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INFORME TÉCNICO VACINA CONTRA POLIO

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MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA COORDENAÇÃO GERAL DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES

INFORME TÉCNICO CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A POLIOMIELIT E

Brasília 2013

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1. Introdução

O Ministério da Saúde, juntamente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, realizará no período de 08 a 21 de Junho a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite do ano de 2013. A população alvo a ser vacinada é de 12.909.095 crianças a partir dos 6 meses até os menores de cinco anos de idade (6 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias), com meta mínima a atingir de 95% deste grupo, o que corresponde a 12.263.640 crianças. Está prevista a distribuição de aproximadamente 19,4 milhões de doses da vacina oral poliomielite (VOP), além do repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os fundos da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estimados em aproximadamente R$ 18,6 milhões, de acordo com a Portaria nº 2.803, de 6 de dezembro de 2012 , que aprova os critérios para o financiamento de Campanhas de Vacinação anuais. O Brasil realiza em 2013 o 34º ano de Campanhas Nacionais de Vacinação contra a Poliomielite e o 24º ano sem a doença no país, estando livre do poliovírus desde 1990, e assim deve se manter até a concreta certificação mundial da erradicação deste agente infeccioso. Dessa forma, esta estratégia tem como objetivo garantir a não reintrodução da doença no território brasileiro, com a manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais contra a poliomielite, tanto nas ações de rotina, como nas campanhas de vacinação e a adequada Vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA).

Este Informe apresenta as diretrizes e orientações técnicas e operacionais para organização da campanha, e fundamenta a necessidade dessa estratégia de vacinação, subsidiando o processo de trabalho das equipes estaduais, municipais, Distrito Federal e outros órgãos interessados na capacitação dos recursos humanos envolvidos, bem como na orientação das ações da comunicação e mobilização social.

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2. Situação Epidemiológica da Polimielite no mundo

No cenário global da poliomielite, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que entre os anos de 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença, e na sua maioria, decorrente de importações do poliovírus selvagem de países endêmicos ou de países que restabeleceram a transmissão (transmissão sustentada por mais de um ano de circulação), a saber: a) países endêmicos: Afeganistão, Nigéria e Paquistão; b) países que restabeleceram a transmissão: Angola, Chade e República do Congo c) países com ocorrência de casos devido a importações: Mali, Niger, Gabão, Costa do Marfim, Congo, CAR, China, Guiné, Kenia e Índia (Quadro 1). Em 2012 foram registrados 223 casos, sendo que 217 (97,3%) foram nos países endêmicos e, 6 (2,7%) nos não endêmicos. Neste ano de 2012, observou-se uma redução de 36,9% no número de casos de poliomielite no mundo quando comparado ao mesmo período de 2011, de 604, para 223 casos. No ano de 2013, até o dia 12 de março, foram registrados 10 casos, sendo 05 no Paquistão, 04 na Nigéria e 01 no Afeganistão.

Quadro 1. Casos de Poliomielite Selvagem no Mundo ( Países endêmicos e não endêmicos).

Destaca‐se, diante deste quadro mundial, a necessidade de unir esforços para atingir a meta dos indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde para manutenção do país livre da doença. Considerando que, mesmo tendo alcançado bons resultados em relação às metas nacionais e estaduais preconizadas, as coberturas vacinais municipais ainda são heterogêneas no país, o que leva a formação de bolsões de pessoas suscetíveis à doença, possibilitando assim a reintrodução dos poliovírus, no país, favorecido pelo fluxo de viajantes.

Diante de tais circunstâncias, e com a proximidade de grandes eventos de massa que serão realizados no Brasil, como a Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas, é importante informar aos profissionais, autoridades e gestores em saúde, sobre os riscos de reintrodução do poliovírus selvagem, e a necessidade da Notificação e Investigação imediata de todo caso de Paralisia Flácida Aguda (PFA).

