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VINTE TODO DIA GABARITO COMENTADO 18

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VINTETODO DIA

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GABARITO COMENTADO

aviso importante

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GABARITO COMENTADODIREITO PROCESSUAL PENAL1

Pontos abrangidos:

1. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Organização Criminosa (12.850/2013).2. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Proteção à Testemunha (9.807/99).3. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Lavagem de Dinheiro (9.613/98).4. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Interceptação Telefônica (9.296/96).5. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Drogas (11.343/06).6. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Falência e Recuperação de Empresas (11.101/2005).

QUESTÃO GABARITO

1 A

2 ERRADO

3 ERRADO

4 CERTO

5 ERRADO

6 B

7 E

8 D

9 E

10 C

11 A

12 B

1 Por Isabella Miranda.Fonte: Manual de Processo Penal, volume único, Renato Brasileiro; Sinopses Juspodivm.

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13 E

14 C

15 CERTO

16 D

17 C

18 D

19 D

20 E

BANCO DE QUESTÕES CICLOS

QUESTÃO 1

Sobre colaboração premiada, assinale a alternativa correta de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores:

a) A decisão do magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada tem natureza meramente homologatória.

CERTO.

#DEOLHONAJURIS

A decisão do magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada não julga o mérito da pretensão acusatória, mas apenas resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão tem natureza meramente homologatória, limitando-se ao pronunciamento sobre a regularidade, legalidade e voluntariedade do acordo (art. 4º, § 7º, da Lei nº 12.850/2013). O juiz, ao homologar o acordo de colaboração, não emite juízo de valor a respeito das declarações eventualmente prestadas pelo colaborador à autoridade policial ou ao Ministério Público, nem confere o signo da idoneidade a seus depoimentos posteriores. A análise se as declarações do colaborador são verdadeiras ou se elas se confirmaram com as provas produzidas será feita apenas no momento do julgamento do processo, ou seja, na sentença (ou acórdão), conforme previsto no § 11 do art. 4º da Lei. STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870).

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b) Muito embora a natureza da decisão seja homologatória, ao Magistrado cabe examinar, no ato da homologação, se concorda ou não com as cláusulas contratuais estipuladas no acordo.

ERRADO.

#DEOLHONAJURIS

No ato de homologação da colaboração premiada, não cabe ao magistrado, de forma antecipada e extemporânea, tecer juízo de valor sobre o conteúdo das cláusulas avençadas, exceto nos casos de flagrante ofensa ao ordenamento jurídico vigente. Ex: o Relator poderá excluir ao acordo a cláusula que limite o acesso à justiça, por violar o art. 5º, XXXV, da CF/88. Neste momento, o Relator não realiza qualquer controle de mérito, limitando-se aos aspectos formais e legais do acordo. (STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870)).

c) Em caso de colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com foro no Tribunal, não pode o relator homologar o acordo monocraticamente.

ERRADO.

#DEOLHONAJURIS

É atribuição do Relator homologar, monocraticamente, o acordo de colaboração premiada, analisando apenas a sua regularidade, legalidade e voluntariedade, nos termos do art. 4º, § 7º da Lei nº 12.850/2013: § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor. Não há qualquer óbice à homologação do respectivo acordo mediante decisão monocrática. O art. 21, I e II, do RISTF confere ao Ministro Relator no STF poderes instrutórios para ordenar, de forma singular, a realização de quaisquer meios de obtenção de provas. STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870).

d) O acordo de colaboração premiada pode ser impugnado por terceiro citado pelo colaborador.

ERRADO.

O STF decidiu que o acordo não pode ser impugnado por terceiro, mesmo que seja uma pessoa citada na delação. Isso porque o acordo é personalíssimo e, por si só, não vincula o delatado nem afeta diretamente sua situação jurídica. O que pode atingir sua situação jurídica são as imputações posteriores, constantes do depoimento do colaborador (STF, Info 796).

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e) Se os elementos de prova obtidos através da colaboração já estiverem documentados, não pode o juiz indeferir o acesso de investigado a eles, sob pena de violação à Súmula Vinculante 14.

ERRADO.

#SELIGANAJURIS

Não viola o entendimento da SV 14 a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em acordo de colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da Lei 12.850/2013 (STF, Info 814).

GABARITO: A.

QUESTÃO 2

A respeito do crime de Lavagem de dinheiro, é possível afirmar que a competência para julgar esse ilícito será da Justiça Federal?

ERRADO.

A competência, em regra, será da Justiça Estadual. Porém, será da Justiça Federal, nos termos, do art. 2º, III, da Lei 9613/98:

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:

III - são da competência da Justiça Federal:

a) quandopraticadoscontraosistemafinanceiroeaordemeconômico-financeira,ouemdetrimentode bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;

b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012).

QUESTÃO 3

A Delegacia Especializada da Polícia Federal recebeu uma denúncia anônima de tráfico de drogas, tendo instaurado o respectivo Inquérito Policial e realizado diligências que confirmaram a plausibilidade da denúncia, quando, na oportunidade, a Autoridade Policial representou pela interceptação telefônica dos investigados alegando que não havia outro

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meio senão a utilização de tal medida. O magistrado não deferiu o pedido formulado, afirmando que o pleito se baseou apenas na denúncia anônima e algumas diligências investigativas. No caso concreto mencionado acima o juiz agiu corretamente?

ERRADO.

#AJUDAMARCINHO!

O que é a chamada “denúncia anônima”?

Denúncia anônima ocorre quando alguém, sem se identificar, relata para as autoridades (ex: Delegado de Polícia, MP etc.) que determinada pessoa praticou um crime. É o caso, por exemplo, dos serviços conhecidos como “disk-denúncia” ou, então, dos aplicativos de celular por meio dos quais se “denuncia” a ocorrência de delitos.

O termo “denúncia anônima” não é tecnicamente correto porque em processo penal denúncia é o nome dado para a peça inaugural da ação penal proposta pelo Ministério Público. Assim, a doutrina prefere falar em “delação apócrifa”, “notícia anônima” ou “notitia criminis inqualificada”.

É possível decretar medida de busca e apreensão com base unicamente em “denúncia anônima”?

NÃO. A medida de busca e apreensão representa uma restrição ao direito à intimidade. Logo, para ser decretada, é necessário que haja indícios mais robustos que uma simples notícia anônima.

É possível decretar interceptação telefônica com base unicamente em “denúncia anônima”?

NÃO. A Lei n.º 9.296/96 (Lei de Interceptação Telefônica) estabelece:

Art. 2º Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

Desse modo, a doutrina defende que a interceptação telefônica deverá ser considerada a ultima ratio, ou seja, trata-se de prova subsidiária.

Tendo como fundamento esse dispositivo legal, a jurisprudência pacífica do STF e do STJ entende que é ilegal que a interceptação telefônica seja determinada apenas com base em “denúncia anônima”. Veja:

(...) 4. A jurisprudência desta Corte tem prestigiado a utilização de notícia anônima como elemento desencadeador de procedimentos preliminares de averiguação, repelindo-a, contudo, como fundamento

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propulsor à imediata instauração de inquérito policial ou à autorização de medida de interceptação telefônica. 5. Com efeito, uma forma de ponderar e tornar harmônicos valores constitucionais de tamanha envergadura, a saber, a proteção contra o anonimato e a supremacia do interesse e segurança pública, é admitir a denúncia anônima em tema de persecução penal, desde que com reservas, ou seja, tomadas medidas efetivas e prévias pelos órgãos de investigação no sentido de se colherem elementos e informações que confirmem a plausibilidade das acusações. 6. Na versão dos autos, algumas pessoas - não se sabe quantas ou quais - compareceram perante investigadores de uma Delegacia de Polícia e, pedindo para que seus nomes não fossem identificados, passaram a narrar o suposto envolvimento de alguém em crime de lavagem de dinheiro. Sem indicarem, sequer, o nome do delatado, os noticiantes limitaram-se a apontar o número de um celular. 7. A partir daí, sem qualquer outra diligência, autorizou-se a interceptação da linha telefônica. 8. Desse modo, a medida restritiva do direito fundamental à inviolabilidade das comunicações telefônicas encontra-se maculada de nulidade absoluta desde a sua origem, visto que partiu unicamente de notícia anônima. 9. A Lei nº 9.296/96, em consonância com a Constituição Federal, é precisa ao admitir a interceptação telefônica, por decisão judicial, nas hipóteses em que houver indícios razoáveis de autoria criminosa. Singela delação não pode gerar, só por si, a quebra do sigilo das comunicações. Adoção da medida mais gravosa sem suficiente juízo de necessidade. (...) STJ. 6ª Turma. HC 204.778/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 04/10/2012.

