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Pelotas, 2010
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GETULIO JORGE STEFANELLO JÚNIOR
EFEITOS DE AGROTÓXICOS REGISTRADOS PARA A CULTURA DO MILHOSOBRE Trichogramma pretiosum RILEY, 1879 (HYMENOPTERA:
TRICHOGRAMMATIDAE)
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade daUniversidade Federal de Pelotas, comorequisito parcial à obtenção do título deDoutor em Ciências (área doconhecimento: Entomologia).
Orientador: Anderson Dionei Grützmacher
Co-Orientador: Douglas Daniel Grützmacher
Pelotas, 2010
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Dados de catalogação na fonte:(Marlene Cravo Castillo – CRB-10/774)
S816e Stefanello Júnior, Getulio JorgeEfeitos de agrotóxicos registrados para a cultura do milho
sobre Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera:
Trichogrammatidae) / Getulio Jorge Stefanello Júnior; orientador
Anderson Dionei Grützmacher - Pelotas,2010.-121f. ; il..- Tese
(Doutorado): Entomologia – Programa de Pós-Graduação em
Fitossanidade. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel.
Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2010.
1.Zea mays 2.Agroquímicos 3.Controle biológico
4.Parasitoide de ovos I.Grützmacher, Anderson Dionei
(orientador) II .Título.
CDD 633.15
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Banca examinadora:
Dr. Anderson Dionei Grützmacher (Orientador)
Dr. José Francisco da Silva Martins
Dr. Jader Ribeiro Pinto
Dra. Gabriela Inés Diez-Rodríguez
Dra. Sônia Thereza Bastos Dequech
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Aos meus pais Getulio Jorge Stefanello e Tereza Stefanello e irmão
Jaison Ricardo Stefanello pelo apoio e dedicação;
à minha esposa Marta Marques e meu filho Paulo Ricardo Marques Stefanello
pelo apoio, amor e entendimento da minha ausência em suas vidas ao longo de
minha formação pessoal e profissional.
Dedico
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Agradecimentos
Ao Dr. Anderson Dionei Grützmacher, Professor Associado do Departamentode Fitossanidade (DFs) da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM),
Universidade Federal de Pelotas (UFPel) pela orientação, estímulo profissional e
amizade.
Ao Dr. Douglas Daniel Grützmacher, ex-bolsista PRODOC-CAPES do
Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade (PPGFs) pelo incentivo e amizade.
Ao Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade da FAEM-UFPel, pela
oportunidade de realizar o curso de doutorado.Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
pela concessão da bolsa de estudos.
Aos Professores do PPGFs da FAEM-UFPel pelos ensinamentos, em
especial aos Drs. Anderson Dionei Grützmacher, Alci Enimar Loeck, Mauro Silveira
Garcia e Uemerson Silva da Cunha.
A todos os colegas e amigos do PPGFs pelo apoio e amizade.
Aos dedicados bolsistas e estagiários do “Grupo de Trabalho de Seletividadede Pesticidas”: Cibele Bonez, Daiane Carvalho Moreira, Daniel Spagnol, Isac Heres
Lopes, Jonas Alex Finatto, Marcelo Zimmer, Murilo Damé Fonseca Paschoal e
Rafael Antonio Pasini pelo auxílio e amizade.
A todos aqueles que contribuíram para o êxito deste trabalho, o meu sincero
agradecimento.
Ao grupo de profissionais do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão, pelo apoio e amizade.
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Resumo
STEFANELLO JÚNIOR, Getulio Jorge. Efeitos de agrotóxicos registrados para acultura do milho sobre Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera:Trichogrammatidae). 2010. 121f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduaçãoem Fitossanidade. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul,Brasil.
O milho é uma das principais culturas do agronegócio brasileiro, porém associam-sea essa um complexo de pragas que, geralmente, necessitam ser manejadas paraminimizar as perdas na produção. Para isso, o controle químico com inseticidas,fungicidas e herbicidas tem sido a principal opção para o manejo fitossanitário, os
quais podem causar efeitos adversos aos inimigos naturais. Nesse sentido, avaliou-se a seletividade de 47 agrotóxicos registrados para a cultura do milho sobre asfases imaturas e adulta (persistência) do parasitoide de ovos Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae), seguindo a metodologiada “International Organization for Biological Control and Integrated Control ofNoxious Animals and Plants” (IOBC), “West Palaearctic Regional Section” (WPRS).Os bioensaios com imaturos consistiram na pulverização de agrotóxicos sobre ovosde Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae), contendo oparasitoide nos estágios de ovo-larva, pré-pupa e pupa. Para cada agrotóxico foicalculada a redução da emergência de T. pretiosum quando comparado com atestemunha e classificado como inócuo (classe 1, menos de 30% na redução da
emergência), levemente nocivo (classe 2, 30-79%), moderadamente nocivo (classe3, 80-99%) e nocivo (classe 4, >99%). Verificou-se que 16 inseticidas foram inócuosa todas as fases imaturas de T. pretiosum , predominando aqueles do grupo químicodos piretróides. Os fungicidas e herbicidas testados foram inócuos (classe 1) àsfases imaturas de T. pretiosum , exceto o herbicida Gramoxone 200 que foilevemente nocivo (classe 2) para a fase de pupa. Nos bioensaios de persistência, osagrotóxicos foram pulverizados sobre plantas de videira e adultos de T. pretiosum foram expostos aos resíduos dos agrotóxicos por cinco semanas. A categorizaçãoda persistência para cada agrotóxico foi realizada quando a redução no parasitismode T. pretiosum foi inferior a 30% quando comparado à testemunha, sendoclassificados como de vida curta (classe 1, menos de 5 dias com redução noparasitismo abaixo de 30%), levemente persistente (classe 2, 5-15 dias),moderadamente persistente (classe 3, 16-30 dias) e persistente (classe 4, >30 dias).Dentre os inseticidas, a maioria dos piretróides e organofosforados foram
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persistentes (classe 4) aos adultos de T. pretiosum , bem como os inseticidas dogrupo químico dos metilcarbamatos de oxima e espinosinas. Entretanto, osinseticidas do grupo químico dos piretróides Bulldock 125 SC (0,04 L ha-1) e Decis25 EC (0,20) foram de vida curta (classe 1) aos adultos de T. pretiosum , assim como
Trebon 100 SC (0,14) do grupo químico éter difenílico, Match EC (0,30) do grupoquímico das benzoiluréias, e Sumithion 500 CE (1,50) do grupo químico dosorganofosforados. Todos os fungicidas testados foram considerados de vida curta(classe 1). Baseado nos resultados obtidos e na metodologia proposta pelaIOBC/WPRS, os agrotóxicos classificados como inócuos para a fase imatura eaqueles de vida curta e levemente persistente aos adultos, nas dosagens testadas,podem ser considerados seletivos a T. pretiosum . Já os agrotóxicos consideradosnocivos (classes 2, 3 e 4) para imaturos, combinados com os agrotóxicosmoderadamente persistentes e persistentes a adultos de T. pretiosum , devemprosseguir para a etapa final em campo, envolvendo a cultura do milho.
PALAVRAS-CHAVE: Agroquímicos. Controle biológico. Controle químico. Inimigonatural. Parasitoide de ovos. Zea mays .
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Abstract
STEFANELLO JÚNIOR, Getulio Jorge. Effects of pesticides registered for thecorn crop on Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera:Trichogrammatidae). 2010. 121p. Thesis (Doctor Degree) – Program ofPostgraduation in Phytosanitary. Federal University of Pelotas, Pelotas, Rio Grandedo Sul, Brazil.
Corn is one of the main crops in Brazilian agribusiness, but are associated with it acomplex of pests that usually need to be managed to minimize losses in production.For this, chemical control with insecticides, fungicides and herbicides has been themain option for phytosanitary pest management, which may cause adverse effects tonatural enemies. Accordingly, we evaluated the selectivity of 47 pesticides registered
for the corn crop on the immature stages and adult (persistence) of egg parasitoidTrichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae) followingthe methodology of the “International Organization for Biological Control andIntegrated Control of Noxious Animals and Plants” (IOBC), “West PalaearcticRegional Section” (WPRS). The bioassays with immature consisted of sprayingpesticides on Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae), containingthe parasitoid stages of egg-larva, pre-pupa and pupa. For each pesticide wascalculated the reduction of the emergency when compared with control and classifiedas harmless (class 1, less than 30% reduction in emergency), slightly harmful (class2, 30-79%), moderately harmful (class 3, 80-99%) and harmful (class 4, >99%). Itwas found that 16 pesticides were harmless to all immature stages of T. pretiosum ,predominantly those of the chemical group of pyrethroids. Fungicides and herbicideswere harmless (class 1) to immature stages of T. pretiosum , except the herbicideGramoxone 200 that was slightly harmful (class 2) for pupa. Bioassays ofpersistence, pesticides were sprayed on the vine and adults of T. pretiosum wereexposed to residues of pesticides over five weeks. The categorization of persistencefor each pesticide was performed when the reduction in the parasitism of T.pretiosum was less than 30% when compared with control, being classified as short-lived (class 1, less than 5 days with parasitism reduction below 30%), slightlypersistent (class 2, 5-15 days), moderately persistent (class 3, 16-30 days) andpersistent (class 4, >30 days). Among the insecticides, most pyrethroids and
organophosphates were persistent (class 4) to adults of T. pretiosum , like thechemical group of insecticides of methyl carbamates of oxime and spinosins.However, the insecticides of the pyrethroid chemical group Bulldock 125 SC (0.04 L
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ha-1) and Decis 25 EC (0.20) were short-lived (class 1) to adults of T. pretiosum , aswell as Trebon 100 SC (0.14) of diphenyl ether chemical group, Match EC (0.30) ofthe benzoyl urea chemical group, and Sumithion 500 CE (1.50) of the chemical groupof organophosphates. All fungicides tested were considered short-lived (class 1).
Based on results and the methodology proposed by the IOBC/WPRS, pesticidesclassified as harmless to the immature stage and those short-lived and slightlypersistent to adults, in the doses tested, can be considered harmless to T. pretiosum .Already pesticides considered harmful (class 2, 3 and 4) to immature, combined withthe pesticides moderately persistent and persistent to adults of T. pretiosum , shouldproceed to the final step in the field, involving corn crop.
KEY WORDS: Agrochemicals. Biological control. Chemical control. Natural enemy.Egg parasitoid. Zea mays .
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Lista de Figuras
Metodologia geral
Figura 1 Detalhes da criação do hospedeiro Anagasta kuehniella e deTrichogramma pretiosum . A) Criação da fase imatura de A.kuehniella em bandejas contendo papel corrugado, farinha detrigo e levedo de cerveja; B) Coleta de adultos de A. kuehniella em caixas metálicas; C) Armazenamento de cartões emcilindros de vidro em câmara climatizada, temperatura 25±1º,
umidade relativa 70±10%, fotofase 14 horas; D) Parasitismo deovos de A. kuehniella por T. pretiosum ; E) Cartões com ovos deA. kuehniella não parasitados (claros) e parasitados (escuros)para manutenção da criação; F) Cartão com ovos de A.kuehniella não parasitados (claros) e ovos parasitados(escuros) para condução de bioensaios. Pelotas, RS.................. 31
Capítulo 1
Figura 1 Detalhes da condução dos bioensaios com as fases imaturasde Trichogramma pretiosum conforme metodologia da
IOBC/WPRS. A) Preparo dos cartões com goma arábica,lâmina perfurada, cartolina e ovos de Anagasta kuehniella ; B)Ovos de A. kuehniella aderidos aos cartões; C) Diluição dosagrotóxicos para pulverização e aferição da deposição da caldaem balança de precisão; D) Pulverizador manual utilizado parapulverização das caldas; E) Individualização de círculo de ovosde A. kuehniella contendo o parasitoide no interior, em sua faseimatura; F) Contagem dos ovos parasitados em lupaestereoscópica binocular. Pelotas, RS......................................... 41
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Capítulo 2
Figura 1 Detalhes da condução dos bioensaios de persistência conformemetodologia da IOBC/WPRS. A) Componentes utilizados namontagem da gaiola de contato de Trichogramma pretiosum ; B)Gaiola de contato contendo folhas de videira; C) Detalhes dosistema de ventilação com sucção de vapores tóxicos dointerior da gaiola; D) Tubo de emergência contendo ovos deAnagasta kuehniella parasitados. Pelotas, RS............................. 80
Figura 2 Detalhes da condução dos bioensaios de persistência conformemetodologia da IOBC/WPRS. A) Detalhe da oferta dos cartõescontendo ovos de Anagasta kuehniella ; B) Detalhe do círculocom ovos de A. kuehniella e alimento ofertado a Trichogramma pretiosum ; C) Placas de Petri contendo cartões com ovos
parasitados para contagem; D) Detalhe de um círculo com ovosde A. kuehniella parasitados (pretos) para contagem em lupaestereoscópica binocular. Pelotas, RS......................................... 82
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Lista de Tabelas
Capítulo 1
Tabela 1 Agrotóxicos avaliados nos testes de seletividade para as fasesimaturas de Trichogramma pretiosum utilizando dosagem máximado produto comercial registrada para a cultura do milho. Pelotas,RS..................................................................................................... 37
Tabela 2 Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovos
do hospedeiro Anagasta kuehniella foram pulverizados cominseticidas registrados para a cultura do milho, contendo oparasitoide, em diferentes estágios imaturos de desenvolvimento(temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14horas). Pelotas, RS.......................................................................... 51
Tabela 3 Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quandoovos do hospedeiro Anagasta kuehniella foram pulverizados cominseticidas registrados para a cultura do milho, contendo oparasitoide, em diferentes estágios imaturos de desenvolvimentoe classificação da seletividade de acordo com a IOBC/WPRS
(temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14horas). Pelotas, RS.......................................................................... 54
Tabela 4 Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovosdo hospedeiro Anagasta kuehniella foram pulverizados comfungicidas registrados para a cultura do milho, contendo oparasitoide, em diferentes estágios imaturos de desenvolvimento(temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14horas). Pelotas, RS.......................................................................... 60
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Tabela 5 Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quandoovos do hospedeiro Anagasta kuehniella foram pulverizados comfungicidas registrados para a cultura do milho, contendo oparasitoide, em diferentes estágios imaturos de desenvolvimento
e classificação da seletividade de acordo com a IOBC/WPRS(temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14horas). Pelotas, RS.......................................................................... 61
Tabela 6 Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovosdo hospedeiro Anagasta kuehniella foram pulverizados comherbicidas registrados para a cultura do milho, contendo oparasitoide, em diferentes estágios imaturos de desenvolvimento(temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14horas). Pelotas, RS.......................................................................... 66
Tabela 7 Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quandoovos do hospedeiro Anagasta kuehniella foram pulverizados comherbicidas registrados para a cultura do milho, contendo oparasitoide, em diferentes estágios imaturos de desenvolvimentoe classificação da seletividade de acordo com a IOBC/WPRS(temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14horas). Pelotas, RS.......................................................................... 68
Capítulo 2
Tabela 1 Agrotóxicos avaliados nos testes de persistência a adultos de
Trichogramma pretiosum utilizando dosagem máxima do produtocomercial registrada para a cultura do milho. Pelotas, RS.............. 75
Tabela 2 Cronograma de atividades para testes de persistência comadultos de Trichogramma , conforme metodologia daIOBC/WPRS. Pelotas, RS................................................................ 77
Tabela 3 Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo de Trichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade deinseticidas registrados para a cultura do milho (persistência I).Pelotas, RS....................................................................................... 90
Tabela 4 Classes de seletividade de inseticidas a adultos de Trichogramma pretiosum durante o bioensaio, duração da atividade tóxica (dias)e classes da IOBC/WPRS para bioensaios de persistência I.Pelotas, RS...................................................................................... 92
Tabela 5 Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo de Trichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade deinseticidas registrados para a cultura do milho (persistência II).Pelotas, RS....................................................................................... 93
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Tabela 6 Classes de seletividade de inseticidas a adultos de Trichogramma pretiosum durante o bioensaio, duração da atividade tóxica (dias)e classes da IOBC/WPRS para bioensaios de persistência II.Pelotas, RS....................................................................................... 95
Tabela 7 Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo de Trichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade deinseticidas registrados para a cultura do milho (persistência III).Pelotas, RS....................................................................................... 96
Tabela 8 Classes de seletividade de inseticidas a adultos de Trichogramma pretiosum durante o bioensaio, duração da atividade tóxica (dias)e classes da IOBC/WPRS para bioensaios de persistência III.Pelotas, RS...................................................................................... 98
Tabela 9 Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo de Trichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade deagrotóxicos registrados para a cultura do milho (persistência IV).Pelotas, RS....................................................................................... 99
Tabela 10 Classes de seletividade de agrotóxicos a adultos deTrichogramma pretiosum durante o bioensaio, duração daatividade tóxica (dias) e classes da IOBC/WPRS para bioensaiosde persistência IV. Pelotas, RS........................................................ 101
Tabela 11 Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo de Trichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade deagrotóxicos registrados para a cultura do milho (persistência V).Pelotas, RS....................................................................................... 102
Tabela 12 Classes de seletividade de agrotóxicos a adultos deTrichogramma pretiosum durante o bioensaio, duração daatividade tóxica (dias) e classes da IOBC/WPRS para bioensaiosde persistência V. Pelotas, RS......................................................... 104
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Sumário
Introdução geral ...................................................................................................... 16 Revisão de literatura ............................................................................................... 20 Metodologia geral .................................................................................................... 29 1 Criação e manutenção do material biológico para os bioensaios ................... 29 1.1 Hospedeiro alternativo Anagasta kuehniella .................................................. 29 1.2 Parasitoide Trichogramma pretiosum ............................................................. 29 1.3 Preparo de cartões com ovos do hospedeiro Anagasta kuehniella ............. 30 2 Condução dos bioensaios com Trichogramma pretiosum .............................. 32 2.1 Bioensaios com imaturos ................................................................................. 32 2.2 Bioensaios de persistência de agrotóxicos .................................................... 32 3 Análises estatísticas ............................................................................................ 33 Capítulo 1 – Seletividade de agrotóxicos registrados para a cultura do milhopara as fases imaturas de Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera:Trichogrammatidae) ................................................................................................ 34
1 Introdução ................................................................................................ 34 2 Materiais e métodos ................................................................................. 36 2.1 Agrotóxicos avaliados .......................................................................... 36 2.2 Parasitismo de ovos do hospedeiro alternativo Anagasta kuehniella ...................................................................................................................... 36 2.3 Aplicação dos agrotóxicos................................................................... 40 2.4 Análise dos resultados obtidos e classes de seletividade ............... 40 3 Resultados e discussão .......................................................................... 42 3.1 Inseticidas ............................................................................................. 42 3.2 Fungicidas ............................................................................................. 57 3.3 Herbicidas .............................................................................................. 62 4 Conclusões ............................................................................................... 70
Capítulo 2 – Persistência de inseticidas e fungicidas registrados para a culturado milho a adultos de Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera:Trichogrammatidae) ................................................................................................ 71
1 Introdução ................................................................................................ 71 2 Materiais e métodos ................................................................................ 73 2.1 Agrotóxicos avaliados .......................................................................... 73
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2.2 Substrato vegetal utilizado no bioensaio ........................................... 73 2.3 Pulverização dos agrotóxicos ............................................................. 73 2.4 Bioensaios com adultos de Trichogramma pretiosum em laboratório...................................................................................................................... 77 2.4.1 Preparo das gaiolas ........................................................................... 78 2.4.2 Tubos de emergência ........................................................................ 79 2.4.3 Liberação dos insetos em teste ........................................................ 79 2.4.4 Oferta de ovos do hospedeiro para parasitismo ............................. 81 2.4.5 Desmontagem das gaiolas ................................................................ 81 2.4.6 Cálculo da população inicial do parasitoide ................................... 82 2.4.7 Cálculo do parasitismo ..................................................................... 83 2.4.8 Análise dos dados e determinação das classes de seletividade .. 83 3 Resultados e discussão .......................................................................... 84 4 Conclusões ............................................................................................ 105
Discussão geral ..................................................................................................... 106 Conclusões gerais ................................................................................................ 109 Referências ............................................................................................................ 111
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Introdução geral
O milho caracteriza-se por ser uma cultura de destaque no cenário agrícola
brasileiro, sendo cultivado em diversas propriedades rurais em nosso país, seja parautilização direta na alimentação animal e/ou indiretamente em outros produtos via
processamento. Em 2009/10, a cultura do milho ocupou área aproximada de 13,8
milhões de hectares e contou com produção total em torno de 51,2 milhões de
toneladas, compreendendo colheita de safra e de safrinha. Apesar de estar entre as
principais culturas do país em área cultivada e produção, a produtividade média
nacional ainda é baixa, com cerca de 3.700kg ha-1 (IBGE, 2010). As produtividades,
entretanto, variam entre as diferentes regiões do país, sendo inferiores a 700 kg ha-1
em vários Estados, principalmente, do norte e nordeste, mas atingem valores
superiores em lavouras das regiões sul, sudeste e centro-oeste, as quais
apresentam as maiores produtividades, acima de 4.000kg ha-1 (CONAB, 2010).
A cultura do milho, no entanto, por meio do melhoramento genético e de
novos cultivares disponíveis, possui potencial muito superior a média nacional, pois
já foram registradas colheitas acima de 6 toneladas ha-1 em várias safras nas
lavouras do Distrito Federal (CONAB, 2010). Ademais, o Ministério da AgriculturaPecuária e Abastecimento (MAPA, 2009) projeta que será necessária uma produção
de 73 milhões de toneladas para uma área de 16,4 milhões de hectares para a safra
de 2018/19, a fim de garantir os volumes de consumo, exportação e estoques
nacionais. Para isso, a produtividade nacional deverá passar para cerca de 4.450 kg
ha-1, ou seja, um incremento de 20% na produção por hectare.
Alguns fatores técnicos, entretanto, são responsáveis pelo fracasso no
objetivo das altas produtividades, destacando-se o complexo de pragas associadas
à cultura do milho, tanto em sua fase vegetativa quanto reprodutiva. De acordo com
o Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT, 2010), há registros de 43
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insetos e 26 doenças que atacam a cultura da semeadura à pós-colheita, sem levar
em consideração o complexo de plantas daninhas que ocorrem nas lavouras. Nesse
sentido, destacam-se entre os insetos a lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda
(Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae), durante a fase vegetativa e reprodutiva, e a
lagarta-da-espiga Helicoverpa zea (Boddie, 1850) (Lepidoptera: Noctuidae), durante
a fase reprodutiva, as quais causam danos diretos e indiretos à cultura e perdas
significativas na produção, tanto nos aspectos quantitativos como qualitativos.
Quanto às doenças, Costa, Casela e Cota (2009) destacam que a
preocupação com a incidência de doenças tem crescido a partir da década de 90 e
está estreitamente relacionada à evolução do sistema de produção que, muito
embora resultaram em incremento produtivo, também favoreceram a sua ocorrência.Devido a isso, os fungicidas também têm estado no portfólio dos produtos químicos
utilizados na cultura do milho, geralmente aplicados preventivamente a fim de
impedir a diminuição da área foliar fotossinteticamente ativa e, consequentemente, a
produtividade.
Quanto às plantas daninhas, Karam e Melhorança (2009) relatam que as
perdas médias pela competição com a cultura são da ordem de 13%, no entanto,
podem chegar a 85% quando manejadas inadequadamente. O manejo dessas,portanto, necessita iniciar desde a pré-semeadura e ir até o desenvolvimento inicial
da cultura, visando diminuir a competição com a cultura e favorecer um rápido
estabelecimento da lavoura de milho.
Nesse sentido, o manejo fitossanitário em lavouras é de grande importância,
visando minimizar os fatores técnicos que podem interferir na produtividade da
cultura. Para isso, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) dispõe de métodos de
controle que, de maneira individual ou associados, podem ser utilizados emdiferentes níveis, seja para o controle de apenas uma espécie ou como estratégia de
controle múltiplo de pragas em um sistema de produção, sendo esse o nível mais
elevado do programa (KOGAN, 1998). Dentre os métodos disponíveis, o uso da
resistência de plantas a insetos e doenças está cada vez mais inserido nas
cultivares, no entanto o controle químico ainda tem sido o método de controle mais
utilizado para a supressão ou prevenção da ocorrência de pragas. Diante desse
cenário fitossanitário, a entomofauna benéfica pode ser afetada desde a implantação
da cultura, pois, de acordo com Figueiredo (2004), o controle biológico natural na
cultura do milho é significativo desde as primeiras semanas. Dentre os efeitos
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negativos sobre a comunidade de inimigos naturais, a mortalidade é um dos
principais, pois o desequilíbrio biológico propicia condições favoráveis para o
surgimento de novos picos populacionais da praga em lavoura.
