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História Oral na sala de aula: potencialidades para a formação de professores que
ensinam matemática
HELOISA DA SILVA
VINÍCIUS SANCHES TIZZO
Resumo: Apresentar e discutir estratégias envolvendo a História Oral (HO), que foram
elaboradas e aplicadas nos cursos de Licenciatura em Matemática e Pedagogia da Unesp/Rio
Claro, perfaz a proposta deste trabalho. Para tanto, apresentaremos resultados de três
pesquisas vinculadas a um projeto maior intitulado História Oral, Narrativas e Formação de
Professores: pesquisa e intervenção que, em linhas gerais, tiveram como objetivo promover
intervenções em sala de aula envolvendo a HO. Tais estudos foram desenvolvidos em
disciplinas específicas, a saber: nas disciplinas Fundamentos da Matemática Elementar e
Política Educacional Brasileira na licenciatura em Matemática e na disciplina Conteúdo,
Metodologia e Prática do Ensino de Matemática, no curso de Pedagogia. Compreendemos que
os resultados dessas três experiências, de um modo geral, além de apresentarem a HO como
uma estratégia para o desenvolvimento de propostas de trabalho tão diversas quanto potentes
na sala de aula, colaboram com o processo de formação de professores por ensejarem uma
autorreflexão e por conduzirem os futuros professores, envolvidos em ambas as atividades, a
uma forma mais participativa de aprendizagem e de pesquisa.
Palavras-chave: Educação Matemática. Formação Inicial de Professores. História Oral.
Narrativas.
Descrição das fontes orais: Entrevistas com os alunos e professores das disciplinas de
Fundamentos da Matemática Elementar e Política Educacional Brasileira do curso de
licenciatura em Matemática e da disciplina Conteúdo, Metodologia e Prática do Ensino de
Matemática, do curso de Pedagogia, cursos oferecidos pela Unesp/Rio Claro.
Introdução
Neste texto, discutimos aspectos que envolvem estratégias voltadas à formação de
futuros professores por meio da História Oral (HO), em cursos de licenciaturas em
Matemática e Pedagogia.
Universidade Estadual Paulista – Unesp/Rio Claro. Doutora em Educação Matemática. Professora do
Departamento de Educação Matemática e do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática da
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected]. Universidade Estadual Paulista – Unesp/Rio Claro. Mestre em Educação Matemática. Doutorando em
Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, São Paulo, Brasil. E-
mail: [email protected].
2
No campo em que atuamos, o da Educação Matemática, estudos sobre a formação
inicial de professores que ensinam Matemática1 têm se mostrado amplo e assinalado
estratégias didático-pedagógicas que, ao serem implementadas no processo formativo dos
futuros docentes, demonstram potencialidades para a ampliação das possibilidades de
compreensão, por parte dos futuros professores, sobre suas frentes de atuação. Pesquisas nesse
campo têm direcionado seus esforços: à investigações sobre estratégias relativas ao estudo,
por exemplo, de projetos, intenções, sucessos e limitantes relativos à inclusão de novas
metodologias de ensino em sala de aula e nos programas de formação de professores, tendo
como ênfase a educação básica, os cursos de licenciatura em Matemática e de Pedagogia; à
análise e elaboração de propostas de textos didáticos e atividades específicas nos cursos de
licenciatura; à interferência nas políticas públicas que tratam do desenvolvimento curricular; à
investigação de potencialidades de vinculação entre diferentes linhas de pesquisa em
Educação Matemática, como a Modelagem, a Resolução de Problemas, a utilização de novas
mídias no ensino, a Etnomatemática, a História Oral, dentre outras2.
O Grupo História Oral e Educação Matemática (Ghoem)3, do qual somos membros,
vem desenvolvendo, desde 2002, pesquisas sobre história da educação matemática e formação
de professores (de Matemática) e discutindo as potencialidades da HO e, mais amplamente,
das narrativas para a Educação Matemática. Neste campo e mais especificamente no Ghoem,
a HO tem tomado formas específicas relativas às motivações e fundamentações das pesquisas
que dela se utilizam.
Pelo caráter metodológico que atribuímos a essa vertente nesse grupo, as pesquisas em
HO e Educação Matemática não necessariamente são de cunho historiográfico ou
(auto)biográfico4. Justamente pelo modo como a entendemos, isso não tem isentado o oralista
1 Neste texto utilizamos a denominação “professores que ensinam matemática” para contemplar tanto o professor
da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental que atua no ensino desta área de conhecimento,
como o professor de matemática dos Ensinos Fundamental e Médio.
