Bizncio Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

Nota: Para o Estado medieval, veja Imprio Bizantino. Para a cidade atual, veja Istambul.

Localizao de Bizncio.

Bizncio (em grego: ; em latim: Byzantium) foi uma cidade da Grcia Antiga, fundada por colonos gregos da cidade de Mgara, em 658 a.C., que recebeu o nome de seu rei, Bizas ou Bizante ( ou , em grego). Os romanos latinizaram o nome para Byzantium. A cidade veio a se tornar o centro do Imprio Bizantino, a metade do Imprio Romano que falava oidioma grego, da Antiguidade tardia at a Idade Mdia, sob o nome de Constantinopla. Foi conquistada pelos turcos, em 1453, e passou a fazer parte do Imprio Otomano; em 1930 seu nome foi mudado novamente, e passou a se chamar Istambul.

Mitologia

Moeda da segunda metade dosculo II d.C. com a efgie do Rei Bizas.

Segundo Eusbio de Cesareia, Bizncio foi fundada por Bizas em 658 a.C., dezessete anos depois da fundao da Calcednia, outra colnia de Mgara, localizada no outro lado do Bsforo.

1

Os colonos de Mgara tinham consultado o orculo de Apolo na Ptia, que lhes disse para "buscar um lar oposto ao pas dos cegos". O enigma levou-os a Calcednia e, tendo pesquisado os dois lados de um estreito, escolheram o pior, pois o local de Bizncio tinha a terra mais frtil e melhores oportunidades de pesca.

2

Segundo Herdoto, quem chamou os calcednios de cegos foi Megabazo[desambiguao necessria]

, pois eles tinham fundado sua cidade dezessete anos antes de Bizncio, que era um local muito melhor para uma cidade.

3

O nome Bizncio deriva de Bizas, que, segundo Diodoro Sculo, foi rei na poca dos argonautas.4 Bizas era

filho de Keroessa,5 6 filha de Zeus e Io,

6 seu pai era o deus Netuno.

1

Histria

Pelos indcios histricos, sabe-se que foi uma pequena cidade comercial, devido sua localizao estratgia na nica via de entrada para o mar Negro. Bizncio eventualmente conquistou a cidade de Calcednia, do outro lado do Bsforo.

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Mapa medieval de Constantinopla, desenhado em 1422 pelo cartgrafoflorentino Cristvo Buondelmonti.

Em 196 d.C., aps se aliar ao usurpador Pescnio Nger, contra o imperador Septmio Severo, a cidade foi sitiada pelas foras do Imprio Romano e sofreu grandes danos. Eventualmente foi reconstruda e reconquistou rapidamente a sua prosperidade anterior. Sua localizao atraiu o imperador Constantino, que, no ano de 330, a renomeou Nova Roma. Aps sua morte a cidade passou a ser chamada

de Constantinopla (em grego: , "cidade de Constantino") e veio a ser a capital do Imprio Romano do Oriente, posteriormente conhecido como Imprio Bizantino.

Esta combinao de imperialismo e localizao viria a afetar o papel de Constantinopla como ponto de cruzamento entre dois continentes: a posio era de vital importncia comercial, cultural e diplomtica e permitia cidade controlar as rotas que ligavam a sia Europa, assim como a passagem do mar Mediterrneo para o mar Negro.

Em 29 de maio de 1453 a cidade caiu para os invasores turcos, aps um longo cerco, e ela se tornou a capital de outro Estado poderoso, o Imprio Otomano. Passou a se chamar Istambul(oficialmente apenas em 1930) e permanece at hoje a maior e mais importante cidade da Repblica da Turquia.

Imprio Bizantino Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

O Imprio Bizantino foi a continuao do Imprio Romano durante a Antiguidade Tardia e Idade Mdia. Sua capital foi Constantinopla (moderna Istambul), originalmente conhecida com Bizncio. Inicialmente parte oriental do Imprio Romano

1 (frequentemente chamada de Imprio Romano do Oriente no

contexto), sobreviveu fragmentao e ao colapso do Imprio Romano do Ocidente no sculo V e continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos at sua queda diante da expanso dos turcos

otomanos em1453. Foi conhecido simplesmente como Imprio Romano (em grego:

; transl.: Basileia Rhmain; em latim: Imperium Romanum)2 ou Romnia (em grego:;

transl.: Rhmana)3 4 5 6 7 8 9 10 por seus habitantes e vizinhos.

Como a distino entre o Imprio Romano e o Imprio Bizantino em grande parte uma conveno moderna, no possvel atribuir uma data de separao. Vrios eventos dosculo IV ao sculo VI marcaram o perodo de transio durante o qual as metades oriental e ocidental do Imprio Romano se dividiram.

11 Em 285, o imperador Diocleciano(r. 284305) dividiu a administrao imperial em duas

metades. Entre 324 e 330, Constantino (r. 306337) transferiu a capital principal de Roma para Bizncio, conhecida mais tarde como Constantinopla ("Cidade de Constantino") e Nova Roma.

nt 1 Sob Teodsio I (r.

379395), o cristianismo tornou-se a religio oficial do imprio e, com sua morte, o Estado romano dividiu-se definitivamente em duas metades, cada qual controlada por um de seus filhos.

13 E finalmente, sob o

reinado de Herclio (r. 610641), a administrao e as foras armadas do imprio foram reestruturadas e o grego foi adotado em lugar do latim.

14 15

16

Em suma, Bizncio se distingue da Roma Antiga na medida em que foi orientado para a cultura grega em vez da latina e caracterizou-se pelo cristianismo ortodoxo em lugar do politesmo romano.

