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Universidade Federal de São João del-Rei Aline Maria Ávila Camila Salcedo Faxini Estela Duarte Gabriel Paula Caroline das Graças Dores da Silva Tainara Pimenta Silvério Augusto As Inter-relações entre os diferentes estilos artísticos da pré-história à arte contemporânea

História da Arte

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História da Arte

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Universidade Federal de So Joo del-ReiAline Maria vilaCamila Salcedo FaxiniEstela Duarte GabrielPaula Caroline das Graas Dores da SilvaTainara Pimenta Silvrio Augusto

As Inter-relaes entre os diferentes estilos artsticosda pr-histria arte contempornea

So Joo del-Rei2012O conceito de arte amplo e aberto a discusses. A nica concluso que se chega que a definio de Arte inexiste. Na realidade, o que existe o conceito de artista, que engloba personagens to diferentes como homens primitivos, que desenhavam nas paredes das cavernas, quanto os artistas que trabalhando com o ready made: conceito que propem o transporte de um elemento da vida cotidiana, a princpio no reconhecido como artstico, para o campo das artes, como Duchamp, autor de A Fonte .Outro contedo bastante discutido a definio de belo. Na concepo do leigo a viso do belo na arte geralmente restrita. A eles deve ser agradvel ver uma pintura de uma paisagem representada fielmente como acontece na arte clssica, porm isso no tira o valor e apreciao de paisagens onde pinceladas so o ponto de partida, como acontece nas obras impressionistas. Assim a interpretao do belo numa obra deve ser bem analisada, pois o objeto de uma obra pode no ser necessariamente bonito, mas tem que se levar em conta a forma como esta executada, a coerncia entre as propores, a harmonia de cores e a riqueza de detalhes, e esse fato se repete tambm no que diz respeito a temtica da obra.A Expresso, tambm, um fator importante nas obras. Ajuda a transmitir o sentimento das mesmas, podendo faz-lo de forma bvia ou no. Uma obra um conjunto de processos, constitudo de mnimos detalhes, pensados metodicamente pelo artista para que adquiram o perfeito equilbrio.Na arte comum existir diferentes formas de se apresentar um mesmo tema que, consequentemente, passa diferentes ideias, dependendo do autor que o apresenta e da forma que o aborda. Exemplos a serem citados nesse contexto so as obras Angel, de Marc Quinn, e Angelus Novus, de Paul Klee, que abordam o mesmo tema (anjos) sob diferentes interpretaes e com diferentes objetivos. Assim o sistema artstico deve ser interpretado como uma religio, e estar aberto a interpretaes diferentes das que se tem a primeira vista.A arte apresenta diferentes funes em diferentes contextos. No contexto da pr-histria, seu objetivo era voltado para a utilidade, e no como adorno ou ornamento. Suas finalidades iam desde a proteo da moradia, contra eventos naturais, outros grupos, ataques de animais, realizao de trabalhos de magia, superioridade ante o objeto retratado a realizao de rituais. Essas obras no precisavam ter semelhana com o real, importando muito mais a impresso que causava ao nativo como smbolo de um poder mgico, mantendo apenas certa unidade e harmonia de padro. Esse um conceito incorporado ao contexto contemporneo, com a obra An Oak Tree, de Michael Craig Martin, em que o autor diz que um copo de gua um carvalho, fazendo com que o expectador tenha que analisar a obra e ver alm da sua forma simples, levando em considerao no sua semelhana com o real mais sim o seu significado. Outra funo dessas representaes eram utilizadas como forma de escrita primitiva, que chegava at mesmo a contar histrias, trao caracterstico das obras egpcias.A arte egpcia no tinha como objetivo a representao do belo, mas a preservao dos fatos e das informaes, apresentados de forma padronizada, ensinada aos artistas desde cedo e passadas de gerao para gerao de forma homognea por milhares de anos. Contudo essa ideia de arte padronizada se desfez com o passar dos anos. Um exemplo o Nu descendo