20
hojemacau PRESOS NO SISTEMA PRISÃO APOIO AO USO DE PULSEIRAS ELECTRÓNICAS O deputado Leonel Alves deu o mote e vários advogados assinam por baixo: o uso de pulseiras electrónicas seria uma boa medida para aliviar a sobrelotação do Estabelecimento Prisional de Macau. Mas há quem vá mais longe e diga que o problema está na “má aplicação da lei”. Do outro lado, o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, não parece muito entusiasmado com a ideia. DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 15 DE ABRIL DE 2015 ANO XIV Nº 3310 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB SOCIEDADE PÁGINA 7 LAG2015 PÁGINAS 4-6 FRC Fundação na caixa mágica SAÚDE Centro de formação em 2017 PUB PUB CINEMA | MIGUEL GONÇALVES MENDES FILMA EM MACAU A descoberta do sentido da vida EVENTOS CENTRAIS SOCIEDADE PÁGINA 8 ASSISTENTES SOCIAIS Em busca de maior autonomia GRANDE PLANO PÁGINA 3 `

Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Hoje Macau N.º3310 de 15 de Abril de 2015

Citation preview

Page 1: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

hojemacau

Presosno sistema

Prisão aPoio ao uso de Pulseiras electrónicas

O deputado Leonel Alves deu o mote e vários advogados assinam por baixo: o uso de pulseiras electrónicas seria uma boa medida para aliviar a sobrelotação

do Estabelecimento Prisional de Macau. Mas há quem vá mais longe e diga que o problema está na “má aplicação da lei”. Do outro lado, o Secretário para a

Segurança, Wong Sio Chak, não parece muito entusiasmado com a ideia.

Director carlos morais josé www.hojemacau.com.mo Mop$10 q ua r ta - f e i r a 1 5 D e a b r i l D e 2 0 1 5 • a N o X i v • N º 3 3 1 0AgênciA comerciAl Pico • 28721006

Pub

sociedade PágiNa 7

lag2015 PágiNas 4-6

FRCFundação na caixa mágica

saúdeCentro de formação em 2017

Pub

Pub

ciNema | miguel goNçalves meNDes filma em macau

a descobertado sentido da vida

eventos ceNtrais

sociedade PágiNa 8

assistentes soCiaisem busca de maior autonomia

grande plano página 3

`

Page 2: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

2 hoje macau quarta-feira 15.4.2015

‘‘édi toon t em

macau

por Carlos Morais José

www.hojemacau.

com.mo

hojeglobalw w w. h o j e m a c a u . c o m . m of a c e b o o k / h o j e m a c a ut w i t t e r / h o j e m a c a u

l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Edite Ribeiro; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

diárioDE

boRDo

horahboko HARAM já sequestrou mais de 2000 mulheres na Nigéria. Raptadas são usadas como cozinheiras, escravas sexuaisou combatentes, denunciou a Amnistia Internacional, num relatório que abrange 2014 e 2015

“Vamos criar um espaço totalmente novo na cidade de Macau”Alexis TAm• Secretário para os Assuntos Culturais e Cultura, sobre a transformação do antigo Hotel Estoril num espaço dedicado às artes

“A opinião da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) é transformar essas multas num crime para os empreiteiros que não pagarem as multas”lAm iok Cheong• Chefe do Departamentode Segurança e Saúde Ocupacionalda DSAL, sobre a revisão das multas na construção civil

“A Igreja Católica, durante muito tempo, gastou demasiado dinheiro. Os grandes monumentos que conhecemos custaram imenso dinheiro.Mas quem sou eu para criticar as estátuasdo Miguel Ângelo?”mAriA guiomAr limA• Autora da biografia de D. José da Costa Nunes , sobre a igreja católica

“No futuro temos que criar [um centro] de formação médica ou especializadapara que os profissionais dos hospitais se possam inscrever nesses cursos”

Alexis Tam, secretário para os Assuntos sociais e Cultura, sobre a criação de um centro de formação médica | P.4

A liberdade dos outrosTAl Como as multidões, no di-zer de Gustave Le Bon e Sigmund Freud, as maiorias são bovinas. E, tal como o bovídeo em debandada, quando se fixam num objectivo levam tudo à sua frente, arrasando os que se atrevem a surgir-lhes ao caminho, com maior ou menor opo-sição, numa fúria fundamentalista a quem o número outorga razão. O verdadeiro perigo das democracias são as maiorias. É por isso muito difícil, às vezes perigoso, ir contra a sua opinião, tentar explicar outro ponto de vista, porque a maioria, como a multidão, está firmemente estribada numa crença e não consegue sequer ouvir, quanto mais entender ou aceitar, qualquer argumento desviado da cartilha, que lhe fizeram encornar. A maioria olha para o palácio e vê-

-se a si mesma, numa contemplação parada e ruminante. Num regime onde se preza a liberda-de, o ponto fundamental é conseguir encontrar um equilíbrio entre a von-tade absoluto-fascista da maioria e a sobrevivência das minorias. O valor essencial para atingir este desiderato chama-se respeito, tolerância e, sobretudo, a consciência plena de que não tenho nada que me meter na vida do outro — vive e deixa viver. Todos nós, de algum modo, fazemos parte de uma qualquer minoria: dos coleccionadores de selos, dos jogadores de Mahjong, das costu-reiras, dos bebedores de aguardentes velhas, dos fumadores de charutos, dos amantes de carros de brincar. Há de tudo, para todos os gostos e feitios. E todos temos direito, desde que sejam criadas as condições para

que ninguém saia prejudicado pelo hábito de cada um.Vem isto a propósito do anúncio de mais medidas contra quem aprecia o fumo. Os Serviços de Saúde adop-tam uma postura, a meu ver, exage-rada e draconiana, que claramente visa transformar Macau, aos poucos, numa cidade sem tabaco, tornando impossível fumar em qualquer espa-ço público, qualquer dia privado. Eu compreendo a bondade da ideia mas considero-a claramente exagerada, de um alcance muito maior do que a perna de quem a propõe.Para termos uma cidade e uma sociedade totalmente livres de tabaco (ou de álcool), tal exigiria um debate muito mais aprofunda-do, muito mais verdadeiro, para além de umas opiniões pseudo--científicas, em que uma análise

destemida das causas da poluição e das doenças respiratórias, bem como a regulação dos aditivos que o Estado permite alegre-mente introduzir nos cigarros, teria de ser levada às últimas consequências. Sabemos que a maioria das pessoas não é fumadora. E que de bom grado aprova as medidas que o Governo pretende implementar. Mas isso não quer dizer que os fumadores não tenham direito a existir e a usu-fruir. É por isso mais inteligente e democrático encontrar soluções em que a liberdade de uns não interfere com a liberdade dos outros do que cegamente proibir. Todos temos, no limite, de ter paciência com as manias alheias. Afinal, a verdade é que o dono de um automóvel polui muito mais do que um fumador...

Page 3: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

tiag

o al

cânt

ara

3grande planohoje macau quarta-feira 15.4.2015

Fil ipa araú[email protected]

a dvogados contac-tados pelo HM conside-ram positiva a sugestão de implementar pulsei-

ras electrónicas como medida de substituição à prisão preventiva. a sugestão foi deixada durante a apresentação das Linhas de acção governativa (Lag) do secretário para a segurança, Wong sio Chak, na passada sexta-feira, onde o deputado e também advogado Leonel alves defendeu a aplicação de pulseiras electrónicas como medida de coacção para certos tipo de acusações.

Considera o deputado que esta seria uma forma de evitar e contor-nar o problema da sobrelotação do Estabelecimento Prisional de Ma-cau (EPM), que muitos problemas tem acusado.

Questionada sobre a hipótese, a advogada Icília Berenguel considera que, por Macau ter um regime penal “muito idêntico ao de Portugal” e por “hoje em dia haver um tipo de crimes que certamente poderia funcionar com este tipo de regime”, faria todo o sentido aplicar esta nova medida.

“Por aquilo que tenho tido co-nhecimento existem muitas pessoas presas no EPM cuja razão da prisão preventiva acabaria também por fi-car assegurada se houvesse o regime da pulseira electrónica”, explica.

a medida, se aplicada, diz, poderia assim facilitar todo o pro-cesso, pois, “o EPM já está cheio com presos efectivos, o que [ainda] piora com o presos que estão à espera do julgamento”.

“Por aquilo que tenho tido conhecimento existem muitas pessoas presas no EPM cuja razão da prisão preventiva acabaria também por ficar assegurada se houvesse o regime da pulseira electrónica”IcílIa Berenguel advogada

PrIsão AdvogAdos ApoiAm AplicAção de pulseirAs electrónicAs

alternativas viáveis Leonel alves defendeu a implementação das pulseiras electrónicas como medida de coacção, substituindo a prisão preventiva. Questionados sobre a sugestão, alguns advogados do território não têm dúvidas: seria uma boa opção. Mas antes disso é preciso perceber o verdadeiro problema

“Em determinado tipo de crimes, porque não?”, remata a advogada.

Sim, maS com ponderaçãoTambém para o advogado Miguel de senna Fernandes esta seria uma boa medida. “de facto há uma superlotação dos EPM, portanto é uma boa medida”, diz.

ainda assim, defende é preciso perceber até que ponto a aplicação destas pulseiras resolve o problema de excesso de reclusos no estabe-lecimento em causa.

“Esta é uma medida [que o governo] deve ponderar muito seriamente”, defende, explicando que é precisa alguma organização e clareza. “Para já por natureza, [as pessoas que estão presas preventi-vamente] não vão conseguir sair do território, isso é fundamental. Com a pulseira consegue-se efectiva-mente evitar que as pessoas saiam do território de Macau? Isto é algo que deve ser ponderado”, remata.

os crimes de burla são o exem-plo dado pela advogada Icília Be-renguel para perceber os benefícios deste tipo de medida.

“Nos casos de burla, as pul-seiras electrónicas seriam mais um reforço para que o suspeito não fugisse de Macau, era-lhe aplicada a proibição de ausência, apresentação periódica e colocava--se uma pulseira electrónica. assim evitava-se que a pessoa tivesse que ser presa preventivamente, claro, em crimes de colarinho branco, não estamos a falar de crimes de sangue, mas sim a criminalidade menos severa”, argumenta.

raiz da queStão actualmente, como referiu Leonel alves na aL, o Código de Pro-cesso Penal não prevê a pulseira

electrónica. “Quando existe receio de fuga e de outros requisitos que a lei processual impõe, decreta--se a prisão preventiva. o nosso Estabelecimento Prisional já está a atingir um certo grau de super-lotação. Como tal, muitos presos preventivos podem ter outras formas de controlo”, argumentou, esta semana Leonel alves.

Mas, este pode não ser o único problema da lei. ser ou não ser uma boa medida, não deve ser a preo-cupação principal do secretário para a segurança, como defende Pedro Leal. apesar do advogado considerar como “boa medida” por ser preferível à prisão preven-tiva, o que é importante perceber, defende, é como aplicar de forma correcta a prisão preventiva.

“o que eu entendo é que há uma má aplicação da lei, nomeadamente na aplicação da prisão preventiva em Macau. Por isso é que a cadeia está cheia. Entendo que devia ser dada prioridade a medidas não pri-vativas de liberdade, depois tenho algumas dúvidas que a pulseira em Macau funcione”, começa por explicar o advogado.

Em Portugal, exemplifica, as pulseiras electrónicas funcionam

“porque muitas das pessoas são civilizadas – não quer dizer que aqui não sejam – mas [em Portugal] as pessoas conseguem meter na cabeça que a pulseira electrónica é um medida que evita a prisão preventiva”.

“Para já por natureza, [as pessoas que estão presas preventivamente] não vão conseguir sair do território, isso é fundamental. Com a pulseira consegue-se efectivamente evitar que as pessoas saiam de Macau? Isto é algo que deve ser ponderado”MIguel de senna Fernandesadvogado

Em Macau, sendo um território relativamente pequeno, acredita, “poderiam haver problemas em relação a fuga”, causado por falta de conhecimento do sistema da própria comunidade. Não colocando em causa a capacidade das pulseiras elec-trónicas e assumindo-as como “uma boa medida”, Pedro Leal acredita que seria de difícil aplicação.

argumenta ainda o advogado que “as pessoas aplicam mal quer a prisão preventiva como a efectiva”, sendo esse o verdadeiro problema: o “desrespeito total que há pela liberdade das pessoas”.

Pedro Leal defende ainda que se aplica a prisão preventiva “por tudo e por nada” e que se esquece as outras medidas de coacção, principalmente aos residentes de Macau, exemplificando, tal como Icília Berenguel, os casos das burlas, onde deveria haver a pos-sibilidade da aplicação da medida de caução económica.

