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Observatório da Inovação e Competitividade Instituto de Estudos Avançados Universidade de São Paulo São Paulo, 07 de Dezembro de 2009 Ricardo Sennes [email protected] Inovação no Brasil: Políticas Públicas e Estratégias Empresariais

Inovação no Brasil: Políticas Públicas e Estratégias …(a) conceito amplo de inovação, não restrito às atividades de pesquisa aplicada (b) centralidade da interação políticas

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Page 1: Inovação no Brasil: Políticas Públicas e Estratégias …(a) conceito amplo de inovação, não restrito às atividades de pesquisa aplicada (b) centralidade da interação políticas

Observatório

da

Inovação

e Competitividade

Instituto

de Estudos

Avançados

Universidade

de São Paulo

São Paulo, 07 de Dezembro de 2009

Ricardo [email protected]

Inovação no Brasil:Políticas Públicas e Estratégias Empresariais

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Objetivo do trabalho

TÓPICOS:

1. Comentários sobre as políticas de estímulo à inovação

2. Comentários a percepção das empresas

3. Avaliação dos resultados

4. Conclusões

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1 -

políticas de estímulo à inovação

VISÃO SISTÊMICA E ABRANGENTE DE INOVAÇÃO

• Processos contínuo e estruturado que envolve várias dimensões da atividade econômica, educacional, universitária, científica, regulatória e financeira e, por vezes, estratégica.

• Portanto não é linear, focado e dirigido

A construção de um ambiente integrado de incentivos para a aplicação sistemática do conhecimento na atividade econômica:

processos, produtos e serviços

Consenso: foco das políticas de inovação deve ser as empresas e não as universidades, centros de pesquisas e pesquisadores

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1 -

políticas de estímulo à inovação

Política de inovação

PolíticasSetoriais

PolíticaInternacionalização

de empresas

PolíticaExportação

Políticaindustrial

PropriedadeIntelectual

Política de C&TPolítica

EducaçãoPolítica EducaçãoPolítica Educação

Regimes sobre e equipamentos

de pesquisa

Parques Tecn.Incubadoras

CentrosPesquisa

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1 -

políticas de estímulo à inovação

Modelos lineares de “technology push” e “demand pull” são hoje considerados insuficientes para o estímulo à inovação.

• pesquisas em rede• pesquisa em parcerias• oportunidades em open innovation

Tendência de redução das estratégias verticalizada de PD&I

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1 -

políticas de estímulo à inovação

Brasil dispõe de políticas e instituições públicas com capacidade de desenhar, implementar e financiar – pelo menos em parte – esse esforço.

Instituições de fomento:

• FINEP• BNDES• Fundos setoriais• Fapesp e irmãs• Centros de pesquisas (Embrapa, ITA, FioCruz, Instituto Butantã, INPE, etc)

Agência de coordenação:

• ABDI

Marco regulatório:

• Lei da inovação (2004)• Lei do bem (2007)• Lei propriedade intelectual (1996)• Leis estaduais de inovação (SP e RS)

Políticas:

• PITCE (2004)• PAC de C&T (2007)• PDP (2008)

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1 -

políticas de estímulo à inovação

Alguns nós regulatórios e políticos:

Inovação no setor de serviços:• Problemas de regulação• Problemas de financiamento• Problemas de prioridade

Inovação e Propriedade Intelectual:• inovação e patrimônio genético• inovação e conhecimento tradicional• inovação e patente de segundo uso• inovação e polimorfos• regimes especiais de PI

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1 -

políticas de estímulo à inovação

Modelo ITA

Modelo Embrapa

Modelo FioCruz

Modelo INPE

Modelo CENPES

Estado Brasileiro desenhou pelo menos 5 modelos diferentes de instituições públicas de pesquisa

• Diferentes relações com setor público• Diferentes relações com setor privado• Diferentes padrões de financiamento• Diferentes padrões com a universidade

• Com diferentes resultados

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1 -

políticas de estímulo à inovação

Porém faltam algumas condições básicas

• Falta coordenação entre as diferentes instâncias e níveis

• Falta deslocar eixo dos incentivos para as empresas

• Falta retirar entraves burocráticos mais impactantes (fiscal, tarifário, aduaneiro etc)

• Falta retirar entraves regulatórios (patrimônio genético, alguns casos de PI, controle de preço, etc)

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II ‐

Percepção das empresas

Brasil dispõem de mercado com volume suficiente e empresas de médio e grande porte com vocação para a inovação

Alguns diferenciais competitivos do Brasil:

• forte base científica local• ampla capacidade industrial• grande mercado doméstico• biodiversidade• infra-estrutura de TIC• substancial presença de empresas multinacionais• significativo poder de compra do Estado

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II ‐

Percepção das empresas

Alguns setores onde o Brasil dispõem de vantagem competitiva em inovação:

• área da saúde – equipamentos e procedimentos• biotec e farmacêutico• software/TIC• engenharia e construção• mineração e prospecção petróleo: técnicas e equipamento• energias renováveis• aeronáutica• nichos em nanotecnologia• nichos em design (automobilístico, vestuário, etc)

