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ii INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA VIDEIRA ‘NIAGARA ROSADA’ EM SÃO MIGUEL ARCANJO, SP. SILVIA EMY IBA Orientador: Maurilo Monteiro Terra Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Tecnologia da Produção Agrícola Campinas, SP Março, 2009

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INSTITUTO AGRONÔMICO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA VIDEIRA ‘NIAGARA ROSADA’ EM SÃO MIGUEL ARCANJO, SP.

SILVIA EMY IBA

Orientador: Maurilo Monteiro Terra

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Tecnologia da Produção Agrícola

Campinas, SP Março, 2009

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Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico I12a Iba, Silvia Emy Avaliação do estado nutricional da videira ‘Niagara Rosada’ em São Miguel Arcanjo, SP. / Silvia Emy Iba. Campinas, 2009. 55 fls. Orientador: Maurilo Monteiro Terra Dissertação (Mestrado em Tecnologia da Produção Agrícola) - Instituto Agronômico 1. Videira ‘Niagara Rosada’ 2. Levantamento nutricional – videira ‘Niagara Rosada’ 3. Análise de solos 4. Análise de folhas – videira ‘Niagara Rosada’ I. Terra, Maurilo Monteiro II.Título

CDD. 634.8

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iv

Aos meus pais, Nelson e Elza,

pelos ensinamentos, amor e incentivo.

DEDICO

Às minhas irmãs e cunhados,

pelo apoio, amizade e carinho.

Ao meu namorado, Frederico,

pela compreensão e incentivo

Aos meus amigos, pelo carinho e

companheirismo.

OFEREÇO

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AGRADECIMENTOS

- Ao Instituto Agronômico de Campinas por meio da área de Concentração de

Tecnologia da Produção Agrícola, pela oportunidade de realização do curso.

- Ao Dr. Maurilo Monteiro Terra, pela orientação, incentivo e oportunidade de

aprendizado durante a realização do presente trabalho.

- Ao Dr. Marco Antonio Tecchio, pelo apoio, orientação, atenção e paciência.

- Ao Dr. Luis Antonio Junqueira Teixeira pelo apoio e colaboração.

- Aos viticultores da região de São Miguel Arcanjo que permitiram a realização do

presente trabalho em seus vinhedos.

- Aos membros da banca examinadora: Dr. Maurilo Monteiro Terra, Dr. Marco Antonio

Tecchio, Dr. João Alexio Scarpare Filho, Dr. Luiz Antonio Junqueira Teixeira, Dr.

Heitor Cantarella e Dra. Sarita Leonel.

- À FAPESP pelo auxílio concedido para a realização do levantamento nutricional do

Projeto número 2006/06966-0.

- À Lena Maki Kitahara da Casa da Agricultura de São Miguel Arcanjo.

- Aos membros do Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária: Dr. Evaldo

Vilela, Dra. Regina Sugayama, Dra. Ester Gomide, Sofia Kiyomi Iba da Gama, Dr.

Marcelo Barreto e Débora Trindade.

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SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS.................................................................................................... vi ÍNDICE DE FIGURAS.................................................................................................... viiiRESUMO.......................................................................................................................... ix ABSTRACT...................................................................................................................... x 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 012 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................... 032.1 A cultivar Niagara Rosada.......................................................................................... 032.2 O porta-enxerto Ripária do Traviú ou 106-8Mgt........................................................ 032.3 Análise de solo............................................................................................................ 032.3.1 Amostragem de solo................................................................................................ 042.4 Diagnose foliar............................................................................................................ 052.4.1 Análise foliar em videira.......................................................................................... 062.5 Faixas de Concentração.............................................................................................. 072.6 Concentração de nutrientes em videira....................................................................... 082.6.1 Funções dos principais nutrientes na videira........................................................... 102.7 Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS).......................................... 132.8 Levantamento nutricional da videira.......................................................................... 163 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................... 183.1 Localização das áreas experimentais e principais técnicas de cultivo........................ 183.2 Seleção dos vinhedos.................................................................................................. 183.3 Amostragem de solo................................................................................................... 183.4 Amostragem de folhas................................................................................................ 193.5 Produtividade.............................................................................................................. 203.6 Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação...................................................... 204 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 234.1 Análise de solo............................................................................................................ 234.2 Produtividade.............................................................................................................. 304.2.1 Correlação: Produtividade (t.ha-1) versus Análise de solo e de folhas.................... 314.3 Correlações análise de solo versus análise de folhas.................................................. 334.4 Cálculo dos índices DRIS........................................................................................... 385 CONCLUSÕES............................................................................................................. 466 REFERÊNCIAS............................................................................................................. 47

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vi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação das faixas de teores de nutrientes em folha de videira (limbo+pecíolo), coletadas no florescimento, as mais recém maduras do ramo produtivo................................................................................. 08

Tabela 2 - Limites de interpretação das determinações relacionadas com a

acidez da camada arável do solo, utilizando os limites propostos por RAIJ et al. (1997).................................................................................. 19

Tabela 3 - Limites de interpretação de teores de potássio e de fósforo em solos,

utilizando os limites propostos por RAIJ et al. (1997).................................................................................................... 19

Tabela 4 - Resultados médios da análise química do solo em amostragens

realizadas nas linhas de plantio a 0-20cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.......................................................................................................... 23

Tabela 5 - Resultados médios da análise química do solo em amostragens

realizadas nas linhas de plantio a 20-40cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.......................................................................................................... 24

Tabela 6 - Resultados médios da análise química do solo em amostragens

realizadas nas entrelinhas de plantio a 0-20cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.......................................................................................................... 24

Tabela 7 - Resultados médios da análise química do solo em amostragens

realizadas nas entrelinhas de plantio a 20-40cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.......................................................................................................... 25

Tabela 8 - Médias do número de planta/ha e da produtividade (t/ha) de cada um

dos 24 vinhedos selecionados da região de São Miguel Arcanjo, SP, 2007...................................................................................................... 31

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vii

Tabela 9 - Índices DRIS para cada nutriente baseado na metodologia de JONES (1981).................................................................................................... 39

Tabela 10 - Faixa ótima de cada nutriente com base no Índice DRIS e classe de

teor, de acordo com análise de regressão múltipla realizada com os resultados encontrados nas análises foliares dos vinhedos de São Miguel Arcanjo-SP............................................................................... 40

Tabela 11 - Faixas de teores de nutrientes em folha de videira (limbo+pecíolo),

coletadas no florescimento, as mais recém maduras do ramo produtivo, de acordo com TERRA et al. (2003)................................... 41

Tabela 12-A - Razões entre teores foliares observadas em populações de baixa e

alta produtividade de videira ‘Niagara Rosada’, São Miguel Arcanjo-SP (Continua).................................................................................. 42

Tabela 12-B -

Razões entre teores foliares observadas em populações de baixa e alta produtividade de videira ‘Niagara Rosada’, São Miguel Arcanjo-SP (Continuação).................................................................................. 43

Tabela 12-C -

Razões entre teores foliares observadas em populações de baixa e alta produtividade de videira ‘Niagara Rosada’, São Miguel Arcanjo-SP (Continuação).................................................................................. 44

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viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição porcentual dos vinte e quatro vinhedos no município de São Miguel Arcanjo-SP, em função das análises químicas dos solos, São Miguel Arcanjo (2007)..................................................................... 27

Figura 2 - Correlações entre produtividade de ‘Niagara Rosada’ com teor de B na folha completa e no pecíolo, São Miguel Arcanjo (2007)....................................................................................................... 32

Figura 3 - Correlações de Mn no solo e o teor de Mn foliares, na linha de plantio, de 0-20 e de 20-40cm de profundidade, São Miguel Arcanjo (2007)....................................................................................................... 33

Figura 4 - Correlações entre o teor de fósforo no solo e o teor de potássio na folha completa (linha, 0-20cm e 20-40cm de profundidade), São Miguel Arcanjo (2007)............................................................................ 34

Figura 5 - Correlações entre o teor de Ca no solo e o teor de K na folha completa (linha, 0-20cm profundidade) e no limbo (linha, 0-20cm profundidade), São Miguel Arcanjo (2007)............................................ 35

Figura 6 - Correlações entre o teor de potássio no solo (profundidade 0-20cm na entrelinha) e o teor foliar de fósforo, São Miguel Arcanjo (2007)....................................................................................................... 36

Figura 7 - Correlações entre o teor de potássio no solo (profundidade 0-20cm na entrelinha) e o teor de cálcio na folha completa e no pecíolo, São Miguel Arcanjo (2007)............................................................................ 37

Figura 8 - Correlação entre o teor de Mg no solo e o teor de K no pecíolo, na entrelinha, profundidade de 0-20cm, São Miguel Arcanjo (2007)....................................................................................................... 37

Figura 9 - Relação entre Índice de Balanço Nutricional e Produtividade de ‘Niagara Rosada’, São Miguel Arcanjo-SP (2007)................................. 45

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ix

IBA, Silvia Emy. Avaliação do estado nutricional da videira ‘Niagara Rosada’ em São Miguel Arcanjo, SP. 2009. 55f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da Produção Agrícola) – Pós-Graduação – IAC.

RESUMO

Realizou-se um levantamento nutricional em 24 vinhedos na região vitícola de São

Miguel Arcanjo-SP, visando avaliar o estado nutricional da videira ‘Niagara Rosada’ e

correlacioná-lo com a produção de frutos no ciclo de produção de 2007/08. Foram

coletadas amostras de solo, na entrelinha e na linha de plantio, e amostras de folhas

completas, limbo e pecíolo na época do pleno florescimento, para análises químicas. Os

dados referentes às análises de solo e de tecido foram correlacionados com a

produtividade das áreas selecionadas. Após a obtenção dos dados de produção,

interpretou-se os resultados da análise foliar, comparando com faixas de suficiência e,

estabeleceu-se normas DRIS para as condições de cultivo dos vinhedos em estudo. No

geral, nas amostras químicas realizadas na entrelinha de plantio, a 0-20cm de

profundidade, constataram-se maiores teores de nutrientes. A produtividade

correlacionou-se positivamente com o teor de boro na folha completa e no pecíolo.

Houve diversas correlações entre os teores de nutrientes no solo com os teores de

nutrientes foliares, sendo que dentre elas foram significativas as correlações entre: Mn

solo x Mn folha completa, limbo e pecíolo; P solo x K folha completa e pecíolo assim

como K solo x P folha completa, limbo e pecíolo; Ca solo x K folha completa e limbo;

Mg solo x K pecíolo. A produtividade dos vinhedos de ‘Niagara Rosada’ foi associada

ao estado nutricional das plantas. O DRIS mostrou-se um bom método para avaliar o

estado nutricional da videira cultivar Niagara Rosada.

Palavras-chave: Vitis, Niagara Rosada, Levantamento nutricional, Análise de solo, Análise de folhas, DRIS.

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x

IBA, Silvia Emy. Evaluation of the Nutritional Condition of Niagara Rosada Grapevine in São Miguel Arcanjo, São Paulo state. 2009. 55f. Dissertation (Master in Agriculture Production Technology) - Pos Grade - IAC

ABSTRACT

There was a nutritional survey in 24 vineyards in the wine-growing region of São

Miguel Arcanjo, to assess the nutritional status of the vine ‘Niagara Rosada’ and

correlate it with the production of fruits in the production cycle 2007/08. Soil samples

were collected in row and between row, entire leaves, leaf blade and petiole in full

bloom season for chemical analysis. Data relative to soil and tissue analysis were

correlated to productivity of selected area. After obtaining production data, the results of

foliar analysis were interpreted and compared with bands of sufficiency and established

the DRIS norms for the vineyards crops in study. In general, the chemical samples

analyzed in row spacing at 0-20cm depth showed a higher nutrient content. Productivity

was positively correlated to boron level in the whole leaf and petiole. There were

several correlations between nutrient content in the soil and foliar samples. Significant

correlations were observed for: Mn soil x Mn entire leaf, leaf blade and petiole; P soil x

K entire leaf and petiole, as well as K soil x P entire leaf, leaf blade and petiole; Ca soil

x K entire leaf and leaf blade; Mg soil x K petiole. ‘Niagara Rosada’ vineyards

productivity was associated to crops nutritional status. The DRIS method was shown to

be a good predictor of the nutritional status of ‘Niagara Rosada’ vineyard cultivar.

Key Words: Vitis, Niagara Rosada, Nutritional survey, Analysis of soil, Analysis of leaves, DRIS.

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1 INTRODUÇAO

A videira é cultivada no Brasil desde sua introdução em 1532, porém o cultivo

comercial passou a ser importante somente após a chegada dos imigrantes italianos em

meados do século XIX. Em 1894, Benedito Marengo e seu filho Francisco Marengo

introduzem dos Estados Unidos, precisamente do Alabama, a videira ‘Niagara Branca’, logo

promovendo sua dispersão em larga escala pelos quatro cantos do Brasil, a partir do começo

do século XX. Em 1933 surgiu uma mutação da videira ‘Niagara’, que se denominou

‘Niagara Rosada’, a qual sobrepujou a variedade branca (SOUSA et al., 1996). O cultivo da

videira no Brasil ocupa área colhida de 78.363ha com produção de 1.367.763t

(AGRIANUAL, 2009). Atualmente é cultivada em diversos Estados, destacando-se pela área

plantada os Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco,

Bahia e Minas Gerais.

