100
INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO A REGENERAÇÃO E A ANDROGÊNESE IN VITRO FRANCINE LUNARDI FARIAS Orientador: PqC. Dr. Sérgio Augusto Morais Carbonell Co – orientadora: PqC. Dra. Ilene Ribeiro da Silva Passos Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia. Campinas, SP Fevereiro 2009

INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

INSTITUTO AGRONÔMICO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL

CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO A REGENERAÇÃO E A ANDROGÊNESE IN

VITRO

FRANCINE LUNARDI FARIAS

Orientador: PqC. Dr. Sérgio Augusto Morais Carbonell Co – orientadora: PqC. Dra. Ilene Ribeiro da Silva Passos

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia.

Campinas, SP Fevereiro 2009

Page 2: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico F224c Farias, Francine Lunardi Cultura de tecidos em Phaseolus vulgaris L. visando a regeneração e a androgênese in vitro / Francine Lunardi Farias. Campinas, 2009. 82 fls. Orientador: Sérgio Augusto Morais Carbonell Co-orientadora: Ilene Ribeiro da Silva Passos Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) - Instituto Agronômico

1. Feijão 2. Organogênese in vitro I. Carbonell, Sérgio Augusto Morais II. Passos, Ilene Ribeiro da Silva III. Título

CDD. 635.65

Page 3: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO
Page 4: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

iii

“Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres

e a outra é que tudo é um milagre”.

Albert Einstein

Page 5: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

iv

A Deus

DEDICO

Aos meus queridos pais,

Jose e Noilve

OFEREÇO

Page 6: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

v

AGRADECIMENTOS

- Primeiramente agradeço a Deus pela realização deste trabalho, pois creio que sem Seu

consentimento nada nos é permitido realizar;

- Agradeço em especial ao pesquisador Dr. Sérgio Augusto Morais Carbonell pela

confiança, orientação, amizade e pelos ensinamentos transmitidos;

- Em especial também agradeço a pesquisadora Dra. Ilene Ribeiro da Silva Passos pela

maravilhosa co-orientação, confiança, amizade, carinho e dedicação ao trabalho;

- Ao pesquisador Alisson Fernando Chiorato pela amizade, pelos ensinamentos e pelo

auxílio na elaboração desta dissertação;

- A funcionária do Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais Rauly M. R. Moretti

pela amizade e ensinamentos transmitidos;

- A estagiária do Centro de Recursos Genéticos Vegetais do IAC Silvia Letícia pela

amizade e auxílio na elaboração desta dissertação;

- Aos membros da banca Dr. Walter J. Siqueira e Dr. Lázaro E. P. Peres pelas

sugestões;

- A CAPES - Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior, pela

concessão da bolsa de estudos;

- Agradeço a todos os professores do curso de Pós Graduação pelos ensinamentos e

experiências, que com muita boa vontade nos foram compartilhadas;

- Às secretárias da Pós-Graduação Adilza, Célia e Elizabeth pela amizade e apoio ao

decorrer do curso;

- Aos meus queridos pais Jose e Noilve, pelo grande amor incondicional, incentivo,

apoio emocional e financeiro que me proporcionaram durante estes dois anos e,

também, por toda a minha vida, talvez não haja no mundo seres com o coração tão

nobre.

- Aos meus irmãos Fábio e Felipe agradeço pelo apoio emocional e financeiro, carinho e

incentivo. Também agradeço ao meu sobrinho Vinícius pelo doce carinho e alegria

contagiante, que mesmo longe foi de muita importância neste momento;

Page 7: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

vi

- Aos meus padrinhos Cesário Mattos e Margarete Farias Mattos, pelo apoio e incentivo

em todas as decisões da minha vida;

- A todos os amigos do curso de Pós Graduação do IAC;

- A todos os amigos e companheiros de trabalho que fizeram parte desta jornada e que

de forma direta e indireta auxiliaram na elaboração desta dissertação.

- Agradeço de forma especial aos queridos amigos e companheiros de todas as horas

Eliana e João Guilherme pela amizade, companheirismo, incentivo, auxílio e pelos

momentos de alegria compartilhados ao longo desses quase 3 anos de convívio. Fica

aqui a minha eterna gratidão por tudo aquilo que já fizeram por mim.

- Ao meu namorado Guilherme Bellinati de Carvalho agradeço pelo apoio, carinho e

incentivo a mim dedicado nessa ultima fase do mestrado.

Page 8: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

vii

SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................... x

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................... xi

RESUMO ...................................................................................................................... xiv

ABSTRACT .................................................................................................................. xvi

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 3

2.1 A cultura do feijão (P. vulgaris L.) ............................................................................ 3

2.2 Desenvolvimento de plantas via micropropagação pela proliferação de gemas pré-

existentes em feijão (P. vulgaris L.)................................................................................. 5

2.3 Regeneração de plantas via organogênese in vitro em feijão (P. vulgaris L.) ........... 8

2.3.1 Efeito das citocininas aplicadas na germinação in vitro sob a organogênese in vitro

em feijão (P. vulgaris L.)................................................................................................ 12

2.3.2 A utilização de agentes antioxidantes no cultivo in vitro para controle dos

compostos fenólicos ....................................................................................................... 14

2.3.3 A importância da organogênese in vitro para a produção de plantas transgênicas

em feijão (P. vulgaris L.)................................................................................................ 17

2.4 Regeneração de plantas haplóides por meio da androgênese in vitro em feijão (P.

vulgaris L.) ..................................................................................................................... 19

2.4.1 Desenvolvimento in vitro do micrósporo .............................................................. 22

2.4.2 Fatores externos que induzem o micrósporo a entrarem na via esporofítica......... 24

2.4.3 Relação entre estádio de desenvolvimento de micrósporos e tamanho do botão

floral ............................................................................................................................... 27

3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 28

3.1 Regeneração via organogênese direta e proliferação de gemas axilares de feijão

(P.vulgaris L.) ................................................................................................................ 28

3.1.1 Material Vegetal e estabelecimento in vitro das sementes de feijão (P.vulgaris L.)

........................................................................................................................................ 28

3.1.2 Efeito de explantes da região nodal entre os cotilédones e folhas primárias e região

nodal das folhas primárias de feijão (P.vulgaris L.)....................................................... 29

3.1.3 Efeito do ácido ascórbico na organogênese in vitro de feijão (P.vulgaris L.) ...... 30

Page 9: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

viii

3.1.4 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ em meio de indução na organogênese in vitro de

feijão (P.vulgaris L.) ...................................................................................................... 31

3.1.5 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ na proliferação de gemas axilares de feijão

(P.vulgaris L.) ................................................................................................................ 32

3.1.6 Proliferação de gemas axilares a partir de ápices meristemáticos de caules de

feijão (P.vulgaris L.) in vitro.......................................................................................... 32

3.1.7 Aclimatação de plantas.......................................................................................... 33

3.1.8 Análise estatística .................................................................................................. 33

3.2 Regeneração de plantas haplóides por meio da Androgênese em feijão (P.vulgaris

L.) ................................................................................................................................... 33

3.2.1 Cultura de anteras em feijão (P.vulgaris L.) ......................................................... 34

3.2.2. Cultura de micrósporos isolados em feijão (P.vulgaris L.).................................. 34

3.2.2.1 Relação entre tamanho de botão floral e estádio de desenvolvimento do

micrósporo ...................................................................................................................... 34

3.2.2.2 Efeito de choque térmico sob os micrósporos .................................................... 35

3.2.2.3 Experimentos de isolamento e cultivo de micrósporos ...................................... 36

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 41

4.1 Regeneração via organogênese direta e proliferação de gemas axilares de feijão ... 41

4.1.2 Efeito de explantes da região nodal entre os cotilédones e folhas primárias e região

nodal das folhas primárias .............................................................................................. 41

4.1.3 Efeito do ácido ascórbico na organogênese in vitro de feijão ............................... 42

4.1.4 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ na indução da organogênese in vitro de feijão

(P.vulgaris L.) ................................................................................................................ 45

4.1.5 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ na proliferação de gemas axilares de feijão

(P.vulgaris L.) ................................................................................................................ 46

4.2 Proliferação de gemas axilares a partir de ápices meristemáticos de caules de feijão

(P.vulgaris L.) in vitro .................................................................................................... 49

4.3 Androgênese ............................................................................................................. 52

4.3.1 Cultura de anteras de feijão (P. vulgaris L.). ........................................................ 52

4.3.2 Cultura de micrósporos isolados de feijão (P. vulgaris L.) ................................... 53

4.3.2.1 Estudo da relação entre tamanho de botão floral e estádio de desenvolvimento de

micrósporos. ................................................................................................................... 53

4.3.2.2 Efeito de choque térmico sob os micrósporos .................................................... 54

4.3.2.3 Experimentos de isolamento e cultivo de micrósporos ...................................... 56

Page 10: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

ix

4.2.2.4 Considerações gerais sobre os experimentos de cultivos de micrósporos isolados

........................................................................................................................................ 65

4.4 Considerações Finais ................................................................................................ 66

4.4.1. Organogênese in vitro em feijão........................................................................... 66

4.4.2 Androgênese em feijão .......................................................................................... 67

5 CONCLUSÕES........................................................................................................... 68

5.1 Organogênese in vitro em feijão............................................................................... 68

5.2 Androgênese em feijão ............................................................................................. 68

6 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 69

Page 11: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

x

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Experimentos de cultura de micrósporos isolados do cultivar de feijão (P.

vulgaris L) IAC-Alvorada e suas especificações. ......................................... 36

Tabela 2 – Interação entre a região do explante do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC

– Alvorada e a concentração de ácido ascórbico na porcentagem média de

oxidação desses explantes. ............................................................................ 45

Tabela 3 – Interação entre o meio de germinação e o meio de indução na freqüência

média relativa de desenvolvimento de plantas do cultivar de feijão (P.

vulgaris L.) IAC – Alvorada, para explantes da região nodal das folhas

primárias sem corte das gemas axilares......................................................... 47

Tabela 4 - Relação entre tamanho dos botões florais e fases da meiose em Phaseolus

vulgaris L. IAC – Alvorada........................................................................... 54

Tabela 5 – Experimentos de cultura de micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris

L.), IAC- Alvorada incluindo as suas especificações e indicação os que

apresentaram mudança estrutural semelhante a divisão celular. ................... 57

Page 12: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

xi

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Representação da plântula de feijão (P. vulgaris L.) e partes utilizadas

como explantes neste estudo. ................................................................ 29

Figura 2 - Freqüência média relativa de regeneração do cultivar de feijão (P.

vulgaris L.) IAC – Alvorada em função de diferentes regiões do

explante.................................................................................................. 42

Figura 3 – Porcentagem média de oxidação entre as diferentes concentrações de

ácido ascórbico sobre os explantes do cultivar de feijão (P. vulgaris L.)

IAC – Alvorada. .................................................................................... 43

Figura 4 – Porcentagem média de oxidação entre as diferentes regiões do explante

do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada........................... 44

Figura 5 - Freqüência média relativa de regeneração do cultivar de feijão (P.

vulgaris L.) IAC – Alvorada, sob diferentes concentrações hormonais: 0,

10 µM de 6-BA,15 µM de 6-BA e 10 µM de TDZ, para explantes da

região nodal das folhas primárias sem as gemas axilares...................... 46

Figura 6 - Freqüência média relativa de desenvolvimento de plantas do cultivar de

feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada para os diferentes tratamentos de

germinação e meios de indução para explantes da região nodal das

folhas primárias sem corte das gemas axilares...................................... 47

Figura 7 – (a, b e c) Explantes de tTCL’s da região nodal das folhas primárias do

cultivar de feijão (P. vulgaris L. ) IAC – Alvorada em meio contendo

10 µM de TDZ apresentando grande número de nódulos verdes; (d)

calos nesse meio com maior crescimento e (e e f) brotações provenientes

de gemas axilares multiplicadas. ........................................................... 48

Figura 8 – Explantes de tTCL’s provenientes da região nodal das folhas primárias

do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada em meio contendo

10 µM de 6-BA apresentando calos com nódulos e regenerações. ....... 49

Figura 9 – Número médio de formação de brotos provenientes de ápices de

plântulas do cultivar de feijão IAC-Alvorada cultivados em dois

diferentes meios..................................................................................... 50

Figura 10 - (a- 4 frascos da esquerda e b) Ápices do cultivar de feijão (P. vulgaris

L.) IAC – Alvorada, cultivados em meio MS + B5 + 3 µM de GA3,1 µM

Page 13: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

xii

de 6-BA, 10 µM de AgNO3; ( a- 4 frascos da direita e c) ápices do

mesmo cultivar cultivados em meio MS + B5 + 3 µM de GA3. ............ 50

Figura 11 – Freqüência média de formação de raízes em brotos provenientes ápices

de plântulas do cultivar de feijão IAC-Alvorada cultivados em dois

diferentes meios..................................................................................... 51

Figura 12 - (a) Calo formado da cultura de antera do cultivar de feijão (P. vulgaris

L.) IAC- Alvorada. (b) Células do filete e/ou conetivo da antera

dividindo e dando origem a calo, do mesmo cultivar............................ 52

Figura 13 - Fotomicrografias de micrósporos de Phaseolus vulgaris L. IAC -

Alvorada: (a) partir de botão floral com 3,5mm de comprimento e

preparado em CPW-13; e (b) botão floral com 5 mm de comprimento e

preparado com carmim acético 1,2%. Aumento das fotos: X900. ....... 53

Figura 14 – Freqüência de diferentes tipos de micrósporos da testemunha, cultivar

de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada. ............................................. 55

Figura 15 – Freqüência de diferentes tipos de micrósporos do cultivar de feijão (P.

vulgaris L.) IAC- Alvorada com seis dias de choque de frio (8 ± 1ºC). 56

Figura 16 – (a) Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada:

os quais não sofreram reestruturação organizacional do citoplasma após

choque de frio, (b) e com reestruturação organizacional do citoplasma

após o choque de frio (8 ± 1ºC). ............................................................ 56

Figura 17 – Micrósporo do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada

inviável. ................................................................................................. 57

Figura 18 – (a) Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada,

na forma de grão de pólen, (b) e em estádio mononucleado. ................ 58

Figura 19 – (a) Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada,

em possíveis divisões na placa 1, após seis dias de cultivo, (b e c) placa

2 após sete dias de cultivo. .................................................................... 59

Figura 20 – Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada,

isolados em meio K8P, solidificado com agarose 0,6%, onde a seta

indica uma possível formação de lamela média oriunda de divisão

interna do micrósporo............................................................................ 60

Figura 21 - Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada,

inviáveis, em meio K8 1x...................................................................... 61

Page 14: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

xiii

Figura 22 – Micrósporo do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, “tipo

estrela” em meio K8P 1x. ...................................................................... 62

Figura 23 – Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada,

cultivado em meio K8 1x e gotas de agarose, após seis dias de cultivo

apresentando mudanças estruturais que podem indicar múltiplos

vacúolos na célula ou entrada de água na célula. .................................. 63

Figura 24 - Micrósporo do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada,

cultivado em meio K8 1x e gotas de agarose (placa 4), após dois dias de

cultivo com mudança estrutural semelhante a um micrósporo

multicelular............................................................................................ 64

Page 15: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

xiv

FARIAS, Francine Lunardi. Cultura de tecidos em Phaseolus vulgaris L. visando a regeneração e a androgênese in vitro. 2009. 82f. Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) – Pós Graduação – IAC.

RESUMO Protocolos otimizados de regeneração de plantas a partir de células de plantas de feijão

(Phaseolus vulgaris L.) permitem a utilização da engenharia genética para

transformação dessas plantas e a obtenção de híbridos somáticos pela fusão de

protoplastos. A disponibilidade de um protocolo estabelecido para a androgênese em

feijão permite a obtenção de haplóides e duplo haplóides, o que certamente encurtará o

tempo para obtenção de um cultivar de feijão. O presente trabalho teve por objetivos

melhorar e adaptar um protocolo de regeneração in vitro e estabelecer um protocolo

para androgênese em feijão. Dessa forma, para estudos de regeneração in vitro,

utilizando o cultivar IAC-Alvorada, em camadas finas de células, foram testadas as

regiões nodais das folhas primárias e entre os cotilédones e folhas primárias. O efeito de

diferentes concentrações de 6-BA, TDZ e ácido ascórbico também foram avaliados.

Para a proliferação das gemas axilares a partir de ápices meristemáticos de caule, foi

avaliado o efeito de dois diferentes meios, contendo GA3 ou GA3, 6-Ba e AgNO3.

Observou-se uma freqüência média de 51% de regeneração via organogênese in vitro a

partir da região nodal das folhas primárias do cultivar IAC- Alvorada. O ácido ascórbico

foi mais eficiente no controle da oxidação nas concentrações de 0,14 µM e 0,3 µM para

explantes da região nodal das folhas primárias. O meio de germinação contendo 5 µM

de 6-BA foi mais eficiente na proliferação de gemas axilares em meio de indução

acrescido com 10 µM de TDZ. O meio de proliferação de gemas axilares, a partir de

ápices meristemáticos de caule, contendo 1 µM de 6-BA, 3 µM de GA3 e 10 µM

AgNO3, propiciou maior número de brotos (8,3) em relação ao meio contendo somente

3 µM de GA3 (3,4). Para estudos de androgênese, utilizando o cultivar IAC- Alvorada,

primeiramente foi testada cultura de anteras intactas e realizados estudos da relação

entre tamanho de botão floral e estádio de desenvolvimento do micrósporo e choque

térmicos de frio (8±2ºC). Posteriormente, foi realizada a cultura de micrósporos isolados

em meios complexos K8 e K8P. Foi observado que a cultura de anteras não foi

eficiente, no presente estudo, para estudos de androgênese em feijão, uma vez que foi

verificada interferência de tecidos somáticos. Botões florais de tamanho entre 2,5 e 4,5

Page 16: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

xv

mm apresentaram micrósporos mononucleados. O período de seis dias de choque

térmico de frio a (8±2ºC) propiciou aumento de 6,2% de micrósporos induzidos em

relação a testemunha. A cultura de micrósporos isolados na forma líquida e gotas de

agarose (0,6%) em meio K8-P e em meio K8 na forma de gotas de agarose (0,6%)

proporcionaram modificações estruturais nos micrósporos que se assemelharam a

divisões celulares. Essas técnicas biotecnológicas podem ser ferramentas de grande

auxílio em programas de melhoramento de feijão, uma vez que o feijão apresentou

respostas positivas ao cultivo in vitro. Verifica-se, portanto, a necessidade da

continuidade destes estudos, visando assim estabelecer métodos confiáveis que possam

ser reproduzidos.

Palavras-Chave: feijão, organogênese in vitro, cultura de micrósporos, duplo-haplóides.

Page 17: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

xvi

FARIAS, Francine Lunardi. Tissue culture in Phaseolus vulgaris L. aiming the regeneration and androgenesis in vitro. 2009. 82p. Dissertation (Master Program in Genetics, Plant Breeding and Biotechnology) – Postgraduate – IAC.

ABSTRACT

Efficient protocols for regeneration via organogenesis from bean (Phaseolus vulgaris

L.) plants cells allow us the use of genetic engineering for the transformation of those

plants and to get somatic hybrids through protoplast fusion. The availability of the

efficient androgenesis protocols for bean plants allow us to obtain haploids and double

haploids plants and it is important because decreases the time to get a new cultivar. The

objective of this work was to adapt and to improve the in vitro regeneration protocol

and to establish a protocol for androgenesis in bean. For studies of the in vitro

regeneration, using the IAC-Alvorada cultivar, in transverse thin cell layers (tTCL’s),

was tested the nodal regions of the primary leaves and between the primary leaves and

cotyledon. The effect of the different concentrations of the 6-BA, TDZ and ascorbic

acid was studied too. For the proliferation of the axillary buds from meristematic apices

of the stem was evaluated the effect of the two different medium containing GA3 or

GA3, 6-BA and AgNO3. In this work it was verified that tTCL’s from the nodal region

of the primary leaves of the IAC-Alvorada cultivar was efficient, with the average

frequency of the 51% of the regeneration for organogenesis in vitro. The ascorbic acid

was more efficient in control of the oxidation in the 0,14 µM and 0,3 µM concentrations

for explants from the nodal region of the primary leaves. The germination medium

containing 5 µM of the 6-BA was more efficient in the proliferation of the axillary buds

in the medium of induction increased with 10 µM of the TDZ. For the proliferation of

the axillary buds from meristematic apices of the stem, the medium supplemented with

1 µM of the 6-BA, 3 µM of the GA3 and 10 µM of the AgNO3 resulted in the great

number of shoots (8,3) compared with the medium that had only 3 µM de GA3 (3,4).

For androgenesis studies, using the IAC-Alvorada cultivar, firstly it was tested the

anther culture, the size of the flower button and relation with the development of the

microspore and the thermal shock (8±1ºC) in the microspores. Subsequently was made

the culture of isolated microspores in complex medium K8 and K8P. It was observed

that the anthers culture was not efficient for the androgenesis, because it was verified

the somatic tissue interference. The flower buttons of size between 2,5 to 4,5 mm

Page 18: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

xvii

presented mononuclear microspores. We observed that the microspores that received

thermal shock (8±1°C) for six days presented greater number of induced microspores

than the witness. The microspore culture in the liquid form and drops of agarose (0,6%)

in medium K8-P and in medium K8 in the drops of agarose (0,6%) provide structural

modifications in the microspores that are similar with the cellular division.

Biotechnological techniques are important tools for bean crop breeding of bean because

it showed positive responses to the in vitro cultivation. It is necessary to continue these

studies aiming consistent methods that can be reproduced.

Key Words: common bean, organogenesis in vitro, microspore culture, double-haploid

Page 19: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

1

1 INTRODUÇÃO

O Brasil destaca-se na produção mundial de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e,

também, por encontrar nesta leguminosa uma alta fonte de proteína vegetal, é

considerado o maior consumidor. A produção brasileira de feijão referente à safra de

2007/08 foi 3,6 milhões de toneladas em uma área de aproximadamente 3,9 milhões de

hectares, distribuídos em todos os Estados brasileiros. No entanto, a média nacional de

produtividade foi considerada baixa, em torno de 885 kg/ha, embora algumas regiões

tenham atingido aproximadamente 1.800 kg/ha.

Durante muitos anos se tem atribuído o aumento de produtividade de feijão

principalmente aos esforços despendidos pelos programas de melhoramento genético da

cultura, pela alta taxa de aplicação de insumos agrícolas (fertilizantes, herbicidas e

pesticidas), mecanização e a melhoria das práticas agrícolas.

O melhoramento genético do feijão vem buscando responder ou atender

demandas específicas dos produtores. Um cultivar de feijão deve atender às

características de produtividade, de resistência às principais doenças da cultura, tal

como antracnose e mancha angular, qualidade tecnológicas (como redução no tempo de

cozimento), qualidades nutricionais (aumento de proteínas e fibras) e tipo de caldo. A

escolha de critérios racionais e eficientes para a identificação de linhagens superiores a

serem utilizadas em cruzamentos facilita o trabalho do melhorista. Além disso, a

escolha de genitores com maior potencial genético para recombinação aumenta a chance

de obtenção de cultivares mais produtivos e estáveis, bem como facilita a seleção dos

genótipos com características agronômicas desejáveis.

Apesar dos programas de melhoramento genético de feijão contribuírem de

forma clara para progresso de produtividade da cultura, seus trabalhos sofrem

influências negativas pela baixa herança de caracteres de importância, como os de

componentes de produtividade e produtividade total, além de outros fatores de

resistência a fatores bióticos e abióticos. Além de que, por se tratar de uma espécie

autógama são necessários em torno de 8 ciclos de autofecundação para que o genótipo

se encontre estável e com seus genes em homozigose.

Page 20: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

2

Alternativas na busca de novos patamares de produtividade podem ser obtidas

pela realização de cruzamentos interespecíficos, os quais são de grande importância

para a introdução de, principalmente caracteres de resistência a doenças, seca e solos

com baixa fertilidade, provenientes de materiais selvagens. No entanto, problemas como

abortamento de embrião é comum nestes cruzamentos.

Neste contexto métodos e sistemas biotecnológicos podem ser ferramentas muito

úteis aos programas de melhoramento genético a fim de superar essas limitações e

impulsionar o progresso da cultura. Algumas das principais vantagens que podem ser

obtidas são: aumento a resistência ou tolerância às doenças e pragas, bem como a

estresses ambientais, melhoria da qualidade de sementes e arquitetura de plantas,

alteração no modo de reprodução ou desenvolvimento de esterilidade citoplasmática

(VELTCHEVA et al., 2005).

As técnicas de cultura de tecidos, as quais têm sido ferramentas muito valiosas

para o melhoramento genético de muitas espécies, podem incrementar e acelerar a

obtenção de cultivares melhorados de feijão. A utilização de técnicas biotecnológicas

como ferramenta para o melhoramento genético do feijão pressupõe a disponibilidade

de protocolos eficientes. Protocolos otimizados de regeneração de plantas a partir de

células e tecidos do feijão permitem a utilização da engenharia genética para

transformação dessas plantas e a obtenção de híbridos somáticos pela fusão de

protoplastos, além da multiplicação in vitro. Protocolos otimizados para a androgênese

em feijão vão permitir a obtenção de haplóides e duplo haplóides, o que certamente

encurtará o tempo para obtenção de um cultivar de feijão.

Em 2008 o IAC registrou o cultivar de tipo de grão carioca IAC-Alvorada que

apresenta alto potencial produtivo (4.351 kg/ha) e estabilidade de produção. Apresenta

resistência moderada as principais doenças do feijoeiro e excelente qualidade

tecnológica, com grãos cheios (27,5 g/100 sementes) e resistência ao escurecimento.

Este cultivar mostrou-se competente ao cultivo in vitro em estudos preliminares. Devido

a esta competência e as características agronômicas e tecnológicas de interesse, foi o

escolhido para o presente estudo.

