a administrao pblica se ressente de especializao e treinamentos em algumas reas, notadamente na de tecnologia voltada compras.

3. METODOLOGIA

3.1. Abordagem da Pesquisa

A abordagem da pesquisa apresentada neste trabalho tem como principal caracterstica o estudo qualitativo e quantitativo, tendo sido realizado por meio de um estudo de caso. O mtodo utilizado de natureza exploratria, orientado segundo um estudo bibliogrfico e documental. O estudo de caso foi baseado em um processo de aquisio de insumos tecnolgicos ocorrido em um rgo da Administrao Direta do Governo Federal, assim como tambm calcado em experincias do autor. Os dados coletados foram obtidos junto aos setores de almoxarifado e de compras da referida Instituio.

3.2. Caractersticas da Instituio

A instituio analisada o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPA, constituindo-se em uma unidade a qual tem sob sua responsabilidade a fiscalizao de produtos, insumos e produo de itens agropecurios no Estado de Minas Gerais. A Superintendncia constituda de Unidades Central e Descentralizada de Execuo Finalsticas e de Apoio Operacional, de acordo com a portaria MAPA n428 de 09/06/2010, Anexo I, a qual aprova o regimento interno das Superintendncias Federais da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (SFAs). Esta mesma portaria, em seu captulo II, art. 2, inciso I, alnea c, designa a Seo Operacional de Apoio e Divulgao - SAOD como Unidade de Assistncia Direta, alm de especificar em seu captulo III, Das Competncias, Seo das Unidades de Assistncia Direta, art.14, inciso VII, coordenar e executar as atividades inerentes tecnologia da informtica no mbito da SFA/MAPA. 4. REFERNCIAS CAMPOS, M.V.S. e TORRES,I.V., Gerenciamento dos Servios de TI na Administrao Pblica: Estudo de Caso na Agncia Nacional de Transportes Terrestres, disponvel em < http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao4/article/view/151>, acesso em 12/02/2015. CAUDURO, V.D. e ZUCATTO, L.C., Proposio de lote econmico como estratgia de compra de compra para farmcia hospitalar municipal, disponvel em < http: // www.seer.ufrgs.br/ ConTexto/article/ viewFile/ 22280/pdf>, acesso em 6/01/2015. COSTA, F.G.S et al, Governana de TI em Empresa Pblica: Um Estudo de Caso, disponvel em < http: // www.inicepg.univap.br/ cd/ INIC_2008/ anais/ arquivosEPG/ EPG00194_01_O.pdf >, acesso em 12/02/2015. KELMAN,S., Compras pblicas: Steven Kelman em Entrevista, disponvel em , acesso em 21/02/2014 MAPA, Portaria n.428, de 9/06/2010, disponvel em , acesso em 12/02/2015. MP, SOF, Coletnea de Melhores Prticas de Gesto do Gasto Pblico, 1ed., Braslia, 2008, disponvel em < http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/sof/prog_eficiencia/Coletanea_Melhores_Praticas.pdf>, acesso em 12/02/2015 MATIAS-PEREIRA, J. Governana no Setor Pblico, So Paulo, Atlas, 2010.

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MORAES, M.C.P., Tecnologias e Ferramentas de Gesto: A Importncia do Gestor Organizacional e da Consultoria, vrios autores, Campinas, SP, Ed.especial, Editora Alnea, 2010. PACHECO,A. L.F., Governana de TI: O desafio atual da Administrao Pblica, disponvel em < http: // portal2.tcu.gov.br/ portal/ pls/ portal/ docs/ 2188949.PDF>, acesso em 12/02/2015. SANTOS, F.F. et al , Identificao de riscos em compras do setor pblico: um estudo de caso, disponvel em < http://www.revistagep.org/ojs/index.php/gep/article/view/31/139 >, acesso em 29/12/2014. SENADO FEDERAL, SFTICC, Parecer Acrdo 1200/14 do TCU, disponvel em WEILL,P.e ROSS,J., Governana de TI Tecnologia da informao, So Paulo,MakronBrooks, 2006.