3 7 8 9 10

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As fronteiras do imprio mudaram muito ao longo de sua existncia, que passou por vrios ciclos de declnio e recuperao. Durante o reinado de Justiniano (r. 527565), alcanou sua maior extenso aps reconquistar muito dos territrios mediterrneos antes pertencentes poro ocidental do Imprio Romano, incluindo o norte da frica,pennsula Itlica e parte da pennsula Ibrica. Durante o reinado de Maurcio (r. 582602), as fronteiras orientais foram expandidas e o norte estabilizado. Contudo, seu assassinato causou um conflito de duas dcadas com o Imprio Sassnida que exauriu os recursos do imprio e contribuiu para suas grandes perdas territoriais durante asinvases muulmanas do sculo VII. Durante a dinastia macednica (sculo XXI), o imprio expandiu-se novamente e viveu um renascimento de dois sculos, que chegou ao fim com a perda de grande parte da sia Menor para os turcos seljcidas aps a derrota na batalha de Manziquerta (1071).

No sculo XII, durante a Restaurao Comnena, o imprio recuperou parte do territrio perdido e restabeleceu sua dominncia. No entanto, aps a morte de Andrnico I Comneno (r. 11831185) e o fim da dinastia comnena no final do sculo XII, o imprio entrou em declnio novamente. Recebeu um golpe fatal em 1204, no contexto da Quarta Cruzada, quando foi dissolvido e dividido em reinos latinos e gregos concorrentes. Apesar de Constantinopla ter sido reconquistada e o imprio restabelecido em 1261, sob os imperadores palelogos, o imprio teve que enfrentar diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos para sobreviver. Paradoxalmente, este perodo foi o mais produtivo culturalmente de sua histria.

1 Sucessivas guerras civis no sculo XIV minaram ainda mais a fora do j enfraquecido imprio e

mais territrios foram perdidos nas guerras bizantino-otomanas, que culminaram na Queda de Constantinopla e na conquista dos territrios remanescentes pelo Imprio Otomano no sculo XV.

Nomenclatura

Ver tambm: Nomes dos gregos e Gregos bizantinos

A designao do imprio como "bizantino" surgiu na Europa Ocidental em 1557, quando o historiador alemo Hieronymus Wolf publicou sua obra Corpus Histori Byzantin, uma coleo de fontes bizantinas. "Bizantino" em si vem de "Bizncio" (uma cidade grega, fundada por colonos de Mgara em 667 a.C.), o nome da cidade de Constantinopla antes de se tornar a capital do imprio sob Constantino. Este antigo nome da cidade raramente seria utilizado a partir daquele evento, exceto no contexto potico ou histrico. A publicao, em 1668, de Bizantino du Louvre (Corpus Scriptorum Histori Byzantin), e em 1680 da Histria Bizantina de Du Cange popularizou o uso de Bizantino em autores franceses, como Montesquieu.

17 Contudo, s em meados do sculo XIX que o termo entrou em uso geral no mundo

ocidental.18

O imprio era conhecido por seus habitantes como Imprio Romano (em latim: Imperium Romanum;

em grego: ; transl.: Basilea tn Rhman) ou Imprio dos Romanos

(em latim: Imperium Romanorum; em grego: ; transl.: Arche tn Rhman), Romnia

(em latim: Romania;em grego: ;transl.: Rhmana),nt 2 Repblica Romana (em latim: Res Publica

Romana; em grego: ; transl.: Politea tn Rhman),21 Graikia (em

grego: ),22 e tambm Rhmais ().23

Durante a maior parte da Idade Mdia, os gregos bizantinos identificaram-se

como romaioi (em grego: , "romano", ou seja, cidados do Imprio Romano), um termo que, em lngua grega, tornou-se sinnimo de grego cristo.

24 25

Eles tambm identificavam-se

como graikoi (em grego: , "gregos"),26 27 28 29 30 embora este etnnimo nunca tenha sido usado na correspondncia poltica oficial bizantina antes de 1204.

31 O antigo nome "heleno" era popularmente

considerado um sinnimo para pago e foi readotado como um etnnimo no perodo mdio bizantino,nt

3 mais precisamente no sculo XI.

35

Embora o imprio tenha tido um carter multitnico durante a maior parte de sua histria36

37

e preservasse as tradies romano-helensticas,

38 era geralmente conhecido pela maioria dos seus contemporneos

ocidentais e do norte como o "Imprio dos Gregos" (em latim: Imperium Graecorum)nt 4

devido ao crescente predomnio do elemento grego.

3 39

40

41

42

43

44

45

46

47

O uso ocasional do termo "Imprio dos Gregos" para referir o Imprio Romano do Oriente e "Imperador dos Gregos" (em latim: Imperator Graecorum)

48 para

o imperador bizantino reflete o desejo dos novos reinos do Ocidente de separ-lo do Imprio Romano, uma vez que rejeitavam a afirmao imperial de descendncia.

nt 5

A reivindicao do Imprio Romano do Oriente da herana romana foi ativamente disputada no Ocidente durante o reinado da imperatriz Irene de Atenas (r. 797802), depois da coroao de Carlos Magno como

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imperador doSacro Imprio no ano 800 pelo papa Leo III, que, precisando de ajuda contra os lombardos em Roma, considerou vago o trono do Imprio Romano por no haver um ocupante do sexo masculino

50 no trono.

