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GUIA DE ESTUDOS AGNU (2050) A crise mundial de alimentos Taynara Ferreira Santos Diretora Leonardo Merli Diretor Assistente Paula Mendes Diretora Assistente

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GUIA DE ESTUDOS

AGNU (2050) A crise mundial de alimentos Taynara Ferreira Santos Diretora Leonardo Merli Diretor Assistente Paula Mendes Diretora Assistente

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES.......................................................................... 02 2. APRESENTAÇÃO DO TEMA ...................................................................................... 04 2.1 A Crise Mundial de Alimentos.................................................................................. 04 2.1.1 Questões Ambientais............................................................................................. 06 2.1.1.1 O Acordo de Paris.................................................................................................. 07 2.1.1.2 O Problema do Gado............................................................................................. 08 2.1.1.3 Emissão de Gases: China e Estados Unidos ....................................................... 09 2.1.1.4 Abelhas e o Problema da Polinização................................................................... 10 2.1.1.5 A Praga da Banana................................................................................................ 11 2.1.2 O Uso de Agrotóxicos............................................................................................ 12 2.1.3 O Desperdício.......................................................................................................... 13 2.1.4 A Especulação dos Alimentos............................................................................... 14 2.2 Acontecimentos a partir de 2016............................................................................. 15 3. A ASSEMBLEIA DAS NAÇÕES UNIDAS.................................................................... 16 4. QUESTÕES RELEVANTES PARA O DEBATE........................................................... 17 5. POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES........................................................................ 17 5.1 Banco Mundial........................................................................................................... 17 5.2 Estados Unidos da América .................................................................................... 18 5.3 Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura ...................... 18 5.4 Programa Mundial de Alimentos.............................................................................. 18 5.5 República Centro-Africana........................................................................................ 19 5.6 República do Chade ................................................................................................. 19 5.7 República Popular da China..................................................................................... 19 6. LISTA DE DELEGAÇÕES............................................................................................ 21 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................ 26 ANEXO A .......................................………………………………………....……..…........... 29

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1. APRESENTAÇÃO DOS DIRETORES

Olá meus mais novos amigos e parceiros!

Eu sou Taynara Ferreira e com muita satisfação vou ser diretora do comitê que

simulará a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) 2050! Sou aluna do 5º período

de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC

Minas). Já participei do Modelo Intercolegial das Nações Unidas (MINIONU) em 2014,

quando fui voluntária do Comitê Guerra do Peloponeso (CGP), e em 2015, no qual fui

Diretora Assistente do Comitê AGNU 2011 – Felicidade: uma abordagem holística sobre

desenvolvimento. Particularmente neste trabalho, tenho colocado toda a minha dedicação

e o meu carinho para que a experiência ultrapasse três dias de simulação e transborde

para a vida. Eu desejo a vocês um ótimo trabalho, de muita parceria! Tenho certeza que

com o esforço de cada um vai ser maravilhoso e muito proveitoso! Um abraço!

Para melhor integração da equipe, desenvolvimento do tema e esclarecimento de dúvidas

segue os nossos contatos:

Blog: http://17minionuagnu2050.wordpress.com/

E-mail: [email protected]

Taynara Ferreira

Diretora

AGNU 2050 – A Crise Mundial de Alimentos

_____________________

Saudações prezadas (os) delegados,

E sejam bem-vindos à 17ª edição do MINIONU! Sou Emílio Lorenção Del Pupo,

um de vossos diretores-assistentes no comitê sobre a crise mundial de alimentos, o

AGNU 2050. Sou aluno de graduação em Relações Internacionais na PUC MG, cursando

o 3° período, atualmente. Comecei a construir minha carreira no MINIONU no último

semestre, onde atuei como voluntário para o Tribunal Penal Internacional para Ruanda

(TPIR) em 1994. Foi uma experiência única e que me moldou plenamente em quem sou

hoje. O MINIONU me redefine cada vez mais, e espero passar toda essa emoção a

vocês, nossos caros delegados. Sua presença só engrandece ainda mais esse grandioso

projeto!

Atenciosamente,

Emílio Lourecao Del Pupo

Diretor Assistente

AGNU 2050 – A Crise Mundial de Alimentos

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Caros Delegados da AGNU 2050,

Me chamo Leonardo Carbonezze Merli, estou no 2° período de Relações

Internacionais. Participei do MINIONU 2015 como voluntário e hoje estou concretizando o

desejo de me tornar diretor assistente, pois o projeto proporciona experiências únicas,

ajuda-nos a crescer pessoalmente, melhora nossa construção de opinião, abre nossos

olhos para perspectivas diferentes e aumenta nosso contato com a diplomacia. Além da

argumentação que é colocada em teste, pois é preciso expor o seu pensamento e

conquistar o apoio de outros para alcançar os objetivos almejados. Tomara que o AGNU

2050 possa trazer o mesmo (senão melhor) sentimento de satisfação que me trouxe como

voluntário, pois é um evento bem estruturado e elaborado pensando justamente em

vocês, delegados. Espero que eu e meus colegas diretores possamos proporcionar uma

edição incrível a todos, até breve!

Atenciosamente,

Leonardo Merli

Diretor Assistente

AGNU 2050 – A Crise Mundial de Alimentos

_______________________

Prezados Delegados,

Meu nome é Paula Hermeto Mendes, sou aluna do 5º período de Relações

Internacionais e esta será a segunda vez que participo do MINIONU. Na edição anterior,

contribui para a organização e logística do evento como voluntária externa e me encantei

pela proposta do projeto. Com o MINIONU, vemos o mundo por outros olhos, escutamos

diferentes percepções da realidade, buscamos soluções para problemas que estão em

pauta na agenda internacional atualmente, exercemos nosso papel de cidadãos que

querem gerar uma mudança, e aprimoramos nossas habilidades de pensamento crítico,

liderança, eloquência e trabalho em equipe. Estou muito animada e otimista com o tema

do nosso comitê: A Crise Mundial de Alimentos é um problema atual gravíssimo e cabe a

nós levantarmos consciência e buscarmos alternativas sustentáveis. Espero que vocês

tenham uma experiência enriquecedora nesta edição e que o MINIONU os conquiste da

forma que nos conquistou! Desejo a todos uma ótima preparação!