Logo, se a autoridade policial ou o Ministério Público recebe uma “denúncia anônima” (“delação apócrifa”) contra determinada pessoa, não é possível que seja requerida, de imediato, a interceptação telefônica do suspeito. Isso seria uma grave interferência na esfera privada da pessoa, sem que houvesse justificativa idônea para isso.

É possível instaurar investigação criminal (inquérito policial, investigação pelo MP etc.) com base em “denúncia anônima”?

SIM, mas a jurisprudência afirma que, antes, a autoridade deverá realizar uma investigação prévia para confirmar se a “denúncia anônima” possui um mínimo de plausibilidade. Veja o que diz Renato Brasileiro: “Diante de uma denúncia anônima, deve a autoridade policial, antes de instaurar o inquérito policial, verificar a procedência e veracidade das informações por ela veiculadas. Recomenda-se, pois, que a autoridade policial, de proceder à instauração formal do inquérito policial, realize uma investigação preliminar a fim de constatar a plausibilidade da denúncia anônima. Afigura-se impossível a instauração de procedimento criminal baseado única e exclusivamente em denúncia anônima, haja vista a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal.” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 129).

Confira julgado recente que espelha este entendimento:

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(...) As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças apócrifas ou em escritos anônimos. É por essa razão que o escrito anônimo não autoriza, desde que isoladamente considerado, a imediata instauração de “persecutio criminis”.

Nada impede que o Poder Público, provocado por delação anônima (“disque-denúncia”, p. ex.), adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária, “com prudência e discrição”, a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, em caso positivo, a formal instauração da “persecutio criminis”, mantendo-se, assim, completa desvinculação desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas.

Diligências prévias, promovidas por agentes policiais, reveladoras da preocupação da Polícia Judiciária em observar, com cautela e discrição, notadamente em matéria de produção probatória, as diretrizes jurisprudenciais estabelecidas, em tema de delação anônima, pelo STF e pelo STJ. (...)

(STF. 2ª Turma. RHC 117988, Relator p/ Acórdão Min. Celso de Mello, julgado em 16/12/2014).

Segundo o STF, não é possível desprezar a utilidade da “denúncia anônima”. Isso porque em um mundo no qual o crime torna-se cada vez mais complexo e organizado, é natural que a pessoa comum tenha receio de se expor ao comunicar a ocorrência de delito. Daí a admissibilidade de notícias crimes anônimas.

Procedimento a ser adotado pela autoridade policial em caso de “denúncia anônima”:

1. Realizar investigações preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”;

2. Sendo confirmado que a “denúncia anônima” possui credibilidade (aparência mínima de procedência), instaura-se inquérito policial (IP) ou procedimento de investigação criminal conduzida pelo Ministério Público (PIC);

3. Instaurado o IP ou o PIC, a autoridade policial ou o MP deverá buscar outros meios de prova que não a interceptação telefônica (como visto, esta é a ultima ratio). Se houver indícios concretos contra os investigados, mas a interceptação se revelar imprescindível para provar o crime, poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao magistrado.

#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA:

Info 855 do STF (2017). Após receber diversas denúncias de fraudes em licitações realizadas no Município, o Ministério Público Estadual promoveu diligências preliminares e instaurou Procedimento Investigativo. Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há ilegalidade em iniciar investigações

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preliminares com base em “denúncia anônima” a fim de se verificar a plausibilidade das alegações contidas no documento apócrifo. Após confirmar a plausibilidade das “denúncias”, o MP requereu ao juízo a decretação da interceptação telefônica dos investigados alegando que não havia outro meio senão a utilização de tal medida, como forma de investigação dos supostos crimes. O juiz acolheu o pedido. O STJ e o STF entenderam que a decisão do magistrado foi correta considerando que a decretação da interceptação telefônica não foi feita com base unicamente na “denúncia anônima” e sim após a realização de diligências investigativas por parte do Ministério Público e a constatação de que a interceptação era indispensável neste caso. STF. 2ª Turma. HC 133148/ES, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/2/2017 (Info 855).

QUESTÃO 4

De acordo com a Lei nº 12.850/2013 referente ao instituto da Delação Premiada, a homologação do acordo de colaboração premiada depende de efetividade das informações repassadas pelo colaborador.

CERTO.

A colaboração premiada possui natureza jurídica de “meio de obtenção de prova” (art. 3º, I, da Lei nº 12.850/2013). Chamo atenção para esse fato: a colaboração premiada não é um meio de prova propriamente dito. A colaboração premiada não prova nada (ela não é uma prova). A colaboração premiada é um meio, uma técnica, um instrumento para se obter as provas.

“Enquanto os meios de prova são aptos a servir, diretamente, ao convencimento do juiz sobre a veracidade ou não de uma afirmação fática (p. ex., o depoimento de uma testemunha, ou o teor de uma escritura pública), os meios de obtenção de provas (p. ex.: uma busca e apreensão) são instrumentos para a colheita de elementos ou fontes de provas, estes sim, aptos a convencer o julgador (p. ex.: um extrato bancário [documento] encontrado em uma busca e apreensão domiciliar). Ou seja, enquanto o meio de prova se presta ao convencimento direto do julgador, os meios de obtenção de provas somente indiretamente, e dependendo do resultado de sua realização, poderão servir à reconstrução da história dos fatos” (BADARÓ, Gustavo. Processo Penal. Rio de Janeiro. Campus: Elsevier. 2012, p. 270).

#AJUDAMARCINHO

PREVISÃO NORMATIVA:

Podemos encontrar algumas previsões embrionárias de colaboração premiada em diversos dispositivos legais esparsos. Confira a relação:

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Código Penal (arts. 15, 16, 65, III, 159, § 4º);

• Crimes contra o Sistema Financeiro – Lei 7.492/86 (art. 25, § 2º);

• Crimes contra a Ordem Tributária – Lei 8.137/90 (art. 16, parágrafo único);

• Lei dos Crimes Hediondos – Lei 8.072/90 (art. 8º, parágrafo único);

• Convenção de Palermo – Decreto 5.015/2004 (art. 26);

• Lei de Lavagem de Dinheiro – Lei 9.613/98 (art. 1º, § 5º);

• Lei de Proteção às Testemunhas – Lei 9.807/99 (arts. 13 a 15);

• Lei de Drogas – Lei 11.343/2006 (art. 41);

• Lei Antitruste – Lei 12.529/2011 (art. 87, parágrafo único).

O instituto, no entanto, foi tratado com maior riqueza de detalhes pela Lei nº 12.850/2013 (Lei do Crime Organizado), em seus arts. 4º a 7º. Este é, atualmente, o diploma que rege, de forma geral, a colaboração premiada em nosso país, razão pela qual a explicação abaixo será feita com base nesta Lei.

NOMENCLATURA:

Normalmente, encontramos na doutrina e jurisprudência, a terminologia “delação premiada”.

A Lei 12.850/2013, no entanto, utilizou a expressão “colaboração premiada”. Existe alguma diferença?

SIM. Para parcela da doutrina, a nomenclatura “colaboração premiada” é mais ampla, devendo ser considerada como um gênero, do qual uma das suas espécies é a delação premiada.

A delação premiada ocorre quando o investigado ou acusado colabora com as autoridades delatando os comparsas, ou seja, apontando as outras pessoas que também praticaram as infrações penais.

Desse modo, como já dito, a delação é uma forma de exercer a colaboração premiada. Existem, contudo, outras espécies, conforme será visto mais a frente.

Exemplo de colaboração premiada que não é delação premiada: o autor confessa a prática do crime e não delata nenhum comparsa. No entanto, ele fornece todas as informações necessárias para que as autoridades recuperem o dinheiro desviado com o esquema criminoso e que se encontrava em contas bancárias no exterior.

Assim, toda delação premiada é uma forma de colaboração premiada, mas nem sempre a colaboração premiada será feita por meio de uma delação premiada.

