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GUIA DE ORIENTAÇÕES
MODALIDADE AFAI
Atenção às Famílias dos Adolescentes Internados por medida socioeducativa
Deliberações 020/2012 e 081/2013CEDCA/PR
Curitiba2014
SUMÁRIO
1. Apresentação do Programa Família Paranaense
1.1 Modalidades
1.1.1 Prioritários
1.1.2 Adesão Espontânea
1.1.3 AFAI
2. Normativas que sustentam a Modalidade AFAI
3. Instrumentais do Programa Família Paranaense na perspectiva da Modalidade AFAI
3.1 Formalização de Comitês
3.1.1 Unidade Gestoral Estadual
3.1.2 Comitê Regionais
3.1.3 Comitês Municipais
3.1.4 Comitês Locais
3.2 Informação das Famílias dos Adolescentes internados por medida socioeducativa no Sistema do Programa Família Paranaense
3.3 Busca Ativa
3.4 Registro e Atualização do Cadastro Único para Programas Sociais
3.5 Aspectos para investigação
3.6 Planejamento de Ações Intersetoriais
3.61. Pactuação de Ações com a Família
3.7 Execução das Ações Pactuadas, Acompanhamento das Famílias e Monitoramento do Planejamento de Ações Intersetoriais
3.8 Transferências de Famílias
3.9 Avaliação Familiar Intersetorial
3.10 Pós-Avaliação
3.11 Casos Específicos Relacionados às Condições Mínimas
3.12 Prazo da Continuidade do Atendimento
3.13 Situações Extraordinárias
3.14 Desligamentos Compulsórios
4. Breves considerações acerca da articulação necessárias entre as proteções social básica e especial
1. APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA FAMÍLIA
PARANAENSE
O Programa Família Paranaense, prioridade do
Governo do Estado, é uma ação estratégica que tem como
atribuição primordial articular as políticas de proteção social
de várias esferas para viabilizar o acesso das famílias
selecionadas às políticas públicas, promovendo sua
autonomia e emancipação.
Nesta perspectiva, o programa prevê um amplo
envolvimento e participação da família, com o objetivo final de
reduzir a situação de vulnerabilidade social e promover a sua
emancipação.
O público-alvo do Programa são as famílias residentes
no Paraná em maior situação de vulnerabilidade social. Para
identificar e mensurar o grau de vulnerabilidade de cada
família, foi criado um índice sintético, chamado de Índice de
Vulnerabilidade das Famílias (IVF). O índice é calculado a
partir da base de dados do CadÚnico e leva em consideração
4 dimensões que representam algumas condições de
vulnerabilidades observadas pelo Programa, a saber:
Adequação do domicílio, Perfil e composição familiar, Acesso
ao trabalho e Condições de escolaridade.
1.1 MODALIDADES
Existem três modalidades de adesão do município ao
Programa Família Paranaense: municípios prioritários, adesão
espontânea e AFAI.
1.1.1 PRIORITÁRIOS
Público-alvo: Famílias em situação de vulnerabilidade
social identificadas através do Índice de Vulnerabilidade da
Família.
Identificação dos municípios prioritários: realizada
por meio do cruzamento de informações que levaram em
consideração: capacidade de gestão (presença de CRAS
ativo e com equipe, taxa de atualização do CadÚnico, sem
pendências na gestão do SUAS); percentual de famílias em
extrema pobreza; IPDM (Índice Ipardes de Desempenho
Municipal); concentração mínima de 80 domicílios em
condição de assentamento precário; percentual de abandono
escolar; percentual de gravidez na adolescência. Esses
critérios foram deliberados pelo Conselho Estadual da
Assistência Social – CEAS (Deliberações 005/2012 e
61/2012)
Responsável pela articulação local: CRAS. A
articulação intersetorial acontece pela implantação de comitês
intersetoriais municipais e locais, cada qual com suas
atribuições específicas.
Metas por municípios: No mínimo 80 famílias
incluídas e com plano de ação familiar desenvolvido, sendo
que os municípios prioritários de 2012 possuem metas
específicas, condizentes com as inclusões realizadas no
Sistema durante naquele ano.
Adesão: municípios (prefeitos) deveriam assinar
protocolo de intenções e na sequência Termo de Adesão.
1.1.2 ADESÃO ESPONTÂNEA
Público-alvo: Famílias identificadas pelo Índice de
Vulnerabilidade da Família
Identificação dos municípios: Através de espontânea
adesão.
Responsável pela articulação local: CRAS
Metas por município: Inclusão de 40 famílias por ano.
Adesão: municípios (prefeitos) devem formalizar
interesse e assinar adesão com a SEDS, aceitando e
mantendo compromisso com todas as premissas do
Programa.
1.1.3 AFAI
A proposta AFAI (Atenção às Famílias dos
Adolescentes Internados por medida socioeducativa) –
Deliberações 020/2012 e 081/2013 CEDCA - surgiu com o
objetivo de estabelecer uma rede integrada de proteção às
famílias dos adolescentes que cumprem medida
socioeducativa de internação. Isso é concretizado por meio da
oferta de ações intersetoriais planejadas de acordo com a
necessidade de cada família e das especificidades do
território onde ela reside.
A ação é cofinanciada pelo Conselho Estadual dos
Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná (CEDCA/PR),
que através da Deliberação nº 020/2012 destinou, para a
execução da modalidade, o valor de R$ 8.280.000,00,
oriundos do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA).
Repassados em valor proporcional ao número de
adolescentes, sendo que o valor mínimo é de 36 mil reais
anuais. O recurso foi utilizado da seguinte maneira: 20%
investimento e 80% custeio. Contrapartida de 10% do valor
pleiteado.
Público-alvo: Famílias com adolescentes internados
por medida socioeducativa, nos anos de 2010, 2011 e 2012.
Identificação dos municípios prioritários: Todos os
municípios com adolescentes internados nos anos de 2010,
2011 e 2012. Modalidade criada e deliberada no Conselho
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CEDCA/PR.
