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Rio de Janeiro 2019 INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE Poluição industrial e saúde humana: limitações e potencialidade do uso de bancos de dados públicos em pesquisas empíricas. JEFFERSON DE MATOS CAMPOS Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz

INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E ...vi AGRADECIMENTOS À equipe da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, da Vice-presidência de Educação, Informação

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Rio de Janeiro

2019

INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE

Poluição industrial e saúde humana: limitações e potencialidade do uso de bancos de dados públicos em pesquisas

empíricas.

JEFFERSON DE MATOS CAMPOS

Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz

ii

JEFFERSON DE MATOS CAMPOS

Poluição industrial e saúde humana: limitações e potencialidade do uso de bancos de dados públicos em pesquisas

empíricas.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Informação, Comunicação e Saúde

(Icict), para obtenção do grau de Mestre em

Ciências.

Orientador: Prof. Dr. Carlos José Saldanha

Machado.

Coorientadora: Prof. Dra. Cristina Araripe

Ferreira

Rio de Janeiro

2019

iii

iv

JEFFERSON DE MATOS CAMPOS

Poluição industrial e saúde humana: limitações e potencialidade do uso de bancos de dados públicos em pesquisas

empíricas.

Aprovada em 31 de maio de 2019

BANCA EXAMINADORA:

Titulares

____________________________________________________

Prof. Dr. Carlos José Saldanha Machado

ICICT/FIOCRUZ

____________________________________________________

Prof. Dr. Christovam de Castro Barcellos Netto

ICICT/FIOCRUZ

____________________________________________________

Profª Drª Simone Santos Oliveira

ENSP/FIOCRUZ

Suplentes:

Profª Drª Rosany Bochner

ICICT/FIOCRUZ

Profª Drª Lidiane dos Santos Carvalho

UNIRIO

v

DEDICATÓRIA

Apresento minha dedicatória na forma de uma carta, a mesma que construí quando,

tolamente, achei que não chegaria até aqui, reescrita na forma de uma carta de resiliência.

Ao corpo docente e coordenação do PPGICS (e, porque não, aos amigos),

Venho por meio desta comunicar a minha (agora) resiliência ao curso. Encerro esse ciclo não

da maneira esperada, mas da maneira possível. Que a resiliência não seja confundida com

algum tipo de falência: trata-se apenas de um dos caminhos possíveis para se encerrar um

ciclo. Neste caso, um ciclo de aprendizagem rico e bem-sucedido graças ao comprometimento

de docentes, discentes e gestão, e, centralmente, de uma instituição forte baseada nos

preceitos do SUS. A perspectiva interdisciplinar que tanto nos inquieta em nosso percurso

formativo dentro do PPGICS me trouxe até este momento com a maturidade acadêmica para

compreender que o processo de ensino-aprendizagem extrapola o aqui e agora. Não é por

outro motivo que sigo com a certeza que, apesar das intempéries, o saber é histórico e a vida é

luta coletiva e cotidiana. Contem sempre com esse aluno que vos escreve – conto com vocês.

Após esta breve carta, concluo. Aprendi logo cedo, nos estágios de docência que fiz ao longo

da minha graduação em escolas da educação básica com orientação de professores da

Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, que educar é ato amoroso.

Amoroso porque resiste e lida com o saber, algo tão visceral e característico de nós humanos.

A pós-graduação ainda tem muito a aprender com a educação básica.

Dedico este trabalho as presenças e vivências amorosas.

vi

AGRADECIMENTOS

À equipe da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, da Vice-presidência de

Educação, Informação e Comunicação, da Fundação Oswaldo Cruz, meus amigos, meus

amores, meus orientadores incondicionais. Por conjugarem ao longo de quase dez anos juntos

de muito trabalho, amor e práxis na luta por uma educação justa e inclusiva para um país do

tamanho do Brasil e serem peças fundamentais desse trabalho.

Aos amigos que compartilharam comigo a gestão 2017-2018 da APG Fiocruz, tive a certeza,

com o movimento estudantil, da força da educação e das instituições públicas. São estes laços

solidários e coletivos que dão força para seguir adiante. A atuação política autônoma é

definitiva em tempos de conservadorismo e neoliberalismo.

Aos amigos da Comuna de Del Castilho, juntos sobrevivemos à pós-graduação e nos

fortalecemos no sonho e luta por uma sociedade igualitária e autônoma. Nossas origens não

nos permitem falhar.

Ao meu orientador, pela sensibilidade ao me guiar de volta a minha cidade natal enquanto

objeto de pesquisa e contribuição possível as reflexões sobre este território, e pela

compreensão com as minhas fragilidades.

Aos profissionais dos Sistema Único de Saúde, que pela sua dedicação e comprometimento

tornam possível a realização de trabalhos acadêmicos como o que segue.

Aos trabalhadores, operários da vida em sociedade, que ao lutarem para sobreviver em

contextos adversos dão sentido a luta por uma sociedade equânime.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que financia através do seu

programa de bolsas de estudos esta pesquisa.

À Fundação Oswaldo Cruz, instituição pública, que cumpre tarefa centenária na formação de

pessoal técnico qualificado para o SUS.

vii

David se aproximava do pátio da mina. Atravessou o pátio e, no meio

dos outros, subiu os pequenos degraus que levavam à "gaiola". Um

silêncio. A grade cerrou-se com estrépito. Outro silêncio - depois o

som distante de um sino. Os homens se apertavam ali, comprimidos -

massa compacta e confusa no silêncio e na penumbra matinal. Acima

deles erguiam-se as superestruturas dominando a cidade, o porto, o

mar. Abaixo deles, como um túmulo, abriam-se as trevas recônditas

do subsolo.

Sob a luz das estrelas, A. J. Cronin.

viii

RESUMO

O presente trabalho busca explorar o atual cenário da pesquisa brasileira em Ambiente e

Sociedade, particularmente no que concerne uma compreensão abrangente dos agravos à

saúde. Parte-se de uma perspectiva que compreende os aspectos sociais e ambientais como

intrínsecos das condições de saúde. São discutidos aspectos epistemológicos relacionados as

pesquisas do campo da Sociologia, com viés ambiental e de saúde pública, considerando

contextos empíricos de cidades industriais, neste caso a cidade de Volta Redonda marcada

pela presença da Companhia Siderúrgica Nacional. Para tanto, apresenta-se um conjunto de

materiais descritivos quanto as produções acadêmicas no campo Ambiente e Sociedade e de

bases de dados da área de saúde. As produções acadêmicas selecionadas foram obtidas a partir

de levantamentos realizados utilizando os trabalhos apresentados aos Encontros Nacionais da

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade, entre 2002 e

2015; e textos publicados na revista Ambiente e Sociedade, de 1999 a 2018. As bases de

dados selecionadas, segundo critério de representatividade de casos desfecho – óbitos –

relacionados a agravos do sistema respiratório e disponibilidade de dados sobre presença de

material particulado na atmosfera, foram o Sistema de Informação sobre Mortalidade e o

Observatório Nacional de Clima e Saúde.

Palavras-chave: Companhia Siderúrgica Nacional; Desenvolvimento; Desigualdade Social;

Industrialização (Saúde Ambiental); Neoplasias Pulmonares; Poluição do Ar; Sistemas de

Informação em Saúde; Volta Redonda.

ix

ABSTRACT

In this essay, we will explore the current situation of the Brazilian research in Environment

and Society, particularly over the building of a broader comprehension of public health

problems. The groundwork perspective of this work states that the social and environmental

aspects are fundamental to the comprehension of health factors. We relate the epidemiologic

aspects with sociology researches in the Environment and public health fields, taking into

consideration the empiric context of industrial cities – in this case, Volta Redonda city and the

marks it carries over the presence of the Companhia Siderúrgica Nacional (National Steel

Company). In order to achieve this goal, we describe academic productions in the fields of

Environment and Society, as well as health databases. The academic productions selected

were obtain through the gathering of works presented during the Encontros Nacionais da

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade between the

years of 2002 and 2015, and essays published in the Ambiente e Sociedade magazine between

the years of 1999 and 2018. We selected the following databases (Sistema de Informação

sobre Mortalidade and Observatório Nacional de Clima e Saúde.), for their competence in

representing deadly cases related with problems in the respiratory system, and because both

databases made data over the presence of particulate matter in atmosphere available to the

public.

Keywords: Companhia Siderúrgica Nacional; Growth and Development;Social Inequity;

Industrial Development; Lung Neoplasms; Air Pollution; Health Information Systems; Volta

Redonda..

x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 -“Pó preto” no céu de Volta Redonda em 22 de julho de 2018. Foto de Guilherme

Cunha para o jornal Foco Regional. ......................................................................................... 16

Figura 2 -1ª reunião do “Movimento dos Atingidos pelo Pó da Companhia Siderúrgica

Nacional (CSN)”, criado em Volta Redonda em agosto de 2018. Foto de Divulgação do

Comitê Ambiental Sul. ............................................................................................................. 16

Figura 3 – Fluxograma da informação de óbitos em estabelecimentos de saúde, fluxo 1,

retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ............ 74

Figura 4 – Fluxograma da informação de óbitos fora de estabelecimentos de saúde, fluxo 2,

retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ............ 75

Figura 5 – Fluxograma da informação de óbitos sem assistência médica, fluxo 3, retirado do

Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). .............................. 75

Figura 6 – Visão geral do modelo vigente da declaração de óbito, retirado do Manual do

Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................. 76

Figura 7 – Fluxograma de distribuição da Declaração de Óbito, retirado do Manual de

procedimento do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2001) ...................... 78

Figura 8 – Bloco I : Identificação, reúne informações sobre identidade do falecido. Retirado

do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ......................... 80

Figura 9 –Bloco II : Residência, reúne informações sobre residência do falecido. Retirado do

Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). .............................. 81

Figura 10 – Bloco III : Ocorrência, reúne informações sobre local onde ocorreu o óbito.

Retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ........... 82

Figura 11 – Bloco V : Condições e causas do óbito, reúne informações sobre causas do óbito.

Retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ........... 83

Figura 12 - Bloco VII : Causas externas, reúne informações sobre provável tipo de óbito.

Retirado do Manual do Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ........... 83

Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade, conforme

extraídos da Declaração Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006). 84

Figura 14 – Fluxo de informações obtidas das bases do DataSUS, da Agência Nacional de

Águas (ANA) e do Inpe, apresentado por Barcellos et al. (2016). ........................................... 88

xi

Figura 15 – Organização e etapas do Observatório Nacional do Clima e Saúde, apresentado

por Xavier et al. (2017)............................................................................................................. 89

Figura 16 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra do

Piraí, gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. .................. 92

Figura 17– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra Mansa,

gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................... 93

Figura 18– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Pinheiral,

gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................... 93

Figura 19– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Piraí, gráfico

gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................................ 93

Figura 20– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Rio Claro,

gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........................... 93

Figura 21 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Volta

Redonda, gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. ........... 94

Figura 22 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade do Rio de

Janeiro, gráfico gerado na plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde. .............. 94

Figura 23 – O Memorial 9 de novembro, de Oscar Niemeyer, bombardeado. Praça Juarez

Antunes – Volta Redonda. Foto: Arquivo/Sindicato dos Metalúrgicos. .................................. 99

Figura 24 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 4, retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 133

Figura 25 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 5, retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 133

Figura 26 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 6, retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 134

Figura 27 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 7, retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 134

Figura 28 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 8, retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011). ................................................................. 135

xii

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Palavras-chave apresentadas por categoria............................................................ 30

Quadro 2 – Resultados das buscas bibliográficas na base Scielo. ............................................ 32

Quadro 3 - Resultados das buscas bibliográficas na base The Lancet...................................... 33

Quadro 4 – As principais temáticas abordadas em GTs ao longo dos ENANPPAS, entre 2002

e 2015. ...................................................................................................................................... 43

Quadro 5 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do I ENANPPAS, 2002. ................. 46

Quadro 6 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do II ENANPPAS, 2004. ................ 51

xiii

LISTA DE SIGLAS*

CSN Companhia Siderúrgica Nacional

Iema Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

INAMPS Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

SUS Sistema Único de Saúde

SIH Sistema de Informações Hospitalares

SIM Sistema de Informação sobre Mortalidade

Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz

SIA Sistema de Informações Ambulatoriais

SINASC Sistema de Informações de Nascidos Vivos

SIGAB Sistema de Gerenciamento de Ambulatórios Básicos

OMS Organização Mundial da Saúde

MS Ministério da Saúde

ANPPAS Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e

Sociedade

ENANPPAS Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa

em Ambiente e Sociedade

Scielo Scientific Electronic Library Online

DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis

ASoc Revista Ambiente e Sociedade

DataSUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

BO Boletins de Ocorrência

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PIB Produto Interno Bruto

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IG Índice de Gini

SINAN Sistema Nacional de Agravos de Notificação

xiv

ONU Organização das Nações Unidas

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

FJP Fundação João Pinheiro

CID Classificação Internacional de Doenças

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

PNIIS Política Nacional de Informação e Informática em Saúde

LAI Lei de Acesso à Informação

e-Gov Política de Governo Eletrônico

RES Registro Eletrônico de Saúde

DO Declaração de Óbito

IML Institutos Médico Legais

SVO Serviços de Verificação de Óbitos

SVS Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde

UF Unidades Federativas

Inpe Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

ANA Agência Nacional de Águas

DSC Doenças Sensíveis ao Clima

AVC Acidente Vascular Cerebral

IAM Infarto Agudo do Miocárdio

IRA Infecção Respiratória Aguda

*As siglas estão apresentadas na ordem que aparecem no texto.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 16

2. MÉTODOS ................................................................................................................................... 28

3. AS PESQUISAS EM SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE NO BRASIL ............................... 37

4. CONTEXTOS LOCAIS E AS BASES DE DADOS EM SAÚDE .............................................. 65

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 99

6. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 104

7. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 110

8. ANEXOS ..................................................................................................................................... 133

16

1. INTRODUÇÃO

Figura 1 -“Pó preto” no céu de Volta Redonda em 22 de julho de 2018. Foto de Guilherme Cunha1 para o

jornal Foco Regional.

Figura 2 -1ª reunião do “Movimento dos Atingidos pelo Pó da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)”,

criado em Volta Redonda em agosto de 2018. Foto de Divulgação do Comitê Ambiental Sul.2

1 Disponível no sítio virtual do jornal Foco Regional: focoregional.com.br, acessado em dezembro de

2018. Título da reportagem: Companhia Siderúrgica Nacional se pronuncia sobre pó preto no céu de

Volta Redonda.

2 Disponível em: https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2018/08/5569163-volta-redonda-cria-o-

movimento-dos-atingidos-pelo-po-da-companhia-siderurgica-nacional-csn.html#foto=1 Acesso em:

setembro de 2018. Título da reportagem: Volta Redonda cria o 'Movimento dos Atingidos pelo Pó da

17

Um a um, membros do grupo de mais de cento e cinquenta pessoas reunidas na Cúria

Diocesana da cidade de Volta Redonda levam vidros e mais vidros repletos do mesmo

conteúdo: o “pó preto” que reuniram em suas casas, em suas escolas, em seus locais de

trabalho. Por toda a sala, cartazes apontam um mesmo “culpado”: a Companhia Siderúrgica

Nacional (CSN), que seria responsável direta pelo incômodo “pó preto” que, a cada labareda

das chaminés, se ergue no horizonte da cidade.

Uma caixa de papelão (conforme figura 2) se enche com o pó depositado pelos

participantes, dando corpo ao que todos, naquela sala, já vivenciam diariamente. O único

propósito da caixa é ilustrar a experiência de poluição do ar que os moradores de Volta

Redonda conhecem pelo cotidiano. A caixa é uma pequena parcela dessa experiência, uma

metáfora dos tantos dias passados cercados pelo pó industrial – ela dita o tom de denúncia do

1º encontro do Movimento dos Atingidos pelo Pó da Companhia Siderúrgica Nacional.

Como é possível observar na figura 1, o popularmente chamado “pó preto” constitui

partículas visíveis, de coloração escura, que durante um período permanecem suspensas no ar

como uma nuvem de poeira e que, levadas pelo vento, se afixam às plantas, prédios e até

mesmo ao corpo humano, afetando diretamente o sistema respiratório.

Segundo o Inventário de Emissões Atmosféricas da Região da Grande Vitória,

produzido pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema)(2011)-

capital que, como Volta Redonda, registra há anos depoimentos da população capixaba acerca

da presença constante de nuvens de pó poluente -, o “pó preto” é constituído por agentes

poluentes diversos, inclusive aqueles produzidos por meios de transporte, veículos

motorizados públicos e particulares. Entretanto, é seguro dizer que a maior parte da

constituição deste pó é proveniente da manipulação de metais, e, reúne partículas de minérios

de ferro e de carvão, que contribui para a sua coloração.

Em meio às declarações acerca da qualidade do ar respirado na cidade de Volta

Redonda, uma delas chama atenção. O morador Carlos Alberto da Silva, 45 anos, aponta que

“no meu bairro, a maior parte dos vizinhos, assim como eu, sofre com sérios problemas

respiratórios” 3 .Com esta frase, aparentemente pouco complexa, dimensiona-se o caráter

coletivo e urgente de um problema de saúde pública, diretamente relacionado à uma questão

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)' – Moradores levaram pó preto, em recipientes de vidros, em

protesto contra a poluição, de Francisco Edson Alves.

3 Disponível no sítio virtual do jornal O Dia. Idem.

18

ambiental complexa. Em outras palavras, não é possível pensar a saúde do morador de Volta

Redonda sem considerar imediatamente a sua relação com a qualidade do ar da cidade e a

presença da CSN. Qualquer análise capaz de dar conta da totalidade das condições de saúde

de Carlos Alberto e seus vizinhos deve considerar, portanto, os aspectos sócio-históricos e

ambientais implicados.

O presente trabalho dissertativo busca reconstruir um cenário parcial da pesquisa

brasileira contemporânea em ambiente e sociedade, particularmente no que concerne uma

compreensão dos agravos à saúde. Parte-se da ideia de que as questões de saúde devem ser

compreendidas a partir de uma perspectiva social e ambiental. Nesse sentido, busca-se reunir

neste texto produções acadêmicas capazes de demonstrar os modelos analíticos e objetos

utilizados por pesquisadores deste campo de pesquisas, sob uma ótica interdisciplinar. São

apresentados, ao longo do texto, o levantamento de pesquisas apresentadas em meios

acadêmicos selecionados, que consideram como o ambiente – e, consequentemente, as

dinâmicas sociais que o perpassam – constitui-se como um fator determinante à saúde da

população.

Esta investigação surge a partir da preocupação de apontar ferramentas

epistemológicas já constituídas e como elas podem, ou não, possibilitar abordagens empíricas

quanto aos impactos nas condições de vida e de saúde de populações expostas à poluição

industrial, especialmente a poluição atmosférica. O impacto da poluição industrial na vida de

milhares de indivíduos tornou-se um tema particularmente caro devido ao meu envolvimento

com o cenário ambiental descrito, no contexto do objeto desta pesquisa, como apresentado no

relato a seguir produzido no contexto da disciplina Fundamentos Teóricos da Informação e

Comunicação, do Programa de Pós-Graduação em Informação, Comunicação e Saúde:

Tenho origem em uma família negra, de classe média baixa, de origem rural,

patriarcal e com avós operários. Nasci e cresci em Volta Redonda, em um bairro

igualmente de classe média baixa.

As famílias migravam de Minas Gerais para trabalhar. A cidade passou por grandes

greves, operários mortos em conflitos, prisões violentas. Em uma das greves de uma

CSN ainda estatal, meu avô e tantos outros foram impedidos de sair do espaço da

siderúrgica. Nesses dias, era minha avó quem levava comida para o “prisioneiro” da

Siderúrgica.

Em síntese, o caminho da juventude do meu pai foi estudar na escola técnica, com a

perspectiva de alcançar uma melhora nas condições de vida. Dedicou-se a

informática, e seu primeiro trabalho, após a formação técnica, foi nos escritórios

administrativos da CSN, que, até hoje, detém grande parte do direito de propriedade

sobre os espaços utilizados pela população da cidade.

19

Meu avô morreu de câncer de pulmão, em um dos hospitais privados que atendia os

trabalhadores da empresa. O assombro geral de nossos amigos e familiares persiste

até hoje: a impossibilidade de uma vítima de câncer de pulmão que nunca acendeu

um cigarro. Uma morte improvável. Enquanto isso, a vida na cidade ainda gira em

torno de equipamentos que foram espoliados da população: hospitais que antes

estavam sob a égide de um estatuto público, hoje privados, são utilizados por uma

parte considerável da população. Esta cidade, a minha cidade, é, apesar de tudo, uma

cidade de referência no atendimento do Sistema Único de Saúde.

Soma-se ao relato acima apresentado, uma breve descrição histórico-etnográfica,

disputada oralmente e passada entre gerações, especificamente relacionada à minha trajetória,

que acrescenta-se a seguir:

A cidade foi projetada ao redor da Companhia Siderúrgica Nacional, uma empresa

inicialmente estatal. A cidade é cortada pelo rio Paraíba do Sul, e supostamente o

nome da cidade tem a ver com uma mística Volta Redonda feita pelos contornos do

rio e bem observada pelos desbravadores da futura cidade. Uma cidade projetada

com uma escola técnica “privada” – para formar profissionais que trabalhariam na

CSN –, uma escola de formação geral “privada” – para formar aqueles que iriam

cursar engenharia na capital, aqueles com condições financeiras confortáveis, os

próprios filhos dos engenheiros –, dois hospitais “privados” – um, para os cargos

superiores da empresa; o outro, para uso dos operários. Na lógica do INAMPS, a

assistência era para aqueles que trabalhavam, tudo operava em torno da categoria

trabalho.

Os esqueletos e marcas persistem: clubes, rádios, centros de pesquisa em metalurgia,

ex-escritório central, parque ecológico municipal, biblioteca, teatro, cinema. Em

geral, todos esses espaços obedeciam à divisão rígida entre os operários e os cargos

de alto escalão. Com a CSN privatizada, também se tornaram privados todos esses

espaços.

No sentido de refletir sobre o impacto dos aspectos sociais, parte-se do entendimento

de que contextos produtivos desconectados da estrutura social local, nos moldes

desenvolvimentistas, são favoráveis a uso de recursos ambientais sem a devida compensação

ou mitigação, e estão diretamente ligados a agravos de saúde que atingem populações

localizadas nesses territórios (BECK, 2011).

Sociedades industriais, realidades industriais

No caso das indústrias de transformação, que aliam extração e atividade intensiva,

seus impactos nos territórios em que estão inseridas se materializam principalmente por meio

das vias hidrográficas e aéreas.

20

Quanto ao uso intensivo da água, os processos de extração e transformação de

minérios de ferro, resultam em material de descarte que, se não tratados adequadamente,

podem onerar o conjunto social mais amplo, seja pelo modelo de barragens de rejeitos de

minério ou pelo retorno das águas utilizadas no processo produtivo para o seu curso anterior.

Este retorno que afeta o sistema de reprodução e de vida dos peixes – proteína animal

importante para a segurança alimentar de populações ribeirinhas – ou podem tornar a água

retirada destas vias fluviais não adequadas ao consumo humano, por exemplo.