2 Onuchic e Allevato (2004); Souza (2011); Silva (2013); Tizzo (2014); Flugge (2015); Tizzo, Flugge e Silva
(2015); Javaroni e Zampiere (2015); Santhiago e Magalhães (2015); dentre muitos outros. 3 www.ghoem.org 4 A HO pode ser vista sob diferentes modos, segundo Ferreira e Amado (2006): como uma técnica, quando o que
interessa é o conjunto de procedimentos técnicos para a utilização do gravador (gravações, transcrições,
conservação das entrevistas e todo o aparato que envolve essa gravação); como uma disciplina, considerando
que a mobilização da HO “inaugurou técnicas específicas de pesquisa, procedimentos metodológicos singulares
3
de apresentar uma sua postura com relação à História, já que produzir fontes históricas é um
dos objetivos da pesquisa em HO e, por isso, tal ação está intimamente relacionada à escrita
da História – ainda que não deva ser confundida com ela.
As pesquisas que não são de cunho historiográfico, ou seja, que não tiveram interesse
em escrever histórias de, têm contribuído com a discussão na área sobre aspectos relativos ao
“tornar-se” professor, à identidade profissional, sobre modos de ensinar Matemática ou de
praticar a educação Matemática, sobre práticas e enfrentamentos cotidianos de professores (de
Matemática). Por sua vez, as contribuições das pesquisas do Ghoem na linha História da
Educação Matemática têm sido os conhecimentos, abordagens, atores, perspectivas e aspectos
possíveis por vias dessa metodologia e das narrativas registradas por meio dela; são
contribuições sobre como se deram, ou têm se dado, formações e atuações de professores que
ensinaram/ensinam matemática em regiões e épocas variadas do Brasil, em condições
diversas, como professores mobilizavam/mobilizam materiais didáticos, seguiam/seguem ou
subvertiam/subvertem as legislações e outras disposições vigentes (GARNICA, 2014).
Ao considerar essas contribuições da HO e das narrativas para as pesquisas na área,
iniciamos no Ghoem, em 2010, o desenvolvimento de uma proposta de investigação-
intervenção envolvendo tanto a metodologia (História Oral) como as narrativas (advindas de
nossas pesquisas ou não) em processos formativos formais de professores de Matemática,
mais especificamente, as licenciaturas (em Matemática e Pedagogia). Com tal proposta,
buscamos analisar desta vez, as potencialidades dessa metodologia e das narrativas, com
enfoque em memórias e histórias (de práticas) sobre a profissão docente, para esses processos.
Nesses últimos quatro anos, estivemos organizando estratégias de formação possíveis com a
HO como abordagem didático-pedagógica em consonância com abordagens narrativas e
analisando a aplicação dessas estratégias, no sentido de quais discussões e envolvimento elas
promovem em espaços formativos formais.
Neste sentido, especificamente neste texto, buscamos apresentar alguns aspectos
relacionados a três estudos do Ghoem que propuseram a utilização da HO como uma
estratégia em potencial para formar futuros professores que ensinarão Matemática. Tais
e um conjunto próprio de conceitos” (p. xii); ou como metodologia, se a HO é vista como instituindo e
ordenando procedimentos de pesquisa, sendo por isso, apenas capaz de suscitar, jamais solucionar, questões
(formula as perguntas, porém não oferece as respostas) (p. xvi).
4
estudos, envolvendo pesquisa e intervenção, se desenvolveram no âmbito das disciplinas
“Fundamentos da Matemática Elementar” (FME) e “Política Educacional Brasileira” (PEB)
do curso de formação inicial de professores de Matemática da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, campus de Rio Claro e na disciplina “Conteúdo, Metodologia e
Prática do Ensino de Matemática” (CMPEM) do curso de Pedagogia da mesma instituição;
cujos dados foram constituídos e analisados respectivamente em Silva (2013), Tizzo (2014) e
Flugge (2015).
Por serem as narrativas orais as principais fontes de análise dos trabalhos
fundamentados na metodologia da HO, inicialmente, neste texto, na seção intitulada Dos usos
da História Oral e suas potencialidades para a sala de aula, buscamos descrever brevemente
os usos mais comuns da HO, com atenção especial às suas contribuições para a pesquisa em
Educação Matemática, atentando-se às contribuições e potencialidades desse uso na sala de
aula.
“A disciplina Fundamentos da Matemática Elementar e a História Oral”, “A História
Oral como uma abordagem didático-pedagógica na disciplina Política Educacional
Brasileira de um curso de Licenciatura em Matemática” e “A abordagem da História Oral na
disciplina Conteúdo, Metodologia e Prática do Ensino de Matemática em um curso de
Pedagogia”; são, respectivamente, seções deste texto que além de apresentarem uma agenda
possível para a implementação da HO como uma abordagem para as disciplinas PEB, FME e
CMPEM, contempla e sintetiza a descrição dos usos feitos da HO nos estudos de Silva
(2013), Tizzo (2014) e Flugge (2015), descrevendo as etapas das intervenções didático-
pedagógicas propostas, sob a luz da HO e apresentando o método utilizado nessas pesquisas,
fundamentado em trabalhos da Educação Matemática que utilizam a HO como metodologia
de pesquisa qualitativa.