Atenciosamente,

Paula Hermeto Mendes

Diretora Assistente

AGNU 2050 – A Crise Mundial de Alimentos

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2. APRESENTAÇÃO DO TEMA

A partir deste trabalho, será apresentada a Assembleia Geral das Nações Unidas

de 2050, com o tema “A Crise Mundial de Alimentos”, objetivando introduzir aos

delegados e aos envolvidos as propostas e metas da respectiva simulação, tal como

contextualizar os atores no ano proposto de acordo com as previsões que serão

claramente estabelecidas posteriormente neste documento. Além disso, a segurança

alimentar, suas causas, consequências e questões serão gradualmente tratadas para que

haja uma melhor compreensão dos caminhos do debate.

A necessidade e o direito ao alimento são intrínsecos ao homem, porém, a

conquista e a forma de consumo dele variam de acordo com a região, cultura e,

sobretudo, o clima. O que pode ser percebido é que há décadas que essa disponibilidade

tem mudado drasticamente ao redor do mundo, ameaçando tanto os países pobres

quanto os países ricos a fome. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em

2016, metade da população da República Centro-Africana passava fome (METADE DA...,

2016), o que chama absoluta atenção para o assunto e a necessidade da tomada de uma

decisão.

A simulação ocorrerá em 2050 – de acordo com a ONU nesse ano há dois bilhões

de pessoas no mundo e uma ameaça constante de falta de alimentos (UNITED

NATIONS, 2012). Além disso, estima-se que em 2080 haverá 600 milhões de pessoas a

mais na linha da desnutrição, especificamente por conta das mudanças climáticas

(MUDANÇA ..., 2015). De acordo com esses dados, propõe-se ao Comitê, formado por

jovens delegados, a discussão de questões que envolvam esse importante tema, como o

comércio de alimentos, o meio ambiente e o desperdício, para que juntos sejam pensadas

soluções globais e interessantes para a resolução final. Por isso, chama-se a atenção dos

delegados para o compromisso de acompanhar atenciosamente os meios com os quais

nos comunicaremos além de incentivar a parceria para o esperado sucesso do comitê.

2.1. A Crise Mundial de Alimentos

A busca por eficiência, lucros e recordes fez os industriais de todo o mundo

usarem os recursos naturais ao máximo, como se fossem inesgotáveis e desnecessários

para a continuação da vida. Além de também produzirem materiais e produtos, como o

plástico e os agrotóxicos, que influenciam diretamente na qualidade do uso da terra, do

alimento e na poluição. Como consequência profunda desses atos, o meio ambiente

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acabou por entrar em desequilíbrio e houve, portanto, a manifestação intensificada dos

desastres naturais e das mudanças climáticas. Assim, há automaticamente uma

dificuldade maior na produção de alimentos, o que acaba por causar o aumento de seus

custos e dando início a crise alimentar (O CAPITALISMO..., 2009). O que foi produzido

vai para quem consegue pagar preços mais altos e tais pessoas estão majoritariamente

localizadas em países ricos, deixando então, os indivíduos dos países pobres a ameaça

da desnutrição, como se pode observar no Mapa da Fome de 2015, presente no anexo

deste arquivo. (WORLD FOOD PROGRAMME, 2015). Além disso, a partir do momento

que os alimentos se tornam mercadoria de especulação, passível a oferta e demanda, os

preços acabam por aumentarem, pois mesmo havendo um alto nível de produção o preço

de mercado deve ser mantido. (MAGDOFF, 2008)1.

No Hunger Map, se percebe que a Coreia do Norte, a Namíbia, o Chade, a Zâmbia

e a República Centro-africana estão no índice de alerta. (WORLD FOOD PROGRAMME,

2015). Esse fato pode ser percebido de acordo com a taxa da população que passa fome,

correspondendo a 35% ou mais do número de cidadãos. Com exceção da Coreia do

Norte, que não disponibiliza informações, os demais países são caracterizados pelo alto

índice de corrupção, violência e baixos números em educação e renda, sendo eles,

portanto, extremamente vulneráveis e incapazes de uma concorrência pelos alimentos.

Em 2014 estimava-se que havia 805 milhões de pessoas na faixa da desnutrição crônica

e que esse número acabaria por aumentar gradualmente com o agravante do desperdício.

(FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF UNITED NATIONS, [s.d.]a). Esse é

registrado em torno de 1.3 bilhão de toneladas de alimentos no lixo, derivados do

processo inicial de produção até armazenagem (BOJANIC, 2014).

O aumento dos preços vem ocorrendo, sobretudo, com os cereais, pois eles estão

sendo mais procurados por conta da produção de biocombustíveis. Ademais esses são

muito sensíveis às mudanças climáticas, dificultando assim o seu plantio e a sua colheita.

(CANTO, 2012). No período entre 2007 e 2008, o preço do trigo aumentou 130% durante

uma significativa crise alimentar, motivada, segundo Magdoff (2008), pelo aumento do

preço do petróleo, do milho, da soja, e dos alimentos por falta de autossuficiência.

(MAGDOFF, 2008). O resultado desse período foi o acréscimo de mais 100 milhões

indivíduos passando fome. (HARKNESS, 2011). Em 2011, houve um aumento parecido

nos preços, mas que não chegou a ser réplica de 2008. (VIVAS, 2011).

1Sugere-se ler sobre este assunto os seguintes: (i) http://www.odiario.info/?p=2504; (ii) http://goo.gl/HdXAGr; e (iii) http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1097

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Na tabela da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura,

vê-se o valor médio de alimentos muito importantes para o consumo humano e seus

respectivos aumentos em 2008 e 2011, o que coincide com os períodos de crise

econômica, no qual as pessoas se tornam mais passíveis ao desemprego. (ABE, 2011;

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF UNITED NATIONS, [s.d.]c). Esse

processo de encarecimento faz dos alimentos essenciais raridades na mesa e evidencia

uma reflexão muito profunda e tocada de que os alimentos são apenas mais um dos

produtos de especulação, que podem ser comprados ou rejeitados de acordo com o

mercado. (VIVAS, 2011).

