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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 Secretaria Federal de Controle Interno Unidade Auditada: HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO Exercício: 2016 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201701039 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Superintendente da CGU-Regional/RJ, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201701039, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO. 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24 de maio a 02 de junho de 2017, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

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Secretaria Federal de Controle Interno

Unidade Auditada: HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO Exercício: 2016 Município: Rio de Janeiro - RJ Relatório nº: 201701039 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

_______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Superintendente da CGU-Regional/RJ,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201701039, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 24 de maio a 02 de junho de 2017, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União – TCU.

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2. Resultados dos trabalhos

De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em 01 de dezembro de 2016, entre Controladoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Conta da União no Estado do Rio de Janeiro, foram efetuadas as seguintes análises:

- Avaliação da conformidade das peças e dos conteúdos do Relatório de Gestão; - Avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, tendo por foco a avaliação do macroprocesso Atendimento Cirúrgico quanto ao planejamento e resultados assistenciais obtidos, considerando os principais insumos ao processo do Centro Cirúrgico; - Avaliação dos indicadores instituídos e utilizados pela UPC para aferir o desempenho da sua gestão, principalmente, se atendem aos critérios de Completude, Comparabilidade, Confiabilidade, Acessibilidade e Economicidade; - Avaliação da gestão de pessoas, tendo como foco os controles adotados para mitigar os riscos da ocorrência de acúmulo irregular de cargos públicos por médicos e profissionais da saúde; - Avaliação do monitoramento das recomendações expedidas pela CGU, especialmente, se a UPC mantém uma rotina de acompanhamento e atendimento dessas recomendações; - Análise do cumprimento das deliberações do TCU que façam referência expressa à CGU para o seu acompanhamento; - Por fim, a CGU optou por incluir a Avaliação da utilização do sistema CGU-Pad para verificar se a UPC está registrando as informações referentes aos procedimentos disciplinares instaurados no referido sistema.

2.2 Avaliação da Conformidade das Peças

A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise censitária dos itens que compõem o Relatório de Gestão e as peças complementares. Com objetivo de avaliar a conformidade das peças do processo de contas do Hospital Federal dos Servidores do Estado, foram analisados os arquivos disponibilizados pela UPC no sistema e-Contas do TCU. No Relatório de Gestão da UPC, enviado por meio do sistema e-Contas ao Tribunal de Contas da União do exercício de 2016 no prazo estipulado pelo TCU, o Hospital Federal dos Servidores do Estado deixou de apresentar informações relacionadas ao Organograma e à Execução física e financeira das ações da LOA sob responsabilidade da Unidade, ambas requisitadas pelo anexo único da Portaria TCU n. º 59/2017. Em 11 de maio de 2017, foi reaberto prazo para que a UPC completasse sua prestação de contas com os itens faltantes. Assim, em 17 de maio de 2017, na nova análise do conteúdo deste Relatório de Gestão, verificou-se que as informações estavam estruturadas de acordo com o que se definira nos tópicos do sistema e-Contas do Tribunal de Contas da União – TCU.

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No que diz respeito ao Rol de Responsáveis, o preenchimento do sistema e-Contas se deu em conformidade ao que preceitua a Instrução Normativa TCU n. º 63/2010. Contudo, cabe informar que este Órgão de Controle Interno realizou a inclusão do Responsável Técnico da Coordenação Assistencial (designado para exercer funções atinentes à Coordenação Assistencial por meio da Portaria HFSE n. º 15, de 15 de janeiro de 2016), pois, embora houvesse um servidor designado como Coordenador Assistencial, este não exerceu as atribuições regimentais do cargo, que foram exercidas pelo responsável técnico a partir da mencionada designação da direção do Hospital. Os detalhamentos de fatos correlacionados ao mencionado responsável encontram-se nos itens 2.1.2.2, 2.1.2.6 e 2.1.2.7 deste relatório. ##/Fato##

2.3 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

Tendo em vista escopo do relatório de Auditoria Anual de Contas acordado com Tribunal de Contas da União, buscou-se aferir se os indicadores instituídos e utilizados pela UPC para avaliar o desempenho da sua gestão atendem, principalmente, aos critérios de Completude, Comparabilidade, Confiabilidade, Acessibilidade e Economicidade. Foram apresentados dezesseis indicadores pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado em seu Relatório de Gestão 2016, dos quais foram selecionados dois indicadores – Cirurgias hospitalares e Suspensão de Cirurgia, representando 12,5% do total dos indicadores apresentados, cuja análise consta do Quadro 1 a seguir: Quadro 1 – Avaliação dos atributos dos indicadores – HFSE, 2016 Indicador Análise do Controle Interno Critérios Analisados

Utilidade

Completude

Comparabilidade

Confiabilidade

Acessibilidade

Economicidade

Cirurgias hospitalares

O indicador atendeu os requisitos.

Atende

Atende

Atende

Atende

Atende

Atende

Suspensão de Cirurgias

O indicador atendeu os requisitos.

Atende

Atende

Atende

Atende

Atende

Atende

Fonte: avaliação promovida pelo Órgão de Controle Interno Da análise, verificou-se que os indicadores selecionados atenderam a todos os critérios. /Fato##

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2.4 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

A Ação de Governo 6217, denominada Atenção à Saúde nos Serviços Ambulatoriais e Hospitalares do Ministério da Saúde, tem a seguinte finalidade: “Garantir acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades de saúde, aprimorando a política de atenção básica e a atenção especializada.”.

Trata-se da principal Ação finalística desenvolvida pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado - HFSE, na qual foram executados cerca de R$ 143 milhões, ou 79% do orçamento aprovado para a Unidade em 2016. Por outro lado, a meta física associada ao Orçamento da Unidade, contida no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - SIOP, previu a realização de 206.932 unidades de atendimento. Conforme disposto no Relatório de Gestão da Unidade, foram realizados 257.436 unidades de atendimento (9.997 internações, 236.069 consultas, 7.107 cirurgias hospitalares e 4.263 cirurgias ambulatoriais), representando percentual de atingimento da meta de 124,4%. Contudo, a meta física não permite a adequada apreciação do desempenho da Unidade, visto que diferentes tipos de atendimento, tais como cirurgias consultas e exames, são tratados com o mesmo peso.

A abordagem adotada pela CGU para avaliar os resultados obtidos pelo HFSE objetivou responder a questões referentes ao processo Atendimento Cirúrgico, compreendendo os fluxos de fornecimento de insumos, inclusive de hemocomponentes, a capacidade instalada da Unidade para realizar os procedimentos cirúrgicos e controlar a sua realização, com ênfase na utilização das salas e demais ambientes cirúrgicos, a avaliação da quantidade de leitos pré e pós-operatórios necessários à adequada prestação deste tipo de serviço, assim como a gestão dos recursos humanos necessários ao mesmo fim, enfocando o aproveitamento do pessoal de enfermagem que integra a equipe do Centro Cirúrgico e da equipe de médicos anestesiologistas em exercício no HFSE.

Os resultados do mencionado trabalho de auditoria estão consignados no Relatório de Auditoria de Avaliação dos Resultados da Gestão – ARG n.º 201602907, onde se buscou oferecer um diagnóstico e proposições de melhoria associadas aos fluxos referentes ao processo de Atendimento Cirúrgico, tendo por fator crítico a redução da produção cirúrgica observada na Unidade. O relatório ARG n.º 201602907 se encontra na íntegra em anexo a este relatório de auditoria, e cujos principais achados estão resumidamente expostos a seguir:

• Não houve um pleno aproveitamento das salas cirúrgicas disponibilizadas para as cirurgias eletivas, ocasionando desperdício da força de trabalho mobilizada para atender ao Centro Cirúrgico da Unidade. Recomendou-se aprimorar as rotinas relativas à divulgação das escalas de ocupação das salas e à comunicação de não aproveitamento da mesma pelo serviço designado, e implementar o uso compartilhado das salas por dois serviços cirúrgicos.

• A gestão de suprimento de materiais básicos ou especiais (OPME) apresentou falhas que não garantiram o contínuo fornecimento de insumos ao Centro Cirúrgico, provocando incertezas que dificultaram o planejamento adequado de cirurgias eletivas. Recomendou-se aprimorar os fluxos e instrumentos de trabalho relativos ao Almoxarifado, ajustar os saldos físico e financeiro dos materiais de

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consumo, aprimorar o processo de planejamento e os fluxos de trabalho relativos a aquisições de insumos.

• Houve perda de eficiência na alocação dos recursos no Centro Cirúrgico. O HFSE não fixou institucionalmente as metas cirúrgicas, deixando de utilizar este procedimento como ferramenta para corrigir desvios e priorizar ações gerenciais, notadamente as associadas ao provimento de recursos materiais e humanos. Recomendou-se fixar metas anuais de produção cirúrgica para cada serviço cirúrgico, considerando a capacidade operacional e a fila cirúrgica respectiva, bem como elaborar grade de insumos necessários a realização das metas propostas, visando à sua aquisição planejada.

• O Centro Cirúrgico do HFSE dispõe de espaço físico para comportar ampliação da produção cirúrgica, necessitando que sejam aportados recursos humanos em número compatível a aumentar a produção. Recomendou-se promover recrutamento interno para suprir o quantitativo de servidores necessário ao pleno funcionamento do centro cirúrgico e notificar o Departamento de Gestão Hospitalar do MS sobre a ociosidade do centro cirúrgico e a redução da produção cirúrgica.

• A Direção do HFSE, à época, conhecia apenas parcialmente os motivos das suspensões cirúrgicas, pois a maioria dos procedimentos suspensos não teve o seu motivo informado, o que dificultou a atuação dos gestores para melhorar o atendimento cirúrgico aos pacientes. Recomendou-se determinar o preenchimento do documento que informe o motivo da suspensão de atos cirúrgicos em todos os casos em que isso ocorrer.

• Havia insuficiência do quadro de pessoal de enfermagem em exercício no Centro Cirúrgico impedindo um aumento da produção cirúrgica do HFSE. Recomendou-se que houvesse a promoção de recrutamento interno de enfermeiros e de auxiliares de enfermagem para suprir a deficiência de recursos humanos demonstrada no centro cirúrgico, bem como, a notificação ao DGHMS/RJ em documento específico acerca do cenário de insuficiência de pessoal de enfermagem para atuar no centro cirúrgico, dando ciência da ociosidade do ambiente cirúrgico do HFSE e da redução de sua produção cirúrgica.

Desta forma, a gestão da UPC não agiu adequadamente para que os recursos fossem utilizados de forma otimizada no Centro Cirúrgico. Informa-se que cerca de 30% das cirurgias eletivas marcadas foram suspensas. Os parcos recursos alocados na UPC foram mal geridos, ocasionando ineficiência na utilização da força de trabalho e recursos materiais e desperdício de tempo. Acima de tudo, revelam-se falhas no planejamento, contudo, a pior consequência dessa gestão ineficiente é vista sob o aspecto do atendimento à população que recorre aos Hospitais Públicos, uma vez que os recursos, tanto materiais quanto humanos, não otimizaram o atendimento demandado, não garantindo um “acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades de saúde”. ##/Fato##

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2.5 Avaliação da Gestão de Pessoas

Considerando escopo de auditoria acordado com o Tribunal de Contas, a equipe de auditoria verificou se a unidade adota controles para mitigar o risco da ocorrência de acúmulo irregular de cargos públicos por profissionais de saúde. Neste sentido, esta Controladoria realizou levantamento utilizando os sistemas corporativos do Governo Federal e detectou que sessenta servidores médicos ou enfermeiros, o que representa cerca de 5,22% (60/1150*100) da soma das referidas categorias de servidores lotados no HFSE em 2016, encontravam-se em situação que necessitava de maiores esclarecimentos, pois os servidores possuíam mais de dois vínculos públicos, prática vedada pelos incisos XVI e XVII do artigo 37 da Constituição Federal e/ou mantinham vínculos empregatícios, públicos ou privados, cujas jornadas de trabalho somadas superaram 80 horas semanais, necessitando a demonstração da compatibilidade das jornadas, assim como o regular cumprimento da carga horária. Desta forma, por meio do ofício n.º 0411/GABDIR/HFSE/MS, de 20 de abril de 2017, a Direção do HFSE informou que foram abertos os processos para apurar estes casos e que os servidores foram chamados a prestar as devidas informações. Quanto aos controles da UPC sobre acumulação de cargos e funções públicas de seus servidores, não havia rotina formalizada para verificação periódica sobre acumulações ilícitas de cargos ou funções públicas de seus servidores. Não houve informações acerca de rotinas de controles sobre riscos de acumulações ilícitas de cargos ou funções públicas no Relatório de Gestão da UPC. ##/Fato##

2.6 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

No exercício de 2016, não houve determinação específica do Tribunal de Contas da União ao Controle Interno para que este verificasse o cumprimento de determinações ou recomendações por parte do Hospital Federal dos Servidores do Estado com fins de registro na Auditoria Anual de Contas. ##/Fato##

2.7 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

A fim de atender ao escopo da Auditoria Anual de Contas acordado com o TCU nesse item, a equipe de auditoria buscou verificar se a UPC possui rotina de acompanhamento e atendimento às recomendações emitidas pela CGU ou plano de contingência para reduzir o quantitativo de recomendações pendentes de atendimento. Constatou-se que a UPC não possui rotina de acompanhamento e atendimento às recomendações emitidas pela Controladoria Geral da União, nem plano de contingência para reduzir o quantitativo de recomendações pendentes de atendimento. Em 2016, houve reiteração de 84% do total de cinquenta recomendações existentes para a UPC, excluídas aquelas canceladas (7) e com o monitoramento finalizado (10). Apenas uma recomendação foi atendida. Dentre as 42 recomendações reiteradas, as manifestações de doze recomendações remontam ao exercício de 2015 sem que houvesse quaisquer novas expressões de medidas adotadas para o atendimento de recomendações ao longo de 2016, ainda que houvesse a orientação neste sentido.

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Observou-se ainda que não há indicadores de gestão que tenham foco na medição da efetividade do atendimento de recomendações do Controle Interno. ##/Fato##

2.8 Avaliação do CGU/PAD

O órgão de controle interno optou por incluir na auditoria anual de contas a verificação do registro, no sistema CGU-PAD, das informações referentes aos procedimentos disciplinares instaurados. As atividades de correição da UPC, no exercício de 2016, passaram a ser de competência da Corregedoria-Geral do Ministério da Saúde – CORREG/MS, instituída pelo Decreto n.º 8.065/2013 (alterado pelo Decreto n.º 8.901/2016), subordinada administrativamente ao Ministro de Estado da Saúde. Sendo assim, a UPC não detém mais competência para o registro de informações, no sistema CGU-PAD, sobre os procedimentos disciplinares instaurados, pois essa incumbência passou a ser da respectiva comissão apuratória designada pela CORREG/MS. Ao Hospital Federal dos Servidores do Estado cabe, por meio do seu Setor de Procedimentos Disciplinares, executar as apurações administrativas e preliminares de fatos ocorridos no seu âmbito e encaminhá-las à CORREG/MS, que realizará o juízo de admissibilidade sobre a instauração ou não de sindicância/processo administrativo disciplinar. Registre-se que, a partir daí, a CORREG/MS não dá ciência à Direção do Hospital sobre os fatos para os quais já houve instauração de processos. ##/Fato##

2. 8 Ocorrências com dano ou prejuízo Entre as análises realizadas pela equipe, não foi constatada ocorrência de dano ao erário. 3. Conclusão

Considerando o escopo acordado com o Tribunal de Contas da União, foram realizados exames e análises durante auditoria anual de contas que culminaram na identificação de situações inadequadas abaixo:

- Ausência de rotinas de atualização das recomendações, descontinuidade na gestão aliada ao baixo grau de atendimento às recomendações contribuem para agravamento de problemas na gestão;

- Falta de aproveitamento de salas cirúrgicas programadas para ocupação e subutilização de horas disponíveis em salas ocupadas, ocasionando o desperdício da força de trabalho (anestesiologistas e auxiliares de enfermagem) que é mobilizada para atender o Centro Cirúrgico;

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- Falta de material básico (almoxarifado, farmácia e/ou patologia) no HFSE ocasionando, em três dias, a paralisação na programação de cirurgias eletivas, e precariedade na disponibilidade de OPME;

- Perda de eficiência na alocação dos recursos disponibilizados ao HFSE e inexistência de metas institucionalizadas compromete o resultado da Unidade em termos do atendimento cirúrgico;

- 60,9% das cirurgias suspensas no HFSE não tem a informação do motivo registrada no Centro Cirúrgico por falta de preenchimento da ficha de suspensão;

- Insuficiência do quadro de pessoal de enfermagem em exercício no Centro Cirúrgico impede o aumento da produção cirúrgica do HFSE;

- Ocorrência de acumulação de cargos e carga horária acima de oitenta horas semanais para os servidores do Hospital Federal dos Servidores do Estado e ausência de gerenciamento de riscos na área de Recursos Humanos quanto à acumulação ilegal de cargos/funções e à extrapolação de horas;

- Aquisição de produtos por meio de adesão a atas de registros de preço, cujos valores homologados estavam acima dos valores estimados, sem demonstração da vantajosidade requerida pelo Decreto n.º 7.892, de 23 de janeiro de 2013.

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de Providências Permanente ajustado com a UPC e monitorado pelo Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente Certificado de Auditoria.

Rio de Janeiro/RJ.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________ Superintendente da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro

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_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201701039 1 CONTROLES DA GESTÃO

1.1 CONTROLES INTERNOS

1.1.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

1.1.1.1 CONSTATAÇÃO Ausência de rotinas de acompanhamento com vistas ao atendimento das recomendações expedidas pelo Órgão de Controle Interno. Fato Ao final do exercício de 2016, o Plano de Providências Permanente da UPC, registrado no sistema Monitor, apresentava cinquenta recomendações das quais uma foi atendida, 42 recomendações foram reiteradas e sete recomendações tiveram o prazo de atendimento prorrogado. Assim, houve atendimento de 2% do total de recomendações em monitoramento no exercício, contrastando com a reiteração de 84% deste universo. Ademais, ao longo do exercício auditado, houve o cancelamento de sete recomendações e a finalização do monitoramento de dez recomendações. Daí, verifica-se que há um baixo grau de atendimento das recomendações do Controle Interno. Ainda, informa-se um total de treze recomendações estruturantes pendentes, que tem a finalidade de aprimorar a gestão. Além dessas, há aquelas com a finalidade de apuração de responsabilidades (cinco) e ressarcimento de valores (vinte e duas

Neste sentido, cumpre destacar a Portaria CGU nº 500/2016, que vigorou durante o exercício de 2016, aprovou a Norma de Execução destinada a orientar tecnicamente os órgãos e entidades sujeitos ao Controle Interno do Poder Executivo Federal sobre os procedimentos relacionados à prestação de contas anual a ser apresentada ao Tribunal de Contas da União, abarcando a questão do PPP da seguinte forma:

“O Plano de Providências Permanente, como instrumento que consolida as medidas a serem tomadas pelas UPC, deverá conter as providências atualizadas adotadas para regularizar ou sanear as falhas apontadas em ações de controle realizadas pelo órgão de controle interno competente, ou justificativas para sua não adoção. É responsabilidade do gestor garantir a execução das providências por ele assumidas, bem como manter atualizado esse instrumento, na medida da adoção de providências no âmbito da UPC..”

Não há indicadores elaborados para medir a efetividade no atendimento às recomendações do Órgão de Controle Interno. A UPC não mantém uma rotina de acompanhamento das recomendações emitidas pela Controladoria Geral da União.

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Adicionalmente, informa-se que, no exercício sob exame, ocorreram três trocas na Diretoria Geral, o que repercute na gestão da UPC. ##/Fato##

Causa Falhas na gestão, especialmente no monitoramento das atividades desenvolvidas no âmbito dos controles internos primários, que incluem dentre outras funções o gerenciamento de riscos, conformidade, verificação de qualidade. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Conforme documento anexado ao Ofício n.º 0471/GABDIR/HFSE/MS de 05 de maio de 2017, o Diretor da UPC informou o que segue:

“Foi solicitado ao Serviço de Informática do HFSE a elaboração de um sistema o qual permita que o Gabinete da Direção controle os prazos, bem como o fluxo das respostas aos Órgãos de Controle e Poder Judiciário. O Serviço de Informática já esteve no Gabinete e coletou as informações necessárias para a elaboração do sistema e atualmente está na fase de desenvolvimento (programação).