51 52

O papa e os governantes do ocidente sempre utilizaram o nome "romano" para referirem-se aos imperadores do oriente, todavia preferiram o termo Imperator Romani ("imperador da Romnia"), em vez de Imperator Romanorum("imperador romano"), um ttulo que os ocidentais mantiveram apenas para Carlos Magno e seus sucessores.

nt 6 Essa distino no existiu nos

mundos persa, islmico e eslavo, nos quais o imprio era visto como uma continuao do Imprio Romano. No mundo islmico, era conhecido principalmente como (Rm, "Roma").

54 55

Histria

Diviso do Imprio Romano

Ver artigos principais: Tetrarquia, Bizncio sob as dinastias constantina e valentiniana, Bizncio sob a dinastia teodosiana e Bizncio sob a dinastia leonina

O Batismo de Constantino, porRafael Sanzio, 15201524, Vaticano,Palcio Apostlico. Eusbio de Cesareia recorda

que, como foi comum entre os cristos convertidos deste perodo, Constantino teve um batismotardio, prximo de sua

morte.56

soldo de Odoacro (r. 476493) na qual aparece o nome do imperadorZeno I (r. 474491), a quem estava

nominalmente subordinado

Em 293, Diocleciano (r. 284305) criou um novo sistema administrativo, a Tetrarquia.57

Aps a abdicao de Diocleciano e Maximiano (r. 286308), no entanto, a tetrarquia entrou em colapso, e Constantino (r. 306337) substituiu-a pelo princpio dinstico de sucesso hereditria.

58 Escolheu a antiga cidade

de Bizncio como nova capital imperial, refundando-a em 330 como "Nova Roma" (adquiriria posteriormente o nome Constantinopla), pois estava bem situada nas rotas comerciais que passavam pelos mares Negro e Mediterrneo, ligando o Oriente e o Ocidente. Constantino fez muitas mudanas nas instituies civis, militares, administrativas e religiosas.

59 Baseando-se nas reformas administrativas

introduzidas por Diocleciano, estabilizou a moeda (o soldo de ouro que introduziu tornou-se uma moeda altamente valorizada e estvel)

nt 7 e fez alteraes na estrutura do exrcito.

64 Embora no tenha sido

tornado a religio oficial do Estado, o cristianismo gozava da preferncia imperial, uma vez que Constantino concedeu-lhe generosos privilgios.

65 Ele estabeleceu o princpio de que os imperadores no deveriam

resolver questes de doutrina, mas deveriam convocar conclios eclesisticos gerais para esse efeito. O Primeiro Conclio de Arles foi convocado por Constantino e o Primeiro Conclio de Niceia apresentou sua reivindicao para ser a cabea da Igreja.

66 67

68

Durante o reinado de Teodsio I (r. 378395) os templos pagos do imprio comearam a ser sistematicamente destrudos e o cristianismo tornou-se a religio oficial do Estado romano. Aps a sua morte em 395, o imprio foi dividido entre seus filhos: a poro ocidental foi mantida por Honrio (r. 393423), enquanto a oriental por Arcdio (r. 395408).

69 13

A poro oriental foi poupada das dificuldades enfrentadas pelo Ocidente no sculo V, em parte devido a uma cultura mais urbana e a mais recursos financeiros

70 que lhe permitiram evitar invases pagando tributos e

contratando mercenrios estrangeiros. Teodsio II (r. 408450) fortaleceu as muralhas de Constantinopla construindo a Muralha de Teodsio (408413),

71 o que deixou a cidade imune maior parte

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dos ataques; as muralhas mantiveram-se inexpugnveis at 1204. A fim de afastar os hunos, Teodsio pagou-lhes tributos (159 kg de ouro).

72

Seu sucessor Marciano (r. 450457) se recusou a continuar a pagar a quantia anteriormente estipulada, pois considerava-a exorbitante.

73 Por essa altura, no entanto, tila (r. 434453) j havia desviado sua

ateno para o Imprio Romano do Ocidente. Aps a morte de tila, o Imprio Huno se desmoronou e Constantinopla iniciou um relacionamento profcuo com os hunos restantes, que acabaram lutando como mercenrios do exrcito bizantino.

74 75

76

Com o fim da ameaa huna, o Imprio do Oriente viveu um perodo de paz, enquanto o Imprio do Ocidente continuou seu lento declnio em decorrncia da expanso dos povos germnicos: por esta altura muitos de seus antigos territrios j haviam sido perdidos, terminando por ser completamente conquistado em 476 pelo oficial romano de origem germnica Odoacro, que forou o imperador Rmulo Augusto (r. 475476) a abdicar.

77 78

Em 480, o imperador Zeno I (r. 474491) aboliu a diviso do imprio, tonando-se imperador nico. Odoacro (r. 476493), agora governando a Itlia como rei, foi nominalmente subordinado de Zeno, mas atuou com completa autonomia e acabou por apoiar uma rebelio contra o imperador.

79 Para recuperar a

Itlia, Zeno negociou com o rei dos ostrogodos daMsia, Teodorico (r. 474-26), a quem enviou como mestre dos soldados da Itlia (magister militum per Italiam), a fim de depor Odoacro. Este foi assassinado pelo prprio Teodorico durante um banquete em 493. Teodorico fundou ento o Reino Ostrogtico, do qual tornou-se rei (493-526),

80 embora nunca tenha sido reconhecido como tal pelos

imperadores orientais.79

Em 491, Anastcio I (r. 491518), um oficial civil de origem romana, tornou-se imperador. No mbito militar foi bem sucedido em suprimir, em 497, uma revolta isauriana que havia eclodido em 492,

81 bem como em uma guerra contra o Imprio Sassnida. Atualmente desconhecem-se os

termos do tratado de paz que terminou este ltimo conflito.82

83

No mbito administrativo mostrou-se um reformador enrgico e um administrador competente aperfeioou o sistema de cunhagem de Constantino, atravs do estabelecimento definitivo do peso do follis, a moeda utilizada na maioria das transaes dirias,

84 e reformou o sistema tributrio, abolindo permanentemente o imposto crisrgiro. O

Tesouro do Estado dispunha da enorme quantia de 145 150 kg de ouro quando Anastcio morreu em 518.

