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7/30/2019 Imitacao de Maria http://slidepdf.com/reader/full/imitacao-de-maria 1/26 Pe. Luís Erlin IMITAÇÃO DE mania/ O segredo de sermos agraciados por Deus /M EDITORA AVE-MARIA

Imitacao de Maria

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Pe. Luís Erlin

IM I TAÇÃO D E mania/O segredo de sermos

agraciados por Deus

/M EDITORA

A V E - M A R I A

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Para meus irmãos e cunhadas:

 Antônio Ca/iíos e Teieza — poi

imitaiem fitaria na confiança em Deus;

 José RtaÂeãto e lone — poi imitaiem

 Míaiia na doação g/iatuüa ao outio;Cláudia e Mlaicia — poi imitaiem

 ftlaiia na simplicidade de vida.

Paia minha mãe:

 Aparecida — poi sei paia mim

iefeiência no amoi e na imitação a

 fiada.

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C O N S I D E R A Ç Õ E S Ú T E I S

A palavra imitar significa reproduzir ou

tentar reproduzir fielmente algo ou atitudes,

gestos de alguém. Tem para alguns um senti¬

do negativo, pois temos, cada um de nós, uma

personalidade individual. Essa é, com toda

certeza, nossa maior riqueza.

O título do livro - Imitação de Maria:o segredo de sermos agraciados por Deus - e

seu conteúdo estão longe de discordar des¬

sa verdade primordial da individualidade

humana. Somos um universo, com nossas

virtudes e nossos vícios.

A proposta deste livro é apresentar uma

referência para vivermos bem a riqueza de

ser quem somos: filhos amados de Deus Pai.

Não se trata de negar nossa personalidade,

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10 I M I T A Ç Ã O D E Mlmia

pelo contrário, é uma tentativa de moldá-laao exemplo de Mar ia, de nos enriquecermos

espiritualmente.

Poderíamos nos perguntar: Quais são

as grandes referências de vida no mundo

moderno? Talvez nos assustássemos ao per¬

ceber que grande parte dos cristãos tentam

imitar, copiar ou reproduzir exemplos mi-

diáticos que são uma negação do valor in

con dic io nal da vid a em Cristo. Muit as vezes,

de forma inconsciente ou consciente, tenta¬

mos ser algo que não somos, tanto internacomo externamente... Corremos atrás da

moda, para nos sentirmos aceitos em um

grupo social. Nos iludimos e nos decepcio¬

namos, pois tudo é passageiro.

Percorri neste livro vários versículos

 bí blic os qu e se re fe rem a Ma ria e perce bi

o quanto ela é agraciada por Deus. Minha

intenção é apresentar uma mulher simples,

do povo, que é proclamada bem-aventu-

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O S E G R E D O D E S E R M O S A G R A C I A D O S P O R D E U S 1 1

rada por todas as gerações, porque soube

viver intensamente a vida, graças à sua en¬trega inco ndic ion al a Deus.

Imitar Maria é caminho de santidade,de realização plena.

Imitar Maria não é nos negar. É desejarser aquilo que verdadeiramente somos: ima¬gem e semelhança de Deus.

Pe,. Luís Eiiinv, CMf 

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Feliz o coração da Virgem que,

 pela luz do espírito que nelahabitava, sempre

e em tudo obedecia à vontade doVerbo de Deus.

Não se deixava guiar pelo seu própriosentimento, ou inclinação, mas realizava,

na sua atitude exterior, as insinuaçõesinternas da sabedoria inspiradas na fé.

De fato, convinha que a sabedoria deDeus, ao edificar a Igreja para ser o

templo de sua morada, apresentasse Maria santíssima como modelo decumprimento da lei, de purificação

da alma, de verdadeira humildade esacrifício espiritual.

Imita-a tu, ó alma fiel!

(dos sermões de são Lourenço Justiniano -Sermo 8, in festo PurificationisB.M.V.:

Opera 2. Venetti 1751, 38-39)

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SantAna e Nossa Senhora

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 José, filho de Davi, não temas receber Maria poresposa, pois o que nela foi concebido vem do

Espírito Santo.Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome

de Jesus, porque ele salvará o seu povo de

seus pecados. Tudo isto aconteceu para que secumprisse o que o Senhor falou pelo profeta.

(Mateus 1,20-22)

1. O plano de amor de Deus ultrapassa ostempos. No momento da criação, estávamostodos incluídos no projeto de Deus, ele pen¬sou em nós desde o com eço. Não fo mos cria-

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16 I M I T A Ç Ã O D E Mlmia

dos na fecundação, ou no nascimento, pas¬

samos a existir quando Deus pen sou em nós,nos planejou. Diz o profeta que ele sabia nos¬

so nome desde antes de nosso nascimento.

2. Maria, no plano salvífico do Pai, já era

amada pelo Altíssimo, seria por ela que o

mundo conheceria a redenção. A encarna-

ção de Jesus em seu seio virginal foi prepa¬

rada por Deus.