a escada de Duchamp, realizada sob o contexto contemporneo, em que o artista rompe com a regularidade, essa obra no se trata de contar um fato ou uma histria, mas sim de, sem a rigidez usual das obras egpcia, promover um choque de conceitos apresentando caracteres diferentes dos vistos anteriormente, servindo de inspirao para novas tendncias.A ideia de arte padronizada tambm comeou a se desfazer no Egito, mas precisamente na 18 dinastia com o fara Amenfis IV. Foi uma curta abertura, mas foi o bastante para que mais tarde outros tantos protestassem contra as convenes e transformassem a arte.Durante o perodo egpcio as imagens eram mostradas no ngulo em que poderiam ser interpretadas mais facilmente, incluindo tudo que era considerado importante, com o objetivo de descrever algo. Havia uma regularidade na forma como as imagens eram dispostas, seguindo rgidos padres de equilbrio, estabilidade e harmonia. As imagens humanas apresentavam apenas os aspectos essenciais, com uma rigidez quase geomtrica e regularidade do todo, se preocupando apenas em representar, mas no demonstrar singularidades. A ideia de obras com singularidades s comea a surgir na Grcia, em que comeam a ser usadas expresses faciais, e efetivada em Roma onde as figuras eram fielmente retratadas. Esses conceitos foram utilizados posteriormente, como por exemplo, nos autorretratos de Van Gogh, do impressionismo, que se diferenciam por conseguir manter a individualidade do autor em seu rosto na tela.Na sociedade egpcia o Fara era considerado um Deus e para ele eram feitos grandes monumentos como as pirmides. Acreditava-se que mantendo seu corpo preservado e uma rplica de sua cabea no centro da pirmide sua alma poderia viver para sempre. J os mesopotmios no compartilhavam da crena de preservao do corpo humano, mantendo viva a imagem de seus poderosos pelas representaes de seus feitos, vitrias e guerras, usando um mtodo artstico semelhante ao dos egpcios, porm pouco menos ordenado e rgido.A arte grega foi influenciada por tribos provenientes da Europa que haviam dominado o territrio. A arte produzida por esses povos (e difundida para os gregos) era ainda mais rgida que a egpcia, rude, primitiva e desgraciosa, com padres geomtricos simples em suas cermicas e desenhos austeros e rigorosos. Exemplos desse estilo espartanos, famosos por sua rigidez.Com o contato dos gregos com os cretenses sua arte comeou a se modificar. Uma mudana relevante foi o uso da proporcionalidade das estruturas. O que no Egito era realizado em tamanho colossal, na Grcia adquire dimenses mais proporcionais ao objeto apresentado. Dessa forma os gregos comearam a introduzir a ideia de perspectiva: a inteno de representar tudo que se sabia sobre o objeto da obra foi substituda pelo conceito de representar somente aquilo que era enxergado. Assim os pintores acabaram por realizar uma das maiores descobertas para a arte, o escoro, tcnica que tem como objetivo representar objetos de trs dimenses em forma reduzida ou encurtada, seguindo as regras da perspectiva.Uma das buscas da arte grega era aprimorar o estudo da anatomia humana e aplicar suas concluses principalmente nas esculturas. Nota-se o desenvolvimento dessa tcnica com o passar dos anos, onde cada vez mais as esttuas tinham seus ossos e msculos minuciosamente representados. Um bom exemplo de como o interesse pela anatomia nas artes perdura at hoje a obra Anatomia de um Anjo, de Damien Hirst, em que o autor retrata um anjo e seu interior, com msculos, ossos e rgos como de humanos, alm de retratar a obra buscando maior fidelidade com a figura humana.As esttuas se baseavam nos modelos egpcios e assrios a princpio, e posteriormente, utilizaram-se da observao das formas e experimentao de novas frmulas, mesmo que estas no funcionassem bem nas primeiras tentativas. No auge da democracia ateniense a arte atingiu seu apogeu. As esttuas eram extremamente ricas, com muitas cores e uso de pedras preciosas em sua constituio, e de um detalhismo admirvel, com impecveis representaes do corpo humano e seus