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Infância em ixtlán uma homenagem de Marcus Vinicius Maconha a Carlos Castañeda I

Infância em Ixtlan

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Nos tempos atuais longe dos reais (q se aprisionam em suas falsas verdades) Onde a grande maioria ama os normais decidi falar da minha adulta infância cercada de violência psicodelícias trotes Peiots Monteiro Lobato fungos liségicos biscoito maizena o resultado e odaliscas funkeiras dessa samba de Madureira viagem são esses amadores poemas

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Page 1: Infância em Ixtlan

Infânciaem

ixtlánuma homenagem de Marcus Vinicius Maconha a Carlos Castañeda

I

Page 2: Infância em Ixtlan

Por que do zine:

Nos tempos atuais longe dos reais (q se aprisionam em suas falsas verdades) Onde a grande maioria ama os normais decidi falar da minha adulta infânciacercada de violência psicodelícias trotes Peiots

Monteiro Lobato fungos liségicosbiscoito maizena o resultado e odaliscas funkeiras dessa samba de Madureira viagem são esses amadores poemas

MARCUS VINICIUS MACONHA

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Sem fantasia continuo intrépidoInfame poético trovador periférico ambulante sem tetoSem máscara na alma analiso sensores do meu amigoencéfalo pra viver 100 fantasias nessa faunaPoluída pela mídia corrosiva câncer da nova eraResidente no planeta terra que aprisiona meus irmãos da favelaMulheres seguidoras das novelasPérfidas histórias que mudam a simetria delasTudo por estética luxúria fama glamour da telaFeras vivendo em celas travestidas de laresEducadores covardes que sabem que o fundamentalNesse segundo é desaprende pra trilhar um novoCaminho no amanhecer e todos juntos criarmosUm novo ser tão bom quanto Jesus de Nazaré jardis macaléMuita fé. mais encaro todo o dia 100 fantasiasPixador crente ambulante selenitaRepentista partidário da ruaZapatista Galdino Marcus Garvey Chico MendesGhandi Nelson Mandela Gentileza ClementinaDe Jesus Almir guineto, Galdino Leci BrandãoSão nutrientes da minha fantasia queNessa plebe rude me protege do abutre

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DOENÇA

Convulsão da comunicaçãoEstado febrilAmor e seu significado distorcidoValeu HenfilPelas caricaturas doces retratadasDesse país hostil denominado BrasilTerra tropicalMeridiano paralelo à dorDomínio amador de uma cegueiraHipócrita e exóticaRupestre e robóticaResultado final cólica renalFatal doença colonial herdada das épocas de CabralPedras humanas mais durasQue as rochas do desaprenderVacine-se com água até quando não sei

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A centopéia de metal

Pára na estação da centralDe Santa Cruz a BotafogoSuor indignação e desejosNos olhos do povoQue sorri e age com um mimetismoTão forte contra adversidades fictíciasImpostas pelo sapiensRei sempre num pretérito perfeitoOnde idéias platônicas são eleitas por seitasE a centopéia pára no sinal da LeopoldinaO maquinista fala: senhores passageirosEstamos aguardando sinalização paraProsseguir a viagemCom seus mais de 3000 óvulos notórios

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Favela

Nasce uma flor no asfaltoSem lamê e sapato altoInquilina da rua onde seuPatriarca lúdico é o palcoAssim ela desabrochaSem respaldo acadêmico Ou culto ecumênico (apenas firme)Com as mãos erguidas pro céuEla agradece sua genitoraO partido altoNotória pétula de cor desconhecidaSemente insípidaDo Morro da Formiga, Galo, Pavão,Serrinha ou sossegoTanto faz a origemO fundamental é que nesse solo árido eUrbano cresçam boas raízesE melodias sem diretrizes

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Dia de Yansã

Obrigado BahiaPor me dá um turbilhão de idéiasE causa uma nova desordem no meu coraçãoÉ desse ministério público que faço parteArte urbana pra fortalecer os calangos da rua Em busca da estrada perdida reciclo minha caixa de lixoPois estou vivo cada vez mais afro mangue filho de GandhiNeto da macumba onde o criolo russo mantém o pulso no acarajé sideral das sistas de YemanjáÉ assim que pago o universo a minha essência Com ritmo e poesia Bença mainha Prefixo na mente 07i É nois

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Receita

Ingredientes:

• 12 unidade(s) de caju • quanto baste de sal • quanto baste de pimenta-do-reino branca • 1 copo(s) de vinagre branco • 1 unidade(s) de cebola picada(s) • 2 colher(es) (sopa) de azeite de oliva • 1 unidade(s) de pimentão verde em cubos

pequenos • 1 dente(s) de alho picado(s) • 1 unidade(s) de tomate picado(s) • 2 folha(s) de louro • 1 tablete(s) de caldo de carne • 1 vidro(s) de leite de côco • 2 colher(es) (sopa) de azeite de dendê • 1 lata(s) de creme de leite • quanto baste de coentro para polvilhar

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Preparação:

Retire as extremidades dos cajus e corte em cubos. Tempere com pimenta-do-reino, sal e o vinagre. Deixe descansar por cerca de 30 minutos. Numa panela, esquente o azeite e junte a cebola, o pimentão, o alho, o tomate e as folhas de louro e deixe refogar por cerca de 10 minutos, mexendo sempre. Em seguida, junte os cubos de caju (sem o caldo do tempero) e o caldo de carne. Tampe e deixe cozinhar por 30 minutos. Depois adicione o leite de côco, o azeite de dendê e o creme de leite. Corrija o sal. Sirva decorando com as castanhas do caju e polvilhe com coentro.