Informamos ainda que foi feita reunião com o Coordenador Médico, de Administração e de Gestão de Pessoas no intuito de estabelecer rotina mais célere e adequada para o atendimento das recomendações da CGU.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A UPC não possui rotina para atualização de providências adotadas com a finalidade de atender às recomendações do Controle Interno. Em consequência, as falhas/impropriedades constatadas continuam sendo praticadas ao longo das gestões no hospital, pois medidas propostas nas recomendações para saneá-las não são implementadas. O Núcleo de Controle Interno é incipiente e sua estrutura de recursos humanos é deficiente, contando com três pessoas para atender as demandas dos órgãos de controle. Este setor foi instituído por meio da portaria n.º 34 de 26 de janeiro de 2016. Ademais, a sequência de trocas de diretores repercute na gestão da UPC, somente em 2016 houve três alterações na Diretoria-Geral. Em maio/2017, o atual Diretor do HFSE informou a adoção de medidas para melhorar o grau atendimento de recomendações dos órgãos de controle, porém, estas medidas não foram efetivadas ainda. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Instituir formalmente rotina de acompanhamento das recomendações do Controle Interno, provendo o Núcleo de Controle Interno de recursos materiais e

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humanos para acompanhá-las e atualizá-las no sistema Monitor, estabelecendo metas para o atendimento dessas recomendações. 2 GESTÃO OPERACIONAL

2.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

2.1.1 RESULTADOS DA MISSÃO INSTITUCIONAL

2.1.1.1 INFORMAÇÃO Os indicadores atendem aos critérios analisados. Fato Havia dezesseis indicadores apresentados pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado em seu Relatório de Gestão do exercício de 2016. Quadro 2 – Indicadores de desempenho Denominação do indicador Leitos de Internação por tipo Número de consultas Número de internação Cirurgias hospitalares Cirurgias ambulatoriais Taxa de ocupação hospitalar Tempo médio de permanência Índice de rotatividade de leitos Índice de suspensão de cirurgias Taxa de mortalidade hospitalar Taxa de mortalidade institucional Taxa de cesariana Produção dos procedimentos Capacidade operacional em leito de CTI Capacidade operacional Índice de renovação de leitos Fonte: Relatório de Gestão 2016 HFSE

Em todos os indicadores, havia índice de referência, índice previsto, índice observado, atendendo ao requisito da comparabilidade. Havia também periodicidade, fórmula de cálculo e respectiva análise sintética. Os indicadores “Cirurgias hospitalares” e “Índice de suspensão de cirurgias” foram selecionados para análise, pois estão correlacionados com aspectos relativos ao atendimento cirúrgico, uma das atividades finalísticas do hospital. Esta seleção perfaz 12,5% do total de indicadores. Suas metodologias de cálculo são de simples compreensão e se resumem, respectivamente, em número absoluto e razão entre as cirurgias não realizadas e cirurgias agendadas, atendendo, portanto, à acessibilidade.

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Os dados destes indicadores são compilados a partir das folhas de sala de cirurgia provenientes do Centro Cirúrgico, sendo confiáveis. Sua coleta não demanda maiores custos, atendendo ao requisito da economicidade. Quanto ao requisito da utilidade, o gestor se utiliza desses indicadores para estabelecer prioridades na oferta dos serviços e na utilização dos recursos humanos e materiais. Segundo documento encaminhado em 05 de maio de 2017, estes indicadores servem para “acompanhar a produção cirúrgica e direcionar ações para superação dos principais entraves deste processo”. Também, é realizada análise pela chefia do Centro Cirúrgico tendo como objetivo auxiliar na distribuição das salas cirúrgicas e dos recursos humanos (enfermagem) entre as clínicas especializadas. Por fim, considerando a amplitude e a diversidade de características do fenômeno monitorado, estes indicadores refletem resultados de atividades do Centro Cirúrgico com clareza e simplicidade, e, portanto, os indicadores selecionados atendem ao requisito da completude. ##/Fato##

2.1.2 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

2.1.2.1 INFORMAÇÃO Competências regimentais no HFSE. Fato Com vistas a explicitar as responsabilidades por mitigar a continuidade das situações inadequadas identificadas durante o trabalho auditoria do relatório ARG n.º 201602907, as quais serão replicadas nos itens subsequentes deste relatório de Auditoria Anual de Contas do HFSE, cumpre reproduzir parcialmente as competências da Direção Geral, Coordenação Assistencial e Coordenação de Administração do HFSE dispostas no Relatório de Gestão 2016 da Unidade:

“A Direção Geral do HFSE, além de ser responsável por planejar, coordenar e orientar a execução de atividades de assistência médico-hospitalar, odontológica e farmacêutica em sistema ambulatorial e de internação, responde por promover o inter-relacionamento entre as Coordenações da unidade, de modo a permitir fluxo de operações contínuo e adequado ao atendimento à população usuária do Sistema Único de Saúde – SUS.

A Coordenação Assistencial é responsável pela realização da assistência propriamente dita, atividade finalística do HFSE, ao supervisionar e controlar as atividades referentes à prestação de assistência médico-hospitalar, odontológica e farmacêutica, atendimento hospitalar e ambulatorial, assistência cirúrgica, atendimento anestesiológico aos pacientes, durante o pré, o trans e o pós-operatório, prestar o apoio técnico e administrativo necessário ao desenvolvimento dos Áreas/ Subunidades Estratégicas programas de trabalho das equipes cirúrgicas, incluindo Centros de Terapia Intensiva, executar e promover a avaliação das atividades referentes à prestação de assistência nas especialidades clínicas, supervisionar, avaliar e controlar as atividades referentes à realização de exames diagnósticos complementares, além de outras afins, tais como dietética, fisioterapia, reabilitação, serviço social, serviço de documentação científica e

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estatística e controle de infecção hospitalar. Tem a responsabilidade de estabelecer e acompanhar metas de assistência, requerendo, para tanto, suporte de outras Coordenações no estabelecimento e realização de planejamento estratégico.

A Coordenação de Administração é responsável por planejar, supervisionar, avaliar e controlar a execução de atividades referentes aos processos administrativos, orçamento e finanças, patrimônio, suprimentos, obras, instalações, manutenção de equipamentos, limpeza e recolhimento de resíduos, rouparia, vigilância patrimonial e portaria; prover as áreas e serviços com os materiais, insumos e equipamentos necessários para a prática assistencial; supervisionar os serviços terceirizados contratados pelo hospital, a fim de garantir o cumprimento dos contratos e a garantia da qualidade dos serviços; avaliar e controlar a execução dos contratos de manutenção preventiva, corretiva e de garantia dos equipamentos adquiridos pelo hospital, entre outras atividades de suporte.

A Coordenação de Enfermagem é responsável por supervisionar e controlar a execução de atividades relacionadas à prestação de assistência de enfermagem a pacientes em tratamento hospitalar e ambulatorial; propor normas técnicas, rotinas e procedimentos para padronização de atividades de enfermagem, no âmbito do hospital; supervisionar a preparação e a distribuição de materiais e equipamentos para as salas de operação e demais unidades do hospital. Sua posição de presença direta na atividade finalística do HFSE requer cuidadoso planejamento de atividades e desenvolvimento de recursos humanos, com aprendizado constante, inclusive com apoio a estagiários e residentes.”

Ainda, conforme Regimento Interno dos Órgãos do Ministério da Saúde (Portaria GM Nº 3.965 de 14 de dezembro de 2010), informa-se que: - compete ao HFSE (artigo 341) “I - planejar, coordenar e orientar a execução de atividades de assistência médico-hospitalar, odontológica e farmacêutica em sistema ambulatorial e de internação; [...] V - estabelecer normas técnicas para a padronização, o controle e a racionalização dos procedimentos da área”;

- cabe à Divisão de Médico-Assistencial (artigo 343) “I - supervisionar e controlar as atividades referentes à prestação de assistência médico-hospitalar, odontológica e farmacêutica, além de outras afins”;

- atribui-se à Divisão de Administração (artigo 348) “I - supervisionar, avaliar e controlar a execução de atividades referentes à comunicação administrativa, administração de pessoal, orçamento e finanças, patrimônio, material, obras, instalações, manutenção de equipamentos, limpeza, rouparia, vigilância e portaria”; e

- compete à Divisão de Enfermagem (artigo 347) – “I - supervisionar e controlar a execução de atividades relacionadas à prestação de assistência de enfermagem a pacientes em tratamento hospitalar e ambulatorial; II - programar as atividades das unidades e provê-las dos recursos humanos, materiais e equipamentos necessários ao seu funcionamento”. Assim, o nível estratégico da UPC teria as atribuições alocadas na Direção-Geral, na Divisão Médica-Assistencial e na Divisão de Administração. Ainda, cabe informar que, no período sob exame, ocorreram duas mudanças na Direção da UPC. Verificou-se também superposição das atribuições de Coordenador Assistencial, pois ao tempo em que o cargo comissionado (DAS-3) se encontrava formalmente

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ocupado mediante portaria ministerial, o respectivo titular foi “dispensado”, por ato da Direção da Unidade, de exercer as suas atribuições. Além disso, a Direção da Unidade designou três servidores em sucessão para desempenharem as mesmas atribuições como Responsáveis técnicos, o que causou desorganização administrativa no hospital e dúvidas na cadeia de comando. Quanto ao titular “dispensado”, veio a ser exonerado do cargo em 30 de janeiro de 2017. Este fato foi objeto de Nota de Auditoria. ##/Fato##

2.1.2.2 CONSTATAÇÃO Falta de aproveitamento de salas cirúrgicas programadas para ocupação e subutilização de horas disponíveis em salas ocupadas, ocasionando o desperdício da força de trabalho (anestesiologistas e auxiliares de enfermagem) que é mobilizada para atender o Centro Cirúrgico. Fato Conforme evidenciado no Relatório 201602907, de Avaliação dos Resultados da Gestão do HFSE, cujo objeto foram os fluxos de trabalho atinentes ao Atendimento Cirúrgico do HFSE, o Centro Cirúrgico principal do HFSE constitui-se, atualmente, de vinte salas para realização de procedimentos cirúrgicos e uma sala de recuperação pós-anestésica (RPA).

Dentre as vinte salas instaladas para a realização de cirurgias, duas estão sendo utilizadas para guarda de equipamentos. Há, portanto, dezoito salas operacionais, sendo que uma delas é de uso exclusivo da Unidade Materno-Fetal (UMF) e as outras dezessete salas ficam disponíveis para a programação das cirurgias eletivas.

Dessas dezessete salas operacionais, duas são consideradas de pequeno porte, utilizadas somente para cirurgias eletivas com uso de anestesia local, e quinze são consideradas de grande porte, destinadas para cirurgias com execução de procedimento anestésico que exige a participação de médico anestesiologista.

Apesar de dezessete salas estarem aptas para a realização de procedimentos cirúrgicos, na média, são programadas doze salas por dia para as cirurgias eletivas. Essa média inclui as salas consideradas de pequeno porte e as salas consideradas de grande porte. O cálculo dessa média abrangeu os meses de julho a outubro de 2016 e teve como referência a escala de distribuição das salas, elaborada pelo chefe do Centro Cirúrgico, para os respectivos meses.

A fim de se verificar a efetiva utilização das salas programadas para a realização de cirurgias eletivas, elaborou-se a seguinte tabela, tendo por referência a escala de distribuição das salas, planejada pelo chefe do Centro Cirúrgico, para os meses de julho a outubro de 2016, e a planilha de controle de cirurgias desses mesmos meses. A verificação contemplou a programação de todos os Serviços Cirúrgicos que utilizaram o Centro Cirúrgico principal do HFSE nos meses de julho a outubro de 2016, a saber: Cirurgia Plástica, Ortopedia, Cirurgia Geral, Otorrinolaringologia, Urologia, Ginecologia, Bucomaxilofacial, Cirurgia Vascular, Oftalmologia, Proctologia, Cirurgia Pediátrica, Neurocirurgia, Microcirurgia, Cirurgia Cardíaca e Cirurgia Torácica.

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Tabela 1 – Total e média de salas programadas versus salas efetivamente utilizadas Item de informação Julho Agosto 1 Setembro Outubro 2 Média 3

A - Total de dias úteis no mês 21 19 21 16 19,3

B - Total de salas programadas no mês 232 259 276 179 236,5 C - Total mensal de salas efetivamente utilizadas

214 214 237 156 205,3

D - Total mensal de salas programadas e não utilizadas (B-C)

18 45 39 23 31,3

E - Percentual mensal de desperdício de sala programada (D/B)

7,8 % 17,4 % 14,1% 12,8% 13,0%

F - Média diária de salas programadas (B/A)

11 14 13 11 12,3

G - Média diária de salas utilizadas (C/A)

10 11 11 10 10,5

Fonte: Planilha de controle de cirurgias e escala mensal de distribuição de salas. 1 desconsiderado o dia 4 de agosto (feriado municipal). 2 desconsiderados os dias 7, 10 e 11 de outubro (suspensão de cirurgias por determinação da Coordenação Assistencial). 3 média simples dos quatro meses. Considerando a média, os dados expostos na tabela demonstram que, diariamente, doze salas estão aptas para a programação e realização de cirurgias eletivas. Ou seja, o Centro Cirúrgico consegue reunir a equipe necessária (médicos anestesiologistas e auxiliares de enfermagem) que permite a abertura de doze salas de operação para as cirurgias eletivas. Entretanto, constata-se que nem todas essas salas são efetivamente utilizadas, ficando, diariamente, ao menos uma delas sem ocupação, gerando uma ociosidade dos recursos humanos e equipamentos mobilizados pelo Centro Cirúrgico.

Segundo informações da chefia do Centro Cirúrgico, não há um aproveitamento total das salas em face, primeiramente, do déficit de recursos humanos, notadamente auxiliares de enfermagem e, em seguida, anestesiologistas. Pelo mesmo motivo, déficit de recursos humanos, a sala de RPA também está inoperante.

Com relação à quantidade disponível de horas, consideraram-se dez horas diárias por sala de operação, tendo em vista a rotina de funcionamento do Centro Cirúrgico para as cirurgias eletivas: dias úteis, de sete horas até as dezenove horas, com compromisso para que as primeiras cirurgias de cada sala tenham início, no máximo, até as oito e trinta, e a finalização dos procedimentos ocorra, preferencialmente, até as dezoito e trinta. A metodologia para avaliação utilizou os dados da planilha de controle de cirurgias dos meses de julho a outubro de 2016 e consistiu de levantamento do quantitativo de salas com procedimentos cirúrgicos iniciando-se até as oito horas e trinta minutos e quantitativo de salas não utilizadas após as dezesseis horas.

Na consolidação dos dados verificou-se que o número de salas de cirurgia com início de procedimentos até as oito horas e trinta minutos foi muito inferior ao total de salas que foram utilizadas. Na média dos quatros meses, esse número de salas não chegou a dois por dia. Com relação ao término dos procedimentos, verificou-se que, na média dos quatro meses, 55% das salas foram utilizadas somente até o horário de dezesseis horas. Ou seja, após o horário de dezesseis horas, menos da metade das salas permaneceram em atividade cirúrgica. Houve, portanto, desperdício de horas tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde.

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A tabela a seguir apresenta o levantamento. É possível verificar que o número de salas com início de cirurgias até oito e trinta ficou bem abaixo do total de salas disponíveis para utilização. Também se observa que, até as dezesseis horas, a maior parte das salas já encerrou os procedimentos cirúrgicos e deixa de ser aproveitada.

Tabela 2 – Quantitativo de salas com aproveitamento de horário inicial e sem aproveitamento de horário final – julho a outubro de 2016

Item de informação Quantitativo de salas por mês

Julho Agosto Setembro Outubro Total de salas utilizadas no mês 214 214 237 156

Total de salas com início de cirurgias até 8 h 30 min 38 31 27 21

Total de salas com encerramento de cirurgias até 16 h 101 109 144 94

Fonte: Planilha de controle de cirurgias. Portanto, constata-se a falta de aproveitamento de um número maior de horas disponíveis de sala e, consequentemente, a falta de utilização eficiente da força de trabalho (anestesiologistas e auxiliares de enfermagem) que é mobilizada exclusivamente para atender as salas de operação do Centro Cirúrgico na realização de cirurgias eletivas.

##/Fato##

Causa Planejamento de cirurgias não realizado para a totalidade de dias em que há sala de cirurgia disponível e planejamento realizado de forma insuficiente, sem considerar o período total de horas à disposição da clínica cirúrgica no Centro Cirúrgico, subutilizando a sala ocupada no dia e o pessoal alocado. O responsável técnico pela Coordenação Assistencial (período de 16 de janeiro a 03 de outubro de 2016), designado mediante a Portaria HFSE nº 15, de 15 de janeiro de 2016, para responder pelas atribuições da Coordenação Assistencial, em que pese suas atribuições regimentais previstas no artigo 343 da Portaria GM/MS nº 3.965/2010, incisos I – “supervisionar e controlar as atividades referentes à prestação de assistência médico-hospitalar” e II - “supervisionar o trabalho de equipes de atendimento hospitalar e ambulatorial” deixou de:

• adotar providências eficazes para maximizar a utilização do ambiente cirúrgico; • supervisionar a atuação das equipes cirúrgicas, quanto ao horário de início e

término das cirurgias e quanto ao efetivo aproveitamento das salas pré-reservadas para as especialidades cirúrgicas

O Diretor da Unidade, em que pese suas atribuições regimentais dispostas no inciso V do artigo 341 da Portaria GM/MS nº 3965/2010: “V - estabelecer normas técnicas para a padronização, o controle e a racionalização dos procedimentos da área.”, deixou de determinar que se estabelecessem de fluxos de trabalho que eliminassem ou mitigassem o subaproveitamento do ambiente cirúrgico observado no exercício de 2016.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício n.º 0216/GABDIRHFSE/MS, de 22 de fevereiro de 2017, apresentado na CGU em 8 de março de 2017, apresentou-se a seguinte manifestação:

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“[...] temos a informar que, a elaboração do rodízio de salas do Centro Cirúrgico principal é realizada mensalmente, a partir do dia 20, para o mês seguinte.

A Chefia do Serviço de Anestesia fornece a escala com o número de anestesistas disponíveis para as Cirurgias Eletivas em cada dia útil do mês. Esta escala é submetida à Chefia de Enfermagem, que informa através de uma outra escala, o número de salas que poderão ser abertas de acordo com o quantitativo de profissionais de enfermagem disponíveis naquele mês.

Baseado nas características dos 16 Serviços que utilizam o Centro Cirúrgico, as salas são distribuídas.

Sendo assim, os pacientes são incluídos no Mapa Cirúrgico pelos Serviços de origem. E, havendo a necessidade de utilização de OPME na cirurgia, esta solicitação é enviada ao Almoxarifado com 48 horas de antecedência, pelo próprio Serviço.

O Mapa Cirúrgico é rodado diariamente às 12h30min, no sistema da intranet deste HFSE, pela secretária do Centro Cirúrgico.

Com frequência a chefia do Centro Cirúrgico, não é avisada da desistência da utilização da sala por parte de algum Serviço. Ou, é avisada intempestivamente, quando já não há mais tempo hábil para oferecer a sala para outro Serviço utilizar. Serviço este que, teria que entrar em contato com outros pacientes, verificar seus exames e, fazer sua internação. Além de disponibilizar uma equipe cirúrgica. Com a dificuldade relatada, resta apenas a opção de agilizar as cirurgias programadas para o dia seguinte, o que leva ao encerramento precoce das cirurgias do dia.

Ainda existem outras variáveis que levam à Suspensão das Cirurgias, como:

-Falta de leito de CTI pós-operatório; -Falta de sangue disponível para os pacientes; -Absenteísmo elevado por parte da enfermagem.

Devemos levar em consideração que, os meses escolhidos para a realização da auditoria, foram absolutamente atípicos devido à realização das Olimpíadas/Paralimpíadas. Com a proibição do gozo das férias nos meses de agosto e setembro, um percentual considerável de Servidores, optou pelo gozo das férias nos meses de julho e outubro.”

Por meio do Ofício n.º 0286/GABDIRHFSE/MS, de 20 de março de 2017, manifestando-se quanto ao relatório preliminar da OS 201602907, a Unidade listou providências que pretende adotar para sanar as falhas apontadas: “1. Dividir as salas de cirurgia por turnos e oferecer esta nova modalidade aos serviços. 2. Planejamento para envio das cirurgias com uma semana de antecedência. 3. Comunicação prévia, por parte do serviço, da não-utilização da sala, sob pena de perda de salas no futuro.”

Por meio do Ofício n.º 601/2017/GABDIR/HFSE/MS de 01 de junho de 2017, a Unidade apresentou as manifestações do responsável técnico pela Coordenação Assistencial pelo período de 16 de janeiro a 03 de outubro de 2016:

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“[...] Quanto à não ocupação de duas salas do Centro Cirúrgico, constatou-se que havia problemas na rede de distribuição de gases, o que era de conhecimento da Coordenação Administrativa e do Serviço de Engenharia, o que impossibilitava a realização de cirurgias nas mesmas. Malgrado as dificuldades registradas no relatório da CGU, cabe registrar que houve o aumento do número de cirurgias registradas no primeiro semestre de 2016 em relação ao ano de 2015, o que em parte pode ser atribuído ao aumento de nossa demanda pelo SISREG em função das dificuldades operacionais da Rede Estadual de Saúde gerando aumento de consumo além do orçamento programado para o HFSE para o ano de 2016. [...]” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Sabe-se da escassez de recursos humanos, notadamente auxiliares de enfermagem, que interfere na operacionalidade de toda a capacidade instalada no Centro Cirúrgico do HFSE. Diante dessa dificuldade, há um trabalho da chefia do Centro Cirúrgico, em conjunto com sua Coordenação de Enfermagem e com o Serviço de Anestesiologia, para, mensalmente, programar as salas que poderão ser abertas, supridas com anestesiologista e equipe da área de enfermagem, e distribuir entre as clínicas cirúrgicas para que estas, tendo o conhecimento prévio dos dias e quantidade de salas à sua disposição, possam se organizar, planejar e agendar as suas cirurgias eletivas. Não é razoável, portanto, que essas salas de operação fiquem ociosas ou sejam mal aproveitadas, sobretudo quando se tem ciência de que há pacientes de longa data aguardando na fila cirúrgica do HFSE. Certamente, há fatores que interferem na programação diária de cirurgias, por conseguinte, no pleno aproveitamento das salas disponibilizadas, e que fogem da gestão administrativa, tais como: condições clínicas do paciente, priorização de emergências, paciente que não comparece ou que recusa o procedimento. Porém, existem outros motivos que podem ser administrados e que, com uma gestão mais eficiente, poderiam ser mitigados, contribuindo para a ocupação das salas e uma utilização mais ampla do tempo disponível em sala. Melhorando a ocupação das salas, o HFSE tem condições de aumentar a sua produção cirúrgica e, consequentemente e principalmente, diminuir o tempo de espera do cidadão em fila cirúrgica. Cabe destacar que, institucionalmente, não há indicadores nem metas sobre o Centro Cirúrgico que estabeleçam os objetivos a serem alcançados pelo HFSE e apresentem parâmetros para aferição da sua evolução e desempenho. Um indicador bem elaborado cumpriria a função de orientar e fornecer insumos para a direção do órgão promover melhorias na sua gestão hospitalar, incluindo o planejamento de cirurgias e utilização de salas cirúrgicas. Em que pese a observação da Unidade quanto à atipicidade dos meses escolhidos para o levantamento das informações, pode-se afirmar que os dados apresentados se refletem também nos outros meses na seguinte forma: na média, o número de salas com início de

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cirurgias até oito e trinta não chega a duas salas por dia e, também diariamente, cerca de 50% das salas encerram os procedimentos cirúrgicos até as dezesseis horas.