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FORMAS DE COLABORAÇÃO PREMIADA (RESULTADOS QUE DEVEM SER ALCANÇADOS):

A Lei 12.850/2013 prevê, em seu art. 4º, cinco formas por meio das quais o investigado/réu poderá colaborar com a investigação e com o processo.

Assim, para ter direito aos benefícios decorrentes da colaboração, o indivíduo deverá fornecer informações efetivas com as quais as autoridades consigam pelo menos um dos seguintes resultados:

1) Identificar os demais coautores e partícipes da organização criminosa e as infrações penais por eles praticadas.

2) Revelar a estrutura hierárquica e a divisão de tarefas da organização criminosa.

3) Prevenir as infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa.

4) Recuperar total ou parcialmente o produto ou o proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa.

5) Localizar o paradeiro da vítima com a sua integridade física preservada.

Obs: reitero que basta que um desses cinco objetivos seja atingido para que o colaborador tenha direito ao benefício.

COLABORAÇÃO VOLUNTÁRIA E EFETIVA:

A colaboração deve ser voluntária, ou seja, o colaborador não pode ter sido coagido.

Vale ressaltar que a colaboração é considerada voluntária mesmo que a proposta não tenha partido do investigado/acusado. Isso porque não se exige que a colaboração seja espontânea, ou seja, que tenha partido do colaborador a ideia, a iniciativa. Basta que seja voluntária (que ele aceite livremente). Assim, se a polícia ou o MP propõem o acordo e este é aceito livremente pelo colaborador, esta colaboração é tida como voluntária.

A colaboração deve ser efetiva, isto é, somente será concedido o benefício se, com as informações fornecidas pelo colaborador, for obtido um dos resultados previstos nos incisos do art. 4º da Lei.

Não se exige que o colaborador demonstre arrependimento. Sendo uma colaboração voluntária e efetiva, a concessão do benefício é devida ainda que o investigado/acusado não tenha sentimentos altruístas.

MOMENTO:

A colaboração premiada e a concessão dos benefícios dela decorrentes podem ocorrer em três momentos:

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1) Na fase de investigação criminal (inquérito policial ou investigação conduzida pelo MP);

2) Durante o curso do processo penal (ainda que já em instância recursal);

3) Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

BENEFÍCIOS:

Poderão ser concedidos ao colaborador os seguintes benefícios (prêmios):

1) Não oferecimento da denúncia

Se o acordo de colaboração for firmado ainda na fase de investigação, sendo ele homologado pelo juiz, o Ministério Público poderá deixar de oferecer a denúncia contra o colaborador. Trata-se de uma exceção ao princípio da obrigatoriedade, segundo o qual, havendo justa causa, o MP é obrigado a oferecer a denúncia.

Para que o MP deixe de oferecer a denúncia contra o colaborador é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos:

A colaboração deve ser efetiva e voluntária;

b) O colaborador não pode ser o líder da organização criminosa;

c) O colaborador deve ter sido o primeiro a prestar efetiva colaboração.

#PISANOFREIO #OLHAAATUALIZAÇÃO:

Além dos requisitos acima elencados, a Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) incluiu mais um: que a proposta de acordo de colaboração refira-se a infração de cuja existência o Ministério Público não tenha prévio conhecimento.

2) Perdão judicial

Se a colaboração prestada for muito relevante, o Ministério Público ou o Delegado de Polícia poderão se manifestar pedindo que o juiz conceda perdão judicial ao colaborador, o que acarreta a extinção da punibilidade (art. 107, IX, do CP). Veja a redação do art. 4º, § 2º da Lei nº 12.850/2013:

Art. 4º. (...) §2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).

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3) Redução da pena

Outro benefício previsto ao colaborador é a redução da pena que lhe for imposta.

Se a colaboração ocorrer antes da sentença, ou seja, se a pessoa decidir colaborar antes de ser julgada: sua pena poderá ser reduzida em até 2/3.

Se a colaboração ocorrer após a sentença, ou seja, se a pessoa decidir colaborar apenas depois de ser condenada: sua pena poderá ser reduzida em até metade (1/2).

4) Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos

O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade do colaborador por pena restritiva de direitos mesmo que não estejam presentes os requisitos do art. 44 do CP.

5) Progressão de regime

Para que ocorra a progressão de regime, o réu deverá ter cumprido determinado tempo de pena. A isso chamamos de requisito objetivo da progressão.

Se o réu já estiver condenado e cumprindo pena e decidir colaborar, ele poderá receber como “prêmio” a progressão de regime ainda que não tenha atingido o requisito objetivo (§ 5º do art. 4º).

O STF entende que, caso a colaboração seja efetiva e produza os resultados almejados, o colaborador tem direito subjetivo à aplicação das sanções premiais estabelecidas no acordo, inclusive de natureza patrimonial (HC 127483/PR).

CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA A ESCOLHA DO BENEFÍCIO:

A Lei aponta os seguintes critérios para que o juiz escolha quais benefícios serão aplicados ao colaborador (§ 1º do art. 4º):

a) Personalidade do colaborador;

b) Natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso;

c) Eficácia da colaboração.

DIREITOS DO COLABORADOR

O art. 5º da Lei 12.850/2013 prevê os seguintes direitos ao colaborador:

I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica (Lei nº 9.807/99);

II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados;

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III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes;

IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;

V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;

VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.

PROCEDIMENTO ATÉ A ASSINATURA DO ACORDO DE COLABORAÇÃO:

1) Negociação do acordo

O investigado (ou acusado), assistido por advogado, negocia o acordo de colaboração premiada com o Delegado de Polícia ou com o Ministério Público.

O juiz não participará, em hipótese alguma, das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração (§ 6º do art. 4º).

Caso o magistrado interagisse nas negociações, haveria uma grave violação do sistema acusatório e um seríssimo risco de contaminação da sua imparcialidade, considerando que as informações enunciadas pelo eventual colaborador iriam incutir no julgador preconcepções sobre o próprio delator e seus comparsas. Se as negociações não culminassem com um acordo, a opinião do julgador a respeito do investigado/denunciado já estaria construída em seu psicológico considerando que teria ouvido confissões sobre os fatos criminosos.

Ademais, a simples presença do juiz da causa na tentativa de acordo poderia exercer uma indevida coerção velada para que o investigado/acusado aceitasse eventual proposta, o que contraria a natureza do instituto já que a colaboração deve ser voluntária.

2) Formalização do acordo e envio à Justiça

Caso as negociações tenham êxito, as declarações do colaborador serão registradas (em meio escrito ou audiovisual) e será elaborado um termo de acordo de colaboração premiada, a ser assinado por todas as partes e, então, remetido ao juiz para homologação.

3) Requisitos formais do acordo

Segundo o art. 6º, o termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por escrito e conter os seguintes requisitos formais:

I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;

II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;

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III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;

IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor;

V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário.

Na proposta encaminhada ao Judiciário já deverá ser especificado o benefício que deverá ser concedido ao colaborador (ex: redução de 2/3 da pena). Deve-se esclarecer, contudo, que o magistrado não está vinculado aos termos da proposta, podendo recusar a homologação da proposta que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessárias. (§ 8º do art. 4º).

4) O pedido de homologação do acordo é autuado como processo sigiloso

O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e o seu objeto.

As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48 horas. Obs: se já houver um juízo que estiver funcionando no caso (ex: tiver deferido interceptação telefônica, recebido a ação penal etc.), este será o competente para apreciar o acordo, sendo distribuído a ele por prevenção.

O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao Delegado de Polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.

O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipótese. (§ 3º do art. 7º).

5) Análise da homologação pelo juiz

As negociações do acordo de colaboração premiada ocorrem em âmbito extrajudicial, sendo vedada, como vimos, a participação do magistrado. Repetindo: o magistrado não participa da negociação do acordo.

Ocorre que, após celebrado, o pacto somente terá eficácia processual se for homologado pelo juiz.

Na análise da homologação do acordo, o juiz deverá examinar os seguintes aspectos:

a) Regularidade: se os aspectos formais e procedimentais foram atendidos;

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b) Legalidade: se a pactuação celebrada ofende algum dispositivo legal;

c) Voluntariedade: se o investigado/acusado não foi coagido a assinar o acordo.

Art. 4º (...) § 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessárias. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019).

