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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
REJANE SARAIVA DE SANTIAGO
GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA TÊXTIL:
ESTUDO DE CASOS DO CEARÁ
JOÃO PESSOA - PB
2011
2
REJANE SARAIVA DE SANTIAGO
GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA TÊXTIL:
ESTUDO DE CASOS DO CEARÁ
Dissertação de Mestrado elaborado junto ao
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção para obtenção do título de Mestre
em Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adissi
JOÃO PESSOA - PB
2011
3
S235g Santiago, Rejane Saraiva de
Gestão ambiental na indústria têxtil: estudo de casos do Ceará /
Rejane Saraiva de Santiago – João Pessoa, 2011.
110f.:il.
Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adissi
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – PPGEP - Programa
de Pós-Graduação em Engenharia de Produção/ CT - Centro de Tecnologia/
UFPB - Universidade Federal da Paraíba.
1. Impacto ambiental 2. Gestão ambiental 3. ISO 14001 4.
Indústria-têxtil I. Título.
CDU 658.562(043)
4
REJANE SARAIVA DE SANTIAGO
Gestão Ambiental na Indústria Têxtil: estudo de casos
do Ceará
Dissertação submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal da Paraíba como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do título de Mestre.
Área de concentração: Gestão Ambiental
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Paulo José Adissi, (Dr)
Universidade Federal da Paraíba
Orientador
____________________________________________________
Profa. Lúcia Helena Xavier, (Dra)
Fundação Joaquim Nabuco
Examinadora Interna
____________________________________________________
Profa. Renata Paes de Barros Camara, (Dra)
Universidade Federal da Paraíba
Examinadora Externa
5
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho ao meu avô Jared Santiago (in memoriam)
que contribuiu muito para a minha formação
e que é um exemplo de determinação e bondade.
6
AGRADECIMENTOS
Muitas pessoas colaboraram para que este trabalho fosse concluído. A vocês, toda a
minha gratidão:
Ao Prof. Dr. Paulo José Adissi por suas valiosas contribuições, confiança, atenção e
paciência.
A Profa. Dra. Lúcia Helena Xavier pelo apoio, compreensão e incentivo.
A todo o Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
que contribuiu para enriquecer o meu conhecimento.
Aos meus pais, Arnóbio Santiago e Maria Saraiva, pelo amor que me dedicaram,
por toda confiança que me deram e por todos os sonhos que me ajudaram a realizar.
Ao meu irmão, Reuber Saraiva, pela ajuda e incentivo.
A minha tia Marlúcia Santiago, que esteve presente em toda minha vida e
principalmente neste momento de conclusão do meu trabalho.
Enfim, a minha família que perto ou distantes contribuiu para mais essa realização
profissional.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Benefícios da implantação de um SGA...................................................... 19
Figura 02 – Mapa Estratégico para indústria brasileira período de 2007 – 2015........... 23
Figura 03 – Distribuição das certificações ISO 14001 brasileiras até 2006, por
Região........................................................................................................... 26
Figura 04 - Processo de avaliação de desempenho........................................................ 38
Figura 05 - Processo de fabricação têxtil....................................................................... 42
Figura 06 - Etapa de fiação............................................................................................. 43
Figura 07 - Etapa de tecelagem...................................................................................... 43
Figura 08 - Etapa de tingimento..................................................................................... 44
Figura 09 - Etapa de estamparia..................................................................................... 45
Figura 10 - Etapa de acabamento................................................................................... 46
Figura 11 - Processo de fabricação têxtil e os impactos gerados................................... 48
Figura 12 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade I – Produto Índigo........... 60
Figura 13 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade I e os impactos gerados... 62
Figura 14 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade V – Produto Fio............... 67
Figura 15 - Linhas de Produção da Têxtil Bezerra de Menezes S/A............................. 74
Figura 16 - Processo produtivo da Têxtil Bezerra de Menezes S/A – Produto Fios...... 75
Figura 17 – Processo produtivo Têxtil Bezerra de Menezes S/A e os impactos
gerados.......................................................................................................... 78
Figura 18 – Planilha de Caracterização dos Resíduos.................................................... 80
Figura 19 – Planilha de Comprovantes de destinação de resíduos.......................... 82
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Empresas Certificadas ISO 14001 no estado do Ceará.......................... 25
Quadro 02 - Família ISO 14000................................................................................. 34
Quadro 03 - Agrupamento das normas ISO 14000 orientadas para organizações e
orientadas para produtos......................................................................... 35
Quadro 04 - Impactos ambientais produzidos pela indústria têxtil............................ 50
Quadro 05 - Os sujeitos da pesquisa e as características das indústrias estudadas..... 52
Quadro 06 - Esquema da pesquisa.............................................................................. 53
Quadro 07 - Unidades da Têxtil Bezerra de Menezes S/A................................................... 56
Quadro 08 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade V e os impactos
gerados.................................................................................................... 69
Quadro 09 - Produtos da Têxtil Bezerra de Menezes S/A ......................................... 73
Quadro 10 - Quadro dos objetivos específicos e conclusões da pesquisa..................
9
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo descrever os impactos ambientais da indústria têxtil e
verificar ações de gerenciamento, prevenção, controle e tratamento desses impactos pelas
indústrias têxteis cearenses. Para isso, buscou-se estudar a realidade dos impactos ambientais
das atividades da indústria têxtil descrevendo os seus processos produtivos de fiação e
tecelagem e os respectivos impactos gerados por cada etapa. Foram estudadas duas empresas,
uma com certificação e outra sem, verificando-se as formas de gerenciamento dos aspectos
ambientais de entrada e de saída, como consumo de água e de energia, e a geração de
resíduos, gases e efluentes, respectivamente. Pode-se concluir que, embora a certificação ISO
14.001, experimentada por uma das empresas, possibilitou a consolidação do seu sistema de
gestão ambiental, as performances ambientais das empresas estudadas não apresentaram
diferenças significativas.
Palavras-chave: impacto ambiental, indústria-têxtil, gestão ambiental e ISO 14001.
10
ABSTRACT
The present work to the objective describe the environmental impacts of the textile industry
and check stock management, prevention, treatment and control those impacts by textile
Ceará. To do this we sought to study the reality of the environmental impacts of the textile
industry describing the processes of spinning and weaving and the impacts generated by each
step. We studied two companies with one another without certification and certification and
sought to identify ways of managing these impacts of entry and exits, as water consumption
and waste generation, respectively. The identification of these significant impacts was critical
to achieve the key evaluate control measures used by textile industries.
Keywords: environmental impact, industry, textile, environmental management and ISO
14001.
11
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – ASPECTOS GERAIS........................................................................ 13
1.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 13
1.2 JUSTIFICATIVAS................................................................................................... 22
1.3 OBJETIVOS............................................................................................................. 29
1. 3.1 Objetivo geral................................................................................................. 29
1. 3.2 Objetivos específicos..................................................................................... 29
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA....................................................... 30
2.1 GESTÃO AMBIENTAL.......................................................................................... 30
2.2 NORMAS ISO 14000............................................................................................... 33
2.3 INDICADORES AMBIENTAIS.............................................................................. 36
2.4 INDÚSTRIA TÊXTIL E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS................................. 39
2.4.1 O processo técnico de fiação e tecelagem....................................................... 41
2.4.2 Os principais aspectos (ou impactos) ambientais da fiação e tecelagem........ 46
CAPÍTULO III – METODOLOGIA APLICADA..................................................... 51
3.1 NATUREZA DA PESQUISA.................................................................................. 51
3.2 CENÁRIO DA PESQUISA...................................................................................... 51
3.3 SUJEITOS DA PESQUISA...................................................................................... 51
3.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA......................................................................... 52
3.5 TRATAMENTO DE DADOS.................................................................................. 53
3.6 QUADRO GERAL................................................................................................... 53
3.7 QUESTIONÁRIO..................................................................................................... 53
3.8 EMPRESAS PESQUISADAS.................................................................................. 54
CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASO........................................................................ 57
4.1 OS CASOS DA VICUNHA TÊXTIL S/A....................................................... 57
4.1.1 Unidade I..................................................................................................... 59
12
4.1.1.1 O processo técnico de fabricação – Unidade I............................... 59
4.1.1.2 Impactos ambientais e ações de controle........................................ 61
4.1.1.2.1 Consumo de energia.................................................................. 63
4.1.1.2.2 Consumo de água...................................................................... 64
4.1.1.2.3 Resíduos sólidos........................................................................ 64
4.1.1.2.4 Poeiras....................................................................................... 65
4.1.1.2.5 Efluentes.................................................................................... 65
4.1.2 Unidade V................................................................................................... 66
4.1.2.1 O processo técnico de fabricação – Unidade V.............................. 66
4.1.2.2 Impactos ambientais e ações de controle........................................ 69
4.1.2.2.1 Consumo de energia.................................................................. 69
4.1.2.2.2 Consumo de água...................................................................... 69
4.1.2.2.3 Resíduos sólidos........................................................................ 70
4.1.2.2.4 Poeiras....................................................................................... 70
4.1.2.2.5 Efluentes.................................................................................... 70
4.2 SOBRE A TÊXTIL BEZERRA DE MENEZES...................................................... 71
4.2.1 O processo técnico de fabricação – TBM........................................................ 72
4.2.2 Impactos ambientais e ações de controle......................................................... 76
4.2.2.1 Consumo de energia....................................................................... 79
4.2.2.2 Resíduos sólidos............................................................................. 79
4.2.2.3 Poeiras............................................................................................ 83
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES............................................................................... 84
5.1 CONCLUSÕES......................................................................................................... 84
5.2 LIMITAÇÕES DO TRABALHO............................................................................. 85
5.3 RECOMENDAÇÕES.............................................................................................. 86
13
6. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 87
APÊNDICES..................................................................................................................... 92
ANEXOS......................................................................................................................... 99
14
CAPÍTULO I
1. 1 INTRODUÇÃO
O setor têxtil, em função de seu significativo potencial poluidor, está sujeito a uma
gama de pressões sociais em prol da redução de seus impactos ambientais exercidas tanto pelo
poder público como pela comunidade e clientes.
A primeira providência adotada pelas empresas industriais, para amenizar os
problemas ambientais, por volta das décadas de 1960 e 1970, de acordo com Fontenele e
Sousa Júnior (2004), foi a instalação de equipamentos de controle da poluição nas saídas,
como filtros nas chaminés e tratamento de efluentes líquidos, por força de exigências legais.
Esse tipo de solução apenas remediava os efeitos dos prejuízos ambientais já causados, sem
combater as causas da poluição.
A partir da década de 1980, a partir da Lei Nº 6938 (BRASIL, 1981), o meio ambiente
empresarial brasileiro passou a modificar seu comportamento éticoambiental, encarando a
responsabilidade ambiental como uma necessidade de sobrevivência, mediante a integração
do controle ambiental ao processo produtivo, envolvendo a seleção das matérias-primas, o
desenvolvimento de novos processos e produtos, o reaproveitamento de recursos naturais, a
reciclagem de resíduos e a integração com o meio ambiente. Coerentemente com a legislação
ambiental que nomeou a compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico através do
estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e
manejo de recursos ambientais como um dos seus objetivos.
A referida lei estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente que tem por objetivo
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendendo os seguintes
princípios (BRASIL, 1981):
15
- Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
- Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
- Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
- Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
- Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
- Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
- Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
- Recuperação de áreas degradadas;
- Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
- Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
Essa mesma legislação criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA)
formado pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
Municípios que serão responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, assim
estruturado: Órgão Superior (Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA), Órgão
Central (Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA), Órgãos Setoriais (Órgãos ou
Entidades da Administração Pública Federal), Órgãos Seccionais (Órgãos ou Entidades
Estaduais) e Órgãos Locais (Órgãos ou Entidades Municipais).
A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE), o Órgão Seccional do
Estado do Ceará, é a responsável pela execução da Política Estadual de Controle Ambiental,
dando cumprimento às normas estaduais e federais de proteção, controle e utilização racional
dos recursos ambientais e fiscalizando a sua execução.
Cabe à SEMACE, entre outras atividades, a emissão das licenças ambientais previstas
pelo SISNAMA: licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e licença de operação (LO).
Na emissão da LP, fica definida se o futuro empreendimento necessita ou não de estudos de
16
impactos ambientais (EIA). Com a LI a empresa está autorizada a implantação no local
previsto, necessitando, ainda da LO para iniciar a produção.
Após a emissão da Licença de Operação, cabe a SEMACE, fiscalizar o cumprimento
das ações de controle ambiental nela previstas, como o de monitoramento de efluentes,
emissões gasosas e resíduos sólidos. Para isso, a SEMACE possui um serviço de Fiscalização
e Monitoramento Pós-licenças que realiza inspeções periódicas, com o objetivo de
acompanhar, de maneira sistematizada e padronizada, os procedimentos de controle da
poluição.
As atenções da SEMACE voltam-se prioritariamente para as atividades que utilizam
recursos florestais (lenha, madeira) e que lançam efluentes, verificando cadastros obrigatórios,
os prazos das licenças ambientais e outras documentações específicas, como mostram os itens
abaixo:
- Licenças ambientais;
- Cadastro Técnico Federal (CTF): data de inicio da operação, capacidade operacional
instalada, porte da empresa, volume consumido de matéria-prima florestal, quantidade
de produto produzido, etc;
- Sistema Eletrônico de Controle Florestal: volume de entrada de produtos florestais
(tora, lenha, carvão vegetal) no pátio da empresa, volume comercializado de
subprodutos florestais (madeira beneficiada por grau de industrialização, carvão
vegetal, etc.); e
- Documentos como: dados do consumo de energia para cruzamento de informações
entre consumo mensal de energia e produção mensal; Informações sobre o número de
funcionários, fixos, temporários no escritório, linha de produção e pátio de estocagem,
verificando se o número de funcionários é compatível com a produção de madeira
beneficiada por parte da empresa e com as atividades realizadas por ela; etc.
Recentemente, foi decretada a Lei Nº 12.305 (BRASIL, 2010) alterando a Lei nº 9.605
(BRASIL, 1998) e dando outras providências. Esta Lei instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre
as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os
perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos
econômicos aplicáveis.
17
A Lei 12.305 vigora desde sua regulamentação pelo Decreto 7404/2010 com uma
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e um Sistema de Logística Reversa. Essa
política adota os seguintes objetivos a serem seguidos pelas empresas industriais (BRASIL,
2010):
- Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
- Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos,
bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
- Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais;
- Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias
primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
- Gestão integrada de resíduos sólidos;
- Articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor
empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de
resíduos sólidos;
- Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial
voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos
sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético; dentre outros.
Segundo Art. 13º, para os efeitos desta lei, os resíduos sólidos são classificados quanto
à origem e as indústrias se encaixam no item que trata dos resíduos industriais que são
provenientes dos processos produtivos e das instalações industriais. Estas empresas estão
sujeitas a elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, segundo Art. 20º, inciso
I da mesma lei.
Para tratamento desses resíduos, a Lei Nº 12.305 (BRASIL, 2010), institui alguns
instrumentos como planos de resíduos sólidos; coleta seletiva; o incentivo à criação e ao
desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis; o monitoramento e a fiscalização ambiental; a cooperação técnica
entre os setores públicos e privados; incentivos fiscais; a educação ambiental, dentre outros.
Com isso, as atividades das empresas públicas ou privadas devem ser exercidas de
acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente, que a partir da Política Nacional de
Resíduos Sólidos tende a ser cada vez mais detalhada e específica, atendendo as exigências
das normas previstas para implantação e operação.
18
No entanto, de acordo com Fontenele e Sousa Júnior (2004, p.3), as normas e padrões
de meio ambiente tem relação com o princípio da internalização do efeito externo, haja vista
que uma multa, por exemplo, somente é aplicada caso ocorra infrações. Já as licenças e
permissões e controle do uso do solo e da água são aplicadas como instrumento de
preservação ambiental.
As críticas à abordagem de comando e controle referem-se a sua ineficiência, uma vez
que implica apenas em correção de problemas ambientais gerados por práticas passadas e o
custo de limpar a poluição é muito alto. Essa abordagem exige normalmente a padronização
da tecnologia, o que não gera incentivos para a busca de soluções inovadoras, que poderiam
ser menos poluentes, com custos mais baixos e maior retorno comercial.
Uma pesquisa realizada por Abreu et al. (2008), em 16 indústrias têxteis nordestinas
instaladas nos Estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, mostrou que
existe uma maior preocupação com a conduta ambiental que com a conduta social. Este
comportamento decorre da existência de pressões ambientais da estrutura da indústria,
principalmente provocadas por clientes e comunidade, além das exigências legais. A pesquisa
revelou que essas pressões são mais fortes e presentes na área ambiental que social.
Para Seiffert (2007, p. 47), as razões para adoção de condutas ambientais não ligam-se
apenas à legislação. Em muitos casos, uma ação de controle ambiental pode ser associada a
uma oportunidade de negócio como: aumentar a qualidade do produto; aumentar a
competitividade das exportações; atender ao consumidor com preocupações ambientais;
atender a reivindicação da comunidade; atender a pressão de organização não governamental
ambientalista; estar em conformidade com a política social da empresa; e melhorar a imagem
perante a sociedade.
Segundo Tenório et al. (2006, p. 10) a performance ambiental de uma organização é
determinada pelo conjunto de pressões exercidas pela estrutura de mercado – formada pela
concorrência, consumidores, comunidade, órgãos governamentais e não governamentais – e
pela sua postura ambiental que vai definir, em última análise, que tipos de crenças e valores
são importantes para a empresa.
Como resposta a essas pressões, torna-se necessária à adoção de mecanismos que
possibilitem a melhoria da performance ambiental e ainda permitam um posicionamento
seguro no concernente às questões relacionadas a impactos ambientais de suas atividades.
19
Para Sanches (1996) citado por Fontenele e Sousa Júnior (2004, p. 04), as questões
ambientais das empresas industriais podem ser divididas em quatro posturas: (i) não
conformidade; (ii) reativa; (iii) em transição; e (iv) proativa.
A não conformidade representa uma omissão ou uma não resposta da empresa em
relação aos riscos ambientais, os quais não são percebidos, conhecidos ou aceitos. A postura
reativa demonstra um atendimento às pressões ou exigências do mercado e regulamentação
governamental, sendo caracterizada pelo controle ambiental nas saídas. Nesse caso, a
poluição é tratada como externa ao sistema produtivo e à organização (FONTENELE &
SOUSA JÚNIOR, 2004).
Na postura em transição, segundo Fontenele e Sousa Júnior (2004, p. 5), a poluição é
tratada como um problema inerente ao processo produtivo e é encarada como um sinal de
ineficiência. As decisões gerenciais são adotadas também para atender às pressões ou
exigências do mercado e regulamentação governamental.
A postura proativa é caracterizada pela antecipação ao surgimento de problemas
ambientais, bem como às pressões ou exigências do mercado e regulamentação
governamental, mediante a integração do controle ambiental na gestão administrativa e no
planejamento estratégico da empresa. As empresas industriais proativas identificam
oportunidades de criar novos processos, produtos e mercados, procurando se capacitar melhor
para enfrentar os desafios e promover a proteção e responsabilidade ambientais, com vistas a
alcançar o desenvolvimento sustentável (FONTENELE & SOUSA JÚNIOR, 2004).