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II ‐

Percepção das empresas

Para empresas inovação passa pelo crivo da viabilidade econômica e retorno

Inovação diretamente relacionada com estratégia internacional• não existe inovação para mercado doméstico

Empresas multinacionais pouco explorado: • IED em P&DI• Nacionais de base tecnológica e mercado de K internacional• parcerias com EN e EMN

Empresas ainda não percebem mudanças substantiva no ambiente pró inovação:• identificam avanços mas prevalecem importantes gargalos

• custo Brasil em P&DI ainda acima do custo dos concorrentes

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II1 –

avaliação de resultados

Evolução do Depósito de Patentes de Residentes

4.0004.5005.0005.5006.0006.5007.0007.5008.0008.5009.0009.500

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

*20

07*

Lei do Bem

Lei da Propriedade Industrial

Lei da Inovação

Fonte: Prospectiva, 2009.Obs: Incluem patentes depositadas apenas no INPI

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II1 –

avaliação de resultados

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Alemanha(2007)

Brasil  (2004) China (2006) Coréia (2006) EstadosUnidos  (2007)

México (2005)

Governo  Empresas   Ensino Superior

P&D Gastos em Pesquisa (Porcentagem do Total por Setor)

Fonte: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/8377.html

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II1 –

avaliação de resultados

PINTEC (2005)

34,4% tiveram atividades inovativas (amostra de 93mil):• 20% Inovações de produtos• 40% Inovações de processos (inclui aquisição de máquinas e equipamentos)• 40% Inovações de processos e produtos

Investimentos em P&D, as empresas brasileiras (% das receitas líquidas):• 0,77% P&D interna• 0,09% P&D externa• 0,34% Projeto industrial• 0,23% Preparações técnicas• 1,31% Aquisição de máquinas e equipamentos

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II1 –

avaliação de resultados

Evolução dos Depósitos - Amostra

0

50

100

150

200

250

300

350

1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006* 2008*Empresa Universidade

Lei da Propriedade Industrial

Lei da Inovação

Lei do Bem

Fonte: Prospectiva, 2009.Obs: Incluem patentes depositadas no INPI, USPTO e EPO

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II1 –

avaliação de resultados

Depósitos com co-titularidade - %

1%3%5%7%9%

11%13%15%17%19%21%

1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006* 2008*

Lei da Propriedade Industrial

Lei da Inovação

Lei do Bem

Fonte: Prospectiva, 2009.Obs: Incluem patentes depositadas apenas no INPI

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II1 –

avaliação de resultados

Fonte: INPI, USPTO e EPO – Elaboração: Prospectiva Consultoria

INPI USPTOPosiçã

o Instituição Depósitos de Patentes Patentes Pedidos EPO

1 UNICAMP 591 0 4 6

2 USP 415 1 2 8

3 UFMG 259 7 6 10

4 UFRJ 208 3 4 15

5 FIOCRUZ 106 11 7 13

6 UNESP 81 0 0 3

7 UFRGS 80 0 0 1

8 UFPR 64 1 0 0

9 UNB 49 3 0 2

10 UFPE 48 0 0 1

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II1 –

avaliação de resultados

Fonte: INPI, USPTO e EPO – Elaboração: Prospectiva Consultoria

INPI USPTO

Posiçã o Empresa Setor Depósitos de

Patentes Concedidas Pedidos EPO

1 Petrobras Petróleo e Gás 1.113 194 83 39

2 Usiminas Metalurgia e Siderurgia 466 1 1 1

3 Vale Mineração 365 15 10 15

4 CSN Metalurgia e Siderurgia 344 0 0 0

5 Embrapa Serviços Especializados 216 8 2 7

6 Tigre Material Construção 208 1 0 0

7 Duratex Material Construção 183 1 0 0

8 Cosipa Metalurgia e Siderurgia 134 0 0 0

9 Grendene Textil, Couro e Vestuário 107 44 0 1

10 Natura Farmacêutica e Cosméticos 91 18 1 27

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IV –

Conclusões:

TRÊS CONCEITOS CHAVES:

(a) conceito amplo de inovação, não restrito às atividades de pesquisa aplicada

(b) centralidade da interação políticas públicas e estratégias privadas

(c) inovação como atividade relacionada à dinâmica internacional dos mercados e dos diferenciais competitivos

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IV –

Conclusões:

Copo meio cheio ou meio vazio?

Avanços inegáveis:

• Inusitado consenso em torno do tema (executivo e legislativo)• Existem instrumentos, políticas e iniciativas regulatórias• Alguns resultados já visíveis

Mas ainda carece de:

• Resposta ainda concentrada nas universidades• Falta ainda foco na inovação em rede e open innovation• Investimento privado ainda muita baixo• Espaço para aprendizado inter setorial dentro do governo• Gargalos burocráticos e regulatórios• Foco mais nas demandas das empresas (e não na oferta das

universidades)• Espaço para atrair EMN