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Rio de Janeiro
2019
INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
Poluição industrial e saúde humana: limitações e potencialidade do uso de bancos de dados públicos em pesquisas
empíricas.
JEFFERSON DE MATOS CAMPOS
Ministério da Saúde
Fundação Oswaldo Cruz
ii
JEFFERSON DE MATOS CAMPOS
Poluição industrial e saúde humana: limitações e potencialidade do uso de bancos de dados públicos em pesquisas
empíricas.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Informação, Comunicação e Saúde
(Icict), para obtenção do grau de Mestre em
Ciências.
Orientador: Prof. Dr. Carlos José Saldanha
Machado.
Coorientadora: Prof. Dra. Cristina Araripe
Ferreira
Rio de Janeiro
2019
iv
JEFFERSON DE MATOS CAMPOS
Poluição industrial e saúde humana: limitações e potencialidade do uso de bancos de dados públicos em pesquisas
empíricas.
Aprovada em 31 de maio de 2019
BANCA EXAMINADORA:
Titulares
____________________________________________________
Prof. Dr. Carlos José Saldanha Machado
ICICT/FIOCRUZ
____________________________________________________
Prof. Dr. Christovam de Castro Barcellos Netto
ICICT/FIOCRUZ
____________________________________________________
Profª Drª Simone Santos Oliveira
ENSP/FIOCRUZ
Suplentes:
Profª Drª Rosany Bochner
ICICT/FIOCRUZ
Profª Drª Lidiane dos Santos Carvalho
UNIRIO
v
DEDICATÓRIA
Apresento minha dedicatória na forma de uma carta, a mesma que construí quando,
tolamente, achei que não chegaria até aqui, reescrita na forma de uma carta de resiliência.
Ao corpo docente e coordenação do PPGICS (e, porque não, aos amigos),
Venho por meio desta comunicar a minha (agora) resiliência ao curso. Encerro esse ciclo não
da maneira esperada, mas da maneira possível. Que a resiliência não seja confundida com
algum tipo de falência: trata-se apenas de um dos caminhos possíveis para se encerrar um
ciclo. Neste caso, um ciclo de aprendizagem rico e bem-sucedido graças ao comprometimento
de docentes, discentes e gestão, e, centralmente, de uma instituição forte baseada nos
preceitos do SUS. A perspectiva interdisciplinar que tanto nos inquieta em nosso percurso
formativo dentro do PPGICS me trouxe até este momento com a maturidade acadêmica para
compreender que o processo de ensino-aprendizagem extrapola o aqui e agora. Não é por
outro motivo que sigo com a certeza que, apesar das intempéries, o saber é histórico e a vida é
luta coletiva e cotidiana. Contem sempre com esse aluno que vos escreve – conto com vocês.
Após esta breve carta, concluo. Aprendi logo cedo, nos estágios de docência que fiz ao longo
da minha graduação em escolas da educação básica com orientação de professores da
Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, que educar é ato amoroso.
Amoroso porque resiste e lida com o saber, algo tão visceral e característico de nós humanos.
A pós-graduação ainda tem muito a aprender com a educação básica.
Dedico este trabalho as presenças e vivências amorosas.
vi
AGRADECIMENTOS
À equipe da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, da Vice-presidência de
Educação, Informação e Comunicação, da Fundação Oswaldo Cruz, meus amigos, meus
amores, meus orientadores incondicionais. Por conjugarem ao longo de quase dez anos juntos
de muito trabalho, amor e práxis na luta por uma educação justa e inclusiva para um país do
tamanho do Brasil e serem peças fundamentais desse trabalho.
Aos amigos que compartilharam comigo a gestão 2017-2018 da APG Fiocruz, tive a certeza,
com o movimento estudantil, da força da educação e das instituições públicas. São estes laços
solidários e coletivos que dão força para seguir adiante. A atuação política autônoma é
definitiva em tempos de conservadorismo e neoliberalismo.
Aos amigos da Comuna de Del Castilho, juntos sobrevivemos à pós-graduação e nos
fortalecemos no sonho e luta por uma sociedade igualitária e autônoma. Nossas origens não
nos permitem falhar.
Ao meu orientador, pela sensibilidade ao me guiar de volta a minha cidade natal enquanto
objeto de pesquisa e contribuição possível as reflexões sobre este território, e pela
compreensão com as minhas fragilidades.
Aos profissionais dos Sistema Único de Saúde, que pela sua dedicação e comprometimento
tornam possível a realização de trabalhos acadêmicos como o que segue.
Aos trabalhadores, operários da vida em sociedade, que ao lutarem para sobreviver em
contextos adversos dão sentido a luta por uma sociedade equânime.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que financia através do seu
programa de bolsas de estudos esta pesquisa.
À Fundação Oswaldo Cruz, instituição pública, que cumpre tarefa centenária na formação de
pessoal técnico qualificado para o SUS.
vii
David se aproximava do pátio da mina. Atravessou o pátio e, no meio
dos outros, subiu os pequenos degraus que levavam à "gaiola". Um
silêncio. A grade cerrou-se com estrépito. Outro silêncio - depois o
som distante de um sino. Os homens se apertavam ali, comprimidos -
massa compacta e confusa no silêncio e na penumbra matinal. Acima
deles erguiam-se as superestruturas dominando a cidade, o porto, o
mar. Abaixo deles, como um túmulo, abriam-se as trevas recônditas
do subsolo.
Sob a luz das estrelas, A. J. Cronin.
viii
RESUMO
O presente trabalho busca explorar o atual cenário da pesquisa brasileira em Ambiente e
Sociedade, particularmente no que concerne uma compreensão abrangente dos agravos à
saúde. Parte-se de uma perspectiva que compreende os aspectos sociais e ambientais como
intrínsecos das condições de saúde. São discutidos aspectos epistemológicos relacionados as
pesquisas do campo da Sociologia, com viés ambiental e de saúde pública, considerando
contextos empíricos de cidades industriais, neste caso a cidade de Volta Redonda marcada
pela presença da Companhia Siderúrgica Nacional. Para tanto, apresenta-se um conjunto de
materiais descritivos quanto as produções acadêmicas no campo Ambiente e Sociedade e de
bases de dados da área de saúde. As produções acadêmicas selecionadas foram obtidas a partir
de levantamentos realizados utilizando os trabalhos apresentados aos Encontros Nacionais da
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade, entre 2002 e
2015; e textos publicados na revista Ambiente e Sociedade, de 1999 a 2018. As bases de
dados selecionadas, segundo critério de representatividade de casos desfecho – óbitos –
relacionados a agravos do sistema respiratório e disponibilidade de dados sobre presença de
material particulado na atmosfera, foram o Sistema de Informação sobre Mortalidade e o
Observatório Nacional de Clima e Saúde.
Palavras-chave: Companhia Siderúrgica Nacional; Desenvolvimento; Desigualdade Social;
Industrialização (Saúde Ambiental); Neoplasias Pulmonares; Poluição do Ar; Sistemas de
Informação em Saúde; Volta Redonda.
ix
ABSTRACT
In this essay, we will explore the current situation of the Brazilian research in Environment
and Society, particularly over the building of a broader comprehension of public health
problems. The groundwork perspective of this work states that the social and environmental
aspects are fundamental to the comprehension of health factors. We relate the epidemiologic
aspects with sociology researches in the Environment and public health fields, taking into
consideration the empiric context of industrial cities – in this case, Volta Redonda city and the
marks it carries over the presence of the Companhia Siderúrgica Nacional (National Steel
Company). In order to achieve this goal, we describe academic productions in the fields of
Environment and Society, as well as health databases. The academic productions selected
were obtain through the gathering of works presented during the Encontros Nacionais da
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade between the
years of 2002 and 2015, and essays published in the Ambiente e Sociedade magazine between
the years of 1999 and 2018. We selected the following databases (Sistema de Informação
sobre Mortalidade and Observatório Nacional de Clima e Saúde.), for their competence in
representing deadly cases related with problems in the respiratory system, and because both
databases made data over the presence of particulate matter in atmosphere available to the
public.
Keywords: Companhia Siderúrgica Nacional; Growth and Development;Social Inequity;
Industrial Development; Lung Neoplasms; Air Pollution; Health Information Systems; Volta
Redonda..
x
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 -“Pó preto” no céu de Volta Redonda em 22 de julho de 2018. Foto de Guilherme
Cunha para o jornal Foco Regional. ......................................................................................... 16
Figura 2 -1ª reunião do “Movimento dos Atingidos pelo Pó da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN)”, criado em Volta Redonda em agosto de 2018. Foto de Divulgação do
Comitê Ambiental Sul. ............................................................................................................. 16
Figura 3 – Fluxograma da informação de óbitos em estabelecimentos de saúde, fluxo 1,
retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ............ 74
Figura 4 – Fluxograma da informação de óbitos fora de estabelecimentos de saúde, fluxo 2,
retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ............ 75
Figura 5 – Fluxograma da informação de óbitos sem assistência médica, fluxo 3, retirado do
Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). .............................. 75
Figura 6 – Visão geral do modelo vigente da declaração de óbito, retirado do Manual do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................. 76
Figura 7 – Fluxograma de distribuição da Declaração de Óbito, retirado do Manual de
procedimento do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2001) ...................... 78
Figura 8 – Bloco I : Identificação, reúne informações sobre identidade do falecido. Retirado
do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ......................... 80
Figura 9 –Bloco II : Residência, reúne informações sobre residência do falecido. Retirado do
Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). .............................. 81
Figura 10 – Bloco III : Ocorrência, reúne informações sobre local onde ocorreu o óbito.
Retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ........... 82
Figura 11 – Bloco V : Condições e causas do óbito, reúne informações sobre causas do óbito.
Retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ........... 83
Figura 12 - Bloco VII : Causas externas, reúne informações sobre provável tipo de óbito.
Retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ........... 83
Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade, conforme
extraídos da Declaração Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006). 84
Figura 14 – Fluxo de informações obtidas das bases do DataSUS, da Agência Nacional de
Águas (ANA) e do Inpe, apresentado por Barcellos et al. (2016). ........................................... 88
xi
Figura 15 – Organização e etapas do Observatório Nacional do Clima e Saúde, apresentado
por Xavier et al. (2017)............................................................................................................. 89
Figura 16 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra do
Piraí, gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. .................. 92
Figura 17– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra Mansa,
gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................... 93
Figura 18– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Pinheiral,
gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................... 93
Figura 19– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Piraí, gráfico
gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................................ 93
Figura 20– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Rio Claro,
gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................... 93
Figura 21 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Volta
Redonda, gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........... 94
Figura 22 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade do Rio de
Janeiro, gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. .............. 94
Figura 23 – O Memorial 9 de novembro, de Oscar Niemeyer, bombardeado. Praça Juarez
Antunes – Volta Redonda. Foto: Arquivo/Sindicato dos Metalúrgicos. .................................. 99
Figura 24 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 4, retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 133
Figura 25 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 5, retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 133
Figura 26 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 6, retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 134
Figura 27 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 7, retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 134
Figura 28 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 8, retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 135
xii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Palavras-chave apresentadas por categoria............................................................ 30
Quadro 2 – Resultados das buscas bibliográficas na base Scielo. ............................................ 32
Quadro 3 - Resultados das buscas bibliográficas na base The Lancet...................................... 33
Quadro 4 – As principais temáticas abordadas em GTs ao longo dos ENANPPAS, entre 2002
e 2015. ...................................................................................................................................... 43
Quadro 5 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do I ENANPPAS, 2002. ................. 46
Quadro 6 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do II ENANPPAS, 2004. ................ 51
xiii
LISTA DE SIGLAS*
CSN Companhia Siderúrgica Nacional
Iema Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
INAMPS Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
SUS Sistema Único de Saúde
SIH Sistema de Informações Hospitalares
SIM Sistema de Informação sobre Mortalidade
Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz
SIA Sistema de Informações Ambulatoriais
SINASC Sistema de Informações de Nascidos Vivos
SIGAB Sistema de Gerenciamento de Ambulatórios Básicos
OMS Organização Mundial da Saúde
MS Ministério da Saúde
ANPPAS Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e
Sociedade
ENANPPAS Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa
em Ambiente e Sociedade
Scielo Scientific Electronic Library Online
DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis
ASoc Revista Ambiente e Sociedade
DataSUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
BO Boletins de Ocorrência
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PIB Produto Interno Bruto
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IG Índice de Gini
SINAN Sistema Nacional de Agravos de Notificação
xiv
ONU Organização das Nações Unidas
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
FJP Fundação João Pinheiro
CID Classificação Internacional de Doenças
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
PNIIS Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
LAI Lei de Acesso à Informação
e-Gov Política de Governo Eletrônico
RES Registro Eletrônico de Saúde
DO Declaração de Óbito
IML Institutos Médico Legais
SVO Serviços de Verificação de Óbitos
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
UF Unidades Federativas
Inpe Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
ANA Agência Nacional de Águas
DSC Doenças Sensíveis ao Clima
AVC Acidente Vascular Cerebral
IAM Infarto Agudo do Miocárdio
IRA Infecção Respiratória Aguda
*As siglas estão apresentadas na ordem que aparecem no texto.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 16
2. MÉTODOS ................................................................................................................................... 28
3. AS PESQUISAS EM SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE NO BRASIL ............................... 37
4. CONTEXTOS LOCAIS E AS BASES DE DADOS EM SAÚDE .............................................. 65
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 99
6. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 104
7. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 110
8. ANEXOS ..................................................................................................................................... 133
16
1. INTRODUÇÃO
Figura 1 -“Pó preto” no céu de Volta Redonda em 22 de julho de 2018. Foto de Guilherme Cunha1 para o
jornal Foco Regional.
Figura 2 -1ª reunião do “Movimento dos Atingidos pelo Pó da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)”,
criado em Volta Redonda em agosto de 2018. Foto de Divulgação do Comitê Ambiental Sul.2
1 Disponível no sítio virtual do jornal Foco Regional: focoregional.com.br, acessado em dezembro de
2018. Título da reportagem: Companhia Siderúrgica Nacional se pronuncia sobre pó preto no céu de
Volta Redonda.
2 Disponível em: https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/08/5569163-volta-redonda-cria-o-
movimento-dos-atingidos-pelo-po-da-companhia-siderurgica-nacional-csn.html#foto=1 Acesso em:
setembro de 2018. Título da reportagem: Volta Redonda cria o 'Movimento dos Atingidos pelo Pó da
17
Um a um, membros do grupo de mais de cento e cinquenta pessoas reunidas na Cúria
Diocesana da cidade de Volta Redonda levam vidros e mais vidros repletos do mesmo
conteúdo: o “pó preto” que reuniram em suas casas, em suas escolas, em seus locais de
trabalho. Por toda a sala, cartazes apontam um mesmo “culpado”: a Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), que seria responsável direta pelo incômodo “pó preto” que, a cada labareda
das chaminés, se ergue no horizonte da cidade.
Uma caixa de papelão (conforme figura 2) se enche com o pó depositado pelos
participantes, dando corpo ao que todos, naquela sala, já vivenciam diariamente. O único
propósito da caixa é ilustrar a experiência de poluição do ar que os moradores de Volta
Redonda conhecem pelo cotidiano. A caixa é uma pequena parcela dessa experiência, uma
metáfora dos tantos dias passados cercados pelo pó industrial – ela dita o tom de denúncia do
1º encontro do Movimento dos Atingidos pelo Pó da Companhia Siderúrgica Nacional.
Como é possível observar na figura 1, o popularmente chamado “pó preto” constitui
partículas visíveis, de coloração escura, que durante um período permanecem suspensas no ar
como uma nuvem de poeira e que, levadas pelo vento, se afixam às plantas, prédios e até
mesmo ao corpo humano, afetando diretamente o sistema respiratório.
Segundo o Inventário de Emissões Atmosféricas da Região da Grande Vitória,
produzido pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)(2011)-
capital que, como Volta Redonda, registra há anos depoimentos da população capixaba acerca
da presença constante de nuvens de pó poluente -, o “pó preto” é constituído por agentes
poluentes diversos, inclusive aqueles produzidos por meios de transporte, veículos
motorizados públicos e particulares. Entretanto, é seguro dizer que a maior parte da
constituição deste pó é proveniente da manipulação de metais, e, reúne partículas de minérios
de ferro e de carvão, que contribui para a sua coloração.
Em meio às declarações acerca da qualidade do ar respirado na cidade de Volta
Redonda, uma delas chama atenção. O morador Carlos Alberto da Silva, 45 anos, aponta que
“no meu bairro, a maior parte dos vizinhos, assim como eu, sofre com sérios problemas
respiratórios” 3 .Com esta frase, aparentemente pouco complexa, dimensiona-se o caráter
coletivo e urgente de um problema de saúde pública, diretamente relacionado à uma questão
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)' – Moradores levaram pó preto, em recipientes de vidros, em
protesto contra a poluição, de Francisco Edson Alves.
3 Disponível no sítio virtual do jornal O Dia. Idem.
18
ambiental complexa. Em outras palavras, não é possível pensar a saúde do morador de Volta
Redonda sem considerar imediatamente a sua relação com a qualidade do ar da cidade e a
presença da CSN. Qualquer análise capaz de dar conta da totalidade das condições de saúde
de Carlos Alberto e seus vizinhos deve considerar, portanto, os aspectos sócio-históricos e
ambientais implicados.
O presente trabalho dissertativo busca reconstruir um cenário parcial da pesquisa
brasileira contemporânea em ambiente e sociedade, particularmente no que concerne uma
compreensão dos agravos à saúde. Parte-se da ideia de que as questões de saúde devem ser
compreendidas a partir de uma perspectiva social e ambiental. Nesse sentido, busca-se reunir
neste texto produções acadêmicas capazes de demonstrar os modelos analíticos e objetos
utilizados por pesquisadores deste campo de pesquisas, sob uma ótica interdisciplinar. São
apresentados, ao longo do texto, o levantamento de pesquisas apresentadas em meios
acadêmicos selecionados, que consideram como o ambiente – e, consequentemente, as
dinâmicas sociais que o perpassam – constitui-se como um fator determinante à saúde da
população.
Esta investigação surge a partir da preocupação de apontar ferramentas
epistemológicas já constituídas e como elas podem, ou não, possibilitar abordagens empíricas
quanto aos impactos nas condições de vida e de saúde de populações expostas à poluição
industrial, especialmente a poluição atmosférica. O impacto da poluição industrial na vida de
milhares de indivíduos tornou-se um tema particularmente caro devido ao meu envolvimento
com o cenário ambiental descrito, no contexto do objeto desta pesquisa, como apresentado no
relato a seguir produzido no contexto da disciplina Fundamentos Teóricos da Informação e
Comunicação, do Programa de Pós-Graduação em Informação, Comunicação e Saúde:
Tenho origem em uma família negra, de classe média baixa, de origem rural,
patriarcal e com avós operários. Nasci e cresci em Volta Redonda, em um bairro
igualmente de classe média baixa.
As famílias migravam de Minas Gerais para trabalhar. A cidade passou por grandes
greves, operários mortos em conflitos, prisões violentas. Em uma das greves de uma
CSN ainda estatal, meu avô e tantos outros foram impedidos de sair do espaço da
siderúrgica. Nesses dias, era minha avó quem levava comida para o “prisioneiro” da
Siderúrgica.
Em síntese, o caminho da juventude do meu pai foi estudar na escola técnica, com a
perspectiva de alcançar uma melhora nas condições de vida. Dedicou-se a
informática, e seu primeiro trabalho, após a formação técnica, foi nos escritórios
administrativos da CSN, que, até hoje, detém grande parte do direito de propriedade
sobre os espaços utilizados pela população da cidade.
19
Meu avô morreu de câncer de pulmão, em um dos hospitais privados que atendia os
trabalhadores da empresa. O assombro geral de nossos amigos e familiares persiste
até hoje: a impossibilidade de uma vítima de câncer de pulmão que nunca acendeu
um cigarro. Uma morte improvável. Enquanto isso, a vida na cidade ainda gira em
torno de equipamentos que foram espoliados da população: hospitais que antes
estavam sob a égide de um estatuto público, hoje privados, são utilizados por uma
parte considerável da população. Esta cidade, a minha cidade, é, apesar de tudo, uma
cidade de referência no atendimento do Sistema Único de Saúde.
Soma-se ao relato acima apresentado, uma breve descrição histórico-etnográfica,
disputada oralmente e passada entre gerações, especificamente relacionada à minha trajetória,
que acrescenta-se a seguir:
A cidade foi projetada ao redor da Companhia Siderúrgica Nacional, uma empresa
inicialmente estatal. A cidade é cortada pelo rio Paraíba do Sul, e supostamente o
nome da cidade tem a ver com uma mística Volta Redonda feita pelos contornos do
rio e bem observada pelos desbravadores da futura cidade. Uma cidade projetada
com uma escola técnica “privada” – para formar profissionais que trabalhariam na
CSN –, uma escola de formação geral “privada” – para formar aqueles que iriam
cursar engenharia na capital, aqueles com condições financeiras confortáveis, os
próprios filhos dos engenheiros –, dois hospitais “privados” – um, para os cargos
superiores da empresa; o outro, para uso dos operários. Na lógica do INAMPS, a
assistência era para aqueles que trabalhavam, tudo operava em torno da categoria
trabalho.
Os esqueletos e marcas persistem: clubes, rádios, centros de pesquisa em metalurgia,
ex-escritório central, parque ecológico municipal, biblioteca, teatro, cinema. Em
geral, todos esses espaços obedeciam à divisão rígida entre os operários e os cargos
de alto escalão. Com a CSN privatizada, também se tornaram privados todos esses
espaços.
No sentido de refletir sobre o impacto dos aspectos sociais, parte-se do entendimento
de que contextos produtivos desconectados da estrutura social local, nos moldes
desenvolvimentistas, são favoráveis a uso de recursos ambientais sem a devida compensação
ou mitigação, e estão diretamente ligados a agravos de saúde que atingem populações
localizadas nesses territórios (BECK, 2011).
Sociedades industriais, realidades industriais
No caso das indústrias de transformação, que aliam extração e atividade intensiva,
seus impactos nos territórios em que estão inseridas se materializam principalmente por meio
das vias hidrográficas e aéreas.
20
Quanto ao uso intensivo da água, os processos de extração e transformação de
minérios de ferro, resultam em material de descarte que, se não tratados adequadamente,
podem onerar o conjunto social mais amplo, seja pelo modelo de barragens de rejeitos de
minério ou pelo retorno das águas utilizadas no processo produtivo para o seu curso anterior.
Este retorno que afeta o sistema de reprodução e de vida dos peixes – proteína animal
importante para a segurança alimentar de populações ribeirinhas – ou podem tornar a água
retirada destas vias fluviais não adequadas ao consumo humano, por exemplo.
No que diz respeito às vias aéreas, a emissão de gases e partículas decorrentes da fusão
de elementos – como o minério de ferro – apesar de não serem perceptíveis de maneira
imediata, resultando em uma aparente ausência de “risco”, são danosas a longo prazo, e seus
efeitos nas condições de saúde estão devidamente comprovadas na literatura médico-
epidemiológica. Para a população, seus efeitos são perceptíveis de maneira imediata pelo
panorama visual das chaminés fabris ou mesmo pelo popularmente conhecido – e supracitado
– “pó preto”.