Responsável pela articulação local: CREAS ou
equipe de proteção social especial no órgão gestor da
assistência social, o qual integra os Comitês Intersetoriais
Locais e Municipais.
Metas por município: em conformidade ao estudo
apresentado pelas deliberações 020/2012 e 081/2013 do
CEDCA, no que se refere às internações por medida
socioeducativa.
Adesão: municípios (prefeitos) aderiram por meio do
edital de adesão disponível no site da SEDS (Edital 002/2012
e Deliberação 081/2013), encaminharam ofícios de adesão ao
CEDCA e à SEDS, e ainda apresentaram plano de trabalho
para a formalização de convênio.
Prazo de permanência da Família no Programa:
durante todo o período de internação e mais 1 ano após a
desinternação.
2. NORMATIVAS QUE SUSTENTAM A MODALIDADEAFAI
Constituição Federal, art. 227: estabelece como dever “da
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, violência, crueldade e opressão”.
Lei Federal nº 8.069 de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA), art. 112: descreve as
Medidas Socioeducativas passíveis de serem aplicadas ao
adolescente autor de ato infracional, a saber:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI
(encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo
de responsabilidade; orientação, apoio e acompanhamento
temporários; matrícula e frequência obrigatórias em
estabelecimento oficial de ensino fundamental; inclusão em
projeto comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e
ao adolescente; requisição de tratamento médico, psicológico
ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; inclusão
em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos; acolhimento
institucional; inclusão em programa de acolhimento familiar;
colocação em família substituta).
Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração
da Justiça da Infância e da Juventude – Regras de Beijing
Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da
Delinquência Juvenil – Diretrizes de Riad
Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos
Jovens Privados de Liberdade
Lei Federal nº 12.594/2012: institui o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (SINASE)
Lei Federal nº 8.742/1993 (Lei Orgânica de Assistência
Social) e Lei Federal nº 12.435 (Lei do SUAS): dispõem que
entre as situações de risco pessoal e social a serem atendidas
pela política da assistência incluem-se as famílias cujos
membros estejam envolvidos com o universo infracional.
Resolução 109/2009 do Conselho Nacional de Assistência
Social - CNAS (Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais), item 4 - “Serviço de Proteção Social
Especial – Média Complexidade”: inclui como usuários do
serviço “famílias que vivenciam violações de direitos por
ocorrência de afastamento de um de seus membros do
convívio familiar devido à aplicação de medida
socioeducativa” (p.19).
Resolução 01/2013 do CNAS: Dispõe sobre o
reordenamento do Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos - SCFV, no âmbito do Sistema Único da
Assistência Social – SUAS, pactua os critérios de partilha do
cofinanciamento federal, metas de atendimento do público
prioritário e, dá outras providências. Sendo que os
adolescentes egressos de medidas socioeducativa
configuram-se como um dos públicos prioritários desse
serviço.
Deliberação 058/2011 do CEDCA/PR: aprova o plano de
ação para execução do Superávit 2011, especificamente
recursos para ações de aperfeiçoamento das medidas
socioeducativas e privação de liberdade e semiliberdade.
Deliberação 020/2012 do CEDCA/PR (19 de março de 2012):
aprova o projeto AFAI.
Edital de Adesão nº 002/2012-A-SEDS (Publicado no Diário
Oficial do Estado em 02 de outubro de 2012): dispõe os
critérios de participação dos municípios na modalidade AFAI.
Deliberação 081/2013 do CEDCA/PR (23 de agosto de
2013): estabelece critérios adicionais para adesão e execução
da modalidade AFAI, e define o prazo final para o envio dos
planos de trabalho.
3. INSTRUMENTAIS DO PROGRAMA FAMÍLIA
PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO AFAI
3.1 Formalização de Comitês
A metodologia do Programa Família Paranaense prevê
que as ações sejam planejadas e articuladas em diferentes
níveis e instâncias, desde as que possuem abrangência
estadual, até as que dizem respeito a cada localidade.
Na espera estadual, foi implantada a Unidade Gestora
Estadual, composta por representantes de 17 órgãos do
governo, e responsável por discutir e aprovar os instrumentos
de gestão do Programa.
As Secretarias e órgãos estaduais designaram
representantes de suas equipes regionalizadas, para que
sejam formalizados os Comitês Regionais. Cada município
articulou a formação de um Comitê Municipal, que deve
estudar e implantar o Programa em seu território. Nesse
comitê estarão envolvidas as Secretarias-chave (Assistência
Social, Educação, Saúde, Habitação, Trabalho e Agricultura,
obrigatoriamente) e áreas afins.
Existe ainda o Comitê Local, criado e implementado
no território de concentração das famílias atendidas pelo
Programa. Os participantes deste Comitê devem ser os
responsáveis pela execução das políticas públicas daquele
território (CRAS, CREAS, Unidades de Saúde, Escolas, etc).
No caso dos municípios que possuem a modalidade AFAI, o
Comitê Local deverá possuir um representante da proteção
social especial responsável pela execução do AFAI, sendo
que neste Comitê poderá ser integrado por técnicos do
CENSE, onde o adolescente está ou esteve internado.
3.1.1 Unidade Gestora Estadual
A Unidade Gestora Estadual, dá suporte à
operacionalização do Programa Família Paranaense e objetiva
promover a articulação institucional interna, a fim de
acompanhar a execução e monitorar os resultados, para que
sejam efetuados eventuais ajustes que se façam necessários.
É a instância de referência para as equipes regionais.
A Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social
poderá convidar para participar destas reuniões,
representantes de órgãos das administrações públicas
municipais e de entidades privadas, inclusive organizações
não governamentais, sempre que na pauta constar assuntos
de sua área de atuação.