Essas posturas podem ser mensuradas através de indicadores de performance
ambiental associados aos seus principais aspectos ambientais. Os aspectos ambientais
identificados como significativos são os que: representam maiores riscos ambientais; possuem
legislação ambiental relacionada e; aqueles casos que trabalhados adequadamente,
representam uma oportunidade de redução de custo ou aumento de receita (TENÓRIO, et al.,
2006).
Com isso, um elemento fundamental para garantir o desempenho econômico, ou
produtivo e ambiental de uma empresa industrial é a utilização de tecnologias ambientais para
a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
Segundo Gomes e Silva (2008), empresas que praticam um SGA podem alcançar
vantagens competitivas significativas, integrando e equilibrando interesses econômicos e
20
ambientais. Uma boa implementação traz benefícios econômicos, também concedendo à
empresa recursos disponíveis ao desenvolvimento financeiro e ambiental.
Tais benefícios podem ser: equilíbrio com a legislação (conformidade legal); imagem
pública (melhoria da reputação e competitividade entre empresas); redução de custos;
responsabilidade social e compromisso ético (conformidade junto à matriz e clientes); e
educação ambiental (visão preventiva) versus preservação ambiental (visão corretiva) (Figura
01).
Figura 01 – Benefícios da implantação de um SGA.
Fonte: Gomes e Silva, 2008.
A redução de custos (Figura 01) é um dos benefícios que as empresas vem buscando,
pois as maneiras de reduzir ou eliminar seus resíduos e o consumo responsável de recurso
natural tornam as empresas mais competitivas e mais lucrativas.
Empresas certificadas pela norma ISO 14.001:2004 tendem a exigir que seus
fornecedores também sejam, possibilitando assim, a introdução de melhorias na qualidade
ambiental para toda a cadeia produtiva.
Devido a pressões de demanda e requisitos da matriz, as organizações recomendam
que as empresas se certifiquem com as normas ISO 14.001:2004 e cada vez mais empresas
assumem essa postura.
Outro benefício, segundo Gomes e Silva (2008, p. 13) é a mudança na visão antiga das
empresas de reagir a impactos e acidentes ambientais; atualmente se pensa em prevenir as
ações, evitando que elas ocorram. Algumas empresas ainda utilizam a visão antiga, porém
21
estas não são bem vistas no mercado. O mais sábio é evitar os problemas ambientais para
impedir as possíveis destruições, como vem acontecendo desde a década de 80 com o
processo de amadurecimento das empresas no desenvolvimento do comportamento
éticoambiental encarando a reponsabilidade ambiental como sustentabilidade, economizando
assim, despesas com compensação, remediação, multas e desgaste da imagem da organização.
As principais normas de gestão ambiental que apresentam as diretrizes para
implementação do Sistema de Gestão Ambiental são as normas internacionais ISO
14001:2004 e ISO 14004:2004 que faz parte do conjunto da série ISO 14000; sendo a norma
ISO 14001:2004 a única norma certificável dentro deste conjunto. A implementação de um
SGA, segundo critérios da ISO 14001:2004, exige o cumprimento de 17 requisitos normativos
estruturados de forma a se estabelecer um sistema de melhoria contínua. Esses requisitos
estão divididos em cinco grupos ou fases de implementação: a política ambiental; o
planejamento; a implementação e operação; a verificação e ação corretiva; e a análise crítica
(CAMPOS, et al., 2006).
Para Gomes e Silva (2008, p. 16), a implementação de um SGA é feita seguindo
quatro fases de suma importância:
1. Definição do projeto: para designar os passos da implantação do sistema
2. Planejamento: focado nos passos que nortearão as ações
3. Instalação: quando é realizada a implantação propriamente dita
4. Auditoria e certificação.
No entanto, a implantação do SGA, por si só, não garante uma performance ambiental
eficiente, pois, a indústria deve contar também com a participação e conscientização de todos,
desde a alta direção até o chão de fábrica, para que essa melhoria seja real e contínua.
O processo de certificação pela norma ISO 14001:2004 não estabelece, a priori, níveis
de desempenho ambiental; as performances são definidas nas metas estabelecidas na fase de
planejamento do SGA. Essas metas podem não satisfazer um conjunto de consumidores,
comunidades e a sociedade. Em alguns casos, até mesmo o cumprimento da legislação,
requisito obrigatório da Política Ambiental, pode ser substituído, provisoriamente, por um
ajuste de conduta acordado com os órgãos ambientais.
Segundo Fontenele e Sousa Júnior (2004, p. 3), uma solução alternativa seria uma
abordagem híbrida, que inclua a regulamentação governamental e acordos voluntários
22
ajustados para problemas ambientais específicos, considerando que o mercado sozinho não
tem força suficiente para alterar o comportamento das empresas em relação ao meio ambiente.
O resultado esperado pelas indústrias, após a obtenção da certificação ISO, é uma
melhoria na reputação e na imagem da empresa – um motivo baseado no relacionamento entre
o desempenho ambiental (performance) e o desempenho econômico (uma considerável
vantagem de marketing e financeira).
O desempenho ambiental são os resultados mensuráveis do SGA relativos ao controle
de uma organização, sobre seus aspectos ambientais, com base na política, seus objetivos e
metas ambientais, sendo um termo sinônimo de performance ambiental citada anteriormente.
A indústria têxtil, objeto de estudo desta dissertação, preocupada com sua imagem e
atenta aos novos padrões de gestão, vem, aos poucos, aderindo à certificação ambiental.
Moura (2000) citado por Seiffert (2002, p. 75), apresenta oito razões para a adesão da
indústria têxtil a certificação ISO 14001:2004, quais sejam:
1. Maior satisfação dos clientes, em virtude de preferência por produtos
ambientalmente saudáveis, desde que itens como qualidade, preço e condições de
entrega estejam dentro das expectativas dos clientes;
2. Melhoria da imagem da empresa junto aos agentes protetores do meio ambiente;
3. Conquista de novos mercados em virtude da possibilidade de atuação em
determinados nichos;
4. Redução dos riscos com penalidades legais e acidentes no processo produtivo;
5. Melhoria da administração da empresa, com maior controle dos processos
organizacionais, precisão nas informações, atribuição de responsabilidades e auxilio
na solução de problemas;
6. Maior permanência do produto no mercado pela não existência de reações negativas
por parte dos consumidores;
7. Maior facilidade na obtenção de financiamentos, em virtude da existência de linhas
especiais para crédito a empresas, as quais têm critérios relacionados aos aspectos
ambientais;
8. Demonstração a clientes, vizinhos e acionistas da existência de um sistema
ambiental bem estruturado o qual pode proporcionar vantagens sobre as empresas,
além da demonstração de uma atitude proativa frente às questões que enfrenta.
23
A proposta desse estudo foi verificar como se dá a prevenção e o controle ambiental na
indústria têxtil através dos sistemas de gestão ambiental de duas empresas do setor, sendo
apenas um deles certificado nos padrões da ISO 14001.
1.2 JUSTIFICATIVAS
Nas últimas décadas, a questão ambiental deixou de ser exclusividade dos ecologistas
e passou a ser incorporada às preocupações centrais da sociedade. A relação entre meio
ambiente e desenvolvimento econômico deixou de ser vista como conflitante para ser
alcançada uma parceria, onde o crescimento econômico deve perseguir a conservação dos
recursos naturais.
O fator ambiental passa a ser determinante no desenvolvimento de novas tecnologias e
na melhoria das existentes, influenciando na competitividade industrial de empresas e de
países, em sua luta pela sobrevivência e superação de concorrentes.
Em seu planejamento estratégico, a Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2005),
na intenção de traçar o futuro desejado para a indústria brasileira, apresentou um Mapa
Estratégico para o período de 2007 a 2015, apontando o posicionamento da indústria no
cenário competitivo global, suas prioridades estratégicas e as bases necessárias ao
desenvolvimento de uma indústria forte, dinâmica e com participação expressiva no comércio
internacional. Neste documento, entre as estratégias prioritárias, fica claro a posição de
destaque da implementação de uma cultura de responsabilidade social corporativa e da
necessidade crescente de instrumentos de gestão ambiental (Figura 02).
24
Figura 02 – Mapa Estratégico 2007 – 2015.
Fonte: Confederação Nacional da Indústria, 2010.
25
Vários motivos têm levado as empresas à implantação de um SGA. Externamente
situam-se as pressões de mercado, expressas pela alta concorrência e imposições de restrição
ao comércio através de regulamentações setoriais. Ao nível interno, faz-se necessário a
convicção e a crença nos benefícios que um SGA pode proporcionar, expressos na política
corporativa e na estratégia de competitividade.
Segundo INMETRO (2010) até 2006, cerca de 130 mil empresas contavam com a
certificação ISO 14001:2004, distribuídas conforme a Tabela 01.
Continente Total de Certificados
AMÉRICA CENTRAL 109
ÁFRICA 1098
AMÉRICA DO SUL 4246
AMÉRICA DO NORTE 7673
ÁSIA 57945
EUROPA 56825
OCEÂNIA 2146
TOTAL 130042
Tabela 01 - Certificados ISO 14001:2004 emitidos até 2006, por Continentes.
Fonte: INMETRO, 2010.
Do total de 4.246 empresas da América do Sul, o Brasil concentra 31% do total de
certificações, com 1.316 empresas certificadas, segundo histórico de certificações por Estados
(INMETRO, 2010).
ESTADOS 2006 2007 2008 2009 2010 TOTAL
Alagoas 6 1 0 1 0 8
Amapá 6 0 0 0 0 6
Amazonas 26 9 3 1 2 41
Bahia 55 17 8 1 3 84
Ceará 9 0 0 2 1 9
Distrito Federal 2 2 0 0 0 4
Espírito santo 10 8 1 0 1 20
Goiás 3 1 3 3 1 11
Maranhão 1 0 0 0 1 2
Mato Grosso 5 1 1 1 0 8
Mato Grosso do Sul 0 0 0 1 0 1
Minas Gerais 56 31 5 7 3 102
Pará 9 3 0 1 0 13
Paraíba 4 2 0 0 0 6
Paraná 41 24 17 23 7 112
Pernambuco 15 3 1 0 1 20
Piauí 0 0 1 0 0 1
Rio de Janeiro 94 12 9 3 0 118
Rio Grande do Norte 4 1 1 1 0 7
Rio Grande do Sul 45 16 6 4 0 71
Roraima 1 0 0 0 0 1
Santa Catarina 32 16 18 3 1 70
São Paulo 275 138 79 75 33 600
Tocantins 0 0 0 0 1 1
TOTAL 1.316
Tabela 02 - Histórico das certificações concedidas por Estado da Federação
Fonte: INMETRO, 2010.
26
Entre os estados nordestinos, a Bahia se destaca com um total de 84 certificações,
enquanto o Piauí possui apenas uma certificação e Sergipe não possui nenhuma, conforme
dados dos anos de 2006 a 2010.
Apesar da norma ISO 14001:2004 não ser compulsória, regras de mercado motivam a
sua adoção em diferentes estágios do processo produtivo, com isso o número de certificações
ambientais no Ceará, tem aumentado a cada ano. Em 2009 existiam oito empresas
certificadas, em 2010 essas certificações passaram a nove, dentre elas três em indústrias
têxteis (Quadro 01).
Nome da Empresa Setor de atividade
Brasint Indústria Eletrônica Com. Imp e Exp Ltda Escritório
Brasint Indústria Eletrônica Com. Imp e Exp Ltda
Projeto, fabricação e
comercialização de
computadores.
Central Geradora Termelétrica Fortaleza S.A. – CGTF Energia.
Coelce - Companhia Energética Energia.
Confiança Mudanças e Transportes LTDA
Transporte e movimentação de
cargas, materiais e
equipamentos relacionados à
área petrolífera, produtos
químicos e explosivos.
Gerdau Aços Longos S/A Cearense Metalurgia
Vicunha Têxtil S/A – Maracanaú - Índigos Têxtil
Vicunha Têxtil S/A – Pacajus - Índigos Têxtil
Vicunha Têxtil S/A – Maracanaú – Malhas Têxtil Quadro 01- Empresas Certificadas ISO 14001:2004 no Estado do Ceará.
Fonte: INMETRO, 2010.
No entanto, no Ceará e no setor têxtil esse número ainda é pequeno. Atualmente,
dentre as 140 empresas certificadas na região Nordeste, o Ceará concentra aproximadamente
9%, das quais 25% pertencem ao setor Têxtil.
Fazendo um comparativo entre os Estados brasileiros (Tabela 02), verifica-se que o
Sudeste tem o maior número de certificações, enquanto que o Nordeste encontra-se em
terceiro lugar com apenas 10% das empresas certificadas, num total de 140 empresas (Figura
03).
27
Figura 03 – Distribuição das certificações ISO 14001:2004 brasileiras até 2006, por região. Fonte: INMETRO, 2010.
Entre as empresas nacionais e estrangeiras certificadas com a ISO 14001:2004
destaca-se o setor de metais de base e produtos metálicos com maior expansão apresentando
62 empresas; em segundo lugar vem o setor de Transporte, Armazenagens e
Telecomunicação, e em décimo segundo lugar o setor têxtil com quatro empresas (Tabela 03).
ÁREA DE ATUAÇÃO Qtd
Agricultura, pecuária, caça e silvicultura 2
Atividades de serviços sociais comunitários e Serviços Pessoais – Outras 8
Atividades Imobiliárias; Locações e Prestações de Serviços 23
Comércio, Concertos de veículos auto; bens pessoais e domésticos 12
Construção 12
Educação 2
Hotéis e Restaurantes 1
Ind. de Transf. – artigos de borracha e plásticos 22
Ind. de Transf. – Celulose, papel, papelão e seus produtos; Edição e impressão 13
Ind. de Transf. – Coque, Refinados de petróleo e combustível nuclear 4
Ind. de Transf. – Equipamentos de transporte 43
Ind. de Transf. – Madeira, Cortiça e seus produtos 3
Ind. de Transf. – Máquinas e equipamentos não específicos 8
Ind. de Transf. – Metais de base e Produtos metálicos 62
Ind. de Transf. – Outras 5
Ind. de Transf. – Produtos minerais não metálicos – Outros 12
Ind. de Transf. – Química de base, Produtos químicos e fibras sintéticas artificiais 38
Ind. de Transf. – Têxteis 4
Ind. de Transf. – Eletrônica e Ótica 15
Ind. de Transf. – Produtos Alimentícios, Bebidas e fumo 36
Ind. Extrat. – (Exceto produtos energéticos) 3
Transporte, Armazenagens e Telecomunicação 48 Tabela 03 – Certificações ISO 14001 válidas por setores de atividade para empresas nacionais e
estrangeiras.
Fonte: INMETRO, 2011 adaptada pelo autor.
28
As indústrias de transformação têxteis torna-se destaque que dentre as quatro, três são
do Ceará que possuem a certificação e fica a frente dos outros estados do país.
A implantação desta norma tem se tornado uma tendência mundial, devendo seguir o
mesmo caminho das normas da série ISO 9000, ou seja, servir como fator determinante na
realização de negócios, tornando-se um pré-requisito para transações entre clientes e
fornecedores tanto domésticos quanto internacionais. Além disso, servirá como componente
para qualificar empresas frente a empréstimos, para baixar valores de seguros, reduzir cargas
de restrições e melhorar a imagem junto a consumidores (PRINGLE & LEUTERITZ, 1998,
citado por SEIFFERT, 2002).
Com o crescimento de um mercado consumidor exigente, espera-se que esse número
aumente, pois as empresas vêm buscando criar uma imagem perante a sociedade de que sua
relação com a responsabilidade social e a preocupação com a defesa do meio ambiente, têm se
tornado um pré-requisito para o seu melhor funcionamento.
Segundo Guercio (2006, p. 13)
o que se conclui é que quaisquer que sejam as razões, as indústrias estão se
dedicando a minimizar seus impactos ambientais e aprendendo que poluir
custa muito caro, inclusive pondo em risco seu capital mais significativo: os
seus clientes.
Com a identificação desses impactos ambientais gerados nos processos produtivos e
com a medição dos mesmos, as empresas podem começar a agir de forma preventiva
implantando estratégias de prevenção, estratégica ou corretiva.
Segundo a ABNT (2004, p. 6) os impactos ambientais são qualquer modificação do
meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades,
produtos ou serviços de uma organização.
Esses prejuízos ao meio ambiente, podem ser medidos através de indicadores
ambientais, que nas palavras de Campos et al. (2006, p. 4)
são ferramentas utilizadas para a organização monitorar determinados
processos (geralmente os denominados críticos) quanto ao alcance ou não
de uma meta ou padrão mínimo de desempenho estabelecido. Visando
correções de possíveis desvios identificados a partir do acompanhamento de
dados, busca-se identificação das causas prováveis do não cumprimento de
determinada meta e propostas de ação para melhoria do processo. Estes
dados ainda fornecem informações importantes para o planejamento e o
gerenciamento dos processos, podendo contribuir no processo de tomada de
decisão.
Outro fator relevante é a finalidade do indicador. Eles servem para medir o grau de
sucesso da implantação de uma estratégia em relação ao alcance do objetivo estabelecido.
Entretanto, é fundamental que seja observado o fato de que “um indicador muito complexo ou
29
de difícil mensuração não é adequado, pois o custo para sua obtenção pode inviabilizar a sua
operacionalização” (CORAL, 2002 citado por CAMPOS, et al., 2006).
Segundo Duarte (2005, p. 77) a adoção da norma ISO 14.001 não é suficiente para que
a empresa desenvolva sua atividade produtiva sem prejuízo ao meio ambiente; tampouco,
basta cumprir a legislação ambiental; é preciso que a empresa tenha uma posição pró-ativa
frente às questões ambientais. Com isso, passou-se questionar se um SGA certificado gera
performances ambientais superiores a empresas que não possuem certificação.
A identificação dos impactos ambientais significativos da indústria têxtil e as formas
de controle adotadas pela Gestão Ambiental compõem o foco central deste trabalho.
O problema central pode ser expresso por: quais os principais impactos ambientais
das indústrias têxteis e como os sistemas de gestão os controlam?
30
1. 3 OBJETIVOS
1. 3.1 Objetivo geral
Descrever os impactos ambientais da indústria têxtil no Ceará e verificar ações de
controle, tratamento, prevenção e gerenciamento desses impactos.
1.3.2 Objetivos específicos
1. Estudar a realidade dos impactos ambientais das atividades da indústria têxtil.
2. Identificar formas de gerenciamento de impactos ambientais significativos.
3. Levantar a performance ambiental das atividades da indústria têxtil em duas
empresas.
4. Analisar as diferenças encontradas e correlacioná-las aos sistemas de gestão
(certificado e não certificado).
31
CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA
Nesse trabalho foram estudados temas relacionados ao sistema de gestão ambiental em
uma indústria têxtil, como: (i) gestão ambiental; (ii) normas ISO 14000; (iii) indicadores
ambientais e (iv) indústria têxtil e seus impactos ambientais.
