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Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
A População na Europa nos séculos XVII e XVII – Crises e Crescimento
Século XVII:
- Modelo Demográfico Antigo;
- ‘’ Trilogia Negra ‘’.
Século XVIII:
- Sistema Económico novo;
- Modelo Demográfico Novo.
A Economia e a População
Evolução demográfica da Época Moderna: Esta Alternância antecede a revolução industrial.
- Crescimento pujante no século XVI; Fernand Broudel designou a esta oscilação constante da
- Abrandamento ou retrocesso no século XVII; população de ‘’ Sistema de Marés ’’.
- Novo período de expansão no século XVIII.
A explicação deste fenómeno rubrica no sistema económico que vigorou no nosso continente até ao século XVII ,
designado por Economia pré-Industrial.
Este sistema económico caracterizava-se essencialmente por:
- uma larga base agrícola;
- uma evolução tecnológica lenta.
Esta Fraqueza tecnológica condicionava o volume de produção, impedindo o seu aumento continuado e colocando
um teto aos recursos alimentares. O que correspondia também ao limite máximo de homens.
O equilíbrio entre os recursos alimentares e a população rompia se com frequência, levando assim, à morte dos
mais desfavorecidos. (Picos súbditos da Mortalidade) uma das características principais do Modelo
Demográfico Antigo.
O Camponês dependia :
- da fertilização natural do solo;
- das condições climáticas;
Com utensílios rudimentares, sem fertilizantes químicos, sem maneira de combater as pragas.
Evolução Demográfica
O Modelo Demográfico Antigo
- Crises de mortalidade;
Principal característica - A Elevada Mortalidade
A morte ceifava sobretudo aos mais jovens. Ou se morria a nascença ou de terna idade.
- a Natalidade era igualmente alta como forma de compensar a omnisciência da morte
Nos anos que não eram afetados por calamidades a população sofria um ligeiro aumento.
Num espaço muito curto de tempo a população reduzia se a nada pelo efeito catastrófico de
uma fome ou epidemia.
Crise Demográfica.
Os efeitos das crises Demográficas eram devastadores ( ceifavam em media 10 a 15% da população e seguia se
normalmente com uma fase de acalmia ‘’recuperação’’ ).
Século XVII
''Trilogia Negra''
Fome Guerra Doença
Modelo Demográfico
Antigo
Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
Uma Nova Demografia Em meados do Século XVIII
- tendência de recuperação a partir da primeira metade do século XVIII.
- o crescimento acentuou-se a partir de 1750. – Iniciou-se a ‘’Revolução Deográfica’’
- a Inglaterra foi a região mais beneficiada merce da prosperidade económica
A expansão demográfica então registada tem sido atribuída à queda da mortalidade motivada pela conjugação de
diversos fatores entre os quais se sobressaem :
- Redução das epidemias;
-Diminuição das guerras;
- Progressos na medicina e na higiene publica;
- Melhoria dos circuitos comerciais mundiais mediante a construção de novas estradas, portos e canais;
- Aumento da produção agrícola e industrial favorecido pela aplicação de novas técnicas de exploração do solo e
de novas formas e processos de fabrico;
- A difusão de novas espécies agrícolas (milho e batata ) responsáveis em muitas regiões pelo recuo da fome.
Estratificação Social e Poder Politico nas Sociedades de Antigo Regime
Sociedade de ordens no Antigo Regime ( Século XVII )
Nascimento ou Estatuto
Jurídico
Está distribuída em ordens ou estratos Clero Nobreza e Povo
O Clero mantem posição privilegiada:
- tem isenção fiscal;
- dispões de leis próprias e de foro privado;
- goza de direito de asilo;
- cobra a dízima (10 % sobre a produção);
- detém grade riqueza material representada principalmente por grande domínios fundiários.
Entre o clero secular as diferenças são mais profundas:
- O alto Clero composto por arcebispos, bispos e cónegos oriundos da nobreza , administra a riqueza aos
discernes, dispõe de rendimentos pessoais avultados, recebe impostos e ofertas de fieis.
- O baixo Clero e constituída pelos párocos com uma formação religiosa e cultural limitada. Gozava junto da
comunidade cristã, prestigio social derivado da sua função. Tinham um vida simples e modesta.