Dentre as espécies de inimigos naturais observadas na cultura do milho
(DEQUECH, 2002; FIGUEIREDO, 2004), várias delas podem ser afetadas pelo uso
de agrotóxicos. Dentre essas, destacam-se o parasitoide de ovos do gênero
Trichogramma (Hymenoptera: Trichogrammatidae) que, além de sua ocorrência
natural em milho (SÁ; PARRA, 1993; CRUZ, 1995), também já foi relatado como
agente biológico para controle de pragas em várias culturas em diversos países
(SMITH, 1996; HASSAN, 1997). No Brasil, várias espécies de Trichogramma já
foram descritas (QUERINO; ZUCCHI, 2003) e vários foram os trabalhos já realizadosreferentes a esse gênero (PARRA; ZUCCHI, 2004), entretanto a espécie
Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae) é uma das
mais utilizadas em liberações inundativas para o controle de lepidópteros-praga, cujo
destaque se deu em 1990 com a introdução da espécie visando o controle biológico
aplicado na cultura do tomateiro (PARRA et al., 2002).
Seu uso tem sido incentivado não somente pela sua eficiência no controle de
pragas ainda na fase de ovo, antes da eclosão de lagartas e ocorrência de danos àcultura, mas também pela sua fácil criação em laboratório sobre diferentes
hospedeiros alternativos. Atualmente, a produção massal do parasitoide tem sido
realizada por algumas empresas de controle biológico, as quais promovem o
controle biológico aplicado em diversos sistemas de produção brasileiros. No
entanto, espécies do gênero Trichogramma são fototrópicas positivas e apresentam
máxima atividade de oviposição durante o dia, estando, por isso, muito sujeitas aos
efeitos tóxicos da aplicação de inseticidas não-seletivos (CRUZ, 1995).Nesse sentido, é urgente que a compatibilização de agentes de controle
biológico com o controle químicos sejam definidas, visando a utilização harmoniosa
de ambas as táticas no sistema de produção. Para isso, o grupo de trabalho da
“International Organization for Biological and Integrated Control of Noxious Animals
and Plants” (IOBC), “West Palaearctic Regional Section” (WPRS), estabeleceu as
metodologias de trabalho para avaliação da seletividade dos agrotóxicos a inimigos
naturais, sendo Trichogramma escolhido como gênero-padrão dentre os parasitoides
para a realização dos testes (HASSAN et al., 2000), devido à fácil criação e maior
sensibilidade a agrotóxicos entre outras espécies de parasitoides da ordem
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Hymenoptera (HASSAN, 1998). De acordo com a metodologia para Trichogramma ,
os estudos quanto a seletividade dos agrotóxicos possuem etapas a serem
cumpridas para que possam ser indicados como inócuos ao parasitóide,
compreendendo a fase de laboratório, onde são estudados sobre as fases adulta e
imatura, laboratório/casa-de-vegetação, para avaliação da persistência, e campo.
Apesar disso, ainda há carência de informações sobre a seletividade de
agrotóxicos a inimigos naturais na cultura do milho, sobretudo com parasitoides e
com metodologias padronizadas, que permitem a comparação dos dados obtidos
com demais pesquisas já realizadas. No Brasil, pesquisas sobre seletividade
utilizando a metodologia da IOBC/WPRS na cultura do milho somente foram
realizadas para a fase adulta de T. pretiosum (STEFANELLO JÚNIOR, 2007) eimatura e adulta de Trichogramma atopovirilia Oatman & Platner, 1983
(Hymenoptera: Trichogrammatidae) (MAIA, 2009), embora Goulart (2007) também
tenha avaliado sobre T. pretiosum e Trichogramma exiguum Pinto & Platner, 1978
(Hymenoptera: Trichogrammatidae), situação que priorizou diferentes hospedeiros e
não uma cultura em especial.
Apesar das pesquisas de seletividade aos parasitoides do gênero
Trichogramma na cultura do milho já relatadas, novos estudos ainda necessitam serrealizados, principalmente sobre o efeito de agrotóxicos para as fases imaturas de T.
pretiosum e para a fase adulta nos testes de persistência. De acordo com as classes
de seletividade dos agrotóxicos atribuídas aos adultos de T. pretiosum
(STEFANELLO JÚNIOR, 2007), foram formuladas as hipóteses de que os
agrotóxicos nocivos também podem afetar as fases imaturas do parasitoide e podem
apresentar toxicidade prolongada aos adultos, no teste de persistência.
Dessa maneira, o trabalho proposto objetivou avaliar a seletividade deinseticidas, fungicidas e herbicidas registrados para a cultura do milho para a fases
imaturas de T. pretiosum em laboratório, bem como avaliar a persistência de
inseticidas e fungicidas para adultos do parasitoide, em laboratório/casa-de-
vegetação, utilizando a metodologia preconizada pelo grupo de trabalho da
IOBC/WPRS.
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Revisão de literatura
O manejo fitossanitário em lavouras, pomares, pastagens, entre outros
sistemas de produção, tem recebido atenção diferenciada nas últimas décadas. Anecessidade de precisão no controle das pragas, associada com baixos custos e
maior proteção ambiental, tem norteado a tomada de decisão para que sejam
selecionados os métodos mais adequados para determinada situação.
Segundo Nakano, Silveira Neto e Zucchi (1981), o controle de pragas visa
manter os níveis populacionais das mesmas abaixo do nível de dano econômico,
visando à máxima produtividade das culturas, estando disponíveis para isso os
métodos de controle biológico, cultural, físico, resistência de plantas e químico, esteúltimo, ainda indispensável em muitos casos, deve ser usado de forma racional. Tais
táticas de controle compõem o Manejo Integrado de Pragas (MIP) que, de acordo
com Kogan (1998), é reconhecido como um dos programas mais robustos que
surgiu na ciência agrícola durante a última metade do século XX, mas que sua
história já iniciara no final de 1800.
Embora criado inicialmente com o nome de “controle integrado” e,
posteriormente, “manejo protetivo de plantas” até chegar à denominação final de
“manejo integrado de pragas” , já havia a preocupação com a complementariedade
dos métodos de controle utilizados, principalmente o químico e o biológico. No
entanto, o interesse pela integração dos dois métodos somente aumentou quando, a
partir da década de 50, apareceram as primeiras consequências negativas do uso
indiscriminado e abusivo de inseticidas (FOERSTER, 2002).
Apesar de o controle biológico ter sido relegado a um plano secundário,
devido ao sucesso dos inseticidas sintéticos a partir da década de 40 (FOERSTER,
2002), a manutenção do controle biológico pode ser responsável pela estabilidade
populacional dos insetos-praga em vários agroecossistemas, o qual é considerado a
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principal tática do MIP (GRAVENA, 1992). Segundo Croft e Brown (1975), está
implícita, no conceito de manejo integrado, a maximização do uso de inimigos
naturais de pragas, suplementado pelo uso do controle com inseticidas quando
necessário. Os autores afirmam que a ênfase na integração dos métodos biológicos
e químico reflete o consenso no qual os inseticidas continuarão como parte de
muitos programas de manejo, até que métodos alternativos estejam disponíveis.
Esse potencial biológico necessita, sobretudo, ser maximizado, seja pela
manutenção das populações de inimigos naturais existentes ou pela liberação de
populações provindas de criações massais (PARRA; ZUCCHI, 1997), minimizando a
intervenção do homem mediante outros métodos de controle (DEGRANDE; GÓMEZ,
1990).A importância dos inimigos naturais na cultura do milho foi constatada nas
pesquisas de Cruz (1995), Figueiredo (2004), Beserra e Parra (2004), entre outros.
Dentre essas, Figueiredo (2004) verificou altas taxas de parasitismos em lagartas já
nas primeiras duas semanas após a emergência da cultura. Isso reforça a
necessidade de preservação, pois os inimigos naturais podem auxiliar no manejo de
pragas remanescentes da cultura anterior, embora a regra aponte que a população
da entomofauna benéfica dependa da ocorrência da praga. Dentre os inimigosnaturais, os parasitóides de ovos da espécie T. pretiosum também se destacam
como importantes agentes de controle biológico. Segundo Maceda, Hohmann e
Santos (2003), a espécie caracteriza-se por apresentar tempo de desenvolvimento
de ovo a adulto de 9 dias, com longevidade de adultos de 7,6 dias para machos e
21,3 dias para fêmeas, sob temperatura de 25ºC. Segundo os autores, temperatura
limiar de desenvolvimento é de 11,2ºC e a constante térmica é de 126,9 graus dias.
De acordo com essas informações, é possível sincronizar a produção em laboratóriopara obtenção de populações elevadas do parasitoide, bem como programar a
emergência em campo.
Apesar da taxa de parasitismo de T. pretiosum não ser elevada para aquelas
espécies cuja postura é realizada em camadas e protegidas por escamas, como S.
frugiperda (BESERRA; DIAS; PARRA, 2002; BESERRA; PARRA, 2004), a liberação
do parasitóide tem sido realizada em vários sistemas de produção. Atualmente, o
controle biológico com liberação inundativas é possível devido à existência de
empresas brasileiras que comercializam agentes de controle biológico. Na cultura do
milho, por exemplo, liberações de T. pretiosum no ano de 2008 foram realizadas em
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lavouras que, somadas, alcançaram área total de 3.000 hectares na região do
município de Santa Maria, RS (NAVA; NACHTIGAL, 2010), cujo programa de
manejo é incentivado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa
(NAVA et al., 2010).
Ademais, T. pretiosum também é utilizado para o controle de H. zea na
cultura do milho (SÁ; PARRA, 1993), pois a oviposição de forma isolada nos estilo-
estigmas do milho favorece a ação do parasitoide. Entretanto, pesquisas indicam
que a população natural de tricogramatídeos é baixa em algumas lavouras de milho
amostradas no Estado do Rio Grande do Sul (CAMERA, 2009).
Percebe-se que uma agricultura de menor impacto negativo emerge no
cenário agrícola atual, tornando-a diferenciada perante um mercado consumidorcada vez mais exigente, não só em qualidade dos produtos agrícolas, mas também
em responsabilidade ambiental e social. Entretanto, os agricultores ainda carecem
de informações sobre a compatibilização do controle biológico e químico, este que
ainda é o método mais utilizado no manejo fitossanitário. Ademais, é importante
lembrar que, embora alguns produtores promovam o controle biológico dos insetos-
praga, ainda assim são necessárias pulverizações de herbicidas e, dependendo do
cultivar, fungicidas para preservar o potencial produtivo da cultura, além dosinseticidas utilizados para o controle dos insetos-praga.
Nesse sentido, estudos que visam preservar os inimigos naturais são de
grande importância e isso requer o conhecimento da toxicidade dos agrotóxicos, por
meio de testes de efeito adverso, efeito colateral e/ou seletividade (REIS et al.,
1998). Assim, devem ser preferidos aqueles inseticidas e acaricidas seletivos, bem
como herbicidas, fungicidas e outros produtos químicos e biológicos, para que, mais
uma vez, os objetivos do manejo integrado sejam alcançados (DEGRANDE;GÓMEZ, 1990).
O objetivo principal dos agrotóxicos seletivos é, portanto, a maximização de
seu efeito específico contras as pragas com o minímo de efeito negativo sobre os
organismos não-alvo, baseados em uma estratégia de conservação e fomento de
organismos benéficos (RIPPER; GREENSLADE; HARTLEY, 1951; DEGRANDE et
al., 2002). Para isso, sempre deverá ser observada a especificidade para a praga em
questão, evitando-se o uso de produtos de largo espectro e que afetem os inimigos
naturais (BATISTA, 1990). Ademais, estudos de efeitos colaterais dos pesticidas
sobre organismos benéficos vêm se tornando obrigatórios em diversos países,
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estabelecendo linhas de ação internacionalmente aprovadas e em regime de
urgência (DEGRANDE et al., 2002).
Em relação ao tipo de seletividade dos pesticidas, Ripper, Greenslade e
Hartley (1951) conceituaram que o produto pode, basicamente, apresentar dois tipos
de seletividade, a ecológica e a fisiológica. Na seletividade ecológica ocorrem
diferenças de comportamento ou de hábitat entre as espécies, possibilitando que o
produto entre em contato com determinada espécie e não com outra, pois baseiam-
se nas diferenças ecológicas existentes entre as pragas, inimigos naturais e
polinizadores. Segundo Foerster (2002), a seletividade ecológica é classificada de
acordo com a forma pela qual a exposição diferencial de pragas e inimigos naturais
se dá, que pode ser no tempo ou no espaço. Assim, a seletividade ecológicaespacial pode ser conferida em função de uma tática de aplicação do produto
químico, tais como o tratamento de sementes, aplicação direta no solo e ou via
drench . Já na temporal, as pulverizações poderiam ser planejadas naqueles
períodos em que ainda não há presença de inimigos naturais no sistema de
produção.
Apesar disso, nem sempre a seletividade ecológica pode ser utilizada. Os
parasitoides de ovos do gênero Trichogramma , por exemplo, possuem máximaatividade durante o dia, devido seu comportamento fototrópico positivo, e, portanto,
estão mais expostos aos efeitos negativos dos agrotóxicos (CRUZ, 1995). Mesmo
que as pulverizações fossem realizadas durante a noite, os parasitoides ainda
estariam expostos à toxicidade dos produtos depositados sobre as folhas da cultura,
no dia seguinte.
Uma alternativa, então, seria a utilização de agrotóxicos seletivos ao
parasitoide obtidos pela seletividade fisiológica, que é inerente ao produto e deve serentendida como o conjunto das condições determinantes da maior tolerância de
certo organismo, inimigo natural ou polinizador, em relação à praga, quando ambos
se encontram sob a ação de um determinado produto. Manifesta-se devido à
diferenciação fisiológica entre pragas, predadores, parasitoides, patógenos e
polinizadores, onde as pragas são mortas a uma concentração do produto que não
afeta os indivíduos benéficos (RIPPER; GREENSLADE; HARTLEY, 1951).
A seletividade fisiológica tem seus fundamentos bioquímicos concentrados
nos processos biológicos de penetração, metabolismo e sensibilidade no sítio de
ação onde atuará o ingrediente ativo do produto fitossanitário (WELLING;
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PATERSON, 1985; GRAHAM-BRYCE, 1987). Isso explica por que a seletividade
fisiológica é difícil de ser obtida para alguns grupos de inseticidas, principalmente
neurotóxicos, onde há grande similaridade no processo de transmissão dos impulsos
nervosos, não apenas entre as diferentes ordens de insetos, mas também entre os
vários filos animais (FOERSTER, 2002). No entanto, essa classe tem sido a mais
utilizada no controle de pragas na cultura do milho, sendo representadas,
principalmente, pelos grupos químicos dos organofosforados, carbamatos e
piretróides. Todavia, é possível alcançar, ou aumentar, a seletividade fisiológica por
meio da manipulação de dosagens (YOUSSEF et al., 2004) e, assim, densidades
populacionais de pragas poderiam ser posicionadas abaixo do limiar de controle com
baixas dosagens, sendo apenas necessária a comprovação do efeito de controlesobre a praga. Um avanço significativo para o uso dos benefícios da seletividade
fisiológica foi alcançado no desenvolvimento de inseticidas biorracionais, como os
reguladores de crescimento e inseticidas de origem microbiana, aumentando as
possibilidades de sobrevivência de predadores e parasitoides em agroecossistemas
(FOERSTER, 2002).
Apesar disso, métodos experimentais padronizados, de curto, médio e longo
prazo, devem ser utilizados para avaliar a seletividade de agrotóxicos aosorganismos benéficos. A operacionalização dos métodos, entretanto, exige a criação
de hospedeiros alternativos ou naturais para a realização dos testes, os quais
devem levar em consideração a relação predador/presa, parasitoide/hospedeiro, por
meio de modelos matemáticos. As informações obtidas são, então, transferidas aos
usuários de programas de manejo integrado (DEGRANDE et al., 2002). No Brasil, o
estudo da seletividade tem sido objeto de discussão (GRAVENA; LARA, 1982;
ALVES, 1986; DEGRANDE; GOMEZ, 1990; DEGRANDE et al., 2002), porém semum consenso comum quanto à metodologia ou padronização de procedimentos para
avaliar os efeitos colaterais dos agrotóxicos a organismos benéficos (CARVALHO,
2002; DEGRANDE et al., 2002).
Nesse sentido, o grupo de trabalho denominado “Working Group Pesticides
and Beneficial Arthropods”, da IOBC/WPRS foi formado em 1974 com o objetivo de
aprimorar os estudos de seletividade de pesticidas a organismos benéficos, por meio
da cooperação científica internacional. Isso permitiria o intercâmbio de resultados
entre países e economia de recursos nas repetições de testes. Mais tarde, em 1984,
o grupo passou a denominar-se “Pesticides and Beneficial Organisms” devido à
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inclusão de outros organismos (FRANZ, 1975; FRANZ et al., 1980; HASSAN, 1983).
Dessa maneira, mesmo sendo necessária a utilização de agrotóxicos químicos de
síntese para a proteção de plantas, esse deve ser mínimo e, além disso, a escolha
deve ser baseada em produtos seletivos (HASSAN, 1989; 1994a). No Brasil, as
pesquisas em seletividade têm crescido nos últimos 10 anos e, embora ainda não
haja uma metodologia definida para adoção no país, alguns pesquisadores têm
adotado aquelas que foram normatizadas pelo grupo de trabalho da IOBC/WPRS,
onde tem se destacado o gênero Trichogramma (CARVALHO; PARRA; BAPTISTA,
1999; CARVALHO; PARRA; BAPTISTA, 2001; CARVALHO; PARRA; BAPTISTA,
2003; MORANDI FILHO, 2005; MANZONI, 2006; GIOLO, 2007; GOULART, 2007;
MATOS, 2007; STEFANELLO JÚNIOR, 2007; NÖRNBERG, 2008; MAIA, 2009).
A sequência de testes de seletividade tem sido publicada por vários autores
nas últimas décadas, entretanto, a terminologia utilizada nem sempre segue a
mesma padronização, o que, em determinados momentos, pode levar a diferentes
interpretações. Para a IOBC, o programa de testes envolve as fases de laboratório,
semicampo e campo, conduzidos em seqüência, e classifica os agrotóxicos em
classes de 1 (inócuo) até 4 (nocivo) em função do seu efeito. De acordo com Hassan
et al. (2000), a classificação é dada para o nome comercial do agrotóxico, uma vezque um mesmo ingrediente ativo pode apresentar-se comercialmente em diferentes
formulações, misturas e concentrações que poderiam ter impacto diferenciado sobre
os organismos benéficos.
Em laboratório, o organismo benéfico em seu(s) mais vulnerável(eis)
estágio(s) de vida é submetido a uma situação drástica, expondo-o a uma condição
de máximo contato com a mais elevada dosagem agronômica do agrotóxico para
determinada cultura. Esses testes têm a função de avaliar o agrotóxico quanto àinocuidade (ausência de toxicidade), separando os inócuos (classe 1) dos nocivos
(classes 2, 3 e 4). Os testes laboratoriais com o(s) estágio(s) de vida menos
vulnerável(eis) do inimigo natural permitem a diferenciação entre os produtos
nocivos (classes 2, 3 e 4), obtidos anteriormente com a fase mais vulnerável,
classificando-os novamente em inócuos e nocivos. Já os de laboratório/casa-de-
vegetação (testes de persistência), que medem a duração da atividade prejudicial do
agrotóxico, ajudam a estimar o risco de intoxicação aos inimigos naturais, uma vez
que o impacto do agrotóxico no campo é grandemente afetado por sua persistência.
Entretanto, produtos nocivos a adultos, porém com vida curta quanto à persistência,
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poderiam ser usados com sucesso em programas de MIP (DEGRANDE et al., 2002).
Os experimentos laboratoriais ampliados contribuem para estimar os efeitos dos
compostos sobre os organismos benéficos sob condições simuladas de campo. Já
nos testes de semicampo e campo, é possível avaliar o risco do agrotóxico,
proporcionando informações relevantes para a prática (HASSAN, 1994b).
Para condução dos testes, entretanto, são utilizados inimigos naturais
considerados importantes para a cultura e/ou espécies suscetíveis, consideradas
bioindicadoras. Dessa forma, são conduzidos através de bioenaios que, como um
método toxicológico, fornecem respostas biológicas a partir de um dado estímulo.
Este geralmente é químico, enquanto a resposta pode ser medida em porcentagem
de mortalidade, mudanças na capacidade benéfica, como porcentagem deparasitismo ou predação, aumento no consumo de oxigênio, por exemplo. O efeito
pode variar, no entanto, em função da quantidade do tóxico, tempo de exposição,
temperatura, condições do ambiente e condições do organismo (BATISTA, 1974).
Sob o ponto de vista de tolerância a inseticidas, os parasitoides de ovos possuem a
vantagem perante outros, pois seus estágios imaturos desenvolvem-se sob a
proteção do córion do ovo do hospedeiro, o qual representa uma barreira à
penetração de muitos agrotóxicos (ORR; BOETHEL; LAYTON, 1989; HASSAN,1994c). A utilização de determinadas espécies de parasitoides de ovos, em testes de
seletividade, também é devida à sua fácil multiplicação em laboratório sobre
hospedeiros alternativos (PARRA, 1997), pois são menos específicos que
determinadas espécies de parasitoides larvais.
Considerando a ampla representatividade no grupo dos parasitoides, onde a
ordem Hymenoptera é responsável por, aproximadamente, 80% dos parasitoides
(VIÑUELA, 2002) e devido à distribuição geográfica mundial, o grupo de trabalho daIOBC/WPRS escolheu Trichogramma como gênero-padrão para testes de
seletividade para registro de novos agrotóxicos (HASSAN et al., 2000). Além disso,
Trichogramma foi o mais sensível quando comparado com outros oito gêneros de
parasitoides, sendo, assim, considerado um inseto indicador para a ordem
Hymenoptera (HASSAN, 1998).
Para Trichogramma , as metodologias descritas por Hassan et al. (2000) e
Hassan e Abdelgader (2001), aplicam-se da seguinte forma: (a) exposição (contato)
dos adultos de Trichogramma a um filme do pesticida aplicado em placas de vidro;
(b) pulverização de ovos do hospedeiro contendo o parasitóide em seu interior na
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fase de pupa; (c) exposição (contato) de adultos de Trichogramma em folhas de
videiras tratadas, a diferentes intervalos após a aplicação do pesticida, com sua
degradação sob condições de campo. De acordo com a metodologia, o primeiro
teste de laboratório (a) prova se o produto é inócuo. Testes utilizando os métodos (b)
e (c) são necessários quando o pesticida foi classificado como levemente nocivo,
moderadamente nocivo e nocivo no teste (a). Os testes sob condições práticas de
semicampo ou campo são recomendados quando o pesticida foi classificado como
moderadamente nocivo ou nocivo no teste (b); e moderadamente persistente ou
persistente no teste (c). De maneira semelhante, Foerster (2002) comenta que os
métodos para a avaliação dos efeitos de inseticidas a parasitoides de ovos incluem:
(1) a exposição de adultos a resíduos aplicados nas plantas ou sobre superfícies devidro; (2) o tratamento de ovos parasitados por pulverização ou imersão; (3) a
aplicação sobre ovos não parasitados que são posteriormente oferecidos às fêmeas
do parasitoide; e (4) a avaliação da capacidade de parasitismo de fêmeas emergidas
de ovos tratados com inseticidas.
No Brasil, trabalhos de seletividade utilizando a metodologia da IOBC/WPRS
e o gênero Trichogramma têm merecido atenção na última década, principalmente
para as culturas do tomateiro (CARVALHO; PARRA; BAPTISTA, 1999; CARVALHO;PARRA; BAPTISTA, 2001; CARVALHO; PARRA; BAPTISTA, 2003), videira
(MORANDI FILHO, 2005), macieira (MANZONI, 2006; NÖRNBERG, 2008),
pessegueiro (GRÜTZMACHER et al., 2004; GIOLO, 2007), citros (MATOS, 2007) e
milho (CRUZ, 1995; PRATISSOLI et al., 2004; MATOS, 2007; STEFANELLO
JÚNIOR, 2007; MAIA, 2009). Na cultura do milho, as pesquisas sobre eletividade
têm sido realizadas, principalmente, para o predador Doru spp. (Dermaptera:
Forficulidae) (FIGUEIREDO; CRUZ, 1990; FALEIRO et al., 1995; GONÇALVES etal., 1997; SOUZA et al., 1998; JESUS et al., 2004; ZOTTI et al., 2010a e b), bem
como para o parasitoide de ovos Trichogramma (CRUZ, 1995; PRATISSOLI et al.,
2004; STEFANELLO JÚNIOR, 2007; MATOS, 2007; MAIA, 2009). No entanto,
apenas trabalhos realizados para a fase adulta de T. pretiosum (STEFANELLO
JÚNIOR, 2007) e imatura e adulta de T. atopovirilia (MAIA, 2009) foram realizados
para os agrotóxicos utilizados na cultura do milho.