“Por exemplo, no caso de uma burla de um milhão era aplicada uma medida de caução económica de um milhão, não é dinheiro perdido, é um depósito do dinheiro que está em causa, permitindo à pessoa em causa ficar em liberdade”, exemplifica. “A caução económica é uma medida que quase nunca se aplica”, remata.

Também Miguel de senna Fernandes está “perfeitamente de acordo”. Para o profissional é preciso olhar para o outro lado da questão. “Em Macau o controlo das fronteiras é uma coisa muito mais sensível [por ser uma terra pequena], talvez isso leve com que as autoridades, face aos actos cometidos, apliquem e tendam a abusar, muitas vezes e em muitos casos, da pena de prisão preventiva. Que muitas vezes não tem razão de ser”, argumenta.

Este comportamento, defende, deve ser um dado a ser considerado e por isso é necessário perceber e estar atento a aplicação deste tipo de medida de coacção.

Recorde-se que, sobre o assun-to, o secretário para a segurança não se mostrou muito entusias-mando com a ideia, tendo referido apenas que a hipótese pode ser estudada “no futuro”, mas que não existe qualquer plano para que seja uma medida a aplicar.

“O que eu entendo é que há uma má aplicação da lei, nomeadamente na aplicação da prisão preventiva em Macau. Por isso é que a cadeia está cheia”Pedro leal advogado

Page 4: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

gcs

4 hoje macau quarta-feira 15.4.2015lag 2015BIR comocaRtão médIcoO Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura prometeu ontem, em resposta a Si Ka Lon, que vai ponderar a sua sugestão de substituir a utilização dos vales de saúde – oferecidos pelo Governo à população para o pagamento de consultas e tratamento médicos em instituições públicas e algumas privadas – pelo BIR, que integraria os dados de saúde dos residentes. “São propostas muito pertinentes e que vou analisar. Vamos pedir a alguns peritos para ajudar a ver a viabilidade disso”, disse Alexis Tam. A resposta surge depois de Si Ka Lon ter sugerido um mecanismo que não obrigasse à utilização dos vales. “Será que podemos transformar os vales num cartão de saúde para aí injectar dinheiro?”, questionou o deputado. A ideia passa por incluir, no Bilhete de Identidade de Residente – cujo modelo mais recente está dotado de um chip –, os dados dos cidadãos referente à área da saúde para que estes possam, por sua vez, utilizar o BIR para frequentar os serviços de saúde públicos e até mesmo efectuar pagamentos. No entanto, não foi adiantado qualquer prazo para a implementação desta medida, embora Alexis Tam tenha assegurado que irá ter a ideia em conta. A inserção destes dados no BIR viria assim substituir a obrigatoriedade de imprimir os vales de saúde para pagar consultas e tratamentos médicos. “Podemos pensar nisso e fazer estudos sobre essa viabilidade, até porque o nosso BIR é um cartão inteligente que poderia ter mais funções.”

HospItal das IlHas plano soBRe RecuRsosaté setemBRoAlexis Tam anunciou ontem que estará pronto, entre Agosto e Setembro deste ano, um plano delineador das necessidades de recursos humanos para o Complexo Hospital das Ilhas, situado no Cotai. “Temos já um plano de recursos humanos para ficar finalizado em meados de Agosto ou Setembro, e das instalações para que o nosso sistema de saúde vá ao encontro dos padrões internacionais”, começou o responsável por confirmar. A afirmação do Secretário surgiu em resposta a vários deputados, que quiseram saber como estavam os trabalhos relativos à entrada em funcionamento daquele centro hospitalar. O dirigente acrescentou ainda que é necessário contratar pessoal altamente qualificado para ir ao encontro da qualidade dos recursos materiais disponíveis. “Quanto ao pessoal, temos que elevar a qualidade do nosso pessoal, porque se assim não for, não conseguimos maximizar as funções e o hardware de que dispomos”, apontou.

Saúde Dois anos para construção De novo centro De formação

Para quem querSer eSPecialiSta

Escolas Directora da DSEJ admite necessidade de terrenos Pensões Ilegais Revisão de diploma até 2016

A directora dos Serviços de Educação e Ju-ventude (DSEJ), Leong Lai, admitiu ontem,

na Assembleia Legislativa, que há necessidade de renovar vários dos edifícios que servem de escolas actualmente. No entanto, Leong frisou que o número de escolas a funcionar em terraços diminuiu desde a transferência de soberania, ficando-se hoje pelas 17.

“Antes da transferência, havia 21 escolas em terraços e pódios mas agora só restam 17”, disse. Além da renovação dos prédios, a directora do organismo, que falava durante a apresentação das LAG de Alexis Tam, Secretário para os Assuntos

Sociais e Cultura, mostrou que há necessidade de reservar mais terrenos para a construção de escolas. “Nós tentamos ver o número das vagas escolares e depois é que vamos ver quantos ter-renos são precisos para desenvolver a educação. Se no futuro, tivermos mais terrenos, podemos ampliar os espaços para actividades escolares e para escolas que tenham uma dimensão menor para acompanhar o ritmo de desenvolvimento daquela escola”, anunciou a responsável.

Durante a mesma intervenção, que surgiu em resposta aos deputados Kou Hoi In e Kwan Tsui Hang, a directora da DSEJ deu a entender que o sistema educativo local vai de vento em popa, frisando que o planeamento não irá ser alterado. Leong Lai lembrou os dados de um relatório recente feito sobre a educação na RAEM e que refere que a performance dos alunos não foi afectada pela situação económica das suas famílias. “O sistema educativo é relativamente justo”, anunciou ontem. Kwan acusava o mecanismo local de não ser justo para os alunos cujas famílias têm menos possibi-lidades financeiras. - L.S.M.

ALExIS Tam mostrou ontem vontade que o diploma que regula a existência

de pensões ilegais seja revista até inícios do próximo ano. “Vamos fazer aqui um apelo para fazer a revisão do diploma legal para que no futuro esta situação se possa tornar não numa violação administrativa, mas sim num crime penal. Talvez nos finais deste ou no próximo [ano] possamos fazer uma revisão desta lei”, sublinhou o Secretário. “Estou de acordo que devemos reforçar o nosso trabalho contra as pensões ilegais e os fiscalizadores dos Serviços de Turismo também me disseram que este factor é cada vez mais clandestino e

envolve cada vez mais crimes, como roubo e prostituição. Não só dá alojamento aos turistas, mas também é um local de crimes”, reiterou.

A resposta foi dada à deputada Song Pek Kei, que se queixava do aumento do número de alojamentos deste género. Recorde-se que a revisão do Regime Jurídico Relativo à Proi-bição de Prestação Ilegal de Alojamento está a ser discutida há já alguns anos, tendo Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo (DST), dito no ano passado que a revisão deste diploma deveria ser feito em consonância com a revisão de outras leis, como a Lei do Arrendamento.

“Se calhar temos que pensar além desta lei, ou para além das possível revisões para esta lei. Temos que pensar também quais são as outras legislações que podem ajudar ao combate ao alojamento ilegal, a legislação sobre arrendamento também pode ajudar em termos de identificar os culpados”, disse a directora da DST no ano passado, à saída de um encontro com os deputados da AL. - L.S.M.

Page 5: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

5 lag2015hoje macau quarta-feira 15.4.2015

Leonor Sá [email protected]

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cul-tura deu ontem

um prazo de dois anos para a criação de um novo Centro de Formação Médica, onde os profissionais dos hospitais locais possam continuar a sua formação especializada. A ideia não é construir um centro de medicina geral, mas sim um apenas dedicado à especialização médica, ain-da que o próprio Secretário tenha admitido que, “caso a Universidade de Macau queira”, poderá ser cons-truída uma Faculdade de Medicina no novo campus da Ilha da Montanha.

“No futuro temos que criar [um centro] de forma-ção médica ou especializa-da para que os profissionais dos hospitais se possam inscrever nesses cursos”, começou por dizer Alexis Tam. “É preciso investir muito dinheiro para cons-truir uma Faculdade de Medicina, mais do que [o que foi gasto] no novo campus [da UM]. Por isso, se a UM quiser construir

o Governo vai adquirir terrenos na Ilha da Mon-tanha para construir lares

de idosos, anunciou o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. A ideia de criar lares e creches na ilha não é nova, mas esta semana, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para a sua tutela, Tam reafirmou a intenção, tendo dito que só falta a autorização do Governo Central para tal.

“O Chefe do Executivo man-datou-me para negociar com os dirigentes da Nova Zona da Ilha da Montanha a aquisição de terre-nos e estudar a possibilidade de aí construir lares de qualidade para idosos”, afirmou Alexis Tam.

Segundo o governante, estas negociações foram, até agora, “sa-tisfatórias”, estando a ser acertado o preço, que será “de mercado”.

Tam admitiu que os lares ac-tualmente existentes em Macau não são suficientes e que não têm também condições modernas. “Precisamos de [lares] com equipamentos mais sofisticados e de melhor qualidade”, disse ontem.

Recorde-se que a Ilha da Montanha já acolhe a Universi-dade de Macau, num terreno de um quilómetro quadrado que foi cedido por 40 anos. Noutros 4,5 quilómetros vão ser instaladas empresas de Macau e já se discute

Deficientes Mais três novos lares até 2017O presidente do Instituto de Acção Social, Iong Kong Io, anunciou ontem que serão criados três novos lares para deficientes até 2017 e que deverão oferecer cerca de 300 vagas. “Vamos ter mais três lares até 2017, com mais de 300 vagas para deficientes”, afirmou o responsável do IAS. Alexis Tam havia referido apenas a necessidade da criação de espaços deste tipo. “Vamos poder fazê-lo nos próximos anos e não devem ser muitos, mas esperamos que sejam suficientes para dar resposta às famílias e acho que há necessidade de criar mais empresas sociais para prestar apoio a essas famílias, principalmente a portadores de deficiência menos grave (…) Não podemos ficar de braços cruzados”, sublinhou o Secretário.

Hotel Estorilcom piscina de “água morna” todo o anoAlexis Tam disse ontem que a antiga piscina do Hotel Estoril vai continuar a ter a mesma finalidade, com a diferença de vir a estar aberta ao público todo o ano e oferecer água aquecida. “No futuro [a piscina do Hotel Estoril] vai ser aberta todo o ano em vai ter água morna”, confirmou o dirigente. Na mesma intervenção, Tam reafirmou a sua vontade de apostar nestas indústrias, acrescentando que a falta de terrenos livres obriga à criação de novas soluções, como são a reformulação de espaços já existentes e a reconstrução ou reabilitação de edifícios antigos. “[Pode fazer-se a] reconstrução, reformulação desses espaços, como na zona do Tap Seac, onde há o pavilhão desportivo e a escola Gonzaga Gomes, cujas instalações já estão abertas ao público fora do período escolar”, acrescentou.

Alexis Tam promete demitir-se caso não cumpra objectivos O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, está a cumprir as suas funções há mais de cem dias e tem sempre mostrado vontade em melhorar as suas áreas de actuação. Ontem, no segundo dia de apresentação das LAG para a sua tutela, Alexis Tam deixou a promessa de se demitir do cargo de Secretário caso não fosse capaz de cumprir as suas funções. “Prometo que se não fizer bem [o meu trabalho], vou-me demitir do cargo”, anunciou Alexis Tam, em resposta aos vários deputados que colocaram questões. Os membros do hemiciclo colocaram várias perguntas acerca da educação na RAEM. Sobre isto, Tam disse apenas que as vontades dos deputados iam ao encontro das suas e que, caso não fosse capazde as cumprir, a demissãoseria solução.

Idosos NegocIação para crIaçãode lares Na Ilha da MoNtaNha

Logo aqui ao lado

“É preciso investir muito dinheiropara construir uma Faculdadede Medicina, mais do que [o que foi gasto] no novo campus [da UM].Por isso, se a UM quiser construiresta Faculdade, já tem umespaço reservado”

Lei de BaSeS poderáchegar eSte anoA Lei de Bases dos Idosos poderá vir a ser entregue este ano. O anúncio foi feito por Iong Kong Io, presidente do Instituto de Acção Social (IAS), numa resposta dada a um dos membros do hemiciclo, que questionou o Governo sobre o atraso consecutivo de que esta proposta tem sido alvo. “Esperamos que a Lei de Bases possa ser entregue ainda este ano”, assegurou Iong. Este é um dos diplomas que mais atrasos tem visto, já que a sua revisão foi anunciada há mais de cinco anos, tendo a sua entrega sido prometida o ano passado. No entanto, nada foi ainda adiantado até ontem, quando o responsável do IAS mostrou vontade de que a Lei de Bases dos Idosos fosse entregue ainda este ano.

a possibilidade de os residentes de Macau puderem ter casa na Ilha da Montanha, como forma de aliviar a pressão demográfica e imobiliária na cidade.

