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OS INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA A FORMULAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS NA VISÃO DO ESTADO, SOCIEDADE CIVIL E EMPRESAS
PRIVADAS: COMPLEMENTARES OU ANTAGÔNICOS?
Aline Mary Fonseca1
José Renato Machado Specht2
Julio Cesar de Oliveira Sampaio de Andrade3
Thalita M. Sugisawa Okazaki4
RESUMO
O debate em torno do desenvolvimento sustentável tem se destacado no cenário global assim
como detalhamento de suas especificidades. Os indicadores de sustentabilidade geram dados
que possibilitam monitorar, gerenciar, definir ações e reconhecer efeitos e causas em situações
nas áreas econômica, social, ambiental, cultural e política. Neste estudo, os indicadores
abordados, o GRI (Global Report Initiative), o GPI (Genuine Progress Indicator) e o PPI (Policy
Performance Indicator) contemplam a dinâmica institucional. Com o objetivo de compreender o
conteúdo desses indicadores e a viabilidade de sua complementaridade para a formulação de
políticas públicas, serão descritos e detalhadas a luz da teoria do desenvolvimento sustentável.
Palavras-chave: desenvolvimento sustentável, indicadores de sustentabilidade, GRI (Global
Report Initiative), GPI (Genuine Progress Indicator), PPI (Policy Performance
Indicator).
1 UNIFAE - Centro Universitário Franciscano. [email protected]
2 UNIFAE - Centro Universitário Franciscano. [email protected]
3 UNIFAE - Centro Universitário Franciscano. [email protected]
4 UNIFAE - Centro Universitário Franciscano. [email protected]
2
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo analisar três indicadores de sustentabilidade: o GRI
(Global Report Initiative), o GPI (Genuine Progress Indicator) e o PPI (Policy Performance
Indicator). O debate sobre o desenvolvimento sustentável e seus indicadores, ou seja, os meios de
verificação de seu estágio são os elementos que norteiam teoricamente esta pesquisa.
A idéia de promoção do desenvolvimento sustentável apesar de estar
internacionalmente em foco desde o ano de 1972 com a Cúpula de Roma, a discussão teórica
e empírica tem se sedimentado em todos os meios e instituições. Com a convicção da
necessidade de se alcançar a sustentabilidade, a sociedade depara-se com outras lacunas a
serem preenchidas, como a utilização de indicadores que possibilitem a verificação da
realidade e também que viabilizem o monitoramento das ações em geral.
Tendo em vista a complexidade em torno do desenvolvimento sustentável com a
influência de atores diretos e indiretos, e o fator de interdependência entre atores e dimensões,
compreende-se a necessidade de combinação de indicadores que se encarreguem de cobrir os
diversos cenários.
Através de uma abordagem metodológica descritiva, os indicadores serão detalhados
e conduzidos a um estágio de comparação para verificação de sua complementaridade perante
a avaliação do desenvolvimento sustentável institucional na visão do Estado, da Sociedade
Civil e das Empresas Privadas.
O artigo está dividido em seis seções, sendo as duas primeiras partes uma introdução
teórica sobre os conceitos de desenvolvimento sustentável e indicadores de sustentabilidade.
Nas três partes seguintes, contempla-se a descrição dos indicadores a serem estudados. E,
por último, segue uma análise comparativa da possibilidade de combinação desses indicadores
e sua aplicação para formulação de políticas públicas.
1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Diante da a ascensão do capitalismo em todo o mundo, o desenvolvimento era
considerado somente um fator de acumulação e crescimento econômico. Países desenvolvidos
e subdesenvolvidos eram na verdade, países ricos ou pobres, sendo o PIB e renda per capita
as suas maiores referências. O desenvolvimento era, sobretudo, desenvolvimento econômico.
Foi em 1972 com a Cúpula de Roma que surgiu o termo “desenvolvimento sustentável”,
onde interesses até então tratados predominantemente como conflitantes, os relativos a fatores
econômicos, sociais e ambientais começaram a ser tratados, pelo menos como interligados,
tornando-se o grande desafio, conciliá-los. Ainda que esta possível harmonização não seja aceita
por todos, indiscutivelmente a sua busca propiciou avanços reais, permitindo que a questão da
sustentabilidade fosse tratada de forma cooperativa por ambientalistas, empresas, governo e
sociedade. Sem este norte, provavelmente o tema da sustentabilidade ainda estaria restrito a
ONGs e a grupos alternativos de pacifistas e ambientalistas.
3
A proposta do desenvolvimento sustentável é uma inversão da estrutura adotada nos
períodos de expansão industrial e econômica dos Estados Nacioanis. Se a prioridade naquele
tempo era o crescimento econômico, atualmente, existem autores que afirmam a necessidade
do crescimento zero para que o mundo se sustente em seus recursos naturais.