2.1 GESTÃO AMBIENTAL
A gestão ambiental é um sistema de normas aplicáveis às organizações que desejam
estabelecer, implementar, manter e melhorar a sua produção sem causar malefícios ao meio
ambiente. Ela tem a missão de ordenar as atividades humanas para que estas originem o
menor impacto possível sobre o meio, partindo desde a escolha das melhores técnicas até o
cumprimento da legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros.
Nas palavras de Sanches (2000, p. 86)
os programas ambientais estabelecem a política estratégica da empresa
diante dos imperativos ambientais, determinando as metas e objetivos a
serem atingidos, assim como as medidas a serem utilizadas para
implementar a estratégia, avaliar seu resultado e estabelecer novos
programas.
O conteúdo dos programas ambientais varia de empresa para empresa, mas as que se
voltam para os princípios da sustentabilidade e responsabilidade ambientais geralmente
utilizam requisitos internos ou objetivos até mais restritivos que os legalmente impostos,
adotando uma abordagem integrada das questões ambientais em sua estratégia de negócios.
Os programas devem incluir a atribuição das responsabilidades em cada função e nível
da organização, e os meios e os prazos dentro dos quais eles devem ser atingidos. Devem
identificar as ações específicas na ordem das prioridades das organizações (KNUTH, 2001).
A atitude de uma organização frente ao meio-ambiente está cada vez mais ligada à sua
imagem institucional perante os funcionários, os acionistas, os investidores e a sociedade.
Com isso, a organização deve atender aos anseios destas partes interessadas (e nestas se
incluem os clientes), já que elas oportunizam o desenvolvimento e o crescimento da
organização (OLIVEIRA, 1999).
Segundo Sanches (2000) para se implantar metas/objetivos ambientais, as empresas
precisam primeiramente conhecer seu estado atual no campo ambiental, seja quanto às
32
exigências dos grupos de interesses, seja quanto aos seus impactos no meio ambiente. Em
seguida, necessitam planejar suas ações e estabelecer um conjunto de práticas e
procedimentos que permitam administrar as relações empresa-meio ambiente, monitorando
suas atividades, corrigindo problemas, implementando novas soluções, avaliando riscos e
adotando medidas preventivas dentro da política e dos objetivos determinados para o plano
estratégico ambiental.
Esse plano pode definir o tratamento do meio ambiente, de um lado, como uma
questão estratégica e uma fonte potencial de rentabilidade e vantagem competitiva e, de outro,
a busca de soluções para os problemas ambientais, atuais e futuros.
As empresas industriais estão sendo desafiadas a encontrar novas formas de
organização e administração da produção que atendam às exigências ambientais e que
representem uma participação ativa do empresariado no processo de mudanças de
comportamento necessário para que as expectativas da sociedade relativas à melhoria da
qualidade de vida sejam atingidas (SANCHES, 2000).
De acordo com Sanches (2000, p. 87)
o meio ambiente se tornou um elemento-chave para se repensar os valores e
as ideologias vigentes e se estabelecer novas formas de pensamento e ação
em todas as práticas produtivas. Ele tem se tornado um elemento vital para
se estabelecer os novos paradigmas da concorrência industrial e, por isso,
aflora como importante questão para se estabelecerem os rumos futuros dos
mercados e da sociedade, locais ou globais.
Segundo Barbieri (2004), a abordagem ambiental na empresa pode ser de três tipos. A
primeira delas é chamada de controle da poluição, onde os esforços organizacionais são
orientados para o cumprimento da legislação ambiental e atendimento das pressões da
comunidade, mostrando-se marcadamente reativa, vinculada exclusivamente à área produtiva.
Na segunda abordagem, a internalização da variável ambiental na empresa é preventiva; ou
seja, nela a organização objetiva utilizar eficientemente os insumos; a preocupação ambiental
é mais incisiva na área manufatureira, mas começa a se expandir para toda a organização. No
último estágio, a questão ambiental se torna estratégica para a empresa e as atividades
ambientais encontram-se disseminadas por toda a organização.
A partir desse contexto, algumas empresas passaram a contar com um Departamento
Ambiental que trabalha promovendo programas preventivos que devem ser utilizados por toda
a organização, treinando os empregados e promovendo a conscientização e responsabilidade
ambiental em todos os níveis da organização, monitorando as operações continuamente e
trabalhando rapidamente para corrigir problemas assim que ocorrerem.
33
Segundo a CNI (2005, p. 56),
as questões ambientais, relacionadas às atividades da indústria, assumiram
uma importância crescente a partir da década de 90 e afetam decisivamente
a vida das empresas. As exigências ambientais passaram a transformar-se
em requisito no comércio internacional. As normas ambientais da série
internacional ISO 14.000 simbolizam essa tendência.
Já em 2005, a CNI apontava que a indústria deveria desenvolver uma atitude proativa
na gestão ambiental, envolvendo fornecedores, comunidades, órgãos competentes e demais
partes interessadas, de modo a assegurar a sustentabilidade de projetos, empreendimentos e
produtos ao longo do seu ciclo de vida (CNI, 2005).
Segundo Seiffert (2007) o processo de gestão ambiental foi amadurecendo aos poucos
com o passar dos anos. Até a década de 70, em virtude do menor avanço tecnológico, do
menor contingente populacional, o paradigma imperante era dispersar os poluentes
produzidos, lançá-los o mais longe possível da fonte geradora, evitando assim problemas com
partes interessadas. A partir das décadas de 70 e 80, o maior avanço tecnológico gerou
indivíduos com um padrão de consumo mais exigente e perdulário, levando as organizações a
investirem em processos de tratamento/disposição de seus resíduos sólidos, efluentes líquidos
e emissões atmosféricas.
Da década de 90 em diante a gestão ambiental ganhou naturalmente uma maior ênfase
no processo de prevenção da poluição, levando ao investimento em produção mais limpa,
visando maximizar o uso de matérias-primas nos processos. Poluição passa a ser sinônimo de
desperdício que a organização não pode se dar o luxo de manter (SEIFFERT, 2007).
Segundo Lange e Schenini (2007, p. 4)
a gestão ambiental, pode ser entendida como a forma sábia e racional de
uso dos recursos naturais, onde o ideal seria retirar da natureza apenas o
que pode ser reposto. Os materiais que foram retirados não devem retornar
à natureza em forma de resíduos, mas serem reciclados e voltarem como
bens de consumo. Quando isto não é possível, deve-se no mínimo, recuperar
o ambiente degradado e reduzir os impactos ambientais causados pela
industrialização de produtos.
Para Gomes e Silva (2008, p. 05) a gestão ambiental é a ferramenta utilizada pelos
dirigentes de organizações para atuarem na área de meio ambiente de forma que se integrem
as normas e sistematizem suas operações de acordo com as exigências de mercado.
Nas palavras da Coordenadora de Meio Ambiente e Qualidade da Vicunha
Têxtil/Unidade I (2010)
a implementação de um SGA, passa por etapas importantes: identificação e
classificação de aspectos e impactos Ambientais, identificação e
compreensão da legislação ambiental aplicável, controle e monitoramento
34
sobre os aspectos relevantes e requisitos legais aplicáveis, desenvolvimento
de programas ambientais, criação de canais de comunicação com o público,
elaboração de planos de atendimento a emergência e Auditorias internas e
externas. Todas estas etapas colocam como princípio fundamental para a
empresa a preservação do meio ambiente, a melhoria continua de sua
performance ambiental e o respeito à legislação aplicável às nossas
atividades.
2.2 NORMAS ISO 14000
A especificação dos requisitos para um SGA pode ser feita através da ISO
14001:2004, que é capaz de atender organizações que precisam desenvolver e implementar
políticas e objetivos que atendam requisitos legais e outros requisitos ambientais aplicáveis e
precisam fornecer informações sobre aspectos ambientais identificados como significativos.
Segundo Pombo e Magrini (2008), as normas da ISO 14000 podem ser agrupadas em
dois grupos: normas orientadas para processos (organizações) e as normas orientadas para
produtos. Para processos seria o Sistema de Gestão Ambiental englobando a avaliação de
desempenho ambiental e a auditoria ambiental; e para produtos seria a Análise do Ciclo de
Vida englobando rotulagem ambiental e aspectos ambientais padrões produtos.
Para controlar esses efeitos ambientais foram criadas normas que compõem a família
ISO 14000, e que servem para certificar tanto organizações como produtos (Quadro 02).
35
ISO ANO ASSUNTO
14001 2004 Sistema de gestão ambiental – Especificações e diretrizes de uso.
14004 2004 Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes gerais e princípios, sistemas e
técnicas de suporte.
14015 2001 Gestão ambiental - Avaliação ambiental de instalações e organizações
(Levantamento Ambiental).
14020 2000 Rótulos e declarações ambientais - Princípios gerais.
14021 1999 Guia da terminologia, simbologia e metodologia que uma organização
deve utilizar na verificação da declaração dos aspectos ambientais dos
seus produtos e serviços. Faz chamada com as versões preliminares da
ISO 14021, ISO 14022 e ISO 14023.
14024 1994 Princípios e protocolos que devem seguir os programas de rotulagem por
terceira parte quanto aos critérios ambientais desenvolvidos para um
produto particular.
14025 2000 Rótulos e declarações ambientais - Rotulagem tipo III
14031 1999 Gestão ambiental – Avaliação de desempenho ambiental – Linhas de
orientação.
14040 1997 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida – Princípios e
enquadramento.
14041 1998 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Definição do âmbito e
objetivo.
14042 2000 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Avaliação do impacto do
ciclo de vida.
14043 2000 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Interpretação do ciclo de
vida.
14044 2006 Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Requisitos e diretrizes.
14047 2003 Gestão Ambiental – Avaliação de impacto do ciclo de vida – Exemplo de
aplicação da ISO 14042.
14048 2002 Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Formato documental
para dados.
14049 2000 Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Exemplos para
aplicação da ISO 14041 para a definição de escopo e objetivo e análise de
inventário.
14050 2002 Gestão ambiental - Termos e definições.
14061 1998 Informação para ajudar a organizações de silvicultura no uso de SGA
Standards ISO 14001 e ISO 14004.
14062 2002 Gestão ambiental - Integração de aspectos ambientais com o design e
desenvolvimento do produto.
19011 2002 Diretrizes para auditorias de sistemas de gestão da qualidade e/ou
ambiental. Substituiu as antigas ISO 14010, ISO 14011 e ISO 14012.
Guia
64
1997 Guia para inclusão de aspectos ambientais em produtos padrão.
Guia
66
1999 Requisitos gerais para avaliação e certificação/registro de SGA. Será
substituído pela ISO IEC 17021:2006. Quadro 02 - Família ISO 14000
Fonte: Seiffert, 2007.
36
As normas orientadas para organizações e para produtos são agrupadas da seguinte
forma (Quadro 03):
Quadro 03 - Agrupamento das normas ISO 14000 orientadas para organizações e orientadas para
produtos.
Os programas de rotulagem de que trata as normas 14024 e 14025, incidem
principalmente sobre os produtos fabricados pelas indústrias têxteis. O impacto desses
programas é diferenciado segundo o tipo de produto têxtil: fios de algodão, fibras naturais e
sintéticas, tecidos, vestuário (camisetas, malhas e camisas), roupas de cama, mesa e banho
(TACHIZAWA, 2010).
A norma 14031 trata da avaliação do desempenho ambiental resultados da avaliação
do sistema de gestão ambiental de uma organização sobre seus aspectos ambientais. Esses
aspectos são definidos como aqueles que têm ou podem ter um impacto ambiental
significativo.
A norma ISO 14001 especifica as principais exigências para um SGA. Nela não são
apresentados critérios específicos de desempenho ambiental ou plano ambiental, mas se exige
que uma organização elabore sua política e tenha objetivos que levem em consideração os
requerimentos legais e as informações referentes aos impactos ambientais significativos. A
norma aplica-se aos efeitos ambientais que possam ser controlados pela organização e sobre
os quais se espera que tenha influência, e pode ser utilizada por qualquer tipo de organização,
industrial ou de serviço, de qualquer porte, em qualquer ramo de atividade.
A implantação de um sistema de gestão ambiental pela norma ISO 14001:2004 pode
proporcionar vários benefícios para a empresa; dentre eles, estão:
a) Proporcionar uma ferramenta gerencial adicional para aumentar cada vez mais a
eficiência e eficácia dos serviços;
37
b) Proporcionar a definição clara de organização, com responsabilidades e
autoridades de cada função bem estabelecidas;
c) Promover a capacidade dos colaboradores para o exercício de suas funções,
estruturadas a partir de seleções, treinamentos sistemáticos e avaliação de
desempenho;
d) Reduzir custos através de uma maior eficiência e redução do desperdício, o que
aumenta a competitividade e participação no mercado;
e) Aumentar a probabilidade de identificar os problemas antes que eles causem
maiores consequências (MELLO, 2009, p. 10).
2.3 INDICADORES AMBIENTAIS
Uma norma importante para medição de desempenho ambiental é a ISO 14031 Gestão
ambiental – Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA), e faz parte da família ISO 14000
(Quadro 02). Segundo a ABNT (2004), o objetivo desta norma é apresentar um processo e
ferramenta de gestão interna, planejada para prover uma gestão com informações confiáveis e
verificáveis, em base contínua, para determinar se o desempenho ambiental de uma
organização está adequado aos critérios estabelecidos pela administração da organização.
Segundo Xavier (2001, p. 43),
a Avaliação de Desempenho Ambiental é baseada em um processo contínuo
de coleta e análise de informações que possibilitem a avaliação dos aspectos
de uma organização ao longo de um determinado período de tempo.
Para a medição do desempenho é necessária à seleção de indicadores que irão fornecer
informações sobre o desempenho ambiental das operações de uma organização. Os
indicadores constituem-se em instrumentos de avaliação, que devem ser adequados às
realidades ambientais e socioeconômicas da região ou da indústria a ser avaliada.
Segundo Campos e Melo (2008, citado por CORAL, 2002, p.159) os indicadores
servem para medir o grau de sucesso da implantação de uma estratégia em relação ao alcance
do objetivo estabelecido. Entretanto, é fundamental que seja observado o fato de que um
indicador muito complexo ou de difícil mensuração não é adequado, pois o custo para sua
obtenção pode inviabilizar a sua operacionalização.
38
Para Melo (2006, p. 39) pode-se dizer que os indicadores são ferramentas utilizadas
para a organização monitorar determinados processos (geralmente os denominados críticos)
quanto ao alcance ou não de uma meta ou padrão mínimo de desempenho estabelecido.
Visando correções possíveis desvios identificados a partir do acompanhamento de dados,
busca-se identificação das causas prováveis do não cumprimento de determinada meta e
propostas de ação para melhoria do processo. Os dados de desempenho ainda podem fornecer
informações importantes para o planejamento e o gerenciamento dos processos, podendo
contribuir no processo de tomada de decisão.
Se uma organização não tiver um SGA implantado, as informações geradas pela ADA
pode auxiliar uma organização a:
- Identificação dos aspectos ambientais;
- Determinação dos aspectos que serão tratados como significativos;
- Estabelecimento de critérios para seu desempenho ambiental;
- Avaliação do seu desempenho ambiental com base nestes critérios (ABNT, 2004, p.
5).
A ADA e auditorias ambientais ajudam a administração de uma organização a avaliar
o status de seu desempenho/performance ambiental, não só para empresas certificadas como
para as não certificadas, e a identificar áreas onde melhorias são necessárias. A ADA é um
processo contínuo de coleta e avaliação de dados e informações para fornecer uma avaliação
atual do desempenho, assim como as tendências de desempenho ao longo do tempo (ABNT,
2004, p. 5).
Para a ABNT (2004, p. 10), um sistema de Avaliação de Desempenho Ambiental, é
composto por Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA) e Indicadores de Condição
Ambiental (ICA) como mostra a Figura 04:
Identificação de Aspectos - Programa Ambiental - Resultados
IDA ICA
Figura 04 - Processo de avaliação de desempenho.
SGA
Meio
Ambiente
39
Os Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA) são de dois tipos, Indicadores de
Desempenho Gerencial (IDG) que fornecem informaçãoes sobre esforços gerenciais para
influenciar o desempenho ambiental das operações da organização; e Indicadores de
Desempenho Operacional (IDO) que fornecem informações sobre o desempenho ambiental
das operações da organização. Já os Indicadores de Condição Ambiental (ICA) fornecem
informações sobre a condição do meio ambiente (Figura 04).
Segundo Campos e Melo (2008), os indicadores de desempenho ambiental
preocupam-se em refletir os efeitos sobre o meio ambiente dos processos e técnicas adotadas
para realizar as atividades de uma organização.
Em um estudo sobre a inserção de indicadores de medição do desempenho para o
SGA, realizado por Pacheco (2001) citado por Campos e Melo (2008), foi ressaltada a
relevência da inserção de indicadores de desempenho relacionados aos objetivos estratégicos,
para o alcance do sucesso do SGA da empresa. Para Pacheco, o sistema de medição,
composto por indicadores de desempenho, deve estar relacionado aos fatores críticos de
sucesso para o SGA, contribuindo, assim, de forma efetiva para a melhoria do desempenho
ambiental.
Com isso, podemos concluir que os problemas ambientais identificados nas indústrias
poderão ser medidos através de indicadores ambientais como: consumo de energia, consumo
de água, efluentes, resíduos sólidos e poeiras, que serão mencionados durante o estudo
comparativo realizado por esse trabalho.
2.4 INDÚSTRIA TÊXTIL E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS
O setor têxtil, propriamente dito ou em sua forma restrita, tem à montante as indústrias
de fiação, responsável pela fabricação da principal matéria prima da tecelagem, e à jusante as
indústrias de confecção, que formam a indústria da moda.
O Brasil, quinto maior produtor têxtil do mundo, segundo ABIT (2010), com um
número de 30 mil empresas atuando na área, fechou o ano de 2009 com um faturamento na
indústria da moda brasileira em US$ 47,4 bilhões e com expectativa de chegar ao final de
2010 com US$ 52 bilhões.
40
Nesse mesmo ano os investimentos no setor chegaram a US$ 850 milhões, com uma
produção média de 9,8 bilhões de peças, colocando o Brasil no hanking como o segundo
maior produtor e o terceiro maior consumidor de denim (tecido de algodão). Esse setor
também ganha destaque como o segundo maior empregador da indústria de transformação,
com 1,7 milhão de empregados, dos quais 75% são de mão-de-obra feminina.
Mesmo com esses números significativos, a competição no mercado internacional e a
garantia de fornecimento de algodão no País, segundo Guia Têxtil (2010), são as duas
principais preocupações da indústria têxtil. Com uma balança comercial crescentemente
deficitária, o setor tem se articulado para defender o mercado interno. Ao mesmo tempo, terá
de enfrentar nos próximos meses uma escassez de algodão que deve elevar os custos de
produção no País.
A entrada de produtos importados ocorre em um momento em que há pressões para
que a China, maior produtor mundial de confecções do mundo, seja reconhecida como uma
economia de mercado. Além disso, há quem defenda no governo a redução das tarifas de
importação para países pobres, como Bangladesh, que têm foco na exportação de têxteis
(GUIA TÊXTIL, 2010).