MUKEKA DE CAJÚ

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Cannabis Sativa

Te tira do marasmote coloca no fundo do poço te lança ao universo sem endereço ou referencial te confunde a alma te lança luz te isola te dá rápidas tristezas e alegrias te encoraja ao mesmo tempo que te enfraquece te joga longe nos cantos d’alma te entristece, desencoraja e dá esperanças de melhora te nóia, te implica, te inverte a cabeça te inspira, ludibriaamansa, ilumina, enche, esvaziatermina, começa, agita, tira, coloca permeia, suavizando as idéias. Selenita of Jesus

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Eu que me achava da luaCaí no meio da ruaDe tristeza em saberQue ainda não sei nadaQue tenho dentro de mimA cura para as suas doresMais não sei executá-la Com eficiênciaMais vou continuar aqui concentradoEmanando energia boa por metro quadradoPra suavizar sua dor

Logo você que amou Minha cor

Um dia triste no Recife

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Dicas de Livros

1-Sergio Cabral_ Grande Otelo: uma biografia

2-Qualquer um de Carlos Castañeda e Roraima Alves da Costa

3-Picabia_ Pensamentos sem linguagem

4-Wilhem Reich_ Função do orgasmo

5-Gurdieff_ O Quarto caminho

6-Alex Haley_ Negras raízes7-Paulo Freire_ Pedagogia

dos sonhos possíveis 8-Robert Kurz_ Colapso da

modernização9-Manuel Bandeira_

Antologia poética

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Brinquedo

Homo play mobilEncéfalo condicionado a ser hostilCasca duraLíngua inseguraOnomatopéia adulta da liberdadeSemente e nem sabeUsuário (a) do mundoEnem sabe por quê?Brinquedo do Paraguai usina primária O sol nunca raia A espera da malária

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O que posso fazer O que posso escreverMomentos inatingíveis verdades imperecíveisMissões impossíveisRodeado por jovens empreendedoresQue alimentam leais pescadoresNesse eterno circo dos horroresReligiosos governantes totalmente cegosPostura exótica música estridente e primitiva gestos educativosCaracterizações aberrantes vidas luxuosas alimentadasPor ignorantes que crescem como epidemias constantesRumo a seus horizontesNão há motivo para não querê-lasQue triste o caminho do homemSem a mágica presença das estrelasDas utopias de Mario QuintanaA minha família Aquino SantanaLonge da maldita ganaQue com sua grana compraAses da informática moderna que lideramLarga faixa de desavisadosQue se mantêm escravizadosPelo sistema rotulados de consumidores AQue não querem perder seus afagos financeiros E nem sair do picadeiroAinda me discriminam por ser maconheiro Um beijo e um foda-se a todos eles Pois sigo fiel sem roteiro

mv hemp

XIV

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. EU SOU

MercúrioNotórioDentro desse folkDe saber incolor e volátilPra quem não ta ágil a tocar seu vinilNA vitrola urbana destilada chamada de Universo de acesso ao ritmoInverso do couroCuíca no JongoFavela e seu tesouroTruvo hospício Edifício milenar Lunar E.T Essência transgênica

EU TODO .

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ORI

Percebi que há muita coisa além de só refletiIntendi que vou morrer tentando me despoluiMais di que? Pra quem? Por que?Nesse momento também vejo queO errante de acordo com a situaçãoPode ser visto como um animal pensanteOnde já muda todo os seus estatus (?) Com apreciação das palavrasFui tomando gosto dessa alquimia urbana sujaAssim me refiro ao uni verso Oriundo da igualdade

XVI

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EME.CE

O menino-cobaia se despede das emanações atlânticasPara se aprofundar na linguagem dos saposSeu amor catastrófico são beijosE seus planos são bombas-relógios

Despedaça imaginações de reinos por onde passaCom prudência desafia a lírica desrespeitosamenteSe se acredita fértil aduba a situação de-repenteE saboreia a imaginação para escutá-la mais de perto

Agora o menino-cobaia se reveste de porcelanaE pula nos abismos para provar a magia da vidaDes-en-terra toda a sua delicadeza dos músculosSeus poderes são anfi-teatros em eterna construçãoPara dar incessantemente idéias ás próprias idéias

As plantas do menino-cobaia nascem nas estrelasAssim cobaia resiste até os últimos segundos para não dormir na sua insôniaPor ser uma carta do universo em pessoaEstá destinado a tudo e ao mesmo tempoE transita livre pelo infinito no seu barco-energético

