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INCLUSÃO SOCIAL DO SURDO: BREVE REFLEXÃO SOBRE A
REALIDADE ESCOLAR
Elizabeth Teixeira Ranucci1
Ana Rita Levandovski2
Resumo
Este artigo propõe refletir sobre a inclusão do aluno surdo no ensino regular. A metodologia de pesquisa utilizada é a investigação qualitativa, na qual, por meio de revisão de literatura, realiza-se o aprofundamento teórico sobre o tema investigado. Este estudo foi desenvolvido em uma escola pública, de ensino fundamental e médio, localizada em um município do norte do estado do Paraná. A proposta de trabalho, realizada no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), incidiu em agregar valor à formação de docentes que ministram aulas, na referida escola, para alunos surdos em classes regular inclusivas. Como também informar a esses professores que os alunos surdos também possuem potencial para aprendizagem como os demais alunos. O aluno surdo foi por muito tempo considerado uma criança sem potencialidade de aprendizagem, pois os professores por não conhecer a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) tinham muita dificuldade em comunicar-se com tais alunos e, consequentemente, em auxiliá-los no processo de aprendizagem. Este artigo foi organizado em três subtítulos. No primeiro, abordado num contexto geral, descreve-se a surdez no decorrer da história. No segundo, faz-se uma breve reflexão sobre alguns aspectos legais da inclusão escolar no Brasil. No terceiro subtítulo, apresenta-se uma breve reflexão a respeito do papel da escola na inclusão de alunos surdos. Pode-se perceber na conclusão desta pesquisa, com o estudo realizado que o maior desafio com relação à inclusão é a falta de apoio técnico, no caso, o interprete. Bem como, a necessidade de melhoria na qualidade do material de apoio pedagógico em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Palavras-chave: Surdez. Educação Escolar. Língua Brasileira de Sinais.
Formação de Professores.
1 Professora do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Pedagoga,
Especialização em Educação Especial – Núcleo de Cornélio Procópio – PR – [email protected] 2 Professora Pedagoga, Mestre em Educação do Centro de Ciências Humanas e da
Educação da Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus de Cornélio Procópio – PR – [email protected]
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1. INTRODUÇÃO
A surdez historicamente na sociedade sempre foi vista como uma
anormalidade, ou seja, considerada uma patologia, uma doença que deveria
ser tratada, combatida por intermédio de intervenção médica. Por muito tempo,
tal convenção social teve, também, como suporte favorável o discurso médico
e estigmatizante de patologia que, em relação à surdez, perduraram ao longo
da história. Contudo, pesquisadores apontam que houve uma evolução cultural
significativa nesse sentido.
Nas últimas décadas, a partir de 1990, estudiosos da área, intitulada:
Estudos Surdos defendem um ponto de vista sob o qual a surdez deixa de ser
considerada pela sociedade como patológica, como incapacidade pessoal e
passa a ser reconhecida, legitimada, como uma diferença cultural e linguística.
A comunidade surda sempre foi um grupo minoritário que lutou para que
seus direitos, sobretudo linguísticos, fossem reconhecido legalmente e
socialmente respeitados. Assim, acreditava-se em um trabalho de
conscientização, que oferecesse um conhecimento, ainda que incipiente, para
a interação entre surdos e ouvintes. Ações transformadoras que promovessem
mudanças essenciais, em prol de uma sociedade mais igualitária. Para tanto, a
inclusão era percebida com propósitos de qualidade, visando uma formação
mais crítica e de inclusão social para o surdo.
A opção por esta temática teve origem com as manifestações de
dificuldades pedagógicas, apresentadas por professores da escola em questão,
como também pelo reconhecimento, por parte da professora PDE, autora desta
pesquisa, sobre a importância social da inclusão como direito à identidade do
surdo, ratificadas nas políticas atuais, nacionais e internacionais.
O trabalho de pesquisa em questão tem como objetivo auxiliar o
professor com relação à aprendizagem do aluno surdo em sala de aula. Uma
vez que se observa na prática pedagógica de professores, que pertencem à
rotina escolar da autora, algumas dificuldades relacionadas ao processo de
ensino e aprendizagem, e que estes anseiam por melhorias na qualidade de
seus procedimentos didático-pedagógicos.