Segundo Guia Têxtil (2010), a preocupação com a competição asiática vem em um
cenário econômico complicado, apresentado pelo economista Fábio Silveira. Ele explicou que
a perspectiva de crescimento nas economias desenvolvidas é nebuloso até 2012, o que forçará
os países de rápida expansão, como China e Índia, a procurar outros mercados para direcionar
suas exportações. "Além disso, a tendência de médio prazo é de desaceleração na China, o
que vai fazer com que seu governo procure alternativas para que ela não seja acentuada",
disse Silveira.
Com isso o mercado brasileiro com uma política cambial favorecendo a importação,
poderá obter uma queda no hanking de quinto maior do mundo, tendo que procurar sua
sustentabilidade, delineando estratégias comerciais, sociais e ambientais para se manterem em
um mercado bastante competitivo.
As estratégias ambientais e sociais possuem características básicas dependendo dos
diferentes tipos de organizações, agrupadas em classes ou setores econômicos. Segundo
Tachizawa (2010), as indústrias têxteis se encaixam no setor de organizações
semiconcentrada que possui características como:
- Baixo grau de concentração, sem participação majoritária de nenhuma empresa,
apesar de eventual existência de poucas empresas de porte significativo;
41
- Pouca diferenciação de produtos por parte das empresas, que são extremamente
dependentes da taxa de crescimento de emprego, como produtoras de bens consumidos
por assalariados;
- Barreira de entrada, construída pelo restrito acesso à rede de distribuição e
comercialização, onde intermediários e atacadista detêm o auto poder de negociação.
Em razão dessas características o autor aponta que as principais estratégias ambientais
e sociais adotadas por esse tipo de empresas são:
- Redução do uso de energia por quantidade de produto fabricado;
- Redução do uso, recuperação ou reciclagem de água por quantidade de produto
fabricado;
- Mudança de composição, desenho e embalagem do produto para tornar seu uso
menos danoso à saúde humana e ao meio ambiente;
- Controle, recuperação ou reciclagem das descargas líquidas da atividade industrial
(não se relaciona com a indústria têxtil);
- Controle ou recuperação de gases e emissões gasosas geradas pelas atividades
industriais;
- Redução do uso de matérias-primas por quantidade de produto fabricado ou
substituição de fonte de energia;
- Disposição adequada de resíduos sólidos e de lixo industrial;
- Mudanças nos procedimentos de estocagem, transporte, manuseio, logística dos
produtos e materiais perigosos;
- Seletividade de fornecedores/distribuidores ambientalmente corretos;
- Expansão de investimentos em controle ambiental;
- Desenvolvimento/aperfeiçoamento de sistemas de auditoria ambiental;
- Habilitação da organização para rotulagem ambiental;
- Projetos sociais em: meio ambiente, educação, saúde, cultura, apoio a criança e ao
adolescente;
- Imagem ambiental da empresa para fins de marketing.
42
Já Tenório (2006) afirma que a indústria têxtil brasileira, a partir do final dos anos 90,
iniciou um processo de mudança de atitude com relação às questões ambientais passando de
ações tímidas, em sua maioria, condicionadas ao atendimento de exigências impostas por
legislação e à implementação formal de sistemas de gestão ambiental baseados em normas
internacionais.
Para se entender os impactos ambientais é necessário observar/levantar/compreender o
processo produtivo, como será visto no item seguinte.
2.4.1 O processo técnico de fiação e tecelagem
O processo técnico de uma produção têxtil é dividido em fiação, tecelagem,
preparação, tingimento, estamparia e acabamento (Figura 05) que serão apresentadas nesse
item.
43
Figura 05 - Processo de fabricação têxtil.
44
A etapa da fiação a matéria-prima (fibras sintéticas ou naturais) é processada,
causando impactos ambientais como os níveis de ruído e calor gerados pelas máquinas, além
do pó composto por partículas de algodão resultantes dos processos de fiação (Figura 06).
Figura 06 - Etapa de fiação
Fonte: POLTEX, 2010.
Na tecelagem ou malharia (Figura 07) ocorre a transformação dos fios em tecidos
através do uso dos teares, e seus principais impactos são os níveis de ruído, calor e pó
produzidos pelas máquinas os quais devem ser eliminados com o uso de tecnologias
adequadas (SANTOS, 1997). Todas as etapas dos dois processos, tanto da fiação quanto da
tecelagem, ocorrem a seco, ou seja, sem geração de efluentes líquidos.
Figura 07 - Etapa de tecelagem
Fonte: POLTEX, 2010.
A última etapa é a do acabamento, responsável por características adquiridas pelo
tecido como toque, impermeabilidade, estabilidade dimensional, e é divida em:
45
- Tratamento prévio ou Preparação: são eliminadas as impurezas das fibras e
melhorada a estrutura do material para prepará-lo para as operações de tingimento, estamparia
e acabamento.
- Tingimento: ocorre a coloração dos materiais têxteis que deve ser uniforme. Na
etapa de tingimento é conferida cor aos fios ou tecidos com o objetivo de aumentar o valor do
produto, sendo utilizada ampla gama de corantes, técnicas e equipamentos. Os corantes
usados pela indústria têxtil são na sua maioria sintéticos, geralmente derivados do alcatrão e
do petróleo. O tingimento pode ocorrer em processos contínuos ou em batelada (Figura 08).
No tingimento em batelada, determinada quantidade de substrato têxtil, que
normalmente varia em torno de 100 a 1000 kg, é carregada em uma máquina de tingimento
onde o substrato atinge equilíbrio, ou chega próximo dele, com a solução do banho contendo
o corante. Para se obter melhores condições de tingimento são controlados os auxiliares
químicos e as condições do banho (principalmente temperatura) (SBRT, 2007, p.2) (Figura
07).
De acordo com a SBRT (2007, p. 2), a fixação do corante na fibra ocorre com
aplicação de calor e/ou produtos químicos. No momento da lavagem são removidos do
substrato tinto os corantes não fixados e os produtos químicos remanescentes. No processo
contínuo, o material têxtil é alimentado ininterruptamente em solução de corante com
velocidade que em geral varia entre 50 e 250 m/min. O processo de tingimento contínuo
consiste na aplicação do corante, fixação do corante com produtos químicos ou calor, e
lavagem.
Figura 08 - Etapa de tingimento.
Fonte: POLTEX, 2010.
A fixação do corante nas fibras, segundo a SBRT (2007, p. 2), ocorre mais
rapidamente no processo de tingimento contínuo do que no processo em batelada. A adsorção
46
e retenção do corante na fibra pode ocorrer por processo químico, físico ou ambos,
dependendo da fibra e do corante. O grau de adsorção é função de vários fatores, como por
exemplo, temperatura, pH, auxiliares químicos e tempo.
- Estamparia: nesta etapa, o material têxtil recebe a aplicação de desenho colorido
através da aplicação de corantes (Figura 09). Segundo o SBRT (2007, p.2), na estamparia
utiliza-se grande variedade de técnicas e tipos de equipamentos que irão conferir ao tecido
cores e estampas. Este processo poderá ser o toque final para o produto já confeccionado, que
receberá estampa em algum ponto de sua extensão física.
Figura 09 - Etapa de estamparia
Fonte: POLTEX, 2010.
Na adesão dos pigmentos aos substratos são utilizadas resinas ligantes. Como veículos
para transportar a mistura pigmento-resina para o material têxtil utilizam-se solventes. Assim
que os solventes evaporam, permanece a camada fixa de resina e pigmento. Nesta etapa, o
produto já em fase final é estampado com desenhos, marcas e logotipos; para tal utilizam-se
produtos químicos que dependendo do grau de toxicidade são nocivos ao meio ambiente e à
saúde humana (SANTOS, 1997).
Segundo a SBRT (2007, p. 02)
para a aplicação de estampas em toda a extensão dos tecidos, são utilizados
rolos gravados que alcançam toda a peça. Salienta-se que esta última é a
mais comum de todas as técnicas utilizadas para estampar. Em cerca de 75
a 85% do total das operações de estampagem são utilizados pigmentos e as
etapas de lavagem são desnecessárias. Comparados com os corantes, os
pigmentos são tipicamente insolúveis e não tem afinidade pelas fibras.
- Acabamentos: nesta etapa, o material passa por operações que irão lhe conferir as
características essenciais de aspecto, brilho, toque, caimento, amarrotamento, resistência, etc
(Figura 10).
47
Figura 10 - Etapa de acabamento
Fonte: POLTEX, 2010.
2.4.2 Os principais aspectos (ou impactos) ambientais na fiação e tecelagem
Os principais aspectos/impactos na produção de fiação e tecelagem podem ser
observados em seu processo técnico. Esses impactos vêm sendo estudados por alguns autores
como impactos significativos e que devem ser levados em consideração para diminuição das
consequências causadas ao meio ambiente e a população.
Nas palavras de Tenório (2006, p. 02)
do ponto de vista ambiental, a indústria têxtil é considerada uma atividade
potencialmente poluidora e, como tal, está sujeita a uma gama de pressões
ambientais exercidas tanto pelo poder público como pela comunidade e
clientes. Como resposta a essas pressões, torna-se imperativo a adoção de
uma conduta ambiental que permita um posicionamento seguro no
concernente a questões relacionadas a impactos ambientais de suas
atividades.
Segundo Frank (2004), dentre os vários problemas ambientais causados pelas
indústrias têxteis, destacam-se dois: a não fixação de corantes às fibras (as perdas de corantes
reativos podem chegar a 50%) e o grande consumo de água durante o beneficiamento de
tecidos (média de 100 l por kg de tecido).
Diversos autores (KUNZ; PERALTA-ZAMORA, 2002; BRAILE; CAVALCANTI,
1993) destacam o consumo de água e a geração de efluentes com elevada carga orgânica
(agentes engomantes, amido e sabões) e de corantes, como os principais impactos ambientais
da indústria têxtil. Em geral, estima-se que aproximadamente 20% da carga de corantes é
perdida nos resíduos de tingimento, o que representa um dos grandes problemas ambientais
enfrentados pelo setor têxtil. O COEMA (2004) define as atividades de fiação e tecelagem da
48
indústria têxtil como de médio potencial poluidor degradador (PPD), quando ocorrem sem
tingimento, e de alto PPD quando o processo inclui tingimento ou tinturaria.
Para a região nordeste, segundo Abreu et al. (2008, p. 160), o problema da presença
de uma indústria têxtil é em virtude da escassez de água e da ausência de sistemas adequados
de tratamento de efluentes, a implantação da indústria têxtil impõe um elevado risco
ambiental à sociedade.
De acordo com Santos (1997, p.6) outros impactos gerados no processo técnico são os
resíduos de pontas de linha, restos de tecidos e agulhas; todos esses materiais podem e devem
ser reciclados, porém os óleos utilizados para lubrificação das máquinas e equipamentos
presentes no processo requerem maior atenção quanto a sua fórmula química para que não
sejam nocivos à saúde.
Os impactos ambientais do processo da fabricação têxtil estão diretamente
relacionados ao seu processo técnico de produção (Figura 04) identificado como uma variável
do nosso estudo. Todo esse processo técnico que utiliza maquinário e mão-de-obra
especializada pode ter como consequência a geração de impactos ambientais (Figura 11).
49
Figura 11 - Processo de fabricação têxtil e os impactos gerados.
50
Com isso, a possibilidade de reduzir esses impactos e de reduzir os custos através de
um gerenciamento mais eficiente de tecnologias para diminuição de resíduos, tem atraído os
empresários do setor têxtil onde qualquer ganho e diminuição de perdas podem ser decisivos
em um mercado competitivo.
As empresas têxteis, segundo Tachizawa (2010), são extremamente influenciáveis pela
variável tecnológica do meio ambiente. Eventos recentes provocados pela abertura
indiscriminada do mercado para produtos importados evidenciaram o atraso tecnológico de
tais empresas. Houve uma seleção natural de empresas sobreviventes, que tiveram de investir
na renovação tecnológica para reverter a situação de atraso de processos produtivos das
fábricas que não se modernizavam há dezenas de anos.
No entanto, segundo Sanches (2000, p. 81)
não é a mera posse da tecnologia que assegura o sucesso de sua
implementação, mas sua apropriada gestão. Nesse sentido é que as
empresas industriais que buscam a proteção ambiental vêm incorporando
uma nova função administrativa em sua estrutura, com um corpo técnico
específico e um sistema gerencial especializado. Essa nova função
administrativa, um Departamento Ambiental na estrutura da organização,
permite que a empresa industrial administre adequadamente suas relações
com o meio ambiente, avaliando e corrigindo os problemas ambientais
presentes, minimizando os impactos negativos futuros, integrando
articuladamente todos os setores da empresa quanto aos imperativos
ambientais e realizando um trabalho de comunicação ativo, interno e
externo.
Essas tecnologias tem se tornado um fator importante nas últimas décadas para
assegurar a sustentabilidade de empresas de todos os ramos, não só as industriais. Nesse
sentido, percebe-se que muitas empresas passaram a incorporar essas idéias e a implementá-
las no seu dia-a-dia. Porém, essas organizações não necessariamente detêm certificação, como
a ISO 14001:2004. Na verdade, passam a realizar ações efetivas de objetivo ambiental
buscando enquadrar-se nesse novo cenário mundial e conseqüentemente, aumentar a sua
competitividade.
Como descrito anteriormente, a indústria têxtil pode produzir grandes impactos
ambientais; o Quadro 04 mostra, de forma sintética, os mais importantes impactos gerados por
este tipo de atividade industrial.
51
Tipo de impacto ambiental Efeito
Elevado consumo de água Redução de oferta
Elevado consumo de energia Redução de oferta
Ruído das Máquinas Problema auditivo
Calor gerado nos processos Aquecimento
Pó composto por partículas de algodão Problema respiratório
Corantes não fixados e produtos químicos
remanescentes (efluentes)
Contaminação de porções hídricas
Óleo utilizado na lubrificação das máquinas
(efluentes)
Contaminação de porções hídricas
Quadro 04 - Impactos ambientais produzidos pela indústria têxtil.
Para Lange e Schenini (2007, p. 4)
identificar os riscos e resíduos gerados em cada atividade e suas possíveis
conseqüências ambientais tem se tornado comum, sobretudo em empresas
que pretendem implantar um sistema de gestão ambiental. As empresas,
além de buscar a redução de geração de resíduos, também devem se
preocupar com o correto uso de recursos que podem trazer um aumento de
produtividade com os materiais empregados. A reutilização e reciclagem
dos resíduos é outro fator a ser observado. Estas atitudes reduzem a
extração de matérias primas, minimizam custos com tratamentos de resíduos
e sua disposição final, proporcionam melhorias no aproveitamento de
insumos e resultam em ganhos financeiros.
Assim, quanto maior a geração de poluentes, maior o desperdício associado ao
processo de produção; segundo Seiffert (2007, p. 52), o desperdício que poderia ser
facilmente reduzido com medidas muitas vezes simples, como um maior controle sobre o
processo produtivo através de controles operacionais, ajuste de equipamentos, substituição de
matérias primas e insumos etc, ou menos, através da substituição de equipamentos e maquinas
obsoletos por similares mais eficientes.
52
CAPÍTULO III – METODOLOGIA APLICADA
3.1 NATUREZA DA PESQUISA
Este trabalho consistiu em uma pesquisa exploratória que visou avaliar a performance
ambiental em indústrias têxteis. A pesquisa teve início com um levantamento bibliográfico; na
seqüência, foi complementado com entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com este problema, e terminou com um estudo de caso comparativo.
No estudo de caso, a pesquisa foi de natureza tanto quantitativa como qualitativa já
que a aplicação de indicadores ambientais exige quantificações e qualificações. Dados
laboratoriais demandados foram gerados diretamente ou buscados junto aos órgãos fiscais do
Estado, como a SEMACE (Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará).
3.2 CENÁRIO DA PESQUISA
Para realização deste trabalho foram escolhidas intencionalmente duas empresas do
setor têxtil no Ceará, uma que possui certificação ambiental e outra não certificada. A
estratégia para escolha das empresas partiu do conhecimento e acessibilidade e da
homogeneidade dos casos, como porte, tipo de produto, tecnologia por elas adotadas,
possibilitando um estudo comparativo.
3.3 SUJEITOS DA PESQUISA
As entrevistas foram realizadas junto à alta direção da empresa (nível gerencial) e aos
funcionários (como também técnicos de órgãos ambientais) diretamente ligados à
performance ambiental (nível operacional), como mostra o Quadro 05.
53
VICUNHA
TBM TÊXTIL UNIDADE I UNIDADE V
Nome do
Responsável Andreline Timbó Diana Freitas Adailton
Cargo/Função Coordenadora de Meio
Ambiente
Engenheira de
Segurança/Processos
Supervisor de Segurança
Industrial
Quadro 05 - Os sujeitos da pesquisa.
Para tanto, foi elaborado um roteiro de entrevista. Foram abordados nas entrevistas
temas como, a preocupação e o desempenho de cada entrevistado com a conservação
ambiental, tendo como base a teoria aplicada, bem como a legislação em vigência. Este
procedimento é importante porque o sucesso da implementação de uma tecnologia depende
do envolvimento dos indivíduos da empresa.
3.4 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
O primeiro instrumento de pesquisa adotado foi visitar as duas indústrias têxteis
acompanhando o processo de fabricação, procurando identificar os prováveis impactos
ambientais como: nível elevado de ruídos, produção de pó e geração de efluentes líquidos no
processo de tingimento.
Durante a visita, a entrevista com técnicos permitiu identificar o consumo de energia,
consumo de água, resíduos sólidos gerados, os efluentes e poeiras com aplicação de um
questionário (Apêndice I).
Esse questionário era dividido em três partes e tinha como principal objetivo avaliar os
impactos gerados pelas indústrias, suas ações de prevenção, controle e tratamento.
Inicialmente o questionário fazia uma breve análise da indústria de forma estrutural como:
localização, nome do responsável ambiental e sua formação; quantidade de funcionários e de
funcionários do departamento ambiental; se possui SGA e certificação. Para depois introduzir
itens de seu processo produtivo, como: etapas do processo, resíduos gerados, impactos
gerados e ações de reaproveitamento e tratamento.
Embora sem ter a importância da pesquisa documental, as entrevistas contribuíram
com informações complementares que serviram para validar as informações documentais,
pois envolveram o questionamento direto às pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
54
3.5 TRATAMENTO DE DADOS
Os dados obtidos nos dois últimos instrumentos de pesquisa, visita e entrevista foram
tratados através de análise comparativa das performances ambientais das duas indústrias.
3.6 QUADRO GERAL DA PESQUISA
O esquema da pesquisa é representado segundo Quadro 06, a seguir:
Objetivos Específicos Variáveis Metodologia da Pesquisa
Identificar impactos
ambientais das atividades da
indústria têxtil.
Processo técnico da
produção têxtil
Pesquisa bibliográfica e de
campo
Identificar formas de
gerenciamento de impactos
ambientais significativos.
