Informativos Do TST Separados Por Assunto 2014-2016

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    2014/201

    Elaborado por Raphael Miz(professor e advogado) e RobWanderley Braga (Juiz do TrabalTRT 22 Regio)

    Informativos do TST: separados por assuntoInformativos ns 1 ao 5 e ns 70 ao 127 do TST e Execuo ns 01 ao 21.

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    Apresentao

    A importncia e fora dos precedentes judiciais algo que no se pode mais negar. Ooperador do direito e tambm aquele que pretende se enveredar nas carreirastrabalhistas tem por degrau inevitvel o domnio da jurisprudncia mais recente.

    O Tribunal Superior do Trabalho, no intuito de divulgar suas decises, passou a publicarsemanalmente seus informativos de jurisprudncia, em ordem cronolgica. Falta,portanto, uma organizao temtica das principais decises da mais alta Corte trabalhistano pas. E aqui est a justificativa desse trabalho.

    Aqueles que incansavelmente fazem de suas vidas uma renncia diria, em busca de umsonho maior, que nos incentiva a tambm querer ajudar. Com esse desiderato queapresentamos esse material de sistematizao, que contempla todos os informativos doTST do ano de 2014/2016 (n 71 ao n 127 e n 1 ao n 21 - execuo).

    Todas as decises esto separadas por assunto, dentro de trs blocos: Direito Individualdo Trabalho, Direito Coletivo do Trabalho e Direito Processual do Trabalho. Os subitensesto classificados em ordem alfabtica, para assim permitir uma pesquisa rpida.

    E lembrem-se: nada pode matar os seus sonhos! Deixo uma mensagem de Eclesiastes:

    Tudo tem o seu tempo determinado, e h tempo para todo o propsitodebaixo do cu.H tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo dearrancar o que se plantou;

    Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo deedificar;Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de danar;Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo deabraar, e tempo de afastar-se de abraar;Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo delanar fora;Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo defalar;Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.(Eclesiastes 3)

    Teresina/PI, 28 de setembro de 2015.

    Raphael Miziara Advogado e Professor (siga no facebook:www.fb.com/informativostste no instagram:@informativos.TST)

    Roberto W. BragaJuiz do Trabalho

    http://www.fb.com/informativoststhttp://www.fb.com/informativoststhttp://www.fb.com/informativostst
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    SumrioDIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO .............................................................................................................. 7

    PRINCPIOS ........................................................................................................................................ 7

    Alteridade ..................................................................................................................................... 7

    Inalterabilidade contratual lesiva ................................................................................................. 7

    CONTRATO DE TRABALHO ................................................................................................................ 8

    Alterao do contrato de trabalhoRenncia ............................................................................ 8

    Alterao do contrato de trabalhoJornada .............................................................................. 9

    Alterao do contrato de trabalhoTransferncia .................................................................. 10

    Desvio de Funo ........................................................................................................................ 10

    Promoo .................................................................................................................................... 10

    EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO ...................................................................................... 11

    Aviso Prvio ................................................................................................................................ 12Contrato Temporrio .................................................................................................................. 12

    Dispensa discriminatria ............................................................................................................ 12

    Justa Causa Obreira .................................................................................................................... 13

    Homologao. ............................................................................................................................. 14

    Multa do art. 477 ........................................................................................................................ 14

    Nulidade contratual .................................................................................................................... 15

    Servidor Celetista ........................................................................................................................ 15

    Verbas Rescisrias ...................................................................................................................... 15

    CONTRATOS ESPECIAIS ................................................................................................................... 16

    Bancrio ...................................................................................................................................... 16

    Estgio ......................................................................................................................................... 20

    Porturio Avulso ......................................................................................................................... 20

    Professor ..................................................................................................................................... 20

    Temporrio ................................................................................................................................. 21

    DURAO DO TRABALHO ............................................................................................................... 21

    Bancrio ...................................................................................................................................... 21

    Cartes de Ponto ........................................................................................................................ 22

    Intervalo intrajornada ................................................................................................................ 22

    Horas Extras ................................................................................................................................ 23

    Horas in itinere ........................................................................................................................... 24

    Sobreaviso e Prontido .............................................................................................................. 25

    Tempo disposio .................................................................................................................... 25

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    Trabalhos em domingos e feriados ............................................................................................ 25

    Turnos ininterruptos de revezamento ....................................................................................... 26

    FRIAS ............................................................................................................................................. 26

    Tero Constitucional ................................................................................................................... 26

    FGTS ................................................................................................................................................ 26Reduo da multa ....................................................................................................................... 26

    Servidor Pblico .......................................................................................................................... 27

    GARANTIAS DE EMPREGO .............................................................................................................. 27

    Acidentria .................................................................................................................................. 27

    Cipeiro ......................................................................................................................................... 27

    Dirigente Sindical ........................................................................................................................ 28

    Gestante ..................................................................................................................................... 28

    Perodo Eleitoral ......................................................................................................................... 29

    GRUPO ECONMICO ...................................................................................................................... 29

    Teoria Hierrquica ou Vertical.................................................................................................... 29

    Preposto...................................................................................................................................... 29

    PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR .............................................................................................. 30

    Revista ntima ............................................................................................................................. 30

    PRESCRIO e DECADNCIA........................................................................................................... 30

    PROGRESSO FUNCIONAL .............................................................................................................. 35

    Critrios: merecimento e antiguidade ....................................................................................... 35

    REMUNERAO E SALRIO ............................................................................................................ 36

    Complementao de aposentadoria .......................................................................................... 37

    Correo monetria .................................................................................................................... 38

    Direito de arena .......................................................................................................................... 39

    Equiparao salarial .................................................................................................................... 39

    Intangibilidade salarial ............................................................................................................... 40

    Irredutibilidade Salarial .............................................................................................................. 40

    Isonomia Salarial ......................................................................................................................... 41

    Parcelas de Natureza Indenizatria ........................................................................................... 42

    Parcelas de Natureza Salarial ..................................................................................................... 42

    Reajuste ...................................................................................................................................... 47

    RESPONSABILIDADE CIVIL ............................................................................................................... 47

    Acidente de Trabalho ................................................................................................................. 47

    Apelidos Pejorativos ................................................................................................................... 49

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    Atraso salarial ............................................................................................................................. 49

    Certido de Antecedentes Criminais .......................................................................................... 49

    CTPS ............................................................................................................................................ 50

    Demisso por justa causa ........................................................................................................... 50

    Indenizao ................................................................................................................................. 50Prazo prescricional aplicvel ...................................................................................................... 51

    Uso do banheiro ......................................................................................................................... 52

    Revistas ....................................................................................................................................... 53

    SERVIDOR PBLICO ........................................................................................................................ 54

    Aposentadoria ............................................................................................................................ 54

    Averbao de tempo de servio ................................................................................................. 54

    Concurso Pblico ........................................................................................................................ 54

    Dispensa ...................................................................................................................................... 55

    FGTS ............................................................................................................................................ 55

    Jornada de trabalho .................................................................................................................... 55

    Magistrado .................................................................................................................................. 56

    Reajustes ..................................................................................................................................... 57

    SUCESSO EMPRESARIAL ............................................................................................................... 57

    TERCEIRIZAO ............................................................................................................................... 57

    Call Center .................................................................................................................................. 58

    Fiscalizao do Trabalho ............................................................................................................. 58

    Isonomia ..................................................................................................................................... 58

    NULIDADE CONTRATUAL ................................................................................................................ 59

    Ausncia de concurso pblico .................................................................................................... 59

    DIREITO COLETIVO DO TRABALHO ............................................................................................................... 59

    GREVE ............................................................................................................................................. 59

    Abusividade (material e formal) ................................................................................................. 59

    Garantia de emprego ................................................................................................................. 60

    Descontos salariais ..................................................................................................................... 61

    NEGOCIAO COLETIVA ................................................................................................................. 61

    (In)validade de Clusulas ............................................................................................................ 61

    SINDICATO ...................................................................................................................................... 65

    Condutas antissindicais .............................................................................................................. 65

    Contribuies assistenciais ......................................................................................................... 66

    Critrios de enquadramento ...................................................................................................... 66

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    Art. 475-O: (in)aplicabilidade ..................................................................................................... 87

    Art. 475-P: (in)aplicabilidade ...................................................................................................... 88

    Clusula Penal ............................................................................................................................. 88

    CompetnciaProcesso de Execuo ....................................................................................... 88

    Contribuies Previdencirias .................................................................................................... 91Correo monetria .................................................................................................................... 92

    CNDTCertido Negativa de Dbitos Trabalhistas ................................................................... 92

    Custas .......................................................................................................................................... 92

    Embargos execuo ................................................................................................................. 93

    Embargos de Terceiro ................................................................................................................. 93

    Excesso de execuo .................................................................................................................. 94

    Execuo contra a Fazenda Pblica ........................................................................................... 94

    Execuo Provisria .................................................................................................................... 95

    Expropriao de bens ................................................................................................................. 96

    Fraudes do devedor .................................................................................................................... 97

    Imunidade de Jurisdio ............................................................................................................. 98

    Justia Gratuita ........................................................................................................................... 98

    Liquidao de Sentena .............................................................................................................. 99

    Multa ........................................................................................................................................... 99

    Penhora ....................................................................................................................................... 99

    Prescrio Intercorrente ........................................................................................................... 101

    Princpio da Efetividade da Execuo ....................................................................................... 101

    Suspenso da Execuo ............................................................................................................ 101

    Remio .................................................................................................................................... 101

    Requisio de Pequeno Valor ................................................................................................... 102

    RITO SUMARSSIMO ..................................................................................................................... 103

    Embargos para SDI.................................................................................................................... 103

    CAUTELAR ..................................................................................................................................... 103

    AES ESPECIAIS ADMISSVEIS NO PROCESSO DO TRABALHO ................................................... 104

    Ao Civil Pblica ...................................................................................................................... 104

    Ao declaratria ...................................................................................................................... 105

