Handout Seminário - Texto Fandrych (2008) VF!

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  • 8/15/2019 Handout Seminário - Texto Fandrych (2008) VF!

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    Universidade Federal do Rio de JaneiroFaculdade de LetrasPós-graduação em Letras VernáculasDisciplina: Morfologia do PortuguêsProfessor: Dr. Carlos AlexandreAlunos: Felippe Tota e Heloise Thompson

    → Texto: “Submorphemic elements in the formation of acronyms, blends and clippings”, de Ingrid Fandrych.

    1. Words, lexemes and the elements of word-formation

    • Marchand (1969): a palavra é a menor unidade independente, indivisível e significativa da fala, suscetível à

    transposição em sentenças (Marchand, 1969).

    • Cruse (1986): lexema é um item disponível no léxico, o dicionário ideal de uma língua; unidade lexical é a

    união de um único sentido com uma forma lexical;  forma lexical é a “família” de um grupo de palavras que sediferenciam por meio de flexões.

    • Katamba (1993): lexema é uma palavra no sentido de “item abstrato do vocabulário”; a realização

    flexionada do que é usado em sentenças.

    • Crystal (1995): lexema é a unidade de significado lexical, que existe independentemente de quaisquer terminações flexionais que ela possa ter ou de número de palavras que ela possa conter .

    • Haspelmath (2002): lexema é a palavra dicionarizada que é abstrata, consistindo em um grupo de vocábulos

    formais, ao passo que um vocábulo formal é palavra concreta de um texto, que pertence a um lexema.

    • McArthur’s (1992): Um lexema é uma unidade no léxico ou no vocabulário de uma língua. Sua forma é

    governada pelo som, escrita e impressão; seu conteúdo é governado pelo significado e pelo uso. Eles podem ser formas livres, partes de vocábulos (auto-, -logy), grupo de palavras (blackbird, kick the bucket), e formasreduzidas ( flu, UK).

    • Fandrych (2008):  Lexema é o produto final dos processos de formação de palavras, sejam eles de base

    morfêmica ou não.

    • Segundo Marchand (1969), a formação de palavras é o ramo da ciência da linguagem que estuda os padrões

    em que a linguagem forma novas unidades lexicais, ou seja, palavras. A formação de palavras pode se interessar apenas por composições que são analisáveis formai e semanticamente.

    • Há formações que não são de base morfêmica, pois:

    1) há palavras formadas como sintagmas gramaticais, ou seja, combinações de signos lingüísticos completos e;2) as palavras que não são sintagmas gramaticais, ou seja, que não são feitas de signos lingüísticos completos.Seus processos de formação de palavras “não gramaticais” processos compreendem “expressive symbolism”(siglonimização), “blending” (cruzamentos vocabulares), “clipping” (redução), “rime” (rima) e “ablautgermination” (reduplicação), and “word-manufacturing”.

    • Bauer (1983: 232) refere-se a esses processos de formação de palavras, sem a utilização de morfemas, como

    “imprevisíveis; Aronoff (1981: 20), por outro lado, os rotula como "esquisitices".

    • Stekauer (1998): há linguistas que diferem em suas opiniões quanto ao fato de a formação de palavras ser 

    restrita à afixação e a composição ser entendida como um processo sintático, já que processos como derivaçãoregressiva, conversão (derivação zero), cruzamento vocabular e reduções devem ser incluídos dentro da teoria deformação de palavras.

    • Hapelmath (2002): exclusão dos processos de formação não-morfêmicos (acrônimos, blends e reduções,

    visto que o conceito de morfologia envolve a utilização de morfemas.

    • Ayto (1999): podemos formar uma impressão bastante precisa das preocupações principais da sociedade

    naquele momento e os pontos em que os limites da atividade humana estão avançando; desse modo, acrônimos,blends e outros são reflexos das mudanças sociais sofridas na segunda metade do século XX.

    • Steinmetz & Kipfer (2006): Os processos não-morfêmicos são elucidados antes dos estudos de composição

    e derivação.

