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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CATARINENSE – CAMPUS AVANÇADO SOMBRIO
SANDER DONIZETE PADILHA
ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUE URBANO: UMA
PROPOSTA PARA O MUNICÍPIO DE SOMBRIO (SC)
Sombrio (SC)
2016
SANDER DONIZETE PADILHA
ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUE URBANO: UMA
PROPOSTA PARA O MUNICÍPIO DE SOMBRIO (SC)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito para a obtenção do título Tecnólogo em Gestão de
turismo, no curso de Tecnologia em Gestão de Turismo, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Catarinense – Campus Avançado Sombrio.
Orientador: Prof. Eddy Ervin Eltermann, Me.
Sombrio (SC)
2016
SANDER DONIZETE PADILHA
ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE PARQUE URBANO: UMA
PROPOSTA PARA O MUNICÍPIO DE SOMBRIO (SC)
Esta Produção Técnica-Científica foi julgada
adequada para obtenção do título de Tecnólogo
em Gestão de Turismo e aprovada pelo Curso de
Tecnologia em Gestão de Turismo do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Catarinense – Campus Avançado Sombrio.
Área de Concentração: Turismo
Sombrio, 14 de dezembro de 2016.
Prof. Eddy Ervin Eltermann, Me.
Instituto Federal Catarinense – Câmpus Avançado
Sombrio
Orientador
Profa. Leila Maria Vasquez Beltrão, Dra.
Instituto Federal Catarinense – Câmpus Avançado
Sombrio
Membro
Profa. Carolina Braghirolli Stoll, Me.
Instituto Federal Catarinense – Câmpus Avançado
Sombrio
Membro
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de Direito que se fizerem necessários que assumo
total responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando o Instituto Federal
Catarinense, á Coordenação do Curso, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e
qualquer responsabilidade acerca do aporte ideológico empregado no mesmo.
Conforme estabelece Regimento Geral, que trata de improbidade na execução
dos trabalhos escolares. Estou ciente que poderei responder civil, criminalmente e /ou
administrativamente, caso seja comprovado plágio integral ou parcial do trabalho.
Sombrio, 14 de Dezembro de 2016
_________________________________________________
Sander Donizete Padilha
Dedico este trabalho a meus pais Sebastião Padilha e
Adilce Possamai Padilha, por seus exemplos que
sempre seguirei!
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador Eddy Ervin Eltermann e a todos que de alguma
forma me auxiliaram para a conclusão deste estudo de caso e especialmente minha
esposa por sempre me apoiar em minhas decisões pessoais, meus sinceros
agradecimentos!
RESUMO
Este estudo de caso sugere à implantação de um parque urbano localizado as
margens da Lagoa do Sombrio, que poderá trazer benefícios ambientais e sociais para
a população de Sombrio (SC). Esta proposta vislumbra um anseio antigo do autor, que
se iniciou após uma visita no Parque das Pedreiras localizado na capital paranaense,
estabelecendo um modelo para a instalação do parque. Concluído o Estágio Curricular
Obrigatório, realizado na Prefeitura do município de Sombrio, no total de 300 horas,
houve uma nova visão das áreas de lazer municipal e, com isso, teve início à análise
de viabilidade de implantação do parque, primeiramente com a pesquisa bibliográfica,
estudando temas como: turismo, políticas públicas, leis ambientais, planejamento
turístico, lazer, ecologia entre outros temas de pesquisa. Após, foram utilizados
métodos e técnicas de pesquisa, ocorrendo destaque para o estudo de caso, pesquisa
qualitativa, documental e ação. Ao término da pesquisa, efetivou-se a análise do objeto
de estudo, na qual foi observada, a ausência de áreas verdes públicas no município de
Sombrio, e consequentemente do potencial turístico elevado que a proposta deste tipo
de espaço poderá possuír. Neste contexto foi apresentada a proposta de implantação
do parque, que pode ser explorado economicamente, com isso auxiliando
financeiramente na situação ambiental da lagoa, já que o local não possui previsões
futuras para sua recuperação. Desta forma, a implantação do parque urbano poderá
promover a recuperação e conservação deste espaço de biodiversidade, que além dos
benefícios ambientais e sociais, também poderíamos citar a valorização do setor
imobiliário com o aumento dos preços das propriedades próximas do parque. Assim,
salienta-se que parques produzem saúde, ar e água limpa, promovem à
conscientização ambiental, a coesão social, a valorização econômica e ambiental de
ecossistemas, tornando assim a cidade sustentável que esteja preparada para o futuro.
Palavras Chave: Parque Urbano. Lagoa de Sombrio (SC). Turismo. Ecoturismo. Lazer.
Conservação.
ABSTRACT
This case study suggests the implantation of an urban park located on the shores of
Lagoa do Sombrio, which may bring environmental and social benefits to the population
of Sombrio (SC). This proposal envisions an old desire of the author, which began after
a visit in the Park of the Pedreiras located in the capital of Parana, establishing a model
for the installation of the park. Once the Compulsory Curricular Internship was
completed, in the municipality of Sombrio, for a total of 300 hours, there was a new
vision of the municipal leisure areas and, with this, the feasibility analysis of the park's
implantation began, firstly with the bibliographical research , Studying topics such as:
tourism, public policies, environmental laws, tourism planning, leisure, ecology and
other research topics. After that, research methods and techniques were used,
highlighting the case study, qualitative research, documentary and action. At the end of
the study, the study object was analyzed, in which it was observed, the absence of
public green areas in the municipality of Sombrio, and consequently of the high tourist
potential that the proposal of this type of space could possess. In this context, the
proposal to implement the park was presented, which can be economically exploited,
thus helping financially the lagoon's environmental situation, since the site does not
have any future forecasts for its recovery. In this way, the implantation of the urban park
could promote the recovery and conservation of this area of biodiversity, which besides
the environmental and social benefits, we could also mention the appreciation of the
real estate sector with the increase of property prices near the park. Thus, it is
emphasized that parks produce health, air and clean water, promote environmental
awareness, social cohesion, economic and environmental valuation of ecosystems,
thus making the city sustainable that is prepared for the future.
Keywords: Urban Park. Lagoon of Sombrio (SC). Tourism. Ecotourism. Recreation.
Conservation.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Organograma – .............................................................................................................19
Fluxograma – ...............................................................................................................32
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Valores equipamentos infantis....................................................................58
Tabela 02 – Valores de instalação do caminho circundante...........................................58
Tabela 03 – Valores de instalação da Central de Atendimento......................................60
Tabela 04 – Valores dos Equipamentos do parque........................................................64
Tabela 05 – Valores de instalação da Academia da Saúde............................................66
Tabela 06 –.Valores de gastos mensais com Recursos humanos.................................67
Tabela 07 – Valores gerais de implantação....................................................................67
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Caminho circundante................................................................................ 58
Quadro 02 – Equipamentos instalação da Central de Atendimento...............................59
Quadro 03 – Mobiliário do parque..................................................................................61
Quadro 04 – Equipamentos instalação da Academia da Saúde................................... 64
LISTA DE IMAGENS
Imagem 01 – Foto da Placa de Inauguração.................................................................18
Imagem 02 – Prefeitura Municipal de Sombrio.............................................................18
Imagem 03 – Setor de Turismo......................................................................................21
Imagem 04 – setor Indústria e Comércio.......................................................................21
Imagem 05 – área de armazenamento de arquivos......................................................22
Imagem 06 – Central Park, Nova York, Estados Unidos da América..........................29
Imagem 07 – Passeio Público do Rio de Janeiro, portão de entrada........................29
Imagem 08 – Vista aérea do Parque do Ibirapuera.......................................................31
Imagem 09 – Lagoa eutrofizada.....................................................................................35
Imagem 10 – Foto ave nativa Tachã ou tarrã................................................................36
Imagem 11 – Àrea do parque.........................................................................................43
Imagem 12 – Vegetação do local 01..............................................................................44
Imagem 13 – Figueira centenária...................................................................................45
Imagem 14 – Vegetação do local 02..............................................................................46
Imagem 15 – Pedreira 01...............................................................................................46
Imagem 16 – Pedreira 02...............................................................................................47
Imagem 17 – Show realizado na Pedreira Paulo Leminski, Curitiba, Paraná.............48
Imagem 18 – Área propícia para a construção de um estacionamento....................48
Imagem 19 – Foto playground.......................................................................................57
Imagem 20 – Esboço do projeto (planta baixa)............................................................68
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
1.1 Problema de Pesquisa ............................................................................................. 15
1.2 Objetivos ...................................................................................................................... 15
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 15
2 ESTÁGIO ................................................................................................................................. 16
2.1 Dados da Empresa ........................................................................................................ 16
2.2 Histórico da Empresa ................................................................................................... 16
2.3 Estrutura física da empresa ....................................................................................... 17
2.4 Setores, departamentos e organograma ................................................................ 19
2.5 Setores estagiados na empresa ................................................................................ 19
2.6 Aspectos positivos, aspectos limitantes e conhecimentos adquiridos ......... 22
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 25
3.1 Turismo ecológico: aproximações urbanas do ecoturismo .............................. 25
3.2 Parques Urbanos como ferramenta do ecoturismo nas cidades: história e origem ..................................................................................................................................... 27
3.3 Parques Urbanos: o lazer formado a partir dos benefícios à saúde ............... 31
3.4 O meio ambiente servindo ao turismo: a necessidade da preservação ........ 33
4 METODOLOGIA .................................................................................................................... 37
4.1 Conhecimentos Cientifico ...................................................................................... 37
4.2 Estudo de Caso .............................................................................................................. 37
4.3 Abordagem Qualitativa ................................................................................................ 38
4.4 Procedimentos metodológicos ............................................................................. 39
4.4.1 Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................ 39
4.4.2 Pesquisa Documental .......................................................................................... 39
4.4.3 Pesquisa Ação ...................................................................................................... 40
5 PROPOSTA DE AÇÃO ..................................................................................................... 41
5.1 Caracterização do espaço geográfico para implantação do Parque Municipal ................................................................................................................................ 41
5.2 Leis Ambientais: um estudo para a implantação do Parque Municipal ......... 49
5.3 Custos operacionais e de equipamentos de implantação ................................. 57
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 69
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 71
13
1 INTRODUÇÃO
O turismo tem sua origem na Europa no século XVIII, estimulado pelo aumento
das possibilidades de deslocamento e da constituição de novas rotas, tornando-se,
desde então, um fenômeno social, cultural e econômico, popularizando-se em todo o
mundo e, em alguns locais, consolidando-se na atualidade com o apelo ecológico.
Nesse sentido, o turismo vem se firmando como uma possibilidade de estabelecer a
exploração da natureza de forma sustentável, tendo sua maior demanda por esse
segmento turístico pessoas que vivem em grandes centros, por possuírem poucos
espaços desse gênero de lazer. Com isso, tendo o turismo a motivação principal
através do contato com a natureza, independente se este atrativo natural possui ou não
equipamentos receptivos, este deslocamento é determinado por uma atitude de fuga, a
ação de procura em meio à natureza e ao equilíbrio psicofísico, sendo que a influência
destas áreas verdes trazem, em muitos casos, sentimentos positivosque desestimulam
o esresse diário.
Os esforços governamentais acentuam-se em proteger e conservar grandes
ecossistemas, esquecendo-se, muitas vezes, de espaços verdes que estão próximos à
urbanização, sendo que, mais da metade da população mundial vive em cidades,
sufocadas com seu cotidiano rotineiro e privados de ambientes naturais, que trazem
benefícios para sua qualidade de vida.
Os parque urbanos, devido sua localização citadina, possuem desde seu inicio
no século XVII, uma ligação com a saúde urbana, pois tais elementos auxiliaram na
erradicação de epidemias ou outras doenças que assolavam as cidades da época, a
exemplo do Central Park em Nova York, Estados Unidos que ajudou na erradicação de
uma epidemia de cólera, em 1852. Assim, pode-se afirmar que a natureza urbana tem
um papel essencial para uma cidade sustentável, sobretudo, para o cotidiano da
população das cidades, uma situação vantajosa para o homem moderno, que pode
ajuda-lo a encontrar seus valores. Uma cidade com áreas verdes publicas concebe-se
como uma cidade agradável ao cotidiano do homem moderno, oferecendo local para
atividades físicas e de entretenimento, bem como, um conhecimento decisivo para um
futuro sustentável.
