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    HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 

    Histórico da Educação Ambiental  

    Considerando-se que educação ambiental é um processo em construção permanente e que, portanto,torna-se um instrumento de aprendizagem em constante movimento, alguns fatos e acontecimentosmarcantes na história mundial têm sua importância para o estudo proposto neste texto, como os queagora destacamos. 

    Em 1869, Ernest Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre espécies e seuambiente. Três anos depois, é criado o primeiro Parque Nacional do mundo, o de Yellowstone, nos EstadosUnidos. Desde então, e principalmente após a 2ª Grande Guerra quando do crescimento desenfreado daprodução industrial e do conseqüente acirramento da degradação do meio ambiente, começaram a surgirproblemas de dimensões globais, que rompiam fronteiras e extrapolavam a regionalidade, como apoluição de rios e mananciais internacionais, a chuva ácida, o buraco na camada de ozônio, o efeito estufa,as ilhas de calor nos grandes centros urbanos, entre outros. 

    Nesse momento, percebeu-se a importância de uma reflexão mais profunda e a necessidade de umtrabalho conjunto entre as nações, concentrando recursos financeiros e tecnológicos para a solução dessasquestões e/ou para minimização dos impactos desses fenômenos no meio ambiente. Nesse sentido,diversas atitudes passam a ser tomadas, principalmente nos países do hemisfério norte. Algumas delas sãoemblemáticas, tais como a fundação em 1947, na Suíça, a UICN – União Internacional para a Conservaçãoda Natureza, a mais antiga instituição ambientalista de que se tem registro. 

    No entanto, ainda não se relaciona diretamente as alternativas de solução aos problemas ambientais amudança de comportamento e a questão educacional. Só em 1965, foi utilizada pela primeira vez, a

    expressão “Educação Ambiental” (Environmental Education), durante a “Conferência de Educação”, daUniversidade de Keele, na Grã-Bretanha. 

    O Clube de Roma e o Crescimento Zero 

    Em 1968, é fundado o Clube de Roma pelo industrial italiano Aurélio Peccei e pelo químico inglêsAlexander King, que agregou 100 empresários, políticos, cientistas sociais, preocupados com asconseqüências do modelo de desenvolvimento predatório adotado pelos países ricos do ocidente e querapidamente se espalhava por todo o globo terrestre. Em 1971, o Clube encomenda ao MIT  – Instituto deTecnologia de Massachussets, Estados Unidos - um estudo sobre a situação do Planeta. 

    Como resultado é publicado no ano seguinte, um relatório que leva o nome de “Limites do Crescimento”,que recomenda crescimento zero da atividade econômica e da população, como forma de garantir acontinuidade da existência da espécie humana do Planeta. Tal documento é duramente criticado,principalmente porque congelava desigualdades e não previa mudanças nos padrões de produção econsumo adotados pela sociedade, nem tampouco propunha uma redistribuição de riquezas entre ospaíses e as diferentes camadas da população. 

    De qualquer modo, foi a primeira vez que um sério instituto de pesquisa, financiado por poderososempresários do primeiro mundo, apontava a situação a que o Planeta estava exposto. Por fim, o mundotomava conhecimento, oficialmente, das limitações ambientais ao crescimento. 

     A Conferência de Estocolmo 

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    No mesmo ano da publicação, 1972, e como sua conseqüência direta, aconteceu a Conferência das NaçõesUnidas, em Estocolmo, debatendo o tema “Crescimento Econômico e Meio Ambiente”, com a presença de113 países. 

    Esta Conferência é considerada um marco político internacional para o surgimento de políticas degerenciamento ambiental. Ali foram propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma novavisão das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento; gerados e criados novos importantes

    programas como o das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); gerados documentos da relevânciada Declaração sobre o Ambiente Humano, uma afirmação de princípios de comportamento eresponsabilidade que deveriam governar as decisões relativas à área ambiental e o Plano de Ação Mundial,uma convocação à cooperação internacional para a busca de soluções para os problemas ambientais. 

    A Conferência também constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junhode cada ano. A partir dela, a atenção mundial foi direcionada para as questões ambientais, especialmentepara a degradação ambiental e a poluição interfronteiras, popularizando o conceito da dispersão, degrande importância para evidenciar o fato de que a poluição não reconhece limites políticos ou geográficose afeta países, regiões e pessoas para muito além do ponto em que foi gerada. 