Desta maneira, o presente trabalho teve por objetivos: a) estudar e otimizar um

protocolo de regeneração de plantas de feijão, baseado no proposto por CRUZ DE

CARVALHO et al. (2000), estudando parâmetros e adaptando-o às condições de

trabalho do programa de melhoramento de feijão do IAC; b) Estabelecer um protocolo

Page 21: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

3

para a obtenção de haplóides ou duplo – haplóides de feijão via cultura de micrósporos,

partindo de estudos básicos até o cultivo de micrósporos isolados.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A cultura do feijão (P. vulgaris L.)

O feijão comum (P. vulgaris L.) é uma planta que pertence à família fabaceae,

subfamília faboideae e gênero Phaseolus, originária do continente americano.

Admitem-se dois locais de domesticação para esta cultura, sendo um Andino e um

Mesoamericano. Seu ciclo varia de 61 a 110 dias, o que o torna segundo AIDAR

(2007), uma cultura apropriada para compor desde sistemas agrícolas intensivos

irrigados, altamente tecnificados, até aqueles com baixo uso tecnológico, principalmente

de subsistência.

Segundo dados do CONAB, em relação à safra brasileira, o feijão das águas (1a

safra), com semeadura em agosto/setembro ocupou uma área de 1.300.000 ha, com

produção de 1.240.000 toneladas e produtividade média de 953 kg.ha-1. O feijão da seca

(2a safra), com semeadura em janeiro/fevereiro ocupou uma área aproximada de

1.860.000 ha, com produção de 1.440.000 toneladas e apresentou produtividade média

de 774 kg.ha-1. O feijão de inverno (3a safra), com semeadura em abril/maio, apresentou

uma área utilizada para semeadura de 820.500 ha, com uma produção de 827.000

toneladas e produtividade média de 1.010 kg.ha-1.

No estado de São Paulo, o cultivo e a colheita do feijão se concentram nas três

safras, ou seja, épocas das águas, da seca e de inverno de acordo com o zoneamento

ecológico (PINZAN et al., 1994). Segundo a CONAB - Companhia Nacional de

Abastecimento, a produção para o Estado de São Paulo referente à safra de 2007/2008 o

feijão das águas (1a safra), apresentou uma produção de 100.300 toneladas e

produtividade média de 1.441 kg.ha-1 em uma área total de 69.600 ha; o feijão da seca

(2a safra), ocupou uma área de 50.000 ha, com uma produção de 80.800 toneladas e

produtividade média de 1.616 kg.ha-1, e o feijão de inverno (3a safra), com área utilizada

para semeadura de 59.300 ha, produção de 96.000 toneladas, apresentando

produtividade média de 1.618 kg.ha-1.

O produto final da cultura é o grão de feijão, um dos alimentos básicos de vários

povos, principalmente do brasileiro, constituindo a sua principal fonte de proteína

Page 22: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

4

vegetal. O teor protéico encontrado nas sementes varia de 15 a 33%, é um alimento

energético e fonte de vitaminas e minerais (ARAUJO et al., 1996)

Dentre as diferentes espécies do gênero Phaseolus, o feijão comum é a espécie

mais cultivada e segundo dados da FAO existem 107 países produtores. O Brasil

destaca-se na sua produção e é considerado o maior produtor seguido do México

(YOKOYAMA, 2007).

Devido à sua importância na alimentação humana, tem merecido grande

destaque no cenário nacional e internacional por suprir as necessidades dos

consumidores como fonte básica e barata de proteínas e calorias. É um produto de alta

expressão econômica e social, visto que, juntamente com o arroz, é a base da

alimentação nacional, fornecendo ricas quantidades de proteína vegetal e carboidratos.

É ainda complementar em termos de aminoácidos essenciais, sendo considerado por

especialistas, de excelente valor nutritivo. Além da importância do feijão na

alimentação da população brasileira e mundial, a cadeia de produção, beneficiamento e

comercialização, geram ocupação e renda, principalmente a classe menos privilegiada

(FACHINI et al., 2006).

De acordo com WANDER (2006), o feijão sempre fez parte da dieta dos

brasileiros, no entanto, nos últimos anos observa-se uma redução constante no consumo

per capita de feijão. Entre o período de 1975 a 2002 essa redução foi de 12%, onde o

consumo que estava em torno de 18,5 kg/hab/ano caiu para 16,3 kg/hab/ano. Em nível

mundial essa redução foi de 18% e o consumo passou de 2,8 kg/hab/ano em 1975 para

2,3 kg/hab/ano. Atualmente o consumo desta leguminosa não ultrapassa os 16

kg/hab/ano, preocupando a sua cadeia produtiva.

O feijão comum é cultivado ao longo do ano, na maioria dos estados brasileiros,

proporcionando constante oferta do produto no mercado. A Região Sul ocupa lugar de

destaque no cenário nacional, seguido pelas Regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e

Norte, respectivamente.

No Brasil, a preferência do consumidor é regionalizada e diferenciada

principalmente quanto à cor, o tamanho e o brilho do grão. O feijão de tegumento preto

é mais popular no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul e leste do Paraná, Rio de

Janeiro, sudeste de Minas Gerais e sul do Espírito Santo. No restante do país, este tipo

de grão tem pouco valor comercial ou aceitação. Os feijões de grão tipo carioca são

aceitos em praticamente todo o Brasil, sendo que 53% da área cultivada é semeada com

Page 23: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

5

este tipo de grão. O feijão mulatinho é mais aceito na Região Nordeste e os de tipo roxo

e rosinha são mais populares nos estados de Minas Gerais e Goiás (AIDAR, 2007).

Na produção internacional de feijões, são plantados anualmente, em média, 27

milhões de hectares, colhendo-se aproximadamente 20 milhões de toneladas, em mais

de 100 países. Deste total, 60% da produção mundial se concentram em seis países:

Brasil, Índia, China, Mianmar (antiga Birmânia), México e Estados Unidos (PICHEL,

2006). Diferentemente do que ocorre no Brasil, na Índia e no México, que consomem

praticamente tudo o que produzem, ainda importam quantidades consideráveis do

produto. Países como os Estados Unidos, Canadá, Argentina, Chile, Mianmar e

Austrália são os principais exportadores.

O melhoramento genético do feijão no Brasil é realizado por instituições

públicas e privadas de âmbito nacional e estadual. O objetivo destas pesquisas é

produzir novas cultivares de feijão que sejam produtivas e estáveis quanto à produção,

porte ereto de planta visando facilitar a colheita mecânica, alta qualidade tecnológica de

grão com boa aceitação comercial e resistência múltipla às principais doenças do feijão,

principalmente para antracnose, mancha angular, murcha de fusarium. Para alcançar

estes objetivos, estas instituições organizam equipes multidisciplinares de pesquisadores

das áreas de melhoramento, fitopatologistas, entomologistas, fitotecnistas e

recentemente, biotecnologistas, bioestatísticos e químicos/nutricionistas. Instituições

que não possuam estes pesquisadores têm procurado aperfeiçoar parcerias

interinstitucionais para atingir estes objetivos.

Apesar da sua importância nutricional, a sua produção vem decaindo no Brasil e

regiões Andinas, e esse decréscimo é resultado de doenças, ataque de insetos,

deficiências nutricionais e falta de tolerância a seca. Em conseqüência disso, há grande

interesse na introdução de características agronômicas úteis no feijão por meio de

melhoramento tradicional e engenharia genética (ARAGÃO et al., 1996).

Para tanto para se obter sucesso na transformação genética de plantas há a

necessidade de um protocolo eficiente de regeneração de plantas completas.

2.2 Desenvolvimento de plantas via micropropagação pela proliferação de gemas

pré-existentes em feijão (P. vulgaris L.)

Um dos mais interessantes e importantes aspectos da cultura in vitro de células e

tecidos é a capacidade de regenerar e propagar plantas a partir de células e tecidos

cultivados. O mais simples tipo de propagação in vitro de plantas é o estímulo ao

Page 24: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

6

desenvolvimento de gemas axilares. Essa técnica utiliza a rota ontogênica normal para o

desenvolvimento de ramos pelos meristemas axilares. As gemas axilares sofrem

tratamento com hormônios para haver a quebra da dormência e produzem brotos a partir

desses ramos (PHILLIPS & HUBSTENBERGER, 1995).

A proliferação in vitro de plantas inteiras, a partir da cultura de gemas e

meristemas, é basicamente uma extensão da propagação vegetativa feita em muitas

espécies. Esta metodologia vem sendo aplicada em grande número de plantas herbáceas

e lenhosas, sendo geralmente o mais rápido, eficiente e confiável método de

micropropagação (HUSSEY, 1986).

O feijão foi considerado durante muito tempo como recalcitrante à regeneração

in vitro. HAMMATT et al. (1986) sugeriu que a recalcitrância de grande número das

leguminosas pode ser resultado dos seus históricos de autofecundação e seleção para

alta performance dos genótipos, levando a uma redução da variabilidade genética nos

cultivares modernos.

As populações e suas estruturas genéticas são entidades dinâmicas. O processo

do fluxo gênico, o isolamento genético, a deriva genética, a seleção e a mutação estão

continuamente agindo e modificando a biodiversidade das populações, quer estejam elas

sob o manejo do homem quer estejam isoladas na natureza. No longo prazo, é

praticamente impossível manter, de forma estática, a variabilidade genética presente nas

populações (Borém, 2007). O homem tem alterado os rumos evolutivos de muitas

espécies, especialmente daquelas que foram domesticadas (Baker, 1972; Ledig, 1992).

Alguns autores, como Brown (1992), argumentaram que seria difícil encontrar

uma espécie que não tivesse sido alvo, de alguma forma direta ou indireta, de seleção.

Durante a domesticação das espécies, algumas divergiram profundamente dos seus

ancestrais como resultado da seleção dirigida pelo homem (Borém, 2007) Em geral,

essa seleção torna as espécies mais úteis ao homem, porém com menor habilidade de

sobrevivência em competição ou em ambientes silvestres (Raamsdonk, 1995).

Somente a partir da década de noventa é que trabalhos sobre regeneração in vitro

de feijão, com resultados mais consistentes começaram a surgir. Resultados

preliminares de regeneração via cultura de meristemas em P. vulgaris L. foram

realizados por KUENEMAN (1976), HERSELMAN & MIENIE (1995) e GRUM et al.,

(1998), os quais desenvolveram procedimentos para produção de sementes livres de

patógenos por cultura de meristemas, principalmente para a eliminação da

patogenicidade por bactérias.

Page 25: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

7

CROCOMO et al. (1979) apontaram a variação na taxa de auxina/citocinina

como controladora do desenvolvimento in vitro de eixos embrionários de feijão.

BENEDICIC et al. (1997) encontraram que a indução de gemas é dependente das

concentrações de 6-benzyl-amino-purina (6-BA) e ácido giberélico (GA3)

KARTHA et al. (1981) relataram a obtenção de plantas desenvolvidas a partir de

meristema apical de P. vulgaris L. tendo como objetivo a criopreservação de

germoplasma, e esse sucesso foi atribuído à adição de 6-BA ao meio de cultura.

MARTINS & SONDAHL (1984a) desenvolveram plantas a partir de meristemas

axilares.

ALLAVENA (1984) e MARTINS & SONDAHL (1984b) observaram os

primeiros estádios de embriogênese somática em calos e culturas de células em

suspensão de feijão, porém esses embriões não se desenvolveram em plantas.

Em 1985, RUBLUO & KARTHA observaram a característica de genótipo

dependência em diferentes meios de regeneração. RUIZ et al. (1986) estudou a

capacidade de regeneração de seis genótipos de feijão cultivados em meios contendo

diferentes fitorreguladores (2,4- D, NAA, cinetina e 6-BA) e a regeneração da parte

aérea foi observada em meio suplementado com 6-BA.

Modificação no estádio fisiológico inicial das plantas é um dos fatores que pode

afetar a capacidade regenerativa in vitro (MALIK & SAXENA, 1991; MOHAMED et

al., 1992a,b, 1996; ZHANG-ZHANG et al., 1997; SANTALLA et al., 1998; CRUZ de

CARVALHO et al., 2000). Estudos também estabeleceram como crucial a taxa de 6-

BA, Thidiazuron (TDZ) e CPPU em pré-cultivos para a determinação da regeneração in

vitro, porém os mecanismos fisiológicos e moleculares ligados ao uso de citocininas no

pré-cultivo de plântulas ainda são desconhecidos.

MALIK & SAXENA (1992) apresentaram um novo protocolo onde

acrescentaram ao estudo o uso da citocinina sintética TDZ, visando assim aumentar o

número de brotações por explantes que se limitavam de quatro a oito. Um aspecto

notável deste protocolo de desenvolvimento de plantas é a diferenciação direta de

brotações a partir de plântulas intactas eliminando-se a necessidade de preparar o

explante. Com uma concentração de 10µM de TDZ, 30 e 46 brotações foram produzidas

da gema axilar e do ápice do caule, respectivamente, após quatro semanas de cultura,

enquanto que para a melhor concentração de 6-BA (80 µM) foi obtido no máximo 30

brotos.

Page 26: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

8

MOHAMED et al. (1992a) propuseram um novo protocolo para multiplicação

de gemas e desenvolvimento de plantas de P. vulgaris e P. acutifolius a partir de eixos

embrionários de 1 a 2 mm cultivados em meio B5 (GAMBORG et al., 1968)

suplementado com 6-BA. Nesse trabalho os autores observaram que explantes do

genótipo Xan - 159 e linhagens de P. acutifolius expressaram uma alta competência

para a multiplicação de brotos e formação de novas gemas em comparação com as

outras linhagens de P. vulgaris avaliadas, onde foi possível obter de seis a oito

brotações por explante. Devido a isso, tais autores propuseram que essa competência

relatada do genótipo Xan - 159 ocorre pela sua relação genética com o P. acutifolius,

pois é um material derivado de um cruzamento interespecífico entre P. vulgaris e P.

acutifolius.

Para desenvolvimento das brotações obtidas MOHAMED et al. (1992b)

utilizaram um meio secundário acrescido de 2 µM 6-BA e 4 µM GA3 e obtiveram um

crescimento uniforme de parte aérea, porém não houve formação de raízes. Com essa

combinação de 6-BA e GA3 foi observado um rápido alongamento em duas semanas,

porém os brotos apresentaram área foliar reduzida e quando permaneceram mais que

uma semana nesse meio, as plantas começaram a ficar muito alongadas, finas e com

folhas amareladas.

A partir de então alguns autores como MOHAMED et al. (1992a,b) propuseram

que o feijão era recalcitrante a regeneração in vitro e que somente os genótipos

resultantes do cruzamento interespecíficos entre P. vulgaris e P. acutifolius, família

Xan, eram responsivos à regeneração in vitro, tratando-se assim de uma herança do P.

acutifolius.

2.3 Regeneração de plantas via organogênese in vitro em feijão (P. vulgaris L.)

A regeneração de plantas na cultura de tecidos pode ser obtida pela cultura de

seções de tecidos sem um meristema pré-formado (origem adventícia) ou de calos ou

cultura de células (origem de novo) (PHILLIPS & HUBSTENBERGER, 1995).

Segundo esses mesmos autores a regeneração adventícia ocorre em tecidos

menos usuais na cultura de tecidos como internódios, haste das folhas, cotilédones ou

zona alongada da raiz, onde os meristemas não ocorrem naturalmente. A regeneração

adventícia de plantas é freqüentemente dependente da presença de tecidos organizados

no explante. Em comparação a regeneração de novo ocorre a partir de células de calos e

Page 27: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

9

de cultura de células na ausência de tecidos organizados. Independente de ser adventícia

ou de novo a regeneração ocorre por um desses dois processos.

A organogênese é o processo pelo qual um ser vivo dará origem aos seus órgãos,

no caso das plantas o caule, raízes, folhas, flores e frutos. A organogênese in vitro nada

mais é do que tentar reproduzir esse processo artificialmente através da manipulação

dos reguladores de crescimento em meio de cultura. Em plantas esse processo só foi

possível de ser realizado após um conhecimento mais aprofundando desses reguladores.

SKOOG & MILLER em 1957 demonstraram que a formação de dois órgãos in vitro,

caules e raízes eram controlada pelas concentrações relativas entre auxina e citocinina

(PERES, 2002).

A organogênese in vitro pode ser dividida em dois processos diferentes, a

organogênese direta onde o explante já possui células meristemáticas, e a organogênese

indireta quando há a necessidade de desdiferenciação do explante, com a conseqüente

formação de calo prévia ao estabelecimento das células competentes (PERES, 2002).

A habilidade de fazer com que células de plantas formem órgãos e até plantas

inteiras é uma importante ferramenta no melhoramento de qualquer espécie, permitindo

o acesso a técnicas como a mutagênese in vitro, seleção in vitro, utilização de variantes

somaclonais, rápida micropropagação e em especial a transformação genética

(GAMBORG & PHILLIPS, 1995).

O estabelecimento de um sistema eficiente de regeneração de plantas de P.

vulgaris L. pode contribuir grandemente com o avanço da cultura do feijão, visto que

técnicas biotecnológicas altamente dependentes disso, como a transformação genética e

a fusão de protoplastos poderiam ser incluídas como ferramentas de auxílio aos

programas de melhoramento genético.

Um explante específico é necessário para se obter sucesso na regeneração de

muitas espécies ou variedades de plantas (GENGA & ALLAVENA, 1991). A idade e o

estado fisiológico da planta doadora podem contribuir para o sucesso da organogênese

in vitro.

Trabalhos prévios têm descrito que a expressão de genes ligados à regeneração

em plantas é modulada pelas citocininas. Mudanças nos padrões de proteínas foram

observadas em explantes quando cultivados na presença desses hormônios

(FERNADEZ-CASO et al., 1996).

O primeiro trabalho de regeneração via organogênese direta de feijão P. vulgaris

L. foi realizado por CROCOMO et al. (1976) onde somente foram regeneradas duas

Page 28: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

10

plantas oriundas de explantes de folha em um meio contendo extrato de semente de

feijão cuja composição é desconhecida.

MALIK & SAXENA (1991) obtiveram regeneração via organogênese direta, de

plantas, do cultivar de feijão “Kinghorn”, utilizando como explantes o pecíolo com uma

porção do limbo foliar, cultivados em meio MS (MURASHIGUE & SKOOG, 1962)

suplementado com 6-BA (6-Benzilaminopurina) e gelrite como agente geleificante.

MOHAMED et al. (1992b) estudaram o pré -condicionamento no escuro e a

ação de hormônios como o CPPU e o TDZ na organogênese direta de explantes nodais

de plântulas de feijão e de feijão-vagem (Vicia faba). Neste trabalho, os hormônios

vegetais foram testados no meio de germinação das sementes como já verificado por

MALIK & SAXENA (1992). Os explantes utilizados constaram do nó cotiledonar e nó

primário, os quais foram então raspados nas regiões axilares para romper qualquer

meristema pré-existente e estimular a organogênese adventícia. Esses autores

verificaram que concentrações de 2,5 e 5 µM de CPPU e TDZ foram inadequadas para a

regeneração de plantas e, portanto fizeram testes com concentrações mais baixas, ou

seja: 0,25; 0,5; 0,75 e 1 µM. As plântulas que se desenvolveram no escuro possuíam nós

claramente distinguíveis e brotações axilares longas que foram facilmente removidas. A

maior porcentagem de explantes regenerativos e de brotações por explantes foram

observados para os explantes de nós cotiledonares provenientes de sementes germinadas

no escuro. Para nenhum desses parâmetros houve diferença significativa entre as

concentrações de TDZ ou CPPU.

KLU (1997) desenvolveu plantas de feijão via organogênese direta de tecidos

dos nós cotiledonares. Estudos histológicos de gemas desenvolvidas de células dos nós

cotiledonares revelaram a natureza adventícia dessas estruturas.

ARAGÃO & RECH (1997) verificaram que a utilização de altas concentrações

de 6-BA na indução a multiplicação de brotos produziu brotos finos e abscisão dos

mesmos. Esse fato pode estar relacionado com a produção de etileno, desde que a

síntese de etileno é estimulada pelas citocininas (IMASEKI et al., 1975).

Segundo SANTALLA et al. (1998) nós cotiledonares são um sistema eficiente

para propagação de P. vulgaris e P. coccineus, o qual pode ser explorado para formação

de múltiplos híbridos em ambas espécies.

Mais recentemente, CRUZ DE CARVALHO et al. (2000) desenvolveram um

protocolo de desenvolvimento de plantas de feijão via técnica de camadas transversais

finas de células (tTCL-Transverse thin cell layer). Esses autores afirmaram obter uma

Page 29: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

11

média de 68 brotos bem desenvolvidos por plântula, atestando assim uma alta

freqüência de multiplicação de gemas. O cultivar utilizado no trabalho foi o feijão

‘Carioca’, porém sem especificação de genótipo, onde os explantes (epicótilos fatiados)

foram repicados a cada duas semanas para meios frescos de diferentes formulações.

Desde a germinação da semente até a aclimatação em casa de vegetação levam-se ao

todo 11 semanas. Os meios são compostos de hormônios vegetais como TDZ, 6-BA,

GA3 e NAA (ácido naftaleno-acético). Nesse caso três fatores foram primordiais para

alterar a eficiência do método: a germinação das sementes com TDZ, utilização de

explantes na forma de tTCL’s e aplicação de 6-BA e AgNO3 para o desenvolvimento

dos brotos. Embora tenham observado uma freqüência alta de multiplicação de gemas

em um determinado explante, não relataram a porcentagem de explantes responsivos, o

que é fundamental para um protocolo eficiente de transformação genética.

VELTCHEVA & SVETLEVA (2005) cultivando o pecíolo, como explante, por

duas semanas em meio de indução, MS suplementado com 2 µm de TDZ, 0,6 µm de

NAA e 2 µm de Paclobutrazol, obteve a maior média de número de brotos total, 27,3

com uma média de 3,11 brotos por explante. Calos organogênicos, obtidos desse meio

de indução, foram classificados como marrons-verdes com estruturas granulares.

Análises histológicas mostraram que tais calos foram constituídos de agrupamentos de

células em desenvolvimento de brotos e não de células desorganizadas.

O primeiro protocolo de organogênese de novo de células desdiferenciadas de

calos foi publicado por MOHAMED et al. (1993). Esses autores descreveram a

organogênese em calos induzidos a partir de explantes de pedicelo para duas linhagens

de feijão Xan - 159 e GN ’Tara’. Foi o primeiro trabalho apresentando organogênese a

partir de calos. Nesse trabalho os autores testaram a utilização dos meios: B-5 e MS

contendo TDZ e/ 6-BA e/ ou AIA. Esses autores também utilizaram o ácido ascórbico

(0,42 µM e 0,84µM) como antioxidante no meio de cultura, o que propiciou um

aumento na proliferação dos calos de quatro para seis repicagens.

ARELLANO & FUENTES (2008) relatam um protocolo de regeneração via

organogênese indireta para 10 cultivares de feijão, dentre eles um genótipo carioca. Os

explantes utilizados foram meristema apical e nós cotiledonares retirados de eixos

embrionários de sementes germinadas em condições especificas por dois dias. Para a

indução de calos o meio que propiciou a melhor produção foi acrescido com 1,5 µM de

2,4-D, durante duas semanas. Posteriormente esses calos foram transferidos para meios

de brotações, onde permaneceram por quatro semanas. O meio contendo 22,2 µM de 6-

Page 30: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

12

BA que propiciou maior número de regenerações, 0,5 por calo. Análises histológicas

dos regenerados confirmaram se tratar de organogênese indireta.

Para que ocorra a regeneração é necessário que as células se encontrem em um

estádio fisiológico específico. Em feijão a organogênese tem se limitado a regiões que

circundam tecidos embrionários de pedicelos de gemas de florais (MOHAMED et al.,

1996), cotilédones (MOHAMED et al., 1992a,b; YANCHEVA et al., 1999), eixos

embrionários (MOHAMED et al., 1992a,b) e embriões imaturos (GEERTS et al., 2000).

Apesar de CRUZ de CARVALHO et al., (2000) ter relatado um método

altamente eficiente para regeneração direta em feijão o que pode ter influenciado esse

trabalho foi justamente a utilização do explante de uma região próxima aos meristemas

apicais, tal como muitos trabalhos acima já foram relatados.

O que fica claro nos trabalhos até agora publicados é que o método mais

utilizado na regeneração de plantas de feijão é via organogênese direta, utilizando-se

principalmente de tecidos próximos a regiões nodais e meristemáticas. Mesmo tendo

esses protocolos de regeneração via organogênese direta publicados em revistas

especializadas, a reprodutibilidade destas técnicas é muito baixa o que dificulta os

trabalhos nessa linha de pesquisa.

Um protocolo de regeneração via organogênese indireta a partir de calos

somente foi conseguido por MOHAMED (1993) e agora recentemente por

ARELLANO & FUENTES (2008), e isso dificulta principalmente a aplicação de

técnicas de transformação genética via Agrobacterium ou mesmo bombardeamento de

calos. A melhor forma para obter transgênicos estáveis de leguminosas é através da

regeneração in vitro indireta, definida como a indução de regeneração de embriões

somáticos ou brotações de calos morfogenéticos (ARELLANO & FUENTES, 2008).

A dúvida que fica na regeneração de plantas de P. vulgaris é se a espécie não é

competente à regeneração, visto que não se consegue publicar um sistema eficiente e de

alta repetibilidade, ou se os processos envolvem muitos fatores tais como fisiológicos,

exógenos e condições de cultura os quais interferem grandemente na competência da

espécie à regeneração.

2.3.1 Efeito das citocininas aplicadas na germinação in vitro sob a organogênese in

vitro em feijão (P. vulgaris L.)