O Estado de São Paulo é o maior produtor nacional de uva para mesa, com área

colhida de 9.514ha, produção de 184.930toneladas e rendimento médio de 19.437Kg/ha

(AGRIANUAL, 2009). As cultivares de uva comum, principalmente ‘Niagara Rosada’,

representam 89,1% do total de plantas e 49,1% da produção de uva no Estado. As regiões

leste e sudoeste paulista respondem por 98% da produção de ‘Niagara Rosada’, enquanto que

a região noroeste, em franca ascensão, responde por 2% (INSTITUTO DE ECONOMIA

AGRÍCOLA, 2008).

A nutrição dos vinhedos é um importante componente do custo de produção da

cultura da videira e exerce grande influência na produtividade e na qualidade da uva e dos

vinhos que dela se originam (GIOVANNINI, 1999, citado por ALBUQUERQUE et al.,

2005). Para se ter sucesso em qualquer exploração agrícola é necessário otimizar os fatores

de produção, levando-se em conta que a produção de uvas de qualidade é decorrente, em

grande parte, da nutrição equilibrada das videiras, sendo o equilíbrio atingido quando as

plantas estão supridas com quantidades de nutrientes suficientes e satisfatórias para atender às

necessidades de vegetar e produzir da cultura. No entanto, a correção do solo e a adubação,

mesmo sendo práticas generalizadas entre os produtores, ainda são feitas, em muitos casos,

de forma empírica, sem atentar para as reais necessidades em nutrientes da videira

(ALBUQUERQUE et al., 2005).

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2

Para a avaliação do estado nutricional das plantas, análises de solo e de folhas são

imprescindíveis. MALAVOLTA et al. (1997) consideram que o levantamento do estado

nutricional das lavouras por meio de diagnose foliar traz relevante contribuição quando os

resultados da análise foliar são acompanhados dos dados de produção. Levantamentos

nutricionais mediante análises de solo e de folhas visando identificar possíveis problemas

nutricionais foram realizados por vários autores em diferentes regiões vitícolas. HIROCE et

al., 1989; DAL BÓ et al., 1989; TONIETTO, 1994; REGINA et al., 1998; YENER et al.,

2002; TERRA et al., 2002; SHARMA et al., 2003; TERRA et al., 2003; TECCHIO, 2005;

TERRA et al., 2007, constataram que a produtividade dos vinhedos correlacionou-se

positivamente com o teor de potássio e com a relação K/Mg nas amostras foliares, havendo

uma correlação negativa com o teor de magnésio.

Com base no exposto, sendo a região de São Miguel Arcanjo-SP importante pólo

produtor da uva para mesa ‘Niagara Rosada’, o presente trabalho, nesse município, teve por

finalidade realizar um levantamento nutricional dos solos, do diagnóstico nutricional dos

vinhedos e dos dados de produção, em 24 vinhedos de ´Niagara Rosada´ enxertada sobre o

porta-enxerto Ripária do Traviú. Procurou-se também interpretar os resultados das análises de

solo; correlacionar os dados de produtividade com os resultados das análises de solo e de

folhas; correlacionar os dados de análise de solo com os resultados das análises foliares;

comparar os teores de nutrientes das amostras de folhas e de solo em vinhedos de alta e baixa

produtividade, estabelecendo as normas DRIS (Sistema Integrado de Recomendação e

Diagnóstico) para a região.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A cultivar Niagara Rosada

A cultivar Niagara Rosada surgiu no estado de São Paulo por mutação somática

natural de ‘Niagara Branca’, encontrada em 1933, nos vinhedos de Antonio Carbonari,

localizados no então Distrito de Louveira, Município de Jundiaí, SP (SOUSA & MARTINS,

2002).

A uva ‘Niagara Rosada’ expandiu-se rapidamente pelo Estado de São Paulo, sendo a

região leste a principal produtora. Segundo CAMARGO (1998) e POMMER et al. (2003) a

planta é de vigor médio, produtiva e apresenta boa resistência às pragas e doenças. Os cachos

são de tamanho médio, cônicos e compactos, pesando em média 200 a 300g, com baixa

resistência ao transporte e ao armazenamento. As bagas apresentam um peso médio de 5 a 6g,

forma ovalada, película de coloração rosada coberta intensamente com pruína, polpa

mucilaginosa, sabor doce foxado, muito apreciado pelo paladar brasileiro.

2.2. O porta-enxerto Ripária do Traviú ou 106-8Mgt

É um híbrido entre Vitis riparia x (Vitis rupestris x V. Cordifolia) (106-8 Mgt), obtido

por Millardet e de Grasset, na França, em 1882. Foi introduzido como V. riparia em Jundiaí,

sendo mais conhecido pelo nome de Ripária do Traviú, ou simplesmente Traviú. Foi o mais

recomendado para Niagara, motivo que o levou a ser o porta-enxerto mais difundido no

estado de São Paulo. Tem bom desenvolvimento, porém sem muito vigor, adapta-se bem a

muitos tipos de solos paulistas, principalmente o ácido. Suas estacas apresentam ótimo

pegamento, mas é suscetível à antracnose, necessitando de tratos fitossanitários durante o

desenvolvimento vegetativo. Embora seja muito utilizado para ‘Niagara Rosada’ e ‘Niagara

Branca’, possui afinidade com outras cultivares, tais como Patrícia, Paulistinha e IAC 138-22

‘Máximo’ (POMMER et al. 2003).

2.3. Análise de solo

As propriedades físicas e químicas do solo exercem grande influência sobre o

desenvolvimento da videira, afetando consideravelmente a qualidade da uva. Como exemplo

pode-se citar o pH que condiciona a absorção de todos os nutrientes, os quais tornam-se

solúveis ou insolúveis. O nitrogênio é mais facilmente absorvido pela videira em pH próximo

de 7,0, enquanto que o fósforo, potássio, cálcio e magnésio em pH ligeiramente superior a

7,0. Os micronutrientes B, Cu, Fe, Mn e Zn, são mais facilmente absorvidos em pH inferior a

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7,0. As faixas de pH do solo mais favoráveis à absorção dos micronutrientes pela videira é a

seguinte: 5,0-6,0 para Fe e Mn; 5,0-7,0 para B, Cu e Zn e 8,0-8,5 para molibdênio (Mo)

(TERRA, 2000).

Segundo KISHINO (2007) a análise de solo é um método clássico para diagnosticar a

acidez (pH) e a fertilidade química e física do solo, mas, sozinha, não constitui um método

amplo e seguro. Uma boa amostragem do solo é aquela realizada considerando-se a

uniformidade da área quanto à topografia, vegetação, calagens e adubações realizadas

anteriormente. As amostragens são feitas em diferentes pontos do terreno, geralmente com no

mínimo 40cm de profundidade, coletadas no local de adubação e nas linhas de plantio. Em

pomares implantados, a análise de solo deve ser periódica, visando à manutenção e fertilidade

química.

2.3.1 Amostragem de solo

A amostragem de solo é a primeira etapa em um programa de calagem e adubação. A

definição de glebas, retirada de amostras compostas, trado utilizado, local e profundidade de

amostragem de solo, são detalhes apresentados em impressos distribuídos pelos laboratórios.

Alguns aspectos específicos de amostragem de solo para videira são:

a) Separar as glebas com a mesma posição topográfica, cor do solo, textura, calagem e

adubação anteriores. Deve-se também levar em conta, também, as variedades de porta-

enxertos e copas e a idade das plantas;

b) A coleta de amostras deve ser feita com auxílio de trado, pá de corte, marreta ou sonda. O

trado do tipo aço inox com pontas de aço-carbono é o mais recomendável, pois permite a

retirada das amostras na profundidade correta e das mesmas quantidades de terra em todos os

pontos amostrados;

c) na implantação de um vinhedo, devem-se coletar 20 subamostras por gleba homogênea,

formando assim uma amostra composta, e separadamente nas profundidades de 0-20cm e 20-

40cm;

d) para um vinhedo em produção, devem-se coletar 20 subamostras na entrelinha e na linha

não adubadas, de cada gleba formando uma amostra composta, e outras 20 subamostras na

faixa de solo adubada, que reflete melhor os tratamentos aplicados nos anos anteriores,

formando uma amostra composta. Todas as subamostras devem ser retiradas separadamente a

duas profundidades de 0-20cm na camada superficial do solo, e de 20-40cm no subsolo com

o fim de avaliar a acidez e os teores de cálcio, enxofre e potássio (TERRA, 2000).

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2.4 Diagnose foliar

A folha é o órgão da planta na qual as alterações fisiológicas, em razão de distúrbios

nutricionais, tornam-se mais evidentes. Por essa razão, normalmente os diagnósticos

nutricionais das plantas são feitos por meio das folhas, pela técnica que se denomina diagnose

foliar (BATAGLIA, 1997).

A diagnose foliar pode ser feita mediante observação visual de sintomas de distúrbios

nutricionais (diagnose visual) ou mediante procedimentos mais sofisticados, envolvendo, por

exemplo, a análise química das folhas. A diagnose visual é possível apenas quando os

sintomas de deficiência ou excesso se manifestam visualmente. Nesse estágio, muitas vezes,

é inevitável a perda de produção (BATAGLIA, 1997).

A diagnose foliar via análise química permite a avaliação do estado nutricional, isto é,

permite identificar o nível de comprometimento da produtividade, em função da situação

nutricional, principalmente em casos extremos (BATAGLIA, 1997).

A interpretação correta dos resultados de uma análise depende de muita

experimentação para o estabelecimento de índices de calibração que reflitam o estado

nutricional das plantas (BATAGLIA, 1997).

A análise química de tecido foliar tem sido usada com sucesso, em alguns países,

como método para diagnose do estado nutricional e para a formulação de recomendações de

adubação dos vinhedos. No Brasil, a utilização desse método, somada à de análise de solo,

possibilita adubação mineral ou orgânica, com macro e micronutrientes, mais racional para os

vinhedos (TERRA, 2000).

O princípio da diagnose foliar foi posto em prática inicialmente por LAGATU &

MAUMÉ (1934), citado por DELMAS (1971), que estudando variedades da espécie Vitis

vinifera, estabeleceram níveis de carência de nitrogênio baseados nesta diagnose.

Sabe-se que a produtividade e a qualidade da uva é função da nutrição da planta que,

por sua vez, é influenciada por uma série de fatores inerentes às cultivares porta-enxerto e

copa, tratos culturais e fatores edafo-climáticos. KENWORTHY (1961) e CONRADIE &

TERBLANCHE (1980) enfatizaram que a avaliação do estado nutricional de videira obtida

pela análise foliar, tem sido considerada um dos métodos de diagnose mais seguro. Para

ULRICH (1976) e FREGONI (1980) a análise foliar é segura porque está baseada no

princípio de que a concentração de nutrientes na planta é um valor integral de todos os fatores

que interagem entre si para afetá-la.

Dentre os recursos disponíveis para a avaliação do estado nutricional das plantas,

destacam-se as análises de solo e de folhas. Para o diagnóstico nutricional são citados por

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BATAGLIA & SANTOS (2001) e por TERRA (2003) o nível crítico, as faixas de

concentração e o sistema integrado de diagnóstico e recomendação (DRIS). No entanto, os

valores de referência estão muito relacionados com a condição de solo e ambiental local, a

variedade de porta-enxerto, a copa cultivada e o modelo tecnológico para o desenvolvimento

dos vinhedos.

FOGAÇA (2005) em experimento realizado em Itaara-RS, verificou que a análise

peciolar além monitorar o estado nutricional dos vinhedos estudados, avalia a necessidade de

adubações e tratos culturais, podendo servir de diagnóstico para as quantidades futuras de

potássio nas uvas.

Em levantamento do estado nutricional e de produtividade de ‘Niagara Rosada’,

realizado em Jundiaí e Louveira, SP, TECCHIO et al. (2006) verificaram que houve

correlações significativas entre a produtividade com os resultados das análises de solo e de

folhas.

2.4.1 Análise foliar em videira

Para a execução da análise foliar em videira, há diferentes recomendações quanto ao

tipo de material e época de amostragem. Na França e Itália as análises são realizadas no

florescimento e no início da maturação, avaliando-se os limbos e os pecíolos juntos, ou seja, a

folha completa (FREGONI, 1980). Nos Estados Unidos, CHRISTENSEN et al. (1978)

recomendam a avaliação unicamente dos pecíolos, que são coletados em pleno florescimento.

De acordo com KENWORTHY (1967) e DELAS (1979) a análise de pecíolos apresenta

algumas vantagens como: menor retenção de contaminantes e melhor avaliação do potássio

na planta.

