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................................................................................................................................................................................................ INF . PERSPETIVA LINEAR ( ENSAIOS : PROCESSOS DE ANÁLISE ) ……………………………………………………………………………………………………………………………………….…… A perspectiva é "a ciência da representação dos objetos numa superfície, da forma como surgem ao olhar humano, vistos de uma certa distância”. Significa ver através de; um dos significados de perspicere, a tradução literal da palavra grega optiké. É a representação do que vemos de forma gráfica. Normalmente os suportes utilizados para registarmos graficamente o que observamos são bidimensionais. Percecionamos a realidade a 3 dimensões, pelo que são necessárias técnicas que possam criar a ilusão de profundidade, ou seja, a terceira dimensão. Para apontar uma peça é vantajoso ter noções básicas de perspetiva, axonométrica ou linear. Por axonometria entendemos as perspetivas baseadas nas projeções paralelas : cavaleira, isométrica e dimétrica (utilizamos empíricamente a axonometria cavaleira para representar objetos desde tenra idade ). São utilizadas para representações técnicas, com características essencialmente práticas. A perspetiva linear ( também identificada por central ou cónica ) nasceu no renascimento. A perspectiva, matematicamente fundamentada, desenvolve-se na Itália dos séculos XV e XVI, a partir das investigações de Filippo Brunelleschi (1377-1446), arquiteto e escultor de florença - pioneiro no uso da técnica - e descrita pelo mais importante teórico da Renascença, o pintor, escultor e arquiteto Leon Battista Alberti (1404-1472). Escrito originalmente em latim - De Pictura -, o tratado Della Pittura (1435) de Alberti é a primeira descrição sistemática de construção da perspectiva. A partir daí a nova ciência da perspectiva é colocada em prática por uma série de artistas. Masaccio (1401-1428) aplicou de forma exímia as conquistas científicas na arte da representação. A sua primeira obra, o tríptico de San Giovenale (Uffizi, Florença, 1422), exemplifica como se pode obter uma terceira dimensão sobre uma superfície bidimensional. Outros artistas importantes da época exercitaram as potencialidades da nova técnica, dentro e fora da Itália: Piero della Francesca (ca.1415-1492), Leonardo da Vinci (1452-1519), Albrecht Dürer (1471-1528) etc. A perspectiva, magistralmente praticada pelos artistas do Renascimento, tornou-se um dos fundamentos mais importantes da pintura européia até meados do século XIX. A Cidade Ideal . Piero della Francesca . 1470 Tríptico de San Giovanale, Masaccio, 1422

Inf . Perspetiva Linear

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Inf . Perspetiva Linear

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INF . PERSPETIVA LINEAR ( ENSAIOS : PROCESSOS DE ANÁLISE )!……………………………………………………………………………………………………………………………………….…… !A perspectiva é "a ciência da representação dos objetos numa superfície, da forma como surgem ao olhar humano, vistos de uma certa distância”. Significa ver através de; um dos significados de perspicere, a tradução literal da palavra grega optiké. É a representação do que vemos de forma gráfica. Normalmente os suportes utilizados para registarmos graficamente o que observamos são bidimensionais. Percecionamos a realidade a 3 dimensões, pelo que são necessárias técnicas que possam criar a ilusão de profundidade, ou seja, a terceira dimensão. Para apontar uma peça é vantajoso ter noções básicas de perspetiva, axonométrica ou linear. Por axonometria entendemos as perspetivas baseadas nas projeções paralelas : cavaleira, isométrica e dimétrica (utilizamos empíricamente a axonometria cavaleira para representar objetos desde tenra idade ). São utilizadas para representações técnicas, com características essencialmente práticas. A perspetiva linear ( também identificada por central ou cónica ) nasceu no renascimento. A perspectiva, matematicamente fundamentada, desenvolve-se na Itália dos séculos XV e XVI, a partir das investigações de Filippo Brunelleschi (1377-1446), arquiteto e escultor de florença - pioneiro no uso da técnica - e descrita pelo mais importante teórico da Renascença, o pintor, escultor e arquiteto Leon Battista Alberti (1404-1472). Escrito originalmente em latim - De Pictura -, o tratado Della Pittura (1435) de Alberti é a primeira descrição sistemática de construção da perspectiva. A partir daí a nova ciência da perspectiva é colocada em prática por uma série de artistas. Masaccio (1401-1428) aplicou de forma exímia as conquistas científicas na arte da representação. A sua primeira obra, o tríptico de San Giovenale (Uffizi, Florença, 1422), exemplifica como se pode obter uma terceira dimensão sobre uma superfície bidimensional. Outros artistas importantes da época exercitaram as potencialidades da nova técnica, dentro e fora da Itália: Piero della Francesca (ca.1415-1492), Leonardo da Vinci (1452-1519), Albrecht Dürer (1471-1528) etc. A perspectiva, magistralmente praticada pelos artistas do Renascimento, tornou-se um dos fundamentos mais importantes da pintura européia até meados do século XIX. !