85

Reconquista das provncias ocidentais

Ver artigos principais: Dinastia justiniana, Guerra Ibrica, Guerra Lzica, Guerra Vndala, Guerra Gtica (535554) e Revolta de Nika

Justiniano

Justiniano em um dos famosos mosaicos da Baslica de So Vital, Ravena

Baslica de Santa Sofia.

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Em 527, assumiu o trono imperial Justiniano (r. 527565), sobrinho do ento imperador Justino I (r. 518527).

86 Em 529, uma comisso de dez homens presidida por Joo da Capadcia eTriboniano revisou

o cdigo legal romano e criou uma nova codificao de leis e extratos de juristas; em 534, o cdigo foi atualizado e, juntamente com as Novelas de Justiniano (decretos promulgados por ele at 534), formou o sistema legal usado durante a maior parte do perodo bizantino.

87 Em 532, com a morte do x Cavades I (r.

488531), Justiniano firmou a chamada Paz Eterna com o seu filho e sucessor, Cosroes I (r. 531579), concluindo assim a Guerra Ibrica que havia sido iniciada em 526.

88 No mesmo ano, o imperador

sobreviveu a uma revolta em Constantinopla (a Revolta de Nika), que terminou com a morte de cerca de 30 a 35 mil manifestantes.

89 90

Esta vitria consolidou o poder de Justiniano.91

No rescaldo do evento, o imperador empreendeu um extenso programa de reparao e ampliao dos edifcios danificados, entre os quais o mais famoso, a Baslica de Santa Sofia, perdura at a atualidade como um dos principais monumentos da arquitetura bizantina.

92

O reinado de Justiniano foi caracterizado por uma srie de guerras contra os poderes germnicos ocidentais que culminaria na reconquista de vastas pores do ento findado Imprio Romano do Ocidente. Este perodo de reconquistas se iniciou em 533, quando o general Belisrio foi enviado para recuperar a antiga provncia da frica Proconsular dos vndalos, que a controlavam desde 429.

93 Embora a Guerra

Vndala tenha sido rapidamente concluda em 534, a provncia s foi efetivamente conquistada em 548,

94 pelo oficial Joo Troglita, pois eclodiu uma srie de rebelies no exrcito imperial e nas

tribos berberes que residiam na regio.91

95

96

Na Itlia, aproveitando-se do assassinato da rainha Amalasunta por Teodato (r. 534536),

97 Justiniano lanou duas expedies contra o Reino

Ostrogtico, uma na Siclia, sob o comando de Belisrio, e outra na Dalmcia, comandada por Mundo,98

o que deu incio chamada Guerra Gtica. Os bizantinos conquistaram gradualmente os territrios ostrogodos, capturando as cidades de Ravena, Npoles e Roma.

99 100

Em 549, o general Belisrio, que estava em Ravena, foi convocado para Constantinopla

101 94

e em seu lugar foi colocado o eunuco armnio Narses, que chegou na Itlia no final de 551. Sob o comando de Narses, os bizantinos conseguiram vitrias decisivas contra os reis Totila (r. 542552) e Teia (r. 552553) que concluram a guerra, embora os ostrogodos permanecessem resistentes ao domnio imperial por mais algum tempo.

102 103

Em 551, quando a Guerra Gtica ainda decorria, Atanagildo, um nobre visigodo do Reino Visigtico, procurou a ajuda de Justiniano em uma rebelio contra o rei gila I (r. 549551), que enviou uma fora sob Librio. O Imprio Bizantino manteve uma faixa no sul da Hispnia, que ficou conhecida como provncia da Espnia, at o reinado de Herclio.

104 105

Imprio Bizantino em 600

Em 541, quando Justiniano estava empenhado em suas campanhas ocidentais, o x Cosroes I resolveu quebrar a Paz Eterna e declarar guerra. A chamada Guerra Lzica comeou com inmeras escaramuas e cercos na frente mesopotmica, sendo transferida, a partir de 548, para Lzica por influncia do rei local Gubazes II (r. 541555), arrastando-se at 561, quando concluiu-se a chamada Paz de 50 anos.

nt

8 108

Em meados dos anos 550, Justiniano obteve vitrias na maioria dos teatros de operao, com a notvel exceo dos Blcs, que foram submetidos a repetidas incurses dos esclavenos e gpidas; posteriormente, durante o reinado de Herclio (r. 610641), tribossrvias e croatas foram reassentadas no nordeste dos Blcs.

109 Em 559, o Imprio Bizantino enfrentou uma grande invaso dos cutrigures liderada

por Zabergan. Justiniano chamou o seu general Belisrio de seu retiro e, com a liderana deste, os hunos foram derrotados. O reforo das frotas do rio Danbio provocou a retirada dos cutrigures, que concordaram em um tratado que permitiu a passagem segura para o outro lado do Danbio.

110 111

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Justiniano morreu em 565 e foi sucedido por seu sobrinho Justino II (r. 565578), cuja primeira medida como imperador foi recusar-se a pagar o grande tributo anual ao Imprio Sassnida que havia sido estipulado na Paz de 50 anos. Aps ajudar o armnio Bardanes III Mamicnio em sua revolta contra os persas, eclodiu uma nova guerraentre as duas potncias.