“Algumas considerações sobre um cenário de possibilidades e potencialidades”
intitula a seção que finaliza este artigo. Nela são abordados alguns resultados dos trabalhos de
Silva (2013), Tizzo (2014) e Flugge (2015) e expostas algumas compreensões sobre os
aspectos emergentes das respectivas pesquisas, tratando sobre questões significativas para a
formação inicial de professores que ensinam Matemática, percepções com relação aos objetos
de estudo, apontamentos quanto às potencialidades abertas pelas investigações e sobre as
5
possibilidades trazidas pelos procedimentos comumente utilizados em HO às disciplinas
FME, PEB e CMPEM.
Dos usos da História Oral e suas potencialidades para a sala de aula
Dentre as propostas que investiram no uso da HO em sala de aula, encontramos o de
Schwarzstein (2001), com um trabalho junto à disciplina de História para adolescentes. Na
concepção dessa autora, fazer com que um estudante compreenda as ideias que envolvem uma
história é promover o desenvolvimento de um pensamento histórico por sua parte, ou seja, é
fazer com que ele ou ela desenvolva a capacidade de formular perguntas e estabelecer
evidências que sustentem as respostas, o que implica vê-los à procura de informações que vão
além das apresentadas nos textos históricos. São pesquisas sobre documentos, diários, objetos,
entrevistas e todas as evidências que estejam disponíveis que propiciarão reconstituições
imaginativas de sua parte sobre o pesquisado. Com isso, o aluno pode examinar a natureza da
história, desenvolver a capacidade de interpretá-la, comparando narrativas históricas
diferentes, refletindo sobre opiniões, interpretações e perspectivas diferentes sobre o passado.
Em sua tese de doutorado, ao estudar as possibilidades metodológicas em investigação
sobre um Grupo Escolar, uma das pesquisadoras do Ghoem, Souza (2011), também explorou
a noção de historicidade a partir da oralidade junto a crianças, na criação de narrativas sobre
histórias ligadas à sua escola e sua família. Em suas análises sobre as potencialidades e
relevância da construção de narrativas e da preservação da memória local, constatou que um
trabalho com memórias e oralidade junto a crianças possui muitas possibilidades e
contribuições significativas para uma leitura diferenciada do espaço escolar que integram.
Um trabalho recente envolvendo o uso da HO na sala de aula é o de Santhiago e
Magalhães (2015). Em tal estudo, os autores apresentam e defendem a HO como uma prática
que permite a apreensão do mundo a partir das lembranças dos indivíduos. Inclusive, como
método de pesquisa, a HO conduz a um conhecimento inovador e sempre dinâmico,
questionando a visão do saber (histórico ou não) como algo pronto. Especificamente, como
recurso pedagógico interdisciplinar, ela permite desenvolver nos estudantes novas habilidades
de leitura e escrita; estimular seu trabalho criativo e conectá-los às suas comunidades. Neste
sentido, Santhiago e Magalhães (2015), buscam fornecer aos professores de diversos níveis da
escola básica, algumas ferramentas fundamentais para a utilização do método da HO como
6
recurso pedagógico. Como apontam os próprios autores, o trabalho escrito com uma
linguagem clara e acessível, busca apresentar aos educadores de diversos campos o potencial
do método da HO como ferramenta pedagógica, expondo suas diferentes etapas de pesquisa,
além das questões teóricas e conceituais que o balizam.
A proposta em desenvolvimento pelo Ghoem, desde 2010, sobre intervenção-
investigação com a HO na formação inicial de professores que ensinam Matemática
configura-se como a primeira proposta na área e justifica-se pela ampla gama de contribuições
verificadas nas pesquisas sobre educação matemática brasileira por meio da HO, sobretudo no
interior do Ghoem. Como aponta Garnica (2012), as discussões provenientes de pesquisas da
área da Educação Matemática com a HO, além de evidenciarem a forma como esse
referencial teórico-metodológico admite o estabelecimento de conexões entre significados de
narrativas orais e escritas, sugerem que a atenção às narrativas orais de atores do sistema
educativo, tais como: professores, ex-professores, dirigentes, funcionários; permite a
interlocução entre várias áreas do conhecimento, bem como suas abordagens, seus tons, seus
autores, múltiplas perspectivas e aspectos, compreensões de centros e margens; contribuindo
amplamente no trabalho de análise sobre como se deram ou têm se dado formações e atuações
de professores que ensinaram/ensinam matemática em regiões e épocas variadas do Brasil.