“A homologação não representa juízo de valor sobre as declarações eventualmente já prestadas pelo colaborador à autoridade judicial ou ao Ministério Público.” (Min. Dias Toffoli, no HC 127483/ PR). Isso significa que, quando o juiz homologa o acordo de colaboração premiada, não significa que esteja concordando ou afirmando que as declarações prestadas pelo colaborador são verdadeiras. Tais declarações ainda serão objeto de apuração.

6) Audiênciasigilosaparaconfirmaravoluntariedadedoacordo

Se houver dúvida do juiz acerca da voluntariedade do acordo, ou seja, se houver suspeita de que tenha havido coação para que a pessoa colaborasse, o juiz poderá designar uma audiência sigilosa para ouvir o colaborador, que deverá estar acompanhado de seu defensor.

O Ministério Público não será intimado e não participará desta audiência.

7) Recusa à homologação

O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessárias.

Na análise da homologação, o juiz deverá se ater ao exame da regularidade, legalidade e voluntariedade do acordo. Assim, não pode o magistrado imiscuir-se em questões de discricionariedade investigatória ou fazer incursões sobre a conveniência e oportunidade da colaboração premiada. Esta não é sua competência.

Recurso contra a decisão do juiz que recusa a homologação do acordo: a lei não prevê. Diante desse silêncio, a doutrina afirma que cabe, por analogia, recurso em sentido estrito (art. 581, I, do CPP). Nesse sentido: Pacelli.

8) O que acontece após ser homologado o acordo

Se as declarações do investigado/acusado já forem suficientes para se obter um dos resultados previstos nos incisos do art. 4º: aplica-se a ele o benefício penal.

Se, além das declarações do investigado/acusado, for necessária a realização de medidas de colaboração: o prazo para oferecimento da denúncia ou o processo (caso já exista ação penal) ficarão

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suspensos por até 6 meses, prorrogáveis por igual período, até que

sejam cumpridas as medidas, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. Veja o que diz a Lei:

Art. 4º (...)

§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.

O acordo de colaboração premiada é um “negócio jurídico processual personalíssimo, que não pode ser impugnado por terceiros, ainda que venham a ser mencionados.” O que poderá atingir eventual corréu delatado são as imputações posteriores, constantes do depoimento do colaborador. (Min. Dias Toffoli, no HC 127483/PR).

9) Oitiva do colaborador

Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo Delegado de Polícia responsável pelas investigações.

Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial.

Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações.

10) Se após as diligências for constatada a relevância da colaboração prestada

Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o Delegado de Polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador.

Caso o juiz discorde, ele poderá invocar o procedimento previsto no art. 28 do CPP remetendo a manifestação do Promotor de Justiça ao Procurador Geral de Justiça (ou no caso de Procurador da República, encaminhando a circunstância à Câmara de Coordenação e Revisão do MPF).

RETRATAÇÃO DA PROPOSTA:

Mesmo após a proposta ter sido aceita, alguma das partes pode voltar atrás e se retratar?

SIM. Segundo o §10 do art. 4º, as partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu

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desfavor.

RENÚNCIA AO DIREITO AO SILÊNCIO E COMPROMISSO DE DIZER A VERDADE:

Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade (§14 do art. 4º).

COLABORADOR DEVERÁ SER SEMPRE ASSISTIDO POR ADVOGADO:

Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor (§15 do art. 4º).

VALOR PROBATÓRIO DA COLABORAÇÃO: DECLARAÇÕES DO COLABORADOR DEVEM SER CORROBORADAS COM OUTRAS PROVAS:

Segundo o §16 do art. 4º da Lei, nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.

Assim, as declarações do colaborador deverão ser corroboradas por outros elementos de prova.

Em verdade, mesmo que não houvesse tal previsão, é certo que, para a jurisprudência, a simples delação do corréu não é suficiente para uma condenação.

“Daí a importância daquilo que a doutrina chama de regra da corroboração, ou seja, que o colaborador traga elementos de informação e de prova capazes de confirmar suas declarações (v.g., indicação do produto do crime, de contas bancárias, localização do produto direto ou indireto da infração penal, auxílio para identificação de números de telefone a serem grampeados ou na realização de interceptação ambiental etc.).” (LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 545).

#SELIGANAJURISPRUDÊNCIA

Acordo de colaboração premiada e delegado de polícia.

O Plenário, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta para assentar a constitucionalidade dos §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei 12.850/2013, a qual define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal.

A ação impugnava as expressões “e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público” e “entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso”, contidas nos referidos dispositivos, que conferem legitimidade ao delegado de polícia para conduzir e firmar acordos de colaboração premiada

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(Informativo 888).

Prevaleceu o voto do ministro Marco Aurélio (relator), no sentido de que o delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão judicial.

No que se refere ao §2º do art. 4º da Lei 12.850/2013, o relator esclareceu que o texto confere ao delegado de polícia, no decorrer das investigações, exclusivamente no curso do inquérito policial, a faculdade de representar ao juiz, ouvido o Ministério Público, pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não haja sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Código de Processo Penal (CPP).

O perdão judicial é instituto que possibilita ao juiz deixar de impor sanção diante da existência de determinadas circunstâncias expressamente previstas em lei. Considerou que o dispositivo, portanto, traz nova causa de perdão judicial, admitido a depender da efetividade da colaboração. Não se trata de questão afeta ao modelo acusatório, deixando de caracterizar ofensa ao art. 129, I, da Constituição Federal (CF), relacionada, apenas, ao direito de punir do Estado, que se manifesta por intermédio do Poder Judiciário.

A representação pelo perdão judicial, proposta pelo delegado de polícia, ante colaboração premiada, ouvido o Ministério Público, não é causa impeditiva do oferecimento da denúncia pelo órgão acusador. Uma vez comprovada a eficácia do acordo, será extinta pelo juiz, a punibilidade do delator.

Quanto ao §6º do art. 4º da mesma lei, asseverou que o ato normativo em nenhum ponto afasta a participação do Ministério Público em acordo de colaboração premiada, ainda que ocorrido entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor. Não há, portanto, afronta à titularidade da ação penal. Ao contrário, a legitimidade da autoridade policial para realizar as tratativas de colaboração premiada desburocratiza o instituto, sem importar ofensa a regras atinentes ao Estado Democrático de Direito, uma vez submetido o acordo à apreciação do Ministério Público e à homologação pelo Judiciário.

Embora o Ministério Público seja o titular da ação penal de iniciativa pública, não o é do direito de punir. A delação premiada não retira do órgão a exclusividade da ação penal. A norma fixa as balizas a serem observadas na realização do acordo. Estas, porque decorrem de lei, vinculam tanto a polícia quanto o Ministério Público, tendo em vista que a nenhum outro órgão senão ao Judiciário é conferido o direito de punir.

O acordo originado da delação não fixa pena ou regime de cumprimento da sanção. Ao Poder Judiciário, com exclusividade, compete, nos termos do §1º do art. 4º da Lei 12.850/2013, para fins de concessão de vantagens, levar em conta a personalidade do delator, a natureza, as circunstâncias,

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a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração. Os benefícios que tenham sido ajustados não obrigam o órgão julgador, devendo ser reconhecida, na cláusula que os retrata, inspiração, presente a eficácia da delação no esclarecimento da prática delituosa, para o juiz atuar, mantendo a higidez desse instituto que, na quadra atual, tem-se mostrado importantíssimo. Longe fica o julgador de estar atrelado à dicção do Ministério Público, como se concentrasse a arte de proceder na persecução criminal, na titularidade da ação penal e, também, o julgamento, embora parte nessa mesma ação penal.

A norma legal prevê que, na prolação da sentença, serão estipulados os benefícios. Não se confunde essa definição, que só cabe a órgão julgador, com a propositura ou não da ação penal. No campo, é soberano o Ministério Público. Mas, quanto ao julgamento e à observância do que se contém na legislação em termos de vantagens, surge o primado do Judiciário. Para redução da pena, adoção de regime de cumprimento menos gravoso ou concessão do perdão judicial, há de ter-se instaurado o processo, garantindo-se a ampla defesa e o contraditório. Na sentença o juiz, ao verificar a eficácia da colaboração, fixa, em gradação adequada, os benefícios a que tem direito o delator.

Concluiu que os textos impugnados versam regras claras sobre a legitimidade do delegado de polícia na realização de acordos de colaboração premiada, estabelecendo a fase de investigações, no curso do inquérito policial, como sendo o momento em que é possível a utilização do instrumento pela autoridade policial.