Em geral as citocininas são substâncias derivadas da purina adenina as quais

causam divisão celular nas plantas, em geral por uma interação com auxinas. São

Page 31: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

13

produzidas nas raízes e transportadas até as folhas e redistribuídas para outros órgãos

pelo xilema (METIVER, 1979). Algumas citocininas sintéticas têm sido utilizadas em

pesquisas de cultura de tecidos. Dentre esses hormônios sintéticos estão o

Forchlorfenuron (CPPU) e Thidiazuron (TDZ), na qual apresentam um efeito mais forte

que as citocininas convencionais para um grande número de espécies como amora

(OHYAMA & OKA, 1982), maçã (NIEUWKERK et al., 1986), azaléia (FELLMAN et

al., 1987) e soja (MOHAMED – YASSEEN & SPLITTSTOESSER, 1990).

Trabalhos realizados por Van Staden e também por David Letham fornecem

evidências de que o thidiazuron pode atuar inibindo a enzima citocinina oxidase, a

principal enzima envolvida na degradação de citocininas endógenas como a zeatina,

isopentenil adenina e seus derivados (PERES, 2002)

Estudos também estabeleceram que os papéis do 6-BA, TDZ e CPPU na

germinação das sementes, em pré-cultivo para a retirada dos explantes, são cruciais para

se obter sucesso na regeneração e embriogênese em feijão (MALIK & SAXENA, 1991;

MOHAMED et al.,1992a, b, 1996; ZHANG-ZHANG et al., 1997; SANTALLA et al.,

1998; CRUZ DE CARVALHO et al., 2000).

MALIK & SAXENA (1991) pela primeira vez observaram que o pré-tratamento

da plântula doadora com 6-BA (5µM) incrementava a reposta organogênica dos

explantes, não somente no número de explantes responsivos que aumentou de 8% para

60%, como no número de brotações por explante que aumentou de dois para quatro.

Segundo VELTCHEVA & SVETLEVA (2005) o uso de 1µM 6-BA na

germinação de feijão aumentou de cinco a sete vezes o número de regenerados por

explante. O uso 6-BA pode não ter sido o fator determinante no processo de

regeneração, mas se presume que ele aumenta a capacidade regenerativa por estimular a

competência na divisão celular. Além disso, tais autores constataram que explantes de

materiais com sete dias de germinação foram mais competentes para a regeneração in

vitro que aqueles com 14 dias de germinação. Presumivelmente, pré-cultivo de plântulas

em 6-BA (TDZ ou CPPU) ativa e/ou induz a proliferação de células competentes pré-

existentes no tecido (VELTCHEVA et al., 2005).

Apesar de saber que o pré-cultivo de plântulas com citocininas aumenta a

freqüência de regeneração dos explantes, os mecanismos fisiológicos, bioquímicos e

moleculares que aumentam esse sistema são desconhecidos. VELTCHEVA et al. (2005)

sugeriram que provavelmente as citocininas ativam ou induzem a proliferação de

células competentes pré-existentes no tecido.

Page 32: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

14

2.3.2 A utilização de agentes antioxidantes no cultivo in vitro para controle dos

compostos fenólicos

PREECE & COMPTON (1991) caracterizaram as substâncias encontradas em

meio de cultura para algumas espécies lenhosas e as identificaram como sendo fenóis,

flavonóides e taninos, e responsáveis pela oxidação.

A oxidação é a reação do O2 com íons metálicos (+) dos outros compostos do

meio de cultivo. Os explantes a serem inoculados no meio de cultura podem liberar

exudados que tornam o meio de cultivo escuro. Esse tipo de escurecimento é

conseqüência da liberação de fenóis dos ferimentos ocasionados no processo de

extração dos explantes (SANTOS et al., 2001).

Compostos fenólicos ocorrem como metabólitos secundários em todas as

espécies de plantas a são geralmente caracterizados por um anel benzeno e um grupo

hidroxila (ANTOLOVICH et al., 2000, KEFELI et al., 2003).

Os compostos fenólicos e seus glicosídeos são comuns nas plantas, possuindo

um papel metabólico variável. Existem vários trabalhos relatando o efeito dos

compostos fenólicos sobre o crescimento das plantas em condições in vitro (LAMEIRA

et al., 1997). Segundo ARNALDOS et al. (2001) os compostos fenólicos de plantas são

moduladores do catabolismo do ácido indol acético AIA. Alguns monofenóis como o

ácido sináptico e o ácido ferúlico, em baixas concentrações, inibe a oxidação enzimática

do AIA e isso resulta em alongamento e divisão celular e subseqüente crescimento e

desenvolvimento das células.

A oxidação fenólica é um dos sérios problemas que podem dificultar o

estabelecimento inicial do cultivo in vitro. A liberação de compostos ocorre devido ao

dano causado nas células durante a excisão dos explantes. Algumas enzimas oxidam os

fenóis formando quinonas (LERCH, 1981). As quinonas são responsáveis pela

coloração marrom nas culturas, além de causarem a inibição do crescimento e morte dos

explantes em grande número de espécies (MONACO et al., 1977).

Outra importante característica dos compostos fenólicos é a sua capacidade de

formar complexos quelatos com metais. Eles também são facilmente oxidados e assim

formam polímeros (agregados escuros). O escurecimento de um corte ou uma planta

morta é causado por essa reação (OZYGIT et al., 2007).

GRATTAPLIA & MACHADO (1998) recomendam para controlar a oxidação

as seguintes medidas: lavagem do material antes da desinfestação em água corrente,

auxiliando na lixiviação de compostos fenólicos; utilização de antioxidantes: ácido

Page 33: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

15

ascórbico, polivinilpirrolidona (PVP), carvão ativado e incubação inicial dos explantes

no escuro.

Segundo DAVIES (1972) a atividade de enzimas no que diz respeito à

biossíntese e oxidação de fenóis é aumentada pela luz. Dessa forma, o escurecimento

dos tecidos poderá ser reduzido e até mesmo impedido, caso os explantes sejam

cultivados no escuro por até 14 dias (MONACO et al., 1977). A diminuição da

luminosidade na câmara de fluxo laminar, durante a excisão dos explantes e a

manutenção da cultura no escuro no início o cultivo também é benéfica para reduzir a

oxidação (MARKS & SIMPSON, 1990).

Segundo MARKS & SIMPSON (1990) a oxidação fenólica tem sido controlada

em diferentes espécies lenhosas pela redução da intensidade luminosa, e segundo

CALDAS et al. (1998) pela diminuição na concentração de sais no meio de cultura e

notadamente pela adição de antioxidantes ao meio.

A oxidação do explante é considerada um dos aspectos mais sérios relacionados

com a cultura de tecidos de palmeiras. O escurecimento tem sido atribuído à liberação e

a oxidação de compostos fenólicos que inibem o crescimento do explante (MELO et al.,

2001).

ASHBURNER et al. (1993) controlaram a oxidação por fenóis da cultura in vitro

de embriões de coco (Cocos nucifera L), efetuando a suplementação com carvão

ativado a 0,2% no meio. O carvão ativado age promovendo a adsorção dos exudatos

liberados pelo explante, os quais provocam a oxidação; além de possuir as propriedades

de adsorver e reduzir a disponibilidade de auxina exógena no meio de cultura e induzir

o processo de rizogênese (GEORGE, 1996).

Em palmáceas o problema de oxidação é freqüentemente causado pela liberação

e oxidação de compostos fenólicos, e para minimizar esse problema é comum utilizar

ácido ascórbico, carvão ativado e PVP (TISSERAT, 1987).

O PVP reage com os compostos oxidantes e os ácidos cítrico e ascórbico reagem

com os metais presentes no meio de cultura, evitando que os mesmos fiquem

disponíveis para se oxidarem (GEORGE, 1996). A poliamina PVP possui a capacidade

de adsorver os compostos fenólicos evitando que estes oxidem e polimerizem

(GUERRA & NODARI, 2006).

Em leguminosas, os taninos são os polifenóis de maior importância. Eles

possuem a propriedade de formar complexos coloridos com sais de ferro, compostos

insolúveis com sais de chumbo e de sofrer substituição eletrofílica aromática de

Page 34: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

16

acoplamento com sais de diazônio e aldeídos. Os taninos presentes nas leguminosas

consistem de uma série de fenóis poliméricos que estão envolvidos no baixo

aproveitamento de nutrientes do feijão (BRESSANI, 1993). Estes compostos possuem

propriedades antimicrobianas, indicando uma possível função como mecanismo de

defesa da planta (SCALBERT, 1991).

Feijões comuns e outras leguminosas contêm quantidades variáveis de

compostos fenólicos, encontrados principalmente na casca das sementes, entretanto,

com quantidades baixas ou insignificantes nos cotilédones. O nível desses taninos está

associado com a cor da semente. Em feijões brancos o teor médio de compostos

fenólicos é de 2,3 mg/g, enquanto nas sementes marrons é de 7,8 mg/g, nas pretas é de

6,6 mg/g e nas vermelhas cerca de 12,6 mg/g (BRESSANI, 1993).

Em protocolos de cultura de tecidos de palmeiras o carvão ativado é que

promoveu os melhores resultados; por isso, passou a ser incluído como procedimento

padrão em diferentes concentrações de até 2% (TISSERAT, 1987).

MELO et al. (2001) estudaram o efeito de diferentes antioxidantes na oxidação,

germinação e desenvolvimento das plântulas no cultivo in vitro de embriões zigóticos

da guarirobeira. O ácido ascórbico, na concentração de 0,6 µM, foi o antioxidante mais

eficiente no controle da oxidação e também o que proporcionou a maior porcentagem de

embriões zigóticos. O ácido ascórbico é considerado antioxidante biológico, estando

presente em altas concentrações em muitos compartimentos celulares, como o estroma

dos cloroplastos (LARSON, 1988).

FLORES et al. (1998) estudaram o efeito da imersão dos explantes de espinheira

santa (Maytenus ilicifolia Mart.) em solução líquida de ácido ascórbico em cinco

concentrações por 30 minutos. As concentrações foram: 0,05%; 0,1%; 0,2%; 0,3% e

0,5%. Esses autores verificaram que efeito altamente significativo das concentrações de

ácido ascórbico quanto à porcentagem de oxidação e regeneração dos explantes. Os

melhores resultados foram obtidos na solução a 0,05% de ácido ascórbico, havendo

crescente porcentagem de explantes regenerativos (86,9%) e baixo índice de oxidação

(1,5%). Na concentração de 0,2% nenhum explante oxidou, entretanto houve resultados

inferiores da regeneração dos explantes quando comparados a 0,05%.

Segundo MONACO et al. (1977) a imersão dos tecidos em meio líquido,

diminui o dano nas células e reduzem a exposição do tecido ao oxigênio, reduzindo a

oxidação.

Page 35: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

17

BROOME & ZIMMERMAN (1978) verificaram que agentes redutores como o

ácido ascórbico, ácido cítrico e a cisteína foram prejudiciais no desenvolvimento de

explantes de amora preta. BIASI et al., (1994) trabalhando com micropropagação em

abacateiro, verificaram que concentrações mais reduzidas (0,06µM e 0,12µM ) de ácido

ascórbico e de ácido cítrico reduzem a oxidação nos explantes.

Estudo da aplicação de agentes antioxidantes no cultivo in vitro de feijão foram

realizados por MOHAMED et al. (1993) e ARELLANO & FUENTES (2008).

MOHAMED et al. (1993) adicionaram em meio de manutenção de calos

0,42µM e 0,84 µM de ácido ascórbico. Esses autores constataram que a adição de ácido

ascórbico ao meio aumentou o tempo de manutenção dos calos para até seis semanas de

cultivo.

ARELLANO & FUENTES (2008) acrescentaram ao meio de indução de calos

1,4 µM de PVP-360 k e observaram que se o PVP não fosse adicionado aos meios os

explantes rapidamente ficariam escuros e perderiam a capacidade de regenerar. Esses

autores concluíram que o uso do PVP foi um dos fatores de sucesso na obtenção de

calos morfogenéticos.

2.3.3 A importância da organogênese in vitro para a produção de plantas

transgênicas em feijão (P. vulgaris L.)

O uso da cultura de células e engenharia genética é visto como uma forma de

aumentar a produtividade nas leguminosas (HILDEBRANDT et al. 1986). Porém

muitos autores provaram que tais espécies são recalcitrante para a regeneração in vitro e

constantemente protocolos para a regeneração e transformação das mesmas são

estudados (HINCHEE et al. 1988). Além da importância na transformação genética de

plantas a regeneração in vitro também é importante para a recuperação de valiosos

germoplasma com baixo potencial de germinação.

A taxa de transformação e regeneração de P. vulgaris é extremamente baixa e as

plantas são assim consideradas recalcitrantes. Muitos estudos relataram a transformação

genética de feijão a partir de diferentes explantes (GENGA et al., 1990; McCLEAN et

al., 1991; FRANKLIN et al., 1993; LEWIS & BLISS, 1994). Porém ainda assim a falta

de um sistema reproduzível é a maior dificuldade encontrada na transformação genética

da espécie.

A produção de plantas transgênicas de Phaseolus exige encontrar células que são

competentes tanto para transformação como para regeneração. No entanto a habilidade

Page 36: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

18

para a cultura de plantas in vitro freqüentemente depende na escolha de genótipos

satisfatórios, estado fisiológico da planta doadora, o explante, o meio de cultura e a

interação entre eles (HENRY et al., 1994).

PUONTI-KAERLAS (1993), NAGL et al., (1997) e ZHANG-ZHANG et al.

(1997) descrevem como principais fatores limitantes à transformação de feijão:

genótipo, idade, tipo, fonte primária do explante, condições de pré-cultivo, a

Agrobacterium, as condições de co-cultivo, o sistema de seleção, as condições de

regeneração in vitro e os métodos qualitativos e quantitativos para análises do material

transgênico.

Segundo NAGL et al. (1997) há evidências que somente certos explantes são

hábeis para a transformação ou regeneração, e a regeneração de novo pode não ser um

pré-requisito para a produção de plantas transgênicas.

O meio de indução de brotos é importante no processo de regeneração porque é

nesse meio que um grande número de gemas adicionais e brotos são formados via

organogênese, no qual foi também observado por FRANKLIN et al. (1991) em

explantes de P. vulgaris com três dias de cultivo.

A necessidade de um protocolo que resulte em diferenciação eficiente,

desenvolvimento de brotos e regeneração de plantas completas é essencial para a

transformação genética de plantas. A transferência de genes homólogos, heterólogos e

homeólogos estão se tornando uma comum ferramenta em programas de melhoramento

genético. Esse processo, junto com o melhoramento tradicional de plantas, pode acelerar

o desenvolvimento de novos cultivares com características específicas como resistência

a seca, adaptação a solos ácidos, melhor arquitetura de planta, vida longa de prateleira e

qualidades nutricionais.

Os primeiros trabalhos para produzir plantas transgênicas de feijão falharam

devido ao conhecimento deficiente de seqüências de DNA e sistema de regeneração.

McCLEAN et al. (1991) conseguiram introduzir genes em feijão utilizando o sistema de

Agrobacterium, mas eles foram incapazes de regenerar plantas transgênicas.

SMITH et al. (1992), baseando-se no número de eixos embrionários

bombardeados, obtiveram uma freqüência em torno de 0,9% de transformação.

RUSSEL et al. (1993) obtiveram plantas transformadas de feijão através do uso do

dispositivo acelerador de partículas eletricamente carregadas, porém a freqüência de

plantas transformadas obtidas por esses autores foi 0,3%, muito inferior ao citado

acima. ARAGÃO et al. (1996), bombardeando eixos embrionários e posteriormente

Page 37: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

19

induzindo a multiplicação de brotos, obtiveram uma freqüência de transformação de

0,9%.

Fatores biológicos, como a morfologia do ápice dos brotos e a capacidade de se

obter uma multiplicação de brotos homogênea e reprodutível, são críticos para se obter

plantas transgênicas de feijão (ARAGÃO & RECH, 1997). As células localizadas na

zona central da região meristemática foram indicadas como o centro das atividades

morfológicas e histológicas no ápice dos brotos (MEDFORD, 1992; HARA, 1995).

Muitos estudos mostram que as diferenciações de novos brotos em embriões de feijão

cultivados em citocininas aparecem em camadas periféricas do anel meristemático

(McCLEAN & GRAFTON, 1989; FRANKLIN et al., 1991; MALIK & SAXENA,

1992). Baseado nesses conceitos, cultivos com a não exposição da região do meristema

apical não são capazes de originar plantas transgênicas. A remoção, necessária nesse

caso, dos primórdios foliares não é um procedimento prático (ARAGÃO & RECH,

1997)

ARAGÃO et al. (1998) obteve plantas transgênicas de feijão resistente ao vírus

o mosaico dourado, através do bombardeamento dos embriões imaturos. Apesar de

muitos estudos tentarem realizar a transformação genética por meio da Agrobacterium,

obstáculos que variam desde a susceptibilidade á bactéria a um eficiente sistema de

regeneração dos materiais transformados, levaram à preferência por trabalhar com

transformação via bombardeamento de embriões em feijão.

2.4 Regeneração de plantas haplóides por meio da androgênese in vitro em feijão

(P. vulgaris L.)

A androgênese é o fenômeno no qual um grão de pólen é capaz de alterar a sua

rota de desenvolvimento e originar um esporófito haplóide. Este processo ontogênico

alternativo ainda é pouco conhecido, apesar de sua potencialidade tanto para estudos

básicos como àqueles aplicados para o melhoramento de plantas (KALTCHUK-

SANTOS & BODANESE-ZANETTINI, 2002).

Uma planta haplóide tem somente metade de seu patrimônio genético sendo,

portanto estéril. A duplicação de seu número cromossômico de maneira espontânea, ou

induzida pela aplicação de colchicina, recupera a condição diplóide e restaura a

fertilidade. Esta planta, chamada duplo haplóide será totalmente homozigota, uma vez

que cada cromossomo terá a sua cópia exata (MORAES-FERNANDES, 1990).

Page 38: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

20

Desde a primeira descrição de embriogênese de pólen de Datura innoxia por

GUHA & MARHESHWARI (1964; 1966) a cultura de anteras ou micrósporos isolados

têm sido importantes ferramentas para a produção de duplos – haplóides homozigotos

em muitas espécies agronomicamente importantes (JAIN et al., 1996).

Até agora a cultura de anteras tem sido utilizada principalmente em programas

de melhoramento genético, porém recentes avanços em culturas embriogênicas de

micrósporos isolados em Brassica (PECHAN & KELLER, 1988; TAKAHATA e

KELLER, 1991), Nicotiana (BENITO - MORENO et al.,1988; KYO & HARADA,

1986), Hordeum (HOEKSTRA et al., 1993) e Triticum (TOURAEV et al. 1996b) tem

feito da cultura de micrósporo uma forma real de se produzir duplos – haplóides.

A formação do grão de pólen compreende a microsporogênese e a

microgametogênese. O processo da microsporogênese inicia-se com a meiose e finaliza-

se com a formação de um micrósporo haplóide polarizado (TOURAEV et al., 1997).

Quando o micrósporo atinge esse estádio de desenvolvimento, ele pode seguir dois

caminhos de desenvolvimento, um seria a sua rota normal, ou seja, a gametofítica ou

alternativamente poderia seguir uma rota androgenética, ou esporofítica, e isso

dependerá das condições ambientais.

A embriogênese de micrósporo também é um bom sistema para mapeamento

genético (GRANER 1996), transformação genética (JÄHNE et al., 1994; STÖGER et

al., 1995) assim como para seleção de características recessivas e dominantes

(POLSONI et al., 1988; SWANSON, 1989). A possibilidade de uso da haploidia para

estudos básicos e aplicados de genética e biologia floral vem a bastante tempo

despertando o interesse na obtenção de plantas haplóides (KALTCHUK-SANTOS &

BODANESE-ZANETTINI, 2002).

Apesar da técnica da cultura de anteras ser mais simples a cultura de

micrósporos apresenta muitas vantagens sobre ela. Primeiramente a formação de calos e

embriões que freqüentemente formam nos tecidos somáticos das anteras são anulados.

Além de que permite um direto acesso aos micrósporos o qual acelera a otimização das

condições de cultura. Estudos comparativos em Brassica napus e Hordeum vulgare

confirmaram que a cultura de micrósporos pode ser de cinco a dez vezes mais eficiente

que a cultura de anteras para a produção de embriões (SIEBEL & PAULS, 1989;

HOEKSTRA et al., 1992). Atualmente, a cultura de anteras, através do processo de

androgênese, tem sido a técnica mais empregada para a produção de haplóides

(KALTCHUK-SANTOS & BODANESE-ZANETTINI, 2002).

Page 39: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

21

A homozigose alcançada mediante a haploidização torna a cultura de anteras

uma interessante ferramenta para o melhoramento vegetal. No sistema convencional de

melhoramento de autógamas, onde o método de cruzamentos é usado, são necessários

de sete a oito ciclos de autofecundação para estabilizar o genótipo pela fixação de genes

em homozigose. Além de ser um processo demorado e trabalhoso, a eficiência da

seleção nas primeiras gerações de autofecundação é muito baixa, devida principalmente

à ocorrência de alelos dominantes em heterozigose. Ao eliminar o mascaramento

causado pela heterozigose, a produção de duplo-haplóide traz outra vantagem, que é a

de ampliar a eficiência de seleção, tanto para caracteres qualitativos como quantitativos,

facilitando, portanto, a identificação e genótipos superiores (MORAES-FERNANDES,

1990; KALTCHUK-SANTOS & BODANESE-ZANETTINI, 2002).

Segundo opinião de MORAES-FERNANDES (1990, 1999), para os programas

de melhoramento vegetal de países como o Brasil, a haploidização apresenta

perspectivas de ganhos genéticos e econômicos superiores aos dos países

desenvolvidos. Isso porque, em relação à boa parte das culturas economicamente

importantes, os tetos de rendimento nacionais ainda são baixos. Portanto os ganhos

domésticos com o uso da haploidização poderão ser proporcionalmente maiores.

A técnica de cultura de anteras vem sendo usada rotineiramente em programas

de melhoramento de várias famílias importantes como os cereais, as crucíferas e as

solanáceas (MORAES- FERNANDES et al., 1999). Um exemplo dessa tecnologia é a

cultivar BRS- 43 de trigo que foi produzida pela Embrapa (CAETANO & MORAES-

FERNANDES, 1992).

HODDON & NORTHCOTE (1976a,b) foram os primeiros a relatar a formação

de calos via cultura de anteras de P. vulgaris, usando grãos de pólen mono e

binucleados. No entanto esses autores não obtiveram regeneração desses calos

cultivados em diferentes tipos de fitorreguladores.

PETERS et al. (1997) criaram um sistema para a indução de calos haplóides de

feijão, cultivando as anteras em meio suplementado com 2,4-D levando à

desdiferenciação das células das anteras. Temperaturas superiores a 30º C inibiram o

crescimento dos calos, Análises citológicas desses calos revelaram a ocorrência de calos

haplóides, diplóides e baixa freqüência (3%) de poliplóides.

de OLIVEIRA et al. (1994) estudaram a influência de auxinas e citocininas na

resposta in vitro de anteras maduras de um cultivar de feijão francês. Tais autores

relataram uma alta freqüência de formação de calos quando auxinas (2,4 – D ou NAA)

Page 40: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

22

foram usadas em baixas concentrações, tais autores também relataram que altas

concentrações de citocininas promoveram a rizogênese.

Não existe ainda, disponível na literatura, nenhum protocolo para a produção de

plantas haplóides em feijão. Nem mesmo a partir de cultura de anteras. MUÑOZ &

BAUDOIN (2002) em estudos sobre a cultura de anteras de P. vulgaris e Phaseolus

coccineus L. obteve apenas calos haplóides a partir dos quais não conseguiu regenerar

plantas.

A cultura de anteras é tecnicamente simples e é ainda, utilizada em muitos

laboratórios comerciais para a produção de duplos-haplóides, mas recentemente, o uso

da cultura de micrósporos isolados surgiu como uma alternativa. A cultura de

micrósporos oferece a vantagem de que os tecidos da parede da antera esporofítica não

interferem no processo, e o desenvolvimento do embrião pode assim se dar diretamente

(TOURAEV et al., 1997).

A cultura de micrósporos isolados apresenta certas vantagens em relação à

cultura de anteras intactas (PETROVA et al., 1993): a manipulação de células isoladas é

mais apropriada para estudos biotecnológicos que o uso de anteras completas, por

impedir que ocorra alguma interferência da parede da antera. Finalmente os embriões

obtidos após a cultura de micrósporos são certamente haplóides, ao contrário da cultura

de anteras no qual eles podem ser obtidos de tecidos somáticos diplóides.

2.4.1 Desenvolvimento in vitro do micrósporo

O papel do gametófito masculino é a produção de gametas masculinos e a dupla

fertilização, no entanto alguns desses micrósporos presentes na cultura de anteras in

vitro são capazes de abandonar sua programação original de desenvolvimento e seguir

um novo programa de desenvolvimento esporofítico envolvendo contínuas divisões que

levam à produção de embriões haplóides ou calos (BARNABÁS et al., 2001).

Segundo SANGWAN & CAMEFORT (1982) o micrósporo jovem, após sua

liberação da tétrade, possui um grande núcleo central, citoplasma rico em ribossomos e

com numerosos pequenos vacúolos. Ao logo do tempo ocorre a coalescência desses

vacúolos resultando na formação de um único vacúolo grande e centralizado e

conseqüentemente o núcleo se desloca para junto da parede do micrósporo (SAX &

EDMONDS, 1933 citado por KALTCHUK-SANTOS & BODANESE-ZANETTINI,

2002).

Page 41: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

23

Com o deslocamento do núcleo para a periferia da célula ocorre a primeira

divisão mitótica. Essa polarização do núcleo resulta em assimetria do fuso mitótico e

conseqüentemente distribuição desigual do citoplasma nas células filhas, originando

assim uma célula vegetativa e outra generativa. Sendo assim essas duas células são

estruturais e funcionalmente diferentes, mesmo possuindo o mesmo material genético.

A segunda mitose do pólen envolve somente a célula generativa, enquanto a

vegetativa permanece quiescente. Essa divisão origina duas células alongadas e em

forma de meia – lua, chamadas de células espermáticas. Assim o gametófito maduro é

constituído de três células: a vegetativa e as duas gaméticas.