Sistemas de Gestão
Ambientais
Pesquisa documental,
entrevistas e observação direta
Levantar a performance
ambiental em duas empresas. Registros
Pesquisa documental,
entrevistas e observação direta
Analisar as diferenças
encontradas e correlacioná-las
aos sistemas de gestão
(certificado e não certificado).
Sistema de Gestão
Ambiental
Pesquisa documental,
entrevistas e observação direta
Quadro 06 - Esquema da pesquisa
3.7 QUESTIONÁRIO
Inicialmente foram contactadas três empresas, mas com a possibilidade para conhecer
outra filial da Vicunha Têxtil, que possui certificação, ela foi incluída na pesquisa e respondeu
ao questionário.
55
Apesar de simples e objetivo, o questionário foi recusado pela terceira empresa que
respondeu por e-mail, que esta envolvida com outros projetos e sem pessoal disponível no
momento para respondê-lo.
Somente uma empresa teve dúvida em um item do questionário, que foi esclarecida
durante a entrevista e logo respondido. As outras empresas responderam sem dificuldades ao
questionário.
O questionário enviado (Apêndice I) foi dividido em três partes: Dados pessoais,
Empresa e Conduta Ambiental. Para análise comparativa os dados foram separados em:
Gestão, Resíduos e Legislação, e assim comparou-se as respostas das indústrias (Apêndice II).
A parte inicial do questionário foi feita com o objetivo de identificarmos as
características da empresa, e como ela trata a questão ambiental, na visão do funcionário
responsável pelo setor ambiental.
A segunda parte do questionário foi feita com o objetivo de identificar os resíduos,
qual sua destinação final e estudar a realidade dos impactos ambientais das atividades da
indústria têxtil também segundo visão de funcionários responsáveis pelo setor ambiental.
A terceira parte do questionário foi feita com o objetivo de conhecer a performance
ambiental das indústrias têxteis, através de indicadores da performance ambiental, e seu
atendimento aos aspectos políticos e legais.
As respostas dos questionários identificaram os padrões ambientais adotados pelas
indústrias: Procedimentos internos, Normas Regulamentadoras, NBR´s, Decretos, Leis,
Resoluções Estadual, Municipal e Federal.
3.8 EMPRESAS PESQUISADAS
Três casos foram objetos desta pesquisa; as unidades I e V da Vicunha Têxtil S/A que
possuem certificação ISO 14001:2004 e a Têxtil Bezerra de Menezes S/A – TBM sem esta
certificação.
A Vicunha é a maior indústria têxtil da América Latina, fundada em 1967; portanto
com mais de 40 anos de experiência no mercado. Empresa de capital aberto e líder em
diversos segmentos da indústria têxtil, conta atualmente com Unidades nos Estados do Ceará,
56
Rio Grande do Norte e São Paulo. Parte significativa da produção é destinada à exportação ou
comercializada através de subsidiárias na Argentina e Europa (VICUNHA, 2010).
Segundo o site da Vicunha Têxtil S/A (2010), ela produz e comercializa índigos, brins,
fibras e filamentos e esta entre os maiores produtores mundiais de índigos e brins sendo
responsável por cerca de 40% da produção nacional. Tem participação em feiras
internacionais, abertura de novas filiais, estudo para abertura de fábricas no exterior (onde
iniciou sua atuação em 1982), patrocínio de estilistas, investimentos em tecnologia para
melhoria de qualidade e aumento de eficiência de produção. Além da constante qualificação
de colaboradores. Estas são apenas algumas das medidas que reforçam ainda mais a posição
de liderança e determinação da Vicunha no caminho para a internacionalização.
Dentre as sete unidades, três estão localizadas no Ceará e todas possuem as
certificações ISO 14001 (certificado ambiental) e ISO 9001 (certificado de qualidade). As
Unidades I e V, localizadas no Distrito Industrial de Maracanaú – CE são fontes de pesquisa
desse trabalho através do estudo de seus Sistemas de Gestão Ambiental (SGA).
A Unidade I, situada na cidade de Maracanaú - CE a aproximadamente 20 km de
Fortaleza, destaca-se no mercado por ser de grande porte e por atuar na fabricação de Índigo
(jeanswear), possuindo atualmente 3.646 funcionários, dentre eles oito trabalhando na área
ambiental. A sua parte comercial, marketing e assistência técnica é concentrada em São
Paulo, onde são centralizados todos os pedidos e as ordens de produção são enviadas para as
respectivas fábricas para o início do processo de produtivo.
A Unidade V, também situada na cidade de Maracanaú – Ce, é uma fábrica de grande
porte que atua na fabricação de Fios e Malhas de algodão e com 1.280 funcionários, dentre
eles uma Engenheira de Segurança/Processos e uma Assistente Ambiental, trabalhando na
área ambiental.
A Têxtil Bezerra de Menezes (TBM) localiza-se na Avenida dos Expedicionários,
9981, Itapery, Fortaleza-CE; nasceu como uma indústria de fiação há mais de 25 anos. Hoje
conta com quatro unidades localizadas no Ceará, e uma unidade no Mato Grosso do Sul,
como mostra o Quadro 07:
57
UNIDADES PRODUTOS
Unidade Fios Compactados Fios Compactados
Unidade Fortaleza I Fios diferenciados e tradicionais
Unidade Fortaleza II Fios diferenciados e tradicionais
Unidade Maracanaú Fios diferenciados e tradicionais
Unidade Mato Grosso do Sul Fios diferenciados e tradicionais
Quadro 07 – Unidades da Têxtil Bezerra de Menezes S/A.
A estrutura comercial da TBM é formada por engenheiros têxteis altamente
qualificados, que têm a disposição modernos sistemas de tecnologia de informação,
oferecendo aos clientes acesso aos mais variados produtos têxteis em todo o mundo.
Considerada uma empresa global do setor têxtil, a TBM é preparada para concretizar os mais
diversificados tipos de negócios nacionais e internacionais, indo muito além da produção e
comercialização de seus próprios produtos.
A TBM é uma indústria de grande porte com 1.700 funcionários dentre eles, um
Engenheiro de Segurança do Trabalho, um Supervisor de Segurança Industrial, um Técnico
Ambiental, sete Técnicos de Segurança do Trabalho e uma Engenheira de Alimentos com
Pós-Graduação em Engenharia de Produção, um total de oito funcionários trabalhando na área
ambiental.
A pesquisa buscou identificar os SGAs dessas indústrias, fazendo uma análise do
processo produtivo, os impactos gerados e suas ações de controle. A mesma foi feita através
de visitas e de um questionário semi-estruturado com perguntas diretas, aplicado nas
entrevistas com gestores das indústrias, foco da pesquisa. Em função do reduzido número de
empresas certificadas no setor têxtil no Estado do Ceará, fizeram parte da amostra somente
estas duas empresas de grande porte do segmento; uma é certificada e outra não.
58
CAPÍTULO IV - ESTUDO DE CASO
São comentadas neste capítulo, as duas unidades da Vicunha Têxtil S/A e a TBM
Têxtil.
4.1 OS CASOS DA VICUNHA TÊXTIL S/A
A Vicunha Têxtil, empresa com certificação ISO 14001, tem grande atuação na
questão ambiental, com 10 anos de trabalho com o meio ambiente; ela pratica a
responsabilidade ambiental através de um Sistema de Gestão Ambiental bem elaborado e com
profissionais especializados e direcionados para a área. A prática do SGA foi comprovada
através de documentos fornecidos pela indústria e que compõem esse trabalho.
As Unidades I e V da Vicunha possuem o SGA implantado em suas indústrias, pois as
mesmas possuem certificação ambiental, e é requisito para o atendimento a NBR ISO
14001:2004.
Entre maio de 1999 e fevereiro de 2001, a Vicunha planejou e executou o projeto de
implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em suas unidades fabris no Nordeste,
em conformidade com a norma internacional NBR ISO 14.001:2004. O projeto significou
uma mudança nos modelos de gestão das unidades fabris, ratificando o meio ambiente como
um importante cliente a ser satisfeito. O primeiro fruto colhido deste projeto foi à certificação,
em 2001, de três plantas localizadas no Estado do Ceará. Dando continuidade a este projeto,
em novembro de 2006, foi certificada a planta localizada em Natal, no Estado do Rio Grande
do Norte, segundo a Coordenadora de Meio Ambiente e Qualidade da Vicunha (2010).
A implantação do SGA tem como objetivo a identificação de aspectos ambientais e
avaliação dos impactos ambientais, caracterização dos requisitos legais envolvidos, definição
de critérios internos de desempenho, estabelecimento de objetivos, metas ambientais e um
Programa de Gestão Ambiental (PGA).
Um dos funcionários da área ambiental da empresa é a Coordenadora de Meio
Ambiente e Qualidade, entrevistada nesta pesquisa, e que participou do processo de
implantação do SGA e do processo de certificação da indústria, desde 1999. Baseada no
59
processo produtivo e nos impactos gerados por cada etapa (Figura 13), a Vicunha Têxtil
buscou se adequar e usar a responsabilidade ambiental como um objetivo principal para a
empresa.
Para a identificação dos aspectos ambientais significativos o SGA da Vicunha utiliza
uma planilha denominada por Levantamento e Análise de Aspectos e Impactos (LAAI),
(Anexo II), que é utilizada para todos os processos da indústria, incluindo os dos setores
administrativos.
A identificação os impactos ambientais segundo LAAI pode proporcionar para a
empresa a formulação de estratégias de prevenção, controle e tratamento. Pode-se citar
algumas ações de prevenção desenvolvida pela Vicunha, como:
- Programa de Educação Ambiental (PEA): a empresa tem como meta anual à execução
de dois treinamentos vinculados a temas ambientais cobrindo 80% de seus
colaboradores, buscando assim, um maior envolvimento e conscientização ambiental,
fatores fundamentais para implementação de seus programas ambientais.
- Comunicação com partes interessadas: sendo uma extensão do PEA, a Vicunha
mantém canais de comunicação abertos com a comunidade (fabril e externa), através
dos quais atende a solicitações de: palestras em empresas privadas, Ong´s, colégios,
hospitais, e recebimento de visitas de alunos e empresas interessadas na gestão
ambiental, bem como atendimento dos funcionários através de canais abertos de
comunicação.
- Programas Ambientais: visando a manutenção do processo de melhoria contínua, o
SGA estabelece Grupos de Melhoria (GM) voltados ao atendimento de metas
ambientais. Exemplos atuais dos GM´s são: Resíduos Sólidos, Vapor, Água e Efluentes,
Energéticos e Químicos.
Comprovou-se, com dados concretos, que em mais de 40 anos de história a Vicunha
como Indústria Têxtil se preocupa em dar uma destinação final aos resíduos industriais não só
por uma questão legal ou por atendimento as Normas ISO 14001, mas por uma preocupação
ambiental.
Para a identificação dos impactos a indústria precisa estar familiarizada com o seu
processo técnico de fabricação para assim montar ações de controle que serão apresentados
nos próximos itens.
60
4.1.1 A Unidade I
A Vicunha Têxtil - Unidade I obteve a sua certificação ISO 14001 em 2000 e sua
validade será em 24 de julho de 2012. A indústria também possui outras certificações como
IS0 9001 e OEKO TEX STANDARD 100 (Selo Verde). Também tem premiações como: Selo
Empresa que Educa 2001 e 2002; Gestão Empresarial 2001; ABIT Fashion Brasil 2001; TOP
Social ADVB 2002; Cidadania Brasil de Exportação 2002 e ABIT Fashion Brasil 2002.
A unidade I da Vicunha, possui, atualmente, oito funcionários que trabalham no
desenvolvimento da responsabilidade ambiental da empresa; quatro gestores ambientais, dois
analistas de qualidade, um analista ambiental e um coordenador de meio ambiente e
qualidade, todos integrados e com o objetivo de desenvolverem um Sistema de Gestão
Ambiental.
4.1.1.1 O processo técnico de fabricação – Unidade I
O processo produtivo para fabricação do Índigo divide-se em algumas etapas: Fiação,
Urdideira, Índigo, Tecelagem, Acabamento e RTA (etapa de Revisão do Tecido, que atesta a
qualidade do tecido, onde é 100% inspecionado) (Figura 12).
O processo de Fiação se dá em três etapas, Fiação I, Fiação II e Fiação III; nessas
etapas, o algodão in natura é transformado em fio cru, onde pode-se identificar alguns
impactos como: geração de estopa (restos de fio), arame, papelão e capa de fardo (forma
como o algodão in natura é embalado pelo fornecedor).
Após a transformação do algodão em fio cru, esses fardos são colocados na Urdideira,
que é uma roca (embalagem maior) para que sejam unidos e passados para a etapa de Índigo
onde o fio será tingido antes de ser transformado em tecido.
61
Figura 12 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade I – Produto Índigo.
62
A etapa de Índigo é onde o fio é tingido e dividido em 16 rolos para depois serem
colocados em um único rolo na etapa de tecelagem. Nessa etapa, pode identificar-se alguns
impactos como: consumo de água, utilização de corantes, de soda cáustica e de ácidos
acéticos. Nessa etapa, onde são gerados muitos impactos, a indústria procura minimizá-los
reutilizando a água da lavagem do tecido.
Na etapa de tecelagem, o fio é transformado em tecido e pode-se encontrar impactos
como: restos de tecido (ourela), estopa suja de tinta e óleo. Os resíduos gerados de estopas
contaminadas são reutilizados dentro do processo produtivo como combustível para as
caldeiras.
A etapa do acabamento é o processo onde o tecido passa por uma lavagem, mas uma
lavagem não muito específica, pois o Índigo é um tecido que os clientes (empresas que irão
transformar o jeans em calças, saias, shorts, jaquetas ou outro produto de acordo com a
demanda de mercado) recebem com tingimento único e o processo de lavagem para alteração
de cor é feita por eles mesmos. Nesta etapa são gerados impactos como carga química
(corantes), gás, consumo de água e energia.
E por último é a RTA; nela o tecido é inspecionado, atestando a sua qualidade antes de
ser repassado para o cliente. A inspeção do tecido não é feita somente nessa etapa, durante
todo o processo produtivo são retirados retalhos do tecido para que sejam inspecionados mas,
é na RTA que ele é 100% inspecionado.
Com a finalização da inspeção do tecido, o mesmo é embalado com um tubo de
papelão e uma película plástica para ser enviado para o cliente. A Vicunha têxtil S/A,
preocupada também com a questão ambiental de terceiros, embala seus tecidos com produtos
que podem ser reciclados.
A Vicunha também possui um espaço onde o tecido pode ser armazenado pois, por
atender nacionalmente, as vezes, surge a necessidade de estoque.
4.1.1.2 Impactos ambientais e ações de controle
Para análise das atividades fabris e de seus impactos gerados, a Vicunha utiliza o
LAAI (Anexo II) que identifica aspectos como: consumo de energia elétrica, consumo de
algodão, consumo de água, consumo de gás natural, descarte de estopa, descarte de óleos,
63
descarte de embalagem, descarte de resíduo pastoso, derramamento de efluente industrial,
entre outros, como mostra a Figura 13.
Figura 13 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade I e os impactos gerados.
64
Todos os impactos gerados por cada etapa do processo procutivo são verificados e/ou
revisados segundo critérios ambientais, pois a Vicunha tem a política de tratar de todas as
emissões (sólidas, líquidas e gasosas) em cada etapa, de forma a atender aos requisitos legais
existentes.
Já nos setores administrativos são verificados: o consumo de energia, o consumo e o
descarte de material de expediente, o consumo e o descarte de toner. Além da identificação do
aspecto significativo, o LAAI avalia também o grau de importância desses impactos, em
escala de 0 a 5, e sua significância.
A Vicunha também adota uma planilha chamada PTA (Padrão Técnico Ambiental)
para avaliar o setor produtivo da empresa (Anexo III). O PTA funciona como um controle
operacional atendendo ao objetivo de manter os aspectos sob controle. É nessa folha de
aprovação e histórico de revisões, assim definido pela indústria, que a Vicunha consegue
acompanhar cada etapa do processo produtivo e avaliar os impactos gerados pelas mesmas.
Cada um dos padrões técnicos pode ser atualizado tanto por pedido do próprio setor como por
auditorias internas que acontecem três vezes ao ano.
A partir da identificação desses impactos, a Vicunha Unidade I, propõe ações de
controle que serão apresentadas nos próximos itens, como forma de minimização.
4.1.1.2.1 Consumo de energia
Em decorrência do programa ambiental voltado para redução do consumo de energia
elétrica nas unidades da Vicunha, foram realizadas diversas ações: adaptações para
modernização dos conjuntos de iluminação e utilização de telhas translúcidas nos galpões
industriais para uma maior utilização da iluminação natural, otimização das vazões de ar e
água nas centrais de ar e máquinas de refrigeração, modulação das cargas no horário de ponta,
concentrando-se os serviços no horário fora de ponta, redução do peso das hélices dos
ventiladores das centrais de ar, através da substituição destas por outras mais leves, reduzindo
sensivelmente a carga energética consumida para assim atender a um valor padrão máximo de
1,95 KWh/m na etapa de tecelagem, 2,0 KWh/kg na fiação segundo PTA (Anexo II).
Como conseqüência, houve a imediata redução do índice de desempenho estabelecido
pelo Grupo de Melhoria como parâmetro para acompanhamento dos resultados, medido por
65
energia consumida por metro de tecido produzido, além de ganhos financeiros e ambientais,
houve um reconhecimento destas ações através do Prêmio do Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica – PROCEL, concedido à Vicunha Têxtil S/A, Unidade III,
sediada em Pacajus, Ceará.
No PTA cedido pela indústria, revisado no dia 16 de julho de 2009, não define o
consumo de energia elétrica na tecelagem, mas, segundo medidor de energia da Coelce, numa
freqüência de medição mensal, a empresa não ultrapassou o valor padrão de 1,95 KWh/m não
necessitando de controle operacional.
4.1.1.2.2 Consumo de água
Na Vicunha o abastecimento de água é feito através de uma adutora e 70% da água
usada no processo é proveniente do sistema de reuso. Segundo PTA (Anexo II) o consumo de
água atinge o valor padrão de 90.000 m³/mês, com um erro aceitável de +/- 5%. Essa
medição é feita mensalmente com hidrômetros internos por um supervisor da ETA (Estação
de Tratamento de Água).
4.1.1.2.3 Resíduos sólidos
A Companhia implementou e mantém um programa de Coleta Seletiva interna,
objetivando a prática de incentivo da reciclagem/reutilização dos resíduos, sendo essa a
ferramenta fundamental para o correto gerenciamento dos resíduos gerados. Tal
gerenciamento tem como objetivo conciliar os aspectos de geração, segregação,
armazenagem, transporte e destinação dos resíduos com a legislação vigente, a
responsabilidade sócio-ambiental da empresa e os custos financeiros advindos dessas ações.
Exemplo forte desta prática é o aproveitamento de resíduos têxteis através do processo de
desfibradeira (Larouche), onde estes resíduos voltam ao processo em forma de algodão
recuperado. Deve-se destacar a parceria com clientes e fornecedores que, influenciados pela
66
Vicunha, tornam-se também partes integrantes desta rede de respeito ao meio ambiente e à
legislação ambiental aplicável.