    • Tradicionalmente, o morfema tem sido definido como uma unidade de forma e significado, um signolinguístico completo. Além disso, os morfemas são geralmente definidos como o menor unidade linguísticadetentora de significado.

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    • Segundo Pinker (1999), acrônimos comportam-se como lexemas comuns, visto que podem ser flexionados.

     Exemplo: three JP(s) (justices of the peace).

    Acrônimos podem ser parte de outros processos de formação de palavras:

    PROCESSOS EXEMPLOS

    Acrônimo SCR 

    Cruzamento vocabular ABB, AIM, InteracTV, No-K, Y2.1K Composição Cr-Rom joint ventureConversão To R.S.V.P, to TKOPrefixação Un-PCSufixação Foi-able, MSTies, OK-ness

    • Wales (1991): É “moda” sugerir a inserção de palavra já existentes na língua, apropriando-se do humor. Em

    muitos casos, as formas originais dos acrônimos são perdidas rapidamente, pois explora-se a perda dasmotivações primárias para que outras interpretações sejam favorecidas.

    • As iniciais – menores unidades grafêmicas no idioma Inglês – são os blocos de construção para um dos mais

    criativos processos de formação de palavras, pois representam palavras inteiras e não são, de maneira estrita,

    'unidades significativas'.

    4. Blends and splinters

    • O nome blending é metafórico, já que blends (cruzamentos vocabulares) ‘misturam’ partes aleatórias de lexemas já

    existentes ( splinters) – estrutural e semanticamente –, resultando no componente semântico adicional (blending ). Nessesentido, cruzamentos vocabulares são icônicos, visto que suas formas refletem seus referentes.

    • A maioria dos cruzamentos vocabulares consiste de dois elementos, característica que os aproxima dos compostos

    (Marchand, 1969). Diferentemente dos compostos, porém, os constituintes de um cruzamento vocabular não sãomorfemas completos, mas são partes de lexemas, o que o torna mais irregular e imprevisível.

    • Cruzamentos vocabulares envolvem algum tipo de redução, geralmente sobreposição, e pode haver a algum

    ‘encurtamento’ dos itens fonte (Cannon, 2000). A fusão ocorre, geralmente, na juntura silábica, apesar de ocompartilhamento fonêmico dos splinters ofuscar esse fato (Cannon, 2009).

    • Cruzamentos vocabulares são menos transparentes que compostos e muitos são usados como forma de ‘chamar a

    atenção’ em anúncios e propagandas (Adams, 2001).

    • O termo splinter foi proposto para designar os constituintes dos cruzamentos vocabulares. Splinter significa “lasca,

     pequeno pedaço que se quebrou de uma peça maior”. Nesse sentido, tal termo é uma metáfora que evidencia sua formairregular.

    • Soudek (1978) diferencia  splinters iniciais de splinters finais. Para o autor,  splinters iniciais podem ser o primeiro

    ou o segundo elemento de um cruzamento vocabular, enquanto que os  splinters finais só podem aparecer como segundoelemento.

    • Splinters  podem ocasionar novas unidades morfológicas através de reanálise, como em – (o)holic (alcoholic →

    workaholic, foodaholic).• López Rúa (2002) afirma que  splinters tendem a ser sílabas ou unidades maiores que sílabas na forma original.

    Quando são menores que sílabas, seus constituintes são o onset  silábico (consoante(s) prevocálica(s)), o onset  e onúcleo silábico (consoantes prevocálicas + vogal), ou a rima (vogal + consoantes posvocálicas ou coda).

    • Os cruzamentos vocabulares podem ser classificados em uma série de subtipos a depender de sua estrutura.

     Splinter inicial e final com sobreposição Celebutante

    Dois splinters iniciais com sobreposição Modem

    Dois splinters finais com sobreposição Kongfrontation

    Sobreposição de palavras inteiras Thinspirations

     Splinter inicial + palavra inteira com sobreposição Coca-Colonization

     Splinter final + palavra inteira com sobreposição  Netiquette

    Palavra interia + splinter final com sobreposição Adultescent

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