Pesquisas envolvendo a fase adulta (mais exposta) de T. pretiosum
demonstraram que 53 dos 64 agrotóxicos avaliados foram nocivos (classes 2, 3 e 4)
ao parasitoide (STEFANELLO JÚNIOR, 2007), os quais ainda precisam ser
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avaliados em outras etapas da metodologia proposta pela IOBC/WPRS, envolvendo
testes sobre as fases imaturas e persistência aos adultos do parasitoide. Ademais,
apenas estudos sobre a fase imatura de T. atopovirilia (MATOS, 2007; MAIA, 2009)
foram realizados, assim como somente estudos de persistência de agrotóxicos
utilizados em frutíferas, principalmente para macieira (NÖRNBERG, 2008) e
pessegueiro (GIOLO et al., 2008).
Percebe-se, portanto, que ainda carecem informações quanto à seletividade
de agrotóxicos para as demais fases de T. pretiosum e etapas preconizadas pela
IOBC/WPRS para os agrotóxicos registrados para a cultura do milho. Dessa forma,
estudos sobre a compatibilização do controle biológico e químico ainda não se
esgotaram para essa cultura, havendo lacunas de conhecimento a serempesquisados para dar suporte ao MIP e visar à preservação das comunidades de
insetos benéficos.
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Metodologia geral
Os bioensaios (testes de seletividade) foram conduzidos nos Laboratórios de
Controle Biológico e de Pesticidas do Departamento de Fitossanidade na Faculdadede Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM), Universidade Federal de Pelotas (UFPel),
Pelotas-RS.
1 Criação e manutenção do material biológico para os bioensaios
1.1 Hospedeiro alternativo Anagasta kuehniella
O hospedeiro alternativo Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera:Pyralidae) foi criado conforme Parra (1997) (Fig. 1A e 1B), utilizando-se dieta
composta por farinha de trigo (97%) e levedo de cerveja (3%), e os ovos produzidos
visaram à multiplicação dos parasitoides.
1.2 Parasitoide Trichogramma pretiosum
O material biológico utilizado nos bioensaios foi constituído por parasitoidesde ovos da espécie T. pretiosum , coletado sobre ovos do hospedeiro H. zea na
cultura do milho, no município de Pelotas, RS. Estes insetos deram origem a uma
criação, a qual foi mantida em cilindros de vidro (25cm de comprimento x 10cm de
diâmetro) em câmaras climatizadas sob temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de
70±10% e fotofase de 14 horas. O alimento fornecido a adultos de T. pretiosum foi
composto por 3g de gelatina, 100mL de água destilada e 200g de mel (HASSAN et
al., 2000), o qual foi acondicionado em seringas de 5mL e conservado resfriado em
temperatura de 4±2oC.
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1.3 Preparo de cartões com ovos do hospedeiro Anagasta kuehniella
Ovos de A. kuehniella , com no máximo 24 horas de idade foram obtidos da
criação e peneirados (peneira de malha com 0,5mm) para retirada de fragmentos de
adultos e demais impurezas.
Os ovos foram colados em cartolina branca (20 x 11cm), através do
pincelamento de goma arábica (PARRA, 1997) sobre lâmina plástica perfurada,
contendo 60 orifícios de 1cm. Posteriormente, as cartolinas contendo ovos foram
acondicionadas em câmaras de inviabilização, onde permaneceram sob emissão de
luz germicida (STEIN; PARRA, 1987) por uma hora a uma distância de 20cm.
Depois disso, as cartelas foram acondicionadas em cilindros de vidro (25cm decomprimento x 10cm de diâmetro) (Fig. 1C) para que os ovos fossem parasitados
por adultos de T. pretiosum (Fig. 1D) e servissem para a manutenção da criação
(Fig. 1E) ou condução dos bioensaios de imaturos ou adultos no teste de
persistência (Fig. 1F).
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Figura 1 – Detalhes da criação do hospedeiro Anagasta kuehniella e deTrichogramma pretiosum . A) Criação da fase imatura de A. kuehniella em bandejas contendo papel corrugado, farinha de trigo e levedo decerveja; B) Coleta de adultos de A. kuehniella em caixas metálicas; C)Armazenamento de cartões em cilindros de vidro em câmaraclimatizada, temperatura 25±1º, umidade relativa 70±10%, fotofase 14horas; D) Parasitismo de ovos de A. kuehniella por T. pretiosum ; E)Cartões com ovos de A. kuehniella não parasitados (claros) eparasitados (escuros) para manutenção da criação; F) Cartão comovos de A. kuehniella não parasitados (claros) e ovos parasitados
(escuros) para condução de bioensaios. Pelotas, RS.
A B
C D
E F
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2 Condução dos bioensaios com Trichogramma pretiosum
Os bioensaios foram conduzidos em salas climatizadas (temperatura de
25±1ºC, umidade relativa de 70±10%, fotofase de 14 horas) e basearam-se nas
metodologias estabelecidas pelo grupo de trabalho da IOBC/WPRS para
Trichogramma cacoeciae Marchal, 1927 (Hymenoptera: Trichogrammatidae)
(HASSAN et al., 2000; HASSAN & ABDELGADER, 2001), as quais foram adaptadas
por Giolo et al. (2005) para T. pretiosum , em função das características biológicas do
parasitóide. As referidas alterações de fotofase (16 horas para T. cacoeciae ; 14
horas para T. pretiosum ), temperatura (26ºC para T. cacoeciae ; 25ºC para T.
pretiosum ) e espécie utilizada no presente trabalho (T. pretiosum ), entretanto, nãoalteraram a metodologia de trabalho proposta pela IOBC/WPRS.
2.1 Bioensaios com imaturos
Os bioensaios com as fases imaturas de T. pretiosum consistiram em
pulverizar calda contendo o agrotóxico sobre ovos de A. kuehniella parasitados em
diferentes momentos, a fim de avaliar o efeito nocivo sobre as fases de ovo-larva,pré-pupa e pupa. Foi avaliada a porcentagem de emergência em cada tratamento,
os quais foram comparados com a testemunha e, baseado na porcentagem de
redução de emergência, os agrotóxicos foram classificados em inócuo (classe 1,
menos de 30% na redução de emergência), levemente nocivo (classe 2, 30-79%),
moderadamente nocivo (classe 3, 80-99%) e nocivo (classe 4, mais que 99%). Para
comparação dos resultados foi dada prioridade para aqueles trabalhos que
envolveram a mesma espécie de parasitoide, produto comercial e metodologiautilizada no presente trabalho. Apesar disso, na maioria dos trabalhos internacionais,
os efeitos dos agrotóxicos não foram avaliados sobre as fases de ovo-larva e pré-
pupa (HASSAN et al., 2000), de maneira contrária às pesquisas brasileiras que
também avaliam sobre essas fases.
2.2 Bioensaios de persistência de agrotóxicos
Nesta etapa, os bioensaios consistiram em pulverizar caldas contendo
agrotóxico sobre plantas de videira, cujas folhas foram coletadas aos 3, 10, 17, 24 e
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31 dias após a pulverização. As folhas foram então acondicionadas na superfície
inferior de gaiolas destinadas ao confinamento de adultos de T. pretiosum . Dessa
forma, a mortalidade dos adultos foi mensurada indiretamente pelo número de ovos
parasitados em cada tratamento. O parasitismo de cada tratamento foi comparado
com a testemunha, sendo classificados conforme a porcentagem de redução no
parasitismo em inócuo (classe 1, menos de 30% de redução no parasitismo),
levemente nocivo (classe 2, 30-79%), moderadamente nocivo (classe 3, 80-99%) e
nocivo (classe 4, mais que 99%). A classificação da persistência foi atribuída
levando-se em consideração a semana anterior àquela que foi inócua (classe 1)
para determinado tratamento, sendo o agrotóxico considerado de vida curta (classe
1, menos de 5 dias com atividade tóxica superior a 30%), levemente persistente(classe 2, 5-15 dias), moderadamente persistente (classe 3, 16-30 dias) e
persistente (classe 4, mais que 31 dias), conforme normas da IOBC/WPRS. Para
comparação dos resultados foi dado prioridade para aqueles trabalhos que
envolveram a mesma espécie de parasitoide, produto comercial e metodologia
utilizada no presente trabalho.
3 Análises estatísticas
Análises estatísticas complementares foram realizadas com auxílio do
programa estatístico SAS - Statistical Analysis System (SAS LEARNING EDITION,
2002). Os resultados obtidos, quanto ao número de ovos parasitados por fêmea,
foram submetidos ao teste de normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk através do
procedimento Univariate. Não atendida essa pressuposição, foi realizada análise
não-paramétrica pelo procedimento NPar1Way (Kruskal-Wallis) e, apóscomprovação da existência de diferença entre tratamentos, os dados foram
transformados pelo procedimento Rank. A comparação de médias foi obtida pelo
teste Bonferroni-Dunn t utilizando-se o procedimento Glm em nível de 5% de
probabilidade de erro. Em caso de normalidade dos dados, as médias foram
comparadas pelo teste Tukey (dados balanceados) e Tukey-Kramer (dados não
balanceados) utilizando-se o procedimento Glm em nível de 5% de probabilidade de
erro.
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Capítulo 1 – Seletividade de agrotóxicos registrados para a cultura do milho
para as fases imaturas de Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera:Trichogrammatidae)
1 Introdução
Associam-se à cultura do milho um complexo de pragas que, em muitos
momentos, comprometem a alta produtividade e a expressão do potencial de
produção. Entretanto, o manejo químico de lavouras já nos primeiros estágiosvegetativos pode causar efeitos negativos às comunidades de insetos benéficos,
pois Figueiredo (2004) relata a ocorrência de parasitismo de lagartas de cerca de
53% logo nos primeiros 16 dias após a emergência.
Quanto aos parasitóides de ovos, a taxa de parasitismo por Trichogramma
pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae) não é elevada para
aquelas espécies cuja postura é realizada em camadas e protegidas por escamas,
como Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) (BESERRA;
DIAS; PARRA, 2002; BESERRA; PARRA, 2004). No entanto, já foi registrada
liberação de T. pretiosum em várias lavouras de milho em 2008, que juntas somaram
mais de 3.000 ha na Região de Santa Maria, Rio Grande do Sul (NAVA;
NACHTIGAL, 2010). Himenópteros do gênero Trichogramma (Hymenoptera:
Trichogrammatidae) caracterizam-se por serem inimigos naturais de S. frugiperda e
Helicoverpa zea (Boddie, 1850) (Lepidoptera: Noctuidae) e apresentam, como
principal vantagem, o controle dos insetos-praga ainda na fase de ovo quando, ao
parasitá-los, impedem a eclosão da lagarta e o respectivo dano à cultura (SÁ;
PARRA, 1993; CRUZ, 1995). Além de ter sido considerado um método eficiente, a
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liberação do parasitoide é viável devido sua disponibilidade comercial, o que
viabilizou tecnicamente a utilização como um método de manejo alternativo ao
químico e inseriu-se como opção em um programa de Manejo Integrado de Pragas
(MIP). Nesse sentido, a entomofauna benéfica, sobretudo a guilda dos parasitoides
de ovos e larvais, pode ser afetada negativamente e necessita ser preservada, pois
são importantes agentes de controle biológico de pragas remanescentes de cultivos
anteriores e/ou do respectivo cultivo.
A integração do controle biológico e químico necessita, portanto, ser
validada a partir de testes de seletividade, permitindo assim a preservação da
comunidade de insetos benéficos no sistema de produção. Para isso, o grupo de
trabalho da “International Organization for Biological Control and Integrated Controlof Noxious Animals and Plants” (IOBC), “West Palaearctic Regional Section” (WPRS)
estabeleceu as diretrizes para a condução de bioensaios em diferentes etapas e
categorização dos agrotóxicos quanto à seletividade: laboratório (fase adulta e
imatura); laboratório/casa-de-vegetação (persistência) e campo (fase adulta)
(HASSAN et al., 2000; HASSAN; ABDELGADER, 2001). Para as pesquisas
envolvendo parasitóides, foi selecionado o gênero Trichogramma como indicador
para a ordem Hymenoptera, principalmente pela sua maior suscetibilidade, mastambém pela sua facilidade de criação (HASSAN, 1998). Dessa forma, T. pretiosum
foi escolhido como indicador nos testes de seletividade, pois está associado à
cultura do milho como importante inimigo natural (MOLINA-OCHOA et al., 2003) de
lepidópteros-praga.
Embora trabalhos de seletividade sobre a fase imatura de Trichogramma já
tenham sido realizados (TORRES; PRATISSOLI; SALES, 1996; CÔNSOLI;
BOTELHO; PARRA, 2001; MATOS, 2007; MAIA, 2009), somente foram encontradostrabalhos para a fase imatura de T. atopovirilia na cultura do milho (MAIA, 2009),
utilizando metodologia da IOBC/WPRS.
Nesse sentido, formulou-se a hipótese de que os agrotóxicos nocivos para a
fase adulta de T. pretiosum (STEFANELLO JÚNIOR, 2007) também afetam as fases
imaturas do parasitoide. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a
seletividade de agrotóxicos registrados para a cultura do milho sobre as fases
imaturas de ovo-larva, pré-pupa e pupa de T. pretiosum , em condições de
laboratório.
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2 Materiais e métodos
Os bioensaios de seletividade às fases imaturas basearam-se na metodologia
proposta pela IOBC/WPRS (HASSAN et al., 2000; HASSAN; ABDELGADER, 2001).
Para isso, os parasitoides foram obtidos de criação mantida em laboratório utilizando
ovos de Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae) como
hospedeiro para multiplicação de T. pretiosum (PARRA, 1997). As condições de
temperatura (25±1ºC), umidade relativa (70±10%) e fotofase (14 horas) foram
controladas tanto para a criação do parasitóide, realizada em câmaras climatizadas
(BOD), como durante a condução dos bioensaios, nas salas de testes.
2.1 Agrotóxicos avaliados
Foram avaliados 26 inseticidas, 8 fungicidas e 12 herbicidas, registrados para
a cultura do milho, cujas identificações como nome do produto comercial, ingrediente
ativo, grupo químico, máxima dosagem comercial testada, concentração do
ingrediente ativo e do produto comercial na calda estão expressas na tab. 1.
2.2 Parasitismo de ovos do hospedeiro alternativo Anagasta kuehniella
Para obtenção do parasitoide nas diferentes fases imaturas, foi colocado um
cartão de cartolina contendo ovos de A. kuehniella em cilindros de vidro (25cm de
comprimento x 10cm de diâmetro) que continham adultos de T. pretiosum . Cada
cartão possuía 60 círculos de 1cm de diâmetro, confeccionado com 400±50 ovos de
A. kuehniella cada um (Fig. 1A e 1B). Após o parasitismo, os adultos foramdescartados e os cartões foram acondicionados em câmaras climatizadas (BOD)
para dar condições adequadas para o desenvolvimento de T. pretiosum . Esse
procedimentoi foi repetido três vezes, às 24 horas (1 dia), 72 horas (3 dias) e 168
horas (7 dias) antes da pulverização, para que fossem obtidos os parasitoides em
suas fases imaturas de ovo-larva, pré-pupa e pupa, respectivamente, no interior do
ovo do hospedeiro (CÔNSOLI; ROSSI; PARRA, 1999). Dessa forma, foi possível
compor um bioensaio, que consistiu em agrotóxicos em teste e três fases imaturas
de T. pretiosum . Assim, de cada cartela contendo 60 círculos, foram selecionados
oito círculos para cada tratamento em cada fase de desenvolvimento do parasitoide.
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Tabela 1 - Agrotóxicos avaliados nos testes de seletividade para as fases imaturas de Trichodosagem máxima do produto comercial registrada para a cultura do milho. Pelotas, RS.
Produto comercial Ingrediente ativo Grupo químico DC1
Inseticidas
Arrivo 200 EC cipermetrina Piretróide 0,08
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina Piretróide 0,04
Decis 25 EC deltametrina Piretróide 0,20
Deltaphos EC deltametrina + triazofós Piretróide + organofosforado 0,35
Dipterex 500 triclorfom Organofosforado 2,00
Engeo cipermetrina + tiametoxam Piretróide + neonicotinóide 0,30
Engeo Pleno lambda-cialotrina + tiametoxam Piretróide + neonicotinóide 0,25
Fastac 100 SC alfa-cipermetrina Piretróide 0,05
Folidol 600 parationa-metílica Organofosforado 0,50
Galgotrin cipermetrina Piretróide 0,06
Hostathion 400 BR triazofós Organofosforado 0,50
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina Piretróide 0,10
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina Piretróide 0,15
Lannate BR metomil Metilcarbamato de oxima 0,60
Larvin 800 WG tiodicarbe Metilcarbamato de oxima 0,15 Lorsban 480 BR clorpirifós Organofosforado 1,00
Malathion 500 CE Sultox malationa Organofosforado 2,50
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Tabela 1 – Agrotóxicos avaliados nos testes de seletividade para as fases imaturas de Trichodosagem máxima do produto comercial registrada para a cultura do milho. Pelotas-RS.
Produto comercial Ingrediente ativo Grupo químico DC1
Inseticidas
Match EC lufenurom Benzoiluréia 0,30
Stallion 150 CS gama-cialotrina Piretróide 0,025
Sumithion 500 CE fenitrotiona Organofosforado 1,50
Talcord 250 CE permetrina Piretróide 0,10
Tracer espinosade Espinosinas 0,10
Trebon 100 SC etofenproxi Éter difenílico 0,14
Turbo beta-ciflutrina Piretróide 0,10
Valon 384 CE permetrina Piretróide 0,065Vexter clorpirifós Organofosforado 1,00
Fungicidas
Comet piraclostrobina Estrobilurina 0,60
Constant tebuconazol Triazol 1,00
Folicur 200 EC tebuconazol Triazol 1,00
Kumulus DF enxofre Inorgânico 1,00
Opera epoxiconazol + piraclostrobina Triazol + estrobilurina 0,75
Priori Xtra ciproconazol + azoxistrobina Triazol + estrobilurina 0,30
Stratego 250 EC propiconazol + trifloxistrobina Triazol + estrobilurina 0,80
Tilt propiconazol Triazol 0,50
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Tabela 1 – Agrotóxicos avaliados nos testes de seletividade para as fases imaturas de Trichodosagem máxima do produto comercial registrada para a cultura do milho. Pelotas-RS.
Produto comercial Ingrediente ativo Grupo químico DC1
Herbicidas
Agrisato 480 SL glifosato - sal de isopropilamina Glicina substituída 6,00
Finale glufosinato - sal de amônio Homoalanina substituída 1,50
Glifos glifosato - sal de isopropilamina Glicina substituída 2,00
Glifosato Nortox glifosato - sal de isopropilamina Glicina substituída 6,00
Gliz 480 SL glifosato - sal de isopropilamina Glicina substituída 6,00
Gramoxone 200 dicloreto de paraquate Bipiridilo 3,00
Polaris glifosato - sal de isopropilamina Glicina subsituída 5,00 Roundup Original glifosato - sal de isopropilamina Glicina substituída 6,00
Roundup Transorb glifosato - sal de isopropilamina Glicina substituída 4,50
Roundup WG glifosato - sal de amônio Glicina substituída 3,5
Trop glifosato - sal de isopropilamina Glicina substituída 6,00
Zapp Qi glifosato - sal de potássio Glicina substituída 4,20 1DC = Dosagem de campo (L ou Kg ha-1 do produto comercial) considerando um volume de calda de 200 L ha -1;2C.i.a. = Concentração (%) do ingrediente ativo na calda utilizada nos bioensaios; *concentração (%) do equivalente ácido3C.p.c. = Concentração (%) do produto comercial na calda utilizada nos bioensaios.
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2.3 Aplicação dos agrotóxicos
O preparo da calda foi realizado diluindo-se cada produto comercial em
pulverizadores manuais em um volume proporcional a 200 L de água por hectare. A
calibração dos pulverizadores manuais (capacidade de 580 mL) foi realizada
mediante pesagem da deposição da calda sobre uma placa de vidro de 13 x 13 cm.
Assim, priorizou-se uma deposição aproximada de 2mg cm-2 da placa, que foi
aferida por balança eletrônica de precisão, sendo esse procedimento realizado para
cada pulverizador antes da pulverização das caldas (Fig. 1C e 1D).
Depois de realizadas todas as pulverizações, os cartões contendo ovos
permaneceram por cerca de três horas à temperatura ambiente para evaporar oexcesso de umidade. Depois disso, cada círculo foi individualizado em tubos de vidro
(10cm de comprimento x 2,5cm de diâmetro), tendo a extremidade vedada com
tecido de algodão e atilhos de borracha para evitar a fuga dos parasitoides após a
emergência, onde cada um dos oito círculos por tratamento foi considerada uma
repetição (Fig. 1E). Todos os tubos foram acondicionados em sala climatizada até a
emergência dos adultos, sendo, posteriormente, contabilizado o número de ovos
parasitados (Fig. 1F) e adultos com auxílio de lupa binocular estereoscópica.
2.4 Análise dos resultados obtidos e classes de seletividade
Calculou-se a porcentagem de emergência de adultos em cada tratamento,
sendo o resultado médio utilizado para comparação com o tratamento testemunha
de cada fase imatura de T. pretiosum em cada bioensaio, a fim de classificar os
agrotóxicos quanto à seletividade, baseado na redução da porcentagem deemergência. De acordo com a metodologia da IOBC/WPRS, os agrotóxicos foram
então classificados como inócuo (classe 1, menos de 30% de redução na
emergência), levemente nocivo (classe 2, 30-79%), moderadamente nocivo (classe
3, 80-99%) ou nocivo (classe 4, mais que 99%). De acordo com Hassan et al.
(2000), análises complementares podem ser realizadas com os dados obtidos na
pesquisa, embora a categorização em classes seja a principal análise proposta.
Nesse sentido, análises estatísticas foram realizadas com auxílio do programa
estatístico SAS – Statistical Analysis System (SAS LEARNING EDITION, 2002).
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Figura 1 – Detalhes da condução dos bioensaios com as fases imaturas deTrichogramma pretiosum conforme metodologia da IOBC/WPRS. A)Preparo dos cartões com goma arábica, lâmina perfurada, cartolina eovos de Anagasta kuehniella ; B) Ovos de A. kuehniella aderidos aoscartões; C) Diluição dos agrotóxicos para pulverização e aferição dadeposição da calda em balança de precisão; D) Pulverizador manualutilizado para pulverização das caldas; E) Individualização de círculode ovos de A. kuehniella contendo o parasitoide no interior, em suafase imatura; F) Contagem dos ovos parasitados em lupa
estereoscópica binocular. Pelotas, RS.
A B
C D
E F
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3 Resultados e discussão
Os bioensaios de seletividade de agrotóxicos para as fases imaturas de T.
pretiosum foram agrupados conforme a classe, em inseticidas (tab. 2 e 3), fungicidas
(tab. 4 e 5) e herbicidas (tab. 6 e 7).
Os resultados obtidos nos bioensaios quanto à emergência de T. pretiosum
(tab. 2, 4 e 6) foram utilizados nas análises estatísticas e os resultados quanto à
redução da emergência dos tratamentos, comparados com a testemunha, foram
utilizados para obtenção da classe de seletividade (tab. 3, 5 e 7).
