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INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA - IEP
Programa de Pós-graduação stricto-sensu
Medicina e Biomedicina
Roberta Tavares Ferreira
Avaliação da eficácia de oficinas de capacitação dos profissionais de Enfermagem em diabetes do município de Itaúna/MG
Belo Horizonte
2015
ROBERTA TAVARES FERREIRA
Avaliação da eficácia de oficinas de capacitação dos profissionais de Enfermagem em diabetes do município de Itaúna/MG
Dissertação apresentada ao programa de pós-
graduação do Instituto de Ensino e Pesquisa – IEP
do Grupo Santa Casa de Belo Horizonte para
obtenção do título de Mestre em Educação em
Diabetes
Orientadora: Dra. Maria Elisabeth Rennó de
Castro Santos
Belo Horizonte 2015
“Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à
fonte.”
Ferreira, Roberta Tavares.
F383e Avaliação da eficácia de oficinas de capacitação dos profissionais de enfermagem em diabetes do município de Itaúna/MG / Roberta Tavares Ferreira – Belo Horizonte/MG, 2015.
70f.; il. enc.
Orientador: Maria Elisabeth Rennó de Castro Santos
Dissertação (Programa de Pós-graduação stricto-sensu. Mestrado profissional em Educação em Diabetes).
1. Enfermagem 2.Educação em enfermagem. 3. Diabetes. 4. Diabetes Mellitus I. Ferreira, Roberta Tavares. II. Título. III. Grupo Santa Casa de Belo Horizonte. IV. IEP.
CDD: 610.73
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo Seu amor que excede todo entendimento.
Aos meus familiares e amigos, que sempre incentivaram minha capacitação.
Ao Município de Itaúna, que me ajudou na conclusão de mais esta etapa em minha vida
RESUMO
Atualmente, observa-se um rápido envelhecimento da população, levando a um aumento das
doenças crônicas não transmissíveis, entre elas o Diabetes Mellitus, que está entre as dez
maiores causas de mortalidade no Brasil. A assistência às pessoas com diabetes envolve
atividades de promoção da saúde e prevenção das complicações. No entanto, para que isso
ocorra é necessária a capacitação dos profissionais de enfermagem para uma melhor
orientação desses pacientes. Esse estudo tem como objeto: a avaliação da eficácia de oficinas
educativas na capacitação dos profissionais de enfermagem do Município de Itaúna/MG. O
estudo, de natureza quali-quantitativa, do tipo descritivo exploratório antes e após intervenção
educativa realizada por meio de oficina, com a participação de 42 profissionais de
enfermagem pertencentes a todas as Unidades de Atenção Primária à Saúde do Município de
Itaúna/MG, no período de março a abril de 2014. Para a coleta de informações, foram
utilizados dois questionários (um elaborado pela autora constituído de questões sobre o pé
diabético e “uso da insulina” e o outro foi o DKN-A) e um roteiro de observação. Os
resultados mostraram que, apesar do interesse dos profissionais avaliados, as capacitações dos
profissionais de enfermagem não são realizadas de forma regular (apenas 16,7% já
participaram de alguma capacitação em diabetes). Constatou-se o desconhecimento destes
profissionais em relação aos procedimentos básicos e à avaliação e cuidados do pé da pessoa
com diabetes, tendo sido comprovada a eficácia da oficina, onde na avaliação dos
questionários antes e após intervenção educativa existe diferença estatisticamente significativa
entre as medidas pré e pós em todas as comparações (p<0,05). Concluímos que os
profissionais de enfermagem, como multiplicadores de conhecimento para a pessoa com
diabetes, devem ser atualizados no tema diabetes.
Palavras-chave: Diabetes. Educação em saúde. Enfermagem.
ABSTRACT
Currently, there has been a rapidly aging population, leading to an increase in chronic
diseases, including diabetes mellitus, which is among the top ten causes of mortality in Brazil.
The care of people with diabetes involves activities to promote health and prevention of
complications. However, the training of nurses is necessary for better orientation of these
patients. This study aims to: evaluate the effectiveness of educational workshops in the
training of nursing professionals in the municipality of Itaúna / MG. The study of qualitative
and quantitative, exploratory descriptive before and after educational intervention carried out
by means of workshop, with the participation of 42 nursing professionals belonging to all
Primary Care Units Health of the municipality of Itaúna / MG, from March to April 2014. In
order to collect information, we used two questionnaires (one made by the author consists of
questions about the diabetic foot and "insulin use" and the other was the DKN-A) and an
observation script . The results showed that, despite the interest of the professionals evaluated
the training of nursing professionals are not held on a regular basis (only 16.7% have attended
some training in diabetes). It was found the lack of these professionals regarding the basic
procedures and evaluation and the person standing of diabetes care and has been proven the
effectiveness of the workshop, where the evaluation of the questionnaires before and after
educational intervention there is a statistically significant difference between pre and post in
all comparisons (P <0.05). We conclude that nursing professionals, as multipliers of
knowledge for the person with diabetes should be updated in the diabetes care.
Keywords: Diabetes Mellitus. Health education. Education Nursing.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – População do estudo – Local de trabalho ----------------------------------------- -24
Tabela 2 - Descrição da Fórmula para cálculo amostral da população estudada---------25
Tabela 3 - Caracterização dos sujeitos do estudo-----------------------------------------------29
Tabela 4 - Caracterização dos sujeitos: Participação em capacitação sobre Diabetes----29
Tabela 5 - Comparação pré e pós -1º questionário: “uso da insulina” - Escores
Domínio e % acerto Domínio – Teste de Wilcoxon----------------------------------------------31
Tabela 6 - Comparação pré e pós – 2º questionário: DKN-A - Escores
Totais e % acerto total – Teste de Wilcoxon------------------------------------------------------31
Tabela 7 - Análise do conhecimento questionário DKN-A e comparação
com a análise do questionário “uso da insulina”-------------------------------------------------33
Tabela 8 - Avaliação da oficina----------------------------------------------------------------------33
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10
2 OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS ....................................................................... 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 14
3.1 DIABETES MELITUS ................................................................................................. 14
3.2 Estratégia Saúde da Família e Diabetes ...................................................................... 16
3.3 Metodologia Ativa de Ensino e Educação em Saúde................................. .............. ...18
3.4 Assistência de Enfermagem para controle do Diabetes Mellitus .............................. 21
3.5 Uso de Questionários de Avaliação em Programas Educativos ................................ 21
4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 23
4.1 Caracterização do Estudo .............................................................................................. 23
4.2 Comitê de Ética e Pesquisa ............................................................................................ 23
4.3 População do Estudo ..................................................................................................... 23
4.3.1 Cálculo do tamanho da amostra .................................................................................. 25
4.3.2 Coleta de Informações ................................................................................................... 26
4.3.3 Organização e análise estatística das informações ..................................................... 27
5 RESULTADOS ............................................................................................................... 29
5.1 Perfil dos Profissionais de enfermagem que participaram do estudo........................ 29
5.2 Avaliação e Orientações quanto à prevenção do pé diabético. ................................... 30
5.3 Avaliação dos questionários antes e após intervenção educativa. .............................. 31
5.4 Avaliação da Oficina.............................................................................................33
6 DISCUSSÃO ................................................................................................................... 35
7 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 38
7.1 Limitações do Estudo...............................................................................................38
7.2 Recomendação.........................................................................................................38
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39
ANEXOS ........................................................................................................................... ......43
ANEXO A - Autorização do município para execução do projeto....................................43
ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de
Belo Horizonte – CEP/SCMBH ................................................................. ............................44
ANEXO C – Questionário DKN-A.................................................................................45
APÊNDICES ........................................................................................................................... 46
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................... 46
APÊNDICE B - Questionário de Avaliação do conhecimento dos Profissionais de
Enfermagem sobre Diabetes .................................................................................................. 48
APÊNDICE C - Abordagem Educativa – Oficina/CD........................................................49
APÊNDICE D - Roteiro de Observação...............................................................................66
APÊNDICE E - Questionário de Avaliação das oficinas.....................................................67
APÊNDICE F - Apresentação do resultado da análise estatística do
questionário DKN-A...............................................................................................................68
10
1 INTRODUÇÃO
Atualmente observa-se um rápido envelhecimento da população, isso porque as taxas de
mortalidade e de fecundidade têm diminuído. Amaral et al (2004, p. 1618) afirmam que “os
países do chamado terceiro mundo vêm apresentando, nas últimas décadas, um progressivo
declínio nas suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, também nas suas taxas de
fecundidade”.
