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INTEGRAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E TRABALHO: UMA REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA DOCENTE NOS CURSOS DE ENSINO MÉDIO INTEGRADO A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Francisca do Carmo Barbosa da Silveira Venzel 1 Resumo: O artigo trata da integração entre educação e trabalho a partir de uma reflexão sobre a prática docente nos cursos de ensino médio integrado a educação profissional. Consideramos o trabalho como a mola propulsora que move o homem para o alcance da vida plena. Assim, é através dele que se propicia o sustento material e se constrói a própria história. Todavia, este mesmo trabalho serve também como um instrumento para exploração e expropriação dos trabalhadores. Por isso, o objetivo é subsidiar o início de uma reflexão de como os professores se encontram inseridos no processo de planejamento dos conhecimentos que envolvem o mundo do trabalho e suas relações sociais. Durante esta pesquisa, convivemos diretamente com os professores que atuam neste segmento, o que nos possibilitou realizar alguns encontros coletivos e individuais para conhecer como os professores entendem o trabalho como principio pedagógico e suas conseqüências para o mundo do trabalho. Com o intuito de localizar tal princípio, também analisamos os planos de ensino apresentados pelos professores à coordenação do curso durante o ano de 2008. Após este período de pesquisa, concluímos que os professores, em sua grande maioria, não perceberam a importância do trabalho como principio educativo para a formação do aluno e a sua inserção no mundo do trabalho. Assim, para a consolidação desta proposta será necessário ainda muito estudo e formação que possa subsidiar o professor em suas práticas pedagógicas a fim de que a compreenda como sendo uma preocupação coletiva e cotidiana de seu trabalho pedagógico. Palavras-chave: Educação e Trabalho. Educação Profissional. Ação docente. Summary: The article is about the interaction between education and work commandeering a reflection about the teacher’s practical at high school courses 1 Professora PDE sob a orientação do Prof. Dr. João Jorge Correa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Educação e Letras, Campus de Foz do Iguaçu.

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INTEGRAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E TRABALHO: UMA REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA DOCENTE NOS CURSOS DE ENSINO MÉDIO INTEGRADO A

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Francisca do Carmo Barbosa da Silveira Venzel1

Resumo: O artigo trata da integração entre educação e trabalho a partir de

uma reflexão sobre a prática docente nos cursos de ensino médio integrado a

educação profissional. Consideramos o trabalho como a mola propulsora que move

o homem para o alcance da vida plena. Assim, é através dele que se propicia o

sustento material e se constrói a própria história. Todavia, este mesmo trabalho

serve também como um instrumento para exploração e expropriação dos

trabalhadores. Por isso, o objetivo é subsidiar o início de uma reflexão de como os

professores se encontram inseridos no processo de planejamento dos

conhecimentos que envolvem o mundo do trabalho e suas relações sociais. Durante

esta pesquisa, convivemos diretamente com os professores que atuam neste

segmento, o que nos possibilitou realizar alguns encontros coletivos e individuais

para conhecer como os professores entendem o trabalho como principio pedagógico

e suas conseqüências para o mundo do trabalho. Com o intuito de localizar tal

princípio, também analisamos os planos de ensino apresentados pelos professores

à coordenação do curso durante o ano de 2008. Após este período de pesquisa,

concluímos que os professores, em sua grande maioria, não perceberam a

importância do trabalho como principio educativo para a formação do aluno e a sua

inserção no mundo do trabalho. Assim, para a consolidação desta proposta será

necessário ainda muito estudo e formação que possa subsidiar o professor em suas

práticas pedagógicas a fim de que a compreenda como sendo uma preocupação

coletiva e cotidiana de seu trabalho pedagógico.

Palavras-chave: Educação e Trabalho. Educação Profissional. Ação docente.