    Ao de Repetio de Indbito ................................................................................................ 105

    Ao Rescisria ......................................................................................................................... 106

    Mandado de Segurana ............................................................................................................ 109

    Dissdio Coletivo ....................................................................................................................... 116

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    DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO

    PRINCPIOS

    Alteridade

    Uniformes. Uso obrigatrio ou necessrio para a concepo da atividade econmica. Despesas com lavagem.Ressarcimento. Devido.As despesas decorrentes de lavagem de uniformes, quando seu uso imposto pelo empregador ou necessrio para aconcepo da atividade econmica, devem ser ressarcidas ao empregado, uma vez que os riscos do empreendimentoso suportados pela empresa, cabendo a ela zelar pela higiene do estabelecimento. Inteligncia do art. 2 da CLT. Nocaso, as reclamadas forneciam gratuitamente uniformes e impunham a sua utilizao durante o horrio de servio emrazo da atividade desenvolvida (indstria de laticnios). Assim, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu do recurso deembargos, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, negou-lhe provimento, mantendo a deciso daTurma que ratificara a condenao ao ressarcimento das despesas efetuadas pelo reclamante com a lavagem de

    uniformes. Vencidos os Ministros Guilherme Caputo Bastos, relator, Ives Gandra Martins Filho, Mrcio Eurico VitralAmaro e Cludio Mascarenhas Brando, que davam provimento aos embargos para julgar improcedente o pedido deressarcimento das despesas com a lavagem do fardamento, ao fundamento de que a higienizao ordinria deuniformes no causa prejuzo indenizvel, nem transfere os riscos do empreendimento ao empregado. TST-E-RR-12-47.2012.5.04.0522, SBDI-I, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, red. p/ acrdo Min. Joo Oreste Dalazen,12.3.2015. Informativo TST n 101.

    Inalterabilidade contratual lesiva

    Empresa Brasileira de Correios e TelgrafosECT. Automao de servios. Aproveitamento do empregado em funodiversa, com acrscimo da jornada de trabalho. Licitude. Pagamento do perodo acrescido de forma simples, sem oadicional.O aproveitamento de empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT sujeito jornada reduzida do art.227 da CLT em outra funo com carga horria maior, e com o objetivo de preservar o emprego frente automao de

    servios (substituio das antigas mquinas de Telex por computadores) lcito, devendo o perodo acrescido ser pagode forma simples, sem o adicional de horas extras. Na espcie, ressaltou-se que, no obstante a imutabilidade dasclusulas essenciais do contrato de trabalho, prevista no art. 468 da CLT, a jornada especial a que inicialmentesubmetido o empregado decorre de imperativo legal, sendo inafastvel pela vontade das partes. Assim, no h falar emdireito adquirido jornada de seis horas, e, cessando a causa motivadora da jornada diferenciada, permitido aoempregador exigir a durao normal do trabalho a que se refere o caput do art. 58 da CLT. Noutro giro, registrou-se quea partir do implemento de duas horas adicionais jornada de trabalho, sem qualquer acrscimo remuneratrio, houvepatente reduo de salrio, em afronta ao princpio constitucional da irredutibilidade salarial (art. 7, VI, da CF). Dessemodo, mostra-se razovel garantir ao empregado o pagamento das 7 e 8 horas de forma simples, sem o adicional, poisa partir da adoo da jornada de oito horas o que ocorreu foi uma espcie de novao objetiva no contrato de trabalhoe no dilatao da jornada normal. Com esse posicionamento, o Tribunal Pleno decidiu, por unanimidade, conhecer dosembargos da ECT, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, negar-lhes provimento, mantendo,portanto, a deciso turmria que determinara o pagamento das 7 e 8 horas de forma simples. Vencidos os MinistrosMrcio Eurico Vitral Amaro, relator, Ives Gandra Martins Filho, Brito Pereira, Renato de Lacerda Paiva, Aloysio Corra da

    Veiga, Dora Maria da Costa, Fernando Eizo Ono, Guilherme Augusto Caputo Bastos e Antonio Jos de BarrosLevenhagen, os quais davam provimento ao recurso para reformar o acrdo da Turma e julgar improcedente o pedido.Decidiu-se, outrossim, submeter o tema Comisso de Jurisprudncia e de Precedentes Normativos para a elaboraode projeto de smula contemplando a tese consagrada no presente caso. TST-E-RR-110600-80.2009.5.04.0020, TribunalPleno, rel. Min. Mrcio Eurico Vitral Amaro, red. p/ acrdo Min. Joo Oreste Dalazen, 24.3.2015. Informativo TST n102.

    Empresa Brasileira de Correios e TelgrafosECT. Automao de servios. Aproveitamento do empregado em funodiversa, com acrscimo da jornada de trabalho. Licitude. Pagamento do perodo acrescido de forma simples, sem oadicional.

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    O aproveitamento de empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT sujeito jornada reduzida do art.227 da CLT em outra funo com carga horria maior, e com o objetivo de lhe preservar o emprego frente automaode servios (substituio das antigas mquinas de Telex por computadores) lcito, devendo o perodo acrescido serpago de forma simples, sem o adicional de horas extras. Com esse posicionamento, a SBDI-I decidiu, por unanimidade,conhecer dos embargos do reclamante, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, dar-lhes provimentoparcial para determinar o pagamento das 7 e 8 horas de forma simples, sem o adicional, com reflexos nas demaisparcelas de natureza salarial. Vencidos, parcialmente, os Ministros Horcio Raymundo de Senna Pires, relator, Joo

    Oreste Dalazen, Jos Roberto Freire Pimenta e Delade Miranda Arantes, que davam provimento integral ao recurso, e,totalmente, os Ministros Maria Cristina Peduzzi, Ives Gandra Martins Filho, Brito Pereira, Renato de Lacerda Paiva,Aloysio Corra da Veiga e Dora Maria da Costa, que negavam provimento aos embargos. TST-E-RR-280800-51.2004.5.07.0008, SBDI-I, rel. Min. Horcio Raymundo de Senna Pires, red. p/ acrdo Min. Lelio Bentes Corra,13.2.2014. Informativo TST n 72.

    CONTRATO DE TRABALHO

    Alterao do contrato de trabalho Renncia

    Matria afetada ao Tribunal Pleno. Complementao de aposentadoria. Opo pelo novo plano CEEEPREV. Efeitos.Validade da adeso s novas regras. Smula n 51 do Tribunal Superior do Trabalho. Alcance. Manuteno da base declculo. Impossibilidade de renncia de direitos adquiridos. Integrao de parcelas deferidas em ao trabalhista

    anteriormente ajuizada.O empregado, por fora das disposies contidas nas Smulas nos 51, item I, e 288 do Tribunal Superior do Trabalho,mesmo com a adeso a novo plano de benefcios CEEEPREV, no renuncia base de clculo de seus proventos deaposentadoria, que apenas passa a ser guiada pelas novas regras. No se reconhece a eficcia de renncia a direitoadquirido (base de clculo da complementao de aposentadoria) luz das normas imperativas de Direito do Trabalho.Como consequncia, a autora tem direito de ver integrada referida base de clculo as parcelas que lhe foram deferidasem ao trabalhista anteriormente ajuizada nos autos do Processo n 01635.902/94-0. Sob esse entendimento, oTribunal Pleno decidiu: I) por maioria, conhecer dos embargos, por divergncia jurisprudencial, apenas quanto ao pedidode pagamento de diferenas de complementao de proventos, considerando, para efeito de determinao de seuvalor, as parcelas e diferenas reconhecidas nos autos do Processo n. 01635.902/94-0, vencidos os Ministros KtiaMagalhes Arruda, relatora, Augusto Csar Leite de Carvalho, Joo Oreste Dalazen, Ives Gandra da Silva Martins Filho,Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Maria de Assis Calsing, Dora Maria da Costa e Guilherme Augusto CaputoBastos; II) no mrito, por maioria, dar provimento ao recurso para, afastada a incidncia da Smula n. 51, II, do TST, emrelao pretenso de integrao de parcelas reconhecidas em deciso judicial, restabelecer a sentena somente

    quanto ao pedido de pagamento de diferenas de complementao de proventos, considerando, para efeito dedeterminao de seu valor, as parcelas e diferenas reconhecidas nos autos do Processo n. 01635.902/94-0. Ficaramvencidos os Ministros Ktia Magalhes Arruda, relatora, Augusto Csar Leite de Carvalho, Cludio Mascarenhas Brando,Ives Gandra da Silva Martins Filho, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Renato de Lacerda Paiva, Maria de Assis Calsing, DoraMaria da Costa, Guilherme Augusto Caputo Bastos, Mrcio Eurico Vitral Amaro e Antonio Jos de Barros Levenhagen.Redigir o acrdo o Ministro Aloysio Corra da Veiga. TST-E-ED-ED-RR-300800-25.2005.5.04.0104, Tribunal Pleno, rel.Ktia Magalhes Arruda, red. p/acrdo Min. Aloysio Corra da Veiga, 29.9.2015. Informativo TST n 119.