Agora, o Governo anunciou a migração de infra-estruturas so-ciais, que escasseiam em Macau, alegadamente por falta de espaço.

“No futuro vamos ter um espaço da Ilha da Montanha para lares de idosos, para escolas, hospitais e espaços comunitários. Vamos acelerar esses trabalhos. Creio que pode dar resposta à falta de lares”, disse Alexis Tam.

A possibilidade de estabele-cer lares em diferentes cidades da China já tinha sido avançada no passado, mas a Ilha da Mon-tanha terá prioridade devido à sua proximidade com Macau, assegurou o Secretário.

“O Chefe do Executivo acha que a Ilha da Montanha é mes-mo muito perto de Macau. As pessoas podem chegar a Macau em cinco minutos e podemos disponibilizar transportes a quem venha para serviços médicos”, explicou. Tam mostrou-se con-fiante, referindo que poderá ser criado um modelo no qual o Executivo local tem a função de coordenador e o poder para ad-judicar, a entidades privadas, os espaços para que assim possam ser construídas instituições para servir a sociedade. - LUSA/HM

Leonel Alves pede mais medidasde formação para “gentes de Macau”

O deputado Leonel Alves queixou--se ontem da falta de pessoal

qualificado para ocupar cargos de chefia e direcção no Governo. Assim, o deputado sugeriu que se aposte mais na formação de quadros superiores ao nível local e que esta inclua maiorita-riamente residentes de Macau.

“O importante é Macau criar, no seio das suas gentes, pessoas com capacidades para desempenhar essas funções [de direcção] no futuro”, co-meçou o deputado por dizer. O também advogado sugeriu a Alexis Tam que fosse criado um “centro de formação” destinado a funcionários da Adminis-

tração Pública. Os cursos deveriam incluir matérias como História local, noções jurídicas e de legislação.

Na sua intervenção de ontem, que teve lugar antes do final da sessão de apresentação das LAG de Alexis Tam, Leonel Alves lembrou ainda a escassez de esplanadas, que justificou com o aumento crescente das rendas, e a falta de quiosques de informações turísticas sobre a região. O deputado congratulou ainda o trabalho desempenhado pelo Ins-tituto Politécnico de Macau na formação de tradutores e intérpretes. No entanto, expressou vontade de ver criados mais cursos de especialização nas áreas da tradução jurídica e legislativa.

“É preciso dar-se mais um passo em frente na área da tradução jurídica e de produção legislativa”, disse, urgindo o Governo e a apoiar mais esta instituição de ensino superior.

esta Faculdade, já tem um espaço reservado”, frisou o Secretário. Recorde-se que a UM já manifestou esta intenção.

Para já, Macau fica-se, então, apenas pelo Centro. Alexis Tam acrescentou que a construção deverá ter início até 2017. “[O Cen-tro] de Formação Médica vai começar nos próximos dois anos”, anunciou o Secretário. A resposta surge depois de Si Ka Lon e Cheung Lap Kwan terem questionado Alexis Tam acerca de problemas na saúde, como são a falta de profissionais e o tempo de espera excessivo nos hospitais.

O Secretário disse ainda que o Governo não pode

“contratar à toa”, no que diz respeito ao recrutamento de profissionais de medicina para trabalharem nos hos-pitais e centros de saúde locais. O dirigente anunciou ainda uma viagem a Pequim para a semana com a função de procurar especialistas para a RAEM. “Para a semana vamos a Pequim para estudar a viabilidade de contratação de médicos de alta qualidade”, referiu.

Page 6: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

6 lag2015 hoje macau quarta-feira 15.4.2015

pub

1. Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

2. Modalidade de concurso: Concurso Público.

3. Local de execução da obra: Zona E1 dos Novos Aterros Urbanos

4. Objecto da Empreitada: Construção do arruamento provisório e do sistema de drenagem

5. Prazo máximo de execução: 280 dias (duzentos e oitenta dias).

6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.

7. Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços.

8. Caução provisória: $460 000,00 (quatrocentas e sessenta mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais.

9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).

10. Preço Base: não há.

11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D.

Maria II, nº 33, R/C, Macau;Dia e hora limite: dia 6 de Maio de 2015 (quarta-feira), até às 12:00 horas.Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

13. Local, dia e hora do acto público do concurso :Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 5º andar, Macau;Dia e hora: dia 7 de Maio de 2015 (quinta-feira), pelas 9:30 horas.Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas mencionada de acordo com o número 12 ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público do concurso acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Línguas a utilizar na redacção da proposta:Os documentos que instruem a proposta (com excepção dos catálogos de produtos) são obrigatoriamente redigidos numa das línguas oficiais da RAEM, caso os documentos acima referidos estiverem elaborados noutras línguas, deverão os mesmos ser acompanhados de tradução legalizada para língua oficial, e aquela tradução deverá ser válida para todos os efeitos.

15. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: Departamento de Infraestruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33,

16º andar, Macau;Hora: horário de expediente (Das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas)Na Secção de Contabilidade da DSSOPT, poderão ser solicitadas cópias do processo de concurso ao preço de $300,00 (trezentas patacas).

16. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço razoável 60%;- Plano de trabalhos 10%;- Experiência e qualidade em obras 18%;- Integridade e honestidade 12%.

17. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Infraestruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau, a partir de 23 de Abril de 2015 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Macau, aos 10 de Abril de 2015.O Director dos Serviços

Li Canfeng

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA “OBRA DE ARRUAMENTO PROVISÓRIO NA ZONA

E1 DOS NOVOS ATERROS URBANOS, NA TAIPA”

O Governo prome-teu ontem que pretende não ul-

trapassar o limite anual de 21 milhões turistas vindos da China continental. O anúncio foi feito durante o debate sectorial das Linhas de Acção Governativa (LAG) da tutela dos As-suntos Sociais e Cultura.

Alexis Tam, Secretário, disse ter sido entregue uma proposta a Pequim sobre a limitação de turistas, algo que o responsável tem vindo a defender.

Em Fevereiro, Alexis Tam anunciou que gostaria de ver limitado o número de turistas que entram em Macau, já que o seu elevado volume estava a prejudicar a qualidade de vida da população, mas não concretizou de que forma esse objectivo será atingido - de acordo com o jornal Ponto Final, o Secre-

tário desloca-se a Pequim a partir de dia 20 para definir uma estratégia.

Apesar de não ter res-pondido directamente se esse seria um modelo adequado a Macau, o governante citou o estudo encomendado ao Instituto de Formação Turística, que indica que Macau tem capacidade para receber entre 89 e 92 mil pessoas por dia - no entanto, durante os feriados do Ano Novo chinês, entraram diaria-mente na cidade 147 mil visitantes.

“Não é difícil imaginar que noutros feriados tam-bém iremos receber muitos visitantes. Se a situação continuar a população vai sentir uma descida da qua-lidade de vida”, comentou.

Em busca dE EquilíbrioAlexis Tam indicou que a proposta que o Governo vai

levar a Pequim segue esta linha: “Temos de encontrar um ponto de equilíbrio. Qual é? Quantos visitantes seriam mais adequados? Estamos quase no limite máximo. Queremos manter o número da China em 21 milhões e receber mais visitantes do mercado internacional”.

No entanto, estes limi-tes - de 31,5 milhões de turistas anuais, em que não mais de 21 milhões são da China - podem vir a ser alterados no futuro, quando a cidade melhorar as suas infra-estruturas.

“A capacidade turística não é estável. No futu-ro, assim que tenhamos as novas infra-estruturas concluídas, mais produtos turísticos, mais hotéis, me-lhores transpores públicos, quando essa rede estiver pronta, a capacidade turís-tica poderá ser aperfeiçoa-da”, disse. - lusa/Hm

Hipótese de limite de 21 milHões para turistas

Será que é desta?

tiag

o al

cânt

ara

Page 7: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

hoje

mac

au

7sociedadehoje macau quarta-feira 15.4.2015

AndreiA SofiA [email protected]

T rês anos depois do advoga-do rui Cunha ter criado uma fundação com o seu nome e o Centro de Reflexão e Estudo

do Direito (CRED), o balanço é mais que positivo. No dia em que os res-ponsáveis pela Fundação Rui Cunha (FRC) apresentaram as actividades que assinalam o terceiro aniversário (ver caixa), Rui Cunha anunciou o arranque de um programa televisivo, em chinês e português, sobre a Lei Básica.

“Em Macau há muitas coisas em evolução, mas na área do Di-reito temos em vista a preparação de alguns programas de televisão em que será feita a difusão da Lei Básica, para que a população tenha a consciência dos seus direitos e deveres”, referiu o causídico.

Ainda a nível tecnológico, a FRC prepara-se para lançar a transmissão online de todos os seus eventos. “Está em teste a transmissão em directo de todos os eventos que aqui acontecem e a partir do nosso terceiro aniversário todos os eventos serão transmitidos. Nem toda a gente se desloca aqui e algumas pessoas não têm oportunida-de nem conseguimos disponibilizar um horário que abranja toda a gente”, explicou Rui Cunha.

FRC Três anos de balanço posiTivo e planos para o direiTo de Macau

Mini-constituição em directo A celebrar o terceiro aniversário, a Fundação Rui Cunha prepara-se para lançar programas televisivos sobre a Lei Básica em chinês e português e as transmissões online dos seus eventos, que passarão também a decorrer noutros locais fora da sede

“Está em teste a transmissão em directo de todos os eventos que aqui acontecem e a partir do nosso terceiro aniversário todos os eventos serão transmitidos”

CulturA, múSiCA e leiS A FRC tem um programa cheio para celebrar o seu terceiro aniversário. No dia 20 será feito o III Dia Aberto, com o Jardim de Infância D.José da Costa Nunes, em que se irá debater a protecção ambiental. No mesmo dia, decorrerá o debate “O Direito do Jogo de Macau”, com Fernando Vitória e António Lobo Vilela. Para além dos eventos com escolas, a FRC inaugura a exposição “PULSAR”, de Fortes Pakeong Sequeira, no dia 22, sendo que no dia seguinte decorre a terceira edição do programa “Fazer Justiça”. Será lançado um livro sobre Direitos Fundamentais, do jurista Paulo Cardinal, e haverá ainda o lançamento de um CD dos “MoWave” e um concerto de jazz no sábado, com Zé Eduardo. Haverá ainda, no sábado, o “Café da Filosofia”, com um debate sobre a religião, sem esquecer as II Jornadas da “Prova em Processo Penal – Por entre as entrelinhas do CPP”, a decorrer no dia 27.

No final de três anos a realizar actividades na sede, localizada na avenida da Praia Grande, a FRC prepara-se para chegar a outros locais. “Estamos sempre a inovar e procuramos fazer o esforço de chegar a todos. Até agora temos feito eventos nas nossas instalações, mas pensamos em começar a fazer eventos fora, indo ao encontro da po-pulação. Queremos chegar a todas as comunidades que compõem Macau”, disse rui Cunha. “Temos em vista fazer alguns eventos com associações para que haja uma maior actividade e ligação com a população de Macau, porque só assim vamos aumentar a nossa identidade”, acrescentou.

O advogado disse ainda que vai ser feita uma aposta na cooperação com regiões vizinhas, em especial o

CEM baixa preço da electricidade em sete avos

A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) vai baixar

o preço da electricidade já no segundo trimestre, em sete avos por kWh. A decisão foi ontem anunciada e surge depois da redu-ção da Cláusula de Ajustamento da Tarifa (TCA, na sigla inglesa), que, segundo o contrato de con-cessão com o Governo, seria de 42 avos por kWh, menos três avos face ao primeiro trimestre do ano. Mas “por forma a corresponder à sua responsabilidade social, a CEM anunciou que irá continuar a oferecer desconto na TCA aos clientes do grupo tarifário A (maioritariamente clientes resi-denciais e Pequenas e Médias Empresas)”.

segundo o mesmo comuni-cado, a CEM, “com o apoio do Governo”, “tem vindo a oferecer um subsídio na TCA aos clientes, com o intuito de proporcionar uma tarifa de electricidade estável à população”. O ano passado os subsídios foram de 142 milhões de patacas.

Para além disso, “benefi-ciando da queda continuada dos preços do combustível, a geração local no trimestre anterior au-mentou, representando 19,3% da geração total, enquanto que as aquisições à Central de Inci-neração de Resíduos Sólidos de Macau e a importação do Con-tinente atingiram 4,4% e 76,3% respectivamente”.

continente, tanto na área do Direito de Macau, como História ou cultura.