Na visão multidisciplinar, o conceito de desenvolvimento sustentável se associa cada
vez mais ao tipo de vida que desejamos, para hoje e para o futuro. É a própria Comissão de
Brundtland que definiu desenvolvimento sustentável como “aquele que satisfaz as
necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações
satisfazerem suas próprias necessidades” (ALMEIDA, 2002, p.56). Ao incluir a idéia de
necessidade, a definição de desenvolvimento sustentável revela a dificuldade de sua
realização ou, para alguns, a sua inacessibilidade, dadas que as necessidades humanas são
infinitas, enquanto que os recursos, limitados.
Para Daly (2004, p.198), desenvolvimento sustentável é uma adaptação cultural feita
pela sociedade, quando ela se torna consciente da necessidade do crescimento nulo,
destacando que está na insustentabilidade sua origem da base de discussões. Segundo tal
autor, o desenvolvimento sustentável só fará sentido se não houver crescimento econômico,
mas somente uma melhoria qualitativa.
O progresso e sustentabilidade são escolhas que a sociedade, governo e empresas
devem buscar, exigindo o envolvimento de todos para se pensar em longo prazo, sob pena de
ameaçar a perspectiva de gerações futuras. Os diferentes conceitos sobre sustentabilidade e a
falta de consenso sobre seu significado acabam por dificultar uma definição operacional
mínima que permita traçar estratégias e critérios de acompanhamento para o progresso.
Porém, a diversidade desse conceito deve ser visto não como um obstáculo, mas como fator
motivador para a busca de novas visões sobre como descrever e entender a sustentabilidade.
A seção seguinte buscará compreender os conceitos das ferramentas de medição,
avaliação e monitoramento do desenvolvimento sustentável.
2 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
Indicadores são ferramentas para mensurar quantitativamente ou qualitativamente
determinada situação e têm sido utilizados em diversos campos das ciências, como a social ou
a econômica, para prover parâmetros para a sociedade que permitissem avaliar o progresso ou
comparar realidades. Por exemplo o GPD (gross domestic product) é um indicador utilizado
para medir o desenvolvimento econômico do país, já IDH (índice de desenvolvimento
humano)é utilizado para medir o desenvolvimento social.
Com o surgimento do conceito de Desenvolvimento Sustentável, era necessário
desenvolver indicadores que pudessem analisar devidamente a natureza multidimensional do
mesmo. Esses indicadores serviriam para aumentar o foco no tema Desenvolvimentos
Sustentável e auxiliar os governos na implementação de políticas públicas. De acordo com
4
Bellen (2005, p. 42) o objetivo dos indicadores é “agregar e quantificar informações de modo
que sua significância fique mais aparente”.
Para Marzall e Almeida (1999, apud MITCHELL, 1997), o indicador é uma ferramenta
que permite a obtenção de informações sobre uma dada realidade, e que tem por principal
característica o poder de sintetizar um conjunto complexo de informações, retendo apenas o
significado essencial dos aspectos analisados.
Os indicadores resumem informações complexas em uma quantidade gerenciável de
informações que auxiliam as decisões e ações a serem tomadas pelos observadores. E podem
ser divididos em dois tipos: a) aqueles que provêm um cenário correspondente ao estado atual
do Sistema e, b) aqueles que possuem informações suficientes sobre o Sistema de modo que
contribuem para a performance de outros sistemas que dependem deste indicador (BOSSEL,
1999, tradução nossa).
Ainda de acordo com Bossel (1999, tradução nossa), para ser um indicador de
desenvolvimento sustentável, este deve cumprir alguns requerimentos como:
� Devem guiar políticas e decisões em todos dos níveis da sociedade: Bairro, cidade,
Estado, País, Região, Continente e mundo.
� Devem representar todos os assuntos relevantes.
� O número de indicadores deve ser o menor possível, porém não menor que o
necessário.
� O processo de encontrar um indicador deve ser participativo para garantir que esteja
alinhado com todas as visões e valores de uma comunidade ou região para qual foi
desenvolvida.
� Os Indicadores devem ser definidos claramente, reproduzíveis, não ambíguo,
compreensíveis e práticos.
� A partir da observação desses indicadores, deve ser possível deduzir a viabilidade e
a sustentabilidade do desenvolvimento atual, e compará-los com outras alternativas
de desenvolvimento.
� É preciso um procedimento, um processo e critérios para encontrar um conjunto
adequado de indicadores de desenvolvimento sustentável.
Bell e Morse (2003) discutem a diversidade e complexidade dos indicadores de
sustentabilidade, questionam quais indicadores utilizar, como medi-los e como usá-los.
Ressalta ainda que o indicador a ser utilizado, dependerá do que se quer alcançar, quem os
utilizará e como.