Os benefícios dos parques urbanos vão além do ganho ambiental e social,
fornecem divisas econômicas, aumentando a renda e valorizando as propriedades
próximas, que é observado em todas os parques e espaços verdes instalados em
áreas urbanas, contribuindo para crescimento de até 20% no valor dos bens
14
imobiliários. A presença dos espaços verdes urbanos também aquece a economia
local, com o aumento dos gastos dos visitantes que são atraídos pelo parque, portanto,
permanecendo por mais tempo usufruindo dos equipamentos voltados para o turismo.
Nesse contexto, este estudo propõe analisar a viabilidade de implantação de um
parque municipal urbano em Sombrio (SC), que poderá ofertar ao município de
Sombrio uma atração turística e um local de lazer para os seus moradores. Nesse
contexto, busca-se, ainda que em um município de pequeno porte, a aproximação da
relação do homem com a natureza e a intencionalidade da percepção do homem como
parte do meio ambiente.
Assim, a implantação de um Parque Urbano às margens da Lagoa de Sombrio,
traz uma proposta de recuperação da biodiversidade nativa do local, que sofre por
causas antrópicas há décadas e encontrando-se em um estado avançado de
degradação. Destaca-se ainda que suas margens e leito vêm sendo assoreados por
um processo de eutrofização, favorecendo assim a proliferação de algas e diminuindo
a área natural da lagoa.
Com isso, a criação do parque pode proporcionar ao município de Sombrio um
espaço único em seu território, transformando o local que está em processo de
degradação em um atrativo turístico, o qual visa fomentar seus visitantes à consciência
ecológica, contribuindo positivamente para o bem estar da sociedade local. Nessa
proposta, espera-se que a recuperação da Lagoa de Sombrio atue como um atenuante
do calor, e buscando a diminuição da temperatura ambiente nas temporadas de verão.
Espera-se, ainda, que possa haver a garantia de fornecimento de água limpa para o
uso turístico das futuras gerações, tendo em vista seu potencial hídrico, não podendo
ser menosprezado pelas autoridades governamentais. Há que se destacar que a região
da lagoa concebe-se como uma área protegida por lei federal e, por isso, há que se
considerar a responsabilidade legal em relação à importância da fauna e da flora ali
presentes, as quais sofreram ou sofrerão perdas de espécimes e indivíduos que
habitavam seus domínios.
Nesta perspectiva, além do cumprimento das leis ambientais, o projeto garantiria
também o direito ao lazer, previsto na constituição federal, fornecendo na área do
parque, equipamentos para práticas de atividades físicas, incentivando o
desenvolvimento saudável e promovendo eventos e programações que estimulem a
cultura local na área do parque. Assim, pretende-se com este estudo, apresentar a
viabilidade de implantação, contribuindo na preservação da Lagoa de Sombrio e
15
buscando a melhora na qualidade de vida no município através do lazer, do
entretenimento e da consciência ambiental.
1.1 Problema de Pesquisa
A região de Sombrio (SC) e o extremo sul catarinense possuem potenciais naturais
que podem ser explorados pelo ecoturismo, concebidos através de seus rios, lagoas e
áreas verdes, mas que ainda carece de infraestrutura e equipamentos voltados para o
lazer, o qual pode ser estabelecido através da implantação de um parque urbano na
região. Assim, propõem-se uma condução que possibilite à população um refugio ao
estresse do cotidiano urbano, bem como, um local onde possa desenvolver atividades
físicas, culturais e sociais.
Assim, entende-se como questionamento a este estudo se existe viabilidade
para o estabelecimento de um parque urbano municipal às margens da Lagoa de
Sombrio para atividades de recreação, lazer e cultura?
1.2 Objetivos
Neste capítulo, apresentam-se os objetivos geral e específicos deste estudo,
buscando a compreensão da proposta apresentada.
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a viabilidade de criação de um Parque urbano às margens da Lagoa de
Sombrio (SC).
1.2.2 Objetivos específicos
- Analisar a legislação vigente no que diz respeito à proteção ambiental e ao lazer;
- Apresentar o espaço de criação do parque e os locais de instalação de equipamentos
de lazer e recreação;
- Efetivar orçamento dos materiais e equipamentos necessários à proposta de
implantação do parque urbano municipal
16
2 ESTÁGIO
Este capítulo é destinado aos dados da empresa, bem como, as funções
desempenhadas pelo autor durante o período de estágio.
2.1 Dados da Empresa
Sombrio é um município situado no sul de Santa Catarina, na mesorregião sul
catarinense, microrregião Araranguá (IBGE, 2016), compõe um dos quinze municípios
da associação dos Munícipios do Extremo Sul Catarinense (AMESC), localizado as
margens da Rodovia Federal BR 101, tendo como limite ao sul Santa Rosa do Sul, ao
norte Araranguá e Ermo, a oeste Jacinto Machado e a leste Balneário Gaivota. Está a
245 km de distância da capital Florianópolis e 30 km da fronteira com o Rio Grande do
sul. Sua área territorial é de 142,7 Km² (SOMBRIO, 2015).
Seus principais pontos turísticos são as Furnas, Lagoa do Sombrio considerada
a maior lagoa de agua doce de Santa Catarina, medindo 16,368 Km de comprimento e
aproximadamente 5 km de largura e o Morro da Moça localizado na divisa do município
com Jacinto Machado. Suas datas comemorativas principais são, o aniversário da
cidade que é comemorado em 30 de dezembro, festa do padroeiro da cidade, Santo
Antônio no dia 13 de junho e o Arraial Fest maior festa realizada no município a cada
dois anos comemorando a cultura açoriana.
O setor de confecções está em evidência, seguido pela calçadista, ceramista,
móveis e alimentos, a agropecuária também se destaca. Outro setor que esta em alta
é o comercio varejista. Sombrio possui 28,966 habitantes e tem um PIB de
R$ 531.917.027,00 (SOMBRIO, 2015).
2.2 Histórico da Empresa
O território do município foi primitivamente habitado por índios em sua maioria
Carijós, sendo que, os primeiros brancos europeus a pisar neste território, foram os
espanhóis, contudo, com o desenvolvimento do processo de colonização pelas mãos
dos portugueses, a partir da compra de uma sesmaria por Manoel e Luciano Rodrigues
da Silva, que era localizada entre o Rio Mampituba e o Arroio Grande (IBGE, 2016).
Em 1833, vindo do Rio Grande do Sul, João José Guimarães, adquiriu do
Estado às terras onde se encontra o município de Sombrio. Mais tarde em 1860, já
17
existia na região uma pequena concentração de moradias instaladas, este local
denominava-se Passo do Sertão. Em 1914 nascia o distrito de Sombrio subordinado a
o município de Passo do Sertão. No ano de 1933 sua subordinação é alterada de
Passo do Sertão para o município de Araranguá, depois dessa mudança não demorou
muito para o município de Sombrio obter sua emancipação politica territorial que foi
decretada pela lei estadual nº 133, de 30 de dezembro de 1953, quando a Mesa da
Assembleia Legislativa, sob a presidência do deputado Volney Colaço de Oliveira,
promulgou o desmembramento de Sombrio junto com outro distrito denominado Passo
Sertão do município de Araranguá pela assembleia legislativa, formando um único
município com nome de Sombrio (SOMBRIO, 2015; IBGE, 2016).
Em ato realizado no dia 2 de abril na Prefeitura Municipal de Sombrio, o tenente Aminthas Melo tomou posse como Prefeito Provisório do município, que permaneceu no cargo até 03 de outubro do ano seguinte. No entanto, alegando motivos particulares o tenente Aminthas Melo deixou o cargo, passando a administração do município a Francisco Lummertz Júnior, conhecido político do Sul, que por sua vez, permaneceu na função até ser empossado o primeiro prefeito eleito, Santelmo Borba, pelo então PSD (SOMBRIO, 2015).
A partir desta data o município de Sombrio, nome escolhido para batizar o
recém criado município, assume sua autonomia politica, a denominação “Sombrio”. Tal
nome, para alguns pode parecer estranha e intriga muitos quando o ouvem, haja vista
que sua conotação obscura lembra um lugar sem alegria, sinistro, mas que na verdade
se refere às sombras das arvores que haviam no município. Com sua emancipação o
município de Sombrio elege seu primeiro prefeito, sendo assim, empossado de forma
democrática, Santelmo Borba se configura como o pioneiro na administração
municipal, a qual, atualmente está a cargo do atual prefeito, Zênio Cardoso, eleito em
2012 (SOMBRIO, 2015).
2.3 Estrutura física da empresa
A estrutura física da empresa foi inaugurada em 15 de julho de 1988 como
mostra a Imagem 01, pelo então prefeito, Arlindo Cunha. O edifício da prefeitura está
situado na Av. Nereu Ramos, 861-centro, a foto que segue exibe a placa de
inauguração:
18
Imagem 01 – Placa de Inauguração
Fonte ; O Autor, 2016.
Assim, conforme placa inaugural, é apresentada a fundação do prédio da
Prefeitura Municipal de Sombrio, servindo também para a manutenção da memória em
torno da história do município. Já a estrutura do prédio é apresentada conforme
Imagem 02, onde funcionam hoje as principais secretarias e a sede do governo
municipal.
Imagem 02 - Prefeitura Municipal de Sombrio
Fonte: O autor, 2016.
Há que se destacar ainda que algumas secretarias funcionam em espaços
distintos do apresentado anteriormente (Imagem 02), pois, por exemplo, a Secretaria
de Cultura, está estabelecida na Casa de Cultura do Município.
19
2.4 Setores, departamentos e organograma
A Prefeitura do município de Sombrio é dividida em secretarias e algumas
Secretarias, a exemplo da estagiada, é subdividida, como nos mostra o Organograma
01:
Organograma 01 - Organograma da Prefeitura municipal de Sombrio
Fonte: Prefeitura Municipal de Sombrio, 2015.
Observa-se, neste sentido que as secretarias possuem setores específicos
relevantes à característica de cada uma delas, notando-se que a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico engloba duas subdivisões: a direção da Indústria e
Comércio e a de Turismo.
2.5 Setores estagiados na empresa
O setor estagiado foi a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico,
que no município de Sombrio está dividida em Diretoria de Indústria e Comercio e de
Turismo na mesma Secretaria, o período estagiado foi iniciado em 08 de agosto de
2016 com seu término em 08 de outubro do mesmo ano. A Secretaria de
20
Desenvolvimento Econômico tem o dever de fomentar a economia local, visando o
fortalecimento das empresas locais já instaladas no município, como também, à
criação de novas empresas aumentando a oferta de empregos, neste contexto nasce a
proposta do desenvolvimento econômico local, consistindo em um modelo de
dinamização da economia, pautado na articulação entre atores e na reelaboração
estratégica das forças produtivas e sociais que existem na localidade (IBAM, 2009).
Para contextualização, conforme dados do IBAM (2009), as ações municipais
mais comuns estão representadas por:
Estabelecer tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas
na legislação municipal.
Investir na implantação e recuperação da infraestrutura.
Apoiar a comercialização.
Facilitar o acesso a os serviços financeiros.
Ampliar o acesso à tecnologia.
Propiciar o acesso à capacitação de recursos humanos e ao
empreendedorismo.
Realizar compras locais.
Apoiar a cooperação e o associativismo entre os pequenos produtores.
Realizar ações integradas em arranjos produtivos locais.
Constituir agência de desenvolvimento.
Nessa perspectiva as ações mais frequentes da Secretária de Desenvolvimento
Econômico do município de Sombrio também devem estar relacionadas ao citado
anteriormente, contribuindo para o desenvolvimento municipal. Já quanto ao seu
espaço físico, esta secretaria se encontra no terceiro piso do edifício sede da
Prefeitura.
Nesse sentido, e para melhor compreensão do espaço onde o estágio foi
realizado, apresenta-se a Imagem 03, sendo esta a sala em que se constitui a
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, onde estão situadas as Diretorias de
Indústria a Comércio e a Diretoria de Turismo.
21
Figura 03 – Setor de Turismo
Fonte: O Autor, 2016.
Salienta-se que na Imagem 03, está a área do setor de turismo onde foi o
estágio de dois meses realizado na Prefeitura do Município de Sombrio, iniciando em
08 de agosto de 2016, com o término no dia 08 de outubro de 2016. O espaço físico
aproximado da sala de 20 m², o banner ao fundo exibe os atrativos turísticos
localizados no território do município, suas instalações possuem sistema de ar-
condicionado e internete sem fio (wifi) à disposição do estágio.
Outro elemento de destaque, conforme Imagem 04, apresenta o Setor de
Indústria e Comércio, a qual se encontra na mesma sala do turismo, dividindo o
espaço, mas tendo pastas que estabelecem ações distintas.
Imagem 04 – Setor Indústria e Comércio
Fonte: O autor, 2016.