3.1 Inseticidas
No bioensaio I (tab. 2), foi observado que a interação tratamento x estágio foi
significativa (F=6,07; gl=10; p=<,0001) para a variável porcentagem de emergência
de adultos de T. pretiosum . No entanto, diferenças significativas entre os estágios de
desenvolvimento avaliados somente foram observados na fase de pré-pupa de T.
pretiosum , em função da menor emergência de adultos, para Karate Zeon 50 CS
(88,15%) e Valon 384 CE (85,51%). Em relação ao tratamento testemunha em cadafase de desenvolvimento, diferiram: Karate Zeon 250 CS para a fase de ovo-larva;
Galgotrin, Karate Zeon 50 CS, Karate Zeon 250 CS e Valon 384 CE para a fase de
pré-pupa; e Galgotrin, Karate Zeon 50 CS, Karate Zeon 250 CS, Stallion 150 CS e
Valon 384 CE para a fase de pupa de T. pretiosum . De acordo com as classes de
seletividade atribuídas aos inseticidas (tab. 3, bioensaio I), todos foram inócuos
(classe 1) às fases imaturas de T. pretiosum , exceto Karate Zeon 250 CS que foi
levemente nocivo (classe 2) para a fase de pupa. De acordo com a análiseestatística e a redução da emergência de adultos de T. pretiosum , a fase de pré-
pupa apresentou tendência de ser mais afetada pelos inseticidas avaliados, seguido
pela fase de pupa.
Para o inseticida Karate, Hassan (1994b) classificou-o como levemente
nocivo para a fase de pupa de Trichogramma cacoeciae Marchal, 1927
(Hymenoptera: Trichogrammatidae), similar à classe atribuída para Karate Zeon 250
CS do presente trabalho (tab 3). Para Sterk et al. (1999), Karate 50 EC (0,0038%
ingrediente ativo na calda) foi levemente nocivo para a fase de pupa de T.
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cacoeciae , resultado similar para Karate Zeon 250 CS (0,0125% ingrediente ativo na
calda) para a fase de pupa de T. pretiosum do presente trabalho (tab. 3).
No bioensaio II (tab. 2), a interação entre tratamento x estágio também foi
significativa (F=6,56; gl=10; p=<,0001) para a emergência de adultos de T.
pretiosum . Nesse bioensaio, apenas Turbo diferiu entre os estágios de
desenvolvimento em função da menor emergência, que foi menor para a fase de
ovo-larva (112,57%) e pupa (107,94%). Em relação à testemunha em cada fase de
desenvolvimento, apenas foram observadas diferenças significativas de importância
para a fase de pupa para Arrivo 200 EC, Bulldock 125 SC, Talcord 250 CE e Turbo.
Embora para a fase de pré-pupa apenas Turbo tenha diferido da testemunha, isso
aconteceu em função da maior emergência dos parasitóides no tratamentoenvolvendo o inseticida. Uma explicação para isso poderia ser o maior número de
círculos da extremidade do cartão (Fig. 1B) selecionados para compor as repetições
do tratamento, apesar de ter sido realizado de maneira aleatória. Em relação às
classes atribuídas (tab. 3, bioensaio II), Arrivo 200 EC, Bulldock 125 SC, Decis 25
EC, Talcord 250 CE e Turbo foram considerados inócuos (classe 1) às fases
imaturas de T. pretiosum . Entretanto, em função da redução da emergência dos
adultos do parasitoide, é possível observar que a fase de pupa foi a mais afetadapelos inseticidas.
Resultados similares quanto à seletividade de inseticidas também foram
observados para T. pretiosum por Giolo (2007), testando produtos registrados para a
cultura do pessegueiro, que classificou Decis 25 CE (0,0001% i.a. na calda) como
inócuo para todas as fases imaturas do parasitoide, cuja concentração foi inferior ao
presente trabalho (0,0025%). A inocuidade também foi observada para
Trichogramma atopovirilia Oatman & Platner, 1987 (Hymenoptera:Trichogrammatidae) para Decis Ultra 100 (7,5mL 100L-1 de água) por Matos (2007),
quando ovos de A. kuehniella e Gymnandrosoma aurantianun Lima, 1927
(Lepidoptera: Tortricidae) continham o parasitoide nas fases imaturas de ovo-larva,
pré-pupa e pupa. Hassan et al. (1987) e Hassan (1994b), entretanto, classificaram
Decis (0,06% produto comercial) como levemente nocivo (classe 2) para a fase de
pupa de T. cacoeciae , apesar de usar dosagem inferior ao presente trabalho (0,1%
produto comercial na calda).
Para inseticidas à base de permetrina e cipermetrina, Hassan (1994b)
verificou que o ingrediente permetrina também conferiu inocuidade (classe 1) para a
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fase de pupa de T. cacoeciae , embora tenha avaliado na marca comercial de
Ambush (0,02% do produto comercial na calda), classificação semelhante às obtidas
para T. pretiosum no presente trabalho (tab. 3). No entanto, quanto o autor avaliou o
inseticida Ambush C (0,04% produto comercial na calda), à base de cipermetrina, foi
atribuída classe 4 (nocivo) para a fase de pupa de T. cacoeciae . Esses resultados
diferem do observado para os inseticidas piretróides à base de cipermetrina do
presente trabalho (tab. 3), que foram inócuos para todas as fases imaturas de T.
pretiosum .
De acordo com as reduções de emergência observadas para os inseticidas do
grupo químico dos piretróides, contendo ingrediente ativo apenas desse grupo, a
maioria foi considerada inócua para todas as fases imaturas de desenvolvimento deT. pretiosum , exceto Karate Zeon 250 CS que foi levemente nocivo (classe 2) para a
fase de pupa (tab. 3, bioensaio I).
No bioensaio III (tab. 2), interação significativa (F=7,98; gl=10; p=<,0001)
também foi observada entre tratamento x estágio de desenvolvimento de T.
pretiosum . Entre os estágios de desenvolvimento, a análise dos dados indicou
diferença significativa, em função da menor emergência de T. pretiosum , para
Hostathion 400 BR na fase de pré-pupa (100,48%) e pupa (89,16%); Folidol 600para a fase de pré-pupa (89,80%); Lorsban 480 BR e Vexter para a fase de pupa,
com emergência de 1,06 e 0,96%, respectivamente. Em relação à testemunha para
cada fase de desenvolvimento, Folidol 600, Lorsban 480 BR, Sumithion 500 CE e
Vexter diferiram para a fase de ovo-larva; Folidol 600, Hostathion 400 BR, Lorsban
480 BR, Sumithion 500 CE e Vexter diferiram para a fase de pré-pupa; e Hostathion
400 BR, Lorsban 480 BR, Sumithion 500 CE e Vexter diferiram para a fase de pupa
de T. pretiosum . De acordo com as classes de seletividade (tab. 3, bioensaio III),Folidol e Hostathion 400 BR foram inócuos (classe 1) às fases imaturas de T.
pretiosum ; Sumithion 500 CE foi levemente nocivo (classe 2) para as três fases
imaturas; e Lorsban 480 BR e Vexter foram moderadamente nocivos (classe 3) para
as fases de ovo-larva e pré-pupa e nocivos (classe 4) para a fase de pupa de T.
pretiosum . Nesse bioensaio, a análise estatítstica, as reduções de emergência e as
classes de seletividade atribuídas indicam que a fase de pupa foi a mais afetada por
aqueles inseticidas que foram nocivos, de maneira similar ao bioensaio I e II (tab. 2 e
3).
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Resultados distintos foram obtidos por Manzoni et al. (2007), ao avaliarem
produtos registrado para macieira, cujas pesquisas indicaram que Sumithion 500 CE
que foi inócuo (classe 1) para todas as fases imaturas de T. pretiosum , porém em
menor concentração (0,1% de ingrediente ativo na calda) quando comparado ao
presente trabalho (0,375%) onde foi levemente nocivo. A mesma classificação foi
atribuída ao parasitoide por Giolo (2007) para Sumithion 500 CE (0,0015% i.a. na
calda), para dosagem registrada à cultura do pessegueiro. Hassan (1994b)
encontrou valores distintos quanto testou o produto Folithion (0,1% do produto
comercial da calda) e verificou que foi nocivo (classe 4) para a fase de pupa de T.
cacoeciae , embora tenha o mesmo ingrediente ativo de Sumithion 500 CE. Isso
reforça que, embora tenham a mesma base quanto ao ingrediente ativo, os demaisingredientes inertes, formulações e/ou concentrações podem ser distintos e conferir
seletividade diferenciada, demonstrando a importância dos testes baseados na
marca comercial e não apenas no ingrediente ativo.
Para o inseticida Hostathion, Hassan et al. (1988) e Hassan (1994b)
encontraram valores distintos para T. cacoeciae quando classificaram o produto
comercial como nocivo (classe 4) para a fase de pupa do parasitoide, em uma
concentração de 0,24% do produto comercial na calda, embora similar ao presentetrabalho (0,25%). A toxicidade, nesse caso, pode ser em função de diferenças de
suscetibilidade do parasitoide, o que já foi verificado para diferentes linhagens em T.
pretiosum (CARVALHO; PARRA; BAPTISTA, 1999).
Para o inseticida Lorsban 480 BR (0,00072% i.a. na calda), Giolo (2007) e
Nörnberg (2008) obtiveram classe 2 (levemente nocivo) para todas as fases imaturas
de T. pretiosum , de maneira distinta a obtida no presente trabalho, que foi
moderadamente nocivo (classe 3) para ovo-larva e pré-pupa e nocivo (classe 4) paraa fase de pupa, porém em concentração superior (0,24% i.a. na calda). No entanto,
Maia (2009), verificou que o ingrediente ativo presente no produto comercial Astro
(0,005% produto comercial na calda) foi inócuo para as fases imaturas de T.
atopovirilia , embora em concentração distinta ao presente trabalho, que utilizou
Lorsban 480 BR (0,5% produto comercial na calda).
No bioensaio IV (tab. 2), a interação tratamento x estágio também foi
significativa (F=14,95; gl=12; p=<,0001) em função dos dados de emergência de T.
pretiosum avaliados. Nessa análise, em função da menor emergência, diferiram
entre as fases imaturas de T. pretiosum os inseticidas Deltaphos EC, Dipterex 500 e
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Engeo para a fase de pupa, com valores de emergência de 85,03, 44,44 e 43,52%,
respectivamente; Malathion 500 CE Sultox para a fase de ovo-larva (109,67%) e
pupa (115,17%); e Engeo Pleno para a fase de pré-pupa (58,38%), que também
diferiu entre si para a fase de pupa (23,44%). Para cada fase imatura de
desenvolvimento de T. pretiosum , diferiram da testemunha Dipterex, Engeo e Engeo
Pleno para ovo-larva; Deltaphos EC, Dipterex 500, Engeo e Engeo Pleno para a fase
de pré-pupa e pupa. De acordo com as classes, foram inócuos às fases imaturas de
T. pretiosum os inseticidas Deltaphos EC, Fastac 100 SC e Malathion 500 CE
Sultox; Engeo Pleno foi inócuo (classe 1) para ovo-larva e levemente nocivo (classe
2) para pré-pupa e pupa; Dipterex 500 e Engeo foram levemente nocivo (classe 2)
para ovo-larva, pré-pupa e pupa de T. pretiosum . De maneira similar ao bioensaio III(tab. 2 e 3), os inseticidas deste bioensaio também tenderam a afetar mais as fases
imaturas de pupa e pré-pupa de T. pretiosum .
Embora não tenham sido realizados testes de seletividade com produtos
comerciais contendo apenas ingrediente ativo do grupo dos neonicotinóides, Moura,
Carvalho e Rigitano (2005) verificaram que tiametoxam (0,05 g L-1 de i.a.), na
máxima dosagem registrada para o tomateiro, foi inócuo às fases imaturas de T.
pretiosum . Dessa maneira, a toxicidade atribuída para os produtos em mistura, depiretróides mais neonicotinóides, pode ser devido à interação entre ambos os
ingredientes ativos, ingredientes inertes e/ou formulação do produto.
O inseticida Dipterex 500 (0,003% produto comercial na calda) foi classificado
como levemente nocivo para ovo-larva e moderadamente nocivo (classe 3) para T.
cacoeciae por Grützmacher et al. (2004), de maneira distinta à observada no
presente trabalho que classificou o produto como levemente nocivo para todas as
fases imaturas de T. pretiosum , em concentração de 1% do produto comercial nacalda. Resultados similares foram observados por Hassan et al. (1987) e Hassan
(1994b) que classificaram Dipterex WP 80 (0,1% do produto comercial na calda)
como levemente nocivo (classe 2) para a fase de pupa de T. cacoeciae . Giolo (2007)
e Manzoni et al. (2007) classificaram Dipterex 500 como inócuo para as fases
imaturas de T. pretiosum ao testarem triclorfom em concentração de 0,15% de i.a.
na calda, cuja concentração (0,5%) e classe diferem da usada no presente trabalho,
que foi classificado como levemente nocivo (classe 2) para todas as fases imaturas
de T. pretiosum .
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Embora Manzoni et al. (2007) tenham avaliado o ingrediente ativo malationa
usando o produto comercial Malathion 1000 CE (0,1% i.a. na calda), foi classificado
como inócuo para a fase de ovo-larva e pupa, apesar de ter sido levemente nocivo
(classe 2) para a fase de pré-pupa, os quais foram semelhantes ao presente trabalho
para Malathion 500 CE Sultox (0,625% i.a. na calda) que foi inócuo para todas as
fases imaturas do parasitoide. Nörnberg (2008), entretanto classificou Malathion
1000 CE (0,1% i.a. na calda) como inócuo para a fase de ovo-larva e pré-pupa e
levemente nocivo (classe 2) para pré-pupa de T. pretiosum . Para Giolo (2007),
Malathion 1000 CE (0,002% i.a. na calda) foi inócuo para ovo-larva e pré-pupa e
levemente nocivo para a fase de pupa de T. pretiosum , ao testar o produto na
máxima dosagem registrada para pessegueiro.No bioensaio V (tab. 2), interação signficativa (F=32,50; gl=10; p=<,0001)
também foi observada para a variável emergência de adultos de T. pretiosum . Entre
as fases de desenvolvimento, diferiram os inseticidas Larvin 800 WG, Match EC e
Trebon 100 SC para a fase de pupa, em função da menor emergência observada,
que foi de 113,50, 117,27 e 107,27%, respectivamente. Match EC, entretanto,
apresentou resultados distintos aos demais inseticidas avaliados para a fase imatura
de T. pretiosum , pois causou menor emergência para ovo-larva (48,80%), seguidopela fase de pupa (117,27), diferindo estatisticamente entre si e quando comparado
a fase de pré-pupa, que obteve a maior emergência de adultos (147,44%). Em
relação a cada fase de desenvolvimento, diferiram do tratamento testemunha o
inseticida Lannate BR, Match EC e Tracer para a fase de ovo-larva; Lannate BR e
Tracer para a fase de pré-pupa e pupa. Quanto à seletividade (tab. 3, bioensaio V),
Trebon 100 SC e Larvin 800 WG foram inócuos (classe 1) às três fases imaturas de
T. pretiosum . Tracer foi levemente nocivo (classe 2) para ovo-larva e pré-pupa einócuo (classe 1) para pupa; Match EC foi levemente nocivo (classe 2) para ovo-
larva e inócuo (classe 1) para as fases de pré-pupa e pupa; e Lannate BR foi
moderadamente nocivo (classe 3) para ovo-larva e levemente nocivo (classe 2) para
as fases de pré-pupa e pupa. Nesse bioensaio, verificou-se que os inseticidas
Lannate BR e Tracer tenderam a afetar mais a fase de ovo-larva, pré-pupa e pupa,
conforme a redução de emergência de adultos de T. pretiosum (tab. 3, bioensaio V).
Match EC, entretanto, afetou mais a fase de ovo-larva do parasitoide, com 67,61%
de redução da emergência, valor esse bem superior ao verificado para a fase de pré-
pupa (1,38%) e pupa (0,74%).
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O inseticida Trebon 100 SC (0,015%) também foi considerado inócuo para as
fases imaturas de T. pretiosum por Giolo et al. (2006), na cultura do pessegueiro.
Trebon, entretanto, causou elevada mortalidade para as fases imaturas de
Trichogramma dendrolimi Matsumura, 1926 (Hymenoptera: Trichogrammatidae)
quando, depois de 1, 3, 6 e 8 dias após o parasitismo, os ovos foram imersos em
calda inseticida (TAKADA; KAWAMURA; TANAKA, 2001). Os mesmos autores
verificaram, entretanto, que Lannate apresentou baixa mortalidade, com resultados
de emergência similares ao tratamento controle, resultados distintos aos
encontrados no presente trabalho para T. pretiosum (tab. 3). Hohmann (1991),
entretanto, verificou que metomil (0,001075% i.a. na calda) foi altamente tóxico para
as fases imaturas de T. pretiosum , que somente detectou emergência do parasitoidequando este recebeu tratamento com inseticida depois de 7 dias de
desenvolvimento no interior do ovo de A. kuehniella . Para Hassan et al. (1987),
Lannate (0,1% produto comercial na calda) foi nocivo (classe 4) para a fase de pupa
de T. cacoeciae , mesmo em concentração inferior à utilizada no presente trabalho
(0,3% produto comercial na calda).
Para o inseticida Tracer (0,00006% i.a. na calda) Giolo (2007) classificou-o
como inócuo para todas as fases imaturas do parasitoide, de maneira distinta aopresente trabalho que foi levemente nocivo para as fases de ovo-larva e pré-pupa na
concentração de 0,024% de i.a. na calda. Tracer (0,1% do produto comercial na
calda) foi considerado levemente nocivo para T. atopovirilia por Maia (2009), ao
avaliar o produto na sua máxima dosagem registrada para a cultura do milho,
mesma classificação obtida no presente trabalho para uma concentração de 0,05%
de produto comercial na calda. Suh, Orr e Van Duyn (2000), entretanto, verificaram
que a média de emergência de Trichogramma exiguum Pinto & Platner, 1978(Hymenoptera: Trichogrammatidae) foi de apenas 25,8% para Tracer 4 SC, diferindo
do tratamento controle, que obteve 99% de emergência.
Utilizando metodologia distinta, Carvalho, Parra e Baptista (2003) imergiram
ovos de A. kuehniella em calda contendo o ingrediente ativo lufenurom (0,4 g i.a. L -1)
e disponibilizaram para T. pretiosum parasitarem. Nessa modalidade de teste, os
autores verificaram que a porcentagem de emergência não diferiu da testemunha,
de maneira distinta ao presente trabalho, que diferiu para a fase de ovo-larva de T.
pretiosum e foi classificado como levemente nocivo (classe 2) para essa fase. As
pesquisas realizadas sobre as fases imaturas de T. pretiosum por Carvalho et al.
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(2003) demonstraram que, embora os inseticidas pertencentes ao grupo dos
reguladores de crescimento tenham afetado a emergência do parasitoide, a maioria
dos resultados foram similares à testemunha, em todas as fases imaturas, para
lufenurom, methoxifenozide e triflumuron. Resultados similares também foram
verificados por Carvalho, Parra e Baptista (2001), onde a porcentagem média de
emergência foi elevada e não diferiram da testemunha, na maioria dos tratamentos,
para clorfluazuron, teflubenzuron, triflumuron e tebufenozide. Resultados
semelhantes foram observados por Ciociola Júnior et al. (1999) para a emergência
de T. pretiosum depois que ovos parasitados com 48 horas de vida foram tratados
com diflubenzurom, teflubenzurom e triflumurom, onde os tratamentos não diferiram
da testemunha. Carvalho et al. (1994), entretanto, verificaram que triflumuron,flufenoxruon e diflubenzuron reduziram a porcentagem de emergência de T.
pretiosum , depois que ovos de A. kuehniella foram tratados com os inseticidas e
ofertados aos adultos do parasitoide.
Efeitos deletérios, entretanto, também foram relatados na literatura. Pratissoli
et al. (2004) avaliaram a seletividade de lufenurom quando ovos de S. frugiperda
foram imersos em solução contendo o ingrediente ativo nas proporções de 12,5,
15,0 e 17,5 g i.a. L-1
e, posteriormente, ofertados para parasitismo por T. pretiosum .De acordo com os autores, a emergência só não foi alterada quando foi utilizado em
subdosagem de 12,5 g i.a. L-1 de água, equivalente a 0,0125%, concentração esta
superior ao presente trabalho (0,0075%). Para Trichogramma galloi Zucchi, 1988
(Hymenoptera: Trichogrammatidae), Cônsoli, Botelho e Parra (2001) também
verificaram que Match (lufenurom 15 g i.a. 100 L-1 água, equivalente a 0,00015%)
afetou a sobrevivência do parasitoide para a fase de ovo-larva e pré-pupa,
principalmente, pois diferiram da testemunha. A fase de ovo-larva, entretanto, foi amais afetada, com apenas 0,97% de sobrevivência.
De acordo com as classificações da IOBC/WPRS atribuídas para os
inseticidas avaliados, apenas 16 produtos foram inócuos (classe 1) para todas as
fases imaturas de T. pretiosum . Ademais, observou-se que, para a maioria dos
casos em que um inseticida foi considerado nocivo (classes 2, 3 ou 4), essa
classificação foi dada para quase todas as fases imaturas de T. pretiosum (tab. 3).
Dentre as fases imaturas de T. pretiosum , a fase de pupa nem sempre foi
considerada a mais tolerante aos efeitos dos agrotóxicos, embora seja considerada
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a fase mais tolerante pela metodologia da IOBC/WPRS (HASSAN et al., 2000;
HASSAN; ABDELGADER, 2001).
Apesar de a classe 1 (inócuo) ter sido atribuída em igual número de vezes
para cada fase imatura de T. pretiosum (tab. 3), a seletividade é diferenciada ao
analisarmos os casos particulares, como, por exemplo, Match EC e Tracer que
tenderam ser mais tóxicos para as fases imaturas iniciais, principalmente para Match
EC (tab. 3, bioensaio V). Nesse sentido, verifica-se a importância da inclusão das
fases de ovo-larva e pré-pupa em futuros protocolos de teste, pois o parasitoide
nessas fases também foi afetado pelos agrotóxicos.
A fim de comprovação científica, portanto, maior ênfase deve ser dada a
estudos de inseticidas reguladores de crescimento sobre as fases imaturas deTrichogramma , e, se comprovada a hipótese da maior toxicidade, a pulverização de
alguns inseticidas desse grupo químico somente deveria ser realizada após a fase
imatura mais suscetível do parasitoide.
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Tabela 2 – Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeiro Anagastacom inseticidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasitoide, em difedesenvolvimento (temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelo
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Emergência (% ±
Ovo-larva Pré-pupa
Bioensaio I
Piretróide3
Testemunha - - 115,41± 2,14 a A 120,05 ± 2,06 a
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina 0,15 114,89± 2,34 ab A 88,15 ± 3,06 c
Stallion 150 CS gama-cialotrina 0,025 112,07± 2,34 abc A 108,93 ± 3,40 ab
Galgotrin cipermetrina 0,06 109,83± 2,92 abcd A 96,86 ± 1,40 bc
Valon 384 CE permetrina 0,065 106,67± 3,66 abcde A 85,51 ± 3,57 cKarate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 0,10 92,89± 2,76 e A 92,19 ± 3,29 c
Bioensaio II
Piretróide
Testemunha - - 128,11± 4,72 a A 109,24 ± 1,52 b
Decis 25 EC deltametrina 0,20 125,83± 2,74 a A 125,06 ± 3,68 ab
Talcord 250 CE permetrina 0,10 123,57± 3,38 a A 116,83 ± 2,70 ab
Arrivo 200 EC cipermetrina 0,08 122,32± 2,16 a A 113,71 ± 2,97 b
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina 0,04 119,92± 1,73 a A 111,99 ± 4,46 b Turbo beta-ciflutrina 0,10 112,57± 2,08 a B 134,38 ± 5,44 a
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Tabela 2 – Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeiro Anagastacom inseticidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasitoide, em difedesenvolvimento (temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelo
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Emergência (% ± Ovo-larva Pré-pupa
Bioensaio III
Organofosforado3
Testemunha - - 122,98± a A 121,48 ± a A
Hostathion 400 BR triazofós 0,50 111,94± a A 100,48 ± b B
Folidol 600 parationa-metílica 0,50 101,15± b AB 89,80 ± b B
Sumithion 500 CE fenitrotiona 1,50 82,51± c A 59,82 ± c A
Vexter clorpirifós 1,00 4,51± d A 2,95 ± d A
Lorsban 480 BR clorpirifós 1,00 4,41± d A 2,41 ± d A
Bioensaio IV
Piretróide, organofosforado, piretróide+organofosforado, piretróide+neonicoti
Testemunha - - 116,62± 3,58 ab B 142,76 ± 4,66 ab
Fastac 100 SC alfa-cipermetrina 0,05 121,94± 3,16 a A 132,35 ± 3,82 abc
Deltaphos EC deltametrina + triazofós 0,35 109,67± 2,97 abc A 113,05 ± 4,69 c
Malathion 500 CESultox malationa 2,50 109,54± 7,86 abc B 146,21 ± 3,54 a
Engeo Pleno lambda-cialotrina+tiametoxam 0,25 88,23± 3,63 d A 58,38 ± 4,53
Dipterex 500 triclorfom 2,00 79,49± 4,83 d A 96,69 ± 5,66
Engeo cipermetrina + tiametoxam 0,30 76,31± 4,05 d A 61,83 ± 1,71
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Tabela 2 – Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeiro Anagastacom inseticidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasitoide, em difedesenvolvimento (temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelo
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Emergência (% ±
Ovo-larva Pré-pupa
Bioensaio V
Éter difenílico, metilcarbamato de oxima, espinosinas, benzoiluréia3
Testemunha - - 150,69± ab A 149,51 ± a A
Trebon 100 SC etofenproxi 0,14 150,99± a A 146,75 ± abc A
Larvin 800 WG tiodicarbe 0,15 146,63± ab A 145,29 ± abc A
Tracer espinosade 0,10 94,67± c A 91,92 ± d A
Match EC lufenurom 0,30 48,80± d C 147,44 ± ab ALannate BR metomil 0,60 23,29± d A 39,37 ± eA1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Médias acompanhadas por letras idênticas, minúsculas na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativamente ((Bioensaio I: tratamentos F=32,28; gl=5; p=<,0001; estágio F=15,83; gl=2; p=<,0001; tratamento*estágio F=6,07; gl=10; F=3,34; gl=5; p=0,0072; estágio F=5,82; gl=2; p=0,0038; tratamento*estágio F=6,56; gl=10; p=<,0001; Bioensaio IV: traestágio F=91,47; gl=2; p=<,0001; tratamento*estágio F=14,95; gl=12; p=<,0001;) ou pelo teste (Kruskal-Wallis) Bonferronp=<,0001; tratamentos F=442,45; gl=5; p=<,0001; estágio F=44,44; gl=2; p=<,0001; tratamentos*estágio F=7,98; gl=10;p=<,0001; tratamentos F=202,53; gl=5; p=<,0001; estágio F=67,90; gl=2; p=<,0001; tratamento*estágio F=32,50; gl=10; p3Grupo químico dos agrotóxicos.