3. A promessa de Deus não é em vão, ef ême

ra, limitada. Ele não esquece do que foi pro¬

metido, não impõe seu desejo, mas, na suaprovidência infinita, une estradas distantes,

edifica pontes, liga extremos.

4. Depois do pecado origina l, a huma nid ade

espera co m ânsia a reden ção, a nova criaçã o.

Maria começa a ser anunciada pelo próprio

Deus como âncora de salvação: Porei ódio

entre ti e a mulher, entre a tua descendência e

a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás

o calcanhar. (Gênesis 3,15)

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5. Maria aparece no princípio da Bíblia

com o ação miser icor diosa de Deus, que de¬seja a felicidade e a vida plena a todos seus

filhos. Nela a morte começa a ser derrota¬

da. A força do maligno é sucumbida, a ser¬

pente é pisada na cabeça, que simboliza os

planos ardilosos do autor do mal, que que¬

rem se impor ao projeto amoroso de Deus.

6. A mulher, Maria, é ferida no pé, sinal

permanente e visível da luta entre a vida e

a morte. O pé ferido de Maria é a expressão

máxima da superioridade da ação de Deusno mundo, o calcanhar da mulher é o que

sustenta todo seu corpo imaculado. É o peso

da santidade pressionando a cabeça do au¬

tor do pecado.

7. Deus vai revelando seu projeto de amor

às gerações futuras, os profetas anunciam

a chegada do Messias, passará o antigo, o

Senhor desenha um novo futuro para a hu

manidade: O povo que andava nas trevas

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18 I M I T A Ç Ã O D E Mlmia

viu uma grande luz; sobre aqueles que habi

tavam uma região tenebrosa resplandeceuuma luz. (Isaías 9,1)

8. Maria desponta como a predestinada por

Deus a trazer a Luz ao mundo: o próprio Se

nhor vos dará um sinal: uma virgem conce

berá e dará à luz um filho, e o chamará Deus

Conosco. (Isaías 7,14)

9. Assim como Maria faz parte do projeto

eterno do Pai, todos nós também fomos

convidados por Deus à vida para realizar

uma missão. O fato de Deus ter pensado emnós e nos criado muito antes de havermos

nascido nos insere dentro de seu plano.

10. Lemos no livro do profeta Jeremias: an

tes que no seio fosses formado, eu já te conhe

cia; antes de teu nascimento, eu já te havia

consagrado (1,5). Nosso nascimento não é

fruto do acaso, não viemos ao mundo por

um acerto ou erro de nossos pais, mas sim

por graça divina.

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11. O mesmo Deus que nos presenteou com

a vida nos consagrou a ele. Consagrar signi¬fica tornar sagrado, ou seja, Deus quando

cri ou o hom em e a mulh er e quis que fôsse¬

mos sua imagem e semelhança (cf. Gênesis

1,26) imprimiu em nós o seu desejo: que nos

tornássemos santos, sagrados.

12. Maria é nossa grande inspiração no

cumprimento dessa vontade de Deus; con

sagrar-se a ele, tornar-se sagrado nele, deve

ser nossa meta de vida.

13. Diante desse grande mistério de amor,devemos sempre nos perguntar: Qual a mis

são que o Senhor deseja que nós realizemos?

Nossa consagração a Deus molda nosso ser?

Nossa vida é marcada pela alegria, sinal da

presença de Deus em nós?

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C A P Í T U L O I I

 A visita/ de Deus

No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado porDeus a uma cidade da Galileia, chamadaNazaré, a uma virgem desposada com um

homem que se chamava José, da casa de Davi:

e o nome da virgem era Maria. (Lucas 1,26-27)

14. São muit as as forma s de Deus nos visitar.

Constantemente ele se manifesta a nós; po¬

rém, nem sempre fazemos a experiência de

senti-lo, ou de recebê-lo.

15. Gabriel significa "Força de Deus", o anjo que

vem ao e ncontro de Ma ri a te m uma missão es¬

pecial: ser um transmissor da grande força de

Deus na lu ta contra o mal, sobretudo a mort e.

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O S E G R E D O D E S E R M O S A G R A C I A D O S P O R D E U S 2 1

16. Muitas vezes, nos enganamos imaginan¬

do que faremos uma experiência celestial deDeus, que ele virá ao nosso encontro ao somde cornetas, acompanhado de anjos, mas amani fest ação do Altíssimo se dá a nós no cotidiano. Porém não somos todos que o per¬cebemos, nos falta sensibilidade espiritual.