No que diz respeito às vias aéreas, a emissão de gases e partículas decorrentes da fusão

de elementos – como o minério de ferro – apesar de não serem perceptíveis de maneira

imediata, resultando em uma aparente ausência de “risco”, são danosas a longo prazo, e seus

efeitos nas condições de saúde estão devidamente comprovadas na literatura médico-

epidemiológica. Para a população, seus efeitos são perceptíveis de maneira imediata pelo

panorama visual das chaminés fabris ou mesmo pelo popularmente conhecido – e supracitado

– “pó preto”.

São marcadamente consistentes as descobertas a respeito do nível de elementos

cancerígenos presentes na poluição de ar, tanto como uma mistura, quanto,

especificamente, como material particulado; descobertas na pesquisa

epidemiológica, no estudo de câncer em animais de laboratório e em um amplo

conjunto de estudos dos mecanismos relacionados ao câncer. Particularmente, um

risco crescente de desenvolvimento de câncer de pulmão foi consistentemente

observado em grupos e estudos de caso-controle incluindo milhões de pessoas e

muitas centenas de casos de câncer de pulmão da Europa, da América do Norte e da

Ásia.i(LOOMIS et al., 2013, p. 1262)

A cidade de Volta Redonda está localizada no Médio Vale do Rio Paraíba, no interior

do estado do Rio de Janeiro, e materializa-se como tipo ideal deste cenário. As cidades

industriais deste tipo, por sediarem indústrias de transformação de grande porte, nesse caso a

Companhia Siderúrgica Nacional, baseada na exploração intensiva de bens naturais e força de

trabalho, reúnem subsídios importantes para compreensão de como as condições de vida das

populações são afetadas pela exposição aos modelos produtivos em que estão inseridas

(LEFEBVRE; FORTUNA, 2001; MARTELL, 1994; NASCIMENTO; VIEIRA, 2016).

A partir dos bancos de dados constituídos por serviços públicos4, através dos sistemas

de informação em saúde e de outras iniciativas de monitoramento das condições ambientais e

4 Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e Observatório Nacional de Clima e Saúde,

respectivamente vinculados ao Sistema Único de Saúde e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

21

de vida da população humana, reflete-se aqui, no contexto de Volta Redonda, como o

conjunto de variáveis disponíveis nessas bases podem, ou não, constituir dados de realidade

para análises no campo das ciências sociais, ambientais e de saúde pública sobre as condições

de saúde das populações.

No Brasil, os sistemas de informação em saúde, vinculados ao Sistema Único de

Saúde (SUS), foram constituídos de maneira desarticulada e como registros de atendimentos,

o que implica em bases fragmentadas e com informações incompletas. Um exemplo é o

Sistema de Informações Hospitalares (SIH), cuja função é registrar dados de internação na

rede hospitalar. Esta base, apesar de ter abrangência nacional, está dependente de processos

de gestão locais, nos quais os hospitais devem possuir estrutura de informática e um setor

responsável por atualizar constantemente os dados no sistema. Esse processo possui fatores

limitantes que residem exatamente na insuficiência de aparato tecnológico e disponibilidade

de pessoal qualificado (BRANCO, 1996; DANIEL; PEREIRA; MACADAR, 2014; VIDOR;

FISHER; BORDIN, 2011). Por outro lado, por serem abrangentes, tais sistemas configuram-

se como base de informações privilegiadas sobre as condições de saúde da população

brasileira, portanto, representam rico objeto de pesquisa (LIMA et al., 2009).

As bases de dados relacionadas ao Sistema Único de Saúde desafiam os seus

princípios de universalidade, integralidade e equidade, pela sua diversidade e fragmentação.

Se por um lado tais preceitos implicam numa organização do sistema de saúde pactuada entre

as diversas esferas de governo, os processos de implementação dos sistemas de informação

esbarram no fato de que não possuem caráter vinculante no que diz respeito as atribuições dos

atores envolvidos, ao menos não no seu momento de criação. O conjunto de informações

reunidas pelos bancos disponíveis tem como objetivo favorecer a redução das iniquidades em

saúde, no entanto, esbarram ainda em limitadores relacionados a acessibilidade e

disseminação dos dados.

A diversidade de sistemas existentes possui cobertura em todo o país, somando 256

(duzentos e cinquenta e seis) sistemas no âmbito do Ministério da Saúde5. No entanto, eles

ainda caminham no sentido da unicidade, uma única base, com identificador único, que reúna

as informações e estatísticas vitais de cada usuário. Os principais sistemas disponíveis são:

Sistema de Informações Hospitalares; Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA); Sistema

5 Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos Acesso em: 29 de abril de 2019.

22

de Informações de Mortalidade; Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC); e,

Sistema de Gerenciamento de Ambulatórios Básicos (SIGAB)(MENDONÇA et al., 2018).

No que diz respeito à poluição ambiental, especificamente, índices de poluição

atmosférica, medidos por equipamentos meteorológicos, têm correlações significativas com

agravos de saúde das pessoas que vivem no espaço urbano, principalmente, em relação às

neoplasias (VINEIS; WILD, 2018). Segundo dados da Organização Mundial da Saúde

(OMS), as neoplasias do sistema respiratório estão entre as 10 (dez) principais causas de óbito

a nível mundial6.

Ainda no que se refere aos determinantes sociais da saúde, a preocupação com a

prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é central devido a sua

forte correlação com variáveis ambientais e ao seu aumento em relação à carga global de

doenças que afetam a população mundial (NIESSEN et al., 2018; NISHTAR et al., 2018;

SCHMIDT et al., 2011). As condições ambientais são determinantes nas condições de saúde,

dados apontam que, especificamente, a poluição do ar e a exposição indireta ao tabaco são as

principais causas de agravos à saúde por eventos ambientais (NISHTAR et al., 2018;

VENKATESAN, 2018; WHO, 2006).

As inter-relações e correlações entre agravos de saúde e índices de poluição

configuram-se como eixo de análise privilegiado no contexto das sociedades industriais, como

forma de demonstrar os impactos de tais atividades na saúde da população humana. E os

bancos de dados públicos são considerados, para efeito desta pesquisa, como possíveis fontes

de dados empíricos. Este trabalho localiza-se no campo interdisciplinar e utiliza abordagens

das ciências sociais como metodologias capazes de aprofundarem o estabelecimento de eixos

de análises que permitam subsidiar articulações entre condições ambientais e de vida.

Sociedade de risco

A noção de sociedade de risco engloba os processos de mudanças sociais vivenciados

na modernidade, resultantes da transição de um modelo industrial para um novo modelo de

organização da vida e do trabalho (BECK, 2011; SANTOS; BACCI, 2017). Tal noção se

constitui como referencial teórico importante sobre o desenvolvimento das relações sociais no

interior da sociedade contemporânea e possibilita apresentar de maneira sistemática e

6 Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death Acesso

em: 28 de junho de 2018.

23

organizada um modelo de sociedade em que o indivíduo e suas questões identitárias são

colocadas no centro da análise.

É precisamente essa transformação de ameaças civilizacionais à natureza em

ameaças sociais, econômicas e políticas sistêmicas que representa o real desafio do

presente e do futuro, o que justifica o conceito de sociedade de risco. Enquanto o

conceito da sociedade industrial clássica se apoiava na contraposição entre natureza

e sociedade (no sentido do século XIX), com o conceito de sociedade (industrial) de

risco parte-se da “natureza” integrada à civilização, ao mesmo tempo em que se

acompanha, passando por todos os subsistemas sociais, a metamorfose das violações

sofridas.(BECK, 2011, p. 99)

A poluição ambiental, na sua manifestação atmosférica, demonstra uma das principais

questões que perpassam a sociedade de risco, agravada uma vez que seu nível de impacto

extrapola os limites geográficos de localização de sua emissão original, podendo afetar um

conjunto amplo de vizinhanças a nível local ou global.

A produção industrial é acompanhada por um universalismo das ameaças,

independente dos lugares onde são produzidas: cadeias alimentares interligam cada

um a praticamente todos os demais na face da Terra. Submersas, elas atravessam

fronteiras. O teor de acidez do ar carcome não apenas esculturas e tesouros

artísticos, mas há muito corroeu também os marcos de fronteira. Mesmo no Canadá

acidificam-se os mares, mesmo nos extremos setentrionais da Escandinávia morrem

as florestas.(BECK, 2011, p. 43)

A ideia de “sociedade (industrial) de risco” trata-se, portanto, de um aporte teórico

representativo da transição de uma sociedade de classes para uma sociedade estamental e

individualizada, ao mesmo tempo que coloca-se como desafio reunir num mesmo caminho

interpretativo referenciais teóricos de Marx e Weber, e, a partir deles compor uma chave de

análise demarcada temporalmente no século XX (BECK, 2011).

Na medida em que essas condições se impõem, ocorre que um tipo histórico de

pensamento e ação é relativizado ou recoberto por um outro. O conceito de

“sociedade industrial” ou “de classes” (na mais ampla vertente de Marx e Weber)

gira em torno da questão de como a riqueza socialmente produzida pode ser

distribuída de forma socialmente desigual e ao mesmo tempo “legítima”. Isto

coincide com o novo paradigma da sociedade de risco, que se apoia

fundamentalmente na solução de um problema similar e no entanto inteiramente

distinto. Como é possível que as ameaças e riscos sistematicamente coproduzidos no

processo tardio de modernização sejam evitados, minimizados, dramatizados,

canalizados e, quando vindos à luz sob a forma de “efeitos colaterais latentes”,

isolados e redistribuídos de modo tal que não comprometam o processo de

24

modernização e nem as fronteiras do que é (ecológica, medicinal, psicológica ou

socialmente) “aceitável”?(BECK, 2011, p. 23-24)

Sociologia ambiental

As ciências ambientais reúnem um conjunto teórico importante para abordar os

principais desafios sociais do Antropoceno, apontados por tal perspectiva de análise

(MACHADO, 2014; MACHADO; VILANI, 2015). Por outro lado, a sociologia ambiental

permite traçar conexões entre os modos de organização social e os modos de produção em que

se inserem tais relações (BUTTEL, 2004; HANNIGAN, 1995; HERCULANO, 2000).

A abordagem da sociologia ambiental é estruturante para refletir sobre possibilidades

de incremento tecnológico visando o uso de recursos naturais que estejam socialmente

comprometidos com modelos produtivos equânimes e justos. Parte-se do entendimento de que

os modos de produção de riqueza vigentes estão diretamente associados à reprodução de

processos de instabilidade e insegurança social vivenciados na modernidade (HERCULANO,

2000; MACHADO; VILANI, 2015).

O referencial da sociologia ambiental e das ciências ambientais utilizado aponta para

compreensão dos aspectos sociodemográficos dos grupos afetados por agravos à saúde

diretamente implicados por condições ambientais – como é o caso de grupos afetados pela

poluição do ar provocada pela cadeia produtiva do aço. Cabe perceber preliminarmente,

também, as interconexões do modelo industrial desenvolvimentista implementado localmente

com outros modelos similares a nível global (DINIUS, 2011).

Estão em perspectiva o cenário empresarial relacionado a grandes conglomerados

produtivos espalhados globalmente e os impactos diretos das condições ambientais e de vida

locais (BUTTEL, 2004; GOULD; PELLOW; SCHNAIBERG, 2004). Neste sentido, diversos

aspectos observáveis no contexto aqui apresentado encontram paralelos a nível global, e, se

expressam nas políticas e aparatos legais relativos aos registros do sistema de saúde, ao

controle e monitoramento de emissão de poluentes, condições e vínculos trabalhistas, modos

de vida no espaço urbano, entre outros.

Tal conjunto de aspectos observáveis sobre dada realidade podem ser compreendidos

de maneira mais abrangente a partir de abordagens da sociologia ambiental na medida em que

colocam em um mesmo plano, como pretende-se demonstrar, aspectos econômicos,

ambientais e de saúde considerando seus determinantes sociais relacionados.

25

A sociologia ambiental nasce da demanda de se investigar as mudanças ambientais e

suas repercussões a partir da existência humana. Suas principais teorias se distribuem em três

principais correntes formada por realistas – que aponta interdependência entre questões

sociais e ambientais –, construtivistas – na qual as questões ambientais repercutem

representações sociais – e funcionalistas – responsável por vincular o ambiente biofísico e as

intervenções humanas. Em linha geral este campo do conhecimento, e suas correntes, cumpre

o papel de descrever e estabelecer vínculos entre problemas ambientais e sociais.

Este conjunto de teorias apontam para a necessidade de se compreender as sociedades

como diretamente vinculadas às mudanças ambientais sejam elas provocadas pelas atividades

humanas ou não. E, para além disso, possibilitam estabelecer quais eventos ambientais podem

ser atribuídos diretamente à ação humana como se pretende no trabalho que segue, apontar

como eventos eminentemente socioeconômicos podem constituir relações de

interdependência com variáveis ambientais e de saúde.

Nos capítulos que seguem, o exemplo de Volta Redonda cumpre o papel de ilustrar a

urgência do aprofundamento de modelos – e ferramentas, tais como bases de dados – de

compreensão das condições de saúde pública que levem em consideração os fatores

ambientais e sociais como determinantes para a qualidade de vida da população. Ao dedicar

certa atenção ao caso de Volta Redonda, busca-se exemplificar como somente um estudo que

leve em consideração o cenário socioambiental pode dar conta da saúde dos habitantes deste –

e de tantos outros semelhantes – município.

No primeiro capítulo, ao partir das contribuições teóricas do campo da sociologia do

meio ambiente brasileiro, são apresentadas as principais questões que orientam a agenda de

pesquisa, especificamente, aquelas relativas à poluição industrial e saúde da população

humana. O tema é introduzido com um breve histórico da construção epistemológica da

sociologia ambiental ao longo do século XX, apresentando as três correntes principais desse

campo.

Reflete-se sobre os impactos diretos dos processos de aprofundamento dos riscos

sociais nas condições de saúde da população e suas conexões com os índices de exposição a

poluição atmosférica, como ferramenta de compreensão da organização social de cidades

situadas em contextos industriais.

26

Tais modelos de organização social apontam para a centralidade das variáveis de

gênero e raça, como aponta Beck (2011), na medida em que são manifestações históricas de

processos de segregação e refletem uma mudança social significativa onde os operadores na

disputa por direitos individuais são deslocados dos coletivos operários para o nível individual

ou dos movimentos sociais segmentados.

Ao avançar na discussão a respeito do processo de implantação e modos de

organização dos espaços urbanos, espera-se, também, contribuir para a reflexão sobre

modelos hegemônicos de desenvolvimento e seus impactos nas condições de saúde das

populações trabalhadoras (PERIAGO et al., 2007; RIGOTTO; AUGUSTO, 2007).

No segundo capítulo, são descritas e analisadas as bases de dados estudadas, o Sistema

de Informação de Mortalidade; e o Observatório Nacional de Clima e Saúde

(Fiocruz/Ministério da Saúde).

São privilegiadas as informações do SIM, relativo aos registros vinculados ao Sistema

Único de Saúde, com abrangência mais geral sobre as condições de saúde brasileiras, com

enfoque nos agravos relacionados ao sistema respiratório, especificamente, neoplasias da

traqueia, brônquios e pulmões. Por outro lado, o Observatório Nacional de Clima e Saúde,

vinculado à Fundação Oswaldo Cruz, possui abordagem dedicada à compreensão dos

impactos na saúde da população brasileira relacionados as alterações ambientais e climáticas7.

O modelo de análise sistêmica que busca-se enfocar neste trabalho, tem centralidade

nas bases de dados como possíveis fontes de informação privilegiadas sobre determinada

realidade, a escolha das bases apresentadas acima justifica-se como recorte possível capaz de

demonstrar potencialidades e limitações do uso de dados para reconstrução crítica de

contextos empíricos. Neste caso, a cidade de Volta Redonda e neoplasias pulmonares são

apresentados como marcadores ideais de contexto socioeconômico e de condições de saúde de

origem difusa e difícil determinação com características epidêmicas, respectivamente.

A descrição das bases selecionadas pretende apontar a possibilidade de se estabelecer

correlações capazes de articular dados demográficos de modo que seja possível descrever

níveis de escolaridade, variáveis de gênero e raça considerando a população economicamente

ativa, de modo a tornar possível perceber as principais condições de risco associadas à saúde

nestes contextos.

7https://climaesaude.icict.fiocruz.br/. Acesso em: 27 de outubro de 2018.

27

Os sistemas vinculados ao Ministério da Saúde (MS), constituem base de informações

no âmbito federal, reúnem de maneira sistemática e acessível as informações obtidas nos

diferentes níveis de atenção à saúde vinculados ao Sistema Único de Saúde, apresentam

limitadores quanto a subnotificação e interoperabilidade, além de constituírem-se enquanto

registros de atendimentos e não de pesquisa.

Para compreensão e aplicação das variáveis ambientais, climático-meteorológicas e

sócio demográficas, capazes de caracterizar os contextos ambientais e de vida das populações,

os dados reunidos pelo Observatório Nacional de Clima e Saúde são de especial interesse.

Na última seção, os conceitos, questões de pesquisas e dados identificados nos

capítulos 1 e 2 são apresentados aplicados a um contexto local, a cidade de Volta Redonda. A

título de conclusão é apresentada uma breve reflexão quanto ao papel dos modelos produtivos

intensivos na construção de uma percepção dos mesmos como apartados dos territórios nos

quais estão inseridos.

Espera-se, com esta abordagem, demonstrar os processos pelos quais também no

campo da saúde os contextos produtivos de viés capitalista operam de modo a desconectar

exploração de mão de obra e de recursos ambientais dos seus impactos diretos nas condições

de saúde. E apontar como um conjunto de pesquisas orientadas sob uma perspectiva

interdisciplinar, no campo de pesquisas sobre Ambiente e Sociedade, percebe e caracteriza

tais mecanismos.

A qualidade dos dados em saúde e sua disseminação adequada, neste contexto, são

determinantes para que sejam estabelecidas as responsabilidades devidas entre apropriação

privada de bens comuns e socialização dos riscos. As informações contidas nas bases públicas

e ferramentas que garantem acesso qualificado a elas operam como mecanismos de

participação cidadã e de controle social.

Possibilitam, portanto, a constituição de políticas e ações voltadas para a proteção

social, efetividade da gestão pública, prevenção de agravos e intersetorialidade. E, por último,

vale destacar o quanto, quando se tratam de agravos à saúde decorrentes de atividades

produtivas, as populações mais atingidas ou com maior risco são aquelas mais vulneráveis,

pelas suas condições de habitação e acesso precário a serviços públicos com baixa renda

familiar per capita.

28

2. MÉTODOS

Para efeitos metodológicos parte-se de uma abordagem da sociologia ambiental, na

qual se considera as relações sociais e os ambientes de vida, são articuladas as potencialidades

e limitações de bases de dados em saúde como instrumentos metodológicos capazes de

representarem contextos sócio demográficos relacionados a populações afetadas por agravos

relacionados a poluição do ar.

São considerados aqui um conjunto de trabalhos selecionados produzidos no Brasil,

em congressos do campo de pesquisas sobre Ambiente e Sociedade, que associam condições

ambientais e de saúde. Analisa-se, também, como possíveis ferramentas de caracterização de

realidades empíricas, duas das bases de dados disponíveis capazes de apontar interações entre

saúde e questões ambientais.

Abaixo são apresentados os objetivos geral e específicos aqui pretendidos:

Objetivo geral:

• Analisar em que medida as fontes de informação públicas relacionadas a saúde e

meio ambiente relativas aos municípios situados no contexto produtivo da

Companhia Siderúrgica Nacional contemplam variáveis significativas para uma

análise que possibilite relacionar degradação ambiental, mortalidade por agravos à

saúde e desigualdades sociais.

Objetivos específicos:

• Identificar, descrever e caracterizar as variáveis que estruturam dois bancos de

dados públicos, o Sistema de Informação sobre Mortalidade e o Observatório de

Clima e Saúde, relativos, respectivamente à mortalidade da população brasileira e à

interação clima e saúde.

• Identificar como a poluição do ar decorrente de atividades industriais e a ocorrência

de neoplasias do sistema respiratório está estruturada nessas bases de dados.

• Verificar como a realidade da poluição do ar causada pela indústria siderúrgica –

extração, transporte e manufatura de minérios – em munícipios da região sudeste e

o índice de mortalidade da população está representada nessas bases.

29

Levantamento bibliográfico e resultados preliminares

Para efeito de levantamento bibliográfico, aqui são apresentados alguns apontamentos

iniciais sobre a bibliografia reunida e as inter-relações entre poluição do ar e ocorrência de

agravos à saúde8.

Foram utilizadas quatro categorias de palavras-chave, sendo elas:

Localidade: foramdeterminadas palavras-chave que pudessem contribuir para

o desenho do cenário constituído especificamente pelo caso da relação entre o

município de Volta Redonda e a Companhia Siderúrgica Nacional, que

norteiam esta pesquisa;

Agravos àsaúde: estão reunidas neste conjunto palavras-chave que se

relacionam com agravos à saúde especificamente relativos ao sistema

respiratório e determinantes sociais da saúde;

Condições ambientais: aplicou-se palavras-chave relacionadas diretamente a

fatores ligados a poluição ambiental, especialmente contaminação atmosférica,

decorrentes de atividades industriais;

Bases de dados: foram aplicadas buscas por abordagens teóricas quanto ao

histórico, modo de organização e operacionalidade dos sistemas de informação

em saúde capazes de fornecer subsídios quanto a descrição das bases

selecionadas.

O quadro a seguir apresenta as 18 (dezoito) palavras-chave buscadas, de acordo com

as quatro categorias acima descritas.

Categorias Palavras-chave

Localidade “volta redonda”; “brasil”; “rio de janeiro”;

“vale do paraíba”; “médio paraíba”;

“companhia siderúrgica nacional”

Agravos à saúde “neoplasia pulmonar”; “determinantes

sociais da saúde”; “saúde ambiental”

8 O resultado do levantamento bibliográfico consta na seção “Bibliografia”, apresentada ao final do

trabalho.

30

Condições ambientais “poluição do ar”; “cidades industriais”;

“indústria siderúrgica”; “contaminação

atmosférica”; “poluição ambiental”;

“justiça ambiental”

Bases de dados “sistemas de informação em saúde”;

“sistema de informações sobre

mortalidade”; “sistema de informação de

agravos de notificação”

Quadro 1 – Palavras-chave apresentadas por categoria.

Todos os termos estiveram submetidos à palavra-chave “sociologia”, uma vez que o

campo de investigação deste trabalho se dá a partir da sociologia. As bases utilizadas para a

busca foram: Arca-Fiocruz9; Scielo10; The Lancet11. A partir dessas bases, buscava-se mapear

duas fontes de referência nacional de caráter mais abrangente dos campos de conhecimento e

uma fonte internacional específica do campo da saúde.

Foram reunidos um total de 27.095 (vinte e sete mil e noventa e cinco) registros que

contemplam as palavras-chave selecionadas, nas bases supracitadas, com exceção da

baseArca-Fiocruz que apresentou problemas na aplicação das buscas, não sendo possível

localizar informações nesta base.

As buscas na base Scielo retornaram 6.064 (seis mil e sessenta e quatro) registros.

Dentre eles as buscas que retornaram mais resultados em termos de produção acadêmica

foram “saude ambiental” (hum mil setecentos e oitenta e quatro resultados), “sistemas de

informacao em saude” (hum mil cento e vinte e quatro resultados), “determinantes sociais da

saude” (quinhentos e setenta e seis resultados) e “sistema de informacoes sobre mortalidade”

(quinhentos e dezenove resultados). As buscas relacionadas a saúde aqui apresentam um

conjunto maior de registros. Foram excluídas as palavras chaves “brasil” e “rio de janeiro”,

devido as buscas já estarem inseridas em uma base local brasileira. Por se tratar de uma base

9 Disponível em https://www.arca.fiocruz.br/, acessado em 5 de junho de 2018.

10 Disponível em http://www.scielo.br/, acessado em 5 de junho de 2018.

11 Disponível em https://www.thelancet.com/, acessado em 5 de junho de 2018.

31

interdisciplinar o termo “sociologia” foi aplicado como “sociologia ambiental” (cento e vinte

e nove resultados).