Reforçando essa afirmação, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que a
população idosa mundial está crescendo 2% a cada ano e a proporção de idosos cresce mais
rápido do que a de qualquer outro grupo etário (ASSIS, 2004, p. 12).
Com o envelhecimento da população ocorre um aumento das doenças crônicas não
transmissíveis, entre elas o Diabetes Mellitus. No Brasil, tem ocorrido uma transição
epidemiológica, onde as doenças infectocontagiosas dão lugar às doenças crônicas não
transmissíveis. Malta e Silva Júnior (2013, p. 152) afirmam que:
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) representam uma ameaça para a saúde e desenvolvimento a todas as nações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em cerca de 36 milhões as mortes anuais por esse grupo de doenças, cujas taxas de mortalidade já são muito mais elevadas nos países de baixa e média renda.
Goulart (2011, p. 8) ainda afirma que: “As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são
hoje responsáveis pela maioria das doenças e mortes em muitos países, seja de alta, média ou
baixa condição socioeconômica”.
Nesse contexto, é importante relatar que o Diabetes Mellitus está entre as principais causas de
mortalidade no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2015, p.1), em
2011, no Brasil, as taxas de mortalidade por Diabetes Mellitus (por 100 mil habitantes) foram
de 30,1 para a população geral, sendo 27,2 nos homens e 32,9 nas mulheres, com acentuado
aumento com o progredir da idade.
No diabetes tipo 2, além do envelhecimento, outros fatores também contribuem para o
aumento da sua incidência, como a obesidade, sedentarismo e o estilo de vida pouco saudável.
Hu et al (2001, p. 796) afirmam que:
11
A maioria dos casos de diabetes tipo 2 pode ser prevenida através da perda de peso, exercício físico regular, a modificação da dieta, abstinência de fumo, e o consumo de quantidades limitadas de álcool. O controle de peso parece oferecer o maior benefício.
Com isso, é importante realizar atividades educativas de promoção da saúde e prevenção das
complicações do diabetes, além de ações que tornem o paciente independente, visando o
autocuidado.
De acordo com Torres et al (2008, p. 292):
A mudança de comportamentos, com a adoção de uma dieta balanceada e da prática de atividades físicas, são essenciais para que o controle e o tratamento do Diabetes Mellitus tenham êxito. Estudos mostram que o controle e a prevenção de complicações do diabetes são possíveis por meio de programas educativos.
O acompanhamento da pessoa com diabetes deve ser feito nas unidades de Atenção Primária
à Saúde, já que é a porta de entrada e o ponto de atenção estratégico e tem como um dos
atributos responsabilizar-se pelo monitoramento dos pacientes dentro do seu território de
forma eficaz e humanizada.
O enfermeiro, como parte fundamental da equipe de saúde da família, tem um importante
papel para o desenvolvimento de atividades educativas na comunidade. Santos Filho et al
(2008, p. 126) afirmam que o enfermeiro como integrante da equipe multidisciplinar de
saúde, tem o desafio de instrumentalizar a pessoa com diabetes no autogerenciamento da
doença, buscando estratégias e novas formas para um melhor cuidado de enfermagem,
otimizando o controle glicêmico.
É necessário que se tenha profissionais de enfermagem capacitados para a abordagem da
pessoa com diabetes, tendo em vista que a prevenção e o autocuidado são comprovadamente
essenciais para se evitar complicações graves.
É de grande valia para os serviços de saúde e para a melhoria da atenção prestada, uma
avaliação do grau de conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre diabetes, bem
como uma avaliação da eficácia de uma abordagem educativa.
Espera-se que os profissionais de enfermagem tornem-se aptos a construir ações de saúde que
conduzam os usuários a refletir sobre sua doença e praticar o autocuidado, o que beneficia
tanto os trabalhadores quanto os pacientes.
12
Não se faz educação em saúde com a população sem a capacitação dos profissionais
envolvidos. Baseado nesta afirmação, este trabalho vem mostrar a importância da capacitação
em educação em diabetes com um grupo de profissionais de enfermagem, para uma melhoria
da assistência às pessoas com diabetes.
13
2 OBJETIVO GERAL
Avaliar a eficácia de atividades educativas, na forma de oficinas, para capacitação/atualização
dos profissionais de enfermagem das Unidades de Saúde da Família do Município de
Itaúna/MG.
2.1 Objetivos Específicos
Avaliar o conhecimento anterior dos profissionais de enfermagem;
Comparar/avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem antes e após a
abordagem educativa
14
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Diabetes Mellitus
O Diabetes Mellitus é uma doença crônica que atinge a todos, adultos e crianças, homens e
mulheres, ricos e pobres, qualquer raça ou credo, sem distinção. (FREITAS, 2005, p. 10).
Atualmente o Diabetes é considerado uma epidemia mundial, com uma taxa de incidência
elevada. A Sociedade Brasileira de Diabetes (2015, p.1) afirma que “uma epidemia de
diabetes mellitus está em curso. Atualmente, estima-se que a população mundial com diabetes
é da ordem de 382 milhões de pessoas e que deve atingir 471 milhões em 2035.”
O Diabetes Mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios
metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia, resultada de defeitos na ação da
insulina, na secreção de insulina ou em ambas. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES, 2015, P. 5)
A insulina é o hormônio anabólico mais conhecido e é essencial para a manutenção da
homeostase de glicose e do crescimento e diferenciação celular. Esse hormônio é secretado
pelas células β das ilhotas pancreáticas em resposta ao aumento dos níveis circulantes de
glicose e aminoácidos após as refeições, é o que afirma Carvalheira et al (2002, p. 420).
Um dos principais efeitos da insulina é o controle do nível de glicose no sangue. De acordo
com Smeltzer & Bare (2005, p. 1216):
Normalmente uma determinada quantidade de glicose circula no sangue. A principal fonte dessa glicose é a absorção do alimento no trato gastrintestinal e a formação de glicose pelo fígado a partir das substâncias ingeridas. Quando uma pessoa ingere uma refeição, a secreção de insulina aumenta e movimenta a glicose do sangue para o músculo, fígado e células adiposas. Esta também inibe a clivagem da glicose, proteínas e lipídios armazenados.
O resultado da falta de insulina ou de sua função exercida inadequadamente é o nível elevado
de glicose no sangue (hiperglicemia), sendo a característica clínica do diabetes. (FREITAS,
2005, p. 16).
15
A hiperglicemia resulta em complicações metabólicas agudas e em complicações em longo
prazo que podem levar o indivíduo a incapacidades físicas, comprometendo a produtividade, a
qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos. Por esse motivo a pessoa com diabetes deve
ter no seu dia-dia cuidados especiais, com o objetivo de prevenir e/ou retardar o surgimento
dessas complicações.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes nas diretrizes de 2014/2015 (2015, p.2):
“A natureza crônica do diabetes, a gravidade das complicações e os meios necessários para controla-las tornam o diabetes Mellitus uma doença muito onerosa não apenas para os indivíduos afetados e suas famílias, mas também para o sistema de saúde.”
Por esse motivo, o diabetes é, atualmente, considerado um importante problema de saúde
pública. Somado à gravidade das complicações, também está o fato destas causarem um
grande impacto socioeconômico, sobretudo pelos altos custos dispensados ao seu tratamento,
altas taxas de hospitalização e custos indiretos atribuídos à incapacidade e morte prematura.
Assim, é importante que o tratamento da pessoa com diabetes seja direcionado para
promoção da Saúde e prevenção das complicações. Para Paiva et al (2006), o controle
metabólico rigoroso associado a medidas preventivas e curativas são capazes de prevenir ou
retardar o aparecimento das complicações crônicas do Diabetes Mellitus, resultando em
melhor qualidade de vida ao indivíduo diabético.
Em muitos casos, o paciente que vive com Diabetes Mellitus, possui pouco ou nenhum
conhecimento sobre sua patologia e sobre as limitações que esta lhe impõe. Outros possuem
conhecimento, mas não conseguem conviver com a doença devido às dificuldades em
“incorporar” um novo modo de vida.