2.1.1. Questões Ambientais

Neste tópico objetiva-se tratar das questões ambientais como todos aqueles

impasses e mudanças profundas que vêm dificultando e que ameaçam dificultar a

produção e distribuição de alimentos, graças a alteração cada vez mais brusca das

mudanças climáticas e de outras fronteiras planetárias, como cita Rockstrom et al (2009).

Esse autor cria o conceito de limites planetários, que seriam “fronteiras” limitadas onde os

humanos poderiam operar seguramente, na qual, caso os atravessem, catástrofes de

dimensões globais podem acontecer. Estes limites são: (1) mudanças climáticas, (2)

acidificação dos oceanos, (3) depreciação da camada de ozônio, (4) Ciclos

biogeoquímicos do Nitrogênio e do Fósforo, (5) Uso excessivo de Aerossóis, (6) Uso da

água doce, (7) Mudanças no uso da terra, (8) Poluição Química e (9) Perda da

Biodiversidade, sendo que três deles já foram ultrapassados (perda da biodiversidade,

ciclo do nitrogênio e mudanças climáticas). (ROCKSTROM et al, 2009).

A solução que se imagina para a preservação dessas fronteiras são mudanças

reformistas por parte dos Estados. Porém, para que isso seja feito, é necessário que a

prioridade deixe de ser a soberania e a conta exata do custo-benefício. As consequências

do desequilíbrio ambiental nem sempre são imediatos e o resultado da prevenção

também não, por isso existe uma resistência com investimentos que serão colhidos no

longo prazo. (VIOLA; FRANCHINI, 2012).

A partir fundamentalmente dessas macro razões, cadeias de transformações

acontecem e chegam no nosso dia a dia e nos nossos alimentos, que se tornam mais

difíceis, caros e o motivo de desigualdade e conflito. Portanto, alguns sub tópicos a seguir

mostram alguns acontecimentos institucionais de destaque relacionados ao ambiente.

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2.1.1.1. O Acordo de Paris

A 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção-Quadro das Nações

Unidas sobre Mudança Climática de 2015 foi a mais recente tentativa de estabelecer um

acordo universal, com força legal, para a contenção das mudanças climáticas. A

Conferência aconteceu na França, onde 195 países membros da Convenção do Clima da

ONU e a União Europeia ratificaram o Acordo de Paris, que entrou em vigor em 2020

(CONFERÊNCIA DO..., 2015). A subscrição formal do acordo estava marcada para o dia

22 de Abril de 2016, e para a sua aprovação deve ser ratificado por pelo menos 55

nações que representem no mínimo 55% das emissões globais dos gases prejudiciais ao

meio ambiente. (GARCIA, 2015).

O Acordo de Paris envolve todas as nações em um esforço coletivo para limitar o

aumento da temperatura da terra a apenas 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.

(GARCIA, 2015). A escolha desse limite foi baseada em declarações de cientistas que

afirmam que se a temperatura chegar a um aumento de 2ºC, o mundo estaria condenado

a uma situação irreversível e a efeitos devastadores, como a escassez de alimentos e

água, secas, elevação do nível do mar, e outras mudanças climáticas extremas

(CONFERÊNCIA DO..., 2015). Visando se manter distante dessa assustadora realidade, o

acordo fechou a meta com uma margem de segurança de 0,5ºC abaixo do previsto pelos

cientistas.

Além do estabelecimento dessa meta, o acordo requer que os países comuniquem

suas ambições contributivas e que continuem a fazer isso de cinco em cinco anos a partir

de 2020. (UNITED NATIONS, 2015). O primeiro encontro após a Conferência foi marcado

para 2023 e até lá o tratado também tem a função de acompanhar e revisar as medidas

tomadas pelos países para garantir o seu engajamento no projeto. (BARBOSA, 2015).

Outra questão abordada na Conferência foi a do financiamento climático. Os países

desenvolvidos consentiram em contribuir com US$ 100 bilhões por ano em medidas de

combate ao aquecimento global em países em desenvolvimento que não possuem

recursos para fazê-las sozinhos (CONFERÊNCIA DO..., 2015).

A repercussão global do acordo foi em geral positiva. Organizações não

governamentais (ONGs), entidades ambientalistas e outros importantes agentes

internacionais manifestaram seu apreço pelo acordo e pelo seu objetivo de reduzir os

riscos da mudança climática. O ex-Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, reforçou a

importância histórica do documento e reconheceu a potencialidade do acordo de colocar

“o mundo em um novo caminho, para um futuro resiliente ao clima e de baixas emissões.”

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(BAN KI MOON apud BARBOSA, 2015, pág. 2). Apesar da receptividade ao acordo, ele

apresenta algumas falhas na sua constituição. No documento, falta a estipulação concreta

de quanto cada país deve reduzir, permitindo que essa decisão seja tomada de forma

voluntária por cada nação. Essa liberdade ameaça o objetivo final do acordo, já que as

metas determinadas nacionalmente podem não ser o suficiente para limitar o aumento da

temperatura global em apenas 1,5ºC.

Apesar da identificação de algumas imperfeições, o acordo foi considerado um

sinal forte e importante da disposição da comunidade internacional de ampliar sua

contribuição para um mundo mais limpo e sustentável. Espera-se que o acordo prepare o

terreno para o progresso e desenvolvimento de novas medidas para o corte das emissões

de carbono. Segundo Kumi Naidoo, da Greenpeace, “o acordo sozinho não nos tirará do

buraco em que estamos, mas faz com que a subida seja menos íngreme.” (NAIDOO apud

GARCIA, 2015, pág. 4).

2.1.1.2. O Problema do Gado

Um dos motivos da Crise Mundial de Alimentos, desencadeada em 2007, de

acordo com relatórios da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

(FAO), foi o aumento da demanda por alimentos em países em desenvolvimento como o

Brasil, Índia e China. Esse aumento foi gerado pelas altas taxas de crescimento

econômico que alguns países apresentaram durante 2007 e 2009 e pelo consequente

aumento do poder aquisitivo de membros de diferentes classes sociais. O aumento do

poder de compra da população fez com que o consumo geral de alimentos aumentasse

em particular o consumo de carne e laticínios, além dos tradicionais cereais como milho e

trigo (INTERNATIONAL CENTRE …, 2008).