A Nobreza é a segunda ordem privilegiada:
- goza de imunidade e de isenção fiscal;
- recebe tensas e pensões regias;
- Exerce importantes cargos politico-militares;
- Detem uma riqueza fundiária importante, fonte de rendas e tributos suportados pelos camponeses
No século XVII, em Portugal Encontramos quatro categorias nobiliárquicas:
- Nobreza de espada
- Nobreza de corte
- Nobreza de tago
- Nobreza provincial
Povo
Privilegiados Nao Priviligiados
Nobreza Clero Rei
Origem Divina
Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
O Povo ou Terceiro Estado ( a maioria vivia no campo e explorava a terra sujeitos a pagar vários impostos).
Grupo heterogéneo:
- os lavradores mais ricos
- pequenos proprietários
- os rendeiros e fureiros
- os jornaleiros
Nas cidades a diversidade de estratos sociais no terceiro estado é ainda mais acentuada : os ricos mercadores, os
letrados, pequenos comerciantes e artesãos.
Comportamentos e valores da sociedade de ordens: (mobilidade social)
-Cada ordem social tinha símbolos e comportamento característicos (vestuário, alimentação, profissão, lazer);
- Estas características tornavam visível a diferenciação social;
- Procuravam defender os privilégios das ordens sociais mais elevadas e que tornava difícil a mobilidade social ( que
podia ser atingida na sociedade de ordens através do estado do casamento com a velha nobreza riqueza e a
dedicação aos cargos de estado).
O absolutismo
Foi o regime dominante no antigo regime e tinha como objetivo a centralização régia.
Fatores favoráveis à importação do absolutismo:
Os fatores que foram favoráveis para a centralização régia foram:
O crescimento das cidades
Economia mercantil que leva ao enriquecimento da burguesia
Enfraquecimento do feudalismo
A vida na corte
Desenvolvimentos judiciais
Os império coloniais favorecem o poder centrado
A reforma protestante e a
Os reis aproveitando estes fatores iniciam uma luta declarada contra o clero e a nobreza, com o objetivo de
centralizar os poderes executivos; legislativo tem o poder de anular ou fazer leis; judicial o rei era o supremo
juiz.
Características do poder absoluto segundo Busset, seu teorizador:
- o poder do rei era absoluto e este deveria assegurar a ordem e garantir os privilégios da igreja e da nobreza, pois para o rei o poder deste era divino, ou seja Deus pediu aos reis para governar em seu nome devendo só satisfações a Deus se fizer mal um julgamento confessando-se a um padre nomeado pelo papa; - era ele quem criava os exércitos que defendiam o seu reino e era este mesmo que o chefiava decidindo o momento da guerra e de paz; - controlava a administração pública através de um corpo de funcionários públicos nomeados pelo rei, o funcionalismo público foi a base do estado moderno; - todos os impostos pagos eram para a fazenda pública, ou seja, pertencia à economia do reino. Estas características faziam do rei e o estado uma realidade.
sagrado – provinha de deus
paternal – por ser mais conforme com a natureza humana
Absoluto – ou seja, independente
Submetido à razão – a sabedoria que salva mais os estados que a força
Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
O exercício da autoridade. O rei, garante da ordem social estabelecida
- O rei absoluto concentra em si todos os poderes (legislativo, judicial e executivo)
- o rei tomou o lugar do estado
- dispensa o auxilio de outras forças politicas
-abolir qualquer instituição seria uma afronta aos privilégios estabelecidos, que ao rei cabia preservar
(Em Portugal as cortes não se reuniram no séc. XVIII mas nenhuma instituição foi abolida. Nem os estados gerais em
França nem as cortes em Portugal)
- o rei jurava manter o reino em direito e em justiça
- O rei torna-se assim o garante da ordem social estabelecida. É nessa qualidade que recebe o seu poder, qualquer
tentativa de a alterar e vista como desrespeito do direito consuetudinário e quebra do juramento prestado.
Meios de governação absolutista:
O rei era absoluto e para conseguir governar os negócios criou conselhos de estado seguintes:
Guerra: tratava de problemas da guerra particulares e que decorresse em terra;
Marinha: ficava a seu encargo a guerra no mar;
Fazenda pública: é do género de ministério das finanças que trata da economia do reino;
Negócios estrangeiros: tratava-se de negócios com os outros países;
Decisões: era o departamento mais importante pois era constituído por um conjunto de pessoas
importantes, geralmente era a família do rei, e decidiam se todas as decisões tomadas nos outros
concelhos de estado eram as melhores, mas não esquecendo que a última palavra era do rei.
