Upload
vucong
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Instituto Portugus da Juventude, I.P.
_______________________________________________
Ana Sofia Moreira Ferreira da Rocha
Trabalho realizado no mbito de Relatrio de Estgio
conducente a dissertao de Mestrado do Curso de
Cincia Politica e Relaes Internacionais, da Faculdade de
Cincias Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa.
_______________________________________________
Lisboa, 2010
i
NDICE
Introduo .............................................................................................................................. 1
Definio do conceito Juventude .......................................................................................... 3
Captulo I: Poltica de Juventude da Unio Europeia .......................................................... 5
I. 1. Definio do Conceito Juventude na ptica da U.E. ........................................... 6
I. 2. Enquadramento Demogrfico ................................................................................ 7
I. 3. Desenvolvimento Jurdico da Poltica de Juventude da U.E. .............................. 12
I. 4. Livro Branco Um novo impulso Juventude Europeia. .................................. 16
I. 5. Pacto Europeu para a Juventude. .......................................................................... 21
I. 6. Dilogo Estruturado. ............................................................................................. 24
I. 7. Quadro de Cooperao Europeia no domnio da Juventude ............................... 27
I. 8. Mecanismos de Apoio: Programas Comunitrios ............................................... 31
I. 8.1. Programa Juventude para a Europa ................................................................... 31
I. 8.2. Servio Voluntrio Europeu .............................................................................. 34
I. 8.3. Programa Juventude ........................................................................................... 36
I. 8.4. Programa Juventude em Aco ......................................................................... 38
Captulo II: Apoio Internacional Cooperao Europeia no domnio da Juventude ....... 42
II. 1. Portal Europeu da Juventude .............................................................................. 43
II. 2. Frum Europeu da Juventude ............................................................................. 45
II. 3. Conselho da Europa ............................................................................................ 49
II. 3.1. Definio do conceito Juventude na ptica do Conselho da Europa ............. 52
II. 3.2. Centro Europeu do Conhecimento para a Poltica de Juventude ................... 53
II. 4. Organizao das Naes Unidas ........................................................................ 58
II. 4.1. Definio do conceito Juventude na ptica das Naes Unidas .................... 64
II. 4.2. Programa das Naes Unidas sobre a Juventude ............................................ 65
ii
Captulo III: Aspectos Estruturais, Institucionais e Programticos da Poltica Nacional de
Juventude ............................................................................................................................ 69
III. 1. Definio do conceito Juventude em Portugal ................................................. 70
III. 2. Evoluo Estrutural da Poltica Nacional de Juventude .................................. 71
III. 3. Plano Nacional de Juventude 2009-2013 ......................................................... 75
III. 4. Problemas e Aspiraes da Poltica Nacional de Juventude ............................ 78
III. 5. Os jovens Portugueses e a Unio Europeia ...................................................... 80
III. 6. Abordagem Institucional ao Sector da Juventude (Instituto Portugus da
Juventude) ..................................................................................................................... 93
III. 6.1. Departamento de Informao, Comunicao e Relaes Internacionais
(Instituto Portugus da Juventude) ............................................................................... 97
III. 7. Abordagem Programtica da Poltica de Juventude ....................................... 101
III. 7.1. Programas de Sade ..................................................................................... 102
III. 7.2. Programas de Empreeendedorismo ............................................................. 105
III. 7.3. Programas de Incluso e Cidadania ............................................................. 108
III. 7.4. Programas de Voluntariado .......................................................................... 111
III. 7.5. Programas de Associativismo ...................................................................... 113
III. 7.6. Programas de Tempos Livres ...................................................................... 116
III. 8. Contribuio de outros Actores Relevantes ................................................... 118
III. 8.1. Conselho Nacional de Juventude ................................................................. 119
III. 8.2. Observatrio Permanente de Juventude ...................................................... 121
III. 8.3. Federao Nacional das Associaes Juvenis ............................................. 124
III. 8.4. Fundao da Juventude ................................................................................ 126
Concluso ........................................................................................................................... 128
Bibliografia ........................................................................................................................ 130
Fontes ................................................................................................................................. 132
Anexos ............................................................................................................................... 143
iii
NDICE DE ANEXOS
Anexo I: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia .............................. 144
I.1.Tratado de Roma .............................................................................................. 144
I.1.1. Artigo 3. ................................................................................................ 144
I.1.2. Artigo 128. ............................................................................................ 145
I.1.3. Artigo 235. ............................................................................................ 145
I.2.Tratado de Maastricht ...................................................................................... 146
I.2.1. Artigo 3. ................................................................................................ 146
I.2.2. Artigo 123. ............................................................................................ 147
I.2.3. Artigo 126. ............................................................................................ 147
I.2.4. Artigo 127. ............................................................................................ 148
I.3.Tratado de Amesterdo .................................................................................... 150
I.3.1. Artigo 149. ............................................................................................ 150
I.3.2. Artigo 150. ............................................................................................ 151
I.4.Tratado de Lisboa ............................................................................................ 152
I.4.1. Artigo 6. ................................................................................................ 152
I.4.2. Artigo 47. .............................................................................................. 152
I.4.3. Artigo 165. ............................................................................................ 152
I.4.4. Artigo 166. ............................................................................................ 154
I.4.5. Artigo 214. ............................................................................................ 155
Anexo II: Base Jurdica da Constituio da Repblica Portuguesa ................................. 157
II.1.Constituio da Repblica Portuguesa ........................................................... 157
II.1.1. Artigo 70. ............................................................................................. 157
Anexo III: Legislao do Instituto Portugus da Juventude ............................................. 158
III.1. Lei Orgnica do IPJ, I.P. Decreto-Lei 168/2007 de 3 de Maio ................ 158
III.2. Estatutos do IPJ, I.P. Portaria n. 665-J/2007 de 31 de Maio ................... 162
1
Introduo
A Poltica de Juventude chama cada vez mais ateno das instituies da Unio
Europeia. Ao dedicar-se por completo aos interesses dos jovens, tal unio supranacional
econmica e poltica de 27 Estados-Membros torna-se em gestor das respostas s
necessidades identificadas de tal estrato etrio, assim como num elemento de
referncia para todos os governos nacionais.
O presente trabalho consiste num levantamento de informao que visa servir o
Instituto Portugus da Juventude com uma compilao de referncias, teis para
consulta no s dos funcionrios dos servios do IPJ, I.P., como dos usurios
interessados no desenrolar da poltica de juventude, ao nvel nacional, comunitrio e
internacional em geral, onde constam o Conselho da Europa e a Organizao das
Naes Unidas.
A disposio dos captulos apresentados segue uma ordem ponderada,
consistindo o primeiro momento numa breve apresentao da poltica de Juventude
Europeia.
Neste contexto, proceder-se- definio do conceito Juventude na ptica da
Unio Europeia. Ento, apresentar-se- um breve enquadramento da Poltica de
Juventude da Unio Europeia, evidenciando determinados aspectos jurdicos e sociais.
Por fim, ser analisado o processo de evoluo da Estratgia da Unio Europeia para a
Juventude, focalizando matrias como o Livro Branco de 2001, o Mtodo Aberto de
Coordenao, o Dilogo Estruturado, entre outras.
Num segundo momento, referenciar-se- ao apoio internacional Cooperao
Europeia, dando especial nfase ao papel desempenhado pelo Conselho da Europa e
pela Organizao das Naes Unidas.
Um terceiro momento, identificar o vasto leque de aces desenvolvidas no
mbito da poltica nacional de juventude. Em conformidade com o exposto, ser
realizado um levantamento de informaes relacionadas com os aspectos estruturais,
institucionais, e programticos da poltica nacional de juventude.
Em funo das exigncias do tema e dos objectivos do presente trabalho, este
ser desenvolvido segundo a metodologia de anlise de discurso, fundamentada pela
aplicao da teoria de discurso ao estudo dos fenmenos polticos.
2
Em funo das exigncias do tema e dos objectivos determinados priori,
consultou-se uma bibliografia especializada, assente sobretudo em documentos oficiais
da Unio Europeia, bem como em vasta seleco de artigos acadmicos e compilaes
de dados estatsticos.
Efectivamente, a dissertao sobre este tema s possvel, tendo por base
determinados materiais escritos. Assim, constam fontes escritas primrias (discursos
polticos e registos pblicos), bem como certas fontes secundrias (relatrios de
actividade, propostas e comunicaes comunitrias) e literatura crtica, enumerando
obras literrias especializadas na temtica em estudo.
Espera-se que este trabalho permita a aquisio de conhecimentos relacionados
com a poltica de juventude nacional, comunitria e internacional.
3
Definio do conceito Juventude
A juventude uma categoria socialmente construda. Ganha
contornos prprios em contextos histricos, sociais e culturais
distintos, e marcada pela diversidade nas condies sociais (origem
de classe, por exemplo), culturais (etnias, identidades religiosas,
valores, etc.), de gnero e, at mesmo, geogrficas, entre outros
aspectos. Alm de ser marcada pela diversidade, a juventude uma
categoria dinmica, transformando-se de acordo com as mutaes
sociais que vm ocorrendo ao longo da histria. Na realidade, no h
tanto uma juventude e sim jovens, enquanto sujeitos que a
experimentam e sentem segundo determinado contexto sociocultural
onde se inserem.
Juarez Tarcisio Dayrel, 20071
A juventude no um conceito universal e imutvel, com significados
equivalentes em todas as culturas e pocas. antes, uma construo histrica
correspondendo a diferentes concepes em distintos momentos de acordo com o
contexto poltico, social, cultural e econmico.
Em pleno sculo XIX a Juventude, enquanto conceito, permanecia incgnita na
medida em que o passo da infncia idade adulta era praticamente imediato. Contudo,
ao longo dos anos a Juventude foi ganhando um perfil diferenciado.