112 Enquanto isso, os lombardos invadiram

a pennsula Itlica; no final do sculo, apenas um tero da Itlia estava sob domnio do Imprio Bizantino. No reinado do sucessor de Justino II, Tibrio II (r. 578582), assistiu-se ao comeo das invases varas e, mesmo aplacando-os com subsdios, a fortaleza balcnica de Sirmio sofreu um cerco varo e acabou conquistada. Alm deles, os eslavos comearam a fazer incurses no Danbio. Maurcio I (r. 582602), que sucedeu a Teodsio, interveio em uma guerra civil persa entre o legtimo Cosroes II (r. 590628) e o usurpador Vararanes VI (r. 590591). Devido ajuda prestada, o conflito bizantino-sassnida foi concludo, com os persas cedendo vastas pores de terra do nordeste da Mesopotmia, Armnia persa e do Reino da Ibria, alm de isentarem os bizantinos de pagamento de tributo.

113 114

115

O fim do conflito e a consequente economia dos recursos do imprio permitiu que Maurcio empreendesse uma srie de campanhas bem sucedidas nos Blcs que empurraram varos e eslavos para alm do Danbio e estabilizarem por algum tempo esta fronteira.

116 117

118

119

120

As fronteiras encolhendo

Dinastia heracliana

Ver artigos principais: Dinastia heracliana e Guerra bizantino-sassnida de 602-628

Imprio Bizantino no ano 650

Durante os sculos VI e VII, o imprio foi atingido por uma srie de epidemias, que foram devastadoras para a populao e contriburam para um declnio econmico significativo e e para o enfraquecimento do imprio.

121 122

123

Sob Tibrio II, o excedente do tesouro que havia sido acumulado desde Justino II foi gasto com sua magnanimidade e campanhas,

124 125

126

o que forou Maurcio a adotar medidas fiscais estritas e cortes nos pagamentos do exrcito, ocasionando vrios motins.

127 O ltimo deles, em 602, causou o

assassinato de Maurcio pelo oficial trcio Focas (r. 602610).128

129

130

131

Depois do assassinato de Maurcio, Cosroes II usou este pretexto para recomear as hostilidades com o Imprio Bizantino.

132

Focas, um governante impopular invariavelmente descrito em fontes bizantinas como um "tirano", foi alvo de conspiraes lideradas pelo senado. Acabou sendo deposto em 610 por Herclio, que rumou para Constantinopla de Cartago com um cone posto na proa de seu navio.

133 134

No momento da ascenso de Herclio, os sassnidas haviam avanado profundamente na sia Menor, ocupando importantes cidades do Oriente como Damasco e Jerusalm e levando a Vera Cruz para a sua capital,Ctesifonte.

135 A

contra-ofensiva de Herclio assumiu carter de uma guerra santa, e uma imagem acheiropoieta de Jesus Cristo foi usada como estandarte.

136 137

Do mesmo modo, quando Constantinopla foi salva do cerco dos varos em 626, a vitria foi atribuda ao cone da Virgem, que fora levado em procisso pelo patriarca Srgio sobre os muros da cidade.

138 A principal fora sassnida foi destruda em Nnive em 627 e em 629

Herclio restaurou a Vera Cruz de Jerusalm, em uma cerimnia majestosa.134

139

140

A guerra tinha esgotado tanto o Imprio Bizantino como o Imprio Sassnida, e deixou-os extremamente vulnerveis s foras rabes muulmanas, que surgiram nos anos seguintes.

141 Os romanos sofreram uma esmagadora

derrota para os rabes na batalha de Jarmuque, em 636, e Ctesifonte caiu em 637.142

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O fogo grego foi usado pela primeira vez pela marinha bizantinadurante as guerras bizantino-rabes.Escilitzes de

Madrid, Biblioteca Nacional da Espanha, Madrid

Mosaico na Baslica de Santo Apolinrio, em Ravena, retratando o imperador Constantino IV e sua corte. Foi durante

seu reinado que osblgaros invadiram pela primeira vez o Imprio Bizantino.

A partir de 649, os rabes comearam a fazer ataques navais contra o imprio, chegando a controlar Chipre. Os rabes, j firmemente controlando a Sria e o Levante, enviaram frequentes incurses s profundezas da Anatlia, e entre 674 e 678 fizeram um cerco a Constantinopla. A frota rabe foi repelida atravs do uso do fogo grego, e foi assinada uma trgua de trinta anos entre o Imprio Bizantino e o Califado Omada.

143 Contudo, as incurses rabes na Anatlia perduraram e aceleraram o fim da cultura

urbana clssica, com os habitantes de muitas cidades refortificando reas muito menores no interior das muralhas, ou se mudando para fortalezas prximas.

144 145

Constantinopla regrediu consideravelmente em tamanho, com a populao diminuindo de 500 mil habitantes para apenas 40 a 70 mil. Isso se deveu principalmente ao fim das remessas grtis de cereais do Egito, primeiro devido perda temporria daquela regio para os persas (618628) e depois conquista definitiva pelos rabes em 642.

146 147

O vazio deixado pelo desaparecimento das velhas instituies cvicas semi-autnomas foi preenchido pelo sistema das temas, que implicou a diviso da Anatlia em "provncias" ocupadas por exrcitos distintos, que assumiram a autoridade civil e respondiam diretamente ao governo imperial. Este sistema pode ter tido suas razes em determinadas medidas pontuais adotadas por Herclio, mas ao longo do sculo VII se transformou em um sistema totalmente novo de governo imperial.