São marcadamente consistentes as descobertas a respeito do nível de elementos
cancerígenos presentes na poluição de ar, tanto como uma mistura, quanto,
especificamente, como material particulado; descobertas na pesquisa
epidemiológica, no estudo de câncer em animais de laboratório e em um amplo
conjunto de estudos dos mecanismos relacionados ao câncer. Particularmente, um
risco crescente de desenvolvimento de câncer de pulmão foi consistentemente
observado em grupos e estudos de caso-controle incluindo milhões de pessoas e
muitas centenas de casos de câncer de pulmão da Europa, da América do Norte e da
Ásia.i(LOOMIS et al., 2013, p. 1262)
A cidade de Volta Redonda está localizada no Médio Vale do Rio Paraíba, no interior
do estado do Rio de Janeiro, e materializa-se como tipo ideal deste cenário. As cidades
industriais deste tipo, por sediarem indústrias de transformação de grande porte, nesse caso a
Companhia Siderúrgica Nacional, baseada na exploração intensiva de bens naturais e força de
trabalho, reúnem subsídios importantes para compreensão de como as condições de vida das
populações são afetadas pela exposição aos modelos produtivos em que estão inseridas
(LEFEBVRE; FORTUNA, 2001; MARTELL, 1994; NASCIMENTO; VIEIRA, 2016).
A partir dos bancos de dados constituídos por serviços públicos4, através dos sistemas
de informação em saúde e de outras iniciativas de monitoramento das condições ambientais e
4 Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Observatório Nacional de Clima e Saúde,
respectivamente vinculados ao Sistema Único de Saúde e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
21
de vida da população humana, reflete-se aqui, no contexto de Volta Redonda, como o
conjunto de variáveis disponíveis nessas bases podem, ou não, constituir dados de realidade
para análises no campo das ciências sociais, ambientais e de saúde pública sobre as condições
de saúde das populações.
No Brasil, os sistemas de informação em saúde, vinculados ao Sistema Único de
Saúde (SUS), foram constituídos de maneira desarticulada e como registros de atendimentos,
o que implica em bases fragmentadas e com informações incompletas. Um exemplo é o
Sistema de Informações Hospitalares (SIH), cuja função é registrar dados de internação na
rede hospitalar. Esta base, apesar de ter abrangência nacional, está dependente de processos
de gestão locais, nos quais os hospitais devem possuir estrutura de informática e um setor
responsável por atualizar constantemente os dados no sistema. Esse processo possui fatores
limitantes que residem exatamente na insuficiência de aparato tecnológico e disponibilidade
de pessoal qualificado (BRANCO, 1996; DANIEL; PEREIRA; MACADAR, 2014; VIDOR;
FISHER; BORDIN, 2011). Por outro lado, por serem abrangentes, tais sistemas configuram-
se como base de informações privilegiadas sobre as condições de saúde da população
brasileira, portanto, representam rico objeto de pesquisa (LIMA et al., 2009).
As bases de dados relacionadas ao Sistema Único de Saúde desafiam os seus
princípios de universalidade, integralidade e equidade, pela sua diversidade e fragmentação.
Se por um lado tais preceitos implicam numa organização do sistema de saúde pactuada entre
as diversas esferas de governo, os processos de implementação dos sistemas de informação
esbarram no fato de que não possuem caráter vinculante no que diz respeito as atribuições dos
atores envolvidos, ao menos não no seu momento de criação. O conjunto de informações
reunidas pelos bancos disponíveis tem como objetivo favorecer a redução das iniquidades em
saúde, no entanto, esbarram ainda em limitadores relacionados a acessibilidade e
disseminação dos dados.
A diversidade de sistemas existentes possui cobertura em todo o país, somando 256
(duzentos e cinquenta e seis) sistemas no âmbito do Ministério da Saúde5. No entanto, eles
ainda caminham no sentido da unicidade, uma única base, com identificador único, que reúna
as informações e estatísticas vitais de cada usuário. Os principais sistemas disponíveis são:
Sistema de Informações Hospitalares; Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA); Sistema
5 Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos Acesso em: 29 de abril de 2019.
22
de Informações de Mortalidade; Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC); e,
Sistema de Gerenciamento de Ambulatórios Básicos (SIGAB)(MENDONÇA et al., 2018).
No que diz respeito à poluição ambiental, especificamente, índices de poluição
atmosférica, medidos por equipamentos meteorológicos, têm correlações significativas com
agravos de saúde das pessoas que vivem no espaço urbano, principalmente, em relação às
neoplasias (VINEIS; WILD, 2018). Segundo dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS), as neoplasias do sistema respiratório estão entre as 10 (dez) principais causas de óbito
a nível mundial6.
Ainda no que se refere aos determinantes sociais da saúde, a preocupação com a
prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é central devido a sua
forte correlação com variáveis ambientais e ao seu aumento em relação à carga global de
doenças que afetam a população mundial (NIESSEN et al., 2018; NISHTAR et al., 2018;
SCHMIDT et al., 2011). As condições ambientais são determinantes nas condições de saúde,
dados apontam que, especificamente, a poluição do ar e a exposição indireta ao tabaco são as
principais causas de agravos à saúde por eventos ambientais (NISHTAR et al., 2018;
VENKATESAN, 2018; WHO, 2006).
As inter-relações e correlações entre agravos de saúde e índices de poluição
configuram-se como eixo de análise privilegiado no contexto das sociedades industriais, como
forma de demonstrar os impactos de tais atividades na saúde da população humana. E os
bancos de dados públicos são considerados, para efeito desta pesquisa, como possíveis fontes
de dados empíricos. Este trabalho localiza-se no campo interdisciplinar e utiliza abordagens
das ciências sociais como metodologias capazes de aprofundarem o estabelecimento de eixos
de análises que permitam subsidiar articulações entre condições ambientais e de vida.
Sociedade de risco
A noção de sociedade de risco engloba os processos de mudanças sociais vivenciados
na modernidade, resultantes da transição de um modelo industrial para um novo modelo de
organização da vida e do trabalho (BECK, 2011; SANTOS; BACCI, 2017). Tal noção se
constitui como referencial teórico importante sobre o desenvolvimento das relações sociais no
interior da sociedade contemporânea e possibilita apresentar de maneira sistemática e
6 Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death Acesso
em: 28 de junho de 2018.
23
organizada um modelo de sociedade em que o indivíduo e suas questões identitárias são
colocadas no centro da análise.
É precisamente essa transformação de ameaças civilizacionais à natureza em
ameaças sociais, econômicas e políticas sistêmicas que representa o real desafio do
presente e do futuro, o que justifica o conceito de sociedade de risco. Enquanto o
conceito da sociedade industrial clássica se apoiava na contraposição entre natureza
e sociedade (no sentido do século XIX), com o conceito de sociedade (industrial) de
risco parte-se da “natureza” integrada à civilização, ao mesmo tempo em que se
acompanha, passando por todos os subsistemas sociais, a metamorfose das violações
sofridas.(BECK, 2011, p. 99)
A poluição ambiental, na sua manifestação atmosférica, demonstra uma das principais
questões que perpassam a sociedade de risco, agravada uma vez que seu nível de impacto
extrapola os limites geográficos de localização de sua emissão original, podendo afetar um
conjunto amplo de vizinhanças a nível local ou global.
A produção industrial é acompanhada por um universalismo das ameaças,
independente dos lugares onde são produzidas: cadeias alimentares interligam cada
um a praticamente todos os demais na face da Terra. Submersas, elas atravessam
fronteiras. O teor de acidez do ar carcome não apenas esculturas e tesouros
artísticos, mas há muito corroeu também os marcos de fronteira. Mesmo no Canadá
acidificam-se os mares, mesmo nos extremos setentrionais da Escandinávia morrem
as florestas.(BECK, 2011, p. 43)
A ideia de “sociedade (industrial) de risco” trata-se, portanto, de um aporte teórico
representativo da transição de uma sociedade de classes para uma sociedade estamental e
individualizada, ao mesmo tempo que coloca-se como desafio reunir num mesmo caminho
interpretativo referenciais teóricos de Marx e Weber, e, a partir deles compor uma chave de
análise demarcada temporalmente no século XX (BECK, 2011).
Na medida em que essas condições se impõem, ocorre que um tipo histórico de
pensamento e ação é relativizado ou recoberto por um outro. O conceito de
“sociedade industrial” ou “de classes” (na mais ampla vertente de Marx e Weber)
gira em torno da questão de como a riqueza socialmente produzida pode ser
distribuída de forma socialmente desigual e ao mesmo tempo “legítima”. Isto
coincide com o novo paradigma da sociedade de risco, que se apoia
fundamentalmente na solução de um problema similar e no entanto inteiramente
distinto. Como é possível que as ameaças e riscos sistematicamente coproduzidos no
processo tardio de modernização sejam evitados, minimizados, dramatizados,
canalizados e, quando vindos à luz sob a forma de “efeitos colaterais latentes”,
isolados e redistribuídos de modo tal que não comprometam o processo de
24
modernização e nem as fronteiras do que é (ecológica, medicinal, psicológica ou
socialmente) “aceitável”?(BECK, 2011, p. 23-24)
Sociologia ambiental
As ciências ambientais reúnem um conjunto teórico importante para abordar os
principais desafios sociais do Antropoceno, apontados por tal perspectiva de análise
(MACHADO, 2014; MACHADO; VILANI, 2015). Por outro lado, a sociologia ambiental
permite traçar conexões entre os modos de organização social e os modos de produção em que
se inserem tais relações (BUTTEL, 2004; HANNIGAN, 1995; HERCULANO, 2000).
A abordagem da sociologia ambiental é estruturante para refletir sobre possibilidades
de incremento tecnológico visando o uso de recursos naturais que estejam socialmente
comprometidos com modelos produtivos equânimes e justos. Parte-se do entendimento de que
os modos de produção de riqueza vigentes estão diretamente associados à reprodução de
processos de instabilidade e insegurança social vivenciados na modernidade (HERCULANO,
2000; MACHADO; VILANI, 2015).
O referencial da sociologia ambiental e das ciências ambientais utilizado aponta para
compreensão dos aspectos sociodemográficos dos grupos afetados por agravos à saúde
diretamente implicados por condições ambientais – como é o caso de grupos afetados pela
poluição do ar provocada pela cadeia produtiva do aço. Cabe perceber preliminarmente,
também, as interconexões do modelo industrial desenvolvimentista implementado localmente
com outros modelos similares a nível global (DINIUS, 2011).
Estão em perspectiva o cenário empresarial relacionado a grandes conglomerados
produtivos espalhados globalmente e os impactos diretos das condições ambientais e de vida
locais (BUTTEL, 2004; GOULD; PELLOW; SCHNAIBERG, 2004). Neste sentido, diversos
aspectos observáveis no contexto aqui apresentado encontram paralelos a nível global, e, se
expressam nas políticas e aparatos legais relativos aos registros do sistema de saúde, ao
controle e monitoramento de emissão de poluentes, condições e vínculos trabalhistas, modos
de vida no espaço urbano, entre outros.
Tal conjunto de aspectos observáveis sobre dada realidade podem ser compreendidos
de maneira mais abrangente a partir de abordagens da sociologia ambiental na medida em que
colocam em um mesmo plano, como pretende-se demonstrar, aspectos econômicos,
ambientais e de saúde considerando seus determinantes sociais relacionados.
25
A sociologia ambiental nasce da demanda de se investigar as mudanças ambientais e
suas repercussões a partir da existência humana. Suas principais teorias se distribuem em três
principais correntes formada por realistas – que aponta interdependência entre questões
sociais e ambientais –, construtivistas – na qual as questões ambientais repercutem
representações sociais – e funcionalistas – responsável por vincular o ambiente biofísico e as
intervenções humanas. Em linha geral este campo do conhecimento, e suas correntes, cumpre
o papel de descrever e estabelecer vínculos entre problemas ambientais e sociais.
Este conjunto de teorias apontam para a necessidade de se compreender as sociedades
como diretamente vinculadas às mudanças ambientais sejam elas provocadas pelas atividades
humanas ou não. E, para além disso, possibilitam estabelecer quais eventos ambientais podem
ser atribuídos diretamente à ação humana como se pretende no trabalho que segue, apontar
como eventos eminentemente socioeconômicos podem constituir relações de
interdependência com variáveis ambientais e de saúde.
Nos capítulos que seguem, o exemplo de Volta Redonda cumpre o papel de ilustrar a
urgência do aprofundamento de modelos – e ferramentas, tais como bases de dados – de
compreensão das condições de saúde pública que levem em consideração os fatores
ambientais e sociais como determinantes para a qualidade de vida da população. Ao dedicar
certa atenção ao caso de Volta Redonda, busca-se exemplificar como somente um estudo que
leve em consideração o cenário socioambiental pode dar conta da saúde dos habitantes deste –
e de tantos outros semelhantes – município.
No primeiro capítulo, ao partir das contribuições teóricas do campo da sociologia do
meio ambiente brasileiro, são apresentadas as principais questões que orientam a agenda de
pesquisa, especificamente, aquelas relativas à poluição industrial e saúde da população
humana. O tema é introduzido com um breve histórico da construção epistemológica da
sociologia ambiental ao longo do século XX, apresentando as três correntes principais desse
campo.
Reflete-se sobre os impactos diretos dos processos de aprofundamento dos riscos
sociais nas condições de saúde da população e suas conexões com os índices de exposição a
poluição atmosférica, como ferramenta de compreensão da organização social de cidades
situadas em contextos industriais.
26
Tais modelos de organização social apontam para a centralidade das variáveis de
gênero e raça, como aponta Beck (2011), na medida em que são manifestações históricas de
processos de segregação e refletem uma mudança social significativa onde os operadores na
disputa por direitos individuais são deslocados dos coletivos operários para o nível individual
ou dos movimentos sociais segmentados.
Ao avançar na discussão a respeito do processo de implantação e modos de
organização dos espaços urbanos, espera-se, também, contribuir para a reflexão sobre
modelos hegemônicos de desenvolvimento e seus impactos nas condições de saúde das
populações trabalhadoras (PERIAGO et al., 2007; RIGOTTO; AUGUSTO, 2007).
No segundo capítulo, são descritas e analisadas as bases de dados estudadas, o Sistema
de Informação de Mortalidade; e o Observatório Nacional de Clima e Saúde
(Fiocruz/Ministério da Saúde).
São privilegiadas as informações do SIM, relativo aos registros vinculados ao Sistema
Único de Saúde, com abrangência mais geral sobre as condições de saúde brasileiras, com
enfoque nos agravos relacionados ao sistema respiratório, especificamente, neoplasias da
traqueia, brônquios e pulmões. Por outro lado, o Observatório Nacional de Clima e Saúde,
vinculado à Fundação Oswaldo Cruz, possui abordagem dedicada à compreensão dos
impactos na saúde da população brasileira relacionados as alterações ambientais e climáticas7.
O modelo de análise sistêmica que busca-se enfocar neste trabalho, tem centralidade
nas bases de dados como possíveis fontes de informação privilegiadas sobre determinada
realidade, a escolha das bases apresentadas acima justifica-se como recorte possível capaz de
demonstrar potencialidades e limitações do uso de dados para reconstrução crítica de
contextos empíricos. Neste caso, a cidade de Volta Redonda e neoplasias pulmonares são
apresentados como marcadores ideais de contexto socioeconômico e de condições de saúde de
origem difusa e difícil determinação com características epidêmicas, respectivamente.
A descrição das bases selecionadas pretende apontar a possibilidade de se estabelecer
correlações capazes de articular dados demográficos de modo que seja possível descrever
níveis de escolaridade, variáveis de gênero e raça considerando a população economicamente
ativa, de modo a tornar possível perceber as principais condições de risco associadas à saúde
nestes contextos.
7https://climaesaude.icict.fiocruz.br/. Acesso em: 27 de outubro de 2018.
27
Os sistemas vinculados ao Ministério da Saúde (MS), constituem base de informações
no âmbito federal, reúnem de maneira sistemática e acessível as informações obtidas nos
diferentes níveis de atenção à saúde vinculados ao Sistema Único de Saúde, apresentam
limitadores quanto a subnotificação e interoperabilidade, além de constituírem-se enquanto
registros de atendimentos e não de pesquisa.
Para compreensão e aplicação das variáveis ambientais, climático-meteorológicas e
sócio demográficas, capazes de caracterizar os contextos ambientais e de vida das populações,
os dados reunidos pelo Observatório Nacional de Clima e Saúde são de especial interesse.
Na última seção, os conceitos, questões de pesquisas e dados identificados nos
capítulos 1 e 2 são apresentados aplicados a um contexto local, a cidade de Volta Redonda. A
título de conclusão é apresentada uma breve reflexão quanto ao papel dos modelos produtivos
intensivos na construção de uma percepção dos mesmos como apartados dos territórios nos
quais estão inseridos.
Espera-se, com esta abordagem, demonstrar os processos pelos quais também no
campo da saúde os contextos produtivos de viés capitalista operam de modo a desconectar
exploração de mão de obra e de recursos ambientais dos seus impactos diretos nas condições
de saúde. E apontar como um conjunto de pesquisas orientadas sob uma perspectiva
interdisciplinar, no campo de pesquisas sobre Ambiente e Sociedade, percebe e caracteriza
tais mecanismos.
A qualidade dos dados em saúde e sua disseminação adequada, neste contexto, são
determinantes para que sejam estabelecidas as responsabilidades devidas entre apropriação
privada de bens comuns e socialização dos riscos. As informações contidas nas bases públicas
e ferramentas que garantem acesso qualificado a elas operam como mecanismos de
participação cidadã e de controle social.
Possibilitam, portanto, a constituição de políticas e ações voltadas para a proteção
social, efetividade da gestão pública, prevenção de agravos e intersetorialidade. E, por último,
vale destacar o quanto, quando se tratam de agravos à saúde decorrentes de atividades
produtivas, as populações mais atingidas ou com maior risco são aquelas mais vulneráveis,
pelas suas condições de habitação e acesso precário a serviços públicos com baixa renda
familiar per capita.
28
2. MÉTODOS
Para efeitos metodológicos parte-se de uma abordagem da sociologia ambiental, na
qual se considera as relações sociais e os ambientes de vida, são articuladas as potencialidades
e limitações de bases de dados em saúde como instrumentos metodológicos capazes de
representarem contextos sócio demográficos relacionados a populações afetadas por agravos
relacionados a poluição do ar.
São considerados aqui um conjunto de trabalhos selecionados produzidos no Brasil,
em congressos do campo de pesquisas sobre Ambiente e Sociedade, que associam condições
ambientais e de saúde. Analisa-se, também, como possíveis ferramentas de caracterização de
realidades empíricas, duas das bases de dados disponíveis capazes de apontar interações entre
saúde e questões ambientais.
Abaixo são apresentados os objetivos geral e específicos aqui pretendidos:
Objetivo geral:
• Analisar em que medida as fontes de informação públicas relacionadas a saúde e
meio ambiente relativas aos municípios situados no contexto produtivo da
Companhia Siderúrgica Nacional contemplam variáveis significativas para uma
análise que possibilite relacionar degradação ambiental, mortalidade por agravos à
saúde e desigualdades sociais.
Objetivos específicos:
• Identificar, descrever e caracterizar as variáveis que estruturam dois bancos de
dados públicos, o Sistema de Informação sobre Mortalidade e o Observatório de
Clima e Saúde, relativos, respectivamente à mortalidade da população brasileira e à
interação clima e saúde.
• Identificar como a poluição do ar decorrente de atividades industriais e a ocorrência
de neoplasias do sistema respiratório está estruturada nessas bases de dados.
• Verificar como a realidade da poluição do ar causada pela indústria siderúrgica –
extração, transporte e manufatura de minérios – em munícipios da região sudeste e
o índice de mortalidade da população está representada nessas bases.
29
Levantamento bibliográfico e resultados preliminares
Para efeito de levantamento bibliográfico, aqui são apresentados alguns apontamentos
iniciais sobre a bibliografia reunida e as inter-relações entre poluição do ar e ocorrência de
agravos à saúde8.
Foram utilizadas quatro categorias de palavras-chave, sendo elas:
Localidade: foramdeterminadas palavras-chave que pudessem contribuir para
o desenho do cenário constituído especificamente pelo caso da relação entre o
município de Volta Redonda e a Companhia Siderúrgica Nacional, que
norteiam esta pesquisa;
Agravos àsaúde: estão reunidas neste conjunto palavras-chave que se
relacionam com agravos à saúde especificamente relativos ao sistema
respiratório e determinantes sociais da saúde;
Condições ambientais: aplicou-se palavras-chave relacionadas diretamente a
fatores ligados a poluição ambiental, especialmente contaminação atmosférica,
decorrentes de atividades industriais;
Bases de dados: foram aplicadas buscas por abordagens teóricas quanto ao
histórico, modo de organização e operacionalidade dos sistemas de informação
em saúde capazes de fornecer subsídios quanto a descrição das bases
selecionadas.
O quadro a seguir apresenta as 18 (dezoito) palavras-chave buscadas, de acordo com
as quatro categorias acima descritas.
Categorias Palavras-chave
Localidade “volta redonda”; “brasil”; “rio de janeiro”;
“vale do paraíba”; “médio paraíba”;
“companhia siderúrgica nacional”
Agravos à saúde “neoplasia pulmonar”; “determinantes
sociais da saúde”; “saúde ambiental”
8 O resultado do levantamento bibliográfico consta na seção “Bibliografia”, apresentada ao final do
trabalho.
30
Condições ambientais “poluição do ar”; “cidades industriais”;
“indústria siderúrgica”; “contaminação
atmosférica”; “poluição ambiental”;
“justiça ambiental”
Bases de dados “sistemas de informação em saúde”;
“sistema de informações sobre
mortalidade”; “sistema de informação de
agravos de notificação”
Quadro 1 – Palavras-chave apresentadas por categoria.
Todos os termos estiveram submetidos à palavra-chave “sociologia”, uma vez que o
campo de investigação deste trabalho se dá a partir da sociologia. As bases utilizadas para a
busca foram: Arca-Fiocruz9; Scielo10; The Lancet11. A partir dessas bases, buscava-se mapear
duas fontes de referência nacional de caráter mais abrangente dos campos de conhecimento e
uma fonte internacional específica do campo da saúde.
Foram reunidos um total de 27.095 (vinte e sete mil e noventa e cinco) registros que
contemplam as palavras-chave selecionadas, nas bases supracitadas, com exceção da
baseArca-Fiocruz que apresentou problemas na aplicação das buscas, não sendo possível
localizar informações nesta base.
As buscas na base Scielo retornaram 6.064 (seis mil e sessenta e quatro) registros.
Dentre eles as buscas que retornaram mais resultados em termos de produção acadêmica
foram “saude ambiental” (hum mil setecentos e oitenta e quatro resultados), “sistemas de
informacao em saude” (hum mil cento e vinte e quatro resultados), “determinantes sociais da
saude” (quinhentos e setenta e seis resultados) e “sistema de informacoes sobre mortalidade”
(quinhentos e dezenove resultados). As buscas relacionadas a saúde aqui apresentam um
conjunto maior de registros. Foram excluídas as palavras chaves “brasil” e “rio de janeiro”,
devido as buscas já estarem inseridas em uma base local brasileira. Por se tratar de uma base
9 Disponível em https://www.arca.fiocruz.br/, acessado em 5 de junho de 2018.
10 Disponível em http://www.scielo.br/, acessado em 5 de junho de 2018.
11 Disponível em https://www.thelancet.com/, acessado em 5 de junho de 2018.
31
interdisciplinar o termo “sociologia” foi aplicado como “sociologia ambiental” (cento e vinte
e nove resultados).