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3. Vigilância Epidemiológica das Paralisias Flácida s Agudas e Poliomielite (PFA/Pólio) no Brasil

O principal objetivo da Vigilância Epidemiológica é manter o Brasil livre da circulação do

poliovirus selvagem, para isso monitora-se a ocorrência de casos de paralisia flácida aguda (PFA) em menores de 15 anos de idade e avalia-se o desempenho operacional do Sistema de Vigilância Epidemiológica das PFA no país (VE PFA/Pólio). Dessa forma, todo caso de PFA, em menores de quinze anos, ou suspeita de poliomielite em indivíduo de qualquer idade procedente de países com circulação de poliovirus selvagem nos últimos 30 dias, deve ser: notificado e investigado imediatamente; digitado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); coletado uma amostra de fezes até o 14º dia do início do déficit motor para isolamento viral e esclarecimento do diagnóstico; e encerrado no SINAN em até 60 dias após a notificação.

A qualidade da VE PFA é avaliada com base nos seguintes indicadores de desempenho operacional: 1) Taxa de notificação, 2) Investigação epidemiológica em até 48 horas; 3) Coleta de uma amostra oportuna de fezes e 4) Proporção de notificação semanal negativa‐positiva. Exceto para a taxa de notificação que a meta é de no mínimo 1 caso/100.000 < 15 anos, para os demais indicadores a meta mínima esperada é de 80% (Quadro 2).

Garantir a qualidade da vigilância e, principalmente, do diagnóstico seguro e oportuno das PFA no Brasil constitui um desafio a ser enfrentado de forma integrada e articulada pelos profissionais de saúde, técnicos e gestores do SUS em todos os níveis do sistema. Para isto, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, tem investido continuamente para tornar a vigilância das PFA cada vez mais sensível e especifica, capacitando e atualizando profissionais que atuam no setor, aperfeiçoando os registros, as investigações, e as conclusões de cada caso.

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Quadro 2. Indicadores de Qualidade da Vigilância Ep idemiológica das Paralisias Flácidas Agudas/Poliomielite, por Estado e Região, Brasil-20 12.

Unidades Federadas

População 0 a 14 anos

Nº de Casos

Esperados

Nº de Casos

Notificados Notificação

Negativa Investigação

48 horas

Coleta Adequada de Fezes

Taxa de Notificação

Brasil 46.740.845 467 502 96 98 74 1,1

RO 432.108 4 18 99 100 83 4,2

AC 255.771 3 7 90 100 100 2,7

AM 1.190.959 12 13 97 90 85 1,1

RR 155.105 2 0 98 0 0 0,0

PA 2.432.182 24 15 92 100 73 0,6

AP 231.570 2 4 100 100 50 1,7

TO 407.680 4 5 98 100 60 1,2

NO 5.105.375 51 62 95 98 82 1,2

MA 2.077.399 20 20 97 100 85 1,0

PI 841.259 8 7 99 100 86 0,8

CE 2.228.026 22 18 96 100 100 0,8

RN 800.951 8 14 97 100 100 1,7

PB 964.867 10 19 98 83 89 2,0

PE 2.292.039 23 24 98 100 58 1,0

AL 923.057 9 10 100 100 100 1,1

SE 567.620 6 14 99 100 93 2,5

BA 3.630.380 36 37 100 92 68 1,0

NE 14.325.598 143 163 99 95 83 1,1

MG 4.451.989 44 44 95 100 84 1,0

ES 826.449 8 7 91 89 86 0,8

RJ 3.438.204 34 29 99 100 43 0,8

SP 9.000.894 90 88 99 100 61 1,0

SE 17.717.536 177 168 93 97 82 0,9

PR 2.422.086 24 12 84 100 75 0,5

SC 1.391.568 14 16 98 100 75 1,1

RS 2.245.808 22 28 94 100 79 1,2

SU 6.059.462 60 56 93 100 79 0,9

MS 625.870 6 8 96 100 63 1,3

MT 800.716 8 9 100 100 56 1,1

GO 1.479.242 15 12 97 100 92 0,8

DF 627.046 6 16 100 100 69 2,6

CO 3.532.874 35 45 97 100 84 1,3 Fonte: ISIS/URI/CGDT/DEVEP/SVS/MS Data: 20/03/2013 *Vermelho = UF que não atingiram a meta mínima de 1/100.000 hab. < 15 anos