Os representantes desta unidade são responsáveis
pela articulação com os demais servidores de suas
Secretarias de Estados a fim de que as ações e os serviços
oferecidos pelo Programa Família Paranaense sejam
efetivamente executados. Esta Unidade Gestora Estadual é
composta pelos seguintes órgãos do governo:
I - Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social
(SEDS)
II - Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento
(SEAB)
III - Secretaria de Estado do Emprego, Renda e Economia
Solidária (SETS)
IV - Secretaria de Estado da Saúde (SESA)
V - Secretaria de Estado da Educação (SEED)
VI - Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos
Humanos (SEJU)
VII - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano
(SEDU)
VIII - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Híbridos (SEMA)
IX - Secretaria de Estado da Ciência , Tecnologia e Ensino
Superior (SETI)
X - Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação
Geral (SEPL)
XI - Secretaria de Estado do Esporte (SEES)
XII - Secretaria de Estado da Cultura (SEEC)
XIII– Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP)
XIV - Secretaria de Estado da Administração e Previdência
(SEAP)
XV - Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR)
XVI - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e
Social (IPARDES)
XVII- Companhia de Informática do Paraná.(CELEPAR)
XVIII – Secretário Especial de Relações com a Comunidade
(SERC)
Atribuições da Unidade Gestora Estadual
➢ Realizar ações integradas para manter seu respectivo
órgão informado, em relação à execução, acompanhamento,
monitoramento e divulgação das ações executadas pelo
Programa Família Paranaense;
➢ Integrar as ações das secretarias e outros parceiros
com vistas a estimular a intersetorialidade das politicas
públicas e redes de serviços, nas três instâncias (Estado,
Regional e Município);
➢ Subsidiar o planejamento e monitoramento das ações,
a fim de aprimorar a execução do Programa Família
Paranaense;
➢ Apoiar,e subsidiar com informações o órgão
responsável pela implantação e acompanhamento do
Programa (SEDS);
➢ Definir diretrizes e procedimentos para o
desenvolvimento das ações com base nos procedimentos
metodológicos e instrumentais técnicos utilizados no
Programa Família Paranaense;
➢ Propor alternativas de solução para questões
apontadas pelos Comitês Regionais e outras instâncias do
Programa;
➢ Comprometer-se com a efetiva participação e zelar
pela relação intersetorial, de modo a agregar novos parceiros.
3.1.2 Comitês Regionais
A metodologia intersetorial permeará todas os níveis de
implantação do Programa, desde a construção na esfera
estadual até o acompanhamento das famílias. Para tanto,
instituiu-se o Comitê Regional através de decreto, o qual é
composto por técnicos das equipes regionais das diversas
Secretarias Estaduais. Estas secretarias designaram
representantes de suas equipes regionalizadas através de
ofício dirigido a Secretária da Família e Desenvolvimento
Social.
Atribuições dos Comitês Regionais
➢ Mapear e articular ações com a rede de serviços
governamentais e não governamentais de âmbito regional e
municipal;
➢ Planejar as ações e realizar diagnósticos regionais
intersetorialmente;
➢ Garantir a integração das ações nas instâncias
regional e municipal;
➢ Acompanhar e monitorar os resultados das ações
intersetoriais regional e municipal;
➢ Cuidar/Zelar pela articulação intersetorial, mantendo os
participantes e agregando novos parceiros;
➢ Documentar as ações realizadas pelo Comitê Regional
e manter a Unidade Gestora Estadual informada em relação à
execução do programa;
➢ Compartilhar com os demais envolvidos a criação de
instrumentos de gestão, sugestões de capacitação,
necessidades de avanços que favoreçam a fundamentação
ou fortalecimento do programa;
➢ Monitorar e avaliar o cumprimento das metas
previstas;
➢ Desenvolver, companhar e zelar pela metodologia de
execução do Programa e pelos instrumentos utilizados nos
processos de trabalho (IVF; Plano de Ação Intersetorial
Familiar; Protocolo de Gestão e o Sistema Informatizado de
Acompanhamento Familiar);
➢ Propor alternativas de solução de questões apontadas
e já trabalhadas no Comitê Municipal e remeter a Unidade
Gestora Estadual, aquelas sem solução na instância
regional;
➢ Realizar reuniões de divulgação, apoio e informações
sobre o Programa no âmbito regional;
➢ Realizar encontro semestral com todos os Comitês
Municipais para promover a comunicação, avaliação, troca de
experiências e aprendizados, visando a construção de uma
identidade regional do Programa;
➢ Promover reuniões do Comitê ao menos 1 vez ao mês;
➢ Compartilhar a execução do Programa Família
Paranaense com as instâncias de deliberação e controle
social.
3.1.3 Comitês Municipais
Para que a metodologia intersetorial seja efetivamente
reproduzida, o município deve formalizar a criação de um
Comitê Municipal, através de Decreto assinado pelo prefeito.
Este comitê será responsável por mapear e articular com a
rede de atendimento do município e gerenciar a execução do
Programa. Este comitê deve ser composto por membros das
diversas secretarias do município.
Atribuições dos Comitês Municipais
➢ Viabilizar a implantação do(s) Comitê(s) Intersetorial(is) Local(is);➢ Mapear e articular ações com a rede de atendimento
do município;
➢ Garantir a intersetorialidade e integração das ações
nas instâncias local e municipal;
➢ Definir o fluxo de atendimento das famílias no
município, baseado nas orientações da Unidade Técnica e
sempre que necessário adequá-lo à realidade local;
➢ Acompanhar e zelar pela metodologia de execução do
Programa e pelos instrumentos utilizados nos processos de
trabalho (IVF; Plano de Ação Intersetorial Familiar; Plano de
Ação Municipal, Protocolo de Gestão e o Sistema
Informatizado de Acompanhamento Familiar);
➢ Comprometer-se com a efetiva participação e zelar
pela relação intersetorial, com vistas a agregar novos
parceiros;
➢ Garantir o sigilo das informações das famílias
atendidas;
➢ Planejar as ações municipais e acompanhar o
desenvolvimento das ações do Comitê Local;
➢ Construir o plano de ação municipal que contemple os
serviços que serão ofertados às famílias atendidas no
Programa;
➢ Documentar as ações realizadas e utilizar os
instrumentos de gestão, acompanhamento e monitoramento
do Programa;
➢ Compartilhar com os demais envolvidos, os
instrumentos de gestão, as sugestões de capacitação, e as
necessidades de avanços que favoreçam o fortalecimento do
programa;
➢ Acompanhar e monitorar os resultados e as metas das
ações intersetoriais locais;
➢ Propor alternativas de solução de questões apontadas
e já trabalhadas no Comitê Local e repassar ao Comitê
Regional aquelas sem solução na instância municipal;
➢ Realizar reuniões de divulgação, avaliação, apoio e
informações sobre o Programa no âmbito municipal;
➢ Promover reuniões do Comitê ao menos mensais;
➢ Realizar encontros periódicos com o Comitê Local
para promover a comunicação, avaliação, troca de
experiências e aprendizados,
➢ Compartilhar com as instâncias de deliberação e
controle social a execução do Programa Família Paranaense.