Base Scielo
Palavras-chave Número de registros
“sociologia ambiental” 129
“volta redonda” 66
“brasil” -
“rio de janeiro” -
“vale do paraiba” 214
“medio paraiba” 169
“companhia siderurgica nacional”/“csn” 3
“neoplasia pulmonar” 220
“determinantes sociais da saude” 576
“saude ambiental” 1.784
“poluição do ar” 323
“cidades industriais” 28
“indústria siderurgica” 54
“contaminacao atmosferica” 22
“poluicao ambiental” 197
“justica ambiental” 127
32
“sistemas de informacao em saude” 1.124
“sistema de informacoes sobre mortalidade” 519
“sistema de informacao de agravos de notificacao” 383
Quadro 2 – Resultados das buscas bibliográficas na base Scielo.
Na base The Lancet foram localizados um total de 21.031 (vinte e um mil e trinta e
um) resultados. Esta busca foi realizada com os termos equivalentes em inglês. Retornaram
um maior número de resultados as palavras-chave “saude ambiental” (sete mil quatrocentos e
sessenta e seis resultados), “cidades industriais” (três mil setecentos e oito resultados),
“poluicao do ar” (dois mil setecentos e sessenta e sete resultados) e “neoplasia pulmonar”
(dois mil setecentos e cinquenta e nove resultados). Os termos relacionados ao contexto
brasileiro apresentaram resultados baixos. Quanto ao conjunto de resultados significativos
apontam uma produção acadêmica de abrangência internacional com enfoque para as
interações entre ambiente e saúde.
Base The Lancet
Palavras-chave Número de registros
“sociologia” 1.164
“volta redonda” 0
“brasil” 281
“rio de janeiro” 10
“vale do paraiba” 0
“medio paraiba” 0
“companhia siderurgica nacional”/“csn” 0
33
“neoplasia pulmonar” 2.759
“determinantes sociais da saude” 531
“saude ambiental” 7.466
“poluição do ar” 2.767
“cidades industriais” 3.708
“indústria siderurgica” 37
“contaminacao atmosferica” 1.392
“poluicao ambiental” 1.055
“justica ambiental” 392
“sistemas de informacao em saude” -
“sistema de informacoes sobre mortalidade” 3
“sistema de informacao de agravos de notificacao” -
Quadro 3 - Resultados das buscas bibliográficas na base The Lancet.
Desse total, a partir dos títulos e leitura de resumos foram selecionados 601 (seiscentos
e um) registros, de acordo com a sua relevância tanto para com o objeto central desta pesquisa
– estudos que correlacionem fatores ambientais e sociais com agravos à saúde – tanto para
com o contexto local no qual foca o presente texto dissertativo – as doenças respiratórias
advindas da poluição atmosférica no município de Volta Redonda.
A bibliografia selecionada que registra correlações entre ocorrência de câncer de
pulmão e poluição atmosférica soma 169 (cento e sessenta e nove) registros, sendo que o
maior conjunto de trabalhos (cento e sessenta e quatro) se concentra a partir dos anos 2000 em
diante.
34
Etapas metodológicas
Os procedimentos metodológicos estão divididos em três etapas: primeira etapa,
levantamento e revisão bibliográfica; segunda etapa, levantamento e caracterização dos
bancos de dados disponíveis que apresentem informação sobre variáveis ambientais e de
saúde; terceira etapa, aplicação das análises considerando realidades regionais em termos da
atividade industrial ligada a cadeia produtiva do aço.
No capítulo um, foram reunidos artigos e trabalhos publicados nos anais dos
Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e
Sociedade (ANPPAS) e na revista Ambiente e Sociedade12, que cumprem papel amostral
quanto aos principais grupos dedicados a refletir de maneira interdisciplinar sobre as
interfaces entre Ambiente e Sociedade no contexto brasileiro.
Nesta primeira etapa, para seleção dos textos dos ENANPPAS, foram realizados os
seguintes caminhos metodológicos: seleção de textos a partir dos títulos dos GTs da área da
saúde; identificação dos autores coordenadores dos GTs relacionados; reunião e classificação
temática dos títulos dos GTs; leitura sistemática dos textos selecionados; e, grifo das palavras-
chave dos textos revisados.
A amostragem temporal dos textos está restrita à criação do Encontro, 2002, até o ano
de 2015. Vale destacar que, por se tratar de um encontro acadêmico com trajetória recente, é
possível observar pequenas alterações no formato dos textos apresentados durante as
primeiras edições que, ao longo dos anos, ganharam uma forma homogênea, o que não ocorre
nos anos iniciais. Por exemplo, é possível verificar que uma parcela pouco significativa dos
trabalhos apresentados nas primeiras edições incluipalavras-chave.
A ausência de palavras-chave em uma parte considerável dos trabalhos revistos – 369
(trezentos e sessenta e nove) do total de textos apresentados aos GTs selecionados (trinta e
três) – e, quando presentes, esses termos não se encontram padronizados, dificultando sua
sistematização – é um limitador que persiste até o encontro de número sete, o mais recente
dentro da amostra considerada. Como é possível perceber ao longo do texto, as palavras-
chave possibilitam compreender de maneira abrangente como se delineiam os objetos dos
trabalhos apresentados. Para efeito desta análise, elas foram agrupadas por semelhança.
12Disponível em: http://www.scielo.br/revistas/asoc/. Acesso em: 27 de outubro de 2018.
35
Tambémse encontram indisponíveis os autores que coordenaram as sessões dos GTs
realizados no ano inicial. Outro limitador importante é a indisponibilidade de alguns textos
devido a variáveis tecnológicas, links inacessíveis e não interoperabilidade entre sistemas.
Como resultante, textos publicados durante o VII ENANPPAS, 2015, não compõem esta
revisão de textos, por não estarem disponíveis. Neste caso, a amostra se restringe à
distribuição dos GTs.
Para a seleção dos textos contidos na revista Ambiente e Sociedade, foi considerado o
período de 1999, ano de criação da revista, até 2018. Totalizam 47 (quarenta e sete) volumes,
disponíveis na base Scientific Electronic Library Online (Scielo). Foram aplicadas as
seguintes buscas: “neoplasia”; “cancer”; “saude”; e, “(dados)AND(saude)”,
“(poluicao)AND(ar)”. As seguintes buscas não retornaram resultados: “neoplasia”; e,
“cancer”.
Das buscas que obtiveram resultados, “saúde”, “(dados)AND(saude)” e
“(poluicao)AND(ar)”, retornaram um total de 59 (cinquenta e nove) textos, cujos resumos
foram revisados. A revisão dos resumos citados resultou em uma seleção de oito artigos, que
compuseram a amostragem final objeto de leitura e descrição completa para delimitar,
juntamente com os textos apresentados ao ENANPPAS aqui destacados, como o campo da
sociologia do meio ambiente aborda as temáticas da poluição e saúde.
Na segunda etapa, desenvolvida ao longo do segundo capítulo, é apresentado um
panorama das variáveis disponíveis nas bases de dados selecionadas, com enfoque especial à
ocorrência de neoplasias do sistema respiratório, de modo que possibilitem, ou não, constituir
subsídios para a compreensão das suas possíveis correlações com os índices de partículas
poluentes no ar.
Os bancos de dados foram selecionados pelo seguinte critério: o Sistema de
Informação sobre Mortalidade, por conter dados capazes de possibilitar o estabelecimento da
relação entre desfechos relacionados à exposição individual e coletiva a determinado risco
ambiental; e, o Observatório Nacional de Clima e Saúde, aqui considerado como tipo ideal de
disponibilização e sistematização de dados, por ser capaz de reunir em uma mesma
plataforma bases de dados sobre saúde, ambiente e sociedade, uma demanda da comunidade
acadêmica do campo das ciências sociais e ambientais aplicadas a saúde.
36
As bases selecionadas foram descritas considerando seu histórico e os campos
disponíveis para coleta e análise. Para tanto foram utilizados documentos oficiais, manuais,
fluxos de alimentação, além dos aparatos legislativos e normativos associados.
São aplicadas, também, nesta seção, observações a partir de conclusões identificadas
na primeira etapa da pesquisa, quanto ao uso de variáveis, limitações e possibilidades
apontadas nas pesquisas do campo das ciências sociais, meio ambiente e saúde.
O conjunto de informações disponíveis no Observatório Nacional do Clima e Saúde
foram selecionados considerando aqueles relacionados a temática do “Ar”, especialmente nas
seções “Temas e Indicadores”13, “Mapas, Gráficos e Tabelas”14 e “Publicações”15. Sendo o
procedimento descrito acima aplicado especificamente à seção “Indicadores”. Na seção
“Publicações” foram considerados apenas os textos publicados por autores vinculados ao
Observatório.
Na última etapa, considerando os elementos reunidos nos capítulos anteriores, são
apresentadas as questões e lacunas identificadas no campo da sociologia do meio ambiente
associadas ao olhar crítico sobre os bancos de dados do SUS e da Fiocruz como fontes
empíricas para o estabelecimento da correlação entre a ocorrência de câncer e poluição em um
contexto específico, o da cidade de Volta Redonda.
São descritos como as configurações de espaços urbanos, em sua origem, estritamente
industrial refletem em sua geografia, microclima e aspectos socioambientais, os impactos
diretos dos modelos desenvolvimentistas nas condições de saúde das populações, como forma
de apresentar subsídios para a formulação de mecanismos de proteção social capazes de
atuarem intersetorialmente.
13 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/tema/ar-0. Acesso em: 02 de abril de 2018.
14 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/pagina/mapas-graficos-e-tabelas-0. Acesso em:
02 de abril de 2018.
15 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/publicacoes. Acesso em: 02 de abril de 2018.
37
3. AS PESQUISAS EM SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE NO
BRASIL
Esta sessão apresenta um quadro parcial das pesquisas voltadas para interação
ambiente e sociedade no Brasil, como forma de delimitar as principais questões e objetos que
perpassam este campo interdisciplinar, com enfoque para as abordagens quanto as interações
entre saúde, ambiente e sociedade. Pretende-se, com isso, levantar quais são as possíveis
perspectivas epistemológicas aqui identificadas, e, além disso, quais são os principais fatores
limitantes quando se trata do uso de sistemas de informação em saúde, como registros de
contextos empíricos, para a sua aplicação em pesquisas cujo escopo considere fatores
socioambientais. Para tanto, como possibilidade de situar as pesquisas desenvolvidas no
contexto brasileiro contemporâneo, parte-se do campo das ciências sociais e seu escopo
teórico e metodológico dedicado a investigar questões relacionadas ao meio ambiente.
Origens epistemológicas do campo da sociologia ambiental
A sociologia ambiental se coloca como um campo dedicado a investigar as interações
entre ambiente e sociedade. Compreende a capacidade de interferência do homem no
ambiente de maneira significativa a partir das suas interações sociais em busca de capital.
Por outro lado, a dinâmica ambiental tende a operar como elemento determinante para
as dinâmicas sociais. Este conjunto de conexões, que relaciona a ação do homem no mundo e
a consequente alteração significativa dos espaços de vida em decorrência dessa ação,
constituem algumas das bases da teoria que defende o Antropoceno como a era geológica
vigente(MACHADO, 2014).
As teorias fundadoras da Sociologia e seus desdobramentos estiveram até
recentemente apartadas dos contextos ambientais. Em Durkheim, as interações entre sistemas
sociais e naturais não estão estabelecidas em sua origem, estando os fatos sociais restritos ao
contexto social. Já na teoria Marxiana, as relações sociais são percebidas de maneira
abrangente diante dos contextos produtivos, abrindo precedentes quanto a compreensão dos
mecanismos de apropriação privada de recursos naturais visando a produção de bens de
consumo.
38
Em Karl Marx registra-se uma sociedade em processo de individualização, tal evento
se desdobra em uma coletivização da miséria que suspende tal isolamento. Tais processos de
individualização se convertem na formação de classes resultantes da pauperização e alienação
das trajetórias vividas. Tais movimentos de individualização e alienação repercutem em como
os teóricos contemporâneos irão perceber no contexto da Sociologia Ambiental as interações
entre indivíduos, contextos produtivos e suas repercussões ambientais (BECK, 2011).
Outro teórico fundador das ciências sociais, Max Weber, aponta como caminho
epistemológico, que certamente influi na configuração posterior do campo da Sociologia
Ambiental, a percepção do movimento histórico de libertação das formas de vida tradicionais
decorrentes da modernidade.
Em fases de relativa segurança social e de “destradiconalização”, abre-se assim um
amplo espectro histórico de possibilidades para desenvolvimento na esfera privada,
entre os quais se inclui a passagem das pretensões de desenvolvimento para o
âmbito da política, o fenômeno inédito de um “privativismo político”. Quer dizer:
uma extensão internamente coerente e externamente chocante das liberdades
privadas surgidas historicamente para além das fronteiras sociais e jurídicas nelas
contidas, e um comportamento de experimentação de novas relações sociais e
formas de vida, desdobrando em torno de pontos críticos do culturalmente “aceito-
proibido” – com todos os efeitos (políticos) de oscilação e processos de formação e
atribuição de identidades resultantes, até o limite da dissociação entre cultura e
“contra-cultura”, entre sociedade e sociedade alternativa, conforme vivenciamos
repetidas vezes ao longo dos últimos vinte anos (BECK, 2011).
Até a década de 1970, o campo da sociologia permanecia fortemente vinculado a idéia
de fato social proposta por Durkheim. Neste sentido, persistiu até este período um conjunto
amplo de análises que consideravam as questões relacionadas a vida social como sendo
possíveis de serem compreendidas apenas através de chaves explicativas puramente sociais. É
justamente neste período que questões epistemológicas ligadas à noção de
interdisciplinaridade e compreensão do mundo biofísico começam a perpassar o conjunto
mais amplo de campos de pesquisa, direcionando o campo acadêmico para investigações
capazes de explicar a determinação mútua entre ação humana e o meio ambiente (DUNLAP;
MARSHALL, 2006).
As rápidas mudanças de uma população majoritariamente rural para uma urbanização
acelerada constituem-se como principal objeto de pesquisas ligadas a noção de ecologia
humana. Estão, também, neste contexto, os processos de industrialização. No entanto, este
39
conjunto de análises se restringia a refletir sobre a “cooperação competitiva na organização
espacial de populações metropolitanas” (HERCULANO, 2000). Os fatores ambientais
estavam colocados em segundo plano, as preocupações analíticas se relacionavam ao meio
físico e o comportamento das pessoas.
Por outro lado, a sociologia rural e a sociologia dos recursos naturais irão, por sua vez,
respectivamente, desenvolver uma série de estudos dedicados a compreender os modos de
vida de populações que tem nos recursos naturais o fio condutor da sua existência, como
pescadores, extrativistas e agricultores; com isso, passam a pensar o meio ambiente enquanto
campo de disputa, no qual a gestão dos recursos naturais constitui-se em arena de disputa de
atores a ser mediada pelo Estado na forma de políticas públicas, por exemplo
(HERCULANO, 2000).
O campo da sociologia ambiental se constitui no contexto de uma série de
transformações sociais experimentadas a nível global entre os séculos XX e XXI. Os avanços
tecnológicos nos setores produtivos; a revolução industrial e conflitos de guerra; uma
percepção social imediata dos impactos das mudanças climáticas no mundo que culminam na
realização da Conferência de Stockholm, em 1972; seguida de uma grave crise energética
decorrente da dependência do uso de combustíveis fósseis, entre 1973 e 1974, foram alguns
desses fatores sociais(DUNLAP; MARSHALL, 2006; MACHADO, 2014; MACHADO;
VILANI, 2015).
As alterações nos ecossistemas e nos modos de organização social a nível global
podem ser associadas a fatores como:
Aumento do consumo de combustíveis fósseis; contaminação do solo em função da
exploração desse material; alta emissão de gases de efeito estufa; desmatamento da
vegetação nativa para produção agrícola em massa; conversão de ecossistemas
complexos em agroecossistemas simplificados; uso massivo de produtos químicos
nos solos, fertilizantes e agrotóxicos; degradação do lençol freático, em função das
alterações no uso do solo; elevação da temperatura do planeta e eventos climáticos
de grande impacto (secas, tempestades, enchentes, nevascas, furacões e ciclones);
alta produtividade e consumo de carne e derivados de herbívoros, a criação desses
animais provoca alta emissão de gás metano a partir da fermentação entérica;
produção elevada de resíduos sólidos, efluentes industriais e dejetos humanos;
diminuição da biodiversidade da vida embaixo d’água. (MACHADO, 2014)
Eixos de abordagem da sociologia ambiental
A sociologia ambiental pode ser dividida em três principais eixos de abordagens:
realistas, construtivistas e funcionalistas.
40
Sob a ótica realista, os problemas sociais e ambientais estabelecem relação de
interdependência, e estão sujeitos aos atores sociais. Os indivíduos são aqui percebidos
enquanto parte integrante de ecossistemas que determinam suas ações (GUIVANT, 2002).
Autores como Catton e Dunlap, propõem uma mudança de paradigmas da interpretação do
homem como elemento externo ao ambiente e independente da natureza à descrição dos
contextos comunitários nos quais o ambiente físico compõe o sistema social. Tal mudança de
paradigma é defendida pelos autores como possibilidade de perceber, de maneira mais
abrangente, a escassez de recursos naturais e seus impactos nas condições de vida (DUNLAP;
MARSHALL, 2006). Segundo eles:
Dado a negligência da sociologia ao ambiente biofísico – e sua tendência de igualar
“o ambiente” com o contexto social do fenômeno estudado – não é surpreendente
que os esforços para estabelecer a sociologia ambiental como uma área de
investigação incluem uma crítica à cegueira da disciplina maior as questões
ambientais.ii(DUNLAP; MARSHALL, 2006, p.330)
A abordagem construtivista interpreta as questões ambientais como fruto de
representações sociais, isto é, o modo como os indivíduos percebem sua atuação no meio
ambiente está relacionado a contexto sociais historicamente determinados (GUIVANT, 2002).
Os problemas ambientais neste contexto requerem:
autoridade científica para validar as demandas; popularizadores que possam
estabelecer as pontes entre a ciência e os ambientalistas; o papel ativo da mídia, que
apresenta o problema como grave e novo; a dramatização do problema em termos
simbólicos e visuais; incentivos econômicos para tomar ações concretas e a
emergência de uma liderança institucional que possa assegurar tanto a legitimidade
da definição do problema ambiental como a continuidade da organização.
(Hanningan, 1995 apud GUIVANT, 2002, p.74)
Os primeiros estudos no campo da sociologia ambiental estiveram voltados para
aspectos relacionados a poluição do ar e de recursos hídricos, às áreas de proteção ambiental e
seus usos sociais. É neste contexto que algumas das pesquisas se debruçam sobreas dinâmicas
de organização social em torno de causas consideradas ambientais, investigando como uma
consciência social sobre o tema pode mobilizar grupos de pessoas (DUNLAP; MARSHALL,
2006).
41
O terceiro e último modelo de abordagem citado – de características funcionalistas –
reflete sobre os problemas ambientais e suas transformações ao longo do tempo, sobre como o
espaço onde os indivíduos se inserem são determinantes para compreender os danos
ambientais e os contextos políticos e como o ambiente biofísico pode ser mensurado a partir
das intervenções humanas(DUNLAP; MARSHALL, 2006).
Os sociólogos do meio ambiente avançam no sentido de estabelecer conexões diretas
entre problemas ambientais e sociais. As alterações ambientais, aqui, são percebidas como
resultado da ação humana e, por conseguinte, como problemas que requerem um
comprometimento social para a sua superação quando representam impactos negativos na
reprodução da vida humana. Por exemplo, o uso da água em atos cotidianos (como o consumo
próprio), historicamente e conforme cada ambiente, pode variar. No nordeste brasileiro,
especificamente,os ciclos da água têm um sentido que se vincula as cisternas, as formas de
reservar a água. Ao mesmo tempo, estas formas de reservar água podem ter consequências, do
ponto de vista de agravos a saúde, muito amplas. Por outro lado, acesso à água potável em
outros lugares pode significar um marcador de classe. Em ambos os casos, as formas de vida e
interação com o ambiente estão intrinsecamente relacionadas aos modos de organização social
(DUNLAP; MARSHALL, 2006).
O conjunto de pesquisas do campo tende a abordar atitudes e valores que estarão
sujeitos a variáveis que estão relacionadas aos papéis sociais, comportamentos ambientais e
articulações com a psicologia social. Do ponto de vista dos movimentos ecológicos, as
pesquisas tendem a destacar as formas de organização social em torno de problemáticas
ambientais, suas dinâmicas e a sua inserção na arena política. Os riscos tecnológicos e o
desenvolvimento econômico estão colocados como principal desafio interpretativo, na medida
que se constituem como fatores determinantes dos agravos ambientais contemporâneos.
Enquanto isso, as políticas ambientais são investigadas como reflexo das condições
socioeconômicas locais e globais. (HERCULANO, 2000)
As pesquisas em saúde e ambiente no contexto brasileiro
Interessa aqui apresentar como agravos à saúde e seus fatores ambientais são
abordados pelas ciências sociais brasileiras e como os sistemas de saúde são utilizados para
produção de pesquisas, foram revisadas as produções apresentadas nos Congressos da
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade e na revista
42
Ambiente e Sociedade. A leitura dessas duas fontes busca identificar os objetos abordados
com especial interesse pelo campo das ciências sociais e meio ambiente, além de levantar as
variáveis apontadas como centrais nas referidas obras analisadas. Além disso, é possível
identificar, a partir das informações reunidas, como os sistemas de informação podem
contribuir para o aprofundamento das pesquisas no campo da Sociologia Ambiental.
Os Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e
Sociedade
A ANPPAS, criada em 2000, reúne o conjunto da comunidade acadêmica brasileira
que atua no campo de análises e pesquisas que relacionam as múltiplas dinâmicas, interações
e panoramas sociais que só podem ser inteiramente explorados quando compreendidos tanto
por seu âmbito social quanto pelo âmbito ambiental, abrindo caminho para compreendermos a
complexidade de abordagens de temáticas dedicadas a investigar as interseções entre
ambiente e sociedade. Um dos seus objetivos centrais é “promover e incentivar
academicamente atividades voltadas ao diálogo e à interação entre diferentes campos do
saber permitindo tratar problemas multidimensionais de forma interdisciplinar”.16
Os Encontros Nacionais da ANPPAS, com início em 2002, e com periodicidade
bianual, são importantes amostras de como o campo têm se desenhado e quais as abordagens
que norteiam as investigações que associam de maneira interdisciplinar as condições
ambientais e sociais. Por este motivo, a partir da leitura sistemática do material reunido
durante os Encontros – seus anais – possibilita indicar quais são os instrumentos e ferramentas
metodológicas adotados pelos pesquisadores que buscam compreender fenômenos sociais,
também, a partir das determinações ambientais das quais esses emergem. Se esta literatura
não é específica da área da saúde, por outro lado apresenta uma visão privilegiada das
possibilidades investigativas e analíticas que se consolidam quando as estruturas de
organização da sociedade são entendidas pelas condições ambientais que as determinam.