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4. O Brasil e a estratégia anual de campanhas nacio nais de vacinação contra a poliomielite. Espera‐se mundialmente, que as campanhas periódicas de vacinação, junto com a vacinação de rotina, continuem a assegurar a imunidade na população e minimize o risco de ocorrência de um surto, sendo que a chave do sucesso será o continuado empenho de todos os envolvidos, cujo apoio tem sido imprescindível na interrupção da cadeia de transmissão da poliomielite. No Brasil as ações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) com a vacina oral poliomielite (VOP), vacina inativada poliomielite (VIP) e da Vigilância Epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA), atualmente, estão voltadas para a manutenção do país livre do poliovirus selvagem. Essas ações são necessárias devido à existência do risco de reintrodução da infecção no Brasil em função da possibilidade de importação de casos provenientes de países endêmicos e daqueles que restabeleceram a transmissão. Assim como, pela ocorrência de surtos de poliovírus derivado vacinal (PVDV) em áreas de baixas e heterogêneas coberturas vacinais. O Brasil serviu de exemplo para outros países ao adotar, a partir do ano de 1980, a estratégia anual de campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite em duas etapas, vacinando crianças menores de cinco anos de idade independentemente do estado vacinal anterior. Até 2011, o país realizou duas etapas da campanha, nos meses de junho e agosto, apresentando excelentes resultados ao longo dos anos, alcançando as metas estabelecidas para cada etapa.

Conforme dados disponíveis relativos ao período de 2002 a 2012 (Tabela 1), verificou-se um bom desempenho no país no tocante às coberturas vacinais por etapa, a exemplo do que ocorreu em todo o período desde que foram implantadas as campanhas. Foram verificadas coberturas vacinais em geral, acima da meta (95%) em todos os anos, destacando-se que apenas na 1ª etapa dos anos de 2005, 2006 e 2009 ficou com valores abaixo de 95%.

A homogeneidade de CV no mesmo período, medida pela proporção de municípios com coberturas adequadas (≥95%) variou de 61,98% na 1ª etapa de 2010 a 90,72% na 2ª etapa de 2011. Foram mais homogêneas no ano de 2011 quando 88,7% e 90,72% dos municípios atingiram coberturas vacinais ≥95% na primeira e segunda etapa a campanha respectivamente (Tabela 1).

A partir de 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa da Campanha Nacional com vacina Poliomielite, ocorrendo no mês de Junho.

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Número de doses

aplicadas

Cobertura vacinal

Número de doses

aplicadas

Cobertura vacinal

No de municipios com cobertura vacinal ≥ 95%

%No de municipios com cobertura vacinal ≥ 95%

%

2002 16.828.472 100,70 16.706.362 99,90 4.607 82,84 4.694 84,41

2003 16.792.599 99,89 16.679.283 99,22 4.655 83,71 4.737 85,18

2004 16.489.247 97,28 16.489.380 97,28 4.259 76,53 4.361 78,36

2005 16.397.934 94,50 16.540.230 95,32 3.744 67,28 3.936 70,72

2006 16.126.323 94,90 16.289.363 95,86 3.562 64,00 3.685 66,21

2007 16.079.786 100,84 15.941.552 99,97 4.423 79,48 4.376 78,63

2008 15.522.157 99,18 14.883.257 95,09 3.951 71,01 3.647 65,55

2009 15.028.995 97,34 15.116.210 97,90 4.022 72,27 4.083 73,37

2010 14.295.965 92,38 14.743.488 95,27 3.449 61,98 3.836 68,93

2011 14.186.318 100,27 14.102.506 99,68 4.939 88,76 5.049 90,72

2012 14.004.200 98,99 _ _ 4.665 83,83 _ _

Fonte:Sistema de Informação de Avaliacao do Programa de Imunizações (SIAPI) e http://pni.datasus.gov.brNota: coberturas vacinais adequadas ≥ 95% para a vacina poliomielite a partir de 2008 n= 5.565

