I - ) "Ampliao indevida" Levar a afirmao do adversrio para alm
de seus limites naturais, interpret-la do modo mais geral possvel,
tom-la no sentido mais amplo possvel e exager-la. Restringir, em
contrapartida, a prpria afirmao ao sentido mais estrito e ao limite
mais estreito possveis. Pois quanto mais geral uma afirmao se
torna, tanto mais ataques se podem dirigir a ela.
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I - ) "Ampliao indevida - Exemplo A diz que as drogas devem ser
legalizadas. B, ento diz que, como os traficantes usualmente
cometem homicdios, seqestros, extorses, etc, se as drogas forem
legalizadas, os bandidos sero anistiados de todos esses crimes.
Comentrio: o argumento a favor da legalizao prope a anistia de um
nico crime: o comrcio de determinadas substncias. Nada foi dito em
relao aos demais crimes, pois supe-se que estes devam permanecer
proibidos.
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II - )"Homonmia sutil"Homonmia Usar a homonmia para tornar a
afirmao apresentada extensiva tambm quilo que, fora a identidade de
nome, pouco ou nada tem em comum com a coisa de que se trata;
depois refutar com nfase esta afirmao e dar a impresso de ter
refutado a primeira.
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II - )"Homonmia sutil - ExemploHomonmia Em artigo de 5/11/2010
5, Reinaldo Azevedo comenta o filme Tropa de Elite 2. No filme, o
protagonista, Coronel Nascimento, refere- se diversas vezes ao
sistema, o qual se prope combater. Azevedo conclui, a partir disso,
que o personagem passou a usar o discurso de esquerda, a qual tambm
se prope combater o tal sistema. Comentrio: A esquerda usa a
palavra sistema para se referir ao sistema capitalista [carece de
fontes], que consiste do livre mercado,propriedade privada, busca
do lucro, etc. J o Coronel Nascimento usa a mesma palavra para
tratar da cultura da imoralidade e da impunidade, que permite que o
crime se alastre, contando com o apoio de polticos e policiais
corruptos 5Tropa de Elite 2carece de fonteslivre mercadopropriedade
privadalucro
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III - )"Mudana de modo" A afirmao que foi apresentada em modo
relativo... tomada como se tivesse sido apresentada em modo
absoluto, universalmente..., ou pelo menos compreendida em um
sentido totalmente diferente, e assim refutada com base neste
segundo contexto. Isto faz com que o adversrio, na realidade, fala
de uma coisa distinta daquela que se havia colocado. Quando nos
deixamos levar por este estratagema, cometemos, ento, uma ignoratio
elenchi (ignorncia do contra-argumento). realidade
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A defende a descriminalizao do aborto. B argumenta que ao
descriminalizar o aborto o homicdio de qualquer natureza ser
descriminalizado. III - )"Mudana de modo Exemplo:
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IV- )"Pr-silogismos"silogismos Se queremos chegar a uma certa
concluso, devemos evitar que esta seja prevista, e atuar de modo
que o adversrio, sem perceb-lo, admita as premissas uma de cada vez
e dispersas sem ordem na conversao. Segundo Olavo de Carvalho, esta
tcnica comumente usada em processos de manipulao da opinio
pblicaOlavo de Carvalhomanipulaoopinio pblica
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V -)"Uso intencional de premissas falsas"premissas falsas
Pode-se, para comprovar as prprias proposies, fazer antes uso de
proposies falsas, se o adversrio no quiser aceitar as verdadeiras,
seja porque percebe que delas a tese ser deduzida como conseqncia
imediata. Ento adotaremos proposies que so falsas em si mesmas mas
verdadeiras ad hominem, e argumentaremos ex concessis, a partir do
modo de pensar do adversrio. proposiesad hominemex concessis
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VI - )"Petio de princpio oculta" Ocultamos uma petitio
principii, ao postular o que desejamos provar:petitio principii
1)usando um nome distinto... ou ainda usando conceitos
intercambiveis...; 2) fazendo com que se aceite de um modo geral
aquilo que controvertido num caso particular...; 3) se, em
contrapartida, duas coisas so consequncia uma da outra,
demonstraremos uma postulando a outra; 4) se precisamos demonstrar
uma verdade geral e fazemos que se admitam todas as particulares (o
contrrio do nmero 2).
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VII - )"Perguntas em desordem" Quando a disputa conduzida de
modo rigoroso e formal e queremos fazer com que nos entendam com
perfeita clareza, ento aquele que apresentou a afirmao e deve prov-
la procede contra o adversrio fazendo perguntas para concluir a
verdade a partir das prprias concesses do adversrio. E: Fazer de
uma s vez muitas perguntas pormenorizadas, e assim ocultar o que,
na realidade, queremos que seja admitido.