Foram as estrelas ou os olhos do Cobaia que se extinguiram?A sua árvore mais velha é o canto dos pássarosJá não vê nem fala apenas pensa vivendoE é no com-o-cosmo que ele e os E.T’s dançam bêbados de psicologia ET-nita

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WWW.myspace.com/

Êxito de Rua EJC. Bits Hamilton Instrumental

Quer alimentar seus ouvidos ouça

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Ser de MarteCom bactérias de arteResquício de guerraTufão que atinge minha terra sem milagre Avaste (?)Lançado na atmosferaSamba sem feraDesprovido na fila sempre espera eNa esfera é enganado pelo bom pastorSenhor da novelaPérfido salvadorFazendo do inimigo perfeito predadorPsico no ego . imperado . numa viaIncolor residência daltônica Gim com Tônica Joana Dark Biônica Preta nipônica Selenita dama . sempre viva na camaAlquimia encontradaUma velha nova vida retratada No mundo das formigas

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Perfume primárioDe um futuro retardatárioPrato feito e bem servidoDe conservantes na mesa do proletárioPorta vozes da violência e seus amantes Sem saber por – que Centrífuga centrípetaEterno BB d proveta partidário das setasQ horas o leva pra esquerda Horas pra direita Prefiro andar as cegas Intuitivo nutritivo e ativo Pra nessa minha vida ir além Do pálido reflexo Anexo numa virgem Folha branca Que acabo de descabaçar Nessa segunda-feira De fragrância pérfida

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Quero te levar comigo linda criaturaPois amo esse seu gosto de lamorango Adoro dançar com você esse tango lunarMe embriagar nessa pinga sonoraGozar junto com você na AuroraOuvir sua prosa consonânciaQue me faz voltar a uma infância Livre da ignorância terrena sem etiqueta

Agora sim acho que desvendeiAlguns sonhos loucos que tinha quando ouviaDe luna na duna olhando pra luaMeu habitat natural

Num desses dejavú vi uma mulherOdalisca selenita e na mesma hora não resistiIntroduzi minha língua em sua vulvaOrvalho sideral com néctar que equilibra todo o mal existente em meu serE me faz assumir que não sou normalNesse trópico realEsse é o meu amorQue está muito distanteDe qualquer espécie de romantismo sonhadorE de arrebatamento emocional

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Pássaro súbito de um contemplar desconhecidoApreendidoApreensivoPor um coração enrijecidoPela rotina esquecidoPor não ter dinheiro nem recibo

Do mecanismo romano Aos cultos afro-brasileirosDa mitologia gregaÀ s tradições indígenas

Imperceptível mórbido desesperoCalmo contemplativoMatam nativosMotivos financeiros

Cadê as vozes da democracia?Foram dominadas pela milíciaCélula malignaOlhos de robôCatedrais de solidõesAssim então batizadasSem rumo na estrada

Sobrevivendo de migalhasNa sensatez dos meus sentidos

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Evolução devidaNotar que você não é uma réplicaMais do que isso pisar na sua terra provar do nectaObrigado por me afogarNuma torrente de palavrasHoras sendo AfroditeHoras sendo psiqueE contigo desfrutar desse alambique sideralMuito longe de eu tentar te dominar (não rola)Esqueça as vozes que resmungam Dentro do teu ser liberte-seAmo essa sua desconcertanteMaturidade em cada olharNunca vou precisar de lentesImaturo fabricante de paraisosPra enxergar basta sempre eu agir telepaticamenteE me fundir a você outro éterIndependente sobrevivente nessa era de aquário

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Ser de marte

Horas pedra bruta que enriquece minha labutaHoras água pura (suja?) que alimenta meu caule interiorHoje de manhã conversando com os passarinhos Eles me falaram que tenho que ser malandro na dança da vidaPois a travessia dos orixásMexe com nossas constelações e asMutações se tornam constantesNessa poeira de egos leros critérios e advérbiosDentro do nosso sistema imunológicoEu escorpião peço a você leoaDeixa eu beber do teu prazerMe embriagar com vocêPois as drogas convencionais já não me fazem mais efeitoDentro desse zoológico chamado terra

Habitar das feras que inconscientementePreparam uma nova velha eraQue unirá a todos os planetas

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Centralizado

Nesse momento estou no centro do furacãoEntre o labirinto impuro do amorE os profetas da ficção guerra com razãoPérfida visão amor versus solidãoNessa selva de enganosFui traído pelo pragmatismoDevido ao apogeuEstou orando sem meu coração plebeuEspero que cuide dele como prometeuMulher de Marte portadora da evoluçãoEm todas as classes (menina de fases) filha de Yansã com ZeusFlor cíclica, bom te ver germinar frutificarSe fortificar pra quando eu errar me questionarE rapidamente encontrar a saída dessa Negligência tutelar chamada de famíliaPor causa do DNA

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Terra trigo transcendental traquéia turbulenta tropical tempos e trilhas

Tablado telúrico temperadoTijolo tosquiado tortoTarefa tatuada tênueTabaroa tatibitate tecido talismã

Transe temporário travestidoTempo tingido terapia terráqueaTácito trovador tropical transitando Ton tranqüilo..........22;22

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