Há previsão específica da manifestação do Ministério Público em todos os acordos entabulados no âmbito da polícia judiciária, garantindo-se, com isso, o devido controle externo da atividade policial já ocorrida e, se for o caso, adoção de providências e objeções.

As normas legais encontram-se em conformidade com as disposições constitucionais alusivas às polícias judiciárias e, especialmente, às atribuições conferidas aos delegados de polícia. Interpretação que vise concentrar poder no órgão acusador desvirtua a própria razão de ser da Lei 12.850/2013.

A supremacia do interesse público conduz a que o debate constitucional não seja pautado por interesses corporativos, mas por argumentos normativos acerca do desempenho das instituições no combate à criminalidade. A atuação conjunta, a cooperação entre órgãos de investigação e de persecução penal, é de relevância maior.

QUESTÃO 5

Júlio foi processado e condenado por tráfico de drogas e por integrar organização criminosa, tendo sua pena reduzida em 2/3 por ter realizado colaboração premiada durante as investigações. Em sede de apelação, Júlio pugnou pela absolvição, já que a colaboração

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premiada havia sido realizada sem a participação do juiz, o que acarretou a nulidade da ação. O recurso deverá ser provido.

ERRADO.

Pessoal, o juiz, conforme dispõe o artigo abaixo, não participa das negociações da colaboração premiada.

#DEOLHONALEI:

Art. 4º, Lei 12.850/2013 - O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:

(...)

§6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor.

QUESTÕES INÉDITAS

QUESTÃO 6

Sobre a Lei de Proteção à Testemunha (Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999), assinale a alternativa INCORRETA:

a) A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da prova.

CERTO.

Art. 2º A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidadedacoaçãooudaameaçaà integridade físicaoupsicológica,adificuldadedepreveni-lasoureprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da prova.

§ 1º A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou companheiro, ascendentes,

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descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, conformeoespecificamentenecessárioemcadacaso.

§ 2º Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.

§ 3º O ingresso no programa, as restrições de segurança e demais medidas por ele adotadas terão sempre a anuência da pessoa protegida, ou de seu representante legal.

§4ºApósingressarnoprograma,oprotegidoficaráobrigadoaocumprimentodasnormasporeleprescritas.

§ 5º As medidas e providências relacionadas com os programas serão adotadas, executadas e mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em sua execução.

b) A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, conforme o especificamente necessário em cada caso, no entanto, essas pessoas não poderão ter sua identidade alterada.

ERRADO.

A alteração do nome completo é uma das medidas de proteção previstas na Lei, e conforme o art. 9º, §1º, pode ser estendida ao cônjuge, companheiro, ascendentes, dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, inclusive aos filhos menores.

Art. 9º. § 1º A alteração de nome completo poderá estender-se às pessoas mencionadas no § 1º do art.2ºdestaLei,inclusiveaosfilhosmenores,eseráprecedidadasprovidênciasnecessáriasaoresguardode direitos de terceiros.

c) Toda admissão no programa ou exclusão dele será precedida de consulta ao Ministério Público e deverá ser subsequentemente comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.

CERTO.

Art. 3º Toda admissão no programa ou exclusão dele será precedida de consulta ao Ministério Público

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sobre o disposto no art. 2º e deverá ser subsequentemente comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.

d) Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e a defesa dos direitos humanos.

CERTO.

Art. 4º Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e a defesa dos direitos humanos.

e) Em caso de urgência e levando em consideração a procedência, gravidade e a iminência da coação ou ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo órgão executor, no aguardo de decisão do conselho deliberativo, com comunicação imediata a seus membros e ao Ministério Público.

CERTO.

Percebam que é o Conselho Deliberativo que determina a inclusão ou não da vítima ou testemunha no programa de proteção, o que pode ocorrer também de forma provisória. Ou seja, não é o juiz que decide isso (mas o magistrado pode solicitar essa inclusão ao Conselho).

GABARITO: B.

QUESTÃO 7

Assinale a alternativa CORRETA a respeito das disposições processuais penais na Lei de Proteção à Testemunha (Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999):

a) Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar nas modalidades preventiva e temporária.

ERRADO.

A lei dispõe que estão excluídos do programa os indiciados ou acusados que estejam submetidos

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a prisão cautelar, qualquer que seja a sua modalidade (preventiva, temporária, domiciliar, em flagrante delito).

b) A exclusão de qualquer pessoa do programa de proteção impede a prestação de medidas de preservação de sua integridade física por parte dos órgãos de segurança pública.

ERRADO.

A exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.

Art. 2º A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidadedacoaçãooudaameaçaà integridade físicaoupsicológica,adificuldadedepreveni-lasoureprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da prova.

§1ºAproteçãopoderáserdirigidaouestendidaaocônjugeoucompanheiro,ascendentes,descendentesedependentesquetenhamconvivênciahabitualcomavítimaoutestemunha,conformeoespecificamentenecessário em cada caso.

§ 2º Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.

c) As deliberações do conselho serão tomadas por maioria qualificada de dois terços de seus membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.

ERRADO.

Art. 6º O conselho deliberativo decidirá sobre:

I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;

II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.

Parágrafo único. As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta de seus membrosesuaexecuçãoficarásujeitaàdisponibilidadeorçamentária.

d) Dentre as medidas de proteção que podem ser deferidas pelo conselho deliberativo está a

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concessão de ajuda financeira mensal para prover as despesas regulares do indivíduo ou de sua família, como forma de assegurar o padrão de vida que mantinha antes do ingresso no programa.

ERRADO.

A concessão da ajuda financeira mensal deve ser para custear apenas as despesas necessárias à subsistência individual ou familiar da vítima ou testemunha. Não há nenhuma garantia de que o valor fixado deverá cobrir todos os gatos regulares do indivíduo ou de sua família. Além disso, compete ao conselho deliberativo fixar esse valor a cada início do exercício financeiro.

Art. 7º Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:

V-ajudafinanceiramensalparaproverasdespesasnecessáriasàsubsistênciaindividualoufamiliar,no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de desenvolver trabalho regular ou de inexistência de qualquer fonte de renda;

Parágrafoúnico.Aajudafinanceiramensalteráumtetofixadopeloconselhodeliberativonoiníciodecadaexercíciofinanceiro.

e) Cessada a coação ou ameaça que deu causa à alteração, ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz competente o retorno à situação anterior, com a alteração para o nome original, em petição que será encaminhada pelo conselho deliberativo e terá manifestação prévia do Ministério Público.

CERTO.

Art.9º.§5ºCessadaacoaçãoouameaçaquedeucausaàalteração,ficaráfacultadoaoprotegidosolicitar ao juiz competente o retorno à situação anterior, com a alteração para o nome original, em petição que será encaminhada pelo conselho deliberativo e terá manifestação prévia do Ministério Público.

Atentem para o fato de que é o próprio indivíduo que teve o nome alterado que irá solicitar o retorno à situação anterior ao juiz. Aqui não é o conselho deliberativo que atua. Não confundam, porém, com o inicial pedido de alteração do nome completo, que é encaminhado ao juiz pelo conselho deliberativo (e não diretamente pela vítima ou testemunha).

GABARITO: E.

QUESTÃO 8

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Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta:

I. O juiz não pode conceder, de ofício, perdão judicial ao réu colaborador, mas pode, de ofício, diminuir sua pena quando comprovada a sua primariedade.

ERRADO.

O juiz pode conceder o perdão judicial, extinguindo a punibilidade do agente, ou a causa de diminuição de pena, presentes os requisitos legais, de ofício ou a requerimento das partes. Lembrem-se que o perdão judicial pressupõe a primariedade do agente, enquanto a diminuição de pena não.

II. No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.

CERTO.

Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e proteção a sua integridade física, considerando ameaça ou coação eventual ou efetiva.

§1ºEstandosobprisãotemporária,preventivaouemdecorrênciadeflagrantedelito,ocolaboradorserá custodiado em dependência separada dos demais presos.

§ 2º Durante a instrução criminal, poderá o juiz competente determinar em favor do colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8º desta Lei.

§ 3º No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.

III. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.

CERTO.

Art.13.Parágrafoúnico.Aconcessãodoperdãojudiciallevaráemcontaapersonalidadedobeneficiadoe a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.

IV. A concessão do perdão judicial ou da diminuição de pena pressupõem a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa, a localização da vítima com sua integridade física preservada, ou a recuperação total ou parcial do produto do crime.

