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HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA PRÉ-FOTOGRAFIA Nasce de príncipios ciêntificos básicos – óptico e químico Óptica: 4 a.c. Aristóteles = eclipse da lua na sua sala. Ele registou o acontecimentos (fenómeno da câmara escura). Registo da observação Séc XVI Leonardo Da Vinci – Utiliza para o registo espelhado da natureza representação da natureza igual à nossa percepção – nítidez, objectos mais longe desfocados. Lei da tridimensionalidade. - Câmara Escura – imagem invertida do referente - Pinhole/ Sténope = buraco – Imagens completamente desfocadas e cantos ratados 1550 - O Óptico “Jerôme CourdanConsegue concentrar e condensar os raios de luz com a lente que desenvolve permitindo uma maior definição da imagem, um grande avanço. 1568 – Utilizando o diafragma – Controla a quantidade de luz Disco óptico: regula a profundidade de campo, gerando uma imagem mais nítida. Deixa de ser só uma imagem de observação e passa-se a desenhar sem a intervenção da mão humana – o desejo de não interpretar a imagem. Sec. XVIII (18) a Câmara Escura tornam-se portáteis, incluiram um espelho num vidro fosco que permite colocar um papel e depois a pessoa desenhava. O Espelho permitia endireitar a imagem projectada. Com a invenção do fole dava a permissão de ajustar o foco. Dispositivo Silhueta: A pessoa senta-se à luz da vela projectada para a tela e o pintor pinta com tinta da china. Embrião de um retrato realista, mas não existe o desejo de não interferir com a realidade.

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HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

PRÉ-FOTOGRAFIA

Nasce de príncipios ciêntificos básicos – óptico e químico

Óptica: 4 a.c. Aristóteles = eclipse da lua na sua sala.Ele registou o acontecimentos (fenómeno da câmara escura). Registo da observação

Séc XVI Leonardo Da Vinci – Utiliza para o registo espelhado da natureza representação da natureza igual à nossa percepção – nítidez, objectos mais longe desfocados. Lei da tridimensionalidade.

- Câmara Escura – imagem invertida do referente- Pinhole/ Sténope = buraco – Imagens completamente desfocadas e cantos ratados

1550 - O Óptico “Jerôme Courdan”Consegue concentrar e condensar os raios de luz com a lente que desenvolve permitindo uma maior definição da imagem, um grande avanço.

1568 – Utilizando o diafragma – Controla a quantidade de luz Disco óptico: regula a profundidade de campo, gerando uma imagem mais nítida. Deixa de ser só uma imagem de observação e passa-se a desenhar sem a intervenção da mão humana – o desejo de não interpretar a imagem.

Sec. XVIII (18) a Câmara Escura tornam-se portáteis, incluiram um espelho num vidro fosco que permite colocar um papel e depois a pessoa desenhava. O Espelho permitia endireitar a imagem projectada.Com a invenção do fole dava a permissão de ajustar o foco.

Dispositivo Silhueta: A pessoa senta-se à luz da vela projectada para a tela e o pintor pinta com tinta da china. Embrião de um retrato realista, mas não existe o desejo de não interferir com a realidade.

Físionotraço: Aparelho para registar um traço muito realista. Séc.18 são se executavam perfis.

Séc.19 Câmara clara ou Lúcida: Suporte com um prisma viam o assunto que estava à sua frente. Mais fiel à realidade.

QUÍMICA

Sabia-se que os corpos reagiam à luz, uns claros ou outros escureciam, amarelavam.

Idade Média - Alquimista Alberto “O Grande” descobriu que o nitrato de prata escurecia quando exposto à luz.

Séc.17 Químico Alemão – Johan Schulze, fez a experiência com cloreto de prata Ag Cl e descobriu que era mais sensível à luz.

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Ele pegou numa garrafa e colocou lá dentro sais de cloreto de prata, depois colocou um papel recortado com umas formas geométricas e expôs uns dias à luz. Depois retirou o papel e provou que era possível escrever com a luz (foto+grafia) – Luz + escrita.

Escotóforo – Que atrai a escuridão. Fósforo que atrai a luz.

Séc.19 Thomas Weadwool – Inglês tem a ideia de aplicar num papel uma solução de cloreto de prata, vai colocar o papel dentro de uma câmara escura e vai expôr à luz.Vê uma imagem negativa, invertida e que depois desaparecia.