    Matria afetada ao Tribunal Pleno. Complementao de aposentadoria. Opo pelo novo plano CEEEPREV. Efeitos.Validade da adeso s novas regras. Smula n 51 do Tribunal Superior do Trabalho. Alcance. Manuteno da base declculo. Impossibilidade de renncia de direitos adquiridos. Integrao de parcelas deferidas em ao trabalhistaanteriormente ajuizada.O empregado, por fora das disposies contidas nas Smulas ns 51, item I, e 288 do Tribunal Superior do Trabalho,mesmo com a adeso a novo plano de benefcios CEEEPREV, no renuncia base de clculo de seus proventos de

    aposentadoria, que apenas passa a ser guiada pelas novas regras. No se reconhece a eficcia de renncia a direitoadquirido (base de clculo da complementao de aposentadoria) luz das normas imperativas de Direito do Trabalho.Como consequncia, a autora tem direito de ver integrada referida base de clculo as parcelas que lhe foram deferidasem ao trabalhista anteriormente ajuizada nos autos do Processo n 01635.902/94-0. Sob esse entendimento, oTribunal Pleno decidiu: I) por maioria, conhecer dos embargos, por divergncia jurisprudencial, apenas quanto ao pedidode pagamento de diferenas de complementao de proventos, considerando, para efeito de determinao de seuvalor, as parcelas e diferenas reconhecidas nos autos do Processo n. 01635.902/94-0, vencidos os Ministros KtiaMagalhes Arruda, relatora, Augusto Csar Leite de Carvalho, Joo Oreste Dalazen, Ives Gandra da Silva Martins Filho,Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Maria de Assis Calsing, Dora Maria da Costa e Guilherme Augusto CaputoBastos; II) no mrito, por maioria, dar provimento ao recurso para, afastada a incidncia da Smula n. 51, II, do TST, em

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    relao pretenso de integrao de parcelas reconhecidas em deciso judicial, restabelecer a sentena somentequanto ao pedido de pagamento de diferenas de complementao de proventos, considerando, para efeito dedeterminao de seu valor, as parcelas e diferenas reconhecidas nos autos do Processo n. 01635.902/94-0. Ficaramvencidos os Ministros Ktia Magalhes Arruda, relatora, Augusto Csar Leite de Carvalho, Cludio Mascarenhas Brando,Ives Gandra da Silva Martins Filho, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Renato de Lacerda Paiva, Maria de Assis Calsing, DoraMaria da Costa, Guilherme Augusto Caputo Bastos, Mrcio Eurico Vitral Amaro e Antonio Jos de Barros Levenhagen.Redigir o acrdo o Ministro Aloysio Corra da Veiga. TST-E-ED-ED-RR-300800-25.2005.5.04.0104, Tribunal Pleno, rel.

    Ktia Magalhes Arruda, red. p/acrdo Min. Aloysio Corra da Veiga, 29.9.2015. Informativo TST n 119.

    Alterao do contrato de trabalho Jornada

    Servidor pblico submetido ao regime da CLT. Empregado que nunca foi submetido jornada de trabalho inicialmentecontratada. Determinao de retorno jornada original. Alterao lcita. Orientao Jurisprudencial n 308 da SBDI-I.O restabelecimento da jornada original de trabalho de servidor pblico, submetido ao regime da CLT, no importaalterao ilcita do contrato de trabalho, ainda que isso implique aumento da carga horria sem contrapartida salarial.Com efeito, a lei que determina a jornada do servidor, e eventual reduo, ainda que por tempo prolongado oumesmo desde o incio do contrato de trabalho, no se incorpora ao seu patrimnio jurdico. A teoria do fato consumadono aplicvel em contrariedade lei, que resguarda o interesse pblico, indisponvel por natureza. Incide, portanto, oentendimento consolidado pela Orientao Jurisprudencial n 308 da SBDI-I, em obedincia aos princpiosconstitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficincia do servio pblico (art. 37 da CF). Com essesfundamentos, a SBDI-I, por maioria, conheceu dos embargos interpostos pelo reclamado por contrariedade OrientaoJurisprudencial n 308 da SBDI-I, e, no mrito, deu-lhes provimento para restabelecer a sentena que julgou lcita aalterao da jornada de trabalho da reclamante para quarenta horas semanais, pactuada poca da contratao eprevista em lei estadual. Vencidos os Ministros Renato de Lacerda Paiva, Augusto Csar Leite de Carvalho, Jos RobertoFreire Pimenta e Alexandre de Souza Agra Belmonte. TST-E-RR-368500-43.2009.5.04.0018, SBDI-I, rel. Min. MrcioEurico Vitral Amaro, 5.2.2015. Informativo TST n 99.

    Empresa Brasileira de Correios e TelgrafosECT. Automao de servios. Aproveitamento do empregado em funodiversa, com acrscimo da jornada de trabalho. Licitude. Pagamento do perodo acrescido de forma simples, sem oadicional.O aproveitamento de empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT sujeito jornada reduzida do art.227 da CLT em outra funo com carga horria maior, e com o objetivo de preservar o emprego frente automao deservios (substituio das antigas mquinas de Telex por computadores) lcito, devendo o perodo acrescido ser pagode forma simples, sem o adicional de horas extras. Na espcie, ressaltou-se que, no obstante a imutabilidade dasclusulas essenciais do contrato de trabalho, prevista no art. 468 da CLT, a jornada especial a que inicialmentesubmetido o empregado decorre de imperativo legal, sendo inafastvel pela vontade das partes. Assim, no h falar emdireito adquirido jornada de seis horas, e, cessando a causa motivadora da jornada diferenciada, permitido aoempregador exigir a durao normal do trabalho a que se refere o caput do art. 58 da CLT. Noutro giro, registrou-se quea partir do implemento de duas horas adicionais jornada de trabalho, sem qualquer acrscimo remuneratrio, houvepatente reduo de salrio, em afronta ao princpio constitucional da irredutibilidade salarial (art. 7, VI, da CF). Dessemodo, mostra-se razovel garantir ao empregado o pagamento das 7 e 8 horas de forma simples, sem o adicional, poisa partir da adoo da jornada de oito horas o que ocorreu foi uma espcie de novao objetiva no contrato de trabalhoe no dilatao da jornada normal. Com esse posicionamento, o Tribunal Pleno decidiu, por unanimidade, conhecer dosembargos da ECT, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, negar-lhes provimento, mantendo,portanto, a deciso turmria que determinara o pagamento das 7 e 8 horas de forma simples. Vencidos os MinistrosMrcio Eurico Vitral Amaro, relator, Ives Gandra Martins Filho, Brito Pereira, Renato de Lacerda Paiva, Aloysio Corra daVeiga, Dora Maria da Costa, Fernando Eizo Ono, Guilherme Augusto Caputo Bastos e Antonio Jos de BarrosLevenhagen, os quais davam provimento ao recurso para reformar o acrdo da Turma e julgar improcedente o pedido.

    Decidiu-se, outrossim, submeter o tema Comisso de Jurisprudncia e de Precedentes Normativos para a elaboraode projeto de smula contemplando a tese consagrada no presente caso. TST-E-RR-110600-80.2009.5.04.0020, TribunalPleno, rel. Min. Mrcio Eurico Vitral Amaro, red. p/ acrdo Min. Joo Oreste Dalazen, 24.3.2015. Informativo TST n102.

    Empresa Brasileira de Correios e TelgrafosECT. Automao de servios. Aproveitamento do empregado em funodiversa, com acrscimo da jornada de trabalho. Licitude. Pagamento do perodo acrescido de forma simples, sem oadicional.O aproveitamento de empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT sujeito jornada reduzida do art.227 da CLT em outra funo com carga horria maior, e com o objetivo de lhe preservar o emprego frente automao

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    de servios (substituio das antigas mquinas de Telex por computadores) lcito, devendo o perodo acrescido serpago de forma simples, sem o adicional de horas extras. Com esse posicionamento, a SBDI-I decidiu, por unanimidade,conhecer dos embargos do reclamante, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, dar-lhes provimentoparcial para determinar o pagamento das 7 e 8 horas de forma simples, sem o adicional, com reflexos nas demaisparcelas de natureza salarial. Vencidos, parcialmente, os Ministros Horcio Raymundo de Senna Pires, relator, JooOreste Dalazen, Jos Roberto Freire Pimenta e Delade Miranda Arantes, que davam provimento integral ao recurso, e,totalmente, os Ministros Maria Cristina Peduzzi, Ives Gandra Martins Filho, Brito Pereira, Renato de Lacerda Paiva,

    Aloysio Corra da Veiga e Dora Maria da Costa, que negavam provimento aos embargos. TST-E-RR-280800-51.2004.5.07.0008, SBDI-I, rel. Min. Horcio Raymundo de Senna Pires, red. p/ acrdo Min. Lelio Bentes Corra,13.2.2014. Informativo TST n 72.

    Alterao do contrato de trabalho Transferncia

    Adicional de transferncia. Devido. Transferncias sucessivas e de curta durao.Alteraes sucessivas e de curta durao do local de prestao laboral configuram transferncia provisria, ensejando opagamento do adicional respectivo. Com esse entendimento, a SBDI-I, por maioria, no conheceu do recurso deembargos, na hiptese em que restou consignada a ocorrncia de trs transferncias no perodo de sete anos, cada umadelas de pouco mais de dois anos. Vencidos os Ministros Ives Gandra da Silva Martins Filho e Maria Cristina IrigoyenPeduzzi. TST-E-RR-804872-13.2001.5.09.0661, SBDI-I, rel. Min. Lelio Bentes Corra, 12.4.2012. Informativo TST n 05.

    Adicional de transferncia. Orientao Jurisprudencial n 113 da SBDI-I do Tribunal Superior do Trabalho.Controvrsia quanto ao lapso temporal da ltima transferncia. Incidncia da Smula n 126 do TST.No obstante a deciso prolatada pelo Tribunal Regional do Trabalho da Dcima Segunda Regio estivesse emdesacordo com a Orientao Jurisprudencial n 113 da SBDI-I, por expressar a tese de que devido o adicional detransferncia independentemente de a transferncia ser transitria ou definitiva, a Turma do Tribunal Superior doTrabalho agiu corretamente ao no avanar na admissibilidade do recurso para decidir que a transferncia seriadefinitiva. Concluiu-se que haveria o bice da Smula n 126 do TST para reconhecer que a cessao do contrato teriaocorrido doze anos depois da transferncia e que, por isso, a transferncia seria definitiva. No caso, estavaincontroverso apenas que houve uma transferncia em 1994, mas no havia elementos suficientes para concluir atquando ela se deu ou se esta foi a ltima ou a nica transferncia. Assim, caberia empresa reclamada interporembargos de declarao perante o TRT e arguir nulidade por negativa de prestao jurisdicional oportunamente, casono fosse esclarecida a circunstncia ftica. Como no o fez, no caberia Turma do Tribunal Superior do Trabalho revero quadro ftico para decidir se a transferncia se deu de maneira definitiva ou provisria. Sob esse entendimento, aSBDI-I decidiu, pelo voto prevalente da Presidncia, negar provimento ao agravo regimental, vencidos os Ministros LuizPhilippe Vieira de Mello Filho, relator, Joo Oreste Dalazen, Aloysio Corra da Veiga, Mrcio Eurico Vitral Amaro eWalmir Oliveira da Costa. Redigir o acrdo o Ministro Augusto Csar Leite de Carvalho. TST-AgR-E-ED-RR-85885-93.2007.5.12.0028, SBDI-I, rel. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, red. p/acrdo Min. Augusto Csar Leite de Carvalho,17.9.2015. Informativo TST n 118.