Como os dois setores ocupam o mesmo espaço, foram prestados alguns
serviços para o setor de Indústria e Comércio como informações e entrega de
22
certificados de cursos profissionalizantes oferecidos pela Secretaria. A imagem 05
exibe a área de armazenamento de arquivo e material de promoção da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico.
Imagem 05 – Área de armazenamento de arquivos
Fonte: O autor, 2016.
Na área de arquivos está também armazenado o material de funcionamento dos
dois setores incluindo material de higiene e divulgação de cursos, eventos culturais,
shows e tudo que se refere à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
2.6 Aspectos positivos, aspectos limitantes e conhecimentos adquiridos
Os aspectos observados, como também, as informações obtidas pelo Estágio
curricular obrigatório foram satisfatórias para realizar o presente estudo de caso
proposto neste Trabalho de Conclusão de Curso. Ainda assim, para uma avaliação
mais criteriosa, faz-se necessário a análise de aspectos que possibilitem a dinâmica
realizada pelo estagiário.
As funções exercidas pelo estagiário foram entregas de certificados de cursos
oferecidos pela secretaria, onde o estagiário entregava o certificado ao seu respectivo
cursista, colhendo sua assinatura para devida certificação de entrega do mesmo, o
auxilio na divulgação do evento „Arraial Fest‟ por meio de folders e flyres, ajudando a
promover o evento em paginas virtuais, assessorando a equipe da secretaria de forma
a dinamizar as ações relacionadas ao turismo no município.
23
Nesse contexto, um dos aspectos positivos foi a familiarização de trâmites
executivos, estes provenientes de ações da administração do município de Sombrio.
Além disso, pode-se observar o modo como são abordadas as situações habituais do
dia a dia e que envolviam a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Outro elemento que contribuiu na realização do estágio e, com isso, gerou um
melhor entrosamento no funcionamento do estágio, foi a apresentação pessoal para o
efetivo de funcionários, em sua maioria servidores do edifício sede da prefeitura, bem
como, para outros funcionários que teriam um contato laboral mais constante. Tal
circunstância foi proporcionada em função da amizade constituída no Curso de
Tecnologia em Gestão de Turismo, que assim proporcionou conhecer o ex-diretor de
Turismo do município, auxiliando na inserção no círculo social da administração
municipal, e com isso, tendo o assessoramento nas tarefas solicitadas que eram
provenientes do estágio.
A função exercida na Secretaria, também foi facilitada com o aprendizado
acadêmico alcançado em aula, pois as situações cotidianas do estágio eram
analisadas e com a experiência adquirida no decorrer do curso proporcionou-se que
fossem levantadas propostas e soluções. Entre as disciplinas que foram mais usadas
no transcorrer do tirocínio foram às cadeiras de organização e planejamento, a
exemplo de SISTUR ( Sistema de Turismo ), P.O.T. I e II (Planejamento e Organização
do Turismo) e Consultoria Turística. Contudo, outras disciplinas que também fazem
parte da grade do curso, mesmo sendo em menor número de ocasiões, foram
igualmente empregadas em situações que foi percebida a correlação da especialidade.
O estágio proporcionou o contato direto com as autoridades do município de
Sombrio, proporcionando algumas falas com prefeito, vice e secretários, as quais
ocorriam sem a necessidade de agendamentos ou protocolos. Assim, a relação se
desenvolveu de uma maneira mais amigável, principalmente por se tratar de um
município pequeno, estreitando vínculos, e gerando uma proximidade maior com o
círculo político que administra o município e seus assessores que os auxiliam.
Quanto aos Aspectos Limitantes, o tempo reduzido de estágio foi a primeira
condição limitante observada, analisando que se houvesse um maior período de
experiência em campo o processo de aprendizagem teria relevância mais adequada.
Outra questão coexistente foi a inexperiência de determinadas circunstâncias
envolvendo o aprendizado na prática, onde a falta de tirocínio do estagiário fez a
diferença nas atitudes tomadas. Outro episódio, concomitante no período de estágio
foi o fato de 2016 ser um ano de eleições municipais, e com isso, houve dificuldade no
24
acesso de certas informações do aprendizado em campo, impossibilitando estabelecer
uma maior bagagem de entendimento no assunto e das quais pensa-se que seriam
relevantes a formação profissional que envolve a gestão pública que compreende o
turismo.
Um fato citado como positivo, mas que também teve reflexos negativos foi o
tamanho da prefeitura e do município, haja vista que a proximidade de relações, por
outro lado, esbarra na dificuldade de espaço e infraestrutura, característica dos
pequenos munciípios brasileiros. Tal fato refletiu no exercício de estágio e dificultou a
solução de problemas mais complexos que abrangiam a alçada da Secretaria de
Desenvovimeto Econômico, tornando a dissolução das dificuldades ocorridas mais
árduas, especialmente em função da estrutura pouco compatível com as circunstâncias
surgidas.
Os conhecimentos adquiridos permearam a organização e planejamento
turístico, que no decorrer do estágio foram as áreas que mais se destacaram. Durante
o período estágiado obteve-se informações e experiências práticas de como funcionam
as tomadas de decisões das secretarias de uma prefeitura, em ênfase na Secretaria
de Desenvolvimento Econômico. Há que se destacar que a secretaria era dividida em
dois setores: Indústria e Comércio e o setor estagiado, o de Turismo. Nesse sentido,
houve a possibilidade constante de estar a par de assuntos executivos ligados às duas
secretarias e ao município, portanto, tendo uma inclusão e um envolvimento mesmo
que pequeno mas com ideias relevantes as circunstâncias envolvidas. Como destaque,
pode-se dizer que um dos conhecimentos alcançados foi a experiência obtida na área
de eventos, pela ocasião da ocorrência da maior festa que o município promove
chamada “Arraial Fest” que é festejada entre final de julho e começo de agosto,
celebrando as tradições açorianas provenientes da migração natural da Ilha de Açores,
pertencente a Portugal. A festa ocorre a cada dois anos e coloca o município de
Sombrio em evidência na região sul de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul,
celebrando a cultura local e trazendo informações práticas de organização e
planejamento de eventos. Estes conhecimentos auxiliarão a formação da carreira a ser
trilhada de modo a impactar em decisões posteriores ao estágio dando um
embasamento prático à vida profissional.
25
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica é o momento em que se propõe analisar o
conhecimento formado em uma determinada área, estabelecendo aproximações com o
trabalho desenvolvido pelo acadêmico e analisando um contexto de informações
acerca dos temas abordados.
3.1 Turismo ecológico: aproximações urbanas do ecoturismo
Quando se busca tratar do conceito do termo „turismo‟, os dicionários irão dizer
que é a ação ou efeito de viajar para determinado local, de forma geral pré-escolhido e
comumente com intenção de entretenimento, mas podendo ter outros objetivos.
O conceito do turismo nasceu no século XVII na Inglaterra, referindo-se a um
modo especifico de viagem, contudo há que se relacionar às diferenças entre o
conceito de viagem que seria somente um deslocamento, e o conceito de turismo que
envolve a existência de recursos, infraestrutura e superestrutura jurídico-administrativa
(BARRETO, 2003). Assim, „turismo‟ é a viagem passageira de pessoas para um
ambiente diferente do qual onde moram ou mantem uma atividade laborativa, bem
como, as atividades que os viajantes efetuam em sua estada no local e as
comodidades geradas para acolher às suas necessidades (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE, 2005 p. 6).
As relações que se estabelecem por esta atividade levam à formação de
conceito que entende que “O turismo é um fenómeno social, cultural e econômico que
implica no deslocamento de pessoas para países ou locais fora do seu ambiente usual
para fins pessoais ou profissionais”, conforme sugere a World Tourism Organization
(UNWTO), agência das Nações Unidas para o turismo. A mesma entidade afirma que o
turismo tem origem nas atividades do visitante, podendo ser turista ou excursionista,
sendo considerado um fenômeno de demanda, e, desta forma impactando na
aquisição de bens e serviços, ou ainda, na perspectiva da oferta, determinando-se
como atividades produtivas que visam atender o consumo dos visitantes e que
implicam em valor econômico agregado e emprego (UNWTO, 2008).
A UNWTO divide em três formas principais de turismo, que seriam o turismo
doméstico, o turismo receptivo e o turismo de saída. Estes três tipos de turismo podem
ser combinados de várias maneiras para resultar a sequência adicional, formas de
26
turismo: turismo interno, o turismo nacional e internacional (ONWTO, 2014) e
consequentemente as tipologias que se podem formas a partir delas.
Para Beni (1998, p 34), o turismo pode ser observado no âmbito acadêmico,
nas empresas e órgãos governamentais a partir de três inclinações distintas:
A econômica que apenas adotam as relações econômicas e empresariais;
A técnica, definição do que seria o turismo, a exemplo de diferenciar
visitante de turista;
A holística, que compreende a essência como um todo.
Segundo Rushmann (2012, p. 09), o turista moderno é um grande consumidor
da natureza, havendo umum aumento significativo, nas ultimas décadas, da “busca
pelo verde” e da “fuga” da confusão dos centros urbanos, estes indivíduos procuram
reencontrar o equilíbrio psicofísico em meio à natureza em suas horas de lazer ou na
realização de atividades turísticas.
O turismo, ao mesmo tempo em que fortalece a apropriação das Unidades de Conservação pela sociedade, dinamiza as economias locais e incrementa os recursos financeiros para a manutenção destas áreas. O desafio consiste, no entanto, em desenvolver um turismo responsável e integrado à diversidade sociocultural, aos conhecimentos tradicionais e à conservação da biodiversidade (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008 p. 3).
A integração do turismo com a conservação, ou seja, “ecoturismo”, foi
argumentado pela primeira vez em 1976 por Gerardo Budowslki1, em um artigo
intitulado "Turismo e conservação: o conflito, a coexistência ou simbiose”, contudo, a
expressão ecoturismo remonta o final da década de 1980 (ORANS, 1995). O
ecoturismo começou a ter evidência a partir do movimento ambientalista, surgido dos
debates sobre a necessidade de conservação do meio ambiente com técnicas
sustentáveis, com isso, atingindo a atividade turística (MINISTÉRIO DO TURISMO,
2010).
O ecoturismo é um acontecimento moderno e mundial, difundindo-se na década
de 1990 e consolidado no começo da década seguinte, não sendo apenas um
segmento alternativo do turismo, mas uma opção influente para a sustentabilidade
socioeconômica e ambiental do turismo contemporâneo (PIRES, 2002 p, 23).
A Sociedade Internacional do Ecoturismo (The International Ecotourism Society)
define o ecoturismo como, uma "viagem responsável a áreas naturais que conserva o
1 Gerardo Budowlski foi um líder conservacionista e primeiro diretor geral da IUCN ( União Internacional
para a Conservação da Natureza ) entre os anos de 1970 a 1976 (IUCN, 2014).
27
meio ambiente e melhora o bem-estar das populações locais”, seguindo os princípios
de minimizar os impactos físicos, comportamentais, sociais e psicológicos, erigindo a
consciência e o respeito ambiental e cultural, entre outros preceitos (THE
INTERNATIONAL ECOTOURISM SOCIETY, 2016).
Para Ecobrasil (1994, p. 17) o conceito de ecoturismo o caracteriza como um:
[...] segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do meio ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas.
Há que se destacar que, já em 2005, uma em cada dez pessoas que viajam
eram identificadas como ecoturistas (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005), pois
há um crescimento elevado no mundo neste segmento, haja vista que o ser humano
necessita do contato com a natureza e se desloca por longas distâncias atrás deste
desejo.
Beni (1998) descreve esse tipo de turismo, como Turismo Ecológico, o qual se
caracteriza quando pessoa desloca-se para espaços naturais, não importando se o
atrativo tem ou não equipamentos receptivos, sendo único motivo à fruição com a
natureza, interagindo com o meio ambiente, longas caminhadas, escaladas e esportes
radicais com a natureza como pano de fundo, também como, caça e pescas
ocasionais. O mesmo autor destaca ainda que o turismo ecológico pode ser chamado
de Ecoturismo ou Turismo Verde, que é o deslocamento para espaços naturais
demarcados e protegidos. Já o agro ecoturismo, que seria o agro turismo evidenciado
pelo contato com o meio rural também pode assumir características ecoturismo. Ainda,
pode-se incluir o turismo de aventura, em espaços naturais como outra atividade
pertinente ao ramo. No âmbito geral, pode-se afirmar que tendo ou não roteiros pré-
definidos ou equipamentos receptivos, neste tipo de turismo, seus adeptos são
movidos pelo desejo de confrontar-se com desafios físicos e emocionais contrários de
se cotidiano.