De acordo com o autor Lus Antnio Groppo2 no decorrer das transformaes
scioeconmicas e polticas, que marcaram a poca industrial do sculo XIX, o conceito
Juventude, adquiriu uma nova dimenso social que proporcionou a sua consolidao
enquanto matria de interesse do Estado.
Surge, assim, no final do sculo XIX, inicio do sculo XX, a aposta na
potencializao das capacidades dos jovens, por parte das instituies escolares, das
cincias modernas, e do mundo do trabalho industrial. Desde ento, tal conceito tem
1 VIEIRA, Maria Manuel Actores Educativos: Escola, Jovens e Media. Imprensa de Cincias Sociais.
Lisboa: 2007
2 GROPPO, Lus Antnio - Juventude: ensaios sobre sociologia e histria das juventudes modernas.
DIFEL. Rio de Janeiro: 2000
4
sido objecto de estudo em diferentes perspectivas pedaggicas, antropolgicas,
psicolgicas e sociais.
A concepo que orienta a definio do conceito Juventude engloba trs grandes
temticas, nomeadamente a psicologia, sociologia e ordem cronolgica.
A Juventude examinada luz de uma perspectiva psicolgica corresponde a um
perodo de definio da personalidade do jovem; sob o prisma sociolgico retrata um
ciclo de transio do estado de dependncia para o de autonomia; a ordem cronolgica
procura descrever o conceito Juventude a partir de um recorte etrio.
Das trs concepes, a cronolgica a mais flexvel, uma vez que varia
consoante a indicao de uma faixa etria proposta por cada instituio ou organizao
a ttulo particular. Assim, a noo de Juventude deve ser entendida como um segmento
da sociedade repleto de uma versatilidade de mltiplas fontes.
O indicador da faixa etria por si s, apesar de pertinente enquanto factor
descritivo do conceito Juventude, no suficiente para classificar uma categoria de
contornos to distintos.
Na verdade, no se pode caracterizar Juventude como sendo um grupo social
homogneo, pois este reflecte a ideia de agrupamento de jovens que apenas tm em
comum a sua idade.
Torna-se, ento, necessrio distinguir o conceito Juventude do conceito
Jovem. Enquanto que o primeiro se refere a uma fase especfica, o segundo refere a
pessoa em si que vive nessa mesma fase.
_____________________________________________________________________________
Poltica de Juventude da Unio Europeia
6
I.1. Definio do Conceito Juventude na ptica da Unio Europeia
De acordo com o primeiro relatrio da Unio Europeia sobre a Juventude3
no
existe uma definio chave para tal conceito. Porm, existe um indicador comum
correspondente a um recorte especfico de uma determinada faixa etria que serve de
padro para diversos programas comunitrios dirigidos camada juvenil.
Neste mesmo mbito, o programa comunitrio em perodo de vigncia,
Juventude em Aco, ao empregar o conceito Juventude refere a faixa etria que
corresponde dos treze aos trinta anos. No obstante, a faixa etria representativa da
condio infantil, segundo a Comisso Europeia, varia dos zero aos dezoito anos.
Perante esta realidade, Artur Payer, encarregado do Directorado D Unidade 1, da
poltica de Juventude Comunitria inserido na Direco Geral da Educao e Cultura da
Comisso Europeia, assegura que o programa Juventude em Aco visa contribuir,
tambm, para o financiamento de projectos que envolvam crianas entre os treze e os
dezoito anos de idade.4
A definio do conceito Juventude torna-se, portanto, complexa e ambgua de se
determinar em termos etrios. Deste modo, notria a frequente sobreposio das
polticas comunitrias destinadas aos grupos-alvo infantil e juvenil.
A Comisso Europeia, enquanto rgo executivo da U.E., aponta dados
estatsticos de acordo com os limites de referncia etria estabelecidos pelo Programa
Juventude em Aco. Todavia, tais limites podem divergir de acordo com os dados
disponveis. Neste caso, o primeiro relatrio da Unio Europeia sobre a Juventude
focaliza a temtica etria dos jovens entre os quinze a vinte e nove anos.
3 EU Youth Report. Office for Official Publications of the European Communities. Luxembourg: 2009
4 Exemplo: Programa Juventude em Aco: Aco 1- Juventude para a Europa: Iniciativas Juvenis
(Dirigido aos jovens entre os 15 e 18 anos de idade.)
Poltica de Juventude da Unio Europeia
7
I.2. Enquadramento Demogrfico
Actualmente, a Unio Europeia tem de fazer face ao declnio demogrfico, ao
baixo crescimento natural e ao envelhecimento de uma parte da populao.
Na prtica, as taxas de natalidade na U.E. tm vindo a decrescer e a longevidade
dos europeus a aumentar. De acordo com as projeces europeias, em 2050 a populao
jovem com menos de 15 anos ir representar cerca de um quarto da populao em idade
activa (15-64 anos), e metade da populao com idade igual e superior a 65 anos.
Desta forma, o ndice de dependncia dos jovens dever manter-se estvel,
enquanto o ndice de dependncia dos idosos duplicar os seus valores (Grfico 1)
Grfico 1: Projeco do ndice de dependncia dos jovens e dos idosos, UE-27,
2008-2050(%)
___ ndice de dependncia dos Jovens ___ ndice de dependncia dos Idosos
Fonte: Eurostat, Europop 2008 Convergence Scenario
Em 2007 foram cerca de 96 milhes os jovens, com idades compreendidas entre
os 15 e os 29 anos, a residir na Unio Europeia, sendo visvel, no quadro 1, uma
tendncia para o aumento do nmero de jovens entre os 25 e os 29 anos de idade.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
8
Quadro 1: Jovens agrupados por faixas etrias (15-19, 20-24, 25-29), 1.01.2007
EU-27 30271150 32051018 33968613
Blgica 643400 637132 678363
Bulgria 492016 532931 566307
Rep. Checa 651247 694953 829472
Dinamarca 322821 296255 323822
Alemanha 4762364 4848270 4919128
Estnia 102512 104808 96016
Irlanda 287221 347701 397604
Grcia 588416 702130 834962
Espanha 2286283 2825477 3679617
Frana 4072737 4058836 4046025
Itlia 2941233 3109753 3676293
Chipre 56075 64974 65088
Letnia 175489 182970 160012
Lituania 265721 267385 226912
Luxemburgo 27896 28232 31908
Hungria 623637 662339 788350
Malta 28647 29416 30173
Holanda 998488 966035 989477
Austria 496578 521615 530897
Polnia 2788120 3286045 3118350
Portugal 586291 679240 792696
Romnia 1588553 1627063 1763192
Eslovenia 119569 135712 153171
Eslovquia 399473 443032 468001
Finlandia 325347 332004 330967
Sucia 619722 541577 547734
Reino Unido 4021294 4125133 3924076
Fonte: Eurostat, Demographic statistics (youth in Europe)
Espanha um exemplo irrefutvel, onde a populao jovem entre os 25 e os 29
anos representa cerca de 60% a mais do que os jovens entre os 15 e os 19 anos de idade.
Com a mesma tendncia, mas a um menor nvel, encontra-se o caso de pases
como a Grcia (42%), Irlanda (38%) e Portugal (35%). Apenas cinco Estados-Membros
(Blgica, Dinamarca, Frana, Holanda e Sucia) e os pases da Associao Europeia de
Poltica de Juventude da Unio Europeia
9
Livre Comrcio (EFTA) contaram com a presena de mais jovens no intervalo entre os
15 e os 19 anos de idade.
Nesse mesmo ano, verificou-se que apenas cerca de 20% da populao total
europeia representou a faixa etria juvenil fixada entre os 15 e os 29 anos de idade
(Grfico 2)
Grfico 2: Percentagem de jovens (15-19, 20-24, 25-29) a par da populao total, 1.01.2007
Fonte: Eurostat, Demographic statistics (youth in Europe)
De acordo com a Grfico 2, as naes mais jovens correspondem a pases como
a Eslovquia, Polnia, Irlanda e Chipre, que apresentam valores na ordem dos 24% da
populao total. Em contraste, a Dinamarca, Alemanha e Itlia apresentam-se como os
pases detentores de um total percentual de jovens inferior mdia europeia (18%).
A conjugao de factores, tais como a progressiva reduo das taxas de
natalidade e fertilidade, reflecte um decrscimo no nmero total de jovens, no decorrer
das prximas dcadas.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
10
Tal projeco espelha uma transformao estrutural da sociedade, em que
futuras geraes de jovens se depararo com mudanas econmicas e sociais
consentneas.
Por outro lado, o factor migrao no dever ser descurado aquando da anlise
da composio etria de uma populao.
Ao longo dos ltimos sculos a Europa assistiu a uma intensa migrao interna,
mas o continente, no seu todo, foi dominado mais pela emigrao do que pela
imigrao. At s primeiras dcadas do sculo XX, dezenas de milhes de europeus
deixaram o "Velho Continente" para se fixarem quer nas colnias, quer naquele que era
chamado "Novo Mundo".
Esta tendncia s veio a inverter-se aps a Segunda Guerra Mundial. Desde
ento, os migrantes tm vindo a estabelecer-se na Europa, tornando-se elemento
fundamental ao desenvolvimento populacional da Unio Europeia.
Na verdade, a imigrao juvenil internacional tem tido um impacto
rejuvenescedor na composio etria da populao europeia. Contudo, os dados
estatsticos disponveis monitorizao deste fenmeno so de difcil anlise, dado no
existir um critrio especfico (cidadania/ residncia) que consiga assinalar a mobilidade
internacional.