doses e coberturas por etapa homogeneidade de coberturas

Anos

Tabela 1 - Número de doses e coberturas vacinais, e h omogeneidade de coberturas em campanhas de vacinação nacional contra poliomielite em menores de cinco anos de idade, Bra sil, 2002 a 2012

1ª etapa 2ª etapa 1ª etapa 2ª etapa

5. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliom ielite em 2013 5.1. Objetivo e Meta

O objetivo da Campanha é manter o Brasil na condição de país certificado internacionalmente para a erradicação da poliomielite, estabelecendo proteção coletiva por meio da disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, tendo como meta a vacinação de crianças entre 6 meses e menores de cinco anos de idade (6 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias).

5.2. Estratégia

Embora na campanha seja utilizada a vacina oral poliomielite (VOP), o PNI recomenda as Coordenações Estaduais de Imunizações disponibilizarem a vacina inativada poliomielite (VIP) durante esta campanha de vacinação, para crianças que estiverem iniciando o esquema contra a poliomielite, bem como naquelas que coincidentemente estejam na época de receber alguma dose do esquema (esquema sequencial ou indicação do CRIE), evitando a perda de oportunidade de vacinação (Quadro 3). Na impossibilidade de disponibilizar a VIP agendar para a rotina.

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Quadro 3. Situação vacinal e conduta a ser adotada na campanha nacional de vacinação contra a poliomielite de 2013.

Criança entre 6 meses e menor de 5 anos de idade. Situação Conduta Observação Registro

Não vacinada Vacinar com VIP e agendar a próxima

dose

Não fazer VOP Registrar somente na rotina no esquema sequencial VIP/VOP

Com apenas uma dose de VIP (D1)

Vacinar com VIP e agendar próxima dose com VOP

Não fazer VOP na campanha

Registrar somente na rotina no esquema sequencial VIP/VOP.

Com duas doses de VIP (D1 e D2)

Vacinar com VOP Validar a dose na rotina se tiver intervalo entre as doses ≥ 30 dias

Registrar na campanha e no SIAPI, para o caso de validar a dose na rotina

Com duas doses de VIP (D1 e D2) e (D3) de VOP

Administrar VOP Se tiver no momento de reforço validar a dose na rotina

Registrar na campanha e no SIAPI, para o caso de validar a dose na rotina.

Com uma ou mais doses da VOP

Administrar VOP Observar intervalo e se tem indicação de validar na rotina

Registrar na campanha e no SIAPI, para o caso de validar a dose na rotina

Por indicação clínica iniciou esquema com VIP

Não administrar VOP

Continuar esquema com VIP

Não registrar na campanha registrar no SIAPI

6. A vacina oral poliomielite

A vacina induz boa imunidade intestinal e humoral. Confere proteção contra os três sorotipos do poliovirus 1, 2 e 3, e sua eficácia é em torno de 90% a 95% com a administração de três doses. Para uma imunidade longa, frente aos tipos de poliovirus, faz‐se necessário completar o esquema básico de três doses, ou seja, 2 doses de VIP (D1 e D2) e 1 dose de VOP (D3), sendo necessário uma dose de reforço (VOP) após o termino do esquema básico. Assim, praticamente 100% dos vacinados terão proteção garantida.

A administração da vacina oral poliomielite é bem aceita pela população e possibilita a imunização dos contatos das pessoas vacinadas, em razão da disseminação do poliovirus no ambiente, viabilizando a eliminação da doença causada pelo poliovirus selvagem.