Segundo o modelo determinístico de dois pontos, proposto por GRANDO &

MORAES-FERNADES (1997), haveria dois momentos no qual o micrósporo poderia

ter sua via ontogenética normal alterada, levando à aquisição do potencial

androgenético. O primeiro ponto de alteração seria no início da meiose e o segundo

durante o estádio mononucleado do pólen. Há evidências de que a eliminação das

moléculas carreadoras de informações esporofíticas (mRNA, ribossomos e proteínas)

deve ocorrer nestas duas etapas e qualquer anormalidade que impeça a correta

eliminação destas moléculas acarretará a reativação do processo embriogênico.

As análises citológicas da segmentação inicial de micrósporos oriundos da

cultura de anteras em varias espécies, realizadas por SUNDERLAND & DUNWELL

(1974), mostram a existência de quatro rotas de androgênese in vitro:

Rota I – o micrósporo segue seu curso normal, passando pela divisão assimétrica

e a diferenciação celular, para formar uma célula generativa e uma vegetativa. Mas

somente a célula generativa continua dividindo e estará envolvida na embriogênese.

Rota II – nesta rota, assim como na I, a primeira divisão mitótica e a

diferenciação celular são normais. A célula generativa não é funcional e degenera-se

rapidamente, ou após uma ou duas divisões. Apenas a célula vegetativa participa na

formação do embrião.

Rota III – a primeira divisão é assimétrica e as células, vegetativa e generativa,

continuam a dividir-se e participam no desenvolvimento do embrião androgenético.

Rota IV – o micrósporo sofre uma divisão simétrica cujas duas células – filhas

idênticas com características do tipo vegetativo contribuem para o desenvolvimento do

esporófito haplóide.

Independente do padrão inicial de segmentação, o pólen sofre divisões tornando-

se multicelular, e este tecido pode tomar duas possíveis direções: (I) formar um embrião

Page 42: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

24

globular que passa pelos estádios normais da embriogênese pós – globular; (II)

proliferar e formar um calo que mais tarde se diferencia em plântulas, via embriogênese

ou organogênese (BHOJWANI & RAZDAN, 1983).

Segundo PENG et al. (1997) em cultura de anteras de aspargo a formação de

calos, embriões e plântulas haplóides têm como pré-requisito a ocorrência de divisão

simétrica. Grãos de pólen cuja primeira mitose tenha sido do tipo assimétrica não

sofrem divisões adicionais e, portanto, não tomam a via esporofítica. Vários outros

estudos (FAN et al., 1988; ZAKI & DICKINSON, 1900, 1991, 1995) defendem a

hipótese de que da simetria a mitose do pólen é um ponto chave para que ocorra o

desvio do programa gametofítico.

A mudança na ontogenia normal de um micrósporo para uma via esporofítica

requer alterações profundas na morfogênese celular (IQBAL et al., 1994). Os

microtúbulos que determinam a localização das organelas, incluindo o núcleo, estão

necessariamente envolvidos em tais mudanças morfogenéticas. Assim, a reorganização

dos microtúbulos é vista como uma condição necessária na alteração do padrão de

desenvolvimento.

O pólen binucleado simétrico é formado após uma divisão equacional, cujo

resultado são duas células idênticas do tipo vegetativas. Sua origem deve-se,

basicamente, a não formação do vacúolo ou modificação no eixo de divisão da célula.

Presume-se que o potencial androgenético deste tipo de pólen deva-se à manutenção de

determinantes esporofíticos (mRNA e ribossomos) em seu citoplasma. Desta forma, o

pólen resultante de divisão simétrica poderia ser definido como uma estrutura

embriogênica induzida (ZHAO et al., 1996).

2.4.2 Fatores externos que induzem o micrósporo a entrarem na via esporofítica

Pouco se sabe sobre os mecanismos de redirecionamento da ontogenia do

gametófito masculino no sentido de formar uma célula embriogênica (GARRIDO et al.,

1993), mas, os estudos têm mostrado que este redirecionamento necessita de um

estímulo – sinal.

Segundo REYNOLDS (1997) a aplicação de fatores externos torna o micrósporo

competente para a androgênese. O estresse parece ser o sinal para iniciar o processo

androgenético, uma vez que proteínas de estresse são detectadas durante a indução da

embriogênese haplóide. Tais proteínas seriam responsáveis pela reprogramação da

célula e pela proteção à condição estressante (KIVIHARJU & PEHU, 1998).

Page 43: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

25

Fatores estressantes aplicados in vivo e in vitro têm sido identificados como

capazes de disparar o processo esporofítico (IMMONEM & ROBISON, 2000;

SMYKAL & PECHAN, 2000). Entre eles podem ser listados, choque térmico (calor ou

frio), agentes anti-mitóticos (colchicina), carência de nitrogênio, carência de

carboidratos, incubação em solução de manitol.

O uso de fatores de estresse na indução da androgênese não é um fato recente.

NITSCH & NOREEL (1973) aplicaram pré-tratamento de frio em botões florais de

Datura innoxia e constataram um aumento na freqüência de pólens com dois núcleos

idênticos, bem como no número de embriões formados.

O tratamento das anteras a baixas temperaturas, antes ou no início da cultura in

vitro, tem como conseqüências, para o grão de pólen, a dissolução dos microtúbulos e

alterações na distribuição do citoplasma e na divisão celular (RASHID, 1983). Portanto

é provável que o pré-tratamento de frio exerça seu efeito através de uma interferência

precoce no estabelecimento da polaridade, resultando em modificação na organização

do fuso, com a formação de pólens binucleados simétricos (MAHESHWARI et al.,

1980; RASHID, 1983).

Além do uso dos tratamentos de frio, a indução de mitose simétrica no

micrósporo pode ser alcançada através do uso de colchicina. A colchicina é uma droga

que se liga a heterodímeros inibindo a adição de dímeros aos microtúbulos, resultando

na sua despolimerização e, impedindo assim, a progressão no desenvolvimento do pólen

(ZHAO et al., 1996).

BONET & OLMEDILLA (2000) estudando o desenvolvimento in vitro de

micrósporos de trigo observaram que ao contrário do desenvolvimento gametofítico a

primeira divisão androgenética é simétrica, com a formação de dois núcleos idênticos.

Segundo esses autores a primeira divisão simétrica ocorreu três dias após

submeter esses micrósporos a um meio rico. Após oito dias já se pode observar grãos de

pólen polinucleados com até dez núcleos. Esses pólens polinucleados não mostraram

visíveis diferenças em tamanho quando comparados com micrósporos não induzidos. A

parede do pólen se rompeu somente quando o número de células dentro do pólen

polinucleado chegou de 10 a 15 aproximadamente.

Micrósporos capazes de se adaptar ao estresse ambiental das condições in vitro e

a sobreviverem nos primeiros três dias de cultura são também capazes de seguir um

caminho de desenvolvimento esporofítico. A comparação de divisão simétrica e

assimétrica dos micrósporos e a freqüência de formação de embriões ou calos indicaram

Page 44: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

26

que o desenvolvimento embriogênico dos micrósporos ocorreu após divisões simétricas,

enquanto que calos foram formados pela adicional divisão de células vegetativas

resultado da divisão assimétrica de micrósporos (BARNABÁS et al., 1988).

Estudos sobre o efeito do agente anti-mitótico colchicina na cultura de anteras e

de micrósporos de Brassica napus mostrou que esta substância age como um promotor

da androgênese, tratamentos com colchicina resultaram em aumento significativo do

número de divisões simétricas, bem como, no número de embriões formados (ZAKI &

DICKINSON, 1990, 1991, 1995). Resultados semelhantes foram também obtidos por

IQBAL et al. (1994) e ZHAO et al. (1996) em Brassica, e por SZAKÁCS &

BARNABÁS (1995) em trigo.

Os resultados obtidos nesses estudos apontam a colchicina como um promotor

da androgênese através da reorganização do citoesqueleto. Entretanto ZAKI &

DICKINSON (1995) argumentaram que, embora esta droga tenha potencialidade para

induzir mitose simétrica, a sua capacidade em aumentar paralelamente a embriogênese

ainda não estava claramente comprovada. De acordo com TOURAEV et al. (1996a), a

simetria não é uma condição essencial para aquisição da capacidade embriogênica.

Estresses do tipo de choque de calor (BINAROVA et al., 1997) e carência de

sacarose (ZÁRSKY et al., 1995) na indução da androgênese demonstraram a presença

de proteínas de choque térmico (HSPs). Foi verificada uma alta correlação entre a

indução do desenvolvimento embriogênico e a presença de proteínas de choque térmico

da classe da HSP70 (CORDEWENER et al., 1995).

O uso combinado dos fatores choque de calor e carência de sacarose tem levado

a acréscimos significativos na indução de embriogênese do pólen, tanto em tabaco como

em trigo (TOURAEV et al., 1996 a,b). Contudo em triticale IMMONEN & ROBISON

(2000) testaram diferentes fatores de estresse e verificaram que, embora estes tenham

sido capazes de melhorar a resposta androgenética, não foram capazes de induzir a

androgênese nos genótipos mais recalcitrantes.

O interesse no uso do sistema de duplo-haplóides androgenéticos na obtenção de

linhagens puras pode ser justificado por benefícios tais como a redução de tempo e de

custos, a maior variância genética, a melhor eficiência na seleção e, ainda como teste

para identificar cruzamentos promissores (MORAES- FERNANDES et al., 1999).

Porém as dificuldades na indução da androgênese em algumas espécies como as

leguminosas, por exemplo, têm limitado sua aplicação nos modernos programas de

melhoramento (KALTCHUK-SANTOS & BODANESE-ZANETTINI, 2002).

Page 45: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

27

Tem sido verificado que o estádio de desenvolvimento do micrósporo tem um

papel crucial na eficiência da indução haplóide. Tudo indica que, em determinados

períodos, o micrósporo apresenta-se mais suscetível a alterações em sua via

ontogenética e, assim, competente para a androgênese. Em geral este período é anterior

à primeira mitose e está relacionado com uma eliminação inadequada de determinantes

esporofíticos (KALTCHUK-SANTOS & BODANESE-ZANETTINI, 2002).

2.4.3 Relação entre estádio de desenvolvimento de micrósporos e tamanho do botão

floral

Muitos autores, na tentativa de monitorar o processo de divisão meiótica,

tentaram associar o tamanho do botão floral com as diferentes fases meióticas ou

estádios de desenvolvimento do grão de pólen (WILLCOX et al., 1990; LAUXEN et al.,

1995; SILVA et al., 1995; ANDRADE et al., 1996;). Esse tipo de informação é

importante para o sucesso de pesquisas que envolvem a técnica e cultura de anteras, em

que um dos pontos de entrave é o estádio da microgametogênese, uma vez, para a

maioria das espécies, é necessária a manipulação da célula gamética uninucleada

(ZHANG & LESPINASSE, 1992).

Numerosos fatores influenciam o processo de androgênese in vitro e a sua

eficiência, tal como o estádio fisiológico da planta doadora das anteras (WANG &

CHEN, 1980; OUYANG et al., 1987), o estádio de desenvolvimento do micrósporo

(OUYANG et al., 1973; HE & OUYANG, 1984), as condições de cultura in vitro (JING

et al., 1982) e o genótipo usado no processo (BULLOCK et al., 1982).

LAUXEN et al. (1995) relacionaram os estádios da microsporogênese a quatro

intervalos preestabelecidos de comprimento de botão floral, em três cultivares

brasileiras de soja (Glycine max (L.) Merrill), e constataram falta de sincronismo entre

as anteras de um mesmo botão quando a meiose I e II. ANDRADE et al., (1996)

analisaram citologicamente quatro cultivares de café (Coffea arábica L.), e em todos os

genótipos houve associação entre o tamanho de botões florais e anteras apenas nos

estádios de desenvolvimento de micrósporos.

A relação entre tamanho de botão floral e o estádio de desenvolvimento do grão

de pólen tem sido buscada em várias espécies, principalmente como subsídio para

estudos envolvendo microsporogênese e cultura de anteras (WILLCOX et al., 1990).

Segundo SOUZA et al. (2002) análises citológicas realizadas em botões florais de

maracujazeiro – amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.), tanto o tamanho do

Page 46: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

28

botão quanto das anteras não devem ser usados como parâmetros indicativos para fases

meióticas durante a microsporogênese. Nesse estudo os valores de comprimento de

botão floral e de anteras encontrados em uma fase meiótica sobrepõem-se à outra fase,

não sendo possível identificar com precisão a que intervalo pertence cada fase, ao

contrário dos estádios da microgametogênese, micrósporo e grão de pólen.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Regeneração via organogênese direta e proliferação de gemas axilares de feijão

(P.vulgaris L.)

A seguir serão detalhados os experimentos para o estudo da regeneração de

plantas de P. vulgaris L. por meio da organogênese in vitro e desenvolvimento de

plantas a partir da proliferação de gemas axilares. Esses experimentos foram baseados

no protocolo proposto por CRUZ DE CARVALHO et al. (2000), e a partir desse

método foram feitas modificações buscando adaptá-lo para as condições do presente

estudo, conforme andamento dos experimentos. Todos os experimentos foram

realizados no laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais, do Centro de Pesquisa e

Desenvolvimento de Recursos Genéticos Vegetais, do Instituto Agronômico, sediado na

cidade de Campinas, São Paulo.

3.1.1 Material Vegetal e estabelecimento in vitro das sementes de feijão (P.vulgaris

L.)

O material vegetal deste estudo foi o cultivar: IAC – Alvorada, que é originário

do cruzamento realizado entre os genótipos: {(IAC- Carioca Pyatã . A686) x [(IAC –

Maravilha . G2338) . (IAC- Maravilha. And277)]} x L317-1. O IAC- Alvorada, tipo

grão carioca, apresenta porte de planta semi-ereto (tipo III), com resistência moderada à

antracnose, alto peso de mil sementes (275 g) e alta qualidade. Essa qualidade deve-se à

resistência ao escurecimento e ao tamanho do grão (peneira 13 e 14). O teor de proteína

médio é de 22%. O padrão de produtividade média desse cultivar é de 2500 kg/ha.

A germinação in vitro foi realizada em tubos de ensaio de 20 cm de altura e 2,4

cm de diâmetro de boca, tampados com papel alumínio ou filme de plástico de PVC.

Sementes do cultivar IAC- Alvorada sofreram descontaminação superficial com

água e detergente e em seguida álcool 70% por 40 segundos. Em câmara de fluxo

Page 47: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

29

laminar foram submersas em solução de hipoclorito de cálcio (2%) por 20 minutos sob

agitação constante, seguida por um rápido enxágüe em solução de ácido clorídrico

(0,001N) e sucessivas lavagens com água destilada autoclavada por 30 minutos. Os

tubos de ensaio receberam 20 mL de meio de germinação que constou do ½ MS

(MURASHIGE & SKOOG, 1962,) com as vitaminas do meio B5 (GAMBORG et al.,

1968), suplementado ou não com 6-BA, no qual serão descritos no detalhamento de

cada experimento. Após inoculação das sementes o material foi mantido em sala de

crescimento com condições de luz, fotoperíodo de 16/8 (luz/escuro) e temperatura, 28 ±

2ºC controladas. O período de germinação variou conforme o experimento, pois foi

dependente do desenvolvimento das plântulas. Assim quando emitiram o primeiro par

de folhas eram consideradas ideais para o uso.

3.1.2 Efeito de explantes da região nodal entre os cotilédones e folhas primárias e

região nodal das folhas primárias de feijão (P.vulgaris L.)

Segundo CRUZ DE CARVALHO et al. (2000) a região de explante mais

responsiva para a regeneração via organogênese direta em feijão é o epicótilo,

principalmente a região nodal das folhas primárias, onde afirmaram que obtiveram uma

alta capacidade de regeneração (FIGURA 1).

Figura 1 – Representação da plântula de feijão (P. vulgaris L.) e partes utilizadas como

explantes neste estudo.

Page 48: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

30

As sementes foram germinadas conforme item 3.1.2 por sete dias sem 6-BA. Os

diferentes tratamentos constaram das diferentes regiões do explante, sendo assim: ‘A’

região nodal das folhas primárias; ‘B’ – região proximal das folhas primárias; C- região

intermediária entre os cotilédones e folhas primárias e ‘D’- região distal das folhas

primárias. Sendo ‘B’, ‘C’ e ‘D’ pertencentes à região nodal entre os cotilédones e folhas

primárias. Os explantes foram dissecados conforme a técnica denominada de tTCL

(transverse thin cell layer, CRUZ DE CARVALHO et al., 2000). A região A sofreu

corte das gemas visíveis (MOHAMED et al., 1992a), sem auxílio de microscópio

esteroscópico. O meio de indução constou do meio MS com as vitaminas do meio B5

acrescido de 10 µM de 6-BA. Os frascos receberam 10 tTCL’s de 0,3 e 0,5 mm de

espessura. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com nove

repetições. Após montagem do experimento, o material foi mantido em sala de

crescimento com condições de luz, fotoperíodo de 16/8 (luz/escuro) e temperatura, 28 ±

2ºC controladas. Foi avaliado após sete dias o número de regenerações por frasco, e a

partir dele calculou-se o percentual de regeneração, obtido pela razão entre o número de

regenerados pelo número de explantes viáveis por frasco para cada uma das repetições,

obtendo-se ao final uma média de porcentagem de regeneração por tratamento. Os

materiais regenerados foram passados para meio MS com vitaminas do meio B5 livre de

hormônios.

3.1.3 Efeito do ácido ascórbico na organogênese in vitro de feijão (P.vulgaris L.)

Nesse experimento foi testado o uso de ácido ascórbico em três concentrações

0,06 µM, 0,14 µM e 0,3µM (PHYTO TECHNOLOGY LABORATORIES, 2007). O

experimento foi realizado em placas de Petri médias (diâmetro 6 cm e altura 1,4 cm),

contendo variado número de explantes. Os tratamentos de ácido ascórbico foram

utilizados no meio de indução MS com vitaminas do meio B5 e 10 µM de 6-BA. O

delineamento foi de blocos casualizados, divididos no tempo, com duas repetições.

As sementes foram germinadas conforme item 3.1.2, sem adição de 6-BA. O

bloco 1 foi montado com plântulas germinadas com 17 dias e o bloco 2 com 15 dias de

germinação. Os explantes foram divididos em dois tipos: ‘A’- região nodal das folhas

primárias e ‘B’- região proximal das folhas primárias (FIGURA 1). Os tratamentos de

ácido ascórbico foram: 0,06µM, 0,14 µM e 0,3µM em um esquema fatorial 2x2 com

cinco placas (unidades de observação) para cada combinação por bloco. As soluções de

Page 49: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

31

ácido ascórbico foram filtroesterilizadas, uma vez que o ácido ascórbico não pode ser

autoclavado juntamente com o meio.

Cada placa continha a região do explante de uma plântula na forma de tTCL’s.

Após montagem do experimento, o material foi mantido em sala de crescimento com

condições de luz, fotoperíodo de 16/8 (luz/escuro) e temperatura, 28 ± 2ºC controladas.

Nesse experimento foi avaliado o grau de oxidação das placas, após sete e 15 dias de

cultivo, atribuindo-se notas de 0 a 100 %, conforme o grau de oxidação, sendo 0% sem

oxidação e 100% totalmente oxidado. Ao final, considerando a ultima avaliação, foi

obtida uma média por combinação das cinco placas e realizada análise dos resultados.

3.1.4 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ em meio de indução na organogênese in vitro

de feijão (P.vulgaris L.)

Foi proposto nesse experimento testar o efeito do 6-BA e do TDZ na

organogênese in vitro de explantes da região nodal das folhas primárias de plântulas de

feijão. Os experimentos foram constituídos de quatro tratamentos onde, todos receberam

o mesmo meio básico (MS mais as vitaminas do B5). O T1 foi o controle, livre de

reguladores de crescimento, o T2 foi acrescido de 10µM de 6-BA, o T3 foi acrescido de

15 µM de 6-BA e o T4 acrescido de 10µM de TDZ. As sementes foram germinadas

conforme item 3.1.2 por 11, 10, sete e 14 dias para cada bloco respectivamente. O

delineamento experimental foi de blocos casualizados, divididos no tempo, com quatro

repetições, com pelo menos cinco frascos (unidades de observação) por bloco e cada

frasco continha dez tTCL’s. O número de unidades de observação não foi padronizado

pois era dependente do número de plântulas que emitiram o primeiro par de folhas.

Assim o bloco um foi montado com plântulas de 11 dias, o bloco dois com dez dias, o

bloco três com sete dias e o bloco quatro com 14 dias de germinação. Os explantes

foram retirados da região nodal do primeiro par de folhas (região ‘A’ FIGURA 1), com

corte das gemas axilares pré - existentes visíveis. Após montagem do experimento, o

material foi mantido em sala de crescimento com condições de luz, fotoperíodo de 16/8

(luz/escuro) e temperatura, 28 ± 2ºC controladas. Foi avaliado número de plantas

regeneradas em relação ao número de explantes viáveis, a cada sete dias num total de

três avaliações. A partir da avaliação final, obteve-se a freqüência média de regeneração

pela média das unidades de observação, para cada bloco e posteriormente foi realizada

análise dos resultados.

Page 50: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

32

3.1.5 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ na proliferação de gemas axilares de feijão

(P.vulgaris L.)

Baseando-se nos resultados com relação à região do explantes e efeito das

citocininas 6-BA e TDZ no meio de indução, foi realizado esse experimento utilizando

somente a região nodal das folhas primárias (região ‘A’ FIGURA 1) sem a retirada das

gemas pré-existentes, uma vez que CRUZ DE CARVALHO et al. (2000) não relatam

tal procedimento. A germinação das sementes foi realizada conforme item 3.2.1 e foi

dividida em dois tratamentos de germinação in vitro com e sem 6-BA (5µM). O período

de germinação foi de 14 dias para o bloco 1, 15 dias para o bloco 2 e 18 dias para o

bloco 3.

O meio de indução também foi dividido em dois tratamentos: T1 - meio MS com

vitaminas do meio B5, acrescido de 10 µM de 6-BA e T2: meio MS com vitaminas do

meio B5, acrescido de 10 µM de TDZ. Sendo assim o experimento foi realizado em

esquema fatorial 2x2, e o delineamento experimental foi de blocos casualizados,

divididos no tempo, com três repetições. O número de frascos (unidades de observação)

por bloco variou de seis a dez. Cada frasco continha a região nodal das folhas primárias

(região ‘A’ FIGURA 1) de uma plântula na forma de tTCL’s. Após a montagem do

experimento, o material foi mantido em sala de crescimento com condições de luz,

fotoperíodo de 16/8 (luz/escuro) e temperatura, 28 ± 2ºC controladas. Foi avaliado o

número de plantas desenvolvidas a cada sete dias, totalizando três avaliações. A partir

da ultima avaliação, obteve-se a freqüência média de plantas desenvolvidas pela média

das unidades de observação, para cada combinação e posteriormente foi realizada

análise dos resultados.

3.1.6 Proliferação de gemas axilares a partir de ápices meristemáticos de caules de

feijão (P.vulgaris L.) in vitro

Foi realizando um estudo comparando dois meios na proliferação de gemas

axilares, a partir de ápices meristemáticos de caules, e alongamento de brotos. Para tal

estudo foram utilizados ápices de plântulas germinadas in vitro conforme descrito o

item 3.2.1, com adição de 5 µM de 6-BA por 17 dias.

Os meios consistiram de T1: meio MS com as vitaminas do meio B5 acrescido de

1 µM de 6-BA, 3µM de GA3 e 10 µM de AgNO3 (CRUZ DE CARVALHO et al.,

2000) e T2: meio MS com as vitaminas do meio B5 acrescido de 3µM de GA3. O

delineamento foi inteiramente casualizado com quatro repetições (frascos) por

Page 51: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

33

tratamento. Cada frasco continha quatro ápices (explante) de plântulas de feijão. Após

montagem do experimento o material foi mantido em sala de crescimento com

condições de luz, fotoperíodo de 16/8 (luz/escuro) e temperatura, 28 ± 2ºC controladas.

Foi avaliado o número de brotos formados por explantes, e a formação de raiz

durante três semanas, avaliando a cada sete dias. A partir da ultima avaliação obteve-se

uma média do número de brotos formados em cada tratamento pelas suas repetições.

Para a formação de raiz obteve-se a freqüência média de formação de raiz por

tratamento, obtida pela relação entre o número de explantes que formaram raiz pelo

total inoculado viável em cada tratamento, pelas suas repetições. Posteriormente foi

realizada análise dos resultados.

3.1.7 Aclimatação de plantas

Anteriormente à aclimatação as plantas passaram por um período in vitro em

meio MS com as vitaminas do meio B5 livre de hormônio afim de que elas

desenvolvessem tanto parte aérea como raízes. As plantas que apresentavam parte aérea,

com ramos e folhas verdes, e sistema radicular bem desenvolvido foram aclimatadas em

copos plásticos de 200 mL, com vermiculita autoclavada, molhada com uma solução de

meio MS/4 para suprir as necessidades nutricionais das mesmas. Essas plantas foram

armazenadas em condições de laboratório, com umidade do ar (aproximadamente 80%)

e temperatura controlada (25ºC) em bandeja contendo água, até se adaptarem a essas

condições ex vitro. Após esse período as plantas foram passadas para vasos com terra e

colocadas em condições de casa de vegetação.

3.1.8 Análise estatística

As análises estatísticas, ANOVA e teste de Tukey de cada experimento foram

realizadas por meio do programa SISVAR (software livre, cedido pela UFLA) Os

gráficos foram realizados no programa Excel.

3.2 Regeneração de plantas haplóides por meio da Androgênese em feijão

(P.vulgaris L.)

A seguir serão descritos os procedimentos adotados para estudos da androgênese

em feijão. Todos os experimentos foram realizados nos laboratórios de Cultura de

Tecidos Vegetais e de Citogenética, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de

Recursos Genéticos Vegetais, do Instituto Agronômico, sediado na cidade de Campinas,

São Paulo.