Finanças em dia Tubal Gonçalves, vice-presiden-te da FRC, aproveitou a ocasião

para falar da situação financeira da FRC, que tem, neste momen-to, 30 milhões de patacas de fundos sociais, esperando-se a injecção de mais dez milhões de patacas no dia 28 de Abril, dia

do aniversário. Todos os fundos são cedidos por rui Cunha e os seus filhos.

“A Fundação vive quase ex-clusivamente das contribuições do doutor Rui Cunha, que as canaliza para a fundação. A nossa actividade pauta-se pela receita de três milhões de patacas, mas a actividade tem sido tão frenética que os custos ultrapassaram as receitas, pelo que no final do ano tivemos de usar uma parte dos fundos sociais para cobrir esses custos. Mas a sua utilização é tão mínima que garante por de-zenas de anos a sobrevivência da Fundação. [A FRC] não vive de subsídios e orgulhamo-nos muito daquilo que já realizámos”, disse Tubal Gonçalves.

Page 8: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

tiag

o al

cânt

ara

8 sociedade hoje macau quarta-feira 15.4.2015

pub

AVISO Faz-se público que, por despacho do Presidente do Tribunal de Última Instância, de 8 de Abril de 2015, e nos termos definidos na Lei n.º 14/2009, de 3 de Agosto, e no Regulamento Administrativo n.º 23/2011, de 8 de Agosto, se acham abertos os concursos comuns, de ingresso externo, para:

1. O preenchimento de um lugar de técnico de 2.ª classe, 1.º escalão, área de informática, do quadro de pessoal, mediante concurso de prestação de provas;

2. O recrutamento de um auxiliar, 1.º escalão, área de servente, em regime de contrato de assalaria-mento, mediante concurso documental, comple-mentado por entrevista profissional.

Vão ser publicados os avisos no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 15, II série, de 15 de Abril de 2015. Os interessados podem apresentar as suas candidaturas no prazo de vinte dias, contados a partir do primeiro dia útil imediato ao da publicação dos avisos no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau.

Os requisitos de admissão aos concursos, a documen-tação necessária aos mesmos e mais informações sobre os concursos, encontram-se especificados no referido Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau. Para mais informações, podem os interessados dirigir-se ao bal-cão de atendimento do Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância, sito na Praceta 25 de Abril, no rés-do-chão do Edifício dos Tribunais de Segunda e Última Instâncias, dentro das horas normais de expediente, ou disponibilizadas no sítio dos tribunais (http://www.court.gov.mo).

Gabinete do Presidente do Tribunal de Última Instância,aos 13 de Abril de 2015.

O Chefe do Gabinete,Tang Pou Kuok

Flora [email protected]

D ois especialistas em serviços so-ciais discordam de que a partici-

pação de membros eleitos pelo sector na Comissão Profissional de Assistentes sociais possa causar “dese-quilíbrio”, algo defendido pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultu-ra, Alexis Tam, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a sua tutela. os também académicos pedem até que haja mais representatividade do sector neste grupo.

De acordo com o do-cumento de consulta do Regime de Credenciação e Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente social, a futura comissão profissional vai contar com quatro membros do Governo

Construção Trabalhador morre no Fai Chi KeiUm trabalhador da construção civil morreu ontem depois de ter caído de uma altura de sete metros. O operário era residente de Macau e ainda foi transportado com vida para o Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde acabaria por ser declarado o óbito. É a quinta vítima mortal em acidentes em estaleiros de obras desde o início deste ano. O acidente aconteceu por volta das 15h00 no Edifício Industrial Wan Tak, na Rua da Concórdia, no bairro do Fai Chi Kei. De acordo com as informações da polícia, o trabalhador tinha como funções a montagem de andaimes.

Bombeiros Posto em Coloane daqui a cinco anos O comandante do Corpo de Bombeiros (CB), Ma Io Weng, disse ontem que já está decidida a nova localização para a construção do novo Centro de Serviços de Emergência e Posto Operacional de Coloane, que vai precisar de qautro a cinco anos para ser construído e vai ficar perto do Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a antiga localização tinha problemas no solo. Durante o tempo de construção, vai ser primeiro alargado o actual posto operacional de Coloane.

Lionel Leong quer mesas de Jogo nos 3%O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, disse ontem aos jornalistas que o Executivo “cumpre escrupulosamente o número limite de mesas estabelecido em 2013, que consiste, nos dez anos seguintes, em não ultrapassar os 3% anuais”. Para já, o Governo apenas recebeu um pedido de uma operadora de Jogo para “aumentar o número de mesas de Jogo”, sendo que o assunto “está a ser analisado pelos serviços competentes”. O Secretário garantiu ainda que “os resultados da apreciação serão oportunamente divulgados de forma transparente”. Lionel Leong acrescentou ainda que os critérios a ter em conta na avaliação dos pedidos prendem-se com “o equilíbrio da competitividade do mercado, se o projecto implica elementos não jogo, a fusão das Pequenas e Médias Empresas e com a concretização ou não do objectivo de construir Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer, que contribui para elevar o nível geral do turismo”.

Nove com gastroentrite depois de comerem em restauranteOs Serviços de Saúde (SS), notificados pelo Centro de Segurança Alimentar do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), registaram um caso colectivo de gastroentrite que afectou nove pessoas. O problema terá ocorrido depois das pessoas terem jantado num restaurante na Avenida Marginal do Patane, zona do Fai Chi Kei. No dia seguinte, por volta das 23 horas, seis pessoas do grupo, dois homens e quatro mulheres, com idades compreendidas entre os 23 e 56 anos, “manifestaram sintomas associados à diarreia, vómito e febre”, aponta o comunicado dos SS, que revela ainda que “todos os doentes recorreram a apoio médico, sendo que o seu estado foi considerado ligeiro e não houve necessidade de internamento”. A infecção terá “provavelmente sido provocada por bactérias existentes em produtos alimentares que, eventualmente, não foram manuseados adequadamente”. O IACM continua a investigar o caso com base em dados fornecidos pelos SS.

Assistentes sociAis PEDIDOS MAIS MEMBROS ELEITOS NA COMISSãO

Autonomia, por favor

“Se os assistentes sociais dominarem a Comissão, é possível que existam muitas solicitações, sendo menos justas”Alexis tAm secretário para os Assuntos sociais e cultura

e quatro representantes dos institutos e associações so-ciais, mas todos nomeados pelo secretário. Durante a apresentação das LAG, Alexis Tam considerou

razoável o pedido de mais membros eleitos pelo sector, que atribuiria mais autono-mia à Comissão Profissional de Assistentes Sociais. No entanto, defendeu que “o Governo tem outra consi-deração”.

“Caso haja demasiados assistentes sociais na Co-missão, pode provocar um

desequilíbrio. Actualmente o Instituto de Acção Social (IAS) oferece muitos subsí-dios para serviços do sector. se os assistentes sociais dominarem a Comissão, é possível que existam muitas solicitações, sendo menos justas”, disse, defendendo que o papel do IAS deve ser “neutro como um árbitro de futebol”.

ContrapontoJá Leung Kai Yin, professor do curso de Assistência So-cial do instituto Politécnico de Macau (IPM), não se mostra a favor das declara-ções do Secretário. Ao HM, o professor não encontra nenhum problema face aos assistentes sociais domina-rem a Comissão Profissional.

“Por exemplo, a Asso-ciação dos Advogados de Macau (AAM) é também dominada por todos os ad-vogados. Não acho que [o

secretário] vá descrever a AAM como desequilibrada. Porque é que o Governo deve ter uma participação enorme na Comissão? se há demasiados oficiais na Comissão, será esta uma situação equilibrada?”, ar-gumentou.

O professor afirmou ain-da que 80% dos membros da Comissão devem ser eleitos pelo sector e depois nomea-dos pelo Secretário. Assim, o Governo tem a decisão final, enquanto os membros conseguem tomar decisões melhor porque compreen-dem mais as necessidades do sector.

Leung acha que o mais importante na Comissão Profissional é a existência de leis e de supervisão do público, em vez do “domí-nio” do Governo.

Calendário de mudança Jacky Ho, docente da mesma área na Universidade de são José (USJ), concorda com o colega e espera também que o Governo ofereça um calen-dário para um “ajustamento

na composição dos membros eleitos pelo sector”.

o professor apontou que existe uma tendência para que as comissões profis-sionais, e não apenas a de assistente social, contenham mais representantes do Go-verno do que dos sectores em causa, mas pede que isto vá sendo alterado ao longo do tempo.

“Na fase actual, a Co-missão Profissional é uma coisa nova para Macau, é razoável o Governo liderar a composição, criando gra-dualmente o regime. Mas nós queremos saber quan-tos anos são necessários, quando é que a comissão será madura o suficiente para que os membros pos-sam ser totalmente eleitos, bem como quando é que o direito de dominação chega ao sector. O Executivo deve oferecer essas informações”, argumenta.

Page 9: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

hoje

mac

au

9 sociedadehoje macau quarta-feira 15.4.2015

www. iacm.gov.mo

pub

ANÚNCIOConcurso Público n° 002/SZVJ/2015

“Prestação de Serviços de Arborização e Gestão das zonaspróximas da Praça de Ponte e Horta e do Porto Antigo de Macau”

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 20 de Março de 2015, se acha aberto o concurso público para a “Prestação de Serviços de Arborização e Gestão das zonas próximas da Praça de Ponte e Horta e do Porto Antigo de Macau”.

O Programa de Concurso e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, durante os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro no 163, r/c, Macau.

O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 6 de Maio de 2015. Os concorrentes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP50.000,00 (cinquenta mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita no rés-do-chão do mesmo edifício, por depósito em dinheiro, garantia bancária ou cheque, em nome do “Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”.

O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no Centro de Formação do IACM, sito na Avenida da Praia Grande, Edifício China Plaza, 6o andar, pelas 10:00 horas do dia 8 de Maio de 2015. O IACM realizará uma sessão de esclarecimento que terá lugar às 10:00 horas do dia 20 de Abril de 2015 no Centro de Formação do IACM.

Aos 8 de Abril de 2015.

O Presidente do Conselho de AdministraçãoVong Iao Lek

O Fundo Monetário In-ternacional considera que a indexação cam-bial da pataca ao dólar

de Hong Kong, e indirectamente ao dólar norte-americano, é o “regime mais apropriado” a Macau, disse ontem o presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Anselmo Teng, que falava numa recepção de Primavera para os mé-dia, explicou que nas conclusões do relatório de avaliação do Fundo Monetário Internacional feita em 2014 a Macau, não só é aconselha-do a manutenção da indexação da moeda oficial de Macau ao dólar de Hong Kong, como salienta que Macau se empenha no “esforço apropriado de uma gestão prudente da Reserva Financeira”.

No final de Março, o Secretário para a Economia e Finanças, Lio-nel Leong, disse que o Executivo pretendia anular “as restrições preliminares quanto à exploração de actividades em yuan, prestando apoio a instituições financeiras na sua expansão no exterior”, o que levou alguns analistas a considerarem um passo na direc-ção da extinção da pataca, e uma tentativa de equiparar a moeda chinesa à local.

Depois de ter garantido a manu-tenção da moeda local, a AMCM reafirma agora também a indexa-ção que tem “resultados positivos”

Retirado maisum medicamentoO medicamento “Isan Jensheng”, atribuído para o tratamento do estômago, fabricado pela companhia de produção de medicamentos de Taiwan “Jen Sheng Pharmaceutical Co., Ltd foi retirado do mercado depois da Autoridade Responsável pela Regulação de Alimentos e Medicamentos de Taiwan ter recebido um alerta sobre a utilização de ingredientes que não obtiveram licenciamento como ingredientes farmacêuticos activos. Em Macau foi solicitado às farmácias e às firmas de importação, exportação e venda por grosso que procedessem à recolha das embalagens.

Pataca FMI dIz quE IndExAçãO AO dóLAR é O MAIS CERTO

O melhor para nós

ao dólar de Hong Kong, recusando qualquer cenário de mudança.

Mais lucrosNo encontro com a imprensa e com o sector financeiro de Macau, Anselmo Teng recordou ainda que os lucros da banca em 2014 aumentaram dois dígitos para 9600 milhões de patacas, com os

activos a totalizarem 1.174,4 mil milhões de patacas, os depósitos 791,1 mil milhões de patacas e os empréstimos 689,7 mil milhões de patacas.

“Até finais de 2014, o rácio de crédito vencido fixou-se em 0,12% apenas; o rácio de adequação de capital atingiu o nível de 14,2% - principalmente composto por ‘core

capital’ e o rácio de liquidez de um mês e três meses foi de 54,6% e 58%”, salientou.