Summary: The article is about the interaction between education and work

commandeering a reflection about the teacher’s practical at high school courses 1 Professora PDE sob a orientação do Prof. Dr. João Jorge Correa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Educação e Letras, Campus de Foz do Iguaçu.

integrated to the professional education. We consider the work like a propelling

spring that moves men to reach full life, so, it is through work that the material

support is provided our own history is built. However, this same work also serves as

an instrument for exploration and expropriation of the workers. The objective here is

to analyse and to subsidize the beginning of a reflection on how teachers are

inserted in the processes of planning the knowledge that involves the world of the

work and its social relations. During this research we co-lived straightly with the

teachers who act in this segment. This experience made possible for us to carry out

some collective and individual meetings to know how the teachers understand the

work as a pedagogical principle and its consequences for the world of the work. With

the intention of locating the work as a pedagogical principle, we also analysed

teaching plans presented by the teachers to the co-ordination of the course during

the year 2008. After this inquiry period we concluded that great majority of teachers

did not realize the importance of the work as an educative principle for the formation

of the students and their insertion in the world of the work. So, for the consolidation of

this proposal it will be still necessary great study and formation that can subsidize the

teachers in their pedagogical practice so that they understand it as being a collective

and daily preoccupation of their pedagogical work.

Key-words: Education and work. Professional education. Teacher’s action.

INTRODUÇÃO

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Este texto busca analisar a proposta curricular do Curso Técnico em

Administração Integrado ao ensino Médio para compreender como esta vem se

consolidando durante o processo de retomada da Educação Profissional em um

Colégio Público do Estado do Paraná, a partir da implantação do Decreto número

5154/2004.

Diante desta preocupação, o objeto de estudo foi a formação profissional em

nível médio e o questionamento que permeia a pesquisa pode ser posto nos

seguintes termos: Os professores que atuam no Ensino Médio integrado à Educação

Profissional estão conseguindo desenvolver, durante suas aulas, uma educação que

prima pela formação politécnica que supera a relação entre ensino, formação e

mercado de trabalho? Como a educação está contribuindo para mudar este quadro?

Ela está servindo para realização da vida plena ou para ampliar as formas de

exploração e desvalorização do homem?!

Assim sendo, este artigo tem o objetivo de possibilitar a reflexão de como

estamos integrando a Educação e a formação para o mundo do trabalho, bem como

analisar nossa prática na relação escola e trabalho humano.

Temos também como finalidade, analisar as dificuldades encontradas pelos

professores que atuam no Ensino Médio integrado à Educação Profissional,

visando cumprir a realização da última etapa que compõe o PDE – Programa de

Desenvolvimento Educacional na qual estou inserida.

Neste sentido, o principal objetivo é analisar a dicotomia entre o plano

curricular do Curso de Ensino Médio Integrado a Educação Profissional – Técnico

em Administração, organizado pelos professores durante os encontros de

capacitação para a implantação do Ensino Médio integrado à Educação Profissional,

e analisar o plano curricular do Curso de Ensino Médio Integrado a Educação

Profissional – Técnico em Administração em um Colégio Estadual, no município de

Toledo.

O elemento integrador nas discussões e estudos junto aos colegas da rede

estadual de ensino paranaense pautou-se sobre uma formação que tenha como

perspectiva a formação educacional politécnica. Para tanto, serão oportunizadas aos

docentes em nível médio integrado a educação profissional – Técnico em

Administração, leituras pertinentes e selecionadas dos estudos ofertados durante o

PDE.

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Este artigo foi desenvolvido em duas partes: uma que apresenta o trabalho

como princípio pedagógico fundamentado nos escritos de Marx e Engels que

analisam a Educação, Formação e Trabalho.