Base Scielo

Palavras-chave Número de registros

“sociologia ambiental” 129

“volta redonda” 66

“brasil” -

“rio de janeiro” -

“vale do paraiba” 214

“medio paraiba” 169

“companhia siderurgica nacional”/“csn” 3

“neoplasia pulmonar” 220

“determinantes sociais da saude” 576

“saude ambiental” 1.784

“poluição do ar” 323

“cidades industriais” 28

“indústria siderurgica” 54

“contaminacao atmosferica” 22

“poluicao ambiental” 197

“justica ambiental” 127

32

“sistemas de informacao em saude” 1.124

“sistema de informacoes sobre mortalidade” 519

“sistema de informacao de agravos de notificacao” 383

Quadro 2 – Resultados das buscas bibliográficas na base Scielo.

Na base The Lancet foram localizados um total de 21.031 (vinte e um mil e trinta e

um) resultados. Esta busca foi realizada com os termos equivalentes em inglês. Retornaram

um maior número de resultados as palavras-chave “saude ambiental” (sete mil quatrocentos e

sessenta e seis resultados), “cidades industriais” (três mil setecentos e oito resultados),

“poluicao do ar” (dois mil setecentos e sessenta e sete resultados) e “neoplasia pulmonar”

(dois mil setecentos e cinquenta e nove resultados). Os termos relacionados ao contexto

brasileiro apresentaram resultados baixos. Quanto ao conjunto de resultados significativos

apontam uma produção acadêmica de abrangência internacional com enfoque para as

interações entre ambiente e saúde.

Base The Lancet

Palavras-chave Número de registros

“sociologia” 1.164

“volta redonda” 0

“brasil” 281

“rio de janeiro” 10

“vale do paraiba” 0

“medio paraiba” 0

“companhia siderurgica nacional”/“csn” 0

33

“neoplasia pulmonar” 2.759

“determinantes sociais da saude” 531

“saude ambiental” 7.466

“poluição do ar” 2.767

“cidades industriais” 3.708

“indústria siderurgica” 37

“contaminacao atmosferica” 1.392

“poluicao ambiental” 1.055

“justica ambiental” 392

“sistemas de informacao em saude” -

“sistema de informacoes sobre mortalidade” 3

“sistema de informacao de agravos de notificacao” -

Quadro 3 - Resultados das buscas bibliográficas na base The Lancet.

Desse total, a partir dos títulos e leitura de resumos foram selecionados 601 (seiscentos

e um) registros, de acordo com a sua relevância tanto para com o objeto central desta pesquisa

– estudos que correlacionem fatores ambientais e sociais com agravos à saúde – tanto para

com o contexto local no qual foca o presente texto dissertativo – as doenças respiratórias

advindas da poluição atmosférica no município de Volta Redonda.

A bibliografia selecionada que registra correlações entre ocorrência de câncer de

pulmão e poluição atmosférica soma 169 (cento e sessenta e nove) registros, sendo que o

maior conjunto de trabalhos (cento e sessenta e quatro) se concentra a partir dos anos 2000 em

diante.

34

Etapas metodológicas

Os procedimentos metodológicos estão divididos em três etapas: primeira etapa,

levantamento e revisão bibliográfica; segunda etapa, levantamento e caracterização dos

bancos de dados disponíveis que apresentem informação sobre variáveis ambientais e de

saúde; terceira etapa, aplicação das análises considerando realidades regionais em termos da

atividade industrial ligada a cadeia produtiva do aço.

No capítulo um, foram reunidos artigos e trabalhos publicados nos anais dos

Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e

Sociedade (ANPPAS) e na revista Ambiente e Sociedade12, que cumprem papel amostral

quanto aos principais grupos dedicados a refletir de maneira interdisciplinar sobre as

interfaces entre Ambiente e Sociedade no contexto brasileiro.

Nesta primeira etapa, para seleção dos textos dos ENANPPAS, foram realizados os

seguintes caminhos metodológicos: seleção de textos a partir dos títulos dos GTs da área da

saúde; identificação dos autores coordenadores dos GTs relacionados; reunião e classificação

temática dos títulos dos GTs; leitura sistemática dos textos selecionados; e, grifo das palavras-

chave dos textos revisados.

A amostragem temporal dos textos está restrita à criação do Encontro, 2002, até o ano

de 2015. Vale destacar que, por se tratar de um encontro acadêmico com trajetória recente, é

possível observar pequenas alterações no formato dos textos apresentados durante as

primeiras edições que, ao longo dos anos, ganharam uma forma homogênea, o que não ocorre

nos anos iniciais. Por exemplo, é possível verificar que uma parcela pouco significativa dos

trabalhos apresentados nas primeiras edições incluipalavras-chave.

A ausência de palavras-chave em uma parte considerável dos trabalhos revistos – 369

(trezentos e sessenta e nove) do total de textos apresentados aos GTs selecionados (trinta e

três) – e, quando presentes, esses termos não se encontram padronizados, dificultando sua

sistematização – é um limitador que persiste até o encontro de número sete, o mais recente

dentro da amostra considerada. Como é possível perceber ao longo do texto, as palavras-

chave possibilitam compreender de maneira abrangente como se delineiam os objetos dos

trabalhos apresentados. Para efeito desta análise, elas foram agrupadas por semelhança.

12Disponível em: http://www.scielo.br/revistas/asoc/. Acesso em: 27 de outubro de 2018.

35

Tambémse encontram indisponíveis os autores que coordenaram as sessões dos GTs

realizados no ano inicial. Outro limitador importante é a indisponibilidade de alguns textos

devido a variáveis tecnológicas, links inacessíveis e não interoperabilidade entre sistemas.

Como resultante, textos publicados durante o VII ENANPPAS, 2015, não compõem esta

revisão de textos, por não estarem disponíveis. Neste caso, a amostra se restringe à

distribuição dos GTs.

Para a seleção dos textos contidos na revista Ambiente e Sociedade, foi considerado o

período de 1999, ano de criação da revista, até 2018. Totalizam 47 (quarenta e sete) volumes,

disponíveis na base Scientific Electronic Library Online (Scielo). Foram aplicadas as

seguintes buscas: “neoplasia”; “cancer”; “saude”; e, “(dados)AND(saude)”,

“(poluicao)AND(ar)”. As seguintes buscas não retornaram resultados: “neoplasia”; e,

“cancer”.

Das buscas que obtiveram resultados, “saúde”, “(dados)AND(saude)” e

“(poluicao)AND(ar)”, retornaram um total de 59 (cinquenta e nove) textos, cujos resumos

foram revisados. A revisão dos resumos citados resultou em uma seleção de oito artigos, que

compuseram a amostragem final objeto de leitura e descrição completa para delimitar,

juntamente com os textos apresentados ao ENANPPAS aqui destacados, como o campo da

sociologia do meio ambiente aborda as temáticas da poluição e saúde.

Na segunda etapa, desenvolvida ao longo do segundo capítulo, é apresentado um

panorama das variáveis disponíveis nas bases de dados selecionadas, com enfoque especial à

ocorrência de neoplasias do sistema respiratório, de modo que possibilitem, ou não, constituir

subsídios para a compreensão das suas possíveis correlações com os índices de partículas

poluentes no ar.

Os bancos de dados foram selecionados pelo seguinte critério: o Sistema de

Informação sobre Mortalidade, por conter dados capazes de possibilitar o estabelecimento da

relação entre desfechos relacionados à exposição individual e coletiva a determinado risco

ambiental; e, o Observatório Nacional de Clima e Saúde, aqui considerado como tipo ideal de

disponibilização e sistematização de dados, por ser capaz de reunir em uma mesma

plataforma bases de dados sobre saúde, ambiente e sociedade, uma demanda da comunidade

acadêmica do campo das ciências sociais e ambientais aplicadas a saúde.

36

As bases selecionadas foram descritas considerando seu histórico e os campos

disponíveis para coleta e análise. Para tanto foram utilizados documentos oficiais, manuais,

fluxos de alimentação, além dos aparatos legislativos e normativos associados.

São aplicadas, também, nesta seção, observações a partir de conclusões identificadas

na primeira etapa da pesquisa, quanto ao uso de variáveis, limitações e possibilidades

apontadas nas pesquisas do campo das ciências sociais, meio ambiente e saúde.

O conjunto de informações disponíveis no Observatório Nacional do Clima e Saúde

foram selecionados considerando aqueles relacionados a temática do “Ar”, especialmente nas

seções “Temas e Indicadores”13, “Mapas, Gráficos e Tabelas”14 e “Publicações”15. Sendo o

procedimento descrito acima aplicado especificamente à seção “Indicadores”. Na seção

“Publicações” foram considerados apenas os textos publicados por autores vinculados ao

Observatório.

Na última etapa, considerando os elementos reunidos nos capítulos anteriores, são

apresentadas as questões e lacunas identificadas no campo da sociologia do meio ambiente

associadas ao olhar crítico sobre os bancos de dados do SUS e da Fiocruz como fontes

empíricas para o estabelecimento da correlação entre a ocorrência de câncer e poluição em um

contexto específico, o da cidade de Volta Redonda.

São descritos como as configurações de espaços urbanos, em sua origem, estritamente

industrial refletem em sua geografia, microclima e aspectos socioambientais, os impactos

diretos dos modelos desenvolvimentistas nas condições de saúde das populações, como forma

de apresentar subsídios para a formulação de mecanismos de proteção social capazes de

atuarem intersetorialmente.

13 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/tema/ar-0. Acesso em: 02 de abril de 2018.

14 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/pagina/mapas-graficos-e-tabelas-0. Acesso em:

02 de abril de 2018.

15 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/publicacoes. Acesso em: 02 de abril de 2018.

37

3. AS PESQUISAS EM SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE NO

BRASIL

Esta sessão apresenta um quadro parcial das pesquisas voltadas para interação

ambiente e sociedade no Brasil, como forma de delimitar as principais questões e objetos que

perpassam este campo interdisciplinar, com enfoque para as abordagens quanto as interações

entre saúde, ambiente e sociedade. Pretende-se, com isso, levantar quais são as possíveis

perspectivas epistemológicas aqui identificadas, e, além disso, quais são os principais fatores

limitantes quando se trata do uso de sistemas de informação em saúde, como registros de

contextos empíricos, para a sua aplicação em pesquisas cujo escopo considere fatores

socioambientais. Para tanto, como possibilidade de situar as pesquisas desenvolvidas no

contexto brasileiro contemporâneo, parte-se do campo das ciências sociais e seu escopo

teórico e metodológico dedicado a investigar questões relacionadas ao meio ambiente.

Origens epistemológicas do campo da sociologia ambiental

A sociologia ambiental se coloca como um campo dedicado a investigar as interações

entre ambiente e sociedade. Compreende a capacidade de interferência do homem no

ambiente de maneira significativa a partir das suas interações sociais em busca de capital.

Por outro lado, a dinâmica ambiental tende a operar como elemento determinante para

as dinâmicas sociais. Este conjunto de conexões, que relaciona a ação do homem no mundo e

a consequente alteração significativa dos espaços de vida em decorrência dessa ação,

constituem algumas das bases da teoria que defende o Antropoceno como a era geológica

vigente(MACHADO, 2014).

As teorias fundadoras da Sociologia e seus desdobramentos estiveram até

recentemente apartadas dos contextos ambientais. Em Durkheim, as interações entre sistemas

sociais e naturais não estão estabelecidas em sua origem, estando os fatos sociais restritos ao

contexto social. Já na teoria Marxiana, as relações sociais são percebidas de maneira

abrangente diante dos contextos produtivos, abrindo precedentes quanto a compreensão dos

mecanismos de apropriação privada de recursos naturais visando a produção de bens de

consumo.

38

Em Karl Marx registra-se uma sociedade em processo de individualização, tal evento

se desdobra em uma coletivização da miséria que suspende tal isolamento. Tais processos de

individualização se convertem na formação de classes resultantes da pauperização e alienação

das trajetórias vividas. Tais movimentos de individualização e alienação repercutem em como

os teóricos contemporâneos irão perceber no contexto da Sociologia Ambiental as interações

entre indivíduos, contextos produtivos e suas repercussões ambientais (BECK, 2011).

Outro teórico fundador das ciências sociais, Max Weber, aponta como caminho

epistemológico, que certamente influi na configuração posterior do campo da Sociologia

Ambiental, a percepção do movimento histórico de libertação das formas de vida tradicionais

decorrentes da modernidade.

Em fases de relativa segurança social e de “destradiconalização”, abre-se assim um

amplo espectro histórico de possibilidades para desenvolvimento na esfera privada,

entre os quais se inclui a passagem das pretensões de desenvolvimento para o

âmbito da política, o fenômeno inédito de um “privativismo político”. Quer dizer:

uma extensão internamente coerente e externamente chocante das liberdades

privadas surgidas historicamente para além das fronteiras sociais e jurídicas nelas

contidas, e um comportamento de experimentação de novas relações sociais e

formas de vida, desdobrando em torno de pontos críticos do culturalmente “aceito-

proibido” – com todos os efeitos (políticos) de oscilação e processos de formação e

atribuição de identidades resultantes, até o limite da dissociação entre cultura e

“contra-cultura”, entre sociedade e sociedade alternativa, conforme vivenciamos

repetidas vezes ao longo dos últimos vinte anos (BECK, 2011).

Até a década de 1970, o campo da sociologia permanecia fortemente vinculado a idéia

de fato social proposta por Durkheim. Neste sentido, persistiu até este período um conjunto

amplo de análises que consideravam as questões relacionadas a vida social como sendo

possíveis de serem compreendidas apenas através de chaves explicativas puramente sociais. É

justamente neste período que questões epistemológicas ligadas à noção de

interdisciplinaridade e compreensão do mundo biofísico começam a perpassar o conjunto

mais amplo de campos de pesquisa, direcionando o campo acadêmico para investigações

capazes de explicar a determinação mútua entre ação humana e o meio ambiente (DUNLAP;

MARSHALL, 2006).

As rápidas mudanças de uma população majoritariamente rural para uma urbanização

acelerada constituem-se como principal objeto de pesquisas ligadas a noção de ecologia

humana. Estão, também, neste contexto, os processos de industrialização. No entanto, este

39

conjunto de análises se restringia a refletir sobre a “cooperação competitiva na organização

espacial de populações metropolitanas” (HERCULANO, 2000). Os fatores ambientais

estavam colocados em segundo plano, as preocupações analíticas se relacionavam ao meio

físico e o comportamento das pessoas.

Por outro lado, a sociologia rural e a sociologia dos recursos naturais irão, por sua vez,

respectivamente, desenvolver uma série de estudos dedicados a compreender os modos de

vida de populações que tem nos recursos naturais o fio condutor da sua existência, como

pescadores, extrativistas e agricultores; com isso, passam a pensar o meio ambiente enquanto

campo de disputa, no qual a gestão dos recursos naturais constitui-se em arena de disputa de

atores a ser mediada pelo Estado na forma de políticas públicas, por exemplo

(HERCULANO, 2000).

O campo da sociologia ambiental se constitui no contexto de uma série de

transformações sociais experimentadas a nível global entre os séculos XX e XXI. Os avanços

tecnológicos nos setores produtivos; a revolução industrial e conflitos de guerra; uma

percepção social imediata dos impactos das mudanças climáticas no mundo que culminam na

realização da Conferência de Stockholm, em 1972; seguida de uma grave crise energética

decorrente da dependência do uso de combustíveis fósseis, entre 1973 e 1974, foram alguns

desses fatores sociais(DUNLAP; MARSHALL, 2006; MACHADO, 2014; MACHADO;

VILANI, 2015).

As alterações nos ecossistemas e nos modos de organização social a nível global

podem ser associadas a fatores como:

Aumento do consumo de combustíveis fósseis; contaminação do solo em função da

exploração desse material; alta emissão de gases de efeito estufa; desmatamento da

vegetação nativa para produção agrícola em massa; conversão de ecossistemas

complexos em agroecossistemas simplificados; uso massivo de produtos químicos

nos solos, fertilizantes e agrotóxicos; degradação do lençol freático, em função das

alterações no uso do solo; elevação da temperatura do planeta e eventos climáticos

de grande impacto (secas, tempestades, enchentes, nevascas, furacões e ciclones);

alta produtividade e consumo de carne e derivados de herbívoros, a criação desses

animais provoca alta emissão de gás metano a partir da fermentação entérica;

produção elevada de resíduos sólidos, efluentes industriais e dejetos humanos;

diminuição da biodiversidade da vida embaixo d’água. (MACHADO, 2014)

Eixos de abordagem da sociologia ambiental

A sociologia ambiental pode ser dividida em três principais eixos de abordagens:

realistas, construtivistas e funcionalistas.

40

Sob a ótica realista, os problemas sociais e ambientais estabelecem relação de

interdependência, e estão sujeitos aos atores sociais. Os indivíduos são aqui percebidos

enquanto parte integrante de ecossistemas que determinam suas ações (GUIVANT, 2002).

Autores como Catton e Dunlap, propõem uma mudança de paradigmas da interpretação do

homem como elemento externo ao ambiente e independente da natureza à descrição dos

contextos comunitários nos quais o ambiente físico compõe o sistema social. Tal mudança de

paradigma é defendida pelos autores como possibilidade de perceber, de maneira mais

abrangente, a escassez de recursos naturais e seus impactos nas condições de vida (DUNLAP;

MARSHALL, 2006). Segundo eles:

Dado a negligência da sociologia ao ambiente biofísico – e sua tendência de igualar

“o ambiente” com o contexto social do fenômeno estudado – não é surpreendente

que os esforços para estabelecer a sociologia ambiental como uma área de

investigação incluem uma crítica à cegueira da disciplina maior as questões

ambientais.ii(DUNLAP; MARSHALL, 2006, p.330)

A abordagem construtivista interpreta as questões ambientais como fruto de

representações sociais, isto é, o modo como os indivíduos percebem sua atuação no meio

ambiente está relacionado a contexto sociais historicamente determinados (GUIVANT, 2002).

Os problemas ambientais neste contexto requerem:

autoridade científica para validar as demandas; popularizadores que possam

estabelecer as pontes entre a ciência e os ambientalistas; o papel ativo da mídia, que

apresenta o problema como grave e novo; a dramatização do problema em termos

simbólicos e visuais; incentivos econômicos para tomar ações concretas e a

emergência de uma liderança institucional que possa assegurar tanto a legitimidade

da definição do problema ambiental como a continuidade da organização.

(Hanningan, 1995 apud GUIVANT, 2002, p.74)

Os primeiros estudos no campo da sociologia ambiental estiveram voltados para

aspectos relacionados a poluição do ar e de recursos hídricos, às áreas de proteção ambiental e

seus usos sociais. É neste contexto que algumas das pesquisas se debruçam sobreas dinâmicas

de organização social em torno de causas consideradas ambientais, investigando como uma

consciência social sobre o tema pode mobilizar grupos de pessoas (DUNLAP; MARSHALL,

2006).

41

O terceiro e último modelo de abordagem citado – de características funcionalistas –

reflete sobre os problemas ambientais e suas transformações ao longo do tempo, sobre como o

espaço onde os indivíduos se inserem são determinantes para compreender os danos

ambientais e os contextos políticos e como o ambiente biofísico pode ser mensurado a partir

das intervenções humanas(DUNLAP; MARSHALL, 2006).

Os sociólogos do meio ambiente avançam no sentido de estabelecer conexões diretas

entre problemas ambientais e sociais. As alterações ambientais, aqui, são percebidas como

resultado da ação humana e, por conseguinte, como problemas que requerem um

comprometimento social para a sua superação quando representam impactos negativos na

reprodução da vida humana. Por exemplo, o uso da água em atos cotidianos (como o consumo

próprio), historicamente e conforme cada ambiente, pode variar. No nordeste brasileiro,

especificamente,os ciclos da água têm um sentido que se vincula as cisternas, as formas de

reservar a água. Ao mesmo tempo, estas formas de reservar água podem ter consequências, do

ponto de vista de agravos a saúde, muito amplas. Por outro lado, acesso à água potável em

outros lugares pode significar um marcador de classe. Em ambos os casos, as formas de vida e

interação com o ambiente estão intrinsecamente relacionadas aos modos de organização social

(DUNLAP; MARSHALL, 2006).

O conjunto de pesquisas do campo tende a abordar atitudes e valores que estarão

sujeitos a variáveis que estão relacionadas aos papéis sociais, comportamentos ambientais e

articulações com a psicologia social. Do ponto de vista dos movimentos ecológicos, as

pesquisas tendem a destacar as formas de organização social em torno de problemáticas

ambientais, suas dinâmicas e a sua inserção na arena política. Os riscos tecnológicos e o

desenvolvimento econômico estão colocados como principal desafio interpretativo, na medida

que se constituem como fatores determinantes dos agravos ambientais contemporâneos.

Enquanto isso, as políticas ambientais são investigadas como reflexo das condições

socioeconômicas locais e globais. (HERCULANO, 2000)

As pesquisas em saúde e ambiente no contexto brasileiro

Interessa aqui apresentar como agravos à saúde e seus fatores ambientais são

abordados pelas ciências sociais brasileiras e como os sistemas de saúde são utilizados para

produção de pesquisas, foram revisadas as produções apresentadas nos Congressos da

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade e na revista

42

Ambiente e Sociedade. A leitura dessas duas fontes busca identificar os objetos abordados

com especial interesse pelo campo das ciências sociais e meio ambiente, além de levantar as

variáveis apontadas como centrais nas referidas obras analisadas. Além disso, é possível

identificar, a partir das informações reunidas, como os sistemas de informação podem

contribuir para o aprofundamento das pesquisas no campo da Sociologia Ambiental.

Os Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e

Sociedade

A ANPPAS, criada em 2000, reúne o conjunto da comunidade acadêmica brasileira

que atua no campo de análises e pesquisas que relacionam as múltiplas dinâmicas, interações

e panoramas sociais que só podem ser inteiramente explorados quando compreendidos tanto

por seu âmbito social quanto pelo âmbito ambiental, abrindo caminho para compreendermos a

complexidade de abordagens de temáticas dedicadas a investigar as interseções entre

ambiente e sociedade. Um dos seus objetivos centrais é “promover e incentivar

academicamente atividades voltadas ao diálogo e à interação entre diferentes campos do

saber permitindo tratar problemas multidimensionais de forma interdisciplinar”.16

Os Encontros Nacionais da ANPPAS, com início em 2002, e com periodicidade

bianual, são importantes amostras de como o campo têm se desenhado e quais as abordagens

que norteiam as investigações que associam de maneira interdisciplinar as condições

ambientais e sociais. Por este motivo, a partir da leitura sistemática do material reunido

durante os Encontros – seus anais – possibilita indicar quais são os instrumentos e ferramentas

metodológicas adotados pelos pesquisadores que buscam compreender fenômenos sociais,

também, a partir das determinações ambientais das quais esses emergem. Se esta literatura

não é específica da área da saúde, por outro lado apresenta uma visão privilegiada das

possibilidades investigativas e analíticas que se consolidam quando as estruturas de

organização da sociedade são entendidas pelas condições ambientais que as determinam.