Na prtica o nmero de cidados estrangeiros residentes num pas, quer estes
sejam cidados de um Estado-Membro da Unio Europeia ou de outro pas, pode servir
como indicador padronizado dos fluxos migratrios (Grfico 3) 5
Porm, ter uma nacionalidade diferente do pas de residncia no significa
necessariamente que tal facto tenha resultado de um caso de imigrao. Muitos destes
cidados estrangeiros no tiveram que emigrar, mas enquanto descendentes de
migrantes, decidiram manter a nacionalidade dos progenitores no pas que os acolheu.
(2as
Geraes)
Por outro lado, alguns imigrantes adquiriram a nacionalidade do pas de
acolhimento, no podendo ser contabilizados como cidados estrangeiros.
5 Estatsticas populacionais por nacionalidade e faixa etria no se encontram disponveis para todos os
pases. Os dados apresentados na tabela 3 referem-se a menos de metade dos Estados-Membros.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
11
Grfico 3: Nacionalidade de Jovens entre os 15-29 (Cidados da U.E. e de pases no
comunitrios) 2007 (%)
__ Estrangeiros, cidados da U.E. __ Estrangeiros, cidados de pases fora da U.E.
Fonte: Eurostat, Population International Migration and Asylum Statistics
Nota: a categoria de nacionalidade desconhecida no foi tida em considerao em pases como
BE, BG, EE, IE, EL, FR, IT, CY, LV, LU, MT, PT e UK: dados no disponveis.
Deste modo, constata-se que em 2007, mais de 15% dos jovens em Espanha
possuam uma nacionalidade estrangeira. Esta a percentagem mais elevada dos 14
Estados-Membros, para os quais existem dados disponveis. ustria e Alemanha
ficaram em segundo e terceiro lugar, apresentando valores na ordem dos 14% e 12%
respectivamente. Nestes 3 pases, mais de dois teros da populao estrangeira provinha
de pases no comunitrios.
As percentagens menores de populao estrangeira referem-se a pases como
Polnia, Romnia e Eslovquia, e a outros Estados-Membros mais recentes.
Em suma, a Unio Europeia depara-se com novos desafios que tero de ser
ultrapassados pelas geraes mais jovens, da mesma forma que geraes anteriores
tiveram de lidar com os desafios do seu tempo.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
12
I.3. Desenvolvimento Jurdico da Poltica de Juventude da Unio Europeia
Inmeras polticas reguladas pelos Tratados da Unio Europeia envolvem a
populao jovem. Todavia, nem sempre a especificidade da condio juvenil
evidenciada nos seus artigos.
Deste modo, a transversalidade da temtica de juventude no mbito das polticas
implementadas pelos Tratados da Unio Europeia, torna-se uma verdade incontestvel.
inerente s polticas europeias a criao de condies para o desenvolvimento
dos jovens, nas reas de educao, formao, emprego e sade.
Com o Tratado de Roma (1957) surge, pela primeira vez, uma breve referncia
s primeiras iniciativas relativas formao profissional baseadas nos artigos 128. e
235. 6. Na verdade, o Tratado de Roma continha apenas algumas disposies dispersas
em matria de Poltica Social e de Emprego, quando comparado com os tratados
subsequentes, como o caso do Tratado de Maastricht.
Ento, a Poltica Social era considerada como um prolongamento da Poltica
Econmica, e de um modo geral, as disposies presentes no Tratado de Roma
persistiam como sendo mais uma declarao poltica do que uma norma juridicamente
vinculativa.
A verdade que persistia uma dicotomia entre os objectivos sociais ambiciosos
do Tratado de Roma e os meios limitados que proporcionariam a concretizao desses
mesmos objectivos.
As directrizes expostas no tratado, longe de serem precisas, por ausncia de uma
poltica de aco concreta, levavam a assumir que os padres e nveis de condies
laborais seriam melhorados ao longo do processo de criao do mercado comum.
A entrada em vigor do Tratado da Unio Europeia (1992), tambm conhecido
por Tratado de Maastricht, concretizou uma clara referncia contribuio da
Comunidade Europeia no domnio da Juventude.
Na prtica, as aces da Comunidade Europeia nos domnios da educao, da
formao profissional e da juventude encontraram a sua base jurdica nos artigos 126. e
127. do Tratado da Unio Europeia.7
6 Disponveis no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de Roma
(p. 145)
7 Disponveis no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de
Maastricht (pp. 147/ 148)
Poltica de Juventude da Unio Europeia
13
O artigo 126. do Tratado da Unio Europeia constituiu a base da cooperao a
nvel europeu no domnio da educao e da juventude. O referido artigo sublinha o
papel central da educao, que proporciona aos jovens a possibilidade de residirem,
estudarem ou se deslocarem livremente numa Europa sem fronteiras.
O artigo 126. enumera os diferentes domnios em que a Comunidade Europeia
pode incentivar a cooperao, tais como:
A aprendizagem e divulgao de lnguas dos Estados-Membros;
Mobilidade dos estudantes e professores;
Cooperao entre estabelecimentos de ensino;
Intercmbio de informaes e experincias sobre questes comuns aos
sistemas educativos dos Estados-Membros;
Desenvolvimento do intercmbio de jovens e animadores
socioeducativos;
Educao distncia.
No que diz respeito formao profissional, o artigo 127. do Tratado da Unio
Europeia, que veio substituir o artigo 128. do Tratado de Roma, deu por encerrado o
debate sobre o alcance da competncia comunitria nesse assunto.
Assim, ficou estabelecido que a competncia em matria de formao
profissional seria concorrente entre os Estados-Membros e a Comunidade, aplicando-se
o princpio da subsidiariedade na delimitao dessas competncias.
Nos termos dos referidos artigos do Tratado da Unio Europeia, o papel da
Comunidade consistiu na contribuio para uma educao de qualidade8, incentivando a
cooperao entre Estados-Membros e, se necessrio, apoiando e completando a sua
aco.
No contexto da Politica Europeia de Juventude, os jovens foram, e ainda so,
directamente visados pelos projectos financiados pelo Fundo Social Europeu, transcrito
no artigo 123.9 do Tratado da Unio Europeia.
Tal fundo comunitrio visa contribuir para o financiamento de medidas no
domnio do desenvolvimento dos recursos humanos, com o objectivo de promover
8 Referncia expressa no artigo 3. do Tratado de Maastricht, disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da
Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de Roma (p. 146)
9 Disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de
Maastricht (p. 147)
Poltica de Juventude da Unio Europeia
14
facilidades de emprego e a mobilidade geogrfica e profissional dos trabalhadores na
Comunidade, bem como facilitar a adaptao s mutaes industriais e evoluo dos
sistemas de produo.
Com base nos artigos atrs mencionados foram executadas, ao longo das ltimas
dcadas, diversas aces comunitrias directa ou indirectamente relacionadas com os
jovens, nas reas da instruo e formao no trabalho profissional, mobilidade,
intercmbio e acesso s tecnologias da informao.
A perspectiva social do Tratado de Amesterdo (1997) revelou-se de uma
importncia reformadora, na medida em que esta veio completar os princpios
orientadores da aco comunitria voltada para a formao profissional, expostos no
artigo 150. 10
(artigo 127. do Tratado da Unio Europeia) contemplando a aplicao do
processo de co-deciso a tal matria.
O Tratado de Nice (2001), tal como o seu precedente, refere-se matria de
poltica de Juventude enaltecendo os princpios orientadores da aco comunitria
voltada para o desenvolvimento de uma educao de qualidade, bem como de uma
poltica de formao profissional que apoie e complete as aces dos Estados-Membros.
Contudo, no altera qualquer disposio implementada pelo Tratado de Amesterdo.
O Tratado de Lisboa (2009), embora mencione a poltica de Juventude nos seus
princpios gerais, nomeadamente, no artigo 6.11
, remete-a para uma das polticas e
aces internas da UE, presente no Ttulo XII artigo 165.12
(artigo 126. do Tratado da
Unio Europeia) que visa, uma vez mais, o incentivo contribuio de uma educao de
qualidade.
O artigo 165. ressalva, ainda, a importncia do estmulo da participao dos
jovens na vida democrtica da Europa, da mesma forma que salienta a importncia do
desporto, declarando-o como objectivo comunitrio.
Por sua vez, o artigo 166.13
estende-se poltica de formao profissional,
revogando o artigo 127. do Tratado da Unio Europeia.
10
Disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de
Amesterdo (p.151)
11 Disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de Lisboa
(p.152)
12 Disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de Lisboa
(p.152) 13
Disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de Lisboa
(p. 154)
Poltica de Juventude da Unio Europeia
15
Fora do Ttulo XII encontra-se transcrito no artigo 47.14
, no mbito da poltica
de livre circulao de pessoas, servios e capitais, uma aluso ao fomento do
intercmbio de jovens trabalhadores, entre os Estados-Membros.
A novidade, na poltica de juventude da Unio Europeia encontra-se no artigo
214.15
, tendo como objectivo criar um Corpo Europeu de Voluntrios para a Ajuda
Humanitria.
Todavia, tanto jovens como crianas continuam a beneficiar de um vasto leque
de objectivos da Unio Europeia expressos noutras polticas, tais como, sade,
habitao, justia e incluso.
No seu conjunto, as aces respeitantes aos jovens recebem o apoio permanente
do Parlamento Europeu e do Conselho da Unio Europeia (procedimento de co-deciso)
por ocasio da adopo, quer de programas, quer de resolues sobre integrao social,
esprito de iniciativa e participao juvenil na vida activa. Por outro lado, o Comit das
Regies e o Comit Econmico e Social emitem, numa base regular, diversos pareceres
sobre distintos aspectos inseridos no mbito da juventude.16
Todas as medidas de harmonizao das disposies legislativas e regulamentares
dos Estados-Membros encontram-se excludas do mbito dos vigentes artigos 165. e
166. (artigos 126 e 127 do Tratado da Unio Europeia).