Em paralelo, a revista Ambiente e Sociedade (ASoc), criada em 1997, cumpre papel
semelhante por disseminar pesquisas no mesmo campo. A publicação é igualmente vinculada
a ANPPAS, que assumiu sua coordenação a partir do ano de 2001. Anteriormente, cabia a
Universidade Estadual de Campinas, através do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais
(Nepam) o suporte administrativo.
16 Disponível em: www.anppas.org.br/novosite/ Acesso em: novembro de 2018.
43
Considera-se também que a importância de analisarmos as duas fontes diretamente
relacionadas a ANPPAS – os anais dos Encontros e as publicações da revista Ambiente e
Sociedade – pois são capazes de nos fornecer uma visão cronológica dos trabalhos em uma
área recente de estudos em nosso país: é possível, através desses dois instrumentos,
mapearmos os avanços e tendências acadêmicas de quase duas décadas da existência da
ANPPAS. Em última instância, a própria criação da ANPPAS nos indica uma corrente de
análise dos fenômenos sociais que vem se consolidando nas últimas décadas, isto é, não é
coincidência a necessidade de formalização de uma Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa cuja missão principal dedica-se ao incentivo de uma visão transdisciplinar de nossos
problemas sociais mais urgentes. Torna-se necessário, portanto, verificar as trilhas percorridas
durante este período.
Dentre os ENANPPAS revisados, as temáticas abordadas considerando os títulos dos
GTs, conforme quadro 4, estão centradas em: recursos naturais, educação, energia,
governança, sustentabilidade, aspectos teóricos, políticas públicas, relações internacionais,
território e turismo. O tema da saúde, somado à agravos, aparecem em seis dos títulos
revisados. Enquanto termos relacionados à poluição do ar e uso de base de dados não
aparecem em destaque nos títulos, como é possível observar no conteúdo dos textos revisados
tais abordagens se inserem como parte integrante de análises sistêmicas.
Conceitos/Títulos/GTs
enanppas1
enanppas2
enanppas3
enanppas4
enanppas5
enanppas6
enanppas7
enanppas8
Totais
Meio Ambiente 5 10 11 11 9 9 6 7 61
Sociedade 3 3 3 3 3 2 2 17
Recursos Naturais
1 2 1 2 1 1 1 8
Educação 1 1 1 1 1 1 1 1 7
Energia 1 1 1 1 1 1 1 1 7
Governança 2 2 3 2 7
Sustentabilidade 3 1 1 1 1 2 7
Teoria/Teoria social
1 1 1 1 1 1 1 1 7
Políticas Púbicas 1 1 4 2 6
Relações internacionais
1 1 1 1 1 1 1 6
Territorialidade/Território
1 1 1 2 1 2 6
Turismo 1 1 1 1 1 1 1 6
Quadro 4 – As principais temáticas abordadas em GTs ao longo dos ENANPPAS, entre 2002 e 2015.
44
Considerando os 17 (dezessete) GTs dos quais foram extraídos os textos que compõem
a presente análise, entre 2002 e 2015, os seguintes autores ocuparam o papel de coordenação
das referidas sessões temáticas: Carlos Machado de Freitas iii ; Célio Bermann iv ; Dimas
Florianiv; Edna Castrovi; Francisco Mendonçavii (coordenando dois GTs); Franz J. Brüsekeviii;
Henri Acselradix; José Augusto Páduax; Josefa Salete Cavalcantixi; Julia S. Guivantxii; Leila da
Costa Ferreiraxiii; Marta Gislene Pignattixiv; Paulo Roberto Urbinattixv; Selene Herculanoxvi;
Sônia Regina da Cal Seixas Barbosaxvii (também coordenadora de dois GTs).
Pode-se observar uma predominância de pesquisadores com formação em sociologia –
dos quinze líderes de Grupos de Trabalhos, nove são doutores em sociologia. Mestrados e
doutorados em áreas como Saúde Pública e Saúde Coletiva também são observáveis entre os
autores.
Entre os textos extraídos dos encontros da ANPPAS e da revista Ambiente e
Sociedade, foram revisados um total de 38 (trinta e oito) artigos, cujos autores principais
foram: Ailton Mota de Carvalhoxviii; André Luis Machado Buenoxix; Arsênio Oswaldo Sevá
Filhoxx (autor de dois artigos); Aurea Maria Zöllner Ianni xxi ; Bernardino Figueiredoxxii ;
Canrobert Costa Netoxxiii; Davidson Martins Moreiraxxiv; Edson Leite Ribeiroxxv; Eduardo
Marandola Jrxxvi; Gabriela Marques Di Giulioxxvii (com dois artigos publicados); Georges
Souto Rochaxxviii; Gheisa Roberta Telles Estevesxxix (também autora de dois artigos); Giseli
Fernandes da Costa xxx ; Gustavo Bezerra xxxi ; Heitor Soares de Farias xxxii ; Hélen Rosane
Meinke Curvoxxxiii; Iraíde da Silva Xistoxxxiv; José Carlos de Jesus Lopesxxxv; Leila da Costa
Ferreira xxxvi ; Luciana Melchert xxxvii ; Márcia Grisotti xxxviii ; Maria das Dores de J. de
Machado xxxix ; Maria Elisa Zanella Veríssimo xl ; Marta G. Pignatti xli ; Maurílio de Abreu
Monteiro xlii (com o total de três artigos publicados); Olympio Barbanti Jr. xliii ; Rodrigo
Ramalho Filhoxliv; Sandra Lobatoxlv; Selene Herculanoxlvi; Silvia Lizette Ramos de Roblesxlvii;
Sônia Regina da Cal Seixas Barbosaxlviii; Weeberb João Réquia Júniorxlix; Yara de Souza
Tadanol.
Dos autores publicados nas duas fontes, de onde foram retirados o textos analisados,
no contexto da ANPPAS, encontram-se um amplo espectro formações acadêmicas e campos
do conhecimento, como Matemática, Geociências e Zootecnia, com especial presença de
profissionais da área de Geografia. São frequentes, também, Pesquisadores com doutorados
em campos multidisciplinares – como é o caso de Planejamento de Sistemas Energéticos e
45
Meio Ambiente e Desenvolvimento –, o que é explicado pela ênfase transdisciplinar dos eixos
Ambiente e Sociedade.
Ao longo dos últimos Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação
e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (ENANPPAS/ANPPAS), é possível verificar que ao
estabelecer relações entre saúde, ambiente e/ou sociedade, os pesquisadores brasileiros tem
abordado questões ligadas aos processos de trabalho, condições de vida no meio urbano e
rural, poluição do ar por fontes industriais e móveis, desmatamento, justiça ambiental, risco,
bacias hidrográficas, políticas públicas, violência urbana, clima, uso de agrotóxicos e
atividades de extrativistas.
A amostra de trabalhos selecionados se baseou naqueles que em seu título, palavras-
chave ou resumo, abordam os termos “saúde”, “câncer”, “neoplasias”, “poluição”, “risco”,
“sociologia ambiental”, “sistemas de informação” ou equivalentes, disponíveis nos anais dos
encontros realizados pela ANPPAS entre 2002 e 2015.
Uma análise detalhada possibilita perceber como estes objetos de pesquisa se
delineiam ao longo dos anos, além de demonstrar seus desdobramentos e limitações. Vale
destacar que no primeiro encontro, realizado em 2002, não havia um grupo dedicado às
questões de saúde e, portanto, os textos dessa temática estiveram dispersos nos demais
Grupos de Trabalhos (GT).
No II ENANPPAS, em 2004, é criado o GT “Saúde e Ambiente”, cujos textos foram
aqui considerados. Posteriormente, em 2010, V ENANPPAS, este GT passa a ser denominado
“Mudanças ambientais e agravos à saúde humana”. Os dados relativos ao ano 2015, VII
ENANPPAS, encontram-se indisponíveis. Nos encontros realizados nos anos de 2008 e 2010,
respectivamente IV e V ENANPPAS, não foram identificados textos que preenchessem os
requisitos do presente levantamento.
***
No primeiro encontro realizado pela associação, em 2002, os trabalhos aqui
selecionados versaram sobre biodiversidade e saúde pública(IANNI, 2002), a trajetória da
sociologia ambiental no país(FERREIRA, 2002), sobre a ideia de risco e desigualdade
(HERCULANO, 2002)(MONTEIRO, 2002), uso intensivo de recursos naturais por indústrias
(SEVÁ FILHO, 2002a)(SEVÁ FILHO, 2002b)e dinâmicas sócio políticas na gestão do
46
território (ROCHA, 2002)(MACHADO, 2002). Dos textos inicialmente selecionados, a partir
dos resumos, dois foram excluídos das análises (RAMALHO FILHO, 2002)(COSTA, 2002),
por não abordarem em seu conteúdo temáticas correspondentes a busca de palavras-chave e
título. Os trabalhos estiveram distribuídos em quatro Grupos de Trabalhos diferentes,
conforme o quadro 5, uma vez que não havia uma sessão dedicada especificamente às
questões de saúde.
Título Número de
Trabalhos
Teoria e Meio Ambiente 3
Energia e Meio Ambiente 3
Sustentabilidade, Técnica e Risco Ambiental 1
Sustentabilidade e Cidades 3
Quadro 5 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do I ENANPPAS, 2002.
**
No que diz respeito a reflexão sobre as fronteiras entre biodiversidade e saúde
(IANNI, 2002), os campos do conhecimento são apresentados como reféns da dinâmica social
que coloca os modos de reprodução humana vigentes diante de uma crise ecológica, o que
segundo o argumento dos autores requer a construção de análises capazes de relacionarem
meio ambiente e saúde, especialmente os mecanismos que interferem nos processos de saúde
e doença.
A saúde, compreendida por este viés de análise, como diretamente relacionada aos
modos e condições de vida e trabalho humana, significa “reposicionar o limiar crítico das
relações do homem com a natureza, do biológico com o social”(IANNI, 2002). Para além
disso, a saúde é vista como parte de um contexto ecológico, em que o ambiente no qual
situam-se os indivíduos se constitui como elemento determinante da saúde pública.
**
47
A formação do campo da sociologia ambiental no país (FERREIRA, 2002)passa
diretamente pela noção de sociedade de risco, fundante no seu processo de
institucionalização. Segundo os autores, a formação deste campo de pesquisa passa pela
percepção de que os problemas ambientais são socialmente construídos. Neste sentido, a
degradação ambiental estaria socialmente localizada na interação entre capitalismo e
industrialização.
O texto Sociologia ambiental, teoria social e a produção intelectual no
Brasil(FERREIRA, 2002), estabelece uma reflexão importante sobre a questão ambiental e as
ciências sociais no contexto nacional. Cumpre o papel de marcador temporal em relação à
fundação da ANPPAS, no sentido de apontar como o campo da sociologia ambiental se
desenhou no âmbito brasileiro, culminando com a criação da ANPPAS e da revista Ambiente
e Sociedade. É apresentada, no referido texto, breve análise dos programas de pós-graduação
existentes na área naquele momento, e apontados os principais temas das pesquisas
desenvolvidas por eles, a seguir: “políticas ambientais, políticas públicas, conservação de
recursos naturais, desenvolvimento, mineração, cooperativismo, conhecimento ecológico e
governança global”. Vale destacar que neste levantamento não foram identificados programas
ou pesquisas que relacionem, além das questões ambientais e sociais, também, as questões de
saúde.
**
Quando se trata de articular as temáticas social e ambiental, a ideia de “risco” estrutura
boa parte das análises, como apontado acima.
As desigualdades sociais quando associadas às teorias sobre sociedade de risco
tendem a invisibilizar ou apartar das análises o impacto das desigualdades sociais nas
condições de vida como apontam criticamente os autores(HERCULANO, 2002;
MONTEIRO, 2002).
Ainda no texto Riscos e desigualdade social: a temática da justiça ambiental e sua
construção no Brasil(HERCULANO, 2002)para sustentar a crítica apontada são utilizados
conceitos como justiça ambiental e racismo ambiental. As ameaças a saúde são tratadas de
maneira indireta, não apresentando as conexões imediatas com o contexto socioambiental.
São feitas breves referências aos potenciais agravos no caso de uma população específica.
48
Como meio de fazer frente aos riscos e a avalanche de políticas setorializadas, é
apontada a importância de uma abordagem teórica que se configure de maneira integradora.
Possibilitando, com isso, a construção de análises que superem:
[...] as tentativas de se efetivarem políticas compensatórias e mitigadoras [que]
malogram a isto se deve à percepção, ainda prevalecente entre os donos do poder
e do dinheiro, de que o mundo não é, como apregoaram os ambientalistas, uma
terra só, onde temos um futuro comum: sempre há, no entendimento destes,
outros mundos para onde empurrar os riscos e a deterioração (HERCULANO,
2002)
*
Neste sentido, a determinação entre processos produtivos e estrutura social, no caso da
instalação do modelo de company town no contexto amazônico, e, o consequente risco
potencial à saúde humana decorrente do descarte de rejeitos oriundos da atividade extrativista
e de manufatura de minérios (MONTEIRO, 2002) caracteriza como esses “outros mundos”
são facilmente deslocados. Além disso, aqui neste caso, são evidenciados os desdobramentos
da modernização industrial na estrutura social local. Monteiro(2002)apresenta como
principais questões o acúmulo de “passivos ambientais” a longo prazo e o aumento
populacional associado à urbanização, ambos como consequência da atividade industrial
relacionada a beneficiação e extração de minério.
**
O uso intensivo de recursos naturais nas atividades produtivas aparece como gerador
de passivos ambientais que interferem diretamente nas condições de saúde e vida das
populações humana e animal. É aqui realizada uma análise detalhada de como um mesmo
estado está sujeito a diversas formas de risco, no entanto, não há no texto em questão as
conexões com as variáveis sociais de cada localidade e o papel delas nas condições de saúde e
vida apresentadas(SEVÁ FILHO, 2002a).
Ainda no que diz respeito ao uso de recursos naturais no contexto de atividades
produtivas, um segundo texto aborda os impactos do desenvolvimentismo, conhecido como o
milagre econômico, para alterações ambientais significativas no país(SEVÁ FILHO, 2002b).
Neste contexto, a atração de multinacionais com processos produtivos intensivos é colocada
como determinante para uma mudança nos usos dos recursos naturais. Volta a aparecer,
também neste texto, a questão da realocação dos riscos dentro da lógica capitalista, os modos
49
de distribuição da riqueza no interior do país e as ingerências do grande capital sob o contexto
local, brasileiro e latino americano.
Especificamente, o aumento do consumo de energia, que no contexto brasileiro,
naquele período, se restringia, principalmente, à base hidráulica – o que implica em alterações
significativas nos cursos d’água e no ecossistema subaquático, e, também, nos modos de vida
das populações das regiões afetadas. O uso intensivo da água nos sistemas produtivos também
é uma questão importante, uma vez que implica na retirada de um grande volume e devolução
na forma de rejeito tratado de maneira inadequada. Por fim, aborda-se também a poluição
atmosférica, relacionada diretamente ao aumento de doenças respiratórias e alergias.
O texto avança para uma crítica do termo sustentabilidade. Essa crítica busca explorar
a medida em que as ditas práticas sustentáveis, apresentadas pelas empresas, esbarram na
percepção limitada dos reais impactos dos sistemas produtivos. Significa dizer que, apesar da
otimização do uso de recursos proposta pelas práticas sustentáveis, os riscos relacionados ao
modo de produção não são abordados diretamente, funcionando como meios de ocultar os
danos causados pelos sistemas produtivos dentro da lógica de mitigações.
Um dos exemplos citados são as tecnologias apresentadas para o tratamento dos
resíduos uma vez que, efetivamente, “tratar” não significa eliminar o risco inerente à sua
disposição no meio ambiente. Como principal apontamento está a vinculação direta
estabelecida entre o impacto dos processos políticos, “os donos do poder e do
dinheiro”(HERCULANO, 2002), sobre a definição dos modelos de desenvolvimento
brasileiro.
**
No que diz respeito às dinâmicas sócio-políticas na gestão do território (ROCHA,
2002; MACHADO, 2002). Os textos articulam processos políticos institucionais que
favorecem a apropriação privada de recursos naturais e aprofundamento das desigualdades
nos contextos urbanos.
*
Um dos casos apresentados refere-se à extração de madeira, o uso energo intensivo e
de grandes volumes de água, visando a produção de celulose e papel. Associado a este modelo
produtivo, se insere a cessão de terras por parte do estado através de mecanismos político-
institucional que configuram desvio da função original sem a devida fiscalização, que reflete
50
no uso inadequado dos recursos e despejo de efluentes industriais de maneira inadequada.
Não são abordadas aqui questões relativas à saúde humana(ROCHA, 2002).
*
O texto Uma metodologia para medir diferenças intra-urbanas de
saúde(MACHADO, 2002), merece destaque por propor uma abordagem capaz de medir as
condições de saúde no contexto urbano, que articula aspectos sociais e ambientais.
São descritos como os “tipos” de risco à saúde humana se alteram ao longo dos anos
devido as mudanças sociais e econômicas. Neste sentido, são estabelecidas correlações entre o
processo de intensa urbanização e o aumento do risco relacionados a ocorrência de agravos à
saúde ligados à “Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), homicídios, suicídios,
acidentes de trânsito, estresse, fatores ambientais, mudanças psicossociais e à desintegração
sociocultural”(MACHADO, 2002).
A justificativa para proposição de uma métrica parte da crítica aos modelos
epidemiológicos vigentes, como limitados na sua possibilidade de captar as diferenças entre
territórios dentro de um mesmo contexto urbano. Segundo os autores, faz-se, portanto,
necessário que se estabeleça uma nova metodologia de análise que seja capaz de considerar
contextos sociais intra-urbanos, suas variáveis ambientais e socioeconômicas, e, indicadores
de saúde, neste caso, índices de mortalidade.
A aplicação da métrica proposta leva a conclusão de que as “doenças produzidas em
espaços urbanizados” não atingem a todos igualmente, sendo determinantes e proporcionais
para esta classificação o nível de exposição e as desigualdades sociais e habitacionais.
**
Como é possível verificar do conjunto de trabalhos apresentados ao I ENANPPAS, em
quatro dos textos selecionados é abordada diretamente a interação entre saúde e ambiente.
Destes, o primeiro deles apresenta tal interlocução como agenda de pesquisa e não como
objeto em si (IANNI, 2002). No texto subsequente, os passivos ambientais de atividades
produtivas são relacionados diretamente à ocorrência de agravos à saúde (SEVÁ FILHO,
2002a).No texto Tópicos de energia e ideologia no início do século XXI: desenvolvimentismo
como panacéia, sustentabilidade como guia de corporações poluidoras(SEVÁ FILHO,
2002b), é apresentada uma evolução das atividades industriais no país e suas consequências
na saúde da população, com destaque para doenças do sistema respiratório como derivada das
51
altas taxas de poluição do ar.Por último, é apresentada uma métrica capaz de medir diferenças
intra-urbanas em saúde, que articulam aspectos socioambientais(MACHADO, 2002). Nos
demais textos, a temática da saúde, quando abordada, aparece como consequência potencial e
não imediata das condições ambientais. O uso de sistemas de informação e grandes bases de
dados não é citado diretamente por nenhum dos textos, seja como possível fonte para as
pesquisas apresentadas ou mesmo como fator limitador.
***
No segundo ENANPPAS, 2004, foram identificados treze textos, distribuídos entre
sete Grupos de Trabalhos diferentes (ver quadro 6). Neste encontro acontece a primeira
reunião de trabalhos dedicados especificamente às questões de saúde. No entanto, como
possibilidade de caracterizar esta transição entre trabalhos dispersos do campo da saúde e uma
sessão específica dedicada ao tema foram revisados o conjunto amplo de trabalhos
distribuídos em todas as sessões.
Título Número de
Trabalhos
Natureza, técnica e violência 1
Energia e meio ambiente 2
Conhecimento local e meio ambiente 1
Modernidade, riscos e meio ambiente 4
Saúde e Ambiente 3
História, sociedade e meio ambiente no Brasil 1
Justiça ambiental, conflito social e desigualdade 1
Quadro 6 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do II ENANPPAS, 2004.
Os textos analisados relacionam questões ligadas ao desenvolvimento urbano
(RIBEIRO; SILVA; RAMOS, 2004)(ESTEVES et al., 2004a)(MELCHERT,
52
2004)(ESTEVES et al., 2004b)(VERÍSSIMO; MENDONÇA, 2004)(BEZERRA, 2004), a
atividades produtivas (LOBATO, 2004)(MONTEIRO, 2004b)(MONTEIRO, 2004a)(LOPES
et al., 2004)(FIGUEIREDO; CAPITANI; GITAHY, 2004) e a aspectos teóricos das
abordagens sobre ambiente e sociedade(NETO, 2004)(MARANDOLA JR.; HOGAN, 2004).
**
No eixo de questões ligadas ao desenvolvimento urbano, são apresentadas abordagens
que relacionam a violência urbana às condições de saúde, e para tanto são utilizados dados
contidos em diversos sistemas de informação (RIBEIRO; SILVA; RAMOS, 2004).
*
Outro texto relaciona a contaminação do ar e suas fontes de emissão, com o processo
de mudança da matriz econômica de determinado centro urbano. São utilizados dados
relacionados a emissão de poluentes de fontes móveis como forma de caracterizar o processo
de transição de polo industrial para polo de serviços (ESTEVES et al., 2004a). O referido
texto, apesar de tratar de variáveis ligadas a presença de partículas poluentes no ar, não faz
referência aos desdobramentos deste tipo de contaminação para a saúde humana.
*
Ainda a respeito da poluição atmosférica em contextos urbanos, um segundo texto
com abordagem semelhante irá aprofundar as relações com aspectos ligados à saúde humana.
Os autores apresentam também uma breve revisão de pesquisas que abordam a mesma
temática no contexto da cidade de São Paulo(ESTEVES et al., 2004b).
*
O texto Entre o risco e a proteção ambiental, globalização e transformação ambiental
na cidade de São Paulo(MELCHERT, 2004)descreve o crescimento e modos de sustentação
de uma grande metrópole no Brasil, aponta seus principais impactos no meio ambiente e
modos de regulação estatais. Os seguintes elementos caracterizam seu impacto ambiental
relacionados ao funcionamento e organização de cidades deste porte: “consumo de energia,
transporte, áreas verdes, fontes hídricas, cursos d’agua, ilhas de calor e material particulado
no ar”.
Ainda neste artigo, é discutido o conceito de espaços urbanos transnacionais, que
possibilita perceber a arquitetura das grandes metrópoles como um modelo padronizado. Tais
centros urbanos atendem ao capital econômico globalizado e sua arquitetura é, portanto,
53
desconectada dos contextos locais e favorável ao uso exploratório do espaço e da força de
trabalho. Este modelo atualiza a lógica industrial de apropriação privada de bens sociais e
socialização dos riscos para o contexto do sistema financeirizado.
*
Para outro conjunto de autores(VERÍSSIMO; MENDONÇA, 2004), no que diz
respeito às novas dinâmicas urbanas, são apontadas como variáveis importantes para o
aumento da temperatura do ar alguns elementos, como a instalação de novos sistemas
produtivos e seus decorrentes fluxos migratórios de mão de obra, associados ao processo de
verticalização. Neste sentido, discute-se a relação entre a alteração do clima urbano, como
indicador ambiental, e a saúde da população. Por sua vez, as elevadas temperaturas são
relacionadas às ocorrências de arboviroses, como forma de comprovar o argumento original.