Após levantamento bibliográfico e aprofundamento teórico sobre o tema
estudado, realizar as atividades práticas de intervenção, foi o primeiro desafio
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encontrado. No decorrer dos encontros, algumas carências, lacunas na
formação dos docentes com relação à área da surdez, foram reveladas. Como
também, com relação a procedimentos pedagógicos adequados, ou seja, de
como trabalhar em sala de aula com o aluno surdo para que este de fato
aprenda. A medida com que se percebia essas carências, seja por intermédio
de apresentação e discussão de vídeos, leituras e análises de textos, ou de
artigos científicos complementares, os professores foram percebendo
possibilidades e reconhecendo capacidades reais de aprendizagem do aluno
surdo.
Proporcionar aos professores a oportunidade de mudar a concepção de
que o aluno surdo de fato aprende e que, consequentemente, tem suas
dificuldades de aprendizagem, foi extremamente gratificante e essencial para o
sucesso deste estudo. Uma vez que para os professores, participantes dos
encontros semanais, a maior barreira era a compreensão de como proceder
com o aluno surdo para que, de fato, ocorresse aprendizagem.
Com o propósito de descrever e fundamentar este trabalho de
pesquisa, este artigo foi desenvolvido em três subtópicos. No primeiro
descreveu-se a surdez no decorrer da história, num contexto geral. No
segundo, faz-se uma breve reflexão sobre alguns aspectos legais da inclusão
escolar no Brasil. O terceiro subtítulo apresentou, uma breve reflexão a
respeito do papel da escola na inclusão de alunos surdos e a utilização da
LIBRAS como fator mediador na educação do surdo.
2. A SURDEZ NO DECORRER DA HISTÓRIA
Ao longo de sua história, os sujeitos surdos sempre foram vistos como
incapazes devido à sua deficiência. Desde a antiguidade até o século XIX eram
tidos como pessoas que deveriam ser curadas, submetidas a tratamentos,
muitas vezes clínicos, que tinham como pretensão de ideal os padrões sociais
de normalidade, uma tentativa de equiparação pessoal à maioria ouvinte. Para
a sociedade da época, o referencial de ser humano aproximava-se de modelo
de ideais de perfeição.
A comunicação dos surdos era de difícil entendimento, pois não havia
comunicação específica com os ouvintes, causando assim certa dificuldade de
4
entendimento na comunicação entre ouvintes e surdos. Na época, o que
prevalecia era o discurso médico e patológico. Entretanto, segundo tal
discurso, os surdos, além de outros grupos minoritários, deveriam ser incluídos
na sociedade ouvinte a qual pertenciam, conforme os hábitos e costumes
daquela cultura. Eram apenas inseridos, introduzidos em uma sociedade sem
que suas diferenças pessoais fossem aceitas. Ou seja, naquele contexto a
pessoa surda encontrava-se, definitivamente, excluída.
Segundo Gesser (2009, p.69), pode-se perceber que o diagnóstico
médico, pode ter muito mais valor que o direito à diversidade. Qualificar uma
pessoa de normal é algo inerente à sociedade discriminatória em que vivemos
hoje. Para a autora, aceitar a diversidade consiste em aceitar a todos
igualmente, respeitando suas particularidades:
O discurso médico tem muito mais força e prestígio do que o discurso da diversidade, do reconhecimento linguístico e cultural das minorias surdas. A surdez é construída na perspectiva do déficit, da falta, da anormalidade. O „normal‟ é ouvir, o que diverge desse padrão deve ser corrigido, „normalizado‟. Nesse processo normalizador, abrem-se espaços para a esquematização e para a construção de preconceitos sociais. E, com um discurso tão forte e tão reforçado pela grande maioria, fica difícil pensar a surdez sob outro prisma, ou seja, pensar a surdez como diferença [...].
Gesser (2009), em suas pesquisas, aborda, igualmente, o discurso
cultural quanto ao entendimento social da época em que a surdez era vista
como patologia. Afirma ainda que o entendimento daquela época era que, tal
patologia, deveria ser corrigida, considerando os padrões de normalidade da
classe dominante, no caso o ouvinte. O que a autora traz em seu estudo é o
resultado da luta de um povo que percorreu um caminho bastante árduo para a
superação do paradigma clínico em que surdez era tratada como uma doença
curável, sendo, com isso, muitas vezes medicada.