Em modo de concluso, importa sublinhar que a matria de juventude , por
natureza, transversal a todas as polticas de interveno social e econmica. Ainda
assim, de acordo com o princpio da subsidiariedade, os Estados-Membros so
plenamente responsveis pela organizao dos respectivos sistemas educativos e de
formao profissional, assim como dos contedos dos programas juvenis.
14
Disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de Lisboa
(p. 152)
15 Disponvel no Anexo 1: Base Jurdica da Poltica de Juventude da Unio Europeia - Tratado de Lisboa
(pp. 155)
16 Exemplos:
2008/C 105/05 - Parecer do Comit das Regies sobre Promover a cidadania activa dos jovens atravs da
educao 25.04.2008; Bruxelas. [Consultado em: 26.10.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2008:105:0021:0024:PT:PDF
COM(2008) 56 final 2008/0023 (COD): Parecer do Comit Econmico e Social Europeu sobre a
Proposta de deciso do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Deciso n. 1719/2006/CE que
institui o Programa Juventude em Aco para o perodo de 2007 a 2013. 29.05.2008; Bruxelas.
[Consultado em: 15.11.08] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:52008AE0998:PT:HTML
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2008:105:0021:0024:PT:PDFhttp://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:52008AE0998:PT:HTML
Poltica de Juventude da Unio Europeia
16
I.4. Livro Branco Um novo impulso Juventude europeia
Desde os finais dos anos 80 que a Unio Europeia tem criado programas
dedicados aos jovens, mas s com a publicao pela Comisso Europeia, em Novembro
de 2001, do Livro Branco intitulado Um novo impulso juventude europeia17
teve
incio o desenvolvimento de uma cooperao poltica em matria de juventude.
De um modo geral, o Livro Branco, visava reagir contra o profundo desinteresse
dos jovens pelas formas tradicionais de participao na vida pblica, apelando a um
envolvimento dos jovens europeus na sociedade enquanto cidados activos.
Assim, o facto de este ter sido elaborado com base numa ampla consulta aos
jovens, resultou da vontade de associar os cidados s decises que lhes diziam respeito,
contribuindo ainda para os aproximar s instituies polticas.
A fim de auxiliar os Estados-Membros e as regies da Europa a porem em
prtica aces em prol da juventude europeia, o Livro Branco apresentou uma nova
ambio para a juventude e props que se dotasse a Unio Europeia de um novo quadro
de cooperao em matria de juventude arrojado, altura das expectativas dos jovens.
O quadro de cooperao europeia em matria de juventude, estabelecido, a partir
do Livro Branco da Comisso Europeia, pela Resoluo do Conselho de Junho de 2002,
compe-se por duas vertentes complementares:
Aplicao do Mtodo Aberto de Coordenao (MAC) no domnio mais
especfico da Juventude;
Melhor integrao da Juventude noutras reas polticas.
O Mtodo Aberto de Coordenao representa um novo quadro de cooperao
entre os Estados-Membros a favor da convergncia das polticas nacionais, com vista
realizao de determinados objectivos comuns. De modo que os Estados-Membros so
avaliados pelos outros Estados-Membros, competindo Comisso Europeia unicamente
uma funo de vigilncia/ superviso do cumprimento dos compromissos acordados.
No contexto da primeira vertente, relacionada com a Poltica de Juventude a
nvel europeu, o Mtodo Aberto de Coordenao um pouco diferente dos MAC
geralmente utilizados noutras polticas, dado os objectivos fixados no poderem ser
17
Livro Branco Um Novo Impulso Juventude Europeia. Servio das Publicaes Oficiais das
Comunidades Europeias. Luxemburgo: 2001
http://europa.eu/scadplus/glossary/open_method_coordination_pt.htm
Poltica de Juventude da Unio Europeia
17
comparados quantitativamente. Por outro lado, a execuo desses mesmos objectivos,
deixada apreciao dos Estados-Membros, no exige a adopo de planos de aco
nacionais coordenados a nvel europeu.
Entre os temas considerados integrantes do domnio especfico da Juventude,
que se enquadram no Mtodo Aberto de Coordenao, a Comisso Europeia procedeu
elaborao de um projecto de objectivos comuns para quatro reas de aco prioritria,
posteriormente aprovado por resoluo do Conselho. A saber:
A Participao:
Para criar as condies propcias ao exerccio de uma cidadania activa pelos
jovens, o Conselho adoptou trs objectivos comuns de participao: aumentar a
participao dos jovens na vida cvica das respectivas comunidades; aumentar
participao dos jovens no sistema da democracia representativa e reforar o apoio s
diferentes formas de aprendizagem de participao.
A Informao:
Relativamente informao dos jovens, que uma das condies da sua
participao, o Conselho adoptou trs objectivos comuns que almejavam melhorar o
acesso dos jovens aos servios de informao; aumentar a disponibilidade de
informao de qualidade e reforar a participao dos jovens na informao dos jovens,
por exemplo na preparao e difuso dessa informao.
O Voluntariado:
Neste mbito o Conselho adoptou quatro objectivos comuns, nomeadamente:
incentivar o desenvolvimento das actividades de voluntariado dos jovens, com o
objectivo de os sensibilizar melhor para as possibilidades disponveis, alargando o seu
mbito e melhorando a sua qualidade; facilitar aos jovens a realizao de actividades de
voluntariado eliminando os obstculos existentes; promover actividades de voluntariado
a fim de intensificar a solidariedade e o empenhamento dos jovens enquanto cidados
responsveis; reconhecer devidamente as actividades de voluntariado dos jovens, a fim
de registar o valor das suas competncias pessoais assim adquiridas e do seu
empenhamento na sociedade, bem como o papel que as actividades de voluntariado
desempenham para facilitar a transio do sistema educativo para a vida adulta.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
18
Um Melhor Conhecimento do Domnio da Juventude:
Para haver uma tomada de decises polticas atempada, eficiente e sustentvel,
essencial desenvolver um permetro de conhecimento coerente, relevante e qualitativo
no domnio da juventude na Europa e prever futuras necessidades, atravs do
intercmbio, do dilogo e da constituio de redes.
A concretizao do objectivo geral supracitado contou com o apoio dos
seguintes objectivos comuns:
Identificar o Know-how existente em domnios prioritrios relativos
juventude (participao, informao e actividades de voluntariado) e
aplicar medidas para complementar, actualizar e facilitar o acesso a
esses conhecimentos;
Identificar o Know-how existente em mais domnios prioritrios de
interesse na rea da juventude e aplicar medidas para complementar,
actualizar e facilitar o acesso a esses conhecimentos;
Garantir a qualidade, a comparabilidade e a pertinncia dos
conhecimentos na rea da juventude atravs de mtodos e ferramentas
apropriados;
Facilitar e promover o intercmbio, o dilogo e a constituio de redes,
de modo a assegurar a visibilidade no que respeita ao know-how relativo
juventude e prever necessidades futuras.
A imposio de objectivos comuns para os Estados-Membros, fase crucial para o
triunfo do MAC, fez com que cada Estado-Membro, definisse um plano de aco.
O MAC permitiu, assim, mobilizar as administraes nacionais e conferir
visibilidade poltica s aces desenvolvidas em prol da juventude.
No respeito da complementaridade e da coerncia, os resultados da aplicao do
Mtodo Aberto de Coordenao no domnio da Juventude enriqueceram as restantes
polticas, iniciativas e processos comunitrios, quer no contedo, quer na forma.
Para alm das aces previstas no mbito das resolues do Conselho, a
Comisso Europeia assumiu compromissos no sentido de reforar a aco poltica da
Unio nos domnios prioritrios identificados no Livro Branco, tendo-se proposto
realizar um conjunto de aces relacionadas com cada um dos objectivos comuns
identificados.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
19
A Participao:
o A Comisso organizou um dilogo directo com os jovens e respectivas
organizaes em cada fase dos procedimentos inerentes ao MAC;
o As conferncias co-organizadas com as Presidncias do Conselho sobre temas
relacionados com a participao e as actividades de voluntariado dos jovens
permitiram o estabelecimento de um dilogo regular e estruturado entre os
jovens, as administraes e os responsveis polticos;
o A Comisso apoiou iniciativas tendentes a implicar activamente os jovens nos
debates e na elaborao da Constituio Europeia (YOUTH 2002, Conveno
dos Jovens de Julho de 2002);
o Na perspectiva das novas aces a favor dos jovens, a Comisso lanou dois
convites apresentao de propostas para projectos-piloto de participao e sua
colocao em rede.
A Informao:
o A Semana Europeia da Juventude, que teve lugar entre 29 de Setembro e 5 de
Outubro de 2003, permitiu valorizar a aco poltica em prol dos jovens a nvel
europeu e nos Estados-Membros, bem como os resultados do programa
Juventude, atravs de uma srie de eventos no Parlamento Europeu, na
Comisso e em todo o territrio europeu;
o O lanamento do Portal Europeu da Juventude, em Maio de 2004, foi o culminar
de um trabalho de envergadura, que permitiu disponibilizar uma informao
acessvel, til e de qualidade para os jovens europeus, tal como anunciado no
Livro Branco.
O Voluntariado:
o Em Novembro de 2003, a Comisso organizou com a Presidncia Italiana do
Conselho uma conferncia sobre os servios cvicos na Europa, onde se previu o
reforo da cooperao entre esses servios a nvel europeu.