Os indicadores: Informam a situação econômica, social e ambiental de um local;
alertam para as fraquezas e problemas em cada uma dessas áreas; são ferramentas de
avaliação de políticas; são ferramentas para o planejamento de políticas; auxiliam no
esclarecimento de objetivos e determinação de prioridades; conscientiza o público sobre o
desenvolvimento sustentável e as ações que devem ser tomadas para atingi-lo; e, idealmente,
forneceriam a ligação entre os diferentes componentes da sustentabilidade (FARSARI e
PRATASCO, 2002).
5
Portanto, devido à complexidade das informações e das dimensões que o
Desenvolvimento Sustentável abrange, não é possível a formulação de um único indicador,
pois os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável são construídos a partir da reflexão das
necessidades e prioridades de determinada Região, ou a partir da visão dos atores envolvidos
na construção do Desenvolvimento Sustentável, sejam eles a Sociedade Civil, o Estado, ou as
Empresas.
Logo, o Desenvolvimento Sustentável tornou-se um objetivo em todos os setores das
sociedades e os indicadores analisados a seguir refletirão a visão das instituições sobre o
assunto. O Global Reporting Initiative é um indicador de sustentabilidade para organizações
privadas, já o Genuine Progress Indicator reflete as preocupações da sociedade civil e o Policy
Performance Index é um indicador que procura avaliar a atuação dos Governos.
3 GLOBAL REPORTING INITIATIVE (GRI)
O Global Reporting Initiative é um indicador que visa desenvolver e disseminar
diretrizes que possam harmonizar os relatórios das organizações, segundo critérios comuns de
sustentabilidade, e que sejam aceitos globalmente.
Tem como público alvo, as organizações de diferentes setores e tamanhos,
empresariais, públicas, ou sem fins lucrativos. Baseia-se no conceito de desenvolvimento
sustentável compreendido pelas dimensões econômica, ambiental e social. Assim,
organizações que desejam exercer e prestar contas quanto às suas práticas relacionadas à
sustentabilidade podem encontrar no GRI um guia de aspectos a serem considerados, ou seja
uma espécie de roteiro sobre perguntas que devem fazer a si mesmas e cujas respostas
podem ser comparadas e apresentadas à seus stakeholders. Por outro lado, pode servir
também para analisá-los, sendo um parâmetro, por exemplo, para escolha de parceiros
comerciais e de fornecedores regulares.
O GRI tem abrangência internacional sendo adotada por importantes empresas em
todo o mundo. A Fundação Global Reporting Iniciative (GRI) detém os direitos autorais das
publicações normativas sobre o GRI, tendo recentemente publicada a sua terceira versão (G3),
publicada em português com o apoio de diversas instituições e empresas, dentre elas o
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, a Associação Brasileira de
Comunicação Empresarial (Aberje) e O Centro de Estudos em Sustentabilidade da Escola de
Administração de Empresas de Empresas de São Paulo - Fundação Getúlio Vargas (GVces.)
além do patrocínio de diversas empresas.
Baseado no entendimento do necessário equilíbrio entre as diversas dimensões
compreendidas no desenvolvimento sustentável, o GRI trata das questões econômicas, sociais
e ambientais em seu relatório. O GRI não propõe um índice único, como somatório dos
diversos indicadores, nem estabelece uma relação de causa e efeito sobre eles.
6
O relatório se refere a um período determinado, sendo o mais comum o período de um
ano, podendo ser de prazos maiores ou menores. O importante é que mantenha uma
regularidade pré-definida, a fim de ser comparável a evolução deste desempenho. Os
Stakeholders devem ter fácil acesso ao relatório, a partir de um único local como o sumário de
conteúdo GRI. Não há tamanho pré-definido, desde que sejam seguidas as diretrizes e
estrutura adotadas. A critério da organização poderá ser feito uso de publicação eletrônica ou
impressa. A RGI recomenda que sejam feitas verificações externas, através de empresas
especializadas, comitês de stakeholders ou agentes externos, a fim de reforçar a credibilidade
do relatório.
Fazem parte dos princípios e diretrizes para o relatório: transparência,
comparabilidade (entre relatórios da própria companhia e de outras), a auditabilidade, a
precisão, a integridade das informações, tendo como pano de fundo a inserção num contexto
de sustentabilidade ecológica e social.
A estrutura do relatório foi concebida para ser utilizada por organizações de diferentes
setores, porte ou localidade quanto ao seu desempenho e práticas econômicas, sociais e
ambientais, existindo questões comuns ao programa geral e outras específicas por segmentos.
É formado por diferentes partes como: Princípios e Orientações (conteúdo do relatório e
garantida de qualidade das informações), Protocolo de Indicadores (definições e orientações
para assegurar coerência na interpretação dos indicadores de desempenho) e Suplementos
Setoriais (interpretações, orientações e indicadores específicos do setor), além de protocolos
técnicos, referentes a questões que a maioria das organizações se depara por ocasião da
elaboração do relatório.