Em relação às épocas de amostragem, sabe-se que durante o florescimento ocorre o

pico de concentração da maioria dos nutrientes nos tecidos (CHRISTENSEN et al., 1982) e,

portanto, há maior sensibilidade na análise. No entanto, esta amostragem tem que ser feita em

curto espaço de tempo em que dura o florescimento. Na amostragem realizada no início da

maturação há maior estabilidade nos teores de nutrientes, permitindo maior amplitude da

época de amostragem, sendo um aspecto importante para a utilização desta técnica pelo

produtor.

COSTA (1998), em avaliação do estado nutricional do cv. Itália na região de Jundiaí-

SP, verificou que nas camadas de solo de 0-20cm e 20-40cm, 16 e 63% dos vinhedos,

respectivamente, apresentaram valores de pH inferior a 5,0. Quanto à amostragem da folha, o

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autor obteve melhores correlações com a produção analisando o limbo no estádio de

florescimento.

As recomendações são variadas sobre o tipo de material a coletar para a análise.

Entretanto, o Instituto Agronômico de Campinas, sugere a coleta de folha completa, ou só o

limbo ou só o pecíolo da folha recém-madura mais nova, que coincide com aquela oposta ao

primeiro cacho, contada a partir do ápice dos ramos produtivos da videira. As épocas

recomendadas de coletas são no pleno florescimento e no início da maturação das bagas,

retirando-se um total de 100 folhas por vinhedo amostrado (TERRA et al., 2003).

2.5 Faixas de Concentração

Para a videira, como também para a maioria das culturas, não existe um determinado

ponto de ótima produção, mas sim uma determinada faixa, porque o aumento de produção

obtido com doses crescentes de nutrientes é sempre associado a um erro. Por isso é

conveniente recomendar níveis de adubação suficientes para manter as concentrações de

nutrientes um pouco acima do nível crítico, numa faixa de suficiência (TERRA, 2000).

Para a videira é mais recomendado utilizar faixas de concentração para interpretação

dos resultados.

As faixas de concentração, recomendadas pelo Instituto Agronômico de Campinas,

são divididas em cinco níveis: carência, rápida carência, ótimo, ligeiro excesso e excesso

(Tabela 1).

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Tabela 1 – Classificação das faixas de teores de nutrientes em folha de videira (limbo+pecíolo), coletadas no florescimento, as mais recém maduras do ramo produtivo.

Nutriente Carência Rápida carência Ótimo Ligeiro excesso Excesso

(g.Kg-1) N <26 26-29 30-35 36-40 >40

P <1,3 1,3-2,3 2,4-2,9 3,0-3,9 >3,9

K <7 7-14 15-20 21-29 >29

Ca <8 8-12 13-18 19-32 >32

Mg <3,0 3,0-4,7 4,8-5,3 5,4-10,0 >10,0

S <2,0 2,0-3,2 3,3-3,8 3,9-6,0 >6,0

(mg.Kg-1) B <20 20-44 45-53 54-100 >100

Cu <5 5-17 18-22 23-40 >40

Fe <50 50-96 97-105 106-200 >200

Mn <20 20-66 67-73 74-300 >300

Zn <1,5 15-29 30-35 36-200 >200

FONTE: RAIJ et al. 1997

2.6 Concentração de nutrientes em videira.

DECHEN (1979), em um ensaio com a videira ‘Niagara Rosada’ em vinhedos

localizados na Estação Experimental de Jundiaí-SP, avaliou a concentração de nutrientes nas

folhas terminais e basais dos ramos ou sarmentos. Nas folhas terminais observaram variações

de 27,3 a 40,4g Kg-1 de N, 6,3 a 10,9g Kg-1de P, 21,4 a 30,7g Kg-1de K, 6,7 a 17,8g Kg-1de

Ca, 2,4g Kg-1 de Mg, 4,1 a 2,6g Kg-1 de S, 36mg Kg-1 de B, 6,37 a 26,06mg Kg-1 de Cu, 136 a

217mg Kg-1 de Fe, 1.118mg Kg-1 de Mn e 47 a 102mg Kg-1 de Zn. Nas folhas basais a

variação foi de: 25,1 a 39,2g Kg-1 de N, 9,6 a 12,2g Kg-1 de P, 23,4g Kg-1 de K, 19,5g Kg-1 de

Ca, 2,6 a 3,2g Kg-1 de Mg, 2,4 a 4,0g Kg-1 de S, 40 a 48mg Kg-1 de B, 8,59 a 13,60mg Kg-1 de

Cu, 173 a 197mg Kg-1 de Fe, 644 a 1.278mg Kg-1 de Mn e 59 a 101mg Kg-1 de Zn. O autor

concluiu que existem diferenças na concentração de nutrientes nas folhas, sarmentos e cachos

em função da idade da planta.

HIROCE & TERRA (1983) determinaram para a cultivar Niagara Rosada os teores de

macronutrientes no limbo e pecíolo da 6ª folha a partir do ápice, em amostras coletadas no

estádio de “chumbinho”. Foram aplicados por planta anualmente, 30, 60, 90, 120 e 150g N;

40, 120, 200, 280 e 360g de P2O5 e K2O. Foram observadas pequenas variações na produção

e nos teores de macronutrientes devidas às adubações. De acordo com esses autores as partes

da planta que apresentaram concentrações de nutrientes mais elevadas são as mais indicadas

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para o estudo de nutrição mineral. O pecíolo apresentou teores mais elevados de K e Mg e o

limbo de N, S e Ca, enquanto o P foi semelhante em ambas as partes da planta.

DAL BÓ (1992) avaliou durante três anos o efeito da adubação N, P e K na produção,

qualidade e teores de nutrientes na folha, em um experimento realizado com a videira

‘Moscatel Bailey’. Verificou que não houve efeito significativo da adubação com nenhum

dos nutrientes na produção e no vigor das plantas. Houve efeito da adubação potássica na

melhoria da qualidade da uva, pois aumentou o teor de açúcar, coloração e pH do mosto. A

adição de níveis crescentes de P e K aumentou os teores foliares desses nutrientes, sendo que

a análise dos pecíolos, realizada durante o início da maturação, mostrou maior sensibilidade

em relação à folha completa para detecção desses nutrientes. Verificou também redução nos

teores de magnésio no pecíolo em função do aumento da dose de potássio no solo.

Segundo FONTES (2001) os principais fatores responsáveis pela obtenção de

diferentes teores de nutrientes na planta são: idade da planta; órgão analisado; cultivar; época

do ano; método de lavagem, extração e dosagem do nutriente nas amostras; porcentagem de

água no solo (para os nutrientes determinados na seiva); hora do dia e inadequada produção

de matéria seca pela planta devido a isoladas ou interativas imperfeições edáficas, climáticas,

genotípicas e humanas.

Para a videira, o critério de diagnose foliar que vem sendo mais utilizado para a

interpretação dos resultados de análise foliar é a faixa de concentração, encontrando-se hoje

na literatura os limites propostos por KENWORTHY (1967), CONRADIE &

TERBLANCHE (1980), TERRA (2003) e FRÁGUAS et al. (2003), os quais estabeleceram

para cada época e órgão amostrados os teores considerados ótimos ou normais.

Uma abordagem alternativa, possivelmente mais eficiente para revelar desequilíbrios

nutricionais e mais robustos em relação a variações na amostragem (idade da planta, época,

etc.), é o DRIS, no qual, são utilizadas relações entre as concentrações foliares dos nutrientes

para interpretar os resultados de análise de tecido (BEAUFILS, 1973; WALWORTH &

SUMNER, 1987).

2.6.1- Funções dos principais nutrientes na videira

Nitrogênio: O N é constituinte da proteína, da clorofila e de outros compostos

orgânicos importantes da planta. Na folha cerca de 50% do nitrogênio encontra-se nos

cloroplastos, o que mostra a sua importante participação no processo fotossintético. É um

nutriente indispensável para o crescimento vegetativo da planta. Quando utilizado em

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quantidade adequada, em equilíbrio com outros nutrientes (principalmente com K e Ca) e no

momento oportuno, assegura à videira um desenvolvimento vegetativo moderado, alta

produtividade e produção de fruto de melhor qualidade (KISHINO, 2007).

A deficiência de nitrogênio pode resultar em clorose das folhas mais velhas, ângulo

agudo entre caule e folhas, folhas menores, redução no perfilhamento, baixo teor de clorofila,

crescimento diminuído e senescência precoce (FONTES, 2001)

Em trabalho realizado no Rio Grande do Sul, BRUNETTO et al. (2006), verificaram

que a maior porcentagem de N nas folhas das videiras, cvs. Chardonnay e Riesling Renano,

da brotação até a colheita da uva, é derivada de fontes diferentes de N aplicado na fase do

inchamento das gemas. Na colheita da uva, a maior quantidade do N acumulado nas partes

anuais e perenes das videiras é derivada do N do solo, sendo muito pequenas as quantidades

de N aplicado no inchamento das gemas armazenado nas partes perenes.

Fósforo: A quantidade de fósforo consumida é relativamente pequena quando

comparada com a de potássio, nitrogênio e cálcio. É absorvido na forma de H2PO4 e

apresenta-se com mobilidade dentro da planta (KISHINO & MASHIMA, 1980, citado por

SOUSA, 1996). Por causa dessa mobilidade, os primeiros sintomas de deficiência começam a

aparecer nos órgãos mais velhos da planta, representados por drástica paralisação do

crescimento das plantas; folhas adultas pequenas, por onde se iniciam os sintomas,

apresentando cor verde-escura opaca entre as nervuras, passando a vermelha violácea,

enrolamento dos bordos do limbo, necrose e queda prematura. O excesso do fósforo retarda a

maturação. A dose adequada de fósforo proporciona a uva uma coloração ideal e uma melhor

resistência ao manuseio, transporte e conservação (SOUSA, 1996).

KOVANCI & ATALAY (1987), citado por GERGOLETTI (1995), realizaram um

experimento com videiras cultivar Thompson Seedless, as quais foram desenvolvidas em

solução nutritiva com 16 níveis de P variando de 0 a 300 ppm. Os pesquisadores observaram

que nas plantas desenvolvidas em níveis baixos de P na solução, o pecíolo apresentou menos

P do que no limbo, porém em níveis adequados ou em excesso, o teor de P no pecíolo foi

maior que no limbo. Segundo os autores, o pecíolo refletiu o teor de P na planta melhor que o

limbo.

KLEIN et al. (2000) citado por FOGAÇA (2005) sugerem que a relação entre a

concentração de fósforo na colheita (pico cumulativo de demanda) e a concentração na

floração (período de menor demanda) poderia ser um indicativo mais apropriado do status

nutricional da planta do que a concentração na floração ou na colheita separadas; sugeriram

ainda que uma concentração de 4,13 g.Kg-1 de fósforo nos pecíolos na floração, para as

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variedades Sauvignon Blanc, Merlot e Cabernet Sauvignon seria o nível ideal para as

condições que estavam sendo estudadas.

Potássio: o potássio absorvido na forma de K+, é o elemento utilizado pela videira em

maior quantidade. A necessidade é mais intensa, nos estádios de lignificação dos ramos e

maturação dos frutos. Exerce um papel fundamental na fisiologia da planta, na regulação do

balanço iônico celular, do fluxo dos vasos lenhosos e liberianos, na abertura dos estômatos e

na transpiração; na síntese de macromoléculas como proteínas e amido; na ativação de

qualquer sistema enzimático. A quantidade de potássio contido na videira traduz-se num

estimulo da vegetação, somente no caso de ser assegurada uma boa quantidade de nitrogênio.

Exerce importante papel na formação de carboidratos das folhas, o que significa expressa

relação com os teores de açúcares totais da uva e o acúmulo de reservas nutricionais dos

bacelos (cor e brilho da baga, formação e maturação dos sarmentos e frutos). Tem um papel

de economizador de água, reduzindo a transpiração, permitindo à videira resistência à seca

(FREGONI, 1980).

Cálcio: o cálcio é absorvido na forma de Ca2+ e requerido pela videira em quantidade

relativamente grande. É um elemento fundamental do ponto de vista catalítico, participando

da ativação de muitos sistemas enzimáticos (fosfatase, peptidases, etc.), e do ponto de vista

estrutural, como constituinte da parede celular (FREGONI, 1980). É importante também no

desenvolvimento do tecido foliar e das radicelas, facilita o transporte e o acúmulo de glicídios

e hidrólise do amido. É particularmente necessário ao sistema radicular e a sua absorção e

transporte é diretamente proporcional à transpiração foliar. O teor de cálcio no solo influencia

o comportamento produtivo e qualitativo da videira. Um solo rico em cálcio poderá produzir

vinhos mais apreciados, ou seja, ricos em substâncias aromáticas (SOUSA et al., 1996).