As estopas contaminadas, resíduos mostrados na Figura 13, são reutilizadas dentro do
processo produtivo como combustível para as caldeiras ou enviadas para coprocessamento de
uma empresa do setor de cimentos. No descarte de estopa com tinta de tecelagem (Anexo II) a
medição, realizada em balança eletrônica com um erro aceitável de 1,07 Kg, mostrou que a
Vicunha não ultrapassou o valor padrão de 7,5Kg/eng (quilo por engrupagem), numa
freqüência de medição diária, também atendendo aos requisitos legais.
Os resíduos recicláveis, tais como: plásticos, papeis, metais e óleos são encaminhados
para empresas recicladoras licenciadas pelo órgão ambiental.
4.1.1.2.4 Poeiras
A Unidade I possui exaustores que minimizam o impacto gerado por partículas de
algodão, poeiras. Os exaustores trabalham de forma a sugarem as partículas de pó para que
não sejam inaladas por seus funcionários durante o processo produtivo. Os funcionários
também trabalham com EPI’s que são descartadas quando estão contaminadas.
4.1.1.2.5 Efluentes
Os efluentes industriais têm seus parâmetros monitorados diariamente, tendo como
resultado o pleno atendimento às condicionantes legais impostas. Os resíduos líquidos são
aproximadamente 70% reaproveitados, pois, a Vicunha possui hoje a maior estação de
tratamento do Brasil em volume de reuso de efluentes para fins industriais.
67
4.1.2 A Unidade V
A Unidade V iniciou em 1998 atividades relacionadas ao Meio Ambiente e em 2000,
já com participação da Enga. de Segurança, obteve a Certificação ISO 14001 e tem data para
re-certificação em 2012, segundo a Engenheira de Segurança, Diana Parente, responsável por
responder ao questionário, mesmo não tendo participado da implantação do SGA
As duas Unidades da Vicunha Têxtil, e, as unidades não se diferenciaram em seus
padrões de performance ambiental. Isso deve-se ao fato de as unidades trabalharem em cima
dos mesmos fatores motivacionais para a busca de uma melhor performance ambiental que
são: fatores econômicos, estratégicos e ambientais.
4.1.2.1 O processo técnico de fabricação – Unidade V
A Unidade V trabalha com a fabricação de Fios e Malhas, a mesma possui uma etapa
comum com a Unidade I, que é a fiação. O processo técnico de fabricação da Unidade V
assemelha-se mais a TBM (Figura 15), próxima indústria a ser apresentada nesse estudo, por
possuírem o um produto comum, o fio.
O processo técnico de fabricação dessa unidade passa por algumas etapas, como
mostra a Figura 14:
68
Figura 14 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade V – Produto Fio.
69
A primeira etapa chamada de DMP é responsável pelo recebimento, análise e
armazenamento dos fardos de algodão. Os fardos são descarregados e colocados no galpão,
logo em seguida são recolhidas as amostras de cada fardo para análise no HVI. Essa análise
compreenderá a verificação de algumas propriedades físicas do algodão como: resistência,
uniformidade, comprimento, tipo. Após a análise, os fardos são distribuídos às salas de
abertura.
O processo fabril inicia-se pelo recebimento da matéria prima (algodão e fibras
sintéticas) para ser encaminhado ao processo de abertura de fardos. Em seguida, as fibras são
transportadas por tubulações para as máquinas de cardagem, onde as fibras são transformadas
em pavios de algodão. Todo o sistema é automático – da Sala de Abertura até as Cardas.
A próxima etapa é onde os flocos de algodão são transformados numa manta, esta
manta é transformada em um véu na máquina Carda, onde ele é condicionado através de um
funil e transformado em fita que será condicionada em latões, que posteriormente alimentarão
os passadores.
A máquina (Passador) tem a finalidade de estirar, paralelizar, homogenizar e
uniformizar as fitas de cardas. Os passadores compreendem os de primeira e segunda
passagem. Passam em média seis fitas de cardas por cada passagem para se obter uma fita
regular. A fita é transportada em latões para as máquinas Maçaroqueiras que reduzem a
espessura da fita para uma fita mais fina em processo de alta rotação.
No processo na Fiação encontram-se distintos dois diferentes processos: Fiação Anel e
Fiação a Rotor. A fiação anel, mais comum nas indústrias estudadas, tem como etapas a
maçaroqueira que compreende a preparação final da matéria prima na fiação convencional.
Esta máquina recebe a fita do passador, estira a mesma, afinando-se. Através de estiragem e
torção de 2º passagem é transformada em pavio, sendo acondicionado em embalagem tubular
denominado tubete, dando origem à formação de maçaroca. Material processado vai para o
processo seguinte, filatório.
Nos filatórios os pavios vindos das máquinas maçaroqueiras são transformados pelo
filatório em fios que saem em forma de espulas. E na última etapa, nas conicaleiras o fio
muda a embalagem para facilitar o transporte e as manipulações futuras e retira todos os
defeitos que possam ser inconvenientes ao fio de primeira qualidade. São alimentadas as
espulas de filatórios, sendo o fio enrolado em forma de cone ou bobina grande, as quais
conterão, no final, fios de diversas espulas.
70
4.1.2.2 Impactos ambientais e ações de controle
Com relação aos impactos gerados no processo produtivo o Quadro 08 apresenta os
impactos gerados nos dois processos de fabricação da Unidade V que são Fios e Malhas.
IMPACTOS AMBIENTAIS ETAPAS
Consumo de água Processo de Tingimento da malha
Consumo de energia 90% do consumo é do Processo de Fiação
Ruído das Máquinas Processos de Fiação (maior ruído), Malharia
e Beneficiamento
Calor gerado nos processos Área de Caldeira
Pó composto por partículas de algodão Processos de Fiação e Malharia
Corantes não fixados e produtos químicos
remanescentes (efluentes)
Processo de Tingimento de malha
Óleo utilizado na lubrificação das máquinas
(efluentes)
Processo de Manutenção dos Equipamentos
Quadro 08 - Processo produtivo da Vicunha Têxtil/Unidade V e os impactos gerados.
Escolheu-se para estudo desse trabalho o Fio e os seus impactos gerados. Para isso,
serão apresentadas ações de controle para mitigação desses impactos.
Como a Vicunha planeja suas ações de controle visando à utilização das mesmas em
todas as suas unidades, as ações de controle apresentadas a seguir assemelham-se, em alguns
itens, as da Unidade I.
4.1.2.2.1 Consumo de energia
90% do consumo de energia acontece no processo de fiação, e a Unidade V apresentou
ações de controle semelhantes à Unidade I para diminuição desse impacto.
4.1.2.2.2 Consumo de água
Na Unidade V o consumo de água acontece apenas no tingimento da malha, para o
processo de fabricação do fio (Figura 15), o consumo de água não acontece.
71
4.1.2.2.3 Resíduos sólidos
Para os resíduos gerados durante o processo fabril decorrente da limpeza dos flocos de
algodão, a Unidade V utiliza o reaproveitamento como ação mitigadora. Do processo de
abertura de fardos, esses resíduos são automaticamente transportados por tubulações para as
máquinas de separação dos resíduos mais leves dos pesados. Os resíduos mais pesados podem
ser reaproveitados no processo ou retirados para descarte. Os resíduos leves são prensados
automaticamente e descartados para reciclagem e incineração.
Estopas contaminadas são reaproveitadas como combustível nas caldeiras e os
plásticos, papeis, metais e óleos são encaminhados para empresas recicladoras.
4.1.2.2.4 Poeiras
Para esse impacto, as ações de controle da Unidade V são semelhantes a da Unidade I,
a mesma utiliza exaustores para contenção das partículas de algodão (poeiras) e EPIs para
seus funcionários.
4.1.2.2.5 Efluentes
As unidades desenvolvem trabalho em conjunto na destinação dos efluentes líquidos
que são gerados pelas duas unidades. Os efluentes gerados pela Unidade V são enviados para
a Unidade I onde é feito o tratamento biológico e Físico-Químico.
Apesar da Unidade V não apresentar efluentes em seu processo de fabricação do Fio a
mesma apresenta esse impacto quando trabalha com outro produto, a Malha.
Os padrões ambientais utilizados pelas duas unidades para minimizar os impactos são:
procedimentos internos (elaboração do LAAI e PTA, comentados anteriormente),
atendimento às normas regulamentadoras, NBR’s, decretos, leis, resoluções estadual,
municipal e federal.
72
4.2 O CASO DA TÊXTIL BEZERRA DE MENEZES – TBM S/A
A TBM foi escolhida para esse estudo como a indústria que não possui certificação
ISO 14001, mas destaca-se por possuir Responsabilidade Ambiental.
Apesar do não atendimento às especificações para ter a ISO 14001, a TBM
demonstrou a responsabilidade ambiental, através de acompanhamento da performance
ambiental da empresa, constatada através de dados fornecidos pela mesma durante a
entrevista com o funcionário e visita a indústria.
A TBM destaca-se por trabalhar direcionada, há mais de dez anos, para a Gestão da
Qualidade. Com isso, tem colecionado as mais importantes certificações do setor como: ISO
9001:2000, Oko Tex Standard 100 (Confiança nos produtos Têxteis), Belcoro (Selo de
qualidade em fiação) e Supima.
Segundo site da TBM (2010), o comprometimento com a melhoria contínua dos
processos é fundamental. Todas as ações voltadas para a qualidade refletem diretamente na
capacidade de competir mundialmente, maximizando resultados e possibilitando renovação e
desenvolvimento. Tem como principais focos:
- Aquisição de matéria-prima por técnicos para averiguar e classificar a qualidade
comercializada;
- Um laboratório para análises, homologado pelo Ministério da Agricultura para emitir
laudos técnicos, o único da região nordeste;
- Um laboratório completo de última tecnologia para análise do processo, realizando
testes diários para garantir assim a estabilidade e confiança nos seus produtos;
- Compromisso de sempre adquirir peças de reposição originais de fábrica, tendo um
controle rígido e eficaz de vida útil dos componentes, substituindo-os de acordo com
um plano determinado para que não interfiram na qualidade e no processo produtivo;
- Visitas técnicas regulares aos principais fornecedores de equipamentos para
verificação preditiva e reuniões frequentes para desenvolvimento e atualização de
novas tecnologias.
Este procedimento mostra que a TBM possui um trabalho de gestão e uma infra-
estrutura muito bem elaborada e organizada o que pode ocasionar um crescimento interno de
73
conscientização, tendo como conseqüência melhoria na performance ambiental atingindo o
objetivo de uma futura certificação ambiental.
Segundo o site TBM (2010), essa melhoria na performance ambiental já é trabalhada
na empresa,
no mundo moderno, com as crescentes oscilações climáticas e constante
aquecimento, a preocupação com o meio ambiente deixou de ser uma
prática politicamente correta, para se tornar um quesito obrigatório para
qualquer empresa.
No entanto, quando questionada sobre o SGA, a TBM respondeu que não possuía um
SGA implantado em sua indústria, mas apresentou ações de controle de resíduos que serão
apresentados nos próximos itens.
4.2.1 O processo técnico de fabricação - TBM
A TBM dispõe de uma diversidade de fios, produtos para toda a cadeia têxtil, com
diversos produtos e soluções exclusivas para cada cliente como mostra o Quadro 09.
74
PRODUTOS TBM CARACTERÍSTICAS COMPOSIÇÃO
Fios Penteados
- Menor número de imperfeições;
- Maior resistência;
- Regularidade;
- Mais uniforme; e Excelente qualidade.
•100% Algodão;
• 50% Algodão / 50% Poliéster
• 33% Algodão / 67% Poliéster
Fios Cardados - Utilizado na fabricação de malhas e tecidos;
• 100% Algodão
• 100% Viscose
• 100% Poliéster
• 100% Bambu
• 100% Acrílico
• 50% Algodão / 50% Poliéster
(Mistura Íntima)
• 50% Algodão / 50% Viscose
(Mistura Íntima)
• 88% Algodão / 12% Poliéster
(Mescla)
• 88% Viscose / 12% Poliéster
Preto (Mescla)
• Linho/Seda
• Linho/Algodão
• Linho/Acrílico;
• Lã / Seda.
Fios Open-End
- Utilizados em processos para aumentar a
capacidade produtiva da indústria têxtil na
fabricação de malhas e tecidos.
• 100% Algodão;
• 100% Viscose;
• 100% Poliéster;
• 100% Resíduo de Algodão;
• 50% Algodão / 50% Poliéster;
• 50% Algodão / 50% Viscose.
Fios Compactados
- Produzidos com a mais alta tecnologia,
proporcionando variadas aplicações de cores e
conforto.
Fio Penteado Compactado
(Innova)
- Fios diferenciados no toque, brilho, cor e
maciez;
- Ótima afinidade tintorial com excelente
definição de cores;
- Gera benefícios nos processos de malharia e
tecelagem;
Innova Penteado:
• 100% Algodão
• 100% Algodão São Joaquim
do Vale (EUA)
• 100% Algodão SUPIMA
• 50% Algodão / 50% Liocel
• 50% Algodão / 50% Modal
Innova Cardado:
• 100% Algodão SUPIMA
• 100% Viscose
Fio Fantasia
• Mouliné
• Flame
• Metálicos
• MultiTwist e Core Spum Yarn
Quadro 09 - Produtos da Têxtil Bezerra de Menezes S/A
Fonte: TBM, 2010.
O processo produtivo básico da TBM pode ser representado pelo fluxograma da figura
14. Sendo que para cada tipo de fio desejado esse processo sofrerá variações operacionais,
considerando suas composições e características, conforme mostra o fluxograma da Figura 15.
75
Figura 15 - Linhas de Produção da Têxtil Bezerra de Menezes S/A. Fonte: TBM Têxtil S/A, 2010.
76
Figura 16 - Processo produtivo da Têxtil Bezerra de Menezes S/A – Produto Fios.
77
Na primeira etapa de cardas ou preparação (Figura 16), o maquinário tritura o algodão,
separando a parte que não será aproveitada no processo produtivo, e transforma-o em plumas
ou fitas.
Em seguida vem o passador, que é uma máquina de alta produtividade que mistura os
materiais de lotes diferentes. Do passador as fitas vão para as maçaroqueiras, onde são
transformadas em pavio, e o próximo passo é o filatório, onde os pavios são transformados em
fios têxteis por um processo de estiragem e torção através de cilindros de pressão (TBM,
2010).
Na última etapa do processo o fio já fabricado é enrolado em cones na conicaleira e
segue para embalagem, finalizando a apresentação do produto para ser entregue ao cliente.
4.2.2 Impactos ambientais e ações de controle
Podemos observar que o processo produtivo de fios têxteis (Figura 16) diferencia-se
do processo de fabricação de tecidos e malhas (Figura 12), no entanto, todos os dois processos
geram impactos semelhantes, medidos através de indicadores ambientais.
Para o SINDITÊXTIL SP (2009), o processo de fiação seja com fibras naturais ou
fibras sintéticas/artificiais geram impactos para o ar, emissões atmosféricas (materiais
particulados – fibrilas), emissões de ruídos e incômodo à população, condensado proveniente
da operação de vaporização; e para o solo, geração de resíduos sólidos (cascas, fibras, fios,
cones, etc.), emissão de vibração de partícula e incômodo à população.
Para a TBM as etapas de armazenamento e de análise do algodão são consideradas
como etapas do processo produtivo, no entanto, foi identificada durante visita a indústria e
durante entrevista com o Supervisor de Segurança Industrial da TBM, que a geração de
resíduos inicia-se na etapa de abertura do algodão onde podemos encontrar impactos como:
consumo de energia, calor, pó e impurezas, fibras de algodão e arame (Figura 17).
Segundo a TBM (2010) os impactos observados no seu processo produtivo são níveis
de ruído, o calor gerado pelas máquinas, consumo de energia, água e resíduos como pó
composto por partículas de algodão resultantes dos processos de fiação, arames e fibras
(Figura 17).
78
Figura 17 – Processo produtivo Têxtil Bezerra de Menezes S/A e os impactos gerados.
79
Um dos resíduos gerados em maior quantidade pelo processo produtivo é o arame que
chegou a 12,7 toneladas entre março e abril de 2010; ou seja, os impactos começam antes
mesmo do processo produtivo começar a funcionar, quando a matéria prima ainda esta sendo
preparada para entrar no processo e se transformar em produto final. Outro resíduo também
com um número bastante relevante (13,2 toneladas) é o papelão que participa indiretamente
na transformação de insumos em produto, pois, só é utilizado quando o produto já esta
finalizado, quando os fios são embalados para serem vendidos, conforme Planilha de
Caracterização de Resíduos (Figura 18).
4.2.2.1 Consumo de energia
A TBM apresentou um alto consumo de energia em quatro etapas do seu processo
produtivo. No entanto, a empresa não desenvolve nenhuma ação para controle desse aspecto.
4.2.2.2 Resíduos sólidos
A TBM possui um programa próprio, o PGRS – Programa de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos que tem como objetivo acompanhar a performance ambiental da indústria e
como consequência atender as exigências legais do órgão competente, a Secretaria do Meio
Ambiente do Estado do Ceará – SEMACE. O PGRS tem como objetivo tratar os resíduos
identificados nos processos produtivos e reutilizá-los para reduzir ao máximo o impacto
ambiental.
Para registro desses resíduos o PGRS utiliza duas planilhas: Planilha de
Caracterização dos Resíduos e Planilha de Comprovantes, ambas usadas como ferramentas
para a elaboração do PGRS. Essas planilhas fazem parte das exigências da SEMACE para
atendimento as questões legais e enviadas a mesma, através de relatórios bimestrais.
A Planilha de Caracterização dos Resíduos tem o objetivo de registrar os resíduos,
classificá-los, segundo NBR 10.004, quantificar, e informar o destino final (Figura18).
80
Figura 18 – Planilha de Caracterização dos Resíduos.
Fonte: Têxtil Bezerra de Menezes S/A.
81
Parte desses resíduos são reaproveitados, o algodão que não é aproveitado no
processo, por questões de qualidade do produto, é levado para outro processo que é o de
reaproveitamento.
Já os resíduos que não são reaproveitados no processo como arame, papelão e
varredura são enviados para empresas que irão reutilizá-los, como artesanato, reciclagem e
produção de sacos de estopa, respectivamente (Figura 18).
Os resíduos de lâmpadas em geral que participam indiretamente do processo
produtivo, também são apresentados na Planilha de Caracterização dos Resíduos, pois os
mesmos não deixam de ser considerados impactos, onde é dado um destino final que é a de
descontaminação através de filtro de carvão ativado.
Outro aspecto interessante é o do lixo domiciliar que também não faz parte
diretamente do processo produtivo e que consta na planilha como um resíduo com destinação
final que é o depósito em aterros sanitários.
Para isso, a TBM possui uma Planilha de Comprovantes (Figura 19) que tem como
objetivo registrar para onde os resíduos foram enviados, em quais datas, qual a quantidade, e
quais empresas irão reutilizá-los.
Para destinação correta desses resíduos a TBM conta com um fluxograma do processo
de produção do resíduo para identificar onde acontece a produção do mesmo e as etapas até a
sua destinação final.