Além disso, aponta-se também um considerável aumento das ocorrências de doenças
respiratórias e do sistema circulatório.
*
Seja no contexto de grande centro urbanos ou das suas regiões metropolitanas, as
variáveis ambientais relacionadas a atividade produtiva exploratória e predatória tem
consequências imediatas ou a longo prazo, na forma de resíduos e acumulo de partículas
danosas a vida humana e animal. Quanto aos resíduos, como exemplo, o texto Ação coletiva
contra a poluição em Magé(BEZERRA, 2004)relata o processo de organização social em
torno do risco percebido em relação à atividade industrial de tratamento de resíduos. São
apontadas relações entre a emissão de gases e agravos à saúde, do sistema respiratório, da
população local.
**
Neste eixo, as atividades produtivas obedecem, segundo boa parte do conjunto de
textos reunidos, a um modelo insustentável de uso do solo e dos recursos disponíveis. No
meio rural, o trabalho passa a representar risco eminente à saúde devido a exposição direta
dos trabalhadores aos agrotóxicos (LOBATO, 2004).
*
Tais modelos avançam sobre matas nativas, para produção de carvão vegetal, visando
à manufatura de ferro. Para tanto, o texto descreve a utilização de influências políticas para
viabilizar sua atuação. O descaso com os desdobramentos desta atividade produtiva, neste
54
caso, se estende a estruturas produtivas obsoletas, com alta perda energética. Isto é, o uso de
carvão mineral poderia ser aplicado em menor proporção. Para abordar a referida questão, os
autores não estabelecem conexões com aspectos ligados à saúde humana e à emissão de
material particulado (MONTEIRO, 2004b).
*
O texto Em busca do carvão vegetal: o deslocamento de siderúrgicas para a
Amazônia(MONTEIRO, 2004a) repercute desdobramentos dos impactos produtivos da cadeia
do aço, produção de ferro-gusa, no que diz respeito ao desmatamento de áreas nativas para a
produção de carvão vegetal. Estabelece uma breve análise das relações sociais envolvidas na
cadeia produtiva, onde o processo de extração da madeira opera como uma extensão da linha
de produção. Apesar de terceirizar o processo, as empresas siderúrgicas estabelecem metas e
interferem diretamente no processo de produção do carvão vegetal.
*
Por outro lado, a articulação entre indústria e suas repercussões nas questões de saúde
leva novamente à conformação das estruturas de poder que viabilizam a instalação de plantas
industrias a partir de incentivos fiscais, sem a devida delimitação de seus impactos
socioambientais(LOPES et al., 2004). Não obstante, as regiões mais afetadas, por efeitos
negativos – seja de atividades extrativistas ou de transformação – são as mais vulneráveis
socialmente(FIGUEIREDO; CAPITANI; GITAHY, 2004).
**
Os textos que abordam aspectos teóricos das pesquisas sobre ambiente e sociedade
apontam para um caminho analítico capaz de integrar a noção de desenvolvimento
ecologicamente sustentável ao campo da sociologia. Além disso, buscam extrapolar a noção
do meio ambiente como produto cultural apartado das suas demais variáveis, restritas ao lugar
confortável de discutir políticas públicas e outros objetos correlatos(NETO, 2004). Os autores
inseridos nesse eixo propõem que o estudo de risco seja uma modalidade de pesquisa que
deve estar além das fronteiras disciplinares(MARANDOLA JR.; HOGAN, 2004).
**
Dentre os textos reunidos, um deles aborda o uso de sistemas de informação em saúde,
o que configura um elemento novo em relação ao I ENANPPAS(RIBEIRO; SILVA;
RAMOS, 2004). Ainda quando se trata de abordar aspectos ligados a poluição do ar, em dois
55
dos artigos o tema é analisado. Enquanto o primeiro não estabelece articulação com as
questões de saúde (ESTEVES et al., 2004a), o segundo texto irá se dedicar a refletir
diretamente sobre os agravos decorrentes da exposição à partículas inaláveis no ar (ESTEVES
et al., 2004b). Os principais impactos ambientais relacionados ao modo de funcionamento de
grandes centros urbanos atualiza sua relação com o contexto global no qual, a despeito do
esvaziamento industrial, os riscos permanecem e os lucros são apropriados por entes privados
fora do contexto local (ESTEVES et al., 2004b; MELCHERT, 2004; VERÍSSIMO;
MENDONÇA, 2004). E, mesmo em contextos de pequenos aglomerados urbanos sob
influência destes grandes centros, tal lógica tende a se reproduzir (BEZERRA, 2004).
No eixo em que são tratadas as atividades produtivas, as florestas e o meio rural
aparecem como colocados diante de reflexos do modelo produtivo que é aplicado aos grandes
centros urbanos. As ameaças à saúde se agravam diante da perspectiva de contato direto com
os principais riscos decorrentes da atividade laboral (LOBATO, 2004).Simultaneamente, as
atividades extrativistas e de transformação operam de modo a devastar ambientalmente e
socialmente os contextos em que se inserem (MONTEIRO, 2004a, 2004b).Por último, é
preciso considerar que o meio urbano aparece como o principal lócus da desigualdade social e
da injustiça ambiental (FIGUEIREDO; CAPITANI; GITAHY, 2004; LOPES et al., 2004).
***
A partir do terceiro ENANPPAS, ocorrido em 2006, foram selecionados textos
contidos na sessão dedicada a aspectos ligados à saúde. Sendo assim, apenas um dos textos
apresentados preencheu os requisitos da busca realizada. No texto Complexidade e
subjetividade: uma contribuição ao estudo da depressão entre trabalhadores(BARBOSA,
2006), o processo de transformação urbana ligado a alterações dos modos de produção –
especificamente, no caso de trabalhadores do ramo da pesca e lavoura – é apontado como
causa importante da ocorrência de agravos à saúde mental.
São apontados como fatores intervenientes a ideia de perda de lugar, a quebra entre o
oficio que é passado de geração em geração e novos saberes associados às novas estruturas
econômicas. Além disso, a rápida urbanização em função do processo de industrialização e os
fluxos migratórios para atender a esta nova demanda de mão de obra são determinantes no
processo de adoecimento.
As transformações socioambientais aparecem aqui como elemento determinante para
as condições de saúde desta população.
56
***
No sexto ENANPPAS, 2012, um dos textos selecionados se relaciona a questões
ligadas ao contexto rural(BARBOSA, 2006) e os demais ao contexto urbano(XISTO;
OLIVEIRA FILHO; OLIVEIRA, 2012)(FARIAS; OLIVEIRA, 2012)(RÉQUIA JÚNIOR;
ABREU, 2012).
**
Quando se referem ao contexto rural, as pesquisas se localizam no espectro dos usos
de agrotóxicos. O texto em questão apresenta alguns dos impactos da intoxicação aguda por
agrotóxicos na saúde humana, como: “distúrbios reprodutivos, alterações psiquiátricas, efeitos
neurotóxicos e câncer”(CURVO; PIGNATTI, 2012). O trabalho se configura como espaço
central na organização da vida no campo, o que amplia o tempo de exposição deste
trabalhador ao longo de sua vida aos efeitos danosos a saúde. A depender da toxicidade, os
danos podem ser imediatos e irreversíveis.
**
O espaço urbano reúne, na forma de “tipo ideal”, as principais formas de
contaminação ambiental. No caso dos textos aqui reunidos, tais aspectos remetem a aspectos
sanitários(XISTO; OLIVEIRA FILHO; OLIVEIRA, 2012). E, a concentração de poluentes,
que pode ser determinada pela “densidade urbana, relevo, principais vias de circulação,
indústrias e bacias aéreas”(FARIAS; OLIVEIRA, 2012).Para tanto, ainda segundo o texto
referido, é possível aplicar modelos de escoamento atmosférico para determinar estas áreas.
Aqui são utilizados como fonte de dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) para a análise socioeconômica e de saúde, com o objetivo de constituir um mapa
sobre as condições de vida nas regiões afetadas.
*
O texto Emissão de poluentes por veículos automotores e seus efeitos sobre a saúde
pública no Distrito Federal(RÉQUIA JÚNIOR; ABREU, 2012)aborda a relação direta entre
agravos à saúde, do sistema respiratório, e a poluição atmosférica. Utiliza como principal
indicador as internações hospitalares e os dados contidos nos sistemas de informação em
saúde, especificamente o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus),
referente a informações sobre óbitos e internações. São reunidas também informações sobre
precipitações, temperatura, umidade e velocidade do vento. São apontados, ainda, limitações
57
em relação a disponibilidade de dados específicos quanto a poluição atmosférica, para que
seja possível uma correlação mais adequada.
**
Nos textos citados acima, observa-se a dinâmica perigosa da disposição de poluentes
em centros urbanos, que estão sujeitos as intempéries climáticas. Mas não somente o clima é
um fator: a arquitetura urbana também é determinante, como aparece no II ENANPPAS. As
desigualdades sociais também voltam a aparecer aqui como aspectos importantes para
caracterização dos impactos deste tipo de poluição ambiental. Para pesquisas que pretendam
associar tais variáveis, os textos apresentados denotam uma centralidade das fontes de
informação que reúnem dados que possibilitam delimitar seus respectivos objetos.
A revista Ambiente e Sociedade
A revista Ambiente e Sociedade, desde a sua criação, 1997, até o ano de 2018 publicou
um total de 47 (quarenta e sete) volumes, que compuseram a amostragem total das buscas
empreendidas.
A busca pelos termos “cancer” e “neoplasia” não retornaram resultados. Das oito
publicações selecionadas duas, dentre 45 (quarenta e cinco), estão relacionadas ao termo
“saude” (DI GIULIO, 2014)(PIGNATTI, 2004), quatro dentre 11 (onze) à
“(dados)AND(saude)” (BUENO; LOPES, 2018)(DI GIULIO et al., 2014)(DE SOUZA
TADANO; UGAYA; FRANCO, 2009)(GRISOTTI, 2016) e outras duas dentre três à
“(poluicao)AND(ar)” (ROBLES; CHÁVEZ; BALLESTEROS, 2015)(MOREIRA;
TIRABASSI; MORAES, 2008).
***
Os dois textos relacionadosà busca “saude” irão tratar, centralmente, de contextos em
que as doenças se vinculam a alterações ecossistêmicas nos contextos locais. Segundo os
autores, tais alterações podem operar como causas para a reemergência e surgimento de novas
doenças.
*
A resenha Um olhar na esfera local: refletindo sobre mudanças climáticas e
cidades(DI GIULIO, 2014) destaca o papel da esfera local na determinação da agenda política
e científica. Apesar de não avançar em abordagens específicas, aponta com esta assertiva a
58
preocupação de um conjunto mais amplo de pesquisadores em compreender os contextos
urbanos de maneira holística entre as áreas do conhecimento, como forma de promover novos
modos de organização das cidades adaptados às mudanças climáticas.
*
Em seu artigo,Pignatti(2004) traça um breve histórico das “relações entre a saúde das
populações humanas e ambiente”. Neste contexto, o campo da saúde ambiental é apresentado
como capaz de colocar, em um mesmo plano, fatores de risco ambientais e agravos à saúde de
populações quando expostas a agentes físico-químicos. Novamente, aparece aqui uma
demanda por estudos de caráter transdisciplinar, como possibilidade de compreender as
“diferentes manifestações clínico-epidemiológica das doenças transmissíveis” e o surgimento
de novas doenças.
O texto coloca ainda os impactos nas condições de saúde quando associados às
alterações ambientais e aspectos socioambientais nos seguintes termos:
As modificações ambientais – tanto no nível macro, como no nível micro, afetam de
forma geral a distribuição das doenças infecciosas. Os vínculos entre
desenvolvimento econômico, condições ambientais e de saúde são muito estreitos,
pois as condições para a transmissão de várias doenças são propiciadas pela forma
com que são realizadas as intervenções humanas no ambiente. (PIGNATTI, 2004)
Os textos aqui citados(DI GIULIO, 2014; PIGNATTI, 2004), apontam para a
perspectiva de pesquisas que sejam capazes de articular as alterações ambientais a nível
global, as condições sociais e de saúde com os contextos e demandas locais.
***
O eixo relacionado à busca “(dados)AND(saude)”, a seguir, reúne um conjunto de
quatro textos. Os dois textos a seguirrelacionam aspectos ligados ao uso empírico de base de
dados públicas no contexto regional (BUENO; LOPES, 2018) e no processo de instalação de
grandes empreendimentos como hidrelétricas (GRISOTTI, 2016).Em seguida, os textos
apresentados tratam de métodos qualitativos para pesquisas sobre risco(DI GIULIO et al.,
2014) e quantitativos para análise do impacto da poluição atmosférica (DE SOUZA
TADANO; UGAYA; FRANCO, 2009).
*
59
No texto Mulheres rurais e violências: leituras de uma realidade que flerta com a
ficção(BUENO; LOPES, 2018), com o objetivo de tipificar a sociodemografia das violências
contra mulheres em um contexto local, são utilizadas diversas bases de informação de
diferentes fontes. Vinculados à segurança pública, foram levantados os Boletins de
Ocorrência (BO). Três bases vinculadas ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) foram citadas: Produto Interno Bruto (PIB), Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM), Índice de Gini (IG). Por último, duas importantes bases do Sistema Único
de Saúdeforam consultadas: o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e o
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Os dados, neste caso, demonstram que o recorte de gênero aponta para uma
vulnerabilização maior das mulheres, somada a um menor acesso deste grupo aos serviços de
saúde, por se tratar de uma população rural. Tais elementos apontam para uma fragilidade das
bases de dados em saúde localizadas na Atenção Primária, uma vez que, para serem
alimentadas, dependem da frequência ou acesso do usuário ao serviço. Em outras palavras,
uma vez que as mulheres vítimas de violência doméstica neste contexto social específico
dificilmente possuem os meios para acessar os serviços, as bases de Atenção Primária tornam-
se frágeis na tarefa de produzir modelos representativos da realidade rural.
Um exemplo, apontado no texto, é a divergência entre os dados de segurança pública e
as bases de saúde, quanto às taxas de lesão corporal e feminicídios em determinada região
geográfica do estado estudado. Neste cenário, o contexto rural é determinante para gerar
descontinuidades entre os prognósticos de diferentes bases de dados.
As informações contidas nas bases de dados, para os autores, cumprem o papel de
apontar indicativos e potenciais problemas relacionados às variáveis ambientais e sociais,
devido a subnotificação de registros identificadas ao longo da pesquisa. A subnotificação,
aqui, opera ainda como um indicador social do problema abordado, reflete a invisibilização e
naturalização da violência contra mulher perpetuada pela cultura patriarcal dos contextos
rurais. Essa invisibilização, portanto, é agravada pelo modo de organização dos serviços
assistenciais.
*
Em A construção de relações de causalidade em saúde no contexto da hidrelétrica de
Belo Monte(GRISOTTI, 2016), são abordados os aspectos limitantes em relação aos estudos
de impactos ambientais, particularmente aqueles relativos a implantação de grandes
60
empreendimentos. Tais aspectos limitantes vêm à tona, especificamente, no que diz respeito à
ausência de dados, neste caso, oriundos de pesquisas acadêmicas, anteriores ao processo de
instalação. Soma-se a isso as “falhas existentes nos registros dos dados oficiais de saúde da
população atingida”. Neste artigo são utilizados sistemas de informação do SUS –SISNASC,
SINAN eSIM.
O texto aponta para ausência de estudos capazes de avaliar, para além dos impactos
ambientais, impactos nas condições de saúde da população humana e animal durante o
processo de instalação de empreendimentos de grande porte, como hidrelétricas. O caminho
proposto pelos autores aponta para uma abordagem ecológica e sistêmica, capaz de reunir em
uma única pesquisa aspectos relacionados as doenças que acometem a população da região e
os equipamentos e serviços de assistência médica disponíveis.
Neste sentido, as relações de causalidade são colocadas em segundo plano devido à
ausência de pesquisas longitudinais que possibilitem traçar correlações diretas entre a
ocorrência de agravos à saúde e a instalação da usina de Belo Monte.
*
O terceiro texto analisado,(DI GIULIO et al., 2014), parte da noção de riscoe destoa
dos demais por não citar diretamente questões de saúde em sua abordagem, isto é,
tratandoespecificamente de métodos qualitativos que não se utilizam de fontes de informação
localizadas em bases de dados públicas. Por outro lado, aponta para o estabelecimento de
métodos de pesquisas capazes de estabelecer conexões com os atores e as demandas locais,
mesmo fator limitante quando se trata do uso de bases de dados conectadas aos serviços
públicos locais, que aponta para o desafio de conectar as pesquisas acadêmicas aos dados de
realidade estabelecidos pelo objeto.
*
Já no último texto selecionado neste eixo,(DE SOUZA TADANO; UGAYA;
FRANCO, 2009), são apontados os desafios para a realização de estudos que avaliem o
impacto da poluição atmosférica nas condições de saúde a partir de modelos estatísticos. O
principal desafio, segundo os autores, reside na capacidade do modelo de articular todos os
fatores envolvidos. Outro limitador importante apontado é “compreender os processos que
conduzem a dados faltantes”, que pode estar relacionado ao modo de organização dos
atendimentos na atenção básica, por exemplo.
61
**
Os textos do eixo relacionado à busca “(dados)AND(saude)” denotam que, quando são
comparadas as informações obtidas a partir dos sistemas de saúde locais, são necessárias
aplicações de correções quanto à disponibilidade de serviços hospitalares e de pessoal técnico
para alimentação das bases. Mesmo quando se tratam de sistemas vinculados a outros serviços
públicos, como os de segurança, por exemplo, a disposição de equipamentos e estruturas de
acolhimento é determinante para disponibilidade de dados.
Quanto aos métodos de pesquisa, é perceptível uma preocupação imediata com a
capacidade de aderência das pesquisas aos contextos locais. Para os autores, é central que
estes contextos sejam capazes de subsidiar o desenvolvimento de estudos capazes de
apresentar soluções para os problemas locais, a partir da organização adequada das
informações coletadas e da mobilização dos atores locais.
***
A última busca apresentada “(poluicao)AND(ar)” reúne dois textos: um artigo que
aborda a importância de que a população se aproprie de informações que relacionem a
poluição do ar e a saúde humana (ROBLES; CHÁVEZ; BALLESTEROS, 2015).Em seguida,
umsegundo texto que trata dos aspectos ligados ao deslocamento de poluentes na atmosfera
devido a eventos meteorológicos(MOREIRA; TIRABASSI; MORAES, 2008).
*
Robles, Cháveze Ballesteros(2015)apresentam uma série histórica que relaciona o
desenvolvimento do campo da saúde ambiental, o crescimento desordenado de grandes
centros urbanos e a percepção crescente dos riscos relacionados à poluição atmosférica. Tal
narrativa reconstrói uma abordagem que dialoga com a noção de que os riscos ambientais
extrapolam as fronteiras dos estados-nação, devido ao seu caráter ecossistêmico, e devem ser
analisados a nível global.
Por outro lado, os autores argumentam que uma população bem informada
cientificamente está melhor preparada para lidar com os riscos ambientais à saúde, como
descrito abaixo:
Essa abordagem pressupõe que uma sociedade cientificamente educada em atenção
à saúde melhora seus níveis de bem estar, pois possui as habilidades que permitem a
sociedade melhor atender à suas questões, tais como saúde e ambiente. Da mesma
forma, uma educação científica pode ser considerada como um indicador da saúde
62
ambiental da comunidade, quando direcionada para reduzir os danos ao ambiente ou
a exposição à ambientes contaminados. li(ROBLES; CHÁVEZ; BALLESTEROS,
2015)
O principal caminho apontado pelos autores reside em bases de dados precisas e
confiáveis capazes de prover a comunidade, acadêmica e em geral, de informações adequadas
sobre saúde e meio ambiente. Com boa parte da população mundial habitando centros
urbanos, a poluição do ar se constitui uma das principais ameaças à saúde a nível global,
segundo órgãos transnacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), sendo as
fontes móveis consideradas como fator determinante para esse aumento exponencial dos
riscos nos últimos anos.
*
No artigo Meteorologia e poluição atmosférica(MOREIRA; TIRABASSI; MORAES,
2008), são abordados aspectos metodológicos de pesquisas que tratam dos impactos da
poluição atmosférica.O texto não aborda diretamente questões de saúde. Os autores apontam
alguns indicativos de limitadores no uso de base de informações meteorológicas, por
exemplo, a distribuição inadequada ou insuficiente de postos de medida que podem estar
relacionados às questões econômicas e administrativas locais.
**
O grupo de textos dedicados a poluição do ar reforçam aspectos vinculantes entre
pesquisa e contextos locais, seja através de uma população mais bem informada; ou através de
bases de dados mais coesas, com coletas adequadas de informação.
***
Como é possível observar através do quantitativo da busca geral (que retornou
cinquenta e nove registros) e da leitura dos textos acima apresentados, os artigos da revista
Ambiente e Sociedade perpassam de maneira pouco significativa as questões de saúde. No
entanto, apontam para um movimento recente de abordagem dos impactos ambientais e
sociais nas condições de saúde. Em face a ausência de informações consistentes sobre as
realidades investigadas, as pesquisas selecionadas apontam para uma demanda de dados bem
estruturados que viabilizem o aprofundamento de tais análises.
Por outro lado, quando se trata de aspectos ligados à poluição do ar, o conjunto de
pesquisas publicados na revista é ainda mais limitado (somente três textos), indicando uma
63
demanda por investigações sobre o tema. Esta demanda torna-se ainda mais urgente
considerando os aspectos metodológicos já disponíveis e um contexto global favorável, que
os textos apresentados discutem.
Uma síntese das pesquisas em Ambiente e Sociedade
Os textos reunidos neste capítulo apontam para um contexto de pesquisas em
Ambiente e Sociedade que estão orientadas ainda de maneira incipiente para o uso de bases de
dados conectadas aos contextos locais nos quais são obtidas as informações sobre dada
população. Este mesmo conjunto de pesquisas apontam indicativos de que em tais contextos
os serviços e atores envolvidos na coleta de dados passam a ser determinantes no processo de
pesquisa.
As questões que relacionam saúde e processo de desenvolvimento começam a ser
incluídas mais recentemente nas pesquisas do campo das ciências sociais e meio ambiente,
com a ampliação de pesquisas de caráter transdisciplinar como indicam os textos analisados
neste capítulo, dentro do contexto a Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em
Ambiente e Sociedade.
A ausência da área da saúde no conjunto analisado acima pode indicar que a
consolidação de ferramentas metodológicas de análise transdisciplinar e, principalmente,
focadas na determinação de dinâmicas sociais por fatores ambientais contribuiu para a
abertura de novas perspectivas para o desenvolvimento de estudos que abordam agravos à
saúde humana.