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Tabela 3 – Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeipulverizados com inseticidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasiimaturos de desenvolvimento e classificação da seletividade de acordo com a IOBC/umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1
Fase ima
Ovo-larva Pré-pu
RE2 C3 RE
Bioensaio I
Piretróide4
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina 0,15 0,45 1 26,57
Stallion 150 CS gama-cialotrina 0,025 2,89 1 9,27
Galgotrin cipermetrina 0,06 4,83 1 19,32
Valon 384 CE permetrina 0,065 7,57 1 28,77
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 0,10 19,51 1 23,21
Bioensaio II
Piretróide
Decis 25 EC deltametrina 0,20 1,78 1 0,00
Talcord 250 CE permetrina 0,10 3,54 1 0,00
Arrivo 200 EC cipermetrina 0,08 4,52 1 0,00
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina 0,04 6,39 1 0,00 Turbo beta-ciflutrina 0,10 12,13 1 0,00
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Tabela 3 – Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeipulverizados com inseticidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasiimaturos de desenvolvimento e classificação da seletividade de acordo com a IOBC/umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1
Fase ima
Ovo-larva Pré-pu
RE2 C3 RE
Bioensaio III
Organofosforado4
Hostathion 400 BR triazofós 0,50 8,98 1 17,29
Folidol 600 parationa-metílica 0,50 17,75 1 26,07
Sumithion 500 CE fenitrotiona 1,50 32,90 2 50,76 Vexter clorpirifós 1,00 96,33 3 97,57
Lorsban 480 BR clorpirifós 1,00 96,42 3 98,02
Bioensaio IV
Piretróide, organofosforado, piretróide+organofosforado, piretróide+neonicoti
Fastac 100 SC alfa-cipermetrina 0,05 0,00 1 7,29
Deltaphos EC deltametrina + triazofós 0,35 5,96 1 20,81
Malathion 500 CE Sultox malationa 2,50 6,08 1 0,00
Engeo Pleno lambda-cialotrina+tiametoxam 0,25 24,35 1 59,10
Dipterex 500 triclorfom 2,00 31,84 2 32,27
Engeo cipermetrina + tiametoxam 0,30 34,56 2 56,69
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Tabela 3 – Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeipulverizados com inseticidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasiimaturos de desenvolvimento e classificação da seletividade de acordo com a IOBC/umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1
Fase ima
Ovo-larva Pré-pu
RE2 C3 RE
Bioensaio V
Éter difenílico, metilcarbamato de oxima, espinosinas, benzoiluréia4
Trebon 100 SC etofenproxi 0,14 0,00 1 1,85
Larvin 800 WG tiodicarbe 0,15 2,70 1 2,83
Tracer espinosade 0,10 37,18 2 38,52 Match EC lufenurom 0,30 67,61 2 1,38
Lannate BR metomil 0,60 84,54 3 73,67 1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2RE=Redução na emergência comparado com a testemunha do bioensaio;3C=Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a imaturos: 1=inócuo (<30% redução na emergência comparado2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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3.2 Fungicidas
Os resultados quanto aos efeitos de fungicidas sobre a emergência de T.
pretiosum encontram-se na tab. 4 e aqueles referentes à classificação da
seletividade, conforme a IOBC/WPRS, estão expressos na tab. 5.
No bioensaio VI (tab. 4), a interação tratamento x estágio foi significativa
(F=6,37; gl=8; p=<,0001) para a emergência de adultos de T. pretiosum . Dentre os
fungicidas, diferiram, em relação às fases imaturas de desenvolvimento de T.
pretiosum , Priori Xtra para a fase de pré-pupa e pupa, em função dos menores
valores de emergência observados, que foram de 123,78 e 107,02%,
respectivamente; e Stratego 250 EC e Tilt para a fase de pupa, com 101,12 e110,10% de emergência, respectivamente. Já para cada fase de desenvolvimento
de T. pretiosum , diferenças estatísticas de importância para o presente trabalho
foram observadas para o fungicida Stratego 250 EC para a fase de pupa. Para a
fase de pré-pupa, nenhum agrotóxico diferiu da testemunha. Entretanto, Kumulus
DF, Priori Xtra, Stratego 250 EC e Tilt foram considerados inócuos (classe 1)
conforme as classes de seletividade da IOBC/WPRS (tab. 5, bioensaio VI). A fase de
pupa, apesar disso, apresentou tendência de ser mais afetada, quando se observa aredução na emergência de adultos de T. pretiosum .
Resultado similar foi encontrado por Grützmacher et al. (2004), ao avaliarem a
toxicidade de Kumulus DF para as fases imaturas de T. cacoeciae . A inocuidade de
Kumulus DF também foi observada por Giolo et al. (2006) para as fases imaturas de
T. pretiosum , ao testarem o produto na máxima dosagem registrada para a cultura
do pessegueiro. Resultados semelhantes também foram encontrados por Manzoni et
al. (2007) para Kumulus DF (0,48% i.a. na calda), que classificaram-o como inócuo(classe 1) para todas as fases imaturas de T. pretiosum ao testarem o produto na
máxima dosagem registrada para a cultura da maçã.
Para o fungicida Tilt (0,08% produto comercial na calda), Hassan et al. (1988)
e Hassan (1994b) também atribuíram classe 1 (inócuo) quando avaliado para a fase
de pupa de T. cacoeciae , demonstrando a inocuidade do produto comercial para
ambas espécies nas dosagens avaliadas.
No bioensaio VII (tab. 4), a variável emergência de adultos de T. pretiosum
também foi significativa para a interação tratamento x estágio (F=4,07; gl=8;
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p=0,0003). Nesse bioensaio, em função da menor emergência de adultos de T.
pretiosum nas diferentes fases imaturas, diferiram: Constant, Folicur 200 EC e Opera
para a fase de pupa, com valores de emergência de 105,17, 98,46 e 97,78%,
respectivamente; e Comet para a fase de pré-pupa (104,01%) e pupa (114,41%).
Considerando cada fase de desenvolvimento imaturo de T. pretiosum , diferiu da
testemunha o fungicida Comet para a fase de pré-pupa. Já para as fases imaturas
de ovo-larva e pupa, nenhum agrotóxico diferiu do tratamento testemunha. Apesar
disso, Comet, Constant, Folicur 200 EC e Opera foram considerados inócuos de
acordo com a atribuição das classes de seletividade (tab. 5, bioensaio VII).
Entretanto, a fase de pré-pupa, seguido de pupa, foram as que apresentaram maior
redução de emergência de adultos neste bioensaio (tab. 5, bioensaio VII).Para o fungicida Comet 250 CE (20mL produto comercial 100L-1 de água),
Matos (2007) avaliou a emergência de T. atopovirilia após parasitismo de ovos de A.
kuehniella e ovos de G. aurantianun , os quais foram expostos ao fungicida nas fases
imaturas de larva e pupa do parasitoide. De acordo com a pesquisa, Comet
apresentou redução na emergência de 5,3% para a fase de ovo-larva, 3,3% para
pré-pupa e 11,6% para pupa, quando estavam no hospedeiro A. kuehniella , os quais
são inócuos (classe 1) da IOBC. Resultados similares foram verificados quando T.
atopovirilia se desenvolveu no hospedeiro G. aurantianun , apresentando redução de
emergência de 5,1% para ovo-larva, 3,8% para pré-pupa, porém 32% para pupa,
que corresponderia à classe 1 para ovo-larva e pré-pupa e classe 2 para pupa.
Esses resultados, exceto para T. atopovirilia na fase de pupa em G. aurantianun , são
semelhantes aos observados no presente trabalho, embora Comet tenha sido
testado em dosagem de 30 mL para 100 L de água.
Resultados similares para Folicur 250 EC (0,0625% de ingrediente ativo nacalda) foram encontrados por Sterk et al. (1999), que classificaram o fungicida como
inócuo para a fase de pupa de T. cacoeciae . O efeito de fungicidas a imaturos de T.
pretiosum também foi estudado por Torres, Pratissoli e Sales (1996) com fungicidas
utilizados em tomateiro, onde o fungicida tebuconazole 250 CE (225 g de i.a. ha-1) foi
testado e a emergência diferiu da testemunha apenas para a fase de larva, sendo
igual estatisticamente para a fase de pupa. Apesar dos poucos trabalhos obtidos na
literatura, a maioria deles corrobora os resultados obtidos na presente pesquisa
sobre a inocuidade dos fungicidas para as fases imaturas de Trichogramma ,
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viabilizando, assim, a compatibilização do controle químico com uso desses
produtos com o parasitoide.
Da mesma forma que para os inseticidas, a fase de pupa nem sempre foi
considerada a fase imatura de T. pretiosum mais resistente aos efeitos dos
agrotóxicos, merecendo destaque a análise das outras fases de ovo-larva e pré-
pupa, embora todos os agrotóxicos tenham sido inócuos a todas as fases imaturas
do parasitoide.
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Tabela 4 – Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeiro Anagastacom fungicidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasitoide, em difedesenvolvimento (temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelo
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Emergência (% ±
Ovo-larva Pré-pupa
Bioensaio VI
Triazol+estrobilurina, inorgânico, triazol3
estemunha - - 122,91 ± 5,79 b A 122,23 ± 3,60 a A
Priori Xtraciproconazol +azoxistrobina 0,30 148,50± 6,75 a A 123,78 ± 2,87 a B
umulus DF enxofre 1,00 133,29± 2,97 ab A 135,56 ± 3,74 a A
tratego 250 ECpropiconazol +trifloxistrobina 0,80
132,11± 2,54 ab A 138,70 ± 3,00 a A
ilt propiconazol 0,50 119,03± 5,91 b AB 131,47 ± 3,12 a A
Bioensaio VII
Estrobilurina, triazol+estrobilurina, triazol
Testemunha - - 132,35± 3,39 a AB 136,41 ± 4,84 a
Comet piraclostrobina 0,60 142,81± 4,42 a A 104,01 ± 8,81 c
Operaepoxiconazol +piraclostrobina 0,75 136,98± 2,21 a A 125,90 ± 5,45 abc
Constant tebuconazol 1,00 130,91± 5,27 a A 131,57 ± 3,67 ab
Folicur 200 EC tebuconazol 1,00 127,84± 4,77 a A 125,10 ± 3,34 abc1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Médias acompanhadas por letras idênticas, minúsculas na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativamente(Bioensaio VI: tratamentos F=3,16; gl=4; p=0,0169; estágio F=42,08; gl=2; p=<,0001; tratamento*estágio F=6,37; gl=8; pF=1,66; gl=4; p=0,1643; estágio F=47,53; gl=2; p=<,0001; tratamento*estágio F=4,07; gl=8; p=0,0003);3Grupo químico dos agrotóxicos.
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Tabela 5 – Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeipulverizados com fungicidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasiimaturos de desenvolvimento e classificação da seletividade de acordo com a IOBC/
umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1
Fase ima
Ovo-larva Pré-pu
RE2 C3 RE
Bioensaio VI
Triazol+estrobilurina, inorgânico, triazol4
Priori Xtra ciproconazol + azoxistrobina 0,30 0,00 1 0,00
Kumulus DF enxofre 1,00 0,00 1 0,00
Stratego 250 EC propiconazol + trifloxistrobina 0,80 0,00 1 0,00 Tilt propiconazol 0,50 3,16 1 0,00
Bioensaio VII
Estrobilurina, triazol+estrobilurina, triazol
Comet piraclostrobina 0,60 0,00 1 23,76
Opera epoxiconazol + piraclostrobina 0,75 0,00 1 7,70
Constant tebuconazol 1,00 1,09 1 3,55
Folicur 200 EC tebuconazol 1,00 3,40 1 8,29 1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2RE=Redução na emergência comparado com a testemunha do bioensaio;3C=Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a imaturos: 1=inócuo (<30% redução na emergência comparado2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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3.3 Herbicidas
No bioensaio VIII (tab. 6), a interação tratamento x estágio também foi
significativa (F=3,74; gl=8; p=0,0007) para a variável emergência de T. pretiosum .Dentre os herbicidas, apenas Roundup Transorb diferiu significativamente quando
avaliado em diferentes fases imaturas, pois apresentou menor valor de emergência
em pré-pupa (101,65%) e pupa (107,54%). Ao analisar cada herbicida em cada fase
de desenvolvimento, observou-se que apenas Roundup Transorb diferiu da
testemunha para a fase de pré-pupa. Entretanto, Roundup Original, Roundup
Transorb, Polaris e Trop foram considerados inócuos (classe 1) às fases imaturas de
T. pretiosum (tab. 7, bioensaio VIII). A fase de pré-pupa apresentou tendência de sermais afetada pelos herbicidas avaliados, seguido pelas fases de pupa e de ovo-
larva.
No bioensaio IX (tab. 6), a interação tratamento x estágio não foi significativa
(F=2,02; gl=8; p=0,0512), embora tenha apresentado valor de “p” próximo ao
estabelecido no teste (0,05). Dentre os herbicidas, Glifos e Glifosato Nortox diferiram
para a fase de ovo-larva, pois apresentaram menores valores de emergência, 107,71
e 96,53%, respectivamente, quando comparados às demais fases imaturas. Quanto
às classes de seletividade, Agrisato 480 SL, Glifos, Glifosato Nortox e Gliz 480 SL
foram considerados inócuos (classe 1) às fases imaturas de T. pretiosum . As fases
de ovo-larva, pré-pupa e pupa, em ordem decrescente, tenderam a ser mais
afetadas pelos herbicidas avaliados. Em relação a cada fase imatura de
desenvolvimento, diferiu da testemunha apenas o herbicida Gliz 480 SL para a fase
de pré-pupa de T. pretiosum . Para as fases imaturas de ovo-larva e pré-pupa
nenhum herbicida diferiu do tratamento testemunha.
No bioensaio X (tab. 6), a variável emergência de T. pretiosum diferiu
significativamente para a interação tratamento x estágio (F=4,95; gl=8; p=<,0001).
Dentre os herbicidas, entretanto, apenas Finale diferiu para a fase de ovo-larva pela
menor emergência de T. pretiosum , com valor de 107,35%, em relação às fases de
pré-pupa (117,01%) e pupa (142,95%). Em relação a cada fase imatura (tab. 7,
bioensaio X), diferiu da testemunha apenas Gramoxone 200 na fase de pupa do
parasitoide. Para Gramoxone 200 a maior toxicidade também foi demonstrada pela
maior redução na emergência de T. pretiosum para fase de pupa, onde o herbicida
foi considerado levemente nocivo (classe 2) para a fase de pupa e inócuo (classe 1)
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para as fases de ovo-larva e pré-pupa. Os demais herbicidas, Finale, Roundup WG e
Zapp Qi, foram considerados inócuos (classe 1) às fases imaturas de T. pretiosum ,
embora tenham apresentado maior tendência de afetar negativamente a fase de pré-
pupa e ovo-larva do parasitoide.
Resultados similares também foram obtidos por Manzoni et al. (2007), em
pesquisas utilizando dosagens registradas para a macieira, que classificaram
Glifosato Nortox (1,08% i.a. na calda), Gliz 480 SL (1,08%), Roundup Original
(2,16%), Roundup WG (1,26%) e Finale (0,2%) como inócuos para as fases imaturas
de T. pretiosum . As classificações sobre a inocuidade dos herbicidas também foram
obtidas nas pesquisas de Nörnberg (2008), que classificou Finale (0,2% i.a. na
calda), Glifosato Nortox (1,08%), Gliz 480 SL (1,08%), Roundup Original (2,16%) eRoundup WG (1,26%) como inócuos (classe 1) para todas as fases imaturas de T.
pretiosum . O autor verificou que Roundup Original foi inócuo mesmo em dosagem
duas vezes superior à utilizada no presente trabalho (1,08% glifosato), assim
também para Finale, que foi testado em dosagem 25% superior e também foi inócuo
às fases imaturas do parasitoide. Finale (0,2%) e Glifosato Nortox (1,08%) também
foram classificados como inócuos (classe 1) para as fases imaturas de T. pretiosum
por Giolo et al. (2006), ao avaliarem os herbicidas utilizando dosagem registradapara a cultura do pessegueiro. Da mesma forma, Roundup Transorb (1,44%)
também foi classificado como inócuo a imaturos de T. pretiosum por Giolo (2007),
mesmo em concentração superior ao presente trabalho (1,08). O herbicida Basta
(0,1% glufosinato de amônio), entretanto, foi classificado como levemente nocivo
(classe 2) para a fase de pupa de T. cacoeciae por Hassan et al. (1991). Dentre as
formulações à base de glifosato, não se verificaram toxicidades diferenciadas
consistentes para os sais de isopropilamina, de amônio ou potássio quando testadospara as fases imaturas de T. pretiosum .
Essas informações corroboram a inocuidade desses produtos comerciais,
para as dosagens e inimigo natural testados, e permite maior segurança quanto ao
uso no sistema de produção de milho. Nesse sentido, pode-se considerar que os
produtos comerciais avaliados, à base de glifosato e glufosinato de amônio, nas
respectivas dosagens, não prejudicam a emergência de T. pretiosum , quando
pulverizados sobre as fases imaturas de ovo-larva, pré-pupa e pupa, e podem ser
compatibilizados com o controle biológico.
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Os ingredientes ativos paraquate, chlormequate, difenzoquate e mepiquate
pertencem à mesma classe, os bipiridilos. Hassan et al. (2000), entretanto, explicam
que a seletividade deve ser atribuída a cada produto comercial, e não apenas ao
ingrediente ativo presente na formulação ou grupo químico. Embora não tenham
sido encontrados resultados para Gramoxone 200 (dicloreto de paraquate), Hassan
et al. (1987) verificaram que Cycocel Extra (0,7% chlormequate) foi seletivo à fase
de pupa de T. cacoeciae , pois foi classificado como inócuo (classe 1). Da mesma
forma, Hassan et al. (1994) classificaram Avenge (1% do produto comercial na
calda) como inócuo à fase de pupa de T. cacoeciae . Embora Gramoxone 200 tenha
sido testado a 1,5% do produto comercial para T. pretiosum , não é possível afirmar,
até o momento, que a seletividade para a fase de pupa foi decorrente da maiortoxicidade do ingrediente ativo ou da maior concentração utilizada. Para isso, seria
necessária a comprovação da hipótese com estudos complementares com
diferentes dosagens de paraquate.
De acordo com as classificações da IOBC/WPRS, os herbicidas Agrisato 480
SL, Finale, Glifos, Gliz 480 CS, Glifosato Nortox, Polaris, Roundup Original, Roundup
Transorb, Roundup WG, Trop e Zapp Qi são inócuos (classe 1) às três fases de T.
pretiosum (ovo-larva, pré-pupa e pupa). No entanto, a inocuidade para essesherbicidas não foi verificada para a fase adulta do parasitoide, que apresentaram
classificação entre levemente nocivos e nocivos (STEFANELLO JÚNIOR et al.,
2008).
Também se verificou com a análise estatística referentes à emergência de T.
pretiosum (tab. 6) e com as reduções de emergência (tab. 7) que, para os
herbicidas, as fases de ovo-larva e pré-pupa do parasitoide tenderam a ser mais
afetadas. Isso demonstra que, programas de manejo que visam uma integraçãoracional entre os métodos, necessitam levar em consideração os efeitos
diferenciados dos agrotóxicos, a fim de causar o menor impacto negativo aos
organismos não-alvo.
Baseado nesses resultados, estratégias de liberações inundativas de T.
pretiosum poderiam ser planejadas para o controle de lepidópteros-praga na cultura
do milho, pois pulverizações posteriores à liberação não causariam efeitos tóxicos
significativos na emergência do inimigo natural. Nesse sentido, um efeito de controle
secundário poderia ser observado em decorrência da primeira, o que poderia
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eliminar ou minimizar a quantidade de parasitoides em liberações posteriores. Para
isso, no entanto, alguns fatores técnicos necessitam ser observados, tais como a
temperatura diária para prever a emergência do parasitoide, baseado em sua
biologia (MACEDA, HOHMANN, SANTOS, 2003) e as demais pulverizações a serem
realizadas.
Embora os herbicidas citados tenham utilização principal como dessecantes
na pré-semeadura, já existem liberações comerciais de variedades de milho
tolerantes ao ingrediente ativo glufosinato de amônio e outros aguardam liberação
da CTNBio, como os eventos tolerantes ao glifosato. Ademais, cultivares tolerantes
ao herbicida glufosinato de amônio já são plantadas em outros países (Argentina,
Austrália, Canadá, Japão e Estados Unidos da América), bem como para ostolerantes ao glifosato (Argentina, Canadá, Japão, África do Sul e EUA) (VILLARI,
2008).
De acordo com as normas da IOBC, os resultados obtidos nos testes de
seletividade, bem como a combinação de resultados de diferentes testes, definem se
os agrotóxicos seguem ou não na seqüência programada. Dessa maneira, a
inocuidade na fase adulta determina se o agrotóxico é seletivo ao parasitoide,
entretanto aqueles classificados como nocivos (classes 2, 3 ou 4) devem sertestados na fase imatura, como foi demonstrado no presente trabalho. Dessa forma,
a combinação de agrotóxicos nocivos para a fase adulta e nocivos para a fase
imatura informa que necessitam ser avaliados em testes de persistência, onde são
pulverizados sobre folhas de videira e a toxicidade é avaliada ao longo de cinco
semanas. Embora isso não seja possível com plantas de videira (planta padrão da
metodologia da IOBC), pois morreriam dessecadas pela ação do herbicida, as
cultivares de milho tolerantes a glufosinato de amônio já aprovados paracomercialização e os futuros eventos transgênicos tolerantes ao glifosato poderão
ser utilizados, a fim de complementar maiores informações sobre a persistência dos
herbicidas ao parasitoide T. pretiosum .
