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História da Habitação e Mobiliário Antonio Castelnou AULA 05

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História da Habitação e Mobiliário

Antonio Castelnou

AULA 05

Habitação Renascentista

O RENASCIMENTO desenvolveu-se do século XV ao XVI, quando os modelos da cultura

grecorromana passaram a inspirar todos os artistas e novos padrões de vida foram adotados

na maioria das vilas e cidades europeias.

Contrapondo-se aos interesses medievais dos proprietários de terra e do clero, os primeiros

BURGUESES modificaram a moradia; e foram incorporando gradativamente as ideias de

privacidade e conforto.

Depois de uma fase de transição, ocorrida no fim do período medieval, as formas clássicas passaram a inspirar todos os artistas italianos, em

sua grande maioria patrocinados por famílias abastadas (mecenato) e

fundamentados nos grandes

ideais do HUMANISMO.

Palazzo Canossa (1530/37, Verona It.)

Michele Sanmicheli (1484-1559)

Hieronymus Bosch (1450-1516) Crucificação com Doador

(1480/85)

EUROPA EM 1453

Início da ERA MODERNA

(1453-1789)

Predomínio de vários reinos

fragmentados

Início do processo de unificação em

Estados monárquicos

ESTRUTURA SOCIAL RENASCENTISTA

Reis e Príncipes

Papas e Cardeais

NOBREZA

BURGUESIA

CLERO

Artesãos e Artistas

Cavaleiros e Escudeiros

Camponeses

PLEBE

Bispos e Arcebispos

Duques, Marqueses, Condes e Viscondes

Barões, Lordes e Mercadores

Freis, Monges e Vigários

Principais MONARQUIAS

Renascentistas:

Portugal Espanha

França Inglaterra

Escócia Irlanda

Hungria

Sagrado Império Romano

Império Otomano

Sardenha Sicília

Nápoles Veneza

Lombardia Toscana

Estado Papal

Foi a riqueza dos barões e mercadores da Itália que modificaram a paisagem

urbana, construindo palacetes que chegavam a ter mais de 30 compartimentos, incluindo aposentos para filhos casados

e suas famílias.

Decorados com afrescos, óleos e estátuas em bronze e

mármore, os PALAZZI

tinham salas de até 12 m de pé-direito.

Palazzo Massimo (1532/36, Roma) Baldassarre Peruzzi (1481-1536)

Palazzo Strozzi (1483/89, Firenze)

Benedetto da Maiano (1442-97) & Giuliano

da Sangallo (1443-1516)

Palazzo Piccolomini (1459/62, Pienza) Bernardo Rosselino (1409-64)

A composição dos palazzi italianos caracterizava-se por:

Volume retangular fechado, centrado em um pátio circundado por duas ou três fileiras superpostas de arcadas;

Exterior pesado e coroado por cornijas, apresentando pilastras sobre estilóbatos, entablamentos superiores (frisos e molduras) e, em alguns casos, corpos salientes de motivo vitruviano (arcos encimados por frontões e ladeados de meias-colunas).

Palazzo Medici Riccardi (1444/60, Firenze)

Michelozzo di Bartolomeo (1391-1472)

Antonio da Sangallo, il Giovane (1485-1546)

Palazzo Farnese (1534/51, Roma)

Giacomo B. da Vignola (1507-73)

Villa Giulia (1550, Roma)

Villa Farnese (1552/73, Caprarola)

Na Holanda do século XVI, o CASARIO URBANO

passou a ser construído com tijolos e madeira, em lotes estreitos, com telhados empinados cobertos de telhas

vermelhas e frontões desnivelados. Mais simples e iluminados, seus interiores tinham pisos cerâmicos,

paredes forradas e móveis leves.

Cotidiano nos Países Baixos no séc. XVII

A exploração de terras distantes trouxe ainda

especiarias, objetos e tecidos e, com a ascensão do

MERCADO DE LUXO,

as classes abastadas encontraram uma nova

forma de se isolar.

No século XVII em diante, tanto os nobres como os burgueses passaram a exigir uma arte, moda e decoração exclusivas.

O anseio crescente

por ESPAÇOS PERSONALIZADOS

cada vez mais amplos e decorados, associado à

demonstração de superioridade social, atingiu diretamente a arquitetura e

mobiliário dos palácios reais e mansões burguesas

na Itália e na França.

Do século XVII em diante,

as RESIDÊNCIAS BARROCAS passaram a

ser construídas para manifestar luxo e pompa, através de imponentes

escadarias curvas e longas vistas internas, criadas pela

sequência de galerias interligadas a salões. Além disso, a decoração tornou-se exuberante e luminosa.

Palais de Versailles (1668/1710, França)

A elite francesa foi a primeira a exigir aposentos espaçosos e ricamente decorados, seguida pela inglesa e

demais cortes europeias. O mobiliário especializou-se progressivamente e ficou mais requintado, surgindo os

primeiros sistemas de aquecimento e fabrico de móveis.

Tabouret d’aisance

appareil de chauffage

Poltrone

Bergère

Criado no início do século XVII, por Catherine de Rambouiller (1588-

1665), o SALÃO (Salon) –

um espaço grandioso e profusamente decorado –, permitiu que as mulheres frequentassem o mesmo

ambiente dos homens, em condições de igualdade intelectual, recebendo e comparecendo a festas.

Marquesa de Rambouiller

Renascença Italiana

Afirmando a dimensão terrestre do homem

através de sua representação nas artes, o Renascimento na Itália estendeu-se pelos séculos XV (Quattrocento) e XVI

(Cinquecento), tendo como principais centros de difusão, respectivamente,

Florença e Roma.

Nos interiores, além da simetria e aspecto imponente, houve o

emprego sistemático das

ORDENS CLÁSSICAS

e o interesse pela ornamentação em

detrimento da estrutura: uso de colunatas, arcadas, abóbadas e galerias, além

da pintura fachadista e revestimento em materiais

coloridos.

Palazzo Ruccelai (1452/60, Firenze) Leon B. Alberti (1404-72)

Ordens Clássicas

Os ainda escassos móveis dos

PALAZZI constituíam-se de

arcas, camas, mesas e bancos, sendo na maioria pintados, com pátina ou douração.

Outras vezes, as peças eram realçadas com aplicação de

mármore e marfim (incrostazione) ou madeira

(intarsio), em mosaicos com desenhos geométricos.

Cadeiras

Intarsio

Incrostazione