Segundo a FAO, de 1970 a 2010, o consumo de carne nos países em

desenvolvimento dobrou e, com ele, houve também o aumento do consumo de cereais, já

que esses são necessários para a produção da ração dos animais. Para a produção de

um quilo de carne, são necessários sete quilos de cereais, o que torna a situação ainda

mais insustentável. Na China, de 1990 a 2010, o consumo de carne por pessoa subiu de

20 para 50 quilos por ano. (FABRIZ; DE OLIVEIRA; HADAD, 2010).

Esse aquecimento da demanda, além de influenciar a Crise através do aumento

dos preços e da escassez de alimentos, tem também gerado problemas para o meio

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ambiente. Segundo um relatório publicado pela ONU em 20062, a pecuária é uma das

principais práticas influenciando as mudanças climáticas, a poluição do ar, da água, a

degradação do solo e a perda de biodiversidade. (ALBERTI, 2013).

De acordo com especialistas agrônomos, a criação intensa de gado, além de

utilizar cerca de 8% da água do planeta para a irrigação e cultivo de ração animal, é

também responsável pela contaminação da mesma por dejetos animais, fertilizantes e

pesticidas usados na produção da ração. Ademais, a indústria bovina impacta

negativamente o ambiente através do desmatamento e aplicações de recursos

tecnológicos em grandes extensões de terra para a criação do gado. A criação de

extensos pastos é capaz de destruir ecossistemas, degradar o solo e poluir recursos

hídricos. A pecuária é a principal responsável pelo desmatamento da Floresta Amazônica,

uma vez que 75% da área desmatada na Amazônia Legal é ocupada por essa atividade.

(ALBERTI, 2013).

Outro efeito da pecuária sobre o meio ambiente é a emissão do gás metano,

comprovado a ser 21 vezes mais prejudicial que o gás carbônico. Bovinos emitem, em

média, 56 quilos por ano de metano, com variações dependendo da sua dieta. (ALBERTI,

2013). Estimativas afirmam que 70% das emissões de gás metano no ambiente são

derivadas da atividade humana na proliferação da pecuária. (DE LIMA, 2015). Em suma,

percebe-se que o problema do gado, ao mesmo tempo em que aumenta a Crise Mundial

de Alimentos, também gera diversos problemas relacionados ao meio ambiente, como a

contaminação da água, o desmatamento e as mudanças climáticas.

2.1.1.3. Emissão de Gases: China e Estados Unidos

Um país desenvolvido e em desenvolvimento depende profundamente de uma

energia eficiente, acessível e de baixo custo para tornar o produto mais barato e o lucro

maior. Porém, essas energias mais comuns são absolutamente prejudiciais ao ambiente

por serem originadas de fósseis, carvão e gás natural, que após serem queimados se

tornam dióxido de carbono, que é um grande responsável do aquecimento global,

juntamente com o gás metano. (O ECO, 2014).

Desde 2006, a China é maior emissora de gases do globo, estima-se que 9.7 giga

toneladas de dióxido de carbono são emitidos por ano. (DOYLE, 2015). Uma das maiores

causas desse dado é o uso intensivo em carvão, que subestimou suas expectativas.

2 Sugere-se ler o Relatório “Tackling Climate Change Thorugh Livestock” na íntegra: disponível em

<http://www.fao.org/3/i3437e.pdf>

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(CHINA, DOENTE..., 2015). Segundo Alves, o cenário é de que a China superará em

2023 os Estados Unidos da América (EUA) em emissão de gases no período histórico

que vai de 1990 a 2016, o que se torna absolutamente assustador para o aquecimento

global. (ALVES, 2015). Mesmo com esses fatos, vê-se o interesse chinês em mudar a

partir do investimento em energia verde e desenvolvimento sustentável (FONTES DE...,

2016).

Já os EUA se se destacava, em 2015, como o segundo maior emissor de gases

de efeito estufa e um grande intolerante na hora de se fechar acordos climáticos, por estar

contrário a flexibilização de metas de emissão de gases de efeito estuda e aumentos dos

custos com investimentos em energia limpa. Um destaque neste histórico é o Protocolo

de Kyoto que não foi ratificado com a justificativa de que “atrapalharia a economia

americana” (BARKER; ENKINS, 2004). A partir da eleição de Barack Obama em 2009, é

possível ver algumas mudanças, como o Ato de Energia Limpa e Segurança

(HETSGAARD, 2009), que incentiva a produção de carros híbridos e aumento do uso da

energia renovável (EUA E CHINA..., 2014). Um importante fato neste avanço dos EUA e

China é o acordo de que até 2020 diminuirão 28% das emissões de gases (EUA E

CHINA..., 2014).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a poluição influencia mais de

sete milhões de mortes por ano (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÙDE, 2015),

principalmente de pessoas que trabalham em atividades que envolvem lixo tóxico e que

vivem em grandes centros industriais (METADE DA..., 2016). Em 2015, a China

permaneceu em alerta vermelho no nível de medição da qualidade do ar, o que chamou a

atenção do país aos cuidados com o meio ambiente, a necessidade do uso de máscaras

e a promoção de doenças (WONG, 2015).

2.1.1.4 Abelhas e o Problema da Polinização

A polinização é basicamente o transporte do pólen de um lugar para o outro,

promovendo o nascimento de novas plantas. (POLINIZAÇÃO, [s.d.]a). É através de tal

processo que se mantém a biodiversidade do ecossistema. Esse processo pode ser feito

pelo vento ou por insetos – como, por exemplo, as abelhas, que se mostram as mais

adaptadas para desempenha-lo, graças a um corpo que se enche de pólen facilmente e a

uma vibração que viabiliza a distribuição no solo, além da grande quantidade de flores

que visita. (POLINIZAÇÃO..., [s.d.]b).

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Segundo Fonseca (2014), a polinização representava em 2014 cerca de 10% do

valor da produção agrícola mundial, além de representar cerca de 75% da produção de

alimentos, direta ou indiretamente (FONSECA apud TOLEDO), ou seja, propositalmente

ou naturalmente, demonstrando o poder que os polinizadores possuem. Porém, com as

mudanças climáticas e o uso de pesticidas, por exemplo, os habitats das abelhas estão

sendo transformados ou destruídos. Esse fato acaba por causar uma diminuição drástica

desses insetos no meio ambiente, contrariando a demanda do mercado de alimentos, que

está cada vez maior (TOLEDO, 2014). O processo de contração da população das

abelhas é chamado de “desordem do colapso das colônias” (TOLEDO, 2014), e vem

atingindo todos os continentes.