3.2 Parques Urbanos como ferramenta do ecoturismo nas cidades: história e
origem
Toda a atividade relacionada à natureza pode ter práticas de ecoturismo, desde
que ofereça condições de estabelecer atrativos suficientes para a manutenção do
turista naquela localidade (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010). Além disso, os parques
28
urbanos são também fundamentais na consolidação da vida em sociedade como
possibilidade de relacionar-se com a natureza e com o lazer como preceitos de vida.
Assim, segundo Macedo e Sakata (2003) são considerados como parques,
todos os espaços de uso público que se destinam a recreação de massas,
independente de seu tipo, incorporando intenções conservacionistas, não influenciadas
por nenhuma estrutura em seu entorno.
O nascimento dos Parques Urbanos relata Silva (2003), é fruto de um
rompimento de paradigmas, que era a dominação da natureza, originado na sociedade
capitalista-industrial emergente. Assim, no século XIX , “O Movimento de Volta a
Natureza" foi a resposta não dos desbravadores do sertão, mas dos habitantes
urbanos pela valorização da natureza selvagem em meio às cidades( Smith, 1988 apud
Henrique, 2009). Klias (Prefácio apud Macedo; Sakata, 2003, p. 07), afirma que o
parque urbano nasce a partir do século XIX com a demanda social por espaços
adequados para o lazer, o ócio e para contrapor-se ao ambiente citadino. Há ainda que
se considerar que, segundo Silva (2003), as cidades do século XIX eram imundas, fruto
da poluição e de maus costumes de seus moradores, e, nesta realidade insalubre, os
campos e áreas verdes passaram a ser locais almejados, pois continham ar fresco e
quietação, tendo assim o início da valorização destes espaços e seus arredores.
Outros autores, como Scalise (2002), afirmam que o surgimento dos mesmos é
ainda anterior, datado do final do século XVIII, na Europa, mais precisamente na
Inglaterra, onde tiveram uma grande relevância no espaço urbano das cidades inglesas
da época, os parques urbanos obtiveram seu auge com a reformulação feita pelo
Barão Haussmann, na cidade de Paris e, do outro lado do Atlântico, nos Estados
Unidos, com o movimento dos Parques Americanos, o „Park Moviment‟ liderado por
Frederick Law Olmsted. Scalise (2002), descreve que tais movimentos proporcionaram
a criação de diversos parques em todos os Estados Unidos, incluindo o mais famoso
deles, o Central Park, no centro de Manhatan, Nova York.
O Central Park se caracteriza por estar rodeado de edifícios em todas as
direções, concebendo-se como uma ilha natural em meio à formação de arranha-céus
do centro urbano nova-iorquino, área de extrema densidade demográfica e formado por
uma conurbação geográfica, conforme percebido pela Imagem 06
29
Imagem 06 – Central Park, Nova York, Estados Unidos da América
Fonte: CENTRAL PARK NYC, 2016.
O Central Park é o Parque Urbano mais famoso do mundo, com 843 acres, está
encrustado no coração de Manhatan. Foi projetado no século XIX, por Frederick Law
Olmsted e Calvert Vaux, sendo o primeiro Parque Público dos Estados Unidos
(CENTRAL PARK NYC, 2016). Este espaço torna-se um extremo aliado para atrair
turistas, pois recebe a visita de mais 42 milhões de pessoas por ano (CENTRAL PARK
NYC, 2016). No Brasil, o Parque do Ibirapuera está entre os 10 melhores parques do
mundo, recebendo quase oito milhões de visitantes por ano (BRASIL, 2015).
Macedo e Sakata (2003, p. 25) afirmam que o primeiro Parque Urbano
construído no Brasil é oficialmente o Passeio Publico da Cidade do Rio de Janeiro,
criado em 1783, por ordem do vice-rei Luiz de Vasconcelos de Souza e concebido por
mestre Valentim da Fonseca e Silva.
Na imagem 07 vista interna do Passeio Público do Rio de Janeiro.
Imagem 07 –Vista interna do Passeio Publico do Rio de Janeiro
Fonte: passeio pùblico do rio de janeiro, 2016
30
O Passeio Público do Rio de Janeiro, se localiza no centro da capital Carioca,
entre os Bairros da Lapa e a Cinelândia, em uma área de 33,649 m² (PASSEIO
PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO, 2016). Logo após o Passeio Público, foram surgindo
outras áreas verdes públicas no pais, dos quais, Melo (2013) descreve que alguns dos
jardins botânicos brasileiros foram fundados nas principais capitais urbanizadas do pais
no final do século XVIII e inicio do século XIX, como o de Belém (1798), São Paulo
(1799), Rio de Janeiro (1808), Olinda (1811), Ouro Preto (1825).
Ainda, conforme Macedo e Sakata (2003), os parques urbanos no Brasil não
tinham a mesma finalidade dos parques europeus, pois, na Europa, o parque urbano
surgiu para as massas urbanas das metrópoles, e no Brasil, como não havia uma
população significativa nos grandes centros quanto a Europa, vem então complementar
o cenário da elite emergente da época. Scocuglia (apud SILVA; PASQUALETO, 2013)
afirma que o Brasil não foi levado pelas mesmas mudanças comportamentais de outros
países que já eram industrializados, pois não possuía uma rede urbana expressiva e
o sistema de parques era voltado para uma pequena porção da sociedade mais
abastada, e que estes parques „copiavam‟ os padrões ingleses e franceses da época.
Scalise (2002) explica que, deixando no passado o exemplo de parque do
século XIX, concebido para a sociedade elitista da época e para a exibição social, o
parque do século XX procurou novos espaços verdes, tornando esse local acessível
para todas as classes sem distinção, buscando reinventar o natural que o urbano
persiste em recusar.
O Brasil atualmente possui aquele que é considerado o melhor parque urbano
do mundo, o Parque do Ibirapuera, localizado na zona sul da capital paulista, eleito
pelo conceituado jornal inglês „The Guardian‟ como sendo o melhor parque urbano do
planeta. Salienta-se que o Parque do Ibirapuera possui 221 hectares e teve seu projeto
paisagístico concebido por Burle Marx, sendo o atrativo mais visitado por paulistanos e
visitantes na capital paulista (BRASIL, 2015).
Apresenta-se, para melhor compreensão, a imagem aérea da dimensão do
Parque do Ibirapuera, inaugurado em 1954, no decorrer das festividades de aniversário
de 400 anos da cidade de São Paulo. Salienta-se que este espaço se tornou a mais
importante área de cultura e lazer de São Paulo e pode-se notar na Imagem 08 que o
mesmo é cercado pelo urbano por todos os lados. O parque abre diariamente das
05h00 à 00h00 e foi concebido por nomes como Oscar Niemeyer, tornando-se modelo
de intervenção natural urbana, conforme Imagem 08 (CIDADE DE SÃO PAULO, 2016).
31
Imagem 08 – Vista aérea Parque do Ibirapuera
Fonte: Parque do Ibirapuera, 2016.
Klias (2003, apud MACEDO e SAKATA, 2003) relata, que os parques urbanos
evoluíram seguindo as mutações urbanas das cidades, o que a mesma autora
descreve como uma reciclagem de áreas urbanas centrais.
Atualmente, com a temática da requalificação dos espaços urbanos, principalmente das áreas centrais das cidades, com a demanda crescente de espaços de recreação e lazer e com a introdução das dimensões ambiental e paisagística no planejamento, a temática do parque urbano assume papel central no desenvolvimento dos planos e projetos urbanos (KLIAS, apud MACEDO; SAKATA, 2003 p. 7)
Macedo e Sakata (2003) descrevem ainda que apenas nos últimos 20 anos do
século XX observou-se um interesse politico crescente em implantar e formar parques
públicos, sejam eles por motivações políticas e eleitoreiras em alguns casos, seja por
reafirmar uma demanda social pela implantação do espaço.
3.3 Parques Urbanos: o lazer formado a partir dos benefícios à saúde
A implantação dos parques urbanos no mundo se deu por diversos fatores, mas
um dos elementos cruciais da implantação destes espaços urbanos, no seu início, foi
às epidemias que assolavam as cidades do século XVIII. O Central Park, por exemplo,
foi o antídoto para a epidemia de cólera que arrasava Nova York em 1852 (MAGNOLI,
2006).
O relatório da ONU, denominado World Urbanization Prospects, mostra a
urbanização crescente do planeta, mais da metade da população mundial vive em
zonas urbanas e que podem receber mais de 2,5 mil milhões de pessoas até 2050
32
(United Nations, 2014). A população urbana está aumentando de forma preocupante,
acendendo um alerta para as populações que vivem nos grandes centros urbanos, e,
nesse contexto, os benefícios destes espaços são de grande valor social, ambiental e
econômico para a região do entorno de parques. Segundo Chiesura (2003) a natureza
urbana exerce uma importante necessidade humana imaterial e não de consumo, uma
fuga do ritmo estressante da cidade. Beni (1998) relata que o homem urbano se
encontra afastado da natureza e isso dificulta a captação de seus próprios valores.
Ulrich (1984) afirma que americanos e europeus preferem cenas naturais, mais do que
cenas urbanas, bem como que elementos naturais aparentemente provocam
sentimentos mais positivos do que o que se pode relatar em centros urbanos.
Nessa perspectiva, há que se salientar que essa aproximação com a natureza é
vantajosa para o homem e os benefícios da arborização são refletidos na sociedade
moderna por meio da qualidade de vida. O parque urbano segundo Szeremeta e
Zannin (2013), oferece contato com a natureza, e quando adequado e atrativo, são
decisivos para as praticas de lazer e atividades físicas. Mazzei et al (2007) descrevem
que essas áreas verdes devem possuir infraestrutura e equipamentos, proporcionando
opções de lazer e recreação para todas as faixas etárias, e que estes usuários em
potencial possam percorrer até este local a pé. Pode-se salientar ainda que, diferente
das Unidades de Conservação em geral, os Parques Urbanos tem a finalidade de levar
a população dos grandes centros opções de lazer (AMBIENTE SP, 2016).
Segundo Chiesura (2003) ilustra no Fluxograma 01, as ligações conceituais da
relação, Parque Urbano X Cidade Sustentável:
Fluxograma 01 - Ligações conceituais
Fonte: Chiesura, 2003.
O fluxograma 01, criado por Chiesura (2003), mostra que os parques podem
proporcionar o tripé da sustentabilidade, que é o ambiental, o econômico e o social,
que proporcionam a qualidade de vida, que por sua vez adéqua a cidade para a
sustentabilidade. Chiesura (2003, p 131) também coloca aspectos como a „quantidade
de espaços verdes públicos por habitante‟, „parques públicos‟ e „áreas de recreação‟
são citados com frequência como fatores consideráveis para uma cidade habitável,
33
agradável e atraente para seus habitantes. O acesso aos parques fornece para as
crianças uma aprendizagem decisiva para um futuro promissor e um desenvolvimento
saudável, a exposição ao ar livre ajuda no pensamento analítico e, assim, parques
promovem a preservação de ambientes saudáveis (CITY PARK ALLIANCE, 2016).
Konijnendijk et al (2013) salienta os seguintes benefícios potenciais de um
Parque urbano:
A saúde humana e bem estar (mental e físico), ou seja, impactos positivos
diretos e indiretos como: atividades de recreação e lazer.
A coesão social/identidade: o estreitamento de laços sociais relações e coesão
proporcionada pelo parque urbano.
Turismo: além dos benefícios anteriores para os visitantes, o turismo também é
interessante devido a sua contribuição econômica local.
Os preços das habitações: valorização dos imóveis do entorno do parque.
Biodiversidade: o papel do parque promovendo a conservação de espécies
animais e vegetais, tendo uma ligação direta com o bem estar humano.
A qualidade do ar e o sequestro de carbono: redução dos níveis de poluentes no
ar.
Águas: contribuindo para uma água mais limpa.
Refrigera o ambiente: amenizando o calor.
Harnik e Welle (2009) apontam sete fatores principais: o amento do valor da
propriedade: turismo, utilização direta feita pelos visitantes, saúde, coesão da
comunidade, água potável e ar limpo. Segundo eles a dois fatores diretos para a
economia da cidade: aumento do valor da propriedade, determinado pela proximidade
com o parque (chamado de „valor hedônico‟ pelos economistas) e o segundo fator é o
aumento dos gastos de turistas que visitam a cidade, algumas vezes, atraídos pelo
parque, fortalecendo a economia local no município.