17. O advento do senhor, a sua vinda deveser esperada a cada segundo. Devemos estaratentos, pois Deus passa de muitas manei¬ras na nossa história, sempre envia mensa¬geiros para anunciar o seu querer, nos enco¬

rajar, nos corrigir, alimentar nossa fé.18. Acontecimentos, pessoas, situações, sãomuitas as formas de Deus falar conosco. Seantes de dormirmos fizéssemos uma ava¬liação de todo o acontecido durante o dia econtássemos as vezes em que Deus nos vi¬sitou, perceberíamos os pequenos milagresda providência divin a.

19. Nosso Deus não olha de forma passi¬va nossa realidade. Age, intervém, orienta.

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22 I M I T A Ç Ã O D E Mama

Quando rezamos o Pai-Nosso, dizemos:

"Venha a nós o vosso reino". Ele vem a nós.É percebendo essa ação dele, através dos si¬nais dos tempos, que será fortalecido o seureinado, descobriremos que a mão do Painos acompanha e protege.

20. São muitos os enviados de Deus que têm

a missão de nos tra nsm iti r algo de bom . Tal¬

vez uma pessoa que vimos uma vez só na

vid a nos tenh a feito descobrir, por intermé¬

dio de uma conversa, frase ou até um sorri¬

so, o quanto o Senhor nos ama.

21. Maria recebe o anjo. Embora ainda

 jovem, demonstra sa be do ri a em aco lhe r

com fé a mensagem divina. Os grandes sá¬

 bi os sã o aqueles qu e mantêm os ol hos e o

coração atentos ao mais sutil sinal da pre¬

sença de Deus em suas vidas. Maria nos

ensina a acolher a realidade como Palavra

de Deus.

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 Anunciação - Capa da Revista Ave Maria (1929)

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C A P Í T U L O I I I

CAeios da y/iaça de Deus/ 

Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça,

o Senhor é contigo". (Lucas 1,28)

22. Sempre que encontramos alguém, deseja

mos bom-dia, paz, felicidade, etc. A saudaçãodeve ser verdadeira para pr oduz ir efeito. Quan¬

do cumprimentamos por simples hábito, cor¬remos o risco de sermos hipócritas. Temos de

fazer um esforço para de fato desejar o bem ao

outro . A melhor forma é olhar nos olhos, sorrir.

23. O anjo saúda Maria da forma mais belae poética existente: Ave - que significa dese

 jo ardentemente com todas as minhas forças

que você seja feliz.

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O S E G R E D O D E S E R M O S A G R A C I A D O S P O R D E U S 2 5

24 . Cheia de graça - o anjo reconhece que a

graça, a ação de Deus é plena na vid a de Ma¬ria. Ela é agraciada, vive inteiramente mer¬gulhada no coração do Pai. Não é simplessaudação, mas constatação. Maria é a graçapersonificad a de Deus.

25 . Na complementação à saudação, diz oanjo: O Senhor é contigo, ou seja, Deus fez

morada em ti. Antes de Maria aceitar ser amãe do Salvador, a Sagrada Escritura des¬creve a relação eterna entre a jovem e seuSenhor. Existe entre eles um matrimônio, já

não são dois, mas uma só alma.26 . Somos agraciados por Deus da mesmaforma que foi Maria. Somos também con¬vidados a ser veículo dessa graça transfor¬madora. O bem que o Senhor realiza em nósdeve ser partilhado. Crescemos na graça deDeus sempre que desejamos que nosso sercontraia matrimônio com o Espírito Santo.

27 . Deus vai atuando em nós na medida emque lhe damos a chave da nossa alma. Cheio

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26 I M I T A Ç Ã O D E Wlaiia

de graça é aquele que faz a experiência de

deixar Cristo viver em si. É a espiritualidadede Paulo: Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristoque vive em mim. (Gálatas 2,20)

28. O Senhor deseja habitar em nós em plenitude. Deseja ser conosco, viver no taber-náculo que somos. Temos a chama de suapresença viva em nossa alma, porém Cristosomente fixará residência em nós na medidaem que, com liberdade, dissermos em pro¬funda e verdadeira oração: Vem Senhor Jesus!

29 . A oração não deve ser simplesmente pro¬

nunc iada pelos lábios, mas desejada interior¬mente: Ó Deus, vós sois o meu Deus, com ar¬dor vos procuro. Minha alma está sedenta devós, e minha carne por vós anela como a terraárida e sequiosa, sem água. (Salmo 62,2)

30 . O desejo de Deus para nós é que seja¬mos, a exemplo de Maria, cheios da graça,da santíssima graça divina a tal ponto queconfere ao Todo-Poderoso plenos poderesde agir com propriedade em nossa alma.

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O S E G R E D O D E S E R M O S A G R A C I A D O S P O R D E U S 2 7

31 . Reconhecemos um agraciado por Deus

por seus olhos voltados para o céu, massobretudo por seu coração voltado para o

próximo. É na misericórdia, na caridade e

no desejo de doação plena que percebemos

como Deus é exalado como um perfume por

aqueles que estão em graça.