Quanto à manifestação do responsável técnico pela Coordenação Assistencial (período de 16 de janeiro a 03 de outubro de 2016), apresentada por meio do Ofício HFSE nº 601/2017, o mencionado aumento da produção cirúrgica no primeiro semestre de 2016, comparado a igual período de 2015, não demonstrado com números, não afasta a constatação de ociosidade habitual de seis salas cirúrgicas, das dezessete disponíveis para cirurgias eletivas, decorrente de deficiências de planejamento da ocupação deste ambiente.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Adotar formalmente a rotina de, após os serviços cirúrgicos conhecerem a programação mensal de alocação de salas cirúrgicas, informar à Chefia do Centro Cirúrgico com a maior antecedência possível sobre as datas em que não será possível programar cirurgias, visando à alocação alternativa destas salas. Recomendação 2: Avaliar a viabilidade de programar o uso compartilhado de salas cirúrgicas nos casos de clínicas que habitualmente utilizam o Centro Cirúrgico em um único turno (manhã ou tarde), registrando em documento o resultado dessa avaliação, no qual contenha, no mínimo: (i) a identificação das clínicas usuárias do Centro Cirúrgico apenas em um turno; (ii) a identificação das clínicas com condições para compartilhamento de salas e os critérios utilizados para a escolha das clínicas que irão compartilhar as salas; e (iii) a decisão da direção do HFSE quanto à viabilidade da estratégia e sua implementação. 2.1.2.3 CONSTATAÇÃO Falta de material básico (almoxarifado, farmácia e/ou patologia) no HFSE ocasionando, em três dias, a paralisação na programação de cirurgias eletivas, e precariedade na disponibilidade de OPME. Fato Conforme evidenciado no Relatório 201602907, de Avaliação dos Resultados da Gestão do HFSE, cujo objeto foram os fluxos de trabalho atinentes ao Atendimento Cirúrgico do HFSE, identificamos que, de janeiro até outubro de 2016, foram suspensas 122 cirurgias por falta de material básico. Esse número representa 13,2% do total de cirurgias suspensas cujos motivos foram declarados.

Tabela 3 - Suspensões de cirurgias por falta de material básico Período Número de cirurgias suspensas De janeiro a junho de 2016 36 De julho a outubro de 2016 86 Total de suspensões 122

Fonte: Planilha de controle de cirurgias do Centro Cirúrgico.

O material básico envolve material de almoxarifado, de farmácia e/ou de patologia, como por exemplo, tubo orotraqueal, gaze, fio cirúrgico, soluções, material para análise

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patológica, cateteres, sondas, lâmpadas de microscópio, etc. São itens de uso contínuo e rotineiro para o desenvolvimento das atividades cirúrgicas.

Pelos dados da tabela, verifica-se que o problema se agravou no segundo semestre, fazendo, inclusive, com que a Coordenação Assistencial do HFSE determinasse a suspensão dos procedimentos cirúrgicos em 6 de outubro de 2016. Em consequência, nos dias 7 e 10 de outubro nenhuma cirurgia eletiva foi programada e no dia 11 de outubro somente duas cirurgias eletivas foram realizadas.

Durante a observação realizada no Centro Cirúrgico no dia 7 de dezembro de 2016, quando, aparentemente, o fornecimento de material básico já estava regularizado, a equipe de enfermagem relatou que, nesse dia, deu-se a falta do item de consumo denominado caneta para bisturi, essencial à realização de atos cirúrgicos. Considerando que no dia anterior nada se falou a respeito da então iminente falta deste material, ou seja, em um dia não se relataram problemas relativos a este insumo, e, no dia seguinte, já não havia em número suficiente, levantou-se, junto ao Almoxarifado Central e à Divisão de Suprimentos e Logística (DISUL) do HFSE, a ficha de estoque do material e as solicitações de compra. No exame das informações obtidas, verificou-se que não foram realizadas compras desse insumo nos exercícios de 2014 e 2015, indicando que a última compra, anteriormente a 2014, havia sido feita em quantidade excessiva. A quantidade adquirida em 22 de março de 2016, de 4.800 unidades, somadas à quantidade ainda existente no estoque, praticamente seria suficiente para o consumo do ano todo de 2016, tendo como base a quantidade consumida no ano de 2015. Ocorre que, no saldo inicial de janeiro de 2016, estavam computadas 1.198 unidades cujo prazo de validade se encontrava vencido. O saldo final em dezembro de 2016, na quantidade de 1.198 unidades, ao valor unitário de R$ 10,35, não servia mais para consumo, o que, provavelmente, o Almoxarifado já sabia desde o início do ano, mas mesmo assim o quantitativo do material continuou registrado no estoque.

A ocorrência de desabastecimento de material básico, além de influenciar nos números da produção cirúrgica e no andamento da fila cirúrgica, tem impacto na vida dos pacientes que foram preparados para o procedimento. No tocante a órteses, próteses e materiais especiais (OPME), o número de suspensões por falta desse tipo de material, de janeiro até outubro de 2016, não chegou a ser elevado. Foram suspensas 29 cirurgias, o que representa 3,1% do total de cirurgias suspensas cujos motivos foram declarados. A precariedade no estoque de OPME interfere muito mais no planejamento e programação de cirurgias eletivas do que na taxa de suspensão.

A Ortopedia é uma especialidade que, invariavelmente, necessita desse material para suas cirurgias. No mês de agosto de 2016, o Serviço de Ortopedia, para dois dias (8 e 29), não programou a realização de cirurgias eletivas. Em outubro, foram quatro dias (4, 7, 10 e 18) sem programação: o motivo declarado pela Unidade para a ausência de programação cirúrgica nesses dias foi a falta de OPME.

Além disso, para outros nove dias, compreendidos entre agosto e outubro de 2016, a programação de cirurgias eletivas também ficou limitada, devido à falta de OPME, ocasionando a subutilização de salas cirúrgicas.

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Quadro 3 – Dias de subutilização de salas cirúrgicas por falta de OPME

Data Número de cirurgias

Hora final de uso de sala Planejadas Realizadas

01/08/2016 1 1 13 h 55 min

03/08/2016 1 0 A única cirurgia planejada foi

suspensa e a sala não foi utilizada 15/08/2016 1 1 13 h 10 min

02/09/2016 3 (2 salas) 3 Uma sala até 11 h 55 min Outra sala até 14 h 05 min

20/09/2016 1 1 9 h 50 min 21/09/2016 2 2 13 h 35 min 21/10/2016 1 1 13 h 30 min 24/10/2016 1 1 11 h 40 min 25/10/2016 1 1 12 h 05 min

Fonte: Planilhas de controle de cirurgias e mapas cirúrgicos. Adicionalmente, examinaram-se algumas solicitações de compra de materiais específicos, feitas pelo Serviço de Ortopedia, e verificou-se que o tempo até o empenhamento é superior a dois meses e o início da entrega do material não obedece ao prazo de dez dias estipulado na nota de empenho. A Cirurgia Cardíaca também utiliza OPME. No exame realizado sobre uma solicitação de compra para vinte conjuntos de prótese valvar biológica, feita em 22 de fevereiro de 2016 pela Cirurgia Cardíaca, verificou-se que a compra só foi empenhada sete meses depois, em 21 de setembro de 2016, para um quantitativo de doze unidades. O material entrou no sistema de controle do almoxarifado em 8 de novembro, apesar de o empenho estabelecer o prazo de entrega em dez dias. Acrescente-se que, no período compreendido entre 13 de maio de 2016 e 8 de novembro de 2016, o estoque desse insumo ficou zerado. No final do exercício só restava uma unidade desse item. Cânula arterial é outro exemplo de material específico da Cirurgia Cardíaca com estoque reduzido. Tabela 4 - Resumo da ficha de estoque de cânulas e prótese cardíaca

Situação Especificação do material

Cânula arterial femoral 18 Fr

Cânula arterial femoral 20 Fr

Prótese cardíaca tipo biológica

Saldo inicial em 1º de janeiro 10 8 4 (+) Entradas (compras) 16 15 42 (–) Saídas (consumo) 26 22 45 Saldo final em 31 de dezembro 0 1 1

Fonte: Ficha de estoque em 4 de janeiro de 2017. A insuficiência no estoque e a incerteza quanto à compra e chegada de OPME têm impacto no planejamento realizado pelos Serviços Cirúrgicos, que acabam por deixar as salas de operação desocupadas ou subutilizadas, e, em consequência, os pacientes ficam estacionados na fila cirúrgica. ##/Fato##

Causa Gestão de materiais e insumos hospitalares feita de forma deficiente, sem métodos e técnicas de controle de estoque e de validade dos produtos. Falta de planejamento para realização de processos de licitação próprios para a compra de materiais para reposição do estoque do Almoxarifado.

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O Coordenador de Administração do HFSE, no período de 02 de marco a 28 de setembro de 2016, em que pese suas atribuições regimentais previstas no artigo 348, inciso I da Portaria GM/MS nº 3965/2010, - supervisionar, avaliar e controlar a execução de atividades referentes à comunicação administrativa, administração de pessoal, orçamento e finanças, patrimônio, material, obras, instalações, manutenção de equipamentos, limpeza, rouparia, vigilância e portaria”, deixou de supervisionar a adequada gestão de estoques do almoxarifado, permitindo, por omissão, que os estoques de diversos insumos básicos, cujo consumo é habitual e generalizado em qualquer unidade hospitalar, chegassem a zero, comprometendo a qualidade do atendimento prestado aos cidadãos. Deixou ainda de promover as necessárias e tempestivas aquisições de insumos básicos necessários a repor os estoques, agravando-se pela ocorrência de mutirões, cuja utilização intensiva destes insumos exige redobrada atenção sobre os pontos de ressuprimento. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio Ofício n.º 0005/GABDIR/HFSE/MS de 3 de janeiro de 2017, o diretor do HFSE encaminhou as respostas apresentadas pelo chefe da Divisão de Suprimento e Logística (DISUL), reproduzidas a seguir.

“[...] Embora tendo a minha assunção à função de Chefe da divisão de Suprimento e Logística desta UH sido efetivada em 23 de novembro de 2016, quando da sua publicação no Diário Oficial da União, e com isso não tendo participação direta nas citadas ocorrências, diligência foi feita por esta Chefia junto ao Almoxarifado no sentido de apurarmos, com efeito, o demonstrado pelo Centro Cirúrgico desta Unidade, através de uma Planilha de Controle de Cirurgias.

Certo é que, notificar-se o desabastecimento de insumos dentro de uma unidade hospitalar, é de fácil monta, mas os motivos procedimentais e operacionais que porventura dão causa a essa ocorrência, implica em vários procedimentos tanto internos (área assistencial e administrativa), bem como externos que a seguir buscaremos justificar.

A princípio destacamos o contingenciamento que o HFSE sofreu nos 3 (três) últimos trimestres deste ano, que foi de aproximadamente R$ 5.844.996,60 (cinco milhões e oitocentos e quarenta e quatro mil novecentos e noventa e seis reais e sessenta centavos), e que até o final do mês de setembro do corrente ano não havia sido liberado.

Em seguida, naquela época foi por esta Chefia verificado que fora solicitado ao Departamento de Gestão Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro, o remanejamento de R$ 4.266.238,12 (quatro milhões duzentos e sessenta e seis mil duzentos e trinta e oito reais e doze centavos), para acerto na programação orçamentária, que foram utilizados para aquisição de insumos básicos, materiais específicos e para laboratório e medicamentos, bem como cancelamento de empenho no valor de R$ 1.035.218,50 (um milhão trinta e cinco mil duzentos e dezoito reais e cinquenta centavos) para com esse montante dar provimentos ao abastecimento do HFSE em medicamentos, materiais para o laboratório e insumos básicos.

[...]”

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“[...] quanto a esclarecer a falta do item CANETA DE BISTURI às Chefias Médicas e de Enfermagem do Centro Cirúrgico, em 07/12/2016 e concomitantemente [...] o porquê de constar na ficha de estoque do HOSPUB a quantidade de 1.198 unidades [...] e fisicamente estar zerado, passamos a expor.

- [...] citado material naquele total apontado pela CGU está com sua validade vencida, e daí o estoque identificado no HOSPUB ser apenas virtual, não condizendo com a realidade.

- Quanto a não notificação pelo Almoxarifado ao Almoxarifado Satélite em tempo hábil da situação enfocada, temos a informar que através do Memo n.º 498/2016 de 10/06/2016 do Amoxarifado, foi solicitado à DISUL aquisição do referido material, e pela gestão anterior adquirido tão somente 180 CANETAS PARA BISTURI [...].

Com vistas a solucionarmos o citado evento, fora aberto em 20/12/2016 o processo 33433.014849/2016-03 para aquisição do quantitativo de 1.184 CANETAS DE BISTURI, através da Ata de Registro de Preços do Pregão 71/2015 do INC – Instituto Nacional de Cardiologia.

[...]”

No Ofício n.º 0005/GABDIR/HFSE/MS o diretor do HFSE ainda destacou:

“[...] a Direção que a esta antecedeu tão logo tomou conhecimento das deficiências apresentadas naquela Coordenação Administrativa solicitou ao DGHMS que procedesse a exoneração do então Coordenador e da Chefia de Suprimentos.”

Por e-mail, datado de 30 de dezembro de 2016, foram apresentados também os seguintes documentos da Direção antecessora:

1) Memorando n.º 0440/GABDIR/HFSE de 29 de setembro de 2016, que dava conhecimento à Coordenação de Gestão de Pessoas sobre as portarias de nomeação do atual Coordenador Administrativo e exoneração do anterior;

2) Memorando n.º 0422/GABDIR/HFSE de 22 de setembro de 2016, comunicando ao Departamento de Gestão Hospitalar - DGH sobre as providências para evitar o desabastecimento da Unidade.

“[...] em razão da precariedade apresentada em nosso Almoxarifado Central no que tange a grade de insumos básicos de consumo, apoiado pelas Coordenações Assistencial e de Enfermagem (COAS e COENF), adotei medidas que julgo pertinentes, na certeza de suas eficácias frente a esta situação. São elas:

a- inventário do Almoxarifado, já em fase conclusiva;

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b- realocação de recursos de aquisição de endopróteses em processos referentes a 2014, para aquisição de medicamentos e insumos básicos;

c- criação [...] de Grupo de Trabalho de Reabastecimento do HFSE [...];

d- Planilhamento dos medicamentos e insumos básicos para, em caráter emergencial, providenciar o abastecimento e consequente disponibilização para consumo.

[...]”

3) Memorando n.º 0431/GABDIR/HFSE de 23 de setembro de 2016, ao DGH:

“Sigo informando as providências tomadas por esta Direção para o reabastecimento desta Unidade Hospitalar.

1. Realocação de Recursos: de imediato autorizei as glosas (de uma só vez) no valor de R$ 708.777,50 [...] dos créditos da empresa [...] CNPJ-02.566.106/0001-82, correspondente ao valor de BDI, que vinham sendo faturados erradamente desde outubro de 2015 a junho de 2016.

2. O resultado parcial do Inventário do Almoxarifado Central, revelou total desabastecimento em 45/51 itens zerados.

3. Realizada na data de hoje, reunião com o Grupo de Trabalho de Reabastecimento [...]. Conforme consta em ata, os setores ali representados acordaram com esta Direção de em até 24 (vinte e quatro) horas informar os itens necessários para a realização e manutenção de, em pelo menos, 30 (trinta) cirurgias/dia para este primeiro momento. [...].

4. A relação solicitada de saldo de empenhos demonstrou um valor de R$ 8.027.444,57 [...]. Serão avaliados aqueles com mais de noventa dias de atraso na entrega, desde a data do empenho (cerca de 34/110 itens). Serão solicitadas a prestar esclarecimentos as respectivas empresas.

[...].”

Por meio do Ofício n.º 0286/GABDIRHFSE/MS, de 20 de março de 2017, manifestando-se quanto ao relatório preliminar, apresentaram-se as seguintes informações adicionais:

”[...] foi realizado inventário físico e financeiro nas dependências dos almoxarifados central e satélites (Centro cirúrgico, Oftalmologia e Hemodinâmica) deste nosocômio, pela comissão constituída através da Portaria HFSE/MS nº 0627, publicada no BSE de 30/05/2016, alterada pela Portaria HFSE/MS nº 0398, de 15/08/2016, onde formalizou-se o processo SIPAR 33433.016336/2016-29, constando todo o relatório da comissão em questão. Em tempo, informamos que todas as providências estão sendo tomadas visando as adequações sugeridas pela referida comissão.”

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Posteriormente, por meio do Ofício n.º 601/2017/GABDIR/HFSE/MS de 01 de junho de 2017, a Unidade apresentou manifestações:

1) do responsável técnico pela Coordenação Assistencial (16 de janeiro a 03 de outubro de 2016) informou o que segue: “Em referência a sua solicitação para esclarecimento referente ao relatório de auditoria n.º 201602907, cumpre-nos informar sobre as cirurgias eletivas que houve necessidade de suspensão temporária das mesmas devido à informação recebida pela Chefia do Centro Cirúrgico – Dr. [omissis] – que o material existente no almoxarifado do HFSE seria insuficiente para atender aos procedimentos cirúrgicos programados, razão pela qual era prioritário atender somente às urgências. [...]

2) do Diretor do HFSE, cuja responsabilidade abrange o período de 12 de janeiro de 2016 a 13 de dezembro de 2016: “[...], inicialmente informo que minha gestão ocorreu de janeiro de 12 de janeiro de 2016 a 13 de dezembro do mesmo ano. Estando atualmente aposentado, não desfruto mais das rotinas e acontecimentos da Unidade. Tinha como Coordenador Assistencial Dr. [omissis] que foi substituído já ao final da gestão pela Dra. [omissis]. Para Coordenador Administrativo foi nomeado à época, o Sr. [omissis] que foi exonerado em 22 de setembro de 2016. Dito isto, descrevemos: 1. Observou-se um desabastecimento de materiais básicos para a assistência, como ilustra a primeira tabela da auditoria; 2. Apesar dos questionamentos da Direção à Coordenação Administrativa, não se identificava uma causa geradora do fato; 3. Em 22 de setembro de 2016, foi composto o Grupo de Trabalho de Reabastecimento do Hospital Federal dos Servidores do Estado, constituído de uma equipe multidisciplinar, criado através da PORTARIA/HFSE/MS N.° 0500; 4. Foram adotadas medidas saneadoras através das providências relatadas no MEMORANDO N.° 0422/GABIDIR/HFSE, datado de 22/09/2016 e, MEMORANDO N.° 0431/GABDIR/HFSE, datado de 23/09/2016, ambos anexos ao presente, comunicando ao Departamento de Gestão Hospitalar - DGH/RJ/SAS/MS, da precariedade do estoque em nosso Almoxarifado; 5. A resposta foi imediata, observada em cerca de 30-45 dias, com o abastecimento saneado e a produção cirúrgica retomada e o cancelamento de cirurgia eletivas drasticamente reduzido, conforme aponta as Constatações da Controladoria Geral da União no Estado do Rio de Janeiro, onde este cancelamento cai de 259 em setembro para 173 em outubro, ou seja, 1/3 da produção cirúrgica é recuperada. 6. A exiguidade de tempo não me permitiu recuperar estes dados referentes aos meses de novembro e dezembro subsequente, o que com certeza foi atendido pela Coordenação Assistencial. Acredito ter atendido a demanda solicitada, me coloco à disposição dessa Direção Geral, para quaisquer outros esclarecimentos que se tornem necessários ao atendimento aos órgãos de controle.”