A dimensão econômica se refere aos impactos da organização frente as condições
econômicas de seus stakeholders e sobre os sistemas econômicos em nível local, nacional e
global. Além disso, deve compreender também informações quanto ao desempenho
econômico (resultados e metas atingidas ou não, riscos e oportunidades organizacionais,
modificação de sistemas ou estruturas, principais estratégias), presença no mercado
(comparativo entre o salário mais baixo e o mínimo local), políticas, práticas e proporção de
gastos com fornecedores locais, impactos econômicos indiretos (investimentos em infra-
estrutura e serviços para benefício público e identificação de impactos econômicos indiretos,
incluindo a sua expansão).
A dimensão ambiental se refere após impactos da organização sobre os sistemas
naturais vivos ou não vivos, incluindo ecossistemas, ar e água. Os indicadores ambientais
abrangem o desempenho relacionado a insumos, a produção, biodiversidade, conformidade
ambiental, gastos com meio ambiente e os impactos de produtos e serviços. Deve ainda
compreender: principais resultados e metas atingidas ou não, riscos da organização quanto a
questão ambiental, principais estratégias e procedimentos para atingimento dos objetivos.
A dimensão social se refere aos impactos da organização nos sistemas sociais nos
quais opera. Os indicadores estão relacionados às práticas trabalhistas (emprego; relação
entre os trabalhadores e a governança; saúde e segurança no trabalho; treinamento e
7
educação; diversidade e igualdade de oportunidades), direitos humanos (práticas de
investimento e de processos de compra, não discriminação, liberdade de associação e
negociação coletiva, trabalho infantil, trabalho forçado ou escravo, práticas de segurança e
direitos indígenas), sociedade (comunidade, corrupção, políticas públicas, concorrência desleal
e conformidade) e responsabilidade pelo produto (saúde e segurança do cliente, rotulagem de
produtos e serviços, comunicações de marketing, conformidade), conforme figura abaixo:
FIGURA 1 - ESTRUTURA DE RELATÓRIOS DO GRI
FONTE: http://www.globalreporting.org/
4 GENUINE PROGRESS INDICATOR (GPI)
O Genuine Progress Indicator (GPI) - Indicador Genuíno de Progresso - surgiu em 1950
com o objetivo de medir o bem estar econômico das nações. Este indicador ultrapassa a
estrutura convencional da contabilidade para incluir as contribuições econômicas da comunidade
e do habitat natural, junto com a produção econômica convencionalmente medida. O público alvo
é a sociedade em geral envolvendo governo e empresas, que através da leitura deste indicador,
poderá verificar a situação econômica real de um território.
O GPI pode ainda servir ainda como um indicador para o mercado financeiro, onde o
investidor poderá fazer uma leitura de mercados com crescimento consciente e consistente no
que se refere à preocupação com o meio ambiente e o social, portanto com a sua
sustentabilidade.
Na perspectiva deste indicador o desenvolvimento humano é considerado como o
principal fator para a redução da pobreza e das desigualdades percebidas nas dimensões
social e econômica. Especificamente, o desenvolvimento sustentável é abordado a partir do
foco na renovação dos recursos naturais e criação de substitutos que possibilitem a
continuidade do desenvolvimento econômico.
8
Lawn (2003) afirma que o GPI leva em consideração mais de vinte aspectos da vida
econômica de uma sociedade que o PIB ignora. Inclui estimativas da contribuição econômica dos
fatores sociais e ambientais numerosos que o PIB considera um valor implícito e arbitrário de
zero. Diferencia-se também ao ponderar as transações econômicas que adicionam ao bem estar
e aquelas que o diminuem. O GPI integra então estes fatores em uma medida composta de
modo que os benefícios da atividade econômica possam ser pesados de encontro aos custos.
O GPI se consiste basicamente de duas partes: o desenvolvimento dos indicadores e
medidas de progresso, e as avaliações do valor econômico dos recursos sociais e ambientes
geralmente não avaliados nas estatísticas econômicas convencionais.
O GPI utiliza inicialmente os mesmos dados de consumo em que o PIB é baseado,
mas faz algumas distinções cruciais. Ajusta para determinados fatores (tais como a distribuição
de renda), adiciona determinados outros (tais como o valor do trabalho da comunidade e o
trabalho voluntário), e subtrai-os, contudo outros (tais como os custos do crime e da poluição).
Uma vez que o PIB e o GPI ambos são medidos em termos monetários, podem ser
comparados na mesma escala.
O GPI pretende fornecer aos cidadãos e políticos um barômetro mais exato da saúde
total da economia, e de como nossa condição nacional está mudando ao longo do tempo.
Enquanto o PIB per capita foi mais que dobrado em 1950, o GPI mostra um retrato muito
diferente. Aumentou durante os 1950s e os 1960s, mas declinou por aproximadamente 45%
desde 1970.