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VIII - )"Encolerizar o adversrio" Provoca-se a clera do
adversrio, para que, em sua fria, ele no seja capaz de raciocinar
corretamente e perceber sua prpria vantagem.
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IX - )"Perguntas em ordem alterada" Fazer as perguntas numa
ordem distinta da exigida pela concluso que dela pretendemos, com
mudanas de todo gnero; assim, o adversrio no conseguir saber aonde
queremos chegar e no poder prevenir-se.
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X - )"Pista falsa" Se percebemos que o adversrio,
intencionalmente, responde pela negativa s perguntas cuja resposta
afirmativa poderia confirmar nossas proposies, ento devemos
perguntar o contrrio da proposio que queremos usar, como se
quisssemos que fosse aprovada, ou ento, pelo menos, por as duas
escolha, de modo que no se perceba qual delas queremos
afirmar.
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XI - )"Salto indutivo"indutivo Se o adversrio j aceitar casos
particulares, no perguntar-lhe se admite tambm a verdade geral
derivada dos casos particulares; introduzi-la como se estivesse
estabelecida e aceita
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XII - )"Manipulao semntica"semntica Associar a um termo um
conjunto de significados diferentes do original. Com isso, o termo
j conter, em si, a concluso a que se quer chegar.
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XIII - ) "Alternativa forada" Apresentar ao adversrio uma
alternativa menos provvel que sua prpria.
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XIV - )"Falsa proclamao de vitria" Falcia da falsa proclamao de
vitria
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XV - )"Anulao do paradoxo"paradoxo Para triunfar, faz-se uma
reduo ad absurdum.
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XVI - )"Vrias modalidades do argumentum ad hominem"argumentum
ad hominem Usar argumentos anteriormente defendidos pelo adversrio
para tentar refutar a tese presente.
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XVI - )"Vrias modalidades do argumentum ad hominem -
Exemploargumentum ad hominem Em um debate sobre cotas raciais em
uma TV do Rio de Janeiro, Rodrigo Constantino comenta que Thomas
Sowell fez um estudo sobre as aes afirmativas ao redor do mundo e
constatou que elas s trouxeram mais desigualdade e privilgios para
negros ricos. A rplica do adversrio foi dizer que Thomas Sowell era
ligado a um grupo da Universidade Stanford que apoia o Partido
Republicano. Comentrio: Segundo o critrio do debatedor, o fato de
algum apoiar um determinado partido poltico de que se discorda o
suficiente para invalidar suas concluses cientficas.Thomas
Sowellaes afirmativasUniversidade StanfordPartido Republicano
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XVII - )"Distino de emergncia" Salvar-se mediante alguma
distino sutil, na qual no havamos pensado anteriormente, caso a
questo admita algum tipo de dupla interpretao ou dois casos
diferentes.
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XVIII - )"Uso intencional da mutatio controversiae"mutatio
controversiae Estratagema que consiste em interromper o debate a
tempo quando se est ameaado de ser abatido, sair do debate ou
desvi- lo e lev-lo para outra questo.
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XIX - )"Fuga do especfico para o universal" Por exemplo, se
temos de dizer por que uma determinada hiptese fsica no crvel,
falaremos da incerteza geral do saber humano, ilustrando-a com toda
sorte de exemplos.
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XX - )"Uso da premissa falsa previamente aceita pelo adversrio"
Trata-se de um uso da fallacia non causae ut causae
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XXI - )"Preferir o argumento sofstico"sofstico No debate com um
adversrio, a escolha de um (simples) argumento do tipo ad hominem
pode ser mais eficaz do que tentar persuadir o adversrio mediante
longas explicaes sobre a verdadeira natureza das coisasad
hominem
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XXII - )"Falsa alegao de petitio principii"petitio principii
Alegar que o adversrio est fazendo uma petitio principii quando ele
quer que admitamos algo que leve formulao do problema.
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XXIII - )"Impelir o adversrio ao exagero" No calor do debate,
levar o adversrio a exagerar suas posies. Como o exagero costuma
levar a contradies, podemos refutar essas contradies como se
estivssemos refutando o argumento original.
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XXIV - )"Falsa reductio ad absurdum"reductio ad absurdum Tirar
falsas concluses absurdas dos argumentos do adversrio. Com isso,
refutam-se essas concluses, fazendo tudo parecer uma reductio ad
absurdum.
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Usar um argumento que apenas parece contrrio quele que o
adversrio enunciou. XXV - )"Falsa instncia"
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Usar o argumento do adversrio contra ele prprio, quando isso
for possvel. XXVI- ) "Retorsio argumenti"Retorsio argumenti
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XXVII - )"Usar a raiva" Quando o adversrio fica irritado com
algum argumento nosso, devemos insistir nesse ponto, porque
provavelmente ali h uma inconsistncia.