ALTEMIR (2001) citado por TECCHIO (2005) avaliou o estado nutricional da

variedade de videira ‘Monastel’, em Salas Altas, Espanha, utilizando os resultados das

análises de solo e folha, em duas épocas de amostragem. Detectou um ligeiro desequilíbrio

nutricional em relação a altos teores de cálcio e magnésio, seguidos de uma deficiência de

potássio nas folhas. Pelos resultados obtidos, verificaram a necessidade da prática de

adubação potássica, pouco utilizada nos vinhedos amostrados.

Magnésio: a videira é medianamente exigente a este nutriente, absorvido na forma de

Mg2+. Seu papel biológico é amplamente conhecido, encontrando-se no centro do anel

pirrólico da clorofila. Auxilia na formação de outros pigmentos, como o caroteno, em

particular; ativa importante enzima do metabolismo glucídico e protéico; ativa a fosfatase e a

peroxidase e influencia o processo de oxi-redução (FREGONI, 1980).

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Enxofre: o enxofre é absorvido pela raiz como SO42-, sendo que as folhas podem

absorver SO2 na forma gasosa. Participa da formação de substâncias determinantes de

qualidade como aminoácidos, óleos, proteínas e desempenha funções de ativação de enzimas

proteolíticas. Possui um papel importante no processo de acúmulo e transferência de energia

(SOUSA et al., 1996).

Boro: é absorvido como H3BO3 e H2BO3-. As funções do boro estão relacionadas com

as do cálcio, ou seja, regulação do funcionamento da membrana e da parede celular, divisão e

aumento das células, bem como favorecimento da germinação do grão de pólen. Apesar de

não ser um constituinte enzimático, explicam-se os efeitos sobre as reações do tipo oxidativo

como catalase, polifenol oxidase, peroxidase, pela ativação da síntese de clorofila e a

produção de açúcar. Participa, ainda, no transporte de glucídios, enquanto se completa com

este, atravessando com mais facilidade a membrana celular. Influencia na absorção e na

mobilidade do cálcio na planta (FREGONI, 1980).

Segundo LOPES (1999), o boro possui maior disponibilidade na faixa de pH de 5,0 a

7,0. Em condições de alta pluviosidade e altos graus de perdas por lixiviação, reduzem a

disponibilidade, principalmente com solos mais arenosos. Em condições de seca aceleram o

aparecimento de sintomas de deficiência, que, muitas vezes tendem a desaparecer quando a

umidade do solo atinge níveis adequados. Dois fatores explicam esse comportamento: a) a

matéria orgânica é uma fonte de boro para o solo, sob condições de seca a decomposição

dessa diminui, libertando menos boro para a solução do solo. B) condições de seca reduzem o

crescimento de raízes, induzindo a menor exploração do volume do solo, o que leva a um

menor índice de absorção de nutrientes, inclusive boro.

Manganês: é absorvido como Mn2+ e Mn3+ e não se redistribui na planta. Como o

cobre e o ferro, o �anganês faz parte dos metais enzimáticos pouco conhecidos. Cataliza

diversas reações enzimáticas e participam de importantes processos metabólicos como a

respiração, fotossíntese e síntese de clorofila e dos aminoácidos. É essencial à fase final da

redução do nitrito à amônia (FREGONI, 1980). Em geral, a videira está bem suprida de

manganês, pois ele é fornecido através de pulverizações com fungicidas a base de Mn

(TERRA & TECCHIO, 2008)

Cobre: é absorvido na forma de Cu2+. É um ativador enzimático, constituindo a parte

não protéica de certas enzimas oxidantes como o acido ascórbico, a oxidase e a tironase

(SOUSA et al., 1996). Normalmente a videira está bem suprida de cobre, pois é fornecido

através de pulverizações com vários fungicidas cúpricos e calda bordalesa comumente usados

na viticultura (TERRA & TECCHIO, 2008)

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Zinco: absorvido como Zn2+ e Zn quelato. Participa nos vários sistemas enzimáticos,

principalmente no respiratório; intervém no metabolismo de açúcares e proteínas, estimula a

síntese de auxinas através da produção de triptofano; inibe a polifenol oxidase, reduzindo a

decomposição do ácido indolacético. Favorece o boro e o cobre no concernente a resistência

à seca, reduzindo a transpiração da planta (FREGONI, 1980). Geralmente a videira está bem

suprida de zinco, pois ele é fornecido através de pulverizações com vários fungicidas à base

de zinco comumente usados na viticultura (TERRA & TECCHIO, 2008).

Ferro: a quantidade de ferro no tecido da planta é muito pequena. É indispensável de

modo particular nas várias fases da síntese de clorofila e no desenvolvimento do cloroplasto

(TERRA, 2000). Normalmente os solos brasileiros são ricos em ferro (TERRA &

TECCHIO, 2008).

2.7 Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS)

A técnica do Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação foi desenvolvida por

Beaufils, inicialmente como nome de Diagnose Fisiológica mediante estudo de aspectos

nutricionais da seringueira (Hevea brasiliensis) cultivadas no Vietnã e Camboja (BEAUFILS,

1971).

O Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação é um método de diagnose

nutricional de plantas que se baseia no cálculo de índices para cada nutriente, considerando

sua relação com os demais, e comparando cada relação com as relações médias de uma

população de referência, de alta produtividade. O equilíbrio nutricional para um nutriente na

planta é definido pelo método DRIS quando os valores dos índices estiverem mais próximos

de zero, para valores negativos pode-se assumir que ocorre deficiência do nutriente em

relação aos demais e, valores positivos indicam excesso. Assim, é possível classificar os

nutrientes em ordem de importância de limitação na produção, e, estabelecer indicação de

intensidade de exigência de um nutriente pelas plantas (BEAUFILS, 1971).

Segundo COSTA (1999) o Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação é um

método de diagnóstico do estado nutricional das culturas que utiliza os conceitos básicos da

diagnose foliar. Desenvolvido originalmente com propósitos amplos de diagnosticar as

causas primárias e secundárias que afetam a produtividade das culturas, atualmente o DRIS

está se popularizando como um método de avaliação do estado nutricional e vem sendo

aplicado com sucesso em várias culturas, como seringueira, milho, soja, trigo, cana-de-

açúcar, laranja, café, macadâmia, abacaxi e mamão.

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O DRIS analisa os fatores nutricionais que interferem na produtividade por meio de

índices que são calculados a partir de relações envolvendo as concentrações dos nutrientes,

tomados dois a dois. Estes índices DRIS informam a ordem de limitação dos nutrientes, tanto

por deficiência quanto por excesso, alem de determinar o grau de exigência de cada nutriente.

Os índices DRIS podem assumir valores positivos que indicam excesso nutricional, valores

negativos que indicam deficiência e valores iguais ou próximos de zero que indicam

equilíbrio. São obtidos para cada nutriente e permitem estimar o equilíbrio nutricional por

meio do índice de balanço nutricional (IBN), que é a soma dos valores absolutos dos índices

DRIS (COSTA, 1999).

Há relatos para frutíferas nos quais o DRIS gerou diagnósticos nutricionais tão ou

mais eficientes do que os obtidos por meio de comparações com faixas de suficiência ou

níveis críticos.

TERRA et al. (2003) avaliaram o estado nutricional da videira cultivar Itália, em três

estádios de desenvolvimento, na região de Jales-SP, utilizando o método DRIS. Por meio dos

resultados de solo e de folha concluiu que o limbo foi o melhor órgão de amostragem que o

pecíolo e que tanto a época de florescimento quanto o início da maturação dos frutos podem

ser considerados épocas adequadas para amostragem de folhas de videira. O método DRIS

permitiu determinar que os vinhedos estudados apresentassem deficiência de

macronutrientes, principalmente de potássio, magnésio e enxofre. Quanto aos

micronutrientes, a problemática se deu por excesso dos mesmos, principalmente para o cobre.

GERGOLETTI (1995) avaliou o estado nutricional da videira Itália, em três estádios

de desenvolvimento em São Miguel Arcanjo-SP, utilizando o método DRIS. Selecionou 20

vinhedos e verificou que foi adequado para estabelecer as normas DRIS. As correlações entre

IBN e produtividade indicaram que o melhor tecido e época de amostragem foi o limbo no

florescimento, assim concluiu que o DRIS foi um bom método para avaliação do estado

nutricional da videira cv. Itália.

COSTA (1998) avaliou o estado nutricional da videira cultivar ‘Itália’ em três estádios

de desenvolvimento, na região de Jundiaí-SP, utilizando o método DRIS. Concluiu que esse

método é adequado para a videira `Itália´; permitiu ainda obter informações de desordens

nutricionais e índices referenciais para balanço nutricional, além de constatar que o limbo foi

o melhor órgão para amostragem, pois seus índices de balanço nutricional estavam mais

ajustados. O estádio de florescimento foi considerado a época adequada para amostragem de

folhas de videira. O método DRIS refletiu as condições locais do levantamento e os vinhedos

apresentaram variabilidade quanto à ordem e o grau de limitação dos nutrientes.

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TERRA et. Al.(2003), avaliaram o estado nutricional da videira ‘Itália’ na região de

Jales, SP, Brasil, utilizando o DRIS. O levantamento nutricional foi realizado em 20 vinhedos

em produção, submetidos a práticas culturais semelhantes. A coleta de amostras de folhas foi

feita em três estádios de desenvolvimento da planta a saber: no florescimento, com frutos

entre ervilha e meia baga e no início da maturação dos frutos. Nessa avaliação concluiu-se

que o método DRIS é adequado para a videira ‘Itália’, pois permitiu obter informações a

respeito do melhor órgão e épocas de amostragem, desordens nutricionais e índices

referenciais para balanço nutricional. O limbo foi considerado o melhor órgão para

amostragem, pois seus índices de balanço nutricional estavam mais ajustados. Os estádios de

florescimento e de início da maturação dos frutos foram considerados adequados para

amostragem de folhas. Seis vinhedos foram considerados em equilíbrio nutricional, pois

apresentaram produção superior à média de 27,3 t/há e Índice de Balanço Nutricional (IBN)

igual a 11. Os 20 vinhedos amostrados foram considerados adequados para o cálculo das

normas. Finalmente, o DRIS permitiu determinar os vinhedos que, em geral, apresentavam

deficiência de potássio, magnésio, fósforo e enxofre, e excesso de cobre.

NACHTIGALL (2004), avaliou o DRIS como método de interpretação de resultados

de análises de folhas de plantas de macieira estabelecendo normas adequadas para a cultura e

comparou com o método de diagnose nutricional, baseado no critério de faixa de suficiência.

Os resultados indicaram que a concentração de nutrientes apresentou correlação positiva e

significativa (p<0,01) com os respectivos índices DRIS, com exceção do N. O método DRIS

descrito por ELWALI & GASCO (1984), utilizando o “valor F”, quando comparado com o

critério de faixa de suficiência, apresentou diagnóstico nutricional mais eficiente que os

demais métodos de cálculo do DRIS.

SANTANA et al. (2008) objetivaram gerar normas DRIS de diagnóstico da laranjeira

[Citrus sinensis (L.) Osbeck] cv. Pêra, nos cerrados da região central de Goiás. Coletaram

amostras de folhas em ramos frutíferos e amostras de solos e estimaram a produtividade em

pomares comerciais, nos municípios de Inhumas, Goiânia e Goianápolis. O banco de dados

foi formado por 303 observações, sendo analisados os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe,

Mn, Zn e B, nas folhas, e MO, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn, Zn e B, no solo. Concluiu-se que

as normas DRIS, no cerrado de Goiás, foram diferentes das normas DRIS de outros locais. Os

resultados também mostraram que é importante o desenvolvimento de normas regionais, em

vez de sua universalização, para a aplicação do método DRIS.

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16

2.8 Levantamento nutricional da videira

Uma das grandes utilidades da diagnose foliar consiste no levantamento nutricional

das lavouras, trazendo relevante contribuição quando os resultados da análise foliar são

acompanhados dos de produção (MALAVOLTA et al., 1997). O levantamento dos teores

foliares em vinhedos de baixa produtividade, quando comparado com os de alta

produtividade, tem a finalidade de identificar a existência de deficiências e excessos de

nutrientes para direcionar a programação de pesquisas regionais de adubação.

HIROCE et al. (1989) realizaram estudos sobre a situação do estado nutricional de 54

vinhedos da cv. Niagara Rosada, 2 da cv. Itália e 2 da cv. Rubi, situados no município de

Itupeva-SP, utilizando análises de solo e de folhas. As amostras de solo foram retiradas a

50cm da planta na entrelinha e as amostras de folhas coletadas na época do pleno

florescimento. Concluíram que as áreas amostradas apresentavam em geral altos teores de

fósforo e 16% dos vinhedos estavam situados em solos com saturação por bases inferior a

50%. Verificaram também que houve correlação positiva entre os baixos teores de cálcio no

solo com os teores de cálcio nas folhas, não havendo, no entanto relações com a

produtividade.