Além disso, de acordo com os dados da organização Redefining Progress (2007), a
taxa de declínio do GPI per capita aumentou de uma média de 1% nos anos de 1970, a 2% na
década de 1980, a 6% assim até os anos de 1990s. Esta larga e crescente divergência entre o
PIB e o GPI é um aviso que a economia está num caminho que de grandes improbabilidades.
Especificamente, o GPI revela que muito do que os economistas consideram agora
crescimento econômico, como medido pelo PIB, é realmente uma de três coisas: 1) correção
dos erros e deteriorações sociais do passado; 2) uso de recursos do futuro; ou 3)
deslocamento de funções da comunidade à economia monetizada.
O GPI sugere veementemente que os custos da atual trajetória econômica da nação já
não compensam os benefícios, conduzindo a um crescimento não econômico. Explica ainda o
porquê da sensação dos povos cada vez mais negativa apesar das publicações oficiais de
progresso e de crescimento econômico.
Em suma, o GPI considera ainda que o processo produtivo gere custos indiretos
relacionados ao uso de recursos naturais, efeitos ambientais, de segurança e saúde, e estes
devem ser considerados quando analisada a taxa de crescimento de um mercado ou país. A
atenção dada aos custos ambientais e sociais pode refletir uma análise real do crescimento
econômico do mercado, podendo ainda servir de alerta para investimentos necessários para
reduzir e/ou combater o efeito nocivo daquele crescimento.
O acesso aos resultados do GPI estão principalmente em base eletrônica em páginas
de países participantes como a França, Alemanha, Canadá e Austrália, e organizações como a
Redefining Progress. Assim como o PIB, o GPI tem seus resultados publicados anualmente.
9
5 POLICY PERFORMANCE INDEX (PPI)
O Índice de Performance Política foi criado pelo Grupo Consultivo de Índices de
Desenvolvimento Sustentável (CGSDI). Esse grupo é formado por lideres dos projetos de
indicadores de sustentabilidade. O objetivo do PPI é ser uma ferramenta de apoio à
democracia, avaliando o desempenho das políticas públicas relacionando os índices sociais,
econômicos e ambientais em um índice de performance política. Este Índice coopera com o
projeto do Painel de Sustentabilidade (Dashboard of Sustainability), substituindo os Índices
tradicionais como crescimento do PIB, taxa de desemprego.
O público alvo do PPI são os eleitores bem como os governantes, uma vez que o
resultado do índice influenciará os votos, e pressionará os governos a agirem em relação aos
indicadores que tiveram uma avaliação negativa. Logo, é uma importante ferramenta para a
tomada de decisão dos administradores públicos que ao verificar o índice, irão melhorar ou
formular políticas nas áreas que tiveram uma avaliação negativa.
O Índice de Performance Política é um termo genérico e pode ser utilizado para medir
o desempenho dos países nos Objetivos do Milênio, na Saúde, na Educação, no Meio
Ambiente, na Governança e no Desenvolvimento Sustentável.
O PPI para o Desenvolvimento Sustentável é dividido em quatro Índices: Econômico,
Social, Ambiental e Institucional e considera que o Desenvolvimento Sustentável é aquele
capaz de garantir as necessidades básicas atuais sem comprometer as gerações futuras e só
poderá ser atingido com a interação destas esferas, logo, possui um viés multidisciplinar.
De acordo com o site do projeto (http://esl.jrc.it/dc/csdriojo), cada uma desses Índices
é formado por outros indicadores disponíveis conforme demonstrado abaixo:
a) Índice Econômico: Divida Externa; Lixo Municipal; Assistência Oficial para o
Desenvolvimento (ODA); Lixo Tóxico; Lixo Nuclear; Reciclagem; Uso da Energia;
Produto Nacional Bruto; Energia Renovável; Uso de Veículos; Eficiência
Energética; Produto Interno Bruto (PIB/GDP); Crescimento; Inflação; Distribuição
(Coeficiente de GINI); Investimento Fixo Interno Bruto (GDFI).
b) Índice Social: Expectativa de Vida; Linha da Pobreza; Escolas Primárias; Escolas
Secundárias; Urbanização; Saneamento Básico; Equidade (Igualdade e Inclusão);
Água Potável; Analfabetismo; Saúde; Condições de Vida; Diferença de Renda entre
Homens e Mulheres; Desnutrição Infantil; Mortalidade Infantil; Imunização Infantil;
Criminalidade; Crescimento Populacional; Controle de Natalidade; Desemprego.
c) Índice Ambiental: Densidade Populacional; Consumo de Fertilizantes;
Concentração Urbana de Fósforo na água; Preservação do Ecossistema; Uso de
Pesticidas; População Costeira; Área de Proteção Ambiental; Área Florestal;
Espécies de Mamíferos e Aves; Piscicultura; Emissão de CO2; Emissão de outros
gases do Efeito Estufa; Consumo de Cloro-Flúor-Carbono; Desmatamento Florestal;
Poluição do Ar; Terras Desérticas e Áridas; Emissão de Poluentes Orgânicos; Área
Agricultável; Número de Favelas (Assentamentos Urbanos Informais); Uso da Água;
Uso de Recursos; Pegada Ecológica.