148 149

Tem sido dito que a reestruturao cultural e institucional macia do imprio, na sequncia das perdas territoriais do sculo VII, causou a ruptura decisiva entre o antigo Estado romano e aquele dos bizantinos, sendo que ele passou a ser entendido com um estado sucessor, em vez de uma continuao do Imprio Romano.

150

A retirada de um grande nmero de tropas dos Blcs para combater os persas e os rabes no Oriente abriu as portas para a expanso gradual dos povos eslavos para a Grcia e, como na Anatlia, muitas cidades regrediram para pequenos povoados fortificados.

151 Na dcada de 670, os blgaros foram

empurrados do sul do Danbio com a chegada dos cazares, e em 680 foras bizantinas que tinham sido enviadas para dispersar esses novos assentamentos foram derrotadas. No ano seguinte, Constantino IV Pogonato (r. 668685) assinou um tratado com o c blgaro Asparuch (r. 668695), e o Imprio Blgaro assumiu a soberania sobre algumas tribos eslavas que anteriormente, pelo menos nominalmente, tinham reconhecido a soberania bizantina.

152 Em 687688, o imperador Justiniano II (r. 685-695; 705-

711) liderou uma expedio contra os eslavos e os blgaros, obtendo vitrias significativas, porm o fato de ele precisar combater em seu regresso da Trcia para a Macednia demonstra o grau de deteriorao do poder bizantino na regio norte dos Blcs.

153

O ltimo imperador heracliano, Justiniano II, tentou quebrar o poder da aristocracia urbana atravs de uma tributao severa e da nomeao de "estrangeiros" para cargos administrativos. Foi expulso do poder em 695, e se exilou primeiro junto dos cazares e posteriormente dos blgaros. Nos anos seguintes, mais precisamente at 698,

154 os ltimos territrios bizantinos do Norte da frica seriam conquistados pelos

rabes, concluindo o processo iniciado em 647.155

Em 705, Justiniano II retornou a Constantinopla com os exrcitos do c blgaro Tervel (r. 695715), retomou o trono e instituiu um regime de terror contra seus inimigos. Com sua queda final em 711, mais uma vez apoiada pela aristocracia urbana, a dinastia heracliana chegou ao fim.

156 157

158

Da dinastia isauriana ascenso de Baslio I

Ver artigos principais: Dinastia isurica, Dinastia niceforiana e Iconoclastia

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O Imprio Bizantino durante a ascenso de Leo III, o Isurio. O territrio listrado mostra a invaso dos rabes.

Leo III, o Isurio (r. 717741) voltou a combater os rabes em 718, alcanando a vitria com a importante ajuda do c blgaro Tervel, que matou 32 mil rabes com seu exrcito. Ele tambm se dirigiu tarefa de reorganizar e consolidar os temas da sia Menor. Seu sucessor, Constantino V Coprnimo (r. 741775), alcanou notveis vitrias no norte da Sria, e minou completamente o poder do Imprio Blgaro.

159 Em

797, Irene (r. 797802) tornou-se a primeira mulher a ocupar o trono.160

No Natal do ano 800, com o pretexto da ausncia de um imperador do sexo masculino no trono de Constantinopla, e por razes de convenincia, o papa Leo III coroou Carlos Magno(r. 768814) como imperador do Ocidente.

nt 9 51

52

Em Constantinopla, isto foi visto como sacrilgio. Em 802, Carlos Magno enviou embaixadores a Constantinopla propondo casamento com Irene, mas, de acordo com Tefanes o Confessor, o plano foi frustrado por Acio, um dos favoritos de Irene.

162

Nicforo I, o Logteta (r. 802811), por no reconhecer Carlos Magno como imperador, provocou uma deteriorao nas relaes externas entre bizantinos e francos, o que provocou uma guerra por Veneza entre 806-810. A consequente Pax Nicephori acordou que o Ducado de Veneza pertenceria explicitamente aos domnios bizantinos,

163enquanto a Crocia Dlmata, com exceo das ilhas e cidades

bizantinas, pertenceria aos francos.164

Papa Leo III coroandoCarlos Magno

Sob a liderana do imperador Krum (r. 803811), a ameaa blgara tambm reapareceu: cidades como Srdica (atual Sfia)

165 eAdrianpolis

166 foram sitiadas e tomadas, enquanto nas batalhas campais

de Pliska (811)167

168

e Versinikia (813)169

os bizantinos foram decisivamente derrotados; em 814, o filho de Krum, Omurtag (r. 814831), negociou a paz com o Imprio Bizantino.

170 Aproveitando-se da fraqueza do

imprio, aps a revolta de Toms, o Eslavo no incio da dcada de 820, o Califado Abssida capturou Creta em 824, atacou com sucesso a Siclia, sitiando Siracusa e conquistando Palermo (831),

171 e destruiu Amrio em 838.

172 173

174

175

Porm, atravs das operaes militares dos imperadores Tefilo (r. 829842)e Miguel III, o brio (r. 842867), o Imprio Bizantino conquistou as cidades de Tarso (831), Melitene e Arsamosata (837), destruiu Sozpetra (837)

176 177

e derrotou decisivamente os rabes em Lalaco (863).

178

Nos sculos VIII e IX, o imprio foi dominado pela polmica e diviso religiosa causada pela poltica iconoclasta. Os cones foram banidos em 726 por Leo III, levando revolta dos icondulos(apoiantes dos cones) em todo o imprio.