Em paralelo, a revista Ambiente e Sociedade (ASoc), criada em 1997, cumpre papel

semelhante por disseminar pesquisas no mesmo campo. A publicação é igualmente vinculada

a ANPPAS, que assumiu sua coordenação a partir do ano de 2001. Anteriormente, cabia a

Universidade Estadual de Campinas, através do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais

(Nepam) o suporte administrativo.

16 Disponível em: www.anppas.org.br/novosite/ Acesso em: novembro de 2018.

43

Considera-se também que a importância de analisarmos as duas fontes diretamente

relacionadas a ANPPAS – os anais dos Encontros e as publicações da revista Ambiente e

Sociedade – pois são capazes de nos fornecer uma visão cronológica dos trabalhos em uma

área recente de estudos em nosso país: é possível, através desses dois instrumentos,

mapearmos os avanços e tendências acadêmicas de quase duas décadas da existência da

ANPPAS. Em última instância, a própria criação da ANPPAS nos indica uma corrente de

análise dos fenômenos sociais que vem se consolidando nas últimas décadas, isto é, não é

coincidência a necessidade de formalização de uma Associação Nacional de Pós-Graduação e

Pesquisa cuja missão principal dedica-se ao incentivo de uma visão transdisciplinar de nossos

problemas sociais mais urgentes. Torna-se necessário, portanto, verificar as trilhas percorridas

durante este período.

Dentre os ENANPPAS revisados, as temáticas abordadas considerando os títulos dos

GTs, conforme quadro 4, estão centradas em: recursos naturais, educação, energia,

governança, sustentabilidade, aspectos teóricos, políticas públicas, relações internacionais,

território e turismo. O tema da saúde, somado à agravos, aparecem em seis dos títulos

revisados. Enquanto termos relacionados à poluição do ar e uso de base de dados não

aparecem em destaque nos títulos, como é possível observar no conteúdo dos textos revisados

tais abordagens se inserem como parte integrante de análises sistêmicas.

Conceitos/Títulos/GTs

enanppas1

enanppas2

enanppas3

enanppas4

enanppas5

enanppas6

enanppas7

enanppas8

Totais

Meio Ambiente 5 10 11 11 9 9 6 7 61

Sociedade 3 3 3 3 3 2 2 17

Recursos Naturais

1 2 1 2 1 1 1 8

Educação 1 1 1 1 1 1 1 1 7

Energia 1 1 1 1 1 1 1 1 7

Governança 2 2 3 2 7

Sustentabilidade 3 1 1 1 1 2 7

Teoria/Teoria social

1 1 1 1 1 1 1 1 7

Políticas Púbicas 1 1 4 2 6

Relações internacionais

1 1 1 1 1 1 1 6

Territorialidade/Território

1 1 1 2 1 2 6

Turismo 1 1 1 1 1 1 1 6

Quadro 4 – As principais temáticas abordadas em GTs ao longo dos ENANPPAS, entre 2002 e 2015.

44

Considerando os 17 (dezessete) GTs dos quais foram extraídos os textos que compõem

a presente análise, entre 2002 e 2015, os seguintes autores ocuparam o papel de coordenação

das referidas sessões temáticas: Carlos Machado de Freitas iii ; Célio Bermann iv ; Dimas

Florianiv; Edna Castrovi; Francisco Mendonçavii (coordenando dois GTs); Franz J. Brüsekeviii;

Henri Acselradix; José Augusto Páduax; Josefa Salete Cavalcantixi; Julia S. Guivantxii; Leila da

Costa Ferreiraxiii; Marta Gislene Pignattixiv; Paulo Roberto Urbinattixv; Selene Herculanoxvi;

Sônia Regina da Cal Seixas Barbosaxvii (também coordenadora de dois GTs).

Pode-se observar uma predominância de pesquisadores com formação em sociologia –

dos quinze líderes de Grupos de Trabalhos, nove são doutores em sociologia. Mestrados e

doutorados em áreas como Saúde Pública e Saúde Coletiva também são observáveis entre os

autores.

Entre os textos extraídos dos encontros da ANPPAS e da revista Ambiente e

Sociedade, foram revisados um total de 38 (trinta e oito) artigos, cujos autores principais

foram: Ailton Mota de Carvalhoxviii; André Luis Machado Buenoxix; Arsênio Oswaldo Sevá

Filhoxx (autor de dois artigos); Aurea Maria Zöllner Ianni xxi ; Bernardino Figueiredoxxii ;

Canrobert Costa Netoxxiii; Davidson Martins Moreiraxxiv; Edson Leite Ribeiroxxv; Eduardo

Marandola Jrxxvi; Gabriela Marques Di Giulioxxvii (com dois artigos publicados); Georges

Souto Rochaxxviii; Gheisa Roberta Telles Estevesxxix (também autora de dois artigos); Giseli

Fernandes da Costa xxx ; Gustavo Bezerra xxxi ; Heitor Soares de Farias xxxii ; Hélen Rosane

Meinke Curvoxxxiii; Iraíde da Silva Xistoxxxiv; José Carlos de Jesus Lopesxxxv; Leila da Costa

Ferreira xxxvi ; Luciana Melchert xxxvii ; Márcia Grisotti xxxviii ; Maria das Dores de J. de

Machado xxxix ; Maria Elisa Zanella Veríssimo xl ; Marta G. Pignatti xli ; Maurílio de Abreu

Monteiro xlii (com o total de três artigos publicados); Olympio Barbanti Jr. xliii ; Rodrigo

Ramalho Filhoxliv; Sandra Lobatoxlv; Selene Herculanoxlvi; Silvia Lizette Ramos de Roblesxlvii;

Sônia Regina da Cal Seixas Barbosaxlviii; Weeberb João Réquia Júniorxlix; Yara de Souza

Tadanol.

Dos autores publicados nas duas fontes, de onde foram retirados o textos analisados,

no contexto da ANPPAS, encontram-se um amplo espectro formações acadêmicas e campos

do conhecimento, como Matemática, Geociências e Zootecnia, com especial presença de

profissionais da área de Geografia. São frequentes, também, Pesquisadores com doutorados

em campos multidisciplinares – como é o caso de Planejamento de Sistemas Energéticos e

45

Meio Ambiente e Desenvolvimento –, o que é explicado pela ênfase transdisciplinar dos eixos

Ambiente e Sociedade.

Ao longo dos últimos Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação

e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (ENANPPAS/ANPPAS), é possível verificar que ao

estabelecer relações entre saúde, ambiente e/ou sociedade, os pesquisadores brasileiros tem

abordado questões ligadas aos processos de trabalho, condições de vida no meio urbano e

rural, poluição do ar por fontes industriais e móveis, desmatamento, justiça ambiental, risco,

bacias hidrográficas, políticas públicas, violência urbana, clima, uso de agrotóxicos e

atividades de extrativistas.

A amostra de trabalhos selecionados se baseou naqueles que em seu título, palavras-

chave ou resumo, abordam os termos “saúde”, “câncer”, “neoplasias”, “poluição”, “risco”,

“sociologia ambiental”, “sistemas de informação” ou equivalentes, disponíveis nos anais dos

encontros realizados pela ANPPAS entre 2002 e 2015.

Uma análise detalhada possibilita perceber como estes objetos de pesquisa se

delineiam ao longo dos anos, além de demonstrar seus desdobramentos e limitações. Vale

destacar que no primeiro encontro, realizado em 2002, não havia um grupo dedicado às

questões de saúde e, portanto, os textos dessa temática estiveram dispersos nos demais

Grupos de Trabalhos (GT).

No II ENANPPAS, em 2004, é criado o GT “Saúde e Ambiente”, cujos textos foram

aqui considerados. Posteriormente, em 2010, V ENANPPAS, este GT passa a ser denominado

“Mudanças ambientais e agravos à saúde humana”. Os dados relativos ao ano 2015, VII

ENANPPAS, encontram-se indisponíveis. Nos encontros realizados nos anos de 2008 e 2010,

respectivamente IV e V ENANPPAS, não foram identificados textos que preenchessem os

requisitos do presente levantamento.

***

No primeiro encontro realizado pela associação, em 2002, os trabalhos aqui

selecionados versaram sobre biodiversidade e saúde pública(IANNI, 2002), a trajetória da

sociologia ambiental no país(FERREIRA, 2002), sobre a ideia de risco e desigualdade

(HERCULANO, 2002)(MONTEIRO, 2002), uso intensivo de recursos naturais por indústrias

(SEVÁ FILHO, 2002a)(SEVÁ FILHO, 2002b)e dinâmicas sócio políticas na gestão do

46

território (ROCHA, 2002)(MACHADO, 2002). Dos textos inicialmente selecionados, a partir

dos resumos, dois foram excluídos das análises (RAMALHO FILHO, 2002)(COSTA, 2002),

por não abordarem em seu conteúdo temáticas correspondentes a busca de palavras-chave e

título. Os trabalhos estiveram distribuídos em quatro Grupos de Trabalhos diferentes,

conforme o quadro 5, uma vez que não havia uma sessão dedicada especificamente às

questões de saúde.

Título Número de

Trabalhos

Teoria e Meio Ambiente 3

Energia e Meio Ambiente 3

Sustentabilidade, Técnica e Risco Ambiental 1

Sustentabilidade e Cidades 3

Quadro 5 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do I ENANPPAS, 2002.

**

No que diz respeito a reflexão sobre as fronteiras entre biodiversidade e saúde

(IANNI, 2002), os campos do conhecimento são apresentados como reféns da dinâmica social

que coloca os modos de reprodução humana vigentes diante de uma crise ecológica, o que

segundo o argumento dos autores requer a construção de análises capazes de relacionarem

meio ambiente e saúde, especialmente os mecanismos que interferem nos processos de saúde

e doença.

A saúde, compreendida por este viés de análise, como diretamente relacionada aos

modos e condições de vida e trabalho humana, significa “reposicionar o limiar crítico das

relações do homem com a natureza, do biológico com o social”(IANNI, 2002). Para além

disso, a saúde é vista como parte de um contexto ecológico, em que o ambiente no qual

situam-se os indivíduos se constitui como elemento determinante da saúde pública.

**

47

A formação do campo da sociologia ambiental no país (FERREIRA, 2002)passa

diretamente pela noção de sociedade de risco, fundante no seu processo de

institucionalização. Segundo os autores, a formação deste campo de pesquisa passa pela

percepção de que os problemas ambientais são socialmente construídos. Neste sentido, a

degradação ambiental estaria socialmente localizada na interação entre capitalismo e

industrialização.

O texto Sociologia ambiental, teoria social e a produção intelectual no

Brasil(FERREIRA, 2002), estabelece uma reflexão importante sobre a questão ambiental e as

ciências sociais no contexto nacional. Cumpre o papel de marcador temporal em relação à

fundação da ANPPAS, no sentido de apontar como o campo da sociologia ambiental se

desenhou no âmbito brasileiro, culminando com a criação da ANPPAS e da revista Ambiente

e Sociedade. É apresentada, no referido texto, breve análise dos programas de pós-graduação

existentes na área naquele momento, e apontados os principais temas das pesquisas

desenvolvidas por eles, a seguir: “políticas ambientais, políticas públicas, conservação de

recursos naturais, desenvolvimento, mineração, cooperativismo, conhecimento ecológico e

governança global”. Vale destacar que neste levantamento não foram identificados programas

ou pesquisas que relacionem, além das questões ambientais e sociais, também, as questões de

saúde.

**

Quando se trata de articular as temáticas social e ambiental, a ideia de “risco” estrutura

boa parte das análises, como apontado acima.

As desigualdades sociais quando associadas às teorias sobre sociedade de risco

tendem a invisibilizar ou apartar das análises o impacto das desigualdades sociais nas

condições de vida como apontam criticamente os autores(HERCULANO, 2002;

MONTEIRO, 2002).

Ainda no texto Riscos e desigualdade social: a temática da justiça ambiental e sua

construção no Brasil(HERCULANO, 2002)para sustentar a crítica apontada são utilizados

conceitos como justiça ambiental e racismo ambiental. As ameaças a saúde são tratadas de

maneira indireta, não apresentando as conexões imediatas com o contexto socioambiental.

São feitas breves referências aos potenciais agravos no caso de uma população específica.

48

Como meio de fazer frente aos riscos e a avalanche de políticas setorializadas, é

apontada a importância de uma abordagem teórica que se configure de maneira integradora.

Possibilitando, com isso, a construção de análises que superem:

[...] as tentativas de se efetivarem políticas compensatórias e mitigadoras [que]

malogram a isto se deve à percepção, ainda prevalecente entre os donos do poder

e do dinheiro, de que o mundo não é, como apregoaram os ambientalistas, uma

terra só, onde temos um futuro comum: sempre há, no entendimento destes,

outros mundos para onde empurrar os riscos e a deterioração (HERCULANO,

2002)

*

Neste sentido, a determinação entre processos produtivos e estrutura social, no caso da

instalação do modelo de company town no contexto amazônico, e, o consequente risco

potencial à saúde humana decorrente do descarte de rejeitos oriundos da atividade extrativista

e de manufatura de minérios (MONTEIRO, 2002) caracteriza como esses “outros mundos”

são facilmente deslocados. Além disso, aqui neste caso, são evidenciados os desdobramentos

da modernização industrial na estrutura social local. Monteiro(2002)apresenta como

principais questões o acúmulo de “passivos ambientais” a longo prazo e o aumento

populacional associado à urbanização, ambos como consequência da atividade industrial

relacionada a beneficiação e extração de minério.

**

O uso intensivo de recursos naturais nas atividades produtivas aparece como gerador

de passivos ambientais que interferem diretamente nas condições de saúde e vida das

populações humana e animal. É aqui realizada uma análise detalhada de como um mesmo

estado está sujeito a diversas formas de risco, no entanto, não há no texto em questão as

conexões com as variáveis sociais de cada localidade e o papel delas nas condições de saúde e

vida apresentadas(SEVÁ FILHO, 2002a).

Ainda no que diz respeito ao uso de recursos naturais no contexto de atividades

produtivas, um segundo texto aborda os impactos do desenvolvimentismo, conhecido como o

milagre econômico, para alterações ambientais significativas no país(SEVÁ FILHO, 2002b).

Neste contexto, a atração de multinacionais com processos produtivos intensivos é colocada

como determinante para uma mudança nos usos dos recursos naturais. Volta a aparecer,

também neste texto, a questão da realocação dos riscos dentro da lógica capitalista, os modos

49

de distribuição da riqueza no interior do país e as ingerências do grande capital sob o contexto

local, brasileiro e latino americano.

Especificamente, o aumento do consumo de energia, que no contexto brasileiro,

naquele período, se restringia, principalmente, à base hidráulica – o que implica em alterações

significativas nos cursos d’água e no ecossistema subaquático, e, também, nos modos de vida

das populações das regiões afetadas. O uso intensivo da água nos sistemas produtivos também

é uma questão importante, uma vez que implica na retirada de um grande volume e devolução

na forma de rejeito tratado de maneira inadequada. Por fim, aborda-se também a poluição

atmosférica, relacionada diretamente ao aumento de doenças respiratórias e alergias.

O texto avança para uma crítica do termo sustentabilidade. Essa crítica busca explorar

a medida em que as ditas práticas sustentáveis, apresentadas pelas empresas, esbarram na

percepção limitada dos reais impactos dos sistemas produtivos. Significa dizer que, apesar da

otimização do uso de recursos proposta pelas práticas sustentáveis, os riscos relacionados ao

modo de produção não são abordados diretamente, funcionando como meios de ocultar os

danos causados pelos sistemas produtivos dentro da lógica de mitigações.

Um dos exemplos citados são as tecnologias apresentadas para o tratamento dos

resíduos uma vez que, efetivamente, “tratar” não significa eliminar o risco inerente à sua

disposição no meio ambiente. Como principal apontamento está a vinculação direta

estabelecida entre o impacto dos processos políticos, “os donos do poder e do

dinheiro”(HERCULANO, 2002), sobre a definição dos modelos de desenvolvimento

brasileiro.

**

No que diz respeito às dinâmicas sócio-políticas na gestão do território (ROCHA,

2002; MACHADO, 2002). Os textos articulam processos políticos institucionais que

favorecem a apropriação privada de recursos naturais e aprofundamento das desigualdades

nos contextos urbanos.

*

Um dos casos apresentados refere-se à extração de madeira, o uso energo intensivo e

de grandes volumes de água, visando a produção de celulose e papel. Associado a este modelo

produtivo, se insere a cessão de terras por parte do estado através de mecanismos político-

institucional que configuram desvio da função original sem a devida fiscalização, que reflete

50

no uso inadequado dos recursos e despejo de efluentes industriais de maneira inadequada.

Não são abordadas aqui questões relativas à saúde humana(ROCHA, 2002).

*

O texto Uma metodologia para medir diferenças intra-urbanas de

saúde(MACHADO, 2002), merece destaque por propor uma abordagem capaz de medir as

condições de saúde no contexto urbano, que articula aspectos sociais e ambientais.

São descritos como os “tipos” de risco à saúde humana se alteram ao longo dos anos

devido as mudanças sociais e econômicas. Neste sentido, são estabelecidas correlações entre o

processo de intensa urbanização e o aumento do risco relacionados a ocorrência de agravos à

saúde ligados à “Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), homicídios, suicídios,

acidentes de trânsito, estresse, fatores ambientais, mudanças psicossociais e à desintegração

sociocultural”(MACHADO, 2002).

A justificativa para proposição de uma métrica parte da crítica aos modelos

epidemiológicos vigentes, como limitados na sua possibilidade de captar as diferenças entre

territórios dentro de um mesmo contexto urbano. Segundo os autores, faz-se, portanto,

necessário que se estabeleça uma nova metodologia de análise que seja capaz de considerar

contextos sociais intra-urbanos, suas variáveis ambientais e socioeconômicas, e, indicadores

de saúde, neste caso, índices de mortalidade.

A aplicação da métrica proposta leva a conclusão de que as “doenças produzidas em

espaços urbanizados” não atingem a todos igualmente, sendo determinantes e proporcionais

para esta classificação o nível de exposição e as desigualdades sociais e habitacionais.

**

Como é possível verificar do conjunto de trabalhos apresentados ao I ENANPPAS, em

quatro dos textos selecionados é abordada diretamente a interação entre saúde e ambiente.

Destes, o primeiro deles apresenta tal interlocução como agenda de pesquisa e não como

objeto em si (IANNI, 2002). No texto subsequente, os passivos ambientais de atividades

produtivas são relacionados diretamente à ocorrência de agravos à saúde (SEVÁ FILHO,

2002a).No texto Tópicos de energia e ideologia no início do século XXI: desenvolvimentismo

como panacéia, sustentabilidade como guia de corporações poluidoras(SEVÁ FILHO,

2002b), é apresentada uma evolução das atividades industriais no país e suas consequências

na saúde da população, com destaque para doenças do sistema respiratório como derivada das

51

altas taxas de poluição do ar.Por último, é apresentada uma métrica capaz de medir diferenças

intra-urbanas em saúde, que articulam aspectos socioambientais(MACHADO, 2002). Nos

demais textos, a temática da saúde, quando abordada, aparece como consequência potencial e

não imediata das condições ambientais. O uso de sistemas de informação e grandes bases de

dados não é citado diretamente por nenhum dos textos, seja como possível fonte para as

pesquisas apresentadas ou mesmo como fator limitador.

***

No segundo ENANPPAS, 2004, foram identificados treze textos, distribuídos entre

sete Grupos de Trabalhos diferentes (ver quadro 6). Neste encontro acontece a primeira

reunião de trabalhos dedicados especificamente às questões de saúde. No entanto, como

possibilidade de caracterizar esta transição entre trabalhos dispersos do campo da saúde e uma

sessão específica dedicada ao tema foram revisados o conjunto amplo de trabalhos

distribuídos em todas as sessões.

Título Número de

Trabalhos

Natureza, técnica e violência 1

Energia e meio ambiente 2

Conhecimento local e meio ambiente 1

Modernidade, riscos e meio ambiente 4

Saúde e Ambiente 3

História, sociedade e meio ambiente no Brasil 1

Justiça ambiental, conflito social e desigualdade 1

Quadro 6 – Número de trabalhos selecionados por GTs, do II ENANPPAS, 2004.

Os textos analisados relacionam questões ligadas ao desenvolvimento urbano

(RIBEIRO; SILVA; RAMOS, 2004)(ESTEVES et al., 2004a)(MELCHERT,

52

2004)(ESTEVES et al., 2004b)(VERÍSSIMO; MENDONÇA, 2004)(BEZERRA, 2004), a

atividades produtivas (LOBATO, 2004)(MONTEIRO, 2004b)(MONTEIRO, 2004a)(LOPES

et al., 2004)(FIGUEIREDO; CAPITANI; GITAHY, 2004) e a aspectos teóricos das

abordagens sobre ambiente e sociedade(NETO, 2004)(MARANDOLA JR.; HOGAN, 2004).

**

No eixo de questões ligadas ao desenvolvimento urbano, são apresentadas abordagens

que relacionam a violência urbana às condições de saúde, e para tanto são utilizados dados

contidos em diversos sistemas de informação (RIBEIRO; SILVA; RAMOS, 2004).

*

Outro texto relaciona a contaminação do ar e suas fontes de emissão, com o processo

de mudança da matriz econômica de determinado centro urbano. São utilizados dados

relacionados a emissão de poluentes de fontes móveis como forma de caracterizar o processo

de transição de polo industrial para polo de serviços (ESTEVES et al., 2004a). O referido

texto, apesar de tratar de variáveis ligadas a presença de partículas poluentes no ar, não faz

referência aos desdobramentos deste tipo de contaminação para a saúde humana.

*

Ainda a respeito da poluição atmosférica em contextos urbanos, um segundo texto

com abordagem semelhante irá aprofundar as relações com aspectos ligados à saúde humana.

Os autores apresentam também uma breve revisão de pesquisas que abordam a mesma

temática no contexto da cidade de São Paulo(ESTEVES et al., 2004b).

*

O texto Entre o risco e a proteção ambiental, globalização e transformação ambiental

na cidade de São Paulo(MELCHERT, 2004)descreve o crescimento e modos de sustentação

de uma grande metrópole no Brasil, aponta seus principais impactos no meio ambiente e

modos de regulação estatais. Os seguintes elementos caracterizam seu impacto ambiental

relacionados ao funcionamento e organização de cidades deste porte: “consumo de energia,

transporte, áreas verdes, fontes hídricas, cursos d’agua, ilhas de calor e material particulado

no ar”.

Ainda neste artigo, é discutido o conceito de espaços urbanos transnacionais, que

possibilita perceber a arquitetura das grandes metrópoles como um modelo padronizado. Tais

centros urbanos atendem ao capital econômico globalizado e sua arquitetura é, portanto,

53

desconectada dos contextos locais e favorável ao uso exploratório do espaço e da força de

trabalho. Este modelo atualiza a lógica industrial de apropriação privada de bens sociais e

socialização dos riscos para o contexto do sistema financeirizado.

*

Para outro conjunto de autores(VERÍSSIMO; MENDONÇA, 2004), no que diz

respeito às novas dinâmicas urbanas, são apontadas como variáveis importantes para o

aumento da temperatura do ar alguns elementos, como a instalação de novos sistemas

produtivos e seus decorrentes fluxos migratórios de mão de obra, associados ao processo de

verticalização. Neste sentido, discute-se a relação entre a alteração do clima urbano, como

indicador ambiental, e a saúde da população. Por sua vez, as elevadas temperaturas são

relacionadas às ocorrências de arboviroses, como forma de comprovar o argumento original.