A vacina a ser utilizada na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite foi produzida e embalada em bisnaga com aplicador e tampa rosqueável pelo laboratório Bio‐ Manguinhos/FIOCRUZ/RJ. 6.1. Forma Farmacêutica e Apresentação

A vacina poliomielite é trivalente. Contém uma solução de vírus atenuados da poliomielite dos tipos 1, 2 e 3. Cada dose de 0,1ml (*) contém:

• poliovirus atenuados tipo 1: 1 milhão CCID50 (**); • poliovirus atenuados tipo 2: 100 mil CCID50 (**); • poliovirus atenuados tipo 3: 600 mil CCID50 (**)

(*) Cada dose corresponde a 02 (duas) gotas; (**) CCID: dose infectante em cultura de células

• Excipientes: Cloreto de Magnésio, Estreptomicina, Eritromicina, Polissorbato 80, L‐Arginina e Água destilada.

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6.2. Cuidados na utilização da vacina oral poliomie lite

Para utilização correta da vacina oral poliomielite (VOP) o trabalhador de saúde envolvido na vacinação deve ler com atenção o que está descrito no memento terapêutico/ Bio‐ Manguinhos/FIOCRUZ e nas normas do PNI. Alerta‐se, para evitar o contato da bisnaga conta‐gotas com a boca da criança, impedindo a contaminação pela saliva no ato da vacinação. 6.3. Validade e conservação A vacina pode ser armazenada e transportada em temperatura de –20ºC ou +2°C a +8°C. Após o degelo , esta vacina deve ser mantida entre +2°C a +8°C e protegida da luz, condição esta que manterá a validade por um período de 3 meses , por um período não superior ao prazo de validade indicado no rótulo, que deve ser rigorosamente obedecido. Não recongelar o produto após seu descongelamento.

Após abertura da bisnaga, a vacina poliomielite deve ser utilizada no prazo máximo de 5 dias desde que mantidas as condições recomendadas de assepsia e conservação mantendo a temperatura de +2°C a +8°C. Na campanha, esse pro cedimento deve ser adotado em relação aos postos que funcionam em unidades de saúde.

Para os postos móveis ou de instalação temporária, recomenda‐se que as doses remanescentes das bisnagas abertas não sejam utilizadas. No final do dia, as bisnagas abertas devem ser devolvidas à unidade de saúde de referência, acondicionadas em recipientes rígidos, resistentes a perfurações, ruptura, vazamento, com tampa e devidamente identificadas, de forma a garantir o transporte seguro, sendo de responsabilidade do serviço de saúde o tratamento (conforme a Resolução RDC da ANVISA n° 306 de 7 de dezembro de 2004) e o destino final dos resíduos gerados pelas atividades de vacinação (de acordo com a Resolução CONAMA no 358 de 2005). 6.4. Contraindicações Não há contraindicações absolutas a administração da vacina oral poliomielite, evitando‐se, entretanto, a vacinação de crianças nas seguintes situações:

• crianças portadoras de infecções agudas, com febre acima de 38ºC; • crianças com hipersensibilidade conhecida a algum componente da vacina, a exemplo da estreptomicina ou eritromicina; • crianças que, no passado, tenham apresentado qualquer reação anormal a esta vacina; • crianças imunologicamente deficientes devido a tratamento com imunossupressores ou de outra forma adquirida ou com deficiência imunológica congênita; • crianças com história de paralisia flácida associada à vacina, após dose anterior da vacina poliomielite oral.

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6.5. Evento adverso A vacina oral poliomielite é extremamente segura, sendo raras as reações associadas a sua administração. O evento adverso informado como associado à vacina produzida a partir dos poliovirus atenuados e a poliomielite pós‐vacinal ou poliomielite associada ao vírus vacinal, caracteriza‐se pelo desenvolvimento de paralisia flácida aguda (PFA) idêntica a infecção com o vírus selvagem, podendo, também, determinar sequelas motoras definitivas. A Paralisia Associada ao Vírus Vacinal (PAVV) é uma doença aguda febril que causa deficiência motora flácida, de intensidade variável, geralmente assimétrica. A paralisia pode surgir entre o 4º e o 40º dia depois da vacinação no caso do próprio vacinado. No caso do comunicante do vacinado a paralisia surge entre o 4º e 85º dia. Essa situação ocorre em razão de uma mutação sofrida pelo vírus vacinal, tornando‐o capaz de provocar a doença. Esse mecanismo de transformação da cepa vacinal em patogênica e denominado de reversão.