A TBM, no entanto, tem a preocupação de conhecer as empresas escolhidas para
receber esses resíduos, pois as mesmas devem atender às exigências legais para manuseio do
resíduo, e deve ser aprovada pelo órgão competente, a SEMACE.
82
Figura 19 – Planilha de Comprovantes de destinação de resíduos.
Fonte: Têxtil Bezerra de Menezes S/A.
83
4.2.2.3 Poeiras
A TBM têxtil diante da identificação de impactos como partículas de pó de algodão
(poeiras), elabora também um fluxograma de processo de produção do resíduo, identificando
todas as etapas do processo produtivo que geram esse impacto, e separando os resíduos antes
de sua finalização.
O principal objetivo do fluxograma é o de observar em quais etapas o pó de algodão é
gerado e com isso, separá-los e transportá-los para armazenamento onde serão enviados para
empresas que irão reutilizá-los como ração para animal, como mostra a Figura 18.
84
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES
5.1 CONCLUSÕES
O primeiro objetivo específico desse trabalho foi o de estudar a realidade dos impactos
ambientais das atividades da indústria têxtil. Para isso foi feito um estudo em duas empresas
do Ceará observando os principais impactos ambientais gerados no processo produtivo,
conforme o capítulo IV. Os impactos considerados significativos, nessa atividade foram:
consumo de energia e de água, poluição do ar, da água e do solo, através de partículas de pó
de algodão e efluentes gerados por corantes.
O segundo objetivo específico foi o de identificar formas de gerenciamento de
impactos ambientais significativos para isso foram realizadas entrevistas com os
representantes ambientais das indústrias que apresentaram as ações de prevenção, controle,
tratamento e gerenciamento desses impactos.
O reaproveitamento foi apresentado como uma forma de gerenciamento desses
impactos, conforme subitem 4.1.1.2.5, a unidade Vicunha apresentou um percentual de 70%
de reaproveitamento em seus efluentes líquidos, quase sua totalidade. Para os resíduos
sólidos, conforme subitem 4.1.1.2.3, a mesma apresentou o reaproveitamento total dos
resíduos de estopas, e os demais outra forma de gerenciamento o envio para empresas
recicladoras.
Quanto aos efluentes, a unidade Vicunha apresentou uma parceria quanto ao seu
gerenciamento, os mesmos são enviados para a Unidade I que se encarrega de fazer o
tratamento biológico e físico-químico, concentrando assim o gerenciamento em um único
local. Já a TBM, item 4.2, não apresentou geração de efluentes, e quanto aos seus resíduos a
mesma deixou a desejar em suas ações ambientais, pois não apresentou ações de controle
feitas pela empresa, os mesmos são destinados a outras empresas que irão reutilizá-los
passando para elas a responsabilidade de gerenciá-los.
O terceiro objetivo foi o de levantar a performance ambiental das atividades da
indústria têxtil em duas empresas para isso foi desenvolvido um questionário que abordava as
questões ambientais das empresas. Com o questionário permitiu-se que fosse realizado um
estudo comparativo dos processos produtivos, dos impactos gerados e das ações de controle
85
de cada indústria. Com o comparativo dos processos produtivos têxteis, pôde-se observar que
as diferenças de performances encontradas entre as empresas estão relacionadas ao sistema de
gestão existente ou equivalente, a partir da identificação dos impactos gerados no processo
produtivo e das ações de controle usadas por cada uma.
As duas indústrias pesquisadas apresentaram uma boa performance ambiental pois as
mesmas incorporam aos valores da empresa a questão ambiental. Os fatores econômicos,
estratégicos e ambientais, para as unidades da Vicunha Têxtil, são determinantes para a busca
dessa melhoria; e semelhantes para a TBM que os descreve como fatores de preservação
ambiental, atendimento às expectativas dos clientes e cumprimento das legislações.
E o quarto objetivo específico foi o de analisar as diferenças encontradas e
correlacioná-las aos sistemas de gestão (certificado e não certificado) para isso foi analisado a
influência da cerificação ISO 14001:2004, representando um fator preponderante e, ao mesmo
tempo, motivador para a melhoria da performance ambiental mediante ações de prevenção,
controle, tratamento e gerenciamento.
Para a indústria, segundo a coordenadora de meio ambiente e qualidade da Vicunha
Têxtil S/A - Unidade I (2010), a certificação em conformidade com os requisitos da norma
ISO 14.001:2004 evidencia que a empresa possui um sistema de gestão ambiental eficaz e em
melhoria contínua, que se destaca através de resultados alcançados com: gerenciamento de
resíduos sólidos industriais classe I e II; tratamento de efluentes industriais; programa de
educação ambiental (PEA); comunicação com partes interessadas; monitoramento do
atendimento aos requisitos legais; programas ambientais; eficiência energética; e certificação
ambiental de nossos produtos.
Pôde-se constatar que o fato de as duas empresas se diferenciar por ser uma certificada
e outra não, permitiu que a Vicunha, empresa certificada, apresentasse um amadurecimento
frente às questões ambientais e um melhor entrosamento com o tratamento de seus impactos.
Já a TBM apresentou pouco amadurecimento e pouco envolvimento da alta gerência frente às
questões ambientais, pois a mesma possui poucos funcionários qualificados na área ambiental
e colocou a frente das questões ambientais um Supervisor de Segurança Industrial que não
possui conhecimento específico na área.
A TBM mostrou-se envolvida nas questões ambientais para atendimento as exigências
legais e as pressões ambientais provocadas pelas pela comunidade, conforme pesquisa
realizada por Abreu et al. (2008) que apresentou fatores que motivam a implantação de uma
conduta ambiental nas indústrias.
86
O atendimento aos objetivos específicos foi feito conforme simplificação do Quadro
10 abaixo:
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ELABORADO (A) IDENTIFICADO
Estudar a realidade dos
impactos ambientais das
atividades da indústria têxtil.
Estudo sobre a realidade
dos impactos ambientais
das atividades da indústria
têxtil.
Consumo de energia e de
água, poluição do ar, da água
e do solo, através de
partículas de pó de algodão e
efluentes gerados por
corantes.
Identificar formas de
gerenciamento de impactos
ambientais significativos.
Entrevistas com os
representantes ambientais
das indústrias que
apresentaram as ações de
prevenção, controle,
tratamento e
gerenciamento desses
impactos.
VICUNHA:
Reaproveitamento ;
Reciclagem;
Estação de tratamento.
TBM:
Reaproveitamento;
Envio para empresas
recicladoras.
Levantar a performance
ambiental das atividades da
indústria têxtil em duas
empresas.
Questionário que
abordava as questões
ambientais das empresas.
As diferenças de
performances encontradas
entre as empresas estão
relacionadas ao sistema de
gestão existente ou
equivalente, a partir da
identificação dos impactos
gerados no processo
produtivo e das ações de
controle usadas por cada
uma.
Analisar as diferenças
encontradas e correlacioná-las
aos sistemas de gestão
(certificado e não certificado).
Análise da influência da
cerificação ISO
14001:2004,
representando um fator
preponderante e, ao
mesmo tempo, motivador
para a melhoria da
performance ambiental
mediante ações de
prevenção, controle,
tratamento e
gerenciamento
apresentada pelas
empresas
Pôde-se constatar que o fato
de as duas empresas se
diferenciarem por ser uma
certificada e outra não,
permitiu que a Vicunha,
empresa certificada,
apresentasse um
amadurecimento frente às
questões ambientais e um
melhor entrosamento com o
tratamento de seus impactos.
Quadro 10 - Quadro dos objetivos específicos e conclusões da pesquisa.
Desta forma pode-se afirmar que o objetivo geral da dissertação de descrever os
impactos ambientais da indústria têxtil e verificar ações de gerenciamento, prevenção,
87
controle e tratamento desses impactos foi alcançado devido ao estudo realizado nessas
indústrias observando os seus processos produtivos, os seus impactos gerados e a
apresentação de suas ações de controle. Conclui-se que a certificação ainda é um fator
importante para a melhoria da performance ambiental dessas indústrias.
Podendo-se com esse estudo responder a questão da pesquisa quais os principais
impactos ambientais das indústrias têxteis e como o sistema de gestão os gerencia.
5.2 LIMITAÇÕES DO TRABALHO
Um dos fatores limitante desse trabalho foi o acesso às indústrias para realização do
estudo. As tentativas foram muitas, parte delas sem sucesso, até conseguir o primeiro
questionário respondido. No entanto, contou-se com a colaboração de funcionários das
indústrias que facilitaram as entrevistas e o preenchimento do questionário.
Com relação aos documentos fornecidos, destaca-se que a obtenção de documentos
não foi tão difícil; logo que identificaram o trabalho como uma pesquisa acadêmica o acesso
aos documentos ficou fácil.
Outro fator limitante foi à escolha das indústrias, pois somente três empresas
certificadas no Ceará e todas pertencentes ao mesmo grupo, ou seja, a pesquisa limitou-se a
analisar apenas um grupo; caso fossem negados todos os acessos às empresas, a pesquisa
deveria ser modificada. Já sem certificação existe um número maior, pois o mercado têxtil no
Ceará possui várias empresas atuando.
Um fator que também deve ser considerado foi o fato de que ao se limitar a empresas
com certificação, tinha-se como conseqüência conseguir uma de mesmo porte para fazer a
análise comparativa.
5.3 RECOMENDAÇÕES
88
Apesar de não ser um tema novo, o estudo de impactos ambientais sempre pode
enriquecer os setores produtivos com a identificação das melhores formas de prevenção,
tratamento e controle.
A pesquisa realizada pode servir de subsídio para realização de pesquisas acadêmicas
na área de gestão ambiental, avaliação de impactos ambientais, avaliação de performance
ambiental e sistema de gestão ambiental, ou empresariais servindo de ferramenta para as
empresas perceberem como estão impactando o meio em que estão operando.
89
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Janeiro. 2001.
94
APÊNDICES
95
APÊNDICE I
QUESTIONÁRIO
PESQUISA SOBRE A PERFORMANCE AMBIENTAL DAS INDUSTRIAS TEXTEIS
COM CERTIFICAÇÃO E SEM CERTIFICAÇÃO DO CEARÁ
PARTE I – DADOS PESSOAIS
1. Nome
2. Formação
3. Cargo/Função
4. Participou da Implantação do SGA? ( ) SIM ( ) NÃO
5. Participou do processo de Certificação? ( ) SIM ( ) NÃO
PARTE II – A EMPRESA
NOME DA EMPRESA
6. Localização
7. Porte da empresa
8. Produtos da empresa
9. Número de empregados total
10. Número de empregados que trabalham na área
ambiental
11. Posição no Mercado (Nacional e
Internacional)
12. Possui Sistema de Gestão Ambiental (SGA)? ( ) SIM ( ) NÃO
13. Possui a Certificação ISO 14001? ( ) SIM ( ) NÃO
14. Em que ano iniciaram as ações/atividades
relacionadas ao meio ambiente?
15. Qual ano obteve a certificação?
16. Validade da certificação?
17. Organograma da Empresa (caso o espaço seja pequeno, colocar em anexo)
18. Descreva o Fluxograma do Processo Produtivo e da Cadeia Produtiva (caso o espaço seja
pequeno, colocar em anexo).
19. A vizinhança do entorno da Indústria é predominantemente composta por:
( ) Residência
( ) Comércio
( ) Indústria
( ) Escola
( ) Outros – Especificar qual(is):
20. Possui curso hídrico próximo a planta industrial? Há quantos metros e que tipo (lago,
lagoa, rio, mar)?
96
PARTE III – CONDUTA AMBIENTAL
21. Quais razões levaram a implantação do SGA?
( ) Melhoria da performance ambiental
( ) Exigências dos clientes
( ) Atendimento à Legislação Ambiental
( ) Marketing (Imagem corporativa)
( ) Redução de custos
( ) Melhoria da competitividade
22. Preencha o quadro abaixo com as etapas do processo produtivo marcando com um X os
seus respectivos impactos ambientais gerados em cada uma delas:
ETAPAS /
IMPACTOS AMBIENTAIS
Consumo de água
Consumo de energia
Ruído das Máquinas
Calor gerado nos processos
Pó composto por partículas de
algodão
Corantes não fixados e
produtos químicos
remanescentes (efluentes)
Óleo utilizado na lubrificação
das máquinas (efluentes)
Outros – Especificar:
23. Quais os principais fatores que motivam a organização a buscar uma melhor performance
ambiental?
24. Existem mecanismos de reaproveitamento de resíduos oriundos de processo produtivo no
parque industrial ou destinado para outros segmentos?
( ) Sim ( ) Não
25. Quais segmentos? Especifique.
26. Havendo reaproeitamento ou reciclo de emissõe, efluentes ou residuos ele ocorre de forma
total ou parcial?
27. Se a resposta for Parcial, indique a forma de destinação desses resíduos, efluentes ou
emissões.
( ) Reciclagem
( ) Incineração
( ) Coprocessamento
( ) Rede de esgoto
( ) Rio, riacho, lago, etc. Especificar: ________________________________
( ) Solo - Espeficar: ______________________________________________
( ) Envio para tratamento. Indique o local: ___________________________
( ) Outro – Especificar qual: _______________________________________
97
28. A indústria tem a política de, ao final de cada etapa do processo produtivo, fazer uma
destinação daqueles resíduos que não podem ser reutilizados?
( ) Sim ( ) Não ( ) Depende da etapa. Especifique_______________
29. Se a resposta for afirmativa. No caso dos efluentes líquidos a indústria possui algum tipo
de tratamento?
( ) Sim. Especificar: _________________________________________
( ) Não
30. É observado se a etapa do processo produtivo que aquele resíduo foi gerado, foi feita
segundo critérios ambientais?
( ) Sim ( ) Não
( ) Depende da etapa. Especifique qual(is):______________________
31. Os processos geradores de resíduos, efluentes ou emissões são verificados e/ou revisados
segundos critérios ambientais?
( ) Sim ( ) Não
( ) Depende da etapa. Especifique qual (is):______________________
32. Quais os padrões ambientais adotados pela empresa?
33. Quais as principais evidências de monitoramento ambiental por parte do órgão ambiental?
34. Quando os parâmetros estão fora do padrão qual o procedimento adotado?
98
APÊNDICE II
RESULTADO DOS QUESTIONÁRIOS
QUESTIONÁRIO VICUNHA
TBM TÊXTIL UNIDADE I UNIDADE V
Nome do Responsável Andreline Timbó Diana Freitas Adailton
Cargo/Função Coordenadora de Meio
Ambiente
Engenheira de
Segurança/Processos
Supervisor de Segurança
Industrial
Nº funcionários na área
ambiental 04 02 08
Possui SGA? Sim Sim Não
Possui Certificação
ISO 14001? Sim Sim Não
Inicio das atividades de
meio ambiente 1999 1998 -----
Ano que obteve a
Certificação 2000 2000 -----
Validade da
Certificação 2012 2012 -----
Vizinhança da
Indústria Indústria Indústria Residência
Existe curso hídrico no
entorno do
empreendimento?
Não Sim Não
Razões para
implantação do SGA
Melhoria da performance
ambiental; Exigências dos
clientes; Marketing (imagem
corporativa); Redução de
custos e Melhoria da
competitividade.
Melhoria da performance
ambiental Não possui SGA
Quais fatores que
motivam a organização
a buscar uma melhor
performance
ambiental?
Econômicos, Estratégicos e
Ambientais.
Atendimento à legislação e
assim evitar multas por
algum passivo ambiental e
conscientizar os
colaboradores quanto a
preservação do meio
ambiente.
Preservação e
conservação do meio
ambiente;
Atender às expectativas
do cliente;
Cumprir com a legislação
(Federal, Estadual e
Municipal).
Reaproveita resíduos? Sim Sim Sim
99
Tipo de resíduo
reaproveitado
Estopas contaminadas:
utilizadas como combustível
nas caldeiras.
Plásticos, papeis, metais e
óleos são encaminhados para
empresas recicladoras.
Estopas contaminadas:
utilizadas como combustível
nas caldeiras.
Plásticos, papeis, metais e
óleos são encaminhados
para empresas recicladoras.
Efluentes Líquidos:
enviados para a Unidade I
onde é feito tratamento
biológico e físico-químico.
Fibra: Reprocesso;
Arame:Artesanato; e
Papelão/plástico:
Reciclagem.
Havendo
reaproveitamento ou
reciclo de emissões,
efluentes ou resíduos ele
ocorre de forma total
ou parcial?
Parcial. 70% da água usada no
processo é proveniente do
sistema de reuso. Total para
as estopas.
Parcial Parcial
Se a resposta for
parcial. Qual forma de
destinação dos resíduos
não reaproveitados?
Reciclagem,
Coprocessamento e Rede de
esgoto.
Reciclagem, Incineração e
Envio para tratamento na
Unidade I.
Os mesmos são enviados
para empresas.
A indústria tem a
política de ao final de
cada etapa do processo
produtivo fazer uma
destinação daqueles
resíduos que não podem
ser reutilizados?
Sim Sim Sim
Se a resposta for
afirmativa. No caso dos
efluentes líquidos a
indústria possui algum
tipo de tratamento?
Efluente líquido - Tratamento:
Biológico, físico-químico e
osmose reversa
O nosso efluente é enviado à
Unidade I onde é feito
tratamento biológico e
Físico-Químico
Tatamento e água
É observado se a etapa
do processo produtivo
que aquele resíduo foi
gerado foi feita segundo
critérios ambientais?
Sim Sim Sim
100
Os processos geradores
de resíduos, efluentes
ou emissões são
verificados e/ou
revisados segundos
critérios ambientais?
Sim Sim Sim
Quais os padrões
ambientais adotados
pela empresa?
Procedimentos internos,
normas regulamentadores,
NBR´s, decretos, leis,
resoluções estadual, municipal
e federal.
Procedimentos internos,
normas regulamentadores,
NBR´s, decretos, leis,
resoluções estadual,
municipal e federal.
Atendimento à
legislação , Federal,
Estadual e Municipal.
Lei Federal nº 10.650,
Lei Estadual nº
13.103/2001, Lei
Municipal nº 8097/97.
Resolução CONAMA –
Nº 237/97 e Norma
ABNT NBR
10.004/2004.
Quais as principais
evidências de
monitoramento
ambiental por parte do
órgão ambiental?
O órgão ambiental SEMACE
exige na Licença de Operação
o auto-monitoramento da
empresa, sendo mensal para
os efluentes, quadrimestral
para as emissões gasosas e
para os resíduos sólidos.
Registros de teste
colorimétrico na Caldeira e
nos caminhões, check list
dos caminhões que chegam
com produtos químicos na
Unidade, relatório de
monitoramento enviado
quadrimestralmente a
SEMCE, PGRS e cadastros
de resíduos no site do
IBAMA.
Inspeção direta,
automonitoramento dos
resíduos sólidos e
poluição sonora e o
Programa de
Gerenciamento de
Resíduos Sólidos.
Quando os parâmetros
estão fora do padrão
qual o procedimento
adotado?