Nos trabalhos ligados ao Ghoem, os estudos envolvendo as narrativas da experiência
têm sido explicitamente realçados pela dimensão histórica, justamente pelos interesses de
pesquisa do grupo e, nesse sentido, Ricoeur (2000) e Bolívar, Domingo e Fernández (2002)
têm nos respaldado. De acordo com esses autores, e próximo ao que temos defendido, dentre
a ampla gama de potencialidades das narrativas, uma característica nos parece sensivelmente
significativa, isto é, as narrativas, no limite, podem ser consideradas como uma possibilidade
de rompimento da incomunicabilidade da experiência, ou seja, as narrativas podem ser
compreendidas como uma reconstrução de experiências; isto porque, como sugerem Bolívar,
Domingo e Fernández (2002), na elaboração de uma narrativa, por meio de um processo
reflexivo, se atribui significado tanto ao vivido, como ao experienciado. Segundo Ricoeur
(2000), o relato narrativo é, assim, uma forma particular de discurso, organizado em torno de
uma trama argumentativa, a qual apresenta uma sequência temporal, personagem(ns) e
situações os quais fazem com que enunciados tenham sentido no contexto do argumento.
7
Como afirmou Gomes (2014, p.197), “o estudo de Ricoeur enfatiza, portanto, a relação entre
historiografia e narração. Mesmo que nem todo trabalho que associa narrativas e formação de
professores (de Matemática) realce ou valorize explicitamente a dimensão histórica, ela está
inevitavelmente presente neles”.
Neste texto, ressaltamos as possibilidades e potencialidades dos vínculos estabelecidos
entre a formação de professores que ensinarão matemática e a HO. Para tanto, mobilizamos os
casos particulares da formação inicial de professores dos cursos de licenciatura em
Matemática e da Pedagogia da Unesp/Rio Claro, reportando-nos às atividades envolvendo o
trabalho de produção e tratamento de narrativas, segundo os pressupostos metodológicos da
HO em disciplinas desses cursos.
A disciplina Fundamentos da Matemática Elementar e a História Oral
A disciplina FME faz parte do rol oferecido ao terceiro ano do curso de licenciatura
em Matemática da Unesp/Rio Claro e seu objetivo é relacionar os tópicos de matemática
ensinados nos Ensinos Fundamental e Médio aos conteúdos estudados nas diversas disciplinas
da licenciatura, mostrando como estes fundamentam aqueles a explorar diferentes abordagens
para o ensino. Ainda que esta última parte dos objetivos esteja no programa da disciplina,
verifica-se que ela será ou não atendida, dependendo do professor que ministrar a disciplina.
Em geral, tal objetivo pode nem fazer sentido para um matemático que entende que para
ensinar um conteúdo basta conhecê-lo.
Partindo-se da apresentação de seis temas matemáticos a serem trabalhados durante o
primeiro semestre por todos os estudantes da turma (Estratégias de Cálculos (Algoritmos);
Pensamento algébrico; Frações; Raciocínio proporcional; Expoentes, Números Inteiros e
Reais; e Lógica) os estudantes dividiram-se em cinco grupos (com três ou quatro integrantes
em cada), que permaneceram os mesmos até o final do ano letivo, já que, durante os estudos
dos temas propostos, cada grupo investigou um material específico para apresentar e discutir
com a turma. Com vistas a fornecer uma ideia geral, bem como a promover críticas mais bem
fundamentadas sobre determinados materiais, foram selecionados os tipos de materiais e
recursos que seriam utilizados, estudados e analisados durante o semestre: um livro sobre
Matemática no Ensino Fundamental; os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a
8
Proposta Curricular do Estado de São Paulo; Livros Paradidáticos; Livros Didáticos; Artigos
acadêmicos (estes pesquisados pelos estudantes ou sugeridos pela professora responsável pela
disciplina, na ocasião, a primeira autora deste artigo); e Entrevista com professor(a) do Ensino
Fundamental contactado(a) pelos estudantes. Num sistema de rodízio foi possível que cada
grupo investigasse, analisasse e apresentasse pelo menos uma vez cada um desses tipos de
material ou recurso. Antecipadamente ao processo de estudo e análise dos respectivos
materiais pelos grupos, também foi proposta uma discussão sobre os objetivos gerais de cada
material, de como, por que e por quem eles são produzidos, como também sobre os critérios
que seriam utilizados para a sua análise.