3.1.4 Comitês Locais
Em cada município onde o programa foi implantado,
deve-se criar um Comitê Local, no território de concentração
das famílias, que será responsável por mapear e executar as
ações com as famílias por intermédio da rede de atendimento
local. Este Comitê tem a responsabilidade de elaborar, em
conjunto com as famílias, o “Plano de Ação Intersetorial da
Família”, bem como acompanhar sistematicamente estas
famílias enquanto permanecerem no Programa. Dele fazem
parte, representantes das unidades de atuação das políticas
públicas do território onde as famílias residem (CRAS,
CREAS, UBS, Escolas,CEIS, etc). Importante ressaltar que
os municípios que aderiram à Modalidade AFAI deverão incluir
no Comitê Local a equipe de proteção social especial.
Atribuições dos Comitês Locais
➢ Mapear ações da rede de atendimento local;
➢ Planejar as ações intersetoriais e acompanhar os
resultados das ações junto às famílias do território;
➢ Executar e acompanhar a agenda intersetorial de
ações que serão realizadas no território e que contemplem as
famílias atendidas no Programa;
➢ Viabilizar a inserção das famílias em maior situação de
vulnerabilidade de acordo com o IVF, bem como o seu
desligamento quando necessário;
➢ Promover a busca ativa das famílias em situação de
vulnerabilidade. E nos casos dos municípios que aderiram a
modalidade AFAI, realizar a busca ativa das famílias dos
adolescentes internados por medida socioeducativa;
➢ Pactuar e assinar o termo de adesão junto às famílias
que irão participar do Programa;
➢ Garantir o sigilo das informações das famílias
atendidas;
➢ Realizar periodicamente o acompanhamento das
famílias e os resultados do Programa;
➢ Avaliar a execução do Programa anualmente;
➢ Documentar as ações realizadas e utilizar os
instrumentos de gestão, acompanhamento e monitoramento
do Programa;
➢ Compartilhar com os demais envolvidos os
instrumentos de gestão, sugestões de capacitação,
necessidades de avanços que favoreçam a fundamentação ou
fortalecimento do programa;
➢ Promover reuniões do Comitê ao menos mensais;
➢ Utilizar e manter atualizado os instrumentos de
execução do Programa (IVF; Aspectos para Investigação e
Plano de Ação Intersetorial da Família);
➢ Propor alternativas para questões apontadas e já
trabalhadas no Comitê Local e repassar ao Comitê Municipal
aquelas sem solução nesta instância;
➢ Comprometer-se com a efetiva participação e zelar
pela relação intersetorial, com vistas a agregar novos
parceiros;
➢ Realizar reuniões de divulgação, apoio e informações
sobre o Programa para as famílias atendidas;
➢ Participar das capacitações, reuniões e eventos do Programa Família Paranaense.
3.2 Informações das famílias dos adolescentes
internados por medida socioeducativa no
Sistema do Programa Família Paranaense
A lista de adolescentes internados por medida socioeducativa
com as informações pertinentes da sua família será
disponibilizada para os municípios que aderiram ao AFAI no
Sistema do Programa Família Paranaense. Para o município
localizá-las deverá acessar o sistema, constar o nome do seu
município, na aba procurar por “TODOS”. Após, procurar na
aba Menu, o item “Lista das Famílias AFAI”. Aquelas famílias
que possuem registro no Cadastro Único terão seu índice de
vulnerabilidade calculado e já poderão ser selecionadas no
Sistema. Para aquelas que não possuem registro no
CadÚnico, o município deverá realizar a busca ativa.
3.3 Busca Ativa
Para que sejam identificadas as famílias dos adolescentes
internados por medida socioeducativa, aquelas que poderão
ser atendidas na modalidade AFAI do Programa, é primordial
que os técnicos municipais mantenham atualizada a base do
CadÚnico e realizem regularmente a Busca Ativa para
inclusão destas. É possível afirmar que muitas famílias dos
adolescentes internados que estão sem cadastro, geralmente
são aquelas sem acesso aos serviços da rede pública e com
poucas informações sobre seus direitos, consequentemente
algumas não possuem a documentação mínima necessária
para o cadastramento. Mas, são justamente estas famílias
que o Programa pretende atingir. Dessa forma, o município
deverá explanar sobre os objetivos da Modalidade AFAI e
quais ações seriam possíveis de executar para o grupo
familiar. Diante do aceite da família, será fundamental
viabilizar toda a documentação necessária para o registro no
CadÚnico. Cada município deverá orientar as famílias para
realização desse registro, na perspectiva da efetivação e da
agilidade nesse processo, pois dele dependem todos os
demais procedimentos do Programa Família Paranaense.
3.4 Registro e atualização no Cadastro Único para
Programas Sociais
O município deverá garantir o registro no Cadastro
Único dessas famílias que serão atendidas pela Modalidade
AFAI, mesmo que o perfil familiar não atenda o recorte de
renda do Programa Bolsa Família. Além disso, importante
ressaltar a necessidade de atualização daquelas que já estão
cadastradas, pois não serão raros os casos em que a família
não incluiu os adolescentes internados em seu registro.
A ação de registrar e atualizar as famílias “AFAI” no
Cadastro Único tem por pressuposto que essa ferramenta não
tem apenas a função de elencar os possíveis beneficiários do
Programa Bolsa Família, mas também de identificar as
vulnerabilidades das famílias do município, identificando suas
demandas e também ações que serão a elas destinadas. Isso
está em conformidade ao disposto em Decreto nº 3.877, de 24
de julho de 2001 do Governo Federal.