32 . Não basta desejar sermos agraciados,

é imprescindível deixarmos Deus entrar

nos recônditos mais escondidos de nosso

interior e, junto com ele, iniciarmos uma

caminhada transformadora em direção àsantidade, tarefa nada fácil, porém não im¬

possível.

33 . A graça é presente de Nosso Senhor, mas

é também trabalho pessoal, é luta contra

todo tipo de desgraça tanto pessoal como

comunitária. A pior desgraça que pode nos

acontecer é impedir Deus de ser Deus em

nós, isso acontece todas as vezes que não

nos colocamos nas mãos do Pai como filhos.

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Sagrada Família

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Formação para Consagração a Jesus por Maria - As virtudes de Nossa Senhora

As virtudes de Nossa Senhora(Tirado do Livro Glorias de Maria de Santo Afonso de Ligório)

I - H U M I L D A D EI I - C A R I D A D E P A R A C O M D E U SI I I - C A R I D A D E PA R A C OM O PR ÓX I M OI V - SUA FÉ

V - SUA ESPERANÇAV I - SUA CASTIDADEV I I - SUA POBREZAV I I I - SUA OBEDIÊNCIAI X - SUA PACIÊNCIAX- SUA ORAÇÃO

Os santos padres chamam a humildade de base de todas as virtudes. De todas as virtudes, a humildade é ofundamento e a guarda. Sem humildade, não há virtude que possa existir numa alma. Possua embora todas asvirtudes, fugiriam todas ao lhe fugir a humildade. Diz S. Francisco de Sales e S. Joana Chantal que Deus é tãoamante da humildade, que se apressa em correr onde a vê.

I . H U M I L D A D E D E M A R I ANo mundo era desconhecida essa virtude tão bela e necessária. Mas, para ensiná-la, veio a terra o próprio filho de

Deus, exigindo que, principalmente nesse particular, lhe procurássemos imitar o exemplo: "Aprendei de mim quesou manso e humilde de coração" (MT 11,29) E assim como em todas as virtudes foi Maria Santíssima a primeira ea mais perfeita discípula de Jesus Cristo o foi também na humildade. Pela humildade ela mereceu ser exaltada sobretodas as criaturas .

1. O primeiro traço da humildade é o modesto conceito de si mesmoO humilde conceito de sim mesma foi o encanto com que Maria prendeu o coração de Deus. Não podia, é

claro, a Santíssima Virgem julgar-se uma pecadora, pois, na frase de S. Tereza, a humildade é a verdade, e Mariatinha consciência de nunca haver ofendido a Deus.

Vendo-se uma mendiga revestida de custosas vestes, que lhe foram dadas, não se envaidece, mas antes sehumilha ao contemplá-las diante de seu benfeitor. A Santíssima Virgem quanto mais enriquecida se via, mais sehumilhava. Lembrava-se sem cessar, de que tudo aquilo era dom de Deus. Dai a sua palavra a S. Isabel de Turíngia:Creia-me filha, sempre me tive pela última das criaturas e indigna das graças de Deus.

2. Também é efeito da humildade ocultar os dons celestes.Nem a São José quis Nossa Senhora revelar a graça de se haver tornado Mão de Deus. O pobre esposo viu

como ela ia ser mãe, e necessitava de esclarecimentos que o libertassem de cruciantes suspeitas da honestidade daesposa, e dele afastasse vexames e confusões. De uma lado, José não podia duvidar de Maria e de outro ignorava omistério da Encarnação. Resolveu por isso deixá-la ocultamente, para sair de tão embaraçosa situação. Tê-lo-ia feitocertamente, se o anjo não lhe houvesse revelado que sua esposa se tornara Mãe por obra do Espírito Santo.(MT1,18-23).

3. Os humildes recusa os louvores referindo-se todos a Deus.Tal foi o procedimento de Nossa Senhora, ao perturbar-se diante dos louvores que lhe dirigia o arcanjo S.

Gabriel. Assim foi o seu procedimento, quando Isabel a chamou de bendita entre todas as mulheres e a Mãe doSenhor. Imediatamente Maria atribui toda a glória a Deus, respondendo no seu humilde cântico: "Minha alma

engrandece ao Senhor". É como se disse: Isabel tu me luvas, porém eu louvo ao Senhor a quem unicamente é devidatoda a honra. Tu te admiras de vir a eu a ti, mas eu admiro a bondade divina, na qual tão somente, meu espírito sealegra. Louvas-me porque eu acreditei, mas eu louvo a meu Deus que quis exaltar o me nada, na baixeza de suaserva pôs seus olhos. É esse o motivo que Maria disse a Santa Brígida: Porque me humilhei tanto ou por que mereci,minha filha tão extraordinária graça? Só porque estava plenamente convencida de não valer nada, de não possuiralgo de mim mesma.