     A posição brasileira 

    O Brasil, a esta época em plena vigência do regime militar, havia adotado o chamado modelo econômico“nacional-desenvolvimentista”, onde o crescimento a qualquer custo era visto como ferramenta fundantepara o progresso e para a melhoria da qualidade de vida da população e vinha acumulando sucessivosíndices positivos de crescimento do Produto Interno Bruto. 

    Era a década do “milagre brasileiro” e os investimentos governamentais em grandes obras eramconsideradas prioritários, a rodovia Transamazônica, a Ponte Rio - Niterói, a Usina de Energia Nuclear deAngra, entre outros, ampliavam a infra-estrutura que, por sua vez, possibilitava o crescimento desenfreado

    que exigia ainda mais infra-estruturas de base. Novas estradas, novos portos, novas fronteiras agrícolas,imensos conjuntos habitacionais e assim consecutivamente. Não era de se estranhar, portanto que, diantedas discussões em Estocolmo, os representantes brasileiros não tenham reconhecido a gravidade dosproblemas ambientais. 

    Mesmo enfrentando discordâncias, a Conferência de Estocolmo representou um avanço nas negociaçõesmundiais e tornou-se o marco para o entendimento dos problemas planetários e para a emergência depolíticas ambientais em muitos países, adotando o slogan “Uma Única Terra” e propondo a busca de umanova forma de desenvolvimento para o mundo. No mesmo Plano de Ação, foi recomendado odesenvolvimento de novos métodos e recursos instrucionais para a Educação Ambiental e a capacitação de

    professores. 

    Congresso de Belgrado 

    Três anos mais tarde, o Congresso de Belgrado propõe a discussão de nova ética planetária para promovera erradicação da pobreza, analfabetismo, fome, poluição, exploração e dominação humanas. Censurava odesenvolvimento de uma nação à custa de outra e propõe a busca de um consenso internacional. Sugeriutambém a criação de um Programa Mundial em Educação Ambiental. Como resultado, a UNESCO cria,então, o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), que até os dias de hoje temcontinuamente atuado na EA internacional e regionalmente. O PIEA mantém uma base de dados com

    informações sobre instituições de EA em todo o mundo, além de projetos e eventos que envolvemestudantes, professores e administradores. 

     A Conferência de Tbilisi  

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    A reunião internacional que de fato revolucionou a EA foi a Conferência Intergovernamental sobreEducação Ambiental, promovida pela UNESCO e realizada em Tbilisi, na Geórgia em 1977. Embora o eventofosse governamental, participantes não-oficiais se fizeram presentes, marcando posições e interferindo nasdiscussões. Conseguiram grandes avanços e estratégias e pressupostos pedagógicos foram adicionados aosseus documentos. 

    A declaração final de Tbilisi estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráter

    interdisciplinar, crítico, ético e transformador. Anuncia que a EA deveria basear-se na ciência e natecnologia para a tomada de consciência e adequada compreensão dos problemas ambientais,fomentando uma mudança de conduta quanto à utilização dos recursos ambientais. 

    Nosso Futuro Comum 

    Durante toda a década subseqüente, a humanidade buscou conhecimentos e acordos para propor umanova sociedade, de caráter local e global. 

    Em 1983, por decisão da Assembléia Geral da ONU, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente eDesenvolvimento – CMMAD. Presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland,tinha como objetivo analisar a interface entre a questão ambiental e o desenvolvimento e propor umplano de ações. 

    Essa Comissão, chamada de Comissão Brundtland, circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em 1987,com um relatório chamado “Nosso Futuro Comum”. E é nesse relatório que se encontra a definição dedesenvolvimento sustentável mais aceita e difundida em todo o Planeta: “Desenvolvimento sustentável éaquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futurassatisfazerem suas próprias necessidades”. 

    Segundo a Comissão, o desafio era trazer as considerações ambientais para o centro das tomadas de

    decisões econômicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos níveis: local, regional e global. 