TONIETTO (1994) realizou um diagnóstico nutricional em 19 vinhedos da cv. Isabel

e dez da cv. Concord, no município de Bento Gonçalves, RS. Com base nos limites críticos

adotados por Kenworthy, verificou que os vinhedos apresentaram teores considerados

normais de N, P, K e B. A maioria dos vinhedos apresentou nível de Ca abaixo do normal, e

Mg a nível insuficiente. Os baixos teores de cálcio e magnésio nas folhas, correlacionaram-se

com os altos teores de potássio no solo. A relação K/Mg para os vinhedos de ‘Isabel’ foi de

11,1 e para os de ‘Concord’, 37, ambas consideradas muito altas. Concluiu-se, também, que o

pH do solo teve correlação com os dados de análise foliar, visto que as amostras de solo

apresentavam valores de pH situados na faixa de 4,7 a 5,5, indicando a necessidade de

correção do solo.

DAL BÓ et al. (1989) realizaram levantamento do estado nutricional de 50 vinhedos

no Vale do Rio do Peixe (SC) utilizando análises de solo e de folha. Com relação às análises

de solo, 79% dos vinhedos apresentavam pH acima de 5,5 na camada superficial, havendo na

maioria dos casos baixos teores de potássio disponível e baixos teores de fósforo. A presença

de baixos teores de potássio e excesso de magnésio foi o problema nutricional mais freqüente

detectado pela análise foliar. A produtividade dos vinhedos correlacionou-se positivamente

com o teor de potássio e com a relação K/Mg nos pecíolos, havendo uma correlação negativa

com o teor de magnésio. Os teores de potássio no solo e no pecíolo correlacionaram-se

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positivamente. Entretanto, os teores de potássio no solo foram bastantes elevados não

indicando a possibilidade de ocorrer deficiência.

Em levantamento nutricional dos vinhedos da região de Caldas-MG, REGINA et al.

(1998) concluíram que 96,5% dos vinhedos analisados encontravam-se em solos com níveis

de acidez médio a elevado, sendo que 59,65% apresentavam pH inferior a 5,0. Aliado ao

baixo pH, 75,4% dos vinhedos apresentaram altos níveis de H + Al e 70,2% tinham menos de

50% de saturação por bases, sendo estes os principais responsáveis pela baixa produtividade

da cultura na região. Os teores de fósforo no solo também foram classificados como muito

altos. Dos resultados da análise foliar destacavam-se os baixos níveis de K com 57,6% das

parcelas abaixo dos níveis ideais entre 8,0 a 16g kg-1, o cálcio, com 83,0% abaixo de 16,0g

kg-1 e o boro com 100% das amostras abaixo dos níveis ideais de 30,0mg Kg-1.

YENER et al. (2002) citados por TECCHIO (2005), avaliaram, em Alasehir, na

Turquia, o estado nutricional de vinhedos de ‘Kavaklidere`, correlacionando os resultados de

análise de solo, folha, limbo e pecíolo coletadas durante o pleno florescimento e no inicio da

maturação dos bagos. Obtiveram correlações significativas entre os teores de P, K, Mg, Zn,

Mn e Cu nas amostras foliares com os teores destes nutrientes no solo.

SHARMA et al. (2003) citados por TECCHIO (2005),em estudo realizado na Índia,

avaliaram as causas de desordens nutricionais em cinco combinações de copa e porta enxerto.

Os principais problemas encontrados nos vinhedos de baixa produtividade foram os baixos

teores de potássio nas folhas, seguidos de altos teores de magnésio. As relações K/Ca, K/Mg

e K/(Ca+Mg) nos pecíolos foram significativamente menores nas áreas com desordens

nutricionais.

TECCHIO et al. (2006) realizaram nos municípios de Jundiaí e Louveira-SP um

levantamento do estado nutricional e de produtividade de vinhedos de ´Niagara Rosada´.

Verificaram que a baixa produtividade verificada esteve relacionada ao excesso de nutrientes

no solo, especialmente cálcio e magnésio, em função da calagem e adubação terem sido

realizadas sem levar em consideração a análise do solo. A produtividade correlacionou-se

positivamente com os teores de potássio no solo, a relação K/Mg nas folhas e os teores de

potássio nas folhas; e negativamente com a relação (Ca+Mg)/K no solo e os teores de cálcio e

magnésio nas folhas, exibindo o antagonismo entre o magnésio e o potássio.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização das áreas experimentais e principais técnicas de cultivo

O município de São Miguel Arcanjo situa-se ao sudoeste do estado de São Paulo a

23º88’S e 47º09’O, com altitude de 660m, médias anuais de precipitação pluvial de 1.396mm

e temperatura média anual de 20,0ºC. Em relação ao número de horas de frio, a altitude

compensa a latitude, permitindo a prática da viticultura de clima temperado. De acordo com a

classificação da EMBRAPA (1999), há predomínio do solo Argissolo Vermelho-Amarelo.

Para a cultivar Niagara Rosada o sistema de condução predominante é espaldeira, com

as plantas espaçadas em 0,70 a 0,80m x 1,50 a 1,70m, com densidade dos vinhedos variando

de 5.555 a 8.403 plantas por hectare e idade das plantas de 3 a 9 anos. A poda de inverno

ocorre nos meses de agosto a outubro e a colheita, de janeiro a fevereiro. O porta-enxerto

mais utilizado para a ‘Niagara Rosada’ é o Ripária do Traviú.

3.2 A seleção dos vinhedos.

No levantamento do estado nutricional da uva ‘Niagara Rosada’ em São Miguel

Arcanjo-SP, foram selecionados, no ano de 2007, vinte e quatro vinhedos. A base para

escolha dos vinhedos foram as semelhanças nas técnicas de condução, práticas culturais,

espaçamento, data de poda e idade das plantas.

As plantas dessa cultivar estavam enxertadas sobre o porta-enxerto ‘Ripária do

Traviú’, sendo conduzidas no sistema de espaldeira.

Foi realizada uma avaliação detalhada dos vinhedos amostrados por meio de

questionário abordando práticas culturais realizadas pelos produtores.

3.3 Amostragem de solo.

As amostragens de solo foram realizadas em novembro de 2007. Em cada vinhedo

foram coletadas vinte amostras de solo, nas camadas de 0-20cm e 20-40cm, próximas à linha

e entrelinha de plantio, para compor quatro amostras compostas. Para amostragem, foi

utilizado um trado do tipo ‘sondaterra’. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos

e enviadas ao Laboratório de Fertilidade do Solo do Instituto Agronômico de Campinas onde

foram submetidas à análise química de pH em Cloreto de Cálcio (CaCl2) , matéria orgânica,

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fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), acidez potencial (H+Al),

seguindo os métodos descritos por RAIJ et al. (2001) e os teores de boro (B), cobre (Cu),

zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn) segundo a metodologia proposta por CAMARGO et

al. (1986).

Para a interpretação dos resultados das análises de solo, seguiram-se os limites

propostos por RAIJ et al. (1997) conforme as tabelas 2 e 3.

Tabela 2 – Limites de interpretação das determinações relacionadas com a acidez da camada arável do solo, utilizando os limites propostos por RAIJ et al. (1997).

Acidez pH em CaCl2 Saturação por bases V% Muito alta Até 4,3 Muito baixa 0-25

Alta 4,4-5,0 Baixa 26-50 Média 5,1-5,5 Média 51-70 Baixa 5,6-6,0 Alta 71-90

Muito baixa >6,0 Muito alta >90 FONTE: RAIJ et al. (1997)

Tabela 3 – Limites de interpretação de teores de potássio e de fósforo em solos, utilizando os limites propostos por RAIJ et al. (1997).

Teor Produção K+ trocável P resina

% mmolc.dm-3 �M.dm-3

Muito Baixo 0-70 0,0-0,7 0-5 Baixo 71-90 0,8-1,5 06-12 Médio 91-100 1,6-3,0 13-30 Alto >100 3,1-6,0 31-60 Muito alto >100 >6,0 >60

FONTE: RAIJ et al. (1997)

3.4 Amostragem de folhas.

As amostragens para a análise foliar foram realizadas durante o pleno florescimento

das videiras, sendo amostradas folhas completas e sadias, sendo a primeira folha recém

madura do ápice para a base. As amostragens de folhas foram realizadas durante um ciclo de

produção no período de 23 de outubro a 7 de novembro de 2007.

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Foram selecionadas e marcadas, vinte plantas por vinhedo, sendo amostradas seis

folhas por planta, sendo que três permaneceram inteiras e três separadas em limbo e pecíolo

no momento da coleta. Estas amostras foram acondicionadas em sacos de papel e enviadas ao

laboratório para análise química, no Laboratório de Fertilidade do Solo do Instituto

Agronômico de Campinas. Determinou-se os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn e

Zn, segundo metodologia descrita por MALAVOLTA et al. (1997).

3.5 Produtividade

Os dados de produtividade de cada vinhedo foram obtidos dos próprios produtores.

Esses dados de produtividade foram aferidos mediante estimativa da produtividade realizada

nas vinte plantas representativas de cada vinhedo, selecionadas na ocasião da amostragem de

folhas.

3.6 Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação

As normas para o sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS) e as faixas

de concentração de nutrientes de tecido foliar foram obtidos a partir da relação entre

produtividade e teores de N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Fe, Mn, Zn e S de folhas completas, em

vinhedos com a cultivar Niagara Rosada.

Os desvios foram calculados de acordo com WALWORTH & SUMNER (1987). O

conjunto de dados foi separado em duas sub-populações (A=alta, e B=baixa produtividade).

As duas sub-populações foram divididas levando-se em consideração o valor médio da

produtividade, onde as produtividades que estavam acima da média foram classificadas como

‘alta’ e as que se encontravam abaixo, como ‘baixa’.

As funções intermediárias para a geração dos índices DRIS foram calculadas pela

fórmula proposta por JONES (1981) (1):

f(X/Y) = (X/Y – x/y) . K/s (1)

Na qual:

X/Y = valor da relação entre as concentrações dos dois nutrientes

na planta sob diagnóstico;

x/y = valor ótimo (norma) para a relação entre os nutrientes;

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K = 10 (constante de valor arbitrário), e

s = desvio-padrão da relação x/y (norma) na população de referência.

Os índices DRIS para cada nutriente (NI, PI, KI, CaI, MgI,BI, CuI , FeI, MnI e ZnI,

SI) foram determinados segundo WALWORTH & SUMNER (1987). O índice de balanço

nutricional (IBN) foi calculado somando-se os valores em módulo obtidos para cada nutriente

(2):

IBN = | NI | + | PI | +| KI | +| CaI | +| MgI | + | BI | + | CuI | + | FeI |+| MnI | + | ZnI | + |SI|

(2)

Por fim, a relação entre o IBN e a produtividade dos vinhedos foi modelada por meio

do ajuste de uma função matemática. Calculou-se, também, o coeficiente de determinação

(R2) do modelo, o qual representa, em porcentagem, quanto da variação da produtividade dos

vinhedos pode ser explicada pela relação ajustada.

Teores de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn foliares ideais para videira foram

estimados por meio de regressão múltipla entre as concentrações na folha diagnóstico e

índices DRIS para todos os nutrientes. (Seguindo-se as recomendações de JOSEPH &

RANGANATHAN (1996), optou-se pelo emprego de regressões múltiplas, pois, desse modo,

foram consideradas as possíveis interações entre nutrientes na determinação dos teores

ideais).

No modelo de regressão múltipla, tem-se que (3):

CF = b0 + b1NI + b2PI + b3KI + b4CaI + b5MgI + b6BI + b7CuI + b8FeI +

b9MnI + b10ZnI + b11SI (3)

Na qual:

CF = concentração foliar de um nutriente em particular;

NI, PI, KI, CaI, MgI, BI, CuI , FeI, MnI, ZnI e SI = índices DRIS.

Os índices DRIS (NI, PI, KI, CaI, MgI, BI, CuI , FeI, MnI, ZnI e SI) não são

independentes, pois apresentam a seguinte relação (4):

NI+ PI+ KI+ CaI+ MgI+ BI+ CuI+ FeI+ MnI+ ZnI + SI= 0 (4)

Assim o número de variáveis independentes da regressão múltipla pode ser reduzido,

empregando-se a relação descrita na equação 4, obtendo-se o seguinte modelo reduzido (5):

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CF = b0 + b1X1 + b2X2 + b3X3 + b4X4 + b5 X5 + b6X6 + b7X7 + b8X8 + b9X9 +

b10X10 + b11X11 (5)

na qual:

CF = concentração foliar de um nutriente em particular;

X1 a X11 = índices DRIS para onze nutrientes selecionados.

Nesse modelo, somente os onze índices DRIS que apresentaram as maiores

correlações com as concentrações foliares (CF), foram selecionados para a regressão.