4. É próprio do humilde prestar serviçosMaria não se negou a servir Isabel durante três meses. Escreve S. Bernardo: Admirou-se Isabel da vinda de

Maria, porém mais admirável ainda era o motivo de sua vinda: vinha para servir e não para ser servida.

5. O humilde gosta de uma vida retirada e despercebida

Lembra-nos São Bernardo, quando Jesus pregava numa casa e ela desejava falar com ele. Não se animou a

entrar. Ficou de fora e não confiou no prestígio de mãe, mas evitou de interromper a pregação do filho. (MT 12,46).Quis também tomar o último lugar, quando estava no cenáculo com as apóstolos. "Todos perseveravam de comumacordo em oração com as mulheres, e Maria, Mãe de Jesus" (At 1,14). Bem conhecia São Lucas qual o mérito daDivina Mãe, devendo nomeá-la antes de todos. Porém, de fato Maria tinha tomado o último lugar, depois dos

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Formação para Consagração a Jesus por Maria - As virtudes de Nossa Senhora

apóstolos e das santas mulheres. São Lucas, na opinião de um autor- os nomeou a todos e por último a Virgem,segundo o lugar que ocupava. Diz São Bernardo: Com razão tornou-se a primeira a que era a última porque, sendo aprimeira se fizera a última.

6. Os humildes amam finalmente os desprezos

Eis porque não se lê que Nossa Senhora aparecesse em Jerusalém ao domingo de Ramos, quando o seuFilho foi recebido com tanta pompa pelo povo. Mas, por ocasião da morte de Jesus, não receou comparecer empúblico no Calvário, aceitando assim a desonra de se dar a conhecer por mãe de um sentenciado, que ia sofrer a

morte de um criminoso. Ela mesma disse uma vez a S. Brígida: que há de mais humilde, do que ser chamado delouco, sofrer privação de tudo e ter a si mesmo por último de todos? Ó filha, era assim a minha humildade, na qualestava minha alegria e todo desejo de meu coração; pois minha única preocupação era ser em tudo semelhante a meuFilho.

O Senhor mostrou um dia a S. Brígida duas mulheres: uma toda luxo e vaidade. Esta - disse Ele - é asoberba. Contempla essa que tem a cabeça baixa, que é serviçal para com todos, pensando em Deus unicamente econvencida do seu nada: é a Humildade e chama-se Maria.

Diz S. Bernardo: "Se não podes imitar a humilde Virgem em sua pureza, imita ao menos a pura Virgemem sua humildade". Ela aborrece os soberbos e só chama a si os humildes diz o Santo Ricardo de S. Lourenço:"Maria protege-nos sob o manto da humildade". O mesmo quis dizer ela a Santa Brígida quando falou: "Vemtambém tu minha filha, esconde-te debaixo do meu manto, que é a humildade". Acrescentando que a meditação desua humildade era um manto bom e aquecedor. Um manto aquece só quem o traz, não em pensamento, mas emrealidade. Assim também minha humildade aproveita só aqueles que se esforçam por imitá-la.

Martinho d'Alberto, jesuita, costumava varrer a casa e ajuntar o lixo por amor da Virgem, apareceu-lheum dia a Mãe de Deus, refere o Padre Nieremberg, agradeceu-lhe esse obéquio, dizendo: "Como me é agradável ahumilde ação que praticas por amor de mim".

Oração: Ó minha Rainha, não poderei ser vosso filho, se não for humilde. Não vedes, porém, que meus pecados, depois de me terem tornado ingrato(a) ao meu Senhor, me tornaram também soberbo(a)? Ó minha Mãe,remediai a este mal e, pelos merecimentos de vossa humildade, impetrai-me a graça de ser humilde e tornar-mevosso(a) filho(a). Amém

(Santo Afonso Maria de Liguor i)

I I . S U A C A R I D A D E PA R A C OM D EU S

1. Deu o Senhor aos homens o preceito: "amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração (MT 

22,37)Quem como ela cumpriu o preceito de amar a Deus de todo o coração? Tão intenso era-lhe o incêndio doamor divino, que não restava lugar para a menor imperfeição. De tal modo o amor divino fer iu a alma de Maria, dizS. Bernardo, que não restava lugar para menor imperfeição. Até os serafins, exclama Ricardo de S. Vitor, podiamdescer do céu para aprender no coração de Maria a maneira de amar a Deus.

Diz S. Bernardino: "Assim como de um intenso fogo fogem as moscas, assim do coração de Maria,fogueira de caridade, eram expulsos os demônios, de modo que nem tentavam aproximar-se dele. Os príncipes dastrevas de tal maneira temiam a Virgem Santíssima, que nem ousavam chegar-se para tentá-la, porque as chamas desua caridade os afugentavam.

Nem o sono impedia a Mãe de Deus de amar seu Criador. Tal privilégio foi concedido aos nossos primeirospais no estado de inocência. Santo Ambrósio afirma: Enquanto seu corpo repousava, vigiava sua alma. Realizou-seassim na Virgem a passagem dos Provérbios: A sua candeia não se apagará (31,18).