Os parâmetros são
monitorados diariamente e,
conforme nossos programas
ambientais, caso as metas não
sejam atingidas, medidas
corretivas são planejadas e
realizadas para que a situação
se normaliza. Parâmetros
pertinentes a requisitos legais
são prioritários e medidas
corretivas urgenciadas.
Todos os parâmetros
monitorados estão dentro do
padrão.
Correção imediata e
adoção de medidas
preventivas.
101
ANEXOS
102
ANEXO I
LAAI - LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE ASPECTOS E IMPACTOS
Área: VICUNHA TÊXTIL Aprovado por: ANDRELINE TIMBÓ Aprovado em: 11/05/2009 Revisão: 2
Data de Revisão: 11/05/2009 Última Alteração: 11/05/2009 Realizado por: ANA LÚCIA/RAQUEL CHAVES
Setor Atividade Tipo da
Atividade Aspecto/Perigo
Sit
ua
ção
Incid
ên
cia
Freq
./P
ro
b
Impacto/Dano
Refe
rên
cia
Cla
sse
Tem
po
rali
da
de
Ab
ra
ngên
cia
Freq
./P
ro
b
Sev
erid
ad
e
Pa
rte
s In
teress
ad
as
Requisitos
Imp
orta
nci
a
Sig
nif
icâ
nci
a Controles
Disponíveis Ações
Data de
Avaliação
Lista de
Avaliação
ADMINISTRATIVAS ESCRITÓRIO -
CONSUMO DE
ENERGIA ELÉTRICA
N D 3
REDUÇÃO DE
RECURSOS ENERGÉTICOS
MA A A 3 3 2 N
Resolução nº 456, de 29/11/2000
Lei nº 6938, de
31/08/1981
5 S
ADMINISTRATIVAS ESCRITÓRIO - CONSUMO DE LÂMPADAS
FLUORESCENTES
N D 1 REDUÇÃO DE RECURSOS
NATURAIS
A 3 1 2 N Lei nº 6938, de
31/08/1981 3 N
ADMINISTRATIVAS ESCRITÓRIO - CONSUMO DE MATERIAL DE
EXPEDIENTE
N D 3 REDUÇÃO DE RECURSOS
NATURAIS
MA A 3 1 2 N Lei nº 6938, de
31/08/1981 N
ADMINISTRATIVAS ESCRITÓRIO -
DESCARTE
INTERNO DE MATERIAL DE
EXPEDIENTE
N D 3 CONTAMINAÇÃO DO SOLO
MA A A 2 1 2 N
Lei nº 13103, de 24/01/2001
Portaria nº 53, de
01/03/1979 Decreto-Lei nº 1413, de
14/08/1975
NBR nº 11174, de 30/07/1990
Decreto nº 26604, de
16/05/2002 Resolução nº 313, de
29/10/2002
Lei nº 1232, de 06/07/2007
3 N
ADMINISTRATIVAS ESCRITÓRIO -
DESCARTE
INTERNO DE TONNER PARA
IMPRESSORA
N D 1 CONTAMINAÇÃO DO SOLO
MA A A 2 2 2 N
Lei nº 13103, de
24/01/2001
Portaria nº 53, de
01/03/1979
Decreto-Lei nº 1413, de
14/08/1975 NBR nº 12235, de
30/04/1992
Decreto nº 26604, de
4 S
103
16/05/2002
Resolução nº 313, de 29/10/2002
Lei nº 1232, de
06/07/2007
ADMINISTRATIVAS XEROX E FAX - CONSUMO DE ENERGIA
ELÉTRICA
N D 3 REDUÇÃO DE RECURSOS
ENERGÉTICOS
MA A A 3 3 2 N
Resolução nº 456, de
29/11/2000
Lei nº 6938, de 31/08/1981
5 S
ADMINISTRATIVAS XEROX E FAX -
CONSUMO DE
MATERIAL DE EXPEDIENTE
N D 3
REDUÇÃO DE
RECURSOS NATURAIS
MA A A 3 1 2 N Lei nº 6938, de
31/08/1981 3 N
ADMINISTRATIVAS XEROX E FAX -
CONSUMO DE
TONER PARA
XEROX
N D 3
REDUÇÃO DE
RECURSOS
NATURAIS
MA A A 3 1 2 N Lei nº 6938, de 31/08/1981
3 N
ADMINISTRATIVAS XEROX E FAX -
DESCARTE DE
TONNER PARA XEROX
N D 3 CONTAMINAÇÃO
DO SOLO MA A A 3 2 2 N
Lei nº 13103, de
24/01/2001
Portaria nº 53, de 01/03/1979
Decreto-Lei nº 1413, de
14/08/1975 NBR nº 12235, de
30/04/1992
Decreto nº 26604, de 16/05/2002
Resolução nº 313, de
29/10/2002 Lei nº 1232, de
06/07/2007
4 S
ADMINISTRATIVAS XEROX E FAX -
DESCARTE
INTERNO DE MATERIAL DE
EXPEDIENTE
N D 3 CONTAMINAÇÃO DO SOLO
MA A A 2 1 2 N
Lei nº 13103, de
24/01/2001 Portaria nº 53, de
01/03/1979 Decreto-Lei nº 1413, de
14/08/1975
NBR nº 11174, de 30/07/1990
Decreto nº 26604, de
16/05/2002 Resolução nº 313, de
29/10/2002
Lei nº 1232, de
06/07/2007
3 N
104
ANEXO II
03
UNID. I PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
N° Padrão: PA1DIR001 – 30
FOLHA: 2 / 8
ELABORADO: 15 / 01 / 2001
REVISADO: 16/07/2009
TÍTULO: PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL Pro cesso : Co ntro l e Opera c i o na l Objetivo: Manter aspectos sobre controle
ASPECTO AMBIENTAL
SIGNIFICATIVO
MONITO RAME NTO MEDIÇ ÃO CONTROLE
OPERACIONAL
LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL PARÂMETROS VALOR
PADRÃO INSTRUMENTO
ERRO
ACEITÁVEL FREQ.
EXECUTANTE
(MEDIÇÃO) REGISTRO
Consumo de Energia Elétrica
(Consumo
Tecelagem)
Máx. 1.95 KWh/m
tecido
Medidor de Energia pertencente a
COELCE Mensal
Chefe Man.
Elétrica
Tabela
Demonstrativa
(consumo de energ. Elét. X produção)
Não se Aplica
Resolução Fed. 456
de 29/11/00 (Consumo Fiação)
Máx. 2.0 KWh/kg
Fio
Medidor de Energia pertencente a
COELCE Mensal
Chefe Man.
Elétrica
Tabela
Demonstrativa
(consumo de energ. Elét. X produção)
Não se Aplica
(Demanda) Máx. 17.900 kW Medidor de Energia pertencente a COELCE
Mensal Chefe Man. Elétrica
Tabela
Demonstrativa (consumo de energ.
Elét. X produção)
Não se Aplica
Consumo de Algodão Ton/mês 3800 Ton/mês Não se Aplica Não se Aplica Mensal Ass.
Administrativo Algodão em Pluma -
Lei nº 6938 de
31/08/81
Consumo de Água (adutora) m3/mês Máx 90.000 m3/mês Hidrômetros internos +/- 5% Mensal Supervisor ETA
Acompanhamento
consumo interno de
água
Não se Aplica Decreto nº 23067 de 11/02/94
Consumo de GN
m3/mês
Máx 250.000 m3/mês
Medidor de gás
natural pertencente a
CEGÁS
- Mensal. Coord. manutenção Consumo de gás
natural Não se Aplica -
Descarte de Estopa Tinta Tecelagem Kg/eng Máx. 7,5 Kg/eng Balança Eletrônica 1,07 Kg Diária
Ajudante de
Produção Tecelagem
Controle Diário de
Resíduo -
Dec. Est nº 26604 de
16/05/02
Descarte de Estopa Tinta do Índigo Kg/Km Máx. 13,0 Kg/Km Balança Eletrônica
1,07 Kg Diária Empilhador Controle de Resíduo -
Descarte de Óleos lubrificantes,
desengraxantes e Graxas Não se Aplica
DR0TQC016
Resolução nº 362, de
23/06/2005
105
03
UNID. I PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
N° Padrão: PA1DIR001 – 30
FOLHA: 3 / 8
ELABORADO: 15 / 01 / 2001
REVISADO: 16/07/2009
TÍTULO: PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
Processo: Controle Operacional Objetivo: Manter aspectos sob controle
ASPECTO
AMBIENTAL
SIGNIFICATIVO
MONITORAMENTO MEDIÇÃO CONTROLE
OPERACIONAL
LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL PARÂMETROS VALOR
PADRÃO INSTRUMENTO
ERRO
ACEITÁVEL FREQ.
EXECUTANTE
(MEDIÇÃO) REGISTRO
Descarte de filtro de óleo e
assemelhados Não se aplica DR0TQC016
Dec. Est nº 26604 de
16/05/02
Descarte de Pneus Não se Aplica DR0TQC016 Resolução nº 258 de
26/08/1999
Descarte de Embalagens contaminadas
Não se Aplica DR0TQC016 Dec. Est nº 26604 de 16/05/02
Descarte de tonner/cartucho Não se Aplica DR0TQC016 Dec. Est nº 26604 de 16/05/02
Descarte de material para
contenção de produtos químicos (Ex.: areia, raspa
de madeira, etc)
Não se aplica DR0TQC016 Dec. Est nº 26604 de 16/05/02
Descarte EPI’s
contaminados Não se aplica DR0TQC016
Dec. Est nº 26604 de
16/05/02
Descarte de Pilhas e Baterias
Não s e Ap l i ca DR0TQC016
Resolução nº 401, de
04/11/2008
Descarte de resíduo pastoso
(Varredura/Borra de Óleo e
Graxa /limpeza de calha e tubulação de esgoto)
Não se Aplica DR0TQC016
Dec. Est nº 26604 de
16/05/02
Queima de estopa
contaminada de óleo e graxa
Kg/dia Máx. 150Kg/dia Balança Não se aplica Diária Operador de
Caldeira
Livro Registro
de Queima de
Estopa Suja de Óleo e Graxa nas
Caldeiras
DR0TQC016
PO1UT2106
CONAMA nº 8 de
06/12/1990
106
03
UNID. I
PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
N° Padrão: PA1DIR001 – 30
FOLHA: 4 / 8
ELABORADO: 15 / 01 / 2001
REVISADO: 16/07/2009
TÍTULO: PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL Processo : Controle Operaciona l Objetivo: Manter aspectos sob controle
ASPECTO
AMBIENTAL
SIGNIFICATIVO
MONITORAMENTO MEDIÇÃO CONTROLE
OPERACIONA
L
LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL PARÂMETROS VALOR
PADRÃO INSTRUMENTO
ERRO
ACEITÁVEL FREQ.
EXECUTANTE
(MEDIÇÃO) REGISTRO
Descarte de Lâmpadas
fluorescentes Não se Aplica DR0TQC016
Dec. Est nº 26604
de 16/05/02
Descarte de vidrarias
contaminadas por produtos
químicos
Não se Aplica DR0TQC016 Dec. Est nº 26604
de 16/05/02
Descarte de produtos
químicos vencidos Não se Aplica DR0TQC016
Dec. Est nº 26604
de 16/05/02
Descarte de resíduos de
serviço de saúde Não se Aplica DR0TQC016
Resolução nº 358,
de 29/04/2005
Derramamento de efluente
industrial não tratado Não s e ap l i ca In sp eçã o Vi su a l Seman a l
Emp resa
Ext ern a
(Geoplan)
Ch eck Li s t d e
Tu b u lação
En ter rad a
(Registro Geoplan)
- Resolução nº 357,
de 17/03/2005
Derramamento de Produtos Químicos
Não se Aplica
PO0ALM036 PO0ALM037
PO0ALM040 PO0ALM043
PO1ACB009
PO1ACB023
PO1ACB024
PO1UT2053
PO1PRP007
Resolução nº 357, de 17/03/2005
Derramamento de óleos, desengraxantes e graxa
Não se Aplica PS1TQC105 Resolução nº 362, de 23/06/2005
107
03
UNID. I PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
N° Padrão: PA1DIR001 – 30
FOLHA: 5 / 8
ELABORADO: 15 / 01 / 2001
REVISADO: 16/07/2009
TÍTULO: PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL Processo : Controle Operaciona l Objetivo: Manter aspectos sob controle
ASPECTO
AMBIENTAL
SIGNIFICATIVO
MONITORAMENTO MEDIÇÃO CONTROLE
OPERACIONAL
LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL PARÂMETROS VALOR
PADRÃO INSTRUMENTO
ERRO
ACEITÁVEL FREQ.
EXECUTANTE
(MEDIÇÃO) REGISTRO
Descarte de Efluentes
pH 6-10 pHmetro 0,5 pH Diário
Empresa Externa
E.T.E. – Controle de Parâmetros
Não se aplica
Condicionantes da L.O.
Portaria Estadual
154/2002
Portaria Estadual
151/2002
Resolução nº 357, de 17/03/2005
Vazão 85.00 m3/mês Hidrômetro 0,1m3 Diário
E.T.E. – Controle de Parâmetros
Temperatura Inferior a 40º C
Controlador de
temperatura + sensor
2ºC Diário E.T.E. – Controle
de Parâmetros
Sólidos Sedimentáveis
Até 20 mL/l x h
Instrumento Pertencentes à Empresa Externa
Diário
Laudo de Medição
de Efluentes Não se aplica
Substâncias Solúveis em
Hexano
Até 100,0 mg/L
Mensal
Sulfetos Até 1,0 mg S/L
Sulfatos Até 1.000 mg SO 2- /L
Amônia Total
Até 50 mg N/L
Chumbo
1,5 mg Pb / L
Índices de Fenóis Até 5,0 mg
C6H5OH / L
108
03
UNID. I PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
N° Padrão: PA1DIR001 – 30
FOLHA: 6 / 8
ELABORADO: 15 / 01 / 2001
REVISADO: 16/07/2009
TÍTULO: PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
Processo: Controle Operacional Objetivo: Manter aspectos sob controle
ASPECTO
AMBIENTAL
SIGNIFICATIVO
MONITORAMENTO MEDIÇÃO CONTROLE
OPERACIONA
L
LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL PARÂMETROS VALOR
PADRÃO INSTRUMENTO
ERRO
ACEITÁVEL FREQ.
EXECUTANTE
(MEDIÇÃO) REGISTRO
Emissão de Gases da
Caldeira com Casca de Castanha/GN
Densidade Colorimétrica
Máx. 20%
Escala Ringel-
mann
Instrumento Pertencente à Empresa Externa Mensal Empresa Externa Laudo de Medição de
Gases da Caldeira
PO1UT2023
PO1UT2015 PO1UT2079
Condicionantes da
LO
Resolução nº 8, de
06/12/1990
SO2 -
NOX -
CO -
CO2 -
Velocidade -
Pa r t í cu la s Tot a i s
At é
1 5 0 0 g/1 0 6
Kca l
Pressão 4,0-10,5
Kgf/cm2 Manômetro 0,6 Kgf/cm2 Horária
Operador de
Caldeira
Check-List
Caldeiras -
Temperatura 175-250 oC Termômetro 5º C Diária Operador Caldeira Check-List Caldeiras -
Emissão de Ruído dB
Máx. 60 dB
Noturno Decibelímetro 1,2 dB 2 por ano
Técnico de
Segurança
Ficha de
Monitoramento de
Ruído
PO0SEI001
CONAMA 001 de
08/03/90 Máx. 70 dB
Diurno
Emissão de Gases de
Combustão (Veículos)
Den s id ad e
Colo r im ét r i ca Max 40% Escala Ringelmann Não se Aplica Diá r io Vigilante
Ch eck - Li s t d e
i n sp eção d e
v e í cu los
PO1SEP012 Decreto Est. nº
20764 de 08/06/90
Vazamentos de Gases Não s e Ap l i ca
PO1UT1031 PO1UT1035
PO1UT1036
PO1MEL017
Decreto nº 1413, de
14/08/1975
Derramamento de
Água Não s e Ap l i ca - Lei nº 6938 de
31/08/81
Incêndio Não s e Ap l i ca PS1 TQC1 0 5 NR 23
Explosão Não se Ap lica PS1TQC105 NR 13
109
03
UNID. I PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
N° Padrão: PA1DIR001 – 30
FOLHA: 7 / 8
ELABORADO: 15 / 01 / 2001
REVISADO: 16/07/2009
TÍTULO: PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
Processo: Controle Operacional Objetivo: Manter aspectos sob controle
ASPECTO
AMBIENTAL
SIGNIFICATIVO
MONITORAMENTO MEDIÇÃO CONTROLE
OPERACIONA
L
LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL PARÂMETROS VALOR
PADRÃO INSTRUMENTO
ERRO
ACEITÁVEL FREQ.
EXECUTANTE
(MEDIÇÃO) REGISTRO
Armazenamento de pilhas e baterias
descarregadas
Não se Aplica DR0TQC016 NBR nº 12235, de
30/04/1992
Armazenamento de
resíduos perigosos Não se Aplica -
NBR nº 12235, de
30/04/1992
Descarte de
embalagem de
inseticida/ agrotóxico contaminada
Não se Aplica - Decreto nº 4074, de
04/01/2002
Descarte de resíduos
perigosos não recicláveis, para
incineração ou co-
processamento
Não se Aplica DR0TQC016 Decreto nº 26604,
de 16/05/2002
Descarte de resíduos perigosos recicláveis
ou reutilizáveis
Não se Aplica DR0TQC016 Decreto nº 26604,
de 16/05/2002
Descarte de óleo de
cozinha Não se Aplica DR0TQC016
Decreto nº 26604,
de 16/05/2002
Transporte de matéria-
prima/insumos
perigosos
Não se Aplica - Resolução nº 420, de 12/02/2004
Transporte de óleo
lubrificante usado Não se Aplica -
Resolução nº 420,
de 12/02/2004
Transporte de produtos
perigosos Não se Aplica -
Resolução nº 420,
de 12/02/2004
110
03
UNID. I PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
N° Padrão: PA1DIR001 – 30
FOLHA: 8 / 8
ELABORADO: 15 / 01 / 2001
REVISADO: 16/07/2009
TÍTULO: PADRÃO TÉCNICO AMBIENTAL
Processo: Controle Operacional Objetivo: Manter aspectos sob controle
ASPECTO
AMBIENTAL
SIGNIFICATIVO
MONITORAMENTO MEDIÇÃO CONTROLE
OPERACIONA
L
LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL PARÂMETROS VALOR
PADRÃO INSTRUMENTO
ERRO
ACEITÁVEL FREQ.
EXECUTANTE
(MEDIÇÃO) REGISTRO
Transporte de resíduo de
serviço de saúde para
incineração
Não se Aplica -
Resolução nº
420, de
12/02/2004
Transporte de resíduos de
construção Não se Aplica
- NBR nº 7500,
de 19/03/2007
Transporte de resíduos
perigosos não recicláveis,
para incineração ou co-
processamento
Não se Aplica
- Resolução nº
420, de
12/02/2004
Transporte de resíduos
perigosos recicláveis ou
reutilizáveis
Não se Aplica
- Resolução nº
420, de
12/02/2004