Entre os elementos disponibi-lizados, Anselmo Teng salientou ainda que no final do ano passado a Reserva Financeira de Macau valia 246,3 mil milhões de patacas e os saldos da Reserva Cambial 131,4 mil milhões de patacas. - lusa/HM

Page 10: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

10 hoje macau quarta-feira 15.4.2015eventos

Joana [email protected]

s aíram do Porto em Janeiro e já passaram por mais de uma dezena de locais tão longe uns dos outros. São

seis pessoas e durante nove meses vão estar a fazer algo que, “por certo não fariam se não fossem os motivos profissionais”: dar a volta ao mundo. Sem aviões. A razão é simples: Mi-guel Gonçalves mendes, realizador português autor do documentário ‘José e Pilar’, está a filmar a sua nova longa-metragem.

“O Sentido da Vida” conta a história de Giovane Brisotto, mas podia ser a de muitos outros. O jovem padece de uma doença rara e incurável: a Paramiloidose Familiar, mais conhecida como a “doença dos pezinhos”. Mas, Giovane é brasileiro e esta doença tem origem portuguesa. a escolha de macau no itinerário do documentário é, por isso, fácil de explicar.

“O Giovane tem uma doença que foi trazida pelos portugueses e foi espalhada pelo globo há 500 anos. Estamos a fazer aquela que é considerada a primeira viagem que dissipou essa doença”, explica-nos miguel Gonçalves mendes. “Esta premissa deu-me a desculpa perfeita para poder falar sobre a história da humanidade e os processos de glo-balização. O Giovane é brasileiro

e tem uma doença que não é [dos brasileiros] e vem encontrar-se com uma cultura que também não é a dele, mas na qual ele se reconhece.”

Sete virtudeSO documentário acompanha ao longo de dois anos a vida do jovem que, na iminência de um transplante, embarca numa viagem que traça a mesma rota daquela que se supõe ter sido a primeira viagem a disseminar a sua doença. Giovane é a figura principal e faz de si próprio, mas não é o único com este papel tão difícil de sermos nós mesmos.

No filme, participam ainda Valter Hugo mãe, escritor português, Bal-tasar Garzon, juiz espanhol, Hilmar Orn Hilmarson, músico islandês, e andreas mosengen, astronauta dinamarquês que, em Setembro, parte para o espaço. Haverá outros, possivelmente, sendo estes nada mais, nada menos do que o Papa Francisco e a Presidente brasileira – ou presidenta, como prefere ser chamada – Dilma rousseff.

“Foi a própria [Dilma] quem, numa ocasião pública, mostrou in-teresse em participar no filme. Ela conhece o [documentário] ‘José e Pilar’, é uma grande fã. aliás ela evocou uma vez o discurso da Pilar, sobre a questão da ‘presidenta’”, conta-nos o realizador, com um sorriso de orelha a orelha.

A decisão de filmar personalida-des é explicada com algo que ainda não é explicável: precisamente o que é ser humano.

“A ideia é o filme funcionar como uma espécie de cápsula do tempo, que tenta cristalizar num filme – e em duas horas – o mundo esqui-

zofrénico, belo e horrendo em que vivemos. Precisávamos de ter várias perspectivas sobre esse mundo, para não dizermos ‘esta é que é a certa’. Precisávamos de ter várias culturas, para percebermos como vivem, e também de ter vários patamares de

olhar. Temos a mania de achar que os nossos heróis, os actores, os polí-ticos, são pessoas sagradas, quando na realidade, são tão como nós, têm tantos medos como nós e, às vezes, são mais infelizes do que nós.”

Giovane, um cartógrafo do interior do Brasil que representa pela primeira vez, dá-nos, então, o olhar de um cidadão comum. Um olhar que, numa volta ao mundo, “é quase virginal”. Cabe aos outros, às chamadas figuras públicas, mostrar--nos a diferença entre a imagem que vemos e a privada. Mas, o objectivo é que todos – incluindo quem vê o filme – inicie essa grande dissertação sobre “o que nos faz estar aqui, o que nos faz estar vivos”.

uma doença quaSe deSconhecidaPara fazer mais um documentário, miguel Gonçalves mendes e a sua equipa não descuraram a pesquisa. Foram mais de 60 os portadores de Paramiloidose Familiar entrevistados, dentre os quais foi escolhido Giovane. Com 28 anos, é portador da doença à semelhança do seu irmão e da mãe, que ambos viram “lutar durante dez anos” contra a enfermidade. Giovane

espera, agora, um transplante de fígado, algo que deverá acontecer daqui a meio ano. Entretanto, lutando contra uma doença que se manifesta com o definhar do corpo perfeitamente consciente – já que não afecta o cérebro -, o jovem vai descobrindo a Índia, Macau, Portugal, malta, Nepal, Omã e tantos outros sítios, até ao Pólo Sul.

“É desagradável, é óbvio que pesa”, diz-nos Miguel Mendes, quando questionado sobre o esta-do de espírito da figura principal durante o percurso. “Ele tem uma condição particular, mas também tem tendência para não se vitimi-zar. Olha de uma forma correcta para vida. aproveita o máximo de oportunidades que surgem.”

O segredo para isto – talvez - possa estar no facto de algumas pessoas terem em cima de si o peso da morte, mais do que qualquer ou-tra pessoa. “Todos temos, é óbvio. mas com uma doença, há uma coisa que pesa mais, e a sofreguidão com que se recebe a vida é muito maior do que a forma burguesa que nós [recebemos], que estamos para aqui a beber cervejas e a queixar-nos dos

Cinema Miguel gonçalves Mendes passa por Macau eM novo docuMentário filMado à volta do Mundo

“O Sentido da Vida”Qual é o sentido da vida? Podíamos subir ao mundo da filosofia e debruçar-nos sobre o significado da existência humana. Podíamos referir-nos aos britânicos Monty Python e à sua cómica tentativa de explicar essa existência. mas deixamos isso para miguel Gonçalves mendes e o seu novo documentário “O Sentido da Vida”, que está, neste preciso momento, a ser rodado em macau

Page 11: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

11 eventoshoje macau quarta-feira 15.4.2015

Concrete/Lotus Festade apresentação de novo álbum

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

diálogoS com joSé SaRamago• Carlos reisJosé Saramago entrevistado por Carlos Reis. Um registo de testemunhos realizado durante cerca de sete horas em que o professor universitário questiona o criador de Blimunda sobre a formação, a aprendizagem, a pro-fissão e a condição de escritor. Sobre a História como experiência.

RoSTo pRecáRio • eugénio de andradePara Eugénio, antibiografista e fingidor, o poeta “nega onde outros afirmam, desoculta o que outros escondem”, e é nesta medida que a escrita representa “uma forma de encontro com o próprio rosto”. Ecce Poeta, parece dizer cada texto. Eis o Poeta: fiel ao Homem, à Terra, à Palavra e ao seu Rosto. Nada efémero, nada precário.» Joana Matos Frias.

Cinema Miguel gonçalves Mendes passa por Macau eM novo docuMentário filMado à volta do Mundo

“O Sentido da Vida”

nossos problemas e a queixar-nos sobre a vida. É quase um alerta para as pessoas”, explica Miguel Mendes, acrescentando que um dos objectivos do filme é também mostrar a doença, tão desconhecida em alguns sítios e tão apta a ser diagnosticada erradamente.

em todo o mundoEm Macau, o documentário vai ser filmado no casino MGM, mas também noutros locais da cidade. A questão sobre se se sente a mistura de culturas e a presença portuguesa quando se põe pé no território pode parecer cliché, mas

é tão necessária quanto perguntar se Miguel e todos os que o acom-panham já descobriram, durante estas filmagens, o sentido da vida.

“Acho que uma das coisas mais belas da humanidade tem exacta-mente a ver com a miscigenação e a mistura de culturas, da qual sou um fervoroso adepto. Macau é símbolo disso, com tudo de bom e mau que tem, tal como a humanidade. An-damos ali no Leal Senado e parece que estamos numa cidade litoral do Brasil”, diz-nos o realizador em resposta à primeira.

“Podia estar aqui a dizer que é incrível e que já descobri a origem do universo”, confessa-nos, face à segunda questão. “As condições são precárias, apesar do projecto ser muito caro. Não há grande tempo para grandes descobertas ou devaneios poético-psicadélicos.”

É a quem vê que vai caber, então, essa descoberta. Essa é, aliás, a ideia da narrativa d’ “O Sentido da Vida”.

“Toda a nossa construção narrati-va é para isso. Para essa descoberta. É isso que, no fundo, as pessoas verão. Ainda que tenha havido várias certezas que encontramos ao longo do caminho.”

Uma dessas certezas é que o tra-balho é desgastante e cansativo, mas “obviamente” muito gratificante.

“Passando o lado profissional, há um lado particular muito especial onde seis pessoas vão estar a viver juntas e vão estar a fazer coisas que não fariam se não fossem razões profissionais: dar a volta ao mundo sem aviões. E o facto de não ter avião altera a forma de aprender a realidade. Isto porque hoje em dia somos quase hologramas, saltamos de um ponto para o outro e não há modelação do que são os resquícios de cultura que ficam de um país para o outro, de um continente para o outro.”

Nesse sentido, diz-nos Miguel Mendes, é curioso chegar a Macau, devido precisamente a essa simbiose de várias culturas, mas também de vários tempos: “de um mundo pas-sado e de um actual, mais voraz”.

A passagem dos portugueses pelos diversos locais onde também a equipa d’ “O Sentido da Vida” passou é óbvia, mas o filme retrata também um lado negativo deste partir à descoberta. Um lado a que Miguel Mendes não dá uma impor-tância exacerbada, mas que também não descarta.

“Está na altura de resolvermos os nossos passados históricos e sobre-

tudo reconhecer o muito de mau que fizemos. A premissa desta viagem parte de um ponto de reconhecimento. Enquanto achamos muito giro estar a andar em Macau e ter calçada portuguesa, a verdade é que nos 500 anos que permitiram isso também houve vários conflitos. Por essência, esperamos que a humanidade faça o bem, mas isso não acontece ao longo da História. Tudo de bom e mau que existe nos dias de hoje é resultado de um processo histórico, onde a moral não era a mesma dos dias de hoje. Talvez a doença seja a desculpa perfeita para estar a falar disso sem parecer saudosista e mostrar ao resto do mundo as relações com Macau, por exemplo.”

Produções de PesoCom 36 anos, Miguel Mendes foi o realizador mais jovem a ser indicado para uma nomeação para um Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, com o documentário sobre José Saramago, ‘José e Pilar’, em 2012. A nomeação não chegou, “infelizmente”, a existir, mas as críticas sobre o filme foram bastante positivas.

Com a Jumpcut, produtora de ci-nema e teatro da qual é sócio-gerente, Miguel Gonçalves Mendes junta-se à O2 Filmes e a Fernando Meirelles, realizador do filme brasileiro ‘Cida-de de Deus’ para a produção deste filme. “É um privilégio ele ser um dos co-produtores”, realça Mendes.

A dificuldade na obtenção de apoios ainda continua a ser um pro-blema, já que “em tempos de crise, a cultura deixa de ser ainda menos prioritária”. Mas, por agora, filmar é o único objectivo em mente.

Segue-se Xangai e um ferry até ao Japão. Um barco cargueiro até aos EUA e uma viagem de carro pela América do Norte e do Sul até à Patagónia. Com um filme que quer ser “um retrato do mundo con-temporâneo”, belo e horrendo, que nos faça perceber “o que realmente nos move”, Miguel Gonçalves Mendes tem ainda dois anos de trabalho pela frente.

A estreia d’ “O Sentido da Vida” – um documentá-rio que pretende que o seu público se reveja como os homens que somos – dá--se em 2017. Para Miguel Gonçalves Mendes e a sua equipa, as filmagens acabam daqui a uns meses, em Julho, no frio do Pólo Sul.

O projecto Concrete/Lotus, do músico de Macau Kelsey

Wilhelm, apresenta oficialmente este sábado o primeiro álbum e videoclip. O EP ‘Battles Won, Petals Wilted’ foi lançado online a 1 de Abril e será apresentado em formato físico no dia 18.

No mesmo dia, vai ainda ser apresentado pela primeira vez aquele que é também o video-clip de estreia da banda, para a música ‘Odyssey’. Realizado por Kenny Leong, um cinematógrafo local conhecido pelos vídeos que faz para o canal MOME e

pelas curtas-metragens ‘Pissed Off Man’, o vídeo conta com a presença de diversos artistas locais. Já ‘Odyssey’ inclui a participação especial de Max Bessmertnyi, realizador local que também se dedica à música, e 2Ez, um músico australiano radicado no território.