Tais apontamentos, na medida que os modos de produção e de vida aparecem
sistematicamente como marcadores de desigualdade estão em consonância com a visão
ampliada de saúde promovida pelo texto do Relatório Final da 8ª Conferência Nacional da
Saúde, que indica:
Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É,
assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as
quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.(BRASIL, 1986)
64
Em outras palavras, o conceito ampliado de saúde definido pela 8ª Conferência – que
norteia as ações e políticas públicas que constituem o Sistema Único de Saúde – é “produto”
direto de um combinado de fatores. Tais fatores não podem ser abstraídos de análises no
campo da saúde pública, uma vez que desenham o cenário da organização social na qual os
indivíduos estão colocados. Ainda assim, somente algumas dessas condições são exploradas
na literatura acadêmica brasileira como efetivamente capazes de estabelecer uma relação de
causalidade com o bem-estar da população.
As atividades industriais e extrativistas aparecem, juntamente com a urbanização
desordenada, como principais responsáveis por danos ambientais e às condições de saúde. Em
decorrência de espaços urbanos carentes de políticas públicas na área ambiental, o excesso de
veículos e a ocupação territorial desordenada respondem por outro conjunto importante de
agravos ambientais e de saúde. Aparece, neste contexto, os altos índices de poluição do ar,
apontado como principal problema a nível global devido à circulação livre dessas partículas
na atmosfera. Já os espaços não-urbanos aparecem, no contexto brasileiros, como espaços
precários de atuação do Estado enquanto ente regulador de atividades produtivas
exploratórias.
Nos congressos da ANPPAS, entretanto, as neoplasias aparecem nos textos que
relacionam questões de saúde e aspectos ambientais, principalmente quando o tema é
contaminação do ar. Na revista Ambiente e Sociedade, não foram identificados artigos que
abordem o tema das neoplasias diretamente ou em contextos indiretos.
A ausência de pesquisas que operem tal articulação em alguns casos constitui-se como
limites importantes para traçar correlações entre determinados eventos, um conjunto
significativo de textos apresenta, por tal motivo, soluções metodológicas para lidar com os
dados faltantes. Ainda no campo metodológico a noção de sociedade de risco é
preponderante.
Na medida em que as bases de dados passam a constituir instrumentos de pesquisa, a
percepção de que as informações disponíveis se constituem, em alguma medida, como
limitantes para o aprofundamento das análises apontam para novos desafios seja na
delimitação de novos métodos de pesquisa qualitativa e quantitativa, seja na reorganização e
operacionalidade da coleta desses dados no contexto dos serviços prestados à população.
65
4. CONTEXTOS LOCAIS E AS BASES DE DADOS EM SAÚDE
A bibliografia sobre contextos locais e saúde, breve discussão
A cidade de Volta Redonda aponta indícios importantes quanto as inter-relações entre
saúde e modelo produtivo. Isso por ter sido, inicialmente, um distrito industrial, fundado em
1954, período em que se inaugura no país um modelo de desenvolvimento centrado em
grandes plantas fabris e empresas estatais voltadas para áreas de produção estratégicas. A
CSN, criada durante o Governo Vargas por decreto-lei, em 30 de janeiro de 1941, com início
das atividades em 1946, e privatizada em 1993, tem sua planta industrial instalada neste
município, no interior do estado do Rio de Janeiro (DINIUS, 2011; TIEZZI, 2005).
O município conta com uma população de 257.803 (duzentos e cinquenta e sete mil e
oitocentos e três) habitantes, dividida igualmente entre mulheres (52,32%) e homens
(47,68%), predominantemente urbana (99,95%). Segundo o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), é classificado como um município com alto índice de
desenvolvimento humano (0,771)17. É considerado o município com maior potencial poluidor
depois da capital do estado, devido à atividade industrial e volume de veículos automotores
(PAIVA, 2014).
Segundo levantamento apresentado por Gioda et al.(2004), entre 1995 e 1999, do total
de partículas suspensas no ar, em Volta Redonda, a parcela de partículas inaláveis (PM10)
correspondia a mais de 50%. Ainda neste caso, estudos anteriores apontam, também, que as
áreas mais afetadas pela exposição à poluição do ar são justamente as áreas com população
classificada como mais vulnerável, em estudo apresentado por Peiter &Tobar(1998a).
Os índices de poluição do ar e suas possíveis consequências nas condições de saúde
não obedecem a uma condição de causa-efeito imediata, obedecem a um complexo de
mediações que se inclui no eixo de determinantes sociais de saúde. Tal noção extrapola o
nível de análise individual – para além, por exemplo, dos hábitos de vida particulares – , para
identificar as principais questões que afetam grupos populacionais (BUSS; PELLEGRINI
FILHO, 2007).
17 O índice de desenvolvimento humano varia de 0 a 1, em que 1 é considerado a classificação máxima
e esperada. Informações sintetizadas do Censo 2010 (IBGE), pelo PNUD, IPEA e FJP, disponíveis no
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, disponível em: http://atlasbrasil.org.br/. Acesso em: 06
de julho de 2018.
66
Do ponto de vista das análises que investigam o contexto de Volta Redonda e suas
condições de vida, é a partir da década de 1990 que começa a se consolidar um conjunto de
pesquisas que irá abordar questões ambientais e condições de saúde e trabalho.
Anteriormente, as pesquisas tratavam de aspectos ligados à formação do modelo de cidade
industrial, e a constituição e modos de organização da siderúrgica (DA COSTA LIMA, 2010).
A cidade de Volta Redonda e a CSN justificam uma atenção especial, pela relação
simbiótica que estabelecem, e por, ao longo do processo de formação de ambas, estarem
relacionadas a processos globais mais abrangentes.
Primeiro, a relação simbiótica reflete-se na criação da cidade e da empresa, então
estatal. No mesmo período, a ocupação do espaço urbano e produtivo pelos trabalhadores se
confundem e dão a dimensão dos laços sociais que irão se estabelecer. Tem relação direta, por
exemplo, com a organização sindical consolidada no período.
Em um segundo momento, com a pressão de capital externo e a mudança de políticas
de governos, a empresa é privatizada, o que irá ressignificar as relações entre
população/trabalhadores e CSN.O sentido de comprometimento com os arranjos sociais locais
e impactos produtivos na comunidade é levado paulatinamente à fragmentação e desconexão.
Em paralelo, as demandas populares por controle estatal sobre os impactos da empresa na
cidade se ampliam, bem como a preocupação, situada no contexto global, com a emissão de
poluentes e seus impactos ambientais e na saúde da população (CANTAMESSA; VIEIRA,
2013; COSTA et al., 2013; DINIUS, 2011; MOLLONA, 2015).
A antiga planta industrial configura-se, paulatinamente, como obsoleta, em um
processo que se aceleranos últimos anos. Por suas características físicas, torna-se incapaz de
absorver qualquer processo de modernização que altere suas estruturas (DINIUS, 2011;
MAGALHÃES; DE SÁ RODRIGUES, 2015). Tal cenário resulta em ondas de desempregos,
cujos postos de trabalho não são reestabelecidos independente das condições econômicas.
Tais condições, como em outros casos já observados, são apenas motivadoras para a liberação
de mão de obra, já dispendiosa e dispensável para os grandes conglomerados industriais
(CANTAMESSA; VIEIRA, 2013; MINGIONE, 1998).
Por outro lado, as indústrias de transformação, como é o caso da siderurgia e sua
cadeia produtiva, são marcadamente onerosas ambientalmente, e passam de um contexto de
comprometimento direto com o contexto local, em que estão inseridas, para um processo cada
67
vez mais amplo de apropriação privada dos benefícios e socialização dos riscos (BECK,
2011).
Os índices de poluição do ar e agravos à saúde constituem-se como medidas
importantes para apontar e demonstrar tais efeitos, uma vez que possibilitam correlacionar de
maneira objetiva a atividade produtiva e seus impactos nas condições de vida locais.
A cidade de Volta Redonda, hoje, possui uma nova configuração que dialoga com uma
reorganização da esfera social e se caracteriza com o surgimento de mecanismos de
reprodução da desigualdade baseados na precarização da vida, como, por exemplo, a
consolidação do comércio como principal empregador (CANTAMESSA; VIEIRA, 2013; DA
COSTA LIMA, 2010; MAGALHÃES; DE SÁ RODRIGUES, 2015).
O município se localiza na microrregião denominada Médio Vale do Paraíba,
referência direta ao principal rio que corta a região. Esta região é historicamente rural,
mercantil-escravocrata, inicialmente dedicada à cultura extensiva do café, e localizada em
zona de circulação de mercadorias entre os principais eixos comerciais e portuários do país:
São Paulo e Rio de Janeiro.
Com a perspectiva de desenvolvimento nacional, se inicia, a partir da instalação da
CSN, uma nova fase no cenário econômico da região. O Médio Vale do Paraíba se consolida
como polo industrial, ao sul do estado do Rio de Janeiro, área de grande circulação de
mercadorias e insumos em função da instalação de estradas rodoviárias e de ferro conectadas
ao estado de Minas Gerais, principal polo extrativista de minério do país (NASCIMENTO;
VIEIRA, 2016; SANTOS; MORENO, 2017).
Os mecanismos de exploração de recursos naturais e humanos, sejam eles ligados à
agricultura extensiva ou, como no contexto aplicado à esta pesquisa, à cadeia produtiva da
indústria de transformação, deterioram as condições ambientais e têm reflexos diretos nas
condições de saúde das localidades em que atuam.
De acordo com Beck (2011), o modo de aplicação da mão de obra e a ausência de
sustentabilidade na exploração e transformação de recursos naturais, a partir de aparatos
tecnológicos altamente poluentes, afetam a capacidade produtiva e reprodutiva das
populações.
Compreender a dimensão histórica e social desse contexto requer perceber os impactos
diretos da apropriação privada de recursos ambientais nas condições de vida das populações.
68
Tais dimensões se afirmam como forma de superação dos impactos negativos da atividade
industrial intensiva na saúde pública e constituição de meios alternativos adequados de
coexistência ecológica e produtiva.
As classes de trabalhadores que ocuparam o município de Volta Redonda se dividiam
entre operários e engenheiros, distribuídos pelo espaço urbano de forma segregada aos moldes
bem amarrados da noção de classe social. Tal configuração e suas transformações, até aos
modos de organização da cidade atualmente, estabelecem um lugar privilegiado para perceber
como industrialização e o desenvolvimentismo irão se desenvolver no contexto brasileiro (DA
COSTA LIMA, 2010; DINIUS, 2011).
As condições ambientais e níveis de exposição são determinantes na carga de doença
que irá afetar a população humana. São encontrados no ambiente diversos elementos
comprovadamente carcinogênicos (além de outros prováveis); a poluição do ar tem efeito
determinante neste caso no que diz respeito à concentração de material particulado inalável.
Em se tratando de cidades industriais ou altamente populosas, este efeito da ação antrópica
tende a ser percebido mais diretamente nos índices de morbidade, além de ser possível
identificar suas consequências de maneira localizada geograficamente (STEWART; WILD,
2014).
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis, com enfoque especial para as neoplasias,
estão entre as principais causas de morte a nível mundial: quando se trata dos países em
desenvolvimento sua participação aumenta18 . No caso de Volta Redonda, em 201619 , as
neoplasias foram a segunda principal causa de óbito no município, sendo aquelas ligadas ao
sistema respiratório a que mais acometeram a população no período20.
Tal realidade demanda análises capazes de abarcar um contexto empírico abrangente
que envolve o Sistema Único de Saúde e a disponibilidade de dados em seus sistemas de
informação e registro. Nos quais os diversos processos de agravamento de diferenças sociais
são difusos e com um conjunto amplo de variáveis demográficas intervenientes, como
cor/raça, gênero/sexo, idade e escolaridade.
18 Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death
Acesso em: 28 de junho de 2018.
19 Registro mais recente disponível no SIM.
20 As neoplasias do sistema respiratório estão classificadas no CID-10 como “Neoplasias Malignas da
Traqueia, Brônquios e Pulmões” (CID-10-032-052.039).
69
Estabelecer vínculos diretos entre modelo produtivo e condições de saúde significa
atribuir responsabilidades efetivas dos custos sociais implicados na atividade privada
direcionada a obtenção de lucros e dividendos. Implica em tipificar, a partir de contextos
específicos, exemplos de como os bancos de dados podem, ou não, favorecer o
desenvolvimento de pesquisas capazes de demonstrar como operam os meios de apropriação
privada de recursos e benefícios sociais, na medida em que a maior parte do processo de
mitigação dos impactos sociais da atividade produtiva irá recair, sem a devida compensação,
sobre o conjunto social mais amplo.
Estão colocados, nesse caso, também, os índices de exposição a partículas poluentes
no ar, que no caso de uma região industrial são marcadamente diferentes do conjunto geral do
país, e se equiparam a grandes conglomerados urbanos de maior abrangência territorial e com
fontes de emissão antrópica de gases diversificada como, por exemplo, veículos automotores.
Considerando o contingente populacional e territorial, estes índices significam uma
sobrecarga de elementos danosos ao ambiente e a saúde neste espaço geograficamente
situado. Do ponto de vista analítico, tal contexto pode assegurar que as taxas de material
particulado no ar estão ligadas a atividade produtiva industrial, com pouca margem de
confusão e diversificação das fontes emissoras.
Análises preliminares apontam que os casos estão distribuídos principalmente entre a
população de meia-idade e idosa21, indicando possíveis efeitos relacionados a exposição a
longo prazo aos efeitos danosos da contaminação atmosférica. É a população mais velha,
também, que experimentou os períodos de maior empregabilidade da empresa siderúrgica. A
maioria dos casos notificados são relativos a indivíduos que nunca fizeram uso do tabaco, o
que pode indicar que os casos de câncer não estão diretamente relacionados ao uso de
cigarro22.
As pessoas do sexo feminino são as principais afetadas por câncer em Volta
Redonda 23 . Aqui, destaca-se um ponto de confusão que requer um aprofundamento,
considerando variáveis de gênero que possam contribuir para a compreensão deste fenômeno.
Isso porque a população imediatamente exposta é a masculina, por ocupar tradicionalmenteos
21 Dados disponíveis para consulta em:
https://www.inca.gov.br/BasePopIncidencias/PrepararConsultarRelatorioValorAbsoluto.action?tipoFai
xaEtaria=1. Acesso em: 26 de junho de 2018.
22Idem
23Idem
70
postos de provedores dos núcleos familiares. No entanto, como a busca reflete os casos gerais
de neoplasias, a variável de confusão pode estar relacionada ao câncer de mama, uma das
principais causas de morte no mundo que afeta diretamente pessoas do sexo feminino (DA
SILVA JR; MAGALHAES JR, 2013).
Estudo realizado por Paiva (2014), para o período de 2005 a 2007, aponta que a maior
parte dos gastos do sistema de saúde em Volta Redonda refere-se a internações por doenças
do aparelho circulatório e respiratório, especificamente as duas classes de agravos
identificados na literatura como de forte correlação com ambientes que apresentam altos
índices de contaminação atmosférica. Neste caso, a presença de material particulado (PM10) e
partículas totais em suspensão aparecem como taxas que mais afetam a quantidade de
internações.
É o caso dos agravos a saúde, que podem ser associados à atividade industrial. Do
ponto de vista dos contextos ligados as atividades industriais e a grandes centros urbanos, os
índices de partículas inaláveis são os principais responsáveis pela ocorrência de agravos do
sistema respiratório. Em uma análise preliminar, os dados contidos nos registros de
atendimento apontam que, como já citado, que mulheres e pessoas de meia-idade e idosas
representam o principal grupo afetado. Estes dados são representativos da demanda por uma
análise capaz de dar conta de descrever os aspectos demográficos implicados.
Os padrões globais relacionados à ocorrência de neoplasias, ou cânceres, relacionam-
se centralmente com aspectos demográficos, globalização da economia e mudanças no
comportamento das populações. Dentre o conjunto de Doenças Crônicas Não Transmissíveis,
as neoplasias representam um conjunto diverso. Os principais fatores de risco são: tabaco,
exposição a substâncias carcinogênicas no contexto laboral, obesidade e sedentarismo,
agentes infecciosos e a contaminação ambiental por elementos cancerígenos (VINEIS; WILD,
2014).
Identificar os fatores de risco é determinante para evitar cerca de metade dos casos.
Além disso, corroboram no sentido de controlar a epidemia de DCNTs, um sistema de saúde
público capaz de estabelecer mecanismos de regulação de atividades nocivas a saúde,
identificar e tratar casos em estágio inicial e empreender iniciativas de promoção da saúde.
Neste sentido, é preciso compreender as principais causas desses fatores: elas estão, na maior
parte, relacionadas a modos de vida ligados a rápida industrialização, decorrente do processo
de globalização. Estes modelos produtivos baseados na exploração de commodities sem a
71
devida regulação governamental desencadeiam processos de impacto ambiental significativo e
precarização das condições de trabalho, principalmente em países em desenvolvimento
(VINEIS; WILD, 2014).
Dados relativos a pesquisas de carga global de doenças apontam que em 2015 a
poluição do ar foi responsável por cerca de um quarto das mortes em todo o mundo por
questões relacionadas ao sistema cardiovascular e câncer do pulmão (LANDRIGAN, 2017).
Já em 2016, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC) e neoplasias pulmonares, dos brônquios e traqueia aparecem
entre as dez principais causas de óbitos a nível mundial24.
As mortes decorrentes da contaminação atmosférica vêm crescendo desde a década de
1990, de maneira ainda mais acelerada em países industrializados. O aumento, em todo o
mundo, das taxas de poluição do ar está diretamente relacionado à expansão das grandes
cidades, à globalização do modelo de produção industrial, ao uso intensivo de pesticidas e ao
crescimento da frota de veículos (LANDRIGAN, 2017).
Na América Latina, os desafios colocados ao controle do câncer estão relacionados à
uma série de fatores do campo da saúde como estrutura fragmentada dos sistemas, a cobertura
limitada do cuidado, a escassez de recursos aplicados ao financiamento, recursos humanos
pouco qualificados ou distribuídos de maneira inadequada, e um conjunto de registros
precários que não possibilitam estabelecer planos nacionais.
O Brasil está entre os países do mundo que disponibiliza gratuitamente, em sua rede
de saúde, o tratamento de neoplasias, o que garantiu uma redução de 20% nas taxas de
morbidade por DCNTs, entre 1996 e 2007.A despeito disso, o país ainda falha no diagnóstico
precoce e fortalecer os registros de saúde é considerado o melhor caminho para superar este
desafio (DA SILVA JR; MAGALHAES JR, 2013; STRASSER-WEIPPL et al., 2015).
A contaminação do ar em ambiente externo tem como principal fonte emissora a ação
antropogênica. Seus mecanismos de ação diferenciam-se da exposição à emissão de materiais
particulados em ambientes fechados. Estes afetam diretamente mulheres em contextos, por
exemplo, de uso de forno a lenha em países com baixo nível de desenvolvimento. A
contaminação atmosférica se diferencia pela diversidade de elementos e suas transformações
químicas quando em contato com outros elementos também em suspensão no ar.Suas
24 Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death.
Acesso em: 28 de junho de 2018.
72
principais causas são atividades humanas ligadas às fontes móveis – como veículos
automotores – , à geração de energia – inclusive hidrelétricas propagadas como fontes limpas
– , à atividade industrial e à queima de biomassa – no caso de criação de gado, por exemplo
(LOOMIS et al., 2013; STRASSER-WEIPPL et al., 2015).
As bases de dados e o SUS
As bases de dados relacionadas ao Sistema Único de Saúde brasileiro nascem da
perspectiva de reunir as informações quanto a registros de atendimentos e se consolidam mais
recentemente como instrumentos de elaboração de diagnósticos sobre as condições de saúde
da população, de modo a favorecer o estabelecimento de políticas e processos de gestão.
As experiências de gestão e uso dessas bases colocam desafios em relação ao modo de
organização descentralizada do SUS. Estes sistemas operam igualmente de maneira
descentralizada e pressupõem a colaboração e coordenação de todos os entes, de modo a
cumprir os pactos estabelecidos entres municípios, unidades federativas e esfera federal.
A alimentação destas bases, por estarem diretamente vinculadas a serviços públicos,
dependem de uma estrutura local que envolve equipamentos públicos bem estruturados,
aparato tecnológico e pessoal técnico qualificado. Além disso, articula uma série de outros
atores sociais, seja no processo de coleta e verificação das informações ou no controle social
de modo que estejam alinhados com as políticas públicas e aparatos legais.
A perspectiva de avanços nesse campo na esfera governamental está diretamente
vinculada ao aprimoramento e consolidação dos sistemas de informação em saúde, como o
Sistema de Informação sobre Mortalidade, e de iniciativas capazes de reunir a diversidade de
bases de dados disponíveis de maneira transversal, como a do Observatório Nacional de
Clima e Saúde, ambos objetos deste capítulo.
O SIM e o Observatório estão amparados por aparatos normativos e legais,
especificamente a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS), de 2016,
que está constituída no contexto de definição de outras duas macropolíticas: a Lei de Acesso a
Informação (LAI) e a Política de Governo Eletrônico (e-Gov).
A PNIIS 2016 tem como elemento central a implementação do Registro Eletrônico de
Saúde (RES) do cidadão, e propõe mecanismos institucionais nas diversas esferas de governo
capazes de garantir:
73
a melhoria da qualidade e do acesso ao sistema de saúde brasileiro; a transparência e
segurança da informação em saúde; o acesso à informação de saúde pessoal como
um direito do cidadão; o suporte da informação para tomada de decisão por parte do
gestor e profissional de saúde; e, por fim, o desenvolvimento institucional do SUS e
de todo o sistema de saúde brasileiro, com ganhos de eficiência na redução do
número de sistemas de informação em saúde existentes ou sua simplificação, gestão
e formação de pessoas, aquisição de insumos, monitoramento e avaliação das ações,
logística, pagamento e transferência de recursos e outros processos-meio.(BRASIL,
2016)
A PNIIS 2016 estabelece ainda os seguintes princípios:
1. A informação em saúde destina-se ao cidadão, ao trabalhador e ao gestor da
saúde;
2. A produção da informação em saúde deve abarcar a totalidade das ações de
controle e participação social, coletiva e individual, das ações da atenção à saúde e
das ações de gestão;
3. A gestão da informação em saúde integrada e capaz de gerar conhecimento;
4. A democratização da informação em saúde como um dever das instâncias pública
e privada de saúde;
5. A informação em saúde como elemento estruturante para a universalidade, a
integralidade e a equidade social na atenção à saúde;
6. O acesso gratuito à informação em saúde como direito de todo indivíduo;
7. A descentralização dos processos de produção e disseminação da informação em
saúde para atender às necessidades de compartilhamento de dados nacionais e
internacionais e às especificidades regionais e locais;
8. A preservação da autenticidade e integridade da informação em saúde; e
9. A confidencialidade, sigilo e privacidade da informação de saúde pessoal como
direito de todo indivíduo.(BRASIL, 2016)
O Sistema de Informação sobre Mortalidade
O Sistema de Informação sobre Mortalidade, criado em 1975, tem abrangência
nacional e utiliza variáveis contidas na Declaração de Óbito (DO) como fonte de informação.
Ele reúne dados sobre mortalidade a partir de 1979.Sua última revisão apresenta dados
consolidados até 2016, constam na base informações referentes a óbitos por residência, óbitos
por ocorrência, ano do óbito, sexo e faixa etária.