Page 52: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

34

3.2.1 Cultura de anteras em feijão (P.vulgaris L.)

Inflorescências do cultivar IAC- Alvorada, após o período de choque térmico de

0, 48 e 72 horas, foram esterilizadas superficialmente. Primeiramente foram lavadas em

água corrente com algumas gotas de detergente e na seqüência permaneceram em álcool

70% por 40 segundos. Em câmara de fluxo laminar asséptico as inflorescências foram

submersas em solução de hipoclorito de cálcio (1,5%) por dez minutos sob agitação

seguida de um rápido enxágüe em solução de ácido clorídrico (0,001N) e sucessivas

lavagens por água destilada autoclavada durante 10 minutos

Os botões, classificados em pequenos (2,0 a 3,5 mm) médios (3,6 a 6,0 mm) e

grandes (6,1 a 8,5 mm), foram dissecados sob microscópio esteroscópico e as anteras

foram inoculadas em meio de cultura, na seguinte conformidade: 40 anteras para cada

placa de Petri média (diâmetro de 9,5 cm e altura de 2,0 cm), contendo 20 mL de meio.

As placas de Petri foram colocadas em sala de crescimento em temperatura de

aproximadamente 26º C no escuro.

Foram testados diferentes meios de cultura. Os meios de cultura para indução de

calos constou do MS contendo cinetina (18µM) + 2,4-D (18µM) (MUÑOZ &

BAUDOIN, 2002) ou 6-BA (17,4µM) + 2,4-D (18µM) com as vitaminas do meio N6

(CHU, 1975). Calos obtidos do meio de indução foram passados para meio de

crescimento de calo constituído de MS com vitaminas de MOURAD-AGHA &

DEXHEIMER (1979) e posteriormente esse calos foram passados para meio de

regeneração MS com vitaminas do meio B5 e 10 µM.L-1 de 6-BA.

Avaliou-se o número de anteras que produziram calos, ao mesmo tempo em que

se procurou observar de que tecidos ou células esses calos foram originados. O

delineamento experimental foi inteiramente casualizados com no mínimo três

repetições.

3.2.2. Cultura de micrósporos isolados em feijão (P.vulgaris L.)

3.2.2.1 Relação entre tamanho de botão floral e estádio de desenvolvimento do

micrósporo

Foram realizados estudos para a averiguação da existência de uma possível

relação entre o tamanho dos botões florais e o estádio de desenvolvimento dos

micrósporos, especificamente, a fase mononuclear de interesse na androgênese. Para tal,

Page 53: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

35

botões florais, coletados de plantas cultivadas em casa-de-vegetação, de tamanhos

inferiores a 1 mm até 8,5mm foram coletados e então dissecados sob microscópio

esteroscópico. Foram analisados cinco botões de cada tamanho. As anteras foram

retiradas e colocadas em meio CPW-13 (FREARSON et al., 1973). A seguir, as mesmas

foram transferidas para uma lâmina com uma gota do mesmo meio, maceradas com

cuidado para liberação dos micrósporos íntegros e cobertas com uma lamínula. Algumas

lâminas foram preparadas com o corante carmim acético 1,2% (MEDINA &

CONAGIN, 1964) e comparadas com aquelas preparadas apenas com o meio CPW-13

para verificar qual deles propiciava melhor contraste entre o núcleo e o citoplasma. As

observações quanto ao número de núcleos nos micrósporos foram feitas utilizando-se

um microscópio óptico Jenaval-Zeiss. O método de preparo das lâminas com carmim

acético foi semelhante ao do CPW-13. Alguns micrósporos foram selecionados e

fotomicrografados em fotomicroscópio Vanox-Olympus, com filme colorido ASA 400

Kodak Ultra.

3.2.2.2 Efeito de choque térmico sob os micrósporos

Botões florais do cultivar de feijão IAC – Alvorada, de tamanhos entre 2,5 a 3,5

mm, coletados de plantas cultivadas em casa-de-vegetação, foram divididos em dois

tratamentos: T1: 20 botões utilizados como testemunha, ou seja, não receberam choque

de frio (8 ± 1ºC – em geladeira) sendo dissecados imediatamente após a coleta e T2: 20

botões armazenados em geladeira, em um Becker contendo algodão umedecido com

água destilada, por seis dias, período de choque de frio (8 ± 1ºC - em geladeira). Após

os seis dias de choque de frio foi realizado o procedimento para a liberação dos

micrósporos.

Para a liberação dos micrósporos, primeiramente os botões florais foram

dissecadas em microscópio estereoscópico para a retirada das anteras em meio CPW-13.

Assim, os micrósporos foram liberados das anteras pela maceração das mesmas em

meio CPW-13, passagem por peneira de 58 micrômetros e observação em microscópio

de luz invertida. Foram analisados 20 campos aleatórios, contando-se o número de

micrósporos de cada tamanho de forma presente.

Page 54: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

36

3.2.2.3 Experimentos de isolamento e cultivo de micrósporos

A seguir (TABELA 1) estão descritos o número de experimentos com

micrósporos realizados e algumas especificações. Porém cada experimento será

detalhado abaixo.

Tabela 1 – Experimentos de cultura de micrósporos isolados do cultivar de feijão (P.

vulgaris L) IAC-Alvorada e suas especificações.

Os experimentos de cultivo de micrósporos isolados foram baseados em

MATOS (2006), trabalho esse desenvolvido dentro do laboratório de Cultura de Tecidos

Vegetais do IAC. Esse trabalho serviu de base, uma vez que se trata do cultivo e

regeneração de plantas a partir de protoplastos de Passiflora spp, e podem-se cultivar

micrósporos utilizando-se procedimentos semelhantes.

Experimento 1:

Material Vegetal: para esse estudo foram utilizados 80 botões de 3,0 a 3,5 mm de

comprimento, do cultivar IAC- Alvorada, cultivado em casa-de-vegetação. O material

foi colhido no dia do isolamento e não sofreu choque térmico de frio.

Retirada das Anteras: os botões florais foram lavados rapidamente com água e

detergente e posteriormente foram colocados em álcool 70% por 40 segundos. Todas as

etapas a seguir foram realizadas sob condições assépticas, ou seja, em câmara de fluxo

laminar asséptica e material autoclavado. Os botões florais foram esterilizados com

solução de hipoclorito de cálcio 1,5 % por quatro minutos, em seguida sofreram

enxágüe em solução de ácido clorídrico (0,001N) autoclavada. Posteriormente sofreram

Experimento Época de colheita das

anteras

Período de choque térmico

Forma de plaqueamento

Meio utilizado

pra indução 1 Outono 0 dia Líquido K8P

2

Outono

9 dias

Gotas de agarose 0,6%

K8P

3

Outono

6 dias

Gotas de agarose

0,6%

K8P/K8

4, 5, 6

Outono(4) /

Inverno (5 e 6)

10, 6 e 13 dias

Gotas de agarose

0,6%

K8

Page 55: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

37

sucessivas lavagens de dez minutos com água destilada autoclavada. Após a

esterilização os 80 botões foram dissecados com auxílio de microscópio estereoscópico

e as anteras foram retiradas e colocadas imediatamente em meio CPW-13.

Esmagamento das anteras: As anteras foram colocadas em peneira de 58 micrômetros,

com auxílio de pipeta Pasteur e foram maceradas em meio CPW-13 com um bastão de

vidro de ponta achatada para que os micrósporos fossem liberados. Como os

micrósporos são menores que 58 micrômetros, esses passaram pela peneira utilizada e o

que ficou retido na peneira era descarte, como por exemplo, restos de anteras ou outros

materiais.

Filtragem em Peneira de 30 micrômetros: após passarem pela peneira de 58

micrômetros, adicionou-se CPW-13 à placa contendo micrósporos e esses foram

filtrados na peneira de 30 micrômetros, objetivando reter os micrósporos vivos na

peneira e descartar partículas menores que isso, como por exemplo, micrósporos

inviáveis. Após a filtragem o material que passou na peneira foi descartado e os

micrósporos foram ressuspendidos em meio CPW-13 com auxílio de uma pipeta

Pasteur. Os micrósporos em suspensão no meio CPW-13 foram coletados e colocados

em tubos para centrífuga. Posteriormente foram armazenados em caixa de isopor com

gelo e levados a geladeira por aproximadamente duas horas (8 ± 1ºC) em meio CPW-13

antes da centrifugação.

Centrifugação: A centrifugação foi realizada por cinco minutos a 1200 rpm em

centrífuga modelo Baby I 206B, marca Fanem. A seguir descartou-se o sobrenadante e

o pellet foi ressuspendido em um mL de meio K8P (KAO & MICHAYLUK, 1977).

Após a homogeneização retirou-se uma alíquota para contagem de micrósporos em

câmara de Newbawer.

Diluição: foi obtida uma solução de micrósporos com uma população de 9 x 104 /mL a

qual foi diluída para aproximadamente 2,3 x 104 /mL, acrescentando-se 2mL de K8P,

totalizando então ao final da diluição uma solução de 3mL de K8P 1 x com

micrósporos. Esses 3 mL foram divididos em duas placas de Petri pequenas (diâmetro 6

cm e altura de 1,4 cm), contendo 1,5 mL em cada uma. Nesse caso foi utilizado meio

líquido sem Agar e as placas foram mantidas no escuro. Os micrósporos plaqueados

foram observados diariamente em microscópio de luz invertida, anotando-se o estádio

de desenvolvimento dos micrósporos, o número de micrósporos inviáveis ou rompidos,

a presença ou não de divisões. A documentação também se deu por meio de fotografias

digitais. A cada três ou quatro dias as culturas receberam troca de meio velho por meio

Page 56: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

38

novo, onde de cada placa foi retirado 1mL de K8P da placa e adicionado 1mL de K8P

1x novo.

Experimento 2:

Material Vegetal: para esse estudo foram utilizados 76 botões de 3,0 a 3,5 mm de

comprimento, do cultivar IAC- Alvorada, cultivado em casa-de-vegetação, colhidos e

colocados em geladeira, estando no momento da instalação do experimento com nove

dias de choque térmico de frio (8 ± 2°C).

Os procedimentos de retirada e esmagamento das anteras, filtragem em peneira

de 30 micrômetros e centrifugação foram feitos como descrito no “experimento 1”.

Diluição: foi obtida uma solução de micrósporos com uma população de 8,5 x 104 /mL

a qual foi diluída para aproximadamente 2,1 x 104 /mL, acrescentando-se 0,5 mL de

K8P 1 x e 1,5 mL de agarose 1,2% (1:1 de agarose 2,4 % e meio K8 2x),, no final

obteve-se 3 mL de K8P 1x com agarose 0,6%. Esses 3 mL foram divididos em gotas de

agarose em cinco placas de Petri médias contendo 9,6 mL de meio K8P em cada una e

as placas foram mantidas no escuro. Os micrósporos plaqueados foram observados

diariamente em microscópio de luz invertida, anotando-se o estádio de desenvolvimento

dos micrósporos, o número de micrósporos inviáveis ou rompidos, a presença ou não de

divisões. A documentação também se deu por meio de fotografias digitais. As trocas de

meio se deram a cada três ou quatro dias, onde cada placa grande recebeu a troca de 3,2

mL de meio K8P da placa por 3,2 mL de meio K8P 1x novo.

Experimento 3:

Material Vegetal: para esse estudo foram utilizados 80 botões de 3,0 a 3,5 mm de

comprimento do cultivar IAC- Alvorada, cultivado em casa-de-vegetação, colhidos e

colocados em geladeira, estando no momento da instalação do experimento com seis

dias de choque térmico de frio (8 ± 1ºC).

Os procedimentos de retirada e esmagamento das anteras, filtragem em peneira

de 30 micrômetros e centrifugação foram feitos como descrito no “experimento 1”.

Exceto para após a centrifugação onde o pellet foi ressuspendido em dois tubos de

ensaio e cada um recebeu 1mL de meio K8 (KAO & MICHAYLUK, 1977) 1x e K8P

1x.

Diluição: foram obtidas duas soluções de micrósporos com uma população de 9,25 x

104 /mL a qual foi diluída aproximadamente 1,15 x 104 /mL, acrescentando-se 1 mL de

Page 57: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

39

K8P 1 x ou K8 1x e 2mL de agarose 1,2% , (1:1 de agarose 2,4 % e meio K8 2x), ao

final obteve-se 4 mL de meio com agarose 0,6%. O tratamento um constou de meio

K8P 1 x e o tratamento dois de meio K8 1x. Os 4 mL de cada tratamento foram

divididos em gotas de agarose, onde o T1 foi composto de cinco placa de Petri ,quatro

médias e uma pequena, e o T2 de quatro placas de Petri, três médias e uma pequena. As

placas de Petri médias receberam 9,6 mL de meio K8P ou K8 1x e as pequenas 3,0 de

K8P ou K8 1x. As placas foram mantidas no escuro. Os micrósporos plaqueados foram

observados diariamente em microscópio de luz invertida, anotando-se o estádio de

desenvolvimento dos micrósporos, o número de micrósporos inviáveis ou rompidos, a

presença ou não de divisões. A documentação também se deu por meio de fotografias

digitais.

As trocas de meio se deram a cada três ou quatro dias, onde cada placa média

recebeu a troca de 3,2 mL de meio K8P ou K8 velho por meio K8 1x novo e as placas

pequenas 1 mL de meio K8P e K8 velho por meio K8 1x novo.

Experimento 4

Material Vegetal: para esse estudo foram utilizados 70 botões de 3,0 a 3,5 mm de

comprimento, do cultivar IAC- Alvorada, cultivado em casa-de-vegetação, colhidos e

colocados em geladeira, estando no momento da instalação do experimento com dez

dias de choque térmico de frio (8 ± 1ºC).

Os procedimentos de retirada e esmagamento das anteras, filtragem em peneira

de 30 micrômetros e centrifugação foram feitos como descrito no “experimento 1”.

Exceto para após a centrifugação onde o pellet foi ressuspendido em meio K8 1x.

Diluição: foi obtida uma solução de micrósporos com uma população de 8,1x 105 /mL a

qual foi diluída para aproximadamente 2,0 x 104/mL, acrescentando-se 2 mL de K8 1 x

e 3 mL de agarose 1,2% , (1:1 de agarose 2,4 % e meio K8 2x), ao final obteve-se 6

mL de meio com agarose 0,6%. Essa solução foi distribuída em 14 placas de Petri

pequenas em forma de gotas de agarose ou camada de agarose. Em cada placa as gotas

foram cobertas com 3 mL de meio K8 1x e foram mantidas no escuro. Os micrósporos

plaqueados foram observados diariamente em microscópio de luz invertida, anotando-se

o estádio de desenvolvimento dos micrósporos, o número de micrósporos inviáveis ou

rompidos, a presença ou não de divisões. A documentação também se deu por meio de

fotografias digitais.

Page 58: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

40

As trocas de meio se deram a cada três ou quatro dias, onde cada placa recebeu a

troca de 1mL de meio K8 1x da placa por 1 mL de meio K8 1x fresco.

Experimento 5

Material Vegetal: para esse estudo foram utilizados 45 botões pequenos de 3,0 a 3,5

mm de comprimento, do cultivar IAC- Alvorada, cultivado em casa-de-vegetação,

colhidos e colocados em geladeira, estando no momento da instalação do experimento

com seis dias de choque térmico de frio (8 ± 2ºC).

Os procedimentos de retirada e esmagamento das anteras, filtragem em peneira

de 30 micrômetros e centrifugação foram feitos como descrito no “experimento 1”.

Exceto para após a centrifugação onde o pellet foi ressuspendido em meio K8 1x.

Diluição: foi obtida uma solução de micrósporos com uma população de 3,18 x 105 /mL

a qual solução foi diluída para aproximadamente 4,0 x 104 /mL, acrescentando-se 1 mL

de meio K8 1x e 2 mL de agarose 1,2% (1:1 de agarose 2,4 % e meio K8 2x), ao final

obteve-se 4 mL de meio com agarose 0,6%. A solução foi plaqueada na forma de gotas

de agarose em quatro placas de Petri pequenas, em cada placa as gotas foram cobertas

com 3 mL de meio K8 1x. Os micrósporos plaqueados foram observados diariamente

em microscópio de luz invertida, anotando-se o estádio de desenvolvimento dos

micrósporos, o número de micrósporos inviáveis ou rompidos, a presença ou não de

divisões. A documentação também se deu por meio de fotografias digitais.

As trocas de meio se deram a cada três ou quatro dias, onde as placas 1 e 3

receberam a troca de 1mL de meio K8 1x da placa pela mistura gradativa (3:1; 2:1; 1:1;

1:2 e 0:1) de meio K8 1x com K8 sem 2,4-D 1x e as placas 2 e 4 de meio K8 1x e K8

sem hormônio 1x.

Experimento 6

Material Vegetal: para esse estudo foram utilizados 50 botões de 3 a 3,5 mm de

comprimento do cultivar IAC- Alvorada, cultivado em casa de vegetação, colhidos e

colocados em geladeira, estando no momento da instalação do experimento com 13 dias

de choque térmico de frio (8 ± 1ºC).

Os procedimentos de retirada e esmagamento das anteras, filtragem em peneira

de 30 micrômetros e centrifugação foram feitos como descrito no “experimento 1”.

Exceto para após a centrifugação onde o pellet foi ressuspendido em meio K8 1x.

Page 59: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

41

Diluição: foi obtida uma solução de micrósporos com uma população de 4,5 x 105 /mL

a qual foi diluída para aproximadamente 11,2 x 104 /mL, acrescentando-se 500 µL de

K8 1x e 1,5 mL de agarose 1,2% (1:1 de agarose 2,4 % e meio K8 2x), ao final obteve-

se 3 mL de meio com agarose 0,6%. Os 3 mL foram divididos em gotas de agarose em

seis placas de Petri pequenas, em cada placa as gotas foram cobertas com 3 mL de meio

K8 1x As placas foram mantidas no escuro. Os micrósporos plaqueados foram

observados diariamente em microscópio de luz invertida, anotando-se o estádio de

desenvolvimento dos micrósporos, o número de micrósporos inviáveis ou rompidos, a

presença ou não de divisões. A documentação também se deu por meio de fotografias

digitais.

As trocas de meio se deram a cada três ou quatro dias, onde as placas 1, 3 e 5

receberam a troca de 1mL de meio K8 1x da placa pela mistura gradativa (3:1; 2:1; 1:1;

1:2 e 0:1) de meio K8 1x com K8 sem 2,4-D 1x e as placas 2,4 e 6 a mistura de meio K8

1x e K8 sem hormônio 1x.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Regeneração via organogênese direta e proliferação de gemas axilares de feijão

A seguir serão descritos e discutidos os resultados dos experimentos de

organogênese direta e desenvolvimento de plantas a partir da proliferação de gemas

axilares de feijão, conforme descritos no material e métodos.

4.1.2 Efeito de explantes da região nodal entre os cotilédones e folhas primárias e

região nodal das folhas primárias

Segundo CRUZ DE CARVALHO et al. (2000) a região mais responsiva para a

regeneração direta em feijão é o epicótilo. Analisando a metodologia deste trabalho

notou-se que a região utilizada tratava-se especificamente da região nodal das folhas

primárias (região ‘A’ FIGUA 1).

Um experimento foi realizado utilizando essa região (‘A’ FIGUA 1) e também a

região nodal entre os cotilédones e o primeiro par de folhas, dividido em três partes

iguais (B, C e D; FIGURA 1).

Como se pode observar (FIGURA 2) explantes da região nodal das folhas

primárias de plântulas de feijão, do cultivar IAC-Alvorada, apresentaram diferença

Page 60: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

42

significativa na regeneração in vitro (51%) quando comparadas com explantes da região

nodal entre os cotilédones e folhas primárias. Apesar de ser realizado o corte de gemas

pré-existentes nessa região não foi utilizado microscópio esteroscópico, o que pode ter

favorecido a permanência de gemas axilares não visíveis a olho nu.

Figura 2 - Freqüência média relativa de regeneração do cultivar de feijão (P. vulgaris

L.) IAC – Alvorada em função de diferentes regiões do explante. * Tratamentos seguidos de letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

CRUZ DE CARVALHO et al. (2000) não mencionam no trabalho se foi

realizada a retirada das gemas axilares, uma vez que essa região apresenta uma grande

quantidade dessas gemas.

A partir desses dados se pode deduzir que os resultados de CRUZ DE

CARVALHO et al. (2000), chamado de um sistema eficiente e reprodutível de

regeneração via organogênese direta, pode na verdade tratar-se de um processo de

desenvolvimento de plantas a partir da proliferação de gemas axilares, o que

descaracteriza a organogênese direta. Segundo PHILLIPS & HUBSTENBERGER

(1995) a regeneração direta, ou adventícia, de plantas na cultura de tecidos pode ser

obtida pela cultura de seções de tecidos sem a presença de um meristema pré-formado.

4.1.3 Efeito do ácido ascórbico na organogênese in vitro de feijão

Como se pode observar (FIGURA 3) o teste F não foi significativo para a essa

característica, indicando que não houve diferenças entre os tratamentos de ácido

ascórbico para o presente experimento. Sendo assim o uso do ácido ascórbico não foi

Page 61: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

43

eficiente no controle da oxidação dos explantes de feijão para as três doses estudadas

para as condições deste experimento. MOHAMED et al. (1993) utilizando 0,42 µM e

0,84 µM de ácido ascórbico verificaram um efeito positivo de aumento do tempo de

sobrevivência de calos para seis semanas. A não eficiência das doses estudadas pode ter

sido devido a serem menores quando comparadas ao trabalho de MOHAMED et al.

(1993).

Também não foi verificada regeneração de plantas a partir dos explantes

utilizados, à região nodal das folhas primárias com retirada das gemas visíveis (‘A’

FIGURA 1) e a região proximal das folhas primárias (‘B’ FIGURA 1).

Figura 3 – Porcentagem média de oxidação entre as diferentes concentrações de ácido ascórbico sobre os explantes do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada.

Para a região do explante o teste F foi significativo, indicando que houve

diferenças na porcentagem média de oxidação conforme a região utilizada como

explante. Como se pode observar (FIGURA 4) a região proximal das folhas primárias

(‘B’ FIGURA 1) apresentou uma maior porcentagem média de oxidação (94,25%) em

relação à região nodal das folhas primárias (‘A’ FIGURA 1) (81,4%).

CV: 13,94

a

a

Page 62: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

44

Figura 4 – Porcentagem média de oxidação entre as diferentes regiões do explante do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada. * Tratamentos seguidos de letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Para o desdobramento da variável tratamento de ácido ascórbico (0,06 µM; 0,14

µM. e 0,3µM) dentro de cada nível de explante (‘A’ - região nodal das folhas primárias

e ‘B’ - região distal das folhas primárias, FIGURA 1) o teste F não foi significativo.

Para o desdobramento da variável região do explante (‘A’ - região nodal das

folhas primárias e ‘B’ - região distal das folhas primárias, FIGURA 1) dentro de cada

nível de tratamento de ácido ascórbico (0,06 µM; 0,14 µM. e 0,3µM) o teste F foi

significativo para a relação entre a região do explante e as doses de 0,14 e 0,3 µM de

ácido ascórbico. Como se pode observar (TABELA 2) a região nodal das folhas

primárias (‘A’ FIGURA 1) apresentou uma média de porcentagem de oxidação de 80 e

83,33% para as concentrações de ácido ascórbico de 0,14 e 0,3 µM respectivamente.

Essas diferiram das observadas para a região distal das folhas primárias (‘B’ FIGUA 1)

com médias de 96,67% e 95% para as concentrações de 0,14 e 0,3 µM de ácido

ascórbico respectivamente. Para esse experimento foi observada uma única regeneração

no tratamento de 0,14 µM.

b

Page 63: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

45

Tabela 2 – Interação entre a região do explante do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada e a concentração de ácido ascórbico na porcentagem média de oxidação desses explantes.

% Média de oxidação por concentração de ácido ascórbico Região do

Explante 0,06 µM 0,14 µM 0,3 µM

Região nodal das folhas primárias

80,70a

80,00a

83,33a

Região proximal

das folhas primárias

91,11a

96,67b

95,00b

* Tratamentos seguidos de letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

4.1.4 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ na indução da organogênese in vitro de feijão

(P.vulgaris L.)

Utilizando-se a região nodal das folhas primárias (‘A’ FIGURA 1) com corte das

gemas axilares visíveis, avaliou-se a eficiência de duas concentrações de 6-BA e de uma

de TDZ na indução à organogênese in vitro em feijão. A Figura 5 apresenta os

resultados de regeneração e formação de calos para os quatro tratamentos avaliados:

Controle - sem hormônios; 10µM de 6-BA; 15µM de 6-BA; 10µM TDZ. Observou-se o

desenvolvimento de plantas em todos os tratamentos, embora em baixa freqüência, com

exceção no tratamento com 15µM de 6-BA que não apresentou regenerações. Conforme

se pode verificar (FIGURA 5) nenhum dos tratamentos apresentou diferenças

significativas. Os valores observados nos tratamentos de 10 µM de 6-BA (22%) e TDZ

(20%) foram muito próximos, indicando que esses dois hormônios apresentaram

respostas semelhantes.

Não foi verificado efeito de bloco nesse experimento, indicando que as plântulas

com diferentes dias de germinação (11, 10, sete e 14 dias para cada bloco

respectivamente) não interferiram no resultado do experimento.

Page 64: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

46

Figura 5 - Freqüência média relativa de regeneração do cultivar de feijão (P. vulgaris

L.) IAC – Alvorada, sob diferentes concentrações hormonais: 0, 10 µM de 6-BA,15 µM de 6-BA e 10 µM de TDZ, para explantes da região nodal das folhas primárias sem as gemas axilares. * Tratamentos seguidos de letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

4.1.5 Efeito do uso do 6-BA e do TDZ na proliferação de gemas axilares de feijão

(P.vulgaris L.)