Posteriormente, foram ajustadas regressões seguindo o modelo reduzido (equação 5). As

concentrações foliares de N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Fe, Mn, Zn e S ótimas para ‘Niagara

Rosada’ foram obtidas igualando-se todos os índices a zero na equação reduzida (equação 5),

pois, teoricamente, quando todos esses índices tendem a zero, tem-se a condição ótima de

equilíbrio nutricional da planta. Por fim, foram associados intervalos de confiança (IC 99%)

às estimativas dos teores ótimos de N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Fe, Mn, Zn e S para uva, gerados

a partir das normas DRIS.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Análise de solo

Nas tabelas 4 a 7 estão representados os resultados médios, coeficiente de variação,

valores mínimo e máximo das análises de solos em amostras coletadas na linha e entrelinha

de plantio a 0-20 e 20-40cm de profundidade em 24 vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região

de São Miguel Arcanjo-SP.

Tabela 4 - Resultados médios da análise química do solo em amostragens realizadas nas linhas de plantio a 0-20cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.

MO pH S P K Ca Mg H+Al Resultados g.dm-3 CaCl2 mg.dm-3 -----------------mmolc.dm-3-----------

Média 29 5,6 11,3 69 3 55 15,5 24,7 CV% 22 8,9 71,6 83 39 54 80,8 34,5 Mínimo 17 4,4 0,0 15 1 11 2,0 13,0 Máximo 43 6,5 32,0 213 7 137 69,0 42,0 SB CTC V% B Cu Fe Mn Zn Resultados mmolc.dm-3 --------------mg.dm-3 -------------- Média 73,1 97,9 71,3 0 9 43 14 2 CV% 55,4 38,9 20,3 34 75 40 91 57 Mínimo 14,9 49,2 30,0 0 2 15 1 1 Máximo 209,6 227,8 92,0 0 30 84 49 5

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Tabela 5 - Resultados médios da análise química do solo em amostragens realizadas nas linhas de plantio a 20-40cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.

MO pH S P K Ca Mg H+Al Resultados g.dm-3 CaCl2 mg.dm-3 -----------------mmolc.dm-3------------

Média 22 5,0 23,0 28 2 28 8,3 36,2 CV% 21 11,6 67,9 131 53 61 52,3 45,4 Mínimo 13 4,3 0,0 5 1 9 1,0 16,0 Máximo 29 6,3 59,0 142 4 75 18,0 80,0 SB CTC V% B Cu Fe Mn Zn Resultados mmolc.dm-3 --------------mg.dm-3 -------------- Média 38,6 75,0 49,8 0 4 42 10 1 CV% 56,1 29,4 36,4 40 98 39 111 74 Mínimo 11,0 44,9 24,0 0 1 11 0 0 Máximo 92,5 126,7 85,0 1 16 78 49 3

Tabela 6 – Resultados médios da análise química do solo em amostragens realizadas nas entrelinhas de plantio a 0-20cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.

MO pH S P K Ca Mg H+Al

Resultados g.dm-3 CaCl2 mg.dm-3 -----------------mmolc.dm-3-------------

- Média 39 6,4 29,8 702 6 208 25,3 15,3 CV% 20 4,6 135,3 32 44 44 42,3 26,9 Mínimo 8 0,3 5,0 32 2 44 10,7 4,1 Máximo 55 6,9 194,0 1100 44 393 67,0 28,0 SB CTC V% B Cu Fe Mn Zn Resultados mmolc.dm-3 --------------mg.dm-3 -------------- Média 238,4 253,8 92,8 1 13 38 14 8 CV% 41,9 38,7 4,6 90 71 41 50 48 Mínimo 41,9 38,7 4,3 0 2 16 6 2 Máximo 431,4 444,7 97,0 90 71 71 50 48

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Tabela 7 - Resultados médios da análise química do solo em amostragens realizadas nas entrelinhas de plantio a 20-40cm de profundidade, em vinhedos de ‘Niagara Rosada’ na região de São Miguel Arcanjo, SP.

MO pH S P K Ca Mg H+Al Resultados g.dm-3 CaCl2 mg.dm-3 -----------------mmolc.dm-3--------------

Média 22 5,6 47,5 110 5 48 12 27,3 CV% 18 10,1 77,6 50 35 32 38 44,7 Mínimo 4 0,6 4,0 12 2 16 5 12,2 Máximo 29 10,1 120,0 222 35 70 38 64,0 SB CTC V% B Cu Fe Mn Zn Resultados mmolc.dm-3 --------------mg.dm-3 -------------- Média 64,6 92,1 69,8 1 3 39 9 1,2 CV% 31,4 25,9 16,0 99 95 42 104 53,9 Mínimo 20,3 23,9 11,2 0 1 12 1 0,3 Máximo 103,8 149,8 87,0 99 95 78 104 53,9

As amostras coletadas na entrelinhas de plantio (Tabela 6) na profundidade de 0-

20cm, apresentaram os maiores valores nas características avaliadas, à exceção da acidez

potencial e dos teores de enxofre. Isso ocorre em função da adubação de manutenção feita

anualmente nos vinhedos, sendo realizadas na entrelinha de plantio em 100% dos vinhedos

pesquisados.

Quanto à acidez potencial os maiores valores na profundidade de 20-40cm

decorreram da menor quantidade de bases trocáveis e ao menor pH nesta camada de solo. Nas

amostras realizadas na linha de plantio, os valores médios são menores, em ambas as

profundidades, quando comparados com as amostras na entrelinha.

Para explicar os baixos teores de enxofre encontrados na entrelinha de plantio na

profundidade de 0-20cm, RAIJ et al. (1997) ressaltam que é comum haver acúmulo de sulfato

abaixo da camada arável, devendo-se levar em conta, também, os teores da camada de 20-

40cm de profundidade. Segundo OSÓRIO FILHO (2006), o S contido principalmente na

matéria orgânica pode ser rapidamente mineralizado e perdido por lixiviação. Além disso, a

aplicação de calcário e fosfatos solúveis em superfície favorece a movimentação do sulfato

(SO4-2) para camadas mais profundas, inacessíveis às raízes.

TECCHIO (2005) em levantamento do estado nutricional de ‘Niagara Rosada’ nos

municípios de Jundiaí e Louveira-SP, verificou também que na entrelinha de plantio na

profundidade de 0-20cm a maioria das características avaliadas apresentou as maiores médias

e valores limites, com exceção dos teores de potássio e acidez potencial.

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Em relação aos valores dos limites máximos, destacou-se o teor altíssimo de fósforo,

atingindo até 1.100mg.dm-3 . Segundo TERRA (2000), são raros os efeitos negativos de

excesso de fósforo, que implicam em maior acidez do suco celular e menor sucosidade da

polpa. HIROCE et al. (1989), GERGOLETTI (1995), REGINA et al. (1998), COSTA (1998)

E TECCHIO (2005), em levantamentos nutricionais, também encontraram altos teores de

fósforo nas análises químicas do solo.

Os gráficos da figura 1-A e 1-B ilustram a distribuição percentual dos vinte e quatro

vinhedos selecionados nas regiões, em função das características químicas dos solos.

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Figura 1-A - Distribuição porcentual dos vinte e quatro vinhedos no município de São Miguel Arcanjo-SP, em função das análises químicas dos solos, São Miguel Arcanjo, 2007. Continua.

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Figura 1-B – Distribuição porcentual dos vinte e quatro vinhedos no município de São Miguel Arcanjo-SP, em função das análises químicas dos solos, São Miguel Arcanjo, 2007. (Continuação)

Em relação ao valor pH das amostras de solo coletadas na entrelinha de plantio na

profundidade de 0-20cm, notou-se que aproximadamente 88% dos vinhedos pesquisados

apresentavam valores acima de 6 em CaCl2. RAIJ et al. (1997) consideram a acidez muito

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baixa de acordo com os limites de interpretação das determinações relacionadas com a acidez

da camada arável do solo.

Os teores de matéria orgânica do solo apresentaram valores acima de 25 g.dm-3, com

exceção das amostras coletadas na linha e entrelinha de plantio nas profundidades de 0-20cm.

Isso se deve em função do local de adubação orgânica, que é realizada na camada mais

superficial do solo (0-20cm).

Em relação ao fósforo, verificou-se que a maior porcentagem dos solos coletados na

entrelinha dos vinhedos, nas duas profundidades, encontrou-se com teores acima de

60mg.dm-3, considerados muito altos por RAIJ et al. (1997). Esses valores altíssimos são em

função da adubação fosfatada excessiva e localizada na entrelinha de plantio.

Quanto aos teores de cálcio, 100% dos vinhedos apresentaram teores acima

7mmolc.dm-3, sendo considerados altos.

Os teores de magnésio também foram considerados altos em mais de 79% das

amostragens, sendo superiores a 8mmolc.dm-3, com exceção da amostra coletada na linha de

plantio na profundidade de 20-40cm. Os altos teores de cálcio e magnésio no solo são

decorrentes do excesso de calagem, que, normalmente são realizadas sem levar em

consideração a análise química do solo.

Os teores de potássio encontraram-se, nas amostras de solo coletadas na entrelinha de

0-20 e 20-40cm, na faixa de 3,1-6,0mmolc.dm-3. A porcentagem obtida nas amostras

realizadas próximas a planta a 0-20cm de profundidade, foi de 54%, na faixa de 0,8-1,5

mmolc.dm-3. Isso se deve em função da adubação potássica de cobertura, que é realizada ao

redor da planta.

Na distribuição porcentual dos vinhedos, a maior parte dos vinhedos apresentaram

teores de enxofre acima de 10mg.dm-3 principalmente na profundidade de 20-40cm, RAIJ et

al. (1997) ressaltam que é comum haver acúmulo de sulfato abaixo da camada arável do solo.

Quase 100% dos vinhedos apresentaram teores de cobre acima de 0,8mg.dm-3,

considerados muito altos. Segundo CASALI et al. (2008) as aplicações sucessivas de

fungicidas cúpricos em videiras podem aumentar o teor de cobre total do solo e modificar a

sua distribuição e dessorção no perfil do solo

Assim também ocorreu com os teores de ferro, onde quase todos os vinhedos

apresentaram teores acima de 12mg.dm-3, considerados muito altos. Segundo

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ALBUQUERQUE et al. (2005) este resultado pode ser, de certa forma, explicado pelas

pulverizações foliares realizadas com esses nutrientes

Em relação à V% observou-se que a distribuição percentual dos vinhedos foi

semelhante a que ocorreu com o pH, mostrando a estreita relação existente entre tais medidas.

Na profundidade de 0-20cm, 100% das amostras na entrelinha de plantio apresentou valor de

saturação por bases acima de 71%. Destacou-se a V% acima de 90% em 79% das amostras

realizadas na entrelinha de plantio a 0-20cm de profundidade, sendo o excesso de calagem

responsável por esses resultados.

Os teores de boro no solo considerados adequados para a cultura da videira variam de

0,20 a 0,60mg.dm-3 e os encontrados nas amostras de solo foram um pouco acima de

0,60mg.dm-3. Os maiores teores de boro encontrados nas amostras realizadas na entrelinha de

plantio estão relacionados aos altos teores de matéria orgânica que é a principal fonte deste

micronutriente.

4.2 Produtividade

Na tabela 8 são apresentados os resultados do número de plantas por hectare e a

produtividade de cada um dos 24 vinhedos pesquisados na região de São Miguel Arcanjo, SP.

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31

Tabela 8 – Médias do número de planta/ha e da produtividade (t/ha) de cada um dos 24 vinhedos selecionados da região de São Miguel Arcanjo, SP, 2007.

Propriedade Plantas/ha Produtividade 1 6944,4 26,3 2 6944,4 20,0 4 6172,8 11,1 5 6734,0 20,1 6 6734,0 20,8 7 7168,5 20,3 8 7407,4 24,7 11 6944,4 19,4 13 6944,4 11,1 14 7407,4 11,1 15 6944,4 26,3 17 6944,4 7,4 20 6944,4 19,4 22 7407,4 19,6 3 6944,4 17,4 9 6734,0 14,8 10 6734,0 26,9 12 6944,4 13,0 16 7407,4 11,1 18 7812,5 18,1 19 7812,5 13,5 21 8403,4 23,1 23 5555,6 6,8 24 6944,4 6,3

Média 7039,0 17,0 Mínimo 5555,6 6,3 Máximo 8403,4 26,9

4.2.1 Correlação: Produtividade (t.ha-1) versus Análise de solo e de folhas

A produtividade não se correlacionou significativamente com nenhum nutriente do

solo, havendo, no entanto correlações com os teores foliares de nutrientes.

A produtividade correlacionou-se positivamente com o teor de boro na folha completa

e com o teor de boro no pecíolo. A correlação foi de 0,48 na folha completa e 0,42 no pecíolo

conforme pode ser observado na figura 2. Para os demais nutrientes não houve correlação

com a produtividade.

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32

O boro é um micronutriente extremamente importante para a videira ‘Niagara

Rosada’, que em sua deficiência causa má fecundação, condicionando a formação de cachos

ralos e mal formados (MELLO, 2002).