No contexto dos municípios operam as chamadas Unidades Notificadoras,
responsáveis por lei pela realização do preenchimento das DO.São elas: estabelecimentos de
saúde, Institutos Médico Legais (IML), Serviços de Verificação de Óbitos (SVO), cartórios de
74
registro civil e médicos. O papel dos referidos estabelecimentos varia conforme a
configuração dos serviços locais, como é possível observar nos principais fluxos destacados
nas figuras a seguir. Na figura 3, quando a morte ocorre em um estabelecimento de saúde; na
figura 4, quando o médico atesta o óbito fora do estabelecimento de saúde; e, na figura 5,
quando na ausência de um aparato de saúde os SVO realizam acompanhamento.
Nas figuras de 24 a 28, contidas na seção de Anexos, é possível observar outros
cenários para o fluxo da emissão das DO e posterior notificação dos óbitos para o SIM. Em
todos os casos, prevalece um fator limitante a vinculação da emissão da DO ao profissional
médico. Em contextos nos quais os serviços de saúde operam independente de profissionais
da área médica, esse limitador torna vulnerável o sistema de monitoramento de óbitos.
Figura 3 – Fluxograma da informação de óbitos em estabelecimentos de saúde, fluxo 1, retirado do Manual do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
75
Figura 4 – Fluxograma da informação de óbitos fora de estabelecimentos de saúde, fluxo 2, retirado do Manual do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
Figura 5 – Fluxograma da informação de óbitos sem assistência médica, fluxo 3, retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
As Declarações de Óbito são compostas por nove blocos, com 59 (cinquenta e nove)
campos para preenchimento(ver figura 6). O documento é padronizado para todo o país,
impresso em três vias e numerado de maneira centralizada e posteriormente distribuído para
estados e municípios. Os campos da DO, desde a sua criação, obedecem a uma padronização
internacional, como forma de garantir mecanismos de comparabilidade dos dados de
mortalidade a nível mundial. No entanto, alguns campos são específicos para o contexto do
sistema de saúde brasileiro e seus processos de gestão.
76
Figura 6 – Visão geral do modelo vigente da declaração de óbito, retirado do Manual do Sistema de Informações
sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
77
Os Serviços de Verificação de Óbitos são uma das principais pontas da rede de
unidades notificadoras. Eles estão, em sua maioria, vinculados à rede pública de saúde
estadual. Podem estabelecer convênios com instituições de ensino superior, instituições
filantrópicas e secretarias de segurança pública a nível local. Encontram-se articulados a
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). A atribuição destes
serviços está relacionada à comunicar casos de corpos indigentes, à realização de necropsia
em casos de morte natural sem elucidação diagnóstica, à notificações e relatórios mensais
sobre mortalidade ao gestor municipal, eà emissãoda DO(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A DO é determinada por lei, na qual fica estabelecida que “nenhum enterramento será
feito sem certidão de oficial de registro do lugar do falecimento”. Esta mesma lei aponta,
também, a vinculação a pessoas físicas ou jurídicas e a entes públicos quanto a
responsabilização legal por proceder o registro do documento(BRASIL, 1973). Isto garante
que o SIM seja capaz de reunir, de maneira compulsória, os índices de mortalidade e
informações relacionadas.
O desafio, neste caso, reside na padronização dos dados e coleta adequada de
informações nas diversas unidades notificadoras, e um processo de registro e consolidação
que minimize os dados faltantes ou incorretos.
O sistema é gerido em âmbito federal, no qual as secretarias municipais de saúde são
responsáveis pela coleta de dados, enquanto as secretarias estaduais são responsáveis pela
consolidação das informações formando bases estaduais, e, em seguida, os dados são
consolidados pelo Ministério da Saúde, formando a base nacional. A figura 7 apresentada,
inicialmente, em 2001, permanece atual quanto ao fluxo com apenas uma alteração na
atribuição gestor nacional que atualmente é operada pela Secretaria de Vigilância em Saúde,
do Ministério da Saúde.
78
Figura 7 – Fluxograma de distribuição da Declaração de Óbito, retirado do Manual de procedimento do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2001)
No âmbito municipal, ocorrem as ações chave para a viabilidade do sistema. São
distribuídos os documentos de Declaração de Óbito para os estabelecimentos responsáveis
pelo registro das informações; são recebidas e coletadas as declarações; revisados os campos
preenchidos –nos quais os documentos com erros ou não preenchimento de campos chave
devem ser devolvidos às Unidades Notificadoras; são digitados para computadores nos casos
nos quais estão disponíveis sistemas eletrônicos; são redigidos relatório de crítica, que
visamdetectar erros de codificação ou digitação; e, por último, é realizada a remessa dos
dados para a esfera estadual (BRASIL, 2001, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2009).
79
Ainda no contexto municipal estão estabelecidas a realização de busca ativas de modo
a atingir suficientemente a atribuição de coleta da DO, no art. 3º da portaria do Ministério da
Saúde nº 1172/2005, que regulamenta a Norma Operacional Básica do SUS 01/1996. Apesar
da referida portaria não estabelecer periodicidade para a realização de buscas ativas, no art.
21, ela vincula a “regularidade e oportunidade na alimentação e retroalimentação dos sistemas
de informação epidemiológica” ao repasse de recursos aos municípios e estados para a
realização de ações de vigilância em saúde, além de outras sanções previstas relacionadas a
comunicação aos órgãos e poderes de controle e fiscalização a nível local(MINISTÉRIO DA
SAÚDE., 2005).
As unidades federativas são responsáveis: pelo recebimento dos formulários
padronizados remetidos pela esfera federal, controle e distribuição dos mesmos para os
municípios; recebimento das DO preenchidas pelos municípios; processamento e revisão das
declarações e arquivos eletrônicos oriundos dos municípios; consolidação e encaminhamento
dos dados para a esfera federal no prazo de 60 (sessenta) dias após a ocorrência; remessa dos
dados sobre mortalidade estadual para os municípios. Essa dinâmica pode variar a depender
do nível de descentralização do sistema de saúde local (BRASIL, 2001, 2011; MINISTÉRIO
DA SAÚDE., 2009).
O órgão gestor nacional do sistema, vinculado ao Ministério da Saúde, além de
sistematizar e consolidar as informações coletadas na forma da Base Nacional de Dados sobre
Mortalidade, também organiza a estruturação do sistema. É por ele que passa a definição e
atualização dos campos da DO; e, realiza a impressão, guarda e distribuição dos documentos
padronizados e numerados para as Unidades Federativas (UF). O órgão gestor opera, também,
o processo de atualização e correção do sistema informatizado, e a elaboração de manuais de
procedimentos (BRASIL, 2001, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2009).
As Declarações de Óbito, por serem a fonte de informação que alimenta o SIM,
condicionam o seu preenchimento adequado à confiabilidade dos dados contidos na base. Em
um sentido mais amplo, compreender os campos disponíveis neste documento significa
estabelecer análise significativa sobre a dinâmica dos dados disponíveis para a realização de
pesquisas. Os blocos que compõem a DO, respectivamente, são: I – Identificação; II –
Residência; III - Ocorrência; IV - Fetal ou menor que 1 ano (sic); V - Condições e causas do
óbito; VI - Médico; VII - Causas externas; VIII – Cartório; IX - Localidade sem Médico.
(BRASIL, 2011).
80
Para efeito da compreensão das variáveis disponíveis face o contexto das pesquisas do
campo das ciências sociais e ambientais foram selecionados os seguintes blocos:
Figura 8 – Bloco I : Identificação, reúne informações sobre identidade do falecido. Retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
Neste bloco destacam-se os seguintes campos: “Data do Óbito”; “Naturalidade”; “Data
de Nascimento”; “Sexo”; “Raça/Cor”; “Escolaridade (última série concluída)”; e, “Ocupação
habitual”.
O marcador temporal – “Data do Óbito” e “Data de Nascimento” – é imprescindível
para a delimitação de correlações entre tempo de exposição e efeitos imediatos nos
cruzamentos de taxas de poluentes no ar, por exemplo, quando associados à outras variáveis.
É o caso de estudos que visam avaliar efeitos da poluição do ar em escolares, modalidade de
estudos predominante na literatura sobre o tema. Além de possibilitar identificar a faixa etária
da população mais vulnerável. No entanto, quando aplicados a marcadores de saúde de causa
difusa, como as neoplasias, possibilitam estabelecer determinados controles que se associados
a variáveis ambientais possibilitam conectar determinadas condições à ocorrência na
população exposta.
O campo “sexo”, possibilita o estabelecimento de considerações demográficas quanto
a índices de mortalidade por causas, considerando a população economicamente ativa
segmentada por sexo e tipos de exposição considerando sua localidade. Além disso, impõe o
papel dos aspectos de gênero relacionados às “Causas da Morte”.
A variável “Naturalidade” pode indicar movimentos migratórios e dinâmica
populacional relacionados aos movimentos de pessoas por fatores econômicos ou sociais
quando comparadas ao “Município da ocorrência” e o bloco “Residência”. Deste modo pode
permitir não somente identificar fluxos migratórios, demarcados no tempo, entre regiões
81
específicas como também demarcar a circulação e origem de determinado agente causador de
doenças.
O nível de “Escolaridade” implica em descrever um contexto social de acesso à
serviços públicos, capital econômico e cultural que reflete em determinantes sociais da saúde
seja pela via da prevenção e promoção de melhores condições de vida ou da atuação cidadã de
modo a garantir que mecanismos de registro e controle de atividades dos serviços públicos e
de entes privados de modo que operem de maneira adequada aos parâmetros legais.
Especificamente, nos casos de exposição a atividades laborais nocivas à saúde o
campo “Ocupação habitual” possibilita aprofundar questões relacionadas às condições de
trabalho como determinante para as condições de vida. Quando o enfoque são agravos à saúde
de origens difusas, possibilitam normatizar e traçar a proporção de indivíduos vinculados a
determinada atividade produtiva e a predominância de determinadas “Causas da Morte”.
Figura 9 –Bloco II : Residência, reúne informações sobre residência do falecido. Retirado do Manual do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
Neste bloco destacam-se os seguintes campos: “Logradouro”; “CEP”;
“Bairro/Distrito”; “Município de residência”; e, “UF”.
Os campos “Logradouro” e “CEP” cumprem papel acessório, por descreverem o ponto
geográfico exato onde o indivíduo residia, no contexto de análises que considerem aspectos
meteorológicos. A localização precisa pode cumprir papel de interesse, com destaque para o
“CEP” por possuir valor numérico padronizado. No entanto, vale considerar a proximidade da
fonte emissora e a mobilidade dos indivíduos ao longo da vida o que implicaria em outros
tipos de cruzamento e buscas para determinar a localização geográfica e o tempo da
exposição. Por outro lado, ainda cumprem o papel de apontar indícios que comprovem ou
fortaleçam correlações já apontadas.
Ainda no que diz respeito à determinação geográfica campos mais abrangentes como
“Bairro/Distrito”, “Município de residência” e “UF”, possibilitam delimitar áreas expostas a
82
riscos de saúde e correlacionar aos aspectos ambientais locais. Constituem-se fontes
consistentes por se aplicarem a grupos de indivíduos, com uma análise menos dependente da
mobilidade de pessoas nos territórios. A mobilidade individual ao longo da vida é aqui
identificável a partir do cruzamento com o campo “Naturalidade” e o bloco III, que registram,
respectivamente, município e UF de nascimento e do óbito.
Figura 10 – Bloco III : Ocorrência, reúne informações sobre local onde ocorreu o óbito. Retirado do Manual do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
Neste bloco destacam-se os seguintes campos: “Município de ocorrência”; e, “UF”.
A partir das variáveis “Município de ocorrência” e “UF” é possível vincular a
mobilidade individual e compreender a dinâmica dos atendimentos de saúde regionais. Podem
possibilitar articulações com a disponibilidade de equipamentos e serviços de saúde, neste
caso.
83
Figura 11 – Bloco V : Condições e causas do óbito, reúne informações sobre causas do óbito. Retirado do Manual do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
Neste bloco destaca-se o seguinte campo: “Causas da morte”.
A “Causas da morte” é variável central para o estabelecimento de possíveis relações
com eventos ambientais associados aos contextos em que se inserem os indivíduos. Ela
possibilita relacionar ou abordar individualmente, pela ordem do documento, “causa
terminal”, “causas antecedentes ou consequenciais” e a “causa básica”. No entanto, apesar de
ser objeto central do documento e prevalecer a recomendação de que reflita a Classificação
Internacional de Doenças, trata-se de um campo altamente vulnerável à ausência de
padronização devido a sequência de campos de mesmo tema contidos neste bloco sendo
apenas o primeiro deles de preenchimento obrigatório.
Figura 12 - Bloco VII : Causas externas, reúne informações sobre provável tipo de óbito. Retirado do Manual do
Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).
Neste bloco destaca-se o seguinte campo: “Acidente de trabalho”.
84
As atividades produtivas podem afetar as condições de vida e ambientais de maneiras
diversas. A relação entre atividade produtiva, seus impactos ambientais e óbitos da população
humana requer a reunião de um conjunto de dados capazes de colocar em um mesmo plano as
possíveis relações causais. Neste sentido, o campo “Acidente de trabalho”, neste caso,
possibilita uma relação imediata entre contexto produtivo e óbitos, decorrentes ou não de
agravos (requer análise do campo “Causas da morte”). Na medida em que pode cumprir papel
de indicativos para uma investigação sobre as condições ambientais relacionadas como, por
exemplo, no caso de atividades extrativistas de minério.
Os dados contidos nas DO aparecem no Sistema de Informação sobre Mortalidade
conforme figura 13.
Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade, conforme extraídosda Declaração
Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).
85
Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade,conforme extraídos da Declaração
Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).
86
Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade, conforme extraídos da Declaração
Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).
87
Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade,conforme extraídos da Declaração
Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).
O Observatório Nacional de Clima e Saúde
Perceber como as variáveis ambientais influem nas condições de saúde tendo bases de
dados como possíveis fontes para situar um contexto empírico requer o cruzamento entre
diferentes tipos de registros. Neste caso específico, considerando as correlações já
estabelecidas entre contaminação atmosférica e agravos à saúde, os aspectos ambientais e
climatológicos podem representar um viés privilegiado de análise quando associados aos
dados sobre as condições socioeconômicas e demográficas, como demonstrado a seguir.
O Observatório Nacional de Clima e Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz, vinculados,
assim como o Sistema de Informações sobre Mortalidade, ao Ministério da Saúde, no
contexto desta pesquisa cumprem o papel de demonstrar e apontar perspectivas para o uso de
registros contidos em diferentes bases de dados. Eles favorecem o desenvolvimento de
pesquisas acadêmicas e proposição de políticas públicas, considerando os impactos das
mudanças ambientais e climáticas nas condições de saúde.
O projeto do Observatório articula dois órgãos externos à Fiocruz, o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Secretaria de Vigilância em Saúde. Os dados selecionados
são extraídos de bases do próprio Inpe – dados climáticos e ambientais -, do IBGE – dados
socioeconômicos – e do DataSUS/MS – informações de saúde. Na figura 14 é possível
observar como os dados são acessados nas fontes primárias pela plataforma da Fiocruz.
88
Figura 14 – Fluxo de informações obtidas das bases do DataSUS, da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Inpe,
apresentado por Barcellos et al. (2016).
Os dados reunidos na base apresentam em uma única plataforma bancos de dados
relacionados a aspectos socioeconômicos e epidemiológicos, com ênfase para as variáveis
ambientais, climáticas e de saúde pública. Sua atuação está dividida em quatro eixos: (1)
“Eventos extremos (desastres)”, que apresenta “o impacto de ondas de calor, inundações e
secas sobre a saúde”; (2) “Vetores”, que sistematiza aspectos ligados “a expansão das áreas de
transmissão de doenças transmitidas por vetores”; (3) “Água”, que aborda “a crise da água e o
aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica”;(4) “Ar”, sobre “a potencialização
do efeito da poluição atmosférica sobre as doenças respiratórias”25. A plataforma tem como
público prioritário pesquisadores, gestores e sociedade civil, na figura 15 é possível observar
o modo de organização e as diferentes etapas do projeto(BARCELLOS et al., 2016).
25 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/pagina/apresentacao. Acesso em: 13 de março de
2019.
89
Figura 15 – Organização e etapas do Observatório Nacional do Clima e Saúde, apresentado porXavier et al. (2017).
Com a tarefa de reunir diferentes fontes de informação, como forma de ampliar a
abrangência e capacidade de análise do Observatório, é parte da iniciativa a participação da
sociedade civil a partir do envio de diferentes formas de registros relacionados às temáticas
prioritárias do projeto. Tal abordagem parte da mesma ideia que perpassa alguns dos textos
apresentados no capítulo anterior, que destacam o papel dos profissionais de saúde e da
população na mitigação e prevenção de agravos,quando há uma disseminação adequada e
acessível de informações sobre as condições ambientais e de vida(XAVIER et al., 2017).
Interessa neste estudo o eixo dedicado a poluição atmosférica e doenças respiratórias
contido na plataforma, também denominada Armazém de Geodados de Clima e Saúde. Os
indicadores que compõem a base geral da plataforma foram selecionados a partir de oficinas
interinstitucionais e consideram os seguintes aspectos:
(i) Como (em que formato) e com que frequência os dados estavam disponíveis; (ii)
qual o período de tempo coberto pelos dados; (iii) a qualidade dos dados; (iv) a
extensão espacial de cobertura dos dados; (v) os níveis de desagregação e resolução
espacial dos dados; e (vi) quais as políticas institucionais eram aplicáveis para os
dados.lii(BARCELLOS et al., 2016)
As mudanças climáticas, por seu impacto nas condições meteorológicas, interferem
nas características físicas e formas dos poluentes em suspensão na atmosfera. Desencadeiam
processos relacionados a agravos de saúde seja pela breve ou longa exposição da população à
90
esses efeitos, ocasionando a ocorrência das chamadas Doenças Sensíveis ao Clima (DSC)
aqui interessa o conjunto relacionado as doenças respiratórias e cardiovasculares (XAVIER et
al., 2017).
As alterações de temperatura, umidade e o regime de chuvas podem aumentar os
efeitos das doenças respiratórias e cardiovasculares, assim como alterar as condições
de exposição aos poluentes atmosféricos tanto em áreas de queima de biomassa
quanto em regiões metropolitanas. Dada a evidência da relação entre alguns efeitos
na saúde devido às variações climáticas e os níveis de poluição atmosférica, tais
como os episódios de inversão térmica, aumento das concentrações de poluentes
atmosféricos provenientes da queima de biomassa e o aumento de problemas
cardiovasculares e respiratórios, parece inevitável que as mudanças no clima à longo
prazo venha a exercer efeitos à saúde humana em escala global, regional e local.
(XAVIER et al., 2017)
Somam-se 37 (trinta e sete) indicadores disponíveis relacionados ao eixo “Ar”26.
Dentre os indicadores disponíveis estão relacionados a agravos de saúde obtidos
através de sistemas de informação do SUS27 os seguintes indicadores: “Taxa de internação por
asma”; “Taxa de mortalidade por asma”; “Taxa de internação por bronquite”; “Taxa de
mortalidade por bronquite”; “Taxa de internação por DPOC”; “Taxa de mortalidade por
DPOC”; “Taxa de internação por pneumonia”; “Taxa de mortalidade por pneumonia”; “Taxa
de internação por infarto agudo do miocárdio”; “Taxa de mortalidade por infarto agudo do
miocárdio”; “Taxa de internação por acidente vascular encefálico”; “Taxa de mortalidade por
acidente vascular encefálico”.
Indicadores relacionados a agravos à saúde
Nomeadamente, os agravos relacionados aos indicadores disponíveis são Acidente
Vascular Cerebral (AVC), Asma, DPOC, Doenças cardiovasculares, Hipertensão, Infarto
Agudo do Miocárdio (IAM), Infecção Respiratória Aguda (IRA) e Influenza (XAVIER et al.,
2017).
Para conjugar análises que contemplem neoplasias pulmonares e do sistema
respiratório tais indicadores cumprem o papel de indicativos quanto à presença de aspectos
nocivos à saúde humana presentes no ambiente capazes de afetar o sistema respiratório e
circulatório, uma vez que tal dado não está contemplado enquanto indicador imediato.
26 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/tema/ar-0. Acesso em: 13 de março de 2019.
27 Sistema de Informação sobre Mortalidade e Sistema de Informações Hospitalares.
91
Indicadores relacionados à contaminação atmosférica e climático-meteorológicas
Sobre contaminação atmosférica estão disponíveis as seguintes variáveis:
“Concentração de material particulado fino na atmosfera”; “Concentração de monóxido de
carbono na atmosfera”. As variáveis climático-meteorológicas são: “Umidade relativa do ar
(grade)”; Precipitação (pontual)”; “Temperatura máxima (pontual)”; “Temperatura mínima
(pontual)”; “Temperatura média (pontual)”; “Umidade relativa do ar (pontual)”; “Velocidade
do vento (pontual)”; “Temperatura média (grade)”; “Precipitação (grade)”.
Os indicadores relacionados à contaminação atmosférica e climático-meteorológicas
cumprem o papel demonstrar geograficamente as localidades onde se concentram o material
particulado na atmosfera e sua trajetória a partir da fonte emissora, de modo a caracterizar as
zonas de maior risco. Vale destacar que algumas das pesquisas descritas no capítulo anterior
fazem uso desse tipo de dado. Tais variáveis além de caracterizarem as áreas de maior risco,
possibilitam, também, apresentar associados aos dados sobre mortalidade os efeitos desta
concentração de poluentes ao longo do tempo.
Indicadores relacionados a aspectos intervenientes e sócio demográficos
Os dados que possibilitam identificar aspectos intervenientes são: “Percentagem de
área urbana”; “Taxa de desmatamento”; “Volume de extração vegetal de madeira”;
“Proporção de domicílios com arborização no entorno”; “Presença de focos de queimadas”;
“Cobertura vegetal e uso da terra”. Já os aspectos socioeconômicos e demográficos estão
reunidos no seguinte conjunto: “Nível de escolaridade”; “População total”; “Razão de sexos”;
“Densidade demográfica”; “Percentual de população urbana”; “Proporção de menores de 5
anos de idade na população”; “Proporção de pessoas acima de 60 anos”; “População de área
rural”.
Os dois conjuntos de indicadores reunidos acima podem ser classificados, também,
como fatores territoriais e sociais, permitem relacionar as populações mais afetadas e seus
contextos socioeconômicos. Permitem compreender, por exemplo, as diferenças de
manifestação do mesmo tipo de agravo no contexto urbano e rural, e ainda os tipos de
contaminação e vulnerabilidades específicas de cada contexto.
A aplicação dos indicadores apresentados possibilita a realização de análises de
tendências, capazes de projetar variáveis a médio e longo prazo, a avaliação de ações e
92
programas empreendidos nos serviços e traçar quadros da conjuntura que considerem os
contextos sociais e as desigualdades em saúde. São importantes para estas análises o
estabelecimento de sítios sentinela e áreas de vigilância, que operam como parâmetros para
outras localidades, no caso do Observatório estas áreas estão distribuídas conforme a
classificação de biomas brasileiros28(XAVIER et al., 2017).
Além disso, os dados disponíveis possibilitam a aplicação de séries temporais, ou
séries históricas, de modo a estabelecer tendências, sazonalidades e a possibilidade de
ocorrerem eventos não esperados. Outra técnica aplicável, considerando os indicadores
disponíveis, são as séries espaciais e a distribuição dos dados segundo a localização
geográfica da ocorrência, o que torna possível a visualização dos agravos dentro de
determinados espaço(XAVIER et al., 2017).