10
d) Índice Institucional: Infraestrutura de comunicação (telefone, Internet); Gasto com
Pesquisa e Desenvolvimento; Custo humano em desastres Ambientais; Custo
Econômico em desastres Ambientais; Estratégia para o Desenvolvimento
Sustentável.
Todos esses Índices são agregados em um Índice de Performance Política para o
Desenvolvimento Sustentável, PPI, e são apresentados em um gráfico com 2 círculos
concêntricos, sendo o primeiro o Desenvolvimento Sustentável, o segundo os 4 sub-índices
(Econômico, Social, Ambiental e Institucional) conforme figura abaixo:
FIGURA 2 - RIOJO DASHBOARD
FONTE: CGSD, p.02
Esse Painel é alimentado pelos indicadores de cada índice (Econômico, Social,
Ambiental e Institucional) colocados primeiramente em uma planilha e depois no software do
Dashboard.
O software atribuí cores para os resultados sendo qualificado na escala de verde em
excelente, muito bom, bom e razoável, na cor amarela para na média; na escala de vermelho
para ruim, muito ruim, péssimo, crítico e no azul para quando não há informação de acordo
com a figura abaixo:
FIGURA 3 - ESCALA DE CORES
FONTE: http://esl.jrc.it/dc/csdriojo/
11
Cada sub-Índice possui seu painel com seus indicadores conforme exemplo abaixo:
FIGURA 4 - SUB-ÍNDICE AMBIENTAL
FONTE: CGSD, p.03
Portanto, o Índice de Performance Política serve para analisar os pontos fracos e
fortes de um País, Estado ou Cidade, avaliar a performance política, permite a comparação
entre países e entre os indicadores. Ou seja, esse gráfico pode demonstrar, por exemplo, que
em um determinado país os índices sociais e econômicos vão muito bem, porém os índices
ambientais estão ruins. Então se faz necessários políticas públicas para o meio ambiente, do
contrário este país não atingirá o desenvolvimento sustentável.
O desafio desse Índice de Performance Política é substituir os indicadores escolhidos
inicialmente por um conjunto de indicadores escolhidos internacionalmente, como os
indicadores institucionais da Comissão das Nacões Unidas para o desenvolvimento
sustentável, e também ser constantemente atualizado por uma instituição internacional
dedicada, como o IISD Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável.
O PPI é publicado no site do Laboratório Estatístico Europeu (European Statistical
Laboratory), sendo uma das ferramentas na formação do Painel de Sustentabilidade para
avaliar as políticas públicas.
6 A COMBINAÇÃO E A COMPLEMENTARIDADE DOS INDICADORES
Tendo em vista a multidisciplinaridade que envolve a busca pelo desenvolvimento
sustentável, a utilização de somente um indicador dificilmente abrangerá a amplitude analítica
necessária. As diversas dimensões e os múltiplos atores envolvidos na busca pela
sustentabilidade caracterizam a complexidade deste sistema. Todos os fatores estão
interligados e os atores interdependentes entre si.
Bell e Morse (2003) abordam a questão da combinação de indicadores como forma de
facilitar o entendimento da informação tanto pela sociedade quanto pelos políticos e também
pelos líderes corporativos. Os autores justificam que o foco principal é compreender a conjuntura
em âmbito geral e sugerem, inclusive, que indicadores diferentes e não agregados sejam
12
apresentados juntos em uma única tabela ou diagrama; ou então a combinação de indicadores
gerando uma tabela de indicadores de desenvolvimento sustentável.
Parece ser adequado pensar no aspecto da complementaridade dos indicadores
quando se trata da medição do desenvolvimento sustentável, uma vez que dificilmente um
único indicador será suficiente para traduzir a sua complexidade.
Edgard Morin (2005) diferencia o raciocínio simplificador do raciocínio complexo. O
primeiro apresenta características como a separação, na medida em que isola os objetos uns dos
outros, do seu ambiente e do seu observador e a redução, que unifica aquilo que é múltiplo, atribui
a verdadeira realidade não às totalidades, mas aos elementos que a compõem.
A alternativa que propõe o raciocínio complexo destaca a importância da multi-
disciplinaridade, onde as visões e conhecimentos se complementam. A complexidade estimula a
reflexão, meditação, discussão, e incorporação por todos - cada um no seu saber, na sua
experiência de vida, além de um diálogo entre ordem, desordem e organização.