Um Melhor Conhecimento do Domnio da Juventude:
o A Comisso publicou os resultados de dois Eurobarmetros - um em 2001 para
os pases da Unio e o outro em 2003 para os pases que eram candidatos -
Poltica de Juventude da Unio Europeia
20
confirmando que o interesse dos jovens pela Europa se faz acompanhar de uma
certa desconfiana em relao s instituies polticas tradicionais;
o A comunidade dos investigadores que trabalham no domnio da juventude foi
envolvida na elaborao do Livro Branco, nas propostas de objectivos comuns,
nas conferncias das Presidncias e nos trabalhos do grupo sobre a autonomia;
o Um acordo entre a Comisso e o Conselho da Europa permitiu avanar na
constituio de uma base de dados sobre as polticas relativas juventude, bem
como desenvolver e enriquecer as anlises e os dados referentes s prioridades
do MAC.
No contexto da segunda vertente do novo quadro de cooperao, relacionada
com a melhor integrao das necessidades dos jovens nas polticas comunitrias e
nacionais, foram apontados mltiplos temas, tais como, educao e formao ao longo
da vida, mobilidade, emprego, integrao social, combate ao racismo e xenofobia.
Assim, a Comisso Europeia, bem como o Parlamento Europeu, o Comit
Econmico e Social Europeu e o Comit das Regies, apoiaram e deram relevncia a
todas as medidas relativas Juventude constantes no Livro Branco.
Na sequncia do Livro Branco:
Os compromissos assumidos foram respeitados;
Foi institudo um quadro de cooperao coerente;
Conseguiu-se uma ampla mobilizao dos jovens, das organizaes de
juventude, dos poderes pblicos e das Instituies Europeias.
O Livro Branco conferiu Unio Europeia um novo quadro de cooperao no
domnio da Juventude, simultaneamente ambicioso e realista, que permitiu alargar e
aprofundar o debate relacionado com as questes da juventude, a nvel europeu e
nacional.
O Livro Branco ainda hoje uma referncia na Unio Europeia, extensiva a
outros pases da Europa e do resto do mundo. No entanto, o processo evolutivo das
polticas comunitrias, adaptado ao constante surgimento de novos desafios, leva a que
se tenha de ter sempre em considerao o desenvolvimento de medidas que visem o
interesse juvenil.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
21
I.5. Pacto Europeu para a Juventude
Em Novembro de 2004, a cidade de Roterdo foi palco de diversas reunies
individuais e conjuntas entre jovens de todos os Estados-Membros, Directores Gerais de
Juventude, representantes da Comisso Europeia e do Conselho da Unio Europeia,
com propsito de se discutir assuntos sobre Juventude a nvel Europeu.
A Declarao da Juventude, dali resultante, consistiu numa compilao de
resolues que visaram o desenvolvimento de novas ideias a par do MAC na rea de
Poltica de Juventude para a nova gerao do Programa JUVENTUDE 2007-2013
Juventude em Aco, assim como para a nova Agenda Poltica para a Juventude
Europeia.
A Declarao da Juventude teve como objectivo chamar a ateno para estes
assuntos, os Directores Gerais da Juventude da Unio Europeia, a Comisso Europeia, o
Conselho da Unio Europeia e ainda todos os outros intervenientes na rea da poltica
de juventude a nvel europeu, nacional e local.
Consequentemente, o Conselho Europeu da Primavera de 2005, adoptou o Pacto
Europeu para a Juventude,18
coincidindo com o fim do primeiro ciclo da aplicao do
Livro Branco sobre um novo impulso juventude europeia.
Na prtica, o Pacto Europeu para a Juventude, vigente at 2010, visa melhorar a
educao, formao, mobilidade, insero profissional e incluso social dos jovens
europeus, com vista conciliao entre a sua vida profissional e familiar.
O Conselho Europeu considerou, ento, relevante o conjunto de polticas e de
medidas do Pacto Europeu para a Juventude, que se integram na Estratgia de Lisboa.
O Pacto Europeu para a Juventude compreende trs vertentes, designadamente19
:
Emprego, integrao e promoo social
Assegurar um acompanhamento especfico das polticas em prol da insero
sustentvel dos jovens no mercado de trabalho, no quadro do programa de
aprendizagem mtua sobre o emprego;
18 COM (2005) 206 final: Comunicao da Comisso, 30.05.2005 Responder s preocupaes dos jovens europeus aplicao do Pacto Europeu para a Juventude e promoo da cidadania activa, Bruxelas.
[Consultado em: 29.10.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2005:0206:FIN:PT:PDF 19
Informao disponvel no Comunicado do Conselho das Unio Europeia - 7679/1/05 REV1 de
23/03/2005
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2005:0206:FIN:PT:PDF
Poltica de Juventude da Unio Europeia
22
Visar o crescimento do emprego para os jovens;
Conferir prioridade, no quadro de poltica nacional de incluso social,
melhoria da situao dos jovens mais vulnerveis, nomeadamente os que so
atingidos pela pobreza, bem como s iniciativas destinadas a impedir o
fracasso escolar;
Convidar empregadores e empresas a darem novas provas de
responsabilidade social no domnio da insero profissional dos jovens;
Incentivar os jovens a desenvolverem um esprito empresarial e fomentar o
surgimento de jovens empresrios.
Educao, formao e mobilidade
Actuar de modo a que o saber se coadune com as necessidades da economia do
conhecimento e fomentar, para tal, o desenvolvimento de uma base comum de
competncias; neste contexto, concentrar prioritariamente esforos no problema
do abandono precoce do sistema escolar;
Alargar as possibilidades de os estudantes efectuarem um perodo de estudos
noutro Estado-Membro;
Incentivar a mobilidade dos jovens mediante a eliminao dos obstculos que se
deparam aos estagirios, aos voluntrios e aos trabalhadores, bem como s
respectivas famlias;
Relativamente aos investigadores, reforar as iniciativas em curso no mbito do
programa Marie Curie;
Desenvolver, entre Estados-Membros, uma cooperao mais estreita em matria
de transparncia e de comparabilidade das qualificaes profissionais, e um
reconhecimento da educao no formal e informal.
Conciliao da vida profissional com a vida familiar
Fomentar a conciliao entre vida profissional e vida familiar, partilhando a
responsabilidade entre os parceiros, nomeadamente atravs do alargamento da
rede de servios de acolhimento de crianas, bem como do desenvolvimento de
modelos inovadores de organizao do trabalho;
Analisar as polticas que favoream o acolhimento da criana, luz dos debates
sobre o Livro Verde da Comisso sobre as mutaes demogrficas.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
23
As aces nestas reas devem ser definidas sobretudo no contexto da Estratgia
Europeia para o Emprego, na Estratgia de Incluso Social, bem como no programa de
trabalho de Educao e Formao 2010.
O Pacto deve garantir a coerncia global das iniciativas a tomar naqueles
domnios, constituindo-se como ponto de referncia para uma firme e contnua
mobilizao poltica em prol dos jovens.
O xito da aplicao do Pacto Europeu para a Juventude depende do
envolvimento de todas as partes interessadas e principalmente das organizaes de
juventude, assim como das autoridades nacionais, regionais, locais e dos parceiros
sociais.
A aprovao do Pacto Europeu para a Juventude reforou a integrao
transversal da dimenso da juventude, ao serem desenvolvidas polticas de emprego,
incluso social, educao, formao e mobilidade.
Em 2007, o Frum Europeu de Juventude20
reconhece que, dada a natureza
transectorial da poltica de juventude, a adaptao dos mtodos de trabalho de todos os
actores envolvidos no desenvolvimento do Pacto Europeu da Juventude se reflecte num
processo de aprendizagem moroso, revelando a curto prazo o incumprimento dos
diversos objectivos.
Actualmente, continua a ser necessrio facilitar a insero profissional e a
incluso social dos jovens europeus, pelo que o Frum Europeu de Juventude props
em 2009, a adopo de um novo quadro renovado do Pacto Europeu para a Juventude
para 2010, a vigorar mesmo aps o trmino da Estratgia de Lisboa.
Nesta conformidade, os jovens tero oportunidade de desempenhar um papel
essencial para a realizao de progressos sociais e econmicos, facto tido cada vez mais
em considerao na aplicao do Pacto Europeu para a Juventude.
Embora sejam notrios os progressos realizados nos domnios em causa, as
questes relacionadas com o emprego dos jovens continuam a representar um desafio
crucial para a Europa.
20
O Frum Europeu de Juventude uma organizao internacional fundada por conselhos nacionais de
juventude e organizaes no-governamentais de juventude para representar os interesses dos jovens de
toda a Europa. Para mais informaes consultar a pgina 45.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
24
I.6. Dilogo Estruturado
Desde a publicao do Livro Branco Um Novo Impulso Juventude e do
Pacto Europeu de Juventude, a Comisso Europeia tem defendido e reforado as
polticas que desenvolvem as competncias participativas dos jovens e o seu
envolvimento activo na sociedade.
Aps a rejeio da Constituio Europeia pelos eleitores franceses e holandeses
em Junho de 2005, os Chefes de Estado e de Governo solicitaram um perodo de
reflexo, que permitisse aos Estados-Membros encetar debates nacionais sobre o futuro
da Europa.
No decorrer do mesmo ano, a Comisso Europeia lanou, a 13 de Outubro, o
Plano D assente em trs vectores: Democracia, Dilogo e Debate21
, visando a promoo
de um debate entre as instituies europeias e os cidados europeus, acerca do futuro da
Unio Europeia.
A Comisso Europeia estabeleceu, assim, um dilogo com os cidados,
nomeadamente com os jovens interessados nos assuntos europeus, de modo a explorar
diferentes formas de melhorar o debate alm fronteiras, promover a cidadania activa e
sensibilizar o pblico para o processo de integrao europeia.