Além disso, aponta-se também um considerável aumento das ocorrências de doenças

respiratórias e do sistema circulatório.

*

Seja no contexto de grande centro urbanos ou das suas regiões metropolitanas, as

variáveis ambientais relacionadas a atividade produtiva exploratória e predatória tem

consequências imediatas ou a longo prazo, na forma de resíduos e acumulo de partículas

danosas a vida humana e animal. Quanto aos resíduos, como exemplo, o texto Ação coletiva

contra a poluição em Magé(BEZERRA, 2004)relata o processo de organização social em

torno do risco percebido em relação à atividade industrial de tratamento de resíduos. São

apontadas relações entre a emissão de gases e agravos à saúde, do sistema respiratório, da

população local.

**

Neste eixo, as atividades produtivas obedecem, segundo boa parte do conjunto de

textos reunidos, a um modelo insustentável de uso do solo e dos recursos disponíveis. No

meio rural, o trabalho passa a representar risco eminente à saúde devido a exposição direta

dos trabalhadores aos agrotóxicos (LOBATO, 2004).

*

Tais modelos avançam sobre matas nativas, para produção de carvão vegetal, visando

à manufatura de ferro. Para tanto, o texto descreve a utilização de influências políticas para

viabilizar sua atuação. O descaso com os desdobramentos desta atividade produtiva, neste

54

caso, se estende a estruturas produtivas obsoletas, com alta perda energética. Isto é, o uso de

carvão mineral poderia ser aplicado em menor proporção. Para abordar a referida questão, os

autores não estabelecem conexões com aspectos ligados à saúde humana e à emissão de

material particulado (MONTEIRO, 2004b).

*

O texto Em busca do carvão vegetal: o deslocamento de siderúrgicas para a

Amazônia(MONTEIRO, 2004a) repercute desdobramentos dos impactos produtivos da cadeia

do aço, produção de ferro-gusa, no que diz respeito ao desmatamento de áreas nativas para a

produção de carvão vegetal. Estabelece uma breve análise das relações sociais envolvidas na

cadeia produtiva, onde o processo de extração da madeira opera como uma extensão da linha

de produção. Apesar de terceirizar o processo, as empresas siderúrgicas estabelecem metas e

interferem diretamente no processo de produção do carvão vegetal.

*

Por outro lado, a articulação entre indústria e suas repercussões nas questões de saúde

leva novamente à conformação das estruturas de poder que viabilizam a instalação de plantas

industrias a partir de incentivos fiscais, sem a devida delimitação de seus impactos

socioambientais(LOPES et al., 2004). Não obstante, as regiões mais afetadas, por efeitos

negativos – seja de atividades extrativistas ou de transformação – são as mais vulneráveis

socialmente(FIGUEIREDO; CAPITANI; GITAHY, 2004).

**

Os textos que abordam aspectos teóricos das pesquisas sobre ambiente e sociedade

apontam para um caminho analítico capaz de integrar a noção de desenvolvimento

ecologicamente sustentável ao campo da sociologia. Além disso, buscam extrapolar a noção

do meio ambiente como produto cultural apartado das suas demais variáveis, restritas ao lugar

confortável de discutir políticas públicas e outros objetos correlatos(NETO, 2004). Os autores

inseridos nesse eixo propõem que o estudo de risco seja uma modalidade de pesquisa que

deve estar além das fronteiras disciplinares(MARANDOLA JR.; HOGAN, 2004).

**

Dentre os textos reunidos, um deles aborda o uso de sistemas de informação em saúde,

o que configura um elemento novo em relação ao I ENANPPAS(RIBEIRO; SILVA;

RAMOS, 2004). Ainda quando se trata de abordar aspectos ligados a poluição do ar, em dois

55

dos artigos o tema é analisado. Enquanto o primeiro não estabelece articulação com as

questões de saúde (ESTEVES et al., 2004a), o segundo texto irá se dedicar a refletir

diretamente sobre os agravos decorrentes da exposição à partículas inaláveis no ar (ESTEVES

et al., 2004b). Os principais impactos ambientais relacionados ao modo de funcionamento de

grandes centros urbanos atualiza sua relação com o contexto global no qual, a despeito do

esvaziamento industrial, os riscos permanecem e os lucros são apropriados por entes privados

fora do contexto local (ESTEVES et al., 2004b; MELCHERT, 2004; VERÍSSIMO;

MENDONÇA, 2004). E, mesmo em contextos de pequenos aglomerados urbanos sob

influência destes grandes centros, tal lógica tende a se reproduzir (BEZERRA, 2004).

No eixo em que são tratadas as atividades produtivas, as florestas e o meio rural

aparecem como colocados diante de reflexos do modelo produtivo que é aplicado aos grandes

centros urbanos. As ameaças à saúde se agravam diante da perspectiva de contato direto com

os principais riscos decorrentes da atividade laboral (LOBATO, 2004).Simultaneamente, as

atividades extrativistas e de transformação operam de modo a devastar ambientalmente e

socialmente os contextos em que se inserem (MONTEIRO, 2004a, 2004b).Por último, é

preciso considerar que o meio urbano aparece como o principal lócus da desigualdade social e

da injustiça ambiental (FIGUEIREDO; CAPITANI; GITAHY, 2004; LOPES et al., 2004).

***

A partir do terceiro ENANPPAS, ocorrido em 2006, foram selecionados textos

contidos na sessão dedicada a aspectos ligados à saúde. Sendo assim, apenas um dos textos

apresentados preencheu os requisitos da busca realizada. No texto Complexidade e

subjetividade: uma contribuição ao estudo da depressão entre trabalhadores(BARBOSA,

2006), o processo de transformação urbana ligado a alterações dos modos de produção –

especificamente, no caso de trabalhadores do ramo da pesca e lavoura – é apontado como

causa importante da ocorrência de agravos à saúde mental.

São apontados como fatores intervenientes a ideia de perda de lugar, a quebra entre o

oficio que é passado de geração em geração e novos saberes associados às novas estruturas

econômicas. Além disso, a rápida urbanização em função do processo de industrialização e os

fluxos migratórios para atender a esta nova demanda de mão de obra são determinantes no

processo de adoecimento.

As transformações socioambientais aparecem aqui como elemento determinante para

as condições de saúde desta população.

56

***

No sexto ENANPPAS, 2012, um dos textos selecionados se relaciona a questões

ligadas ao contexto rural(BARBOSA, 2006) e os demais ao contexto urbano(XISTO;

OLIVEIRA FILHO; OLIVEIRA, 2012)(FARIAS; OLIVEIRA, 2012)(RÉQUIA JÚNIOR;

ABREU, 2012).

**

Quando se referem ao contexto rural, as pesquisas se localizam no espectro dos usos

de agrotóxicos. O texto em questão apresenta alguns dos impactos da intoxicação aguda por

agrotóxicos na saúde humana, como: “distúrbios reprodutivos, alterações psiquiátricas, efeitos

neurotóxicos e câncer”(CURVO; PIGNATTI, 2012). O trabalho se configura como espaço

central na organização da vida no campo, o que amplia o tempo de exposição deste

trabalhador ao longo de sua vida aos efeitos danosos a saúde. A depender da toxicidade, os

danos podem ser imediatos e irreversíveis.

**

O espaço urbano reúne, na forma de “tipo ideal”, as principais formas de

contaminação ambiental. No caso dos textos aqui reunidos, tais aspectos remetem a aspectos

sanitários(XISTO; OLIVEIRA FILHO; OLIVEIRA, 2012). E, a concentração de poluentes,

que pode ser determinada pela “densidade urbana, relevo, principais vias de circulação,

indústrias e bacias aéreas”(FARIAS; OLIVEIRA, 2012).Para tanto, ainda segundo o texto

referido, é possível aplicar modelos de escoamento atmosférico para determinar estas áreas.

Aqui são utilizados como fonte de dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) para a análise socioeconômica e de saúde, com o objetivo de constituir um mapa

sobre as condições de vida nas regiões afetadas.

*

O texto Emissão de poluentes por veículos automotores e seus efeitos sobre a saúde

pública no Distrito Federal(RÉQUIA JÚNIOR; ABREU, 2012)aborda a relação direta entre

agravos à saúde, do sistema respiratório, e a poluição atmosférica. Utiliza como principal

indicador as internações hospitalares e os dados contidos nos sistemas de informação em

saúde, especificamente o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus),

referente a informações sobre óbitos e internações. São reunidas também informações sobre

precipitações, temperatura, umidade e velocidade do vento. São apontados, ainda, limitações

57

em relação a disponibilidade de dados específicos quanto a poluição atmosférica, para que

seja possível uma correlação mais adequada.

**

Nos textos citados acima, observa-se a dinâmica perigosa da disposição de poluentes

em centros urbanos, que estão sujeitos as intempéries climáticas. Mas não somente o clima é

um fator: a arquitetura urbana também é determinante, como aparece no II ENANPPAS. As

desigualdades sociais também voltam a aparecer aqui como aspectos importantes para

caracterização dos impactos deste tipo de poluição ambiental. Para pesquisas que pretendam

associar tais variáveis, os textos apresentados denotam uma centralidade das fontes de

informação que reúnem dados que possibilitam delimitar seus respectivos objetos.

A revista Ambiente e Sociedade

A revista Ambiente e Sociedade, desde a sua criação, 1997, até o ano de 2018 publicou

um total de 47 (quarenta e sete) volumes, que compuseram a amostragem total das buscas

empreendidas.

A busca pelos termos “cancer” e “neoplasia” não retornaram resultados. Das oito

publicações selecionadas duas, dentre 45 (quarenta e cinco), estão relacionadas ao termo

“saude” (DI GIULIO, 2014)(PIGNATTI, 2004), quatro dentre 11 (onze) à

“(dados)AND(saude)” (BUENO; LOPES, 2018)(DI GIULIO et al., 2014)(DE SOUZA

TADANO; UGAYA; FRANCO, 2009)(GRISOTTI, 2016) e outras duas dentre três à

“(poluicao)AND(ar)” (ROBLES; CHÁVEZ; BALLESTEROS, 2015)(MOREIRA;

TIRABASSI; MORAES, 2008).

***

Os dois textos relacionadosà busca “saude” irão tratar, centralmente, de contextos em

que as doenças se vinculam a alterações ecossistêmicas nos contextos locais. Segundo os

autores, tais alterações podem operar como causas para a reemergência e surgimento de novas

doenças.

*

A resenha Um olhar na esfera local: refletindo sobre mudanças climáticas e

cidades(DI GIULIO, 2014) destaca o papel da esfera local na determinação da agenda política

e científica. Apesar de não avançar em abordagens específicas, aponta com esta assertiva a

58

preocupação de um conjunto mais amplo de pesquisadores em compreender os contextos

urbanos de maneira holística entre as áreas do conhecimento, como forma de promover novos

modos de organização das cidades adaptados às mudanças climáticas.

*

Em seu artigo,Pignatti(2004) traça um breve histórico das “relações entre a saúde das

populações humanas e ambiente”. Neste contexto, o campo da saúde ambiental é apresentado

como capaz de colocar, em um mesmo plano, fatores de risco ambientais e agravos à saúde de

populações quando expostas a agentes físico-químicos. Novamente, aparece aqui uma

demanda por estudos de caráter transdisciplinar, como possibilidade de compreender as

“diferentes manifestações clínico-epidemiológica das doenças transmissíveis” e o surgimento

de novas doenças.

O texto coloca ainda os impactos nas condições de saúde quando associados às

alterações ambientais e aspectos socioambientais nos seguintes termos:

As modificações ambientais – tanto no nível macro, como no nível micro, afetam de

forma geral a distribuição das doenças infecciosas. Os vínculos entre

desenvolvimento econômico, condições ambientais e de saúde são muito estreitos,

pois as condições para a transmissão de várias doenças são propiciadas pela forma

com que são realizadas as intervenções humanas no ambiente. (PIGNATTI, 2004)

Os textos aqui citados(DI GIULIO, 2014; PIGNATTI, 2004), apontam para a

perspectiva de pesquisas que sejam capazes de articular as alterações ambientais a nível

global, as condições sociais e de saúde com os contextos e demandas locais.

***

O eixo relacionado à busca “(dados)AND(saude)”, a seguir, reúne um conjunto de

quatro textos. Os dois textos a seguirrelacionam aspectos ligados ao uso empírico de base de

dados públicas no contexto regional (BUENO; LOPES, 2018) e no processo de instalação de

grandes empreendimentos como hidrelétricas (GRISOTTI, 2016).Em seguida, os textos

apresentados tratam de métodos qualitativos para pesquisas sobre risco(DI GIULIO et al.,

2014) e quantitativos para análise do impacto da poluição atmosférica (DE SOUZA

TADANO; UGAYA; FRANCO, 2009).

*

59

No texto Mulheres rurais e violências: leituras de uma realidade que flerta com a

ficção(BUENO; LOPES, 2018), com o objetivo de tipificar a sociodemografia das violências

contra mulheres em um contexto local, são utilizadas diversas bases de informação de

diferentes fontes. Vinculados à segurança pública, foram levantados os Boletins de

Ocorrência (BO). Três bases vinculadas ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) foram citadas: Produto Interno Bruto (PIB), Índice de Desenvolvimento Humano

Municipal (IDHM), Índice de Gini (IG). Por último, duas importantes bases do Sistema Único

de Saúdeforam consultadas: o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e o

Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).

Os dados, neste caso, demonstram que o recorte de gênero aponta para uma

vulnerabilização maior das mulheres, somada a um menor acesso deste grupo aos serviços de

saúde, por se tratar de uma população rural. Tais elementos apontam para uma fragilidade das

bases de dados em saúde localizadas na Atenção Primária, uma vez que, para serem

alimentadas, dependem da frequência ou acesso do usuário ao serviço. Em outras palavras,

uma vez que as mulheres vítimas de violência doméstica neste contexto social específico

dificilmente possuem os meios para acessar os serviços, as bases de Atenção Primária tornam-

se frágeis na tarefa de produzir modelos representativos da realidade rural.

Um exemplo, apontado no texto, é a divergência entre os dados de segurança pública e

as bases de saúde, quanto às taxas de lesão corporal e feminicídios em determinada região

geográfica do estado estudado. Neste cenário, o contexto rural é determinante para gerar

descontinuidades entre os prognósticos de diferentes bases de dados.

As informações contidas nas bases de dados, para os autores, cumprem o papel de

apontar indicativos e potenciais problemas relacionados às variáveis ambientais e sociais,

devido a subnotificação de registros identificadas ao longo da pesquisa. A subnotificação,

aqui, opera ainda como um indicador social do problema abordado, reflete a invisibilização e

naturalização da violência contra mulher perpetuada pela cultura patriarcal dos contextos

rurais. Essa invisibilização, portanto, é agravada pelo modo de organização dos serviços

assistenciais.

*

Em A construção de relações de causalidade em saúde no contexto da hidrelétrica de

Belo Monte(GRISOTTI, 2016), são abordados os aspectos limitantes em relação aos estudos

de impactos ambientais, particularmente aqueles relativos a implantação de grandes

60

empreendimentos. Tais aspectos limitantes vêm à tona, especificamente, no que diz respeito à

ausência de dados, neste caso, oriundos de pesquisas acadêmicas, anteriores ao processo de

instalação. Soma-se a isso as “falhas existentes nos registros dos dados oficiais de saúde da

população atingida”. Neste artigo são utilizados sistemas de informação do SUS –SISNASC,

SINAN eSIM.

O texto aponta para ausência de estudos capazes de avaliar, para além dos impactos

ambientais, impactos nas condições de saúde da população humana e animal durante o

processo de instalação de empreendimentos de grande porte, como hidrelétricas. O caminho

proposto pelos autores aponta para uma abordagem ecológica e sistêmica, capaz de reunir em

uma única pesquisa aspectos relacionados as doenças que acometem a população da região e

os equipamentos e serviços de assistência médica disponíveis.

Neste sentido, as relações de causalidade são colocadas em segundo plano devido à

ausência de pesquisas longitudinais que possibilitem traçar correlações diretas entre a

ocorrência de agravos à saúde e a instalação da usina de Belo Monte.

*

O terceiro texto analisado,(DI GIULIO et al., 2014), parte da noção de riscoe destoa

dos demais por não citar diretamente questões de saúde em sua abordagem, isto é,

tratandoespecificamente de métodos qualitativos que não se utilizam de fontes de informação

localizadas em bases de dados públicas. Por outro lado, aponta para o estabelecimento de

métodos de pesquisas capazes de estabelecer conexões com os atores e as demandas locais,

mesmo fator limitante quando se trata do uso de bases de dados conectadas aos serviços

públicos locais, que aponta para o desafio de conectar as pesquisas acadêmicas aos dados de

realidade estabelecidos pelo objeto.

*

Já no último texto selecionado neste eixo,(DE SOUZA TADANO; UGAYA;

FRANCO, 2009), são apontados os desafios para a realização de estudos que avaliem o

impacto da poluição atmosférica nas condições de saúde a partir de modelos estatísticos. O

principal desafio, segundo os autores, reside na capacidade do modelo de articular todos os

fatores envolvidos. Outro limitador importante apontado é “compreender os processos que

conduzem a dados faltantes”, que pode estar relacionado ao modo de organização dos

atendimentos na atenção básica, por exemplo.

61

**

Os textos do eixo relacionado à busca “(dados)AND(saude)” denotam que, quando são

comparadas as informações obtidas a partir dos sistemas de saúde locais, são necessárias

aplicações de correções quanto à disponibilidade de serviços hospitalares e de pessoal técnico

para alimentação das bases. Mesmo quando se tratam de sistemas vinculados a outros serviços

públicos, como os de segurança, por exemplo, a disposição de equipamentos e estruturas de

acolhimento é determinante para disponibilidade de dados.

Quanto aos métodos de pesquisa, é perceptível uma preocupação imediata com a

capacidade de aderência das pesquisas aos contextos locais. Para os autores, é central que

estes contextos sejam capazes de subsidiar o desenvolvimento de estudos capazes de

apresentar soluções para os problemas locais, a partir da organização adequada das

informações coletadas e da mobilização dos atores locais.

***

A última busca apresentada “(poluicao)AND(ar)” reúne dois textos: um artigo que

aborda a importância de que a população se aproprie de informações que relacionem a

poluição do ar e a saúde humana (ROBLES; CHÁVEZ; BALLESTEROS, 2015).Em seguida,

umsegundo texto que trata dos aspectos ligados ao deslocamento de poluentes na atmosfera

devido a eventos meteorológicos(MOREIRA; TIRABASSI; MORAES, 2008).

*

Robles, Cháveze Ballesteros(2015)apresentam uma série histórica que relaciona o

desenvolvimento do campo da saúde ambiental, o crescimento desordenado de grandes

centros urbanos e a percepção crescente dos riscos relacionados à poluição atmosférica. Tal

narrativa reconstrói uma abordagem que dialoga com a noção de que os riscos ambientais

extrapolam as fronteiras dos estados-nação, devido ao seu caráter ecossistêmico, e devem ser

analisados a nível global.

Por outro lado, os autores argumentam que uma população bem informada

cientificamente está melhor preparada para lidar com os riscos ambientais à saúde, como

descrito abaixo:

Essa abordagem pressupõe que uma sociedade cientificamente educada em atenção

à saúde melhora seus níveis de bem estar, pois possui as habilidades que permitem a

sociedade melhor atender à suas questões, tais como saúde e ambiente. Da mesma

forma, uma educação científica pode ser considerada como um indicador da saúde

62

ambiental da comunidade, quando direcionada para reduzir os danos ao ambiente ou

a exposição à ambientes contaminados. li(ROBLES; CHÁVEZ; BALLESTEROS,

2015)

O principal caminho apontado pelos autores reside em bases de dados precisas e

confiáveis capazes de prover a comunidade, acadêmica e em geral, de informações adequadas

sobre saúde e meio ambiente. Com boa parte da população mundial habitando centros

urbanos, a poluição do ar se constitui uma das principais ameaças à saúde a nível global,

segundo órgãos transnacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), sendo as

fontes móveis consideradas como fator determinante para esse aumento exponencial dos

riscos nos últimos anos.

*

No artigo Meteorologia e poluição atmosférica(MOREIRA; TIRABASSI; MORAES,

2008), são abordados aspectos metodológicos de pesquisas que tratam dos impactos da

poluição atmosférica.O texto não aborda diretamente questões de saúde. Os autores apontam

alguns indicativos de limitadores no uso de base de informações meteorológicas, por

exemplo, a distribuição inadequada ou insuficiente de postos de medida que podem estar

relacionados às questões econômicas e administrativas locais.

**

O grupo de textos dedicados a poluição do ar reforçam aspectos vinculantes entre

pesquisa e contextos locais, seja através de uma população mais bem informada; ou através de

bases de dados mais coesas, com coletas adequadas de informação.

***

Como é possível observar através do quantitativo da busca geral (que retornou

cinquenta e nove registros) e da leitura dos textos acima apresentados, os artigos da revista

Ambiente e Sociedade perpassam de maneira pouco significativa as questões de saúde. No

entanto, apontam para um movimento recente de abordagem dos impactos ambientais e

sociais nas condições de saúde. Em face a ausência de informações consistentes sobre as

realidades investigadas, as pesquisas selecionadas apontam para uma demanda de dados bem

estruturados que viabilizem o aprofundamento de tais análises.

Por outro lado, quando se trata de aspectos ligados à poluição do ar, o conjunto de

pesquisas publicados na revista é ainda mais limitado (somente três textos), indicando uma

63

demanda por investigações sobre o tema. Esta demanda torna-se ainda mais urgente

considerando os aspectos metodológicos já disponíveis e um contexto global favorável, que

os textos apresentados discutem.

Uma síntese das pesquisas em Ambiente e Sociedade

Os textos reunidos neste capítulo apontam para um contexto de pesquisas em

Ambiente e Sociedade que estão orientadas ainda de maneira incipiente para o uso de bases de

dados conectadas aos contextos locais nos quais são obtidas as informações sobre dada

população. Este mesmo conjunto de pesquisas apontam indicativos de que em tais contextos

os serviços e atores envolvidos na coleta de dados passam a ser determinantes no processo de

pesquisa.

As questões que relacionam saúde e processo de desenvolvimento começam a ser

incluídas mais recentemente nas pesquisas do campo das ciências sociais e meio ambiente,

com a ampliação de pesquisas de caráter transdisciplinar como indicam os textos analisados

neste capítulo, dentro do contexto a Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em

Ambiente e Sociedade.

A ausência da área da saúde no conjunto analisado acima pode indicar que a

consolidação de ferramentas metodológicas de análise transdisciplinar e, principalmente,

focadas na determinação de dinâmicas sociais por fatores ambientais contribuiu para a

abertura de novas perspectivas para o desenvolvimento de estudos que abordam agravos à

saúde humana.

Tais apontamentos, na medida que os modos de produção e de vida aparecem

sistematicamente como marcadores de desigualdade estão em consonância com a visão

ampliada de saúde promovida pelo texto do Relatório Final da 8ª Conferência Nacional da

Saúde, que indica:

Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de

alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte,

emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É,

assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da produção, as

quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida.(BRASIL, 1986)

64

Em outras palavras, o conceito ampliado de saúde definido pela 8ª Conferência – que

norteia as ações e políticas públicas que constituem o Sistema Único de Saúde – é “produto”

direto de um combinado de fatores. Tais fatores não podem ser abstraídos de análises no

campo da saúde pública, uma vez que desenham o cenário da organização social na qual os

indivíduos estão colocados. Ainda assim, somente algumas dessas condições são exploradas

na literatura acadêmica brasileira como efetivamente capazes de estabelecer uma relação de

causalidade com o bem-estar da população.