Segundo Sabóia, (1997, p. 54) “é impossível para o diabético viver sem compreender sua
situação”.
De acordo com a Associação Americana de Diabetes (2015, p. S20) a educação voltada para o
autocuidado da pessoa com diabetes é parte fundamental do tratamento, isso porque essa
educação permite que as pessoas com diabetes melhorem o controle metabólico, previnam
complicações e aumentem a qualidade de vida com um bom custo-benefício.
Afirmam ainda que a educação em diabetes está associada ao aumento da utilização de
serviços da Atenção Primária à Saúde e menor internações por causas agudas em hospitais. E,
fornece à pessoa com diabetes conhecimentos e habilidades para atividades do dia a dia, como
16
nutrição, atividade física, uso de medicamentos, visando o controle da glicose
(ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE DIABETES, 2015).
Nesse contexto a Atenção Primária à Saúde têm um papel importante nos programas
educativos voltados para as pessoas com Diabetes Mellitus, tendo como objetivo aumentar a
adesão ao tratamento, reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida da pessoa com
Diabetes.
3.2 Estratégia Saúde da Família e Diabetes
Em 1994, a fim de mudar o modelo assistencial hospitalocêntrico voltado para doença, o
Ministério da Saúde lançou o Programa Saúde da Família (PSF) como política oficial da
Atenção primária à Saúde no Brasil, hoje chamado de Estratégia Saúde da Família (ESF). De
acordo com o Ministério da Saúde, a ESF visa à reorganização da Atenção Primária à saúde
no Brasil (BRASIL, 2007).
A Atenção Primária à Saúde deve ser a porta de entrada do paciente para o sistema de saúde.
É o ponto de atenção estratégico que deve ser resolutivo e coordenador do cuidado aos
usuários. Mendes (2012, p.21) afirma que:
Uma atenção primária à saúde, na perspectiva das redes de atenção à saúde, deve cumprir três funções essenciais que lhe imprimem a característica de uma estratégia de ordenação dos sistemas de atenção à saúde: a função resolutiva de atender a 85% dos problemas mais comuns de saúde; a função ordenadora de coordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e informações nas redes; e a função de responsabilização pela saúde da população usuária que está adscrita.
A principal porta de entrada e de comunicação entre os diversos pontos da Rede de Atenção à
Saúde é a Atenção Básica, constituída de equipe multidisciplinar, responsável pelo
atendimento de forma resolutiva da população da área adstrita e pela construção de vínculos
positivos e intervenções clínicas e sanitárias efetivas (BRASIL, 2011).
A Equipe de Saúde da Família trabalha com uma população adstrita ao seu território buscando
o estabelecimento de vínculo com essa população.
Rosa e Labate (2005, p. 1028) afirmam que a equipe de Saúde da Família:
Se apresenta como uma nova maneira de trabalhar a saúde, tendo a família como centro de atenção e não somente o indivíduo doente, introduzindo
17
nova visão no processo de intervenção em saúde na medida em que não espera a população chegar para ser atendida, pois age preventivamente sobre ela a partir de um novo modelo de atenção.
O território define em si a adstrição dos usuários, que é um processo de vinculação de pessoas
e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu
cuidado, garantindo a continuidade e a resolutividade das ações de saúde e a longitudinalidade
do cuidado (BRASIL, 2011).
A composição mínima de uma Equipe de Saúde da Família é de um médico; um enfermeiro;
um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde, com carga horária de 40 horas
semanais. Devendo esta equipe responsabilizar-se pelo acompanhamento de no máximo 4000
habitantes, sendo a média recomendada de 3000 habitantes (BRASIL, 2007).
É importante destacar que entre as responsabilidades e ações estratégicas das Equipes de
Saúde da Família estão as medidas preventivas e de promoção da Saúde, que englobam ações
educativas de controle da glicemia; condições de risco, prevenção de complicações e
autocuidado.
Para Besen et al. (2007, p. 64) a ESF, vista como objeto de Educação em Saúde, tem como
papel central uma prática educativa voltada para a Promoção da Saúde, como um conjunto de
atividades orientadas a propiciar o melhoramento de condições de bem-estar e acesso a bens e
a serviços sociais.
Assim, é de suma importância a Educação em Diabetes, já que a Equipe de Saúde da Família
deve dispor de habilidades, atitudes e instrumentos para dar apoio ao paciente portador de
diabetes. De acordo com o Ministério da Saúde (2001, p.155), a educação em Diabetes “é
importante por que permite que os pacientes se sintam melhor, propicia um melhor controle
metabólico, favorece o decréscimo dos custos com o tratamento e protege contra a prática
profissional inadequada”.
Conforme a Política Nacional da Atenção Básica (Portaria 2.488/2011), uma das atribuições
comuns a todos os profissionais da ESF é a de realizar ações de educação em saúde a
população adstrita, conforme planejamento da equipe (BRASIL, 2006)
Ainda de acordo com a portaria 2.488/2011 entre as atribuições específicas do enfermeiro
dentro da ESF estão as de realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias cadastradas nas
equipes; realizar consultas de enfermagem; planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações
desenvolvidas pelos Agentes Comunitários de Saúde; supervisionar, coordenar e realizar
18
atividades de educação permanente da equipe de enfermagem. E, uma das funções do técnico
e do auxiliar de enfermagem é a de contribuir, participar e realizar atividades de educação
permanente (BRASIL, 2006).
Assim, o enfermeiro destaca-se como principal profissional dentro da ESF com a função de
planejar, executar e avaliar as atividades de educação em saúde com a comunidade, além de
ser o responsável pela educação permanente dos profissionais de enfermagem e agentes
comunitários de sua equipe.
Freitas e Nunes (2010, p. 40) afirmam que “o enfermeiro é o responsável praticamente pela
supervisão do trabalho da Equipe de Saúde da Família, além de conciliar essa função com a
assistência às famílias e identificar os fatores que influenciam na qualidade de vida das
mesmas, visualizando as peculiaridades de cada uma”.
Para Donaduzzi (2009, p. 36):
O enfermeiro, como profissional que tem oportunidade de atuar priorizando
ações de educação em saúde e promoção da saúde, é parte fundamental
da equipe da ESF, que presta atenção ao indivíduo, sua família e
comunidade, visando despertar nestes a consciência crítica a respeito de
sua saúde e qualidade de vida, possibilitando assim, um viver mais
saudável e agradável em seu meio familiar e social.
3.3 Metodologia Ativa de Ensino e Educação em Saúde
Atualmente, a metodologia ativa de ensino é muito utilizada para desenvolver o lado crítico
do educando, onde este é um participante ativo do seu aprendizado, servindo também para
estimular a autonomia e troca de experiência entre educador e educando.
Sobral e Campos (2012, p. 209) afirmam que “a metodologia ativa é uma concepção
educativa que estimula processos de ensino-aprendizagem crítico-reflexivos, no qual o
educando participa e se compromete com seu aprendizado”.
Ainda de acordo com Borges e Alencar (2014, p. 120) a utilização da metodologia ativa de
ensino pode favorecer a autonomia do educando, despertando a curiosidade, estimulando
tomadas de decisões individuais e coletivas, advindos das atividades essenciais da prática
social e em contextos individuais.
19
É importante frisar que a metodologia ativa de ensino é uma importante ferramenta na
educação em saúde, visando uma maior interação entre profissionais da saúde e paciente, bem
como o estímulo a uma maior reflexão do seu estado de saúde e desenvolvimento da
autonomia desses pacientes, uma vez que educação em saúde não é apenas para repassar
informações.
Há muito tempo, diversos profissionais da saúde, comentam sobre a necessidade da pessoa
que vive com Diabetes Mellitus conhecer sobre sua patologia e sobre as questões relacionadas
ao seu tratamento. Muitos apontam a necessidade da educação com estes indivíduos para que,
ao conhecerem sua condição de saúde, mudem seus hábitos de vida e realizem o tratamento
adequadamente, evitando complicações.
De acordo com esta perspectiva, a educação em saúde é apontada como meio para alcançar tal
propósito e, muitas vezes, concebida equivocadamente apenas como repasse de informações.
