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gianfranco-zucoloto
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Cannes é uma semana intensa em que você imerge num fluxo constante de inspiração e aprendizado. Tudo parece festa e, de fato, é. Todos estão dispostos a conversar, seja na fila imensa pra um seminário, no Connect Bar, nas premiações ou entre os stands. É possível ver várias pessoas circulando pelo Palais com brilho nos olhos e um sorriso de quem é apaixonado pelo que faz. É claro que a realidade é bem diferente; nem tudo é as mil maravilhas que o fesQval representa, mas durante essa semana isso pouco importa.
O QUE É O FESTIVAL?
Todos os dias, sai uma seleção das peças inscritas em cada categoria: o short-‐list. À noite, essas peças selecionadas são premiadas, separadas em bronze, prata, ouro e, entre os ouros, o GP. Rola uma festa de premiação para a entrega dos leões onde o que mais se vê são pessoas torcendo o nariz para os concorrentes. No outro dia, novos “short lists”, de novas categorias são anunciadas, à noite a festa de premiação e assim segue a vida até fechar a semana.
COMO ACONTECE?
Sim e não. Sim porque queremos ver as peças premiadas e não porque durante o dia uma série de palestras servem de inspiração para todo Qpo de publicitário. A Riviera francesa é, acima de tudo, um lugar para crescer, seja como pessoa ou como profissional. Sua cabeça se abre a novas experiências, às mais diferentes culturas, opiniões, opções de carreira, negócios e contatos. É um lugar de inúmeras possibilidades, da realização de sonhos ganhando um leão, dando uma palestra ou conhecendo alguém que se admira. Tudo depende do modo como a semana é aproveitada, do quanto se está pronto a abraçar essas oportunidades e de quantas horas de sono se está disposto a abrir mão.
E FICAMOS ESPERANDO POR ISSO?
Com Jeff Benjamin, que é um dos criaQvos mais premiados da atualidade. Ele trouxe três crianças para o palco com o objeQvo de mostrar ao público que quando agimos como elas -‐ sem medo, sem saber se vai dar dinheiro ou não, sem limites -‐ conseguimos ser muito mais criaQvos. Estavam lá: o game designer mais jovem do mundo, Jordan Casey, o menino de 9 anos que criou uma espécie de game, Caine Monroy (hkp://cainesarcade.com/) e a mais jovem palestrante do TED.
JWT
Emoção, conteúdo e relevância. O CMO Antônio Lucio falou da importância da agência amar a sua marca, mais que a si próprio, para ter coragem de dizer que as vezes os clientes estão errados e que é preciso fazer diferente. A campanha 'Go World', que conta a história vitoriosa de atletas como Michael Phelps e Nadia Comanecci, é poderosa. Imagens em preto e branco coloridas de dourado e a narração de Morgan Freeman -‐ acentuam o apelo emocional dos filmes para TV. O destaque final vai para Nadia Comaneci, que esteve presente (e atuante) na apresentação.
Visa
Stephen Olander, VP Digital de Sport da Nike, e Bob Greenberg, Chairman e CEO da R/GA, comandaram uma incrível apresentação da marca. “Não somos mais apenas uma empresa de produtos, a Nike é também uma empresa de serviços”. É o conceito que os especialistas gostam de chamar de brand uQlity. Vimos em detalhes os projetos 'Nike FuelBand', 'Nike+ basketball’ e o 'Nike Trainer', em que vários atletas se tornam personal trainers dos consumidores, em função do nível atual de aQvidade usica e do estagio que se quer alcançar.
Nike Fuel
Fredrik Härén fez 3 perguntas à plateia: (1) você acha criaQvidade importante para o seu trabalho? (2) Você se considera criaQvo? (3) Sua empresa esQmula a criaQvidade entre os funcionários? Embora a criaQvidade seja reconhecida como uma competência relevante, ela nao é devidamente trabalhada pelas companhias. Criar é recombinar e nós, somos recombinadores. Quando adotamos o comportamento de esponja é justamente para aumentar a quanQdade de elementos a serem combinados e chegar em algo novo e marcante. Mas também somos simplificadores. Colocamos nossa inteligência para facilitar a compreensão de atributos. Para dar um ponto de vista novo e interessante. Para transformar o complexo em simples.
Mind Share
JR, premiado arQsta de rua e pela 1a vez nesse fesQval, aplaudiu de pé. Seu começo foi como tantos outros, rabiscando o nome em telhados e pichando paredes de avenidas famosas, como a Champs Elisée. Daí JR migrou para a fotografia, clicando closes distorcidos de rostos em preto e branco, fazendo ampliações em gigantografia e aplicando em muros e paredes. Dedicou um projeto exclusivamente às corajosas e sofridas mulheres do 3o mundo, colando suas fotos em telhados e escadas de favelas ao redor do mundo -‐ o trabalho no Morro da Previdência, no Rio de Janeiro. Apesar de ter sido trazido pela DrayFCB para inspirar os publicitários, JR nao vê a parceria com a publicidade com bons olhos -‐ "Somos concorrentes, disputamos as ruas. A diferença é que eu tenho mais liberdade do que vocês, meu único limite é a minha responsabilidade", desafiou.
Dray
Uma palestra revitalizadora, discuQndo os 8 princípios da criaQvidade: 1. CreaQvity is in everyone 2. CreaQvity is paradoxal 3. CreaQvity is construcQve 4. CreaQvity is courageous 5. CreaQvity is percepQve 6. CreaQvity can be inspired or suppressed 7. CreaQvity is childlike 8. CreaQvity accepts ambiguity
Por fim, uma análise de como se deve “vender” criaQvidade: é preciso mais que uma grande ideia para vender uma grande ideia.
Landor
1. Publicitário quer mudar o mundo com o poder da sua ideia, e isso inspira. 2. Cada vez mais, a criaQvidade sai de uma simples ideia e entra em uma estratégia
de atuação da marca; 3. A tecnologia precisa ser usada a favor das ideias. 4. Clientes fazem papel de cliente ao avaliar campanhas.
As agências é que precisam fazer o papel de agências e arriscar. 5. Ideia boa não tem categoria, está acima disso; 6. Ideia boa não tem uma fórmula pronta; 7. Ideia boa você reconhece com um olhar.
O QUE EU APRENDI EM CANNES?
1. Como ganhar um leão se rendendo aos jobs automáQcos do dia-‐a-‐dia;
2. Como ganhar um leão sem a ajuda da produção, planejamento e criação;
3. Como ganhar um leão sem a ajuda do cliente;
4. Enfim, não aprendi fórmula para ganhar um leão, só aprendi que dá muito trabalho.
5. DefiniQvamente: não aprendi como sair de lá sem ter a vontade de um na prateleira.
O QUE EU NÃO APRENDI EM CANNES?