    Desvio de Funo

    Desvio de funo. Regimes jurdicos distintos. Diferenas salariais. Indevidas.A empregado pblico que exerce atividade tpica de servidor pblico estatutrio, em flagrante desvio de funo pararegime jurdico distinto, no devido o pagamento de diferenas salariais a que alude a Orientao Jurisprudencial n.125 da SBDI-I, sob pena de haver aumento de vencimentos ou provimento de cargo pblico pela via transversa, ou seja,sem a prvia aprovao em concurso pblico especfico (art. 37, II e XIII, da CF). Com esse entendimento, a SBDI-I, pormaioria, conheceu dos embargos por m aplicao da Orientao Jurisprudencial n. 125 da SBDII e, no mrito, deu-lhesprovimento para restabelecer a deciso do Regional. Vencidos os Ministros Joo Oreste Dalazen, Lelio Bentes Corra,

    Augusto Csar Leite de Carvalho, Jos Roberto Freire Pimenta e Delade Miranda Arantes. Na espcie, a reclamante eraempregada do SERPRO, contratada em 1979 para o cargo de auxiliar, tendo exercido as funes de Tcnico do TesouroNacional ao prestar servios na Secretaria da Receita Federal. TST-E-ED-RR-3800-54.2002.5.02.0432, SBDI-I, rel. Min. IvesGandra da Silva Martins Filho, 22.3.2012. Informativo TST n 03.

    Promoo

    Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT. Progresses por antiguidade. Compensao das progressesprevistas no Plano de Cargos, Carreiras e Salrios (PCCS) com as oriundas de norma coletiva. Possibilidade.

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    As progresses por antiguidade previstas no Plano de Cargos, Carreiras e Salrios (PCCS) da Empresa Brasileira deCorreios e Telgrafos (ECT) devem ser compensadas com as oriundas de negociao coletiva, resguardado aoempregado o direito a perceber exclusivamente a que lhe for mais benfica. irrelevante que a norma coletiva nopreveja expressamente a compensao, sendo suficiente que as parcelas revistam-se de idntica natureza jurdica, nostermos da Smula n 202 do TST. Sob esses fundamentos, a SBDI-I decidiu, por maioria, conhecer dos embargos, pordivergncia jurisprudencial, e, no mrito, por unanimidade, dar-lhes provimento para restabelecer a sentena, noparticular. Vencido o Ministro Jos Roberto Freire Pimenta. TST-E-RR-1280-41.2012.5.04.0004, SBDI-I, rel. Min. Mrcio

    Eurico Vitral Amaro, 29.10.2015. Informativo TST n 121.

    BESC Banco do Estado de Santa Catarina S.A.. Promoo horizontal por antiguidade. Critrios previstos em normainterna. Necessidade de deliberao da diretoria. Condio puramente potestativa. Implemento das condies paraconcesso. nus da prova do reclamado.A deliberao da diretoria constitui requisito dispensvel concesso da promoo por antiguidade ao empregado doBESC, sucedido pelo Banco do Brasil, tendo em vista que ela se baseia em critrio objetivo, sendo direito do empregadoa sua fruio quando preenchido o requisito temporal, conforme aplicao analgica da Orientao JurisprudencialTransitria n 71 da SBDI-I do TST. Em se tratando de clusula potestativa, que estabelece que o direito s promoespor antiguidade depende do limite de vagas fixado pela Diretoria Executiva do Banco, e no apenas do transcurso dotempo, do reclamado o nus de comprovar que ofereceu as condies previstas na norma interna e que o trabalhadorno atendeu aos requisitos exigidos para as promoes, no sendo possvel simplesmente negar o cumprimento dosrequisitos para concesso da promoo por antiguidade. Sob esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceudos embargos, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, deu-lhes provimento para condenar o reclamado ao

    pagamento de diferenas salariais decorrentes das promoes por antiguidade no concedidas e reflexos. TST-E-ED-RR-367400-80.2009.5.12.0034, SBDI-I, rel. Min. Jos Roberto Freire Pimenta, 29.10.2015. Informativo TST n 121.

    Progresso salarial anual. Ausncia de avaliaes de desempenho. Descumprimento de norma interna. Art. 129 do CC.Diferenas salariais devidas.Diante da omisso do empregador em proceder avaliao de desempenho estabelecida como requisito progressosalarial anual prevista em norma interna da empresa, considera-se implementada a referida condio, conforme dispeo art. 129 do CC. A inrcia do reclamado em atender critrios por ele mesmo estabelecidos no pode redundar emfrustrao da legtima expectativa do empregado de obter aumento salarial previsto em regulamento da empresa, sobpena de se caracterizar condio suspensiva que submete a eficcia do negcio jurdico ao puro arbtrio das partes, oque vedado pelo art. 122 do CC. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, pordivergncia jurisprudencial e, no mrito, deu-lhes provimento para julgar procedente o pedido de diferenas salariaisdecorrente da progresso salarial anual por desempenho obstada pelo recorrido. TST-E-ED-RR-25500-23.2005.5.05.0004, SBDI-I, rel. Min. Augusto Csar Leite de Carvalho, 12.4.2012. Informativo TST n 05.

    EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO

    Dispensa decorrente do ajuizamento de reclamao trabalhista. Carter retaliativo e discriminatrio. Abuso dedireito. Obstculo garantia de acesso justia. Reintegrao. Devida.A dispensa do trabalhador, quando motivada pela no desistncia de reclamao trabalhista ajuizada contra oempregador, possui conotao retaliativa e discriminatria, configurando abuso de direito e obstculo garantia deacesso justia. Com base nessa premissa, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergnciajurisprudencial, e, no mrito, deu-lhes provimento para, decretada a nulidade dos atos de despedimento, condenar areclamada reintegrao do autor, bem como ao pagamento dos salrios e demais vantagens referentes ao perodo deafastamento. Na espcie, ressaltou o Ministro relator que o exerccio do direito potestativo de denncia vazia docontrato de trabalho sofre limites em razo dos princpios da funo social da propriedade e da dignidade da pessoahumana, e dos valores sociais do trabalho, revelando-se aviltante a conduta da Infraero quando, cumprindo ameaas,

    demitiu os empregados pblicos que no desistiram da ao em que pleiteavam adicionais de insalubridade epericulosidade. TST-E-RR-7633000-19.2003.5.14.0900, SBDI-I, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 29.3.2012.Informativo TST n 04.

    Dispensa imotivada. Decreto estadual n 21.325/91. Sucesso do BEC - Banco do Estado do Cear S/A pelo BancoBradesco S/A. Dever de motivao. Ilegalidade. Reintegrao indevida.O Banco Bradesco S/A no tem obrigao de motivar a dispensa de ex-empregada admitida pelo extinto BEC - Banco doEstado do Cear S/A antes da privatizao. No caso, a empregada foi admitida antes da sucesso do extinto BEC peloBanco Bradesco S/A, e dispensada imotivadamente, inobservando o quanto disposto no Decreto estadual n 21.325/91 -que estendia aos entes da Administrao Pblica indireta estadual o dever de motivar o ato de dispensa de seus

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    empregados. Referido decreto afigura-se ilegal, pois no poderia o Estado do Cear, unilateralmente, exorbitando dacondio de acionista controlador, ao arrepio da Lei n 6.404/76, sobrepor-se aos rgos de administrao da SociedadeAnnima e criar, mediante decreto, obrigao para a Companhia, que detm personalidade jurdica prpria. De outrolado, ainda que se desconsiderasse a manifesta ilegalidade, o decreto cuidava de regra de Direito Administrativo por quedeveria pautar-se rgo administrativo que praticasse, como tal, atos administrativos, no havendo como transporpara o banco privado sucessor obrigaes decorrentes de tal regra. Ademais, todas as obrigaes de ndole trabalhistaimpostas ao ente pblico sucedido, nesta qualidade, mediante fonte heternoma, mesmo impostas por lei, no se

    transmitem pela sucesso do empregador. Consumada a sucesso, dada a distinta natureza da personalidade jurdica dosucessor, rigorosamente o regime jurdico hbrido desaparece e sobrevm um empregador submetido a regime jurdicopuramente privado. Sob esse entendimento, decidiu o Tribunal Pleno, por unanimidade, conhecer do recurso deembargos, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, dar-lhe provimento para restabelecer o acrdoregional que rejeitou o pedido de reintegrao no emprego. Vencidos os Ministros Hugo Carlos Scheuermann, relator,Maria Helena Mallmann, Maurcio Godinho Delgado, Ktia Magalhes Arruda, Augusto Csar Leite de Carvalho, JosRoberto Freire Pimenta, Delade Alves Miranda Arantes e Ives Gandra da Silva Martins Filho. TST-E-RR-44600-87.2008.5.07.0008, Tribunal Pleno, rel. Hugo Carlos Scheuermann, red. p/acrdo Min. Joo Oreste Dalazen, 25.8.2015.Informativo TST n 115.