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Tabela 6 – Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeiro Anagastacom herbicidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasitoide, em difedesenvolvimento (temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelo
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Emergência (% ±
Ovo-larva Pré-pupa
Bioensaio VIII
Glicina substituída3
Testemunha - - 126,33 ± 6,05 a A 124,47 ± 3,55 a
Roundup Transorb glifosatosal de isopropilamina
4,50 129,21 ± 7,58 a A 101,65 ± 3,00 b
Trop glifosatosal de isopropilamina
6,00 126,40 ± 2,28 a A 118,22 ± 4,19 ab
Roundup Original glifosatosal de isopropilamina
6,00 113,23 ± 3,72 a A 113,93 ± 2,88 ab
Polaris glifosatosal de isopropilamina
5,00 112,50 ± 3,67 a A 105,90 ± 2,31 ab
Bioensaio IX
Glicina substituída
Testemunha - - 117,93 ± 2,94 a A 128,19 ± 4,58 a
Glifosglifosato
sal de isopropilamina2,00 107,71 ± 2,96 a B 119,04 ± 5,69 ab
Gliz 480 SL glifosatosal de isopropilamina 6,00 104,34 ± 0,91 a A 106,35 ± 5,79 b
Agrisato 480 SL glifosatosal de isopropilamina
6,00 103,38 ± 0,96 a A 109,04 ± 3,18 ab
Glifosato Nortoxglifosato
sal de isopropilamina6,00 96,53 ± 2,67 a B 122,93 ± 3,73 ab
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Tabela 6 – Emergência (% ± EP) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeiro Anagastacom herbicidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasitoide, em difedesenvolvimento (temperatura 25±1ºC; umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelo
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Emergência (% ±
Ovo-larva Pré-pupa
Bioensaio X
Bipiridilo, glicina substituída, homoalanina substituída3
Testemunha - - 115,82 ± a A 119,83 ± a A
Gramoxone 200 dicloreto de paraquate 3,00 114,80 ± a A 117,41 ± a A
Roundup WG glifosato/ sal de amônio 3,50 111,47 ± a A 117,25 ± a A
Zapp Qi glifosato/ sal de potássio 4,20 111,32 ± a A 104,46 ± a A
Finale glufosinato/ sal de amônio 1,50 107,35 ± a B 117,01 ± a AB 1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Médias acompanhadas por letras idênticas, minúsculas na coluna e maiúscula na linha, não diferem significativament(Bioensaio VIII: tratamentos F= 5,69; gl=4; p=0,0004; estágio F=6,47; gl=2; p=0,0022; tratamento*estágio F=3,74; gl=8; F=8,41; gl=4; p=<,0001; estágio F=19,06; gl=2; p=<,0001; tratamento*estágio F=2,02; gl=8; p=0,0512) ou pelo teste(Bioensaio X: k=7,7989; p=0,0992; tratamentos F=2,72; gl=4; p=0,0333; estágio F=5,38; gl=2; p=0,0060; tratamento*estág3Grupo químico dos agrotóxicos.
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Tabela 7 – Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeipulverizados com herbicidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasiimaturos de desenvolvimento e classificação da seletividade de acordo com a IOBC/
umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1
Fase ima
Ovo-larva Pré-pu
RE2 C3 RE
Bioensaio VIII
Glicina substituída4
Roundup Transorb glifosato/sal de isopropilamina 4,50 0,00 1 18,34
Trop glifosato/sal de isopropilamina 6,00 0,00 1 5,02
Roundup Original glifosato/sal de isopropilamina 6,00 10,38 1 8,47 Polaris glifosato/sal de isopropilamina 5,00 10,95 1 14,92
Bioensaio IX
Glicina substituída
Glifos glifosato/sal de isopropilamina 2,00 8,67 1 7,14
Gliz 480 SL glifosato/sal de isopropilamina 6,00 11,52 1 17,04
Agrisato 480 SL glifosato/sal de isopropilamina 6,00 12,34 1 14,94
Glifosato Nortox glifosato/sal de isopropilamina 6,00 18,15 1 4,10
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Tabela 7 – Redução na emergência (%) de Trichogramma pretiosum quando ovos do hospedeipulverizados com herbicidas registrados para a cultura do milho, contendo o parasiimaturos de desenvolvimento e classificação da seletividade de acordo com a IOBC/
umidade relativa 70±10%; fotofase 14 horas). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1
Fase ima
Ovo-larva Pré-pu
RE2 C3 RE
Bioensaio X
Bipiridilo, glicina substituída, homoalanina substituída4
Gramoxone 200 dicloreto de paraquate 3,00 0,89 1 2,01
Roundup WG glifosato/sal de amônio 3,50 3,76 1 2,15
Zapp Qi glifosato/sal de potássio 4,20 3,88 1 12,82 Finale glufosinato/sal de amônio 1,50 7,32 1 2,35
1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2RE=Redução na emergência comparado com a testemunha do bioensaio;3C=Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a imaturos: 1=inócuo (<30% redução na emergência comparado2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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4 Conclusões
De acordo com os resultados quanto à redução na emergência de T.
pretiosum , os agrotóxicos (Kg ou L ha-1) foram assim classificados, conforme asnormas da IOBC/WPRS:
- os inseticidas Arrivo 200 EC (0,08), Bulldock 125 SC (0,04), Decis 25 EC
(0,20), Deltaphos EC (0,35), Fastac 100 SC (0,05), Folidol 600 (0,50), Galgotrin
(0,06), Hostathion 400 BR (0,50), Karate Zeon 50 CS (0,15), Larvin 800 WG (0,15),
Malathion 500 CE Sultox (2,50), Stallion 150 CS (0,025), Talcord 250 CE (0,10),
Trebon 100 SC (0,14), Turbo (0,10) e Valon 384 CE (0,065) são inócuos para todas
as fases imaturas de T. pretiosum ;- os inseticidas Dipterex 500 (2,00); Engeo (0,30) e Sumithion 500 CE (1,50)
são levemente nocivos (classe 2) para todas as fases imaturas de T. pretiosum ;
Vexter (1,00) e Lorsban 480 BR (1,00) são moderadamente nocivos (classe 3) para
ovo-larva e pré-pupa e nocivos (classe 4) para a fase de pupa; Karate Zeon 250 CS
(0,10) é inócuo (classe 1), para ovo-larva e prépupa, e levemente nocivo (classe 2)
para pupa; Engeo Pleno (0,25) é inócuo (classe 1) para a fase de ovo-larva e
levemente nocivo (classe 2) para pré-pupa e pupa; Tracer (0,10) é levemente nocivo(classe 2) para ovo-larva e pré-pupa e inócuo (classe 1) para a fase de ovo-larva;
Match EC (0,30) é levemente nocivo (classe 2) para a fase de ovo-larva e inócuo
(classe 1) para a fase de pré-pupa e pupa; Lannate BR (0,60) é moderadamente
nocivo (classe 3) para a fase de ovo-larva e levemente nocivo (classe 2) para a fase
de pré-pupa e pupa de T. pretiosum ;
- os fungicidas Comet (0,60), Constant (1,00), Folicur 200 EC, Kumulus DF
(1,00), Opera (0,75), Priori Xtra (0,30), Stratego 250 EC (0,80) e Tilt (0,50) são
inócuos para todas as fases imaturas de T. pretiosum ;
- os herbicidas Agrisato 480 SL (6,00), Finale (1,50), Glifos (2,00), Glifosato
Nortox (6,00), Gliz 480 SL (6,00), Polaris (5,00), Roundup Original (6,00), Roundup
Transorb (4,50), Roundup WG (3,50), Trop (6,00) e Zapp Qi (4,20) são inócuos para
todas as fases imaturas de T. pretiosum , exceto Gramoxone 200 que é levemente
nocivo para a fase de pupa do parasitoide.
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Capítulo 2 – Persistência de inseticidas e fungicidas registrados para a cultura
do milho a adultos de Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera:
Trichogrammatidae)
1 Introdução
A cultura do milho é uma das mais expressivas no cenário agrícola brasileiro,
sendo cultivada por um grande número de agricultores em pequena, média ou larga
escala de produção, cujas finalidades principais são a utilização na alimentação
humana e animal. A produtividade, entretanto, apresenta grandes variações entre asregiões brasileiras, variando de 700 Kg ha-1, Região Norte e Nordeste, a 6.000 Kg
ha-1, Distrito Federal (CONAB, 2010). Alguns fatores, entretanto, são determinantes
para a expressão do potencial genético da cultura, tais como condições
edafoclimáticas, arranjo espacial de plantas e ocorrência de pragas.
O controle químico com agrotóxicos, entretanto, tem sido, dentre os métodos
disponíveis, o mais utilizado para o manejo fitossanitário na maioria das lavouras,
tanto para aquelas de pequena ou grande escala. Ademais, associam-se à culturado milho um complexo de pragas que, em diversas situações, exige a aplicação de
agrotóxicos desde o início de desenvolvimento da cultura, tais como herbicidas e,
principalmente, inseticidas. Entretanto, os agrotóxicos podem causar efeitos
negativos sobre a entomofauna benéfica, principalmente ao ocasionar mortalidade
dessas populações, seja de forma direta e ou indireta.
A importância do controle biológico natural no milho foi estudada por
Figueiredo (2004), que demonstrou uma expressiva população de inimigos naturais,
sendo detectado parasitismo larval de 53% logo nas duas primeiras semanas após a
emergência da cultura. Da mesma forma, populações de parasitoides de ovos do
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gênero Trichogramma , liberadas em estratégias inundativas para realização de
controle de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae)
(MARTINAZZO et al., 2007; NAVA; NACHTIGAL, 2010), também poderiam ser
afetadas pelos agrotóxicos e ter a sua eficácia comprometida.
Nesse sentido, a compatibilização dos controles químico e biológico é de
grande importância para o Manejo Integrado de Pragas, sendo, para isso,
necessários estudos quanto à seletividade dos agrotóxicos. Entretanto, dentre os
inseticidas prevalescem a utilização de neurotóxicos do grupo químico dos
piretróides e organofosforados que, em função de seu menor preço, são os mais
utilizados atualmente. No entanto, a seletividade fisiológica desses produtos é difícil
de ser obtida devido ao amplo espectro de ação e a grande similaridade no processode transmissão dos impulsos nervosos, não apenas entre as diferentes ordens de
insetos, mas também entre os vários filos animais (FOERSTER, 2002).
Nesse sentido, o grupo de trabalho da “International Organization for
Biological and Integrated Control of Noxious Animals and Plants (IOBC), West
Palaearctic Regional Section (WPRS)” estabeleceu as diretrizes para a condução de
bioensaios e categorização dos agrotóxicos quanto à seletividade a Trichogramma ,
contando com as etapas de laboratório (fase adulta e imatura); laboratório/casa-de-vegetação (persistência a adultos) e campo (fase adulta) (HASSAN et al., 2000;
HASSAN; ABDELGADER, 2001). Trichogramma foi escolhido como gênero-padrão
para os testes de seletividade, principalmente, pela importância da Ordem
Hymenoptera no grupo dos parasitoides de ovos, pela fácil criação em hospedeiros
alternativos, pela maior sensibilidade quando comparado a outros gêneros de
parasitoides e pela importância como inimigo natural na cultura do milho (CRUZ,
1995; HASSAN, 1998; HASSAN et al., 2000).No Brasil, entretanto, as pesquisas sobre persistência de agrotóxicos a
Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae), utilizando
a metodologia da IOBC/WPRS, foram realizadas apenas para agrotóxicos utilizados
em algumas frutíferas, principalmente para a cultura do pessegueiro (GIOLO et al.,
2008) e macieira (NÖRNBERG, 2008). Devido à carência de trabalhos de
persistência ao parasitoide com ênfase para a cultura do milho, o trabalho objetivou
avaliar a persistência de inseticidas e fungicidas registrados para a cultura do milho
aos adultos de T. pretiosum usando a metodologia da IOBC/WPRS.
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2 Materiais e métodos
Os bioensaios de persistência de agrotóxicos a adultos de T. pretiosum foram
baseados na metodologia proposta pela IOBC/WPRS (HASSAN et al., 2000;
HASSAN; ABDELGADER, 2001).
2.1 Agrotóxicos avaliados
Os agrotóxicos avaliados no teste de persistência foram alguns daqueles
considerados nocivos (classes 2, 3 e 4) aos adultos de T. pretiosum (STEFANELLO
JÚNIOR, 2007). Para isso, foram selecionados 22 inseticidas e 3 fungicidas,registrados para a cultura do milho, cujas identificações quanto ao nome do produto
comercial, ingrediente ativo, grupo químico, máxima dosagem registrada,
concentração do ingrediente ativo e do produto comercial na calda estão expressas
na tab. 1.
2.2 Substrato vegetal utilizado no bioensaio
Para a realização dos bioensaios quanto à persistência dos agrotóxicos foram
utilizadas plantas de videira Vittis vinifera cultivar Bordô, as quais foram mantidas em
casa-de-vegetação sem controle das condições ambientais. As plantas foram
cultivadas em vasos plásticos (número 5, 20cm diâmetro inferior x 24cm diâmetro
superior x 22cm altura) com oito orifícios na parte inferior, dispostos sobre pratos
plásticos que serviram como reservatório de água.
2.3 Pulverização dos agrotóxicos
Os agrotóxicos (tab. 1) foram diluídos em um volume proporcional a 200L de
água ha-1 em pulverizadores manuais com capacidae de 580mL, considerando a sua
máxima dosagem registrada para a cultura do milho. As plantas de videira foram
pulverizadas quando atingiram altura entre 0,8 e 1m ou, aproximadamente, 20 folhas
por planta, utilizando-se entre duas e três plantas, a fim de fornecer o número de
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folhas necessária para as cinco semanas do bioensaio. A pulverização foi realizada
até o ponto de escorrimento.
Depois de pulverizadas, as plantas permaneceram à temperatura ambiente,
por cerca de três horas para evaporação do excesso de umidade, formando assim
uma película seca do agrotóxico sobre a folha e, posteriormente, acondicionadas em
casa de vegetação.
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Tabela 1 - Agrotóxicos avaliados nos testes de persistência a adultos de Trichogramma pretiosum uproduto comercial registrada para a cultura do milho. Pelotas, RS.
Produto comercial Ingrediente ativo Grupo químico DC1
Inseticidas
Arrivo 200 EC cipermetrina Piretróide 0,08
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina Piretróide 0,04
Decis 25 EC deltametrina Piretróide 0,20
Deltaphos EC deltametrina + triazofós Piretróide + organofosforado 0,35
Engeo cipermetrina + tiametoxam Piretróide + neonicotinóide 0,30
Engeo Pleno lambda-cialotrina + tiametoxam Piretróide + neonicotinóide 0,25
Galgotrin cipermetrina Piretróide 0,06
Hostathion 400 BR triazofós Organofosforado 0,50
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina Piretróide 0,10
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina Piretróide 0,15
Lannate BR metomil Metilcarbamato de oxima 0,60
Larvin 800 WG tiodicarbe Metilcarbamato de oxima 0,15
Lorsban 480 BR clorpirifós Organofosforado 1,00
Match EC lufenurom Benzoiluréia 0,30
Safety etofenproxi Éter difenílico 0,10
Stallion 150 CS gama-cialotrina Piretróide 0,025
Sumithion 500 CE fenitrotiona Organofosforado 1,50
Tracer espinosade Espinosinas 0,10
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Tabela 1 – Agrotóxicos avaliados nos testes de persistência a adultos de Trichogramma pretiosum uproduto comercial registrada para a cultura do milho. Pelotas, RS.
Produto comercial Ingrediente ativo Grupo químico DC1
Inseticidas
Trebon 100 SC etofenproxi Éter difenílico 0,14
Turbo beta-ciflutrina Piretróide 0,10
Valon 384 CE permetrina Piretróide 0,065
Vexter clorpirifós Organofosforado 1,00
Fungicidas
Folicur 200 EC tebuconazol Triazol 1,00
Opera epoxiconazol + piraclostrobina Triazol + estrobilurina 0,75Priori Xtra ciproconazol + azoxistrobina Triazol + estrobilurina 0,30
1DC = Dosagem de campo (Kg ou L ha-1 do produto comercial) considerando um volume de calda de 200 L ha -1;2C.i.a. = Concentração (%) do ingrediente ativo na calda utilizada nos bioensaios;3C.p.c. = Concentração (%) do produto comercial na calda utilizada nos bioensaios.
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2.4 Bioensaios com adultos de Trichogramma pretiosum em laboratório
O cronograma de atividades para cada bioensaio envolveu quatro semanas,
sendo as duas primeiras destinadas ao preparo do material utilizado, a terceira
semana para a condução dos trabalhos e a quarta para avaliação final, conforme
consta na tab. 2. Essa sequência foi utilizada para cada uma das cinco semanas no
teste de persistência de agrotóxicos aos adultos de T. pretiosum , exceto a
pulverização das videiras que ocorreu apenas no início dos bioensaios. As
condições de temperatura (25±1 ºC), umidade relativa (70±10%) e fotofase
(14horas) foram controladas durante a condução dos bioensaios em laboratório.
Tabela 2 - Cronograma de atividades para testes de persistência com adultos deTrichogramma , conforme metodologia da IOBC/WPRS. Pelotas, RS.
DiasSemanas
1a 2a 3a 4a
Segunda - - Preparo dasgaiolas e conexão
dos tubos deemergência.
Desmontagemdas gaiolas e
transferência decartõesparasitados paraplacas de Petri.
Terça - - Desconexãodos tubos deemergência.
Inserção de ovoshospedeiros as
24h.
-
Quarta - - Inserção de ovos
hospedeiros as48h.
-
Quinta - - Avaliaçãoda população inicial
do parasitoide.
Início dasavaliações doparasitismo.
Sexta Parasitismodos ovos dohospedeiro.
Preparo dos tubosde emergência epulverização das
videiras.
Inserção de ovoshospedeiros as
96h.
-
Domingo - Início daemergência de
adultos deTrichogramma.
- -
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2.4.1 Preparo das gaiolas
Cada gaiola de contato foi composta por duas placas de vidro que serviram
de fundo e cobertura de uma moldura quadrada de alumínio (13cm de lado x 1,5cm
de altura x 1cm de espessura), fixadas por presilhas (Fig. 1A). Fitas de espumas
auto-adesivas (0,9cm) foram colocadas na moldura de alumínio na face da gaiola
voltada à placa de vidro, a fim de permitir melhor acomodação das mesmas e evitar
a fuga dos parasitoides. As folhas de videira foram coletadas aos 3, 10, 17, 24 e 31
dias após a pulverização de cada tratamento, as quais foram acomodadas no interior
da gaiola, ficando sobre a placa de vidro inferior e a moldura da gaiola de contato
(Fig. 1B).Cada gaiola possuía seis orifícios (diâmetro de 1cm) de ventilação em cada
uma das três laterais, sendo cobertas internamente com tecido preto a fim de evitar
a fuga dos parasitoides. Dessa forma, os vapores tóxicos puderam ser removidos
por um sistema de sucção de ar, conectado às gaiolas por mangueiras e conectores,
durante todo o período de condução do experimento (Fig. 1C). Na outra lateral havia
dois orifícios: um orifício (3,5 x 1cm) utilizado para a introdução de ovos do
hospedeiro alternativo Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae),para serem parasitados pelas fêmeas remanescentes de T. pretiosum , e para o
fornecimento de alimento aos insetos em teste; e outro orifício (diâmetro de 1cm)
para inserção dos parasitoides a serem expostos aos resíduos dos agrotóxicos.
Na montagem das gaiolas, as superfícies externas das placas de vidro foram
cobertas com um cartão preto de mesmas dimensões da placa, porém com uma
área central removida (7 x 7cm). Isso maximizou a concentração de adultos do
parasitoide na superfície das folhas e evitou que ficassem presos à espuma situadaentre a placa de vidro e a moldura. Nesse momento também foi colocado uma
cartolina branca (8 x 1,5cm) com três filetes finos de alimento (3g de gelatina, 100mL
de água destilada e 200,0g de mel) feitos com agulha e uma seringa de 5mL , para
alimentação dos adultos de T. pretiosum . Isso permitiu a sobrevivência dos adultos
de T. pretiosum até o momento da oferta dos primeiros ovos do hospedeiro A.
kuehniella , a qual foi realizada 6 horas após a desconexão dos tubos de emergência
das gaiolas.
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2.4.2 Tubos de emergência
Tubos de emergência (ampolas de vidro de 12cm de comprimento x 2cm de
diâmetro na extremidade x 0,7cm na extremidade oposta) (Fig. 1D) foram utilizados
para a liberação de T. pretiosum recém emergidos (cerca de 24 horas de idade) no
interior das gaiolas de contato. Para isso, os parasitoides foram obtidos de criação
mantida em laboratório utilizando ovos de A. kuehniella como hospedeiro alternativo
para multiplicação de T. pretiosum (PARRA, 1997).
Para isso, cartões de cartolina (20 x 11cm) com 60 círculos (1cm de
diâmetro) contendo 300±50 ovos inviabilizados sob lâmpada germicida (STEIN;
PARRA, 1987) de A. kuehniella foram ofertados a adultos de T. pretiosum paraparasitismo. Posteriormente, os ovos foram mantidos nas mesmas condições da
criação por 7 dias para permitir o desenvolvimento do parasitoide até a fase de
pupa. Após esse período, os círculos contendo ovos homogeneamente parasitados
por T. pretiosum foram utilizados para confecção dos tubos de emergência.
Utilizaram-se 24 círculos, um para cada tubo de emergência, mais quatro
círculos individualizados em tubos de 10cm de comprimento por 2,5cm de diâmetro,
para avaliação dos parâmetros “número de parasitoides por ovo” e “razão sexual”.Dessa forma, para cada experimento foram utilizados 28 círculos de ovos
parasitados, de cada cartão de 60 círculos.
Assim, um tubo de emergência estava constituído por um círculo (1cm de
diâmetro), contendo 300±50 ovos previamente parasitados, aderido a uma cartolina
branca (8 x 1,5cm) com três finos filetes de alimento. Os tubos foram fechados com
tecido de algodão branco, fixando-o com um elástico e um anel de borracha, nas
extremidades de maior e menor diâmetro, respectivamente. Três dias após, adultosde T. pretiosum com 24 horas de idade estavam disponíveis para a liberação no
interior das gaiolas.
2.4.3 Liberação dos insetos em teste
Os tubos de emergência contendo adultos ativos de T. pretiosum foram
escurecidos com capas feitas de cartolina preta e conectados às gaiolas de contato
seis horas após a pulverização dos agrotóxicos. O escurecimento dos tubos, aliado
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ao aumento da intensidade luminosa da sala do bioensaio, passando de 1 lâmpada
tubular fluorescente de 40 watts para 3 lâmpadas acesas durante as três primeiras
horas, permitiram a entrada dos parasitoides no interior das gaiolas em função de
seu comportamento fototrópico positivo.
Após 16 horas, os tubos de emergência foram desconectados e mantidos
sob condições controladas (temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de 70±10% e
fotofase de 14 horas) por mais três dias, para total emergência de adultos, a fim de
que fosse possível calcular o número de indivíduos que entraram na gaiola.
Figura 1 – Detalhes da condução dos bioensaios de persistência conformemetodologia da IOBC/WPRS. A) Componentes utilizados namontagem da gaiola de contato de Trichogramma pretiosum ; B) Gaiolade contato contendo folhas de videira; C) Detalhes do sistema deventilação com sucção de vapores tóxicos do interior da gaiola; D)Tubo de emergência contendo ovos de Anagasta kuehniella parasitados. Pelotas, RS.
A B
C D
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81
2.4.4 Oferta de ovos do hospedeiro para parasitismo
Para avaliar a capacidade de parasitismo de adultos T. pretiosum
sobreviventes, após seis horas da desconexão dos tubos de emergência, foram
oferecidos ovos de A. kuehniella inviabilizados sob lâmpada germicida (STEIN;
PARRA, 1987) e alimento (3g de gelatina, 100mL de água destilada e 200g de mel)
(Fig. 2A). Assim, cartões contendo três círculos (1cm de diâmetro) com 400±50 ovos
por círculo foram oferecidos para parasitismo às 24 (três cartões), 48 (dois cartões) e
96 horas (um cartão) após a pulverização, totalizando 18 círculos por gaiola.
A avaliação da capacidade de parasitismo foi mantida por um período de 144
horas (aproximadamente 6 dias), condição em que os ovos do hospedeiro alternativoficaram disponíveis para o parasitismo. Todos os cartões foram confeccionados com
ovos de A. kuehniella com cerca de 24 horas de idade.
Nos cartões, além dos ovos de A. kuehniella , foi disponibilizado alimento (3g
de gelatina, 100mL de água destilada e 200g de mel) com agulha e seringa na forma
de dois filetes finos dispostos no sentido da largura do cartão (Fig. 2B). Estes
cartões foram colocados sempre na projeção da área iluminada das gaiolas, através
do maior orifício de abertura (3,5 x 1cm), e os novos cartões colocados sobreaqueles dos dias anteriores.