[...] É evidente que a ambição da complexidade é prestar contas das articulações
despedaçadas pelos cortes entre disciplinas, entre categorias cognitivas e entre
tipos de conhecimento. De fato, a aspiração à complexidade tende para o
conhecimento multi-dimensional (MORIN, 2005, p.176).
O mundo é certamente mais complexo do que é capaz de compreender o pensamento
simplificador, reducionista e determinista. Somente um pensamento capaz de enfrentar a
complexidade do real é capaz de lidar com as questões multi-dimensionais do desenvolvimento
sustentável. Bachelard considerou a complexidade como um problema fundamental, já que,
segundo ele, não há nada simples na natureza, só há o simplificado (MORIN, 2005 p.175).
Desta forma, se o próprio estudo do desenvolvimento sustentável pressupõe uma
visão de diferentes disciplinas, seria incoerente pensar que ela poderia ser esgotada com
apenas um indicador, por mais completo que seja. Não se trata, porém, apenas de agregar
visões paralelas, vistas isoladamente. É um desafio identificar em que aspectos estas visões
podem ser complementares e inter-comunicantes.
Tão pouco é o caso de se propor que sejam estes ou outros indicadores, dentre os
vários existentes ou a serem criados. Todos possuem as suas próprias virtudes e limitações, e
a sua força se dará, na medida, em que (associados a outros indicadores) possam fazer com
que o estudo se aproxime continuamente da realidade.
Dentro dos indicadores apresentados neste artigo, o Global Reporting Initiative (GRI),
Genuine Progress Indicator (GPI) e o Policy Performance Index (PPI), verifica-se que a sua
combinação, apesar de suas limitações naturais, traz importantes contribuições à visão do
desenvolvimento sustentável e da sustentabilidade. No seu conjunto, podem ser aplicados
tanto para o setor público, quanto para o privado, assim como para a sociedade em geral,
conforme podemos observar através da tabela comparativa a seguir.
13
TABELA 1 - MATRIZ COMPARATIVA
INDICADOR GRI (GLOBAL REPORTING
INITIATIVE)
GPI (GENUINE PROGRESS
INDICATOR)
PPI (POLICY PERFORMANCE
INDEX)
Objetivo do Indicador
Desenvolver e disseminar diretrizes que possam harmonizar os relatórios das organizações segundo critérios de sustentabilidade aceitos globalmente.
Medir a melhoria do bem-estar de um país, adicionando variáveis ambientais e sociais a outro indicador, o PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, a capacidade de produção e consumo de bens.
Avaliar a performance das políticas públicas relacionando índices sociais, econômicos e ambientais em um índice de performance política.
Público alvo
Organizações de diferentes setores e tamanhos, empresariais, públicas, ou sem fins lucrativos, porém é no segmento privado que se dá sua maior aplicação.
Governo, empresas e público em geral.
Governo e Sociedade
Conceito sobre Desenvolvimento Sustentável
Equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
Considera o desenvolvimento humano como o principal fator para a redução da pobreza e das desigualdades percebidas nas dimensões social e econômica. O desenvolvimento sustentável é abordado a partir do foco na renovação dos recursos naturais e criação de substitutos que possibilitem a continuidade do desenvolvimento econômico.
Considera que o desenvolvimento deve contemplar a interação das esferas ambientais, econômicas e sociais.
Indicadores existentes e relação entre as dimensões
Desempenho Econômico, Desempenho Social, Desempenho Ambiental, Práticas Trabalhistas e Trabalho Decente, Direitos Humanos, Sociedade e Responsabilidade por Produto
Econômico, Social, Cultural e Ambiental.
Econômico, Social e Ambiental
Forma de coleta e tratamento dos dados
Relatório emitido regularmente pela organização, de forma que seja possível comparar a evolução de sua performance, assim como em relação à outras organizações. O relatório contém questões relativas aos indicadores propostos pelo programa, geral e/ou específico por segmento.
Parte-se dos mesmos dados de consumo em que o PIB é baseado descontando determinados fatores como a distribuição de renda, e adicionando outros como o valor do trabalho da comunidade e o trabalho voluntário e subtraindo outros como os custos gerados pela criminalidade e poluição.
Informações obtidas a partir de quatro sub-índices: índice de pressão ambiental, índice social e índice econômico, e índice Institucional que alimentam o índice PPI
Formação de um índice
Não se aplica Não informado É um índice formado por 4 sub-índices que são formados por diversos indicadores.
Causa e Efeito entre os indicadores
Não há
Causa � Aumento na produção
Efeito � Crescimento não econômico, se não forem considerados os custos ambientais, de saúde e segurança
Causa � Pressão da Sociedade sobre a Política;
Efeito � Políticas Públicas Eficientes;
Periodicidade
A mais utilizada é a anual, podendo no entanto, ser de prazos maiores ou menores. Recomendável a utilização de regularidade uniforme, em função das comparabilidade.