Em Novembro de 2005, a Resoluo do Conselho da Unio Europeia sobre a
implementao do Pacto Europeu da Juventude e promoo de uma cidadania activa22
,
solicitou que Comisso Europeia, bem como os Estados-Membros, desenvolvessem um
Dilogo Estruturado com os jovens sobre as aces, no mbito das polticas pblicas
que fossem susceptveis de os afectar, por exemplo atravs de uma utilizao inovadora
da tecnologia da informao e da realizao peridica de conferncias entre jovens,
associaes de jovens, investigadores no domnio da juventude e responsveis polticos.
A necessidade da implementao de um Dialogo Estruturado voltou a ser
mencionada, em Dezembro de 2006 na Resoluo do Conselho da Unio Europeia
relativa realizao dos objectivos comuns em matria de participao e informao
21
COM(2005) 494 final: Commission Communication, 13.10.2005 The Commissions contribution to the period of reflection and beyond: Plan-D for Democracy, Dialogue and Debate, Brussels.
[Consultado em: 02.11.09] Disponvel em:
http://ec.europa.eu/commission_barroso/wallstrom/pdf/communication_planD_en.pdf
22 2005/C 292/03: Resoluo do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros,
24.11.2005 Cumprimento do Pacto Europeu para a Juventude e promoo de uma cidadania activa,
Bruxelas.
[Consultado em: 02.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2005:292:0005:0005:PT:PDF
http://ec.europa.eu/commission_barroso/wallstrom/pdf/communication_planD_en.pdfhttp://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2005:292:0005:0005:PT:PDF
Poltica de Juventude da Unio Europeia
25
dos jovens para promover a sua cidadania europeia activa23
, e mais tarde, em Setembro
de 2007, no comunicado da Comisso Europeia Promoo da Participao dos jovens
na Educao, Emprego e Sociedade 24.
O Dilogo Estruturado visa o debate de determinados temas entre as instituies
europeias, os governos nacionais e os jovens, de modo a que estes se sintam envolvidos
no desenvolvimento, implementao e acompanhamento das polticas que os afectam,
dado a participao juvenil nas instituies democrticas ser essencial ao funcionamento
da democracia e da sustentabilidade das polticas com impacto na vida dos jovens.
Ento, o Dilogo Estruturado levado a cabo a nvel nacional e europeu, sob
coordenao da Comisso Europeia, a fim de estimular o sucesso das polticas de
juventude, na sua definio, implementao e acompanhamento.
As organizaes juvenis desempenham um papel vital no desenvolvimento do
Dilogo Estruturado, uma vez que representam os jovens. Assim, entende-se que seja o
Frum Europeu de Juventude o parceiro principal das instituies europeias.
O Dilogo Estruturado reporta-se a todos os jovens, incluindo aqueles que
possuem menos oportunidades, ou que no se encontrem formalmente organizados. As
organizaes juvenis visam, por esse motivo, estabelecer uma relao com diversos
jovens, alm dos seus membros.
A Agenda Politica da Juventude preparada pelas instituies europeias e os
jovens representantes do Frum Europeu de Juventude, encontra-se na base do Dilogo
Estruturado.
Todos os anos seleccionado um tema prioritrio. A incluso social e a
diversidade foram os temas do ano 2007. Em Abril de 2008, foi lanado um novo ciclo
temtico centrado nos Futuros desafios para os jovens.
Em 2009 foram debatidas as perspectivas para a continuao da Cooperao no
domnio da Juventude.
Em 2010, o ciclo temtico da Agenda Politica da Juventude do Dilogo
Estruturado incide sobre o Emprego dos Jovens, sob proposta da Comisso Europeia.
23
2006/C 297/02: Resoluo do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, 07.12.2006 Realizao dos objectivos comuns em matria de participao e informao dos jovens para
promover a sua cidadania europeia activa, Bruxelas. [Consultado em: 02.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2006:297:0006:0010:PT:PDF
24 COM(2007) 498 final: Comunicao da Comisso , 05.09.2007 Promover a plena participao dos
jovens na educao, no emprego e na sociedade, Bruxelas.
[Consultado em: 03.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0498:FIN:PT:PDF
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2006:297:0006:0010:PT:PDFhttp://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0498:FIN:PT:PDF
Poltica de Juventude da Unio Europeia
26
O processo de consulta relativo ao Livro Branco para a Juventude de 2001, os
encontros regulares com organizaes de juventude, a Semana Europeia da Juventude,
as consultas atravs do Portal Europeu da Juventude, os eventos consagrados
juventude no mbito das presidncias, campanhas, fruns, consultas realizadas nos
Estados-Membros so alguns exemplos dos esforos envidados pelas instituies
europeias e pelos Estados-Membros no sentido de levar prtica estes princpios e
conseguir uma maior participao dos jovens no desenvolvimento da Unio Europeia.
Em face do apelo dos jovens lanado em fruns europeus em prol de espaos
permanentes, credveis e construtivos, a Comisso Europeia considera que estes espaos
existentes para o dilogo com os jovens sobre questes europeias podem sempre vir a
ser melhorados e mais bem estruturados a nvel europeu, nacional, regional ou local.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
27
I.7. Quadro de Cooperao Europeia no domnio da Juventude
A cooperao no domnio da juventude uma rea bem estruturada e
desenvolvida da poltica da Unio Europeia.
Os programas da Unio Europeia para a juventude existem desde 1988, contudo
somente em 2001, com o lanamento do Livro Branco intitulado "Um novo impulso
juventude europeia" tem incio o desenvolvimento de uma cooperao poltica em
matria de juventude.
Em Junho de 2002, o Conselho da Unio Europeia adoptou, um quadro de
cooperao europeia em matria de juventude25
, ao qual foi aplicado o Mtodo Aberto
de Coordenao, abrangendo quatro prioridades temticas: participao, informao,
actividades de voluntariado entre jovens e maior compreenso e conhecimento da
juventude, realando-se ainda a incluso da dimenso da juventude noutras polticas e
iniciativas sectoriais.
No contexto da realizao dos objectivos comuns de um melhor conhecimento
do domnio da juventude, a Comisso reforou a sua parceria com o Conselho da Unio
Europeia.
No mbito desta cooperao, a Comisso Europeia tomou ainda outras
providncias, tais como dilogos sobre temticas juvenis, conferncias e debates para
incrementar a participao dos jovens nas matrias de poltica europeia de juventude.
A adopo do Pacto Europeu para a Juventude pelo Conselho Europeu, em
Maro de 2005, coincidiu com o fim do primeiro ciclo de realizao do Livro Branco de
2001.
Enquanto elemento da Estratgia de Lisboa Renovada, o Pacto Europeu para a
Juventude visava melhorar a educao, formao, mobilidade, integrao profissional e
a incluso social dos jovens europeus, fomentando a conciliao entre a vida
profissional e a vida familiar.
Na prtica, o avano da poltica de juventude consubstancia-se no processo de
cooperao entre os Estados-Membros, convencionado no quadro de cooperao
europeia no domnio da juventude.
25
2002/C 168/02: Resoluo do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, 27.07.2002 Quadro de Cooperao Europeia em matria de Juventude, Bruxelas.
[Consultado em: 03.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2002:168:0002:0005:PT:PDF
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2002:168:0002:0005:PT:PDF
Poltica de Juventude da Unio Europeia
28
Todavia, a 24 de Novembro de 2005, uma nova resoluo adoptada pelo
Conselho da Unio Europeia26
actualiza esse mesmo quadro de cooperao europeia,
actualmente, assente em trs pilares:
Apoio cidadania activa dos jovens atravs do Mtodo Aberto de Coordenao
no sector da Juventude;
O Pacto Europeu para a Juventude, em que so destacadas questes de juventude
nos domnios essenciais da parceria de Lisboa para o crescimento e emprego;
A incluso da dimenso juventude noutras polticas europeias pertinentes.
O Programa Juventude em Aco, vigente no perodo de 2007 a 201327
,
complementar ao respectivo quadro de cooperao no domnio da juventude, na Unio
Europeia.
O Programa Juventude em Aco prossegue e refora as aces desenvolvidas
no mbito do programa comunitrio Juventude de 2000-200628
, visando associar
activamente os jovens sociedade enquanto cidados, de modo a reforar o seu
sentimento de pertena Europa.
Na sequncia do trio de Presidncias alem, portuguesa e eslovena em 200729
, a
ateno voltou-se para a reflexo e debate sobre o futuro da cooperao em matria de
poltica de juventude, orientado para preparar a definio de um novo quadro de
cooperao a nvel europeu no contexto da reavaliao do Pacto Europeu de Juventude,
em 2009.
26
2005/C 292/03: Resoluo do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, 24.11.2005 Cumprimento do Pacto Europeu para a Juventude e promoo de uma cidadania activa,
Bruxelas.
[Consultado em: 02.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2005:292:0005:0005:PT:PDF
27 Deciso n 1719/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, 15.11.2006 Programa Juventude em
Aco para o perodo de 2007 a 2013, Estrasburgo.
[Consultado em: 03.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:327:0030:0044:PT:PDF
28 Deciso n 1031/2000/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, 13.04.2000 Programa comunitrio
de aco Juventude - para o perodo de 2000 a 2006, Luxemburgo. [Consultado em: 03.11.09]
Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2000:117:0001:0010:PT:PDF 29 17079/1/06: Conselho da Unio Europeia, 29.01.2007 Programa para 18 meses das Presidncias Alem, Portuguesa e Eslovena, Bruxelas.