Além das pesquisas, antes de iniciar o estudo do tema, cada estudante escrevia uma
memória individual sobre ele, ou seja, uma narrativa de como se lembrava de ter aprendido
e/ou o que ficou em sua memória sobre o assunto. De modo a sugerir o início de um processo
investigativo por parte dos estudantes sobre a educação matemática, ao final desses relatos, os
alunos apresentavam questões direcionadas a um professor em serviço.
As entrevistas com um professor do Ensino Fundamental em serviço e suas histórias
sobre práticas de ensino sobre cada tema estudado buscou oferecer aos futuros professores um
contato mais direto com as dificuldades e possibilidades do ensino e aprendizagem dos
respectivos temas a partir de experiências relatadas por quem está exercendo a profissão.
Assim, a partir de uma apresentação dos fundamentos e procedimentos da metodologia da
HO, no início do semestre, os estudantes elaboraram, com ajuda, um roteiro padrão para as
entrevistas com os professores, o qual foi sendo adaptado por cada grupo responsável pelas
respectivas entrevistas, incorporando, também de maneira adaptada, as questões propostas nas
memórias individuais.
Além desse roteiro, os entrevistados receberam uma carta de apresentação das
intenções, elaborada pela turma e professora, explicando que posteriormente teriam acesso à
transcrição, quando, após sua leitura, assinariam uma carta de cessão dos direitos de seu uso
em textos acadêmicos e futuras atividades didáticas. As entrevistas foram gravadas e
transcritas pelos grupos, e textualizadas por uma aluna de iniciação científica, cujo trabalho
foi sistematizar os dados produzidos durante a disciplina, para esta proposta de intervenção e
pesquisa, e analisar alguns de seus momentos. O diálogo entre as diferentes manifestações da
9
matemática e educação matemática, vistas sob a óptica de diferentes perspectivas, quais
sejam, a dos próprios estudantes, a dos autores de livros-textos destinados a circular no
interior do espaço universitário, a dos autores de livros didáticos destinados a circular no
interior do espaço escolar, as memórias de pessoas e grupos envolvidos e interessados em
pesquisar e escrever sobre matemática e educação matemática e as memórias de professores
em serviço permitiu, por parte dos futuros professores e com a participação ativa da
formadora, o estabelecimento de um confronto de pontos de vista diferentes acerca dos temas
abordados durante a disciplina. Permitiu que os estudantes se apropriassem de uma visão mais
abrangente, profunda, crítica e multidimensional dos temas investigados.
A História Oral como uma abordagem didático-pedagógica na disciplina Política
Educacional Brasileira de um curso de licenciatura em Matemática
A pesquisa de Tizzo (2014) teve por objetivo elaborar uma compreensão sobre as
contribuições da HO como uma abordagem didático-pedagógica, para a disciplina PEB na
formação do professor de Matemática, a partir de uma intervenção em tal disciplina do curso
de licenciatura em Matemática da Unesp, Campus de Rio Claro. Para tanto, o pesquisador
esteve envolvido desde a elaboração até a aplicação e análise de estratégias com a HO
pensadas para tal disciplina.
O passo inicial foi uma familiarização com tal contexto disciplinar por meio do estudo
do projeto pedagógico do curso, bem como do histórico e programa da disciplina. O segundo
passo foi estabelecer contato e parceria com a professora que ministrava essa disciplina na
ocasião. Em seguida, e com o apoio da professora responsável, passou-se ao processo de
elaboração das estratégias com a HO e aplicação em tal disciplina.
PEB é uma disciplina de caráter obrigatório, ministrada, geralmente, no primeiro
semestre de cada ano e recomendada aos estudantes que estejam cursando o quarto ano do
curso de licenciatura. O aluno que cursa essa disciplina deve, obrigatoriamente, perfazer uma
carga horária de 90 horas. Embora seja uma disciplina ministrada aos acadêmicos do curso de
Licenciatura em Matemática, o departamento de Educação é o responsável pelo oferecimento
e manutenção da disciplina. O programa dessa disciplina, apresentado no projeto político-
pedagógico do curso de Matemática da Unesp/Rio Claro, prevê que sejam abordados
conteúdos que proporcionem uma reflexão sobre a organização burocrática da sociedade
10
moderna; a escola como uma organização complexa e burocrática; a política educacional
brasileira e legislação; a política de funcionamento; o professor e os critérios de avaliação.
No trabalho de Tizzo (2014) buscamos envolver os licenciandos, futuros professores
de Matemática, em situações relacionadas à sua futura atuação docente, tendo em vista uma
dupla função para HO: como estratégia de intervenção – na disciplina PEB do curso de
licenciatura em Matemática – e como método de análise dos dados constituídos. Nessa
segunda função, os pressupostos metodológicos da HO auxiliaram o pesquisador na
elaboração de uma compreensão sobre os resultados da estratégia que foi proposta para
formar professores de Matemática.