Decorrentes aproximadamente 60 dias do registro,
essas famílias aparecerão no Sistema e terão seu índice de
vulnerabilidade calculado. Importante salientar que,
independente de estar fora da linha de corte do índice de
vulnerabilidade, essas famílias deverão ser incluídas com a
marcação AFAI. Isto poderá ser realizado da seguinte forma
no Sistema: acessar listagem das famílias no Sistema,
localizar a família a quem se destinará a ação AFAI, clicar no
link “selecione”. Nova página será aberta com um resumo dos
dados extraídos do CadÚnico e clicar no item “Modalidades”:
AFAI.
Na sequencia, o Comitê Local convida as famílias
identificadas na busca ativa para integrarem o Programa. E se
as famílias aceitarem, recomenda-se que elas assinem os
termos de compromisso que estão disponíveis para impressão
no sistema. Caso a família não aceite a inclusão no Programa
Família Paranaense, também é preciso assinar um termo de
não adesão.
3.5 Aspectos para Investigação
Orienta-se que somente depois de assinado o termo de
compromisso pela família, o Comitê Local faça a inclusão
dessa no sistema. Em seguida, fará o diagnóstico da situação
familiar, no que se refere aos Aspectos para Investigação.
Salutar dizer que o diagnóstico a família compreende duas
fases. A primeira refere-se aos resultados do Índice de
Vulnerabilidade das Famílias - IVFPR, calculado a partir de
19 componentes da base de dados do Cadastro Único para
Programas Sociais – CadÚnico que já estará disponível no
Sistema. A segunda reúne questões para investigação que
complementam as informações sobre a situação da família.
Estes aspectos estão disponíveis no Sistema do Programa
para preenchimento do Comitê Local. Tratam-se de algumas
questões que não constam no CadÚnico e são elementos
importantes para elaboração do Plano de Ação Familiar. A
indicação é que se o Comitê Local não puder usar o sistema
durante a reunião sobre as famílias, deve-se preencher o
instrumento manualmente e depois repassar ao sistema.
Procedimentos necessários para execução
• Visita (s) domiciliar (es) para obtenção de
informações e observação da realidade da
família;
• Visita (s) aos CENSEs onde os adolescentes
estão internados;
• Articulação com a equipe técnica dos CENSEs
para análise diagnóstica;
• Análise diagnóstica no Comitê Local.
Responsável
• Comitê Local;
• Técnico de referência da proteção social que
será o responsável por articular as ações para
as famílias AFAI no Comitê Local.
3.6 Planejamento de Ações Intersetoriais
O Planejamento de Ações Intersetoriais é o
instrumento preenchido pelo Comitê Local junto com a família.
Na elaboração deste plano, deverão ser consideradas as
ações existentes que atendam a demanda da família
acompanhada. Ele é o registro das pactuações realizadas
entre a família e o comitê local com o apoio do Comitê
Municipal, e por isso deve conter a definição de metas a
serem atingidas e prazos para mensuração do atendimento
destas metas.
A família deve ter ciência de que o processo de
acompanhamento demandará a elaboração de um
planejamento, no qual a família e o poder público
(representado, neste caso, pela equipe técnica) terão
responsabilidades a assumir, além de encontros periódicos
para discussão e monitoramento do desenvolvimento deste
planejamento.
Esse Planejamento poderá ser realizado
conjuntamente ao Plano Individual de Atendimento – PIA do
adolescente internado, conforme disposto no Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA. Nesse ínterim, as equipes
dos municípios deverão trabalhar de forma articulada com as
equipes dos Centros de Socioeducação – CENSE.
Procedimentos necessários para execução
• Preenchimento dos Aspectos para Investigação;
• Realização de análise diagnóstica no Comitê Local;
• Análise das ações que poderão ser realizadas com
as famílias;
• Pactuação das ações planejadas com a família.
Responsável
• Comitê Local;
• Técnico de referência da proteção social que será
o responsável por articular as ações para as
famílias AFAI no Comitê Local;
• Comitê Municipal.
Algumas ações que poderão ser realizadas
• Orientações e encaminhamentos pontuais;
• Encaminhamentos para realização de
documentações;
• Conversas formais e informais com a família;
• Atividades coletivas, palestra, reuniões, Escolas de
Pais;
• Atividades comunitárias;
• Acompanhamento familiar;
• Repasse de informações;
• Pactuações;
• Repactuações;
• Avaliações junto às famílias do acesso ou de
manutenção dos serviços, programas e ações;
• Cursos profissionalizantes, oficinas de cultura,
lazer e esporte;
• Visitas aos CENSEs para fortalecimento do
convívio familiar;
• Acompanhamento do adolescente egresso.
3.6.1 Pactuação das ações com a família
A pactuação das ações intersetoriais com a família
aferida atribui responsabilidade de execução às três esferas
de governo e à família, sendo um trabalho de
corresponsabilidade para promoção da autonomia familiar.
A cada período esses compromissos podem ser revistos
e repactuados conforme as novas necessidades da família. A
responsabilidade familiar estará na identificação das
dificuldades para que essas possam impulsionar as mudanças
necessárias, além de redescobrir suas potencialidades e os
novos significados de suas relações com o cotidiano.
A realização da pactuação dos familiares leva a uma
nova forma de realizar o acompanhamento, pois implica os
interessados na realização das metas e, sobretudo, porque
compreende os sujeitos enquanto protagonistas de suas
histórias. Trata-se de uma forma de elaboração de projetos de
vida que contemplem a diversidade cultural, socioeconômica e
da biografia de cada família, além de possibilitar o papel
inclusivo na dinâmica social e comunitária.