Hammerschmidt e Lisboa (2004, p. 36) relatam que a prática de educação em saúde não é
uma proposta recente e sim, data desde o século XVIII na Europa quando eram elaborados
pequenos panfletos intitulados de almanaques populares onde era difundido o cuidado
“higiênico” para gestantes, crianças e medidas gerais de controle de epidemias. Nesse
contexto, a educação em saúde foi inserida como instrumento capaz de, isoladamente, ensinar
as pessoas o que elas deveriam fazer para manter a saúde e evitar doenças.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009), a Educação em Saúde:
É um Conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com suas necessidades. Ela ainda potencializa o exercício do controle social sobre as políticas e os serviços de saúde para que esses respondam às necessidades da população.
Alves (2005, p. 43) ainda afirma que a educação em Saúde “É um recurso por meio do qual o
conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde atinge a vida cotidiana das
pessoas, por intermédio dos profissionais de saúde, uma vez que a compreensão dos
condicionantes do processo saúde-doença oferece subsídios para a adoção de novos hábitos e
condutas de saúde.”
Para Sabóia, (1997, p. 51) Educação em Saúde é “um processo capaz de desenvolver nas
pessoas a consciência crítica de seus problemas, ao invés de simplesmente repassar
informações sobre a saúde”.
20
A princípio, normalmente a pessoa que vive com diabetes e sua família conhecem pouco
sobre esta nova condição de vida, ficando geralmente bastante assustados e confusos. A partir
do conhecimento construído sobre o assunto, a grande maioria consegue perceber que existe
uma maneira própria de tornar este problema menos complicado.
“A educação em saúde torna-se fundamental no tratamento do diabético, na medida em que
oferece os instrumentos para que o cliente consiga conviver com mais esta dificuldade”.
(SABÓIA, 1997, p. 100)
Ao pensarmos em educação em saúde sob uma ótica progressista, podemos considerá-la como
ferramenta que aponta caminhos a serem perseguidos. Os indivíduos que dela se beneficiam
possuem o poder de escolha que os levarão à melhor ou pior qualidade de vida.
A educação em saúde também favorece caminhos para busca e o alcance do cuidado de si.
“Cuidar de si mesmo significa querer se recuperar, participar, aceitar suas limitações e desejar
viver”. (GUITTON; FIGUEIREDO; PORTO, 2002, p. 121)
Ao cuidar de si mesmo o indivíduo reconstrói e reformula os seus conceitos, sua visão de
mundo para lançar mão dos meios necessários para manter-se vivo, para manter sua
identidade. Porém esses meios, que emergem do seu interior, são articulados em relação as
demais pessoas que o cercam, ou seja, em relação ao seu modo de interagir com os outros.
Neste sentido encontra-se na família o ambiente propício para o alcance deste cuidado. É no
ambiente familiar e com a ajuda destes que o paciente diabético define os meios para cuidar
de si mesmo e, dependendo da participação de sua família ele pode alcançá-lo ou não.
Segundo Sabóia (2003, p. 80) a prática educativa facilita ao máximo o poder de cada
indivíduo sobre suas vidas, tornando-se um instrumento de mudança, construindo sujeitos
livres e com poderes de receber e criar novos conhecimentos. Ao passo que fortalece a
participação do indivíduo no tratamento, este se torna capaz de decidir o que é melhor para si,
como ser dotado de razão, de vontade e de capacidade de exercer sua liberdade. Sendo assim,
esta promove às pessoas uma maior reflexão, a partir de suas experiências e vivências, sobre
como conduzir suas vidas e como cuidar de si mesmas.
21
3.4 Assistência de enfermagem para controle do Diabetes Mellitus
Nesse contexto, destaca-se o profissional de enfermagem, que enquanto integrante da Equipe
de Saúde da Família e que por permanecer mais tempo junto ao paciente, tem um papel
importante no acompanhamento do paciente diabético. Santos et al. (2008, p. 126) afirmam
que: “A Enfermagem, como integrante da equipe multidisciplinar de saúde, tem o desafio de
instrumentalizar o portador no autogerenciamento da doença, buscando estratégias e novas
formas para um melhor cuidado de enfermagem, otimizando o controle glicêmico”.
De acordo com Sousa et al (2010, p.56) “O processo pedagógico da enfermagem, com ênfase
na educação em saúde, encontra-se em evidência, já que atualmente é reconhecido como uma
estratégia promissora no enfrentamento dos múltiplos problemas de saúde que afetam as
populações e seus contextos sociais. O enfermeiro tem destaque, já que é o principal atuante
no processo de cuidar por meio da educação em saúde”.
Rosa et al. (2006, p.186), afirmam que “a dimensão da educação, enquanto área cooperadora
na atuação da Enfermagem é de grande relevância, devendo ser tomada como indispensável
na prática profissional.”
Dessa forma, torna-se necessário que os profissionais de saúde estejam capacitados para
desenvolverem atividades educativas com a população. Torres, Pereira e Alexandre (2011, p.
1078) afirmam que “o controle e a prevenção de complicações do diabetes são possíveis por
meio de programas educativos e profissionais de saúde capacitados para atuarem no processo
educativo”.
Na vida “a busca do bem-estar muitas vezes requer atalhos para evitar o sofrimento. É
preciso buscar o prazer e driblar a própria morte. A educação em saúde pode ser esse
atalho”. (TEIXEIRA; FIGUEIREDO, 2001, p. 133).
3.5 Uso de Questionários de Avaliação em Programas Educativos
Os questionários de avalição são feitos em dois momentos, antes e após intervenção
educativa, visando avaliar o que foi assimilado/aprendido pelo participante, devendo o
mesmo ser de fácil entendimento para quem está preenchendo.
22
A utilização de questionários em atividades de educação em saúde é um importante
instrumento para avaliar o conhecimento dos participantes dos programas educativos,
bem como possibilita a tomada de decisão para possíveis mudanças de comportamento.
Torres et al (2005, p.907) afirmam que: “ O uso de instrumentos ou questionários de
avaliação é um importante recurso em programas educativos na área da saúde, pois
possibilitam mensurações dos efeitos do processo de ensino e aprendizagem e possíveis
mudanças de atitudes.”
No Brasil, existem poucos instrumentos validados para avaliar o nível de conhecimento e
atitudes sobre o Diabetes, é o que afirma Torres et al (2005, p.910).
Um dos questionários utilizado para avaliar os efeitos das intervenções educativas é o
DKN-A (Diabetes Knowledge Scale Questionnaire), que é um questionário auto-
preenchível com 15 perguntas sobre fisiologia básica, alimentos e substituições,
gerenciamento de intercorrências e princípios gerais de cuidados da doença.
É importante que o profissional de saúde conheça esse instrumento para que possa
reproduzi-lo junto à pessoa com diabetes.
O questionário tem a função de avaliar o conhecimento da doença, devendo o profissional
de saúde estar preparado para orientar a pessoa com diabetes.
Curcio et al (2011, p.334) afirmam que a versão em português do questionário DKN-A
“apresenta aplicabilidade para medir e avaliar os efeitos das intervenções educativas em
programas de educação em saúde, o que permite aos profissionais de saúde estabelecer
reorientações ou confirmar a efetividade de suas ações.” No entanto, é necessário que o
profissional de saúde que atue na Atenção Primária tenha o conhecimento do mesmo para
que possa orientar as pessoas com diabetes.
23
4 METODOLOGIA
4.1 Caracterização do Estudo
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa do tipo descritivo exploratório antes e após
oficina educativa, no período de Março a Abril de 2014.
4.2 Comitê de Ética e Pesquisa
Este protocolo de pesquisa que foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Santa Casa
de Belo Horizonte CEP/SCBH, de acordo com a resolução 466 de Dezembro 2012 do
Conselho Nacional de Saúde (CNS), que trata de pesquisas envolvendo seres humanos.
(ANEXO B). Todos os profissionais que concordaram em participar da pesquisa assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido em duas vias (APÊNDICE A).
4.3 População do Estudo
Profissionais de Enfermagem (enfermeiros, técnicos e/ou auxiliares de enfermagem) que
trabalhavam na Atenção Primária à Saúde do Município de Itaúna/MG e que concordaram em
participar do estudo.
É importante ressaltar que no momento do estudo, o município contava com apenas 50
profissionais de enfermagem trabalhando e que possuía 02 vagas (01 para enfermeiro e 01
para técnico de enfermagem) aguardando contratação.