    Aviso Prvio

    Aviso prvio indenizado. Supervenincia de auxlio-doena. Estabilidade provisria. Previso em instrumentocoletivo. Efeitos exclusivamente financeiros. Invivel a reintegrao. Smula n 371 do TST.A concesso do auxlio-doena no curso do aviso prvio indenizado apenas adia os efeitos da dispensa para depois dotrmino do benefcio previdencirio (Smula n 371 do TST), e no implica em nulidade da despedida, ainda que normacoletiva assegure estabilidade provisria por sessenta dias aps a concesso da alta mdica. Desse modo, o empregadosomente tem direito s vantagens econmicas previstas na norma coletiva, e, passado o perodo nela assegurado, podeo empregador extinguir o contrato de trabalho. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dosembargos da reclamada por contrariedade Smula n 371 (m aplicao), e, no mrito, deu-lhes provimento paraafastar a declarao da nulidade da dispensa e, consequentemente, a determinao de reintegrao no emprego,reconhecendo que a condenao deve limitar-se a resguardar os direitos patrimoniais da reclamante at a concretizaoda dispensa, ocorrida no perodo de sessenta dias aps o trmino do benefcio previdencirio. TST-E-ED-RR-59000-67.2005.5.01.0012, SBDII, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 12.3.2015 Informativo TST n 101.

    Ao rescisria. Gestante. Estabilidade provisria. Concesso. Gravidez no curso do aviso prvio. Art. 10, II, b, doADCT. No violao.No viola o disposto no art. 10, II, b, do ADCT a deciso que confere estabilidade provisria gestante cuja gravideztenha ocorrido no curso do aviso prvio, pois o dispositivo constitucional mencionado veda a dispensa da empregadagestante desde a confirmao da gestao at cinco meses aps o parto, fixando critrio objetivo ligado ao fato dagravidez e no ao momento da sua comprovao. Assim sendo, levando em conta que o aviso prvio, pela sua prprianatureza, integra o contrato de trabalho, pode-se concluir que a deciso rescindenda apenas realizou interpretaofinalstica da norma de garantia fundamental social, no incorrendo em qualquer violao. Com esse entendimento, aSBDI-II, por unanimidade, conheceu e julgou improcedente ao rescisria. TST-AR-4303-18.2012.5.00.0000, SBDI-II, rel.Min. Hugo Carlos Scheuermann, 12.8.2014. Informativo TST n 86.

    Contrato Temporrio

    Contrato temporrio. Lei n 6.019/74. Resciso antecipada. Indenizao prevista no art. 479 da CLT. Inaplicabilidade.A resciso antecipada do contrato de trabalho temporrio disciplinado pela Lei n 6.019/74 no enseja o pagamento daindenizao prevista no art. 479 da CLT. Trata-se de forma especfica de contratao, regulada por legislao especial e

    no pelas disposies da CLT. Sob esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu do recurso de embargos dareclamante, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, negou-lhe provimento. Vencidos os MinistrosLelio Bentes Corra, relator, Joo Oreste Dalazen, Ives Gandra Martins Filho e Hugo Carlos Scheuermann, que entendiamser aplicvel a indenizao prevista no art. 479 da CLT tambm aos trabalhadores regidos pela Lei n. 6.019/74, por setratar de espcie de contrato a termo. Registrou ressalva de fundamentao o Ministro Jos Roberto Freire Pimenta.TST-RR-1342-91.2010.5.02.0203, SBDI-I, rel. Min. Lelio Bentes Corra, red. p/ acrdo Min. Renato de Lacerda Paiva,30.4.2015. Informativo TST n 105.

    Dispensa discriminatria

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    Recurso ordinrio em mandado de segurana. Antecipao de tutela. Reintegrao ao emprego. Trabalhadoradispensada logo aps retornar de afastamento previdencirio. Ato da empresa tido como tratamento discriminatrio.Exerccio abusivo do direito. Inexistncia de direito lquido e certo cassao da deciso antecipatria.Recurso ordinrio em mandado de segurana impetrado contra deciso interlocutria de antecipao dos efeitos datutela, na qual determinada a reintegrao de empregada dispensada sem justa causa vinte e um dias aps retornar delicena para tratamento de sade. O ato tido como coator foi exarado com fundamento na possvel condutadiscriminatria da empresa, que rompeu o vnculo empregatcio to logo a empregada recebeu alta do INSS, aps

    recuperao de suposto acidente sofrido nas dependncias da empresa. A ideia central da dignidade da pessoa humana,tal como referida no Texto Constitucional, no se compadece com tratamentos discriminatrios. O exerccio abusivo dodireito de resciso do contrato de trabalho, porque ilcito, no pode produzir efeitos vlidos. Ademais, no obstante aempresa tenha de suportar as despesas com o pagamento dos salrios at o julgamento final da causa, certo que sebeneficiar da prestao de servios da empregada durante o perodo. Ressalte-se que a ruptura do vnculo de empregotraduz dano de difcil reparao para a trabalhadora, na medida em que o prejuzo financeiro sofrido renova-se e agravado ms a ms, atingindo a subsistncia da empregada e de sua famlia. No h falar, portanto, em ofensa a direitolquido e certo da empresa cassao da deciso antecipatria. Sob esse entendimento, a SBDI-II decidiu, por maioria,vencido o Ministro Antonio Jos de Barros Levenhagen, conhecer do recurso ordinrio e, no mrito, negar-lheprovimento. TST-RO-5588-92.2013.5.15.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 25.8.2015. Informativo TST n115.

    Dispensa discriminatria. Portador do vrus HIV. Estigma ou preconceito. Presuno relativa. Smula n 443 do TST.Nos termos da Smula n 443 do TST, presume-se discriminatria a despedida de empregado portador do vrus HIV ou

    de outra doena grave que suscite estigma ou preconceito, cabendo ao empregador comprovar que o motivo dadispensa no possui relao com a enfermidade. Na espcie, no se cogitou de desconhecimento do estado de sade dareclamante pela reclamada. Alm da cincia do estado de sade da reclamante, no se identificou no acrdo doTribunal Regional do Trabalho da 2 Regio qualquer motivao de ordem tcnica a justificar a dispensa, apenas sepodendo detectar momento de fragilidade fsica e emocional decorrentes da molstia, conforme relatado por perita.Sob esses fundamentos, a SBDI-1, por unanimidade, conheceu dos embargos, por contrariedade Smula n 443 doTST, e, no mrito, deu-lhes provimento para, reputando discriminatria a dispensa da reclamante ocorrida em11/10/2008, declarar nulo o ato de dispensa sem justa causa e determinar a sua reintegrao ao trabalho, compagamento dos salrios vencidos e vincendos, inclusive PLR's, 13 salrios e frias mais 1/3, com as respectivas dobraseventualmente cabveis, desde a ilcita dispensa at a efetiva reintegrao, acrescidos dos reajustes legais, normativos,espontneos e promocionais. TST-E-ED-RR-1129-60.2010.5.02.0082, SBDI-I, rel. Min. Mrcio Eurico Vitral Amaro,25.6.2015. Informativo TST n 112.

    Ao rescisria. Professor universitrio. Resciso do contrato, sem justa causa, ao completar 70 anos de idade.Previso em clusula de acordo coletivo. Despedida no discriminatria.No implica conduta discriminatria a dispensa de professor universitrio, sem justa causa, ao completar 70 anos deidade, na hiptese em que a dispensa decorreu do poder potestativo do empregador, realizado nos limites da legalidadee sem abuso de direito, porque fundamentada em clusula de acordo coletivo. Assim, reputa-se no violado o art. 1 daLei 9.029/95 no caso em que clusula normativa estabelece a possibilidade de dispensa por idade, pois trata-se decritrio genrico de afastamento de pessoa do trabalho firmado com base em negociao coletiva e, portanto, oriundada vontade da categoria profissional. Com esse posicionamento, a SBDI-II, por maioria, deu provimento ao recursoordinrio e julgou improcedente a pretenso rescisria, vencidos os Ministros Hugo Carlos Scheuermann, relator, eEmmanoel Pereira, que entendiam discriminatria a dispensa. TST-RO-27-40.2012.5.18.0000, SBDI-II, rel. Min. HugoCarlos Scheuermann, red. p/ acrdo Min. Cludio Mascarenhas Brando, 6.5.2014. Informativo TST n 81.

    Justa Causa Obreira

    Sentena criminal condenatria. Apropriao indbita. Efeitos no juzo trabalhista. Dispensa por justa causa. Art. 935do CC.O art. 935 do CC prescreve que as questes decididas no juzo criminal relativas materialidade e autoria no podemmais ser questionadas. Nesse sentido, sentena penal condenatria em que se reconhecera a autoria, materialidade e aprtica de crime de apropriao indbita justifica a manuteno da despedida com justa causa do empregado,especialmente quando, com supedneo no art. 462 do CPC, verificou-se, j no TST, a ocorrncia do trnsito em julgadoda sentena penal. Na hiptese, motorista de caminho-betoneira foi flagrado vendendo sobras de concretopertencentes ao dono da obra, cliente de sua empregadora, ao que foi despedido com justa causa e instaurada acompetente ao penal com a posterior condenao por crime de apropriao indbita. Com esse entendimento, aSBDI-I, unanimidade, conheceu dos embargos da empresa, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria,

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    deu-lhes provimento para restabelecer a sentena que entendera presentes os requisitos da despedida com justa causa.Vencido o Ministro Augusto Csar Leite de Carvalho, relator, que negava provimento ao recurso. TST-E-RR-330500-07.2005.5.12.0045, SBDI-I, rel. Min. Augusto Csar Leite de Carvalho, red. p/ acrdo Min. Joo Oreste Dalazen,6.11.2014. Informativo TST n 94.

    Dispensa por justa causa. Desdia. Art. 482, e, da CLT. Princpios da proporcionalidade e da gradao da pena.Inobservncia. Falta grave afastada.