[Consultado em: 05.11.09] Disponvel em:
https://infoeuropa.eurocid.pt/registo/000037852/documento/0001/
http://europa.eu/legislation_summaries/education_training_youth/youth/c11603_pt.htmhttp://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2005:292:0005:0005:PT:PDFhttp://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:327:0030:0044:PT:PDFhttp://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2000:117:0001:0010:PT:PDFhttps://infoeuropa.eurocid.pt/registo/000037852/documento/0001/
Poltica de Juventude da Unio Europeia
29
A Presidncia portuguesa deu incio a uma nova etapa neste processo, tendo por
base a Comunicao da Comisso Europeia Promover a Participao dos jovens na
Educao, no Emprego e na Sociedade, apresentada em Setembro de 200730
.
Em Novembro seguinte, o Conselho de Ministros da Juventude adoptou um
documento de concluses sobre uma abordagem transversal da poltica de juventude31
,
no qual foi realada a necessidade de uma melhor articulao entre o quadro europeu
para a poltica de juventude e as demais polticas relevantes para os jovens, visando a
sua plena participao na sociedade.
A este quadro de reflexo e debate sobre a cooperao europeia em matria de
juventude acresce-se o encerramento, em 2010, dos ciclos da Estratgia de Lisboa e da
Educao e Formao 2010.
O quadro de cooperao europeia no domnio da juventude reforou a aplicao
legislativa, bem como a implementao de diversas estratgias nacionais no domnio da
juventude, revelando-se uma plataforma valiosa para os Estados-Membros abordarem as
questes relacionadas com a juventude.
O quadro de cooperao europeia demonstrou que o Mtodo Aberto de
Coordenao, a Integrao transversal dos temas ligados juventude noutros domnios
polticos e iniciativas, como o Pacto Europeu para a Juventude, favoreceram uma
abordagem flexvel e bem adaptada ao domnio da juventude, no devido respeito pelas
competncias dos Estados-Membros e pelo Princpio da Subsidiariedade.
Todavia, este enquadramento, terminado em 2009, nem sempre provou a sua
eficcia e capacidade para obter resultados, pois no foi suficientemente coordenado
para enfrentar todos os desafios existentes data.
30
COM(2007) 498 final: Comunicao da Comisso , 05.09.2007 Promover a plena participao dos jovens na educao, no emprego e na sociedade, Bruxelas.
[Consultado em: 03.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0498:FIN:PT:PDF
31 14426/07: Conselho da Unio Europeia, 31.10.2007 Abordagem transversal da poltica da juventude para que os jovens possam realizar o seu potencial e participar activamente na sociedade, Bruxelas.
[Consultado em: 05.11.09] Disponvel em:
http://register.consilium.europa.eu/pdf/pt/07/st14/st14426.pt07.pdf
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2007:0498:FIN:PT:PDFhttp://register.consilium.europa.eu/pdf/pt/07/st14/st14426.pt07.pdf
Poltica de Juventude da Unio Europeia
30
Um novo Quadro de Cooperao Europeia em matria de Juventude para o
perodo 2010 at 201832
, foi aprovado a 27 de Novembro de 2009, no mbito da
Presidncia sueca.
O novo Quadro de Cooperao Europeia em matria de Juventude tem por
objectivos gerais:
Criar mais oportunidades para todos os jovens em p de igualdade, tanto na
educao como no mercado de trabalho;
Promover a cidadania activa, a incluso social e a solidariedade de todos os
jovens.
At 2018 a cooperao europeia no domnio da juventude deve ser conduzida
segundo um Mtodo Aberto de Coordenao renovado, baseada nos objectivos gerais
atrs mencionados.
O quadro de cooperao europeia no domnio da juventude visa promover a
integrao social e profissional dos jovens.
Incitar a cidadania activa e criar um forte sentido de identidade europeia
significa, tambm, envolver activamente os jovens em debates para a formao das
polticas e estabelecer um dilogo estruturado com os responsveis pelas polticas.
Assim, constata-se que tal processo de cooperao europeia nunca se poder dar
por terminado, antes em constante desenvolvimento, a par das necessidades dos jovens.
32
14426/07: Resoluo do Conselho da Unio Europeia, 27.11.2009 Novo Quadro de Cooperao Europeia em matria de Juventude para 2010 2018. Bruxelas.
[Consultado em: 05.11.09] Disponvel em:
http://ec.europa.eu/youth/pdf/doc1648_en.pdf
http://ec.europa.eu/youth/pdf/doc1648_en.pdf
Poltica de Juventude da Unio Europeia
31
I.8. Mecanismos de Apoio: Programas Comunitrios
Nos finais da dcada de 80, as actividades das Instituies Europeias na rea da
juventude cingiam-se implementao de programas especficos. No entanto, com o
passar dos anos tornou-se consensual que tal actuao necessitava ser mais
desenvolvida.
I.8.1. Juventude para a Europa
Em 1988, a Unio Europeia lanou o programa Juventude para a Europa33
,
fundamentado num conjunto de medidas que visavam a promoo do intercmbio de
jovens na Comunidade Europeia, tais como:
Promover o intercmbio de jovens na Comunidade Europeia, para benefcio
de um nmero crescente de jovens provenientes de todos os Estados-
Membros, incluindo, em especial, das regies nas quais habitualmente
existem escassas possibilidades de intercmbio.
Melhorar a qualidade dos intercmbios de jovens, nomeadamente pela ajuda
na sua preparao e organizao, a fim de no s obter um efeito mximo
como tambm permitir aos jovens retirar desse intercmbio o maior proveito
possvel, nomeadamente permitindo-lhes o desempenho de um papel activo
na organizao dos intercmbios.
Encorajar, na medida do possvel, a diversificao dos intercmbios de
jovens e conseguir um maior equilbrio entre os Estados-Membros, atravs,
nomeadamente, de promoo de intercmbios multilaterais, de modo a
torn-los extensivos, em especial, a jovens de diferentes condies sociais,
econmicas e culturais;
Apoiar a realizao de actividades europeias, com o objectivo de
desenvolver laos associativos permanentes entre jovens ou grupos de
jovens de diferentes Estados-Membros;
33
88/348/CEE: Deciso do Conselho, 16.06.1988 Programa de aco para a promoo do intercmbio de jovens na Comunidade - Juventude para a Europa, Bruxelas. [Consultado em: 05.11.09] Disponvel
em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31988D0348:EN:HTML
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31988D0348:EN:HTML
Poltica de Juventude da Unio Europeia
32
Procurar os meios de ultrapassar os vrios obstculos financeiros, jurdicos e
administrativos que possam impedir os jovens de participar nos
intercmbios ou entravar a organizao dos mesmos;
Determinar, em funo da experincia adquirida, novas aces que
poderiam ser empreendidas com vista a preencher as eventuais lacunas
verificadas nos programas de intercmbio existentes.
Adoptado para o perodo de 1 de Julho de 1988 a 31 de Dezembro de 1991, o
programa Juventude para a Europa destinava-se aos jovens entre os 15 e 25 anos, bem
com s organizaes juvenis, aos animadores de juventude, s organizaes no
governamentais, aos poderes pblicos e a todos os outros rgos susceptveis de
desempenhar um papel na promoo ou na organizao de intercmbio de jovens.
A segunda fase do programa Juventude para a Europa34
, vigente entre 1 de
Janeiro de 1992 e 31 de Dezembro de 1994, continuou a ter como objectivo principal a
promoo do intercmbio e mobilidade dos jovens na Comunidade Europeia.
A terceira fase do programa Juventude para a Europa35
, adoptada por um
perodo compreendido entre 1 de Janeiro de 1995 e 31 de Dezembro de 1999, visou a
concretizao de diversos objectivos, tais como:
Intensificar o intercmbio dos jovens entre os 15 e os 25 anos residentes num
ou mais Estados-Membros;
Apoiar iniciativas e projectos inovadores com interesse comunitrio ou
carcter transnacional lanados por jovens e destinados a jovens e que lhes
permitam desempenhar um papel activo e reconhecido na sociedade e
desenvolver as suas aptides pessoais, a sua criatividade, o seu sentido de
solidariedade e a sua autonomia;
Criar condies favorveis para que os encontros atinjam uma qualidade
elevada, alargada a todas as actividades desenvolvidas no mbito do
programa;
34
91/395/CEE: Deciso do Conselho, 29.07.1991 Adopo do programa Juventude para a Europa (segunda fase) , Bruxelas. [Consultado em: 05.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31991D0395:PT:HTML
35 818/95/CE: Deciso do Parlamento Europeu e do Conselho, 14.03.1995 Adopo do programa -
Juventude para a Europa (terceira fase) , Bruxelas.
[Consultado em: 05.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31995D0818:PT:HTML
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31991D0395:PT:HTMLhttp://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:31995D0818:PT:HTML
Poltica de Juventude da Unio Europeia
33
Apoiar a formao de animadores de juventude, a fim de permitir que os
jovens beneficiem de aces comuns de qualidade ligadas aos objectivos
gerais do programa;
Intensificar a cooperao entre os Estados-Membros, e entre estes e a
Comisso Europeia, atravs de uma troca de experincias e de iniciativas
comuns escala comunitria, bem como apoiar deste modo os Estados-
Membros nos seus esforos de melhoria da qualidade de servios e das
medidas a favor dos jovens, nomeadamente atravs de actividades destinadas
a fornecer aos jovens informaes ligadas aos objectivos do programa;
Promover o intercmbio com jovens de pases terceiros com os quais a
Comunidade tenha celebrado acordos de cooperao.
A terceira fase permitiu, assim, reagrupar as diferentes aces anteriormente
desenvolvidas no quadro das duas primeiras fases do programa Juventude para a
Europa.