24
Dos 50 profissionais de enfermagem trabalhando no município, 42 participaram do estudo,
pertencentes a todas as Unidades de Atenção Primária à Saúde do Município (Tabela 1).
Tabela 1 – População do estudo - Local de trabalho.
Local de Trabalho N. %
PSF Alto do Rosário 2 4,8
PSF Cidade Nova 3 7,1
PSF Garcias 2 4,8
PSF Graças 2 4,8
PSF Nova Vila Mozart 2 4,8
PSF Itaunense 3 7,1
PSF Parque Jardim 3 7,1
PSF Jadir Marinho 1 2,4
PSF Várzea 2 4,8
PSF Lourdes 3 7,1
PSF Irmãos Auler 2 4,8
PSF Pio XII 2 4,8
PSF Zona Rural 7 16,6
PSF Piedade 3 7,1
PSF Morada Nova I 3 7,1
PSF Morada Nova II 2 4,8
Total 42 100
Fonte: Produção do autor
Como critérios de exclusão foram considerados os profissionais que não eram da área de
enfermagem e que não estavam inseridos na Atenção Primária à Saúde, bem como os
discentes de Enfermagem.
25
4.3.1 Cálculo do tamanho da amostra
Para o cálculo do número da população estudada foi utilizada a fórmula:
)1()(2
)(2
22
N
Npzzn
(tabela 1), uma vez que o total de profissionais existentes no município é
de 50 e um dos objetivos é a comparação dos testes aplicados antes e depois das aulas
ministradas e assim testar se houve melhora no conhecimento dos mesmos. Neste caso temos
uma comparação de proporção de dados pareados.
Assumindo p= 0,50 (pois o parâmetro é desconhecido), uma diferença mínima importante de
15% ( = 15%) será necessário recrutar cerca de 35 indivíduos no pré teste e os mesmos 35 no
pós teste para obter um poder de 80% ( = 0,2), considerando um nível de significância =
0,05, como mostrado no cálculo a seguir:
3449)15,0(2
505,0)84,064,1(
)1()(2
)(2
22
2
22
x
xx
N
Npzzn
Tabela 2 – Descrição da Fórmula para cálculo amostral da população estudada.
Notação Representa
n Tamanho da amostra
Probabilidade de erro tipo I
Probabilidade de erro tipo II
z Percentil de ordem (1-) da distribuição gaussiana padrão
z Percentil de ordem (1-) da distribuição gaussiana padrão
Medida do efeito (diferença mínima significativa)
P Proporção considerada para acerto, quando desconhecido p = 0,50
N Tamanho da população
Fonte: Produção do autor
Mesmo o n sendo de 35 participantes, este estudo teve a participação de 42 profissionais de
enfermagem que trabalham na Atenção Primária à Saúde (Tabela 1).
26
4.3.2 Coleta de Informações
O método utilizado foi o de oficinas, visando maior participação dos profissionais para a
prática educativa.
O estudo foi realizado em cinco momentos:
a- Avaliação dos profissionais de enfermagem antes das oficinas (Apêndice B e Anexo
C);
b- Realização da abordagem educativa com entrega de CD com as aulas (Apêndice C);
c- Observação simples durante as oficinas (APENDICE D);
d- Avaliação dos profissionais sete dias após a intervenção educativa (Apêndice B e
Anexo C);
e- Avaliação das oficinas (Apêndice E).
Para a avaliação do conhecimento dos profissionais de enfermagem antes e após a intervenção
educativa foram utilizados dois questionários:
1 - O primeiro, elaborado pela autora, decorrente da observação na prática clínica, foi dividido
em dois grupos, constituído de questões sobre pé diabético e “uso da insulina” que engloba
questões sobre armazenamento, administração de insulina e automonitorização glicêmica
(APÊNDICE B);
2 - O segundo foi utilizado o questionário validado Diabetes Knowledge Scale Questionnaire
- DKN-A (ANEXO C), que de acordo com Torres et al. (2005, p.910) o questionário tem
“aplicabilidade para medir e avaliar os efeitos das intervenções educativas em programas de
educação em saúde.” Apesar de ser um instrumento para a avaliação do conhecimento da
pessoa com diabetes, é importante que o profissional da saúde conheça o questionário para
melhorar o processo educativo em saúde da pessoa com diabetes.
As oficinas ocorreram, em três dias diferentes para não interferir nas atividades das Unidades
de Saúde, sem intercorrências, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, e para a
realização das mesmas foram utilizados data show e amostras de materiais como canetas e
frascos de insulinas, seringas, agulhas e glicosímetro.
27
A oficina teve duração de 4 horas e foi dividida em 3 tópicos:
Fisiopatologia do Diabetes (conceito, sintomas, classificação, fatores de risco e
complicações) – 2 horas;
Pé Diabético – 1 hora;
Insulinoterapia e automonitorização glicêmica- 1 hora
Durante a realização das oficinas foi utilizado um roteiro para observação dos participantes
(APÊNDICE D), com registros em um diário de campo.
4.3.3 Organização e análise estatística das informações
Ao final da coleta de dados, os dados quantitativos foram submetidos à análise estatística
univariada e bivariada. Na univariada foi utilizada a distribuição de frequência para variáveis
qualitativas e apuração de medidas de posição (média e mediana) e de dispersão (desvio
padrão) para variáveis quantitativas a fim de evidenciar o perfil dos profissionais de
enfermagem pesquisados.
Foram utilizadas tabelas de contingência para associar as variáveis categorizadas. O teste de
McNemar foi adotado para testar a significância estatística da associação entre tais variáveis.
O Teste de McNemar é usado para analisar frequências de duas amostras relacionadas, ou
seja, tem como objetivo avaliar a eficiência de situações “antes” e “depois”, em que cada
indivíduo é utilizado como o seu próprio controle. Utilizando-se a mensuração em escala
nominal para avaliar alterações da situação “após” em relação à situação “antes”.
Para comparação dos escores criados como a pontuação total do questionário e a pontuação
do domínio “Uso da insulina” foi utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon adequado
para dados pareados, pois trata-se de comparação de mesmo indivíduo em momentos
diferentes.
A análise dos dados foi realizada no software estatístico SPSS versão 20. Em todos os testes
estatísticos utilizados, foi considerado um nível de significância de 5%. Dessa forma, são
consideradas associações estatisticamente significativas aquelas cujo valor p foi inferior a
0,05.
28
Em seguida, foram realizadas diversas leituras das informações para identificação dos temas
comuns que foram agrupados nas seguintes categorias:
Conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre insulinoterapia:
- Administração da insulina,
- Conservação da insulina
- Preparo da insulina;
Avaliação do conhecimento da automonitorização glicêmica;
Conhecimento sobre a avaliação correta dos pés das pessoas com diabetes;
Conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre diabetes, por meio do
questionário DKN-A.
29
5 RESULTADOS
5.1 Perfil dos Profissionais de enfermagem que participaram do estudo
Quarenta e dois (42) profissionais de enfermagem do Município de Itaúna participaram do
estudo, sendo a maioria auxiliar de enfermagem (Tabela 3).
Tabela 3 – Caracterização dos sujeitos do estudo
Profissão N %
Auxiliar de Enfermagem 15 35,7
Técnico de Enfermagem 14 33,3
Enfermeiro 13 31
Total 42 100
Fonte: Produção do autor
Dos 42 profissionais, apenas 7 deles já participaram de alguma capacitação em diabetes
(Tabela 4), dos quais, 6 participantes foram capacitados há 5 anos ou mais e apenas 1 foi
capacitado em 2013.
Tabela 4 – Caracterização dos sujeitos – Participação em capacitação sobre Diabetes.
Fonte: Produção do autor
Já participou de alguma
capacitação em diabetes? N %
Sim 07 16,7
Não 34 80,9
Não Lembro 01 2,4
Total 42 100
30
5.2 Avaliação e Orientações quanto à prevenção do pé diabético
Dos 42 participantes, apenas 33 deles responderam se realizam ou não orientações quanto à
prevenção do pé diabético, dos quais 27 informaram fazer tais orientações, correspondendo a
81,8% das respostas válidas.