Estudos apontam que “a surdez constitui uma diferença a ser
politicamente reconhecida; é uma experiência visual; é uma identidade múltipla
ou multifacetada e, finalmente, a surdez está localizada dentro do discurso
sobre a deficiência” (SKLIAR, 1999, p.11), e que, por muito tempo, ficou
esquecida na sociedade. E, consequentemente, o aluno surdo era tratado
como um ser incapaz de aprender.
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Silva (2001, p. 35) ressalta alguns aspectos relacionados à inclusão do
aluno surdo na rede regular de ensino igualmente, relacionada à visão cultural,
predominantemente, ouvinte e uma visão medicada da surdez:
A inclusão dos alunos surdos no contexto educacional, através do deslocamento da visão medicalizada da surdez para o seu reconhecimento político, tendo por base a interculturalidade, revela uma possibilidade de se construir projetos políticos-pedagógicos que tenham como foco o fascinante mundo do conhecimento produzido pelas diversas culturas que compõem a sociedade brasileira e mundial, dentre elas, a cultura surda.
Uma vez que o surdo era considerado uma pessoa doente e que sua
cura se daria por intermédio de medicação, a inclusão no âmbito educacional
possibilitou ações transformadoras no contexto escolar. Ações inclusivas, por
parte de grupos adeptos à igualdade de direitos sociais, possibilitaram algumas
intervenções pedagógicas, como por exemplo, por intermédio de projeto
político-pedagógico junto à comunidade escolar. Fato este que,
consequentemente, refletiram em mudança de visão da sociedade com relação
à surdez, contribuindo para a aceitação de tal deficiência.
Portanto, a história do povo surdo sempre foi marcada por preconceito e
discriminação. Como já citado anteriormente neste texto, a surdez por muito
tempo foi considerada socialmente como uma incapacidade, uma
anormalidade, uma patologia que deveria ser “curada” pelos médicos. No caso,
os fonoaudiólogos. A intervenção deste profissional, seria no sentido de
modificar hábitos e costumes do surdo. De treiná-los a uma convivência social
entre iguais, tendo como ponto de referência o grupo majoritário ouvinte.
Constituídos como grupo minoritário, os surdos sempre foram estigmatizados
pela sua condição, ou seja, discriminados pela ausência do falar/ouvir, devido
sua deficiência.
Cabe ressaltar que a classe dominante, em relação a todos os grupos
minoritários (negros, deficientes, mulheres, homossexuais, entre outros),
sempre pautou seu discurso no sentido de normalizar os diferentes aos
padrões sociais, convencionados como ideais.
Complementando a perspectiva cultural de exclusão do surdo, Strobel
(2007, p.26) destaca o impacto que a comunidade ouvinte provoca, no que diz
respeito à falta de audição. A sociedade sempre rotulou o surdo como um
deficiente subestimando, na maioria das vezes, sua potencialidade de
aprendizagem, um pré-conceito distorcido da realidade:
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Esta visão ouvintista incapacita o sujeito surdo e não respeita a sua língua de sinais e sua cultura. A falta de audição tem um impacto enorme para a comunidade ouvinte, que estereotipa os surdos como deficientes, pois a fala e audição desempenham papel de destaque na vida normal desta sociedade.
Entretanto, com o passar dos anos a sociedade foi mudando a
concepção com relação à surdez, uma vez que, como já citado, num passado
não muito remoto, a pessoa surda não era vista com bons olhos. Contudo, no
decorrer da história, com a evolução das discussões em prol da inclusão e com
o reconhecimento legal de uma língua própria do surdo, denominada Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS), houve grande transformação social nesse
aspecto. Utilizada pela maioria dos surdos dos grandes centros urbanos
brasileiros, a Libras, influenciou e contribuiu para a aceitação das diferenças
entre as pessoas, sejam elas ouvintes ou não.
Portanto, a considerar o século XIX, embora dois séculos se passaram,
neste espaço de tempo, muitas mudanças ocorreram no âmbito cultural,
favoráveis à sociedade inclusiva e à aceitação do deficiente surdo que,
consequentemente, contribuíram para redução de preconceitos no que diz
respeito à deficiência.