E já que Maria ama tanto a seu Deus, nada exige de seus servos senão que o amem, tanto quanto possível.

Disse ela à Bem aventurada Ângela de Foligno, que havia comungado: Ângela, abençoada sejas por meu Filho, eprocura amá-lo quanto puderes. Igualmente falou a Santa Brígida: Filha, se queres prender-me a ti , ama a meu Filho .

III . SUA C A R I D A D E PA R A C OM O PR ÓX I M O

O amor para com Deus e para com o próximo nos é imposto pelo mesmo preceito:" E nós temos de Deuseste mandamento que o que ama a Deus ame também o seu irmão (1Jo4,21).

Passou Maria uma vida tão cheia de caridade que socorria aos necessitados, ainda que não lhe pediamsolícito auxílio. Assim o fez por exemplo nas bodas de Cana. Com as palavras "eles não tem vinho", rogou ao filholivrasse milagrosamente os esposos do inevitável vexame.

Quando movida pelo dever de caridade, foi assistir Izabel, diz o Evangelho que então "teve pressa em passar pelas montanhas". Mais brilhante prova de caridade não nos pode dar, do que oferecendo seu Filho amorte pela nossa Salvação. Tanto amou o mundo, que, para salva-lo, entregou à morte Jesus, o seu Filho Unigênito.

Também o anjo falou a S. Brígida que não há quem recorra a Maria sem receber graças de sua caridade.Lemos no livro do Provérbios 19,17: "O que se compadece do pobre da o seu dinheiro a juros ao Senhor".Explicando esta passagem diz S. João Crisóstomo: "Quem ajuda ao próximo, tem a Deus por devedor".

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Formação para Consagração a Jesus por Maria - As virtudes de Nossa Senhora

IV. SUA FÉ

A bem-aventurada Virgem, assim como é Mãe do amor e da esperança é também a Mãe da fé. Diz S.Irineu: o dano que Eva com a sua incredulidade causou, Maria o reparou com sua fé. Eva deu crédito a serpente,em oposição á palavra de Deus e com isso trouxe a morte; Nossa Rainha, ao invés, crendo na palavra do anjo,segundo a qual devia ser Mãe do Senhor e permanecer virgem, gerou ao mundo a salvação.

Porque abriu seu coração a fé em Cristo, é Maria mais bem aventurada do que por haver trazido no seio o

corpo de Jesus Cristo.Diz o Santo: Maria tem mais fé do que todos os homens e anjosVia o Filho na manjedoura de Belém e acreditava ser Ele o Criador do mundo. Via-o fugir de Herodes, sem

entretanto deixar de crer que era Ele o verdadeiro Rei dos Reis. Pobre e necessitado de alimento o viu, masreconheceu seu domínio sobre o universo. Viu-o reclinado no feno e confessou-o onipotente. Observou que ele nãofalava e venerou-lhe a infinita sabedoria. Ouviu-o chorar e o bendisse como as delícias do paraíso. Viu-o finalmentecomo morria vilipendiado (tratado com desprezo, repelido) na cruz, e, embora outros vacilassem, conservou-se firme,crendo sempre que Ele era Deus.

Assim, Nossa Mãe exercitou a fé por excelência; enquanto até os discípulos vacilaram em dúvidas, elaafugentou toda e qualquer dúvida.

A prova de uma fé viv a é viver conforme o que se crê. "O meu justo vi ve da fé " (Hb 10,38).Santa Teresa dizia que todos os pecados nascem da falta de fé.Peçamos pois, à Santíssima Virgem que, pelos merecimentos de sua fé, nos alcance uma fé viva.

Senhora, aumentai a nossa fé!

V. SUA ESPERANÇA

Da fé nasce a esperança. Pois nos ilumina com a fé, fazendo-nos conhecer sua bondade e suas promessas,para que nos elevemos pela esperança ao desejo de possuí-lo.

Possuindo Maria a virtude da fé por excelência, teve também, por excelência, a virtude da esperança."Maria foi sempre e totalmente desapegada dos afetos do mundo, que lhe passava por um deserto".Mostrou, de fato, a Santíssima Virgem quanto lhe era grande essa confiança em Deus, primeiramente ao

ver a perplexidade de S. José, seu esposo, que, ignorando a sua misteriosa maternidade, pensava em deixá-la.Provou ainda sua confiança em Deus quando, próxima ao parto, se viu em Belém, expulsa até da

hospedaria dos pobres, e reduzida a dar à luz numa estrebaria. "E reclinou numa manjedoura, porque não havia lugarpara eles na estalagem (Lc 2,7).