Estima-se que existem três causas principais que causam a morte das abelhas: (i)

pesticidas; (ii) monocultura; e (iii) mudanças climáticas. Em relação à primeira causa se

pode afirmar que a utilização dos pesticidas é responsável por diminuir a capacidade de

voo das abelhas ou até a morte das abelhas. (TOLEDO, 2014). O cultivo em forma de

monocultura acaba por destruir a biodiversidade, motivando assim, as abelhas a

buscarem alimentos em locais com maiores distâncias. (FONSECA apud TOLEDO,

2014). Finalmente em relação às mudanças climáticas pode se afirmar que essas causam

um desequilíbrio do ecossistema e do clima, prejudicando dessa forma os insetos.

(TOLEDO, 2014).

Apesar de existir essa relação é possível de se aplicar uma lógica inversa. As

plantações estão cada vez maiores, ocorrendo desta forma uma utilização maior de

pesticidas. Ademais também existe uma maior quantidade de desmatando e queimadas.

Ambos os fatos acabam por causar a destruição e a morte dos agentes polinizadores.

Apesar disso, há uma dependência cada vez maior das abelhas no cultivo, tanto para

compensar as que foram perdidas, quanto para acompanhar o crescimento da produção

agrícola, mostrando que se destrói as abelhas e precisa-se cada vez mais delas

(TOLEDO, 2014).

2.1.1.5 A Praga da Banana

A banana é a fruta mais consumida no mundo, principalmente a do tipo Cavendish,

graças ao elemento cultural. (BANANAS CORREM..., 2016). Porém, um fungo chamado

Fusarium oxysporum tem incomodado muito os produtores de banana. Esse é apelidado

como “O mal do Panamá” (Panama Disease), sendo um patógeno do solo que infecta as

raízes da bananeira e avança através do sistema vascular da fruta. Não tinha sido

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encontrado, ate 2016, uma cura para essa doença. Ademais não existe uma forma de

controlar a mesma, a não ser por um tratamento intensivo do solo, o que acaba por

prejudicar o meio ambiente, se tornando, portanto uma opção inviável. (WHAT IS...,

[s.d.]). Esse fungo vem se alastrando e já foi encontrada em países com a China, a

Indonésia e a Filipinas. Ademais, está há indícios que esteja alcançando a América do Sul

e a África.

A grande questão é que não existe banana que seja imune à doença, que possui

como efeito a longa sobrevivência no solo (BANANAS CORREM..., 2016). Desta maneira,

quando cultivarem no local novamente, os clamidósporos germinam, infectam a planta e a

matam, ou seja, o solo contaminado deixa impossível a condição de produzir bananas

(WHAT IS..., [s.d.]).

Os cientistas e pesquisadores procuram uma cura para esse fungo, e até mesmo

tentam modificar geneticamente a banana para que essa se torne imune e não seja

afetada pelo “mal do Panamá”. (BANANAS CORREM..., 2016). Isso acaba por se tornar

uma tarefa de caráter emergencial, devido à globalização o que acaba por interligar todas

as regiões do mundo. Assim, é apenas uma questão de tempo até que o fungo se alastre

e danifica as produções na América do Sul e na África, gerando uma crise econômica em

países que dependem da exportação de banana e aumentando a crise de alimentos nos

países que dependem da banana na sua alimentação diária.

2.1.2 O Uso de Agrotóxicos

Os agrotóxicos são uma ferramenta utilizado no controle de pragas, doenças ou

plantas daninhas, com o objetivo de otimizar a produção agrícola e são divididos em três

tipos: (i) inseticidas, (ii) fungicidas e (iii) herbicidas. (O QUE..., 2010). Esses foram criados

durante a Primeira Guerra Mundial com a função de serem armas químicas e, só

posteriormente passaram a ser usados na produção de alimentos. (SOARES, 2007).

No pós-guerra, com a Europa passando fome, viu-se a oportunidade de

desenvolver a agricultura, nascendo a “Revolução Verde”, que almejava aumentar a

quantidade de alimentos para saciar todos que passavam fome no planeta. Essa

revolução trouxe com ela a contaminação ambiental e não conseguiu erradicar a fome. Ao

contrário, gerou milhares de pessoas sem uma alimentação na quantidade necessária de

calorias e proteínas, e outras subnutridas ou mortas de fome. Porém, o uso de

agrotóxicos foi eficaz no combate contra epidemias causadas por doenças tropicais, como

por exemplo, a tentativa de erradicar a malária. (SOARES, 2010).

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Algumas propriedades dos agrotóxicos são extremamente prejudiciais para a

saúde, pois eles se infiltram nos alimentos, e ao serem comidos se acumulam nos tecidos

gordurosos dos animais e nos homens, o que eleva o risco de câncer e danos genéticos.

Mas não é apenas os alimentos que são afetados, por ser um pesticida muito potente, ele

acaba por atingir muito além do que pragas, alcançando também inúmeras outras

espécies, como insetos, pássaros e peixes – o que acaba por causar um desequilíbrio no

ecossistema. Os agrotóxicos possuem um alto nível de toxicidade e dessa forma mesmo

sendo diluídos pela chuva, eles permanecem no meio ambiente por um longo período.

Assim, há uma possibilidade de contaminar mais locais, e mais espécies contaminadas

migram infectam outros ambientes, aumentando dessa forma o raio de contaminação.

(SOARES, 2010).

Sendo assim, uma das maiores discussões na agricultura é em relação ao uso de

agrotóxicos e se o seu benefício justifica todo o mal que causa a saúde e ao desequilíbrio

ambiental. Suas consequências são drásticas e acompanham os animais até a sua morte,

além de tornar as pragas agrícolas mais fortes através da mutação. Existem alternativas

de biopesticidas, que ainda não se tornaram populares (AIRES, 2013).