No entanto, apesar do reconhecimento social ter avançado
significativamente, segundo alguns autores, a aceitação da pessoa surda ainda
passa por mudanças sociológica e ideológica. O processo de aceitação, de
fato, e de reconhecimento de seus direitos, ainda tem muito a ser
desconstruído e reconstruído, no sentido de uma postura menos estimatizadora
e menos preconceituosa em relação ao surdo.
Existe a necessidade de demonstrar à sociedade a singularidade e a
particularidade do sujeito surdo, a fim de que este possa se desenvolver
plenamente nos aspectos: cognitivo, social, familiar e afetivo, oportunizando,
assim, o intercâmbio cultural e linguístico entre ouvintes e surdos. Como ainda,
minimizando as diferenças, quando estas são excludentes.
A partir do que foi exposto, é possível perceber que mudanças
significativas aconteceram nas última duas décadas. A transformação da
percepção da sociedade com relação à criança surda, para uma visão
diversificada de aceitação do diferente é uma conquista decorrente de
movimentos sociais e políticos, adeptos à inclusão, que resultaram em leis
estabelecidas, em prol da inclusão social do surdo, no contexto nacional e
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internacional na sociedade. Tal contexto legal, será abordado no sub tópico a
seguir.
2.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E A INCLUSÃO ESCOLAR
O discurso que aponta que a escola é o ator principal do cenário da
inclusão, cuja sua função é: formativa, social e reguladora dos alunos, faz com
que a inclusão passe a fazer parte do processo social educativo e formador. A
escola é o caminho da inclusão social da pessoa com limitações. No entanto,
segundo pesquisas, ainda não se encontra preparada fisicamente e muito
menos humanamente, para receber tal público. Assim, segundo os estudiosos
da área, paira neste universo, de forma tênue, a inclusão posta e, ao mesmo
tempo, a exclusão vivenciada por todos os sujeitos inclusos nesta realidade.
A inclusão foi proposta para a educação no âmbito escolar a fim de se
estabelecer a diversidade, promovendo assim a igualdade a todos os alunos.
Pode-se observar as bases legais da educação especial nas Diretrizes e Bases
da Educação Nacional - LDB – Lei nº 9394, de 20 de Dezembro de 1996, como
pode-se observar no artigo 58 e respectivos parágrafos, a seguir:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
A evolução dos fatores legais que implica em uma inclusão de
qualidade, consiste, também, em um professor responsável pelo processo de
ensino e aprendizagem no âmbito profissional. Trabalhando para melhorar
essa perspectiva qualitativa na educação, os professores, também torna-se
responsáveis por esse processo de inclusão com os alunos surdos, muitas
vezes frustrante pela falta de apoio técnico, mais especificamente do interprete
de LIBRAS.
Existem leis que respaldam a inclusão de crianças surdas no sistema
educacional. Uma delas é o Decreto Legislativo nº 186/2008, de 09 de julho de
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2008, que trata de promover, proteger e assegurar o exercício pleno e
equitativo de todos os direitos humanos. Como de reconhecer liberdades
fundamentais para todas as pessoas com deficiência e, ainda, de promover o
respeito pela sua dignidade, inerente às pessoas com deficiências.
Neste Decreto, em seu artigo 24, segundo parágrafo, consta menção de
que “as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional
geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam
excluídas do ensino primário gratuito e compulsório ou do ensino secundário,
as pessoas com deficiências”.
Para melhor entendimento de como podem ser consideradas as crianças
deficiente, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p.23), apontam,
sucintamente, alguns tipos de deficiências, uma vez que:
A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla dimensão de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas em diversas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como decorrência de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos: • crianças com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais diferenciadas; • crianças com deficiência e bem dotadas; • crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas; • crianças de populações distantes ou nômades; • crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais;
• crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados.
Dentre a classificação acima, a surdez encontra-se como condição
sensorial diferenciada. Todavia, em algumas famílias, em que a criança surda
apresenta dificuldades de aprendizagem, geralmente decorrente das condições
econômicas ou socioculturais precárias, colocam barreiras ao apoio
psicopedagógico ou psicológico ofertado à essas pessoas. Embora algumas
famílias de crianças surdas não demonstrem a aceitação desse apoio, seja
este individualizado e efetivo, adotado em ambientes que maximizem o
desenvolvimento acadêmico e social desse aluno, a meta de tal apoio consiste
na inclusão plena, visando à segurança do surdo na sociedade, pois a criança
muitas vezes sente-se inseguras devido sua condição surda.