2.4.5 Desmontagem das gaiolas
As gaiolas foram desmontadas após sete dias da pulverização, momento em
que as placas de vidro e folhas foram descartadas e os cartões, contendo ovos do
hospedeiro, transferidos para placas de Petri (9 x 1,5cm) (Fig. 2C) e acondicionadosnas mesmas condições da criação. A avaliação do parasitismo foi realizada por meio
da contagem (Fig. 2D) do número de ovos escurecidos (ovos pretos). Os adultos
remanescentes e o alimento foram previamente retirados dos cartões, evitando
assim o parasitismo e a adesão dos cartões durante o armazenamento nas placas
de Petri e contagem.
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Figura 2 – Detalhesmetodologcontendoovos de AC) Placascontagem;parasitadoPelotas, R
2.4.6 Cálculo da popul
Os tubos de e
acondicionados em câm
três dias, para que
Posteriormente, esses t
para matar os adultos, f
Para determinar
gaiola de contato, iniciaparasitoides por ovo” e
da condução dos bioensaios de peia da IOBC/WPRS. A) Detalhe daovos de Anagasta kuehniella ; B) Det. kuehniella e alimento ofertado a Trich
de Petri contendo cartões com ovoD) Detalhe de um círculo com ovo
s (pretos) para contagem em lupa esterS.
ção inicial do parasitoide
ergência, após serem desconectados
ara climatizada nas mesmas condições
todos os parasitoides remanesc
bos foram transferidos para estufa a
cilitando, assim, a contagem.
o número de fêmeas do parasitoide
lmente se obteve os parâmetros popul“razão sexual”. Estes foram obtidos m
A B
C D
82
sistência conformeoferta dos cartõeslhe do círculo comgramma pretiosum ;s parasitados paras de A. kuehniella oscópica binocular.
, foram fechados e
da criação por mais
ntes emergissem.
0ºC por 30 minutos
e T. pretiosum por
cionais “número dediante avaliação de
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quatro círculos (1cm de diâmetro) contendo ovos parasitados da mesma geração de
insetos utilizados nos testes (mesmo cartão de círculos utilizado na confecção dos
tubos de emergência). Posteriormente, foram contados o número de ovos
parasitados e o número de adultos remanescentes de cada tubo de emergência. O
número de ovos parasitados de cada tubo foi multiplicado pelo parâmetro “número
de parasitoides por ovo” e o valor obtido foi subtraído do número de adultos do tubo
de emergência e multiplicado pela “razão sexual” da população. As contagens foram
realizadas em lupa estereoscópica binocular.
2.4.7 Cálculo do parasitismo
O número de ovos parasitados em cada tratamento foi obtido mediante
contagem, em lupa estereoscópica binocular, dos seis cartões (18 círculos)
ofertados por gaiola de contato durante o período de execução do bioensaio. Para
isso, foram considerados como parasitados os ovos de A. kuehniella que
apresentavam coloração escura (pretos). Para facilitar a contagem, foi colocado
sobre o círculo, onde estavam aderidos os ovos, uma lâmina de plástico
transparente com retângulos impressos (Fig. 2D). Os resultados quanto ao númerode ovos foram registrados em um contador manual, onde cada toque no aparelho
registrava um ovo parasitado, que, posteriormente, foram anotados em planilhas.
2.4.8 Análise dos dados e determinação das classes de seletividade
O número médio de ovos parasitados por T. pretiosum de cada tratamento
foi utilizado para mensurar a capacidade de parasitismo, refletindo a sobrevivênciade adultos dos parasitoides. Foram utilizadas quatro repetições para cada
tratamento, sendo cada gaiola considerada uma unidade experimental no
delineamento inteiramente casualizado.
Aos resultados foram atribuídos às classes propostas pela IOBC/WPRS,
baseados na redução do parasitismo dos adultos de T. pretiosum quando
comparadas com o tratamento testemunha (água destilada). As reduções na
capacidade de parasitismo foram calculadas por meio da fórmula RP=[1- Rt /R
c)*100]
(HASSAN et al., 2000), onde “RP” é a porcentagem de redução no parasitismo em
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relação a testemunha negativa, “Rt” é o valor do parasitismo médio para cada
produto e “Rc” representa o parasitismo médio observado para o tratamento
testemunha negativa. Com base nas porcentagens de reduções de parasitismos
obtidas, os agrotóxicos foram classificados em 1, inócuo (menos de 30%); 2,
levemente nocivo (30-79%); 3, moderadamente nocivo (80-99%) e 4, nocivo (mais
de 99%). No entanto, a categorização da persistência somente aconteceu quando o
referido agrotóxico causou menos de 30% de redução no parasitismo, em duas
semanas consecutivas e/ou no final do bioensaio. Assim, o agrotóxico foi
classificado em vida curta (classe 1, menos de 5 dias de atividade tóxica superior a
30%); levemente persistente (classe 2, 5-15 dias); moderadamente persistente
(classe 3, 16-30 dias) e persistente (classe 4, mais de 31 dias), conforme normaspropostas pela IOBC/WPRS. Em cada bioensaio foram realizados seis tratamentos
com quatro repetições, onde cada gaiola foi considerada uma unidade experimental
no delineamento inteiramente casualizado. Análises estatísticas complementares
foram realizadas com auxílio do programa estatístico SAS - Statistical Analysis
System (SAS LEARNING EDITION, 2002).
3 Resultados e discussão
Os resultados quanto ao parasitismo de ovos em cada bioensaio de cada
teste de persistência estão expressos nas tab. 3, 5, 7, 9 e 11, respectivamente para
as persistências I, II, III, IV e V, juntamente com os resultados da análise estatística
de comparação de médias dos tratamentos. A classificação da persistência para
cada agrotóxico, entretanto, encontram-se nas tab. 4, 6, 8, 10 e 12.
De acordo com o parasitismo de T. pretiosum no tratamento testemunha, os
valores variaram, durante as cinco semanas, de 17,33 a 21,28 ovos parasitados por
fêmea na persistência I (tab. 3); de 15,48 a 26,59 na persistência II (tab. 5); de 22,04
a 24,78 na persistência III (tab. 7); de 17,92 a 45,28 na persistência IV (tab. 9); e de
19,22 a 35,54 ovos parasitados por fêmea na persistência V (tab. 11). De acordo
com a IOBC/WPRS, esse é um critério para validação dos bioensaios, haja vista que
os demais resultados dos tratamentos serão comparados com o tratamento
testemunha (HASSAN et al., 2000; HASSAN; ABDELGADER, 2001). De acordo com
os autores, esse valor é de, no mínimo, 15 ovos parasitados por fêmea para a
espécie Trichogramma cacoeciae Marchal, 1927 (Hymenoptera: Trichogrammatidae)
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e, embora esse valor ainda não tenha sido normatizado para T. pretiosum , foi
também utilizado como um critério laboratorial para validação dos testes.
Na persistência I (tab. 3), diferiram do tratamento testemunha os inseticidas
Engeo, Karate Zeon 250 CS e Vexter aos 3 e 10 dias após a pulverização; Engeo e
Karate Zeon 250 CS aos 17; Karate Zeon 250 CS aos 24 DAP; Engeo e Karate Zeon
250 CS aos 31 DAP. A inocuidade, entretanto, apenas foi observada para os
piretróides Decis 25 EC e Bulldock 125 SC dos 3 DAP aos 31 DAP no teste
individual sobre adultos de T. pretiosum , sendo categorizados como de vida curta
(classe 1) no teste de persistência (tab. 4). No entanto, o piretróide Karate Zeon 250
CS apresentou toxicidade a T. pretiosum durante todas as semanas da persistência,
com redução no parasitismo acima de 30% e, por isso, foi categorizado comopersistente (classe 4) no teste de persistência. O inseticida Engeo, formulado em
mistura com ingredientes ativos do grupo químico dos piretróides e neonicotinóides,
também apresentou alta toxicidade ao longo das cinco semanas, sendo
categorizado como persistente (classe 4). Já Vexter foi nocivo apenas até a segunda
semana (10 DAP) e foi categorizado como levemente persistente (classe 2) aos
adultos de T. pretiosum .
Para o grupo químico dos piretróides, Hassan et al. (1987) classificaram Decis(0,06% concentração do produto na calda) como persistente ao parasitoide T.
cacoeciae , mesmo em concentração inferior ao presente trabalho (0,1% c.p.c.).
Resultados similares também foram observados por Youssef et al. (2004), que
classificaram o ingrediente ativo deltametrina 2,5% WP como moderadamente
persistente (classe 3) para T. cacoeciae , porém utilizando plantas de oliva como
planta suporte para os agrotóxicos. Os resultados distintos, entretanto, podem estar
associado às diferenças na formulação, embora nem sempre mencionadas nostrabalhos, e/ou espécies de parasitoides utilizadas nos bioensaios.
Para a persistência II (tab. 5), diferiram da testemunha os inseticidas Arrivo
200 EC, Galgotrin, Larvin 800 WG e Turbo aos 3 DAP; Arrivo 200 EC e Galgotrin aos
10 DAP; e Arrivo 200 EC aos 24 DAP. Conforme as classes de seletividade (tab. 6),
apenas Trebon 100 SC foi inócuo (classe 1) desde os 3 DAP, sendo categorizado
como de vida curta (classe 1) a fase adulta de T. pretiosum . Os inseticidas
piretróides, entretanto, apresentaram toxicidade diferenciada ao longo das cinco
semanas da persistência II. Turbo foi nocivo apenas até os 10 DAP, sendo
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considerado levemente persistente (classe 2); Galgotrin, entretanto foi nocivo aos
adultos de T. pretiosum até os 17 DAP e foi categorizado como moderadamente
persistente (classe 3); Arrivo 200 EC foi nocivo durante quatro semanas da
persistência II e foi categorizado como persistente (classe 4), embora tenha sido
inócuo (classe 1) durante a terceira semana do bioensaio. O inseticida Larvin 800
WG, pertencente ao grupo químico dos metilcarbamatos de oxima, foi nocivo
somente até os 17 DAP e categorizado como moderadamente persistente (classe 3).
Na persistência III (tab. 7), diferiram significativamente do tratamento
testemunha os inseticidas Deltaphos EC, Lannate BR, Hostathion 400 BR e Stallion
150 CS aos 3DAP; Deltaphos EC, Hostathion 400 BR e Lannate BR aos 10DAP;
Deltaphos EC, Lannate BR, Hostathion 400 BR e Stallion 150 CS aos 17 DAP;Deltaphos EC, Lannate BR e Stallion 150 CS aos 24 DAP; e Deltaphos EC,
Hostathion 400 BR e Stallion 150 CS aos 31 DAP. Quanto à seletividade (tab. 8), o
piretróide Stallion 150 CS, o organofosforado Hostathion 400 BR, o piretróide
combinado com organofosforado Deltaphos EC e o metilcarbamato de oxima
Lannate BR foram nocivos durante as cinco semanas da persistência III, sendo
considerados persistentes (classe 4) aos adultos de T. pretiosum . O piretróide Valon
384 CE, entretanto, considerado persistente (classe 4), pois não cumpriu duassemanas consecutivas de inocuidade, assim como observado aos 24 DAP.
Para o grupo químico dos organosofosforados, Hassan et al. (1988), também
classificaram Hostathion (0,1% c.i.a.) como persistente a T. cacoeciae , para a
mesma concentração utilizada no presente trabalho (0,1% c.i.a.). Resultados
similares foram observados por Hassan et al. (1983) para Lannate (0,1% c.p.c.) para
T. cacoeciae , que classificaram como persistente ao parasitoide, embora em
concentração inferior ao presente trabalho (0,3% c.p.c.).Na persistência IV (tab. 9), diferiram do tratamento testemunha os agrotóxicos
Engeo Pleno, Karate Zeon 50 CS e Lorsban 480 BR aos 3 DAP; Engeo Pleno,
Match EC e Karate Zeon 50 CS aos 10 DAP; Engeo Pleno, Karate Zeon 50 CS e
Lorsban 480 BR aos 17 DAP; Engeo Pleno e Karate Zeon 50 CS aos 24 DAP; e
Engeo Pleno, Karate Zeon 50 CS, Lorsban 480 BR e Match EC aos 31 DAP. Embora
Match EC tenha diferido da testemunha aos 10 DAP, isso somente aconteceu pelo
maior parasitismo observado pelos adultos de T. pretiosum . Entretanto, isso não
reflete um efeito benéfico dos agrotóxicos avaliados e, sim, algum fator metodológico
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que pode ter afetado para o tratamento testemunha, como maior mortalidade dos
parasitoides, absorção do mel pelo cartão de alimentação e menor oferta de
alimento. Quanto às classes de seletividade atribuídas aos agrotóxicos (tab. 10), a
inocuidade dos agrotóxicos foi verificada apenas para o fungicida Folicur 200 EC e
inseticida Match EC, que foram considerados de vida curta (classe 1), embora Match
EC tenha sido levemente nocivo na última semana (31 DAP). O inseticida piretróide
Karate Zeon 50 CS foi nocivo aos adultos em todas as semanas, apresentando
redução no parasitismo de T. pretiosum acima de 30%, e, por isso, considerado
persistente (classe 4) aos adultos do parasitoide, comportamento similar ao Karate
Zeon 250 CS da persistência I (tab. 4). Engeo Pleno também apresentou
comportamento similar a Engeo (tab. 4), sendo considerado persistente (classe 4)devido a sua alta toxicidade aos adultos de T. pretiosum . Lorsban 480 BR,
entretanto, foi considerado moderadamente persistente (classe 3), embora seja
similar a Vexter (tab. 3) em sua dosagem, ingrediente ativo e concentração de i.a. na
calda.
Embora não tenham sido observados na literatura resultados para Karate
Zeon 50 CS, Hassan (1994b) encontrou resultados similares para Karate (lambda-
cialotrina, 0,075% concentração do ingrediente ativo na calda), classificando-o comopersistente para T. cacoeciae , embora tenha utilizado como fator de classificação de
persistência a redução de 50% no número de ovos parasitados e concentração duas
vezes superior ao presente trabalho. Carvalho, Parra e Baptista (1999) também
observaram que o ingrediente ativo lambda-cialotrina (0,025 g i.a. L-1) foi persistente
para duas linhagens de T. pretiosum , quando testado sobre plantas de tomateiro,
embora tenham utilizado concentração inferior a utilizada no presente trabalho
(0,0375 g i.a. L-1
).Para Lorsban 480 BR, Nörnberg (2008) também verificou efeitos nocivos para
T. pretiosum até a terceira semana (17 DAP) e classificou o inseticida como
moderadamente persistente (classe 3), embora o autor tenha usado calda com
apenas 0,072% de ingrediente ativo na calda, ante 0,24% no presente trabalho.
Hassan (1994b) classificou o ingrediente ativo clorpirifós (0,24% c.i.a.), marca
comercial Dursban Spritzp., como persistente (classe 4) para T. cacoeciae , embora
para T. pretiosum o mesmo ingrediente ativo (0,24% c.i.a.) tenha sido classificado
como moderadamente persistente (classe 3), porém para Lorsban 480 BR.
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A persistência de lufenurom (0,4 g i.a. L -1) também foi avaliada para adultos
de T. pretiosum e foi classificado como levemente persistente (classe 2) por
Carvalho et al. (2002), quando avaliaram sobre plantas de tomateiro e em
concentração maior a usada neste trabalho (0,075 g i.a. L-1). Para lufenurom, Cañete
(2005) também verificou que o ingrediente ativo (7,5 g i.a. L -1) apresentou efeito
tóxico apenas para os primeiros sete dias, apresentando sobrevivência superior a
75% após esse período, entretanto, clorpirifós (120 g i.a. ha-1) causou mortalidade
por mais de 100 dias para T. pretiosum . Nesse caso, no entanto, a persistência do
inseticida foi avaliada sobre superfície interna de tubos de vidro ao longo do tempo,
distinta daquela preconizada pela IOBC/WPRS que utiliza folhas de videira.
Para os fungicidas, foram encontrados resultados similares para Folicur 250EC (0,0625% c.i.a.) por Sterk et al. (1999), que classificaram o fungicida como
classe 1 (vida curta), embora divirja da concentração utilizada no presente trabalho
(0,1% c.i.a.).
Para a persistência V (tab. 11), diferiram da testemunha os tratamentos
representados pelos agrotóxicos Safety, Sumithion 500 CE e Tracer aos 3 DAP;
Safety e Tracer aos 10 e 17 DAP; Tracer aos 24 e 31 DAP. A inocuidade, entretanto,
somente foi observada para os fungicidas Priori Xtra e Opera desde a primeirasemana do bioensaio de persistência, sendo considerados de vida curta (classe 1)
aos adultos de T. pretiosum (tab. 12). A classificação de vida curta também foi
atribuída para Sumithion 500 CE, embora tenha apresentado alta toxicidade na
primeira semana (3 DAP) aos adultos de T. pretiosum . O inseticida Safety
apresentou redução no parasitismo acima de 30% até os 24 DAP, sendo
considerado moderadamente persistente (classe 3), enquanto que Tracer foi nocivo
aos adultos de T. pretiosum dos 3 aos 31 DAP, e, por isso, considerado persistente(classe 4) aos adultos do parasitoide.
Para Sumithion 500 CE, classificado como de vida curta (classe 1) no
presente trabalho, Giolo et al. (2008) categorizaram como levemente nocivo (classe
2) a T. pretiosum , embora tenham utilizado dosagem inferior (0,075% c.i.a.). Embora
ainda não confirmado, esse resultado pode revelar uma tendência não persistente
do produto, apesar de ser do mesmo grupo químico de Lorsban 480 BR.
Para espinosade, Cañete (2005) também verificou que o ingrediente ativo (12
g i.a. ha-1) causou mortalidade por mais de 100 dias para T. pretiosum . Nesse caso,
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no entanto, a persistência do inseticida foi avaliada sobre superfície interna de tubos
de vidro ao longo do tempo, distinta daquela preconizada pela IOBC/WPRS que
utiliza folhas de videira. Para espinosade, Nasreen (2003) encontrou redução de
parasitismo de 14,28, 31,81 e 35,48% após o 1º, 2º e 3º dias após a pulverização em
plantas de algodoeiro, respectivamente, para Trichogramma chilonis Ishii, 1941
(Hymenoptera: Trichogrammatidae), embora divergentes em espécie de parasitoide
e concentração do ingrediente ativo (28,8 ppm) quando comparado ao presente
trabalho (240 ppm). Diante disso, os resultados indicam a toxicidade de espinosade
ao gênero Trichogramma para maiores concentrações do ingrediente ativo.
Apesar de diferenças no ingrediente ativo, Hassan et al. (1988) e Hassan
(1994b) também verificaram que o fungicida Tilt, nas concentrações de 0,02% e0,08% de ingrediente ativo propiconazole na calda, apresentou vida curta para T.
cacoeciae . Embora divergentes quanto ao produto comercial, ingrediente ativo e
espécie do parasitoide, pode-se considerar, até o presente momento, que os
fungicidas triazóis podem, além de serem inócuos aos parasitoides e condições de
testes citados, serem inócuos para ambas as espécies e/ou gênero Trichogramma .
A confirmação dessa hipótese somente será válida, entretanto, após testes
complementares com diferentes concentrações e ingredientes ativos desse grupoquímico. Resultados quanto à persistência de fungicidas do grupo químico
estrobilurina e triazol/estrobilurinas a T. pretiosum não foram encontrados na
literatura.
Embora as classificações quanto à persistência não tenham seguido um
padrão de toxicidade conforme o grupo químico, maior atenção devem ser dados
para aqueles com menor persistência (classes 1 e 2) para a escolha de uso no
manejo integrado de pragas na cultura do milho, pois exercem efeito tóxico menosprolongado para a comunidade de inimigos naturais.
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Tabela 3 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de inseticidasregistrados para a cultura do milho (persistência I). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Piretróide, piretróide + neonicotinóide, organofosforado4
Persistência I – 3 DAP5
Testemunha - - 17,33 ± ab -
Decis 25 EC deltametrina 0,20 16,52 ± a 4,65
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina 0,04 13,41 ± ab 22,62
Engeo cipermetrina +tiametoxam 0,30 0,08 ± c 99,54
Vexter clorpirifós 1,00 0,00 ± c 99,98
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 0,10 0,00 ± c 99,99
10 DAP
Testemunha - - 21,28 ± a -
Decis 25 EC deltametrina 0,20 22,71 ± a 0,00
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina 0,04 19,44 ± a 8,65
Engeo cipermetrina +tiametoxam
0,30 0,09 ± b 99,58
Vexter clorpirifós 1,00 0,29 ± b 98,63
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 0,10 0,09 ± b 99,58
17 DAP
Testemunha - - 20,54 ± a -
Decis 25 EC deltametrina 0,20 17,84 ± ab 13,13
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina 0,04 17,87 ± a 12,96
Engeocipermetrina +
tiametoxam 0,30 0,00±
c 100,00
Vexter clorpirifós 1,00 16,54 ± ab 19,44
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 0,10 0,10 ± bc 99,53
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Tabela 3 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de inseticidasregistrados para a cultura do milho (persistência I). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Piretróide, piretróide + neonicotinóide, organofosforado4
Persistência I – 24 DAP5
Testemunha - - 20,59 ± ab -
Decis 25 EC deltametrina 0,20 23,51 ± a 0,00
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina 0,04 21,15 ± a 0,00
Engeo cipermetrina +tiametoxam 0,30 0,09 ± bc 99,55
Vexter clorpirifós 1,00 20,28 ± a 1,50
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 0,10 0,07 ± c 99,65
31 DAP
Testemunha - - 20,34 ± abc -
Decis 25 EC deltametrina 0,20 17,33 ± abcd 14,80
Bulldock 125 SC beta-ciflutrina 0,04 21,12 ± a 0,00
Engeo cipermetrina +tiametoxam
0,30 0,25 ± d 98,78
Vexter clorpirifós 1,00 20,07 ± ab 1,34
Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 0,10 0,67 ± d 96,701DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);
2Médias seguidas por letras idênticas na coluna não diferem estatisticamente (p>0,05) pelo teste(Kruskal-Wallis) Bonferroni-Dunn t : 3 DAP (k=18,4676; p=0,0024); 10 DAP (k=17,9383; p=0,0030); 17DAP (k=17,5740; p=0,0035); 24 DAP (k=16,2715; p=0,0061); 31 DAP (k=16,1366; p=0,0065);3RP=Redução no parasitismo comparado com a testemunha;4Grupo químico dos agrotóxicos;5
DAP=Dias após pulverização dos agrotóxicos.
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Tabela 4 – Classes de seletividade de inseticidas a adultos de Trichogramma pretiosum durante o bitóxica (dias) e classes da IOBC/WPRS para bioensaios de persistência I. Pelotas, RS.