Sobre quais orientações eram dadas as pessoas com diabetes quanto à prevenção do pé
diabético, as respostas foram:
38,1% sem informação;
61,9% deram informações diversas, como: uso de calçados confortáveis; não andar
descalço, usar hidratante, evitar retirar calos e unhas inflamadas, enxugar entre os dedos e em
caso de feridas procurarem a equipe do PSF.
Quanto à frequência da avaliação dos pés das pessoas com diabetes, 06 profissionais (14,3%)
informaram que nunca avaliaram; 19 profissionais (45,2%) relataram que avaliavam apenas
quando o paciente pedia e 17 profissionais (40,5%) afirmaram que faziam a avaliação
frequentemente.
Em relação às dificuldades para realizarem a avaliação dos pés das pessoas com diabetes,
apenas 29 profissionais responderam essa pergunta, onde 16 profissionais informaram que
não tinham dificuldades para avaliação, correspondendo a 55,2% das respostas válidas.
Dos 42 profissionais participantes do estudo, apenas 22 deles responderam se utilizavam ou
não algum protocolo para a avaliação do pé da pessoa com diabetes, onde 100% deles
informaram que não faziam uso de nenhum protocolo.
As perguntas do grupo pé diabético não puderam ser avaliadas após intervenção educativa,
pois sete dias é um período curto para implantação do protocolo e visualização dos resultados.
31
5.3 Avaliação dos questionários antes e após intervenção educativa
Segue abaixo o resumo da comparação do questionário “uso da insulina” (Tabela 5) e também
do questionário DKN-A (Tabela 6), onde existe diferença estatisticamente significativa entre
as medidas pré e pós em todas as comparações abaixo (p<0,05).
Em todas as comparações, a mediana da medida pós é estatisticamente maior que a medida
pré tanto para o escore total quanto para a porcentagem de acerto.
Tabela 5 – Comparação pré e pós -1º questionário: “uso da insulina” - Escores Domínio e % acerto Domínio – Teste de Wilcoxon
Escore
domínio -
uso da
insulina
pré
Escore
domínio -
uso da
insulina
pós
Valor p
% acerto
domínio -
uso da
insulina
pré
% acerto
domínio -
uso da
insulina
pós
Valor p
N 42 42 <0,001 42 42 <0,001 Média 2,3 5,8 <0,001 37,7 96,0 <0,001 Mediana 2,0 6,0 <0,001 33,3 100,0 <0,001 Desvio-padrão 1,5 0,5 <0,001 25,8 8,1 <0,001 Mínimo 0,0 4,0 <0,001 0,0 66,7 <0,001 Máximo 6,0 6,0 <0,001 100,0 100,0 <0,001
Fonte: Produção do autor
Tabela 6 – Comparação pré e pós – 2º questionário: DKN-A - Escores Totais e % acerto total – Teste de Wilcoxon
Escore
Total pré
Escore
Total pós
Valor p % acerto
total pré
% acerto
total pós
Valor p
N 42 42 <0,001 42 42 <0,001 Média 11,0 13,8 <0,001 73,3 91,7 <0,001 Mediana 11,0 14,0 <0,001 73,3 93,3 <0,001 Desvio-padrão 2,1 1,3 <0,001 14,3 8,6 <0,001 Mínimo 6,0 11,0 <0,001 40,0 73,3 <0,001 Máximo 15,0 15,0 <0,001 100,0 100,0 <0,001
Fonte: Produção do autor
Assim, a intervenção foi eficaz em relação ao escore total do questionário DKN-A e em
relação aos itens que formaram o domínio “Uso da insulina”.
32
A seguir apresentamos detalhadamente os resultados do primeiro questionário: “Uso da
insulina”
Quando perguntados sobre o armazenamento da insulina em uso, no momento pré-teste
foram 11 acertos e 31 erros e no momento pós-teste todos os profissionais acertaram a
pergunta, não sendo possível a comparação das proporções.
Sobre qual a validade da insulina depois de aberta, no momento pré-teste foram 12
acertos e 30 erros e no momento pós-teste foram 37 acertos e 05 erros, sendo que dos 30
profissionais que erraram a pergunta no momento pré-teste, 25 (83,3%) acertaram no
momento pós-intervenção, sendo altamente significativo (Valor p = 0,000).
E, quando perguntados “Quantas vezes é necessário homogeneizar o frasco de NPH
refrigerada e em uso?”, no momento pré-teste foram 10 acertos e 32 erros e no momento pós-
teste todos os profissionais acertaram a pergunta, não sendo possível a comparação das
proporções.
Quando perguntados sobre “No caso de mistura de insulinas (NPH e Regular) qual deve
ser aspirada primeiro?”, no momento pré-teste foram 18 acertos e 24 erros e no momento pós-
teste foram 41 acertos e 01 erro, sendo que dos 24 profissionais que erraram a pergunta no
momento pré-teste, 23 (95,8%) acertaram no momento pós-intervenção, sendo altamente
significativo (Valor p = 0,000).
Sobre o armazenamento das canetas de insulina, no momento pré-teste foram 14 acertos e
28 erros e no momento pós-teste foram 38 acertos e 04 erros, sendo que dos 28 profissionais
que erraram a pergunta no momento pré-teste, 25 (89,3%) acertaram no momento pós-
intervenção, sendo altamente significativo (Valor p = 0,000).
Sobre a Automonitorização glicêmica, no momento pré-teste foram 30 acertos e 12 erros
e no momento pós-teste todos os profissionais acertaram a pergunta, não sendo possível a
comparação das proporções.
33
Abaixo segue o resumo da análise do segundo questionário (DKN-A) e comparação com a
análise do primeiro questionário “uso da insulina” (Tabela 7):
Tabela 7 – Análise do conhecimento questionário DKN-A e comparação com a análise do questionário “uso da insulina”
Medidas Descritivas Escore
Total pré
(DKN-A)
Escore
Total pós
(DKN-A)
% acerto
total pré
(DKN-A)
% acerto
total pós
(DKN-A)
Escore
domínio -
uso da
insulina
pré
Escore
domínio -
uso da
insulina
pós
% acerto
domínio -
uso da
insulina
pré
% acerto
domínio -
uso da
insulina
pós
N 42 42 42 42 42 42 42 42
Média 11,0 13,8 73,3 91,7 2,3 5,8 37,7 96,0
Mediana 11,0 14,0 73,3 93,3 2,0 6,0 33,3 100,0
Desvio-padrão 2,1 1,3 14,3 8,6 1,5 0,5 25,8 8,1
Mínimo 6,0 11,0 40,0 73,3 0,0 4,0 0,0 66,7
Máximo 15,0 15,0 100,0 100,0 6,0 6,0 100,0 100,0
Fonte: Produção do autor
A pontuação total (escore total) se refere às 15 perguntas pré e pós. A pontuação total do
domínio se refere às questões que envolvem o uso da insulina que totalizam 6 questões.
Assim, depois de se utilizar o teste de Wilcoxon, foi constatado que a intervenção foi eficaz,
pois existe diferença estatística nos questionários pré e pós-atividade educativa.
Em relação ao segundo questionário, DKN-A, os resultados detalhados da análise estatística
se encontra em anexo (APÊNDICE F).
5.4 Avaliação da Oficina
Segue abaixo a avalição das oficinas (Tabela 8):
Tabela 8 – Avaliação da oficina
Ruim Regular Bom ótimo Sem
Informação
Total
N % N % N % N % N % N %
Conteúdo da
oficina
0 0 0 0 15 35,7 26 61,9 01 2,4 42 100
Metodologia
da oficina
0 0 1 2,4 16 38,1 24 57,1 01 2,4 42 100
34
Aquisição de
novos
conhecimentos
0 0 0 0 07 16,6 33 78,6 02 4,8 42 100
Contribuição
para as
atividades
profissionais
0 0 0 0 07 16,6 34 81 01 2,4 42 100
O assunto
despertou
interesse
0 0 0 0 10 23,8 30 71,4 02 4,8 42 100
Clareza e
objetividade
no tema
0 0 0 0 14 33,3 27 64,3 01 2,4 42 100
Conhecimento
sobre o assunto
0 0 0 0 07 16,6 34 81 01 2,4 42 100
Esclarecimento
das dúvidas
0 0 0 0 09 21,4 32 76,2 01 2,4 42 100
Estímulo à
participação do
grupo
0 0 01 2,4 16 38,1 23 54,7 02 4,8 42 100
Fonte: Produção do autor
A oficina, de maneira geral, foi considerada boa e proveitosa, uma vez que mais de 80% dos
participantes afirmaram que a mesma contribuiu para suas práticas profissionais, além da
aquisição de novos conhecimentos.