Igual confiança mostrou também na Providência quando S. José a avisou que era necessário fugir para oEgito. Ainda na mesma noite, partiu ara a longa e penosa viagem a um pais desconhecido, sem provisões, semdinheiro e sem outro acompanhamento senão a do Menino Jesus e de seu pobre esposo. "E levantando-se, Josétomou consigo , ainda noite, o Menino e sua Mãe e retirou-se para o Egito (MT 2,14).

Melhor ainda demonstrou sua confiança, quando pediu ao Filho o milagre do vinho em favor dos espososde Cana. Disse-lhe apenas: Eles não tem mais vinho. Ao que respondeu Jesus: Que nos importa isso, a mim e a ti?Minha hora ainda não chegou (Jô 2,4). Apesar da aparente repulsa, confiada na divina bondade, ordenou a Virgemaos servos que fizessem resolutamente o que lhes ordenasse o Filho. Pois era garantida a graça rogada. Com efeito,Cristo Senhor, mandou encher com água os vasos e depois a mudou em vinho.

V I. SUA CASTIDADE

Depois da queda de Adão, rebelara-se os sentidos contra a razão, e não há para o homem mais difícil

virtude a praticar do que a castidade. Diz Santo Agostinho: por ela luta-se todos os dias, mas raramente se ganha avitória.Mas o Senhor nos deu em Maria um grande modelo dessa virtude. Ela, com razão, é chamada Virgens das

Virgens e isso porque sem conselhos, nem exemplos de outros, f oi a primeira a oferecer a virgindade a Deus, dando-lhe assim as outras virgens que a imitaram.

Na opinião de um santo, é Ela a açucena entre os espinhos, porque as outras virgens, em oposição a Maria,são espinhos para si e para os outros. Maria, com sua só presença, insinuana a todos pensamentos e afetos de pureza.

Di z São Tomás: A beleza da Santíssima Virg em despertava em quantos a via m o amor à pureza.S. Jerônimo diz que São José conservou a virgindade pela companhia de Maria. Respondendo a heresia de

Elvídio que negava a virgindade da Mãe de Deus, disse o Santo Doutor: Dizes que Maria não foi sempre Virgem;mas eu vou mais longe e afi rmo que também José permaneceu virge m por causa de Maria.

Na opinião de S. Gregório Nazianzeno, a Santíssima Virgem era tão amante dessa virtude, que paraconservá-la, estaria pronta a renunciar à dignidade da Mãe de Deus.

É isso que se deduz da pergunta de Maria ao arcanjo: "Como se fará isso, pois não conheço varão?"(Lc1,34). O mesmo afirma a resposta que deu: "Faça-se em mim segundo a vossa vontade". Com esses termossignif ica que dá o seu consentimento, por ter sido certificada pelo anjo que se tornaria Mãe, unicamente, por obrado Espírito Santo.

Comunidade Mariana Totus Tuus - pág. 3

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Na frase de S. Ambrosio, é um anjo quem guarda a castidade, e é um demônio quem a perde.Diz São Belarmino com os mestres da vida espiritual que é preciso empregar meios para manter esta

virtude da castidade.São esses os meios: o jejum, a fugida das ocasiões e a oração.Sob o jejum entende-se a mortificação, principalmente dos olhos e da gula. Maria Santíssima, embora

cheia da divina graça, foi mortificadíssima nos olhos. Trazia-os sempre baixos e nunca os fixava em pessoa alguma,desde pequenina, causava admiração a todos por sua modéstia. Por isso foi apressadamente em visita a Isabel

(Lc1,39), para ser menos vista em público.Foi revelado a um ermitão (pessoa que se isola numa vida de oração e penitência) que Maria quando criança,só tomava leite uma vez por dia. Durante toda a sua vida jejuou sempre. Diz São Gregório, que jamais teria recebidoa Virgem tantos e tamanhos favores, se não tivesse sido tão temperante, pois a gula e a graça não se dão bem.

A fugida das ocasiões é o segundo meio para vencer o vício. Assim falam os provérbios: O que evita oslaços estará em segurança (11,5).

Maria fugia, tanto quanto possível à vista dos homens, como indica a pressa com que foi visitar a suaprima. Aqui adverte um autor que ela deixou Isabel, antes de esta dar à luz, como se conclui das palavras de S.Lucas: E ficou Maria com Isabel perto de três meses; depois voltou para sua casa. Entretanto completou-se o tempode Isabel dar à luz, e deu a luz um filho (Lc1, 56-57). E porque não esperou? A fim de evitar as conversas e asvisitas que se sucederiam então em casa de Isabel.

O terceiro meio é a oração: Sem trabalho e contínua oração a nanhuma virtude chegou a Santíssima

Virgem, como consta de uma revelação sua a S. Isabel (lê pag 279). Diz S. João Damasceno: Mas quem a elarecorre, basta pronunciar-lhe o nome para ser livre desse vício.