A EMPRESA CATARINENSE DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (1986) citado

por ESALQ (2008) relata que a deficiência de boro tem sido a causa de baixas produções em

algumas regiões do Estado e os levantamentos nutricionais feitos pela entidade revelaram

sintomas típicos de deficiência do nutriente nas cultivares viníferas Merlot e Cabernet,

enquanto que as variedades americanas mostraram-se sem sintomas.

BOTELHO et al. (2004) verificaram que videiras com baixos teores de boro

apresentaram baixa porcentagem de gemas férteis, podendo estar relacionado a uma redução

da produção de citocininas pela carência desse nutriente, comprometendo a produtividade.

Dentre os micronutrientes, o boro e o zinco merecem especial atenção por se tratar de

elementos cujas deficiências aparecem em maior freqüência nas culturas e por estarem

diretamente relacionados à formação e à qualidade da colheita (MALAVOLTA et al., 1997).

Segundo LOPES (1999), a matéria orgânica é uma fonte de boro para a solução do

solo e condições de seca reduzem o crescimento de raízes, induzindo a menor exploração do

volume do solo, o que leva a um menor índice de absorção de nutrientes, inclusive boro.

KUNIYUKI et al. (1985) verificaram que a anomalia da cultivar de videira Niagara

Rosada, caracterizada por sintomas de clorose nas folhas, chocolate das bagas e cachos

malformados, não é de natureza virótica, de acordo com resultados de testes de transmissão e

de perpetuação. Essa anomalia, presente em áreas definidas de alguns vinhedos de Indaiatuba

e Jundiaí (SP), está associada à deficiência nutricional de boro.

Figura 2 - Correlações entre produtividade de ‘Niagara Rosada’ com teor de B na folha completa e no pecíolo, São Miguel Arcanjo, 2007.

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33

4.3 Correlações análise de solo versus análise de folhas

Houve inúmeras correlações entre os resultados das análises de solo com os teores de

nutrientes na folha da ‘Niagara Rosada’. No entanto, somente mostraram-se resultados

significativos manganês, fósforo, potássio, cálcio e magnésio.

Os teores de manganês no solo (linha e entrelinha, profundidades de 0-20 e de 20-

40cm) correlacionaram positivamente com os teores de manganês foliares (folha completa,

limbo e pecíolo) (Figura 3).

Figura 3 - Correlações de Mn no solo e o teor de Mn foliares, na linha de plantio, de 0-20 e de 20-40cm de profundidade, São Miguel Arcanjo, 2007.

Segundo TERRA et al. (2007), em avaliação do estado nutricional da videira ‘Itália’

na região de São Miguel Arcanjo-SP verificaram que os teores foliares de Mn, Cu e Zn

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34

encontravam-se em excesso devido à contaminação causada pela aplicação de fungicidas

contendo esses micronutrientes nos vinhedos da região.

ABREU et al. (1997) explicam que os micronutrientes, com exceção do ferro,

apresentam efeito residual das adubações que pode estender-se por vários anos, dependendo

das quantidades aplicada. Assim a análise de solo pode ser usada para acompanhar as

variações sendo, em geral, bastante fácil atingir valores altos. Essa é uma informação

especialmente importante, no caso de culturas que recebem várias aplicações por ano,

possibilitando com análise de solo, evitar acúmulos que podem tornar-se tóxicos.

Houve correlação negativa entre os teores de fósforo no solo com os teores de

potássio na folha completa (linha 0-20cm e 20-40cm) (Figura 4).

Figura 4 - Correlações entre o teor de fósforo no solo e o teor de potássio na folha completa (linha, 0-20cm e 20-40cm de profundidade), São Miguel Arcanjo, 2007.

ALVARENGA et al. (2005) em experimento realizado no município de Patrocínio –

MG, avaliaram a concentração foliar de macronutrientes no cafeeiro (Coffea arabica L.) em

função de diferentes fontes e doses de fósforo (P2O5) aplicadas no sulco de plantio.

Verificaram que o fosfato de Araxá proporcionou maior concentração foliar de potássio no

cafeeiro. MALAVOLTA (1980) relata que as maiores doses de P na solução do solo

favorecem a absorção de K, aumentando a concentração deste nutriente nas folhas. No

presente trabalho ao contrário do que foram relatados por esses autores verificou-se que se

aumentando o teor de fósforo no solo houve diminuição do teor de potássio na folha

completa, devendo-se isso, provavelmente, aos teores elevados de fósforo nas camadas de 0-

20cm e 20-40cm, dificultando assim a absorção de potássio pelas plantas.

Correlacionaram negativamente os teores de cálcio no solo (linha 0-20cm) com os

teores de potássio na folha completa e no limbo (Figura 5).

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35

Figura 5 - Correlações entre o teor de Ca no solo e o teor de K na folha completa (linha, 0-20cm profundidade) e no limbo (linha, 0-20cm profundidade), São Miguel Arcanjo, 2007.

TONIETTO (1994) realizou um diagnóstico nutricional em 19 vinhedos da cv. Isabel

e 10 da cv. Concord, no município de Bento Gonçalves, RS. Em cada vinhedo foram

coletados pecíolos no início da maturação das bagas, determinando-se os teores de nutrientes

nas amostras. Com base nos limites críticos adotados por Kenworthy, verificou-se que os

vinhedos apresentaram teores considerados normais de N, P, K e B. A maioria dos vinhedos

apresentou nível de K e Ca abaixo do normal, e Mg a nível insuficiente. Os baixos teores de

Ca e Mg nas folhas correlacionaram-se com os altos teores de K no solo, comprovando o

antagonismo existente entre esses nutrientes.

ALTEMIR (2001) citado por TECCHIO (2005) avaliando o estado nutricional da

variedade de videira ‘Monastel’, em Salas Altas, Espanha, também detectou um ligeiro

desequilíbrio nutricional, em relação a altos teores de cálcio, seguidos de uma deficiência de

potássio nas folhas. Pelos resultados obtidos verificou a necessidade da adubação potássica,

pouco utilizada nos vinhedos amostrados.

Os teores de potássio no solo (profundidade 0-20 na entrelinha) correlacionaram

negativamente com os teores de fósforo (folha completa, limbo e pecíolo) (Figura 6).

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36

Figura 6 - Correlações entre o teor de potássio no solo (profundidade 0-20cm na entrelinha) e o teor foliar de fósforo, São Miguel Arcanjo, 2007.

Estudos relatam a existência da relação entre os teores de N com P e K. Por outro

lado, adubações pesadas com K podem induzir deficiência de Mg, entretanto a fertilização

com magnésio só exerce efeito positivo se a planta estiver devidamente suprida em K

(MANCIOT et al., 1979, MALAVOLTA 1997 citados por SILVA, 2005). Em solo sob

deficiência de K, UEXKULL (1985) citado por SILVA, 2005 constatou decréscimo de

nitrogênio e fósforo nas folhas das plantas.

Os teores de potássio no solo (profundidade 0-20cm na entrelinha) também

correlacionaram negativamente com os teores de cálcio na folha completa e pecíolo (Figura

7).

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37

Figura 7 - Correlações entre o teor de potássio no solo (profundidade 0-20cm na entrelinha) e o teor de cálcio na folha completa e no pecíolo, São Miguel Arcanjo, 2007. MAIA (2001) em experimento realizado em Matias Cardoso-MG, verificou os efeitos

da adubação nitrogenada, fosfatada e potássica sobre componentes de produção da bananeira

‘Prata Anã’, a qualidade e suscetibilidade do fruto ao dano mecânico e o acúmulo de

macronutrientes no fruto. Observou redução na concentração de potássio e aumento na

concentração de cálcio na matéria seca do fruto, em resposta ao aumento das doses de

fósforo. Doses crescentes de potássio reduziram a concentração de nitrogênio e aumentaram a

concentração de cálcio na matéria seca do fruto.

O teor de magnésio no solo (profundidade 0-20cm na entrelinha) teve correlação

negativa com o teor de potássio no pecíolo (Figura 8).

Figura 8 - Correlação entre o teor de Mg no solo e o teor de K no pecíolo, na entrelinha, profundidade de 0-20cm, São Miguel Arcanjo, 2007.

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38

Estes resultados corroboram com YENER et al. (2002), BORGES (2004) e

TECCHIO (2005), os quais afirmaram haver um antagonismo entre estes dois nutrientes.

4.4 Cálculo dos índices DRIS

Com base nos teores foliares de nutrientes foram calculados os índices DRIS (Tabela

10) pela metodologia de JONES (1981), apenas para folha completa pois foi o órgão da

planta que melhor se correlacionou com a produtividade de ‘Niagara Rosada’. Valores

negativos indicam limitação do nutriente em relação aos demais e valores positivos indicam

excesso; quanto mais próximos de zero estiverem estes índices, mais próximo estará a planta

do equilíbrio nutricional (WALWORTH & SUMNER, 1987).

O IBN indica o estado nutricional do vinhedo e quanto menor este índice, melhor o

equilíbrio nutricional. Porém, na tabela 9, observou-se que alguns vinhedos com baixa

produtividade apresentaram IBN inferior aos vinhedos com alta produtividade. Nem sempre

quando uma planta está em equilíbrio nutricional adequado, significa que ela terá alta

produtividade, sendo apenas o inverso verdadeiro (SNÖECK, 1984, citado por TERRA et al.,

2007).

Na tabela 9 podemos observar que o vinhedo 18 foi o que apresentou maior equilíbrio

nutricional, IBN igual a 33 e com a produtividade de 13 toneladas/ha de ‘Niagara Rosada’,

aproximadamente. O vinhedo com maior desequilíbrio nutricional foi o de número 15, com

IBN igual a 185 e produtividade de 17 toneladas/ha. Esses resultados estão de acordo com

TERRA et al. (2007), que também observaram que alguns vinhedos com baixa produtividade

apresentaram IBN inferior aos vinhedos da população de referência.

Teores foliares ideais de N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Fe, Mn, Zn e S foliares ideais para

videira foram estimados por meio de regressão múltipla entre as concentrações na folha

diagnóstico e índices DRIS para todos os nutrientes. Seguindo-se as recomendações de

JOSEPH & RANGANATHAN (1996), optou-se pelo emprego de regressões múltiplas, pois,

desse modo, são consideradas as possíveis interações entre nutrientes na determinação dos

teores ideais.

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39

Tab

ela

9 - Í

ndic

es D

RIS

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a ca

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nte

base

ado

na m

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olog

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(198

1).