    Conferencia de Moscou 

    A conferência seguinte foi a de Moscou (capital da antiga União Soviética), que reuniu cerca de trezentoseducadores ambientais de cem países. Visou fazer uma avaliação sobre o desenvolvimento da EA desde aConferência de Tbilisi, em todos os países membros da UNESCO. A EA, nessa conferência não-governamental, reforçou os conceitos consagrados pela de Tbilisi, a saber, a Educação Ambiental deveriapreocupar-se tanto com a promoção da conscientização e transmissão de informações, como com odesenvolvimento de hábitos e habilidades, promoção de valores, estabelecimento de critérios padrões e

    orientações para a resolução de problemas e tomada de decisões. Portanto, objetivar modificaçõescomportamentais nos campos cognitivo e afetivo. 

    Rio-92 

    A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), oficialmentedenominada de “Conferência de Cúpula da Terra” e informalmente de Eco-92 ou Rio-92, foi realizada noRio de Janeiro entre 03 e 14 de junho de 1992, 20 anos após a Conferência de Estocolmo e teve grandeimportância para reforçar e ampliar essa nova abordagem ambiental, que já vinha sendo discutida emdocumentos anteriores. 

    Fez história ao chamar a atenção do mundo para uma questão nova na época: a compreensão de que osproblemas ambientais estão intimamente ligados às condições econômicas e à justiça social. Reconheceu anecessidade de integração e equilíbrio entre as questões sociais e econômicas para a sobrevivência da vidahumana no Planeta. Reuniu 103 chefes de estado e um total de 182 países e centenas de organizações da

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    sociedade civil cuja ação teve relevante impacto ao demonstrar claramente os limites da exploração dosrecursos naturais. A Conferência aprovou cinco acordos oficiais internacionais: a Declaração do Rio sobreMeio Ambiente e Desenvolvimento; a Declaração de Florestas; a Convenção-Quadro sobre MudançasClimáticas; a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Agenda 21, um documento que propõe novosmodelos políticos para o mundo em busca do desenvolvimento sustentável. Paralelamente, asorganizações não governamentais reunidas no Fórum Internacional das ONGS e 

    dos Movimentos Sociais, finalizaram e aprovaram o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades 

    Sustentáveis e Responsabilidade Global. 

    Assim, no âmbito governamental e no da sociedade civil, o conceito de sustentabilidade ganha força e estanova visão implica na implantação de um modelo de desenvolvimento que garanta a manutenção da Vidano Planeta sob todos os aspectos. 

    Carta Brasileira para a Educação Ambiental  

    Paralelamente à Rio-92, o governo brasileiro, através do Ministério da Educação e Desporto – MECorganizou um workshop, no qual foi aprovado um documento denominado “Carta Brasileira para aEducação Ambiental”, enfocando o papel do estado, estimulando, em particular, a instância educacionalcomo as unidades do MEC e o Conselho de Reitores 

    Quadro-síntese do histórico da Educação Ambiental no mundo 

    ANO / ACONTECIMENTOS 

    SÉCULO XIX 

    1869 Ernst Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre as espécies e seuambiente. 

    1872 Criação do primeiro parque nacional do mundo “Yellowstone”, USA. 

    SÉCULO XX 

    1947 Funda-se na Suíça a UICN- União Internacional para a Conservação da Natureza 

    1952 Acidente de poluição do ar em Londres provoca a morte de 1600 pessoas 

    1962 Publicação da “Primavera Silenciosa” por Rachel Carlson 

    1965 Utilização da expressão “Educação Ambiental” (Enviromental Education) na “Conferência deEducação” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha. 

    1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assembléia Geral da ONU 

    1968 Fundação do Clube de Roma 

    1972 Publicação do Relatório “Os Limites do Crescimento” - Clube de Roma 

    1972 Conferência de Estocolmo - Discussão do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito deEcodesenvolvimento. Recomendação 96 Educação e Meio Ambiente 

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    1973 Registro Mundial de Programas em Educação Ambiental - USA 

    1974 Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia – Reconhece a Educação Ambiental comoeducação integral e permanente. 

    1975 Congresso de Belgrado - Carta de Belgrado estabelece as metas e princípios da Educação Ambiental 

    1975 Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA 

    1976 Reunião Sub-regional de EA para o ensino Secundário Chosica, Peru. Questões ambientais na AméricaLatina estão ligadas às necessidades de sobrevivência e aos direitos humanos. 

    1976 Congresso de Educação Ambiental em Brasarville, África, reconhece que a pobreza é o maiorproblema ambiental. 

    1977 Conferência de Tbilisi – Geórgia. Estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráterinterdisciplinar, critico, ético e transformador. 