Textos estes que permitiram que pudéssemos compreender com mais

propriedade e eficiência porque Demerval Saviani, Gaudêncio Frigoto, Acácia

Kuenzer, Paollo Nosella, Miguel Arroyo e o próprio grupo de professores do DET-

Departamento de Educação e Trabalho da Secretaria Estadual de Educação do

Estado do Paraná escreve com tanto domínio e nos deixa tão incomodados ou

preocupados com a forma que a escola está desenvolvendo o trabalho como

princípio pedagógico. A outra parte relata como os professores estão desenvolvendo

suas práticas pedagógicas voltadas para o trabalho como princípio pedagógico na

escola.

É importante ressaltar que uma escola que tem a compreensão do trabalho

como princípio pedagógico e concebe o trabalho nesta perspectiva teórica que

veremos mais a frente, está dando o primeiro passo para se tornar uma escola

unitária, ou seja, uma escola que compreende que todos devem ter acesso aos

conhecimentos histórico-culturais/sociais/científicos/tecnológicos, e que estes

conhecimentos levem os estudantes a sua emancipação sócio-econômica.

Estudantes estes que passam a escolher a sua profissão pelo prazer e conseguir

que este trabalho traga para a sociedade uma vida mais digna para os que dele se

apropriarem e não somente pelo resultado financeiro ou pelas condições sociais que

ele se encontra, ou seja, que se criem mecanismos para que o pobre e o rico

possam ter acesso a todas as profissões sem esta divisão de trabalho que agora

está estabelecida, que o pobre só tem acesso a profissões que não são ocupadas

pelas classes sociais mais abastadas.

1. REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO COMO PRINCIPIO EDUCATIVO

1.1 – Educação do trabalho e o trabalho da educação

Pensar o trabalho como princípio educativo nos leva a refletir primeiramente

na nossa condição de trabalhador da educação, pois nesta perspectiva de trabalho

como instrumento ou meio de realização social e pessoal na qual estamos

pesquisando, discorrendo, sonhando bem como a realidade que estamos inseridos

nos trazem algumas incongruências, as quais entenderemos mais adiante.

Para Franco (1998, p.9), os educadores têm ficado perplexos com a questão

da preparação para o trabalho. E não é à toa. O trabalho é dimensão fundamental

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da vida humana e se faz presente em todas as ações e atividades do homem. Como

então trazer o trabalho para a escola se este sempre esteve e estará presente na

atividade escolar? O que se quer, afinal, com a preparação para o trabalho?”

De fato, a escola e os educadores têm se preocupado com o trabalho nos

discursos e documentos oficiais. De um lado, o trabalho tem uma importância

fundamental na existência humana, ou seja, o homem não existe sem trabalho. De

outro lado, aumentar as críticas e discussões às políticas educacionais pela maneira

abstrata e discreta com que têm tratado o trabalho nos seus significados e

conseqüências na vida do trabalhador e na vida em sociedade.

Se não existe sociedade sem homem e homem sem trabalho é porque o

trabalho se constitui parte inseparável da existência humana. É pelo trabalho que os

homens estabeleceram suas relações sociais e produzem tanto as condições

materiais quanto as condições expeditivas de sua existência.

O trabalho é base e mediação entre o homem e a natureza, na qual ele

transforma o mundo que o rodeia, tornando-o mais humano. É pelo trabalho que o

homem adapta-se à natureza, transformando-a e constrói o espaço ou vive sempre

em processo de transformação sem parar, conforme assevera Savianni (2003).

Nesta busca constante de transformação tanto nas condições materiais

como na maneira de pensar e agir, o trabalho dinamiza e liberta o homem. No

entanto, historicamente, o trabalho vem sendo utilizado como instrumento de

alienação. O homem, segundo Saviani, constrói objetos e conhecimentos, que

muitas vezes são utilizados para dominação do próprio homem que o construiu.

Assim, o trabalho deve ser entendido como parte inseparável da existência humana

e compreendido dialeticamente como libertação ou alienação do homem.