Vin

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so

N

P K

C

a M

g B

C

u Fe

M

n Z

n S

24

6 14

6

8 -9

7

-15

0 20

-2

9 -1

7 15

14

0 M

n>Zn

>B>C

a>C

u>P>

Mg>

K>N

>S>F

e23

7

-2

-9

-6

6 12

6

-11

19

-1

-23

10

106

Zn>C

u>P>

K>N

>Mn>

Ca>

B>S

>Mg>

Fe12

7

-1

-16

-5

1 0

-10

11

-8

18

1 8

79

P>B

>Fe>

K>N

>Mg>

Ca>

Zn>S

>Cu>

Mn

3 11

10

0

-7

8 6

-28

-4

8 10

-5

4

90

B>K

>Zn>

Cu>

P>S>

Mg>

Ca>

Fe>N

>Mn

9 11

-1

1 2

15

-1

10

-4

-6

11

-9

1 -1

0 79

N

>S>M

n>C

u>B

>Ca>

Zn>P

>Mg>

Fe>K

19

11

-5

-9

-10

-8

1 -3

15

4

9 2

2 68

K

>P>C

a>N

>B>M

g>S>

Zn>F

e>M

n>C

u10

11

6

7 7

1 -1

-3

4

-16

-1

-4

0 52

Fe

>Zn>

B>M

n>M

g>S>

Ca>

Cu>

N>K

>P18

13

-1

1

-2

6 2

7 0

-9

-2

-3

1 33

Fe

>Zn>

Mn>

K>N

>Cu>

S>P>

Mg>

Ca>

B21

14

6

2 -4

-6

7

-11

11

5 -4

-1

0 4

71

B>Z

n>C

a>M

n.K

>P>S

>Fe>

N>M

g>C

u16

15

10

-6

-4

-8

14

0

0 -1

6 -3

10

4

74

Fe>C

a>P>

K>M

n>C

u>B

>S>Z

n>N

>Mg

15

17

-7

-7

-13

-12

-17

-5

78

-27

10

4 -5

18

5 Fe

>Mg>

K>C

a>N

>P>S

>B>Z

n>M

n>C

u20

18

4

-2

-9

11

-3

-5

-4

2 13

-1

3 7

74

ZN>K

>B>C

u>M

g.P>

Fe>N

>S>C

a>M

n8

19

-13

13

-18

12

-5

13

1 -6

-1

8

-4

94

K>N

>Fe>

Mg>

S>M

n>C

u>Zn

>Ca>

B>P

13

19

-1

-9

3 4

-5

8 14

-1

9 17

-5

-7

93

Fe

>P>S

>Mg>

Zn>N

>K>C

a>B

>Cu>

Mn

14

20

-4

-5

-5

-10

4 6

24

-9

2 0

-3

72

Ca>

Fe>K

>P>N

>S>Z

n>M

n>M

g>B

>Cu

2 20

2

-2

-1

4 -3

-1

7 12

3

6 -5

2

58

B>Z

n>M

g>P>

K>N

>S>F

e>C

a>M

n>C

u4

20

-2

5 2

8 5

8 10

-1

-1

8 -1

5 -2

78

M

n>Zn

>N>S

>Fe>

K>M

g>P>

Ca>

B>C

u6

20

-7

10

11

0 4

6 -2

-7

-4

-1

2 -1

63

Zn

>N>F

e>M

n>C

u>S>

Ca>

Mg>

B>P

>K5

21

5 1

9 -4

-5

-1

-2

-6

-5

8

1 45

Fe

>Mn>

Mg>

Ca>

Cu>

B>P

>S>N

>Zn>

K22

23

-1

4

-4

4 9

2 -1

5 -5

6

3 -4

56

C

u>Fe

>K>S

>N>B

>Zn>

P>C

a>M

n>M

g7

25

-4

-2

-5

-4

0 -1

-1

5

8 4

1 36

K

>Ca>

N>P

>B>C

u>M

g>S>

Zn>F

e>M

n11

26

3

-16

-7

-1

4 8

3 10

-3

5

-7

68

P>K

>S>M

n>C

a>N

>Cu>

Mg>

Zn>B

>Fe

1 26

1

-1

-9

6 -3

-8

-4

0

13

-1

8 55

K

>B>C

u>M

g>Zn

>P>F

e>N

>Ca>

S>M

n17

27

4

1 5

-12

-11

3 -2

1

-3

12

0 54

C

a>M

g>M

n>C

u>S>

Fe>P

>B>N

>K>Z

n

39

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40

Na tabela 10 estão representados os resultados da análise de regressão, onde o

coeficiente de interseção representa a faixa ótima de nutriente, baseada no índice DRIS

e teor de cada nutriente encontrado, acompanhado do seu fator de significação. Neste

caso, somente oito índices DRIS apresentaram resultados significantes nas análises de

regressão múltipla, que foram K, P, Ca, B, Cu, Fe, Mn e Zn. Com base nestes resultados

comparou-se com as faixas de teores de nutrientes em folha de videira (limbo+pecíolo),

coletadas no florescimento, de acordo com TERRA et al. (2003) (Tabela 11).

Tabela 10 – Faixa ótima de cada nutriente com base no Índice DRIS e Classe de teor, de acordo com análise de regressão múltipla realizada com os resultados encontrados nas análises foliares dos vinhedos de São Miguel Arcanjo-SP.

Nutriente Faixa ótima de nutriente

(IC* 95%)

Classe de teor

(TERRA et al., 2003)

K 14,2-15,0 Rápida carência/Ótimo

P 3,9-4,1 Ligeiro excesso/Excesso

Ca 11,0-11,7 Rápida carência

B 42,4-46,1 Rápida carência

Cu 14,8-16,0 Rápida carência

Fe 135,9-143,7 Ligeiro excesso

Mn 219,0-277,9 Ligeiro excesso

Zn 98,6-114,8 Ligeiro excesso

*IC=índice de confiança

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41

Tabela 11 – Faixas de teores de nutrientes em folha de videira (limbo+pecíolo), coletadas no florescimento, as mais recém maduras do ramo produtivo, de acordo com TERRA et al. (2003).

Nutriente Carência Rápida carência Ótimo Ligeiro excesso Excesso

(g.Kg-1)

N <26 26-29 30-35 36-40 >40

P <1,3 1,3-2,3 2,4-2,9 3,0-3,9 >3,9

K <7 7-14 15-20 21-29 >29

Ca <8 8-12 13-18 19-32 >32

Mg <3,0 3,0-4,7 4,8-5,3 5,4-10,0 >10,0

S <2,0 2,0-3,2 3,3-3,8 3,9-6,0 >6,0

(mg.Kg-1)

B <20 20-44 45-53 54-100 >100

Cu <5 5-17 18-22 23-40 >40

Fe <50 50-96 97-105 106-200 >200

Mn <20 20-66 67-73 74-300 >300

Zn <15 15-29 30-35 36-200 >200

FONTE: Boletim 100

As razões entre os teores foliares, calculadas para as populações de alta e baixa

produtividade, encontram-se nas tabelas 12-A, 12-B e 12-C.

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42

Tabela 12-A – Razões entre teores foliares observadas em populações de baixa e alta produtividade de videira ‘Niagara Rosada’, São Miguel Arcanjo-SP. (Continua)

Forma de expressão

População de baixa produtividade (1)

População de alta produtividade (3)

Média DP(2) Média DP(2) N/P 9,07 1,60 8,76 2,05 P/N 0,11 0,02 0,12 0,02 N/K 2,57 0,46 2,39 0,47 K/N 0,40 0,09 0,43 0,09 P/K 0,29 0,06 0,28 0,04 K/P 3,60 0,65 3,70 0,59 N/CA 2,99 0,57 3,01 0,54 CA/N 0,35 0,06 0,34 0,05 N/MG 14,35 1,85 15,04 2,69 MG/N 0,07 0,01 0,07 0,01 P/CA 0,33 0,06 0,35 0,07 CA/P 3,08 0,56 2,93 0,60 P/MG 1,62 0,33 1,76 0,32 MG/P 0,64 0,13 0,59 0,13 K/CA 1,20 0,29 1,31 0,37 CA/K 0,88 0,21 0,81 0,20 K/MG 5,73 1,05 6,51 1,68 MG/K 0,18 0,03 0,16 0,04 CA/MG 4,91 0,86 5,01 0,48 MG/CA 0,21 0,04 0,20 0,02 N/B 0,88 0,31 0,80 0,20 B/N 1,26 0,42 1,31 0,29 P/B 0,10 0,03 0,09 0,02 B/P 11,07 2,95 11,32 3,42 K/B 0,35 0,11 0,34 0,08 B/K 3,16 1,01 3,06 0,70 CA/B 0,29 0,08 0,27 0,08 B/CA 3,62 0,82 3,91 0,94 MG/B 0,06 0,02 0,05 0,01 B/MG 17,69 5,08 19,26 3,72 CU/B 0,47 0,22 0,37 0,14 B/CU 2,44 0,92 2,94 0,88 FE/B 3,59 1,45 3,34 0,85 B/FE 0,32 0,12 0,32 0,07 MN/B 7,01 3,99 6,10 3,46 B/MN 0,19 0,10 0,23 0,16 ZN/B 2,20 0,77 2,46 1,00 B/ZN 0,52 0,21 0,50 0,27

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43

Tabela 12-B – Continuação

N/CU 2,02 0,64 2,25 0,53 CU/N 0,57 0,27 0,46 0,10 P/CU 0,23 0,07 0,27 0,09 CU/P 5,07 2,41 4,05 1,23 K/CU 0,81 0,29 0,97 0,27 CU/K 1,44 0,71 1,10 0,29 CA/CU 0,69 0,24 0,76 0,22 CU/CA 1,69 0,86 1,38 0,29 MG/CU 0,14 0,05 0,15 0,05 CU/MG 8,23 4,71 6,93 1,65 FE/CU 8,46 3,86 9,32 1,90 CU/FE 0,15 0,09 0,11 0,02 MN/CU 15,39 7,20 16,96 9,47 CU/MN 0,08 0,04 0,08 0,06 ZN/CU 5,03 2,01 7,13 3,52 CU/ZN 0,22 0,07 0,18 0,10 N/FE 0,26 0,06 0,24 0,03 FE/N 4,10 0,96 4,17 0,44 P/FE 0,03 0,01 0,03 0,01 FE/P 36,86 9,72 36,96 11,77 K/FE 0,10 0,03 0,11 0,03 FE/K 10,43 2,75 10,05 2,63 CA/FE 0,09 0,02 0,08 0,01 FE/CA 12,13 3,13 12,55 2,37 MG/FE 0,02 0,00 0,02 0,00 FE/MG 57,79 9,93 62,48 10,83 MN/FE 2,16 1,25 1,75 0,73 FE/MN 0,70 0,61 0,69 0,36 ZN/FE 0,69 0,33 0,75 0,32 FE/ZE\N 1,85 1,07 1,55 0,60 N/MN 0,16 0,12 0,17 0,08 NM/N 8,24 4,00 7,26 3,09 P/MN 0,02 0,01 0,02 0,01 MN/P 76,22 43,60 63,45 27,90 K/MN 0,07 0,05 0,07 0,05 MN/K 21,36 10,95 18,06 10,09 CA/MN 0,05 0,03 0,06 0,04 MN/CA 23,70 10,81 21,55 8,25 MG/MN 0,01 0,01 0,01 0,01 MN/MG 119,62 63,93 108,65 46,55

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44

Tabela 12-C – Continuação

ZN/MN 0,39 0,20 0,49 0,27 MN/ZN 3,32 1,69 2,60 1,25 N/ZN 0,44 0,19 0,37 0,14 ZN/N 2,67 1,06 3,06 1,17 P/ZN 0,05 0,02 0,05 0,02 ZN/P 23,72 9,40 27,43 12,81 K/ZN 0,17 0,07 0,16 0,09 ZN/K 6,78 2,92 7,32 2,82 CA/ZN 0,15 0,06 0,13 0,07 ZN/CA 7,82 3,08 9,73 5,64 MG/ZN 0,03 0,01 0,03 0,01 ZN/MG 37,81 14,55 48,03 26,88 N/S 11,50 0,94 11,78 1,13 S/N 0,09 0,01 0,09 0,01 P/S 1,31 0,27 1,39 0,23 S/P 0,79 0,16 0,74 0,12 K/S 4,66 1,19 5,10 1,00 S/K 0,22 0,04 0,20 0,04 CA/S 3,94 0,64 3,98 0,57 S/CA 0,26 0,04 0,26 0,04 MG/S 0,81 0,11 0,80 0,14 S/MG 1,25 0,15 1,28 0,23 B/S 14,36 4,46 15,43 3,79 S/B 0,08 0,02 0,07 0,02 CU/S 6,48 3,03 5,44 1,18 S/CU 0,18 0,06 0,19 0,05 FE/S 46,68 9,27 49,24 7,94 S/FE 0,02 0,00 0,02 0,00 MN/S 94,19 45,70 84,07 31,84 S/MN 0,01 0,01 0,01 0,01 ZN/S 30,62 11,82 36,48 15,50 S/ZN 0,04 0,02 0,03 0,01 (1) produtividade <20t/ha; (2) Desvio padrão; (3) produtividade >20t/ha

O índice de balanço nutricional (IBN) foi calculado somando-se os valores em

módulo obtidos para cada nutriente. Calculou-se, também, o coeficiente de

determinação (R2) do modelo, o qual representa, em porcentagem, quanta da variação

da produtividade dos vinhedos pode ser explicada pela relação ajustada. A regressão

exponencial entre o IBN e a produtividade (Figura 9) revelou que a produção de frutos

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45

esteve significativamente associada ao estado nutricional das plantas (R2=0,3516,

p<0,0001).

Valores de IBN baixos são indicadores de plantas bem nutridas e

corresponderam às amostras de plantas com maior produtividade, ratificando a

importância do balanço nutricional para a produção de frutos. Esse índice tem sido

eficiente para demonstrar o efeito do balanço nutricional das plantas sobre a

produtividade para várias espécies frutíferas. MOURAO FILHO et al. (2002),

TEIXEIRA et al. (2007)

É obtido para cada nutriente o equilíbrio nutricional por meio do índice de

balanço nutricional (IBN), e permite estimar o quanto cada nutriente interfere na

produtividade. Para facilitar a visualização das relações entre IBN e Produtividade de

‘Niagara Rosada’, foi representado o valor de produtividade (t.ha-1) em função do valor

de IBN (Figura 9).

IBN x Produtividade

y = 34,334e-0,011x

R2 = 0,3516

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

0 50 100 150

IBN

Prod

utiv

idad

e (t

ha-1

)

Prod

Expon. (Prod)

Figura 9 - Relação entre Índice de Balanço Nutricional e Produtividade de ‘Niagara Rosada’, São Miguel Arcanjo-SP, 2008.

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46

5 CONCLUSÕES

a) Nas amostras químicas realizadas no meio da entrelinha de plantio, a 0-20cm de

profundidade, constataram-se maiores teores de nutrientes, especialmente de P,

Ca, Mg e do V%.

b) O fornecimento inadequado de fertilizantes potássicos e fosfatados contribuiu

para a relação antagônica entre magnésio e potássio conforme verificado neste

trabalho.

c) O DRIS mostrou-se um bom método para avaliar o estado nutricional da videira

cultivar Niagara Rosada, mas ainda fazem-se necessárias maiores comprovações

com experimentos controlados, como os de adubação, mais estudos com maior

numero de repetições.

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