    1979 Encontro Regional de Educação Ambiental para América Latina em San José, Costa Rica. 

    1980 Seminário Regional Europeu sobre EA , para Europa e América do Norte. Assinala a importância dointercâmbio de informações e experiências. 

    1980 Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO - PNUMA. 

    1980 Primeira Conferência Asiática sobre EA Nova Delhi, Índia 

    1983 Formação da Comissão Brundtland 

    1987 Divulgação do Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum. 

    1987 Congresso Internacional da UNESCO - PNUMA sobre Educação e Formação Ambiental em Moscou,URSS. Realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi, reafirma os princípios de Educação Ambiental eassinala a importância e necessidade da pesquisa, e da formação em Educação Ambiental . 

    1988 Declaração de Caracas, Venezuela, sobre Gestão Ambiental na América. Denuncia a necessidade demudar o modelo de desenvolvimento. 

    1989 Primeiro Seminário sobre materiais para a Educação Ambiental em Santiago, Chile. 

    1989 Declaração de HAIA, preparatória da RIO 92, aponta a importância da cooperação internacional nasquestões ambientais. 

    1990 Conferência Mundial sobre Ensino para Todos, satisfação das necessidades básicas de aprendizagem,Jomtien, Tailândia. Destaca o conceito de Analfabetismo Ambiental 

    1990 ONU Declara o ano 1990 como Ano Internacional do Meio Ambiente. 

    1991 Reuniões preparatórias da Rio 92. 

    1992 Conferencia sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, Rio/92 – Criação da Agenda 21. 

    Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. 

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    1992 FORUM das ONG’s - compromissos da sociedade civil com a Educação Ambiental e o Meio Ambiente. 

    1992 Carta Brasileira de Educação Ambiental. Aponta as necessidades de capacitação na área. MEC. 

    1993 Congresso Sul-Americano - continuidade Eco/92 - Argentina 

    1993 Conferência dos Direitos Humanos. Viena. 

    1994 Conferência Mundial da População. Cairo 

    1994 I Congresso Ibero Americano de Educação Ambiental. Guadalajara, México. 

    1995 Conferência para o Desenvolvimento Social. Copenhague. Criação de um ambiente econômico-político-social-cultural e jurídico que permita o desenvolvimento social. 

    1995 Conferência Mundial da Mulher (Pequim, China) 

    1995 I Conferência Mundial do Clima (Berlim, Alemanha) 

    1996 Conferência Habitat II (Istambul, Turquia) 

    1996 II Conferência Mundial do Clima (Genebra, Suíça) 

    1997 II Congresso Ibero-americano de EA . Junho (Guadalajara, México) 

    1997 Conferência sobre Educação Ambiental (Nova Delhi, Índia) 

    1997 Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública

    para a Sustentabilidade, Thessaloniki, Grécia. Rio + 5 Sessão especial da Assembléia Geral da ONU realizadaen Nova York. 

    1997 III Conferencia das Partes (Quioto, Japão) onde foi proposto. O PROTOCOLO DE QUIOTO, acordo paradiminuição dos gases efeito estufa. 

    1999 Conferência Mundial do Clima (Bonn, Alemanha) 

    2000 Conferência Mundial do Clima (Haia, Holanda) 

    2001 I FÓRUM SOCIAL MUNDIAL (Porto Alegre, Brasil) 

    2002 Rio + 10 (Joanesburgo, África) 

    2002 II Fórum Social Mundial ( Porto Alegre, Brasil) 

    2002 VIII Conferência Mundial do Clima, adoção da Declaração de Déli sobre Mudanças Climáticas eDesenvolvimento Sustentável ( Nova Déli, Índia) 

    2003 III Fórum Social Mundial (Porto Alegre, Brasil) I Conferencia Brasileira de Meio Ambiente 

    2004 IV Fórum Social Mundial (Índia) 

    2004 V Fórum de Educação Ambiental ( Goiânia, Brasil) 

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    BRASIL/IBAMA – Como o Ibama exerce a educação ambiental. Coordenação Geral de Educação Ambiental – Brasília: Edições IBAMA, 2002. 

    BRASIL/IBAMA – Diretrizes para Operacionalização do Programa Nacional de Educação Ambiental. Brasília:Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1996. 