Com a motivação da possibilidade de alinhamento entre as intenções de pesquisa e os
objetivos da disciplina PEB, previstos no programa do curso de licenciatura em Matemática
da Unesp/Rio Claro6, a intenção do pesquisador nessa empreitada esteve mais diretamente
relacionada à possibilidade de ampliação das compreensões, por parte dos estudantes, dos
aspectos relacionados a cada temática. Deste modo, para o trabalho com a HO na disciplina
PEB, foram elencadas, com a ajuda da professora responsável, temáticas a partir das quais os
alunos desenvolveriam estudos pautados em uma atividade devidamente estruturada para
aquela disciplina. Foram as temáticas: Educação e Política no Brasil; Memória: alguns
aspectos da política educacional brasileira; Debate entre Exclusão e Inclusão; Educação x
Professor de Matemática: métodos avaliativos no âmbito da sala de aula e cotidiano;
Violência nas escolas. Esses cinco temas foram trabalhados, separadamente, por seis grupos
de estudantes, sendo o tema Violência nas escolas selecionado e estudado por dois grupos
diferentes.
De maneira sintética, a atividade proposta envolveu nove momentos, pautados em
procedimentos comumente utilizados em pesquisas em HO: 1) apresentação e discussão dos
fundamentos e procedimentos da HO aos alunos da disciplina; 2) escrita de memória do grupo
sobre o tema – nesse momento, os acadêmicos foram induzidos a escrever um relato sobre
6 O programa de PEB, no curso em que Tizzo (2014) desenvolveu suas atividades, prevê que o futuro professor,
a partir das discussões durante as aulas, seja capaz de, dentre outros aspectos: analisar com a necessária
fundamentação teórica as atuais políticas públicas para a educação; refletir sobre a problemática da educação,
enfatizando a educação fundamental e média, numa perspectiva de totalidade, aprendendo seus determinantes
sociais, econômicos, políticos e culturais; identificar a relação entre a política educacional e a organização e o
funcionamento da unidade escolar.
11
seus interesses pelo tema escolhido e seus conhecimentos sobre ele, levantando
questionamentos que gostariam de propor a um(a) professor(a) em serviço disposto(a) a
conceder-lhes uma entrevista sobre o tema; 3) leituras de textos, fornecidos pelos
pesquisadores e professora responsável, referentes ao tema em estudo; 4) elaboração de
roteiro de entrevista a realizar-se com um(a) professor(a) em serviço; 5) contato e realização
de entrevista com professor(a) em serviço; 6) transcrição das entrevistas gravadas; 7)
textualização das transcrições; 8) legitimação das textualizações pelos entrevistados e
assinaturas de cartas de cessão de direitos sobre tais textualizações; 9) apresentação do estudo
para a turma de alunos da disciplina.
Nesta proposta consideramos ser imprescindível que a formação inicial do professor
(de Matemática) contemple não só o contato do acadêmico de licenciatura com a teoria de sua
área de atuação, mas que, ao longo do curso, esse futuro docente, tenha a oportunidade de
interagir com o próprio professor da disciplina específica na universidade e também com
profissionais docentes que atuam em outras instâncias de ensino que precedem a educação
superior. Defendemos que é observando e interagindo com “alguém mais experiente naquilo
que queremos fazer que podemos aprender mais rapidamente e fazer também. Se alguém,
além de se deixar observar em ação, faz o papel de parceiro experiente, então as
possibilidades se ampliam ainda mais” (SOLIGO e PRADO, 2008, p. 31).
Nesse sentido, tal proposta buscou veicular o uso de estratégias de formação que
colocassem professores e futuros professores em maior contato com estruturas e tendências
educacionais que os ajudassem a compreender os significados de determinadas situações de
sala de aula e da escola que, ainda que sejam singulares e não suas, os possibilitassem o
contato com narrativas de experiências que poderiam ser suas, fazendo-os refletir sobre
decisões que terão de tomar rotineiramente ao iniciar sua docência ou em algum momento
dela.
A abordagem da História Oral na disciplina Conteúdo, Metodologia e Prática do Ensino
de Matemática em um curso de Pedagogia
A disciplina CMPEM do curso de Pedagogia da Unesp, Campus de Rio Claro, foi
escolhida como um dos campos de atuação do projeto História Oral, Narrativas e Formação
de Professores: pesquisa e intervenção. Neste contexto, a pesquisa de Flugge (2015)
12
objetivou tecer uma compreensão sobre como a abordagem narrativa e da HO pode contribuir
em disciplinas envolvendo matemática e seu ensino em cursos de Pedagogia, no trabalho de
engajar os futuros professores em situações que os coloquem em contato com o cotidiano das
escolas e ampliem as possibilidades de discussão sobre as práticas de ensino de matemática.