Baseando-se nos resultados do experimento 4.1.4 e da região do explante 4.1.2

foi realizado um estudo com a região nodal das folhas primárias (‘A’ FIGURA 1) sem a

retirada das gemas pré-existentes. As plântulas usadas nesse experimento foram

germinadas em dois diferentes meios, um sem hormônio e outro com 5 µM de 6-BA.

Foram utilizados dois diferentes meios de indução, um com de 10 µM de 6-BA e outro

com10 µM de TDZ.

Como se pode observar (FIGURA 6) explantes de plântulas germinadas com 5

µM de 6-BA forneceram maior porcentagem (9,6%) de plantas desenvolvidas em

relação ao meio sem hormônio (4,5%). Apesar dessa diferença os tratamentos de

germinação não diferiram entre si segundo o teste F.

Para os meios de indução também não houve diferença estatística segundo o

teste F. A freqüência média de desenvolvimento de plantas foi de aproximadamente

5,9% para o meio suplementado com 10 µM de 6-BA e de 8,5% para o meio

suplementado com 10 µM de TDZ.

CV: 321,56

Page 65: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

47

Figura 6 - Freqüência média relativa de desenvolvimento de plantas do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada para os diferentes tratamentos de germinação e meios de indução para explantes da região nodal das folhas primárias sem corte das gemas axilares.

Para o desdobramento da variável germinação (com ou sem 5 µM de 6-BA)

dentro de cada nível de meio de indução (10 µM de 6-BA e 10 µM de TDZ), o teste F

foi significativo para a relação das diferentes germinações com o meio de indução

acrescido de 10 µM de TDZ. Sendo assim como se pode observar (TABELA 3) para o

meio de germinação que não recebeu 5µM de 6-BA a freqüência média de plantas

obtidas foi de 1,88% enquanto que para o meio de germinação suplementado com 5µM

de 6-BA a freqüência média de plantas obtidas foi de 9,55% para explantes cultivados

em meio de indução acrescido de 10 µM de TDZ.

A freqüência média de desenvolvimento de plantas observada (TABELA 3) para

o meio de germinação acrescido de 5µM de 6-BA e meio de indução acrescido de 10

µM de 6-BA foi de 9,69%, valor esse muito próximo a freqüência média observada para

o mesmo tratamento de germinação e com 10 µM TDZ no meio de indução.

Tabela 3 – Interação entre o meio de germinação e o meio de indução na freqüência média relativa de desenvolvimento de plantas do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada, para explantes da região nodal das folhas primárias sem corte das gemas axilares.

* Tratamentos seguidos de letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Meio de indução Meio de Germinação MS + B5 + 10 µM 6-BA MS + B5 + 10 µM TDZ

½MS + B5 7,43a 1,88a ½MS + B5 + 10 µM 6-BA

9,68a

9,55b

Page 66: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

48

Pode-se destacar com relação a isso que para explantes tratados com 5 µM 6-BA

na germinação os dois diferentes meios de indução apresentaram praticamente o mesmo

valor de freqüência de desenvolvimento de plantas o que não foi observado para o

tratamento sem 6-BA.

Com base em tais resultados presume-se que a utilização de 10 µM 6-BA ou 10

µM TDZ no meio de indução foi semelhante para a multiplicação de gemas, pois não

houve diferença estatística entre os dois tratamentos.

Apesar do TDZ ter apresentado, nesse caso, mesma eficácia que o 6-BA no

desenvolvimento de plantas a partir de gemas pré-existentes, pode-se observar a

formação e um maior crescimento de calos nos explantes que receberam este tratamento

(FIGURA 7d). Também foi observada uma alta quantidade de nódulos verdes nesses

calos (FIGURA 7a a 7c) após 21 dias de cultivo no mesmo meio. Após 30 dias de

cultivo, observou-se nesses calos regenerações possivelmente provenientes das gemas

axilares multiplicadas nesses explantes (FIGURA 7e e 7f). No meio suplementado com

10 µM 6-BA também foram observados calos com nódulos, mas esses eram em menor

quantidade daqueles cultivados em 10 µM TDZ.

A Figura 8 mostra os calos provenientes de meio suplementado com 10 µM 6-

BA e seus brotos.

Figura 7 – (a, b e c) Explantes de tTCL’s da região nodal das folhas primárias do cultivar de feijão (P. vulgaris L. ) IAC – Alvorada em meio contendo 10 µM de TDZ apresentando grande número de nódulos verdes; (d) calos nesse meio com maior crescimento e (e e f) brotações provenientes de gemas axilares multiplicadas.

Page 67: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

49

Figura 8 – Explantes de tTCL’s provenientes da região nodal das folhas primárias do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada em meio contendo 10 µM de 6-BA apresentando calos com nódulos e regenerações.

Não foi verificado efeito de bloco neste experimento, o que indica que a seleção

visual das plântulas que apresentavam diferentes dias de germinação, 14, 15 e 18 para

cada bloco respectivamente, foi uniforme e não interferiu na proliferação de gemas

axilares.

4.2 Proliferação de gemas axilares a partir de ápices meristemáticos de caules de

feijão (P.vulgaris L.) in vitro

Este experimento foi realizado para obter um meio eficiente na proliferação de

gemas axilares a partir de ápices meristemáticos de caules, contínua multiplicação e

alongamento dos brotos obtidos. Como observado (FIGURA 9) o meio contendo 1µM

de 6-BA, 3 µM de GA3 e 10 µM de AgNO3, proposto por CRUZ DE CARVALHO et al.

(2000) propiciou maior número de brotos gerados, sendo essa diferença superior a 50%

do observado no meio contendo somente 3 µM de GA3.

Foi observado que ápices cultivados em meio contendo somente 3 µM de GA3

apresentaram uma média de 3,4 brotos por explante além terem plantas alongadas finas.

Os ápices cultivados em meio com 1µM de 6-BA, 3 µM de GA3 e 10µM de AgNO3

apresentaram uma média de 8,6 brotos por explante e um homogêneo desenvolvimento

de plantas (FIGURA 9). A presença da citocinina 6-BA e do AgNO3 pareceram

importantes nesse caso no processo.

Page 68: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

50

Figura 9 – Número médio de formação de brotos provenientes de ápices de plântulas do cultivar de feijão IAC-Alvorada cultivados em dois diferentes meios. * Tratamentos seguidos de letras diferentes diferem entre si pelo teste te Tukey a 5%.

Figura 10 - (a- 4 frascos da esquerda e b) Ápices do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC – Alvorada, cultivados em meio MS + B5 + 3 µM de GA3,1 µM de 6-BA, 10 µM de AgNO3; ( a- 4 frascos da direita e c) ápices do mesmo cultivar cultivados em meio MS + B5 + 3 µM de GA3.

Meio Meio MS +B5 +3µM

GA3, 1µM 6-BA , 10 µM de

AgNO3

Meio MS +B5 +3µM GA3

a

b

CV: 24,02

Page 69: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

51

MOHAMED et al. (1992b) observaram que para desenvolvimento das brotações

obtidas utilizando no alongamento de parte aérea um meio secundário acrescido de 2

µM 6-BA e 4 µM GA3 obtiveram um crescimento uniforme de parte aérea, porém não

houve formação de raízes. Com essa combinação de 6-BA e GA3 foi observado um

rápido alongamento em duas semanas, porém os brotos apresentaram área foliar

reduzida e quando permaneceram mais que uma semana nesse meio, as plantas

tornaram-se alongadas, finas e com folhas amareladas. No presente trabalho, essas

características foram observadas para o meio contendo somente GA3.

Para a formação de raiz também houve diferença significativa entre os dois

meios utilizados. As plantas em meio contendo 1µM de 6-BA, 3 µM de GA3 e 10µM de

AgNO3 apresentaram menor percentual de formação de raízes, em torno de 6,3%,

enquanto que plantas cultivadas em meio contendo somente 3 µM de GA3 apresentaram

cerca de 68% de formação de raiz (FIGURA 11).

Após três semanas de cultivo nesses meios essas plantas foram passadas para

meio MS mais as vitaminas do meio B5, livre de hormônios. As plantas que estavam em

meio contendo 1µM de 6-BA, 3 µM de GA3 e 10µM de AgNO3 apresentaram rápido

enraizamento e produção de ramos e folhas. As plantas desenvolvidas em meio

contendo somente 3 µM de GA3 eram finas, sem grande produção de ramos folhas.

Figura 11 – Freqüência média de formação de raízes em brotos provenientes ápices de plântulas do cultivar de feijão IAC-Alvorada cultivados em dois diferentes meios. * Tratamentos seguidos de letras diferentes diferem entre si pelo teste te Tukey a 5%.

A auxina, hormônio fundamental na formação do sistema radicular, é produzida

nos meristemas apicais das plantas. Assim para que uma planta obtida in vitro

a

b

CV: 24,02

Page 70: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

52

desenvolva seu sistema radicular de forma a permitir a sua readaptação as condições ex

vitro, é necessário que a parte aérea presente seja suficiente a ponto de suprir as

necessidades de auxina requeridas para a formação de raízes.

4.3 Androgênese

4.3.1 Cultura de anteras de feijão (P. vulgaris L.).

Foi verificado efeito do meio MS acrescido dos hormônios 6-BA ou cinetina e

2,4-D, com as vitaminas do N6, na formação de calos para botões florais e anteras em

todos os tamanhos estudados. Anteras e botões florais colocados em meio de indução

formaram calos (FIGURA 12a) os quais foram transferidos para meio de crescimento de

calos, e em seqüência para o meio de regeneração, porém nenhum calo formado

apresentou regeneração. Verificou-se também que o tecido que estava se multiplicando

nesse caso não era proveniente de micrósporo, mas sim das células do filete e/ou

conetivo, ou seja, um tecido somático (FIGURA 12b). Por esse motivo não se avaliou a

diferença entre os diferentes tratamentos de estádio de desenvolvimento de anteras e

meios de indução. Assim resolveu-se cultivar micrósporos isolados, uma técnica mais

trabalhosa, porém mais vantajosa, pois evitaria a interferência de tecidos somáticos no

processo.

Figura 12 - (a) Calo formado da cultura de antera do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada. (b) Células do filete e/ou conetivo da antera dividindo e dando origem a calo, do mesmo cultivar.

Page 71: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

53

4.3.2 Cultura de micrósporos isolados de feijão (P. vulgaris L.)

4.3.2.1 Estudo da relação entre tamanho de botão floral e estádio de

desenvolvimento de micrósporos.

Observou-se inicialmente que tanto o uso do meio CPW-13 como o do corante

carmim acético, no preparo das lâminas de botões florais de feijão, propiciou bom

contraste entre o núcleo e o citoplasma (FIGURA 13a e b).

Figura 13 - Fotomicrografias de micrósporos de Phaseolus vulgaris L. IAC - Alvorada: (a) partir de botão floral com 3,5mm de comprimento e preparado em CPW-13; e (b) botão floral com 5 mm de comprimento e preparado com carmim acético 1,2%. Aumento das fotos: X900.

Estudos efetuados em algumas plantas, como por exemplo, maracujá-amarelo

(Passiflora edulis forma flavicarpa) por SOUZA et al. (2002) e em tomate (Solanum

lycopersicum) por SEGUI-SIMARRO & NUEZ (2005), por exemplo, comprovaram a

existência de uma associação entre o tamanho do botão floral e o estádio de micrósporo

e de grão de pólen. Em Phaseolus vulgaris L., IAC-Alvorada, os estudos realizados

mostraram que há chance de se encontrar micrósporos mononucleados em botões florais

medindo de 2,5 a 4,5 mm de comprimento (TABELA 4), porém se somente estes forem

coletados de inflorescências jovens. Entretanto como a flor de feijão nunca se encontra

isolada, mas sim agrupada na forma de inflorescência tipo racemo axilar, se na mesma

inflorescência houver desde gemas florais até botões na antese e também vagens, as

chances de se obter um botão, embora de pequeno tamanho, e na fase de micrósporo

mononucleado é praticamente nula. Nesse caso tanto os botões pequenos como os

grandes já estão em fase de grãos de pólen, devido provavelmente a uma aparente

sincronia

Page 72: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

54

Tabela 4 - Relação entre tamanho dos botões florais e fases da meiose em Phaseolus vulgaris L. IAC – Alvorada.

Tamanho do botão

em mm Fase da meiose

< 1,0 paquíteno a diacinese

1,0 metáfase I; metáfase II; tétrade

1,5 metáfase I ; metáfase II; tétrade

1,8 metáfase II; tétrade

2,0 Tétrade

2,5 Tétrade; micrósporos mononucleados

3,0 micrósporos mononucleados

3,5 micrósporos mononucleados

4,0 micrósporos mononucleados

4,5 micrósporos mononucleados; micrósporos binucleados

5,0 micrósporos mononucleados

6,0 micrósporos mononucleados

7,0 micrósporos mononucleados; micrósporos binucleados

8,0 micrósporos mononucleados; micrósporos binucleados

8,5 micrósporos mononucleados; micrósporos binucleados

Estas informações são fundamentais para o sucesso das pesquisas que envolvem

a técnica e cultura de anteras in vitro, pois um dos pontos de entrave é o estádio da

microgametogênese, isto é, a presença de micrósporos mononucleados que são

fundamentais para o sucesso da androgênese (ZHANG & LESPINASSE, 1992).

Baseado nestas informações optou-se no presente estudo pela utilização de

botões de tamanho entre 2,5 e 3,5 mm coletados a partir de ramos jovens onde o estádio

de desenvolvimento dos botões é uniforme.

4.3.2.2 Efeito de choque térmico sob os micrósporos

O desvio do desenvolvimento gametofítico para esporofítico em cultura de

micrósporos ocorre pela aplicação de vários pré-tratamentos tanto in vivo como in vitro,

que agem como gatilhos para a indução dessas vias esporofíticas (TOURAEV et al.,

1997). Entre esses pré-tratamentos podemos listar choque térmico (calor ou frio),

agentes anti-mitóticos (colchicina), carência de nitrogênio, carência de carboidratos,

Page 73: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

55

incubação em solução de manitol e indução hormonal. Neste estudo foi escolhido o

choque de frio (8 ± 1ºC) a zero e seis dias. Foram observados micrósporos grandes

redondos, grades triangulares, grandes inviáveis, pequenos redondos, pequenos

triangulares e pequenos inviáveis.

Como se pode observar (FIGURA 14) micrósporos da testemunha apresentaram

maior freqüência de micrósporos pequenos triangulares sem reestruturação do

citoplasma (FIGURA 16a), considerados não induzidos em relação a seis dias de

choque de frio (8 ± 1ºC). Porém, observa-se também um aumento considerável de 11,8

para 18%, de micrósporos grandes redondos (mononucleados) e com mudanças

estruturais (FIGURA 15), de zero para seis dias de choque térmico, dado importante,

pois estes micrósporos são considerados ideais à indução e induzidos respectivamente,

segundo a literatura ( FIGURA 16b). HÖFER et al. (1999) encontraram micrósporos

com características peculiares, onde após sofrerem choque de falta de suprimentos,

essas células não apresentaram grãos de reserva, mas sim aumentaram de tamanho e

apresentavam muitos vacúolos. Para TOURAEV et al., (1997) micrósporos isolados

após o pré-tratamento intumescem e seus citoplasmas sofrem uma reorganização

estrutural onde o núcleo se move para o centro da célula e linhas citoplasmáticas são

formadas circundando o mesmo, as quais passam através do vacúolo e conectam o

citoplasma perinuclear com o citoplasma subcortical. Micrósporos com essa

conformação também são chamados de ‘tipo estrela’ (SHARIATPANAHI et al., 2006).

Figura 14 – Freqüência de diferentes tipos de micrósporos da testemunha, cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada.

Page 74: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

56

Figura 15 – Freqüência de diferentes tipos de micrósporos do cultivar de feijão (P.

vulgaris L.) IAC- Alvorada com seis dias de choque de frio (8 ± 1ºC).

Figura 16 – (a) Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada: os quais não sofreram reestruturação organizacional do citoplasma após choque de frio, (b) e com reestruturação organizacional do citoplasma após o choque de frio (8 ± 1ºC). 4.3.2.3 Experimentos de isolamento e cultivo de micrósporos

A Tabela 5 apresenta um resumo dos experimentos incluindo aqueles na qual

foram observadas mudanças estruturais característica de divisões celulares.

Page 75: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

57

Tabela 5 – Experimentos de cultura de micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris

L.), IAC- Alvorada incluindo as suas especificações e indicação os que apresentaram mudança estrutural semelhante a divisão celular.

Experimento 1

Um dia após o isolamento de micrósporos esses se encontravam viáveis e sem

nenhuma contaminação nas placas. A cultura apresentava micrósporos em diferentes

estádios de desenvolvimento, desde micrósporos inviáveis, com aparência de rompidos

(FIGURA 17) até estádios mononucleados. Também foram observados grãos de pólen

que já apresentavam forma triangular com três saliências bem visíveis, possivelmente os

seus poros (FIGURA 18).

Figura 17 – Micrósporo do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada inviável

Experimento Época de colheita das

anteras

Período de choque térmico

Forma de plaqueamanto

Meio utilizado

pra indução

Mudança estrutural

semelhante a divisão celular

1 Outono 0 dia Líquido K8P Sim

2

Outono

9 dias

Gotas de agarose 0,6%

K8P

Sim

3

Outono

6 dias

Gotas de

agarose 0,6%

K8P/K8

Não

4, 5, 6

Outono(4) / Inverno (5 e

6)

10, 6 e 13

dias

Gotas de

agarose 0,6%

K8

Sim (5)

Não (4 e 6)

Page 76: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

58

Figura 18 – (a) Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, na forma de grão de pólen, (b) e em estádio mononucleado.

Após quatro dias de cultura, observando-se as placas com cultura de micrósporos

e verificou-se que na Placa 1 os micrósporos estavam agrupados, formando

visivelmente “grumos”. Na placa 2 os micrósporos estavam dispersos. Assim, foi

adicionado 1 mL de meio K8P 1x em cada placa para suprir as necessidades de

nutrientes e vitaminas.

A constante troca de meio é de extrema importância, visto que nessa etapa uma

grande quantidade de micrósporos vivos, que se encontram na cultura de células,

consome de forma rápida os nutrientes e vitaminas presentes no meio. Diferentes

aditivos de meio como a água de coco fornecem essenciais nutrientes na cultura de

tecidos e parecem ter um efeito positivo na divisão inicial dos micrósporos e

subseqüente formação de embriões (NEUENSCHWANDER & BAUMANN, 1995). O

fornecimento de um meio enriquecido é necessário para que as células sejam capazes de

crescer, mesmo em baixa densidade populacional, pois esse meio irá lhe fornecer

apropriados metabólitos intermediários (KAO & MICHAYLUK, 1975).

Essa troca de meio também é indicada para a redução da pressão osmótica do

meio devendo assim proceder com a troca gradativa por um meio com menor pressão

osmótica. Segundo MATOS (2006) a troca deve ocorrer a cada três ou no máximo

quatro dias, pois caso contrário, tanto os protoplastos quanto as células que já haviam

Page 77: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

59

entrado em divisão morreriam. Esse procedimento proporcionou uma eficiência de

plaqueamento alta em experimentos preliminares, quais sejam: de 45,8% para P. edulis,

36,8% para P. alata, e de 24,5 % para P. nítida (PASSOS & BERNACI, 2005). Dessa

forma optou-se neste trabalho por realizar a troca de meio a cada três ou quatro dias.

Um dia após adicionar 1mL de meio nas placas, na placa um foi observado que

os micrósporos estava dispersos e menos agrupados que o dia anterior. Na placa 2

observou-se maior quantidade de micrósporos inviáveis em relação a placa 1.

Com seis e sete dias de cultivo foram verificadas mudanças estruturais nos

micrósporos, em ambas as placas (1 e 2) que podem ser comparadas com divisões

celulares. Nas figuras 19a a 19c estão apresentadas algumas dessas possíveis divisões.

Figura 19 – (a) Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, em possíveis divisões na placa 1, após seis dias de cultivo, (b e c) placa 2 após sete dias de cultivo.

Nesse caso, os botões florais não sofreram nenhum tipo de pré-tratamento antes

do isolamento dos micrósporos. A forma de indução à divisão foi somente o meio K8P,

que contém a auxina 2,4-D a qual é utilizada justamente para induzir a célula a entrar

em processo de divisão. Após sete dias de cultivo foi verificada contaminação dessas

placas as quais foram descartadas.

Experimento 2

Um dia após o isolamento dos micrósporos, os mesmos estavam viáveis e sem

contaminação. A quantidade de micrósporos rompidos era muito baixa e a cultura

apresentava micrósporos em diferentes estádios de desenvolvimento, desde

mononucleados até grãos de pólen.

Page 78: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

60

Aos quatro dias de cultivo as placas de número 1, 3 e 5 foram descartadas devido

a contaminação bacteriana. As placas de número 2 e 4 não apresentavam contaminação

aparente, havendo poucos micrósporos inviáveis e rompidos.

No quinto dia de cultivo a placa 2 também apresentou contaminação, porém foi

mantida para observação dos micrósporos. A placa 4 foi mantida e recebeu troca de

meio nesse mesmo dia; assim foram retirados 3,2 mL de meio K8P e acrescentado 3,2

mL de K8 1x.

Algumas observações foram feitas nessas duas placas, como mudanças

estruturais dos micrósporos, após cinco dias de cultivo. Porém não há como afirmar

certamente se essas mudanças estruturais são ou não as primeiras divisões celulares dos

micrósporos para posterior entrada em rota esporofítica. Como podemos observar

(FIGURA 20), houve uma mudança estrutural nesse micrósporo. A seta indica possível

formação de lamela média, o que é comum nessa fase da cultura, visto que segundo

BONET e OLMEDILLA (2000) os micrósporos primeiramente sofrem divisões

internas, tornando-se multicelulares, para posterior quebra da exina e divisão externa.

Figura 20 – Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, isolados em meio K8P, solidificado com agarose 0,6%, onde a seta indica uma possível formação de lamela média oriunda de divisão interna do micrósporo.

Experimento 3

Das cinco placas inoculadas somente as placas K8-1, K8 -2 e K8P-1 não

apresentaram contaminação. Dessas, somente uma placa não contaminou (K8-2), Em

experimentos posteriores foi adotado o uso da placa de Petri pequena, pois é mais fácil

de controlar o desenvolvimento dos micrósporos, porém, o índice de contaminação é

maior. Segundo MATOS (2006), a contaminação acontece principalmente devido a alta

Page 79: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

61

temperatura verificada no nível das placas incubadas o que provoca a evaporação do

meio de cultura e condensação na tampa da placa, o qual escorre pelas laterais para fora,

propiciando assim o desenvolvimento de fungos e bactérias. Dessa forma, o uso de

placas médias evita a contaminação, pois a quantidade de meio por volume de placa é

menor que na placa pequena, o que acaba contribuindo para evitar a contaminação.

Em todos os tratamentos não foram observadas mudanças estruturais nos

micrósporos que indicam divisão celular. Nas placas K8-1 e K8-2, foram observadas

mudanças estruturais que podem indicar uma ruptura e liberação do citoplasma,

provavelmente causada pela maceração das anteras (FIGURA 21a e b).

Figura 21 - Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, inviáveis, em meio K8 1x.

Nas culturas de micrósporos em meio K8P foram observados micrósporos

induzidos “tipo estrela” (SHARIATPANAHI et al., 2006), que segundo TOURAEV et

al., (1997) após o pré-tratamento intumescem e seus citoplasmas sofrem uma

reorganização estrutural. Nesta estrutura o núcleo se move para o centro da célula e

linhas citoplasmáticas são formadas circundando o mesmo, as quais passam através do

vacúolo e conectam o citoplasma perinuclear com o citoplasma subcortical (FIGURA

22). Nesse caso o pré-tratamento foi de choque de frio (8 ± 2ºC) por nove dias.

Page 80: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

62

Figura 22 – Micrósporo do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, “tipo estrela” em meio K8P 1x.

Experimento 4

Das 14 placas inoculadas somente as placas 2, 4 e 5 contaminaram. Nas placas 2

e 5 não foram observadas mudanças estruturais nos seus micrósporos que fossem

comparadas a divisões celulares, mas sim mudanças que caracterizam ruptura de

micrósporo, provavelmente ocasionada pela maceração dos mesmos, como observado

no experimento anterior (FIGURA 21a e b).

Na placa 4 também com aproximadamente seis dias de cultivo foram observadas

mudanças estruturais. Como observado (FIGURA 23) o micrósporo aparentemente pode

ter aumentado de tamanho e formado muitos vacúolos, o que também foi observado por

HÖFER et al. (1999) ou ainda pode ter sofrido entrada de água na célula e alterando sua

forma. O uso do meio K8, utilizado nesse experimento, na qual apresenta uma menor

pressão osmótica em relação ao meio K8P, pode ter favorecido a entrada de água no

micrósporo, buscando dessa forma equilibrar a pressão dentro e fora da célula. Somente

com as observações a nível estrutural não se pode afirmar se ocorreu indução para

entrada em divisão o micrósporo, ou entrada de água na célula devido ao uso do meio

K8. Para se afirmar com certeza que se tratava de divisões internas seria necessário o

uso de técnicas complementares que vêem a confirmar esse processo, como por

exemplo, calcofluor ou ainda esperar cerca de 30 dias de cultivo, como observado por

MATOS (2006) na cultura de protoplastos de maracujá, a formação de microcalos

provenientes dos protoplastos em divisão.

Page 81: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

63

Figura 23 – Micrósporos do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, cultivado em meio K8 1x e gotas de agarose, após seis dias de cultivo apresentando mudanças estruturais que podem indicar múltiplos vacúolos na célula ou entrada de água na célula.

Após esses seis dias não foi verificada evolução nessa mudança de estrutura que

levasse ao rompimento de exina e entrada do micrósporo na rota esporofítica.