Hiposulfito de Sódio: Dissolvia os sais de prata expostos à luz.

INVENÇÃO DA FOTOGRAFIA

FR - Joseph Niéphore NiépceFR – Louis Jacques Mandé DaguérreGB - Henry Fox TalbotFR – Hippolite Bayard

França – Lyon – Cientista – Reprodução a partir da litografia – ImpressãoQueria melhorar a qualidade da imagem Pegou numa placa de estanho, betume de judeia e cobriu a placa, aplicou o betume que se tornava insolúvel quando exposta à luz.- Põe dentro da câmara escura, expõe à luz 10 horas, retira a placa e mergulha-a dentro de um banho de petróloe e vai dissolver as partes não expostas à luz.- Imagem fixada da natureza – Telhados da casa dele.

Betume (clara) corresponde às partes claras da imagem

1ª fotografiaNome da fotografia: “Poin de vue du Gras à Saint Loup de Varennes” nome da aldeia 1826 – 1827 foto encontra-se no Museu em Osten, Texas

Processo de Heliografia (Escrita com o Sol)

Fotografia – Positiva directo (tipo polaroid) única, imagem em relevo, construida em betume de judeia sobre o suporte.

O Melhor óptico de Paris: Charles Chevalier.

Daguerre – Ambicioso e oportunista. Bom profissional.- Criou o Diorama, cenários enormes de som e luz, fazia jogos de luz, espectáculo da moda.- Telas pintadas e nas janelas colocavam velas que se acendiam e apagavam-se.- Entra em contacto com o Niépce. Encontra-se só um dia cada um vai melhorar o processo ele concorda a partilha dos projectos.

Niépce morre 1833 – Daguerre 1837 vai conseguir a 1ª imagem – foto de uma natureza imóvel Daguerrótipos – nome do processo.

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Daguerriótipo: 1 – Cloreto + Prata (polir a prata) sem impureza até espelhar2 – Polir a prata3 – Sensibilização da prata com vapores de cloro4 – Exposição à luz5 – Relação da imagem com vapores de mercúrio6 – Fixação da imagem numa solução de Sal (cloreto de sódio (SAL)

Vai melhorar o processo em 1839 – A img é espelhada e com muita definição – Prata em bruto. Uma img mais documental considerada na altura.

Bromo – Para tornar a placa mais sensível

Solução de Ouro: Tornava a img mais resistente e permitia colorir a img através de pigmentos.

1839 Janeiro – Um deputado francês “Arago” vai anunciar a descoberta da fotografia à Academia de Ciências, mas não vai revelar o processo da técnica.

CARACTERÍSTICAS DO DAGUERREÓTIPOS

- Imagem única- Positivo directo- Imagem invertida- Imagem frágil que necessita da viragem a ouro da protecção de um vidro- Imagem espelhada, pode ser vista em positivo ou negativo- Imagem nítida/ definida e por isso uma imagem documental (ela permite registar o que o olho não vê)- Suporte é pesado 40 kilos- Permite o retoque/ colorir, quando virada a ouro- Requer tempo de exposição bastante longos- O mais rápido registo 10 segundos sem mexer- 1835 acaba mais ou menos nesta altura (outros continuaram)- Imagem cara/ honorosa (só a classe média podia pagar um daguerreótipo)- Imagem resistente

Março de 1938 Diorama (Destruição – Arruinou o negócio)

Fox Talbot

– Janeiro – Ele inventa outro processo a Técnica de opter imagens num suporte sensível.

1834 – Vai à Itália Câmara Lúcida permite olharTornou o papel fotosensível e por cima das folhas e coloca um vidro e expõe à luz, retira e mergulha o papel em sal grosso (fixador – cloreto de sódio)

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Processo de Desenho Fotogénico (fotogramas)

- Imagem obtida sem câmara- Imagem negativa e pouco definida, porque é constituida por sais de prata e ela dissolve-se no papel grosso.E a experimenta o processo na câmara escura e cria o negativo em papel. Chama-se Calótipo do grego – Kalos – Belo

(Positivos) – Papel salgado = obtido por contacto directo.