    BRASIL/IBAMA – Pensando e praticando a educação ambiental na gestão do meio ambiente. Brasília:

    Edições IBAMA, 2000. 

    BRASIL/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – Educação ambiental legal. Secretaria de Educação Fundamental,Coordenação Geral de Educação Ambiental, Brasília: MEC, 2002. 

    BRASIL/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensinofundamental – temas transversais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 

    1998. 

    BRASIL/MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – I Conferência Nacionalde Educação Ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal

     – MMA e Ministério da Educação e do Desporto – MEC, 1997. 

    DUAILIBI, Miriam; ARAUJO Luciano. Oficina de Educação Ambiental para Gestão. Secretaria do MeioAmbiente de São Paulo, 1995. 

     A Educação Ambiental é o processo em que se busca despertar apreocupação individual e coletiva para a questão ambiental, procura trabalhar amudança cultural, a transformação social, a crise ambiental como uma questãoética e política. (Patrícia Mousinho, 2003)

     A velocidade dos acontecimentos aumenta dia-a-dia. Nesta nebulosapós-modernidade, a educação tenta reagir e mudar antigosparadigmas. Essas mudanças, porém, dependem de uma reforma dopensamento e esta deve começar pela reformulação do pensamentodidático-pedagógico do professor. A função do professor é ser um agente facilitador desse processo e oscurrículos escolares devem ser elaborados de tal maneira que haja a articulaçãodas disciplinas para alcançar uma visão do todo. Conteúdos isolados devem sersubstituídos por planos de ação integrados com a realidade e o todo. A palavra interdisciplinaridade está ligada a palavra disciplina, ou seja, éum complexo que reúne de maneira global todas as disciplinas valorizando esta

    de maneira uniforme, separando a importância de cada uma, onde o conteúdo eas informações são analisadas e aproveitadas em outras áreas.O sufixo inter, tem como papel unir as disciplinas, fornecendo aoseducadores condições de trabalhar de forma ampla e organizada, despertando13nesses a parceria, valorizando o trabalho em conjunto, dando respaldo para osdiscentes sanarem suas dúvidas com o educador que estiver em sala, sem estarministrando a matéria correspondente ao determinado assunto. A ação interdisciplinar aliada às práticas pedagógicas, sendo areconstrução dos conteúdos disciplinares a relação do ser-no-outro, valorizandoassim a descoberta das diferenças e a riqueza da diversidade. Os fundamentosbásicos para que a interdisciplinaridade aconteça são os seguintes:Movimento Dialético: Exercício de dialogar com nossas própriasproduções, com o propósito de extrair desse diálogo novosindicadores, novos pressupostos.

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    Recurso da Memória: Memória – registro, escrita e realizada emlivros, artigos, resenhas, anotações, cursos, palestras, e a memóriavivida e refeita no diálogo com todos esses trabalhos registrados.Parceria: Tentativa de iniciar o diálogo com outras formas deconhecimento a que não estamos habituados, e nessa tentativa, apossibilidade de interpretação dessas formas.Sala de Aula interdisciplinar: A sala de aula é o lugar onde ainterdisciplinaridade habita[...] verificamos que os elementos quediferenciam uma sala de aula interdisciplinar de outra nãointerdisciplinarsão a ordem e o rigor travestidos de uma nova ordem ede um novo rigor.[...] a avaliação numa sala de aula interdisciplinaracaba por transgredir todas as regras de controle costumeiro utilizadas.respeito ao modo de ser de cada um A interdisciplinaridade decorremais do encontro de indivíduos do que de disciplinas.Projeto de vida: Um projeto interdisciplinar pressupõe a presença deprojetos pessoais de vida e o processo de desvelamento de um projetopessoal de vida é lento, exigindo uma espera adequada.busca da totalidade: O conhecimento interdisciplinar busca a

    totalidade do conhecimento, respeitando-se a especificidade dasdisciplinas: a escolha de uma bibliografia é sempre provisória, nuncadefinitiva. (Ivani Fazenda,1995, p.81-89)Nas escolas, a estrutura curricular, não favorece aos discentes apossibilidade de ver o mundo de forma mais complexa e mais crítica. Porém emtodo processo de educação há sempre uma esperança. (Paulo Freire.,1983)p.79,afirma que. Não há educação sem amor e sem esperança. Assim, na Educação Ambiental além de uma visão crítica da realidade do planeta, o educador devemanter a esperança, pois toda verdadeira educação deve ser transformadora.14O professor deve estar cada vez mais, preparado, para reelaborar as