A educação e a saúde ficam a encargo do clero pois eram estes que tinham conhecimentos.
Quem fazia a parte deste cariz consultivo eram as classes mais privilegiadas que governavam através dos conselhos
de estado. Constituídos por homens da sua confiança como a nobreza de sangue e toga, cleros.
O Absolutismo Joanino:
Reinado de D. João V (1707-1750)
Baseado no modelo francês de Luís XIV:
Reforço da autoridade do rei:
- Controlo direto sobre toda a administração
- Deixa de reunir as cortes
- Estreito controlo sobre a nobreza
Aumento do prestígio externo:
- Neutralidade em relação aos conflitos europeus
- Apoio ao Papa contra os turcos recebendo o título de fidelíssimo
Fausto da sua corte:
- As cerimónias públicas ou embaixadas no estrangeiro eram manifestações marcadas pela ostentação e pelo luxo
Apoio às artes e às letras:
- Financiamento de bibliotecas (p.e. Universidade de Coimbra)
- Apoio à música, teatro e ciência (fundação da Real Academia de História)
- Política de grandes construções (palácio - convento de Mafra, aqueduto das águas livres, …) atraindo à corte
portuguesa muitos artistas nacionais e estrangeiros
Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
O que significa a expressão “encenação do poder” no contexto do absolutismo régio no séc. XVIII?
O rei encenava o seu poder na corte pois esta refletia o poder absoluto dos reis. Todos os atos do rei
eram ritualizados, ‘’encenados’’ de modo a endeusar a sua pessoa e a submeter as ordens sociais. Cada gesto tinha
um significado social ou politico, pelo que, através da etiqueta, o rei controlava a sociedade. Um sorriso, um olhar
reprovador assumiam um significado politico, funcionando como recompensa ou punição de determinada pessoa.
Norbert Elias descreveu magnificamente o cerimonial do acordar do rei Luis XIV, conhecido por ‘’entradas’’, através
do qual o Rei-Sol submetia a corte a uma hierarquia rigorosa.
A encenação do poder: a corte régia
- O absolutismo transformou a corte no espelho do poder
São indissociáveis
Luís XIV – paradigma do rei absoluto O palácio e a vida que nele se
Versalhes – paradigma da corte real – construído à imagem do Rei-Sol Desenrolava identificavam-se com
a própria realeza.
O palácio de Versalhes foi construído à imagem do Rei-Sol e representava a - Na Monarquia Absoluta o rei
magnificência e poderio. utilizava a vida na corte para
- neste palácio coexistiam os serviços da governação e o bulício de vida galante mais facilmente controlar o
- quem pretendia um cargo ou uma merce só podia obtê-los no palácio Clero e a Nobreza (sociedade
- quem não frequentava a corte virava as costas a corte e ao dinheiro que o rei de corte)
Distribuía magnanimamente pelos que o rodeavam - O palácio era simultânea-
- Nobres, conselheiros, ‘’privados do rei’’, funcionários viviam na corte para a corte, mente lugar de governação,
Seguindo as normas impostas. de ostentação do poder e de
- Esta sociedade de corte servia de modelo para os que aspiravam grandeza controlo das ordens
(cume do poder e da influencia ) privilegiadas.
Por isso , a vida em Versalhes era quotidianamente uma encenação do poder e da grandeza do soberano
Luís XIV – modelo a seguir devido à autoridade com que dirigiu os negócios de estado, e à sua magnificiencia. – o
nosso rei procurou imita-lo.
A encenação do poder:
-A corte é o espelho do poder dos reis absolutos;
-Quem não frequentava a corte virava as costas ao poder;
-A governação era centrada e feita no palácio;
-A corte representava o cume do poder e da força;
-Imagem do país para o estrangeiro;
-Cada gesto tinha um significado político, social e diplomático;
-Carregadas de protocolo todas as cerimónias tinham significado político.
Sociedade e Poder em Portugal
Preponderância da nobreza fundiária e mercantilizada
Em 1640, apos a recuperação da batalha de alcacer quibir, Portugal tinha, de novo, uma corte e um rei.