Anual Não informado
14
Pode-se dizer que os objetivos dos indicadores estudados são complementares,
abordando diferentes esferas. Enquanto o GRI trata das práticas das organizações, o GPI
enfatiza o bem estar e o PPI a performance das políticas públicas.
No seu conjunto, se destinam também a diferentes públicos, sendo contempladas
respectivamente: organizações (GRI), governo, empresas e público em geral (GPI) e governo e
sociedade (PPI).
Os indicadores apresentam em comum o fato de todas abordarem a questão da
sustentabilidade de forma multi-dimensional, considerando as questões sociais e ambientais,
além das econômicas. De forma especial, o GPI destaca o desenvolvimento humano como o
caminho para eliminar as desigualdades econômicas e sociais, fato que não ocorre
necessariamente se considerarmos apenas o crescimento econômico, representado no Brasil
por outro indicador, o PIB (Produto Interno Bruto).
Todos os três trabalham com indicadores econômicos, ambientais e sociais. O GRI
considera ainda as práticas trabalhistas e as responsabilidades por produto, e o GPI os indicadores
culturais. O PPI é o único dos 3 que consolida indicadores em sub-indices (ambiental, social,
econômico e institucional), de forma a constituir o índice PPI do Desenvolvimento Sustentável, o
que não ocorre com o GRI e com o GPI, que não têm este propósito.
O GRI não estabelece qualquer relação de causa e efeito entre os indicadores,
enquanto o GPI entende que o aumento de produção é o agente que influencia diretamente os
demais indicadores e como efeito, um crescimento não econômico, já que existe a necessidade
de se considerar os custos ambientais, de saúde de segurança. O PPI aponta a pressão da
sociedade como o caminho para a obtenção de políticas públicas eficientes, estabelecendo aí a
correlação de causa e efeito.
Apesar de não haver informações a respeito da periodicidade estabelecida pelo PPI, e
nem a obrigatoriedade por parte do GRI, parece ser a periodicidade anual adotada pelo GPI
como adequada e aplicável para os três indicadores.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento sustentável é por definição algo que envolve diferentes dimensões:
a econômica, a social, a ambiental, a cultural e a espacial. Assim sendo, é natural que a
utilização de um único indicador seja insuficiente para refletir o desenvolvimento sustentável,
por mais abrangente que seja. Ao fazer uso deste tipo de indicadores para formulação de
políticas públicas, somam-se ainda novas variáveis, em função das visões do Estado, da
sociedade civil e das empresas privadas.
Neste sentido, como foi demonstrado pela descrição das características dos
indicadores GRI, GPI e PPI, não há qualquer conflito ou contra-recomendação na utilização
destes indicadores. Ao contrário, pode-se afirmar que os mesmos apresentam potenciais
complementares, e que uma vez utilizados desta forma, o resultado pode ser um grande
enriquecimento na compreensão e na exploração de diferentes aspectos.
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Esta afirmação pôde ser constatada quando analisado o conceito sobre
desenvolvimento sustentável dos três indicadores estudados, onde todos se apóiam no sentido
de se considerar o equilíbrio entre as esferas econômicas, ambientais e sociais.
É possível ainda destacar em termos comparativos que, tanto o GRI, quanto o GPI e
PPI tem uma preocupação em considerar sua aplicabilidade, ainda que segmentada,
respectivamente, organizações, governo, empresas e público em geral, e governo e sociedade,
o que não exclui que seus resultados se apliquem, em última análise, em benefício coletivo, ou
seja, de todos os atores envolvidos.
A análise, ainda que breve das características próprias e complementares destes
indicadores nos permite concluir que, certamente, a interação destes indicadores pode
possibilitar uma visão holística para uma melhor avaliação do desenvolvimento de uma
determinada cidade, região ou país, considerando os três públicos abordados: setor público,
setor privado e sociedade, propiciando uma boa leitura dos resultados obtidos, servindo de
facilitador para que se atinjam metas de desenvolvimento sustentável.
Finalmente, concluímos que cada um dos indicadores estudados possui forças e
limitações, e assim devem ser considerados. As vantagens da sua utilização em conjunto se
dão exatamente pela diversidade e complementaridade entre eles, não parecendo haver
qualquer tipo de desvantagem. Destaca-se que não se trata de buscar o caminho simplificador
de tentar produzir um único indicador, a partir dos três. Isto dificilmente seria possível, não
apenas pelas suas características próprias, mas também porque a riqueza de seu somatório
pode ser atribuída, em grande parte, pelas suas diferenças. Ou seja, é recomendável assumir o
desafio da complexidade e da diversidade de dimensões, visões e caminhos quando se trata
da utilização de indicadores de sustentabilidade para a formulação de políticas publicas,
considerando o Estado, a sociedade Civil e as empresas privadas.
REFERÊNCIAS
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