    informações que recebe, e dentre elas, as ambientais, a fim de poder transmitir edecodificar para os alunos a expressão dos significados sobre o meio ambiente ea ecologia nas suas múltiplas determinações.Segundo (Vigotski, 1991), a Educação Ambiental deve ser vista como umprocesso de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas deconhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária. A grande maioria das atividades são feitas dentro de uma modalidadeformal. Quase sempre os temas são: lixo, proteção do verde, uso e degradaçãodos mananciais, ações para conscientizar a população da poluição do ar. Otrabalho que está sendo realizado no Brasil é ainda tímido e a presença dosórgãos do governo, em relação à coordenação desses trabalhos é muito restrito.

    Para que a Educação Ambiental possa ser inserida nos atuais sistemaseducacionais, faz-se necessário o desenvolvimento de novos sistemas educativosque propiciem práticas sensibilizadoras, oportunizando um contato com ossentidos para ampliar a percepção sobre o ambiente em que vivemos. O desafiode fortalecer uma educação ambiental é prioritário para viabilizar uma práticaeducativa que articule de forma incisiva a necessidade de se enfrentar adegradação ambiental e os problemas sociais.Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, instituídos Lei deDiretrizes e Bases da Educação Nacional n º 9394/96, indicam as diretrizes parao educador trabalhar o tema transversal - Meio Ambiente, (Iria Brzezinski,2002).

     A escola deve selecionar as prioridades e conteúdos, de acordo com alugar em que se encontra inserida, levando em conta o contexto social,econômico, cultural, a sua história e seus costumes, pois estes elementosdeterminam a diferença entre uma escola e outra, quanto a forma de trabalhar os

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    temas transversais15 A proposta dos PCNs, com o tema Meio Ambiente, ajudaria os alunos aconstruírem uma consciência global e local das questões relacionadas com omeio, para que possam assumir posições de melhoria da proteção e conservação,assim aprenderiam a desenvolver senso de responsabilidade e de solidariedade,de modo a respeitar o ambiente e as pessoas.Para planejar, elaborar e colocar em prática um Projeto Participativo deEducação Ambiental é necessário seguir alguns passos básicos.· Escolha do coordenador e comissão: É importante que seja umeducador dinamizador que apresenta as esferas cognitivas, afetivas que tenhadomínio técnico, porém de qualquer área, nem sempre de ciências ou debiologia, pois tratando de Meio Ambiente todos nós somos responsáveis.· Reunião para a escolha do tema: Participação de todos osrepresentantes da comunidade escolar, principalmente para levantamento dosproblemas. O registro da reunião deve ser registrado em ata e assinada por todospois é um documento democrático.· Identificação: Dados sobre a Unidade Escola (endereço, cidade, fonte)

    Unidade Central que pertence e do projeto(coordenador, carga horária, nome doprojeto e pessoas envolvidas no projeto).· Caracterização do problema/introdução: Coloca-se um histórico doproblema, suas implicações e outras informações que permitam o diagnóstico deforma mais fiel possível. Pode elaborar um questionário, antes da introdução.· Justificativa: Após caracterizar o problema, explica-se o porquê doprojeto, colocando evidências de que a proposta é viável.· Objetivos: São os resultados que querem alcançar (Para que oprojeto?)· Metodologia: Resultados parciais, concretos e diretos, elementosquantitativos e qualitativos (como fazer?)

    16· Cronograma: Um projeto tem início, meio e fim, visualização gráficadas atividades a serem realizadas. Tempo gasto para cada atividade (Quando?)· Recursos materiais e /ou financeiros: Discrição dos materiaisnecessários para a realização das atividades, bem como o valor financeiro.· Avaliação: Como será avaliado? A avaliação deverá ser contínua ereflexiva, durante todas as etapas do projeto.· Bibliografia: Mostrará o material teórico utilizado como base para aelaboração do projeto. (Luisa Helena Silva.)Na elaboração de um Projeto de Educação Ambiental é necessário aparticipação de toda a comunidade, pois “Tudo o que acontece no mundo, seja 

    no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então, eupreciso participar das decisões que interferem na minha vida” (Herbert de Souza, o Betinho).