3) do Coordenador Administrativo, responsável pelo período 02 de marco a 28 de setembro de 2016, conforme abaixo: “Em virtude da Solicitação de Auditoria n° 201701039-03, destinatário Diretor Geral Doutor [omissis] , Unidade auditada Hospital Federal dos Servidores do Estado - HFSE,

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eu, L.C.M.A., Servidor Público Federal, matrícula SIAPE ******, vem através da presente documentação, apresentar a Coordenadoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro, resposta ao requisitado através da presente Solicitação de Auditoria, bem como levar ao conhecimento, do que vivenciei no período em que estive Coordenador de Administração do HFSE (Portaria de nomeação n° 290, de 02 de março de 2016 a Portaria de exoneração n° 1.746, de 28 de setembro de 2016). Cópia das Portarias em anexo. Desse modo, procuro de forma pontual ressaltar os itens que precisam ser esclarecidos. - Item 5 - Título: Desabastecimento de medicamentos e outros materiais de consumo e manifestação específica da Coordenação de Administração. Resposta: Quando assumi a Coordenação de Administração do Hospital Federal dos Servidores do Estado, verificamos que havia um déficit de material básico no estoque do Almoxarifado, bem como faltas pontuais na Farmácia. Realizamos reunião com /6X Setores da Assistência e Administração, em conjunto com a Direção Geral na época, do HFSE, a fim de planejar a forma de atuação nos problemas conhecidos, essas reuniões eram realizadas uma vez por semana na Sala da Direção da Unidade Hospitalar. Durante as reuniões eram expostas as dificuldades que cada Setor estava passando e apresentado a solução para resolver os problemas. Um dos problemas verificado, é que havia muito poucos processos licitatórios do HFSE e que éramos participantes, dificultando a aquisição de materiais, pois precisávamos pedir "carona", em processos licitatórios de outros Órgãos Federais. Havia alguns processos em andamento para homologação, mas que durante o período em que estive na Coordenação, me recordo de a direção ter homologado pouquíssimos, principalmente relativos a insumos básicos e OPMEs. Mesmo com todas as dificuldades apresentadas acima, bem como, com o contingenciamento orçamentário de aproximadamente R$ 5.800.000,00 (Cinco milhões de Reais), conseguimos realizar aquisição de vários insumos básicos, medicamentos e OPMEs, para diversas Clínicas do HFSE, o que pode ser comprovado através das Notas de Empenho emitidas durante o período que estive na referida Coordenação, podendo ter havido faltas pontuais. A aquisição dos insumos básicos e medicamentos eram realizados de acordo com a demanda do Almoxarifado e da Farmácia para ressuprimento dos estoques, mas as OPMEs, somente eram adquiridas de acordo com as Normas da Portaria SAS n° 403, de 07 de maio de 2015, disciplina a aquisição, o recebimento, a utilização e o controle de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), pelas Unidades Hospitalares subordinadas à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS) e Procedimento Operacional Padrão - POP do DGH/MS/RJ. Nas referidas reuniões semanais, na Sala da Direção Geral da época, além de planejar a Administração do Nosocômio, aproveitávamos para supervisionar os Setores e suas atividades, avaliar o que cada um estava realizando e estava de acordo com o que havia sido planejado, bem como controlar as atividades assistenciais e administrativas, a fim de obter o resultado esperado no planejamento da Administração em Geral. Mesmo participando semanalmente das reuniões na Direção Geral na época, realizávamos reuniões com os Setores subordinados a Coordenação de Administração, como por exemplo: Divisão de Suprimentos, Almoxarifado, Patrimônio, Serviço de Contabilidade e Orçamento, Setor de Contratos, Serviço de Manutenção Predial e de Equipamentos, Serviço de Hotelaria e Rouparia, Serviço de Transporte, entre outros Setores e Profissionais. Nestas reuniões tratávamos de todos os assuntos relativos bom funcionamento do Hospital, planejando ações para cada Setor, supervisionando, avaliando e controlando a execução das suas atividades.

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Seguem abaixo algumas considerações: 1. Considerando que, ao assumirmos a Coordenação de Administração do Hospital Federal dos Servidores do Estado, participamos de diversas reuniões, na Sala da Direção Geral, com vários Chefes de Clínica, nas quais o Senhor Diretor da época, solicitou o aumento de suas produções, visto estas estarem aquém da média do Hospital Federal do Estado do Rio de Janeiro, problemas esses herdados da Administração anterior do referido Nosocômio; 2. Considerando que no período de março/2016 a agosto/2016 algumas Clínicas do HFSE, realizaram mutirões visando o aumento da produção e outras Clínicas o fizeram para diminuir suas filas cirúrgicas e consequentemente também aumentaram sua produção, como exemplo Cirurgia Plástica, Oftalmologia e Pediatria, o que pode constatar na documentação das clinicas e ambulatório, no período em que estive na Coordenação de Administração do HFSE; 3. Considerando que o orçamento da Unidade Hospitalar não tinha reajuste desde o exercício de 2011, aproximadamente, e que no exercício de 2016, o HFSE sofreu um contingenciamento de cerca de R$ 5.800.000,00 (cinco milhões e oitocentos mil reais); 4. Considerando que para o aumento da produção de algumas Clínicas Cirúrgicas é necessário aquisição de alto custo, tendo isto um impacto significativo nas contas da Unidade Hospitalar, e que os referidos mutirões utilizam, em um dia, aproximadamente o mesmo volume de material que a clínica em uma semana; 5. Considerando que o orçamento aprovado pela LOA 2016 foi de R$ 174.000.000,00 (cento e setenta e quatro milhões de reais), e que 64% (sessenta e quatro por cento) deste valor já vinham sendo utilizados com contratos continuados, ficando a diferença para aquisição de insumos, medicamentos, entre outros materiais médico-hospitalares, e lembrando que aproximadamente R$ 5.800.000,00 (cinco e oitocentos reais) foram contingenciados da Unidade Hospitalar, no exercício de 2016; 6. Considerando que a Direção do Hospital Federal dos Servidores do Estado, no período em que estive Coordenador de Administração no referido Nosocômio, tinha ciência das dificuldades orçamentárias, uma vez que recebia regularmente da Divisão de Orçamento e Finanças/HFSE os relatórios das Execuções Orçamentárias e Financeiras; 7. Considerando que realizávamos semanalmente com a Direção Geral da época, seus assessores, Coordenação Assistencial e Setores Subordinados e a Coordenação de Administração e seus Setores Subordinados, reuniões de planejamento, supervisionamento, avaliação e controle, de todos os processos assistenciais e administrativos da Unidade Hospitalar; 8. Considerando que a Direção da época, era sabedora que nos últimos 03 (três) trimestres, o HFSE sofreu contingenciamento de aproximadamente R$ 5.800.000,00 (cinco milhões e oitocentos mil reais) e que até a presente data o montante não havia sido liberado; 9. Considerando que, devido à dificuldade orçamentária da Unidade Hospitalar, solicitamos ao Departamento de Gestão Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro o remanejamento, para acerto na programação orçamentária, do valor de R$ 4.266.238,12 (quatro milhões, duzentos e sessenta e seis mil, duzentos e trinta e oito reais e doze centavos), que foram utilizados para aquisição de materiais básicos e específicos e medicamentos, bem como o cancelamento de dotação orçamentária no valor de R$ 1.356.200,00 (hum milhão, trezentos e cinqüenta e seis mil e duzentos reais), além de solicitar autorização à Direção Geral de mais um cancelamento de R$ 1.035.218,50 (hum milhão, trinta e cinco mil, duzentos e dezoito reais e cinqüenta centavos), para

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atendimento específico de medicamentos, materiais para o laboratório e insumos básicos; 10. Considerando o Acórdão n° 1788/2016 - TCU - Plenário, que no subitem 1.8.3, determina nos termos do inciso II do art. 250 do Regimento Interno/TCU à Direção do Hospital Federal dos Servidores do Estado que revisasse os pagamentos já efetuados à empresa SM21 Engenharia e Construções Ltda., e descontasse o valor pago em duplicidade, referente ao BDI dos serviços corretivos previstos no contrato de manutenção predial, nas faturas a vencer; 11. Considerando que o referido acórdão avaliou e analisou os processos e o contrato da empresa em epígrafe, concluindo que houve pagamento em duplicidade no período de outubro de 2015 a junho de 2016, totalizando o valor de R$ 708.777,80 (setecentos e oito mil setecentos e setenta e sete reais e oitenta centavos); 12. Considerando o despacho do Senhor Chefe da Divisão de Infraestrutura/HFSE/MS, que teve conhecimento do referido acórdão e que, em reunião com o Senhor Diretor, este Coordenador e o Senhor Chefe da Divisão de Orçamento e Finanças deste Nosocômio, foi determinado que fossem glosados da empresa a partir de outubro/2016 e remanejados para a Natureza de Despesa 339030 (material de consumo), a fim de aquisição de materiais médico-hospitalares; 13. Considerando que o aumento de produção por meio da realização de mutirões sem prévio planejamento causa grande impacto na gestão de uma boa administração de qualquer hospital; 14. Considerando que a Coordenação de Administração participou de trabalho junto ao Grupo de Coordenadores das Unidades Federais de Saúde, coordenado pelo Departamento de Gestão Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro, para a centralização dos procedimentos administrativos, com objetivo de dar uma cara única às compras e às contratações de serviço nas Unidades Federais de Saúde no Rio de Janeiro, visando consequentemente à uniformização dos preços e a ganho em escala, o que diminuiria o percentual orçamentário utilizado para os serviços continuados do HFSE; 15. Considerando que a Divisão de Suprimentos e Logística/HFSE preparou diversos processos de aquisição de diferentes materiais, como medicamentos, laboratório, insumos básicos e materiais médico-hospitalares, que não foram adquiridos por falta de dotação orçamentária; e 16. Considerando que a Direção Geral do HFSE da época, optou em descartar o trabalho da Coordenação de Administração, sem nenhuma comunicação oficial, não levando em consideração todo o trabalho que estávamos fazendo em conjunto com a própria Direção Geral, Coordenação Assistencial e Coordenação Administrativa do Nosocômio. Sendo, informamos que a Coordenação de Administração e seus Setores subordinados estavam à disposição da Direção Geral da época, que sempre foi sabedor de todo assunto acima informado, para chegarmos a um consenso e resolver as dificuldades que estávamos passando. Desse modo, acreditamos que não é possível imputar os problemas expostos à Coordenação de Administração e seus subordinados, uma vez que sempre estivemos ao lado da Direção do Hospital Federal dos Servidores do Estado, da época, de cada Chefe de Clínica e Serviço da Unidade Hospitalar, para atender suas demandas, bem como de todo Hospital e seus pacientes e população que procuravam Hospital Federal dos Servidores do Estado, inclusive alertamos a todos, através de MEMO CIRC. N° 01/2016 - COAD/HFSE, datado de 23 de setembro de 2016, verificasse também, que muitas das ações apresentadas como resposta ao Relatório de Avaliação dos Resultados da Gestão n° 201602907 - CGU - Regional/RJ, foram iniciadas durante o período em que estive na Gestão do HFSE, conforme apresentado no MEMO CIRCULAR acima referenciado.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Considere-se que as providências adotadas pela Direção do HFSE, à época do fato, não alcançaram o êxito necessário, posto que, duas semanas após a emissão dos memorandos ao DGH, a situação agravou-se, ocorrendo por três dias a interrupção no planejamento de cirurgias eletivas.

Quanto ao contingenciamento de recursos, ele realmente ocorreu, assim como ocorreu em 2015. Acrescente-se, no entanto, que, apesar disso, os valores empenhados e liquidados pelo HFSE foram superiores aos de 2015, inclusive no referente ao elemento de despesa material de consumo.

Tabela 5 – Despesa total executada em 2015 e 2016 Exercício Empenhado (R$

1,00) Liquidado (R$ 1,00)

2015 166.247.508 141.917.120 2016 176.142.941 148.580.085

Fonte: Siop, em 31 de janeiro de 2017.

Tabela 6 – Despesa realizada com material de consumo em 2015 e 2016

Exercício Empenhado (R$ 1,00)

Liquidado (R$ 1,00)

2015 51.968.402 41.680.202 2016 54.727.495 44.762.385

Fonte: Siafi, em 1º de fevereiro de 2017.

A restrição de recursos, sofrida nos exercícios de 2015 e 2016, certamente não é salutar para a gestão, mas não é a única a impactar nas dificuldades de abastecimento do HFSE. Para melhor compreensão, citou-se a falta de caneta para bisturi, ocorrida no Centro Cirúrgico no dia 7 de dezembro de 2016, e as solicitações de compras de OPME, as quais demonstraram que também há falhas na gestão de suprimento de bens e serviços do HFSE, tais como:

- falta de controle do prazo de validade de produtos que estão armazenados;

- o primeiro produto que entra não é o primeiro que sai. As trezentas unidades de caneta para bisturi adquiridas em abril saíram no mesmo mês, enquanto ainda havia unidades da compra anterior na prateleira;

- falha de fiscalização e acompanhamento sobre o prazo de entrega pelos fornecedores, que não cumprem o prazo descrito na nota de empenho; e

- não realização de processos licitatórios próprios para as compras, utilizando-se do instituto de adesão à ata de registro de preços, comumente denominado “carona”, o que torna o processo de compra mais demorado;

- falhas de comunicação entre o Almoxarifado Central, o satélite localizado no Centro Cirúrgico e a chefia do centro, visto que, por exemplo, duas semanas antes do dia no qual se detectou que o estoque de canetas para bisturi estava zerado no Centro Cirúrgico, o

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Almoxarifado repassou as últimas unidades ao satélite, momento em que este deveria ter notificado as chefias médica e de enfermagem do Centro Cirúrgico.

Em um almoxarifado hospitalar, mesmo que haja pouca movimentação de determinados itens, requer-se a existência de estoque mínimo, pois o atendimento ao paciente exige a disponibilidade imediata, sob pena de agravamento do seu estado. Por isso é necessário um bom gerenciamento de estoque e de compras planejadas, com procedimentos e processos sistematizados, que permitam o contínuo fornecimento de insumos aos diversos serviços do hospital e que garantam o atendimento ininterrupto aos pacientes.

A respeito das manifestações do Diretor do HFSE, no período de 12 de janeiro de 2016 a 13 de dezembro de 2016:

Quanto à comunicação da Direção para a Coordenação Administrativa, da qual não resultou a identificação das causas do desabastecimento, demonstra-se a precariedade de análise da gestão. Em que pese a instituição de Grupo de Trabalho de Reabastecimento, as medidas saneadoras (inventário do Almoxarifado; realocação de recursos; criação de Grupo de Trabalho; planilhamento de medicamentos e insumos básicos) não provocaram os efeitos imediatos, visto que se trata da falta de planejamento anterior e do controle interno quanto às rotinas de atualização dos sistemas de estoque, pois a situação já se demonstrara antes da auditoria. Ademais, conforme memorando 431/GABDIR/HFSE de 23 de setembro de 2016 encaminhado ao Departamento de Gestão Hospitalar e anexado à resposta do gestor, ações intempestivas foram tomadas, visto que foram glosados cerca de R$ 709 mil da “empresa M-21 Engenharia e .Construções Ltda. CNPJ-02.566.106/0001,82), correspondente aos valores de BDI, que vinham sendo faturados erradamente desde outubro de 2015 a junho de2016” (grifo nosso). Desta forma, a manifestação do Diretor comprova a falha no planejamento, controles internos ineficazes e adoção de medidas intempestivas.

A respeito da manifestação do Coordenador Administrativo, responsável pelo período 02 de marco a 28 de setembro de 2016:

A manifestação deste Coordenador informou que, na época em que foi nomeado, já ocorriam faltas pontuais de insumos e medicamentos no estoque do HFSE e que, após várias considerações acerca da situação à época, houve um planejamento prévio pela situação em que se encontrava o hospital, porém este planejamento foi descartado pela Direção Geral. Indica como uma das causas do desabastecimento a “realização de mutirões sem prévio planejamento” no período de março a agosto/2016, ou seja, as faltas de medicamentos e insumos básicos que eram pontuais tornaram-se em desabastecimento por falha de seu próprio planejamento durante sua permanência no cargo, em que pese o contingenciamento por que todos os órgãos da Administração Pública Federal passaram. Neste item, lembra-se que houve o acréscimo de cerca de R$ 709 mil, remanescente de glosa a uma empresa contratada, cujo montante foi realocado para aquisição de insumos. Novamente, há evidente falha de comunicação entre os setores do nosocômio, visto que existem divergências entre a Direção e suas Coordenações que afetaram diretamente uma das atividades finalísticas da UPC pela falha na gestão dos insumos. ##/AnaliseControleInterno##

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Recomendações: Recomendação 1: Adotar técnicas de controle e estabelecer métodos e rotinas para movimentar e controlar os itens do Almoxarifado, de modo a garantir a existência de estoques de segurança e de produtos com prazo válido para consumo. Recomendação 2: Ajustar os saldos físico e financeiro dos itens do almoxarifado conforme inventário registrado no processo nº 33433.016336/2016-29, de modo que a ferramenta de controle de estoque utilizada, seja informatizada ou manual, reflita o saldo efetivamente existente. Recomendação 3: Providenciar a apuração de responsabilidades caso sejam identificados danos (desaparecimento, extravio, deterioração, produtos vencidos, etc) na conclusão do inventário do Almoxarifado Central. Recomendação 4: Planejar e realizar as compras para o Almoxarifado, de modo a evitar a paralisação de atividades finalísticas por falta de material. Recomendação 5: Normatizar e/ou estabelecer um processo de trabalho a fim de agilizar a tramitação dos processos de compras do HFSE e que garanta a entrega dos bens pelo fornecedor no prazo avençado. 2.1.2.4 CONSTATAÇÃO Perda de eficiência na alocação dos recursos disponibilizados ao HFSE e inexistência de metas institucionalizadas compromete o resultado da Unidade em termos do atendimento cirúrgico. Fato Conforme evidenciado no Relatório 201602907, de Avaliação dos Resultados da Gestão do HFSE, cujo objeto foram os fluxos de trabalho atinentes ao Atendimento Cirúrgico do HFSE, as metas de produtividade cirúrgica dessa unidade hospitalar não são definidas institucionalmente pela Coordenação Assistencial ou pela Direção. Em consequência, os resultados quantitativos associados aos atos cirúrgicos não são acompanhados por estas instâncias diretivas.

As metas são definidas isoladamente por cada Serviço cirúrgico, e abrangem apenas o dia seguinte, visando à elaboração do mapa cirúrgico.

Quanto ao acompanhamento da progressão da fila cirúrgica, muito embora o Departamento de Gestão Hospitalar tenha desenvolvido um sistema acessível pela WEB, a migração dos dados – que até então era gerido localmente - gerou distorções, que em março de 2017 ainda se encontravam sofrendo ajustes pela Unidade.

A meta física fixada para o exercício de 2016, de que trata a LOA, associada à execução orçamentária da Unidade, utiliza metodologia meramente incremental, tendo por base o executado no exercício anterior, portanto não é resultado de esforço de dimensionamento dos insumos necessários e disponíveis para sua implementação.

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A relação entre unidade de atendimento cirúrgico e quantidade de recursos financeiros e humanos disponíveis no HFSE vem se degradando nos últimos cinco anos. A Tabela a seguir associa os resultados do atendimento cirúrgico obtidos entre os anos de 2012 e 2016, aos fatores (1) recursos financeiros e (2) recursos humanos disponíveis nos mesmos anos: Tabela 7 – Alocação de Recursos X resultado cirúrgico - HFSE 2012-2016

Ano Recursos

financeiros (R$) (1)

RH (horas/ano) (2)

Atos cirúrgicos

Variação percentual sobre 2012

R$ por ato HH

por ato

2012 180.828.332,72 2.997.800 9.472 0 R$ 19.090,83 316,49 2013 160.981.604,08 2.912.728 8.279 -12,6 R$ 19.444,57 351,82 2014 165.192.953,70 2.857.920 6.973 -26,4 R$ 23.690,37 409,86 2015 147.730.243,10 2.828.488 7.325 -22,6 R$ 20.167,95 386,14 2016 143.227.497,48 2.909.608 7.107 -24,9 R$ 20.153,02 409,40 Média R$ 20.509,35 374,74 Fonte: Recursos Financeiros: SIOP; RH: DW SIAPE; Nº de cirurgias: registros do centro cirúrgico

(1) Total de despesas pagas (exceto pessoal), conforme sistema SIOP, atualizadas pelo IPCA até 12/2016;

(2) consideraram-se os quantitativos de pessoal ativo permanente dos cargos de médico, enfermeiro e auxiliar de enfermagem, multiplicados pela sua respectiva jornada de trabalho semanal anualizada

De acordo com os dados apresentados, em 2016 o parâmetro Reais por ato cirúrgico esteve em R$ 20.153,02. Quando comparado ao ano de 2012 (base da comparação) apresentou elevação de 5,6%, e se manteve estável quanto comparado ao ano de 2015. Este comportamento reflete, ao menos em parte, a redução no desempenho cirúrgico, quando comparado aos anos de 2012 e 2015, da ordem de 25% (7.107 perante 9.472 atos cirúrgicos) e 3% (7.107 perante 7.325 atos), respectivamente.

O parâmetro Recursos Humanos por ato cirúrgico em 2016 atingiu 409 horas por ato, o segundo maior de toda a série. Infere-se que o estrangulamento das linhas de fornecimento de insumos materiais e equipamentos, associada à falta de planejamento das aquisições destes insumos, provocou crescente ociosidade da força de trabalho, vez que a realização dos atos cirúrgicos depende, além da disponibilidade de recursos humanos, da existência dos recursos materiais e tecnológicos e de seu adequado gerenciamento. A corroborar este entendimento, evidenciou-se a elevada taxa de suspensão de atos cirúrgicos em 2016. Tendo por base a análise acima, em que fica patente a significativa redução dos recursos financeiros alocados à gestão do HFSE, associada à crescente – e mais que proporcional - queda de produtividade da sua força de trabalho, a Direção da Unidade omitiu-se em adotar a prática de fixar metas de produção cirúrgica para os seus serviços (o que foi declarado pela própria Unidade por meio do Ofício HFSE nº 1191/2016), como meio de monitorar o desempenho, identificar e corrigir desvios e gargalos que impeçam o hospital de atingir os resultados previamente acordados com as áreas responsáveis. Não se observou, a propósito, que a Unidade tenha recebido determinações ou orientações do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro – DGHMS/RJ para promover a fixação de metas consistentes e o seu decorrente monitoramento. ##/Fato##

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Causa Ausência de uma política de estabelecimento de metas de produção para o HFSE, tanto no âmbito específico da Unidade, quanto nas instâncias decisórias superiores: o DGHMS/RJ e a SAS/MS. O Diretor do HFSE, cuja responsabilidade abrange o período de 12 de janeiro de 2016 a 13 de dezembro de 2016, não obstante suas atribuições regimentais previstas no inciso V do artigo nº 341 da Portaria GM/MS nº 3.965/2010: “I - planejar, coordenar e orientar a execução de atividades de assistência médico-hospitalar, odontológica e farmacêutica em sistema ambulatorial e de internação”, deixou de atuar para reverter a perda de eficiência na alocação de recursos e o consequente desperdício destes, assim como não priorizou a fixação de metas objetivas para os serviços cirúrgicos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício n.º 0286/GABDIRHFSE/MS, de 20 de março de 2017, manifestando-se quanto ao relatório preliminar da OS 201602907, a Unidade listou providências que pretende adotar para sanar as falhas apontadas: “1. Pactuar aumento de 10% na produção cirúrgica global deste HFSE, em relação ao exercício de 2016. 2. Estabelecer com os serviços uma expectativa de cirurgias, a serem realizadas mensalmente, a fim de dar suporte às compras escalonadas de insumos e OPME..” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O posicionamento da Unidade acerca do tema, em face dos questionamentos proferidos durante os trabalhos de campo, associado à inexistência, no exercício de 2016, de um processo de fixação e acompanhamento de metas, demonstra que os temas relativos à produtividade dos recursos humanos e à eficiência da alocação dos recursos não estiveram, no exercício em análise, entre os que considerados relevantes para o planejamento, o acompanhamento das atividades do HFSE e o processo decisório. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Fixar metas de produção cirúrgica por serviço, de forma conjunta entre a Direção, Coordenação Assistencial e chefias dos serviços, considerando a capacidade operacional das equipes e as filas de espera por cirurgia. Recomendação 2: Instruir o documento que fixar as metas cirúrgicas com relatório que demonstre, por serviço, as necessidades de insumos que deverão ser providos para atingimento das metas cirúrgicas propostas, a exemplo do contido no Memorando SECVAS/DIMEA/HFSE nº 065/2016, de 12 de maio de 2016. Recomendação 3: Instruir o documento que fixar as metas cirúrgicas com relatório que demonstre, por serviço cirúrgico, a capacidade operacional disponível, incluindo anestesiologistas e pessoal de enfermagem em exercício no Centro Cirúrgico para atingimento da meta fixada.