Inventou a imagem múltipla, porque consegue reproduzir (fotografia industrial)

Retrato – ganhou daguerreótipoPara outros temas – ganha o papel salgado e o calótipo (negativo, positivo) Royal Institute of London apresenta a descoberta. É ele que propõe o nome Fotografia.

CARACTERÍSTICAS DO CALÓTIPO/ PAPEL SALGADO

Img em duas etapas 1º o positivo e 2º negativo;Img é descontínua, constituido por elementos de sais de prataImg múltiplaImg considerada artística (é como se fosse uma interpretação da realidade)Img pouco sensível à luz – 1 ou 2 min. em plena luz solar.

Vai assentar-se com óleo ou cera para ter mais definição e qualidade para acentuar a transparência, mais contraste.Temas: Naturezas mortas, paisagens, vida quotidiana, arquitectura, artístico.

Em 1843-44 - Ele é o primeiro a publicar livro com fotografias“Pencil of Nature” = Série de volumes 6 cada 1 tinha 24 imagens

Hypolyte Bayard

– Inventa outro processo – um positivo directo em papel - polaroid- Fala com a Academia de Ciências- Novo suporte- Em Junho 1839 faz uma exposição de fotografias numa feira de Caridade.- 1840 imagem em auto-retrato afogado. 1º auto-retrato (ele manda a fotografia e escreve “O Governo que deu muito ao Sr. Daguerre disse não poder fazer nada pelo Sr. Bayard e o infeliz afogou-se.”)Tornou-se no maior calotipista (ex: Moinhos de Paris)

AS NOVAS INVENÇÕES DA FOTOGRAFIA

- Baixar o tempo de exposição- Aumentar a definição

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- Encontrar uma imagem múltipla que combinem esses príncipios.1º 1847 – Sobrinho de Niépce de Saint-Victor, substituir o papel com o vidro para o negativo.- é preciso um ligante (cola transparente) para ligar os sais de prata ao vidro.- Albumina de Ovo – Vidro negativo albuminado- Claras(sais de prata)Albumina: baixa imenso a sensibilidade para 20min.Mas aumenta a nítidez da imagem.Problema, só se pode fotografar paisagens ou tudo o que não mexe.

1850 – Descoberta do Colódio Húmido por Scott Archer (Inglês)

Colódio Húmido o ligante que vai substituir a Albumina, e é viscoso.

Tempo de exposição ¼ de segundo- Alta definição da Imagem- Placas de colódio Húmido só podiam ser utilizadas húmidas, porque se secavam acabavam com a sensibilidade.- Desvantagem porque só tinham 15 minutos para preparar as placas para fazer a exposição.- Colódio era feito à base de algodão pólvora a partir de ácido, cheirava muito a éter.- Utilizado até 1870’s- Super Transparente

1851 – Encerar o Calótipo para a maior transparência.- Publicação da 1ª Revista fotográfica “La lumiére” 1866- Criação da 1ª sociedade de fotografia em França a “Sociedade Heliográfica” 1ª Agência fotográfica - Eles mandaram uma série de fotógrafos fazerem um levantamento fotográfico de Paris – Missão fotográfica – Documentários

Papel Albuminado (camada de Albumina sensível à luz ficando mais concentrado os sais de prata)É possível assim ser acessível a todos.

DESMOCRATIZAÇÃO DO RETRATO

1854 – Disderi “Carte de Visite” obtida com 4 objectivas que permitia fotografias de um assunto em várias poses.- Vocação comercial e não artística- Artificial- Predurou até 1880/90

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NADAR

O melhor retratista da história / No contexto artístico, não comercial- Fotografa os Intelectuais, Artístas de forma natural- Captar a alma da pessoa- Utilizando a luz natural

TÉCNICA DA DESMOCRATIZAÇÃO DO RETRATO

Permitiu também a fotografica científica/ ou microscópica

Fotografia de uma faísca – Muito rápida em fragmentos de segundosFotografia Astronómica – Lua Fotografia Medical – Estudo dos muscúlos da cara e estudos sobre histeria – comportamentos/ investigaçãoFotografia documental do Mundo 1850’s óptimo suporte de registoFotografia antropológica

(Utilizam o ser humano como escala nas fotos para comparar o tamanho real das coisas )

- Irmãos Bisson: Expedições na Montanha com neve, eles tocam o abstrato nas suas fotos, desejo de ultrapassar a fotografia documental

Imagens Steroscópicas (vistas de 3D): Captada com câmara binocular, 2 objectivas correspondente a cada vista. Enquadramento como os nossos olhos captam.