CMPEM é a única disciplina do referido curso envolvendo questões relacionadas à
Matemática e seu ensino, sendo oferecida por professores do Departamento de Educação
Matemática, obrigatoriamente aos acadêmicos que estejam cursando o terceiro período. A
carga horária dessa disciplina é composta por 75h, dividida entre 60h de aulas teóricas e 15h
de prática. Seu programa sugere: o tratamento das quatro grandes áreas propostas nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (grandezas e medidas; números e operações; forma e
geometria; tratamento da informação); tendências e abordagens da Educação Matemática (por
exemplo: modelagem, resolução de problemas, investigações, etnomatemática, computadores
e calculadoras, educação matemática crítica e diversidade cultural); jogos e materiais
didáticos manipulativos; análise e uso de livros didáticos e paradidáticos; processos de
interação e comunicação online (onde possível e adequado).
Considerando a proposta da disciplina em questão, foram elaboradas, pela primeira
autora deste texto, que na ocasião foi a professora responsável pela disciplina CMPEM,
estratégias pedagógicas visando favorecer a problematização e discussão dos sentidos para si,
por parte dos estudantes, como futuros profissionais, e a mobilização de suas noções, das
noções dos colegas, de profissionais do ensino, de pesquisadores da área da educação
matemática, de instituições governamentais e daquelas apresentadas pela professora sobre a
Matemática e seu ensino. Deste modo, na disciplina CMPEM, a integração da HO à sua
abordagem de ensino se deu com vistas à prática profissional de futuros professores
pedagogos, que ensinarão matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
Semanalmente haviam tarefas e atividades vinculadas às narrativas e à HO a serem
realizadas em períodos extraclasses, mas que eram discutidas em sala de aula. A constituição
dos dados da pesquisa de Flugge (2015) se deu a partir desse material, disponibilizado na
disciplina, dessas atividades e de entrevistas com alguns grupos de alunos, selecionados para
tal fim, questionando sobre suas impressões com relação ao desenvolvimento das atividades
que envolviam as narrativas e a HO. Especificamente para este texto, destacamos a atividade
13
Trabalho Final7 que foi dividida em cinco etapas, iniciadas no segundo mês de aulas, e a
partir da divisão da turma em grupos de estudantes para estudos de temas matemáticos por
eles escolhidos8.
Na primeira etapa, memória do grupo, o objetivo foi proporcionar aos acadêmicos um
momento reflexão sobre o que já conheciam em relação ao tema escolhido e em estudo. A
estratégia aplicada foi a construção de textos, elaborados pelos grupos, e referente aos seus
conhecimentos prévios sobre aquela temática escolhida, contendo a justificativa da escolha do
tema, os conhecimentos que o grupo já possuía sobre a temática, bem como do seu ensino e
também algumas questões que posteriormente iram compor o roteiro de questões para
entrevista com um (a) professor (a) de Matemática, ou que ensina Matemática, interessado em
ceder uma entrevista sobre o tema.
Após este primeiro momento, foi proposto aos acadêmicos um estudo de materiais
(segunda etapa da atividade) disponibilizado pela professora, sobre as respectivas temáticas
estudadas por cada grupo. Entre os materiais disponibilizados destacavam-se: artigos
científicos; materiais didáticos; narrativas de professores. O objetivo desta etapa foi
possibilitar aos futuros pedagogos contato com uma diversidade de materiais disponíveis para
o estudo da temática e o ensino, como as narrativas, livros didáticos e recursos como o vídeo;
além, é claro, do acesso aos conhecimentos envolvidos na temática.
A etapa seguinte, consistiu no contato com o(a) professor(a) escolhido(a) para
realização da entrevista. A professora responsável pela disciplina CMPEM, orientou os
grupos de acadêmicos que o professor escolhido poderia ser de matemática ou que ensina
matemática5. Na sequência da escolha do colaborador para a entrevista, da entrega da carta de
apresentação e do aceite do professor convidado, cada grupo marcou data, horário e local para
a sua realização. Posteriormente à entrevista, para o tratamento do relato, os estudantes foram
orientados a utilizar os procedimentos comumente trabalhados na HO, isto é, a transcrição e,
7 Essa atividade foi assim chamada por ser um trabalho avaliativo que encerraria a disciplina. 8 Os temas trabalhados pelos diferentes grupos foram: 1) Grandezas e Medidas; 2) Geometria (Espaço e Forma);
3) Introdução à Ideia de Frações; 4) Operações de Adição e Subtração, 5) Operações de Multiplicação e Divisão;
6) Tratamento da Informação. 5 Além disso, alertou os estudantes sobre a necessidade de entrega da carta de apresentação sobre o trabalho,
carta que foi elaborada e assinada pela própria professora e entregue a cada um dos grupos.