A ocorrência da paralisia associada à vacina, no entanto, é muito rara. No Brasil entre 1989 e 2012, foram registrados 46 casos de poliomielite associada à vacina oral, todos em crianças, com taxa de 1 caso para cada 1,6 milhões de doses administradas e com predomínio na primeira dose (Fonte: COVER/CGDT/DEVEP-SVS/MS). Em estudos publicados, o risco estimado para a primeira dose variou de um caso para 1,2 milhões a 2,4 milhões de doses administradas e, considerando todas as doses, variou de um caso para 3,6 milhões a 13 milhões de doses administradas.

7. Imunobiológicos e recursos para a campanha Para a campanha está prevista a distribuição de aproximadamente 19,4 milhões de doses da vacina oral poliomielite. Para apoiar a operacionalização da Campanha o Ministério da Saúde está investindo um total de R$ 32,3 milhões sendo R$ 13,7 milhões com a aquisição dos imunobiológicos, e R$ 18,6 milhões com transferência fundo a fundo para as Secretarias Estaduais ‐ SES e Municipais de Saúde ‐ SMS por meio da Portaria nº 2.803, de 6 de dezembro de 2012. Também são investidos recursos das SES e SMS para a realização da vacinação, possibilitando o funcionamento de aproximadamente 115 mil postos de vacinação, com o envolvimento de cerca de 350 mil pessoas e a utilização de cerca de 42 mil veículos (terrestre, marítimos e fluviais). 8. Registro de doses aplicadas na Campanha Naciona l de Vacinação contra Poliomielite (Atualizar) Para o ano 2013, será mantido o registro das doses administradas na campanha de vacinação contra a poliomielite por sala de vacina e por idade: 6meses <1 ano ; 1ano ; 2 anos ; 3 anos e 4 anos no site http://pni.datasus.gov.br . Ressalta-se que doses administradas na campanha em crianças que receberam a última dose no intervalo de trinta dias ou mais deve ser validada na rotina, portanto devem ser registradas tanto na campanha,como também na rotina (SIAPI).

Neste ano, a lista de salas de vacinas conterá mais uma coluna contemplando a

NÃO REGISTRAR DOSE DE VIP em nenhuma circunstancia como DOSE DE “CAMPANHA”.

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informação do TIPO DE SALA DE VACINA , conforme cadastro no SIAPI (Estabelecimentos de Saúde cadastrados na tabela do API por código conforme tipo de sala de vacina). Esta informação detalhada possibilitará a avaliação de doses aplicadas em salas de vacinas específicas para população atendida durante a campanha em clínicas privadas (Cód.2), população privada de liberdade (Cód. 9), população indígena (Cód. 10) e população de quilombolas e assentados (Cód.11). Este ano é de fundamental importância divulgar a necessidade de apresentar o cartão de vacina para avaliar a situação vacinal da criança considerando a importância do esquema sequencial. Entretanto, é necessário interrogar se houve perda do cartão, e SOMENTE neste caso, a criança será considerada não vacinada e deverá iniciar o esquema sequencial.

Modelo (sugestão) de boletim de doses aplicadas par a registro de campanha.

Municípios com o SIPNI (sistema nominal) implantad o em salas de vacinas poderão digitar as doses de campanha no sistema selecionando a estratégia CAMPANHAS . O registro será feito individualmente com a possibilidade também de validar as doses para rotina, considerando que o sistema permite o registro por tipo de dose conforme tabela interna, contemplando na estratégia CAMPANHAS as doses D1, D2, D3, REF, D (dose). No entanto, estas salas de vacinas e/ou o município deverão também repassar os dados de doses aplicadas ao site da campanha para consolidação nacional por sala de vacina. Poderão utilizar o modelo de boletim da proposta “B” para a soma das doses aplicadas.