O PCN (1998) é claro ao conceituar a surdez e explicar sobre a perda
total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala
por intermédio do ouvido. No referido documento a surdez está classificada
(PCN, 1988, p. 25) como:
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• surdez leve / moderada: perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana, com ou sem a utilização de um aparelho auditivo; • surdez severa / profunda: perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral.
Portanto, a partir da citação acima, compreende-se melhor a definição
dos padrões de surdez. Diferente do que a sociedade acredita, de que o surdo
é uma pessoa que não possui nenhuma audição, e, também, de que toda
pessoa surda é muda.
Abordando a educação especial como perspectiva da Educação
Inclusiva, o Parecer nº 13 (2009) ressalta que:
Em janeiro de 2008, a nova Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva da SEESP/MEC é publicada, passando a orientar os sistemas educacionais para a organização dos serviços e recursos da Educação Especial de forma complementar ao ensino regular, como oferta obrigatória e de responsabilidade dos sistemas de ensino. Essa Política resgata o sentido da Educação Especial expresso na Constituição Federal de1988, que interpreta esta modalidade não substitutiva da escolarização comum e define a oferta do atendimento educacional especializado - AEE em todas as etapas, níveis e modalidades, preferencialmente no atendimento à rede pública de ensino.
As leis existentes no Brasil são um avanço para os alunos surdos.
Estabelecer objetivos, direitos fazem com que esses alunos se desenvolvam,
potencializando, assim, sua aprendizagem. Embora o país precise de grandes
adaptações e adequações com relação à inclusão e, principalmente, a que se
refere ao capital humano qualificado em quantidade necessária, caminha-se
para uma inclusão de fato, possível e tão sonhada.
A Política Nacional de Educação Especial, (MEC/SEESP, 2001, p. 23),
na perspectiva da educação inclusiva, aponta para tal inclusão, uma vez que:
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.
A importância do conhecimento dos documentos vigentes, que
asseguram o processo de inclusão, bem como sua contextualização com
relação ao conhecimento ofertado pela escola a todos os alunos, contribui para
que a inclusão completa. O desafio para as escolas que estão sendo
chamadas para levar em conta a ampla diversidade das características e
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necessidades dos alunos, adotando um modelo nele centrado e não no
conteúdo, com ênfase somente na aprendizagem e sim num contexto geral.
Entretanto, quando nos referimos à inclusão, muitas pessoas relacionam
primeiramente à lei, esquecendo-se de outros pontos importantes como a
aprendizagem do aluno incluído. Como ainda, o bem estar do mesmo no
ambiente escolar. Assim, no sub tópico a seguir abordaremos a escola e a
inclusão do surdo.
2.2 A ESCOLA, A INCLUSÃO DO SURDO E A LIBRAS
Os desafios que o aluno surdo encontra em sua vida escolar, não são
poucos. No entanto, os surdos conseguiram atingir um de seus maiores
propósitos por intermédio da Lei Federal nº 10.436/2002, de 24 de abril de
2002, regulamentada pelo Decreto nº 5626/2005, de 22 de dezembro de 2005,
a inserção da LIBRAS no currículo da formação de docentes. Uma vitória no
sentido de inserir, mesmo que ainda de forma incipiente a LIBRAS no currículo
do curso de formação de docentes, permitindo assim, aos futuros professores
maior conhecimento na área e capacitação no que diz respeito à sua formação,
viabilizando, assim, a formação bilíngue.
Contudo, pesquisas apontam que apenas essa capacitação, em cursos
de formação inicial, não é suficiente para uma boa qualidade no ensino quanto
a prática escolar. Torna-se necessário e fundamental ampliar a capacitação
permanente, no decorrer de sua carreira de docência. Desta forma, o
profissional capacitando-se constantemente, trará melhoraria na qualidade da
educação ofertada ao aluno surdo.