35
6 DISCUSSÃO
A observação simples realizada durante as oficinas permitiu um entendimento maior sobre o
conhecimento e a orientação que estes profissionais possuíam. Antes de iniciar as oficinas os
participantes estavam receptivos e até mesmo ansiosos pela capacitação. Alguns afirmavam
que “era legal ter atividades voltadas para a prática profissional”. Afirmavam também que o
assunto “Diabetes” era simples e que, como lidavam todo o tempo com pacientes diabéticos
estavam “por dentro do assunto”, mas que mesmo assim “era bom se atualizar”.
Durante as oficinas, assuntos, como por exemplo, a conservação da insulina, surpreendeu
muitos profissionais que afirmaram: “estou fazendo tudo errado, porque sempre guardei a
insulina na porta da geladeira” e também “sempre disse aos meus pacientes para guardarem a
insulina na porta da geladeira ou na parte superior”. Uma das técnicas de enfermagem relatou
que “minha professora na faculdade está me ensinando errado, ela disse que a insulina é para
ser guardada na porta da geladeira”.
Um fato que chamou bastante atenção foi quando mostradas as canetas de insulina
(descartáveis e permanentes) e indagado sobre o seu uso, a resposta obtida foi: “nunca vi e
nem toquei em uma caneta de insulina”. Nenhum profissional de enfermagem tinha tido
contato com uma caneta de insulina. Quando indagados sobre como era feita a orientação ao
paciente que fazia uso da caneta foi relatado que: “os pacientes são orientados pelo
endocrinologista a mexer na caneta”.
Em relação a interação entre os participantes das oficinas, houve uma troca positiva de
experiências entre os profissionais de enfermagem das Unidades de Saúde. As dúvidas
surgidas em relação à prática do cuidado com o paciente diabético em determinada unidade de
saúde, eram debatidas com os profissionais das demais unidades que tentavam ajudar,
mostrando como faziam em seu cotidiano.
Rodrigues et al (2010, p.532) afirma que: “O interesse dos profissionais de saúde,
comprometidos e esforçados em adquirir conhecimento favorecem a transformação da prática
educativa”.
36
Outro assunto bastante discutido foi em relação à avaliação do pé da pessoa com diabetes,
onde alguns afirmaram que não avaliavam porque nunca ninguém os ensinou.
As orientações quanto à prevenção do pé diabético não foram uniformes e nem completas,
mostrando que existe uma deficiência importante no atendimento à pessoa com diabetes.
Vale ressaltar que no momento do estudo, o município de Itaúna/MG não possuía protocolo
para a avaliação do pé da pessoa com diabetes. A existência de protocolo específico poderia
ter resultado em maior conhecimento dos profissionais e melhor orientação das pessoas com
diabetes.
Diante dos fatos observados, torna-se, então, de fundamental importância saber se os
profissionais de enfermagem realmente estão capacitados em diabetes e se apresentam os
conhecimentos básicos sobre a doença e seu manejo, possibilitando a avaliação e orientação
das pessoas diabetes, inclusive através de questionários como o DKN-A. É importante o
profissional de enfermagem estar capacitado em diabetes para orientar o paciente
corretamente.
Lunney1 apud Becker et al (2008, p. 848) ressalta:
A vantagem dos profissionais de Enfermagem aperfeiçoar a compreensão do comportamento humano no processo de trabalho da Enfermagem e mostrar para outros profissionais a necessidade de um modelo para orientar a prática além de outras funções específicas como a de educador em diabetes.
Através dos questionários foi possível avaliar o entendimento desses profissionais sobre
diabetes antes e após intervenção educativa.
A metodologia ativa de ensino foi escolhida por se mostrar acessível aos profissionais e
promover maior integração no grupo.
Torres et al. (2010, p.755) afirmam que a modalidade de oficinas promove a interação de
ensino e serviço, além de contribuir para uma análise das ações educativas desenvolvidas pela
equipe de saúde.
1 LUNNEY, M.. . Case study: a diabetic educator’s use of the Neuman
systems model. Nurs Diagn 2000; 11(4).
37
Durante as oficinas os profissionais se mostraram interessados no assunto e tiveram seus
conhecimentos ampliados em relação ao tema Educação em Diabetes (100% dos participantes
afirmaram que adquiriram novos conhecimentos). A avaliação feita pelos profissionais da
oficina revelou que o conteúdo foi bom ou ótimo para 100% dos participantes com
possibilidade de ser utilizado na prática profissional. A metodologia aplicada foi considerada
boa ou ótima para 97,5% dos participantes. E, a atuação do pesquisador e domínio do
conteúdo foram avaliados positivamente.
Examinando o segundo objetivo que é comparar/avaliar o conhecimento dos profissionais de
enfermagem antes e após a abordagem educativa, os resultados dos questionários 1 e 2 (DKN-
A) mostram a efetividade da abordagem educativa sendo que a diferença pré e pós testes
atingiu grande significância estatística (p<0,001).
Torres et al (2012) afirma que:
A partir da experiência de profissionais de saúde da família e da comunidade acadêmica universitária envolvida com a prática dos serviços de saúde, identificou-se o quanto é baixa a ocorrência de atividades educativas no âmbito individual e coletivo, que favorecesse a autonomia dos usuários, em especial para o DM. Observou-se que quando realizadas, essas práticas educativas têm sido descontextualizadas, acríticas, verticalizadas, ministradas em forma de palestras ou troca de receitas, permitindo pouca ou nenhuma interação com a clientela. Além disso, não são planejadas e não possuem continuidade.
A maioria dos profissionais de enfermagem (80,9%) não possuíam capacitação específica em
Diabetes, e o restante apesar de terem tido capacitação em Diabetes, estas ocorreram há mais
de cinco anos (apenas 01 participante participou de educação continuada em Diabetes no ano
de 2013). Isso mostra a fragilidade no Programa de Educação continuada voltada para o
Diabetes no Município de Itaúna.
Ao final foi entregue um CD voltado para Educação em Diabetes com a aula da oficina, onde
o mesmo deverá ser usado em atividades educativas nas Unidades de Atenção Primária à
Saúde do Município de Itaúna.
É importante que os profissionais de enfermagem se atualizem no tema diabetes, pois os
mesmos devem ser multiplicadores de conhecimento, principalmente para as pessoas com
diabetes.
Assim, é importante que os profissionais de enfermagem estejam capacitados e
comprometidos na promoção do autocuidado da pessoa com diabetes para que esta tenha
sucesso no tratamento e melhore sua qualidade de vida.
38
7 CONCLUSÃO
A abordagem educativa através de oficinas de educação em saúde com os profissionais de
enfermagem da Estratégia Saúde da Família comprovou ser eficaz, com aquisição de novos
conhecimentos e motivação para outras atividades que proporcionem melhor atenção às
pessoas com diabetes.
7.1 Limitações do Estudo
É importante registrar que este estudo apresentou algumas limitações, são elas:
- A amostra é referente ao Município de Itaúna;
- O tempo de intervenção e avaliação não foi suficiente para um maior acompanhamento;
7.2 Recomendação
Recomenda-se que sejam feitas capacitações regulares dos profissionais de enfermagem
visando melhorar o tratamento da pessoa com diabetes.
39
REFERÊNCIAS
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Diabetes Care, v.38, Supplement 1, S1-S93, 2015.
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43
ANEXOS
ANEXO A – Autorização do Município para execução do projeto
44
ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa da Santa Casa de
Misericórdia de Belo Horizonte – CEP/SCMBH
45
ANEXO C – QUESTIONÁRIO DKN-A
46
APÊNDICES
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nome do voluntário_________________________________________________
Idade: ______ anos R.G.: ________________________________
O Senhor(a) está sendo convidado(a) a participar do Projeto de Pesquisa intitulado
“Educação e Saúde: Capacitação dos Profissionais de Enfermagem em Diabetes do
Município de Itaúna/MG”, de responsabilidade da pesquisadora Roberta Tavares Ferreira,
Enfermeira, sob a orientação da Prof Dr. Maria Elisabeth Rennó de Castro Santos do Instituto
de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte.