As especificidades da sociedade portuguesa resultantes da evolução política:
A Burguesia:
- Interesse na ligação com Espanha devido ao acesso à prata sevilhana, para realização do comércio com o Oriente
Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
A Nobreza:
Uma vez que foram os nobres a restaurar a monarquia portuguesa a nobreza obteve um reforço do seu papel
politico.
Decisiva no golpe que restaura a independência portuguesa
- A Nobreza fundiária (de sangue):
-> Ocupa altos cargos na administração e no exército
-> Recebe doações e mercês régias para pagamento de favores e de serviços prestados
- A Nobreza mercantilizada:
->Obstáculos à afirmação da burguesia impedindo as práticas capitalistas na actividade comercial
->Reforço financeiro e prestígio social da nobreza mercantilizada
-> Ocupa os cargos de direção do comércio ultramarino
A Criação do Aparelho Burocrático do Estado Absoluto Português no séc. XVII
- Após a Restauração da Independência, em 1640, D. João IV vai proceder à reorganização do aparelho burocrático:
->Reactivação de órgãos criados anteriormente
->Introduz algumas reformas
-> Reorganização do Conselho de Estado (órgão consultivo criado em 1562) sendo presidido pelo rei e constituído
por três secretarias:
· Negócios do reino
· Estrangeiros e guerra
· Marinha e ultramar
A organização do Aparelho de Estado
1. Justiça
2. Finanças
3. Administração do reino
4. Assuntos militares
1. Justiça
- A mesa de desembargo do paço: tribunal de última instância, tomando decisões que dependem directamente da
vontade do rei
- A casa da suplicação: tribunal superior que exerce a sua jurisdição sobre a região sul
- A relação da casa do Porto: tribunal superior que exerce a sua jurisdição sobre a região norte
- A mesa da consciência e ordem: exerce a sua autoridade sobre as ordens
- O tribunal do santo ofício: tribunal religioso que inquire, julga e condena os suspeitos de práticas desviantes do
catolicismo
2. As Finanças
- Em 1642 é reorganizado o Conselho da Fazenda:
· Composto por três administradores
· Exerce funções ao nível da regulamentação das alfândegas, da gestão das pensões da coroa e da administração da
fazenda real
3. A Administração do Reino:
- Entregue ao conselho ultramarino, que se responsabiliza pelo provimento de oficiais de justiça, da fazenda e da
guerra, bem como da expedição das naus
Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
4. Os Assuntos Militares:
-Entregue a dois órgãos:
1. O Conselho de Guerra:
- Compete-lhe a conservação das fortalezas, a expedição de tropas e a nomeação de cargos militares
- Exerce funções judicias através do tribunal do conselho de guerra
2. A Junta dos 3 Estados:
-Administra a recolha de impostos lançados para cobrir despesas relacionadas com a defesa do reino
A ADMINISTRAÇAO CENTRAL NA MONARQUIA PORTUGUESA NO SECULO XVII
Rei
Conselhos de Estado Negocios do Reino
Secretarias de Estado Marinha e Ultramar
Estrangeiros e Guerra
Justiça finanças Guerra império
Mesa do Desembargo Conselho da Conselho de guerra Conselho ultramarino
Do paço Fazenda
Casa da Suplicação Junta dos Três Estdos
Tribunal do Santo
Ofício
Mesa da consciencia
E ordens
Relaçao da casa
Do porto
Na segunda metade do século XVII, esta estrutura governativa foi se aperfeiçoando, e progressivamente, o rei
tomou com mais firmeza as redeas da governaçao
Coube a Joao V, em portugal, a imagem de rei Absoluto na medida de melhorar o nucleo da governaçao o rei
procedeu:
- em 1736, à reforma das secretárias existentes redefinindo as suas funçoes e alterando-lhes o nome
Joao V nunca descurou as tarefas do governo.
Embora os esforços para a aperfeiçoar, a maquina burocratica do estado continuava pesada, lenta e insufucientes.
Resumo de História 11º ano Carlota Cabral Braga
A Europa dos Parlamentos: Sociedade e Poder Politico
-Enquanto a maioria dos paises europeus se consolidavam com as monarquias absolutas, alguns estados
rejeitavam-nas, é o caso das Provincias Unidas ( jovem e prospera republica mercantil) e da inglaterra (pais onde o
poder do rei era limitado pelos direitos dos seus subditos).