Produto comercial DC1 Dias após a pulverização
3 10 17 24
Classe2 Classe Classe Classe
Piretróide, piretróide + neonicotinóide, organofosforado4
Persistência I
Decis 25 EC 0,20 1 1 1 1
Bulldock 125 SC 0,04 1 1 1 1
Engeo 0,30 4 4 4 4
Vexter 1,00 4 3 1 1 Karate Zeon 250 CS 0,10 4 4 4 4
1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a adultos: 1=inócuo (<30% redução no parasitismo comparado com a tes2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);3Persistência em função da duração da atividade tóxica menor que 30% na redução do parasitismo em dias e c2=levemente persistente (5-15 dias), 3=moderadamente persistente (16-30 dias), 4=persistente (>30 dias);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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Tabela 5 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de inseticidasregistrados para a cultura do milho (persistência II). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea (± EP)2 RP3
Éter difenílico, piretróide, metilcarbmato de oxima4
Persistência II – 3 DAP5
Testemunha - - 17,49 ± a -
Trebon 100 SC etofenproxi 0,14 12,62 ± ab 27,85
Turbo beta-ciflutrina 0,10 1,14 ± bc 93,49
Galgotrin cipermetrina 0,06 0,94 ± c 94,64Larvin 800 WG tiodicarbe 0,15 0,73 ± c 95,83
Arrivo 200 EC cipermetrina 0,08 0,15 ± c 99,16
10 DAP
Testemunha - - 25,01 ± a -
Trebon 100 SC etofenproxi 0,14 24,59 ± a 1,67
Turbo beta-ciflutrina 0,10 16,63 ± ab 32,70
Galgotrin cipermetrina 0,06 8,72 ± b 65,14
Larvin 800 WG tiodicarbe 0,15 24,40 ± a 2,44
Arrivo 200 EC cipermetrina 0,08 0,96 ± 0,31 b 96,18
17 DAP
Testemunha - - 15,48 ± ab -
Trebon 100 SC etofenproxi 0,14 17,81 ± a 0,00
Turbo beta-ciflutrina 0,10 14,87 ± ab 3,91
Galgotrin cipermetrina 0,06 4,59 ± b 70,34
Larvin 800 WG tiodicarbe 0,15 6,84 ± b 55,38Arrivo 200 EC cipermetrina 0,08 12,79 ± ab 17,34
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Tabela 5 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de inseticidasregistrados para a cultura do milho (persistência II). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea (± EP)2 RP3
Éter difenílico, piretróide, metilcarbmato de oxima4
Persistência II – 24 DAP5
Testemunha - - 20,36 ± a -
Trebon 100 SC etofenproxi 0,14 19,48 ± a 4,31
Turbo beta-ciflutrina 0,10 18,31 ± a 10,04
Galgotrin cipermetrina 0,06 19,71 ± a 3,17Larvin 800 WG tiodicarbe 0,15 19,22 ± a 5,57
Arrivo 200 EC cipermetrina 0,08 8,21 ± b 59,66
31 DAP
Testemunha - - 26,59 ± 1,66 a -
Trebon 100 SC etofenproxi 0,14 35,97 ± 3,28 a 0,00
Turbo beta-ciflutrina 0,10 23,26 ± 5,99 a 12,56
Galgotrin cipermetrina 0,06 22,15 ± 2,20 a 16,72
Larvin 800 WG tiodicarbe 0,15 34,49 ± 6,97 a 0,00
Arrivo 200 EC cipermetrina 0,08 18,48 ± 4,53 a 30,511DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);
2Médias seguidas por letras idênticas na coluna não diferem estatisticamente (p>0,05) pelo teste(Kruskal-Wallis) Bonferroni-Dunn t : 3 DAP (k=17,6006; p=0,0035); 10 DAP (k=17,4801; p=0,0037); 17DAP (k=12,4091; p=0,0296); 24 DAP (k=10,5942; p=0,0600) ou pelo Teste Tukey-Kramer: 31 DAP(F=2,26; gl=5; p=0,0953);3RP=Redução no parasitismo comparado com a testemunha;4Grupo químico dos agrotóxicos;5DAP=Dias após pulverização dos agrotóxicos.
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Tabela 6 – Classes de seletividade de inseticidas a adultos de Trichogramma pretiosum durante o bitóxica (dias) e classes da IOBC/WPRS para bioensaios de persistência II. Pelotas, RS.
Produto comercial DC1 Dias após a pulverização
3 10 17 24
Classe2 Classe Classe Classe
Éter difenílico, piretróide, metilcarbmato de oxima4
Persistência II
Trebon 100 SC 0,14 1 1 1 1
Turbo 0,10 3 2 1 1
Galgotrin 0,06 3 2 2 1
Larvin 800 WG 0,15 3 1 2 1 Arrivo 200 EC 0,08 4 3 1 2
1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a adultos: 1=inócuo (<30% redução no parasitismo comparado com a tes2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);3Persistência em função da duração da atividade tóxica menor que 30% na redução do parasitismo em dias e c2=levemente persistente (5-15 dias), 3=moderadamente persistente (16-30 dias), 4=persistente (>30 dias);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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Tabela 7 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de inseticidasregistrados para a cultura do milho (persistência III). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Piretróide, organofosforado, piretróide + organofosforado, metilcarbamato de oxima4
Persistência III – 3 DAP5
Testemunha - - 23,86± a -
Valon 384 CE permetrina 0,065 9,36± ab 60,78
Stallion 150 CS gama-cialotrina 0,025 2,39± b 89,97
Hostathion 400 BR triazofós 0,50 0,06± c 99,74
Deltaphos ECdeltametrina +
triazofós 0,35 0,04±
c 99,85
Lannate BR metomil 0,60 0,00± c 99,99
10 DAP
Testemunha - - 24,78± a -
Valon 384 CE permetrina 0,065 6,05± a 75,60
Stallion 150 CS gama-cialotrina 0,025 4,23± a 82,93
Hostathion 400 BR triazofós 0,50 0,17± b 99,30
Deltaphos EC deltametrina +triazofós
0,35 0,15± b 99,41
Lannate BR metomil 0,60 0,03± b 99,87
17 DAP
Testemunha - - 22,20± a -
Valon 384 CE permetrina 0,065 6,06± ab 72,71
Stallion 150 CS gama-cialotrina 0,025 1,04± bc 95,31
Hostathion 400 BR triazofós 0,50 0,18± c 99,19
Deltaphos ECdeltametrina +
triazofós 0,35 0,84±
bc 96,22
Lannate BR metomil 0,60 0,16± c 99,26
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Tabela 7 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de inseticidasregistrados para a cultura do milho (persistência III). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Piretróide, organofosforado, piretróide + organofosforado, metilcarbamato de oxima4
Persistência III – 24 DAP5
Testemunha - - 22,04± a -
Valon 384 CE permetrina 0,065 20,65± ab 6,30
Stallion 150 CS gama-cialotrina 0,025 0,93± bc 95,78
Hostathion 400 BR triazofós 0,50 8,02± abc 63,63
Deltaphos ECdeltametrina +
triazofós 0,35 0,11±
c 99,48
Lannate BR metomil 0,60 0,40± c 98,20
31 DAP
Testemunha - - 24,56± a -
Valon 384 CE permetrina 0,065 14,49± ab 40,99
Stallion 150 CS gama-cialotrina 0,025 0,57± c 97,66
Hostathion 400 BR triazofós 0,50 2,04± c 91,68
Deltaphos EC deltametrina +triazofós
0,35 1,43± bc 94,19
Lannate BR metomil 0,60 15,43± a 37,191DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);
2Médias seguidas por letras idênticas na coluna não diferem estatisticamente (p>0,05) pelo teste(Kruskal-Wallis) Bonferroni-Dunn t : 3 DAP (k=21,0098; p=0,0008); 10 DAP (k=19,3966; p=0,0016); 17DAP (k=16,4947; p=0,0056); 24 DAP (k=16,2130; p=0,0063); 31 DAP (k=18,5900; p=0,0023);3RP=Redução no parasitismo comparado com a testemunha;4Grupo químico dos agrotóxicos;5
DAP=Dias após pulverização dos agrotóxicos.
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Tabela 8 – Classes de seletividade de inseticidas a adultos de Trichogramma pretiosum durante o bitóxica (dias) e classes da IOBC/WPRS para bioensaios de persistência III. Pelotas, RS.
Produto comercial DC1 Dias após a pulverização
3 10 17 24
Classe2 Classe Classe Classe
Piretróide, organofosforado, piretróide + organofosforado, metilcarbamato de o
Persistência III
Valon 384 CE 0,065 2 2 2 1
Stallion 150 CS 0,025 3 3 3 3
Hostathion 400 BR 0,50 4 4 4 2
Deltaphos EC 0,35 4 4 3 4 Lannate BR 0,60 4 4 4 3
1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a adultos: 1=inócuo (<30% redução no parasitismo comparado com a tes2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);3Persistência em função da duração da atividade tóxica menor que 30% na redução do parasitismo em dias e c2=levemente persistente (5-15 dias), 3=moderadamente persistente (16-30 dias), 4=persistente (>30 dias);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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Tabela 9 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de agrotóxicosregistrados para a cultura do milho (persistência IV). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Triazol, benzoiluréia, piretróide, piretróide + neonicotinóide, organofosforado4
Persistência IV – 3 DAP5
Testemunha - - 28,35± ab -
Folicur 200 EC tebuconazol 1,00 28,97± ab 0,00
Match EC lufenurom 0,30 27,35± a 3,52
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina 0,15 1,02± c 96,39
Engeo Plenolambda-cialotrina +
tiametoxam 0,25 0,00±
c 100,00
Lorsban 480 BR clorpirifós 1,00 0,00± c 100,00
10 DAP
Testemunha - - 18,26± bc -
Folicur 200 EC tebuconazol 1,00 22,95± ab 0,00
Match EC lufenurom 0,30 26,05± a 0,00
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina 0,15 0,23± de 98,76
Engeo Pleno lambda-cialotrina +tiametoxam
0,25 0,00± e 100,00
Lorsban 480 BR clorpirifós 1,00 1,38± cd 92,46
17 DAP
Testemunha - - 17,92± a -
Folicur 200 EC tebuconazol 1,00 16,60± ab 7,40
Match EC lufenurom 0,30 15,93± ab 11,15
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina 0,15 5,96± c 66,77
Engeo Plenolambda-cialotrina +
tiametoxam 0,25 0,00±
c 100,00
Lorsban 480 BR clorpirifós 1,00 9,03± bc 49,64
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Tabela 9 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de agrotóxicosregistrados para a cultura do milho (persistência IV). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Triazol, benzoiluréia, piretróide, piretróide + neonicotinóide, organofosforado4
Persistência IV – 24 DAP5
Testemunha - - 45,28± a -
Folicur 200 EC tebuconazol 1,00 40,32± ab 10,96
Match EC lufenurom 0,30 32,03± abc 29,28
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina 0,15 1,97± cde 95,65
Engeo Plenolambda-cialotrina +
tiametoxam 0,25 0,04±
e 99,91
Lorsban 480 BR clorpirifós 1,00 32,26± abcd 28,76
31 DAP
Testemunha - - 30,38± a -
Folicur 200 EC tebuconazol 1,00 22,13± ab 27,17
Match EC lufenurom 0,30 19,95± bc 34,34
Karate Zeon 50 CS lambda-cialotrina 0,15 8,97± cd 70,48
Engeo Pleno lambda-cialotrina +tiametoxam
0,25 0,03± d 99,91
Lorsban 480 BR clorpirifós 1,00 21,34± b 29,751DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);
2Médias seguidas por letras idênticas na coluna não diferem estatisticamente (p>0,05) pelo teste(Kruskal-Wallis) Bonferroni-Dunn t : 3 DAP (k=19,405; p=0,0016); 10 DAP (k=19,8481; p=0,0013); 17DAP (K=19,318; p=0,0017); 24 DAP (k=16,2473; p=0,0062); 31 DAP (k=19,9587; p=0,0013);3RP=Redução no parasitismo comparado com a testemunha;4Grupo químico dos agrotóxicos;5
DAP=Dias após pulverização dos agrotóxicos.
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Tabela 10 – Classes de seletividade de agrotóxicos a adultos de Trichogramma pretiosum duraatividade tóxica (dias) e classes da IOBC/WPRS para bioensaios de persistência IV. Pe
Produto comercial DC1 Dias após a pulverização
3 10 17 24
Classe2 Classe Classe Classe
Triazol, benzoiluréia, piretróide, piretróide + neonicotinóide, organofosforad
Persistência IV
Folicur 200 EC 1,00 1 1 1 1
Match EC 0,30 1 1 1 1
Karate Zeon 50 CS 0,15 3 3 2 3
Engeo Pleno 0,25 4 4 4 4 Lorsban 480 BR 1,00 4 3 2 1
1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a adultos: 1=inócuo (<30% redução no parasitismo comparado com a tes2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);3Persistência em função da duração da atividade tóxica menor que 30% na redução do parasitismo em dias e c2=levemente persistente (5-15 dias), 3=moderadamente persistente (16-30 dias), 4=persistente (>30 dias);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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Tabela 11 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de agrotóxicosregistrados para a cultura do milho (persistência V). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Triazol + estrobilurina, éter difenílico, espinosinas, organofosforado4
Persistência V – 3 DAP5
Testemunha - - 28,77± a -
Priori Xtra ciproconazol +azoxistrobina
0,30 26,13± a 9,20
peraepoxiconazol +piraclostrobina 0,75 24,29
±ab 15,57
Safety etofenproxi 0,10 2,82± bc 90,20
Tracer espinosade 0,10 0,14± cd 99,51
Sumithion 500 CE fenitrotiona 1,50 0,00± d 100,00
10 DAP
Testemunha - - 24,60± ab -
Priori Xtra ciproconazol +azoxistrobina
0,30 24,70± ab 0,00
pera epoxiconazol +piraclostrobina 0,75 28,51± a 0,00
Safety etofenproxi 0,10 9,70± bc 60,59
Tracer espinosade 0,10 0,41± c 98,35
Sumithion 500 CE fenitrotiona 1,50 19,70± ab 19,95
17 DAP
Testemunha - - 35,54± a -
Priori Xtra ciproconazol +azoxistrobina 0,30 32,00± a 9,97
pera epoxiconazol +piraclostrobina 0,75 31,00± a 12,78
Safety etofenproxi 0,10 12,70± bc 64,28
Tracer espinosade 0,10 0,10± c 99,72
Sumithion 500 CE fenitrotiona 1,50 28,41± ab 20,07
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103
Tabela 11 – Número de ovos parasitados por fêmea e redução no parasitismo deTrichogramma pretiosum no bioensaio de seletividade de agrotóxicosregistrados para a cultura do milho (persistência V). Pelotas, RS.
Tratamentos Ingrediente ativo DC1 Ovos parasitados/fêmea2 RP3
Triazol + estrobilurina, éter difenílico, espinosinas, organofosforado4
Persistência V – 24 DAP5
Testemunha - - 19,22± a -
Priori Xtra ciproconazol +azoxistrobina
0,30 19,96± a 0,00
peraepoxiconazol +piraclostrobina 0,75 20,88
±a 0,00
Safety etofenproxi 0,10 11,41± ab 40,62
Tracer espinosade 0,10 0,49± b 97,45
Sumithion 500 CE fenitrotiona 1,50 17,91± ab 6,77
31 DAP
Testemunha - - 29,52± a -
Priori Xtra ciproconazol +azoxistrobina
0,30 25,27± ab 14,41
pera epoxiconazol +piraclostrobina 0,75 31,83± a 0,00
Safety etofenproxi 0,10 26,54± ab 10,11
Tracer espinosade 0,10 0,64± b 97,82
Sumithion 500 CE fenitrotiona 1,50 30,33± a 0,001DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);
2Médias seguidas por letras idênticas na coluna não diferem estatisticamente (p>0,05) pelo teste(Kruskal-Wallis) Bonferroni-Dunn t : 3 DAP (k=19,974; p=0,0013); 10 DAP (k=16,87; p=0,0048); 17DAP (K=17,72; p=0,0033); 24 DAP (k=13,01; p=0,0233); 31 DAP (k=13,48;p=0,0193);3
RP=Redução no parasitismo comparado com a testemunha;4Grupo químico dos agrotóxicos;5DAP=Dias após pulverização dos agrotóxicos.
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Tabela 12 – Classes de seletividade de agrotóxicos a adultos de Trichogramma pretiosum duraatividade tóxica (dias) e classes da IOBC/WPRS para bioensaios da persistência V. Pe
Produto comercial DC1 Dias após a pulverização
3 10 17 24
Classe2 Classe Classe Classe
Triazol + estrobilurina, éter difenílico, espinosinas, organofosforado4
Persistência V
Priori Xtra 0,30 1 1 1 1
Opera 0,75 1 1 1 1
Safety 0,10 3 2 2 2
Tracer 0,10 4 3 4 3 Sumithion 500 CE 1,50 4 1 1 1 1DC=Dosagem do produto comercial (Kg ou L ha-1);2Classes da IOBC/WPRS no teste de toxicidade a adultos: 1=inócuo (<30% redução no parasitismo comparado com a tes2=levemente nocivo (30-79%), 3=moderadamente nocivo (80-99%), 4=nocivo (>99%);3Persistência em função da duração da atividade tóxica menor que 30% na redução do parasitismo em dias e c2=levemente persistente (5-15 dias), 3=moderadamente persistente (16-30 dias), 4=persistente (>30 dias);4Grupo químico dos agrotóxicos.
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4 Conclusões
De acordo com as toxicidades observadas ao longo das semanas do teste
de persistência, os agrotóxicos (Kg ou L ha-1) são assim classificados:
- os inseticidas Bulldock 125 SC (0,04), Decis 25 EC (0,20), Match EC (0,30),
Sumithion 500 CE (1,50) e Trebon 100 SC (0,14) são considerados de vida curta
(classe 1) aos adultos de T. pretiosum ;
- os inseticidas Turbo (0,10) e Vexter (1,00) são levemente persistentes
(classe 2) aos adultos de T. pretiosum ;
- os inseticidas Galgotrin (0,06), Larvin 800 WG (0,15), Lorsban 480 BR
(1,00) e Safety (0,10) são moderadamente persistentes (classe 3) aos adultos de T.
pretiosum ;
- os inseticidas Arrivo 200 EC (0,08), Deltaphos EC (0,35), Engeo (0,30),
Engeo Pleno (0,25), Hostathion 400 BR (0,50), Karate Zeon 50 CS (0,15), Karate
Zeon 250 CS (0,10), Lannate BR (0,60), Stallion 150 CS (0,025), Tracer (0,10) e
Valon 384 CE (0,065) são persistentes (classe 4) aos adultos de T. pretiosum ;
- os fungicidas Folicur 200 EC (1,00), Priori Xtra (0,30) e Opera (0,75) são
considerados de vida curta (classe 1) aos adultos de T. pretiosum .
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Discussão geral
As metodologias de trabalho propostas pela IOBC/WPRS puderam ser
utilizadas de maneira eficiente para o parasitoide T. pretiosum , pois os resultadosobtidos no presente trabalho foram semelhantes aos observados em outras
pesquisas, principalmente para aquelas que utilizaram a mesma espécie de
parasitoide e agrotóxicos testados. Além disso, permitem que resultados possam ser
comparados com aqueles obtidos por outros pesquisadores nacionais e
internacionais, o que permite que grupos de trabalho sejam formados e integrem
resultados a fim de validação de protocolos laboratoriais.
De acordo com as classificações e análises estatísticas utilizadas, detectou-se que os inseticidas são os principais agrotóxicos nocivos para T. pretiosum . Dentre
esses, os organofosforados foram aqueles que apresentaram maior efeito negativo
ao parasitoide, principalmente para as fases imaturas de ovo-larva, pré-pupa e pupa.
Por outro lado, comprovou-se que a maioria dos inseticidas do grupo químico dos
piretróides foi inócua para essas mesmas fases, de maneira contrária à fase adulta
de T. pretiosum (STEFANELLO JÚNIOR, 2007), e, quando afetou a emergência,
esse efeito foi mais pronunciado para a fase de pupa do parasitoide.Quanto ao efeito dos fungicidas e herbicidas avaliados às fases imaturas de
T. pretiosum , esses se mostraram praticamente inócuos ao parasitoide, porém foram
observados maiores efeitos na redução da emergência quando foram pulverizados
sobre ovos de A. kuehniella contendo o parasitoide na fase de pré-pupa.
Embora os parasitoides se mostrem promissores quanto à tolerância aos
agrotóxicos, pela proteção do córion do ovo do hospedeiro, que confere uma
barreira à penetração (ORR; BOETHEL; LAYTON, 1989), verificou-se que alguns
inseticidas, fungicidas e herbicidas tendem a apresentar toxicidade diferenciada e
afetam, dependendo do agrotóxico, mais uma fase em relação à outra. A
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metodologia proposta pela IOBC/WPRS, entretanto, não considera que a
seletividade seja avaliada sobre as fases de ovo-larva e pré-pupa, onde apenas a
fase de pupa do parasitoide é mencionada como a mais resistente aos efeitos dos
agrotóxicos (HASSAN et al., 2000; HASSAN; ABDELGADER, 2001).
Nesse sentido, foi observado que, por exemplo, inseticidas reguladores de
crescimento tendem a afetar mais a emergência do parasitoide quando este é
submetido à pulverização ainda na fase imatura de ovo-larva. Isso reforça a
importância da avaliação dos agrotóxicos para todas as fases imaturas dos
parasitoides, tanto para ovo-larva, pré-pupa e/ou pupa.
Quanto à persistência, verificou-se que os agrotóxicos apresentam efeito
tóxico diferenciado ao longo do tempo, embora pertençam ao mesmo grupo químico.Uma explicação para isso pode estar no fato de as condições climáticas da casa-de-
vegetação não terem sido controladas, principalmente a temperatura. A fim de
verificar o comportamento dos agrotóxicos, entretanto, sugere-se que futuros
estudos sejam realizados em câmaras de crescimento com condições ambientais
controladas (fitotrons).
Dentre os inseticidas avaliados na persistência, cinco dos nove inseticidas
piretróides foram persistentes aos adultos de T. pretiosum , embora esse efeito tenhasido esperado apenas para aqueles sintetizados de maneira microencapsulada. Já
para os organofosforados, observou-se que apenas Hostathion 400 BR foi
considerado persistente aos adultos de T. pretiosum . Já aqueles formulados em
mistura, tais como organofosforados conjugados com piretróides e ou
neonicotinóides conjugados com piretróides, foram persistentes (classe 4) aos
adultos de T. pretiosum , indicando a maior toxicidade desses agrotóxicos para as
dosagens avaliadas.Os estudos de persistência, entretanto, não foram realizados com herbicidas,
em função do efeito de mortalidade que causariam às plantas de videiras, que são
recomendadas pela IOBC/WPRS. Entretanto, sugere-se que, em função dos novos
cultivares de milho tolerantes a alguns grupos químicos de herbicidas, outros testes
de persistência sejam realizados para complementação metodológica.
De maneira geral, os agrotóxicos considerados seletivos nos bioensaios
contendo as fases imaturas de T. pretiosum não apresentaram esse mesmo efeito à
fase adulta do parasitoide, principalmente para os inseticidas do grupo químico dos
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piretróides que, em sua maioria, foram inócuos à fase imatura e tóxicos para a fase
adulta do parasitoide. Já os agrotóxicos considerados nocivos, como os
organofosforados, geralmente foram nocivos também para a fase adulta, embora
menos persistentes ao longo do tempo dos bioensaios.
De acordo com a metodologia preconizada pela IOBC/WPRS, todos aqueles
agrotóxicos considerados nocivos (classes 2, 3 e 4) aos imaturos de T. pretiosum ,
combinados com os moderadamente persistentes (classe 3) e persistentes (classe
4), devem passar para a fase de campo, a fim de se obter a classificação final da
seletividade destes agrotóxicos ao parasitoide. Dessa maneira, maiores informações
poderão estar disponíveis para utilização racional do controle químico em um
programa de manejo integrado de pragas no sistema de produção de milho, visandoà manutenção dos agentes de controle biológico já presentes e/ou aqueles liberados
em uma estratégia de controle biológico aplicado.
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Conclusões gerais
De acordo com os bioensaios de seletividade realizados, com as fases
imaturas e adulta (persistência) de T. pretiosum e considerando os produtosavaliados, pode-se concluir que:
- os agrotóxicos inócuos (classe 1) para as fases imaturas de T. pretiosum e
aqueles de vida curta (classe 1) e levemente persistentes (classe 2) podem ser
utilizados no manejo fitossanitário da cultura do milho, pois, segundo a metodologia
da IOBC/WPRS, são seletivos ao parasitoide;
- os inseticidas, dentre os agrotóxicos avaliados, são mais nocivos às fases
imaturas de T. pretiosum , principalmente, organofosforados;- os inseticidas piretróides são os mais seletivos às fases imaturas de T.
pretiosum , embora também afetem a emergência do parasitoide, principalmente
quando exposto na fase de pupa;
- os inseticidas Lannate BR, Match EC e Tracer apresentam toxicidade mais
pronunciada às fases imaturas iniciais de desenvolvimento de T. pretiosum ,
principalmente para ovo-larva;
- os fungicidas avaliados são os agrotóxicos mais seletivos às fases imaturasde T. pretiosum , apesar de afetarem a emergência, principalmente quando exposto
na fase de pré-pupa e pupa do parasitoide;
- os herbicidas avaliados também são considerados seletivos às fases
imaturas de T. pretiosum , exceto Gramoxone 200 que é levemente nocivo (classe 2)
para a fase de pupa. A emergência do parasitoide, entretanto, demonstrou ser mais
afetada quando os herbicidas são pulverizados na fase de pré-pupa;
- a fase imatura de pupa de T. pretiosum nem sempre é a mais tolerante aos
efeitos nocivos dos agrotóxicos;
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- os inseticidas do grupo químico dos organofosforados nocivos à fase
imatura também tendem a serem nocivos aos adultos de T. pretiosum , porém menos
persistentes do que os piretróides;
- os fungicidas avaliados que são inócuos aos imaturos de T. pretiosum ,
também são inócuos aos adultos do parasitóide.
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