Barreto apud Vargas (2012, s/d) explica sobre a importância da criança
surda em ter acesso a Libras o mais cedo possível, a fim de facilitar o processo
de comunicação interpessoal desde a infância, bem como sua aprendizagem:
Não que a criança surda seja incapaz, mas, ela precisa precocemente ter acesso à sua língua, no caso a Libras. Essa criança pode ainda ser acolhida por profissionais da área da saúde, da educação e seus pais possam compreender que seu (a) filho (a) pode ter uma vida normal como qualquer como qualquer outra criança. O mundo do ouvinte é assim, e o mundo do surdo também deveria ser, para a família conseguir projetar sensorialmente um futuro para seu filho.
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A criança surda não é uma criança incapaz, sua potencialidade é igual a
de qualquer criança considerada normal. O seu problema de surdez não
interfere na aprendizagem, como aborda Barreto apud Vargas (2012). É
preciso acreditar no potencial da criança surda incentivando-a e estimulando-a
o mais cedo possível o acesso, o contato com a LIBRAS. Desse modo, ela terá
suas possibilidades de aprendizagem significativamente ampliada.
Em algumas instituições de ensino da rede pública, não existem
material adequado nas escolas para os alunos surdos, referenciais
bibliográficos (LIBRAS) e profissionais qualificados em números suficientes que
possam contribuir de forma equitativa na formação dos estudantes surdos.
Deste modo, a escola que possui o aluno surdo se sente alheia e
desvalorizadas pelo poder público e, até mesmo, despreparadas para a
inclusão. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p.18):
O plano teórico-ideológico da escola inclusiva requer a superação dos obstáculos impostos pelas limitações do sistema regular de ensino. Seu ideário defronta-se com dificuldades operacionais e pragmáticas reais e presentes, como recursos humanos, pedagógicos e físicos ainda não contemplados nesse Brasil afora, mesmo nos grandes centros. Essas condições, a serem plenamente conquistadas em futuro remoto, supõe-se, são exequíveis na atualidade, em condições restritamente específicas de programas-modelos ou experimentais.
Diante dos desafios da inclusão, Sá et al (1999, p.8) aborda o papel da
escola inclusiva, na rede regular de ensino, e da importância dos
compromissos educacionais com os alunos portadores de deficiência, uma vez
que:
[...], o desafio das escolas comuns e especiais é o de tornar claro o papel de cada uma, pois uma educação para todos, não nega nenhuma delas. Se os compromissos educacionais dessas não são sobrepostos, nem substituíveis, cabe a escola especial complementar a escola comum, atuando sobre o saber particular que invariavelmente vai determinar e possibilitar a construção do saber universal.
Segundo o autor, para o desenvolvimento pleno do aluno surdo, a
inclusão no ensino regular é de extrema relevância. Sabe-se que o aspecto
fundamental para o desenvolvimento do homem, principalmente quando
reporta déficits como a surdez, já que implica grandes dificuldades de interação
devido o comprometimento da perda auditiva, pois esta acarreta pouca ou
nenhuma socialização com as pessoas ouvintes. Portanto, o aluno surdo
12
necessita de intervenções pedagógicas, familiares e sociais para ser agradável
necessária e socializadora, sua participação com o mundo que o cerca.
Diante da necessidade de melhorar na qualidade do processo de ensino
e aprendizagem, Carvalho (2010, p.161) afirma que convém trazer discussões
para a formação continuada de professores em que:
[...] o sentido e o significado da formação continuada que a coloca, apenas, restrita aos cursos oferecidos aos professores para se atualizarem. Reconheço que eles são necessários, que trazem muitas informações e novas teorias, mas a experiência mostra que se tornam insuficientes se não houver, como rotina das escolas, encontros de estudos e de discussão sobre o fazer pedagógico, envolvendo a comunidade escolar.
Deste modo, nota-se que são imprescindíveis os espaços de
discussões, entre teoria e prática pedagógica que viabilizem a promoção e a
sensibilização em respeito à diversidade, à inclusão do aluno com deficiência.
Essa formação não deve ser restrita aos professores, mas a todos que fazem
parte da comunidade escolar. Capacitar a comunidade escolar para a
aceitação das diferenças, esclarecendo quanto aos limites e possibilidades das
pessoas deficientes é um dos pilares para o sucesso da inclusão na rede
regular de ensino, seja esta pública ou privada.
A proposta para o contexto educacional é a igualdade para todos. No
entanto, por mais que a inclusão tenha como objetivo central a igualdade,
algumas situações fazem com que o aluno se sinta excluído como a ausência
de apoio técnico do interprete de LIBRAS para o aluno com deficiência auditiva.