VII . SUA P OBR EZ A

Exorta o Senhor a quantos o querem seguir: Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens e dá-o aospobres(MT,1921). Ma ria, sua mais perfeita discípula, também lhe quis seguir o conselho.

Coma a herança de seus pais, teria ela podido viver folgadamente, como prova S. Canísio. Preferiu noentanto ser pobre, muito pouco reservando para si e o mais distribuindo em esmolas no templo e aos pobres.

Af ir ma m muitos autores que a Virgem fez o voto de pobreza.Revelou a Virgem a S. Brígida: Desde o começo prometi ao meu Senhor nada possuir neste mundo. O que

possuía - disse a Virgem Santíssima - dei-o aos pobres; só guardei o indispensável para vestir e comer.Disse o anjo para S. Brígida , que os bens deste mundo não valiam para Nossa Senhora mais do que cisco.

Em suma, Ela viveu pobre e pobre morreu. Pois não se sabe que por sua morte deixasse outra coisa, senão duaspobres vestes a duas mulheres quq a tinham assistido durante a vida, como referem Nícéforo e outros.

VI II. SUA OBEDIÊNCIA

A Santíssima virgem amava a obediência.Quando da embaixada de S. Gabriel não quis tomar outro nome senão o de escrava. "Eis aqui a escrava do

Senhor". Ela mesma declarou que Deus se tinha agradado de sua obediência. "Ele olhou a baixeza de sua serva"Por sua obediência, reparou Maria o dano causado pela desobediência de Eva. "Como a desobediência de

Eva causou a morte ao gênero humano, assim pela obediência foi a Virgem, para si e para a humnidade , a causa dasalvação (S. Irineu).

Falou a Virgem a S. Brígida da segurança que há em obedecer ao diretor espiritual, e disse-lhe que aobediência, a quantos a praticam, leva-os ao paraíso.

Dizia S. Filipe Néri, que Deus não pede conta do que fizemos por obediência, porque tornou essa virtudeuma obrigação para nós. "O que vos ouve, a mim ouve; o que vos despreza a mim despreza (Lc 10,16).A S. Brígida disse a Mãe de Deus que pelos merecimentos de sua obediência, havia Ela obtido do Senhor a

graça de alcançar o perdão a todos os pecadores, que arrependidos a ela recorressem.

IX. SUA PACIÊNCIA

Toda a vida de Nossa Senhora foi um contínuo exercício de paciência.Revelou o anjo a S. Brígida que a Santíssima Virgem sempre viveu entre as tribulações. Só a compaixão

com as penas do Redentor foi bastante para torná-la mártir da paciência.Diz São Bernardino de Sena a respeito de Nossa Senhora: A crucificada concebeu o crucificado.Bastava sua assistência junto a Jesus moribundo no Calvário, para fazer conhecer quanto foi constante e

sublime sua paciência.

É também a paciência que plasma (molda) os santos, porque "a paciência efetua uma obra perfeita"(Tg1,4). A paciência aceita as cruzes vindas diretamente de Deus, tais como: doença, a pobreza, etc... bem como asque nos vêem dos homens como: perseguições, as injúrias e outras mais.

Comunidade Mariana Totus Tuus - pág. 4

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São João Evangelsita viu todos os santos trazendo palmas, símbolo do martírio (AP 7,9). Isso significa quetodos os adultos que se salvam devem ser mártires, ou pelo sangue ou pela paciência.

O papa Gregório Magno disse: " Nós podemos ser mártires mesmo sem o instrumento do martírio,guardando a paciência".

Belas as palavras de Santa Tereza: "Quem abraça a cruz, não a sente".Quando nos sentirmos acabrunhados pelas cruzes, recorramos a Maria Santíssima, que muito bem carregou

a sua , pois de consoladora dos aflitos e remédio para todas as doenças a chama a Igreja.

X. SE U ESPÍRITO DE ORAÇÃO:

Nunca se v iu na terra uma alma que, como Mar ia, com tanta perfeição pusesse em prática o grande preceitodo Salvador: "Importa orar sempre e nunca cessar de o fazer (Lc18,1).

Diz S. Alberto Magno que a Divina Mãe, foi abaixo de Jesus, a mais perfeita na oração, de quantos têmexistido e hão de existir.

Desde o primeiro instante de sua vid a, gozava Maria do uso perfeito da razão. (Pag 266 1. G M). Já então começou a orar, e, para melhor se entregar a oração, quis encerrar-se no retiro do templo, com

apenas três anos.Além das horas destinadas ao santo exercício da oração, erguia-se de noite e ia orar ante o altar do templo,

como revelou a S. Isabel de Turíngia. (Lê pag. 279).Diz S. Bernardino que Maria pelo amor a oração e ao retiro, estava sempre atenta em fugir ao trato com o

mundo. Exclama São Bernardo: a solidão e o silêncio, que se gozam no retiro, convidam a alma a deixar com opensamento a terra, e a mediar nos bens celestiais.