“FOTOGRAFIA DA ARTE” EM SUPORTE NEGATIVO DE COLÓDIO”

Grande qualidade para se usar na fotografia documental

Havia fotografos que reendivicavam que a fotografia podia ser arte.

A FAVOR DA FOTO ARTÍSTICA

1ª Corrente: representam a fotografia artística através do desfocado, continuam a recusar a natureza da fotografia como sendo fotos artísticas porque a natureza da fotografia é fotografar o real tal como ela se apresenta ao nossos olhos e com profundidade de campo.Para eles - A fotografia artística tem que ser uma interpretação do Mundo e não um retrato fiel ao Mundo.Lewis Caroll – Escritor da “Alice no País das Maravilhas” a fotografia era desfocada e ligeira interpretação muito ar, desenquadrada, desiquilibrada.Julia Margaret Cameron (a 1ª mulher fotógrafa)– A favor do desfocado e objectivas de má qualidade afastando-se mais ainda da imagem de qualidade e aproximando do artístico.

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A FAVOR DA MONTAGEM:

2ª Corrente: Sim, pode-se utilizar a natureza fotografia, a Profundidade de Campo, a composição, a nítidez, mas para não ser um espelho da realidade deve-se utilizar utilizar a montagem fotográfica, mas sendo invisível.- Temática da pintura da altura (pintura é arte) as temáticas devem ser iguais. (marinas, paisagens, cenas da vida quotidiana, alegorias). Vão aplicá-las à fotografia com a montagem.- A realidade não pode ser reproduzida tal com ela é, de alguma maneira tem que se alterar para ser artística. Misturar fotos tiradas e através da montagem tornar arte.

Gustave Le Gray – Fotógrafo (sobreposição dos negativos) temas: Marinas, fotografias de água, céus e barcos

1857 – Oscar Reijlander: Temática pictórica “A grande alegoria: Os dois caminhos da Vida”, foto feita a partir de 30 negativos, 40X70cm.

Mundo do Trabalho da religião que guia ao poder e à PazMundo da Beleza, da luxúria que conduzem à loucura à decadência

Obra com imenso sucesso, rainha Vitória, oferece uma ao marido. Virtuosidade na montagem.

1858 – Peach Robinson “A Moribunda” – Imagem a partir de 5 negativosTema utilizado na pintura efeito fotográfico, a nível ético, momento da realidade. Realista demais. Demasiado forte e as pessoas críticavam. A luz não estava correcta.- 1º a escrever sobre a fotografica artística, escreve ensaios sobre “Pictorial Effect in Photography”1869 – Formulas e receitas académicas para realizar fotografias de arte.Fotografia não tão arte quanto a pintura.

FOTOGRAFIA DE GUERRA DO SÉC. 19

1º Grande Fotógrafo inglês chamado Robert Fenton, fotografou a Guerra da Crimeia 1854 – 1856 Rússia Imperial vs Turquia OrientalLeva 5 máquinas e 700 placas de vidro e só volta com 300 teve problemas derivado ao calor e aos perigos da Guerra utilizava Colódio Húmido.- Trouxe as imagens de Paris e Londres e as pessoas não gostaram porque não era imagens que viam não representavam a sensação de movimento. Imagens com pouco lírico, pouco gradiosas.- Habituadas a ver as picturas de guerras e batalhas com muitos soldados e a combater.- Guerra limpa que foi retratada pelo fotógrafo.

Felice Beato – Foi com outros fotógrafos, fotografar a “Revolta dos Cipaios na Índia” para se livrarem dos ingleses, 1858.

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1º imagem de manipulação do seu conteúdo à realidade. Os ossos foram colocados posteriormente – realidade da guerra.

Guerra de Sucessão – Mostrar a realidade da Guerra 1861 – 1865

Matthew Brandy – Corpos multilados, investiu todo o seu dinheiro neste projecto, mas o estado recusou-se a pagar as imagens porque era os horrores da guerra.

O’Sullivan – 1ª fotografia documental da Guerra, aliar o documental ao lírico, ao artístico, mas sem querer ser artístico apenas na composição e equilibrada. A forma.

“The Harvest of Death” 1863 -