Segundo Crompton (2005) o valor das propriedades próximas dos parques pode
aumentar até em 20%, mostrando a valorização do homem pelo espaço público
natural. Pode-se, portanto afirmar que as pessoas realmente estão dispostas a pagar
mais para ter parques urbanos e áreas verdes em suas proximidades, com isso os
preços destas propriedades residenciais são valorizadas (HAMMER ET AL, 1974).
3.4 O meio ambiente servindo ao turismo: a necessidade da preservação
34
O complexo lagunar do extremo sul catarinense vem sofrendo por décadas a
ação devastadora do homem, cuja atual situação é preocupante. As margens da lagoa
servem de habitat para varias espécies de aves e pequenos mamíferos em sua maioria
preás, que estão sendo ameaçados, devido à circunstância que se encontra a lagoa.
Um estudo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
(EPAGRI), em 1999, já indicavam níveis altos de degradação.
A pobreza da fauna encontrada no interior da lagoa e no seu entorno mostra que o ambiente estudado encontra-se bastante alterado pelas ações antrópicas, já não sendo mais capaz de atrair e sustentar um número de espécies e de indivíduos como o existente no passado. Por outro lado, a presença de “cisnes do pescoço preto”, que segundo informações locais vêm da argentina, indica que mesmo bastante agredido este ambiente ainda faz parte de rotas migratórias; fato que revela a interdependência entre os ecossistemas e salienta a importância da preservação destes para a manutenção de outras vidas, mesmo que distantes (EPAGRI, 1999 p. 11).
O processo de degradação da lagoa após 17 anos se intensificou chegando a
níveis altos de salinizalinição (EPAGRI, 1999 P. 12) e assoreamento, a implantação do
parque ajudaria em colocar em foco os problemas da Lagoa podendo auxiliar em uma
reversão da condição atual de como se encontra a Lagoa do Sombrio, explorando o
local com os princípios do turismo sustentável, que é definido como “aquele que atende
as necessidades dos turistas atuais, sem comprometer a possibilidade de usufruto dos
recursos pelas gerações futuras” (WORLD COMMISSION OF ENVIRONMENT AND
DEVELOPMENT apud RUSCHMANN, 2012 p. 10 ). Este processo pode ser percebido
a partir da Imagem 09, a qual, mostra a situação atual da eutrofização2 da Lagoa, que
é causado pelo excesso de nutrientes na água, alterando sua constituição inicial
(UNESC, 2004).
2 Eutrofização- É um processo em que o corpo de água adquire níveis altos de nutrientes, aumentando
a quantidade de algas que gera posteriormente o acúmulo de matéria orgânica em decomposição (Von Sperling, 1996 ).
35
Imagem 09 – Lagoa eutrofizada
Fonte: O autor, 2016.
A EPAGRI constatou a fragilidade e já precária situação da Lagoa de Sombrio
se encontrava em 1999, alertando que teria que haver atitudes rápidas para sua
recuperação.
A necessidade de protegermos os mananciais de água doce é ainda reforçada ao considerarmos a posição geográfica e estratégica da região Sul de Santa Catarina. A presença do litoral, o seu elevado potencial turístico, a sua aptidão para consolidar-se como rota preferencial do MERCOSUL e a proximidade com centros expressivos, como Porto Alegre e Florianópolis, frente às limitações de ampliação das povoações e atividades para oeste devido aos obstáculos da serra muito próxima, conduzem a região para uma alta densidade demográfica no futuro. Esta realidade aumenta as responsabilidades de todos no presente e fortalece a importância estratégica das águas da Lagoa de Sombrio para o momento atual e para os tempos futuros. (EPAGRI, 1999, p. 02)
Nesse contexto, tornam-se cada vez mais raros os registros de alguns animais
que antes habitavam a redondeza, como a um casal de Tachã (Imagem 10), aves
registradas pelo autor no local. A Tachã ou Tarrã como são conhecidas é uma ave de
médio porte, podendo alcançar 80 cm de altura sua plumagem é acinzentada escura.
Assim, possibilidades como o turismo de observação de aves é também uma
possibilidade de tipologia a ser implantada no futuro nesta região.
36
Imagem 10 – Foto ave nativa, Tachã ou tarrã
Fonte: O autor, 2016.
Há que refletir, contudo que tal imagem mostra que mesmo com os impactos
negativos, com a degradação ambiental existente, a Lagoa do Sombrio ainda é um
refúgio de vida silvestre, que pode e deve ser recuperada e conservada. Caracteriza-se
como um habitat que possui um potencial ambiental e turístico, e que, quando
restaurado, pode trazer toda a vida silvestre que havia em outros momentos. Acredita-
se que tudo isto pode ser possível com planejamento e esforços do poder publico e
privado, sendo auxiliado com a implantação do parque que poderá ajudar na
conscientização sobre a Lagoa, devido à transformação do local em área de
preservação, podendo assim, recuperá-la e conservá-la para as gerações futuras.
37
4 METODOLOGIA
Neste capítulo apresenta-se a metodologia e os procedimentos utilizados para o
desenvolvimento deste estudo.
4.1 Conhecimentos Cientifico
O conhecimento cientifico é critico, rigoroso, objetivo, nasce da duvida e se
consolida nas certezas das leis demonstradas (Souza et al, 2013,p.22). Os mesmos
autores corroboram que o conhecimento cientifico:
É real(factual) porque lida com ocorrência e fatos; constitui um conhecimento contingente, pois suas preposições ou hipóteses têm sua veracidade e falsidade conhecida através da experiência; é sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente; é verificável visto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência; é falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo da teoria existente (Souza et al, 2013,p.22) .
Para Lakatos e Marconi (2003, p.80), constitui um conhecimento contingente, pois
suas preposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através
da experimentação e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
Descrevem que é sistemático já que se trata de um conhecimento ordenadamente
logico, que formam um sistema de ideias e não conhecimento ilógicos e incoerentes.
Nesse contexto, o conhecimento científico é imprescindível para a realização de
quaisquer projetos de pesquisa ou ação, pois corroboram na validação de resultados e
apresentam a materialidade do conhecimento proposto.
4.2 Estudo de Caso
É um processo particular para uma construção de uma analise qualitativa, que
tem como objetivo lidar com um problema complexo. O estudo de caso é uma
investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu
contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto
não estão claramente definidos (YIN, 2001,p.32 ). Ainda, para o mesmo autor, percebe-
se que:
38
A investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesses do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em varias fonte de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triangulo, e, como outro resultado benefia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a analise de dados (YIN, 2001 p. 32-33).
Nesse sentido, pode-se afirmar este estudo se caracteriza como sendo um
estudo de caso, devido às situações peculiares encontradas na analise, baseando-se
em fontes diversas e por se tratar de uma situação única envolvendo um recurso
natural, como a Lagoa do Sombrio, como o estudo de caso contribui para uma
compreensão que possuímos dos fenômenos individuais, com isso abrangendo a área
supracitada.
4.3 Abordagem Qualitativa
Os instrumentos aplicados para a elaboração do estudo de caso consistiram em
uma análise qualitativa de coleta de dados, para Godoy (1995) “a pesquisa qualitativa
tem no ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento
fundamental”.
“A pesquisa Qualitativa começa com pressupostos e o uso de estruturas
interpretativas/teóricas que informa o estudo do problema da pesquisa, abordando os
significados que os indivíduos ou grupos atribuem a um problema social ou humano”
(CRESWELL, 2014, p.49-50), descreve também quando usar a pesquisa Qualitativa,
que seria na ocasião de um problema ou questão necessita ser explorado, essa
exploração e essencial devido à necessidade de analisar um grupo ou população,
apontar variáveis que não podem ser mensuradas com facilidade, ou segundo ele
“escutar vozes silenciadas” (CRESWELL, 2014, p. 52).
Para Strauss e Corbin (apud KEVIN et al, 2005, p.78), a pesquisa qualitativa no
sentido amplo, “É qualquer pesquisa que produz resultados que não chegaram por
meio de procedimentos estatísticos ou outros meios de quantificação”.
Nessa conduta, a visita ao local, à coleta de fotografias como instrumento de
avaliação das condições, a percepção do espaço e outros elementos podem evidenciar
a conduta qualitativa, apropriando-se do conhecimento como elemento de percepção
da necessidade de implantação do parque.
39
4.4 Procedimentos metodológicos
Neste tópico explanaremos os procedimentos metodológicos propostos para
compreender a pesquisa, fornecendo os instrumentos para a sua elaboração.
4.4.1 Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos (GIL, 2002, p.44). Lakatos e Marconi
(2003, p.183), comentam que:
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundarias, abrange todas bibliografias já tornadas pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., ate meios de comunicação orais: radio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão.
Neste estudo, a pesquisa bibliográfica foi especialmente utilizada no capítulo da
fundamentação teórica, onde se buscou uma relação entre os autores dos temas com
aderência ao turismo, á proteção ambiental, á história e criação de parques urbanos,
entre outros. Para tal, destaca-se a contribuição de autores como Beni (1997),
Chiesura (2003), Ruschmann (2012), Macedo e Sakata (2003), Barreto (2003), Scalise
(2002), Silva (2003), Pires (2002), UNWTO (2008, 2014) , e estudos relacionados com
a Lagoa, com EPAGRI (1999), UFSC(2011), UNISUL(2005), LOPES(2009), para
embasar o estudo.
4.4.2 Pesquisa Documental
A pesquisa documental é imprescindível nas ciências humanas e sociais, pois:
O uso de documentos em pesquisa deve ser apreciado e valorizado. A riqueza de informações que deles podemos extrair e resgatar justifica o seu uso em várias áreas das Ciências Humanas e Sociais porque possibilita ampliar o entendimento de objetos cuja compreensão necessita de contextualização histórica e sociocultural (SÁ-SILVA et al, 2009 p.2).
O acervo documental analisado no presente estudo, ressalta as leis da
constituição federal brasileira, tais documentos citam em seus decretos a preservação
40
e conservação do meio ambiente e o direito do cidadão ao lazer público. Além disso,
foram utilizadas leis estaduais e municipais como fontes de pesquisa para este estudo.
4.4.3 Pesquisa Ação
A expressão Pesquisa Ação, foi empregada pela primeira vez por Lewin em
1946, em uma matéria do Journal Social Issues, afirma Engel (2000). Neste contexto,
a Pesquisa ação nasceu para responder a incógnita entre a teoria e prática:
A pesquisa-ação surgiu da necessidade de superar a lacuna entre teoria e prática. Uma das características deste tipo de pesquisa é que através dela se procura intervir na prática de modo inovador já no decorrer do próprio processo de pesquisa e não apenas como possível consequência de uma recomendação na etapa final do projeto (ENGEL,2000 p. 182).
A pesquisa ação técnica estabelece uma abordagem precisa na qual o
pesquisador adota um método que já existe em algum outro lugar e a executa em seu
respectivo campo que esta atuando para assim atingir um desenvolvimento satisfatório
(TRIP, 2005). O método da pesquisa e ação, foi aplicado no decorrer do estagio
obrigatório de 300 horas, no aprofundamento do estudo sobre as áreas públicas de
lazer, sendo que após esta analise foi observado à ausência deste tipo de espaço no
município.
Carateriza-se como pesquisa ação a relação de ações realizadas na Prefeitura
Municipal de Sombrio e o impacto das ações no objeto de pesquisa. Nesse contexto,
as dinâmicas de estudo e preparação, as visitas ao local pelo estágio e a discussão
ocorrida no âmbito da diretoria de turismo influenciaram as demandas relacionadas a
este estudo.
41
5 PROPOSTA DE AÇÃO
A proposta de ação deste estudo de caso tem como foco, a analise de
viabilidade de implantação de um Parque Urbano, localizado as margens da Lagoa de
Sombrio, no Bairro Raizeira, município de Sombrio extremo sul de Santa Catarina, com
o intuito de promover benefícios ambientais e econômicos no local, e qualidade de vida
para os moradores de Sombrio.
A finalidade deste estudo é analisar a viabilidade de implantação de um parque
urbano em um local que esta sendo mal utilizado, recuperando este espaço e
preservando, transformando-o em uma atração turística para Sombrio obedecendo às
leis ambientais.
Uma área natural para ser explorada com sustentabilidade, com um estudo de
impactos ambientais, com isso, podendo recuperar as margens da Lagoa na área
limítrofe do parque, construindo uma estrutura sustentável de equipamentos turísticos
onde os visitantes possam praticar atividades físicas, culturais e sociais neste espaço,
desfrutando de um contato com a natureza. O projeto também propõe a adaptação da
área da pedreira em um espaço de eventos multiuso ao ar livre, seguindo o exemplo da
Pedreira Paulo Leminski, localizada no Parque das Pedreiras, em Curitiba, capital do
Estado do Paraná, podendo como o exemplo desse empreendimento turístico ser
utilizada de varias formas com atitudes sustentáveis.