As atividades industriais e extrativistas aparecem, juntamente com a urbanização

desordenada, como principais responsáveis por danos ambientais e às condições de saúde. Em

decorrência de espaços urbanos carentes de políticas públicas na área ambiental, o excesso de

veículos e a ocupação territorial desordenada respondem por outro conjunto importante de

agravos ambientais e de saúde. Aparece, neste contexto, os altos índices de poluição do ar,

apontado como principal problema a nível global devido à circulação livre dessas partículas

na atmosfera. Já os espaços não-urbanos aparecem, no contexto brasileiros, como espaços

precários de atuação do Estado enquanto ente regulador de atividades produtivas

exploratórias.

Nos congressos da ANPPAS, entretanto, as neoplasias aparecem nos textos que

relacionam questões de saúde e aspectos ambientais, principalmente quando o tema é

contaminação do ar. Na revista Ambiente e Sociedade, não foram identificados artigos que

abordem o tema das neoplasias diretamente ou em contextos indiretos.

A ausência de pesquisas que operem tal articulação em alguns casos constitui-se como

limites importantes para traçar correlações entre determinados eventos, um conjunto

significativo de textos apresenta, por tal motivo, soluções metodológicas para lidar com os

dados faltantes. Ainda no campo metodológico a noção de sociedade de risco é

preponderante.

Na medida em que as bases de dados passam a constituir instrumentos de pesquisa, a

percepção de que as informações disponíveis se constituem, em alguma medida, como

limitantes para o aprofundamento das análises apontam para novos desafios seja na

delimitação de novos métodos de pesquisa qualitativa e quantitativa, seja na reorganização e

operacionalidade da coleta desses dados no contexto dos serviços prestados à população.

65

4. CONTEXTOS LOCAIS E AS BASES DE DADOS EM SAÚDE

A bibliografia sobre contextos locais e saúde, breve discussão

A cidade de Volta Redonda aponta indícios importantes quanto as inter-relações entre

saúde e modelo produtivo. Isso por ter sido, inicialmente, um distrito industrial, fundado em

1954, período em que se inaugura no país um modelo de desenvolvimento centrado em

grandes plantas fabris e empresas estatais voltadas para áreas de produção estratégicas. A

CSN, criada durante o Governo Vargas por decreto-lei, em 30 de janeiro de 1941, com início

das atividades em 1946, e privatizada em 1993, tem sua planta industrial instalada neste

município, no interior do estado do Rio de Janeiro (DINIUS, 2011; TIEZZI, 2005).

O município conta com uma população de 257.803 (duzentos e cinquenta e sete mil e

oitocentos e três) habitantes, dividida igualmente entre mulheres (52,32%) e homens

(47,68%), predominantemente urbana (99,95%). Segundo o Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento (PNUD), é classificado como um município com alto índice de

desenvolvimento humano (0,771)17. É considerado o município com maior potencial poluidor

depois da capital do estado, devido à atividade industrial e volume de veículos automotores

(PAIVA, 2014).

Segundo levantamento apresentado por Gioda et al.(2004), entre 1995 e 1999, do total

de partículas suspensas no ar, em Volta Redonda, a parcela de partículas inaláveis (PM10)

correspondia a mais de 50%. Ainda neste caso, estudos anteriores apontam, também, que as

áreas mais afetadas pela exposição à poluição do ar são justamente as áreas com população

classificada como mais vulnerável, em estudo apresentado por Peiter &Tobar(1998a).

Os índices de poluição do ar e suas possíveis consequências nas condições de saúde

não obedecem a uma condição de causa-efeito imediata, obedecem a um complexo de

mediações que se inclui no eixo de determinantes sociais de saúde. Tal noção extrapola o

nível de análise individual – para além, por exemplo, dos hábitos de vida particulares – , para

identificar as principais questões que afetam grupos populacionais (BUSS; PELLEGRINI

FILHO, 2007).

17 O índice de desenvolvimento humano varia de 0 a 1, em que 1 é considerado a classificação máxima

e esperada. Informações sintetizadas do Censo 2010 (IBGE), pelo PNUD, IPEA e FJP, disponíveis no

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, disponível em: http://atlasbrasil.org.br/. Acesso em: 06

de julho de 2018.

66

Do ponto de vista das análises que investigam o contexto de Volta Redonda e suas

condições de vida, é a partir da década de 1990 que começa a se consolidar um conjunto de

pesquisas que irá abordar questões ambientais e condições de saúde e trabalho.

Anteriormente, as pesquisas tratavam de aspectos ligados à formação do modelo de cidade

industrial, e a constituição e modos de organização da siderúrgica (DA COSTA LIMA, 2010).

A cidade de Volta Redonda e a CSN justificam uma atenção especial, pela relação

simbiótica que estabelecem, e por, ao longo do processo de formação de ambas, estarem

relacionadas a processos globais mais abrangentes.

Primeiro, a relação simbiótica reflete-se na criação da cidade e da empresa, então

estatal. No mesmo período, a ocupação do espaço urbano e produtivo pelos trabalhadores se

confundem e dão a dimensão dos laços sociais que irão se estabelecer. Tem relação direta, por

exemplo, com a organização sindical consolidada no período.

Em um segundo momento, com a pressão de capital externo e a mudança de políticas

de governos, a empresa é privatizada, o que irá ressignificar as relações entre

população/trabalhadores e CSN.O sentido de comprometimento com os arranjos sociais locais

e impactos produtivos na comunidade é levado paulatinamente à fragmentação e desconexão.

Em paralelo, as demandas populares por controle estatal sobre os impactos da empresa na

cidade se ampliam, bem como a preocupação, situada no contexto global, com a emissão de

poluentes e seus impactos ambientais e na saúde da população (CANTAMESSA; VIEIRA,

2013; COSTA et al., 2013; DINIUS, 2011; MOLLONA, 2015).

A antiga planta industrial configura-se, paulatinamente, como obsoleta, em um

processo que se aceleranos últimos anos. Por suas características físicas, torna-se incapaz de

absorver qualquer processo de modernização que altere suas estruturas (DINIUS, 2011;

MAGALHÃES; DE SÁ RODRIGUES, 2015). Tal cenário resulta em ondas de desempregos,

cujos postos de trabalho não são reestabelecidos independente das condições econômicas.

Tais condições, como em outros casos já observados, são apenas motivadoras para a liberação

de mão de obra, já dispendiosa e dispensável para os grandes conglomerados industriais

(CANTAMESSA; VIEIRA, 2013; MINGIONE, 1998).

Por outro lado, as indústrias de transformação, como é o caso da siderurgia e sua

cadeia produtiva, são marcadamente onerosas ambientalmente, e passam de um contexto de

comprometimento direto com o contexto local, em que estão inseridas, para um processo cada

67

vez mais amplo de apropriação privada dos benefícios e socialização dos riscos (BECK,

2011).

Os índices de poluição do ar e agravos à saúde constituem-se como medidas

importantes para apontar e demonstrar tais efeitos, uma vez que possibilitam correlacionar de

maneira objetiva a atividade produtiva e seus impactos nas condições de vida locais.

A cidade de Volta Redonda, hoje, possui uma nova configuração que dialoga com uma

reorganização da esfera social e se caracteriza com o surgimento de mecanismos de

reprodução da desigualdade baseados na precarização da vida, como, por exemplo, a

consolidação do comércio como principal empregador (CANTAMESSA; VIEIRA, 2013; DA

COSTA LIMA, 2010; MAGALHÃES; DE SÁ RODRIGUES, 2015).

O município se localiza na microrregião denominada Médio Vale do Paraíba,

referência direta ao principal rio que corta a região. Esta região é historicamente rural,

mercantil-escravocrata, inicialmente dedicada à cultura extensiva do café, e localizada em

zona de circulação de mercadorias entre os principais eixos comerciais e portuários do país:

São Paulo e Rio de Janeiro.

Com a perspectiva de desenvolvimento nacional, se inicia, a partir da instalação da

CSN, uma nova fase no cenário econômico da região. O Médio Vale do Paraíba se consolida

como polo industrial, ao sul do estado do Rio de Janeiro, área de grande circulação de

mercadorias e insumos em função da instalação de estradas rodoviárias e de ferro conectadas

ao estado de Minas Gerais, principal polo extrativista de minério do país (NASCIMENTO;

VIEIRA, 2016; SANTOS; MORENO, 2017).

Os mecanismos de exploração de recursos naturais e humanos, sejam eles ligados à

agricultura extensiva ou, como no contexto aplicado à esta pesquisa, à cadeia produtiva da

indústria de transformação, deterioram as condições ambientais e têm reflexos diretos nas

condições de saúde das localidades em que atuam.

De acordo com Beck (2011), o modo de aplicação da mão de obra e a ausência de

sustentabilidade na exploração e transformação de recursos naturais, a partir de aparatos

tecnológicos altamente poluentes, afetam a capacidade produtiva e reprodutiva das

populações.

Compreender a dimensão histórica e social desse contexto requer perceber os impactos

diretos da apropriação privada de recursos ambientais nas condições de vida das populações.

68

Tais dimensões se afirmam como forma de superação dos impactos negativos da atividade

industrial intensiva na saúde pública e constituição de meios alternativos adequados de

coexistência ecológica e produtiva.

As classes de trabalhadores que ocuparam o município de Volta Redonda se dividiam

entre operários e engenheiros, distribuídos pelo espaço urbano de forma segregada aos moldes

bem amarrados da noção de classe social. Tal configuração e suas transformações, até aos

modos de organização da cidade atualmente, estabelecem um lugar privilegiado para perceber

como industrialização e o desenvolvimentismo irão se desenvolver no contexto brasileiro (DA

COSTA LIMA, 2010; DINIUS, 2011).

As condições ambientais e níveis de exposição são determinantes na carga de doença

que irá afetar a população humana. São encontrados no ambiente diversos elementos

comprovadamente carcinogênicos (além de outros prováveis); a poluição do ar tem efeito

determinante neste caso no que diz respeito à concentração de material particulado inalável.

Em se tratando de cidades industriais ou altamente populosas, este efeito da ação antrópica

tende a ser percebido mais diretamente nos índices de morbidade, além de ser possível

identificar suas consequências de maneira localizada geograficamente (STEWART; WILD,

2014).

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis, com enfoque especial para as neoplasias,

estão entre as principais causas de morte a nível mundial: quando se trata dos países em

desenvolvimento sua participação aumenta18 . No caso de Volta Redonda, em 201619 , as

neoplasias foram a segunda principal causa de óbito no município, sendo aquelas ligadas ao

sistema respiratório a que mais acometeram a população no período20.

Tal realidade demanda análises capazes de abarcar um contexto empírico abrangente

que envolve o Sistema Único de Saúde e a disponibilidade de dados em seus sistemas de

informação e registro. Nos quais os diversos processos de agravamento de diferenças sociais

são difusos e com um conjunto amplo de variáveis demográficas intervenientes, como

cor/raça, gênero/sexo, idade e escolaridade.

18 Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death

Acesso em: 28 de junho de 2018.

19 Registro mais recente disponível no SIM.

20 As neoplasias do sistema respiratório estão classificadas no CID-10 como “Neoplasias Malignas da

Traqueia, Brônquios e Pulmões” (CID-10-032-052.039).

69

Estabelecer vínculos diretos entre modelo produtivo e condições de saúde significa

atribuir responsabilidades efetivas dos custos sociais implicados na atividade privada

direcionada a obtenção de lucros e dividendos. Implica em tipificar, a partir de contextos

específicos, exemplos de como os bancos de dados podem, ou não, favorecer o

desenvolvimento de pesquisas capazes de demonstrar como operam os meios de apropriação

privada de recursos e benefícios sociais, na medida em que a maior parte do processo de

mitigação dos impactos sociais da atividade produtiva irá recair, sem a devida compensação,

sobre o conjunto social mais amplo.

Estão colocados, nesse caso, também, os índices de exposição a partículas poluentes

no ar, que no caso de uma região industrial são marcadamente diferentes do conjunto geral do

país, e se equiparam a grandes conglomerados urbanos de maior abrangência territorial e com

fontes de emissão antrópica de gases diversificada como, por exemplo, veículos automotores.

Considerando o contingente populacional e territorial, estes índices significam uma

sobrecarga de elementos danosos ao ambiente e a saúde neste espaço geograficamente

situado. Do ponto de vista analítico, tal contexto pode assegurar que as taxas de material

particulado no ar estão ligadas a atividade produtiva industrial, com pouca margem de

confusão e diversificação das fontes emissoras.

Análises preliminares apontam que os casos estão distribuídos principalmente entre a

população de meia-idade e idosa21, indicando possíveis efeitos relacionados a exposição a

longo prazo aos efeitos danosos da contaminação atmosférica. É a população mais velha,

também, que experimentou os períodos de maior empregabilidade da empresa siderúrgica. A

maioria dos casos notificados são relativos a indivíduos que nunca fizeram uso do tabaco, o

que pode indicar que os casos de câncer não estão diretamente relacionados ao uso de

cigarro22.

As pessoas do sexo feminino são as principais afetadas por câncer em Volta

Redonda 23 . Aqui, destaca-se um ponto de confusão que requer um aprofundamento,

considerando variáveis de gênero que possam contribuir para a compreensão deste fenômeno.

Isso porque a população imediatamente exposta é a masculina, por ocupar tradicionalmenteos

21 Dados disponíveis para consulta em:

https://www.inca.gov.br/BasePopIncidencias/PrepararConsultarRelatorioValorAbsoluto.action?tipoFai

xaEtaria=1. Acesso em: 26 de junho de 2018.

22Idem

23Idem

70

postos de provedores dos núcleos familiares. No entanto, como a busca reflete os casos gerais

de neoplasias, a variável de confusão pode estar relacionada ao câncer de mama, uma das

principais causas de morte no mundo que afeta diretamente pessoas do sexo feminino (DA

SILVA JR; MAGALHAES JR, 2013).

Estudo realizado por Paiva (2014), para o período de 2005 a 2007, aponta que a maior

parte dos gastos do sistema de saúde em Volta Redonda refere-se a internações por doenças

do aparelho circulatório e respiratório, especificamente as duas classes de agravos

identificados na literatura como de forte correlação com ambientes que apresentam altos

índices de contaminação atmosférica. Neste caso, a presença de material particulado (PM10) e

partículas totais em suspensão aparecem como taxas que mais afetam a quantidade de

internações.

É o caso dos agravos a saúde, que podem ser associados à atividade industrial. Do

ponto de vista dos contextos ligados as atividades industriais e a grandes centros urbanos, os

índices de partículas inaláveis são os principais responsáveis pela ocorrência de agravos do

sistema respiratório. Em uma análise preliminar, os dados contidos nos registros de

atendimento apontam que, como já citado, que mulheres e pessoas de meia-idade e idosas

representam o principal grupo afetado. Estes dados são representativos da demanda por uma

análise capaz de dar conta de descrever os aspectos demográficos implicados.

Os padrões globais relacionados à ocorrência de neoplasias, ou cânceres, relacionam-

se centralmente com aspectos demográficos, globalização da economia e mudanças no

comportamento das populações. Dentre o conjunto de Doenças Crônicas Não Transmissíveis,

as neoplasias representam um conjunto diverso. Os principais fatores de risco são: tabaco,

exposição a substâncias carcinogênicas no contexto laboral, obesidade e sedentarismo,

agentes infecciosos e a contaminação ambiental por elementos cancerígenos (VINEIS; WILD,

2014).

Identificar os fatores de risco é determinante para evitar cerca de metade dos casos.

Além disso, corroboram no sentido de controlar a epidemia de DCNTs, um sistema de saúde

público capaz de estabelecer mecanismos de regulação de atividades nocivas a saúde,

identificar e tratar casos em estágio inicial e empreender iniciativas de promoção da saúde.

Neste sentido, é preciso compreender as principais causas desses fatores: elas estão, na maior

parte, relacionadas a modos de vida ligados a rápida industrialização, decorrente do processo

de globalização. Estes modelos produtivos baseados na exploração de commodities sem a

71

devida regulação governamental desencadeiam processos de impacto ambiental significativo e

precarização das condições de trabalho, principalmente em países em desenvolvimento

(VINEIS; WILD, 2014).

Dados relativos a pesquisas de carga global de doenças apontam que em 2015 a

poluição do ar foi responsável por cerca de um quarto das mortes em todo o mundo por

questões relacionadas ao sistema cardiovascular e câncer do pulmão (LANDRIGAN, 2017).

Já em 2016, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a Doença Pulmonar

Obstrutiva Crônica (DPOC) e neoplasias pulmonares, dos brônquios e traqueia aparecem

entre as dez principais causas de óbitos a nível mundial24.

As mortes decorrentes da contaminação atmosférica vêm crescendo desde a década de

1990, de maneira ainda mais acelerada em países industrializados. O aumento, em todo o

mundo, das taxas de poluição do ar está diretamente relacionado à expansão das grandes

cidades, à globalização do modelo de produção industrial, ao uso intensivo de pesticidas e ao

crescimento da frota de veículos (LANDRIGAN, 2017).

Na América Latina, os desafios colocados ao controle do câncer estão relacionados à

uma série de fatores do campo da saúde como estrutura fragmentada dos sistemas, a cobertura

limitada do cuidado, a escassez de recursos aplicados ao financiamento, recursos humanos

pouco qualificados ou distribuídos de maneira inadequada, e um conjunto de registros

precários que não possibilitam estabelecer planos nacionais.

O Brasil está entre os países do mundo que disponibiliza gratuitamente, em sua rede

de saúde, o tratamento de neoplasias, o que garantiu uma redução de 20% nas taxas de

morbidade por DCNTs, entre 1996 e 2007.A despeito disso, o país ainda falha no diagnóstico

precoce e fortalecer os registros de saúde é considerado o melhor caminho para superar este

desafio (DA SILVA JR; MAGALHAES JR, 2013; STRASSER-WEIPPL et al., 2015).

A contaminação do ar em ambiente externo tem como principal fonte emissora a ação

antropogênica. Seus mecanismos de ação diferenciam-se da exposição à emissão de materiais

particulados em ambientes fechados. Estes afetam diretamente mulheres em contextos, por

exemplo, de uso de forno a lenha em países com baixo nível de desenvolvimento. A

contaminação atmosférica se diferencia pela diversidade de elementos e suas transformações

químicas quando em contato com outros elementos também em suspensão no ar.Suas

24 Disponível em: http://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/the-top-10-causes-of-death.

Acesso em: 28 de junho de 2018.

72

principais causas são atividades humanas ligadas às fontes móveis – como veículos

automotores – , à geração de energia – inclusive hidrelétricas propagadas como fontes limpas

– , à atividade industrial e à queima de biomassa – no caso de criação de gado, por exemplo

(LOOMIS et al., 2013; STRASSER-WEIPPL et al., 2015).

As bases de dados e o SUS

As bases de dados relacionadas ao Sistema Único de Saúde brasileiro nascem da

perspectiva de reunir as informações quanto a registros de atendimentos e se consolidam mais

recentemente como instrumentos de elaboração de diagnósticos sobre as condições de saúde

da população, de modo a favorecer o estabelecimento de políticas e processos de gestão.

As experiências de gestão e uso dessas bases colocam desafios em relação ao modo de

organização descentralizada do SUS. Estes sistemas operam igualmente de maneira

descentralizada e pressupõem a colaboração e coordenação de todos os entes, de modo a

cumprir os pactos estabelecidos entres municípios, unidades federativas e esfera federal.

A alimentação destas bases, por estarem diretamente vinculadas a serviços públicos,

dependem de uma estrutura local que envolve equipamentos públicos bem estruturados,

aparato tecnológico e pessoal técnico qualificado. Além disso, articula uma série de outros

atores sociais, seja no processo de coleta e verificação das informações ou no controle social

de modo que estejam alinhados com as políticas públicas e aparatos legais.

A perspectiva de avanços nesse campo na esfera governamental está diretamente

vinculada ao aprimoramento e consolidação dos sistemas de informação em saúde, como o

Sistema de Informação sobre Mortalidade, e de iniciativas capazes de reunir a diversidade de

bases de dados disponíveis de maneira transversal, como a do Observatório Nacional de

Clima e Saúde, ambos objetos deste capítulo.

O SIM e o Observatório estão amparados por aparatos normativos e legais,

especificamente a Política Nacional de Informação e Informática em Saúde (PNIIS), de 2016,

que está constituída no contexto de definição de outras duas macropolíticas: a Lei de Acesso a

Informação (LAI) e a Política de Governo Eletrônico (e-Gov).

A PNIIS 2016 tem como elemento central a implementação do Registro Eletrônico de

Saúde (RES) do cidadão, e propõe mecanismos institucionais nas diversas esferas de governo

capazes de garantir:

73

a melhoria da qualidade e do acesso ao sistema de saúde brasileiro; a transparência e

segurança da informação em saúde; o acesso à informação de saúde pessoal como

um direito do cidadão; o suporte da informação para tomada de decisão por parte do

gestor e profissional de saúde; e, por fim, o desenvolvimento institucional do SUS e

de todo o sistema de saúde brasileiro, com ganhos de eficiência na redução do

número de sistemas de informação em saúde existentes ou sua simplificação, gestão

e formação de pessoas, aquisição de insumos, monitoramento e avaliação das ações,

logística, pagamento e transferência de recursos e outros processos-meio.(BRASIL,

2016)

A PNIIS 2016 estabelece ainda os seguintes princípios:

1. A informação em saúde destina-se ao cidadão, ao trabalhador e ao gestor da

saúde;

2. A produção da informação em saúde deve abarcar a totalidade das ações de

controle e participação social, coletiva e individual, das ações da atenção à saúde e

das ações de gestão;

3. A gestão da informação em saúde integrada e capaz de gerar conhecimento;

4. A democratização da informação em saúde como um dever das instâncias pública

e privada de saúde;

5. A informação em saúde como elemento estruturante para a universalidade, a

integralidade e a equidade social na atenção à saúde;

6. O acesso gratuito à informação em saúde como direito de todo indivíduo;

7. A descentralização dos processos de produção e disseminação da informação em

saúde para atender às necessidades de compartilhamento de dados nacionais e

internacionais e às especificidades regionais e locais;

8. A preservação da autenticidade e integridade da informação em saúde; e

9. A confidencialidade, sigilo e privacidade da informação de saúde pessoal como

direito de todo indivíduo.(BRASIL, 2016)

O Sistema de Informação sobre Mortalidade

O Sistema de Informação sobre Mortalidade, criado em 1975, tem abrangência

nacional e utiliza variáveis contidas na Declaração de Óbito (DO) como fonte de informação.

Ele reúne dados sobre mortalidade a partir de 1979.Sua última revisão apresenta dados

consolidados até 2016, constam na base informações referentes a óbitos por residência, óbitos

por ocorrência, ano do óbito, sexo e faixa etária.

No contexto dos municípios operam as chamadas Unidades Notificadoras,

responsáveis por lei pela realização do preenchimento das DO.São elas: estabelecimentos de

saúde, Institutos Médico Legais (IML), Serviços de Verificação de Óbitos (SVO), cartórios de

74

registro civil e médicos. O papel dos referidos estabelecimentos varia conforme a

configuração dos serviços locais, como é possível observar nos principais fluxos destacados

nas figuras a seguir. Na figura 3, quando a morte ocorre em um estabelecimento de saúde; na

figura 4, quando o médico atesta o óbito fora do estabelecimento de saúde; e, na figura 5,

quando na ausência de um aparato de saúde os SVO realizam acompanhamento.