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CERTO.

Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:

I-aidentificaçãodosdemaiscoautoresoupartícipesdaaçãocriminosa;

II-alocalizaçãodavítimacomasuaintegridadefísicapreservada;

III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

Parágrafoúnico.Aconcessãodoperdãojudiciallevaráemcontaapersonalidadedobeneficiadoeanatureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.

Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificaçãodosdemaiscoautoresoupartícipesdocrime,nalocalizaçãodavítimacom vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.

V. A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de dois anos, sendo admissível sua prorrogação em circunstâncias excepcionais.

Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de dois anos.

Parágrafo único. Em circunstâncias excepcionais, perdurando os motivos que autorizam a admissão, a permanência poderá ser prorrogada.

GABARITO: D. I está incorreta.

QUESTÕES DE CONCURSOS JÁ REALIZADOS

QUESTÃO 9

Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 1ª REGIÃO Prova: Juiz federal

No que concerne a aspectos diversos do direito processual penal brasileiro, assinale a opção correta:

a) O laudo de exame de corpo de delito será realizado por, no mínimo, dois peritos oficiais,

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portadores de diploma de curso superior, sob pena de nulidade do laudo.

ERRADO.

A lei não dispõe sobre a exigibilidade de dois peritos, bastando apenas um. Da mesma forma, não existe a exigência expressa de diploma de curso superior.

Art.50.§1ºParaefeitodalavraturadoautodeprisãoemflagranteeestabelecimentodamaterialidadedodelito,ésuficienteolaudodeconstataçãodanaturezaequantidadedadroga,firmadoporperitooficialou,nafaltadeste,porpessoaidônea.

b) O juiz que represente criminalmente ou por infração ética contra o advogado que o tiver injuriado no curso de audiência de instrução processual deverá imediatamente declarar-se suspeito, em razão do princípio da imparcialidade.

ERRADO.

Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

c) Em julgamento de acusado de crime organizado para o tráfico de drogas, o juiz poderá conceder o perdão judicial ou reduzir a pena do acusado colaborador que identificar os demais integrantes do grupo e as infrações por eles praticadas.

ERRADO.

Não há previsão sobre perdão judicial, apenas diminuição de pena.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processocriminalnaidentificaçãodosdemaisco-autoresoupartícipesdocrimeenarecuperaçãototalouparcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

d) O MP, ao se manifestar acerca de questão preliminar suscitada na resposta à acusação, poderá requerer a absolvição do réu, ou mesmo a desistência da ação, essa restrita ao reconhecimento evidente da atipicidade do fato.

ERRADO.

Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

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e) Durante investigação policial em crime de tráfico de drogas, o juiz poderá autorizar a infiltração de agente policial em organização criminosa e poderá protrair a prisão em flagrante delito pelo transporte de drogas, a fim de identificar outros integrantes do grupo.

CERTO.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I-ainfiltraçãoporagentesdepolícia,emtarefasdeinvestigação,constituídapelosórgãosespecializadospertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizadosemsuaprodução,que seencontremno territóriobrasileiro, comafinalidadede identificareresponsabilizarmaiornúmerodeintegrantesdeoperaçõesdetráficoedistribuição,semprejuízodaaçãopenal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidosoitinerárioprováveleaidentificaçãodosagentesdodelitooudecolaboradores.

GABARITO: E.

QUESTÃO 10

Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: PC-MA Prova: Delegado de Polícia

No que se refere ao processamento do crime de tráfico de drogas, assinale a opção correta:

a) Conforme as circunstâncias, a aplicação do princípio da insignificância é cabível.

ERRADO.

É entendimento consolidado da jurisprudência a impossibilidade de aplicação do princípio da insignificância ao crime de tráfico de drogas, por ser um delito de perigo abstrato, que causa danos à saúde pública.

b) É incabível a progressão de regime prisional, devendo a pena ser iniciada e totalmente cumprida no regime fechado.

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ERRADO.

Não apenas o regime inicial pode ser distinto do fechado, mas também é plenamente possível a progressão de regime, atendidos os requisitos legais de ordem objetiva e subjetiva.

c) A fixação da pena-base pelo juiz deve levar em conta, entre outras circunstâncias, a quantidade de droga apreendida.

CERTO.

Além de valorar as circunstâncias judiciais previstas o art. 59 do CP, o juiz deve sopesar com preponderância a quantidade e a natureza da droga apreendida.

Art.42.Ojuiz,nafixaçãodaspenas,considerará,compreponderânciasobreoprevistonoart.59doCódigo Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

d) É necessária a demonstração da efetiva transposição de fronteiras entre estados da Federação para a incidência dessa causa de aumento da pena.

ERRADO.

Súmula 607 STJ: Amajorantedotráficotransnacionaldedrogas(art.40, I,daLein.11.343/2006)configura-secomaprovadadestinaçãointernacionaldasdrogas,aindaquenãoconsumadaatransposiçãode fronteiras.

e) É incabível a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.

ERRADO.

É cabível a conversão da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

GABARITO: C.

QUESTÕES INÉDITAS

QUESTÃO 11

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Sobre a interceptação telefônica, assinale a alternativa INCORRETA:

a) É proibido ao juiz prorrogar interceptação telefônica durante o plantão judiciário ou durante o recesso de fim de ano.

ERRADO.

#VAMOSENTENDER:

A Resolução 59/2008 do CNJ disciplina e uniformiza o procedimento de interceptação de comunicações telefônicas e de sistemas de informática e telemática nos órgãos jurisdicionais do Poder Judiciário.

Perante o STF, fio requerida a declaração de inconstitucionalidade da totalidade da referida norma, sustentando que o CNJ, ao editá-la, teria extrapolado sua competência regulamentar, e violado os artigos 2º; 5º, II e XII; 22, I; 48; 84, IV e 103-B, § 4º, da Constituição Federal.

O CNJ é órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da magistratura, possuindo natureza meramente administrativa. No âmbito de sua competência normativa, lhe é possível regular as rotinas cartorárias dos órgãos do Poder Judiciário, desde que isso não implique estender, para além da reserva legal, as hipóteses legalmente autorizadas de interceptação das comunicações. Por outro lado, o CNJ não pode criar obrigações que se estendam a órgãos estranhos ao Poder Judiciário.

O ato normativo em questão, de modo geral, observa tais premissas. Entretanto, em relação ao § 1º do art. 13 da Resolução 59/2008 (que proíbe que o juiz prorrogue a interceptação no período de recesso ou no plantão) o CNJ extrapolou sua competência normativa, adentrando em seara que lhe é imprópria. Assim, desrespeitou: (a) a competência legislativa estadual, no que concerne à edição das leis de organização judiciária locais (CF, art. 125, § 1º); (b) a competência legislativa na União para a edição de normas processuais (CF, art. 22, I); e (c) a norma constante do art. 5º, XXXV, da CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição.

b) Resolução editada pelo Conselho Nacional de Justiça que apenas regulamente questões administrativas e disciplinares relacionadas ao procedimento de interceptação telefônica, sem adentrar em matéria de direito penal, processual ou relativa a nulidades, não viola norma constitucional.

CERTO.

O ato em apreço é a Resolução 36/2009 do CNJ.

Para o STF, a resolução regulamentou a Lei 9.296/1996 para estabelecer um conjunto de limites à

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atuação do Parquet, como forma de proteger o jurisdicionado no que se refere (a) ao requerimento de interceptação; (b) ao pedido de prorrogação; e (c) à conclusão do procedimento.

De um lado, em cumprimento ao dever funcional de sigilo, o ato normativo enumerou validamente os critérios a serem observados pelos membros do Parquet nos casos de interceptação telefônica, com a finalidade de evitar excessos.

Não foram criados novos “requisitos formais de validade” das interceptações. Tampouco a inobservância dos preceitos contidos na resolução constitui causa de nulidade, mas sim motivo para a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra o agente público infrator, pois trata-se de regras ligadas aos deveres funcionais de sigilo na atuação ministerial.

A existência de um grau mínimo de uniformização atende ao princípio da eficiência, além de ser conveniente para a continuidade das investigações, especialmente ao se considerar a possibilidade de atuação de mais de um membro do Parquet no mesmo processo e em momentos distintos.