Para a criação do parque, há necessidade de desapropriação do terreno e
retirada dos animais domésticos e a mineradora instalada há menos de 250 metros da
margem da Lagoa, a qual, ainda que respeite a legislação, tem proximidade
preocupante, devido aos danos ambientais causados pela atividade mineradora, como
explosões que ocorrem diariamente para a retirada das pedras e a devastação
causada por este processo no ambiente.
Nesse contexto, para melhor compreensão do espaço a ser implantado o parque
e suas características, faz-se necessária uma análise da localidade a partir do
dimensionamento e da apresentação de imagens que compõem este espaço
geográfico, estabelecendo assim uma caracterização de espaços e facilitação para a
discussão central deste projeto.
5.1 Caracterização do espaço geográfico para implantação do Parque Municipal
A proposta de implantação do parque tem por objetivo localizar-se há menos de
1.000 metros da rodovia BR101, prevendo em sua construção, um caminho
42
circundante, com trajeto de quase um quilômetro de extensão, o qual, percorreria as
árvores do local do parque, com isto, amenizando a compactação do solo que sofrera
pelo uso contínuo, o que seria favorável para praticantes de atividades físicas e
ciclistas, que poderão assim, usufruir deste espaço com maior comodidade. A
proposta prevê ainda a construção de uma academia completa ao ar livre, com
variedade de equipamentos de ginástica e aeróbica, do programa do Ministério da
Saúde, que foi instituído pela Portaria nº 719, de 07 de abril de 2011, e depois
redefinido pela Portaria nº 2.681, de 7 de novembro de 2013. Este programa
estabelece oito direções em volta das quais as atividades devem ser desenvolvidas,
sendo estas “[...] práticas corporais e atividades físicas, promoção da alimentação
saudável, mobilização da comunidade, educação em saúde, práticas artísticas e
culturais, produção do cuidado e de modos de vida saudável, práticas integrativas e
complementares, e planejamento e gestão” (MINISTERIO DA SAÚDE, 2011). Outros
elementos que irão compor o espaço são bancos para descanso e contemplação da
natureza, que serão posicionados estrategicamente para obter as melhores vistas do
parque. Além disso, há a previsão da construção de uma área para lazer infantil
(parquinho infantil), com infraestrutura moderna e segura, com isso, trazendo
comodidade aos pais. Outros equipamentos também serão instalados, sempre
voltados para o lazer público e bem estar dos frequentadores, como banheiros,
fraudário e bebedouros, bem como, um espaço para informações turísticas. O local da
pedreira, terá um palco com estrutura adequada para receber apresentações
artísticas, culturais e shows musicais, proporcionando aos espectadores dos eventos
uma infraestrutura capaz de acomodar adequadamente com conforto e segurança, em
toda área interna da pedreira.
Assim, para melhor compreensão da totalidade do espaço, apresenta-se
a Imagem 11, a qual contempla o trajeto que contorna as arvores (em destaque de
vermelho), onde pretende-se estabelecer a entrada do parque, através de um caminho
circundante, com trilha pavimentada em toda sua extensão, que facilitará o acesso dos
visitantes na área do parque. A proposta prevê que este caminho seja constituído com
manta asfáltica, ideal para pratica de atividades físicas.
43
Imagem 11 – Área do parque
Fonte: Adaptado de Googlehearth, 2016.
A imagem 11 mostra o local da pedreira (em destaque de amarelo), onde serão
instalados equipamentos voltados ao entretenimento infantil, a contemplação da
natureza, pesca não predatória, exercícios físicos podendo haver outros. No local
poderá ser instalado um amplo centro de eventos multiuso, sendo analisado seus
benefícios financeiros, devido a locação do espaço e impactos negativos, o local
poderá ter shows musicais, apresentações artísticas regionais, eventos festivos do
município fomentando a cultura local. O playground infantil (em destaque de azul), um
núcleo de convivência, promovendo a interação e socialização das crianças e o centro
de informações do parque (em destaque de branco), situado na entrada do parque.
O lugar ainda possui exemplares de vegetação nativa a exemplo da Figueira
mesclado com espécies exóticas como bergamoteiras. Contudo tendo um estado de
degradação, como podemos notar na Imagem 12, com rastros de automóveis que
circulam no local, ajudando cada vez mais a degradação do ambiente. Outro ponto são
os postes de energia elétrica e cercas de arame farpado se misturam a paisagem,
denegrindo-a e desfavorecendo o aproveitamento do belo como atrativo turístico.
44
Imagem 12 – Vegetação do local 01
Fonte: O autor, 2016.
O espaço, mesmo que degradado, consegue ainda manter uma percepção
relativa de „encantamento natural‟, haja vista que mesmo com a excessiva presença de
gramados e das árvores que restaram à relação do verde como elemento natural
consegue, muitas vezes, transpor a compreensão de se tratar de uma área degradada.
Entende-se ainda que, por se tratar de um atrativo relevante (a lagoa e seu entorno)
que pode e deve ser recuperado, restaurando sua mata nativa original, tomando como
referência o Morro dos Macacos, única área com vegetação de restinga arbórea
preservada (UFSC, 2011), pesquisando a vegetação nativa que ocorre no local e
replantando, substituindo as arvores e vegetações invasoras, há a possibilidade de
tornar-se um atrativo importante ao município de Sombrio e arredores.
Ainda, do ponto de vista paisagístico ou de apelo turístico a partir da
representação do natural, pode-se perceber, na imagem 13, uma figueira, que por sua
dimensão e estrutura denota ser centenária, e estando esta, localizada às margens da
lagoa. A figueira é uma árvore nativa da região que possui copas de dimensões
elevadas e sua interação com o meio ambiente da lagoa é harmônico, pois seus frutos
servem de alimento para as aves que habitam o local. Este tipo de árvore é encontrada
em áreas úmidas, portanto, em toda orla da lagoa percebe-se a presença de figueiras
centenárias, o exemplar da imagem 13, é uma árvore de quase 20 metros de altura
(máximo de altura que este tipo de figueira pode atingir), que esta próximo a margem
da lagoa.
45
Imagem 13 – figueira centenária
Fonte: O autor, 2016.
Há que se considerar que o apelo turístico em torno da figueira também pode
ser representada pela história do município, o qual leva o nome de Sombrio em função
da sombra que as figueiras faziam, as quais, por estarem localizadas às margens de
lagoas, eram parada constante para descanso e reposição de água dos tropeiros que
viajavam na região. A imagem exibe também, ao lado da figueira, um antigo bar que
entra em funcionamento somente quando há corridas de cavalos, esporte que é
realizado no local.
No espaço previamente relacionado como sendo o local de instalação do Parque
Municipal de Sombrio, terá que haver uma desapropriação de terra. Nesse sentido, a
Prefeitura do Município de sombrio deve verificaras normas especificadas pela ABNT
sobre desapropriações, em especial a NBR14653-2, que trata das normas para
avaliação de bens urbanos, assim os obtendo os valores referentes ao terreno,
podendo assim ter um valor real (ABNT, 2004) .
Ainda, na Imagem 14, pode-se perceber a vegetação local, bem como as áreas
de pastagem que estão se proliferando em todos os arredores das lagoas no extremo
sul catarinense.
46
Imagem 14 – Vegetação do local 02
Fonte: O autor, 2016.
.
Há uma criação de ovelhas, cavalos e outros animais domésticos. Outro
elemento que se configura como prejudicial ao meio ambiente naquela localidade é a
instalação de uma empresa mineradora de pedras, que dinamitam as pedras para a
sua retirada, causando explosões rotineiras que afetam o habitat do local, a imagem 15
mostra a área da mineradora que está em atividade, e com isso aumentando o nível de
degradação ambiental, pois fica em uma área limítrofe a Lagoa de Sombrio.
Imagem 15 – Pedreira 01
Fonte: O autor , 2016.
Nesse contexto, na imagem 15 percebe-se a destruição causada pela extração
de pedras, mostrando a situação degradada do local, sendo impossivel sua
recuperação, portanto a instalação neste espaço de uma área de eventos, que pode
ser locada trazendo divisas para a manutenção do parque.
47
Considera-se ainda que a exploração da jazida de pedras está estabelecida no
local há muitos anos e está consumindo a pequena colina, como mostra a Imagem 16,
o que, consequentemente, além da degradação ambiental, prejudica a comercialização
turística do espaço.
Imagem 16 – Pedreira 02
Fonte: O autor, 2016.
O projeto idealiza a adaptação do local onde está situada a pedreira, este
espaço receberia equipamentos voltados para eventos a ser desenvolvidos, esta área
atenderia ao município de Sombrio, que não possui uma área de eventos planejada
para este fim. Assim, a proposta prevê que este espaço terá o intuito de fomentar a
cultura local do município, promovendo a possibilidade de apresentações locais e
inclusive exposições e/ou feiras locais.
Um ponto que favorece a realização dos eventos no local são os paredões de
pedra que servem de concha acústica, melhorando a qualidade das audições que
serão apresentadas no local. Um modelo ao qual pode ser usado o conceito de
benchmarking é o da Pedreira Paulo Leminski, espaço de eventos do Parque das
Pedreiras, localizado na capital Paranaense, adaptado após a desativação de uma
jazida de extração de pedras. Assim, apresenta-se na Imagem 17, show do Ramones
em 1994, mostrando que desde a década de 1990 o espaço já possuía estrutura
condizente com a realização de grandes eventos.
48
Imagem 17 – Show realizado na Pedreira Paulo Leminski, Curitiba, Paraná
Fonte : Marcelo Rossi, 1994
O projeto segue o modelo deste espaço poli-cultural Curitibano, transformando
a área da pedreira em um espaço de eventos multiuso, que pode ser usado como
exemplo pelo município de Sombrio para fomentar a cultura de sua região, quem sabe,
ser implantado no local a estrutura do „Arraial Fest‟, com um palco fixo que pode ser
aproveitado para outros fins culturais e também para locação, servindo para
arrecadação de recursos para a manutenção do Parque.
A seguir a imagem 18, mostra o espaço onde será instalada a área de
estacionamento do Parque, que devido as suas dimensões, poderá comportar uma
quantia considerável de vagas de estacionamento, em torno de 300 vagas em uma
área de 5.130 m³, onde é usado como local para corridas de cavalos. Esta área fica
próxima à entrada, sendo assim, simplificando a estacionamento do veiculo, tornando o
ato mais cômodo a os visitantes do parque, e no caso de apresentações no espaço de
eventos da pedreira.
Imagem 18 – Área propícia para a construção de um estacionamento
Fonte: O autor, 2016.
49
A direita da imagem 18, podemos ver as raias, usadas em corridas de cavalos,
bem como, atrás desta, a área destinada ao estacionamento, a qual possui um espaço
amplo, que suporta a demanda de vagas em ocasiões especiais. Essas ocasiões
seriam apresentações com grande procura popular, o espaço comportara ônibus e
caminhões com equipamentos para shows, o terreno como mostra na imagem 18 é
plano e não possui desníveis bruscos, o que facilita a instalação do estacionamento no
local sem ser preciso fazer terraplenagem.
5.2 Leis Ambientais: um estudo para a implantação do Parque Municipal
A implantação do parque deverá ser atenta às leis ambientais em vigor, ao que
se diz respeito a áreas verdes, arborização urbana e parques, como:
1 ) Constituição Federal de 1988 – título III, capítulo II e artigos 23, 24 e 225, pode-se
começar a análise pelo artigo 23°, que fala da jurisdição do poder publico para com a
proteção e conservação da fauna e da flora:
Art. 23º É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Há que se considerar, portanto, que a proposta de preservação e combate á poluição
no município não está sendo respeitada, bem como, assoreamento no entorno da Laoa
do Sombrio. Nesse sentido, pode-se afirmar o não cumprimento do artigo 23, previsto
na Constituição federal.
Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente,
Titulo VIII, Cap. VI, e VIII, sobre as leis para controle e proteção da flora e da fauna e
repreensão a os agressores dela:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do
meio ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente...
50
Como prevê o Art. 24, sobre a legislação para controle e proteção ambiental,
entende-se então que cabe a União, ao Estado de Santa Catarina, a proteção do meio
ambiente natural da Lagoa do Sombrio.
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais à crueldade.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativas,
independente da obrigação de reparar os danos causados.
Art. 225 Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações, esta lei trata do direito do cidadão a um ecossistema em equilíbrio e seu
dever preserva-lo para a posteridade.