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2.1.2.5 INFORMAÇÃO Avaliação do impacto da relação entre leitos de terapia intensiva e leitos operacionais para o atendimento cirúrgico do HFSE. Fato Conforme evidenciado no Relatório 201602907, de Avaliação dos Resultados da Gestão do HFSE, cujo objeto foram os fluxos de trabalho atinentes ao Atendimento Cirúrgico do HFSE, promoveram-se levantamentos acerca da relação entre leitos de terapia intensiva e leitos operacionais, objetivando identificar possíveis impactos dessa relação para o atendimento cirúrgico do HFSE em 2016.

A tabela a seguir apresenta dados sobre leitos operacionais e de terapia intensiva alocados ao HFSE em outubro de 2016:

Tabela 8 – Quantidade de leitos operacionais totais e de terapia intensiva Tipo de leito Quantidade (a)Leitos operacionais 436 (b) Leitos de terapia intensiva (CTI + UPO) 15 (c) Unidade Coronariana 9 (d) UTI pediátrica 8 (e)UTI neonatal 10 (f)TOTAL LEITOS de terapia intensiva (b+c+d+e) 42

Leitos exclusivos (c+d+e) 27 Leitos de terapia intensiva adulto 15

Relação percentual (f/a) 9,6% Relação percentual (f-(c+d+e))/a 3,4% (g)Leitos operacionais exclusivos para pacientes pediátricos, recém nascidos ou cardíacos

115

Leitos operacionais para demais especialidades (f-g) 321 Fonte: Cesta de Indicadores do mês de setembro

Considerando que os leitos da unidade coronariana e os das UTI neonatal e pediátrica são reservados às suas respectivas clientelas, os demais pacientes, clínicos ou cirúrgicos, dispõem de apenas quinze leitos de terapia intensiva, ou 4,7% do total de leitos operacionais não dedicados.

Há referência na literatura acadêmica (http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12301), baseada em publicação da Organização Mundial de Saúde, que aponta que este parâmetro mínimo estaria acima de sete pontos percentuais. Ressalvando-se o fato de que estes dados precisam se articular com outros indicadores, tais como a taxa de internação hospitalar, que varia conforme a especialidade médica e a faixa etária dos pacientes, observa-se, partindo destes referenciais, que a relação percentual entre leitos UTI e leitos totais do HFSE encontra-se abaixo do limite inferior da faixa de aceitabilidade.

De acordo com os registros do Centro Cirúrgico do HFSE, em 2016, até o fim do mês de outubro, apenas 36 procedimentos cirúrgicos programados, ou 0,004% do total de intervenções programadas, foram suspensos por falta de leito pós-operatório para receber o paciente. No entanto, este número não reflete a realidade, pois no ano de 2016 (até o

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fim do mês de outubro), em cerca de dois de cada três atos cirúrgicos suspensos, a causa não foi declarada pela equipe médica responsável pela suspensão. Ademais, este indicador não considera os pacientes que deixaram de compor o mapa cirúrgico por falta de leito pós-operatório, estando presentes todas as demais condições necessárias à realização do ato cirúrgico (condições clínicas adequadas, equipe médica disponível, sala cirúrgica disponível, insumos, incluindo OPME disponíveis). Na verdade, o impacto deste fator sobre a produção cirúrgica do HFSE é bem maior, visto que pacientes com indicação cirúrgica podem aguardar vários dias nas enfermarias por uma vaga em leito de UTI, sem serem incluídos nos mapas cirúrgicos.

A verificação de outros indicadores corrobora a conclusão pela insuficiência de leitos de pós-operatórios no HFSE: a taxa de ocupação dos leitos de UTI dessa Unidade Hospitalar variou, no ano de 2016, em percentuais superiores a 90%, quando a taxa tolerável é inferior a 85%, conforme preconizado pela ANS, no documento denominado Taxa de Ocupação Operacional UTI Adulto, de janeiro de 2013 (http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-EFI-03.pdf). O documento mencionado estabelece que a taxa desejável não seria superior a 85%. Segundo este estudo, “Resultados de simulação pelo modelo da teoria das filas bem como dados empíricos mostram que a recusa de pacientes aumenta exponencialmente quando a taxa de ocupação operacional das UTIs ultrapassa 80-85% (McManus et al., 2004).”. Percentuais superiores têm como consequência o aumento da taxa de recusa, isto é, da ocorrência de negativas em receber pacientes que necessitam de cuidados intensivos, que também se expressa por meio do adiamento das intervenções cirúrgicas por falta de leito pós-operatório. A limitação de acesso a leitos pós-operatórios impacta a elaboração dos mapas cirúrgicos, vez que a definição sobre quais pacientes serão submetidos a atos cirúrgicos só pode ocorrer, na maioria dos casos, com antecedência de apenas um dia. O fluxo diário de realização das cirurgias também sofre prejuízos, pois o procedimento só se inicia quando se confirma que o leito de UTI ficou vago. Por conseguinte, pode haver reflexos sobre toda a programação cirúrgica do dia, visto que o retardo no início de uma cirurgia pode resultar em suspensão do procedimento seguinte.

Em visita ao Centro de Terapia Intensiva do HFSE, a equipe observou que a quantidade de leitos de CTI poderia se elevar em oito leitos, caso fosse reformada área do CTI compatível com a instalação de quatro leitos, e fossem instalados equipamentos para permitir a ativação de outros quatro leitos, localizados na denominada Unidade Pós-operatória do HFSE, que se encontram desativados.

##/Fato##

2.1.2.6 CONSTATAÇÃO 60,9% das cirurgias suspensas no HFSE não tem a informação do motivo registrada no Centro Cirúrgico por falta de preenchimento da ficha de suspensão. Fato Conforme evidenciado no Relatório 201602907, de Avaliação dos Resultados da Gestão do HFSE, cujo objeto foram os fluxos de trabalho atinentes ao Atendimento Cirúrgico do HFSE, no período de janeiro a outubro de 2016 foram programadas 7.136 cirurgias

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eletivas, das quais 4.780 foram realizadas (67%) e 2.356 foram suspensas (33%). Dentre as cirurgias suspensas, constatou-se que, para 1.435 cirurgias, o motivo que impediu o procedimento não foi informado ao Centro Cirúrgico. Ou seja, em 60,9% dos casos de suspensão, a ficha de notificação não foi preenchida pelo profissional que suspendeu o procedimento.

Essa realidade motivou a expedição do Memorando n.º 88/CENCIR, de 19 de agosto de 2016, da chefia médica do Centro Cirúrgico do HFSE, destinado aos chefes dos Serviços Cirúrgicos, em que se reitera a necessidade de preenchimento da folha de suspensão de cirurgia, com a devida informação do motivo. No entanto, os números indicam que isso não vem sendo praticado pelas equipes cirúrgica e anestésica.

A seguir, os levantamentos dos percentuais de cirurgias suspensas sem a informação do motivo, por mês e por Serviço Cirúrgico.

Tabela 9 – Percentual de cirurgias suspensas sem notificação do motivo, por mês

Mês N.º de cirurgias

suspensas N.º de suspensões sem informação do motivo

Percentual (%) com motivo não informado

Janeiro 158 116 73,4 Fevereiro 271 201 74,2 Março 258 164 63,6 Abril 215 120 55,8 Maio 293 204 69,6 Junho 256 157 61,3 Julho 235 126 53,6 Agosto 238 137 57,6 Setembro 259 123 47,9 Outubro 173 87 50,3 Total 2.356 1.435 60,9

Fonte: Centro Cirúrgico do HFSE – Ofício n.º 1415/GABDIR/HFSE/MS de 07/11/2016 Tabela 10 – Percentual de cirurgias suspensas sem notificação do motivo, por Serviço Cirúrgico

Serviço N.º de cirurgias

suspensas N.º de suspensões sem informação do motivo

Percentual (%) com motivo não informado

Plástica 98 74 75,5 Ortopedia 67 47 70,1 Geral 242 168 69,4 Otorrino 93 64 68,8 Urologia 542 368 67,9 Ginecologia 185 125 67,6 Bucomaxilo 12 8 66,7 Vascular 409 260 63,6 Oftalmologia 322 169 52,5 Proctologia 124 58 46,8 Pediátrica 116 47 40,5 Neurocirurgia 55 22 40,0 Endoscopia Digestiva Alta 8 3 37,5 Microcirurgia 11 3 27,3 Cardíaca 49 13 26,5 Torácica 23 6 26,1 Fonte: Centro Cirúrgico do HFSE – Ofício n.º 1415/GABDIR/HFSE/MS de 07/11/2016 Na tabela, observa-se que todos os Serviços Cirúrgicos do HFSE deixam, em maior ou menor grau, de informar ao Centro Cirúrgico os motivos de suspensão das suas cirurgias.

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Dessa forma não há como identificar, com segurança, quais as principais causas que concorrem para o cancelamento das cirurgias no HFSE, impedindo, por conseguinte, que a Direção da Unidade possa atuar sobre essas causas para mitigar as ocorrências. ##/Fato##

Causa O responsável técnico pela Coordenação Assistencial (período de 16 de janeiro a 03 de outubro de 2016), designado mediante a Portaria HFSE nº 15, de 15/01/2016, para responder pelas atribuições da Coordenação Assistencial, em que pese suas atribuições regimentais previstas no artigo 343 da Portaria GM/MS nº 3.965/2010, incisos I – “supervisionar e controlar as atividades referentes à prestação de assistência médico-hospitalar” e II - “supervisionar o trabalho de equipes de atendimento hospitalar e ambulatorial” deixou de:

• atuar para eliminar ou mitigar os motivos de suspensão de atos cirúrgicos, mesmo considerando que se situam em patamar ao redor de 30% dos atos;

• supervisionar a atuação das equipes cirúrgicas, quanto a garantir que fossem apresentados os reais motivos de suspensão de atos cirúrgicos, visando a sua identificação e posterior atuação

O Diretor do HFSE, no período de 12 de janeiro de 2016 a 13 de dezembro de 2016, não obstante suas atribuições regimentais previstas nos incisos I – “planejar, coordenar e orientar a execução de atividades de assistência médico-hospitalar, odontológica e farmacêutica em sistema ambulatorial e de internação”, e V - estabelecer normas técnicas para a padronização, o controle e a racionalização dos procedimentos da área” do artigo nº 341 da Portaria GM/MS nº 3.965/2010, deixou de determinar a adoção de medidas corretivas necessárias para reduzir o percentual de suspensão de atos cirúrgicos, assim como deixou de determinar a elaboração de normativo que estabelecesse a obrigatoriedade da apresentação dos dados sobre o motivo das suspensões cirúrgicas

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em que pese terem sido solicitadas, a Unidade não apresentou manifestações durante a Auditoria Anual de Contas. Por meio do Ofício n.º 0286/GABDIRHFSE/MS, de 20 de março de 2017, manifestando-se quanto ao relatório preliminar da OS 201602907, a Unidade listou providências que pretende adotar para sanar as falhas apontadas: “1. Estabelecer um normativo criando um protocolo na obrigatoriedade do preenchimento da ficha de suspensão das cirurgias. Oficializando, assim, o fluxo já implementado pela Chefia do Centro Cirúrgico.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O motivo de uma suspensão pode decorrer de fatores humanos, tanto do paciente quanto da equipe cirúrgica, e de fatores materiais, que envolve estrutura de leitos do hospital, a disponibilidade de equipamentos médicos, a existência de material básico e de materiais especiais, medicamentos e afins. Quando os gestores do hospital deixam de identificar

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oportunamente os principais motivos de cancelamento das cirurgias eletivas, ficam impossibilitados de traçar as estratégias para atuar na correção das falhas e tornar a atenção à saúde do paciente cirúrgico mais humanizada, melhorando, assim, o padrão de qualidade do hospital e diminuindo o índice de suspensão.

Acrescente-se, toda cirurgia eletiva suspensa representa um desperdício de recursos para o hospital, posto que os profissionais, materiais e equipamentos mobilizados para o evento acabam ficando, na maioria das vezes, ociosos no dia. E, do outro lado, há sempre o paciente que sofre a angústia da espera pelo seu tratamento.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Criar um normativo interno regulamentando o preenchimento da ficha de suspensão e a obrigatoriedade de sua apresentação ao Centro Cirúrgico a cada cirurgia suspensa. Recomendação 2: Realizar o acompanhamento e a cobrança da apresentação da ficha de suspensão com a finalidade de se ter o registro do motivo para todas as cirurgias eletivas suspensas. 2.1.2.7 CONSTATAÇÃO Insuficiência do quadro de pessoal de enfermagem em exercício no Centro Cirúrgico impede o aumento da produção cirúrgica do HFSE Fato Conforme evidenciado no Relatório 201602907, de Avaliação dos Resultados da Gestão do HFSE, cujo objeto foram os fluxos de trabalhos atinentes ao Atendimento Cirúrgico do HFSE, no que tange à suficiência do quadro de servidores das categorias profissionais de enfermeiro e auxiliar de enfermagem, cuja avaliação foi feita em conjunto, no escopo do relatório de auditoria 201602907, o Centro Cirúrgico dispunha, em 30 de novembro de 2016, de nove vínculos de Nível Superior e 84 de Nível médio, cumprindo jornada semanal de trinta horas, exceto seis Auxiliares de Enfermagem (Nível Médio) cumprem jornada de trabalho de vinte horas semanais. O Centro Cirúrgico contém os seguintes sítios funcionais (unidades de medida aplicadas para dimensionar a demanda por profissionais de enfermagem): Quadro 4 – Sítios funcionais do Centro Cirúrgico do HFSE

Auxiliares de Enfermagem

Atividade Sítio Quantidade Turnos de 12h/dia

Dias por semana

Operacional/finalística

Salas eletivas com suporte para anestesia geral

15 2 5

Salas eletivas com suporte para anestesia local

2 2 5

Sala de emergência – dias úteis 1 1 5 Sala de emergência – fins de semana 1 4 2

Logística Arsenal 1 2 5

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Patologia 1 1 5 Anestesia 1 2 5

Enfermeiros

Atividade Sítio Quantidade Turnos de 12h/dia

Dias por semana

Coordenação Coordenação – diurno 1 1 5 Coordenação- noturno 1 1 5

Plantão em fins de semana 1 1 2 Fonte: informações da coordenação de Enfermagem do Centro Cirúrgico e Escalas mensais da Enfermagem

A avaliação foi realizada segundo dois métodos:

a) Método da “totalização de plantões”

A comparação entre oferta disponível e demanda potencial (utilizando todas as salas operacionais), medidas em plantões de doze horas, evidenciou déficit de Enfermeiros compatível com três vínculos de trinta horas semanais, e déficit de Auxiliares de enfermagem compatível com nove vínculos de trinta horas. A tabela a seguir exibe o resultado anualizado:

Tabela 11 – HFSE – Pessoal de enfermagem - comparativo oferta demanda potencial (em hh/ano) – método da totalização de plantões

Categoria Demanda Oferta Déficit Nº de vínculos

de 30h

Enfermeiro 18685,2 14040 -4645,2 3,23

Auxiliar de Enfermagem 140566,8 127920 -12646,8 8,79

Fonte: cálculos da equipe de auditoria

b) Método da Resolução COFEN 293/04

A comparação entre oferta disponível e demanda potencial (utilizando todas as salas operacionais) evidenciou déficit de Enfermeiros compatível com três vínculos de trinta horas semanais, e déficit de Auxiliares de enfermagem compatível com quatro vínculos de trinta horas, conforme o quadro a seguir:

Quadro 5 - Demanda por pessoal de enfermagem conforme a Resolução COFEN 293/04 Parâmetro Valor Descrição

KM(*) 0,23 K Marinho para turnos de 6 horas

PT 12 hh plantão

JST 30 jornada semanal

TSFenf 54 sitios de enfermagem ENF

TSFaux 381 sitios de enfermagem AUX ENF

QPenf 12 Quantitativo necessário de NS

Qpaux 88 Quantitativo necessário de NM

Deficit NS 3 Quantitativo necessário menos o existente

Deficit NM 4

Fonte: resolução COFEN 293/04 e informações prestadas pela Unidade (*) constante pré-definida na resolução do COFEN

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Quando a comparação se faz com a demanda real por equipes cirúrgicas/anestésicas/enfermagem, que no ano de 2016 esteve, em média, em doze salas simultâneas, temos que permanecem inalteradas as conclusões quanto ao quadro de Enfermeiros, visto que as tarefas que lhes são designadas não variam em função do número de salas cirúrgicas. Contudo, ao se apreciarem os resultados para os Auxiliares de Enfermagem, pelo método da “totalização de plantões”, tem-se superávit de vinte vínculos de 30 horas e, no método da Resolução COFEN 293/04, passa-se a um superávit de vinte e quatro vínculos. Tabela 12 – HFSE – Pessoal de enfermagem - comparativo oferta x demanda atual (em hh/ano) – método da totalização de plantões

Categoria Demanda Oferta Déficit Nº de vínculos

de 30h

Enfermeiro 18685,2 14040 -4645,2 3,23

Auxiliar de Enfermagem 99166,8 127920 28753,2 19,97

Fonte: cálculos da equipe de auditoria

Quadro 6 - Demanda por pessoal de enfermagem conforme a Resolução COFEN 293/04

Parâmetro Valor Descrição

KM(*) 0,23 K Marinho para turnos de 6 horas

PT 12 hh plantão

JST 30 jornada semanal

TSFenf 54 sitios de enfermagem NS

TSFaux 261 sitios de enfermagem NM

QPenf 12 Quantitativo necessário de NS

Qpaux 60 Quantitativo necessário de NM

Deficit NS 3 Quantitativo necessário menos o existente

Superavit NM 24

Fonte: resolução COFEN 293/04 e informações prestadas pela Unidade (*) constante pré-definida na resolução do COFEN Deixamos de aplicar os parâmetros definidos pela Resolução COFEN 527/2016, que vige atualmente e revogou a Resolução COFEN 293/04, vez que a demanda por profissionais de enfermagem resultante da aplicação dos parâmetros descritos na referida norma mostrou-se absolutamente inferior aos métodos anteriores, restando, portanto, inaplicável à presente avaliação.

A tabela a seguir demonstra o comportamento, em números absolutos, da produção cirúrgica do HFSE, nos últimos cinco anos:

Tabela 13 – HFSE - produção Cirúrgica -2012-2016 Ano Atos cirúrgicos realizados 2012 9.472 2013 8.279 2014 6.973 2015 7.325 2016 7.107 Fonte: relatórios de Gestão da Unidade 2012 a 2016

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Observa-se que a produção cirúrgica do HFSE se reduziu significativamente nos últimos cinco anos, o que se deve, em parte, à insuficiência do quadro de pessoal de enfermagem em exercício no Centro Cirúrgico e à consequente redução da capacidade operacional desse ambiente, que poderia ser de dezoito salas cirúrgicas simultâneas, mas é de apenas doze. Contudo, não se adotaram providências para reverter a tendência de queda. Ao contrário, não foram demonstradas, ou mesmo relatadas à equipe de auditoria quaisquer providências por parte das sucessivas administrações que ocuparam os postos gerenciais do HFSE nesses cinco anos, no sentido de enfrentar este quadro.

Embora estes números sejam conhecidos pelas instâncias administrativas do Ministério da Saúde às quais se subordina ao Hospital, representadas pelo Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro – DGHMS/RJ, igualmente não foram levadas ao conhecimento da equipe de auditoria providências que tenham sido adotadas pelas respectivas autoridades no decorrer do ano de 2016 no sentido de priorizar a alocação de pessoal de enfermagem no centro cirúrgico suficiente a guarnecer as dezoito salas operacionais.