O trabalho é um mecanismo de alienação e o que caracteriza é a sua

fragmentação e mecanização das tarefas. No início, quando o trabalhador dominava

e controlava todo o processo de produção do material e produto, o homem era mais

realizado e liberto. Hoje, o trabalho qualificado foi reservado para poucos,

principalmente para os que dominam a ciência e a tecnologia e aos demais foi

reservada a desqualificação, pois estes não dominam a técnica e a ciência, não

conhecem todo o processo de produção e foi renegado a executar tarefas simples e

repetitivas. Neste tipo de organização, o trabalho foi automatizado, destruiu o

trabalho qualificado, o trabalho intelectual do operário, a iniciativa do trabalhador, a

liberdade de expressão que é controlada por um gerente que distribui as funções da

mais complexa para a mais simples.

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Ao trabalhador baniu-se seu prazer em alcançar o processo de produção em

conjunto e sua capacidade criadora do ato de trabalho, acabando com as

possibilidades de iniciativa, de reflexão, de decisão e de realização profissional. Isto

aconteceu porque agora ele não decide o que produzir, porque produzir, quando e

como produzir, porque os instrumentos e o produto não mais lhe pertencem, cabe a

ele simplesmente executar tarefas. (Ianni, Octavio. 2003)

Isto posto, perguntamos ao educador: O que significa a preparação para o

mundo do trabalho no Ensino Médio integrado a Educação Profissional? Será que

estamos preparando nossos jovens para compreender as relações que se dão no

mundo do trabalho, ou para as tarefas repetitivas que não possibilitam as

transformações homem-natureza? Por que na teoria se valoriza tanto o trabalho e na

prática ele está organizado desta forma que não traz satisfação para quem executa?

Certamente, se os educadores se preocuparem com estas questões,

poderemos melhorar o processo ensino-aprendizagem, possibilitando aos

educandos a compreensão de como se dão as relações entre o trabalhador e a

sociedade capitalista que vivemos.

1.2 – Situando o trabalho na escola

A questão preparação para o mundo do trabalho deve ser vista a partir do

conceito já apresentado no texto sobre o trabalho e não pode ser pensada destoada

dos problemas sociais enfrentados pelos cidadãos que fazem parte dela.

É preciso lembrar que todos que fazem parte da escola estão “em situação

de” trabalho, ou seja, ensinar é trabalhar, estudar é trabalhar, manter a ordem do

espaço físico é trabalhar, o trabalho se faz presente na escola.

Entendemos também que no seio da escola se reproduz a sociedade

vigente, ou seja, a escola ainda reforça a divisão fundamental entre o trabalhador

manual e o intelectual. E escola é a essência do trabalho intelectual, o processo de

transmissão e assimilação de conhecimentos é uma forma de trabalho, pois exige

esforço muscular-nervoso, dedicação, cansaço e disciplina. Neste sentido, os

professores trabalham e os pedagogos também, pois o planejamento dos

conteúdos, métodos e os objetivos do ensino são implementados por estes. E, por

fim, o maior trabalhador da escola, que é o aluno, que trabalha na escola quando

este se apropria dos conteúdos ensinados e, muitas vezes, também fora da escola,

quando eles continuam aprendendo.

Segundo Savianni em “Sobre a Natureza e Especificidade da Educação”

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O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em

cada individuo singular, a humanidade que é produzida historicamente

pelo conjunto de homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de

um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser

assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que se tornem

humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas

mais adequadas para atingir esse objetivo. (SAVIANI, 2003, p.1)

Ressaltamos que o momento em que o trabalho se consolida na escola é

quando a transmissão dos conhecimentos acumulados historicamente pelo homem

e a produção de um novo conhecimento se dá a partir destes saberes. Este é o

ápice do trabalho intelectual se realizando na escola.

Neste sentido, o currículo escolar é que motiva o trabalho humano na

escola, isto porque o conhecimento é produzido para dar respostas concretas aos

problemas enfrentados pelo homem no seu dia-a-dia. Isto só é possível porque o

homem construiu sua história ou conhecimentos acumulados a partir do próprio

trabalho humano e a partir da produção e do domínio do conhecimento que foi

possível não só a compreensão, mas a aceleração da transformação das suas

condições sociais de existência.