Procedimentos necessários para execução
• Planejamento das atividades em relação à
pactuação das famílias pelo Comitê Local:
detalhamento de como se desenvolverá o processo
de pactuação de cada família;
• Definição do local para o atendimento das famílias
para elaboração do pacto;
• Estabelecimento de cronograma para
acompanhamento das famílias pactuadas, levando
em consideração o grau de vulnerabilidade das
mesmas;
• Preenchimento do Planejamento de Ações
Intersetoriais;
• Entrevistas, visitas domiciliares;
• Além da coletiva, participativa, intersetorial e
emancipadora, a pactuação é estabelecida
dinamicamente num processo contínuo de
avaliação que será realizado em conjunto com a
família.
Periodicidade
• Continuada, pois é a ação que se desenvolve em
etapas com as famílias. Estas etapas são
planejadas de acordo com o envolvimento e
alcance das famílias.
Instrumentos
• Planejamento de Ações Intersetoriais;
• Compromissos da Família (link no Sistema)
Responsável
• Comitê Local;
• Técnico de Referência da Proteção
Social Especial ;
• Comitê Municipal.
3.7 Execução das Ações Pactuadas, Acompanhamento
das Famílias e Monitoramento do Planejamento de Ações
Intersetoriais
Na execução, acompanhamento e monitoramento
destacam-se a intersetorialidade e sua força em desenvolver
ações dirigidas às famílias em situação de maior
vulnerabilidade. É a convergência de ações públicas
direcionando as estratégias e desenhando os novos modelos
para trazer melhorias concretas à população. O Programa
Família Paranaense tem por objetivo facilitar o
estabelecimento de um “diálogo” comum entre várias
instituições, aproximando-as e fazendo convergir ideias,
ações, estratégias para facilitar os acessos e possibilitar às
famílias a inclusão em vários espaços e políticas que lhe são
de direito.
Esta simultaneidade de ações intersetoriais com que
se abordam diferentes aspectos da vida da família, tende a
gerar uma sinergia de efeitos que permite afetar não somente
os aspectos objetivos (renda, escola, emprego, etc.) da vida
das pessoas, mas também aspectos subjetivos como
motivação, autoestima, relacionamentos interpessoais,
dinâmica familiar, etc.
Desta forma, o acompanhamento à família se constitui
em um processo fundamental na abordagem dos vários
aspectos da melhoria da qualidade de vida. Permite também
avaliar ao longo do processo o impacto gerado na vida das
pessoas, a partir de seus avanços e progressos e, até
mesmo, de suas dificuldades.
Compreende-se que o acesso e a permanência nas
ações das políticas públicas são exercícios de usufruto dos
direitos sociais, os quais contribuem para a melhoria da
qualidade de vida. Nesse sentido, quanto mais acesso às
políticas, serviços, vivências, grupos de convivência e
fortalecimento de vínculos, atividades culturais, esportivas e
de lazer, mais se amplia o universo das famílias e se
expandem suas possibilidades de proteção e de socialização
de seus membros.
As capacidades subjetivas se desenvolvem na medida
de seus acessos e no aproveitamento das relações que
ocorrem nesses momentos. Quanto mais oportunidades de
participação, mais possibilidades de aproveitamento dos bens
acessados e mudanças significativas em relação à
convivência familiar e comunitária.
O Planejamento de Ações Intersetoriais permite o
registro e monitoramento desde a inserção da família no
sistema até a avaliação intersetorial final (um ano após a
liberação do adolescente), quando se vai estudar a
possibilidade de desligamento ou a necessidade de estender
o período de acompanhamento.
O Programa prevê que a família seja acompanhada
por um ano, após a liberação do adolescente. Neste período
será considerada a necessidade de a família permanecer ou
não no programa.
Após esse período será feita a avaliação pelo comitê local.
Por intermédio do planejamento de ações intersetoriais, será
possível verificar se a família acompanhada superou as suas
vulnerabilidades. Se não, outro plano será pactuado com esta
família para que isto aconteça.
Importante destacar que a proposta da modalidade é o
trabalho com prazo determinado. Como a modalidade AFAI se
propõe a trabalhar no sentido da emancipação, foi necessário
estabelecer prazo para permanência das famílias no mesmo.
Com o desligamento de famílias, pode-se concentrar a
atenção em outras de alta vulnerabilidade social e que
também necessitam de intervenção intersetorial. A superação
de todas as situações de vulnerabilidade vivenciadas pelas
famílias depende de um contexto econômico social e histórico
mais amplo, advindo da combinação de políticas econômicas,
sociais e ambientais, que favoreçam o conjunto da sociedade
na diminuição das desigualdades sociais. Desta forma, o
Projeto tem a competência de proporcionar o acesso às
políticas públicas concomitantemente por compreender que tal
acesso pode modificar a condição das famílias e incluí-las no
processo social.
Procedimentos necessários para execução
• Durante o período de permanência na Modalidade,
as ações realizadas com a família devem ser
registradas na última folha do Planejamento de
Ações Intersetoriais, identificando com as famílias
os avanços alcançados, as metas para superação
e reforçando as potencialidades da família e cada
membro familiar;
• Nas reuniões do Comitê Local, deve ser realizada
a análise intersetorial dos avanços atingidos pela
família e dos atendimentos realizados em conjunto
pelo poder público. Também deve ser verificada se
ainda existem demandas de atendimentos pelas
políticas públicas. Nos casos em que o Comitê
Local não conseguir avançar, as mesmas deverão
ser remetidas ao Comitê Municipal. Se não forem
superadas deverão ser demandadas ao Comitê
Regional.
Responsáveis
• Comitê Local/municipal;
• Família;
• Unidades públicas localizadas na área de
abrangência dos Comitês Locais.
Periodicidade
• Processo contínuo de acordo com a evolução
familiar.
Instrumento
• Plano de Ação Intersetorial Familiar;
• Agenda de Visitas Técnicas;
• Relatórios do Sistema.
3.8 Transferências de Famílias
A transferência de famílias e sua documentação poderá
acontecer nos casos de:
• mudança de endereço da família para outras
cidades;
• mudança de endereço por realocação dentro do
município;
• mudança de território de CREAS de referência da
família;
Obs.: a transferência para outros Comitês Locais
não implica em substituição da família.