Se os micrósporos iniciaram uma divisão celular e não deram continuidade ao

processo entrando em embriogênese somática ou formação de calos, pode estar

associado ao excesso de 2,4 –D no meio de cultivo. Esse hormônio tem o papel de

induzir as células a entrarem em divisão, ou seja, é necessário apenas como fator inicial,

não sendo necessário seu uso ao longo do cultivo para não prejudicarem o processo. A

alta dose de 2,4- D, assim como outros fatores estressantes aplicados na célula induzem

a produção de proteínas que segundo KIVIHARJU & PEHU, 1998 seriam responsáveis

pela reprogramação da célula e pela proteção à condição estressante.

Segundo MATOS (2006) em cultura de protoplastos de maracujá foi observada a

formação de bolhas ao redor dos mesmos (budding), que segundo essa autora podem ter

sido ocasionadas pelo excesso da exposição dos protoplastos ao 2,4-D, considerada uma

auxina que pode ser tóxica. Assim com a retirada dessa auxina do segundo meio de

cultura foi verificada redução na formação de budding.

A partir desses resultados foram realizados cultivos em K8 1x modificado sem

2,4 –D, buscando reduzir a concentração desse hormônio ao meio gradativamente. Após

Page 82: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

64

dez dias as placas foram descartadas com contaminação bacteriana o que não permitiu

acompanhar o desenvolvimento desses micrósporos.

Experimento 5

O experimento cinco foi dividido em dois tratamentos de troca de meio, onde o

meio fresco a ser adicionado à cultura foi misturado de duas formas: T1, (placas 1 e 3)

que constou de diluição gradativa de meio K8 1x normal com K8 1xsem 2,4-D e o T2

(placas 2 e 4) que constou de diluição gradativa entre os meios K8 1x normal e K8 1x

sem hormônio.

Após dois dias de cultivo a placa 4 apresentou um micrósporo com mudanças

estruturais características de um micrósporo multicelular com quatro divisões bem

distintas apontadas pelas setas (FIGURA 24). Essa mudança estrutural possivelmente

está mais associadas ao período de choque térmico de seis dias (8 ± 1ºC), do que ao

meio de cultivo. Esse micrósporo podem ter sofrido indução durante o período de

choque e com a presença de meio rico em nutrientes e vitaminas ter dado continuidade

rapidamente ao processo de uma possível divisão celular.

Figura 24 - Micrósporo do cultivar de feijão (P. vulgaris L.) IAC- Alvorada, cultivado em meio K8 1x e gotas de agarose (placa 4), após dois dias de cultivo com mudança estrutural semelhante a um micrósporo multicelular.

Ao longo de 12 dias de cultivo a placas 2, que recebeu na troca de meio a

mistura de K8 normal com K8 sem hormônio não apresentaram mudanças estruturais

Page 83: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

65

características de divisão celular. Da mesma forma aconteceu com as placas 1 e 3 que

receberam na troca de meio a mistura de K8 normal com K8 sem 2,4-D. Em ambas as

placas foram somente observadas mudanças estruturais desuniformes que caracterizam

micrósporos inviáveis possivelmente pela maceração das anteras como já descrito e

mostrado anteriormente.

Experimento 6

Assim como no experimento cinco este experimento foi dividido em dois

tratamentos de troca de meio, onde o meio fresco a ser adicionado à cultura foi

misturado de duas formas: T1 (placas 1, 3 e 5) que constou de diluição gradativa de

meio K8 normal com K8 sem 2,4-D e o T2 (placas 2, 4 e 6) que constou de diluição

gradativa entre os meios K8 normal e K8 sem hormônio.

No dia do isolamento dos micrósporos foram observadas mudanças estruturais

em todas as placas características de micrósporos inviáveis. Provavelmente devido ao

processo de maceração das anteras como já mencionado acima em outros experimentos.

Após seis dias de cultivo foram observadas ainda, esses mesmos danos nos

micrósporos e não houve observação de mudanças estruturais que caracterizem divisão

celular.

4.2.2.4 Considerações gerais sobre os experimentos de cultivos de micrósporos

isolados

Como se pode observar nos experimentos 1, 2, e 5 foram verificadas mudanças

na estruturais nos micrósporos que se assemelham a divisão celular (FIGURAS 19, 20 e

24). Não se pode afirmar qual desses meios foi melhor nesse processo uma vez que os

fatores que o influenciaram não foram os mesmos para todos os experimentos, como por

exemplo, o número de dias de choque térmico de frio, a época de colheita dos

micrósporos e o estádio de desenvolvimento das plantas.

Nos demais experimentos 3, 4 e 6 não é correto afirmar que não ocorreram

nessas células mudanças bioquímicas e estruturais que estejam ligadas às alterações que

levam a passagem da rota gametofítica para esporofítica, porém não foram observadas

mudanças estruturais que pudessem caracterizar uma divisão celular. Como citado por

BARNABÁS et al. (1988) estudando a técnica em trigo, micrósporos capazes de se

adaptar ao estresse ambiental das condições in vitro e sobrevivem nos primeiros três

Page 84: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

66

dias de cultivo são também capazes de seguir um caminho de desenvolvimento

esporofítico.

Para estudos futuros, onde é interessante se conhecer qual tratamento de choque

de frio ou meio mais eficiente na divisão de micrósporos, seria interessante estudar

conjuntamente esses diferentes fatores a fim de poder realizar comparações entre eles.

No presente trabalho foram feitas somente observações ao nível de morfologia

dos micrósporos e não ao nível bioquímico, o que poderia ter facilitado, por exemplo, a

identificação de proteínas envolvidas no processo de divisão celular. Uma técnica que

pode ser utilizada neste trabalho é a do calcofluor para a detecção de formação de

parede celular. Assim, trabalhos futuros, buscando repetir os presentes experimentos

deverão ser realizados e posteriormente incluir técnicas que permitam afirmar

precisamente os processos que ali estarão ocorrendo.

4.4 Considerações Finais

4.4.1. Organogênese in vitro em feijão

A idéia inicial do presente trabalho foi de otimizar o método proposto por CRUZ

DE CARVALHO (2000), adaptando alguns parâmetros conforme necessário. No

decorrer do trabalho, o insucesso obtido durante a realização dos experimentos levou a

uma análise detalhada deste método. Nessa etapa verificaram-se alguns detalhes que

provavelmente foram pontos críticos para não se conseguir reproduzir a técnica. Para a

região do explante em experimentos preliminares foi utilizada a região nodal entre os

cotilédones e primeiro par de folhas.

Epicótilos de plantas germinadas por 14 dias são alongados (cerca de 10 cm) e

provavelmente apresentam balanço hormonal diferente ao longo do seu comprimento, o

qual é um ponto importante a considerar na regeneração de plantas, o estádio fisiológico

do explante. CRUZ DE CARVALHO et al. (2000) mencionam a região utilizada como

epicótilo, porém alisando a figura, no artigo científico, que demonstra a região usada,

verificou-se tratar especificamente da região nodal das folhas primárias.

Ao utilizar essa região em experimentos do presente estudo, a partir de plântulas

germinadas por sete dias na presença de luz, uma alta freqüência de regeneração (em

torno de 51%) foi obtida. Apesar de ter sido realizado o corte das gemas axilares

visíveis do explante, trata-se de uma região com muitas gemas dormentes o que de

alguma forma pode ter favorecido tal experimento. Com base nisso, não se pode afirmar

Page 85: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

67

que os resultados desse experimento são regeneração via organogênese direta ou

multiplicação de plantas proliferação gemas axilares.

Outro problema observado em nossos experimentos foi a rápida oxidação dos

explantes, onde em apenas um dia de cultivo, já apresentavam escurecimento. Como

citado anteriormente, o feijão naturalmente apresenta grande quantidade de polifenóis e

isso favorece a rápida oxidação dos explantes. Mesmo utilizando alguns antioxidantes

não foi verificada resposta positiva. Foi verificado que independente da presença de

antioxidantes, explantes foram capazes de regenerar e nesses explantes a oxidação não

aconteceu rapidamente. A presença de células competentes no explante pode estar

relacionada a esse processo. Conforme observado, explantes que apresentavam células

competentes e regeneraram não oxidaram rapidamente como aqueles que não

apresentaram essa característica e que oxidaram em até um dia de cultivo.

Com base nessas informações, para experimentos futuros, verifica-se a

necessidade de um estudo detalhado de tempo de germinação e tamanho de plântulas

ideais à regeneração in vitro. Essa informação será importante uma vez que definido o

estádio de desenvolvimento que propicie explantes com células competentes, facilita o

estudo de outros fatores que podem melhorar a regeneração in vitro de feijão.

Para que as técnicas biotecnológicas estudadas nesse trabalho, sejam empregadas

com êxito ao programa de melhoramento de feijão do IAC, é necessário que haja

prosseguimento nessa linha de pesquisa, a partir desses primeiros resultados obtidos.

Um protocolo otimizado de regeneração in vitro será necessário para que outras técnicas

como, fusão de protoplastos, transformação genética e androgênese possam ser

aplicadas como ferramenta ao programa de melhoramento de feijão do IAC.

4.4.2 Androgênese em feijão

Os resultados obtidos com este trabalho inicial de cultivo de micrósporos

isolados foram de grande validade, uma vez que não há na literatura trabalhos deste

porte na cultura do feijão.

Estudos básicos como conhecimento da relação de tamanho de botão floral e de

desenvolvimento de micrósporos, assim como do fator de indução que altera a estrutura

morfológica do micrósporo são fundamentais para pesquisas em uma nova espécie.

Para se obter sucesso na técnica de cultivo de micrósporos dentro do programa

de melhoramento genético de feijão do IAC precisa haver persistência e dedicação, uma

vez que o estudo dessa técnica abre uma nova linha de pesquisa no grupo.

Page 86: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

68

Estudos mais avançados juntamente com a técnica de cultura de micrósporos

vêm sendo aplicados em diferentes culturas como, por exemplo, o trigo por diferentes

grupos de pesquisa no mundo e são trabalhos que já vêem em andamento a mais de 15

anos. Assim, é importante salientar que, tratando-se de um trabalho precursor da técnica

dentro do programa de melhoramento de feijão do IAC, muitas barreiras ainda deverão

ser transpostas para se conseguir novas descobertas e se atingir o objetivo de poder

utilizar a androgênese como ferramenta do de melhoramento de feijão.

5 CONCLUSÕES

5.1 Organogênese in vitro em feijão

a) A região nodal das folhas primárias apresentaram células competentes à regeneração

in vitro;

b) O ácido ascórbico foi mais eficiente no controle da oxidação nas concentrações de

0,14 µM e 0,3 µM para explanes da região nodal das folhas primárias;

c) O meio de germinação contendo 5 µM de 6-BA foi mais eficiente no proliferação de

gemas em meio de indução acrescido com 10 µM de TDZ e

d) O meio de proliferação de gemas contendo 1 µM de 6-BA, 3 µM de GA3 e 10 µM

AgNO3 propiciou maior número de brotos (8,3) por ápice meristemático de caule

em relação ao meio contendo somente 3 µM de GA3 (3,4).

5.2 Androgênese em feijão

a) A cultura de anteras não foi eficiente, no presente estudo, para estudos de

androgênese em feijão, uma vez que foi verificada interferência de tecidos

somáticos;

b) Botões florais de tamanho entre 2,5 e 4,5 mm apresentam micrósporos

mononucleados;

c) O período de seis dias de choque térmico de frio a (8 ± 2ºC) propiciou aumento de

6,2% de micrósporos induzidos em relação a testemunha.

Page 87: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

69

d) A cultura de micrósporos isolados na forma líquida e gotas de agarose (0,6%) em

meio K8-P e em meio K8 na forma de gotas de agarose (0,6%) proporcionaram

modificações estruturais nos micrósporos que se assemelharam a divisões celulares.

6 REFERÊNCIAS

AIDAR, H. Cultivo do feijoeiro comum: Características da cultura. http:// sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/CultivodoFeijoeiro/index.htm, (11 outubro 2008). ALLAVENA, A. Beans (Phaseolus). In: SHARP, W.R.; EVANS, D.A.; AMMIRATO, P.V.; YAMADA, Y (eds.). Handbook of Plant Cell Culture. Macmillan, New York, p.137–168, 1984. ANDRADE, L.M.CO.; DIVIDE, L.C.; PASQUAL, M. Relação entre a microsporogênese e o tamanho do botão floral e de anteras em café (Coffea arábica L.) In: Congresso Nacional de Genética, 42., Programa de Resumo. Caxambu: SBG, p. 138, 1996. ANTOLOVICH, M.; PRENZLER, P.; ROBARDS, K.; RYAN, D. Sample preparation of phenolic compounds in fruits. Analyst, v.125, p.989-1009, 2000. ARAGÃO, F.G.L.; BARROS, LM.G.; BRASILIERO, AC.M.; RIBEIRO, S.G.; SMITH, F.D.; SANFORD, J.C.; FARIA, J.C.; RECH, E.L. Inheritance of foreign genes in transgenic bean (Phaseolus vulgaris L.) co-transformed via particle bombardment. Theoretical and Applied Genetics, v.93, p.142–150, 1996. ARAGÃO, F.G.L.; RECH, E.L. Morphological factors influencing recovery of transgenic bean plants (Phaseolus vulgaris L.) of Carioca cultivar. International Journal of Plant Sciences, v 158, 157–163, 1997. ARAGÃO, F.G.L.; RIBEIRO, S.G.; BARROS, LM.G.; BRASILIERO, AC.M.; MAXWELL, D.P.; RECH, E.L.; FARIA, J.C. Transgenic beans (Phaseolus vulgaris L.) engineered to express viral antisense RNAs show delayed and attenuated symptoms to bean golden mosaic geminivirus. Molecular Breeding, 1998. ARAUJO, R. S. et al. Cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba, SP: POTAFOS, 1996. 786 p. ARELLANO, J.; FUENTES, S.I. Regeneration of different cultivars of common bean (Phaseolus vulgaris L.) via indirect organogenesis. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, v.96. n.1, p.11-18, 2008.

Page 88: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

70

ARNALDOS, T.L.; MUNOZ, R.; FERRER, M.A.; CALDERON, A.A. Changes in phenol content during strawberry (Fragaria x ananasa, cv. Chandler) callus culture. Physiologia Plantarum, v.113, p.315-322, 2001. ASHUBURNER, G. R.; THOMPSON, W. K.; BURCH, J.M. Effect of a-naphthaleneacetic acid and sucrose levels on the development of cultured embryos of coconut. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, Dordrecht, v.35, n.2, p.157-163, 1993. BAKER, H.G. Human influences on plant evolution. Economic Botany, v.26, p. 32-43, 1972. BARNABÁS, B.; SZAKÁCS, E.; LISZT, K. Cytological aspects of in vitro androgenesis in cereals. In: CRESTI, M.; GORI, P.; PACINI, E (eds.). Sexual reproduction in higher plants, Springer-Verlag, Berlin Hiedelberg, p.113-118, 1988. BARNABÁS, B.; SZAKÁCS, E.; KARSAI, I., BEDÖ, Z. In vitro androgenesis of wheat: from Fundamentals to pracical application. Euphytica, v.119, p.211-216, 2001. BENITO-MORENO, R.M.; MACKE, F.; ALWEN, A.; HEBERLE-BORS, E. In situ seed production after pollination with in vitro matured isolated pollen. Planta, v.176, p.145-148, 1988. BENEDICIC, D.; RAVNIKAR, M.; GOGALA, N. The regeneration of bean plants from meristem culture. Phyton Horn , v.37, p. 151–160, 1997. BHOJWANI, S.S.; RAZDAN, M.K. Plant tissue culture: theory and practice. Amsterdan: Elsevier Science Publishers, 1983. 502 p. BIASI, L.A.; KOLLER, O.C.; KAMPF, A.N. Micropropagação do abacateiro “Ouro Verde’ a partir de segmentos nodais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.29(7), p. 1051-1058, 1994. BINAROVA, P.; HAUSE G.; CENKLOVA V.; CORDEWENER, J.HG.; van LOOKEREN CAMPAGNE, M.M. A short severe heat shock is required to induce embryogenesis in late bicellular pollen of Brassica napus L. Sexual Plant Reproduction, v.10, p.200 - 208, 1997. BONET, F.J; OLMEDILLA, A. Structural changes during early embryogenesis in wheat pollen. Protoplasma, v.211, p.94-102, 2000. BOREM, A. ; Romano, Eduardo ; Sa, Maria de Fatima Grossi . Fluxo Gênico e Transgênicos. 2a.. ed. Viçosa: Editora UFV, 2007. v. 1. 199 p BRESSANI, R. Grain quality of common beans. Food Reviews International, v.9, p.237-297, 1993. BROOME, O. C.; ZIMMERMAN, R.H. In vitro propagation of blackberry. HortScience, v.13, p. 151- 153, 1978.

Page 89: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

71

BROWN, A.H.D. Human impact on plant gene pools and sampling for their conservation. Oikos, v.63, p.109-118, 1992. BULLOCK, W.D.; BAENZINGER, P.S.; SCHAEFFER, G.W.; BOTTINO, P.J. Anther culture of wheat (Triticum aestivum L.) FI’s and their reciprocal crosses. Theoretical and Applied Genetics, v.62, p.155-159, 1982. CAETANO, V.R.; MORAES-FERNADES, M.I.B. Interdisciplinaridade no CNPT/EMBRAPA: estudos que culminaram com o lançamento por meio de métodos biotecnológicos, do trigo BR-43. In: Encontro dos Geneticistas Do Rio Grande Do Sul, 8, São Leopoldo: SBG, p.15-19, 1992. CALDAS, L.S.; HARIDASAN, P.; FERREIRA, M.E. Meios nutritivos In: TORRES, A. C.; CALDAS, L.S.; BUSO, J. A. (eds.). Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: EMBRAPA-CNPH, p.87-132, 1998. CHU, C.C.; WANG, C.C.; SUN, C.S.; HSU, C.; YIN, K.C.; CHU, C.Y.; BI, F.Y. Establishment of an efficient mediun for anther culture of rice, through comparative experiments on the nitrogen sources. Scientia Sinnica, v.18, p.659-668, 1975. CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, http://www.conab.br/conabweb/download/safra/12_levantamento_set2008.pdf (17 dezembro 2008). CORDEWENER, J.H.G.; HAUSE, G.; GÖRGEN,E.; BUSINK R.; HAUSE, B.; DONS, J.J.M.; van LAMMEREN, A.A.M.; van LOOKEREN CAMPAGNE, M.M. Changes in synthesis and localization of the 70kDa class of heat shock proteins accompany the induction of embryogenesis in Brassica napusL. Microspores. Planta, Heidelberg v.96, p.747-755, 1995. CROCOMO, O.J.; SHARP, W.R.; PETERS, J.C. Plantlet morphogenesis and the control of callus growth and root induction of Phaseolus vulgaris with addition of bean seed extract. Z. Pflanzenphysiol, v.78, p.458–460, 1976. CROCOMO, O.J.; GALLO, L.A.; TONIN, G.S.; SACCHI, N. Development control of Phaseolus vulgaris using embryo axis culture. Energia Nuclear na Agricultura, Piracicaba, v.1, p.55–58, 1979. CRUZ DE CARVALHO, M.N.; VAN LE, B.; ZUILI-FODIL, Y.; PHAM THI, A.T.; TRAN THAN VAN, K. Efficient whole plant regeneration of common bean (Phaseolus vulgaris L.) using thin cell layer culture and silver nitrate. Plant Science v.159, p.223–232, 2000. DAVIES, M.E. Polyphenol synthesis in cell suspension cultures of Paul’s Scarlet Rose. Planta, Berlin, v.104, n.6, p.50-65, June 1972. de OLIVEIRA, P.D.; PASQUAL, M.; LOPES, P.A.; de OLIVEIRA, P.D. Effect of cytokinins and auxins on callus formation in in vitro anther culture of French bean (Phaseolus vulgaris L.) cv. Eriparza. Revista Ceres, v.41, p.651– 657, 1994.

Page 90: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

72

FACHINI, C.; BARROS, V.L.N.P.; RAMOS JUNIOR, E.U.; ITO, M.A.; CASTRO, J.L. Importância do feijão no agronegócio brasileiro. In: Resumos do 22° Dia de Campo de Feijão. Capão Bonito, p.1-7, 2006. FAN, Z.; ARMSTRONG, K.C.; KELLER, W.A. Development of microspores in vivo and in vitro in Brassica napus L. Protoplasma, Wien, v.147, p.191-199, 1988. FELLMAN, C.D.; READ, P.E.; HOSIER, M.A. Effects of thidiazuron and CPPU on meristem formation and shoot proliferation. HortScience, v.22, p.1197-1200, 1987. FERNANDEZ CASO, M.; PELAEZ, MI.; RUIZ, M.L.; Onset of in vitro morphogenic response and protein pattern changes in Phaseolus vulgaris L. Journal Plant Physiology, v.149, p.757–761, 1996. FLORES, R.; STEFANELLO, S.; FRANCO, E.T.H.; MANTOVANI, N. Regeneração in vitro de espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. Revista Brasileira de Agrociência, v.4, n.3, 201-205, 1998. FRANKLIN, C.I.; TRIEU, T.N.; GONZALES, R.A.; DIXON, R.A. Plant regeneration from seedling explants of green bean (Phaseolus vulgaris L.) via organogenesis. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, v.24, p.199–206, 1991. FRANKLIN, C.I.; TRIEU, T.N.; CASSIDY, B.G.; DIXON, R.A.; NELSON, R.S. Genetic transformation of green bean callus via Agrobacterium mediated DNA transfer. Plant Cell Reports, v.12, p.74–79, 1993. FREARSON, E.M.; POWE, J.B.; COCKING, E.C. The isolation, culture and regeneration of Petunia leaf protoplasts. Developmental Biology, v.33, p.130-137,1973. GAMBORG, O.L.; MILLER, R.A.; OJIMA, K. Nutrient requirements of suspension cultures of soybean root cells. Experimental Cell Research, v. 50, 151–158, 1968. GAMBORG, O.L.; PHILLIPS, G.C. Plant Cell, Tissue and Organ Culture; Fundamental Methods. Springer-Verlag. Berlin Heidelberg , New York, 1995, 358p. GARRIDO, D.; ELLER, N.; HEBERLE-BORS,E.; VICENTE, O. De novo transcription of specific mRNA during the induction of tabacco pollen embryogenesis. Sexual Plant Reproduction, Heidelberg, v.60, p.40-45, 1993. GEERTS, P.; MERGEAI, G.; BAUDON, J.P. Succeeded plant regeneration from very immature embryos of Phaseolus vulgaris. Annual Report of the Bean Improvement Cooperative, v.43, p.206–207, 2000. GENGA, A.; ALLAVENA, A.; CERIOTTI, A.; BOLLINI, R.Towards genetic transformation of bean by Agrobacterium tumefaciens. Acta Horticulture, v.280, p.527–536, 1990. GENGA, A.; ALLAVENA, A. Factors affecting morphogenesis from immature cotyledons of Phaseolus coccineus L. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, v.27, p.189–196, 1991.

Page 91: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

73

GEORGE, E.F.; SHERRINGTON, P.D. Plant propagation by tissue culture. Eversley: Exegetics,1984. GEORGE, E.F. Plant propagation by tissue culture: part 2 in practice. 2ed. Somerset: Exegetics, Cap.12., 1996, p. 575-638. GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M.A. Micropropagação. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S.; BUSO, J.A. (eds.). Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: EMBRAPA-CNPH, p.183-260, 1988. GUERRA, M.P.; NODARI, R.O. Apostila de biotecnologia - CCA/UFSC. Edição da Steinmacher, 2006. GRANER, A. RELP-mapping the haploid genome of barley (Hordeum vulgare L.). In: JAIN, S.M.; SOPORY, S.K., VEILLEUX, R.E. (eds.). In vitro haploid production in higher plants. v.3. Kluwer, Dordrecht, p.127–150, 1996. GRANDO, M.F.; MORAES-FERNANDES, M.I. Two poit deterministic model for acquisition of in vitro pollen grain androgenetic capacity based on wheat studies. Revista Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, v.20, n.3, p.467-476, 1997. GRUM, M.; CAMLOH, M.; RUDOLPH, K.; RAVNIKAR, M.; CASSELS, A.C. Elimination of bean seed-borne bacteria by thermotherapy and meristem culture. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, v.52, p.79–82, 1998. GUHA, S.; MAHESHWARI, S.C. In vitro production of embryos from anthers of Datura. Nature, London, v.204, n.4957, p.497 1964. GUHA, S.; MAHESHWARI, S.C. Cell division and diferentiation of embryos in the pollen grains of Datura in vitro. Nature, v.212, p. 97-98, 1966. HAMMATT, N.; GHOSE, T.K.; DAVEY, M.R. Regeneration in legumes. In: GRIESBACH, R.J.; HAMMERSCHLAG, F.A.; LAWSON, R.H. (eds.). Tissue Culture as a Plant Production System for Horticultural Crops. Martinus, Nijhoff, The Hague, Netherlands, p.67-95, 1986. HARA, N. Developmental anatomy of the tree-dimensional structure of the vegetative shoot apex. Journal of Plant Research, v.108, p.115-125, 1995. HE, D.G.; OUYANG, J.W. Callus and planted formation from cultured wheat anthers at different development stages. Plant Science Letters, v.33, p.71-79, 1984. HENRY, Y.J., BUYSER, T,; GUENEGOU, T.; ORY, C. Wheat microspore embryogenesis during during in vitro anther culture. Theoretical and Applied Genetics v.67, p.439-442, 1994. HERSELMAN, L.; MIENIE, C.M.S. The production of disease free dry bean seed through meristem tip culture. In: Centro Internacional de Agricultura Tropical, Cali (Colombia). workshop Proceedings, Dar Es Salaam, Tanzania. CIAT, SACCAR, p. 188–190, 1995.