A pesquisa aqui apresentada tem como objetivos: Avaliar a eficácia de atividades educativas,
na forma de oficinas, para capacitação/atualização dos profissionais de enfermagem das
Unidades de Saúde da Família do Município de Itaúna/MG; Avaliar a capacitação anterior dos
profissionais de enfermagem; Comparar/avaliar o conhecimento dos profissionais de
enfermagem antes e após a abordagem educativa.
Conhecer o que você sabe sobre Diabetes Mellitus poderá a ajudar na organização e
planejamento da assistência ao paciente diabético. Portanto, participando desta pesquisa, o(a)
Sr.(a) estará contribuindo para a ampliação dos conhecimentos sobre as necessidades destes
pacientes e na melhoria da assistência à saúde dos mesmos. A pesquisa será realizada através
de questionário e oficinas: Avaliação dos profissionais de enfermagem antes das oficinas;
realização das oficinas educativas; avaliação dos profissionais sete dias após intervenção
educativa. Será realizado também uma avaliação das oficinas.
A presente pesquisa não oferece riscos ou danos físicos, econômicos ou sociais. Caso o Sr. (a)
tenha qualquer dúvida relacionada à pesquisa, poderá entrar em contato com o pesquisador,
por telefone ou pessoalmente. O pesquisador garante o acesso às informações atualizadas
durante todo o estudo.
Sua participação é voluntária, de maneira que o (a) Sr (a) está livre para retirar este
consentimento e deixar de participar do estudo a qualquer momento, sem nenhum prejuízo.
As informações relacionadas à sua privacidade serão mantidas em caráter confidencial. Ao
47
final do estudo, as informações poderão ser divulgadas em textos, periódicos, revistas
especializadas ou eventos científicos.
Eu,________________________________________,RG nº _____________________
declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa
acima descrito.
Itaúna, _____ de ____________ de______
____________________________________________________________________
Nome e assinatura do cliente ou seu responsável legal
______________________________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento
____________________________________ ______________________________
Testemunha Testemunha
Qualquer dúvida ou esclarecimento entrar em contato com Roberta Tavares Ferreira (37)91254399,
[email protected] ou Prof Dr. Maria Elisabeth Rennó de Castro Santos, [email protected] ou no
endereço Rua Domingos Vieira, 590 - Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG - 30150-240, do Instituto de Ensino
e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte.
48
APÊNDICE B – Questionário de Avaliação do conhecimento dos Profissionais
de Enfermagem sobre Diabetes
49
APÊNDICE C – Abordagem Educativa – Oficina/CD
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
APÊNDICE D - Roteiro de Observação
Roteiro de Observação
DATA: ______________ LOCAL:______________________
1) Receptividade dos profissionais: Aqui será observado o interesse ou não do profissional
em aprender
2) Vivências e experiências dos profissionais no atendimento ao paciente diabético: Será
observada as falas dos profissionais no que se refere à abordagem ao paciente diabético
REGISTROS DO PESQUISADOR:
67
APÊNDICE E Questionário de Avaliação das oficinas
68
APÊNDICE F Apresentação do resultado da análise estatística do questionário
DKN-A
Segue abaixo o resultado da análise estatística do questionário DKN-A:
1- Quando perguntados “No diabetes sem controle, o açúcar no sangue é”, no momento pré-
teste foram 38 acertos e 04 erros e no momento pós-teste todos os profissionais acertaram a
pergunta, não sendo possível a comparação das proporções.
2 – Na pergunta “Qual destas afirmações é verdadeira?”, no momento pré-teste foram 41
acertos e 01 erro e no momento pós-teste todos os profissionais acertaram a pergunta, não
sendo possível a comparação das proporções.
3 – Quando perguntados sobre qual a faixa de variação normal de glicose no sangue, no
momento pré-teste foram 38 acertos e 04 erros e no momento pós-teste todos os profissionais
acertaram a pergunta, não sendo possível a comparação das proporções.
4 – Sobre qual a principal composição da manteiga, no momento pré-teste foram 41 acertos e
01 erro e no momento pós-teste todos os profissionais acertaram a pergunta, não sendo
possível a comparação das proporções.
5 – Quando perguntados sobre a principal composição do arroz, no momento pré-teste foram
40 acertos e 02 erros e no momento pós-teste todos os profissionais acertaram a pergunta, não
sendo possível a comparação das proporções.
6 – Sobre a presença de cetonas na urina, no momento pré-teste foram 24 acertos e 18 erros e
no momento pós-teste foram 35 acertos e 07 erros, sendo que dos 18 profissionais que
erraram a pergunta no momento pré-teste, 12 (66,7%) acertaram no momento pós-
intervenção, sendo altamente significativo (Valor p = 0,003).
69
7 – Quando perguntados sobre quais as possíveis complicações não estão geralmente
associados à diabetes, no momento pré-teste foram 40 acertos e 02 erros e no momento pós-
teste todos os profissionais acertaram a pergunta, não sendo possível a comparação das
proporções.
8 – Quando perguntados o que deve ser feito se uma pessoa que está tomando insulina
apresenta uma taxa alta de açúcar no sangue ou na urina, assim como presença de cetonas, no
momento pré-teste foram 23 acertos e 19 erros e no momento pós-teste foram 35 acertos e 07
erros, sendo que dos 19 profissionais que erraram a pergunta no momento pré-teste, 13
(68,4%) acertaram no momento pós-intervenção, sendo altamente significativo (Valor p =
0,002).
9 – Sobre a pergunta “Se uma pessoa com diabete está tomando insulina e fica doente ou não
consegue comer a dieta receitada”, no momento pré-teste foram 21 acertos e 21 erros e no
momento pós-teste foram 37 acertos e 05 erros, sendo que dos 21 profissionais que erraram a
pergunta no momento pré-teste, 17 (81%) acertaram no momento pós-intervenção, sendo
altamente significativo (Valor p = 0,000).
10 – Quando perguntados “Se você sente que a hipoglicemia está começando, você deve”, no
momento pré-teste foram 33 acertos e 09 erros e no momento pós-teste foram 39 acertos e 03
erros, porém dos 33 profissionais que acertaram no momento pré-teste, 03 erraram no
momento pós-teste e dos 09 que erraram no momento pré-teste todos acertaram no momento
pós-teste, sendo assim p = 0,146 não havendo diferença estatisticamente significativa.
11 – Sobre a pergunta “Você pode comer o quanto quiser dos seguintes alimentos”, no
momento pré-teste foram 39 acertos e 03 erros e no momento pós-teste todos os profissionais
acertaram a pergunta, não sendo possível a comparação das proporções.
12 – Quando perguntados sobre o que causa a hipoglicemia, no momento pré-teste foram 24
acertos e 18 erros e no momento pós-teste foram 29 acertos e 13 erros, sendo que dos 18
profissionais que erraram a pergunta no momento pré-teste, apenas 05 (27,8%) acertaram no
70
momento pós-intervenção, não havendo diferença estatisticamente significativa (Valor p =
0,063).
13 – Sobre a pergunta “Um quilo é”, no momento pré-teste foram 32 acertos e 10 erros e no
momento pós-teste todos os profissionais acertaram a pergunta, não sendo possível a
comparação das proporções.
14 – Na pergunta “Duas das seguintes substituições são corretas” no momento pré-teste foram
21 acertos e 21 erros e no momento pós-teste foram 39 acertos e 03 erros, sendo que dos 21
profissionais que erraram a pergunta no momento pré-teste, 18 (85,7%) acertaram no
momento pós-intervenção, sendo altamente significativo (Valor p = 0,000).
15 – Sobre a pergunta “Se eu não estiver com vontade de comer o pão francês permitido na
minha dieta para o café da manhã, eu posso”, no momento pré-teste foram 07 acertos e 35
erros e no momento pós-teste foram 28 acertos e 14 erros, sendo que dos 35 profissionais que
erraram a pergunta no momento pré-teste, 22 (62,9%) acertaram no momento pós-
intervenção, sendo altamente significativo (Valor p = 0,000).