    Para a caracterizao da desdia de que trata o art. 482, e, da CLT, faz-se necessria a habitualidade das faltascometidas pelo empregado, bem como a aplicao de penalidades gradativas, at culminar na dispensa por justa causa.Os princpios da proporcionalidade e da gradao da pena devem ser observados, pois as punies revestem-se decarter pedaggico, visando o ajuste do empregado s normas da empresa. Nesse contexto, se o empregador noobserva a necessria gradao da pena, apressando-se em romper o contrato de trabalho por justa causa, frustra osentido didtico da penalidade, dando azo desqualificao da resoluo contratual em razo do excessivo rigor noexerccio do poder diretivo da empresa. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargosinterpostos pela reclamada, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, negou-lhes provimento. TST-E-ED-RR-21100-72.2009.5.14.0004, SBDI-I, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 10.4.2014. Informativo TST n. 79.

    Homologao.

    Empregado com mais de um ano de servio. Assistncia sindical e homologao da resciso do contrato de trabalho.Ausncia. Nulidade do pedido de demisso. Art. 477, 1, da CLT. Presuno de demisso sem justa causa.Irrelevncia da confisso de resciso a pedido pelo empregado.A resciso de contrato de trabalho de empregado que prestou servios por mais de um ano deve ser homologada pelosindicato respectivo ou por autoridade do Ministrio do Trabalho, nos termos do art. 477, 1, da CLT. Do contrrio, invlido o pedido de demisso do empregado, ainda que ele confesse em juzo a sua disposio inicial de desligamentocontratual, devendo a despedida ser reconhecida como imotivada. Com efeito, a norma cogente e assegura aprevalncia do princpio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas, de modo que a declarao de que o pedido dedemisso se deu sem vcio de vontade no supre o requisito da assistncia sindical, imposto pela lei. Sob esseentendimento, a SBDI-I, por maioria, conheceu do recurso de embargos do reclamante, por divergncia jurisprudencial,vencidos os Ministros Hugo Carlos Scheuermann, relator, Ives Gandra da Silva Martins Filho, Renato de Lacerda Paiva eWalmir Oliveira da Costa. No mrito, por unanimidade, a Subseo deu provimento aos embargos para, declarada ainvalidade do pedido de demisso, determinar o retorno dos autos ao juzo de origem para novo julgamento comoentender de direito, agora sob a premissa de que a despedida ocorreu sem justa causa. TST-E-RR-825-12.2010.5.09.0003, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 19.11.2015. Informativo TST n 124.

    Multa do art. 477

    Multa do art. 477, 8, da CLT. Incidncia. Pagamento tardio da indenizao compensatria de 40% sobre o FGTS.A multa prevista no artigo 477, 8, da CLT incide na hiptese de no pagamento, no prazo legal, da indenizaocompensatria de 40% sobre o FGTS, por se tratar de verba tipicamente rescisria. No caso, o autor foi dispensado em5.4.2012, a quitao de parte das parcelas rescisrias ocorreu em 14.4.2012 e o pagamento da multa de 40% sobre osdepsitos do FGTS se deu somente em 25.5.2012, quando j transcorridos 50 dias desde a dispensa. Desse modo, oadimplemento tardio da verba rescisria em foco caracterizou fato capaz de sujeitar o empregador multa prevista noart. 477, 8 da CLT, no se tratando de pagamento inexato do acerto rescisrio, mas de desrespeito, pelo empregador,do cumprimento do prazo para a satisfao de direito vocacionado proteo constitucional contra despedida arbitrriaou sem justa causa, na forma do artigo 7, I, da Constituio Federal, c/c o art. 10, I, do ADCT. Sob esses fundamentos, aSBDI-I, por unanimidade, conheceu do recurso de embargos, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria,deu-lhe provimento para restabelecer o acrdo do Tribunal Regional do Trabalho, no particular, vencidos os Ministros

    Aloysio Corra da Veiga, Joo Oreste Dalazen, Guilherme Augusto Caputo Bastos e Walmir Oliveira da Costa. TST-E-ED-ARR-643-82.2013.5.09.0015, SbDI-1, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, 5.11.2015. Informativo TST n 122.

    Multa do 8 do art. 477 da CLT. Atraso no pagamento das verbas rescisrias. Falecimento do Empregado. Noaplicao.A norma do artigo 477, 6, da CLT no fixa prazo para o pagamento das verbas rescisrias no caso de falecimento doempregado. Trata-se de um silncio eloquente do legislador ordinrio. Dispositivo legal que, ao fixar prazos ecircunstncias especficas para o cumprimento da obrigao, no autoriza interpretao ampliativa. A ruptura do vnculoempregatcio em virtude de bito do empregado, por constituir forma abrupta e imprevisvel de dissoluo do contratode trabalho, envolve peculiaridades que tornam incompatvel a aplicao da multa prevista no 8 do artigo 477 da CLT,

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    tais como a necessidade de transferncia da titularidade do crdito trabalhista para os dependentes/sucessores legais, aqual no se opera instantaneamente, mas mediante procedimento prprio previsto na Lei n 6.858/80. Qualquertentativa de fixar-se, em juzo, prazo razovel para o adimplemento das verbas rescisrias, em semelhantecircunstncia, refugiria s hipteses elencadas no 6 do artigo 477 da CLT e acarretaria imprpria incurso ematividade legiferante, vedada ao Poder Judicirio em face do princpio constitucional da Separao dos Poderes. Deoutro lado, afigura-se imprprio e de rigor insustentvel afirmar-se, no caso, a subsistncia do prazo para quitao dasverbas rescisrias, sob pena de multa. Impraticvel a observncia de tal prazo, na medida em que se desconhece o(s)

    novo(s) titulares(s) do crdito, na forma da Lei, o que pode depender, inclusive, da morosa abertura de inventrio e denomeao do respectivo inventariante. A adoo de interpretao restritiva literalidade do artigo 477, 6 e 8, daCLT no implica negar ou desestimular eventual ajuizamento de ao de consignao em pagamento pelo empregador,com vistas a desobrig-lo da quitao das verbas rescisrias referentes ao contrato de trabalho de empregado falecido,mesmo antes de definida a nova titularidade do crdito trabalhista. Sob esses fundamentos, a SBDI-1, por unanimidade,conheceu dos embargos apenas quanto ao tema "multa - artigo 477, 8, da CLT - atraso no pagamento das verbasrescisrias - bito do empregado", por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, dar-lhes provimento paraexcluir da condenao o pagamento da multa prevista no artigo 477, 8, da CLT. Vencidos os Ministros Jos RobertoFreire Pimenta e Alexandre de Souza Agra Belmonte. TST-E-RR-152000-72.2005.5.01.0481, SBDI-I, rel. Joo OresteDalazen, 3.9.2015. Informativo TST n 116.

    Nulidade contratual

    Contrato nulo. Empregado contratado sem concurso pblico. Smula n 363 do TST. Horas extras. Base de clculo.Conforme a Smula n 363 do TST, assegurado ao empregado contratado aps a Constituio de 1988, sem prviaaprovao em concurso pblico, o recebimento da contraprestao pactuada, na proporo das horas efetivamentetrabalhadas, as quais devero equivaler, pelo menos, ao valor da hora do salrio mnimo, em ateno ao disposto no art.7, IV, da CF. Assim, no possvel admitir que, na hiptese em que pactuada contraprestao em valor maior do que osalrio mnimo, seja adotado, como base de clculo das horas trabalhadas alm da jornada de trabalho, outro valorseno aquele avenado. Com esse entendimento, a SBDI-I decidiu, por unanimidade, no conhecer do recurso deembargos interposto pela reclamada. TST-E-ED-RR-89900-57.2005.5.10.0020, SBDI-I, rel. Min. Jos Roberto FreirePimenta, 13.11.2014. Informativo TST n 95.

    Servidor Celetista

    Matria afetada ao Tribunal Pleno. Servidor pblico celetista. Administrao pblica direta, autrquica e fundacional.Concurso pblico. Contrato de experincia. Dispensa imotivada. Impossibilidade. Observncia dos princpios

    constitucionais da impessoalidade e da motivao.A despedida de servidor pblico celetista da administrao pblica direta, autrquica e fundacional, admitido porconcurso pblico e em contrato de experincia, deve ser motivada. A observncia do princpio constitucional damotivao visa a resguardar o empregado de possvel quebra do postulado da impessoalidade por parte do agenteestatal investido no poder de dispensar. Sob esse fundamento, o Tribunal Pleno, por unanimidade, conheceu do recursode embargos, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, deu-lhe provimento, para julgar procedentes os pedidos dareclamante de restaurao da relao de emprego e de pagamento dos salrios e demais vantagens do perodocompreendido entre a dispensa e a efetiva reintegrao. TST-E-ED-RR 64200-46.2006.5.02.0027, Tribunal Pleno, rel.Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira , 29.9.2015. Informativo TST n 119.

    Verbas Rescisrias

    Multa. Art. 477, 8, da CLT. Devida. Parcelamento de verbas rescisrias previsto em acordo coletivo. Invalidade.Direito indisponvel.

    O pagamento de verbas rescisrias fora do prazo fixado no art. 477, 6, da CLT, em razo de parcelamentoestabelecido em acordo coletivo, no afasta a aplicao da multa prevista no art. 477, 8, da CLT, tendo em vista anatureza cogente dessa norma, que se sobrepe vontade das partes. No caso concreto, consignou-se que oparcelamento das verbas rescisrias decorreu de acordo celebrado entre o sindicato profissional da reclamante e areclamada, em razo de problemas financeiros enfrentados pela empregadora. Nesse contexto, a SBDI-I decidiu, unanimidade, conhecer dos embargos no tpico, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, negar-lhesprovimento. Vencidos os Ministros Alexandre Agra Belmonte, Ives Gandra Martins Filho e Renato de Lacerda Paiva. TST-E-ED-ED-RR-1285700-40.2008.5.09.0016, SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corra da Veiga, 9.10.2014. Informativo TST n 91.

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    CONTRATOS ESPECIAIS

    Bancrio

    Matria afetada ao Tribunal Pleno. Empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT. Atuao noBanco Postal. Enquadramento como bancrio. Impossibilidade.

    Empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos - ECT atuante no Banco Postal, conquanto exera certasatividades peculiares de bancrio, no pode ser enquadrado como tal. Logo, no tem direito s normas coletivas daaludida categoria profissional nem jornada de trabalho reduzida de seis horas prevista no art. 224 da CLT. Na espcie,consignou-se que a atividade econmica predominante do empregador, qual seja, a prestao de servios postais, deveprevalecer para fins de enquadramento sindical dos empregados do Banco Postal. Ademais, conforme se extrai daResoluo n. 3.954/2011 do Conselho Monetrio Nacional e da Portaria n. 588/2000 do Ministrio das Comunicaes,nos bancos postais so realizadas apenas atividades acessrias e no atividades tipicamente bancrias, no havendo,portanto, identidade substancial entre as condies de trabalho especficas dos bancrios, em tese, mais desgastantes, eaquelas a que submetidos os empregados do Banco Postal. De outra sorte, por ter o escopo de democratizar o acesso atividade bancria e dar efetividade ao disposto no caput do art. 192 da CF, o Banco Postal uma entidade de interessepblico, o que atrai a aplicao do art. 8 da CLT no que tange vedao de que o interesse particular ou de classeprevalea. Assim, a ECT no pode ser equiparada a estabelecimento bancrio ou financeiro, sendo a ela inaplicvel adiretriz da Smula n 55 do TST e as disposies contidas na Lei n 4.595/64. Sob esses fundamentos, o Tribunal Plenodecidiu, por maioria, conhecer do recurso de embargos, por divergncia jurisprudencial, vencidos os Ministros Luiz

    Philippe Vieira de Mello Filho, Augusto Csar Leite de Carvalho, Jos Roberto Freire Pimenta, Delade Miranda Arantes,Alexandre de Souza Agra Belmonte, Cludio Mascarenhas Brando, Douglas Alencar Rodrigues, Renato de Lacerda Paivae Aloysio Corra da Veiga. No mrito, tambm por maioria, o Tribunal deu provimento aos embargos para afastar oenquadramento do reclamante como bancrio e julgar totalmente improcedente a reclamao trabalhista, vencidos osMinistros Augusto Csar Leite de Carvalho, Jos Roberto Freire Pimenta, Delade Miranda Arantes, Hugo CarlosScheuermann, Alexandre de Souza Agra Belmonte, Cludio Mascarenhas Brando, Douglas Alencar Rodrigues, MariaHelena Mallmann, Renato de Lacerda Paiva e Luiz Philippe Vieira de Mello Filho. TST-E-RR-210300-34.2007.5.18.0012,Tribunal Pleno, rel. Min. Dora Maria da Costa, 24.11.2015. (Informativo TST n 125)

    Bancrio. Ausncia de contrato para trabalho extraordinrio. Pagamento mensal e habitual de horas extras. Pr-contratao. Configurao. Aplicao da Smula n. 199, I, do TST.A diretriz do item I da Smula n. 199 desta Corte tem como fim evitar a violao do direito do bancrio jornadaespecfica (arts. 224 e 225 da CLT). Assim, ainda que o empregado no tenha formalmente assinado contrato paratrabalho extraordinrio, o pagamento mensal e habitual da 7 e 8 horas, durante o vnculo de emprego, denota

    inteno de fraude relao de trabalho, configurando a pr-contratao. Com esse entendimento, a SBDI-I, pormaioria, conheceu do recurso de embargos do reclamante, por divergncia jurisprudencial e, no mrito, deu-lheprovimento para declarar nula a pr-contratao de horas extraordinrias e condenar o banco a pagar a 7 e 8 horastrabalhadas, como extraordinria, no perodo imprescrito. Vencidos os Ministros Renato de Lacerda Paiva, Joo BatistaBrito Pereira, Maria Cristina Peduzzi e Delade Miranda Arantes. TST-E-RR-792900-15.2004.5.09.0011, SBDI-I, rel. Min.Aloysio Corra da Veiga, 12.4.2012. Informativo TST n 05.

    Empregado de banco. Advogado. Jornada de trabalho. Inaplicabilidade do art. 224 da CLT. Dedicao exclusiva. Horasextras. Stima e oitava horas indevidas.Inaplicvel o art. 224 da CLT ao advogado empregado de instituio bancria que desempenha funes inerentes aadvocacia, porquanto equiparado, no particular, aos membros de categoria diferenciada, uma vez que exerce atividaderegulada em estatuto profissional prprio (Lei n. 8.906/94, art. 20). Por outro lado, havendo expressa pactuao nocontrato de trabalho acerca do regime de dedicao exclusiva, sero remuneradas como extraordinrias apenas ashoras trabalhadas excedentes da jornada de oito horas dirias (art. 12, pargrafo nico, do Regulamento Geral do

    Estatuto da Advocacia e da OAB). Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos pordivergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, deu-lhes provimento para restabelecer a sentena no tpico,excluindo da condenao o pagamento das stima e oitava horas dirias como extras e seus reflexos. Vencidos osMinistros Lelio Bentes Corra e Delade Miranda Arantes. TST-E-ED-RR-87700-74.2007.5.02.0038, SBDI-I, rel. Min.Renato de Lacerda Paiva, 22.3.2012. Informativo TST n 03.

    Caixa Econmica Federal - CEF. Termo de opo pela jornada de oito horas declarado invlido. Gratificao de funopercebida por mais de dez anos. Incorporao. Impossibilidade.Descaracterizado o exerccio de funo de confiana, a que alude o artigo 224, 2, da CLT, diante da ausncia defidcia especial, invlida a opo do trabalhador, empregado da Caixa Econmica Federal, pela jornada de oito horas.

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    Devidas, portanto, como extras, a 7 e 8 horas, calculadas com base no valor estabelecido para a jornada convencionalde seis horas dirias, permitida a compensao desse valor com o que foi efetivamente pago a ttulo de gratificao defuno, nos termos da Orientao Jurisprudencial transitria n 70 da SBDI-I. Tendo sido descaracterizado orecebimento de gratificao de funo, no se aplica ao caso a Smula n 372 do TST, que, trata da incorporao degratificao de funo percebida em razo do cargo de confiana, mas a interpretao conferida pela OJ Transitria n70 da SBDI-I, inviabilizando a incorporao do valor, uma vez deferidas as stima e oitava horas como extras. Sob essesfundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu do recurso de embargos, apenas no tocante ao tema termo de

    opo para jornada de oito horas declarado invlido base de clculo das horas extras, por divergncia jurisprudencial,e, no mrito, por maioria, negou-lhe provimento. Vencidos os Ministros Augusto Csar Leite de Carvalho e Hugo CarlosScheuermann. TST-E-ED-ARR-1505-65.2010.5.03.0002, SBDI-I, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, 20.8.2015.Informativo TST n 114.

    Caixa Econmica Federal CEF. Horas extraordinrias. Gerente bancrio. Jornada de seis horas assegurada mediantenorma interna. Alterao da jornada para oito horas por fora do Plano de Cargos em Comisso de 1998. Prescrioparcial.Incide a prescrio parcial, nos termos da parte final da Smula n 294 do Tribunal Superior do Trabalho, sobre apretenso de horas extraordinrias decorrentes de alterao unilateral da jornada de trabalho aplicvel aos bancriosocupantes de cargo de confiana (de seis para oito horas dirias) em virtude do novo Plano de Cargos em Comissoinstitudo pela Caixa Econmica Federal em 1998, pois configurada leso de trato sucessivo a direito que estfundamentado em preceito de lei, qual seja jornada prevista no artigo 224 da CLT. Sob esses fundamentos, a SBDI-I, porunanimidade, conheceu dos embargos por contrariedade Smula n 294 e, no mrito, por maioria, deu-lhes

    provimento para afastar a prescrio total, aplicando-se ao caso a prescrio parcial quanto ao pagamento de horasextraordinrias em razo da alterao do plano de cargos e comisses e determinar o retorno dos autos egrgia 3Turma para que prossiga no julgamento dos recursos de revista, como entender de direito. Vencidos os Ministros JooOreste Dalazen, Antonio Jos de Barros Levenhagen e Renato de Lacerda Paiva. Ressalva de entendimento do MinistroMrcio Eurico Vitral Amaro. TST-E-RR-33000-71.2008.5.04.0002, SBDI-I, rel. Min. Caputo Bastos, 27.8.2015. InformativoTST n 115.

    Bancrio. Transporte de valores. Desvio de funo. Adicional de risco indevido. Ausncia de previso na Lei n7.102/83.Consoante o artigo 3 da Lei n 7.102/83, os servios de transporte de valores sero executados por empresaespecializada contratada ou pelo prprio estabelecimento financeiro, caso em que dever haver a contratao depessoal prprio, treinado para tanto. Tal norma parte do pressuposto de que a alegada atividade de risco e, portanto,deve ser executada por funcionrios aprovados em curso de formao de vigilante autorizado pelo Ministrio da Justia.A consequncia do descumprimento da norma, por parte do estabelecimento bancrio, a imposio de advertncia,

    multa ou interdio do estabelecimento. No h qualquer previso na Lei n 7.102/83 de concesso de adicional de riscoao trabalhador ante o descumprimento de seus preceitos. Sob esses fundamentos, a SBDI-1, por unanimidade, conheceudo recurso de embargos, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, deu-lhe provimento pararestabelecer o acrdo do Regional, que indeferiu o pedido de pagamento do adicional de risco com esteio na falta depreviso legal e no fato de que o autor realizou o transporte de valores de forma meramente espordica. Vencidos osMinistros Augusto Csar Leite de Carvalho, Walmir Oliveira da Costa, Hugo Carlos Scheuermann e Cludio MascarenhasBrando. TST-E-RR-157300-17.2008.5.12.0024, SBDI-I, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, 6.8.2015. Informativo TST n113.