O Artigo 225, é categórico ao direito do cidadão a um ecossistema equilibrado e
seu dever preservá-lo para gerações futuras, a proteção da fauna e da flora e as
punições as praticas que estabeleçam perigo ao ecossistema, contudo, este direito do
cidadão não esta sendo cumprido, nem tão pouco a proteção do meio ambiente da
Lagoa.
2) LEI Nº 12.651, DE 25 DE MAIO DE 2012, Art. 1°, I e IV – 3°, II e IX, constitui as
cláusulas para, proteção, controle, exploração, manejo e prevenção de incêndios entre
outras preceitos:
Art. 1o-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de
Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o
suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o
controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e
financeiros para o alcance de seus objetivos.
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas
e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos
recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações
presentes e futuras;
51
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em
colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas para a preservação e
restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas
urbanas e rurais;
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna
e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
IX - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais
como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de
invasoras e proteção de plantios com espécies nativas;
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades
educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas,
observadas as condições estabelecidas nesta Lei.
CAPÍTULO II, DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Seção I
Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente
Art. 4° Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas,
para os efeitos desta Lei:
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte)
hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
A Lei nº 12.651 e seus consequentes artigos estabelecem normas sobre a
proteção ambiental e afirmam o compromisso de responsabilidade da União, Estados,
Distrito Federal e municípios para com a proteção da biodiversidade, do solo, dos
recursos hídricos e da integridade do clima, sobretudo a recuperação com espécies
nativas de vegetação e erradicação das espécies invasoras, sendo assim, restaurando
suas funções ecológicas e sociais. A lei não esta sendo cumprida, em relação à Lagoa
de Sombrio, por não estar sendo tomadas as devidas atitudes para proteção e
conservação deste recurso natural, e também não esta sendo cumpridos os direitos de
bem estar e equalização do meio ambiente com a população local.
52
3 ) Lei n°. 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna e outras
providências – artigos 1º e 3º, em suma trata especificamente do amparo à fauna
silvestre:
Art. 3º É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos
que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha.
Esta lei aborda a proteção da fauna silvestre, proibindo toda e qualquer
utilização, perseguição, destruição, caça ou apanho de espécies selvagens. No local
proposto para instalação do parque, há criação de animais domésticos, esses animais
patam as margens da lagoa, intimidando animais silvestres que migram para outros
locais, a procura de áreas que lhe permitam sua sobrevivência, portanto abandonando
seu habitat natural.
EMENTA: Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III, e VII da Constituição Federal,
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras
providências.
4 ) Lei Nº 9.985, de 18 de julho de 2000, Lei do SNUC.
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-
SNUC, estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das
unidades de conservação.
Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a
preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do
ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis,
às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e
aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em
geral;
XII - extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo
sustentável, de recursos naturais renováveis;
53
XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada o mais próximo possível da sua condição original;
XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos
objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e
as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,
inclusive a implantação das estruturas fiscais necessárias à gestão da unidade;
XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito
de minimizar os impactos negativos sobre a unidade;
Esta Lei institui o SNUC, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza estabelendo regras para a criação, gestão e implantação das Unidades de
Conservação. Impondo regras para exploração do local, seu plano de manejo,
conservação e utilização do espaço.
5 ) Lei n° 6.902, de 27 de abril de 1981, que dispõe sobre a criação de estações
ecológicas, áreas de proteção ambiental – artigo 8º, que aborda a geração de áreas de
conservação:
Art. 8º O Poder Executivo, quando houver relevante interesse público, poderá declarar
determinadas áreas do Território Nacional como de interesse para a proteção
ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das populações humanas e conservar ou
melhorar as condições ecológicas locais.
O Art.8º da Lei n° 6.902, trata da criação de áreas de proteção ambiental, que
pode ser acionada no caso da Lagoa do Sombrio, tornando a lagoa uma unidade de
conservação, medida que resultaria na recuperação e preservação da lagoa, assim
sendo, melhorando a qualidade de vida dos moradores de Sombrio e região,
assegurando os recursos hídricos para as gerações posteriores.
54
6 ) Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e da outras
providências como as clausulas de controle da poluição – artigo 2º:
Art. 2º A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional
e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VIII - recuperação de áreas degradadas.
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
O Art. 2º da Lei nº 6.938, refere-se à politica nacional do meio ambiente, seguindo os
preceitos de controle de poluição, recuperação e proteção de áreas degradadas, o que
se encaixa no caso da Lagoa do Sombrio, sendo que a área da lagoa esta em um
estado de degradação avançado.
7 ) DECRETO n° 84.017, de 21 de Setembro de 1979.
Art 1º - Este Regulamento estabelece as normas que definem e caracterizam os
Parques Nacionais.
Art 2º - Serão considerados Parques Nacionais as áreas que atendam às seguintes
exigências:
I - Possuam um ou mais ecossistemas totalmente inalterados ou parcialmente
alterados pela ação do homem, nos quais as espécies vegetais e animais, os sítios
geomorfológicos e os " habitats ", ofereçam interesse especial do ponto de vista
científíco, cultural, educativo e recreativo, ou onde existam paisagens naturais de
grande valor cênico;
Este decreto trata dos regulamentos para a criação de Parques Nacionais,
impondo regras e considerando exigências a serem atendidas para sua criação
8 ) LEI nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997, inciso XIX do art. 21 da Constituição
Federal, Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de
55
Gerenciamento de Recursos Hídricos, que é uma herança que devemos zela para as
gerações futuras, Art. 1°:
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
Esta lei citada, trata da proteção de recursos hídricos, portanto, também podem
ser ligadas ao estudo caso da implantação de um parque as margens da Lagoa do
Sombrio, que poderá ser uma grande jazida de água doce e que servira de garantia de
água potável para a região, deste modo, assegurando a qualidade de vida para
gerações futuras.
9 ) Lei do plano diretor municipal do município de sombrio, Lei nº 1862, de 26 de abril
de 2010.
Art. 10. A propriedade urbana, pública ou privada, cumpre sua função social quando
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos no
Plano Diretor Municipal e nas leis integrantes a este, no mínimo, aos seguintes
requisitos:
II. compatibilidade do uso da propriedade com a infra-estrutura, equipamentos e
serviços públicos disponíveis, como também com a preservação da qualidade do
ambiente urbano e natural e com a segurança, bem-estar e saúde de seus moradores,
usuários e vizinhos;
III. a preservação dos recursos naturais do Município e a recuperação das áreas
degradadas ou deterioradas;
Art. 47. A política ambiental municipal tem como objetivo promover a conservação,
proteção, recuperação e o uso racional do meio ambiente, em seus aspectos natural e
cultural, estabelecendo normas, incentivos e restrições ao seu uso e ocupação,
visando a preservação ambiental e a sustentabilidade da Cidade, para as presentes e
futuras gerações.
Parágrafo Único.
Constituem os aspectos natural e cultural do meioambiente, o conjunto de bens
existentes no Município, de domínio público ou privado, cuja proteção ou preservação
seja de interesse público, quer por sua vinculação histórica, quer por seu valor natural,
56
cultural, urbano, paisagístico, arquitetônico, arqueológico, artístico, etnográfico e
genético, entre outros.
Art. 48. São diretrizes gerais da política ambiental municipal:
I. implementar as diretrizes contidas na Política Nacional do Meio Ambiente, Política
Nacional de Recursos Hídricos, Política Nacional de Saneamento, Programa Nacional
de Controle da Qualidade do Ar, Lei Orgânica do Município e demais normas correlatas
e regulamentares federais e estaduais;
II. promover a sustentabilidade ambiental planejando e desenvolvendo estudos e ações
visando incentivar, proteger, conservar, preservar, restaurar, recuperar e manter a
qualidade ambiental urbana e cultural;
III. elaborar e implementar planos, programas e ações de proteção e educação
ambiental e cultural visando garantir a gestão compartilhada;
IV. assegurar que o lançamento na natureza, de qualquer forma de matéria
ou energia, não produza riscos à natureza ou a saúde pública e que as atividades
potencialmente poluidoras ou que utilizem recursos naturais, tenham sua implantação e
operação controlada;
V. definir de forma integrada, áreas prioritárias de ação governamental visando à
proteção, preservação e recuperação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI. identificar e criar unidades de conservação e outras áreas de interesse para a
proteção de mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna, recursos genéticos e
outros bens naturais e culturais, estabelecendo normas a serem observadas nessas
áreas;
VIII. estabelecer normas específicas para a proteção de recursos hídricos, por meio de
planos de uso e ocupação de áreas de manancial e bacias hidrográficas;
IX. promover adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços
compatíveis com os limites de sustentabilidade ambiental;
Art. 49. Compõem o Sistema Municipal de Áreas Verdes:
57
I. Áreas verdes públicas ou privadas com vegetação significativa, parques e Unidades
de Conservação, cujas funções são proteger as características ambientais existentes e
oferecer espaços públicos adequados e qualificados ao lazer da população;
III. Áreas públicas ou privadas, em situação de degradação ambiental, que devem ser
recuperadas e destinadas, preferencialmente, ao lazer da população, de forma a
contribuir com o equilíbrio ambiental;
As Leis citadas avalizam por si só, a implantação do parque, direito garantido
por lei que assegura a proteção de áreas verdes, recursos hídricos e lazer público.
5.3 Custos operacionais e de equipamentos de implantação
O parque infantil proposto no projeto tem como preocupação a interação com o
meio ambiente da lagoa, sendo construído com madeira de reflorestamento, a
concepção prezou pela madeira tratada imagem 19, advinda de áreas de
reflorestamento, de forma a não ser condescendente com a exploração de mata nativa,
deste modo, impactando o menor possível com a paisagem do local.
O projeto do playground obedece às normas de segurança citadas na ABNT
NBR 16071-2:2012, que se aplica em playgrounds instalados em escolas, creches,
áreas de lazer público e outro espaços coletivos semelhantes, estas normas
determinam as condições de segurança para o seu funcionamento, que é empregado
para este tipo de equipamentos de entretenimento infantil, analisando os fatores de
risco, com isso, reduzindo o perigo de acidentes com os usuários do equipamento
(ABNT, 2015.
Imagem 19 - Playground
Fonte: googleusercontent(2016)
58
Tabela 01- Valores equipamentos infantis
ITEM QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO
VALOR (R$)
Playground infantil 1 Unidade 9.000,00 Areia para a área de escorregador
20 M³ 500,00
TOTAL : 9.500,00 Fonte: O autor, 2016.
A pavimentação asfáltica foi o material selecionado para construir o caminho
circundante, através deste caminho os visitantes e praticantes de atividades físicas,
obterão maior comodidade em suas visitas. Este trajeto percorrera a área das arvores
que contornam as margens da Lagoa do Sombrio, terá a distância aproximada de 1 mil
metros de extensão e 3 metros de largura, obedecendo estas medidas em todo o
traçado, o pavimento teve esta escolha por se tratar de um revestimento durável.
Quadro 01 - Caminho circundante
Equipamento Imagem Dimensão
Cobertura asfáltica
Largura : 3 m
Comprimeto : 1.000 m
Composição : asfalto
Fonte: O autor, 2016.
A resistência da manta asfáltica é superior, pois, o percursso passa por áreas
rochosas de difícil pavimentação, devido a sua fixação, sendo assim a durabilidade
viabilidade da manta asfáltica e a mais adequada, neste sentido haverá a diminuição
de gastos com depreciação, a relação de custo beneficio foi um dos itens observados
em sua escolha.
Tabela 02 - Valores de instalação do caminho circundante
Fonte: O autor, 2016.
ITEM QUANTIDADE VALOR UNITARIO VALOR(|R|$)
Pavimentação asfáltica
1 mil metros Unidade 180.000,00
TOTAL: 180.000,00
59
O posto de informações terá 70 m², fornecendo material de divulgação e
resolvendo duvidas dos frequentadores poderão ter, sobre a estrutura e normas do
parque, os banheiros serão localizados na mesma construção, um feminino e um
masculino, para suprir a demanda do parque, salvo exceção de grande procura
popular em que a instalação de banheiros químicos será nescessária.