movimentos.A pintura seguiu no mesmo sentido que a escultura, passando de um desenho rgido focado apenas em ngulos essenciais, para um desenho com perspectiva. As pinturas do perodo se perderam, mas tal fato comprovado pelas replicas de recipientes de cermica do perodo.Os gregos valorizavam a recm-adquirida liberdade para representar o corpo humano em qualquer posio ou movimento, refletindo a vida interior das figuras representadas a representao da atividade da alma, e observando minuciosamente o modo como os sentimentos afetam o corpo em ao. Nesse processo os gregos se desfizeram das limitaes, mas mantiveram a lucidez e a beleza do arranjo, o qual deixou de ser geomtrico e angular para se tornar livre e descontrado, como se verifica posteriormente na obra O nascimento de Vnus de Boticelli, onde a riqueza de detalhes amplamente empregada, alm da descrio minuciosa do corpo e da sensao de movimento na obra.A princpio a arte romana permanece como a grega, mantendo intacta a arte helnica. No decorrer do tempo essa configurao muda, desenvolvendo-se principalmente a engenharia civil, notveis nas edificaes dos pilares romanos. As obras mesclavam os estilos de construo dos templos gregos combinadas com as estruturas romanas, adequando-os s suas necessidades. O trao mais caracterstico era o uso de arcos, rarssimas vezes utilizados pelos gregos.Outro hbito dos romanos era o de contar suas vitrias e histrias de suas campanhas militares. Com isso, o objetivo da arte deixa de ser a harmonia, beleza e expresso, para novamente contar os feitos de um povo, como ocorreu na Mesopotmia. Os povos dominados por Roma tambm passaram a utilizar-se das suas caractersticas na execuo de obras de arte. Comeam as primeiras escolas de arte, onde se criam os estilos, mas no com a rigidez egpcia.No que se refere s pinturas e esculturas, os retratos romanos apresentavam seus modelos com fidelidade, as esculturas eram realizadas de forma muito mais realista, tal qual eram vistos na tela, sem adulaes s figuras retratadas. Eram figuras naturais sem ser mesquinhas.A escultura na ndia floresceu muito antes da helenstica, mas a primeira figura do Buda surge com a sua influncia. As utilizaes de belas formas e as expresses de profundo repouso se encontram nessa obra.Os judeus tambm se utilizaram da arte para representar suas histrias sagradas, com a diferena que no podiam fazer imagens de seus deuses, por temor idolatria. Decoravam as paredes das sinagogas com imagens do Antigo Testamento de forma deselegante e primitiva, pois quanto mais fiel a realidade, maior o pecado contra o Mandamento que proibia as imagens. Sua inteno era apenas lembrar a manifestao do poder de Deus.A tradio crist tambm foi influenciada pelas obras gregas. A princpio se mesclavam at mesmo figuras pags s suas obras. Seu principal intuito era recordar os fiis dos exemplos do poder e misericrdia de Deus, e no obstante o conhecimento das tcnicas helensticas, a arte deixa novamente de importar com a representao fiel em detrimento da clareza e simplicidade. So inmeras as pinturas, esculturas e at mesmo construes posteriores ligadas ao cristianismo como a The Mystical Nativity e O Jardim das delcias terrenas de Boticelli.No apenas nas obras religiosas do perodo de declnio do imprio romano se visualiza essa mudana de interesse, mas tambm so vistas em ortras obras em que deixaram o extremo virtuosismo grego em detrimento da expresso, acentuando as feies e rugas, perdendo-se muito das tcnicas gregas nesse perodo. Esse fato retrata no apenas a ascenso do cristianismo, mas tambm o fim do mundo antigo.Como dito anteriormente, a arte tem diferentes objetivos de acordo com o local e com as pessoas que a fazem. Vimos no texto a evoluo do uso da arte nas distintas civilizaes: os homens primitivos a usando com objetivos mgicos; os egpcios a usando para assegurar a ascenso dos mortos aos cus; os gregos mostrando o uso da arte pela arte; os romanos usando imagens para contar histrias. A arte assume diversas formas durante a Histria e mantm essa mobilidade at hoje.