A resolução não impõe uma linha de atuação ministerial, apenas promove a padronização formal mínima dos ritos adotados nos procedimentos relacionados a interceptações telefônicas, em consonância com as regras previstas na Lei 9.296/1996.

c) Configura hipótese de crime achado a infração penal desconhecida e não investigada até o momento em que se descobre o delito.

CERTO.

Configura o chamado crime achado a situação na qual a interceptação telefônica, apesar de investigar determinado crime, acaba por revelar a prática de crime diverso (ex.: foi autorizada intercepção telefônica para o crime de tráfico, mas acabou-se descobrindo um crime de homicídio). Para o STF, e em consonância com a doutrina, presentes os requisitos constitucionais e legais, a prova deve ser considerada lícita.

d) Não há restrição legal ao úmero de vezes em que pode ocorrer a renovação da interceptação telefônica.

CERTO.

O STF tem admitido a razoável dilação das interceptações telefônicas, desde que respeitado o prazo de quinze dias entre cada uma das diligências, o que não caracteriza desrespeito ao art. 5º da Lei 9.296/1996.

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e) É válida a interceptação decretada por Juiz da Central de Inquéritos Criminais, ainda que este não seja competente para julgar a futura ação penal.

CERTO.

Para o STF, o art. 1º da Lei 9.296/1996 (“A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça”) não fixa regra de competência, mas sim reserva de jurisdição para quebra de sigilo, o que fora observado.

Além disso, há precedentes do STF que admitem a divisão de tarefas entre juízes que atuam na fase de inquérito e na fase da ação penal.

GABARITO: A.

QUESTÃO 12

Sobre a interceptação telefônica, assinale a alternativa CORRETA:

I. A interceptação das comunicações telefônicas não poderá ser determinada pelo juiz de ofício.

ERRADO.

O juiz pode determinar a interceptação das comunicações telefônicas de ofício ou a requerimento.

II. O pedido de interceptação das comunicações telefônicas deve ser feito por petição escrita e devidamente fundamentada, comprovada a impossibilidade de se obter a prova por outros meios admitidos em direito.

ERRADO.

Excepcionalmente, o pedido pode ser feito verbalmente.

Art.4°Opedidodeinterceptaçãodecomunicaçãotelefônicaconteráademonstraçãodequeasuarealização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.

§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.

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§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

III. A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

CERTO.

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.

IV. A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

CERTO.

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

GABARITO: B. I e II estão incorretas.

QUESTÕES DE CONCURSOS JÁ REALIZADOS

QUESTÃO 13

Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: Defensor Público

Considere as seguintes assertivas em relação ao procedimento previsto na Lei nº 11.343/06:

I. Para fins de reconhecimento da materialidade do crime de tráfico, a Lei de Tóxicos preceitua que é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

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ERRADO.

Essa exigência aplica-se apenas para a lavratura do auto de prisão em flagrante. Para a materialidade e consequente condenação, é preciso laudo definitivo.

II. Havendo concurso entre as condutas do art. 28 (posse de entorpecentes) e a figura do art. 33, § 3º (oferecer droga para o consumo em conjunto, sem objetivo de lucro), ambas da Lei nº 11.343/06, a competência será do Juizado Especial Criminal.

CERTO.

Ambas as condutas são crimes de menor potencial ofensivo.

III. O acusado será notificado para oferecer defesa prévia no prazo de 10 (dez) dias, podendo arrolar o número máximo de cinco testemunhas. O juiz, a seu turno, terá o prazo de 05 (cinco) dias para decidir acerca do recebimento da denúncia.

CERTO.

Art.55.Oferecidaadenúncia,ojuizordenaráanotificaçãodoacusadoparaoferecerdefesaprévia,por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

IV. Após o recebimento da denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, e ordenará a citação pessoal do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

ERRADO.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

V. No crime de tráfico de drogas, previsto no art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06, o réu não poderá apelar da sentença condenatória sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes.

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ERRADO.

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

GABARITO: E. II e III estão corretas.

QUESTÃO 14

Ano: 2018 Banca: NUCEPE Órgão: PC-PI Prova: Delegado de Polícia

Quanto aos programas de proteção requeridos por vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça, em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal, pode-se afirmar, que dentre outras medidas, se encontra:

a) segurança na residência, salvo o controle de telecomunicações;

ERRADO.

Art. 7º Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:

I - segurança na residência, incluindoocontroledetelecomunicações;

b) ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias à subsistência individual ou familiar, mesmo que a pessoa protegida tenha possibilidade de desenvolver trabalho regular;

ERRADO.

Art. 7º Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:

V-ajudafinanceiramensalparaproverasdespesasnecessáriasàsubsistênciaindividualoufamiliar,no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de desenvolver trabalho regular ou de inexistênciadequalquerfontederenda;

c) escolta e segurança nos deslocamentos da residência, inclusive para fins de trabalho ou para a prestação de depoimentos;

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CERTO.

Art. 7º Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:

II-escoltaesegurançanosdeslocamentosdaresidência,inclusiveparafinsdetrabalhoouparaaprestaçãodedepoimentos;

d) apoio e assistência psicológica e social, excluída a assistência médica;

ERRADO.

Art. 7º Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:

VII-apoioeassistênciasocial,médicaepsicológica;

e) suspensão indeterminada das atividades funcionais, sem prejuízo dos respectivos vencimentos ou vantagens, quando servidor público, excluído o militar.

ERRADO.

GABARITO: C.

QUESTÃO 15

Ano: 2016 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça

Segundo o disposto na Lei n. 9.807/99: terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos programas de que trata a citada lei; qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal.

CERTO.

Art.19-A.Terãoprioridadenatramitaçãooinquéritoeoprocessocriminalemquefigureindiciado,

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acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos programas de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)

Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos nesta Lei, devendojustificaraeventualimpossibilidadedefazê-lonocasoconcretoouopossívelprejuízoqueaoitivaantecipada traria para a instrução criminal.

QUESTÃO 16

Quanto às disposições processuais penais da Lei 9.613/98 (Lei de Lavagem de Bens, Valores e Capitais), assinale a alternativa INCORRETA:

a) O processo e o julgamento dos delitos de lavagem de capitais e suas formas equiparadas compete, em regra, à Justiça Estadual.

CERTO.

Art. 2º. III - são da competência da Justiça Federal:

a) quandopraticadoscontraosistemafinanceiroeaordemeconômico-financeira,ouemdetrimentode bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;

b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.

b) A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.

CERTO.

Art. 2º. § 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penalantecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.

c) Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção.

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CERTO.

Art. 4º. § 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre que estiveremsujeitosaqualquergraudedeterioraçãooudepreciação,ouquandohouverdificuldadeparasuamanutenção.

d) Se o acusado for citado por edital e não comparecer nem constituir advogado, o processo ficará suspenso, por aplicação subsidiária das disposições do Código de Processo Penal.

ERRADO.

Art. 2º. § 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.

e) A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo principal.

CERTO.

Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petiçãoautônoma,queseráautuadaemapartadoecujosautosterãotramitaçãoemseparadoemrelaçãoao processo principal.

GABARITO: D.

QUESTÃO 17

Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa INCORRETA a respeito das disposições processuais especiais da Lei 11.343/2006:

a) Tratando-se da conduta de porte de drogas para consumo pessoal, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e

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providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

CERTO.

Art.48.OprocedimentorelativoaosprocessosporcrimesdefinidosnesteTítulorege-sepelodispostoneste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

§2ºTratando-sedacondutaprevistanoart.28destaLei,nãoseimporáprisãoemflagrante,devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

b) Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

CERTO.

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§1ºParaefeitodalavraturadoautodeprisãoemflagranteeestabelecimentodamaterialidadedodelito,ésuficienteolaudodeconstataçãodanaturezaequantidadedadroga,firmadoporperitooficialou,nafaltadeste,porpessoaidônea.

c) É permitida a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, independentemente de autorização judicial, em qualquer fase da persecução criminal.

ERRADO.

A infiltração de agentes, na Lei 11.343/2006, pressupõe autorização judicial prévia.

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Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I-ainfiltraçãoporagentesdepolícia,emtarefasdeinvestigação,constituídapelosórgãosespecializadospertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizadosemsuaprodução,que seencontremno territóriobrasileiro, comafinalidadede identificareresponsabilizarmaiornúmerodeintegrantesdeoperaçõesdetráficoedistribuição,semprejuízodaaçãopenal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidosoitinerárioprováveleaidentificaçãodosagentesdodelitooudecolaboradores.

d) A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.