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A Cidade Ideal . Piero della Francesca . 1470

Tríptico de San Giovanale, Masaccio, 1422

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Fresco Capela Sistina . Pietro Perugino . 1481.82

The Healing of the Cripple and the Raising of Tabitha . Masolino .1425

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................................................................................................................................................................................................ !PERSPETIVA LINEAR . TIPOS!……………………………………………………………………………………………………………………………………….…… !1 PONTO DE FUGA

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!ponto de fuga

Estudo de Perspetiva . Jan Vredeman De Vries . 1604 ( um ponto de fuga )

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!!!……………………………………………………………………………………………………………………………………….…… !2 PONTOS DE FUGA

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!ponto

de fuga

!ponto de fuga

!linha de horizonte

Casa de Edgar J. Kaufmann House, 1936 . desenho ( dois pontos de fuga )

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................................................................................................................................................................................................ !PERSPETIVA CÓNICA ( ELEMENTOS DA PERSPETIVA )!……………………………………………………………………………………………………………………………………….…… !!Linha do horizonte, ponto de vista, ponto de fuga e linhas de fuga são os quatro elementos da perspectiva que

determinam o nível e o ângulo visual do espectador no contexto do desenho. Para um estudo sobre perspectiva é

necessário conhecê-los e saber o seu modo correto de utilização.

 

LINHA DO HORIZONTE . LINHA DOS OLHOS ( LH )!

É o elemento da construção em perspectiva que representa o nível dos olhos do observador. Numa paisagem é a linha

do horizonte que separa o céu da terra. !PONTO DE VISTA ( PV )!

Na representação gráfica da perspectiva é comum o ponto de vista ser identificado por uma linha vertical

perpendicular à linha do horizonte ( PV ). O ponto de vista revela-se exatamente no cruzamento dessas duas linhas.

Dependendo do ângulo visual de observação do motivo, a linha vertical que localiza o ponto de vista pode situar-se

centralizada, à esquerda ou à direita. !PONTO DE FUGA ( PF )!

É o ponto localizado na linha do horizonte, para onde todas as linhas paralelas convergem, quando vistas em

perspectiva (PF). Em alguns tipos de perspectiva são necessários dois ou mais pontos de fuga. Em situações como

estas poderemos utilizar pontos tanto na linha do horizonte quanto na linha vertical do ponto de vista. Em alguns casos

é possível o ponto ficar fora tanto da linha do horizonte quanto do ponto de vista. !LINHAS DE FUGA ( LF )!

São as linhas imaginárias que descrevem o efeito da perspectiva convergindo para o ponto de fuga (linhas

convergentes ). É o afunilamento dessas linhas em direção ao ponto que gera a sensação visual de profundidade. A

utilização dos elementos de perspectiva, em conjunto, permite a elaboração de esquemas gráficos necessários para

desenhar objetos contextualizados em ambientes ou paisagens sem distorção estrutural. !!NOTAS!!A linha do horizonte corresponde à altura do ponto de vista do observador

( qd dizemos observador, não nos referimos a nós, mas a um observador imaginário e fixo, a partir do qual a

perspetiva se constrói );

Numa perspetiva linear / cónica as arestas horizontais parecem convergir para pontos de fuga, na linha do horizonte;

Arestas paralelas entre si possuem o mesmo ponto de fuga;

Arestas horizontais paralelas ao observador são desenhadas paralelas à linha de terra;

Os pontos de fuga situam-se sempre sobre a linha do horizonte;

Qt mais juntos estiverem os pontos de fuga, mais aumenta a deformação perspetiva, que é um afastamento à nossa

percepção habitual das coisas;

Uma face do objeto representado em primeiro plano : 1 ponto de fuga;

Uma aresta do objeto representado em primeiro plano : 2 pontos de fuga.

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