A acessibilidade dos dados esbarra em problemas semelhantes aos enfrentados pelos
sistemas de informação em saúde no geral, limitação técnica para geração de informações na
plataforma online, e repasses de recursos limitados para as constantes atualizações necessárias
e implementação de novas funcionalidades. Apesar das limitações, um esforço para tornar os
dados acessíveis por meio de ferramentas de visualização de dados, na seção “Mapas,
Gráficos e Tabelas” do site do Observatório, constitui uma tentativa de resposta aos
problemas colocados para a disseminação das informações.
Figura 16 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra do Piraí, gráfico gerado na
plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.
28 Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Caatinga.
93
Figura 17– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra Mansa, gráfico gerado na
plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.
Figura 18– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Pinheiral, gráfico gerado na
plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.
Figura 19– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Piraí, gráfico gerado na plataforma
do Observatório Nacional de Clima e Saúde.
Figura 20– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Rio Claro, gráfico gerado na
plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.
94
Figura 21 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Volta Redonda, gráfico gerado na
plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.
Figura 22 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade do Rio de Janeiro, gráfico gerado na
plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.
As figuras de 16 a 22 são um exemplo da aplicação desta funcionalidade de
visualização de dados. Os gráficos apresentados reúnem em séries temporais as taxas de
morbidade por agravos a saúde do sistema respiratório, considerando os indicadores
disponíveis no Observatório para o eixo “Ar”, em Volta Redonda e nas cidades vizinhas -
Barra do Piraí, Barra Mansa, Pinheiral, Piraí e Rio Claro -, e na cidade do Rio de Janeiro a
título de comparação com uma metrópole. Com este exemplo é possível identificar,
preliminarmente, do ponto de vista das morbidades eventuais sazonalidades, e quanto à
estruturação dos dados eventuais inconsistências nas fontes de informação.
Dentre o conjunto de dados disponíveis na plataforma, indicadores relacionados às
neoplasias do sistema respiratório ainda não estão incluídos, apesar das correlações já
estabelecidas entre contaminação atmosférica e este tipo agravo, além da disponibilidade de
dados quanto a sua ocorrência nos sistemas já incorporados pela plataforma. Trata-se,
portanto, de um indicativo de inclusão deste agravo específico, uma vez que os dados que
dizem respeito aos outros agravos do sistema respiratório, já citados, cumprem o papel de
95
reforçar o papel determinante da presença de material particulado em suspensão no ar nas
condições de saúde da população humana.
As bases selecionadas possibilitam estabelecer conclusões quanto ao papel
determinante da publicização e disponibilidade adequada dos dados para o controle social dos
serviços e o desenvolvimento de estudos sobre as condições de saúde da população brasileira.
No entanto, o acesso às informações sobre as condições de saúde esbarra na dispersão das
bases de dados públicas disponíveis. Acrescenta-se a esse fatora ausência de
interoperabilidade dos dados disponíveis nos sistemas, que coloca desafios para que os
princípios dos SUS sejam cumpridos e limitadores no que diz respeito à abrangência dos
dados disponíveis.
Propor modos de organização estratégica do Sistema de Único de Saúde brasileiro
significa dialogar com a prática do serviço e avaliar sua estrutura administrativa, que
repercute na operacionalidade dos sistemas de informação em saúde. Constituem-se como
bases fundamentais para análises relacionadas ao futuro dos sistemas de informação articular
as grandes questões globais aos fatores políticos e econômicos locais, compreender a saúde de
maneira abrangente requer uma abordagem intersetorial e supranacional.
Se, em alguma medida, o envolvimento de muitos atores e uma orientação
descentralizada colocam determinadas limitações à operacionalidade desses sistemas, sua
viabilidade reside justamente nesse caráter hierarquizado, que aproxima as bases de dados dos
contextos locais do sistema de saúde, na medida em que os profissionais que atuam na ponta
dos serviços se apropriam dessas estruturas.
Como é possível perceber, uma série de aparatos legais estabelecem os parâmetros e
vinculações à coleta de dados. Além disso, são estabelecidos mecanismos de financiamento
que vinculam a transferência de recursos à alimentação das bases.
No contexto dos serviços, no cotidiano do Sistema Único de Saúde, as construções
sociais sobre os registros produzidos dialogam com as representações sociais que os
profissionais de saúde constroem acerca dos atendimentos que realizam e quais as categorias
que acionam ao incluir um conjunto de informações nos sistemas. Como a informação se
inscreve como conhecimento nas bases burocráticas tende a apresentar indícios de como as
96
representações sociais estão constituídas no âmbito comunitário. Neste caso, apresentar os
elementos de sentido construídos socialmente se relaciona ao conjunto de aparatos legais,
políticas públicas, normativas de órgãos de regulação e relatórios técnicos
produzidos(AGUIAR, 1991).
Tal conjunto de registros produzidos no âmbito de serviços públicos operam, neste
sentido, no que tange aos regimes de visibilidade e questões ligadas as desigualdades sociais,
como variáveis capazes articular a nomeação e visibilidade dada a determinado evento no
processo de identificação de agravos às condições de saúde. Tais questões se vinculam aos
estigmas, estereótipos e parâmetros discriminatórios vigentes. Nomear implica em atribuir
determinado lugar social aos atores envolvidos, podendo estar expressa nos discursos, em
dados, em classificações e categorizações (ARAÚJO; CARDOSO, 2014).
A informação científica e tecnológica atua de modo a delimitar a mensagem e as
categorias aplicadas no processo de disseminação da informação. No que tange a informação
científica é determinante para a presente análise articular o conjunto de produção que reflete
as correlações entre índices de material particulado no ar e casos de doenças do sistema
respiratório. Por outro lado, uma abordagem que contemple a informação tecnológica,
percorre um caminho de translação, direcionado ao aperfeiçoamento das bases de dados.
Ambos processos – informação científica e tecnológica – compreendidos de maneira
articulada, de modo a produzir conhecimento e refletir sobre as práticas dos sistemas de saúde
e da gestão ambiental dos territórios.
Para o contexto da pesquisa acadêmica se coloca o desafio de lidar com uma grande
quantidade de dados brutos, com variáveis faltantes, e traduzi-los em informações relevantes.
Um dos caminhos possíveis é o trabalho integrado entre diferentes bases, de modo a
minimizar os limitadores relativos a dados redundantes ou ausentes(VIANNA et al., 2010).
Por outro lado, do ponto de vista da teoria crítica da informação o conflito, a
desigualdade e o embate de interesses, são chaves explicativas e de compreensão do mundo
social. Refletem, neste sentido, a perspectiva da condição humana no mundo. A partir delas os
processos de desigualdade operados entre os diversos atores sociais, podem representar os
níveis de democratização do acesso à informação. Além disso, podem atuar, também, como
mecanismos de promoção da saúde e formas de operar sistemas alternativos geradores de
informações e produtores de conhecimento (BARRETO, 2002).
97
Significa, portanto, discutir a concepção de estudos de usuário, sob a lógica dos
sistemas de informação em saúde, como meios de percorrer os fluxos de informação e hábitos
informacionais e seus impactos nas políticas públicas. Compreender os processos pelos quais
as bases são constituídas, levando em consideração os perfis sociodemográficos.
As diversas classificações e indexações estabelecidas nos sistemas de informação
refletem a percepção social de determinadas categorias, no caso específico da saúde pode
reproduzir estigmas e concepções de saúde diversas. A compreensão de como esses
mecanismos são operados reflete os modelos de desenvolvimento e modos de produção de
conhecimento vigentes.
Cabe, portanto, refletir sobre as operacionalidades dos sistemas de informação e seus
modos da inclusão de novos dados. O tempo do conhecimento interativo, as demandas dos
usuários, trabalhadores da saúde e pesquisadores, refletem diretamente na compreensão de
como as informações dialogam com o contexto social. Significa, portanto, compreender como
os modelos de interação com a informação em tempo real e os novos valores atribuídos a
informação operam na geração de novas informações e conhecimentos, além dos seus
impactos tecnológicos (HJØRLAND, 1998).
A interoperabilidade dos sistemas existentes é o desafio atual para o SUS, as bases
consolidadas e aqui demonstradas representam o aperfeiçoamento de modelos de gestão e
coleta de dados sobre as condições de saúde da população brasileira. Em 2011, o Ministério
da Saúde estabeleceu parâmetros para informações e interoperabilidade entre sistemas de
informação do SUS, que entre seus objetivos aponta “estruturar as informações referentes aos
atendimentos prestados aos usuários do SUS visando à implementação de um Registro
Eletrônico de Saúde nacional e longitudinal”(MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2011).
Fica patente, também, o caráter transversal necessário à gestão das bases de dados seja
no âmbito das esferas de governo, municipal, estadual e federal, ou no contexto dos diferentes
setores e órgãos, autarquias e organização civil. A viabilidade e a confiabilidade dos dados
registrados dependem de um comprometimento e compreensão por parte dos atores, que
operam fora do sistema de saúde, do seu papel, por exemplo, enquanto Unidades
Notificadoras.
A informação em saúde é determinante para a qualidade de vida das pessoas, na
medida em que torna possível uma definição estratégica dos investimentos e ações de saúde.
Além de garantir uma participação social maior através de mecanismos de controle social e
98
pela possibilidade de garantir que os cidadãos tenham acesso a informações sobre os
principais agravos de saúde que afetam seu território e os mecanismos de mitigação e
prevenção.
As recentes políticas assumidas no âmbito dos estados nações e fortemente pautadas
pelos organismos transnacionais no que tange as noções de dados e acesso
aberto(GUIMARÃES, 2009) operam sobre a organização social da ciência, os modos de
organização da sociedade, de produção do conhecimento classificado como especializado e a
ideia de domínios. Estãoarticulados a uma aproximação, ou não, das técnicas e os atores
sociais iniciados e não iniciados e a persistência de problemas de circulação da informação
(SAYÃO; SALES, 2013).
Neste sentido, frente ao desafio de integrar bases de saúde e ambientais, quando em
ambas as áreas estas bases possuem ainda uma organização fragmentada, iniciativas que
propõem sistematizar tais informações e disponibilizá-las publicamente são estruturantes para
garantir políticas públicas voltadas para a produção de dados acessíveis. Tais iniciativas
operam de modo a fazer frente ao desafio já apontado de constituir estratégias capazes de
superar a fragmentação dos dados.
Estão colocados os seguintes desafios, cuja relação entre eles é complementa: superar
a fragmentação das bases de dados sobre as condições ambientais e de saúde das populações
humanas e não humanas; estabelecer mecanismos adequados de disseminação dessas
informações como forma de mitigar e prevenir diferentes tipos de agravos; e, constituir
mecanismos e metodologias capazes de estabelecer correlação entre bases com diferentes
objetos, de modo a atribuir responsabilidades efetivas entre os diferentes atores sociais quanto
aos riscos à manutenção da vida humana sob uma perspectiva ecológica.
99
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Figura 23 – O Memorial 9 de novembro, de Oscar Niemeyer, bombardeado. Praça Juarez Antunes – Volta
Redonda.Foto: Arquivo/Sindicato dos Metalúrgicos.
100
Na Praça Juarez Antunes, localizada na região central da cidade, o Memorial 9 de
Novembro é um dos principais pontos de movimentação de operários nas trocas de turno da
Companhia Siderúrgica Nacional. Dupla testemunha, o Memorial: a testemunha que relata,
eternamente rememorando o extermínio de William Fernandes Leite, Valmir Freitas
Monteiro, Carlos Augusto Barroso – os três operários que, no dia 9 de novembro de 1988,
foram mortos pelo Exército no piquete contra a CSN. Mas o Memorial é também a
testemunha que, apartada dos acontecimentos, observa os rumos empreendidos pela empresa
após a sua privatização. Ora bombardeado, agora restaurado, o Memorial permanece ali
recontando histórias que refletem a vida local e os projetos macroeconômicos do país.
As populações, na busca por mecanismos de reprodução social, irão estabelecer modos
de organização de vida estruturados no ambiente que as cercam. Novos modelos econômicos
e perspectivas de desenvolvimento interferem nas estruturas sociais. As divisões do trabalho,
as condições de moradia, os acessos aos espaços de lazer são determinados por tais processos.
Os modelos industrial-desenvolvimentistas que vigoraram na América Latina, na esteira de
um processo de globalização, impuseram novas formas de apropriação dos espaços.
As atividades industriais passam a ocupar lugar central, não somente nas relações
sociais, mas agora, também, no cenário dos ambientes de vida. O uso privado de bens comuns
ganha novas faces, baseado na socialização dos riscos. E, então, passa-se a classificar e
caracterizar a Terra como inserida em uma nova era geológica, em que o homem é o
responsável direto pelo conjunto de alterações significativas que afetam as dinâmicas
climáticas do planeta – o Antropoceno.
O campo da sociologia ambiental reflete o marco temporal das preocupações dos
meios acadêmicos e da sociedade civil com os impactos cumulativos das atividades
produtivas humana em um contexto global. A sociologia volta as suas chaves analíticas para a
compreensão das interações entre sociedade e ambiente. Em um primeiro momento, a
humanidade é percebida sob a égide do seu lugar ecológico, e o ambiente é compreendido
como campo de disputas sociais em que as relações entre indivíduos perpassam as formas de
apropriação do espaço. Contemporaneamente, as pesquisas do campo se direcionam para a
investigação quanto aos resultados das alterações ambientais decorrentes da ação humana,
assim como suas consequências nos processos de reprodução da vida humana.
A sociologia ambiental quando aplicada a compreensão das condições de saúde pode
favorecer o estabelecimento de quadros quanto a situação de saúde que permitam controlar os
101
níveis de carga atribuível de determinado agravo. Considerando suas chaves analíticas
possibilita investigar e delimitar cargas atribuíveis difusas, como no caso das neoplasias, na
medida em que possibilitam colocar em um mesmo quadro condições ambientais e sociais a
que os indivíduos estão expostos e os possíveis reflexos nas condições de saúde. Cumpre,
portanto, o papel de associar hábitos de vida, fluxos migratórios, dinâmicas de gênero e raça,
modelos produtivos entre outros componentes observáveis em contextos empíricos aos
quadros de saúde.
As pesquisas que articulam ambiente e sociedade apontam para preocupações com
variáveis de gênero. No entanto, outras temáticas caras aos estudos de desigualdades
relacionadas a marcadores identitários, como aquelas relacionadas a etnia, não são abordadas
diretamente. Tais variáveis, por representarem impactos significativos nas condições de vida
das populações, podem ser incluídos no eixo de marcadores de desigualdade social vigentes.
Por outro lado, marcadores de desigualdade social que tradicionalmente se apresentam na
literatura requerem revisão, também, pelas mudanças ambientais em que os riscos expõem os
indivíduos a novas e antigas formas de vulnerabilidades.
Os contextos urbanos, como o de Volta Redonda, colocam desafios empíricos para
análises do campo da Sociologia. A descrição dos modos de vida destes espaços requer um
conjunto de ferramentas epistemológicas capazes de abranger a diversidade de fatores
intervenientes, neste caso, quanto aos impactos nas condições de saúde. Em outras palavras,
as análises desenvolvidas passam a implicar uma quantidade superior de variáveis em
contextos interdisciplinares.
Ao longo dos Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Ambiente e Sociedade, foram apresentados um conjunto de pesquisas em
desenvolvimento por pesquisadores das mais diversas áreas. Quando os temas são impactos
ambientais e condições de saúde, estes trabalhos se concentram em abordagens centradas em
aspectos ligados a poluição do ar, atividades produtivas, desmatamento de áreas nativas e
extração de minérios. Deste conjunto, um número ainda pouco significativo orienta os objetos
de análise para uso de bases de dados, de modo a compreender contextos empíricos ou
aspectos ligados a correlações entre eventos ambientais e condições de saúde.
Associada a este contexto de pesquisas, as condições de saúde são pouco presentes no
conjunto geral de artigos publicados na revista Ambiente e Sociedade. Quanto à poluição do
102
ar,as abordagens localizadas não estabelecem seus vínculos diretos às condições de saúde: se
limitam a apresentar metodologias capazes de medir a dispersão de poluentes no ar.
A presença de poluentes no ar se relaciona a um conjunto amplo de agravos à saúde
relacionados ao sistema respiratório e circulatório. Este conjunto de agravos se encaixa entre
as principais causas de morte a nível global. Dentre este conjunto de Doenças Crônicas Não
Transmissíveis, as neoplasias de traqueia, brônquios e pulmões são um fator
quantitativamente determinante. A contaminação atmosférica é resultante, em aspectos gerais,
predominantemente de atividades industriais, queima de combustíveis fósseis e queimadas de
áreas de florestas e plantações.
Neste sentido, as neoplasias do sistema respiratório podem ser consideradas como
tipos de agravos capazes de operarem como marcadores de saúde importantes dos impactos da
poluição do ar (que se estabelece como um marcador ambiental), e, por conseguinte, das
atividades industriais nas condições de vida das pessoas. Associam-se como fatores
determinantes para a caracterização desses casos tais marcadores sociais e climáticos.
Marcadores sociais seriam, portanto, aqueles relacionados aos espaços de vida, aspectos
demográficos e variáveis identitárias, como, por exemplo, gênero e raça. Já aqueles ligados ao
clima constituem-se por áreas geograficamente localizadas em que se concentram partículas
poluentes, que requer variáveis ligadas a índices de calor e direção do vento, por exemplo.
Foram aplicadas como modelos de fontes de dados empíricos para trabalhos que
pretendam utilizar bases de dados para realizar análises que articulem aspectos ambientais,
sociais e de saúde, o Sistema de Informação sobre Mortalidade e o Observatório Nacional de
Clima e Saúde. Estas bases reúnem, como aqui demonstrado, dados que possibilitam de
demarcar a correlação entre o desfecho de agravos à saúde e variáveis climático-ambientais ao
longo do tempo em séries temporais. Além disso, tais bases possibilitam, também, estabelecer
vínculos entre as preocupações teóricas do campo da Sociologia e os contextos em que se
inserem estas bases.
O Sistema de Informação sobre Mortalidade dá conta de demonstrar a viabilidade de
políticas públicas voltadas para o registro de dados sobre a saúde da população. Ele opera
também no papel de disseminação das informações produzidas no contexto dos sistemas de
informação para atores sociais como gestores, a comunidade acadêmica e a sociedade civil
organizada. A existência do SIM se deve ao processo de consolidação do Sistema Único de
103
Saúde, representa, neste sentido, um conjunto de experiências bem-sucedidas no que diz
respeito à implementação de serviços públicos de saúde de abrangência nacional.
Paralelo ao SIM, a descrição e análise do Observatório Nacional de Clima e Saúde
representa a implementação de estratégias de tratamento e publicização de informações no
âmbito das instituições de pesquisa. O Observatório, vinculado a Fundação Oswaldo Cruz,
aponta, além da capacidade técnica e acadêmica de análise de bases de dados públicas
intersetoriais em uma mesma plataforma, a possibilidade de atuação conjunta entre
instituições de maneira interdisciplinar. Não por acaso, a iniciativa se mostra capaz de
estabelecer correlações importantes entre agravos à saúde, poluição ambiental e aspectos
sociais, que apontam indicativos que fortalecem o modelo de análise aqui proposto e
desdobramentos possíveis de pesquisas no campo da Sociologia.
Buscou-se, com esta pesquisa, apontar o aspecto fundamental do desenvolvimento de
pesquisas no campo da Sociologia capazes de abordarem questões de saúde e ambiente sob
um prisma interdisciplinar, capaz de conjugar um conjunto abrangente de fontes de
informação. O caso da cidade de Volta Redonda, aqui aplicado, cumpre o papel de, a partir de
um contexto empírico, direcionar o olhar para uma série de dinâmicas sociais que impactam
na manifestação e desfecho de determinados tipos de agravos. Deste modo, espera-se atribuir
as devidas responsabilidades quanto aos danos sociais, ambientais e de saúde da população:
neste caso, empresas privadas apartadas do processo de desenvolvimento local, como a atual
Companhia Siderúrgica Nacional.
A composição dos pontos aqui apresentados sistematiza e articula algumas das
principais questões abordadas por iniciativas que caminham no sentido de propor um
pensamento prospectivo para o SUS, de refletir sobre as práticas nos serviços, e de consenso
em torno de uma agenda de desenvolvimento a nível global.
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133
8. ANEXOS
Figura 24 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 4, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (BRASIL, 2011).
Figura 25 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 5, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (BRASIL, 2011).
134
Figura 26 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 6, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (BRASIL, 2011).
Figura 27 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 7, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (BRASIL, 2011).
135
Figura 28 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 8, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre
Mortalidade (BRASIL, 2011).
136
iDo original: “The findings regarding the carcinogenicity of outdoor air pollution as a mixture, and of
particulate matter specifically, are remarkably consistent in epidemiological research, studies of cancer
in experimental animals, and a wide range of studies of mechanisms related to cancer. Particularly, an
increased risk of lung cancer was consistently observed in cohort and case-control studies including
millions of people and many thousands of lung cancer cases from Europe, North America, and Asia”.
Tradução livre.
ii Do original: “Given sociology’s neglect of the biophysical environment — and tendency to equate
“the environment” with the social context of the phenomenon being studied — it is not surprising that
efforts to establish environmental sociology as an area of inquiry included a critique of the larger
discipline’s blindness to environmental matters.” Tradução livre.
iiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727933A9
ivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795687D4
vhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780306P6
vihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787433Y1
viihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785472U1
viiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780798A1
ixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4792537U4
xhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786445E1
xihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788024D2
xiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798590Y3
xiiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780134P6
xivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767896U8
xvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790065U0
xvihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780762Z6
xviihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778307Z0
xviiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787474T1
xixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734633T3
xxhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781582H5
xxihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708983J2
xxiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780815P9
xxiiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787513A2
xxivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721138H6
xxvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787881Y6
xxvihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4764813Y3
137
xxviihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4130153U0
xxviiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706377A7
xxixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706367P5
xxx Currículo Lattes não localizado.
xxxihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760428P6
xxxiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4705238Z6
xxxiiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4235848Y4
xxxivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4333724H6
xxxvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770122Y9
xxxvi Op. cit.
xxxviihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4765226P1
xxxviiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785379U6
xxxixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723262P5
xlhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785630A4
xlihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767896U8
xliihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790380Y6
xliiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795642U5
xlivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787609T0
xlvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770670Y8
xlvi Op. cit.
xlvii Pesquisadora mexicana, não apresenta registro na Plataforma Lattes.
xlviii Op. cit.
xlixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4587031P5
lhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4167719P1
liDo original: “This approach assumes that a scientifically literate society in health care increases its
well-being level because it has the skill that allows the society to better meet issues such as health and
the environment. In like manner, scientific literacy may be considered as an action indicator of the
environmental community’s health when directed to reduce pressure on the environment or exposure
to contaminated environments.” Tradução livre. liiDo original: “(i) how (in what form) and at what frequency the data was available; (ii) what time-
period was covered by the data; (iii) the quality of the data; (iv) the spatial extension coverage for the
data; (v) the levels of disaggregation and spatial resolution of the data; and (vi) what institutional
policies applied to the data.” Tradução livre.