2.1.3 O Desperdício

O desperdício de alimentos é uma parte importante da “perda de alimentos” (Food

loss) na indústria alimentícia – a perda de alimentos consiste em uma diminuição na

qualidade ou quantidade de comida. No entanto, os alimentos caracterizados como

“desperdiçados”, ou seja, os que estagnaram e/ou passaram da data de validade, seriam

removidos da categoria de “próprios para consumo”. Essa condição seria principalmente

causada por um comportamento econômico, negligência para com os alimentos ou

insuficiência no gerenciamento dos alimentos armazenados. Os produtores de alimentos

têm motivos que vão além do não intencional desperdício de alimentos, com forte

motivação e conjuntura econômica por detrás. (FOOD AND AGRICULTURE

ORGANIZATION OF UNITED NATIONS, 2014).

Aproximadamente um-terço dos alimentos produzidos para consumo humano são

perdidos, ou então desperdiçados (isso equivale bilhões de toneladas ao ano). O diretor-

geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José

Graziano da Silva, pronunciou a respeito do tema em um fórum na Dinamarca afirmando

que “se reduzirmos a perda e o desperdício de alimentos para zero, poderemos alimentar

2 bilhões de pessoas a mais.” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2013, pág. 1).

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Problemas que comumente resultam em desperdício são resultados de

infraestruturas inadequadas; ou ainda, de descasos nas fases de comercialização e

consumo. Quanto ao desperdício, que ocorre principalmente nas fases de colheita,

transporte e armazenamento, Graziano da Silva afirma que, para que se reduza o

desperdício, “é preciso investir mais em diversas áreas, especialmente na infraestrutura,

como estradas, armazéns e transportes refrigerados para a melhor conservação dos

produtos e na melhoraria da informação sobre o mercado” (ORGANIZAÇÃO DAS

NAÇÕES UNIDAS, 2013, pág. 2).

Uma alternativa pioneira dessa questão que vem sendo modelo é a iniciativa

SAVE FOOD da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, que

busca a diminuição da perda de alimentos e para a redução do desperdício através da

parceria com empresas privadas, agências e instituições financeiras para viabilizar a

conscientização do desperdício no mundo e a sua queda, tornado mais acessível a

distribuição. (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF UNITED NATIONS,

2016).

2.1.4 A Especulação dos Alimentos

O comércio de mercadorias funciona a certa lógica altamente capitalista de que

em que tudo o que há demanda se pode colocar uma etiqueta de preço e criar uma linha

de produção. Porém, os alimentos possuem especificidades e não podem ser produzidos

em fábricas, como outras mercadorias, o que afeta profundamente sua distribuição e a

vulnerabilidade da oferta.

O cultivo de alimentos em escala global tem aumentado cada vez mais por dois

motivos: a crescente demanda (gerada pela maior natalidade e expectativa de vida) e o

desenvolvimento de tecnologias que optimizam os processos. Isto acaba por afetar a

necessidade de combustiveis fósseis, aumentando a sua demana para que seja possível

fazer a manutenção dos equipamentos necessários, afetando assim os preços dos

alimentos. (ASHTON, 2012).

Associado ao aumento da demanda está a transformação de muitas áreas

florestais em monoculturas que, como já visto em outro tópico, causa péssimas

consequências aos polinizadores e ao equilíbrio ambiental (FONSECA apud TOLEDO,

2014). Dentro dessa questão, os desastres naturais e as mudanças sazonais tem sido

uma causa profunda e fundamental para o aumento dos preços, como mostrado neste

arquivo.

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Diante destes pontos – o aumento da demanda, o aumento da produção, e o

desequilibrio ambiental – vê-se um jogo de dois lados, pois se produz o suficiente para

alimentar a todos, porém existem perdas que, associadas com o aumento dos custos do

processo, mudam o preço final. Esta situação, então, é tratada claramente na lógica

capitalista – quem tiver dinheiro, consegue comprar e quem não possuir dinheiro fica sem

conseguir adiquirir os alimentos – colocando milhões de pessoas no mundo na faixa da

fome (CANTO, 2012).

O ex- diretor da FAO, José Graziano da Silva, disse em entrevista que os índices

de preços internacionais não devem ser introduzidos nas populações sem correta

avaliação de cada mercado e nivel de renda (BELICANTA apud ONU, 2012), pois, sabe-

se que, sobretudo os países subdesenvolvidos não possuem capacidades para demandar

com veemência uma distribuição de alimentos mais igualitária e conseguir limitar os

poderes dos agricultores em relação ao tamanho da produção e o preço que será

estipulado, ficando, portanto, dependente da sua agricultura de subsistência,

extremamente vulnerável às mudanças climáticas. (GIRARDI, [s.d.]).

Uma observação dentro deste tópico é que o preço geralmente está associado ao

índice de inflação e as leis comerciais do país, porém, é claro que os países citados

anteriormente, principalmente os subdesenvolvidos, não possuem uma estabilidade

política e financeira, o que torna o processo de especulação ilimitado.

Desta maneira, se vê a especulação dos alimentos como uma poderosa barreira

ao se buscar uma nutrição de qualidade globalmente, visto que etiqueta o alimento de

acordo com margens de lucro, segregando o cliente através do poder aquisitivo.

2.2. Acontecimentos a partir de 2016

❖ 2018: Crise Econômica na China causada principalmente pelo crescimento da

demanda interna. A maior consequência foi a diminuição da exportação que afetou

todas as transações comerciais neste ano.

❖ Meados de 2019: A situação comercial e financeira internacional se regulariza.

❖ 2024: Surto da bacteria Ralstona campestres no Brasil que abalou a produção

agrícola e toda a cadeia de venda, gerando uma profunda crise de emprego.

❖ As revisões do Acordo de Paria de 2020 e 2025 demonstraram uma maior aceitação

do projeto de criação de um organismo jurídico, sugerido pelo Chile, em 2015.

❖ 2027: Uma crise baseada nas secas nos EUA afeta profundamente a importação de

alimentos, influenciando pelo menos 80 países no mundo.

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❖ 2030: O Brasil resolve a crise de forma definitiva, porém tem cicatrizes profundas dos

efeitos como o restabelecimento da produção e do mercado. Nesse mesmo tempo

ascendeu-se uma crise alimentar na China provocada pela contaminação de

plantações de arroz pelo Cadium.