O projecto Concrete/Lotus, de Kelsey Wilhelm, nasceu em Macau há cerca de três anos, tendo participado no Festival Fringe, no Beishan World Music Festival, em Zhuhai, no Jazz & Blues Festival do Venetian e no Secret Island Party de Hong Kong.

O primeiro álbum - “Battles Won, Petals Wilted” - conta com a participação de Abbi Mitchell-

-Morley, Joana de Freitas, Max Bessmertnyi e 2Ez. O

EP de apresentação inclui quatro músicas: ‘Want’, ‘Rain’, ‘White Noise’ e ‘Odyssey’.

A festa oficial de lançamento tem lugar sábado, dia 18 de Abril, a partir da 21h00, no CaoBox2, no 4º andar

do número 35 da Avenida do Almirante Lacerda. A

entrada é livre e o evento conta ainda com a apresenta-

ção exclusiva de novo material do projecto Concrete/Lotus.

Page 12: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

12 china hoje macau quarta-feira 15.4.2015

O presidente da Comis-são Parlamentar dos Negócios Estrangei-ros e Comunidades

Portuguesas, o deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, afirmou ontem não ter “nenhuma objecção” ao investimento chinês em Portugal e classificou a China como “uma potência tranquila”.

“Não vejo nenhuma razão para Portugal se opor à presença chine-sa, ou à presença angolana ou de qualquer outro país com os quais tem uma relação histórica antiga”, disse Sousa Pinto à agência Lusa em Pequim.

“Não tenho nenhuma objecção ao investimento chinês em Portu-gal ou ao investimento português na China. A questão é saber se certas empresas estratégicas portuguesas podem ser alienadas para chineses, russos, alemães ou congoleses. Não interessa a nacio-nalidade”, acrescentou.

Sousa Pinto chegou no sábado passado a Pequim, acompanhado pelos deputados Ricardo Baptista Leite (PSD), Carla Cruz (PCP) e Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP).

Trata-se da primeira visita à China de uma delegação da Comissão Parlamentar dos Negó-cios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e incluiu contactos com responsáveis da Assembleia Nacional Popular, Ministério dos Negócios Estrangeiros e Depar-tamento Internacional do Partido Comunista Chinês.

O objectivo é “favorecer a aproximação” entre políticos dos dois países, “numa altura em que as relações Portugal-China tendem a intensificar-se no plano económi-co”, indicou Sousa Pinto.

“A China tem que ser um fenó-meno menos desconhecido por Por-tugal” e, neste aspecto, “a diplomacia

Sérgio SouSa Pinto China é “uma potênCia tranquila”

Entusiasmo lusitano

“A China é uma potência tranquila, que procura desenvolver relações amistosas como resto do mundo e favorecer uma prosperidade comum”

O líder da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas que está de visita a Pequim manifestou-se entusiasmado com a ascensão do gigante asiático no panorama internacional

parlamentar é muito importante”, defendeu o deputado socialista.

Segundo referiu, os interlo-cutores da delegação portuguesa estavam “muito bem informados acerca de Portugal”.

“A China vê Portugal como um parceiro e um país amigo e acha que as relações com Portugal têm um potencial de desenvolvimento muito grande”, afirmou.

Nas declarações à agência Lusa, Sérgio Sousa Pinto disse

também acompanhar com “enorme entusiasmo” a ascensão internacio-nal da China.

“A China é uma potência tran-quila, que procura desenvolver relações amistosas com o resto do mundo e favorecer uma prosperi-dade comum”, argumentou.

Questão de identidade“Todos gostaríamos que, no plano politico, a China fosse mais parecida com a Suécia, mas a China é a China

e ao Ocidente falta, muitas vezes, humildade para perceber que a China não precisa de estar permanentemen-te a receber lições”, disse Sousa Pinto à agência Lusa em Pequim.

Para Sousa Pinto, a China é “um imenso bloco humano” que, “independentemente dos regimes”, conseguiu “preservar a sua capacidade enquanto actor politico e progredir no sentido do desenvolvimento humano”.

“Não interessa saber se este regime é comunista ou é um neo--mandarinato burocrático. O que interessa é que esta enorme massa humana se libertou das experiên-cias imperialistas europeias do século XIX, que foram um dos episódios mais lastimosos do Ocidente”, afirmou.

“ A China é a China e ao Ocidente falta, muitas vezes, humildade para perceber que a China não precisa de estar permanentemente a receber lições”

A trajectória da China constitui “um êxito histórico” que “o mun-do deve olhar com admiração”, acrescentou.

Relações felizesNas declarações à agência Lusa, o deputado socialista realçou também que “Portugal e a China mantêm há 500 anos uma relação mutuamente vantajosa, com base no pragmatis-mo e no respeito mutuo”.

Referindo-se a Macau, Sousa Pinto afirmou que aquele território representa “a experiência mais feliz que a China teve com uma potência ocidental”.

“Portugal é um país muito par-ticular, com uma cultura universal e intensas relações afectivas com países de todos os continentes, e a China sabe disso”, rematou.

Além de Pequim, a delegação visitará Tianjin, a cerca de 150 quilómetros da capital chinesa, regressando a Lisboa na próxima quinta-feira.

Nos últimos quatro anos, a China foi dos países que mais investiu em Portugal, comprando participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, e tornou-se também um mercado de crescente importância para as exportações portuguesas.

Pelas contas da Administração--Geral das Alfândegas Chinesas, em 2014 as exportações portugue-sas para a China cresceram cerca de 19%, atingindo a soma recorde de 1.665 milhões de dólares.

Page 13: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

13 chinahoje macau quarta-feira 15.4.2015

G rupos defen-sores de direi-tos humanos saudaram a

libertação na China de cin-co activistas chinesas dos direitos das mulheres, cuja detenção, por mais de um mês, motivou apelos da diplomacia europeia e norte--americana, mas mantêm preocupação sobre estes casos.

As cinco feministas, com idades entre os 20 e 30 e poucos anos, ficaram sob custódia da polícia pouco antes do Dia In-ternacional da Mulher, quando preparavam a distribuição de panfletos sobre assédio sexual nos transportes públicos.

A Comissão Europeia, o secretário de Estado norte--americano John Kerry e a sua antecessora Hillary Clinton, tinham antes ape-lado à libertação das cinco mulheres, mas pequim dis-se tratar-se de um assunto interno.

As cinco mulheres fo-ram libertadas na segunda--feira, dia apontado por advogados chineses como a data limite para serem apresentadas acusações contra as activistas.

Mas Liang Xiaojun, um dos advogados das mulhe-res, advertiu: “Aos olhos da polícia, elas continuam a

ActivistAs sAúdAm libertAção de feministAs

Liberdade limitada

“Aos olhosda polícia, elas continuama ser suspeitas (…) Elas têm de informar regularmente as autoridades sobre o seu paradeiro”Liang Xiaojun advogado

ser suspeitas (…) Elas têm de informar regularmente as autoridades sobre o seu paradeiro”.

William Nee, inves-tigador para a China da Amnistia Internacional, disse que a libertação das cinco mulheres era “um incentivo encorajador”, mas acrescentou: “As autoridades devem agora retirar todas as acusações e restrições contra estas mulheres”.

para William Nee, as mulheres “deveriam ser livres de promoverem a de-fesa dos direitos humanos sem medo de intimidação ou ameaça de detenção”.

“No entanto, a realidade hoje em dia é que os acti-

vistas são sistematicamente vigiados, ameaçados e suprimidos”, afirmou.

Detenções preventivasAs detenções das cinco mulheres ocorreram no que pareceu ser um esforço do governo chinês para anular protestos públicos associa-dos ao feriado de 8 de Março.

Li Tingting, uma jovem activista conhecida por promover iniciativas de protesto em casas de banho masculinas públicas para reclamar estas instalações para as mulheres, foi levada de sua casa, em pequim, no dia 7 de Março, de acordo com a sua advogada.

Li organizou protestos em pequim e na metrópole de Guangzhou, no sul da China, há três anos, durante os quais ela e outras mulheres “ocu-param” lavabos masculinos. Com frequência, Li exige a igualdade de género.

outra activista, Zheng Churan, também foi re-tirada da sua casa, em Guangzhou.

As outras três mulheres detidas chamam-se Wu rongrong, Wei Tingting e Wang Man.

As activistas preten-diam distribuir nos trans-portes públicos autocolan-tes com a frase: “polícia: prendam os que praticam assédio sexual”.

pub

Page 14: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

14

harte

s, l

etra

s e

idei

as

hoje macau quarta-feira 15.4.2015

WANG CHONG 王充 OS DiScurSOS POnDeraDOS De WanG cHOnG

Invenções sobre a morte – 14 & 15

O rei Ji [pai do rei Wen, fundador da dinastia Zhou] foi enterrado no sopé do Monte Hua. As águas do rio Luan erodiram o seu túmulo, ficando uma parte do caixão bem visível. O rei Wen disse: “Oh! O defunto rei deseja sem dúvida receber a multidão dos seus funcionário e povo! Por isso, terá pedido ao rio Luan para expor o seu caixão”. Assim, rei Wen deixou seu palácio e deu audiências ao lado do caixão. Dessa forma, o povo pode desfilar frente ao caixão. Só ao fim de três dias fez mudar a sepultura. O rei Wen era um sábio, um homem que compreendia o curso das coisas e a sua verdadeira natureza [NT – deve-se a Wen a homónima Sequência Wen do I Ching] . Quando o caixão apareceu, terá reconhecido que os espíritos subtis de Ji desejavam ver o povo e, assim, deixou a corte para que o povo pudesse desfilar à sua frente.

* * *

A isto respondo: desde a antiguidade até aos nossos dias, uma miríade de soberanos morreram e foram enterrados, mas nenhum manifestou o desejo de rever os seus súbditos. Porque seria o rei Jin a excepção?Nas margens do rio Amarelo e do Si, o que não falta são túmulos e caixões expostos pelas derrocadas causadas por chuvas torrenciais. Será que os ocupantes destes caixões queriam todos rever o seu povo? Neste aspecto, o sopé do Monte Hua, onde se lançam as águas do Luan, nada difere das margens por onde correm o rio Amarelo e o rio Si.O rei Wen, vendo aparecer uma parte do caixão, afligiu-se e foi tomado de piedade: eis a razão de ter pensado que o falecido rei exprimia assim o desejo de rever o seu povo. O rei Wen deu apenas azo à sua piedade filial e às suas esperanças: quando os sábios se afligem, esquecem-se de reflectir, raciocinando sobre os mortos como se raciocinassem sobre os vivos. Foi por isso que fez enterrar novamente o rei Ji. E o povo acredita no que dizem os sábios: eis porque se diz que o rei Ji desejava rever os seus súbditos.

Tradução de Rui CascaisIlustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

Page 15: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

15 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 15.4.2015

O que não falta são túmulos e caixões expostos.

Page 16: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

16 desporto hoje macau quarta-feira 15.4.2015

pub

1. Entidade que põe a obra a concurso: Serviços de Saúde.2. Modalidade de concurso: Concurso Público.3. Local de execução da obra: Centro Hospitalar Conde de São Januário.4. Objecto da Empreitada: Realização da Obra de Substituição de Equipamentos das Casas de Banho Públicas do Edifício de Internamento.5. Prazo máximo de execução: 300 (trezentos) dias.6. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de 90 (noventa) dias, a contar da data do Acto Público do Concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.7. Tipo de empreitada: A empreitada é por Série de Preços.8. Caução provisória: MOP 100 000,00 (cem mil patacas), a prestar mediante depósito em numerário, garantia bancária ou seguro-caução nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço Base: Não há.11. Condições de admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde, que se situa no r/c do Edifício do Centro Hospitalar Conde de São Januário; Dia e hora limite: Dia 26 de Maio de 2015 (Terça-feira), até às 17:45 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de força maior, a data e a hora estabelecidas para a entrega de propostas, serão adiadas para o primeiro dia útil seguinte, à mesma hora. 13. Local, dia e hora do acto público: Local: Sala do «Museu» situada junto ao Centro Hospitalar Conde de São Januário; Dia e hora: Dia 27 de Maio de 2015 (Quarta-feira), pelas 10:00 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas do concurso público, serão adiadas para a mesma hora do dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.14. Visita às instalações: Os concorrentes deverão comparecer no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 21 de Abril de 2015 (Terça-feira), às 15:00 horas, para visita ao local da obra a que se destina o objecto deste concurso.15. Local, hora e preço para consulta do processo e obtenção da cópia: Local: Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar. Hora: Horário de expediente (das 9:00 às 13:00 horas e das 14:30 às 17:30 horas). Preço: MOP 92,00 (noventa e duas patacas), local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde.16. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:

A Preço razoável 40%B Programa de execução da obra 15%C Progresso do projecto e o prazo de execução 15%D Experiência em execução das obras 15%E Materiais e equipamentos duradouros e de boa qualidade. 10%F Integridade e honestidade 5%

17. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, a partir de 15 de Abril de 2015 (Quarta-feira) até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Serviços de Saúde, aos 9 de Abril de 2015

O DirectorLei Chin Ion

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.º 11/P/15

Obra de Substituição de Equipamentos das Casas de Banho Públicas do Edifício de Internamento

AnúncioFaz-se saber que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para a Economia e Finanças, de 13 de Fevereiro de 2015, foi determinada a abertura do Concurso Público n.º 2/CP/DSF-DAF/2015, para o fornecimento de um sistema de gestão de filas de espera e atendimento para a Direcção dos Serviços de Finanças.O respectivo programa do concurso e o caderno de encargos encontram-se disponíveis, para efeitos de consulta, durante o horário de expediente, no 14.º andar do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau, a partir da data de publicação deste anúncio no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, e também disponíveis, gratuitamente, a partir da mesma data, na <<homepage>> desta Direcção de Serviços (http://www.dsf.gov.mo).As propostas devem ser entregues até às 12,00 horas da manhã do dia 01 de Junho de 2015, na Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, sita no 14.º andar do “Edifício Finanças”.É obrigatória a prestação de uma caução provisória a favor da RAEM, no valor de $60 000,00 (sessenta mil patacas), a qual se destina a garantir o exacto e pontual cumprimento das obrigações que assumem com a apresentação da proposta. A caução provisória pode ser feita por depósito em dinheiro, para o que se deve solicitar a respectiva guia de depósito na Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, ou mediante garantia bancária.