CERTO.

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.

e) O inquérito policial será concluído no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, quando solto, podendo a autoridade judiciária duplica-los, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade policial.

CERTO.

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido oMinistérioPúblico,mediantepedidojustificadodaautoridadedepolíciajudiciária.

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GABARITO: C.

QUESTÃO 18

Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa CORRETA:

I. O interrogatório, na Lei de Drogas, é o último ato da instrução.

CERTO.

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO:

A Lei nº 11.343/2006 tipifica os delitos envolvendo drogas. Além de prever os crimes, a referida Lei também traz o procedimento, ou seja, o rito que deverá ser observado pelo juiz.

Desse modo, a Lei nº 11.343/2006 traz um procedimento especial que possui algumas diferenças em relação ao procedimento comum ordinário previsto no CPP. Uma das diferenças reside no momento em que é realizado o interrogatório do réu. Vejamos:

CPP (art. 400) Lei nº 11.343/2006 (art. 57)

O art. 400 do CPP foi alterado pela Lei nº 11.719/2008 e, atualmente, o interrogatório deve ser feito depois da inquirição das testemunhas e

da realização das demais provas.

Em suma, o interrogatório passou a ser o último ato da audiência de instrução (segundo a antiga

previsão, o interrogatório era o primeiro ato).

O art. 57 da Lei de Drogas prevê que, na audiência de instrução e julgamento, o interrogatório do acusado seja feito antes da inquirição das

testemunhas.

Em suma, o interrogatório é o primeiro ato da audiência de instrução.

O que é mais favorável ao réu: ser interrogado antes ou depois da oitiva das testemunhas?

Depois. Isso porque após o acusado ouvir o relato trazido pelas testemunhas poderá decidir a versão dos fatos que irá apresentar. Se, por exemplo, avaliar que nenhuma testemunha o apontou como o autor do crime, poderá sustentar a negativa de autoria ou optar pelo direito ao silêncio. Ao contrário, se entender que as testemunhas foram sólidas em incriminá-lo, terá como opção viável confessar e obter a atenuação da pena.

Dessa feita, a regra do art. 400 do CPP é mais favorável ao réu do que a previsão do art. 57 da Lei nº 11.343/2006.

Mudançadeentendimento.Tesefixadacomefeitosprospectivos.

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Vale ressaltar que, antes deste julgamento, o Tribunal estava dividido. Por conta disso, o STF, por questões de segurança jurídica, afirmou que a tese fixada (interrogatório como último ato da instrução em todos os procedimentos penais) só se tornou obrigatória a partir da data de publicação da ata deste julgamento (10/03/2016). Logo, os interrogatórios realizados antes de tal data são válidos, ainda que não tenham observado o art. 400 do CPP, ou seja, ainda que tenham sido realizados como primeiro ato da instrução.

II. Em situações excepcionais, admite-se que a comprovação da materialidade do crime de tráfico possa ser efetuada por meio do laudo de constatação provisório, quando ele permita grau de certeza idêntico ao do laudo definitivo.

CERTO.

Nos casos em que ocorre a apreensão do entorpecente, o laudo toxicológico definitivo é imprescindível à demonstração da materialidade delitiva do delito e, nesse sentido, tem a natureza jurídica de prova. Isso significa que, faltando o laudo toxicológico definitivo, não estaremos diante de um caso de mera nulidade (absoluta ou relativa). Na verdade, estaremos diante de uma falta de prova da materialidade, conduzindo à absolvição do réu. Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. HC 350.996/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/08/2016.

A jurisprudência admite, em situações excepcionais, que a comprovação da materialidade do crime possa ser efetuada por meio do laudo de constatação provisório, quando ele permita grau de certeza idêntico ao do laudo definitivo, pois elaborado por perito oficial, em procedimento e com conclusões equivalentes. Isso porque, a depender do grau de complexidade e de novidade da droga apreendida, sua identificação precisa como entorpecente pode exigir, ou não, a realização de exame mais complexo que somente é efetuado no laudo definitivo.

III. Para a lavratura do auto de prisão em flagrante e para o oferecimento da denúncia basta o laudo toxicológico provisório.

CERTO.

O laudo pericial sobre a natureza e a quantidade da droga é o que vai certificar a materialidade do delito, afirmando que a substância e droga e está prevista na lista da Portaria 344/98. Trata-se do laudo preliminar (e não definitivo), que é necessário para o recebimento da denúncia, elaborado por perito oficial ou por pessoa idônea.

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IV. O laudo de constatação preliminar da substância entorpecente constitui condição de procedibilidade para apuração do crime de tráfico de drogas.

CERTO.

O laudo preliminar constitui condição objetiva de procedibilidade, o que significa dizer que a denúncia não pode ser oferecida sem ele. Caso a denúncia seja oferecida e recebida sem o laudo de constatação, não haverá justa causa para a ação penal, cabendo a impetração de ordem de habeas corpus.

GABARITO: D. Todas estão corretas.

QUESTÃO 19

Sobre as disposições processuais especiais previstas na Lei de Falência e Recuperação de Empresas, assinala a alternativa INCORRETA:

a) Os crimes previstos na Lei 11.101/2005, de Falência e Recuperação de Empresas, são de ação pública incondicionada.

CERTO.

Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

b) O prazo para oferecimento da denúncia é de 15 dias, sendo cabível ação penal privada subsidiária da pública por qualquer credor habilitado ou pelo administrador judicial.

CERTO.

Art. 184. Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1º, sem que o representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses.

Art. 187. § 1º O prazo para oferecimento da denúncia regula-se pelo Código de Processo Penal, salvo seoMinistérioPúblico,estandooréusoltoouafiançado,decidiraguardaraapresentaçãodaexposiçãocircunstanciada de que trata o art. 186 desta Lei, devendo, em seguida, oferecer a denúncia em 15 (quinze) dias.

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c) A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação extrajudicial é condição objetiva de punibilidade.

CERTO.

A condição objetiva de punibilidade pode ser vista de duas formas: a primeira forma é a consideração dela como um acontecimento futuro e incerto, cuja realização é necessária para a integração jurídica do crime. É um elemento exterior ao tipo legal de crime, elemento suplementar do tipo, de forma que caso não haja a sua implementação, o delito não se configura.

A segunda forma é a consideração da condição objetiva de punibilidade como elemento imprescindível à punição, ao exercício do jus puniendi, mas não essencial à integração do crime, que já existe com todos os seus elementos constitutivos. Assim, a condição objetiva de punibilidade, como o nome sugere, é um acontecimento futuro e incerto que condiciona a punibilidade propriamente dita. O delito já existe e já se aperfeiçoou. Contudo, a sua punição fica condicionada ao advento desse acontecimento futuro e incerto.

A segunda forma de ver a condição objetiva de punibilidade é a forma adotada majoritariamente no Brasil. Assim, caso não haja a sentença que decrete a falência, que conceda a recuperação judicial ou que conceda a recuperação extrajudicial, não haverá o exercício da punibilidade.

d) Compete ao juiz criminal do local da infração conhecer da ação penal pelos crimes falimentares.

ERRADO.

Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei.

GABARITO: D.

QUESTÃO 20

É correto o que se afirma em:

I. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador, nos termos da Lei de Organização Criminosa.

CERTO.

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Art. 4º. § 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II. O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime.

CERTO.

Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído, contendo apenas informaçõesquenãopossamidentificarocolaboradoreoseuobjeto.

§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.

§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipótese. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

III . O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.

CERTO.

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamentoparaqueamedidalegalseconcretizenomomentomaiseficazàformaçãodeprovase obtenção de informações.

§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado

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ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.

IV. A infiltração de agentes na Lei de Organização Criminosa será autorizada pelo prazo de até meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.

CERTO.

Art.10.Ainfiltraçãodeagentesdepolíciaemtarefasdeinvestigação,representadapelodelegadode polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites.

§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

§2ºSeráadmitidaainfiltraçãosehouverindíciosdeinfraçãopenaldequetrataoart.1ºeseaprovanão puder ser produzida por outros meios disponíveis.

§3ºAinfiltraçãoseráautorizadapeloprazodeaté6(seis)meses,semprejuízodeeventuaisrenovações, desde que comprovada sua necessidade.

GABARITO: E. Todas estão corretas.