Procedimentos em Caso de Mudança para outros
municípios
Caso a família mude para uma cidade, o Comitê Local que
atendia a família deverá:
• Preencher no sistema a situação da família como
transferida e irá indicar o município. Caso não o
município não tenha conhecimento do novo local
de residência da família, deve constar no sistema
como “não informado”. planejamento constando o
número de famílias, previsão da data de
transferência, previsão dos serviços para
encaminhamentos;
• realização de reunião entre os Comitês Locais,
quando possível;
• preparação das famílias para a transferência
informando os procedimentos adotados e
indicando qual será o CREAS de referência,
preferencialmente com o nome do técnico que irá
recebê-los.
Os Comitês Locais que recebem as famílias AFAI:
• Aparecerá no Sistema do município uma
sinalização de que essa família mudou-se para o
local;
• Acolhimento das famílias e busca ativa quando
necessário;
• Atualização do CadÚnico;
• Atualização do Plano de Ação Intersetorial Familiar;
• Encaminhamentos necessários;
• Preenchimento do formulário de subsídio alimentar,
para que a SMAB tenha condições de reorganizar
os pontos de entrega quando necessário;
• É importante dar ciência às famílias de que se
ocorrer mudança de endereço sem previsão, estas
devem procurar o CRAS mais próximo.
Caso a família mude para uma cidade que NÃO aderiu ao
AFAI, a situação da família aparecerá no sistema do
município de origem como “desligada”.
3.9 Avaliação Familiar Intersetorial
Para famílias que forem acompanhadas por um ano
após a liberação do adolescente, o ciclo se completa com a
finalização do Planejamento de Ações Intersetoriais e a
Avaliação da família, do técnico de referência da proteção
social especial e do Comitê Local.
Após o contato com a família, procede-se à Avaliação
Familiar Intersetorial no espaço do Comitê Local, utilizando-se
como base o Planejamento de Ações Intersetoriais, e para
registro, o formulário próprio, tendo como principais
referências os seguintes itens:
- IVF: qual a alteração no IVF;
- Ações e serviços pactuados: quais ações pactuadas em que
a família foi atendida e quais estão pendentes;
- Condições Mínimas: referem-se àquelas que a família
precisa ter alcançado para que seja desligada da Modalidade.
- Parecer técnico do Comitê Local e Avaliação da Família: o
Técnico de Referência da família registra o parecer quanto ao
processo de desligamento ou continuidade na modalidade e a
família emite conjuntamente avaliação referente à sua
participação e interação com toda proposta do PFP.
As Condições Mínimas são definidas pelos eixos:
• Convivência Familiar e Comunitária
- Que a família esteja em acompanhamento pelo
CRAS;
- Que nenhuma criança ou adolescente com
menos de 16 anos se encontre em situação de
trabalho, salvo na condição de aprendiz;
- Que nenhum membro da família esteja
vivenciando situação de violência (doméstica/
intrafamiliar) sem acompanhamento do CREAS.
• Trabalho e Geração de Renda
- Que pelo menos um membro familiar adulto
esteja trabalhando de forma regular e/ou tenha
uma remuneração continuada.
• Educação
- Que as crianças e adolescentes do 1º ao 5º ano
do Ensino Fundamental estejam matriculadas e
frequentando a Escola;
- Que a família que tenha pactuado a vaga de
CMEI – Centro Municipal de Educação Infantil seja
assegurada a prioridade na Educação Infantil.
• Saúde
- Que a família tenha assegurada a atenção e/ou
acompanhamento pelo SUS em suas demandas
específicas.
• Habitabilidade
- Que toda família com precariedade habitacional,
residente em área sem intervenção da COHAB,
com inscrição atualizada no sistema, tenha
assegurada a prioridade no atendimento, desde
que atenda os critérios;
- Que toda família residente em área com
intervenção da COHAB, tenha assegurada pelo
menos uma das ações de Regularização Fundiária:
reassentamento, urbanização, titulação.
3.10 Pós-Avaliação
A partir da Avaliação Intersetorial decide-se sobre a
permanência ou o desligamento da família na Modalidade. O
desligamento não implica descontinuidade do atendimento
desta família, pois ela continuará a ser atendida pelo Serviço
de Proteção e Atenção Integral à Família – PAIF e pelas
outras políticas de proteção social conforme suas
necessidades. Permanecendo a família na Modalidade, será
mantida em Monitoramento Estendido, para que seja dada
continuidade ao processo de superação da condição de alta
vulnerabilidade social e também que possa atingir as
condições mínimas estabelecidas pelo Programa. A família
continua, portanto, na modalidade por até seis meses com
atenção intensiva das políticas necessárias.
a) Desligamento
As famílias que completaram o ciclo de um ano após a
liberação do adolescente, melhoraram o Índice de
Vulnerabilidade e encontram-se em cumprimento das
Condições Mínimas serão desligadas da Modalidade. No
entanto, continuarão sendo atendidas pelos CRAS por meio
do PAIF ou pelos CREAS ou equipe de proteção social
especial, reforçando a autonomia desta família e o
compromisso do poder público municipal.
Os Comitês Regionais poderão oficializar por meio de
reunião, a celebração dos resultados alcançados, ressaltando
a importância do avanço das famílias que estão deixando a
modalidade. Neste momento é fundamental que as famílias
sejam informadas e sensibilizadas para participação em
processos mais avançados de inclusão produtiva no seu
território. Um aspecto igualmente importante desta etapa é a
compreensão da família quanto ao seu direito de acessar a
Rede Social, para que siga na busca pelo o que lhe fortaleça
enquanto cidadã e protagonista de sua história.
b) Monitoramento Estendido
Para os casos de permanência da família na
Modalidade, será repactuado o Planejamento de Ações
Intersetoriais. A expressão Monitoramento Estendido, será
utilizada para identificar a família que permanece na
Modalidade por tempo maior ao estabelecido em Edital
002/2012 do AFAI.
Poderão ser atendidas em situação de Monitoramento
Estendido as famílias que não tenham alcançado as
condições mínimas e/ou que não superaram a situação de
vulnerabilidade social.