Para enfrentar esta questão, a única providência observada pela equipe de auditoria foi o ingresso de três instrumentadores cirúrgicos capacitados em videocirurgia mediante contrato temporário. ##/Fato##

Causa O responsável técnico pela Coordenação Assistencial (período de 16 de janeiro a 03 de outubro de 2016), designado mediante a Portaria HFSE nº 15, de 15/01/2016, para responder pelas atribuições da Coordenação Assistencial, em que pese as atribuições regimentais previstas no artigo 343 da Portaria GM/MS nº 3.965/2010, incisos I – “supervisionar e controlar as atividades referentes à prestação de assistência médico-hospitalar” e II - “supervisionar o trabalho de equipes de atendimento hospitalar e ambulatorial” deixou de Requisitar à Coordenação de Enfermagem e à chefia de enfermagem do Centro Cirúrgico que demonstrassem objetivamente, seguindo metodologia aceita no meio hospitalar, a necessidade de pessoal de enfermagem para o pleno funcionamento do Centro Cirúrgico do HFSE; A Coordenadora de Enfermagem, no período de 28 de abril de 2016 a 31 de dezembro de 2016, em que pese as suas atribuições dispostas nos incisos II – “programar as atividades da área, provendo-a de recursos humanos, dos equipamentos e dos materiais necessários ao desenvolvimento das ações” e IV – “propor normas técnicas, rotinas e procedimentos para padronização das atividades de enfermagem, nos vários tipos de atividade”, do artigo nº 347, da Portaria GM/MS 3.965/2010, deixou de atuar, durante o exercício de 2016, para solucionar o déficit de pessoal existente no centro cirúrgico, assim como não promoveu a demonstração inequívoca do quantitativo deste deficit, resultante da aplicação de metodologia aceita nos meios hospitalares e aprovada pelo órgão normativo de classe.

O Diretor do HFSE, no período de 12 de janeiro de 2016 a 13 de dezembro de 2016, não obstante suas atribuições regimentais previstas nos incisos I – “planejar, coordenar e orientar a execução de atividades de assistência médico-hospitalar, odontológica e farmacêutica em sistema ambulatorial e de internação”, e V - estabelecer normas técnicas para a padronização, o controle e a racionalização dos procedimentos da área”

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do artigo nº 341 da Portaria GM/MS nº 3.965/2010, deixou de atuar junto a instâncias superiores do Ministério da Saúde para obter a reposição da força de trabalho do Centro Cirúrgico e de solicitar aos seus subordinados que a demanda por reposição de pessoal fosse fundamentada metodologicamente, visando a melhor dimensioná-la.

Ausência de providências decorrentes do monitoramento da produção cirúrgica do HFSE, por parte das instâncias administrativas do Ministério da Saúde hierarquicamente superiores ao Hospital, para recompor a força de trabalho e viabilizar a retomada da produção cirúrgica. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Memorando COENF nº 10, de 3 de fevereiro de 2017, a Unidade apresentou as seguintes informações, no escopo da OS 201602907: Coordenação de Enfermagem: “Trabalhamos em 2016 com a política eleita pelo MS/NERJ no atendimento a pacientes com diagnóstico de ZICA, DENGUE E CHICUNGUNYA, onde serviços como: clínica médica, Maternidade, Neurologia e CTI-Geral foram contemplados com o contrato de pessoal de Enfermagem do NERJ. O centro cirúrgico foi contemplado com a contratação de médicos anestesistas.” A Unidade apresentou ainda, anexo, o memorando 09, de 30 de janeiro de 2017, em que a chefia de enfermagem do centro cirúrgico efetuou um levantamento de necessidades de pessoal de enfermagem, concluindo pela existência de déficit de trinta Auxiliares de Enfermagem. Por fim, a citada Coordenação de Enfermagem encaminhou o memorando nº 13, de 07 de fevereiro de 2017, à Direção da Unidade, no qual apresenta uma relação de 34 nomes de profissionais “para encaminhamento ao NERJ a fim de atender a demanda apontada na auditoria de nº 201602907/16/CGU. Posteriormente, por meio do Ofício n.º 0286/GABDIRHFSE/MS, de 20 de março de 2017, manifestando-se quanto ao relatório preliminar da OS 201602907, a Unidade apresentou planilha elaborada em 15 de março de 2017, denominada DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM PARA UNIDADES ESPECIAIS, na qual, aplicada metodologia estabelecida pelo Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, se demonstra a necessidade de pessoal de enfermagem para o Centro Cirúrgico, além de outros setores do HFSE. Por meio do Ofício n.º 601/2017/GABDIR/HFSE/MS de 01 de junho de 2017, a Unidade apresentou as manifestações da Coordenadora de Enfermagem no período de 28/04/2017 a 31/12/2016

“Em atenção ao ofício n°0555/GABDIR/HFSE/MS de 23 de maio de dois mil e dezessete, referente a solicitação de auditoria CGU/RJ n°201701039/03 - Processo de Auditoria n° 00218.100379/2017-68, informamos que o déficit de pessoal de enfermagem com lotação

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no Centro Cirúrgico, décimo andar, é uma realidade. Consta a equipe de 79 (setenta e nove) profissionais de nível médio, com escalas de serviço definidas para atuarem desenvolvendo suas atribuições junto aos procedimentos cirúrgicos, dispensação de material estéril na sala de arsenal, acondicionamento de peças anatômicas na sala de patologia, dispensação e controle de material e medicamentos do serviço de anestesia para uso no ato cirúrgico.

A fundamentação legal do exercício profissional da enfermagem está garantida na Lei n° 7498/1986 e decreto n° 94.406/87, no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, Resoluções COFEN e Decisões dos CORENs.

A Lei do Exercício profissional n° 7498/1986 em seu artigo 20° recomenda o provimento de pessoal em observância desta lei, que deverão ser cumpridos por todas as esferas da administração pública. Desta forma não podemos minimizar o grau de importância reduzindo de maneira drástica o quantitativo de pessoal necessário para compor a força de trabalho do Centro Cirúrgico, conforme aponta o relatório.

A Resolução COFEN n° 527/2016 trata o Centro Cirúrgico, como unidade especial e para tal utilizamos os Sítios Funcionais (SF), bem como a Constante de Marinho (KM), dados necessários para o cálculo de acordo com a fórmula. Assim sendo, para a abertura de 17 (dezessete) salas como recomenda o relatório do TCU, o HFSE necessita de um aporte de 26 (vinte e seis) Auxiliares de Enfermagem, que serão divididos em duas equipes e mais 04 (quatro) para a reabertura da Recuperação Pós-Anestésica (RPA), divididos em 02 (duas) equipes. Ainda para a RPA a Resolução recomenda a inclusão de 02 (dois) Enfermeiros, sendo 01 (hum) para cada equipe.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Direção da Unidade, as Coordenações Assistencial e de Enfermagem admitiram durante todo o ano de 2016 o quadro de insuficiência da força de trabalho de Enfermeiros e Auxiliares de Enfermagem sem que providências efetivas fossem adotadas com vistas a demonstrar e eliminar o déficit, mesmo notificados acerca da redução do quadro de servidores do centro cirúrgico, a exemplo do Memorando nº 27, de 3 de março de 2015, em que a Chefe de Enfermagem do centro cirúrgico alerta a Coordenação de Enfermagem sobre os remanejamentos de servidores que desfalcaram a sua equipe.

Acresça-se que a Coordenação de Enfermagem, até a apresentação do Ofício nº 0286, de 20 de março de 2017, não havia demonstrado que aplica metodologia aceita no meio hospitalar para dimensionar precisamente a força de trabalho de pessoal de enfermagem que seria necessária em cada setor do hospital, particularmente no centro cirúrgico.

O dimensionamento apresentado em 07 de fevereiro de 2017 careceu de maior precisão, visto que a jornada de trabalho dos profissionais se mede em horas, não em plantões. Portanto, para se proceder a um cálculo mais preciso, seria necessário transformar oferta e demanda em uma única unidade de mensuração – horas – a fim de dimensionar adequadamente o déficit.

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A planilha apresentada em anexo ao Ofício nº 0286/2017 considerou parâmetros de dimensionamento baseados em metodologia estabelecida pelo COFEN, no sentido de se efetuar levantamento embasado metodologicamente por parâmetros objetivos, da necessidade de reposição do quadro de Enfermeiros e Auxiliares de Enfermagem do Centro Cirúrgico do HFSE. Não obstante, tecemos as seguintes considerações:

a) Em que pese a manifestação da Unidade ter declarado que a planilha teve por base a Resolução COFEN nº 527/2016, os parâmetros utilizados para se dimensionar a força de trabalho (sítios funcionais, turnos, jornada de trabalho e constante de marinho) são os previstos na Resolução nº 293/2004 daquele órgão fiscalizador.

b) O índice de segurança técnica (IST) empregado, de 25%, por ser mais alto que o proposto na citada resolução, que é de 15%, carece de demonstração que comprove que reflete adequadamente o percentual de ausência de pessoal técnico, o que não foi apresentado.

Quanto à manifestação mais recente, anexa ao Ofício 601/2017, a responsável manifesta-se em acordo com a conclusão apresentada no relatório 201602907, isto é, admite que há déficit de profissionais. Ao largo das considerações promovidas acima sobre o resultado da aplicação da metodologia estabelecida pelo COFEN, cabe considerar que:

a) Não foi apresentado quadro demonstrativo dos cálculos efetuados, apenas o seu resultado, o qual diverge, em muito, do obtido pela equipe de auditoria;

b) Embora a citada responsável tenha concordado com a existência do déficit de profissionais, não relatou as providências tempestivas que teria adotado para suprir a deficiência apontada durante o exercício de 2016, mesmo ciente de que os níveis de serviço do centro cirúrgico foram duramente impactados por este problema durante todo o exercício de 2016.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Promover recrutamento interno de enfermeiros e de Auxiliares de enfermagem, caso seja possível, para suprir a deficiência de recursos humanos demonstrada no centro cirúrgico. Recomendação 2: Notificar o DGHMS/RJ em documento específico acerca do cenário de insuficiência de pessoal de enfermagem para atuar no centro cirúrgico, dando ciência da ociosidade do ambiente cirúrgico do HFSE e da redução da produção cirúrgica da Unidade. 3 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

3.1 MOVIMENTAÇÃO

3.1.1 Gestão de Pessoas

3.1.1.1 CONSTATAÇÃO

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Controle deficiente sobre acumulação de vínculos empregatícios por médicos e enfermeiros do HFSE, gerando risco de ocorrência de acúmulo indevido de cargos/funções e/ou de carga horária semanal incompatível com o cumprimento de suas atribuições no hospital. Fato Considerando abordagem acordada com o TCU para avaliar os controles adotados pela Unidade para mitigar o risco da ocorrência de acúmulo irregular de cargos públicos por médicos e profissionais de saúde, esta Unidade Regional realizou levantamento com o intuito de detectar as seguintes situações:

• Servidores que mantêm mais de dois vínculos públicos, prática vedada pelos incisos XVI e XVII do artigo 37 da Constituição Federal; e

• Servidores que mantêm vínculos empregatícios, públicos ou privados, cujas jornadas de trabalho necessitam da demonstração da compatibilidade das jornadas, assim como do regular cumprimento da carga horária.

Adicionalmente, buscou-se identificar os mecanismos de controle adotados pelo Hospital para mitigar o risco da ocorrência de acúmulos indevidos de vínculos empregatícios de seus servidores. Para os sessenta casos de possíveis acumulações de cargos no Hospital Federal dos Servidores do Estado detectados por esta CGU. O gestor instaurou sessenta processos ex-officio para que estes servidores prestassem os devidos esclarecimentos, resultando em vinte e três servidores apresentando todos os documentos solicitados em contraste com quatro servidores que nem sequer atenderam à convocação do hospital. Ressalta-se que estes casos, representam 1,8% (60/3378*100) do total de servidores e 5,22% (60/1150*100) do total de profissionais das categorias selecionadas no Hospital Federal dos Servidores do Estado.

Quanto à qualidade do controle da UPC para identificar e tratar as acumulações ilegais de cargos, informa-se que não há uma rotina formalizada para controlar acumulação ilícita de cargos no Hospital Federal dos Servidores do Estado.

##/Fato##

Causa Conforme Relatório de Gestão do HFSE, “a Coordenação de Gestão de Pessoas é responsável por suprir a unidade com os recursos humanos necessários para alcançar as metas finalísticas e estabelecidas no planejamento estratégico do HFSE, bem como administração de pessoal, supervisionar e acompanhar os procedimentos administrativos relacionados a servidores lotados no HFSE; promover medidas que visem à melhoria do ambiente, bem como à higiene e à segurança dos locais de trabalho, no sentido de garantir o bem-estar dos servidores, entre outras. Sua responsabilidade estratégica está em administrar recursos humanos finitos e, não raro, carentes de capacitação específica, notadamente fruto da especificidade do HFSE.”(grifos nossos), assim, o Coordenador de Gestão de Pessoas e seu Substituto não atuaram para suprir um

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gerenciamento de riscos e um controle eficiente na área de pessoal, visando detectar possíveis acumulações irregulares de cargo/função e incompatibilidade de jornadas de trabalho com outros vínculos empregatícios fora da instituição. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta à Solicitação de Auditoria n.º 201701039-05, a Direção do HFSE se manifestou por meio do Ofício n.º 600/2017/GABDIR/HFSE/MS de 01 de junho de 2017, o qual encaminhou as informações prestadas pela Coordenação de Gestão de Pessoas - COGEP. Estas informações traziam as medidas adotadas pela COGEP para que os servidores apresentassem as respectivas declarações de vínculos, bem como solicitação à Direção para que esta oficiasse os órgãos com os quais o servidor mantém vínculo a fim de se obter as informações desejadas. Informou ainda que quatro servidores sequer atenderam às convocações para a apresentação de documentação solicitada. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno O fato constatado demonstra falha na gestão na área de pessoal, pois não houve um gerenciamento de riscos. O gerenciamento de riscos trata de ameaças e oportunidades que afetam a criação ou a preservação de valor de uma organização, tendo como finalidade fortalecer e aprimorar a gestão, otimizar os recursos, reduzir incertezas, identificar e administrar eventos potencialmente danosos à organização, dentre outros. Dessa forma, sua ausência ou deficiência fragiliza a gestão.

Na área de gestão de pessoas do HFSE, especialmente quanto ao controle da acumulação irregular de cargos/funções ou extrapolação de carga horária dos profissionais da saúde, há possibilidade de não cumprimento integral da carga horária com o dano potencial ao erário e, também, de aumento potencial do risco de erros profissionais decorrentes do acúmulo de carga horária sem o regular descanso laboral. Informa-se que o controle de frequência eletrônico/mecânico deficiente potencializa esses riscos. Em recentes Acórdãos, o Tribunal de Contas recomendou o que se segue: “1.9.1. estabeleça rotinas periódicas de verificação para evitar situações de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 1.9.2. dote suas unidades competentes dos recursos necessários ao desempenho das atividades de apuração das acumulações indevidas de cargos e jornadas, inclusive a Coordenação de Cadastros, Aposentadorias e Pensões, de forma a possibilitar o controle das vedações estabelecidas no art. 37, caput, incisos XVI e XVII e §10 da Constituição Federal, com observância de prazos e competências estipulados no art. 133 da Lei 8.112/1990 e do princípio da eficiência;” (Acórdão n.º 3952/2017 – Segunda Câmara TCU)

“1.8.1 realizar pesquisas periódicas, registrando-as para posterior consulta e controle, nos sistemas RAIS, Siape e nos portais da transparência do Governo do Estado de Roraima e dos municípios desse estado, avaliando se os servidores do Instituto acumulam outros cargos públicos federais, estaduais ou municipais, com vistas a promover as

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medidas administrativas pertinentes, caso identificada acumulação ilegal de cargos (Acórdão n.º 3955/2017 – Segunda Câmara TCU) A manifestação do gestor não traz novos elementos que digam respeito a rotinas de controle na área de pessoal, somente elenca medidas adotadas para obtenção de documentação sobre os vínculos dos servidores detectados por esta CGU. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Criar e formalizar rotina de verificação periódica da regularidade dos casos de acúmulo de vínculos empregatícios dos servidores do HFSE, promovendo as medidas administrativas pertinentes, caso identificada a acumulação ilegal de vínculos ou jornada de trabalho inexequível.

4 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

4.1 PROCESSOS LICITATÓRIOS

4.1.1 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

4.1.1.1 CONSTATAÇÃO Aquisição de produtos por meio de adesão a atas de registros de preço, cujos valores homologados estavam acima dos valores estimados, sem demonstração da vantajosidade requerida pelo Decreto n.º 7.892, de 23 de janeiro de 2013 Fato No exercício de 2016, dentre as 49 recomendações que se encontravam em monitoramento, havia 22 recomendações que versam sobre ressarcimento de valores, ou seja, 44,9% do total em monitoramento. Destas recomendações, quatro tratam de valores pagos acima dos preços praticados no mercado. Assim, processou-se levantamento sobre as adesões a atas de registro de preços realizadas pela UPC. O Hospital Federal dos Servidores do Estado figura como órgão não participante, aderindo a alguns itens dos pregões n.º 110/2016, 120/2015 e 168/2015 do Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais da Universidade Federal do Espírito Santo – HUCAM/UFES. Após a análise dos Processos nº 33433.016920/2016-84 (Adesão nº 473/2016), nº 33433.016674/2016-61 (Adesão nº 552/2016), nº 33433.012499/2016-32 (Adesão nº 365/2016), nº 33433.016510/2016-33 (Adesão nº 429/2016) e nº 33433.006810/2016-16 (Adesão nº 244/16), no que tange aos procedimentos para verificação da adequação do preço, verificou-se que os valores unitários homologados pelo órgão gerenciador (HUCAM/UFES) superaram os valores estimados no próprio certame, conforme quadros abaixo:

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Quadro 7 - Pregão nº 110/2016 (Adesão nº 473/2016)

Item do Pregão

Qtde. solicitada Valor Preço

Unitário Estimado

(R$)

Valor Unitário

Homologado (R$)

Valor Preço Global

Estimado (R$)

Valor Total

Homologado (R$)

Diferença entre o valor estimado e o

valor homologado

(R$)

% HFSE UFES

16 2 2 127.000,00 180.000,00 254.000,00 360.000,00 (106.000,00) (41,73) Fonte: Processo nº 33433.016920/2016-84 e SIASG

Quadro 8 - Pregão nº 120/2015 (Adesão 552/2016, Adesão nº 365/2016 e Adesão nº 429/2016)

Item do

Pregão

Qtde. solicitada Valor Preço Unitário Estimado

(R$)

Valor Unitário

Homologado (R$)

Valor Preço Global

Estimado (R$)

Valor Total

Homologado (R$)

Diferença entre o valor

estimado e o valor

homologado (R$)

% HFSE UFES

32 10 10 2.113,36 4.000,00 21.133,60 40.000,00 (18.866,40) (89,27) 33 6 6 2.113,36 4.000,00 12.680,16 24.000,00 (11.319,84) (89,27) 36 12 12 2.113,36 4.000,00 25.360,32 48.000,00 (22.639,68) (89,27) 38 12 12 2.113,36 4.000,00 25.360,32 48.000,00 (22.639,68) (89,27) 49 12 12 1.265,67 16.500,00 15.188,04 198.000,00 (182.811,96) (1.203,66) 69 12 12 10.200,00 19.500,00 122.400,00 234.000,00 (111.600,00) (91,18) 74 6 6 14.000,00 49.000,00 84.000,00 294.000,00 (210.000,00) (250,00) 76 40 40 830,00 2.341,00 33.200,00 93.640,00 (60.440,00) (182,05)

Fonte: Processos nº 33433.016674/2016-61, nº 33433.012499/2016-32, nº 33433.016510/2016-33 e SIASG

Quadro 9 - Pregão nº 168/2015 (Adesão 244/2016)

Item do Pregão

Qtde. solicitada Valor Preço

Unitário Estimado

(R$)

Valor Unitário Homologado (R$)

Valor Preço Global

Estimado (R$)

Valor Total

Homologado (R$)

Diferença entre o valor

estimado e o valor

homologado (R$)

% HFSE UFES

26 136 200 175,23 246,00 35.046,00 49.200,00 (14.154,00) (40,39) 27 148 200 175,98 246,00 35.196,00 49.200,00 (14.004,00) (39,79) 28 267 300 175,98 246,00 52.794,00 73.800,00 (21.006,00) (39,79) 29 251 300 175,98 246,00 52.794,00 73.800,00 (21.006,00) (39,79) 30 252 300 175,98 246,00 52.794,00 73.800,00 (21.006,00) (39,79) 32 156 300 174,56 246,00 52.368,00 73.800,00 (21.432,00) (40,93)

Fonte: Processo nº 33433.006810/2016-16 e SIASG

Constatou-se, ainda, a ausência nos Processos nº 33433.016920/2016-84, nº 33433.016674/2016-61, nº 33433.012499/2016-32, nº 33433.016510/2016-33 e nº 33433.006810/2016-16 da comprovação da vantagem da adesão, haja vista a ausência de pesquisa de mercado por parte do HFSE nos citados processos. Cabe destacar que o assunto já foi abordado pelo Tribunal de Contas da União no âmbito do próprio nosocômio, conforme Acórdão TCU nº 2786/2013 Plenário, cujos itens 9.2 e 9.2.1 encontram-se transcritos a seguir:

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”[...] 9.2. dar ciência ao Hospital Federal dos Servidores do Estado/RJ (HFSE) acerca das ocorrências apuradas nestes autos que, uma vez concretizadas, incorreriam nas seguintes ilicitudes: 9.2.1. violação ao princípio da eficiência e, por corolário, da economicidade, insculpido no caput do artigo 37 da Constituição Federal, à seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, prevista no artigo 3º da Lei 8.666/1993, bem como às condições estabelecidas no artigo 8º do Decreto 3.931/2001 (norma atualmente revogada e sucedida pelo Decreto 7.892/2013), dado que a proposta de adesão do Hospital Federal dos Servidores/RJ ao item 202 da Ata de Registro de Preços resultante do Pregão 13/2010 do Hospital Central do Exército, verificada no procedimento administrativo 33433.000755/2011-34, destinado à aquisição de ponteiras de tungstênio, não foi precedida de: a) consulta prévia ao órgão responsável pela condução da licitação para registro de preços e gerenciamento da Ata dele decorrente; b) comprovação da vantagem da adesão, haja vista a ausência de pesquisa de mercado por parte do HFSE que, uma vez realizada, demonstraria patente discrepância a maior entre os valores praticados pela empresa CG MED Comércio de Material Hospitalar Ltda, e valores ofertados por fornecedoras congêneres, consoante demonstrado nos autos, recomendando o imediato cancelamento da proposta de adesão à referida Ata de Registro de Preços; [...]”(grifo nosso)

Com referência ao processo de adesão, cabe ao HFSE observar, principalmente, o artigo 22 do Decreto n.º 7.892, de 23 de janeiro de 2013 que preconiza:

“Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro de preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública federal que não tenha participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador.” (grifo nosso)

Realizou-se pesquisa de preços no Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal, visando comparar os preços dos itens contratados pelo HUCAM/UFES, por meio dos pregões n.º 110/2016, nº 120/2015 e nº 168/2015, com os preços contratados por outros órgãos da Administração Pública, na mesma época da compra. Cabe destacar que o Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal apresenta uma síntese das contratações registradas no SIASG, ou seja, a mesma pesquisa poderia ter sido feita à época junto ao SIASG.