O programa Juventude para a Europa concretizou o intercmbio entre grupos de
jovens e associaes de juventude dos Estados-membros e de pases terceiros, dado ser
um mecanismo adequado compreenso de situaes e culturas diferentes, ao reforo
do respeito mtuo e da solidariedade, e preveno de comportamentos intolerantes,
racistas a xenfobos.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
34
I.8.2. Servio Voluntrio Europeu
A Comisso Europeia implementou o Servio Voluntrio Europeu nos anos 90.
No incio de 1994, o Concelho de Ministros insistiu na necessidade de se
estabelecer um Servio Voluntrio Europeu e, em 1995, o Parlamento Europeu, exigiu a
tomada de medidas especficas, propondo um oramento para a sua promoo. Ainda
nesse ano, foram implementadas a ttulo experimental, algumas actividades voluntrias
com jovens inserido no Programa Juventude para a Europa.
A Comisso Europeia introduziu o SVE como aco piloto 1996-1997, com base
no documento Towards an European Voluntary Service for Young People" datado de
Janeiro de 1996.
O objectivo da dita aco era proporcionar aos jovens entre os 18 e os 25 anos
de idade a participao numa aco de voluntariado noutro Estado-Membro, na
Noruega, na Islndia ou de forma experimental num pas terceiro.
O lanamento do programa Servio Voluntrio Europeu suscitou um elevado
interesse e esperanas entre os jovens, associaes juvenis, organizaes de
voluntariado e autoridades locais. Os primeiros jovens voluntrios comearam os seus
projectos no final de 1996.
Em paralelo, uma avaliao preparava o futuro Programa Servio Voluntrio
Europeu, o qual obteve apoio generalizado entre os Estados-Membros, considerando a
sua actividade como uma importante componente da poltica de juventude.
Em 2000 foi implementado o Programa Juventude 2000-2006, subdividido em 5
aces, englobando actividades j existentes no mbito do Servio Voluntrio Europeu.
Desde 2007, o Servio Voluntrio Europeu parte do programa Juventude em
Aco, a ttulo da Aco 2, que visa permitir aos jovens desenvolver uma aco de
voluntariado num pas diferente do seu, fomentando a solidariedade, a cidadania activa
e a compreenso mtua entre os jovens.
O Servio Voluntrio Europeu um meio de aprendizagem no formal, no qual
os jovens voluntrios adquirem novas qualificaes e competncias para o seu
desenvolvimento pessoal, educacional e profissional, mostrando-se profcuo na resposta
dada aos desafios polticos, no sentido a aumentar a mobilidade, resolver problemas de
excluso social, transio para a vida adulta, intolerncia, xenofobia e racismo, entre
outros.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
35
Todos os projectos realizados no mbito do Servio Voluntrio Europeu
terminam com a avaliao e atribuio do Certificado Europeu Youth Pass,
documento reconhecido pela Comisso Europeia, que certifica a participao do jovem,
assim como, a aprendizagem de competncias socioculturais.
Em suma, o programa Juventude para a Europa e o Servio Voluntrio Europeu
foram o ponto de partida para o desenvolvimento de outros projectos europeus,
nacionais e locais no mbito da participao juvenil.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
36
I.8.3. Programa Juventude
O programa Juventude36
, vigente por um perodo compreendido entre 1 de
Janeiro de 2000 e 31 de Dezembro de 2006, contribuiu para a promoo de uma Europa
do conhecimento, atravs do desenvolvimento de um espao europeu de cooperao no
domnio da poltica de juventude, com base na educao e formao no formal.
A fim de permitir aos jovens adquirir conhecimentos, aptides e competncias
que poderiam constituir a base do seu desenvolvimento futuro, os objectivos do
programa Juventude visavam:
Promover uma contribuio activa dos jovens na construo europeia atravs
da sua participao em intercmbios transnacionais, na Comunidade ou com
pases terceiros, aprofundando a compreenso da diversidade cultural
europeia, bem como dos seus valores fundamentais comuns, apoiando deste
modo a promoo do respeito dos Direitos do Homem e a luta contra o
racismo, o anti-semitismo e a xenofobia;
Reforar o sentido de solidariedade, atravs de uma maior participao dos
jovens em actividades transnacionais ao servio da colectividade, na
Comunidade ou em pases terceiros, em especial aqueles com os quais a
Comunidade tivesse celebrado acordos de cooperao;
Incentivar o esprito de iniciativa e o esprito empresarial, bem como o da
criatividade dos jovens, para lhes permitir desempenhar um papel activo na
sociedade, favorecendo ao mesmo tempo o reconhecimento do valor de uma
experincia de educao informal adquirida num contexto europeu;
Reforar a cooperao no domnio da juventude, mediante a promoo do
intercmbio de boas prticas, a formao de animadores/monitores de jovens
e o desenvolvimento de aces inovadoras a nvel comunitrio.
36 1031/2000/CE: Deciso do Parlamento Europeu e do Conselho, 13.04.2000 Programa comunitrio de aco Juventude, Luxemburgo.
[Consultado em: 10.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2000:117:0001:0010:PT:PDF
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2000:117:0001:0010:PT:PDF
Poltica de Juventude da Unio Europeia
37
Os objectivos gerais do referido programa encontravam-se subdivididos em 5
aces, que englobavam actividades j existentes no mbito dos dois programas
antecedentes:
Juventude para a Europa: Promover actividades de mobilidade envolvendo
grupos de jovens, com base em parcerias transnacionais;
Servio Voluntrio Europeu: Encorajar jovens a desenvolver uma actividade de
solidariedade concreta, tendo em vista a aquisio de aptides, competncias
sociais e pessoais.
Iniciativas a favor dos Jovens: Apoiar projectos inovadores e criativos, a nvel
local, regional, nacional e europeu cujos promotores seriam os jovens;
Aces conjuntas: Desenvolver um dispositivo comum de informao,
observao e divulgao de boas prticas no domnio do conhecimento e da
aprendizagem ao longo da vida, assim como aces conjuntas comuns sobre os
multimdia educativos e de formao;
Medidas de apoio: Actividades de cooperao, formao e informao com o
objectivo de fomentar a inovao e as competncias no domnio da Juventude.
O programa Juventude visou, ainda, contribuir para a concretizao de objectivos
de outras reas relevantes da poltica comunitria, bem como apoiar e completar as
aces desenvolvidas pelos Estados-Membros.
Tal programa constituiu, assim, um exemplo para os Estados-Membros, que
apoiaram, com frequncia, projectos idnticos.
Poltica de Juventude da Unio Europeia
38
I.8.4. Programa Juventude em Aco
Em Novembro de 2006, o Parlamento Europeu e o Conselho da Unio Europeia
adoptaram o novo Programa Juventude em Aco37
, destinado a desenvolver a
cooperao em matria de juventude na Unio Europeia, para o perodo 2007-2013.
O programa estabelece cinco objectivos gerais para complementar os objectivos
visados em outros domnios de aco da Comunidade, nomeadamente no da
aprendizagem ao longo da vida, incluindo a formao profissional e a aprendizagem no
formal e informal, a cultura, o desporto e o emprego.
Cada um dos cinco objectivos gerais encontra-se subdividido em objectivos
especficos, a saber:
Promover a cidadania activa dos jovens, em geral, e a sua cidadania europeia, em
particular:
o Dar aos jovens e s organizaes de juventude a oportunidade de
participarem no desenvolvimento da sociedade em geral, e no da UE em
particular;
o Fomentar nos jovens o sentido de pertena UE;
o Promover a participao dos jovens na vida democrtica da Europa;
o Incentivar a mobilidade dos jovens na Europa;
o Desenvolver a aprendizagem intercultural no domnio da juventude;
o Promover os valores fundamentais da Unio entre os jovens, nomeadamente
respeito pela dignidade humana, a igualdade, os direitos humanos, a
tolerncia e a no discriminao;
o Estimular o esprito empreendedor, a iniciativa e a criatividade;
o Facilitar a participao no programa de jovens com menos oportunidades,
incluindo jovens com deficincia;
o Assegurar o respeito pelo princpio da igualdade entre homens e mulheres na
seleco de participantes para o programa, e a promoo da igualdade entre
os sexos nas aces realizadas;
37
Deciso n 1719/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, 15.11.2006 Programa Juventude em
Aco para o perodo de 2007 a 2013, Estrasburgo.
[Consultado em: 03.11.09] Disponvel em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:327:0030:0044:PT:PDF
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:327:0030:0044:PT:PDF
Poltica de Juventude da Unio Europeia
39
o Oferecer oportunidades de aprendizagem no formal e informal com
dimenso europeia e abrir possibilidades inovadoras no contexto da
cidadania activa.
Desenvolver a solidariedade e promover a tolerncia entre os jovens, nomeadamente no
intuito de reforar a coeso social na Unio Europeia:
o Dar aos jovens a oportunidade de manifestarem o seu empenhamento atravs
de actividades de voluntariado a nvel europeu e internacional;
o Implicar os jovens em aces que promovam a solidariedade entre os
cidados da UE.
Incentivar a compreenso mtua entre os jovens de diferentes pases:
o Desenvolver o intercmbio e o dilogo intercultural entre os jovens europeus
e os jovens dos pases vizinhos;
o Contribuir para a melhoria da qualidade das estruturas nacionais de apoio
aos jovens nesses pases, assim como para o reforo do papel das pessoas
que trabalham no sector da juventude e em organizaes da juventude;
o Desenvolver projectos de cooperao temtica com outros pases que
envolvam jovens e pessoas que trabalham no sector da juventude e em
organizaes de juventude.
Contribuir para o desenvolvimento da qualidade dos sistemas de apoio s actividades
juvenis e da capacidade das organizaes da sociedade civil no domnio da juventude:
o Contribuir para a articulao