179 Aps os esforos da imperatriz Irene, o Conclio de Niceia se reuniu em 787 e

afirmou que os cones podiam ser venerados mas no adorados. Em 813, Leo V, o Armnio (r. 813820) restaurou a poltica da iconoclastia, mas em 843, Teodora restaurou a venerao dos cones com a

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ajuda do patriarca Metdio.180

A iconoclastia desempenhou o seu papel na alienao posterior do Oriente e Ocidente, que se agravou durante o chamado Cisma de Fcio, quando o papa Nicolau I desafiou a elevao de Fcio para o patriarcado.

181

Dinastia macednica e o ressurgimento

Ver artigos principais: Dinastia macednica e Renascena macednica

O Imprio Bizantino em 867

A ascenso de Baslio I, o Macednio (r. 867886) marcou o comeo da dinastia macednica, que governaria nos dois sculos e meio seguintes. Esta dinastia incluiu alguns dos imperadores bizantinos mais competentes, e o perodo marcado pelo renascimento scio-cultural e militar. O imprio mudou de uma posio defensiva para uma agressiva que, alm de possibilitar a reconquista de muitos territrios perdidos, fez com que o Estado bizantino se reafirmasse como potncia militar e autoridade poltica. Alm disso, durante esse perodo se assistiu a um renascimento cultural em reas como a filosofia e as artes. Houve um esforo consciente de restaurar o brilho do perodo anterior s invases eslavas e rabes, o que levou a que o perodo macednico fosse apelidado de "Idade do Ouro" de Bizncio.

182

Guerras contra os muulmanos

Ver artigo principal: Guerras bizantino-rabes

Nos primeiros anos do reinado de Baslio I, os raides rabes na costa da Dalmcia foram repelidos com sucesso, e a regio passou mais uma vez a estar sob forte controle bizantino. Isto permitiu que os missionrios bizantinos penetrassem no interior e convertessem os srvios e os principados das atuais Herzegovina e Montenegro ao cristianismo ortodoxo.

183 Contudo, uma tentativa de

retomarMalta terminou desastrosamente quando a populao local aliou-se com os rabes e massacrou a guarnio bizantina. Por contraste, a posio bizantina no sul da Itlia foi gradualmente consolidada, de modo que em 873 Baripassou para o domnio bizantino, enquanto a maior parte do sul da Itlia pertenceu ao imprio durante os 200 anos seguintes.

184 Na importante frente oriental, o imprio reconstruiu suas

defesas e partiu para a ofensiva. Ospaulicianos foram derrotados e a sua capital, Tefrique, foi tomada, enquanto a ofensiva contra o Califado Abssida comeou com a recaptura de Samsata.

183

Sob Leo VI, o Sbio (r. 886912), as vitrias no Oriente contra o ento enfraquecido Califado Abssida continuaram. Contudo, a Siclia foi perdida para os rabes em 902, e em 904 Tessalnica foi saqueada por uma frota rabe liderada pelo renegado bizantino Leo de Trpoli. A fraqueza do imprio na esfera naval foi rapidamente corrigida, de modo que alguns anos mais tarde a marinha bizantina reocupou Chipre, perdido no sculo VII, e tambm invadiu Laodiceia (atual Kadesh), na Sria. Apesar desta vingana, os bizantinos ainda eram incapazes de dar um golpe decisivo contra os muulmanos, os quais infligiram uma derrota esmagadora sobre as foras imperiais quando estas tentaram recuperar Creta, em 911.

185

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O imperador Baslio II(r. 9761025)

A morte do tsar blgaro Simo I (r. 893927) enfraqueceu severamente os blgaros, permitindo que os bizantinos se concentrassem na frente oriental.

186 Melitene foi permanentemente reconquistada em 934 e,

em 943, o famoso general Joo Curcuas continuou as ofensivas na Mesopotmia, com algumas vitrias notveis que culminaram na reconquista de Edessa (atualanlurfa). Curcuas foi especialmente celebrado ao retornar para Constantinopla trazendo a venervel Imagem de Edessa (Mandylion), uma relquia na qual supostamente estava impresso umretrato de Cristo.

187 Os imperadores soldados Nicforo II Focas (r. 963

969) e Joo I Tzimisces (r. 969976) expandiram o imprio para a Sria, derrotando os emires do noroeste do atualIraque. A grande cidade de Alepo foi tomada por Nicforo em 962 e os rabes foram decisivamente expulsos de Creta no ano seguinte. A recaptura de Creta colocou um fim aos raides rabes nomar Egeu, permitindo que o continente grego florescesse novamente. O Chipre foi permanentemente retomado em 965 e os xitos de Nicforo culminaram em 969 na recaptura de Antioquia, que ele incorporou como uma provncia imperial.

188 Seu sucessor, Joo Tzimisces,

recapturou Damasco, Beirute, Acre, Sdon, Cesareia e Tiberades, colocando os exrcitos bizantinos a pouca distncia de Jerusalm, embora os centros de poder muulmanos no Iraque e Egito tenham sido deixados intactos.

189 Aps muitas campanhas no norte, na ltima ameaa rabe a Bizncio, a rica provncia

da Siclia foi alvo, em 1025, de um ataque de Baslio II (r. 9761025), porm ele morreu antes de poder completar a expedio. No entanto, por essa altura o imprio se estendia desde o estreito de Messina ao Eufrates e do Danbio Sria.

190

Guerras contra o Imprio Blgaro

Ver artigos principais: Guerras bizantino-blgaras e Conquista bizantina da Bulgria

Derrota bizantina em Bulgarfigo

O imprio aps as conquistas de Baslio II

A luta tradicional com a S de Roma continuou at o perodo macednico, estimulada pela questo da supremacia religiosa sobre a recm-cristianizada Bulgria.