Barreto apud Vargas (2012, s/d) explica sobre a importância da criança
surda em ter acesso a LIBRAS o mais cedo possível, a fim de facilitar o
processo de comunicação interpessoal desde a infância, bem como sua
aprendizagem:
Não que a criança surda seja incapaz, mas, ela precisa precocemente ter acesso à sua língua, no caso a Libras. Essa criança pode ainda ser acolhida por profissionais da área da saúde, da educação e seus pais possam compreender que seu (a) filho (a) pode ter uma vida normal como qualquer como qualquer outra criança. O mundo do ouvinte é assim, e o mundo do surdo também deveria ser, para a família conseguir projetar sensorialmente um futuro para seu filho.
A criança surda não é uma criança incapaz, sua potencialidade pode ser
igual, ou superior a de qualquer criança considerada normal. O seu problema
de surdez não interfere na aprendizagem, como aborda Barreto apud Vargas
13
(2012). É preciso acreditar no potencial da criança surda incentivando-a e
estimulando-a, o mais cedo possível o acesso, o contato com a LIBRAS. Desse
modo, ela terá suas possibilidades de aprendizagem significativamente
ampliada.
O aluno surdo possui uma linguagem diferente dos demais e, incluí-lo
em uma sala de aula, onde há mais de trinta alunos com uma diferenciação
linguística, muitas vezes faz com que esse aluno surdo se torne apenas um
mero espectador do processo de ensino e de aprendizagem.
Strieder e Zimmermann (2010, p.145), explicam a educação inclusiva de
uma forma abrangente. Abordam a inclusão numa forma de mudanças
positivas, a fim de melhorar o desenvolvimento da aprendizagem desses
alunos:
Educação inclusiva é uma ação, desejando compreender e aceitar alguém, o outro, na sua singularidade. Significa abranger e abrir os braços para acolher todos e a cada um dos alunos. A natureza da inclusão é diferente de integrar, que tem a ver com adaptar o aluno às exigências da escola; implica mudança de perspectiva educacional, uma vez que se dirige a todos os alunos. A inclusão possibilita maior equidade e abre horizontes para o desenvolvimento de sociedades inclusivas.
Para os autores supracitados, a escola que busca ter uma inclusão de
sucesso não deve adaptar os alunos a sua realidade e sim transformar a
escola de acordo com as necessidades do aluno com necessidades especiais.
Principalmente o aluno surdo, por sua comunicação ser diferente dos demais
alunos eles se sentem reprimidos ao chegar num ambiente diferenciado. Para
os autores a escola deve ser
[...] reconhecida como lugar de encontros, lugar de humanização, de sensibilidade, lugar de vida e de diversidade. Nela, cada ser humano permite vida e movimento ao colocar-se como um ser que necessita do outro para que possa realmente construir-se como humano. É fundamental estreitar a relação pedagógica com o sentido do estar vivo e em interdependência com o outro. Estar vivo e qualificar essa vida é conviver cercado de atenção, afeto, amor ao outro em sua diversidade (MORAES, 2003, p. 35)
Sensibilização esta, a qual se refere Moraes (2003), que se diferencia de
uma escola que inclui somente pela imposição da lei, a de uma escola que
inclui de coração, transformando um momento de difícil adaptação para o aluno
surdo em um momento acolhedor.
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A ausência do intérprete, junto com os professores no dia-a-dia da sala
de aula, tem dificultado o processo de ensino. Desencadeando inúmeros
prejuízos na aprendizagem. Bem como para que o processo de inclusão seja
completo e a aprendizagem do aluno surdo tenha qualidade é imprescindível a
integração de interprete de Libras fixo no contexto escolar.
Para Stumpf (2008, p.24), “o intérprete é condição de acessibilidade na
falta do professor surdo ou do professor ouvinte que seja fluente em Libras.
Mas, fazer de conta que um único professor pode falar duas línguas ao mesmo
tempo é fingir que o ensino é inclusivo.”
A falta do interprete não representa apenas a falta da compreensão ao
aluno surdo, mas também a defasagem na leitura e na escrita do aluno surdo.