O acto público do concurso realiza-se no dia 02 de Junho de 2015, pelas 10,30 horas, no Auditório da Cave do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande n.ºs 575, 579 e 585, em Macau. Em caso de encerramento destes Serviços por motivos de tempestade ou de outros de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas ou a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso, são transferidos para o primeiro dia útil seguinte.No critério que preside à adjudicação consideram-se os seguintes factores com a ponderação que se indica:a) Qualidade e tecnologia de desenvolvimento do sistema da solução proposta (25%);b) Qualificação profissional, capacidade técnica e financeira da equipa (20%);c) Historial da empresa e experiência relevante em projectos semelhantes (15%);d) Preço proposto (incluindo o preço e manutenção do hardware e do software) (30%);e) Serviço de apoio (5%);f) Plano de formação (5%);

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 9 de Abril de 2015.

A Directora dos Serviços, Vitória Alice Maria da Conceição.

AnúncioFaz-se saber que, em relação ao concurso público para a prestação de aplicações em dispositivos móveis da Direcção dos Serviços de Finanças, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 11, II Série, de 18 de Março de 2015, forma prestados esclarecimentos, nos termos do n.º 2 do artigo 7.º do programa do concurso, pela entidade que o realiza e que a juntam ao respectivo processo.

Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para efeitos de consulta durante o

horário de expediente, na Divisão Administrativa e Financeira, sita no 14.º andar do Edifício Finanças, na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau, e também disponíveis na <<homepage>> desta Direcção de Serviços (http://www.dsf.gov.mo).

Direcção dos Serviços de Finanças,aos 9 de Abril de 2015.

A Directora dos Serviços,Vitória Alice Maria da Conceição.

NuNo Travassosin Mais Futebol

A grande virtude do Bay- ern é toda a sua ideia de jogo. Podem mudar os nomes, e Pep Guardiola

tem muitos elementos indisponí-veis, mas as ideias são sempre as mesmas. Uma filosofia de posse de bola, de controlo do jogo. É, a par do Barcelona (não é coincidência), a equipa que mais tempo conser-va a bola no futebol europeu (61 por cento na Bundesliga e 64 por cento na Liga dos Campeões). Um futebol apoiado, com enorme mo-bilidade, de forma a criar sempre linhas de passe para o portador da bola, e que facilmente permite à equipa alemã instalar-se no meio--campo contrário. Aí explora os espaços de forma muito inteligente, à procura do passe vertical que vai criar desequilíbrios, mas também com a inteligência de tocar para o lado ou até para trás se essa for a melhor forma de conservar a bola. Não é uma demonstração de fraqueza, mas sim a convicção de

Bayern no Dragão com várias Baixas mas igual filosofia

A identidade não mudaque a melhor estratégia não é ter a bola longe da sua baliza. É ter a bola. E por isso a preocupação é jogar sempre curto, seja no meio--campo ou na área defensiva. O difícil torna-se fácil. E o que parece fácil fica difícil de copiar.

ponto fraco: exposição defensiva A forma de jogar do Bayern im-plica um balanceamento ofensivo que os adversários procuram na-turalmente explorar. Não se pode falar em risco, pois risco maior é deixar o destino nas mãos (ou nos pés) do adversário. Mas ao assumir sempre o controlo do jogo, ao invadir constantemente o meio-campo contrário com dez unidades, a equipa alemã expõe-se. Conscientemente, por sentir que há mais vantagens do que desvanta-gens nessa postura. E os números dão-lhe razão, dada a melhor média de golos sofridos entre as cinco principais ligas europeias (média de 0,46 golo por jogo). Mas aqui e ali o Bayern é «enganado» em contra-ataque. A equipa procura reagir de imediato à perda de bola e pressionar o portador da bola para que este não tenha tempo de lançar a transição. Tanto para criar soluções de passe como para reagir à perda de bola, a prioridade é ter a equipa compacta, mesmo que isso implique ter a linha defensiva um ou dois metros à frente da linha de

meio-campo. Se o adversário tiver espaço para levantar a cabeça pode então lançar uma unidade rápida na frente, o que por vezes é até mais eficaz do que uma saída pelos corredores laterais. Ainda que essa possa ser também uma estratégia a utilizar pelo FC Porto, tendo em conta que os laterais do Bayern projectam-se muito ofensivamen-te, ou então aparecem no espaço interior junto ao médio defensivo.

a figura: arjen robben Podia ser Neuer, Lahm, Xabi, Schweinsteiger, Götze, Ribéry, Müller ou Lewandowski (o que atesta a qualidade do plantel), mas ficamos com Robben. Mesmo que o holandês falhe a primeira mão (pode jogar na segunda, e esta análise perspectiva a eliminatória e não apenas um jogo). E ao falarmos de Robben surge sempre a mesma questão: qual seria o seu patamar se não fossem os constantes lesões? O holandês entra no jogo de fute-bol apoiado e de toque curto do Bayern, no qual pouca gente tem «autorização» para dar mais do que dois ou três toques, mas depois é ele também que tem a capacidade para dar o «safanão» no jogo. De-sequilibrar com a bola conduzida, nomeadamente com aquele movi-mento da linha para a zona central que toda a gente conhece mas que resulta tantas e tantas vezes.

Page 17: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

HojePintura ao vivo Por Pakeong Sequeira

galeria da Fundação rui Cunha, das 10h00 às 19h00

Entrada livre

Sábado aPreSentação do eP da banda ConCrete/LotuS

Caobox, avenida do almirante Lacerda

Entrada livre

FeStivaL de MúSiCa do Mundo de beiSHan

beishan, Zhuhai, 17h00

Bilhetes a 99 patacas

domingo FeStivaL de MúSiCa do Mundo de beiSHan

beishan, Zhuhai, 14h00

Bilhetes a 99 patacas

diariamente exPoSição de FotograFia de erwin oLaF

(até 8 de Maio)

Casa garden

Entrada livre

exPoSição “LandFaLL”, de eriC Fok (até 25 abriL)

art for all

Entrada livre

exPoSição “HoMenageM a MeStreS inSPiradoreS”

(até 10 de Maio)

armazém do boi

Entrada livre

exPoSição “vaLquíria”,

de Joana vaSConCeLoS (até 31 de outubro)

MgM Macau, grande Praça

Entrada livre

17hoje macau quarta-feira 15.4.2015 (F)utilidadestempo pouco nublado min 19 max 27 hum 30-75% • euro 8 .4 baht 0 .2 yuan 1 .2

João Corvo fonte da inveja

C i n e m aCineteatro

O que fazer esta semana

AcontEcEu HojE 15 de abriL

nasce Leonardo da Vinci• Neste dia, em 1452, nasce Leonardo da Vinci, artista italiano do renascentismo. Leonardo di Ser Piero da vinci foi um das figuras mais importantes do alto renascimento, mas também se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, arquitecto, botânico, poeta e músico.é ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística, sendo descrito frequentemente como o tipo de homem cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção.apesar da sua intervenção em vários campos, que lhe vale a caracterização de pessoa dotada dos talentos mais diversos, é na pintura que mais se destaca, sendo considerado um dos maiores pintores de todos os tempos. duas de suas obras, a Mona Lisa e a última Ceia, estão entre as pinturas mais famosas, mais reproduzidas e mais parodiadas de todos os tempos. o desenho do Homem vitruviano, feito por Leonardo, também é tido como um ícone cultural. Cerca de quinze de suas pinturas sobreviveram até os dias de hoje e o número pequeno deve-se às suas experiências constantes — e frequentemente desastrosas — com novas técnicas. nascido como filho ilegítimo de um notário, Piero da vinci, e de uma camponesa, Caterina, em vinci, na região da Florença, foi educado no ateliê do renomado pintor floren-tino, verrocchio. Passou a maior parte do início de sua vida profissional a serviço de Ludovico Sforza (Ludovico il Moro), em Milão; trabalhou posteriormente em veneza, roma e bolonha, e passou os seus últimos dias em França, numa casa que lhe foi presenteada pelo rei Francisco i.num estudo realizado em 1926 o seu qi foi estimado em cerca de 180.1. da vinci morreu a 2 de Maio de 1519. neste dia, mas em 1945 dá-se ainda a libertação do campo de concentração de bergen-belsen pelas tropas britânicas. Cerca de 20 anos depois, é feita a primeira grande manifestação nos eua contra a guerra do vietname. também nos eua, mas em 2013, dá-se, neste dia, o atentado à bomba na Maratona de boston. em 2005, no Porto, é inaugurada a Casa da Música.

a história aconteceu na alemanha Ocidental nos idos anos 80: marianne Bachmeier matou a tiro o homem que lhe assassinou a filha menor, em plena sala de audiências. Neste livro, publicado pelo Círculo de Leitores e já com pouca circulação no mercado, Heiko Gebhardt conta a história desta mãe para quem a vida não foi fácil: espancada pelo padrasto em criança, violada uma vez pelo vizinho, Marianne sobreviveu de forma pouco usual e aceite na época. Teve filhos que não quis, mas o destino tirou-lhe o único com

quem teve maior proximidade. Heiko Gebhardt, jornalista da revista Stern, fez o livro com base em entrevistas realizadas com Marianne na prisão. - Andreia Sofia Silva

“A mãE dE AnnA”(HEiko GEBHArdt, círcuLo dE LEitorES)

U m l i v r O H o j e

Sala 1faSt and furiouS 7 [c]Filme de: Jame wanCom: Paul walker, vin diesel, dwayne Johnson14.15, 16.45, 21.45

faSt and furiouS 7 [3d] [c]Filme de: Jame wanCom: Paul walker, vin diesel, dwayne Johnson19.15

Sala 2two thumbS up [c]Filme de: Lau Ho-ieungCom: Francis ng, Simon Yam, Leo ku, Patrick tam, Cheng Ho-nam14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 3Sponge bob movie: Sponge out of the water [a]FaLado eM CantonêSFilme de: Paul tibbitt16.00

Sponge bob movie: Sponge out of the water [3d] [a]FaLado eM CantonêSFilme de: Paul tibbitt21.30

home [a]FaLado eM CantonêSFilme de: tim Johnson14.15, 17.45, 19.30

?

Para não ser assim ou assado, ou frito ou cozido,resta-me ser um animal em fuga.

Page 18: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

18 opinião hoje macau quarta-feira 15.4.2015

A s férias são salutares. Retiram--nos da obssessiva repetição do quotidiano, da urbano-fagia que assalta sobretudo os que têm consciência da impor-tância do ócio no sentido não apenas do lazer, mas do tempo dedicado ao pensamento e à reflexão enquanto alternativa ao trabalho, apesar de estarmos

às portas da era robótica.Pequenas férias servem para curtas via-

gens, em busca de paraísos para o espírito e, porque não, para o corpo. E se há férias e paraísos, conjugemos também aspectos culturais que satisfaçam algumas outras aspirações.

Hôi An fica praticamente a meio, em termos de latitude, do Vietname, virada para oriente.