Nas figuras de 24 a 28, contidas na seção de Anexos, é possível observar outros

cenários para o fluxo da emissão das DO e posterior notificação dos óbitos para o SIM. Em

todos os casos, prevalece um fator limitante a vinculação da emissão da DO ao profissional

médico. Em contextos nos quais os serviços de saúde operam independente de profissionais

da área médica, esse limitador torna vulnerável o sistema de monitoramento de óbitos.

Figura 3 – Fluxograma da informação de óbitos em estabelecimentos de saúde, fluxo 1, retirado do Manual do

Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

75

Figura 4 – Fluxograma da informação de óbitos fora de estabelecimentos de saúde, fluxo 2, retirado do Manual do

Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

Figura 5 – Fluxograma da informação de óbitos sem assistência médica, fluxo 3, retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

As Declarações de Óbito são compostas por nove blocos, com 59 (cinquenta e nove)

campos para preenchimento(ver figura 6). O documento é padronizado para todo o país,

impresso em três vias e numerado de maneira centralizada e posteriormente distribuído para

estados e municípios. Os campos da DO, desde a sua criação, obedecem a uma padronização

internacional, como forma de garantir mecanismos de comparabilidade dos dados de

mortalidade a nível mundial. No entanto, alguns campos são específicos para o contexto do

sistema de saúde brasileiro e seus processos de gestão.

76

Figura 6 – Visão geral do modelo vigente da declaração de óbito, retirado do Manual do Sistema de Informações

sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

77

Os Serviços de Verificação de Óbitos são uma das principais pontas da rede de

unidades notificadoras. Eles estão, em sua maioria, vinculados à rede pública de saúde

estadual. Podem estabelecer convênios com instituições de ensino superior, instituições

filantrópicas e secretarias de segurança pública a nível local. Encontram-se articulados a

Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). A atribuição destes

serviços está relacionada à comunicar casos de corpos indigentes, à realização de necropsia

em casos de morte natural sem elucidação diagnóstica, à notificações e relatórios mensais

sobre mortalidade ao gestor municipal, eà emissãoda DO(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A DO é determinada por lei, na qual fica estabelecida que “nenhum enterramento será

feito sem certidão de oficial de registro do lugar do falecimento”. Esta mesma lei aponta,

também, a vinculação a pessoas físicas ou jurídicas e a entes públicos quanto a

responsabilização legal por proceder o registro do documento(BRASIL, 1973). Isto garante

que o SIM seja capaz de reunir, de maneira compulsória, os índices de mortalidade e

informações relacionadas.

O desafio, neste caso, reside na padronização dos dados e coleta adequada de

informações nas diversas unidades notificadoras, e um processo de registro e consolidação

que minimize os dados faltantes ou incorretos.

O sistema é gerido em âmbito federal, no qual as secretarias municipais de saúde são

responsáveis pela coleta de dados, enquanto as secretarias estaduais são responsáveis pela

consolidação das informações formando bases estaduais, e, em seguida, os dados são

consolidados pelo Ministério da Saúde, formando a base nacional. A figura 7 apresentada,

inicialmente, em 2001, permanece atual quanto ao fluxo com apenas uma alteração na

atribuição gestor nacional que atualmente é operada pela Secretaria de Vigilância em Saúde,

do Ministério da Saúde.

78

Figura 7 – Fluxograma de distribuição da Declaração de Óbito, retirado do Manual de procedimento do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2001)

No âmbito municipal, ocorrem as ações chave para a viabilidade do sistema. São

distribuídos os documentos de Declaração de Óbito para os estabelecimentos responsáveis

pelo registro das informações; são recebidas e coletadas as declarações; revisados os campos

preenchidos –nos quais os documentos com erros ou não preenchimento de campos chave

devem ser devolvidos às Unidades Notificadoras; são digitados para computadores nos casos

nos quais estão disponíveis sistemas eletrônicos; são redigidos relatório de crítica, que

visamdetectar erros de codificação ou digitação; e, por último, é realizada a remessa dos

dados para a esfera estadual (BRASIL, 2001, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2009).

79

Ainda no contexto municipal estão estabelecidas a realização de busca ativas de modo

a atingir suficientemente a atribuição de coleta da DO, no art. 3º da portaria do Ministério da

Saúde nº 1172/2005, que regulamenta a Norma Operacional Básica do SUS 01/1996. Apesar

da referida portaria não estabelecer periodicidade para a realização de buscas ativas, no art.

21, ela vincula a “regularidade e oportunidade na alimentação e retroalimentação dos sistemas

de informação epidemiológica” ao repasse de recursos aos municípios e estados para a

realização de ações de vigilância em saúde, além de outras sanções previstas relacionadas a

comunicação aos órgãos e poderes de controle e fiscalização a nível local(MINISTÉRIO DA

SAÚDE., 2005).

As unidades federativas são responsáveis: pelo recebimento dos formulários

padronizados remetidos pela esfera federal, controle e distribuição dos mesmos para os

municípios; recebimento das DO preenchidas pelos municípios; processamento e revisão das

declarações e arquivos eletrônicos oriundos dos municípios; consolidação e encaminhamento

dos dados para a esfera federal no prazo de 60 (sessenta) dias após a ocorrência; remessa dos

dados sobre mortalidade estadual para os municípios. Essa dinâmica pode variar a depender

do nível de descentralização do sistema de saúde local (BRASIL, 2001, 2011; MINISTÉRIO

DA SAÚDE., 2009).

O órgão gestor nacional do sistema, vinculado ao Ministério da Saúde, além de

sistematizar e consolidar as informações coletadas na forma da Base Nacional de Dados sobre

Mortalidade, também organiza a estruturação do sistema. É por ele que passa a definição e

atualização dos campos da DO; e, realiza a impressão, guarda e distribuição dos documentos

padronizados e numerados para as Unidades Federativas (UF). O órgão gestor opera, também,

o processo de atualização e correção do sistema informatizado, e a elaboração de manuais de

procedimentos (BRASIL, 2001, 2011; MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2009).

As Declarações de Óbito, por serem a fonte de informação que alimenta o SIM,

condicionam o seu preenchimento adequado à confiabilidade dos dados contidos na base. Em

um sentido mais amplo, compreender os campos disponíveis neste documento significa

estabelecer análise significativa sobre a dinâmica dos dados disponíveis para a realização de

pesquisas. Os blocos que compõem a DO, respectivamente, são: I – Identificação; II –

Residência; III - Ocorrência; IV - Fetal ou menor que 1 ano (sic); V - Condições e causas do

óbito; VI - Médico; VII - Causas externas; VIII – Cartório; IX - Localidade sem Médico.

(BRASIL, 2011).

80

Para efeito da compreensão das variáveis disponíveis face o contexto das pesquisas do

campo das ciências sociais e ambientais foram selecionados os seguintes blocos:

Figura 8 – Bloco I : Identificação, reúne informações sobre identidade do falecido. Retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

Neste bloco destacam-se os seguintes campos: “Data do Óbito”; “Naturalidade”; “Data

de Nascimento”; “Sexo”; “Raça/Cor”; “Escolaridade (última série concluída)”; e, “Ocupação

habitual”.

O marcador temporal – “Data do Óbito” e “Data de Nascimento” – é imprescindível

para a delimitação de correlações entre tempo de exposição e efeitos imediatos nos

cruzamentos de taxas de poluentes no ar, por exemplo, quando associados à outras variáveis.

É o caso de estudos que visam avaliar efeitos da poluição do ar em escolares, modalidade de

estudos predominante na literatura sobre o tema. Além de possibilitar identificar a faixa etária

da população mais vulnerável. No entanto, quando aplicados a marcadores de saúde de causa

difusa, como as neoplasias, possibilitam estabelecer determinados controles que se associados

a variáveis ambientais possibilitam conectar determinadas condições à ocorrência na

população exposta.

O campo “sexo”, possibilita o estabelecimento de considerações demográficas quanto

a índices de mortalidade por causas, considerando a população economicamente ativa

segmentada por sexo e tipos de exposição considerando sua localidade. Além disso, impõe o

papel dos aspectos de gênero relacionados às “Causas da Morte”.

A variável “Naturalidade” pode indicar movimentos migratórios e dinâmica

populacional relacionados aos movimentos de pessoas por fatores econômicos ou sociais

quando comparadas ao “Município da ocorrência” e o bloco “Residência”. Deste modo pode

permitir não somente identificar fluxos migratórios, demarcados no tempo, entre regiões

81

específicas como também demarcar a circulação e origem de determinado agente causador de

doenças.

O nível de “Escolaridade” implica em descrever um contexto social de acesso à

serviços públicos, capital econômico e cultural que reflete em determinantes sociais da saúde

seja pela via da prevenção e promoção de melhores condições de vida ou da atuação cidadã de

modo a garantir que mecanismos de registro e controle de atividades dos serviços públicos e

de entes privados de modo que operem de maneira adequada aos parâmetros legais.

Especificamente, nos casos de exposição a atividades laborais nocivas à saúde o

campo “Ocupação habitual” possibilita aprofundar questões relacionadas às condições de

trabalho como determinante para as condições de vida. Quando o enfoque são agravos à saúde

de origens difusas, possibilitam normatizar e traçar a proporção de indivíduos vinculados a

determinada atividade produtiva e a predominância de determinadas “Causas da Morte”.

Figura 9 –Bloco II : Residência, reúne informações sobre residência do falecido. Retirado do Manual do Sistema de

Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

Neste bloco destacam-se os seguintes campos: “Logradouro”; “CEP”;

“Bairro/Distrito”; “Município de residência”; e, “UF”.

Os campos “Logradouro” e “CEP” cumprem papel acessório, por descreverem o ponto

geográfico exato onde o indivíduo residia, no contexto de análises que considerem aspectos

meteorológicos. A localização precisa pode cumprir papel de interesse, com destaque para o

“CEP” por possuir valor numérico padronizado. No entanto, vale considerar a proximidade da

fonte emissora e a mobilidade dos indivíduos ao longo da vida o que implicaria em outros

tipos de cruzamento e buscas para determinar a localização geográfica e o tempo da

exposição. Por outro lado, ainda cumprem o papel de apontar indícios que comprovem ou

fortaleçam correlações já apontadas.

Ainda no que diz respeito à determinação geográfica campos mais abrangentes como

“Bairro/Distrito”, “Município de residência” e “UF”, possibilitam delimitar áreas expostas a

82

riscos de saúde e correlacionar aos aspectos ambientais locais. Constituem-se fontes

consistentes por se aplicarem a grupos de indivíduos, com uma análise menos dependente da

mobilidade de pessoas nos territórios. A mobilidade individual ao longo da vida é aqui

identificável a partir do cruzamento com o campo “Naturalidade” e o bloco III, que registram,

respectivamente, município e UF de nascimento e do óbito.

Figura 10 – Bloco III : Ocorrência, reúne informações sobre local onde ocorreu o óbito. Retirado do Manual do

Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

Neste bloco destacam-se os seguintes campos: “Município de ocorrência”; e, “UF”.

A partir das variáveis “Município de ocorrência” e “UF” é possível vincular a

mobilidade individual e compreender a dinâmica dos atendimentos de saúde regionais. Podem

possibilitar articulações com a disponibilidade de equipamentos e serviços de saúde, neste

caso.

83

Figura 11 – Bloco V : Condições e causas do óbito, reúne informações sobre causas do óbito. Retirado do Manual do

Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

Neste bloco destaca-se o seguinte campo: “Causas da morte”.

A “Causas da morte” é variável central para o estabelecimento de possíveis relações

com eventos ambientais associados aos contextos em que se inserem os indivíduos. Ela

possibilita relacionar ou abordar individualmente, pela ordem do documento, “causa

terminal”, “causas antecedentes ou consequenciais” e a “causa básica”. No entanto, apesar de

ser objeto central do documento e prevalecer a recomendação de que reflita a Classificação

Internacional de Doenças, trata-se de um campo altamente vulnerável à ausência de

padronização devido a sequência de campos de mesmo tema contidos neste bloco sendo

apenas o primeiro deles de preenchimento obrigatório.

Figura 12 - Bloco VII : Causas externas, reúne informações sobre provável tipo de óbito. Retirado do Manual do

Sistema de Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2011).

Neste bloco destaca-se o seguinte campo: “Acidente de trabalho”.

84

As atividades produtivas podem afetar as condições de vida e ambientais de maneiras

diversas. A relação entre atividade produtiva, seus impactos ambientais e óbitos da população

humana requer a reunião de um conjunto de dados capazes de colocar em um mesmo plano as

possíveis relações causais. Neste sentido, o campo “Acidente de trabalho”, neste caso,

possibilita uma relação imediata entre contexto produtivo e óbitos, decorrentes ou não de

agravos (requer análise do campo “Causas da morte”). Na medida em que pode cumprir papel

de indicativos para uma investigação sobre as condições ambientais relacionadas como, por

exemplo, no caso de atividades extrativistas de minério.

Os dados contidos nas DO aparecem no Sistema de Informação sobre Mortalidade

conforme figura 13.

Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade, conforme extraídosda Declaração

Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).

85

Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade,conforme extraídos da Declaração

Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).

86

Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade, conforme extraídos da Declaração

Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).

87

Figura 13 – Campos disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade,conforme extraídos da Declaração

Óbito, disponível na Estrutura de Dados do SIM (BRASIL, 2006).

O Observatório Nacional de Clima e Saúde

Perceber como as variáveis ambientais influem nas condições de saúde tendo bases de

dados como possíveis fontes para situar um contexto empírico requer o cruzamento entre

diferentes tipos de registros. Neste caso específico, considerando as correlações já

estabelecidas entre contaminação atmosférica e agravos à saúde, os aspectos ambientais e

climatológicos podem representar um viés privilegiado de análise quando associados aos

dados sobre as condições socioeconômicas e demográficas, como demonstrado a seguir.

O Observatório Nacional de Clima e Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz, vinculados,

assim como o Sistema de Informações sobre Mortalidade, ao Ministério da Saúde, no

contexto desta pesquisa cumprem o papel de demonstrar e apontar perspectivas para o uso de

registros contidos em diferentes bases de dados. Eles favorecem o desenvolvimento de

pesquisas acadêmicas e proposição de políticas públicas, considerando os impactos das

mudanças ambientais e climáticas nas condições de saúde.

O projeto do Observatório articula dois órgãos externos à Fiocruz, o Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Secretaria de Vigilância em Saúde. Os dados selecionados

são extraídos de bases do próprio Inpe – dados climáticos e ambientais -, do IBGE – dados

socioeconômicos – e do DataSUS/MS – informações de saúde. Na figura 14 é possível

observar como os dados são acessados nas fontes primárias pela plataforma da Fiocruz.

88

Figura 14 – Fluxo de informações obtidas das bases do DataSUS, da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Inpe,

apresentado por Barcellos et al. (2016).

Os dados reunidos na base apresentam em uma única plataforma bancos de dados

relacionados a aspectos socioeconômicos e epidemiológicos, com ênfase para as variáveis

ambientais, climáticas e de saúde pública. Sua atuação está dividida em quatro eixos: (1)

“Eventos extremos (desastres)”, que apresenta “o impacto de ondas de calor, inundações e

secas sobre a saúde”; (2) “Vetores”, que sistematiza aspectos ligados “a expansão das áreas de

transmissão de doenças transmitidas por vetores”; (3) “Água”, que aborda “a crise da água e o

aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica”;(4) “Ar”, sobre “a potencialização

do efeito da poluição atmosférica sobre as doenças respiratórias”25. A plataforma tem como

público prioritário pesquisadores, gestores e sociedade civil, na figura 15 é possível observar

o modo de organização e as diferentes etapas do projeto(BARCELLOS et al., 2016).

25 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/pagina/apresentacao. Acesso em: 13 de março de

2019.

89

Figura 15 – Organização e etapas do Observatório Nacional do Clima e Saúde, apresentado porXavier et al. (2017).

Com a tarefa de reunir diferentes fontes de informação, como forma de ampliar a

abrangência e capacidade de análise do Observatório, é parte da iniciativa a participação da

sociedade civil a partir do envio de diferentes formas de registros relacionados às temáticas

prioritárias do projeto. Tal abordagem parte da mesma ideia que perpassa alguns dos textos

apresentados no capítulo anterior, que destacam o papel dos profissionais de saúde e da

população na mitigação e prevenção de agravos,quando há uma disseminação adequada e

acessível de informações sobre as condições ambientais e de vida(XAVIER et al., 2017).

Interessa neste estudo o eixo dedicado a poluição atmosférica e doenças respiratórias

contido na plataforma, também denominada Armazém de Geodados de Clima e Saúde. Os

indicadores que compõem a base geral da plataforma foram selecionados a partir de oficinas

interinstitucionais e consideram os seguintes aspectos:

(i) Como (em que formato) e com que frequência os dados estavam disponíveis; (ii)

qual o período de tempo coberto pelos dados; (iii) a qualidade dos dados; (iv) a

extensão espacial de cobertura dos dados; (v) os níveis de desagregação e resolução

espacial dos dados; e (vi) quais as políticas institucionais eram aplicáveis para os

dados.lii(BARCELLOS et al., 2016)

As mudanças climáticas, por seu impacto nas condições meteorológicas, interferem

nas características físicas e formas dos poluentes em suspensão na atmosfera. Desencadeiam

processos relacionados a agravos de saúde seja pela breve ou longa exposição da população à

90

esses efeitos, ocasionando a ocorrência das chamadas Doenças Sensíveis ao Clima (DSC)

aqui interessa o conjunto relacionado as doenças respiratórias e cardiovasculares (XAVIER et

al., 2017).

As alterações de temperatura, umidade e o regime de chuvas podem aumentar os

efeitos das doenças respiratórias e cardiovasculares, assim como alterar as condições

de exposição aos poluentes atmosféricos tanto em áreas de queima de biomassa

quanto em regiões metropolitanas. Dada a evidência da relação entre alguns efeitos

na saúde devido às variações climáticas e os níveis de poluição atmosférica, tais

como os episódios de inversão térmica, aumento das concentrações de poluentes

atmosféricos provenientes da queima de biomassa e o aumento de problemas

cardiovasculares e respiratórios, parece inevitável que as mudanças no clima à longo

prazo venha a exercer efeitos à saúde humana em escala global, regional e local.

(XAVIER et al., 2017)

Somam-se 37 (trinta e sete) indicadores disponíveis relacionados ao eixo “Ar”26.

Dentre os indicadores disponíveis estão relacionados a agravos de saúde obtidos

através de sistemas de informação do SUS27 os seguintes indicadores: “Taxa de internação por

asma”; “Taxa de mortalidade por asma”; “Taxa de internação por bronquite”; “Taxa de

mortalidade por bronquite”; “Taxa de internação por DPOC”; “Taxa de mortalidade por

DPOC”; “Taxa de internação por pneumonia”; “Taxa de mortalidade por pneumonia”; “Taxa

de internação por infarto agudo do miocárdio”; “Taxa de mortalidade por infarto agudo do

miocárdio”; “Taxa de internação por acidente vascular encefálico”; “Taxa de mortalidade por

acidente vascular encefálico”.

Indicadores relacionados a agravos à saúde

Nomeadamente, os agravos relacionados aos indicadores disponíveis são Acidente

Vascular Cerebral (AVC), Asma, DPOC, Doenças cardiovasculares, Hipertensão, Infarto

Agudo do Miocárdio (IAM), Infecção Respiratória Aguda (IRA) e Influenza (XAVIER et al.,

2017).

Para conjugar análises que contemplem neoplasias pulmonares e do sistema

respiratório tais indicadores cumprem o papel de indicativos quanto à presença de aspectos

nocivos à saúde humana presentes no ambiente capazes de afetar o sistema respiratório e

circulatório, uma vez que tal dado não está contemplado enquanto indicador imediato.

26 Disponível em: https://climaesaude.icict.fiocruz.br/tema/ar-0. Acesso em: 13 de março de 2019.

27 Sistema de Informação sobre Mortalidade e Sistema de Informações Hospitalares.

91

Indicadores relacionados à contaminação atmosférica e climático-meteorológicas

Sobre contaminação atmosférica estão disponíveis as seguintes variáveis:

“Concentração de material particulado fino na atmosfera”; “Concentração de monóxido de

carbono na atmosfera”. As variáveis climático-meteorológicas são: “Umidade relativa do ar

(grade)”; Precipitação (pontual)”; “Temperatura máxima (pontual)”; “Temperatura mínima

(pontual)”; “Temperatura média (pontual)”; “Umidade relativa do ar (pontual)”; “Velocidade

do vento (pontual)”; “Temperatura média (grade)”; “Precipitação (grade)”.

Os indicadores relacionados à contaminação atmosférica e climático-meteorológicas

cumprem o papel demonstrar geograficamente as localidades onde se concentram o material

particulado na atmosfera e sua trajetória a partir da fonte emissora, de modo a caracterizar as

zonas de maior risco. Vale destacar que algumas das pesquisas descritas no capítulo anterior

fazem uso desse tipo de dado. Tais variáveis além de caracterizarem as áreas de maior risco,

possibilitam, também, apresentar associados aos dados sobre mortalidade os efeitos desta

concentração de poluentes ao longo do tempo.

Indicadores relacionados a aspectos intervenientes e sócio demográficos

Os dados que possibilitam identificar aspectos intervenientes são: “Percentagem de

área urbana”; “Taxa de desmatamento”; “Volume de extração vegetal de madeira”;

“Proporção de domicílios com arborização no entorno”; “Presença de focos de queimadas”;

“Cobertura vegetal e uso da terra”. Já os aspectos socioeconômicos e demográficos estão

reunidos no seguinte conjunto: “Nível de escolaridade”; “População total”; “Razão de sexos”;

“Densidade demográfica”; “Percentual de população urbana”; “Proporção de menores de 5

anos de idade na população”; “Proporção de pessoas acima de 60 anos”; “População de área

rural”.

Os dois conjuntos de indicadores reunidos acima podem ser classificados, também,

como fatores territoriais e sociais, permitem relacionar as populações mais afetadas e seus

contextos socioeconômicos. Permitem compreender, por exemplo, as diferenças de

manifestação do mesmo tipo de agravo no contexto urbano e rural, e ainda os tipos de

contaminação e vulnerabilidades específicas de cada contexto.

A aplicação dos indicadores apresentados possibilita a realização de análises de

tendências, capazes de projetar variáveis a médio e longo prazo, a avaliação de ações e

92

programas empreendidos nos serviços e traçar quadros da conjuntura que considerem os

contextos sociais e as desigualdades em saúde. São importantes para estas análises o

estabelecimento de sítios sentinela e áreas de vigilância, que operam como parâmetros para

outras localidades, no caso do Observatório estas áreas estão distribuídas conforme a

classificação de biomas brasileiros28(XAVIER et al., 2017).

Além disso, os dados disponíveis possibilitam a aplicação de séries temporais, ou

séries históricas, de modo a estabelecer tendências, sazonalidades e a possibilidade de

ocorrerem eventos não esperados. Outra técnica aplicável, considerando os indicadores

disponíveis, são as séries espaciais e a distribuição dos dados segundo a localização

geográfica da ocorrência, o que torna possível a visualização dos agravos dentro de

determinados espaço(XAVIER et al., 2017).