Conforme afirma Karnopp (2005, p. 42) “o problema reside na concepção de
leitura e escrita, e nas práticas inadequadas de trabalho com palavras e textos
na língua portuguesa que predomina na maior parte das escolas de surdos do
Brasil”. Preocupação esta com a memorização e decodificação das palavras,
pois, a dificuldade na aprendizagem pode ser, ainda mais, evidenciada com a
ausência do apoio técnico do interprete para o professor do aluno surdo.
Segundo Alcântara (2000, p. 65),
O resultado de aprendizado a linguagem na visão comportamentalista dá-se por intermédio da cadeia estímulo-resposta-reforço. O reforço faz-se presente garantindo que um determinado comportamento, no caso verbal, esteja presente, isto é, conhecer uma língua quer dizer ligar sentenças, associando-as umas às outras. A preocupação maior desta linha teórica é revelar como a criança surda deve ser ensinada a falar; a função do adulto nesse contexto é fazer com que as estruturas da língua, de forma gradual, sejam estimuladas e os aspectos lexicais e morfossintáticos sejam priorizadas. Portanto, as atividades propostas são imitação, memorização e substituição e devem ser generalizadas para a formação de estruturas frasais, ou seja, mostra-se claramente o uso do oralismo.
Criar um ambiente propício, alternativas para que aluno ingresse e
permaneça no ambiente escolar adequado de forma participativa é um
compromisso não só do educador, mais de toda comunidade escolar.
Assim sendo, a atuação do professor interprete de Libras é fundamental
para o aluno surdo, maximizando sua potencialidade de aprendizagem. A
Libras é uma linguagem complexa para os professores que não possuem
habilidade e prática com seus gestos. Através do professor interprete o aluno
surdo se sente mais seguro das informações que está recebendo e a
compreensão do conteúdo estudado é maior.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que a história do povo surdo sempre foi marcada por
preconceito e discriminação e que a sociedade sempre rotulou o surdo como
deficiente, subestimando na maioria das vezes sua potencialidade de
aprendizagem, torna-se dever moral que a sociedade conheça e reconheça a
necessidade de construir uma sociedade mais cidadã e inclusiva, no sentido de
contribuir para a legitimação de direitos, bem como da acessibilidade de fato e
do seu desenvolvimento social do surdo.
Atualmente, apesar de o reconhecimento social ter avançado
significativamente, a aceitação da pessoa surda ainda passa por mudanças e o
reconhecimento de seus direitos tem ainda que ser reconstruído.
A partir do que foi estudado nesta pesquisa, foi possível perceber que
mudanças significativas aconteceram nas últimas décadas, mas a percepção
da sociedade com relação à criança surda é, ainda, uma conquista que
depende dos movimentos sociais e políticos adeptos à inclusão. Portanto, no
contexto educacional, percebemos que a inclusão dos alunos surdos ainda é
um grande desafio a ser superado.
Contudo, é importante ressaltar que, de acordo com a pesquisa, a
legislação brasileira respalda a inclusão, no âmbito do sistema educacional,
com relação à igualdade de direitos entre cidadãos deficientes, ou não. A
referida legislação pode ser considerada como um avanço, no sentido de
garantir equidade na rede regular de ensino e de reconhecer a igualdade
fundamental para todas as pessoas com deficiência. Garante também
acessibilidade do uso da LIBRAS e de sua divulgação em todos os lugares
públicos, como língua oficial das comunidades surdas do Brasil, permitindo ao
aluno com surdez o seu uso frequente no ensino regular ou em qualquer escola
que estude, seja especial ou não.
Embora as leis brasileiras precisem ainda de grandes adaptações,
avanços e adequações com relação à inclusão, é importante reconhecer e
cumprir a legislação vigente e sua contextualização para que a inclusão não
seja um mero desfio para a escola e para a sociedade. A finalidade legal e
moral para a inclusão visa assegurar as condições necessárias para uma
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educação de qualidade para todos. Que a escola seja o caminho para a
inclusão social dos educandos com limitações.
Por fim, cabe destacar que muito há que ser estudado sobre a inclusão
escolar. Aspectos dessa complexa realidade devem ser esclarecidos e
viabilizados, promovendo e sensibilizando quanto à diversidade. Contribuir para
a revisão ou avanço dessa política educacional de inclusão, possibilitará a
abertura de novos horizontes para o desenvolvimento de uma sociedade e uma
escola, plenamente, inclusiva.
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