Após a pesquisa foram identificados os seguintes itens, listados nos quadros a seguir, adquiridos pelo HUCAM/UFES por preços acima dos preços contratados por outros órgãos à época. Informa-se que, em relação à alguns itens pesquisados, não havia possibilidade de adesão em função do quantitativo, a inclusão desses itens possui efeito meramente ilustrativo quanto aos valores praticados à época, visando demonstrar que não restou comprovada a vantagem da adesão.

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Quadro 10 - Item 49 CATMAT 411012/Sistema Liberação (Pregão 120/2015)

Nº da Compra

Nº do Item

Modalidade Unidade Quant. Valor Unitário em R$

Unidade Gestora

Data da Compra

00037/2016 00012 Pregão Unidade 24 2.797,00 150247- Complexo Hospitalar e da Saúde da Universidade Federal da Bahia

18/08/2016

00120/2015 00049 Pregão Unidade 12 16.500,00 153047 – Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais/UFES

04/05/2016

Fonte: Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal

No Item 49, do Pregão nº 120/2015, o valor unitário homologado pelo HUCAM/UFES ficou R$ 13.703,00 (589,91%) acima do valor unitário de R$ 2.797,00, homologado pelo Complexo Hospitalar e da Saúde da UFBA. Importa ressaltar que o pedido de adesão se deu em novembro de 2016, por meio do Ofício n.º 819/2016, assinado pelo Coordenador de administração à época, momento aquele em que o Pregão SRP n.º 37/2016 permitiria adesões.

Quadro 11 - Item 26 CATMAT 417517/Lente Intraocular (Pregão 168/2015)

Nº da Compra

Nº do Item

Modalidade Unidade Quant. Valor Unitário em R$

Unidade Gestora

Data da Compra

00124/2015 00034 Pregão Unidade 240 71,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

18/02/2016

00040/2016 00019 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juíz de Fora

21/09/2016

00040/2016 00020 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00168/2015 00026 Pregão Unidade 200 246,00 153047 – Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais/UFES

16/05/2016

Fonte: Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal

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Quanto ao Item 26, do Pregão nº 168/2015, o valor unitário homologado pelo HUCAM/UFES ficou R$ 122,34 (198,93%) acima da média simples dos valores unitários homologados nos pregões nº 124/2016 e nº 40/2016, que foi de R$ 123,66.

Quadro 12 - Item 27 CATMAT 417518/Lente Intraocular (Pregão 168/2015)

Nº da Compra

Nº do Item

Modalidade Unidade Quant. Valor Unitário em R$

Unidade Gestora

Data da Compra

00135/2016 00034 Pregão Unidade 115 70,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

13/12/2016

00124/2015 00012 Pregão Unidade 200 100,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

18/02/2016

00040/2016 00021 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00040/2016 00022 Pregão Unidade 20 159,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00168/2015 00027 Pregão Unidade 200 246,00 153047 – Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais/UFES

16/05/2016

Fonte: Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal

Quanto ao Item 27, do Pregão nº 168/2015, o valor unitário homologado pelo HUCAM/UFES ficou R$ 126,25 (205,42%) acima da média simples dos valores unitários homologados nos pregões nº 124/2016, nº 135/2016 e nº 40/2016, que foi de R$ 119,75.

Quadro 13 -Item 28 CATMAT 417519/Lente Intraocular (Pregão 168/2015)

Nº da Compra

Nº do Item

Modalidade Unidade Quant. Valor Unitário em R$

Unidade Gestora

Data da Compra

00135/2016 00035 Pregão Unidade 100 70,00 154072 – Hospital Universitário da

13/12/2016

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Universidade do MA

00135/2016 00030 Pregão Unidade 130 70,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

13/12/2016

00040/2016 00023 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00040/2016 00024 Pregão Unidade 20 175,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00168/2015 00028 Pregão Unidade 300 246,00 153047 – Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais/UFES

16/05/2016

Fonte: Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal

Quanto ao Item 28, do Pregão nº 168/2015, o valor unitário homologado pelo HUCAM/UFES ficou R$ 129,75 (211,61%) acima da média simples dos valores unitários homologados nos pregões nº 135/2016 e nº 40/2016, que foi de R$ 116,25.

Quadro 14 - Item 29 CATMAT 417520/Lente Intraocular (Pregão 168/2015)

Nº da Compra

Nº do Item

Modalidade Unidade Quant. Valor Unitário em R$

Unidade Gestora

Data da Compra

00135/2016 00019 Pregão Unidade 40 45,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

13/12/2016

00135/2016 00038 Pregão Unidade 120 70,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do MA

13/12/2016

00135/2016 00036 Pregão Unidade 140 100,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

13/12/2016

00040/2016 00025 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital

21/09/2016

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Universitário de Juiz de Fora

00040/2016 00026 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00168/2015 00029 Pregão Unidade 300 246,00 153047 – Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais/UFES

16/05/2016

Fonte: Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal

Quanto ao Item 29, do Pregão nº 168/2015, o valor unitário homologado pelo HUCAM/UFES ficou R$ 143,00 (238,83%) acima da média simples dos valores unitários homologados nos pregões nº 135/2016 e nº 40/2016, que foi de R$ 103,00.

Quadro 15 - Item 30 CATMAT 417521/Lente Intraocular (Pregão 168/2015)

Nº da Compra

Nº do Item

Modalidade Unidade Quant. Valor Unitário em R$

Unidade Gestora

Data da Compra

00135/2016 00037 Pregão Unidade 90 70,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

13/12/2016

00135/2016 00039 Pregão Unidade 90 100,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

13/12/2016

00040/2016 00027 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00040/2016 00028 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00168/2015 00030 Pregão Unidade 300 246,00 153047 – Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais/UFES

16/05/2016

Fonte: Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal

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Quanto ao Item 30, do Pregão nº 168/2015, o valor unitário homologado pelo HUCAM/UFES ficou R$ 128,50 (209,36%) acima da média simples dos valores unitários homologados nos pregões nº 135/2016 e nº 40/2016, que foi de R$ 117,50.

Quadro 16 - Item 32 CATMAT 417523/Lente Intraocular (Pregão 168/2015)

Nº da Compra

Nº do Item

Modalidade Unidade Quant. Valor Unitário em R$

Unidade Gestora

Data da Compra

00135/2016 00040 Pregão Unidade 50 70,00 154072 – Hospital Universitário da Universidade do Maranhão

13/12/2016

00040/2016 00031 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00040/2016 00032 Pregão Unidade 20 150,00 155903 – Hospital Universitário de Juiz de Fora

21/09/2016

00168/2015 00032 Pregão Unidade 300 246,00 153047 – Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais/UFES

16/05/2016

Fonte: Painel de Preços do Portal de Compras do Governo Federal

Quanto ao Item 32, do Pregão nº 168/2015, o valor unitário homologado pelo HUCAM/UFES ficou R$ 122,67 (199,46%) acima da média simples dos valores unitários homologados nos pregões nº 135/2016 e nº 40/2016, que foi de R$ 123,33.

Ainda em relação ao Pregão nº 168/2015, cabe destacar o que diz o § 3º do Art. 22 do Decreto n.º 7.892, de 23 de janeiro de 2013:

“§ 3º As aquisições ou contratações adicionais a que se refere este artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes.” ##/Fato##

Causa Não cumprimento adequado pela Coordenação de Administração de suas atribuições de supervisionar, avaliar e controlar a execução de atividades referentes à administração de orçamento e finanças, patrimônio e material.

Atuação ineficaz do Gabinete de Crise, que contribuiu para fragilizar os instrumentos de controle que garantiriam pesquisas acuradas no sistema SIASG.

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Fragilidade das pesquisas de preços realizadas anteriormente à adesão às atas de registro de preço. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Em função dos fatos foi emitida a Solicitação de Auditoria nº 201701039/04, de 25 de maio de 2017, solicitando ao gestor que justificasse a ausência nos Processos de pesquisas de preços de mercados que evidenciem as vantagens das propostas objeto de adesão e justificasse a adesão aos itens dos pregões n.º 110/2016, nº 120/2015 e nº 168/2015 do Hospital Universitário C. Antônio Morais da Universidade Federal do Espírito Santo, tendo em vista que os valores unitários homologados superaram os valores estimados, devendo evidenciar em sua justificativa a vantagem das adesões.

Em atendimento à Solicitação de Auditoria nº 201701039/04, o HFSE encaminhou o OFÍCIO N° 0608/GABDIR/HFSE/MS, de 02 de junho de 2017, contendo em anexo o MEMORANDO N° 0216/GABDIR/HFSE, de 26 de maio de 2017, o qual apresentou os seguintes esclarecimentos, prestadas pela Divisão de Suprimentos e Logística, transcritos a seguir:

(...) “Em atendimento ao ofício acima epigrafado, temos a informar que a minha assunção ao cargo de Chefe de Divisão de Suprimentos e Logística deste HFSE, se deu através da Portaria n.º 2.538, datada de 23 de novembro de 2016, publicada no DOU n.º 225, de 23/11 do mesmo ano, em anexo. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Desde então, passei como titular do cargo, juntamente com demais colaboradores, a trabalhar em caráter de prioridade absoluta, na árdua tarefa de trazer de volta o abastecimento regular do hospital que se encontrava desabastecido, por motivações anteriores à nossa gestão. Sabedores de minha iminente nomeação, cujo procedimento, a Portaria, tramitava no Ministério da Saúde, foi composto o Grupo de Trabalho de Reabastecimento do Hospital Federal dos Servidores do Estado, do qual fiz parte, e constituído de uma equipe multidisciplinar, criado através da PORTARIA/HFSE/MS/N.º 0500 de 22 de setembro de 2016, também em anexo, começamos os trabalhos. O Diretor Geral, de pronto, adotou medidas saneadoras através das providências relatadas no MEMORANDO N.º 0422/GABIDIR/HFSE, datado de 22/09/2016 e, MEMORANDO N.° 0431/GABDIR/HFSE, datado de 23/09/2016, ambos anexos ao presente, comunicando ao Departamento de Gestão Hospitalar - DGH/RJ/SAS/MS, da precariedade do estoque em nosso Almoxarifado. Destarte todas as iniciativas acima em caráter de urgência, sem poder realizar nenhum tipo de planejamento, obteve-se o êxito, a partir de então de retomar o crescimento de nossa produção cirúrgica, objeto das Constatações da Controladoria Geral da União no Estado do Rio de Janeiro.

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Ressalte-se, por oportuno, que a suspensão de cirurgias caiu vertiginosamente, para 87 em outubro de 2016, comparando-se com o mês imediatamente anterior, ou seja, setembro de 2016 que foi de 123, algo em torno de 29,26 (vinte e nove, vírgula vinte e seis por cento). Todo o esforço desprendido para recuperação a produção do hospital, passou pelo esforço concentrado, atendendo a todas as necessidades e obedecendo a legalidade nos procedimentos no cumprimento de rituais que norteiam os trâmites de praxe determinantes para o sucesso do empreendimento. Claro está, que não devemos sob pena de cometermos falhas insanáveis ou de difícil saneamento, no cumprimento dos ditames legais que regem a atividade administrativa, de realizar todas as etapas que norteiam as compras de bens e serviços que realiza a Administração Pública. DOS FATOS Todas as iniciativas ora questionadas, seguiram as normas que regem a matéria, na sua instrução processual e procedimental, as quais passamos a relatar: Para o atendimento dos objetivos tidos como meta para solucionar o desabastecimento em que se encontrava o HFSE, já acima comentado, criado que foi o Gabinete de Crise, pelo Sr. Diretor Geral, realizamos as Adesões em pauta, cujos processos anexamos ao presente, tendo todos as mesmas características questionadas pela Controladoria Geral da União, da Solicitação de Auditoria, acima referenciada. Em todos, com as supostas distorções encontradas, no tocante ao preço estimado contra o preço homologado, teremos agora, oportunidade de esclarecer, demonstrando que esta distorção não ocorreu na aquisição propriamente dita, por parte deste hospital, mas sim na comparação da fase interna, ou seja, na fase preparatória do pregão que serviram como base para a pesquisa de mercado (estimativa) do Órgão Gerenciador e a fase onde se conclui o Registro de Preços, ou seja, a sua Homologação. Como exemplos, que a seguir demonstramos: a) Processo n.° 33433.016920/2016-84 – Pregão n.° 110/2016 – Adesão n.° 473/2016 – Item 16; b) Processo n.° 33433.016674/2016-61 - Pregão n.° 120/2015 - Adesão n.° 552/2016 – Itens 32, 33, 36, 38 e 69; c) Processo n.° 33433.012499/2016-32 – Pregão n.° 120//2015 – Adesão n.° 365/2016 – Itens 49 e 76: d) Processo n.° 33433.016510/2016-33 - Pregão n.° 120/2015 - Adesão n.° 429/2016 – Item 74; e) Processo n.° 33433.006810/2016-12 - Pregão n.° 168/2015 - Adesão n.° 244/2016 – Itens 26 ao 30 e 32. DA JUSTIFICATIVA: a) Subitem 1.1: A pesquisa de mercado encontra-se documentada nos autos às fls.09, realizada no sítio COMPRASNET – CATMAT, cujos registros são fornecidos pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, sendo a única forma segura de

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se fazer aquisição de bens e serviços, quando chega o momento de se comparar preços praticados de um mesmo material/serviços. Entretanto, não foi encontrado no Sistema Comprasnet, durante a pesquisa de preços registrados no Catmat, outra Ata com o mesmo tipo do material adquirido. Subitem 1.2: A vantajosidade da aquisição pelo valor homologado deu-se não somente em função das especificações do material que realmente veio de encontro às nossas reais necessidades, conforme detalhamento do Termo de Referência, parte integrante do Edital de Licitação do Pregão ao qual se deu a adesão, como também se comprova através de Notas Fiscais do fabricante, do mesmo material, com valores iguais e/ou superiores ao da aquisição, conforme DOC 1, em anexo. b) Subitem 1.1: A pesquisa de mercado encontra-se documentada nos autos às fls. 19/30, realizada no sítio COMPRASNET – CATMAT, cujos registros são fornecidos pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, sendo a única forma segura de se fazer aquisição de bens e serviços, quando chega o momento de se comparar preços praticados de um mesmo material/serviços. Entretanto, não foi encontrado no Sistema Comprasnet, durante a pesquisa de preços registrados no Catmat, outra Ata com o mesmo tipo do material adquirido. Subitem 1.2: A vantajosidade da aquisição pelo valor homologado deu-se não somente em função das especificações do material que realmente veio de encontro às nossas reais necessidades, conforme detalhamento do Termo de Referência, parte integrante do Edital de Licitação do Pregão ao qual se deu a adesão, como também se comprova através de Notas Fiscais da empresa contratada, do mesmo material, praticados no mercado, com valores iguais e/ou superiores ao da aquisição, conforme DOC 2, em anexo. c) Subitem 1.1: A pesquisa de mercado encontra-se documentada nos autos às fls. 06/13, realizada no sítio COMPRASNET - CATMAT, cujos registros são fornecidos pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, sendo a única forma segura de se fazer aquisição de bens e serviços, quando chega o momento de se comparar preços praticados de um mesmo material/serviços. Entretanto, não foi encontrado no Sistema Comprasnet, fls. 06/11, com o código do material a pesquisa de preços registrados no Catmat; e de fls. 12/13, foi realizada a busca textual com palavras chaves, no mesmo sítio, outra Ata com o mesmo tipo do material adquirido, não se obtendo sucesso. Subitem 1.2: A vantajosidade da aquisição pelo valor homologado deu-se não somente em função das especificações do material que realmente veio de encontro às nossas reais necessidades, conforme detalhamento do Termo de Referência, parte integrante do Edital de Licitação do Pregão ao qual se deu a adesão, como também se comprova através de Notas Fiscais da empresa contratada, do mesmo material, praticados no mercado, com valores iguais e/ou superiores ao da aquisição, conforme DOC 3, em anexo. d) Subitem 1.1: A pesquisa de mercado encontra-se documentada nos autos às fls. 18/20, realizada no sítio COMPRASNET - CATMAT, cujos registros são fornecidos pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, sendo a única forma segura de se fazer aquisição de bens e serviços, quando chega o momento de se comparar preços praticados de um mesmo material/serviços. Entretanto, não foi encontrado no Sistema Comprasnet, durante a pesquisa de preços registrados no Catmat, outra Ata com o mesmo tipo do material adquirido. Subitem 1.2: A vantajosidade da aquisição pelo valor homologado deu-se não somente em função das especificações do material que realmente veio de encontro às nossas reais necessidades, conforme detalhamento do Termo de Referência, parte integrante do Edital

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de Licitação do Pregão ao qual se deu a adesão, como também se comprova através de Notas Fiscais da empresa contratada, do mesmo material, praticados no mercado, com valores iguais e/ou superiores ao da aquisição, conforme DOC 4, em anexo. e) Subitem 1.1: A pesquisa de mercado encontra-se documentada nos autos às fls. 13/20, realizada no sítio COMPRASNET – CATMAT, cujos registros são fornecidos pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, sendo a única forma segura de se fazer aquisição de bens e serviços, quando chega o momento de se comparar preços praticados de um mesmo material/serviços. Entretanto, não foi encontrado no Sistema Comprasnet, durante a pesquisa de preços registrados no Catmat, outra Ata com o mesmo Tipo do material adquirido. Subitem 1.2: A vantajosidade da aquisição pelo valor homologado deu-se não somente em função das especificações do material que realmente veio de encontro às nossas reais necessidades, conforme detalhamento do Termo de Referência, parte integrante do Edital de Licitação do Pregão ao qual se deu a adesão, como também se comprova através de Notas Fiscais da empresa contratada, fabricante do mesmo material, praticados no mercado, com valores iguais e/ou superiores ao da aquisição, conforme DOC 5, em anexo. Com o acima demonstrado, entendemos s.m.j., ter esclarecido as supostas superações dos valores estimados, haja vista que os valores de aquisição são os realmente praticados no mercado, como temos a oportunidade de demonstrar com toda a documentação que ora juntamos ao presente. Vale repisar, que toda a documentação trazida em anexo, constam Notas Fiscais comprovando a prática de preços em valores bem próximos ou superiores aos das aquisições realizadas, como também todos os esforços dispendidos na realização da pesquisa de mercado, constantes dos autos das comentadas adesões, anteriores à sua efetivação e consequente aquisição. CONSIDERAÇÕES FINAIS Alguns princípios constitucionais tais como: impessoalidade, publicidade, legalidade, moralidade e eficiência, previstos no artigo 37, da Constituição da República Federativa do Brasil, aos quais acrescento o da economicidade, devendo o agente público ficar atento à vantajosidade da contratação, hipótese essa, que não nos descuidamos ao efetuar as Adesões, objeto da solicitação de Auditoria em questão. O que salta aos olhos na área de compras de qualquer órgão público é a baixa qualificação do pessoal lá lotado, em sua grande maioria, contando com mão de obra terceirizada. Como não existe uma carreira específica para a função, são aproveitados na atividade de compras funcionários administrativos de nível médio sem habilidades específicas, tais como: operar os sistemas que compõem o comprasnet; conferir e analisar os documentos encaminhados; mediar encaminhamento de dúvidas entre os licitantes e os demandantes dos bens e serviços etc.” (...) Em complementação ao assunto, a Direção do HFSE encaminhou o OFÍCIO N° 0616/GABDIR/HFSE/MS, de 05 de junho de 2017, por meio do qual o Sr. Diretor do Hospital Federal dos Servidores do Estado apresentou as seguintes considerações com relação a impropriedade apontada:

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(...) “O Diretor do Hospital Federal dos Servidores do Estado, nomeado pela Portaria Ministerial n° 2.707/2016 (Publicada do Diário Oficial da União n°239 de 14/12/2016), vem por meio desta, responder o processo n° 00218.100379/2017-68, em complemento ao Ofício 0608/GABDIR/HFSE/2017. Em resposta as adesões ora relatadas no processo n° 00218.100379/2017-68 e elaboradas pela Divisão de Suprimentos e Logística, assinadas por este atual Diretor Geral do HFSE, ressaltando sua posse ter ocorrido em 14/12/2016 e o exíguo prazo temporal para ciência de todas as fases dos procedimentos administrativos e a realidade do desabastecimento desta Unidade Hospitalar, bem como a não existência àquela época de Processo Licitatório Regular para aquisição. Insta salientar que tomado conhecimento sobre a criação do Gabinete de Crise, pela gestão anterior, instruído pela Portaria 0500 de 22 de setembro 2016 é que foi autorizada tais Adesões as Atas de Registro de Preços, uma vez que não existiam à época processos regulares instruídos, o que impossibilitou tais elaborações pela necessidade de continuidade de prestação de serviços médicos aos pacientes em atendimento nesta Unidade Hospitalar, que poderia gerar piora nas filas de cirurgias e os atendimentos ambulatoriais.” (...) Após o encaminhamento do Relatório Preliminar de Auditoria e a realização da Reunião de Busca Conjunta de Soluções, no dia 10 de julho de 2017, a Direção do HFSE encaminhou o Memorando n° 121/DISUL/HFSE, de 18 de julho de 2017, por meio do qual foram apresentados os seguintes esclarecimentos finais sobre o fato constatado: (...) ”Preliminarmente, cabe-nos tecer algumas considerações quanto à realização de pesquisas de preços: a) Embora as cotações buscadas no Painel de Preços, pela laboriosa equipe de auditoria do Controle Interno, tenham sido encontrados diversos preços através de um determinado código no Painel de Preços, corre-se o risco de não se tratar de um mesmo material, para uma mesma finalidade, mas com grau de aplicação diferenciado, ou até mesmo, tratar-se de materiais diametralmente diferentes, como por exemplo: lentes para aplicação cirúrgica, que se apresentam com utilizações diferenciadas para pacientes com distinção individual de patologia, e consequentemente, constantes do Termo de Referência. b) Como também ressaltamos, que à época da realização das adesões, não dispúnhamos de tão valiosa perspectiva de pesquisa, que é o recém-criado Painel de Preços, através da IN n.s 03 de 03 de abril de 2017, quando as adesões se deram em dezembro de 2016 e janeiro do corrente ano. c) Insta frisar, que quando da pesquisa realizada à época no sítio do Comprasnet, não se obteve sucesso na busca de preços praticados em outra Atas de Registro de Preço, tais como as apontadas no Relatório de Auditoria em comento. Contudo, necessitamos de algumas respostas do que se deve ao fato de não termos conseguido encontrar naquele sítio tais preços? d) Destarte todas as providências por nós adotadas e já informadas, entendemos que o comprador fica sem respaldo para as suas decisões quando da iniciativa para formalizar

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as adesões, de modo a suprir as necessidades prementes de abastecimento e produtividade de nossas atividades assistenciais; e) Vale repisar, que nunca houve abandono dos cuidados com o fazer corretamente as atividades desta Divisão de Suprimentos e Logística, muito embora o Gabinete de Crise nos exigisse maior celeridade nos procedimentos, em momento algum se imbuiu de tarefas que prejudicasse o desenvolvimento destas atividades. Seria no mínimo contraditório, tentar melhorar e tornar eficaz e eficiente nossa atividade fim, com o aumento de produtividade, cometendo falhas tão primárias e fundamentais. f) As atividades desenvolvidas por esta Divisão, como tudo em todas as atividades mais simplórias, geram riscos de se cometer falhas. Todas as iniciativas são, obviamente, atividades de risco e, com isso, vale lembrar que ritos com relação a procedimentos, a hermenêutica de toda a legislação que rege a matéria, são diariamente modificadas ou, existem correntes majoritárias, sem nunca desconsiderar as minoritárias. Lembrando-se ainda, o fato dos acórdãos seguirem no mesmo diapasão das Doutrinas e Jurisprudências dos Tribunais, que por vezes são totalmente divergentes. g) Apesar de já termos dito de nossa deficiência de pessoal especializado, contando em sua maioria com funcionários terceirizados, bem como a falta de capacitação dos que desenvolvem suas atividades laborativas nesta Divisão, repisamos neste momento tal fato, que a nosso ver nos dificulta sobremaneira a realização de nossas atribuições, de onde acaba surgindo, por vezes, uma cobrança acima do que nos é dada em condições de trabalho. RESPOSTAAO RELATÓRIO – RECOMENDAÇÕES Abaixo serão apresentadas justificativas das não conformidades constatadas: Em reunião realizada em 11.07.2017, no Gabinete do Sr. Diretor Geral, os Auditores da CGU/RJ apresentaram e teceram comentários sobre o seu relatório, quando nos foram passadas a necessidade de demonstrar com mais riqueza de detalhes, o porque dos valores de aquisição de diversos materiais serem maiores dos que os valores estimados. a) Processo n.º 33433.016920/2016-84 - Pregão n.º 110/2016 - 473/2016-Item 16: Conforme consta às fls. 09, o material (ultrassom) estimado apresenta uma especificação muito aquém das reais necessidades do hospital, pois o que realmente foi homologado se oferece bastante superior, pois realiza exames de imagem e de diagnóstico para a Cardiologia (trans-esofágica adulta, pediátrica e neonatal), Vascular (cerebral, abdominal e periférico), Neurocirurgia (transcraniano e transfontanela, etc), conforme documentação acostada às fls. 19/24 dos autos, o que torna para a administração a sua aquisição considerada mais vantajosa, pois em um mesmo equipamento são realizados diversos e inúmeros exames não oferecidos pelo equipamento inicialmente estimado. b) Processo n.º 33433.016674/2016-61 - Pregão n.º 120/2015 - Adesão n.º 552/2016-Item 32: Trata-se de um material (stent) para uma mesma lesão, mas com indicações e preços diferentes. O da Ata seria um modelo simples com seu formato retilíneo. O da homologação apresenta-se em formato cônico e com células abertas nas extremidades e fechadas no centro, conforme consta às fls. 31, do processo n.º 33433.016510/2016-33.

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Sendo assim, não há de se falar em sobre preço, por tratar-se de material de qualidade muito superior, trazendo segurança na sua utilização, devendo ser considerada a sua vantajosidade para a Administração. Item 33: Trata-se de material [stent) com estruturas totalmente diferentes, visto que o estimado é de aço inoxidável e o homologado na ata tem a sua estrutura de Nitinol, o que a ele confere uma maior qualidade e indicado para exames de carótidas, sendo o primeiro totalmente inapropriado para a sua realização. Sendo assim, não há de se falar em sobre preço, por tratar-se de material de qualidade muito superior, trazendo segurança na sua utilização, devendo ser considerada a sua vantajosidade para a Administração. Item 36: Trata-se do mesmo material [stent), porém com tecnologias díspares, tais como: O do termo de referência que apresenta a tecnologia "freestyler", sistema facilitador de liberação com apenas uma das mãos. Sendo assim, não há de se falar em sobre preço, por tratar-se de material de qualidade muito superior, trazendo segurança na sua utilização, devendo ser considerada a sua vantajosidade para a Administração. Item 38: Trata-se de mesmo material [stent), sendo que o da ata também apresenta diferença por ser a sua estrutura de aço inoxidável e não apresenta a tecnologia "freestyler", diferentemente do homologado, que tem a sua estrutura de Nitinol, assim como a tecnologia "freestyler". Sendo assim, não há de se falar em sobre preço, por tratar-se de material de qualidade muito superior, trazendo segurança na sua utilização, devendo ser considerada a sua vantajosidade para a Administração. Item 69: A Ata especifica neste item como "endoprótese de corpo principal revestido em poliéster" (estimado) para ser utilizado em uma mesma doença, mas com indicações distintas para a sua utilização. O homologado trata-se de endoprótese com o corpo principal revestido de PTFE, muito superior ao de poliéster e por ser de implantação mais precisa. Sendo assim, não há de se falar em sobre preço, por tratar-se de material de qualidade muito superior, trazendo segurança na sua utilização, devendo ser considerada a sua vantajosidade para a Administração. c) Processo n.º 33433.012499/2016-32 - Pregão n.º 120//2015 – Adesão n.º 365/2016 Item 49: O material estimado apresenta material para liberação de molas em aneurismas cerebrais, procedimento este reconhecidamente como de menor complexidade. Enquanto que o homologado cateter para procedimentos em vasos sangüíneos de pequenos calibres, tratando-se de um procedimento de maior complexidade. Sendo assim, não há de se falar em sobre preço, por tratar-se de material de qualidade muito superior, trazendo segurança na sua utilização, devendo ser considerada a sua vantajosidade para a Administração.

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Item 76: Ata (estimado) trata-se de um fio guia para procedimentos com micro cateteres de aço 0,014mm e o do termo de referência ou o homologado, trata de Micro guia de tamanhos variados em Nitinol, como já dito antes, material de qualidade superior e inspira total confiança na realização dos procedimentos. Sendo assim, não há de se falar em sobre preço, por tratar-se de material de qualidade muito superior, trazendo segurança na sua utilização, devendo ser considerada a sua vantajosidade para a Administração. d) Processo n.º 33433.016510/2016-33 - Pregão n.º 120/2015 - Adesão n.º 429/2016 Item 74: Trata-se de um tipo de stent simples (estimado), utilizado para estenoses arteriais. O homologado ser refere a uma endoprótese recoberta ao longo do tecido, para tratamento de aneurismas, daí a diferença de valor, o qual justifica a sua aquisição. e) Processo n.º 33433.006810/2016-12 - Pregão n.º 168/2015 - Adesão n.º 244/2016 Itens 26 ao 30 e 32. A diferença de preço se deve a própria diferença de material, tendo em vista que o homologado trata-se de uma lente acrílica hidrofóbica e bi convexo, sendo dessa forma bastante superior ao de Metacrilato, que não é bi convexo, a qual serviu como base da estimativa realizada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o todo acima exposto, verifica-se demonstrada a fragilidade da pesquisa realizada no sítio do Comprasnet, pela unidade gestora do Pregão 120/2015, tendo em vista que foi utilizado um mesmo e único código de material, para a aquisição materiais distintos em um mesmo processo de aquisição. Ressalte-se por oportuno, que a pesquisas de preços, tanto no Comprasnet, como no novo Painel de Preços, apresenta-se incompleta, imprecisa e temerária, considerá-las como seguras, pois os códigos neles encontrados ou pesquisados, que em sua grande maioria encontram-se inativos, principalmente quando se pesquisa os preços de materiais específicos e de grande complexidade na sua utilização. Considerado que os descritivos encontrados nas pesquisas não condizem com os que realmente pretendemos adquirir, estão inativos ou não apresenta similaridade ao que se pretende, solicitamos ao Ministério do Planejamento, através do SIASG, o cadastramento de novos códigos de novos insumos. Torna-se oportuno e importante informar, que ao ser solicitado o cadastramento de novos insumos, através do Sistema SIASG, gerando dai um novo código é cobrado pelo operador do Sistema, o número de seu registro na ANVISA, do qual não se tem conhecimento. Para obtê-lo, teria que se recorrer a um fabricante ou distribuidor, e que se obtido, poderia estar direcionando a licitação para um determinado produto, decorrendo dessa informação, uma possibilidade de cerceamento à participação de demais licitantes interessados na comercialização do produto a ser adquirido. Porventura, não se consiga um novo código e utilizando-se um código genérico, corre-se o risco de quando da realização da pesquisa serem encontrados produtos que não

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sejam o que realmente atendam às reais necessidades na unidade, provocando dessa forma, um retrabalho, considerando ainda, a grande possibilidade de uma diversificação por vezes demasiadamente discrepante no tocante aos preços ofertados e, por vezes, nem serem encontrados nessa pesquisa.” (...) ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pese o fato de que as contratações, objeto desta constatação, contribuíram, a partir de então, na alegada retomada do crescimento da produção cirúrgica do Hospital Federal dos Servidores do Estado – HFSE, ao final de 2016. As justificativas apresentadas não elidem a impropriedade verificada. Embora o gestor esclareça que quando se realiza uma consulta, através de um determinado código no Painel de Preços (CATMAT), corre-se o risco de não se tratar de um mesmo material, para uma mesma finalidade, mas com grau de aplicação diferenciado, ou até mesmo tratar-se de materiais diametralmente diferentes, não restou comprovado, nos processos analisados, que os valores homologados pelo HUCAM/UFES de fato correspondem aos valores praticados no mercado. Mesmo que tenha ocorrido uma divergência entre o código CATMAT utilizado e a descrição dos materiais no Termo de Referência, o HFSE deveria ter buscado comprovar que os valores homologados, mesmo estando acima dos valores estimados, estavam compatíveis com os valores de mercado. Deve-se salientar que apenas as Notas Fiscais da empresa contratada, fabricante do mesmo material, praticados no mercado, com valores iguais e/ou superiores ao da aquisição, não servem como fonte para se identificar o preço de mercado de um produto, tendo em vista que o preço de mercado decorre de ampla pesquisa de preços, envolvendo o maior número possível de fornecedores.

Sendo assim, as pesquisas realizadas pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado não se mostraram eficazes, o HFSE não se cercou da segurança necessária para aderir as atas referentes aos Pregões n.º 110/2016, nº 120/2015 e nº 168/2015.

A UPC tem a obrigação imposta pelo Decreto n.º 7.892, de 23 de janeiro de 2013, de observar a vantajosidade da aquisição mesmo quando não participa ativamente do processo licitatório. Conforme o artigo 22 do referido decreto, resta claro o dever do órgão interessado de demonstrar a vantagem da adesão sobre o sistema convencional, logo, aderir como carona deve resultar numa vantagem superior a realização de um novo processo. Essa vantagem se confirma por pesquisa de preço registrado e o de mercado, competindo ao carona evidenciar no processo essa vantagem.

O gestor não evidenciou nos processos analisados a vantagem da proposta disponível no registro de preços pelo gerenciador (HUCAM/UFES), cujos valores unitários homologados superaram os valores estimados em alguns itens.

A cotação de preços é a etapa principal do processo e é precedida de ampla pesquisa de mercado público, nos termos do art. 15, inc. V da Lei nº 8.666/1993. É importante ressaltar que quanto maior for o número de propostas oriundas das pesquisas, mais fiel ao mercado será o preço médio a ser aplicado como referência nos certames.

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Ademais, a UPC incorre no mesmo erro apontado no item 9.2.1.b do Acórdão TCU nº 2786/2013 Plenário, que já alertava a unidade para falhas dessa natureza. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Aprimorar e formalizar as rotinas referentes à pesquisa de preços, de forma a aumentar a amplitude da pesquisa de mercado público, nos termos do art. 15, inc. V da Lei nº 8.666/1993, ressalvando-se que quanto maior for o número de propostas oriundas das pesquisas, mais fiel ao mercado será o preço médio a ser aplicado como referência nos certames. Visando assim, comprovar a vantajosidade nos casos de adesão às atas de registro de preços.

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Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201701039 Unidade Auditada: HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO Ministério Supervisor: MINISTERIO DA SAUDE Município (UF): Rio de Janeiro (RJ) Exercício: 2016 1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01/01/2016 e 31/12/2016 pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no artigo 10 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações de controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada.

3. As seguintes constatações subsidiaram a certificação dos agentes do Rol de Responsáveis:

o Falta de aproveitamento de salas cirúrgicas programadas para ocupação e subutilização de horas disponíveis em salas ocupadas, ocasionando o desperdício da força de trabalho (anestesiologistas e auxiliares de enfermagem) que é mobilizada para atender o Centro Cirúrgico. (Item 2.1.2.2);

o Falta de material básico (almoxarifado, farmácia e/ou patologia) no HFSE ocasionando, em três dias, a paralisação na programação de cirurgias eletivas, e precariedade na disponibilidade de OPME. (Item 2.1.2.3);

o Perda de eficiência na alocação dos recursos disponibilizados ao HFSE e inexistência de metas institucionalizadas compromete o resultado da Unidade em termos do atendimento cirúrgico. (Item 2.1.2.4)

o 60,9% das cirurgias suspensas no HFSE não tem a informação do motivo registrada no Centro Cirúrgico por falta de preenchimento da ficha de suspensão. (Item 2.1.2.6)

o Insuficiência do quadro de pessoal de enfermagem em exercício no Centro Cirúrgico impede o aumento da produção cirúrgica do HFSE. (Item 2.1.2.7)

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

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4. Diante dos exames realizados e da identificação de nexo de causalidade entre os atos de gestão de cada agente e as constatações mencionadas, proponho que o encaminhamento das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja conforme indicado a seguir:

CPF do agente público

Cargo ou função Avaliação do órgão de Controle Interno

Fundamentação da avaliação do Controle Interno

***.241.507-** Diretor Regular com

Ressalva

Itens 2.1.2.2; 2.1.2.4; 2.1.2.6; e 2.1.2.7 do Relatório de Auditoria

***.341.507-** Responsável Técnico da Coordenação Assistencial

Regular com

Ressalva

Itens 2.1.2.2; 2.1.2.6; e 2.1.2.7 do Relatório de Auditoria

***.277.377-** Coordenador de Administração

Regular com

Ressalva

Item 2.1.2.3 e 2.1.2.7 do Relatório de Auditoria

***.243.957-** Coordenador de Enfermagem

Regular com Ressalva

Item 2.1.2.7 do Relatório de Auditoria

Demais integrantes do Rol de Responsáveis

Regularidade Considerando o escopo do Relatório de auditoria, não foram identificadas irregularidades com participação determinante destes agentes.

5. Ressalta-se que dentre os responsáveis certificados por Regularidade há agentes cuja gestão não foi analisada por não estar englobada no escopo da auditoria de contas, definido conforme art. 14, § 2º, da Decisão Normativa TCU nº 156/2016.

Rio de Janeiro (RJ), 19 de julho de 2017.

O presente certificado encontra-se amparado no relatório de auditoria, e a opção pela certificação foi decidida pelo:

___________________________________________________________________________ Superintendente da Controladoria Regional da União no Estado do Rio de Janeiro -

Substituto

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Secretaria Federal de Controle Interno Parecer: 201701039 Unidade Auditada: Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) Ministério Supervisor: Ministério da Saúde Município/UF: Rio de Janeiro (RJ) Exercício: 2016 Autoridade Supervisora: Ricardo José Magalhães Barros – Ministro de Estado Saúde

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do exercício de 2016, do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), expresso a seguinte opinião acerca dos atos de gestão com base nos principais registros e recomendações formulados pela equipe de auditoria.

O Hospital Federal dos Servidores do Estado é uma unidade do Ministério da Saúde que presta assistência hospitalar, ambulatorial e de emergência de alta complexidade na cidade do Rio de Janeiro/RJ que tem o objetivo de ofertar assistência à saúde com qualidade, humanização e educação profissional permanente, seguindo as premissas do Sistema único de Saúde (SUS).

Em relação ao exercício 2017, foram avaliados aspectos relacionados à adoção, por parte da direção do hospital, de mecanismos para o controle sobre a acumulação de vínculos empregatícios de profissionais da unidade e relacionados, bem como foram avaliados aspectos relacionados à gestão do centro cirúrgico do HFSE. Quanto ao acúmulo funcional, verificou-se que a direção do HFSE não instituiu mecanismos adequados e suficientes para gerenciar o risco de acumulações irregulares de cargo/função e incompatibilidade de jornadas de trabalho com outros vínculos empregatícios fora da Instituição. Nesse sentido, foram emitidas recomendação para que a Unidade adote rotina de verificação periódica dos casos de acúmulo de vínculos empregatícios dos servidores do HFSE.

No que diz respeito ao funcionamento do Centro Cirúrgico, verificou-se a ocorrência de falhas que prejudicaram o funcionamento desse setor do HFSE, acarretando diminuição na quantidade de cirurgias realizadas. Essas falhas estão relacionadas principalmente ao planejamento na utilização das salas cirúrgicas, à logística de abastecimento de materiais básicos e à insuficiência de profissionais. Tais impropriedades decorreram da inadequação dos processos internos relacionados à gestão

Parecer de Dirigente do Controle Interno

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do centro cirúrgico e da não adoção de providências, por parte dos dirigentes da unidade, voltadas a solucionar o problema da falta de pessoal no centro cirúrgico.

Nesse sentido, foram emitidas recomendações voltadas à melhoria da gestão do centro cirúrgico, principalmente quanto ao controle das suspensões de cirurgias e à gestão de estoques do almoxarifado. Quanto ao déficit de profissionais, foram emitidas recomendações para que a direção do HFSE promova realocações internas de profissionais visando adequar a força de trabalho no centro cirúrgico e articule junto a outras instâncias a recomposição de profissionais na Unidade.

No que diz respeito às recomendações emitidas pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) ao HFSE e monitoradas ao longo do exercício 2016, verificou-se que das cinquenta recomendações monitoradas durante o exercício, somente uma foi considerada atendida. Sete recomendações foram canceladas e as outras quarenta e duas foram reiteradas e permanecem em monitoramento. Sobre esse aspecto, a inexistência de rotina para acompanhamento das recomendações contribui para o baixo percentual de atendimento. Destaco que o não atendimento às recomendações podem resultar na manutenção de fragilidades já identificadas e no risco de impactos na gestão da Unidade.

Uma alteração estrutural importante foi a criação do Núcleo de Controle Interno no Hospital Federal dos Servidores do Estado, que tem como objetivo fortalecer a estrutura de controles internos e gerenciamento de riscos da unidade. Em que pese a criação desse núcleo representar um avanço na gestão da unidade, percebe-se que sua estrutura ainda é incipiente e que há carência de recursos humanos.

Diante dos fatos identificados, a Superintendência da Controladoria Regional da União no Estado do Rio De Janeiro emitiu Certificado de Auditoria com ressalvas para a gestão de dirigentes do HFSE. No que diz respeito às ressalvas decorrentes da insuficiência de profissionais, cabe destacar que, embora a competência para efetivar o aumento do quantitativo de profissionais seja de outras instâncias da Administração Pública Federal, os dirigentes do HFSE deixaram de atuar no sentido de quantificar o déficit de profissionais e de acionar as instâncias competentes para a recomposição, inclusive por meio de realocações internas de profissionais.

Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei nº 8.443/92, combinado com o disposto no art. 151 do Decreto nº 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da IN/TCU/N.º 63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão expressa no Certificado de Auditoria. Desse modo, o Ministro de Estado supervisor deverá ser informado de que as peças sob a responsabilidade da CGU estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial de que trata o art. 52, da Lei nº 8.443/92, e posterior remessa ao Tribunal de Contas da União por meio do mesmo sistema.

Diretor de Auditoria de Políticas Sociais I