Quadro 02 – Equipamentos instalação da Central de Atendimento
Equipamentos Imagens Dimensão
Cadeiras p/ o centro de informação
Altura : 1,00 m Largura : 0,58 m Comprimeto : 0,50 m
Climatizador split
Altura: 28,5 cm Largura: 19 cm Comprimento: 82 cm
Estante de aço
Altura : 2,00 m Comprimento : 92 cm
Mesa em “L”
Altura : 74,5 cm Largura : 60 cm Comprimento : 1,20 cm x 1,20 cm
Mesa escritório
Altura : 74,5 cm Largura : 60 cm Comprimento : 155,5 cm
60
Cadeira longarina
Altura 82 cm Largura : 62 cm Comprimento : 153 cm
Bebedouro
Altura ; 35 cm Largura : 27 cm Comprimento : 24 cm Dimensões s/ vasilhame
Balcão
Altura : 95 cm Largura : 45 cm Comprimento ; 1,30 m x 1,30 m
Computadores
Altura : 32,8 cm Largura : 48,9 cm Comprimento : 6,6 cm
Fonte: O autor, 2016.
A escolha dos equipamentos da central de atendimento, também foram
selecionados baseando-se no custo beneficio, procurando o melhor investimento,
obtendo assim um retorno considerável.
Tabela 03 - Valores de instalação da Central de Atendimento
ITEM QUANTIDADE VALOR UNITARIO VALOR(R$)
Edificação 1 1 80.000,00
Cadeiras 5 120 600,00
Climatizador 1 1.200,00 1.200,00
61
Estante de aço 2 69,00 130,00
Mesa 2 160,00 320,00
Mesa em L 1 220,00 220,00
Cadeira longarina 2 150,00 300,00
Bebedouro 1 259,00 259,00
Balcão 1 500,00 500,00
computadores 2 800,00 1.600,00
Material escritório 1 200,00 200,00
TOTAL: 85.320,00
Fonte: O autor, 2016.
O funcionamento do posto será a cargo de um recepcionista fixo e estagiários,
do Curso de Tecnologia em Gestão de Turismo, advindos do Instituto Federal
Catarinense – Campus Avançado Sombrio, terão capacitação para dar informações
dos sobre o parque.
Os equipamentos do parque envolvem placas de sinalização, bancos,
iluminação, sempre visando à comodidade e segurança do visitante, assim sendo a
aprovação e o retorno posterior ao atrativo
Quadro 03 –Equipamentos do parque
Equipamento Imagem Dimensão
Placa turística “lagoa”
Largura: 80 cm
Comprimento: 80 cm
Placa turística “parque
urbano”
Largura: 80 cm
Comprimento: 80 cm
62
Placa informações
turísticas
Largura: 80 cm
Comprimento: 80 cm
Estacionamento exclusivo
Largura: 25
Comprimento: 35
Placa “pare”
Largura: 80 cm
Comprimento: 80 cm
Placa “carga e descarga”
Largura: 25
Comprimento: 35
Placa de atenção
Largura: 25
Comprimento: 35
63
Placa “pedestre”
Largura: 80 cm
Comprimento: 80 cm
Lixeiras seletivas
Altura 1,10 m
Capacidade : 60 L
Luminárias de LED
Altura : 8 cm
Largura : 26 cm
Comprimento : 62 cm
Potência : 80 W
Postes de iluminação
curvo
Altura: 10 m
Banco de praça de
concreto
Altura; 85 cm
Comprimento; 1,40 cm
Largura: 40 cm
64
Poste p/ a placa
Altura : 3,5 m
Espessura : 50 mm
Fonte: O autor, 2016.
A seleção do mobiliário teve como critério a segurança e comodidade, por se
tratar de um ambiente público, por tanto um local para ser estruturado com esses
parâmetros.
Tabela 04 : Valores dos equipamentoso do parque
ITEM QUANTIDADE VALOR UNITARIO VALOR(R$)
Bancos de praça 20 220,00 4.440,00
Luminárias publicas
c/ led
30 440,00 13.200,00
Postes curvo p/
iluminação
30 700,00 21.000,00
Placas informações 18 60,00 1.080,00
Poste p/ placa 18 80,00 1.280,00
Lixeira seletiva com
quatro recipientes
4 290,00 1.160,00
TOTAL: 42.120,00
Fonte: O autor, 2016.
No projeto do parque está também inclusa uma academia da saúde, programa
do governo federal criado pelo Ministério da Saúde, que tem como objetivo a promoção
da saúde da população, neste contexto, a academia será completa ao ar livre com
todos os equipamentos.
Quadro 04 –Equipamentos instalação da Academia da Saúde
EQUIPAMENTO
Simulador de remo triplo
IMAGEM
DIMENSÃO Altura : 0,85 cm Largura : 2,20 m
65
Comprimento : 1,20 m
Roda dupla
Altura : 1,85 m Largura : 0,51 m Comprimento : 0,51 m
Surf lateral duplo
Altura : 1,20 m Largura : 0,82 m Comprimento : 0,85m
Esqui duplo
Altura : 1,30 m Largura : 0,67 m Comprimento : 1,20 m
Simulador de caminhada
Altura : 1,20 m Largura : 0,74 m Comprimento : 2,00 m
Barra giratória
Altura : 2,30 m Diâmetro de ocupação : 1,10m
66
Leg press duplo
Altura : 1.50 m Diâmetro de ocupação: 2,50m
Simulador de cavalgada
Altura : 1,20m Largura : 1,50m Comprimento : 1,40m
Puxador de costas duplo
Altura : 1,60m Largura : 70m Comprimento : 1,90m
Fonte: O autor, 2016.
A escolha dos equipamentos recebeu parâmetros que envolvem diversos tipos
de exercícios, que utilizam todos os grupos de músculos, assim sendo proporcionando
a os seus usuários um treino completo.
Tabela 05 - Valores de instalação da Academia da Saúde
ITEM QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO VALOR(R$)
Simulador de remo duplo
1 3.240,00 3.240,00
Roda dupla 2 700,00 1.400,00 Surf lateral duplo 2 1,100,00 2.200,00
Esqui duplo 2 1.750,00 3.500,00 Simulador de
caminhada duplo 3 1.700,00 5.100,00
Simulador de cavalgada duplo
2 1.950,00 3.900,00
Leg press duplo 2 1.200,00 2.400,00 Barra giratória
2 790,00 1.580,00
TOTAL: 23.320,00 Fonte: O autor, 2016.
67
A seguir a tabela de recursos humanos, com o total de gastos mensais, visando
a funcionalidade do parque,
Tabela 06 : Valores de gastos mensais com Recursos humanos
Cargo Vagas Salario/bolsa Total
Recepcionista 2 1.000,00 R$ 2.000,00 R$
Vigia noturno 3 1.300,00 R$ 3.900,00 R$
Estagiário do IFC 2 400,00R$ 800,00 R$
Manutenção 1 1.500,00 R$ 1.500,00 R$
TOTAL 8.200,00 R$
Fonte : O autor, 2016.
Neste contexto, para um melhor entendimento dos valores de implantação do
Parque Lagoa de Sombrio, foi elaborado a Tabela numero 06, contendo os valores
absolutos de todas as tabelas anteriores, podendo assim, obter o valor completo dos
custos de implantação.
Tabela 07 - Valores gerais de implantação
ITEM VALOR(R$)
TABELA 01 9.500,00 TABELA 02 180.000,00 TABELA 03 85.320,00 TABELA 04 42.120,00 TABELA 05 23.320,00 TABELA 06 8.200,00
TOTAL 348.460,00 Fonte: O autor, 2016.
Tendo em mãos os orçamentos que envolveram a implantação do parque,
podemos então definir os valores absolutos, consequentemente concluir os custos
totais de instalação, abrangendo todos os equipamentos para a instalação do parque,
dessa forma observar a viabilidade do mesmo em termos financeiros, não esquecendo
do levantamento da área do parque há ser desapropriada pelo município de Sombrio,
seguindo a normas da ABNT, NBR-14653-2:2011, que estipula critérios para a
desapropriação decreto Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946..
68
Imagem 20 – Esboço do projeto (planta baixa)
Fonte – Adaptado googleearth, 2016.
Com isso podemos ter o levantamento inicial de sua implantação e assim na
imagem 19 temos um esboço de como o projeto ficaria após sua implantação.
69
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A relação entre a natureza, e nela o homem, para com os conceitos da
sociedade moderna, vem sendo uma batalha constante entre as premissas de
desenvolvimento e preservação ambiental. As cidades vão se tornando cada vez
maiores e, a partir delas, há uma diminuição da qualidade de vida, formando um
contexto de precariedade em toda a relação que se instala na sociedade. Nesse
contexto, o cidadão tem o direito ao lazer social e a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, entretanto, há uma carência de áreas verdes em locais urbanos, sendo
estes espaços, essênciais para a equalização plena com a natureza, com as relações
ambientais e, por que não dizer, para a melhoria da qualidade de vida.
Dessa forma, inúmeras ações vão se desenvolvendo em todo o mundo, onde há
luta constante entre exploração, apropriação e especulação enfrentam a resistência de
diversos setores que buscam estimular a aproximação ao natural, ao direito ao lazer e
as possibilidade de exacerbação da cultura como elemento fundamental da existência
humana em determinados espaços. Constituir uma sociedade que se estabeleça pelo
convívio harmonioso entre homem e natureza parece ser um dos grandes desafios do
novo século.
Nesse contexto, alguns países, estados ou mesmo cidades, bem como ações
privadas isoladas, vem desenvolvendo possibilidades de atuação no que diz respeito à
qualidade de vida de uma sociedade. Cada vez mais, percebe-se a importância da
necessidade de espaços urbanos de convívio social, da formação de parques, da
interação. Sabe-se que novos termos como „cidades criativas‟ surgiram como forma de
identificar espaços onde intervenções urbanas podem transformar a qualidade de vida
e atender aos anseios de uma localidade.
Assim, o município de Sombrio (SC), situado no extremo sul Catarinense, e o
qual possui a maior lagoa de água doce do estado, localizada numa área que está
sendo degradada por décadas, sem obter soluções que retrocedam este quadro
lamentável. O local esta na lista do Ministério do Meio Ambiente como uma das „Áreas
Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da
Biodiversidade Brasileira‟, com o número MC-840, que envolve que envolvem o
complexo do Mambituba, Sombrio e Ararangua, e tem sua „prioridade ambiental‟
definida como „insuficientemente conhecida‟, haja vista a pouca atenção que este
ecossistema está recebendo e tem como recomendação a criação de uma Unidade de
Conservação (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2003 ).
70
Sabe-se de antemão, da necessidade de realização de inventário, de estudos
científicos e de engajamento da sociedade sombriense para uma reversão do cenário
atual. Sabe-se, ainda, que a lagoa possui um manancial de agua doce importante para
as gerações futuras (EPAGRI, 1999 p. 02 ), mas que enfrenta um processo chamado
de Eutrofização (VON SPERLING, 1996), que prosaicamente possui causas
antrópicas. Trata-se de um processo em que há excesso de nutrientes na água,
especialmente nitratos e fosfatos, que com isso há um aumento significativo de algas,
assoreando a lagoa e gerando depósitos de lodo em todo seu leito. Este fator, permite
a incursão de espécimes vegetais, que proliferam em suas margens e que estão sendo
usadas para alimentar animais domésticos, como ovinos, equinos e bovinos, criados
por moradores ribeirinhos que usam esta área como pastagens e assim prolongam a
área de suas propriedades.
Nesse contexto, caracteriza-se a situação atual da Lagoa de Sombrio como
calamitosa, ressaltado que a restauração e conservação de áreas degradadas seriam
fundamentais para erigirmos um futuro sustentável, para assim, assegurar a
perpetuação de espécimes vegetais e animais em seus devidos ecossistemas.
Nessa perspectiva, e atendendo o direito ao lazer previsto em constituição, bem
como, respeitando as leis de preservação ambiental, há que se considerar que este
estudo pretende estabelecer uma área de preservação através da criação de um
Parque Municipal Urbano, dando condições de ofertar a turistas e moradores, um local
de celebração da vida em sociedade. Percebe-se que, atualmente, o município de
Sombrio não possui áreas verdes com estrutura e equipamento voltado para o lazer
público, o que impacta negativamente na população, privando-a deste contato
necessário com o meio ambiente e desfavorecendo a possibilidade de criação de um
atrativo turístico com um grande potencial, considerando-se, a proximidade da serra e
do mar, somando benefícios positivos, tais como, o lazer público, o auxilio para a
restauração do meio ambiente da lagoa, colocando-a em evidência, ajudando na
conciêntização das pessoas que poderão frequentar o parque, do estado degradado
que se encontra a Lagoa, a valorização econômica das propriedades do entorno e o
aumento da renda proveniente da demanda turística. Salienta-se, portanto que, com
tais benefícios sociais, ambientais e econômicos, o município de Sombrio daria um
passo importante no caminho de tornar-se uma cidade sustentável.
71
REFERÊNCIAS
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