❖ 2032: Resolução da crise alimentar na China, graças a articulação internacional, pois

o comércio se prejudicaria radicalmente, afetando a todos.

❖ 2036: Crise econômica acarretada pela seca na África Central que abala as relações

dos seus importadores, como África do Sul e Moçambique.

❖ 2040: A Argentina, sendo uma grande produtora de leites e carnes, sofre com a gripe

aftosa, que impossibilita completamente o consumo, gerando um caos no país e nos

importadores europeus, principalmente.

❖ 2042: Redução da Vazão do Rio Jordão junto com um aumento da poluição leva a um

detrimento das relações entre a Jordânia, Israel e Palestina que leva a um conflito

acerca do direito a água.

❖ 2048: Primeiro Semestre – Médicos Sem Fronteiras (MSF) publicam um relatório que

indica 300 milhões de pessoas desnutridas no mundo. Ao mesmo tempo outro

relatório da FAO demonstra a lista dos países que mais desperdiçam no mundo,

sendo a França o país que ocupa o primeiro lugar, seguida por Reino Unido e

Alemanha. No segundo semestre deste mesmo ano a crise da contaminação na China

retorna.

❖ 2050: Como resultado dos acontecimentos de 2048 (Crise na China) muitos países

perdem uma fonte de importação de comida gerando o relatório final da FAO que

indica a existência de um bilhão e quinhentos milhões de pessoas passando fome. E

crise de seca nos EUA afeta a exportação de alimentos.

3. ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS

A Assembleia Geral das Nações Unidas é o órgão criado junto ao nascimento da

organização, sendo considerado o mais abrangente, pois todos os membros participam

anualmente dos encontros que possuem uma temática de impacto global, inclusive a

eleição do secretário-geral. As discussões geram propostas de resoluções, que são

votadas, se tornando recomendações formais do órgão, que não envolvem

obrigatoriedade, porém possuem peso político significativo (ORGANIZAÇÃO DAS

NAÇÕES UNIDAS, SD).

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Ademais, o órgão discute sobre paz, direito humanitário, orçamento da

organização, desarmamento, nomeação de membros não permanentes para o Conselho

de Segurança, entre outros. Em busca de igualdade, cada membro possui um voto de

peso igual ao dos demais (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, SD).

Este será o ambiente que formado para o comitê AGNU 2050 – A Crise Mundial

de Alimentos. É necessário, portanto, que algumas características sejam deixadas claras,

como o poder político que o organismo tem, tal como, a possibilidade de convocar

reuniões com outros órgãos mais específicos, correspondentes ao tema discutido, como,

por exemplo, o Conselho de Segurança.

4 QUESTÕES RELEVANTES PARA O DEBATE

● Como devem ser tratados os alimentos: essenciais ou produtos comuns, que

dependem da oferta e demanda do mercado, que segrega os países pobres?

● Como tornar a necessidade de empenho mais efetivo em soluções para a

preservação do ambiente e contenção do aquecimento global?

● Como conseguir conter as consequências dos desastres naturais, como a fome?

● A produção de alimentos transgênicos se dá em função da economia ou da

satisfação das necessidades básicas dos indivíduos?

● Como deve ser o controle dos agrotóxicos?

● Como evitar, transtornar e/ou punir o desperdício?

● É possível a criação de um organismo jurídico atuante que discuta e puna a

exploração dos recursos naturais e suas consequências?

5 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES

Esta sessão pretende auxiliar e demonstrar as colocações dos atores mais

essenciais dentro do debate, norteando os delegados a formularem as crenças e

resoluções a fim de proporcionar coerência nas propostas e na preparação.

5.1 Banco Mundial

A instituição possui o papel de financiar projetos que promovam a diminuição da

pobreza e o crescimento, através do investimento em infraestrutura dentro de países em

desenvolvimento (THE WORLD BANK, [s.d.]). Desta forma, o Banco Mundial é um grande

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ator ao se tornar um ativista na transformação dos Estados mais pobres, ao desencadear

oportunidades de crescimento, e combater a maior limitação que um país pode possuir: a

pobreza, que gera fome e mortes. Além disso, é preocupado com o meio ambiente e os

desastres recorrentes que influenciam diretamente nos resultados planejados. Sendo

assim, a instituição avalia os projetos e propostas de financiamentos, juntamente com a

evolução dos resultados que o Banco Mundial possui nos projetos que trabalhou, agindo

como um defensor preocupado com o atual e o futurístico, se aproximando mais dos

governos locais para promover o trabalho conjunto, humanizado, focado e conscientizado.

5.2 Estados Unidos da América

Os Estados Unidos é um dos maiores produtores e consumidores de alimentos do

mundo, graças a um território continental e uma população bem grande. Esse setor da

economia (produção de alimentos), juntamente com outros, fazem do país uma grande

potência com poderes de negociação dentro dos fóruns, influenciando os seus interesses.

Porém, este vem sofrendo com a crise de alimentos, sobretudo por conta das mudanças

climáticas que atingem as suas plantações (CANTO, 2012). Diante da crise, portanto, o

país se propôs a acordos climáticos, como o com a China (EUA E CHINA, 2014) e as

COP’s, contudo, se mostrando sem disposição em perder números na lucratividade

industrial.

5.3 Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

A FAO, objetivando, em geral, a erradicação da fome, da pobreza e a busca por

uma gestão sustentável dos recursos naturais, é um ator fundamental dentro do combate

a crise por produzir relatórios e políticas para a preservação da fauna e flora, de uma

agricultura de qualidade através de produtores conscientizados, e da promoção da

erradicação da fome. Com o poder de uma agência da ONU, a FAO trabalha firmemente

com seu conhecimento especializado para defender tais objetivos. (FOOD AND

AGRICULTURE ORGANIZATION OF UNITED NATIONS, [s.d.]a).

5.4 Programa Mundial de Alimentos

O PMA é a maior agência humanitária do mundo que luta contra a fome. Esta

trabalha em emergências e em situações de reconstrução de sociedades, além de dar

assistência prolongada a doentes, como portadores de HIV e tuberculosos, e desnutridos,

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entendendo o direito a alimentação de qualidade como uma forma de tratamento e

prevenção. (WORLD FOOD PROGRAMME, SD). De forma prática, portanto, conseguem

ver as consequências da crise alimentar, agindo a partir destas, e buscando a

restruturação das comunidades.