    Incidente de Recurso Repetitivo. Art. 896-C da CLT. Bancrio. Horas extras. Divisor. Norma coletiva. Considerao, ouno, do sbado como dia de descanso semanal remunerado. Aplicao da Smula 124, I, do TST.Acolhendo a proposta de Incidente de Recurso de Revista Repetitivo, aprovado pela 4 Turma do Tribunal Superior doTrabalho, a SBDI-1 decidiu, por maioria, afetar a matria Bancrio. Horas extras. Divisor. Bancos Privados SBDI -1Plena, vencidos os Ministros Antonio Jos Barros Levenhagen, Augusto Csar Leite de Carvalho, Jos Roberto Freire

    Pimenta, Hugo Carlos Scheuermann e Cludio Mascarenhas Brando, os quais entendiam que a matria deveria serafetada ao Tribunal Pleno. Tambm por unanimidade, determinou-se que no processo n RR 144700-24.2013.5.13.3,cujo tema afetado Bancrio. Horas extras. Divisor. Bancos Pblicos, seja registrada esta mesma deliberao, com afinalidade de que as matrias de ambos os recursos sejam apreciadas em conjunto. Por fim, examinando questo deordem referente apreciao das matrias constantes de ambos os recursos de revista, decidiu-se, por maioria, que aapreciao deve ser em conjunto, vencidos os Ministros Joo Oreste Dalazen, Aloysio Corra da Veiga, GuilhermeAugusto Caputo Bastos, Mrcio Eurico Vitral Amaro e Walmir Oliveira da Costa, os quais entendiam que o exame deveriaser em separado. TST-RR-849-83.2013.5.03.0138 e TST-RR-144700-24.2013.5.13.0003, SBDI-I, em 18.6.2015. InformativoTST n 111.

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    Advogado de banco. Admisso anterior Lei n 8.906/94. Equiparao a membro de categoria diferenciada. Jornadade trabalho. Inaplicabilidade do art. 224, caput, da CLT. No comprovao de dedicao exclusiva. Horas extrasdevidas a partir da quarta hora diria. inaplicvel ao advogado empregado de instituio bancria a jornada reduzida de seis horas dirias, prevista no art.224, caput, da CLT, pois este dispositivo especfico para a categoria dos bancrios. O advogado empregado de banco,ainda que seja considerado profissional liberal, equipara-se aos membros de categoria diferenciada, por ternormatizao prpria, a Lei n 8.906/94. A citada Lei, no caput de seu art. 20, estabelece que a jornada mxima do

    advogado empregado seja de quatro horas dirias e vinte horas semanais, salvo no caso de acordo ou convenocoletiva, que preveja horrio de trabalho diverso, ou, ainda, de prestao de servios em carter de dedicao exclusiva.No caso, restou consignado na deciso do Tribunal Regional do Trabalho da 9 Regio que o reclamante foi contratadoantes da Lei n 8.906/94 e que no houve prova da sujeio ao regime de dedicao exclusiva, razo porque no incide oentendimento consubstanciado na Orientao Jurisprudencial n 403 da SBDI-I do TST. Sob esse entendimento, a SBDI-I,por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, por maioria, deu-lhesprovimento para restabelecer a deciso do Regional, em que se manteve a sentena que deferiu horas extras alm da 4diria e 20 semanal, exceto em perodos contemplados por norma coletiva que estenderam a jornada normal, inclusivequanto ao valor da condenao e das custas. Vencidos os Ministros Aloysio Corra da Veiga e Alexandre Agra Belmonte.TST-ERR-2690740-31.2000.5.09.0652, SBDI-I, rel. Min. Jos Roberto Pimenta, 18.6.2015. Informativo TST n 111.

    Dano moral. Empregado bancrio. Monitoramento de conta corrente. Procedimento indiscriminado em relao aosoutros correntistas. Possibilidade. Cumprimento do artigo 11, inciso II e 2, da Lei n 9.613/98.No configura dano moral a quebra do sigilo bancrio pelo empregador, quando este mesmo procedimento adotado

    indistintamente em relao a todos os correntistas, na estrita observncia determinao legal inserta no artigo 11,inciso II e 2 da Lei n 9.613/98. Sob esses fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, no conheceu do recurso deembargos interposto pelo reclamante. TST-E-RR-1447-77.2010.5.05.0561, SBDI-I, rel. Min. Lelio Bentes Corra,28.05.2015. Informativo TST n 109.

    Bancrio. Anistia. Leis ns 8.878/94 e 11.907/2009. Efeitos. Alterao da jornada para 40 horas. No pagamento dastima e oitava horas trabalhadas como extras. Direito s diferenas salariais entre o pagamento de seis e o de oitohoras.O ex-bancrio que houver retornado ao servio em rgo ou entidade da administrao pblica federal direta,autrquica ou fundacional, beneficiado pela anistia concedida pela Lei n 8.878/94, estar sujeito jornada semanal detrabalho de 40 horas (art. 309 da Lei n 11.907/09), sem direito jornada de seis horas na nova funo ou remunerao das stima e oitava horas como extraordinrias, no havendo falar em alterao contratual lesiva de quetrata o art. 468 da CLT. Todavia, o aumento da jornada e a manuteno do valor nominal do salrio implicam emdiminuio no valor do salrio-hora e, consequentemente, em reduo salarial. Assim, adotando os fundamentos da

    deciso tomada pelo Tribunal Pleno nos autos do processo TST-E-RR-110600-80.2009.5.04.0020, a SBDI-I, porunanimidade, conheceu dos embargos do reclamante, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, deu-lhesprovimento para julgar procedente o pedido sucessivo de diferenas salariais entre o pagamento de seis e o de oitohoras, considerando-se a proporcionalidade entre as horas trabalhadas pelo reclamante antes do afastamento e asexigidas em razo da anistia, a incidir sobre parcelas vencidas e vincendas, mantendo-se a carga horria legalmenteestabelecida de 200 horas. Registrou ressalva de fundamentao o Min. Antonio Jos de Barros Levenhagen. TST-E-RR-1172-92.2012.5.18.0013, SBDI-I, rel. Min. Mrcio Eurico Vitral Amaro, 30.4.2015. Informativo TST n 105.

    Bancrio. Norma coletiva que prev a repercusso das horas extras habituais no sbado. Alterao da naturezajurdica de dia til no trabalhado para dia de repouso semanal remunerado. No configurao. Incidncia do divisor220. Ausncia de contrariedade Smula n 124, I, b, do TST.A mera previso, em norma coletiva, de repercusso de horas extras habituais na remunerao do sbado do bancriono importa reconhec-lo como mais um dia de repouso semanal remunerado. No caso concreto, existia disposioconvencional determinando que as horas extras refletissem em sbados, domingos e feriados, mas sem afirmar,

    expressamente, que o sbado fosse considerado dia de descanso semanal remunerado. Desse modo, reconhecendo-se anatureza jurdica de dia til no trabalhado do sbado e encontrando-se o reclamante submetido jornada de oitohoras, mostra-se correta a utilizao do divisor 220 no clculo das horas extras. Nesse contexto, a SBDI-I, afastando aalegada contrariedade Smula 124, I, b, do TST, decidiu, pelo voto prevalente da Presidncia, no conhecer dorecurso de embargos. Vencidos os Ministros Alexandre Agra Belmonte, relator, Aloysio Corra da Veiga, Luiz PhilippeVieira de Mello Filho, Augusto Csar Leite de Carvalho, Jos Roberto Freire Pimenta e Hugo Carlos Scheuermann. TST-E-RR-692-29.2012.5.02.0444, SBDI-I, rel. Min. Alexandre Agra Belmonte, red. p/ acrdo Min. Joo Oreste Dalazen,25.9.2014. Informativo TST n 90.

    Bancrio. Gratificao quebra de caixa. Descontos de diferenas no caixa. Licitude.

  • 7/25/2019 Informativos Do TST Separados Por Assunto 2014-2016

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    A gratificao quebra de caixa, percebida pelo bancrio que exerce a funo de caixa, serve para saldar eventuaisdiferenas de numerrio verificadas durante o fechamento do caixa. Assim sendo, lcito ao empregador efetuar osdescontos no salrio do empregado sempre que constatar as mencionadas diferenas e desde que no tenha havidodemonstrao de que esse evento resultou de fato estranho atividade, a exemplo de assalto agncia bancria. Comesse entendimento, a SBDI-I, em sua composio plena, decidiu, por unanimidade, conhecer dos embargos interpostospelo reclamado, por divergncia jurisprudencial, e, no mrito, dar-lhe provimento para restabelecer o acrdo doRegional quanto ao tema. TST-E-ED-RR-1658400-44.2003.5.09.0006, SBDI-I, rel. Min. Brito Pereira, red. p/ acrdo Min.

    Lelio Bentes Corra, 21.8.2014. Informativo TST n 87.

    Bancrio. Norma coletiva. Repercusso das horas extras na remunerao do sbado. Reconhecimento do sbadocomo descanso semanal remunerado. Incidncia da Smula n 124, I, a, do TST. Divisor 150.A previso, em norma coletiva, de repercusso das horas extras prestadas ao longo da semana sobre o sbadodescaracteriza a sua natureza de dia til no trabalhado. Assim, o sbado adquire feio de repouso semanalremunerado, fazendo incidir a Smula n 124, I, a do TST. Com base nesses fundamentos, a SBDI-I, por maioria,conheceu dos embargos interpostos pelo reclamante, por contrariedade Smula n 124, I, a, do TST, e, no mrito,deu-lhes provimento para determinar que se adote o divisor 150 para o clculo das horas extraordinrias a que faz jus oreclamante no perodo em que trabalhou em jornada de seis horas, observada a vigncia da norma coletiva queestabelece o sbado como dia de repouso semanal remunerado. Ressalvou a fundamentao o Ministro Renato deLacerda Paiva. Vencidos os Ministros Joo Oreste Dalazen, Antonio Jos de Barros Levenhagen e Mrcio Eurico VitralAmaro, que no conheciam do recurso. TST-E-ED-RR-754-24.2011.5.03.0138, SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corra da Veiga,5.6.2014. Informativo TST n 85.

    Bancrio. Horas extr