A acessibilidade dos dados esbarra em problemas semelhantes aos enfrentados pelos

sistemas de informação em saúde no geral, limitação técnica para geração de informações na

plataforma online, e repasses de recursos limitados para as constantes atualizações necessárias

e implementação de novas funcionalidades. Apesar das limitações, um esforço para tornar os

dados acessíveis por meio de ferramentas de visualização de dados, na seção “Mapas,

Gráficos e Tabelas” do site do Observatório, constitui uma tentativa de resposta aos

problemas colocados para a disseminação das informações.

Figura 16 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra do Piraí, gráfico gerado na

plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.

28 Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Caatinga.

93

Figura 17– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Barra Mansa, gráfico gerado na

plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.

Figura 18– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Pinheiral, gráfico gerado na

plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.

Figura 19– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Piraí, gráfico gerado na plataforma

do Observatório Nacional de Clima e Saúde.

Figura 20– Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Rio Claro, gráfico gerado na

plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.

94

Figura 21 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade de Volta Redonda, gráfico gerado na

plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.

Figura 22 – Taxa de internações para indicadores do eixo “Ar” para a cidade do Rio de Janeiro, gráfico gerado na

plataforma do Observatório Nacional de Clima e Saúde.

As figuras de 16 a 22 são um exemplo da aplicação desta funcionalidade de

visualização de dados. Os gráficos apresentados reúnem em séries temporais as taxas de

morbidade por agravos a saúde do sistema respiratório, considerando os indicadores

disponíveis no Observatório para o eixo “Ar”, em Volta Redonda e nas cidades vizinhas -

Barra do Piraí, Barra Mansa, Pinheiral, Piraí e Rio Claro -, e na cidade do Rio de Janeiro a

título de comparação com uma metrópole. Com este exemplo é possível identificar,

preliminarmente, do ponto de vista das morbidades eventuais sazonalidades, e quanto à

estruturação dos dados eventuais inconsistências nas fontes de informação.

Dentre o conjunto de dados disponíveis na plataforma, indicadores relacionados às

neoplasias do sistema respiratório ainda não estão incluídos, apesar das correlações já

estabelecidas entre contaminação atmosférica e este tipo agravo, além da disponibilidade de

dados quanto a sua ocorrência nos sistemas já incorporados pela plataforma. Trata-se,

portanto, de um indicativo de inclusão deste agravo específico, uma vez que os dados que

dizem respeito aos outros agravos do sistema respiratório, já citados, cumprem o papel de

95

reforçar o papel determinante da presença de material particulado em suspensão no ar nas

condições de saúde da população humana.

As bases selecionadas possibilitam estabelecer conclusões quanto ao papel

determinante da publicização e disponibilidade adequada dos dados para o controle social dos

serviços e o desenvolvimento de estudos sobre as condições de saúde da população brasileira.

No entanto, o acesso às informações sobre as condições de saúde esbarra na dispersão das

bases de dados públicas disponíveis. Acrescenta-se a esse fatora ausência de

interoperabilidade dos dados disponíveis nos sistemas, que coloca desafios para que os

princípios dos SUS sejam cumpridos e limitadores no que diz respeito à abrangência dos

dados disponíveis.

Propor modos de organização estratégica do Sistema de Único de Saúde brasileiro

significa dialogar com a prática do serviço e avaliar sua estrutura administrativa, que

repercute na operacionalidade dos sistemas de informação em saúde. Constituem-se como

bases fundamentais para análises relacionadas ao futuro dos sistemas de informação articular

as grandes questões globais aos fatores políticos e econômicos locais, compreender a saúde de

maneira abrangente requer uma abordagem intersetorial e supranacional.

Se, em alguma medida, o envolvimento de muitos atores e uma orientação

descentralizada colocam determinadas limitações à operacionalidade desses sistemas, sua

viabilidade reside justamente nesse caráter hierarquizado, que aproxima as bases de dados dos

contextos locais do sistema de saúde, na medida em que os profissionais que atuam na ponta

dos serviços se apropriam dessas estruturas.

Como é possível perceber, uma série de aparatos legais estabelecem os parâmetros e

vinculações à coleta de dados. Além disso, são estabelecidos mecanismos de financiamento

que vinculam a transferência de recursos à alimentação das bases.

No contexto dos serviços, no cotidiano do Sistema Único de Saúde, as construções

sociais sobre os registros produzidos dialogam com as representações sociais que os

profissionais de saúde constroem acerca dos atendimentos que realizam e quais as categorias

que acionam ao incluir um conjunto de informações nos sistemas. Como a informação se

inscreve como conhecimento nas bases burocráticas tende a apresentar indícios de como as

96

representações sociais estão constituídas no âmbito comunitário. Neste caso, apresentar os

elementos de sentido construídos socialmente se relaciona ao conjunto de aparatos legais,

políticas públicas, normativas de órgãos de regulação e relatórios técnicos

produzidos(AGUIAR, 1991).

Tal conjunto de registros produzidos no âmbito de serviços públicos operam, neste

sentido, no que tange aos regimes de visibilidade e questões ligadas as desigualdades sociais,

como variáveis capazes articular a nomeação e visibilidade dada a determinado evento no

processo de identificação de agravos às condições de saúde. Tais questões se vinculam aos

estigmas, estereótipos e parâmetros discriminatórios vigentes. Nomear implica em atribuir

determinado lugar social aos atores envolvidos, podendo estar expressa nos discursos, em

dados, em classificações e categorizações (ARAÚJO; CARDOSO, 2014).

A informação científica e tecnológica atua de modo a delimitar a mensagem e as

categorias aplicadas no processo de disseminação da informação. No que tange a informação

científica é determinante para a presente análise articular o conjunto de produção que reflete

as correlações entre índices de material particulado no ar e casos de doenças do sistema

respiratório. Por outro lado, uma abordagem que contemple a informação tecnológica,

percorre um caminho de translação, direcionado ao aperfeiçoamento das bases de dados.

Ambos processos – informação científica e tecnológica – compreendidos de maneira

articulada, de modo a produzir conhecimento e refletir sobre as práticas dos sistemas de saúde

e da gestão ambiental dos territórios.

Para o contexto da pesquisa acadêmica se coloca o desafio de lidar com uma grande

quantidade de dados brutos, com variáveis faltantes, e traduzi-los em informações relevantes.

Um dos caminhos possíveis é o trabalho integrado entre diferentes bases, de modo a

minimizar os limitadores relativos a dados redundantes ou ausentes(VIANNA et al., 2010).

Por outro lado, do ponto de vista da teoria crítica da informação o conflito, a

desigualdade e o embate de interesses, são chaves explicativas e de compreensão do mundo

social. Refletem, neste sentido, a perspectiva da condição humana no mundo. A partir delas os

processos de desigualdade operados entre os diversos atores sociais, podem representar os

níveis de democratização do acesso à informação. Além disso, podem atuar, também, como

mecanismos de promoção da saúde e formas de operar sistemas alternativos geradores de

informações e produtores de conhecimento (BARRETO, 2002).

97

Significa, portanto, discutir a concepção de estudos de usuário, sob a lógica dos

sistemas de informação em saúde, como meios de percorrer os fluxos de informação e hábitos

informacionais e seus impactos nas políticas públicas. Compreender os processos pelos quais

as bases são constituídas, levando em consideração os perfis sociodemográficos.

As diversas classificações e indexações estabelecidas nos sistemas de informação

refletem a percepção social de determinadas categorias, no caso específico da saúde pode

reproduzir estigmas e concepções de saúde diversas. A compreensão de como esses

mecanismos são operados reflete os modelos de desenvolvimento e modos de produção de

conhecimento vigentes.

Cabe, portanto, refletir sobre as operacionalidades dos sistemas de informação e seus

modos da inclusão de novos dados. O tempo do conhecimento interativo, as demandas dos

usuários, trabalhadores da saúde e pesquisadores, refletem diretamente na compreensão de

como as informações dialogam com o contexto social. Significa, portanto, compreender como

os modelos de interação com a informação em tempo real e os novos valores atribuídos a

informação operam na geração de novas informações e conhecimentos, além dos seus

impactos tecnológicos (HJØRLAND, 1998).

A interoperabilidade dos sistemas existentes é o desafio atual para o SUS, as bases

consolidadas e aqui demonstradas representam o aperfeiçoamento de modelos de gestão e

coleta de dados sobre as condições de saúde da população brasileira. Em 2011, o Ministério

da Saúde estabeleceu parâmetros para informações e interoperabilidade entre sistemas de

informação do SUS, que entre seus objetivos aponta “estruturar as informações referentes aos

atendimentos prestados aos usuários do SUS visando à implementação de um Registro

Eletrônico de Saúde nacional e longitudinal”(MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2011).

Fica patente, também, o caráter transversal necessário à gestão das bases de dados seja

no âmbito das esferas de governo, municipal, estadual e federal, ou no contexto dos diferentes

setores e órgãos, autarquias e organização civil. A viabilidade e a confiabilidade dos dados

registrados dependem de um comprometimento e compreensão por parte dos atores, que

operam fora do sistema de saúde, do seu papel, por exemplo, enquanto Unidades

Notificadoras.

A informação em saúde é determinante para a qualidade de vida das pessoas, na

medida em que torna possível uma definição estratégica dos investimentos e ações de saúde.

Além de garantir uma participação social maior através de mecanismos de controle social e

98

pela possibilidade de garantir que os cidadãos tenham acesso a informações sobre os

principais agravos de saúde que afetam seu território e os mecanismos de mitigação e

prevenção.

As recentes políticas assumidas no âmbito dos estados nações e fortemente pautadas

pelos organismos transnacionais no que tange as noções de dados e acesso

aberto(GUIMARÃES, 2009) operam sobre a organização social da ciência, os modos de

organização da sociedade, de produção do conhecimento classificado como especializado e a

ideia de domínios. Estãoarticulados a uma aproximação, ou não, das técnicas e os atores

sociais iniciados e não iniciados e a persistência de problemas de circulação da informação

(SAYÃO; SALES, 2013).

Neste sentido, frente ao desafio de integrar bases de saúde e ambientais, quando em

ambas as áreas estas bases possuem ainda uma organização fragmentada, iniciativas que

propõem sistematizar tais informações e disponibilizá-las publicamente são estruturantes para

garantir políticas públicas voltadas para a produção de dados acessíveis. Tais iniciativas

operam de modo a fazer frente ao desafio já apontado de constituir estratégias capazes de

superar a fragmentação dos dados.

Estão colocados os seguintes desafios, cuja relação entre eles é complementa: superar

a fragmentação das bases de dados sobre as condições ambientais e de saúde das populações

humanas e não humanas; estabelecer mecanismos adequados de disseminação dessas

informações como forma de mitigar e prevenir diferentes tipos de agravos; e, constituir

mecanismos e metodologias capazes de estabelecer correlação entre bases com diferentes

objetos, de modo a atribuir responsabilidades efetivas entre os diferentes atores sociais quanto

aos riscos à manutenção da vida humana sob uma perspectiva ecológica.

99

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Figura 23 – O Memorial 9 de novembro, de Oscar Niemeyer, bombardeado. Praça Juarez Antunes – Volta

Redonda.Foto: Arquivo/Sindicato dos Metalúrgicos.

100

Na Praça Juarez Antunes, localizada na região central da cidade, o Memorial 9 de

Novembro é um dos principais pontos de movimentação de operários nas trocas de turno da

Companhia Siderúrgica Nacional. Dupla testemunha, o Memorial: a testemunha que relata,

eternamente rememorando o extermínio de William Fernandes Leite, Valmir Freitas

Monteiro, Carlos Augusto Barroso – os três operários que, no dia 9 de novembro de 1988,

foram mortos pelo Exército no piquete contra a CSN. Mas o Memorial é também a

testemunha que, apartada dos acontecimentos, observa os rumos empreendidos pela empresa

após a sua privatização. Ora bombardeado, agora restaurado, o Memorial permanece ali

recontando histórias que refletem a vida local e os projetos macroeconômicos do país.

As populações, na busca por mecanismos de reprodução social, irão estabelecer modos

de organização de vida estruturados no ambiente que as cercam. Novos modelos econômicos

e perspectivas de desenvolvimento interferem nas estruturas sociais. As divisões do trabalho,

as condições de moradia, os acessos aos espaços de lazer são determinados por tais processos.

Os modelos industrial-desenvolvimentistas que vigoraram na América Latina, na esteira de

um processo de globalização, impuseram novas formas de apropriação dos espaços.

As atividades industriais passam a ocupar lugar central, não somente nas relações

sociais, mas agora, também, no cenário dos ambientes de vida. O uso privado de bens comuns

ganha novas faces, baseado na socialização dos riscos. E, então, passa-se a classificar e

caracterizar a Terra como inserida em uma nova era geológica, em que o homem é o

responsável direto pelo conjunto de alterações significativas que afetam as dinâmicas

climáticas do planeta – o Antropoceno.

O campo da sociologia ambiental reflete o marco temporal das preocupações dos

meios acadêmicos e da sociedade civil com os impactos cumulativos das atividades

produtivas humana em um contexto global. A sociologia volta as suas chaves analíticas para a

compreensão das interações entre sociedade e ambiente. Em um primeiro momento, a

humanidade é percebida sob a égide do seu lugar ecológico, e o ambiente é compreendido

como campo de disputas sociais em que as relações entre indivíduos perpassam as formas de

apropriação do espaço. Contemporaneamente, as pesquisas do campo se direcionam para a

investigação quanto aos resultados das alterações ambientais decorrentes da ação humana,

assim como suas consequências nos processos de reprodução da vida humana.

A sociologia ambiental quando aplicada a compreensão das condições de saúde pode

favorecer o estabelecimento de quadros quanto a situação de saúde que permitam controlar os

101

níveis de carga atribuível de determinado agravo. Considerando suas chaves analíticas

possibilita investigar e delimitar cargas atribuíveis difusas, como no caso das neoplasias, na

medida em que possibilitam colocar em um mesmo quadro condições ambientais e sociais a

que os indivíduos estão expostos e os possíveis reflexos nas condições de saúde. Cumpre,

portanto, o papel de associar hábitos de vida, fluxos migratórios, dinâmicas de gênero e raça,

modelos produtivos entre outros componentes observáveis em contextos empíricos aos

quadros de saúde.

As pesquisas que articulam ambiente e sociedade apontam para preocupações com

variáveis de gênero. No entanto, outras temáticas caras aos estudos de desigualdades

relacionadas a marcadores identitários, como aquelas relacionadas a etnia, não são abordadas

diretamente. Tais variáveis, por representarem impactos significativos nas condições de vida

das populações, podem ser incluídos no eixo de marcadores de desigualdade social vigentes.

Por outro lado, marcadores de desigualdade social que tradicionalmente se apresentam na

literatura requerem revisão, também, pelas mudanças ambientais em que os riscos expõem os

indivíduos a novas e antigas formas de vulnerabilidades.

Os contextos urbanos, como o de Volta Redonda, colocam desafios empíricos para

análises do campo da Sociologia. A descrição dos modos de vida destes espaços requer um

conjunto de ferramentas epistemológicas capazes de abranger a diversidade de fatores

intervenientes, neste caso, quanto aos impactos nas condições de saúde. Em outras palavras,

as análises desenvolvidas passam a implicar uma quantidade superior de variáveis em

contextos interdisciplinares.

Ao longo dos Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e

Pesquisa em Ambiente e Sociedade, foram apresentados um conjunto de pesquisas em

desenvolvimento por pesquisadores das mais diversas áreas. Quando os temas são impactos

ambientais e condições de saúde, estes trabalhos se concentram em abordagens centradas em

aspectos ligados a poluição do ar, atividades produtivas, desmatamento de áreas nativas e

extração de minérios. Deste conjunto, um número ainda pouco significativo orienta os objetos

de análise para uso de bases de dados, de modo a compreender contextos empíricos ou

aspectos ligados a correlações entre eventos ambientais e condições de saúde.

Associada a este contexto de pesquisas, as condições de saúde são pouco presentes no

conjunto geral de artigos publicados na revista Ambiente e Sociedade. Quanto à poluição do

102

ar,as abordagens localizadas não estabelecem seus vínculos diretos às condições de saúde: se

limitam a apresentar metodologias capazes de medir a dispersão de poluentes no ar.

A presença de poluentes no ar se relaciona a um conjunto amplo de agravos à saúde

relacionados ao sistema respiratório e circulatório. Este conjunto de agravos se encaixa entre

as principais causas de morte a nível global. Dentre este conjunto de Doenças Crônicas Não

Transmissíveis, as neoplasias de traqueia, brônquios e pulmões são um fator

quantitativamente determinante. A contaminação atmosférica é resultante, em aspectos gerais,

predominantemente de atividades industriais, queima de combustíveis fósseis e queimadas de

áreas de florestas e plantações.

Neste sentido, as neoplasias do sistema respiratório podem ser consideradas como

tipos de agravos capazes de operarem como marcadores de saúde importantes dos impactos da

poluição do ar (que se estabelece como um marcador ambiental), e, por conseguinte, das

atividades industriais nas condições de vida das pessoas. Associam-se como fatores

determinantes para a caracterização desses casos tais marcadores sociais e climáticos.

Marcadores sociais seriam, portanto, aqueles relacionados aos espaços de vida, aspectos

demográficos e variáveis identitárias, como, por exemplo, gênero e raça. Já aqueles ligados ao

clima constituem-se por áreas geograficamente localizadas em que se concentram partículas

poluentes, que requer variáveis ligadas a índices de calor e direção do vento, por exemplo.

Foram aplicadas como modelos de fontes de dados empíricos para trabalhos que

pretendam utilizar bases de dados para realizar análises que articulem aspectos ambientais,

sociais e de saúde, o Sistema de Informação sobre Mortalidade e o Observatório Nacional de

Clima e Saúde. Estas bases reúnem, como aqui demonstrado, dados que possibilitam de

demarcar a correlação entre o desfecho de agravos à saúde e variáveis climático-ambientais ao

longo do tempo em séries temporais. Além disso, tais bases possibilitam, também, estabelecer

vínculos entre as preocupações teóricas do campo da Sociologia e os contextos em que se

inserem estas bases.

O Sistema de Informação sobre Mortalidade dá conta de demonstrar a viabilidade de

políticas públicas voltadas para o registro de dados sobre a saúde da população. Ele opera

também no papel de disseminação das informações produzidas no contexto dos sistemas de

informação para atores sociais como gestores, a comunidade acadêmica e a sociedade civil

organizada. A existência do SIM se deve ao processo de consolidação do Sistema Único de

103

Saúde, representa, neste sentido, um conjunto de experiências bem-sucedidas no que diz

respeito à implementação de serviços públicos de saúde de abrangência nacional.

Paralelo ao SIM, a descrição e análise do Observatório Nacional de Clima e Saúde

representa a implementação de estratégias de tratamento e publicização de informações no

âmbito das instituições de pesquisa. O Observatório, vinculado a Fundação Oswaldo Cruz,

aponta, além da capacidade técnica e acadêmica de análise de bases de dados públicas

intersetoriais em uma mesma plataforma, a possibilidade de atuação conjunta entre

instituições de maneira interdisciplinar. Não por acaso, a iniciativa se mostra capaz de

estabelecer correlações importantes entre agravos à saúde, poluição ambiental e aspectos

sociais, que apontam indicativos que fortalecem o modelo de análise aqui proposto e

desdobramentos possíveis de pesquisas no campo da Sociologia.

Buscou-se, com esta pesquisa, apontar o aspecto fundamental do desenvolvimento de

pesquisas no campo da Sociologia capazes de abordarem questões de saúde e ambiente sob

um prisma interdisciplinar, capaz de conjugar um conjunto abrangente de fontes de

informação. O caso da cidade de Volta Redonda, aqui aplicado, cumpre o papel de, a partir de

um contexto empírico, direcionar o olhar para uma série de dinâmicas sociais que impactam

na manifestação e desfecho de determinados tipos de agravos. Deste modo, espera-se atribuir

as devidas responsabilidades quanto aos danos sociais, ambientais e de saúde da população:

neste caso, empresas privadas apartadas do processo de desenvolvimento local, como a atual

Companhia Siderúrgica Nacional.

A composição dos pontos aqui apresentados sistematiza e articula algumas das

principais questões abordadas por iniciativas que caminham no sentido de propor um

pensamento prospectivo para o SUS, de refletir sobre as práticas nos serviços, e de consenso

em torno de uma agenda de desenvolvimento a nível global.

104

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133

8. ANEXOS

Figura 24 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 4, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre

Mortalidade (BRASIL, 2011).

Figura 25 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 5, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre

Mortalidade (BRASIL, 2011).

134

Figura 26 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 6, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre

Mortalidade (BRASIL, 2011).

Figura 27 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 7, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre

Mortalidade (BRASIL, 2011).

135

Figura 28 – Fluxograma da informação de óbitos, fluxo 8, retirado do Manual do Sistema de Informações sobre

Mortalidade (BRASIL, 2011).

136

iDo original: “The findings regarding the carcinogenicity of outdoor air pollution as a mixture, and of

particulate matter specifically, are remarkably consistent in epidemiological research, studies of cancer

in experimental animals, and a wide range of studies of mechanisms related to cancer. Particularly, an

increased risk of lung cancer was consistently observed in cohort and case-control studies including

millions of people and many thousands of lung cancer cases from Europe, North America, and Asia”.

Tradução livre.

ii Do original: “Given sociology’s neglect of the biophysical environment — and tendency to equate

“the environment” with the social context of the phenomenon being studied — it is not surprising that

efforts to establish environmental sociology as an area of inquiry included a critique of the larger

discipline’s blindness to environmental matters.” Tradução livre.

iiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727933A9

ivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795687D4

vhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780306P6

vihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787433Y1

viihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785472U1

viiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780798A1

ixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4792537U4

xhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786445E1

xihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788024D2

xiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798590Y3

xiiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780134P6

xivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767896U8

xvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790065U0

xvihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780762Z6

xviihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778307Z0

xviiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787474T1

xixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734633T3

xxhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781582H5

xxihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708983J2

xxiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780815P9

xxiiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787513A2

xxivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721138H6

xxvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787881Y6

xxvihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4764813Y3

137

xxviihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4130153U0

xxviiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706377A7

xxixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706367P5

xxx Currículo Lattes não localizado.

xxxihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760428P6

xxxiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4705238Z6

xxxiiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4235848Y4

xxxivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4333724H6

xxxvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770122Y9

xxxvi Op. cit.

xxxviihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4765226P1

xxxviiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785379U6

xxxixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723262P5

xlhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785630A4

xlihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767896U8

xliihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790380Y6

xliiihttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795642U5

xlivhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787609T0

xlvhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770670Y8

xlvi Op. cit.

xlvii Pesquisadora mexicana, não apresenta registro na Plataforma Lattes.

xlviii Op. cit.

xlixhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4587031P5

lhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4167719P1

liDo original: “This approach assumes that a scientifically literate society in health care increases its

well-being level because it has the skill that allows the society to better meet issues such as health and

the environment. In like manner, scientific literacy may be considered as an action indicator of the

environmental community’s health when directed to reduce pressure on the environment or exposure

to contaminated environments.” Tradução livre. liiDo original: “(i) how (in what form) and at what frequency the data was available; (ii) what time-

period was covered by the data; (iii) the quality of the data; (iv) the spatial extension coverage for the

data; (v) the levels of disaggregation and spatial resolution of the data; and (vi) what institutional

policies applied to the data.” Tradução livre.