António de Faria, um português, tinha de passar pelo Vietname, mais propriamente por Danang, em 1535, onde tentou estabelecer um entreposto. Por seu turno, o senhor de Nguyen, de sua graça Nguyen Hoàn, decidiu fundar Hôi An em 1595. No século XVIII Hôi An era considerado por chineses e nipónicos como o melhor destino para o comércio em todo o sudeste Asiático.

A cidade tornou-se proeminente como um poderoso ponto exclusivo de permutas entre a Europa, China, Índia e Japão, espe-cialmente para a cerâmica.

Em 1999 a velha cidade foi declarada Património Mundial da Humanidade pela Unesco.

A cidade converteu-se num ponto de demanda turística. Toda a velha cidade está

Este Vietname é de gente modesta e digna, como aquele senhor de certa idade, que levando na mão um balde de tinta para retocar uma parede do hotel me disse com um sorriso bondoso “good day sir, good luck to you”

Autenticidadespreservada, rodeada de hotéis boutique ou de “resorts” que capitalizam do clima e do turismo que busca a comida e a velha cidade tão igual ao que sempre terá sido, dotada de uma arquitectura híbrida, fruto de encontros de culturas, onde predomina o ocre tão comum à velha Macau.

Toda a velha cidade transpira autenticidade, essa genuinidade natural que vem do fundo da alma. Fazem-se estranhos rituais às portas das casas tornadas lojas. Lança-se arroz ao chão e uns grãos multi-colores. Acendem-se paus de incenso, reza-se com brevidade, queimam-se papéis aos montes em recipientes apropriados. Depois varre-se o que se sujou, um sorriso nos lábios, uma pureza de alma.

Ali mesmo ao pé uns seis ou oito idosos vestidos de cinzento claro passeiam em grupo, agarrados uns aos outros.

O dinheiro não é tanto assim para que se tenham convertido à arrogância. Pelo con-trário, os sorrisos são genuínos, o civismo é muito e o cuidado maior. Ainda se vive numa velha cidade com hábitos comunitá-rios, apesar de invadida por estrangeiros.

Velhas casas magníficas, pelo que têm de autêntico, tornadas restaurantes, oferecem não apenas comida vietnamita mas também sim-páticos cursos de culinária. E então, quando o comércio encerra e os produtos são retirados, as ruas e as casas resplandecem ainda mais pelo seu integral regresso às origens.

Num hotel, Thuy é uma das empre-gadas. Tem malares de homem, dentes grandes, usa o cabelo enrolado dentro de uma rede. Não sei se lhe sei a idade. Quarenta, talvez. Confessou que era de Hôi An, num bom inglês, entre um “good

morning sir” e “you want coffee or tea?”. Quase toda a gente fala inglês ou então opera este milagre de saber comunicar de uma forma ou de outra.

Vi gente de todas as idades dedicada às mais diversas formas de comércio, do mercado ao restaurante, dos souvenirs aos

urbanidadesAntónio ConCeição Júnior

“bric a brac”, passando pelas inevitáveis e muito proclamadas lojas onde o visitante poderá fazer roupa.

No rio, os barcos levam turistas a olhar a paisagem. Os táxis, limpos, são conduzidos por motoristas fardados. Os guias turísticos, plenamente identificados pelo seu cartão, falam as mais diversas línguas. são parcos nos preços. Pode-se ir a Hué sem nos sen-tirmos espoliados.

Esta cidade possui algo que os america-nos nunca conseguiram excisar: dignidade e genuinidade. Muita da sua gente apenas pos-sui bicicletas e motociclos, mas entendem-se entre si e com os automóveis.

Este Vietname é de gente modesta e digna, como aquele senhor de certa idade, que levando na mão um balde de tinta para retocar uma pa-rede do hotel me disse com um sorriso bondoso “good day sir, good luck to you”.

Existe em Hôi An uma ponte construí-da pelos japoneses, cuja forma obedece à cultura local.

No regresso, fiquei ainda mais convencido que sempre que um ser humano toca outro torna-se um verdadeiro construtor de pontes.

Page 19: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

hoje macau quarta-feira 15.4.2015 ócios / negócios 19

O yoga tem esse lado, é bom para tudo: para o sistema respiratório, circulatório, incluindo a ligação com o emocional e mental. É uma coisa que só compreendemos vivendo

AndreiA SofiA [email protected]

T udo começou com o stress típico de um estudante universitário. Rita Gonçalves estudava em Lisboa para ser jornalista

quando começou a ir a aulas de yoga num ginásio. Aí começou a perceber os principais benefícios de uma prática que não só faz perder peso como traz mais coisas boas para o corpo e para a mente.

o “clique” para abandonar as letras e o fulgor da actualidade só surgiria anos depois, quando Rita chegou a Macau para estagiar num jornal e trabalhar. “Comecei a praticar muito, começou a tornar-se uma coisa que preenchia muito a minha semana. um dia deu-me um clique e esse bichinho ficou-me na cabeça”, conta ao HM.

Anos depois, Rita Gonçalves é pro-prietária do espaço Yogaloft, que já esteve

Yogaloft, estúdio de Yoga Rita gonçalves, pRopRietáRia

“É como se levássemoso corpo a uma oficina”

Há poucos meses abriu no coração do Leal Senado o espaço Yogaloft, exclusivamente dedicado a esta prática milenar. Rita Gonçalves fala de um negócio que “tem estado a correr maravilhosamente bem” e que, com muita pena sua, praticamente só é procurado por mulheres

localizado na Barra e que actualmente pode ser encontrado na zona do Leal Senado. o quinto andar tem janelas que deixam entrar o sol e que convidam à tranquilidade.

Meses depois da abertura, o balanço é positivo. “Tem estado a correr mara-vilhosamente bem. A adesão tem sido excelente”, conta.

Há várias modalidades de yoga, desde as mais leves, àquelas que puxam mais pelo corpo. “Em Macau há muitas pessoas que buscam a ideia de estarem mais saudáveis e fazerem desporto. Em Portugal a ideia do yoga é que é uma coisa muito calma, com movimentos lentos, mas cá as pes-soas têm ideia do yoga como uma coisa desafiante, fisicamente exigente. Então as pessoas chegam com essa vontade, para perderem peso, ter flexibilidade e tonifi-cação muscular. depois também me falam de má postura no escritório, tensão nos braços e nas mãos”, revela a professora.

Rita Gonçalves conta que o espaço é sobretudo procurado por mulheres. “Com muita pena minha, há mais mulheres. É uma prática que veio da Índia, em que punham os miúdos a aprender yoga e a estudar filosofia. Viemos dessa tradição para um extremo oposto. É curioso que as pessoas pensam que o yoga é só para as mulheres, porque há muita abertura das ancas, mas a verdade é que há posturas que são mesmo próprias para o corpo dos homens”, lembra.

E quais os benefícios de pegar num tape-te e fazer estes exercícios? Rita Gonçalves consegue enumerar uma lista infindável.

“É como se levássemos o nosso corpo a uma oficina para arranjar todos os seus mecanismos, como se fosse um carro. o yoga tem esse lado, é bom para tudo: para o sistema respiratório, circulatório, incluindo a ligação com o emocional e mental. É uma coisa que só compreen-demos vivendo. O yoga não é fitness, há um trabalho interior de libertação de stress que é muito importante.”

Rita Gonçalves acredita que, com o Yo-galoft, veio “preencher algo que não existia em Macau”. “Conheço os meus alunos e há uma relação muito íntima e isso é uma coisa que não havia muito. o meu espaço não é só

um sítio onde as pessoas chegam, praticam e vão embora”, aponta, revelando que, para já, o mercado tem oferta suficiente nesta área. “Somos quatro ou cinco ginásios ou espaços com yoga e penso que é o número que o mercado precisa.”

Tudo começou na Índiadepois do “clique” em Macau, Rita Gon-çalves partiu para a Índia para fazer o primeiro curso de yoga. desde aí que não tem parado de apostar na sua formação. “depois fui para França e Portugal, onde fiz uma formação de pilates. O yoga não é como um curso que tiramos durante cinco anos, é uma aprendizagem constante e há sempre trabalho de casa. Estou sempre a rever matéria e a ler livros. Há aquela grande ligação que é a própria experiência. Nada se compara ao facto de já me terem passado pelas mãos cerca de 200 pessoas”, conta.

Apesar de ter feito cursos de yoga, Rita Gonçalves garante que a capacidade para ensinar aquilo que aprendeu aos outros é algo que veio de si e não das aprendiza-gens que fez.

“Só quando comecei a dar aulas é que percebi que era isto, porque há muitas

pessoas que tiram o curso e não seguem a carreira de professor. As pessoas têm agora a ideia de que ser professor de yoga é muito porreiro. E é importante percebermos que não é por gostarmos de yoga que temos estofo para sermos professores. As pessoas precisam da tua energia e há uma certa energia transmitida aos alunos”, assume.

Apesar da sala do Yogaloft ter um altar budista, Rita Gonçalves considera-se uma professora “bastante terra-a-terra”. “Tenho o meu lado espiritual, fazemos mantras e tenho um altar. Mas é simples de perceber que o nosso corpo funciona com hormonas e quando começamos a fazer uma actividade física estamos a libertar certas hormonas que levam o corpo a ficar num estado mais calmo. Não é nada de esotérico.”

Rita Gonçalves não voltou a produzir notícias, apesar de considerar a hipótese de um dia vir a colaborar com a imprensa na qualidade de professora de yoga. Mas, no final de contas, a licenciatura até serviu para alguma coisa. “Agora que sou profes-sora de yoga às vezes penso que devia ter tirado motricidade humana. Mas sinto que o curso de jornalismo me preparou para isso, para comunicar com as pessoas.”

yoga

loft

Page 20: Hoje Macau 15 ABR 2015 #3310

pub

hoje macau quarta-feira 15.4.2015

A s cinco instituições pri-vadas de Macau abran-gidas pelo programa

de subsídios aos cuidados de saúde receberam do Governo, no primeiro mês de funcio-namento, 580 mil patacas por terem atendido 3600 utentes do sector público.

De acordo com dados for-necidos à agência Lusa pelos serviços de saúde (ss), em Fevereiro, no primeiro mês de funcionamento desta nova subvenção, houve um aumen-to generalizado dos doentes atendidos nas cinco instituições privadas incluídas no programa, que tem como objectivo reduzir a pressão nos serviços públicos, em especial no Hospital Conde de são Januário.

O número total de utentes atendidos em Fevereiro de 2015, face ao mesmo período de 2014, aumentou 36,7%, para 42.872, incluindo no hospital público.

No entanto, em termos pro-porcionais, o número de pessoas atendidas no são Januário dimi-nuiu dez pontos percentuais - em Fevereiro de 2014, 65,6% dos doentes recorreu ao hospital público, enquanto em 2015 foram apenas 56,5%.

Assim, em Fevereiro deste ano, foram mais os utentes que preferiram deslocar-se aos privados.

No total, as cinco institui-ções privadas e os serviços de urgência do são Januário receberam em Fevereiro de 2015 mais 11 mil doentes que no mesmo mês de 2014, mas apenas 3661 foram atendidos no hospital público, mais 17,8%. Os restantes 7841 distribuíram--se pelos privados abrangidos pelo programa de subsídios do

Saúde PrivadoS com maiS de meio milhão

A favor do públicoGoverno, com o Kiang Wu a registar o maior aumento de doentes, 3067, mais 97,8% que em Fevereiro de 2014. Este hos-pital é gerido pela Associação de Beneficência Kiang Wu, de que o actual Chefe do Executivo, Chui sai On, já foi director--executivo, sendo hoje presidida pelo deputado nomeado Fong Chi Keong.

A Clínica dos Operários re-gistou uma subida semelhante, de 2954 utentes, que representa um aumento de 51,4% em ter-mos anuais.

No topoEm termos percentuais, a ins-tituição que registou um maior aumento de doentes foi o Centro Médico son Vo da Associação de Nova Juventude Chinesa, com uma subida de 156,2%, ou de 1340 doentes, para um total de 2198.

Desde Fevereiro que o Go-verno atribui um subsídio de 230 patacas para os utentes já abran-gidos por cuidados de saúde gratuitos no sector público que se dirijam às urgências no Kiang Wu. Já as consultas externas passaram a ser subsidiadas em 110 patacas em quatro clínicas e centros médicos.

As 580 mil patacas gastas em Fevereiro fazem parte de um total de 2,7 milhões de patacas atribuídas a estas cin-co instituições, que além das já listadas incluem também o Centro Médico Povo e a Clí-nica da Associação Geral dos Chineses Ultramarinos. se o valor atribuído ao abrigo deste programa se mantiver estável ao longo do ano, serão gastos em 2015 um total de 5,8 milhões de patacas. - LuSA/HM