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XXVIII - )"Argumento ad auditores"ad auditores Apresentar uma
objeo falsa, mas cuja falsidade somente poderia ser percebida por
um auditrio capacitado no assunto em questo.
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"Argumento ad auditores - Exempload auditores Todos os
argumentos de ONGs e ambientalistas, que dizem que preciso reduzir
a emisso de gs carbnico a fim de reduzir o efeito estufa (e,
consequentemente o aquecimento global). Comentrio: As causas do
aquecimento global (e at a prpria existncia de tal fenmeno) ainda
no foram completamente comprovadas e continuam sendo questionadas
(cada vez menos) por um grupo de cientistas. Mas o argumento sempre
apresentado plateia leiga como se fosse consensual. Ou afirmar que
no h convergncia cientfica sobre o assunto quando na verdade h.gs
carbnicoefeito estufaaquecimento global
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XXIX - )"Desvio" Mudar de assunto fingindo que ainda se est
rebatendo a questo do adversrio. Ou mesmo, de modo insolente,
atacar o adversrio pessoalmente.
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Citar autoridades no assunto para refutar uma tese. Este
estratagema funciona tanto melhor quanto menores forem os
conhecimentos do adversrio a respeito do que disse a autoridade
invocada e quanto maior for a venerao dele diante de tal
autoridade. XXX - )"Argumentum ad verecundiam"Argumentum ad
verecundiam
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XXXI - Incompetncia irnica"irnica Fingir que no entendeu o que
o adversrio disse e declarar isso ironicamente. Nas circunstncias
certas, isso faz o adversrio parecer um idiota que no sabe
organizar o raciocnio ou que est simplesmente declarando algo
patentemente falso.
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XXXII - )"Rtulo odioso" Estratagema que visa reduzir uma
afirmao do adversrio a uma categoria geralmente detestada.
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Nos debates dos candidatos presidncia da Repblica Federativa do
Brasil em 2010, a candidata Dilma Rousseff usou vrias vezes um
argumento ad hominempara desqualificar o adversrio atribuindo-lhe o
rtulo de privatista. Comentrio: como a palavra privatizao est
arraigada na mente dos brasileiros como a parte mais visvel do
processo de alienao sem contrapartidas do patrimnio nacional, os
argumentos de Jos Serra j eram refutados in limine. Este exemplo
uma combinao dos estratagemas 32 e 12.Dilma RousseffprivatizaoJos
Serra "Rtulo odioso - Exemplo
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XXXIII - )"Negao da teoria na prtica" Aceitar os fundamentos de
um argumento, mas negar que eles possam ser colocados em
prtica.
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A diz que o Estado deve proibir as armas de brinquedo, pois
estas estimulam a violncia nas crianas. B contesta dizendo que,
mesmo que isso seja verdade, dever dos pais fazer essa vigilncia. A
rebate em tom irnico: Ah, se na prtica fosse assim.... Comentrio: o
tom irnico fundamental para dar fora a este estratagema. O sarcasmo
ajuda a esconder o sofisma: se na prtica os pais no so capazes de
cuidar de seus prprios filhos, tanto menos ser o Estado, que tem
provado consistentemente sua incompetncia em toda as reas, em
particular na educao das crianas.sarcasmo "Negao da teoria na
prtica - Exemplo
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XXXIV - )"Resposta ao meneio de esquiva" Estratagema que prev
no dar informao direta, mas esquivar-se com contraperguntas ou
respostas indiretas.
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XXXV - )"Persuaso pela vontade" Estratagema que funciona quando
esto em jogo os interesses do adversrio. Esse estratagema torna,
nas poucas circunstncias que funciona, todos os outros estratagemas
suprfluos.
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XXXVI - )"Discurso incompreensvel" Desconcertar, aturdir o
adversrio com um caudal de palavras sem sentido. Isto baseia-se em
que, normalmente o homem, ao escutar apenas palavras, acredita que
tambm deve haver nelas algo para pensar (Goethe, Fausto 22 (Veja, a
esse respeito, por exemplo, as crticas de Alan Sokal contra o
chamado Ps-modernismo.)GoetheFausto 22Alan SokalPs-modernismo
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XXXVII - )"Tomar a prova pela tese" Quando o adversrio usa uma
prova ruim para defender uma ideia valida, podemos nos aproveitar
disso e provar que a ideia invalida, a julgar pela refutao da tese
apresentada. Um exemplo que Schopenhauer cita o do argumento
ontolgico, como prova da existncia de Deus.argumento ontolgico
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Atacar o adversrio pessoalmente, com grosseria e agressividade,
quando o debate se mostra de todo perdido. XXXVIII - )"ltimo
estratagema: Ofensas pessoais"