14
posteriormente, a textualização. A transcrição foi a quarta etapa da intervenção e durante este
procedimento os estudantes da disciplina CMPEM tiveram a oportunidade de relembrar as
falas da entrevista e estruturá-las em um texto escrito. Essa etapa teve por objetivo, o qual é
considerado de bastante importância para o entrevistador, que os grupos rememorassem as
falas dos entrevistados em detalhes, tendo a oportunidade de refletir sobre cada resposta,
levando em consideração seus questionamentos e tudo aquilo que mais o marcou na fala do
professor colaborador da entrevista.
Depois de concluída a transcrição, os estudantes realizaram a edição do depoimento,
procedimento conhecido na HO como textualização, e que, no caso da intervenção na
disciplina CMPEM, teve por objetivo reorganizar a fala do depoente sem, no entanto, excluir
as particularidades que a caracterizam, de modo a constituir um texto com mais fluência de
leitura. Esse procedimento também permitiu um momento de remodelação para os
acadêmicos, pois puderam organizar as falas do entrevistado, constituindo para si, por meio
da releitura do material, a possibilidade de um novo olhar sobre a temática, além de uma nova
experiência.
Finalmente, na quinta etapa da atividade envolvendo narrativa e HO na disciplina
CMPEM, houve o momento legitimação e finalização da textualização, nesta etapa trabalha-
se com um novo objeto, o qual o entrevistado tem a oportunidade de ler, sugerir acréscimos e
alterações, dando novos significados ao texto.
Algumas considerações sobre um cenário de possibilidades e potencialidades
As propostas estudadas nos trabalhos de Silva (2013), Tizzo (2014) e Flugge (2015),
estiveram pautadas na ideia de que no processo formativo do futuro professor (de
Matemática), seria significativo, de algum modo que o futuro docente usufruísse de ocasiões
em que se deparasse, durante os anos do curso de formação, com um espaço em que as
circunstâncias “e (suas) vivências pessoais, de sala de aula ou não, relativas aos conteúdos
específicos ou não, possam ser problematizadas e reavaliadas para posteriormente serem
adaptadas como parte integrante de suas práticas” (SILVA, 2013, p. 272-273).
Neste sentido, vale lembrar que a HO como uma abordagem no processo de formação
inicial de professores tem um importante papel no conhecimento que os futuros professores
podem obter sobre as tradições, os saberes e as práticas do grupo social no qual estão
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inseridos. “Isso porque o patrimônio imaterial dificilmente está registrado em outras fontes
além da memória das pessoas; nesse sentido, memória é também patrimônio, e uma de suas
formas pode ser capturada pelo gravador” (SANTHIAGO E MAGALHÃES, 2015, p. 13).
Segundo os mesmo autores, a HO insere formadores, os futuros professores, os livros e os
narradores em uma mesma conversa cultural. Por esse viés, a HO na sala de aula, ganha força
e converte-se em um poderoso recurso de aproximação e construção de teias de diálogo, em
uma época de transformações profundas no que se refere às concepções amplamente
difundidas e que envolvem os processos de ensino-aprendizagem. Ao ouvir as histórias de
profissionais mais experientes, os futuros professores reconhecem que têm um passado e que
terão um futuro, isto é, passam a compreender que suas ações têm repercussão no tempo.
Neste sentido, a HO contribui com a compreensão dos futuros professores de que a história
não é só constituída por grandes nomes em feitos heroicos, mas que a história abrange,
igualmente, os projetos, desejos, expectativas, experiências, emoções sonhos e frustrações de
todos os outros indivíduos.
Considerando essas indicações, entendemos e defendemos que um trabalho sob a
abordagem da HO no âmbito da formação inicial de professores não apenas propicia um
desenvolvimento do pensamento histórico por parte dos futuros professores, como também e
junto dele possibilita o tipo de problematização que se defende num ambiente para a formação
de professores: a compreensão dos diversos aspectos escolares relativos à matemática e à
educação matemática, a partir de um ponto de vista da HO, pode levar os aprendizes a
entenderem melhor suas próprias concepções sobre a matemática e a profissão de professor de
matemática, bem como as práticas sociais a elas relacionadas. Portanto, a HO como uma
abordagem no processo de formação de professores, sem menosprezar outras estratégias,
passa a fornecer mais uma ferramenta para o desenvolvimento de propostas de trabalhos tão
diversas quanto potentes em processos formativos; mais uma possibilidade, mais uma fonte
diferenciada. Uma história viva.
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