Os postos de vacinação deverão dispor de boletim diá rio de doses aplicadas da vacina poliomielite na rotina para reg istros das doses administradas na campanha que poderão ser validades como dose de rotina.

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Entrada e envio de dados O site disponibilizará a página para registro dos dados a partir do dia 03 de junho e deverá permanecer até o dia 05 de julho de 2013 acessando o link http://pni.datasus.gov.br No site acessar o “menu” SERVIÇOS / ENVIAR DADOS DA CAMPANHA DE POLIO , incluir USUÁRIO (código do IBGE) e SENHA (fornecida pela equipe da coordenação do Estado).

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Consulta de dados

Durante todo o período os dados serão disponibilizados em tempo real (online) com consultas a diversos relatórios consolidados, permitidas por sala de vacina, município, regional de saúde, unidade federada, região e Brasil. Estes devem ser consultados no propósito de avaliar o desempenho da campanha e intervir oportunamente.

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Sites recomendados www.anvisa.gov.br (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) www.cdc.gov/vaccines/programs/global (CDC) www.fda.gov (Food and Drug Administration) www.gavialliance.org (Gavi Alliance) www.gatesfoundation.org/Pages/home.aspx (Bill & Melinda Gates foundation) www.paho.org (Panamerican Health Organization) www.polioeradication.org (Global Polio Eradication Initiative) www.polioplace.org/history/collections (Polioplace ‐ A serviceof Post‐Polio Health International) www.post‐polio.org (Post‐Polio Health International) www.saude.gov.br/svs (Secretaria de Vigilância em Saúde/MS) http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/home www.unicef.org (UNICEF) www.vaccinealliance.org www.cdc.gov (Centers Diseases Control) www.who.int (Organização Mundial de Saúde)

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EXPEDIENTE Ministro da Saúde Alexandre Padilha Secretário de Vigilância em Saúde Jarbas Barbosa da Silva Júnior Diretor Adjunto do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques Coordenadora da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações Carla Magda A.S. Domingues Coordenadora Substituta da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações Nair Florentina de Menezes Coordenador da Coordenação Geral das Doenças Transmissíveis José Ricardo Pio Marins Elaboração Ana Carolina Cunha Marreiros – CGPNI/DEVIT/SVS/MS Antonia Maria da Silva Teixeira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Luana Alves d’Almeida- CGPNI/DEVIT/SVS/MS Karla Calvette Costa – CGPNI/DEVIT/SVS/MS Maria Cristina Willemann - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Nair Florentina de Menezes - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Paulo Ricardo Brites Esteves - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Regina Célia Mendes dos Santos Silva ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Regina Célia Silva Oliveira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Samia Abdul Samad ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Sandra Maria Deotti Carvalho ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Sirlene de Fátima Pereira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Zirlei Maria de Matos - UVRI/CGDT/DEVIT/SVS/MS Colaboração Cristiane Pereira de Barros - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Erik Vaz da Silva Leocadio - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Karla Rosane de Alarcão - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Mara El-Corab Moreira de Oliveira – CGPNI/DEVIT/SVS/MS Marcelo Pinheiro Chaves - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Walquiria Gonçalves dos Santos Teles - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Sugestões, Dúvidas e Colaborações Endereço: SCS Quadra 04, bloco A, 4º andar Brasília/DF. CEP 70.304-000 Fones: 61 3213-8296/ 8297. Fax: 61 3213-8385 Endereço eletrônico: [email protected] Nos estados: Coordenações Estaduais de Imunizações/ Secretarias Estaduais de Saúde Nos municípios: Secretarias Municipais de Saúde, Po stos de Vacinação, Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.