182 Aps 80 anos de paz entre os dois Estados, o

poderoso tsar blgaro Simo I invadiu o imprio em 854, mas foi repelido pelos bizantinos, que usaram a sua frota para atacar a retaguarda blgara navegando pelo mar Negro e contando com o apoio dos magiares.

191 Contudo, os bizantinos foram derrotados na batalha de Bulgarfigo em 896 e

concordaram em pagar tributos anuais para os blgaros.185

Com a morte de Leo VI, o Sbio em 912, as hostilidades logo recomearam, com Simo marchando sobre Constantinopla frente de um grande exrcito.

192 Embora as muralhas da cidade fossem inexpugnveis, a administrao bizantina estava em

desordem e Simo foi convidado para a cidade, onde lhe foi concedida a coroa de basileu (imperador) da Bulgria e o jovem imperador Constantino VII Porfirognito (r. 913959) foi prometido em casamento a uma de suas filhas. Quando uma revolta em Constantinopla suspendeu seu projeto dinstico, Simo invadiu novamente a Trcia e conquistou Adrianpolis.

193194 O imprio enfrentava agora o problema de um

poderoso Estado cristo a uma distncia de poucos dias de marcha de Constantinopla,182

alm de ter que lutar em duas frentes.

185

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Uma grande expedio militar bizantina sob Leo Focas e Romano I Lecapeno (r. 920944) terminou novamente com uma derrota esmagadora na batalha de Anqualo(917) e no ano seguinte os blgaros estavam livres para devastar o norte da Grcia at Corinto. Adrianpolis foi novamente capturada em 923 e um exrcito blgaro cercou Constantinopla em 924. A situao dos Blcs s melhorou aps a morte sbita de Simo em 927 e o subsequente colapso do poder blgaro. A Bulgria e o Imprio Bizantino entraram ento em um longo perodo de relaes pacficas, o que libertou o imprio para se concentrar na frente oriental contra os muulmanos.

195 Em 968, aBulgria foi invadida pelos Rus' sob Sviatoslav I de Kiev (r.

960972), mas trs anos depois o imperador Joo I Tzimisces os derrotou na batalha de Dorostolo e incorporou o leste da Bulgria ao imprio.

196

A resistncia blgara se reacendeu sob os dinastia Cometopuli ("filhos do conde"), mas o novo imperador Baslio II (r. 9761025) fez da submisso dos blgaros seu objetivo principal. Sua primeira expedio contra a Bulgria, no entanto, resultou em uma derrota humilhante nas Portas de Trajano. Nos anos seguintes, o imperador esteve preocupado com revoltas internas na Anatlia, enquanto os blgaros expandiam seu reino nos Blcs. A guerra se prolongou por quase 20 anos. As vitrias bizantinas de Esperqueu e Escpia enfraqueceram decisivamente o exrcito blgaro, e Baslio metodicamente reduziu as fortalezas blgaras em campanhas anuais. Posteriormente, na batalha de Cldio, em 1014, os blgaros foram completamente derrotados. Em 1018, os ltimos redutos dos blgaros tinham se rendido e a regio se tornou parte do Imprio Bizantino.

197 Essa vitria restaurou a fronteira do Danbio, algo que no ocorria

desde os tempos do imperador Herclio.190

193

Relaes com o Principado de Kiev

Rus' frente s muralhas de Constantinopla em 860

Entre 850 e 1100, o imprio desenvolveu uma relao mista com o novo Estado que surgiu ao Norte alm do mar Negro, o Principado de Kiev.

198 Esta relao teria repercusses duradouras na histria dos eslavos

do leste, e o imprio rapidamente se tornou o principal parceiro comercial e cultural de Kiev. Os rus' lanaram seu primeiro ataque a Constantinopla em 860, pilhando os subrbios da cidade. Em 941, eles apareceram na costa asitica do Bsforo, mas desta vez foram esmagados, um indicativo das melhorias na posio militar aps 907, quando apenas a diplomacia foi capaz de repelir os invasores. Baslio II no podia ignorar o poder emergente dos rus' e, seguindo o exemplo de seus antecessores, usou a religio como meio para a consecuo de fins polticos.

199 As relaes rus'-bizantinas tornaram-se mais prximas aps o

casamento de Ana Porfirognita com Vladimir, o Grande (r. 9801015) em 988 e a subsequente cristianizao dos rus'. Padres, arquitetos e artistas bizantinos foram convidados a trabalhar em numerosas catedrais em territrio rus', expandindo ainda mais a influncia cultura bizantina, enquanto numerosos rus' serviram ao exrcito bizantino como mercenrios, nomeadamente a famosa guarda varegue.

198

Contudo, aps a cristianizao dos rus' as relaes no foram sempre amigveis. O conflito mais srio foi a guerra de 968-971 na Bulgria. Alm disso, h registro de vrios raides rus' contra as cidades bizantinas na costa do mar Negro e prpria Constantinopla. Embora a maioria destes ataques tenha sido repelido, eles frequentemente foram seguidos por tratados geralmente favorveis aos rus', como o que celebrou o fim da guerra de 1043, no qual os rus' mostram as suas ambies de competir com os bizantinos como um poder independente.

199

O pice

Ver tambm: Grande Cisma do Oriente

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Os sucessos militares do sculo Xforam acompanhados por um grande renascimento cultural, a chamadaRenascena

macednica. Imagem doSaltrio de Paris

Por 1025, a data da morte de Baslio II, o Imprio Bizantino se estendia da Armnia, no Oriente, Calbria, no sul da Itlia, no Ocidente.

190 Muitos sucessos foram alcanados, desde a conquista da Bulgria

anexao de partes da Gergia e Armnia, e a reconquista de Creta, Chipre