3.11 Casos Específicos Relacionados às Condições
Mínimas
Se a família permanecer na Modalidade por não ter
atingido a condição mínimna na área de trabalho e geração de
renda, a mesma pode continuar com o subsídio alimentar
desde que repactuado e que tenha usufruído o benefício de
forma regular nos últimos seis meses. Tais casos devem ser
analisados pelo Comitê Local com o envolvimento em
especial do Comitê Municipal, sob a supervisão e
acompanhamento do Comitê Regional;
Se houver casos de saúde mental ou dependência
química presentes na família e esta situação esteja
prejudicando o acesso ou manutenção às demais políticas
básicas (em especial habitação), estes devem ser analisados
pelo Comitê Local com o envolvimento em especial do Comitê
Municipal, sob a supervisão e acompanhamento do Comitê
Regional; ou outros órgãos que se fizerem necessários, para
definição de estratégias para o atendimento.
3.12 Prazo da Continuidade do Atendimento
O prazo da continuidade do atendimento dependerá da
situação específica, sendo que o foco deverá ser intensificado
para a ampliação da autonomia da família e atingir as
condições mínimas.
Portanto, é preciso que se estabeleçam novas metas
para o alcance dos objetivos propostos no Planejamento de
Ações Intersetoriais. O prazo de acompanhamento
intensificado à família poderá ser estendido para até seis
meses com nova avaliação do Comitê Local, podendo ser
reconduzido para mais seis meses.
3.13 Situações Extraordinárias
A modalidade trabalha com famílias que vivenciam o
afastamento de um de seus membros por cumprimento de
medida socioeducativa de internação. O fenômeno vinculado
aos atos infracionais é complexo e envolve inúmeras variáveis
além das passíveis de identificação pelo CadÚnico, base de
dados para estabelecimento do IVF. Sendo assim, após um
ano de liberação do adolescente, os Comitês Locais podem
identificar situações extraordinárias de famílias que:
- Apesar de terem atingido as condições para o desligamento
segundo os critérios de avaliação, necessitem da manutenção
da atenção intensiva na modalidade por mais algum tempo;
- E ao contrário, podem ser desligadas da modalidade AFAI
as famílias que, apesar do acompanhamento e das
possibilidades materiais de inclusão, não houve adesão da
mesma aos produtos pactuados e disponibilizados. Tais casos
devem ser constatados pelo Técnico de Referência em
conjunto com o Comitê Local. Nesses casos, sinalizar ao
PAEFI para a continuidade no acompanhamento familiar,
respeitando o momento da família e motivando-as para que se
mobilizem para melhoria de qualidade de vida de seus
membros;
É necessário que esse processo ocorra em conjunto
com a família para que seja um momento educativo e de
reflexão diante da realidade de sua condição familiar e
comunitária.
Procedimentos
• Visita(s) domiciliar(es);
• Atendimento da família;
• Reunião (ões) do Comitê Local;
• Reunião (ões) do Comitê Regional;
• Reunião (ões) do Comitê Municipal;
• Encaminhamento de pendências para outras
políticas;
• Atualização da situação de desligamento ou
monitoramento estendido no sistema;
• Reunião de celebração da conclusão do período de
acompanhamento com as famílias que estão sendo
desligadas e confirmação da continuidade do
vínculo por meio do PAIF e/ou PAEFI.
Instrumentos
• Formulário de Avaliação Familiar Intersetorial, que
fará parte do Planejamento de Ações Intersetoriais;
• Formulário de Desligamento com Pendências –
Políticas Municipais (a ser definido pelo Comitê
Local).
Responsável
• Técnico de Referência da Família;
• Comitê Local;
• Comitê Regional;
• Comitê Intersetorial Municipal.
Periodicidade
• Sempre que o acompanhamento das famílias
complete um ano após a liberação do adolescente.
3.14 Desligamentos Compulsórios
• Mudança para outros municípios que não aderiram
à modalidade AFAI;
• Abandono do projeto (não localização da família);
• Solicitação da família com declaração de
desistência assinada pela mesma ou relatório do
Técnico de Referência. Essas situações, porém,
deverão ser trabalhadas com atenção especial
antes do desligamento;
• Em casos de inconsistências nas informações, por
omissão de dados pela família, que alterem o IVF e
sejam identificadas pelo município no decorrer do
processo.
4. BREVES CONSIDERAÇÕES ACERCA DA
ARTICULAÇÃO NECESSÁRIA ENTRE AS PROTEÇÕES
SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL
OPERACIONALIZAÇÃO DA MODALIDADE
1ª FASE => ADESÃO
– Elaboração do plano de trabalho
– Aprovação pelo CEDCA
– Viabilização de documentos
2ª FASE => TRAMITAÇÃO DO PROCESSO PARA APROVAÇÃO
– Recebimento das listagens encaminhadas pelos CENSEs,
Escritórios Regionais e Unidade Técnica do Programa
Família Paranaense
– Busca ativa das famílias
– Georreferenciamento
– Formalização de Comitê Local e Municipal
– Cadastramento ou atualização das famílias no CadÚnico
3ª FASE => FORMALIZAÇÃO DE CONVÊNIO
– Repasse do recurso do FIA pela SEDS
– Depósito do valor da contrapartida pelo município
– Início da execução financeira do convênio em até 30 dias
4ª FASE => EXECUÇÃO
Execução financeira:
– Alimentação do SIT
– Monitoramento das ações via relatórios
– Licitações, aquisições, instalação de placas de
identificação
Execução técnica:
– Selecionar família no Sistema do Programa Família
Paranaense
– Incluir a família no Sistema do Programa Família
Paranaense
– Assinar Termo de Adesão com a família
– Reunião do Comitê Local para discussão de casos,
preenchimento de aspectos para investigação e plano
de ação familiar
– Pactuação com a família
– Envio do Plano de Ação para o CENSE e/ou Poder
Judiciário responsável pelo processo do adolescente
– Execução de ações com as famílias: Escola de Pais,
palestras, cursos, oficinas, atividades recreativas, visitas
aos adolescentes, passeios culturais, etc.