Page 92: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

74

HILDEBRANDT, D.F.; PHILLIPS, G.C.; COLLINS, G.B. Soybean [Glycine max (L.) Merr. In: BAJAJ, Y.P.S. (ed.). Biotechnology in Agriculture and Forestry. vol. 2 (Crops I), Springer, Berlin Heidelberg, New York, p. 283–308,1986. HINCHEE, M.A.W.; CONNOR-WARD, D.V.; NEWELL, C.A.; MCDONNELL, R.E.; SATO, S.J.; GASSER, C.S.; FISCHHOFF, D.A.; RE, D.B.; FRALEY, R.T.; HORSCH, R.B. Production of transgenic soybean plants using Agrobacterium-mediated DNA transfer. Biotechnology, v.6, 915–922, 1988. HODDON, L.; NORTHCOTE, D.H.; 1976a. The effect of growth conditions and origin of tissue on the ploidy and morphogenetic potential of tissue cultures of bean (Phaseolus vulgaris L.) Journal of Experimental Botany, v.27, p.1031– 1051, 1976a. HODDON, L.; NORTHCOTE, D.H. The influence of gebberellic acid and abscisic acid on cell and tissue differentiation of bean callus. Journal of Cell Science, v.20, p.47–55, 1976b. HOEKSTRA, S,; van ZIJDERVELD, M.H.; LOUWERSE, J.D.; HEIDEKAMP, F.; van der MARK, F. Anther and microspore culture of Hordeum vulgare L cv Igri. Plant Science, v.86, p.89-96, 1992. HOEKSTRA, S.; van ZIJDERVELD, M.H.; HEIDEKAMP, F., van DER MARK, F. Microspore culture of Hordeum vulgare L.: the influence of density and osmolality. Plant Cell Reports, v.12, p.661–665, 1993. HÖFER, M.; TOURAEV, A.; HEBERLE-BORS, E. Induction of embryogenesis from isolated apple microspores. Plant Cell Reports, v.18, p.1012-1017, 1999. HUSSEY, G. Problems and prospects in the in vitro propagation of herbaceous plants. In: WITHERS, L.A.; ALDERSON, P.G. Plant tissue culture and its agriculture applications. London: Butterwoths, p.69-84, 1986. IMASEKI, H; KONDO, K; WATANABE, A. Mechanism of cytokinin action on auxin-induced ethylene production. Plant Cell Physiology, v.16, p.777–787, 1975. IMMONEN, S.; ROBISON, J. Stress treatments and ficoll for improving green plant regeneration in triticale anther culture. Plant Science, v.150, p.77-84, 2000. IQBAL M.C.M.; MÖLLERS, C.; RÖBBELEN, G. Increased embryogenesis after colchicine treatment of microspore cultures of Brassica napus L. Journal of Plant Physiology, Stuttgart, v.143, p.222-226, 1994. JAHNE, A.; BECKER, D.; BRETTSCHNEIDER, R. L6ORZ, H. Regeneration of transgeniv, microspore-derived, fertile barley. Theoretical and Applied Genetics, v.89, p.525-533, 1994. JAIN, S.M.; SOPORY, S.K.; VEILLEUX, R.E. In vitro haploid production in higher plants, v. 2: applications. Kluwer Academic Publ., Dordrecht the Netherlands, 1996. 440p.

Page 93: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

75

JING, J.K.; XI, Z.Y,; HU,H. Effects of high temperature and physiological condition of donor plants on induction of pollen derived plants in wheat. Ann Rep Inst Gent Sin, Beijing, p.67-68, 1982. KALTCHUK-SANTOS, E.; BODANESE-ZANETTINI, M.H. Androgênese: Uma rota alternativa no desenvolvimento do pólen. Ciência Rural, Santa Maria, v.32, n.1, p.165-173, 2002. KAO, K.N.; MICHAYLUK, M.R. Nutritional requirements for growth of Vicia hajastana cells and protoplasts at a very low population density in liquid media. Planta, v.126, p.105-110, 1975. KAO, K.N.; MICHAYLUK, M.R. Chromosomal behavior in somatic hybrids of soybean – Nicotiana glauca. Molecular and General Genetics, v.150, p.225-230, 1977. KARTHA, K.K., PAHL, K., LEUNG, N.L., MRGINSKI, L.A. Plant regeneration from meristems of grain legumes: soybean, cowpeas, peanut, chickpea and bean. Canadian Journal of Botany, v.59, p.1671–1679, 1981. KEFELI, V.I.; KALEVITCH M.V.; BORSARI B. Phenolic cycle in plants and environment. Journal of Cell and Molecular Biology, v. 2, p.13-18, 2003. KIVIHARJU, E.; PEHU, E.The effect of cold and heat pretreatments on anther culture response os Avena sativa and A. sterilis. Plant Cell Tissue and Organ, New York, v.54, p.97-104, 1998. KLU, G.Y.P. Induced mutations in winged bean (Psophocarpus tetragonolobus L. DC) with low tannin content. Euphytica, v.98, p.99–107, 1997. KUENEMAN, E.A. Meristem culture in Phaseolus vulgaris. Annual Report of the Bean Improvement Cooperative, v.19, p.53–55, 1976. KYO, M.; HARADA, H. Control of the development pathway of tabacco pollen in

vitro. Planta, v.168, p.427-432, 1986. LAMEIRA, O.A.; PINTO, J.E.B.P.; BLANK, M.F.A. Efeito de compostos fenólicos, carvão ativado e do meio físico no desenvolvimento de segmento nodal de cordia

verbenacea L. Ciência Rural, Santa Maria, v.27, n.2, p.189-192, 1997. LARSON, R. A. The antioxidants of higher plants. Biochemistry, v.27, n.4, p. 969-978, 1988. LAUXEN, M.S.; KALTCHUK-SANTOS, E.; BODANESE-ZANETTINI, M.H. Relação entre tamanho de botão floral e o estádio de desenvolvimento o grão de pólen em soja (Glycine max (L.) Merr.). In: Congresso Nacional de Genética, 41, Programa de Resumo. Caxambu: SBG, p. 419, 1995.

Page 94: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

76

LEDIG, F.T. 1992. Human impacts on genetic diversity in forest ecossystem. Oikos, v.63, p.87-108, 1992. LERCH, K. Cooper monooxygenases: tyrosinase and dopamine b-monooxygenases. In: SIEGEL, H (ed.). Metal ions in biological systems. Marchel Deckker, p. 143-186, 1981. LEWIS, M.E.; BLISS, F.A.1994. Tumor formation and glucuronidase expression in Phaseolus vulgaris inoculated with Agrobacterium tumefaciens. Journal of the American Society for Horticulture Science, v.119, p.361–366, 1994. MAHESHWARI, S.C.; TYAGI, A.K.; MALHOTRA, K; SOPORY, S.P. Induction of haploidy from pollen grains in Angiosperms – The current status. Theoretical and Applied Genetics, Berlin, v.58, p.193-206, 1980. MALIK, K.A.; SAXENA, P.K. Regeneration in Phaseolus vulgaris L. promotive role of N6-benzylaminopurine in cultures from juvenile leaves. Planta, v.184, p.148–150, 1991. MALIK, K.A.; SAXENA, P.K. Regeneration in Phaseolus vulgaris L.: high-frequency induction of direct shoot formation in intact seedlings by N 6- benzylaminopurine and thidiazuron. Planta, v.186, n.3, p.384- 389, 1992 MARKS, T. R.; SIMPSON, S. E. Reduced phenolic oxidation at culture initiation in

vitro following the exposure of field-grown stockplants to darkness or low levels of irradiance. Journal of Horticultural Science, v. 65, n. 2, p. 103-111, 1990. MARTINS, I.S.; SONDAHL, M.R. Axillary bud development from nodal cultures of bean seedlings (Phaseolus vulgaris L.) Turrialba, v.34, p.157–161, 1984a. MARTINS, I.S.; SONDAHL, M.R. Early stages of somatic embryo differentiation from callus cells of bean (Phaseolus vulgaris L.) grown in liquid medium. Journal of Plant Physiology, v.117, p.97–103, 1984b MATOS, G.V.C. Hibridação somática em Passiflora spp. 2006. 52p. Dissertação (Mestrado). Instituto Agronômico – IAC, Campinas. McCLEAN, P.; GRAFTON, K.F. Regeneration of dry bean (Phaseolus vulgaris L.) via organogenesis. Plant Science, v.60, p.117–122, 1989. McCLEAN, P.; CHEE, P.; HELD, B.; SIMENTAL, J.; DRONG, R.F.; SLIGHTOM, J. Susceptibility of dry bean (Phaseolus vulgaris L.) to Agrobacterium infection, transformation of cotyledonary and hypocotyl tissues. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, v.24, p.131–138, 1991. MEDINA, D.M.; CONAGIN, C.H.T.M. Técnicas citológicas. Campinas, Instituto Agronômico. 1964. 107p. MEDFORD, J.I. Vegetative apical meristems. Plant Cell, v.4, p.1029-1039, 1992.

Page 95: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

77

MELO, B.; PINTO, J.E.B.P.; LUZ, J.M.Q.L.; PEIXOTO, J.R.; JULIATTI, F.C. Diferentes antioxidantes no controle da oxidação, germinação e desenvolvimento das plântulas na cultura in vitro de embriões da guarirobeira (syagrus oleracea (mart.) Becc.). Ciência Agrotecnologia., Lavras, v.25, n.6, p.1301-1306, 2001. METIVER, J. R. Citocininas In: FERRI, M. G. (ed.). Fisiologia vegetal 2. São Paulo: EDUSP, p.93-127, 1979. MOHAMED-YASSEN, Y.; SPLITTSTOESSER, W.E. Regeneration of soybean (Glycine max (L.) Merr.) from the seedling apex, stem node, cotyledonary node, and cotyledons. Plant Growth Regulator Socirty of America, v.18, p.203-210, 1990. MOHAMED, M.F.; READ, P.E.; COYNE, D.P. Dark preconditioning, CPPU, and thidiazuron promote shoot organogenesis on seedling node explants of common and faba beans. Journal of the American Society for Horticulture Science, v.117, p.668– 672, 1992a. MOHAMED, M.F.; READ, P.E.; COYNE, D.P. Plant regeneration from in vitro culture of embryonic axis explants in common and tepary beans. Journal of the American Society for Horticulture Science, v.117, p.332–336, 1992b. MOHAMED, M.F.; COYNE, D.P.; Read, P.E. Shoot organogenesis in callus induced from pedicel explants of common bean (Phaseolus vulgaris L.) Journal of the American Society for Horticulture Science, v.118, p.158–162, 1993. MOHAMED, M.F.; COYNE, D.P.; READ, P.E. 1996. Enhancement effect of CPPU on differentiation of somatic embryoids in common bean (Phaseolus vulgaris L.). Plant Growth Regulation, v.24, p.97–103, 1996. MONACO, L.C.; SÖNDAHL, M.R.; CARVALHO, A.; CROCOMO, O.J.; SHARP, W.R. Applications of tissue culture in the improvement of coffee. In: REINERT, J.; BAJAJ, Y. P. S. (eds.). Applied and fundamental aspects of plant cell, tissue, and organ culture. Berlin: Springer-verlag, p.109-126, 1977. MORAES-FERNANDES, M.I.B. Obtenção de plantas haplóides através de cultura de anteras. In: TORRES, A.C.; CALDAS, L.S. (eds.). Técnicas e aplicações da cultura de tecidos de plantas. Brasília: EMBRAPA/ABCTP, p. 311-332, 1990. MORAES-FERNANDES, M.I.B.; STIVAL, A.L.; BRAMMER, S.P. Haploidização: genética e melhoramento. In: TORRES, A.C.; CALDAS, L.S.; BUSO, J.A. Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília: EMBRAPA/CBAB, v.2, 1999, p.569-612. MOURAD-AGHA, N.; DEXHEIMER, J. Étude ultrastructurale de la différenciation des elements conducteurs dans une culture de tissue de Passiflora quadragularis L. I. Cals cultivés à l’obscutité. Cytologia, v.44, p.615-631, 1979. MUÑOZ, L.C.; BAUDOIN, J.P. Improvement of in vitro induction of androgenesis in Phaseolus beans (Phaseolus vulgaris L. and P. coccineus L.). ACTA Agronómica, v.51 (3/4), p. 81-87. 2001-2002.

Page 96: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

78

MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, v.15, p.473–497, 1962. NAGL, W.; IGNACIMUTHU, S.; BECKER, J.Genetic engineering and regeneration of Phaseolus and Vigna. State of the art and new attempts. Plant Physiology, v.150, p.625–644, 1997. NEUENSCHWANDER B., BAUMANN T.W. A novel type of somatic embryogenesis in Coffea arabica. Plant Cell Reports, v.10, p.608-612, 1995. NIEUWKERK, J.P.; ZIMMERMAN, R.H.; FORDHAM, I. Thidiazuron stimulation of apple shoot proliferation in vitro. HortScience, v.21, p.516-518, 1986. NITSCH, C.; NOREEL, B. Effect d’un choc thermique sur le pouvoir embriogene du pollen de Datura innoxia cutivé dans l’anthere ou isole de l’anthere. Comptes Rendus Hebdomadaires dês Seances de l’Academic dês Sciences, Série D, v.276, p.303-306, 1973. OHYAMA, K.; OKA, S. Multiple shoot formation from mulberry (Morus alba L.) hypocotyls by N-(2-chloro-4-pyridyl)-N’phenylurea. Proc. 5th Intl. Congr. Plant Tissue Cell Culture, p.149-150, 1982. OUYANG,T.; HU, H.; CHUANG, C.; TSENG, C. Induction of pollen plants from anthers of Triticum aestivum L. cultured in vitro. Science, v.16, p.79-95, 1973. OUYANG, Y.W.; HE, D.G.; FENG, G.H.; JIA, S.E. The response of anther culture to culture temperature varies with growth conditions of anther donor plants. Plant Science, v.49, p.145-148, 1987. OZYIGIT, I.I.; KAHRAMAN, M.V.; ERCAN, O. (2007). Relation between explant age, total phenols and regeneration response of tissue cultured cotton (Gossypium

hirsutum L.). African Journal Biotechnology, v. 6, n.1, p.3-8, 2007; PASSOS, I.R.S.; BERNACI, L.C. Cultura de tecidos aplicada à manutenção de germoplasma in vitro e melhoramento genético do maracujá. (Passiflora spp.). In: FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V; BRAGA, M.F. (eds.). Maracujá: Germoplasma e Melhoramento genético. Embrapa. Planaltina, D.F., p.361-383, 2005. PECHAN, P.M.; KELLER, W.A. Induction of microspores embryogenesis in Brassica napus L. by gamma irradiation and ethanol stress. In Vitro Cellular & Developmental Biology-Plant, v.25, p. 1073-1074, 1988 PENG, M.; ZIAUDDIN, A.; WOLYN, D.J. Development of aspargus microspores in

vivo and in vitro is influenced by gametogenic stage and cold treatment. In Vitro Cellular & Developmental Biology-Plant, v.33, p.263-268, 1997. PERES. E.P.L. Bases fisiológicas e genéticas da regeneração de plantas in vitro. Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento, n.25, p.44-48, 2002.

Page 97: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

79

PETERS, J.E.; CROCOMO, O.J.; SHARP, W.R.; PADDOCK, E.F.; TEGENKAMP, I.; TEGENKAMP, T. Haploid callus cells from anthers of Phaseolus vulgaris. Phytomorphology, v.27, p.79-85, 1977. PETROVA, A.; RUITJTER, N.C.A.; VAN LAMMEREN, A.A.M.; SCHEL, J.H.N. Structural observations during androgenic microspore culture of the 4c1 genotype of Zea mays L. Euphytica, v.65, p.61-69, 1993. PHILLIPS, G.C.; HUBSTENBERGER, J.F. Micropropagation by Proliferation of Axillary Buds. In: GAMBORG, O.L.; PHILLIPS, G.C (eds.). Plant Cell Tissue and Organ Culture: fundamental methods. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg, 1995, 358p. PHYTO TECHNOLOGY LABORATORIES. Plant tissue culture salts & media formulations. 2007. www.phytotechlab.com (10 julho 2008). PICHEL, A.M. Feijões para exportação. In: Resumos do 22° Dia de Campo de Feijão. Capão Bonito, p.39-41, 2006. PINZAN, N.R.; BULISANI, E.A.; BERTI, A.J. Feijão: Zoneamento ecológico e épocas de semeadura para o estado de São Paulo. Boletim Técnico CATI, Campinas, n.218, 1994, 19p. PREECE, F. E.; COMPTON, M. E. I. Problems with explant exudation in micropropagation. In: BAJAJ, Y. P. S. (ed.). Biotechnology in agriculture and forestry: 17 – High-Tech and micropropagation I. Berlin: Springer Verlag, p.168-189, 1981. POLSONI L.; KOTT L.S.; BEVERSDORF, W.D. Large-scale microspore culture technique for mutation selection studies in Brassica napus. Canadian Journal of Botany, v.66, p.1681–1685, 1988. PUONTI-KAERLAS, J. Methods in grain legume transformation. Grain Legumes, v.2, p.73-115, 1993. RAAMSDONK, L.W.D. The effed of domestication on plant evolution. Acta Botanica Neerlandica, v.44, p.421-438, 1995. RASHID, A. Pollen dimorphism in relation to pollen plant formation. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v.58, p.544-548, 1983. REYNOLDS,T.L. Pollen Embryogenesis. Plant Molecular Biology, Dordrecht, v.33, , p.1-10, 1997. RUBLUO, A.; KARTHA, K.K. In vitro culture of shoot apical meristems of various Phaseolus species and cultivars. Plant Phisiology, v.119, p.425-433, 1985. RUIZ, M.L.; PELAEZ, M.I.; RUEDA, J.; ESPINO, F.J.; VAZQUEZ, A.M.; SCHIEDER, O. A comparative study of callus formation and plant regeneration from different explants of Phaseolus vulgaris and P. coccineus. In: HORN, W.; JENSEN, C.J.; ODENBACH, W. (eds.). Genetic Manipulation in Plant Breedings. Proceedings of

Page 98: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

80

the International Symposium (Eucarpia), 8–15 September, Berlin (West), Germany, pp. 495–497, 1986. RUSSEL, D.R.; WALLACE, K.M.; BATHE, J.H.; MARTINELL, B.J.; McCABE, D.E. Stable transformation of Phaseolus vulgaris via electric-discharge mediated particle acceleration. Plant Cell Reports, v.12, p.165–169, 1993. SANGWAN, R.S.; CAMEFORT, H. Microsporogenesis in Datura metel L. Ver Cytol Biol Végét Bot, v.5, p.265-282, 1982. SANTALLA, M.; POWER, J.B.; DAVEJ, M.R. Efficient in vitro shoot regeneration responses of Phaseolus vulgaris and Phaseolus coccineus. Euphytica, v.102, p.195–202, 1998. SANTOS, R.B; PAIVA, R.;PAIVA, P.D.O.; SANTANA, J.R. Enraizamento. In: R.B; PAIVA, R.;PAIVA (eds.). Cultura de tecidos. UFLA, Lavras. M.G. 9:73-79, 2001. SCALBERT, A. Antimicrobial properties of tannins. Phytochemistry, v.30, p.3875-. 3883, 1991. SEGUI-SIMARRO , J.M.; NUEZ, F. Meiotic metaphase I to telophase II as the most responsive stage during microspore development for callus induction in tomato (Solanum lycopersicum) anther cultures. Acta Physiologiae Plantarum, Krakovia, vol.27, p.675-685. 2005. SHARIATPANAHI, M.E.; MEHRAN, E.; BAL, U.; HEBERLE-BORS. E.; TOURAEV, A. Stresses applied for the re-programming of plant microspores towards in vitro embryogenesis. Physiologia Plantarum, v.127, p.519-534, 2006. SIEBEL, J.; PAULS, K.P. A comparison of anther and microspore culture as a breeding tool in Brassica napus. Theoretical and Applied Genetics, v.78, p.473-479, 1989. SILVA, R.; LUZ, J.M.Q.; DAVIDE, L.C.; PINTO, J.E.B.P. Relação entre microsporogênese e tamanho do botão floral em pimentão (Capsicum annum L.) In: Congresso Nacional de Genética, 41, Programa de Resumos. Caxambu: SBG, p.433, 1995. SMITH, F.D.; JOFRE-GARFIAS, A. SANFORD, J.C. Transformation of bean apical dome cells by microprojetile bombardment. Phytopathology, v.82, p.1167-1168, 1992. SMYKAL, P.; PECHAN, P.M. Stress, as assessed by the appearance of sHsp transcripts, is required but not sufficient to initiate androgenesis. Physiologia Plantarum. Copenhagen, v.110, n.1, p.135-143, 2000. SOUZA, M.M.; PEREIRA, T.N.S.; MARTINS, E.R. Microsporogênese e microgametogênese associadas ao tamanho do botão floral e da antera e viabilidade polínica em maracujazeiro-amarelo. Ciência Agrotecnológica, Lavras, v.26, n.6, p.1209-1217, 2002.

Page 99: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

81

STOGER, E.; FINK,C.H.; PFOSSER, M.; HEBERLE-BORS, E. Plant transformation by particle bombardment of embryogenic pollen. Plant cell Reports, v.14, p.273-278, 1995. SUNDERLAND, N.; DUNWELL, J.M. Pathways in pollen embryogenesis. In: STREET, H.E. (ed.). Tissue culture and plant science. London: Academic, p.141-167, 1974. SWANSON, E.B. Microspore culture in Brassica. In: Walker L.M.; POLARD, J.W. (eds.). Methods in molecular biology, v.6. Academic Press. New York, p.159-169, 1989. SZAKÁCS, E.; BARNABÁS, B. The effect of colchicine treatment on microspore division and microspore-derived embryo differentiation in wheat (Triticum aestivum L.) anther culture. Euphytica, Wageningen, v.83, p.209-213, 1995. TAKAHATA, Y.; KELLER, A.W. High frequency embryogenesis and plant regeneration in isolated microspore culture of Brassica oleaceae L. Plant Science, v.74, p.235-242, 1991. TISSERAT, B. Palms. In: BONGA, J. M.; DURZAN, D.J. (ed.). Cell and tissue culture in forestry. Dordrecht: Martinus Nighoff, p.339-356, 1987. TOURAEV, A.; ILHAM, A.; VICENTE, O.; HEBERLE-BORS, E. Stress-induced microspore embryogenesis in tabacco: an optimized system for molecular studies. Plant Cell Reports, Berlin, v.15, p.561-565, 1996a. TOURAEV, A.; INDRIANTO, A. WRATSCHKO, I.;, VICENTE, O.; HEBERLE-BORS, E. Efficient microspore embryogenesis in wheat (Triticum aestivum L.) indiced by starvation at high temperatures. Sexual Plant Reproduction, v.9, p.209-215, 1996b. TOURAEV, A.; VICENTE, O.; HEBERLE-BORS, E. Initiation of microspore embryogenesis by stress. Trends in Plant Science, v.2, p.297-302, 1997. VELTCHEVA, M.; SVETLEVA, D.; PETKOVA SP.; PERL, A. In vitro regeneration and genetic transformation of common bean (Phaseolus vulgaris L.)—Problems and progress. Scientia Horticulturae, v.107, p. 2–10, 2005. VELTCHEVA, M.; SVETLEVA, D. In vitro regeneration of Phaseolus vulgaris L. via organogenesis from petiole explants. Journal Central European of Agriculture, v.6, p.53-58, 2005. WANDER, A.E. Perspectivas de mercado interno e externo para o feijão. EMBRAPA: Arroz e Feijão, Santo Antônio de Goiás, p.892-895, 2006. WANG, P.; CHEN,Y.R. Effects of growth conditions of anther-donor plants on the production of pollen plants in wheat anther culture. Acta Genet Sin, Beijing, v.7, p.64-71, 1980.

Page 100: INSTITUTO AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ... AGRONÔMICO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E SUBTROPICAL CULTURA DE TECIDOS EM Phaseolus vulgaris L. VISANDO

82

WILLCOX, M.C.; REED, S.M.; BURNS, J.A.; WYNNE, J.C. Microsporogenesis in peanut (Arachis hypogaea). American Journal of Botany, Ohio, v.77, n.10, p.1257-1259, 1990. YANCHEVA, S.; SVETLEVA, D.; VELTCHEVA, M.; PETKOVA, S.P.; ATANASOV, A. egeneration possibilities of Bulgarian bean cultivars Plovdiv 11M and Dobrudjanski 7. Biotechnol. Equip, v.1, p.40–43, 1999. YOKOYAMA, L.P. Cultivo de Feijoeiro Comum. Importância econômica. http:// sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/CultivodoFeijoeiro/importancia.htm, (10 Novembro de 2008). ZAKI, M.A.M.; DICKINSON, H.G. Structural changes during the first divisions of embryos resulting from anther and free microspore culture in Brassica napus. Protoplasma, Wien, v.156, p.149-162, 1990. ZAKI, M.A.M.; DICKINSON, H.G. Microspore derived-embryos in Brassica: the significance of division symetric in pollen mitosis I to embryogenic development. Sexual Plant Reproduction, Heidelberg, v.4,p.48-55, 1991. ZAKI, M.A.M.; DICKINSON, H.G. Modification of cell development in vitro: the effect of colchicine on anther and isolated microspore culture in Brassica napus. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, New York, v.40, n.3, p.255-270, 1995. ZÁRSKI, V.; GARRIDO, D.; ELLER, N. TUPY, J.; VICENTE, O.; HEBERLE-BORS, E. The expression of a small heat shock gene is activated during induction of tabacco pollen embryogenesis by starvation. Plant Cell Environ, v.18, p.139-147, 1995. ZHANG-ZHANG, Y.; COYNE, D.P.; MITRA, A.; ZHANG, Z.Y. 1997. Factors affecting Agrobacterium-mediated transformation of common bean. Journal of the American Society for Horticulture Science, v.122, p.300–305, 1997. ZHANG, Y.X.; LESPINASSE, Y. Haploids. In: HAMMERCHLANG, F.A.; LITZ, R.E. (ed). Biotechnology of perennial fruit crops. Cambridge: University Press, p.57-76, 1992. ZHAO, J.P.; SIMMONDS, D.H.; NEWCOMB, W. Induction of embryogenesis with colchicine instead of heat in microspores of Brassica napus L. cv. Topas. Planta, Heidelberg, v.198, p.433-439, 1996.