5.5 República Centro-Africana

O país se encontra em um nível de fome alarmante por grande parte da população

não possuir acesso aos alimentos (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, [s.d.]). Isto

acontece como consequência da instabilidade política gerada por conflitos entre grupos

religiosos, que destroem as estruturas do país e ascende a violência. Em busca de

estabilização, a ONU envia Missões de Paz e o Programa Mundial de Alimentos, porém,

estes não conseguem resultados significativos por ter um desafio muito grande. (PIVA;

GOMES, [s.d.]). Portanto, a República Centro-Africana se encontra a mercê da crise de

alimentos, da violência da instabilidade política, que ameaçam milhares de habitantes.

5.6 República do Chade

O país se encontra no nível de desnutrição alarmante, graças a conflitos religiosos

e guerras civis, que tornam incontrolável liderar as riquezas que o país possui, como ouro

e urânio (CHAD COUNTRY..., 2016). Os Médicos sem Fronteiras agem no país e relatam

a profunda necessidade de alimentos e a vulnerabilidade da população a doenças

(MÉDICOS SEM FRONTEIRA, 2012). Portanto, o Chade é extremamente frágil em

relação a qualquer tipo de mudança climática e já se encontra em instabilidade social e

pobreza, que levam a desnutrição.

5.7 República Popular da China

O governo chinês se mostra muito fechado para a publicação de dados

relacionados ao meio ambiente, o que causa uma pressão internacional para saber as

ações do governo dentro do país. Porém, sabe-se que o ar na China já se encontra no

alerta vermelho, graças a uma emissão de dióxido de carbono desastrosa que atinge a

saúde dos habitantes (PEQUIM EMITE..., 2015) e, debate com informações de que os

investimentos em energia limpa têm aumentado substancialmente. Além disso, com mais

de um bilhão de habitantes, a demanda por alimentos e produtos industriais é gigantesca,

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o que motiva a produção, enfatiza as consequências climáticas e aumenta o preço dos

alimentos.

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TABELA DE REPRESENTAÇÃO

Neste tópico, todas as 80 delegações participantes do comitê, com exceção do Primal

Times, estão tabeladas com a respectiva demanda dentro do debate, significando que

todos, impreterivelmente todos, devem participar da discussão, porém, alguns atores se

encontram mais envolvidos com a problemática. Desta forma, espera-se o compromisso

dos delegados com a correspondente expectativa da tabela abaixo.

DELEGAÇÃO DEMANDA

REINO DA ESPANHA +

REINO DA TAILÂNDIA ++

REINO DO MARROCOS +

REINO HACHEMITA DA JORDÂNIA +++

REINO UNIDO DA GRÃ-BRETANHA E IRLANDA DO NORTE

++

REPÚBLICA TOGOLESA +++

REPÚBLICA ÁRABE DA SÍRIA +

REPÚBLICA ÁRABE DO EGITO +

REPÚBLICA ARGENTINA +++

REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA

++

REPÚBLICA CENTRO AFRICANA +++

REPÚBLICA DA BULGÁRIA +

REPÚBLICA DA COLÔMBIA +

REPÚBLICA DA COSTA RICA +++

REPÚBLICA DA ESTÔNIA +++

REPÚBLICA DA GUATEMALA +++

REPÚBLICA DA GUINÉ - BISSAU +++

REPÚBLICA DA HUNGRIA +

REPÚBLICA DA ÍNDIA +++

REPÚBLICA DA NAMÍBIA +++

REPÚBLICA DA POLÔNIA +

REPÚBLICA DA SÉRVIA +

REPÚBLICA DA TURQUIA +

REPÚBLICA DA UCRÂNIA +

REPÚBLICA DA ZÂMBIA +++

REPÚBLICA DAS FILIPINAS +

REPÚBLICA DAS HONDURAS +++

REPÚBLICA DE CUBA +++

REPÚBLICA DE MADAGASCAR +++

REPÚBLICA DE UGANDA +++

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO

+++

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA +++

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FEDERAL DA ETIÓPIA

REPÚBLICA DO BENIM +++

REPÚBLICA DO BOTSWANA +++

REPÚBLICA DO CHADE +++

REPÚBLICA DO CHILE +

REPÚBLICA DO EQUADOR +

REPÚBLICA DO HAITI ++

REPÚBLICA DO IÊMEN +++

REPÚBLICA DO IRAQUE +++

REPÚBLICA DO LÍBANO +++

REPÚBLICA DO PARAGUAI +

REPÚBLICA DO PERU +

REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA

+++

ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA DIREITOS HUMANOS

+++

BANCO MUNDIAL +++

CANADÁ ++

COMUNIDADE DA AUSTRÁLIA ++

CONFEDERAÇÃO SUÍÇA ++

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS ++

ESTADO DE ISRAEL +++

ESTADO PLURINACIONAL DA BOLÍVIA

+

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA +++

ESTADOS UNIDOS MEXICANOS +

FAO (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ALIMENTAÇÃO E

AGRICULTURA)

+++

FEDERAÇÃO RUSSA +++

JAMAICA +++

JAPÃO ++

MÉDICOS SEM FRONTEIRAS +++

NIGÉRIA +++

NOVA ZELÂNDIA +

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE +++

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO

+++

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

+++

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE

+++

PROGRAMA MUNDIAL DE ALIMENTOS

+++

REINO DO CAMBOJA ++

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REPÚBLICA DA ÁFRICA DO SUL +++

REPÚBLICA DO ZIMBÁBUE +++

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

+++

REPÚBLICA HELÊNICA +

REPÚBLICA ISLÂMICA DO AFEGANISTÃO

+++

REPÚBLICA FRANCESA +++

REPÚBLICA ISLÂMICA DO IRÃ +++

REPÚBLICA ITALIANA +

REPÚBLICA ORIENTAL DO URUGUAI +

REPÚBLICA POPULAR DA CHINA +++

REPÚBLICA POPULAR DA MONGÓLIA

+

REPÚBLICA PORTUGUESA +

REPÚBLICA TCHECA +

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Anexo A

Imagem 1 - Hunger Map 2015

Fonte: World Food Programme, 2015.