Isto posto, então, o principal desafio para a consolidação da proposta

curricular do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional será a formação dos

alunos para compreensão do mundo do trabalho, o que deve ser pensado levando

em conta a realidade concreta das escolas públicas que ofertam o Ensino Médio

integrado à educação profissional e os desafios a serem enfrentados neste período

de transição que é a passagem de um currículo do Ensino Médio, desvinculado do

mundo do trabalho para um currículo que oferte a Educação Básica de qualidade.

Isso significa que se deve integrar os conhecimentos historicamente acumulados

pelas gerações anteriores acrescidos das inovações tecnológicas e da produção de

novos conhecimentos científicos. Somando-se a isto, a compreensão de como se dá

as relações no mundo do trabalho e suas influências no modo de viver homem e

semelhante, homem e natureza e homem e novos conhecimentos.

Fundamentada no resultado de um longo período de leitura, palestras,

observação, discussão e atuação nesta modalidade de ensino, enunciarei alguns

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desafios a serem enfrentados para a realização pedagógica do currículo de Ensino

médio integrado à Educação Profissional:

• Melhorar ou preparar os professores para um domínio sólido dos

conteúdos que transmitem, bem como o uso de metodologia ou didáticas

que facilitem a compreensão e assimilação dos conteúdos trabalhados

em cada disciplina;

Todavia, a escola e os professores sempre lutaram pela qualidade do ensino

e da aprendizagem, por isso, segundo Savianni,

“Trata-se aqui da produção de idéias, conceitos, valores, símbolos,

hábitos, atitudes, habilidades, numa palavra trata-se da produção do

saber, seja do saber sobre a natureza, seja sobre a cultura, isto é, o

conjunto da produção humana. Obviamente, a educação situa-se

nessa categoria do trabalho não material...” (SAVIANI. 2003, p. 02)

Para entender os conhecimentos histórico-sociais/sociais/culturais/

tecnológicos e as relações de forças que se dão no seio da sociedade, é preciso ter

muito investimento em capacitação nos profissionais de educação para que estes

conhecimentos sejam bem assimilados e assim possam realizar práticas

pedagógicas com muito mais propriedade obtendo um melhor aproveitamento

escolar com seus alunos.

• Possibilitar o acesso aos professores de literaturas que representem,

com uma linguagem acessível, como se dão as relações de forças no

mundo de trabalho e nesta sociedade que vivemos;

Segundo Savianni (2003, p.2) “A escola existe, pois, para propiciar a

aquisição dos conhecimentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado

(ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos deste próprio saber...”

Ao observar os colegas em seus relatos das práticas pedagógicas,

percebemos que uma minoria leu ou está preocupada com o trabalho como princípio

pedagógico, e parte disso é culpa dos que trabalham na produção escrita deste

tema, É necessário, então, que se coloquem nas prateleiras das bibliotecas das

escolas mais literaturas que retratem esse tema e que esses livros estejam numa

linguagem para principiante. É preciso despertar o gosto e a necessidade por estes

conhecimentos e, depois,chega-se ao aprofundamento.

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• Formação continuada a todos os professores que atuam neste

segmento. Ao mesmo tempo temos que atingir o grupo todo e não um

pequeno grupo que acaba se dessorando no grupo maior e as mudanças

demoram a acontecer;

Quando falo em formação continuada, é continuada mesmo, ou seja,

planejada para um determinado tempo e espaço, mas que possibilite aos

professores um retorno a prática em sala de aula e o mesmo tenha a perspectiva

que em determinado momento ele voltará a se reunir com este grupo para discutir os

acertos e dificuldades encontrados na realização desta prática.

• Oportunizar encontros em que os professores possa trocar experiências

e que estas sejam analisadas por um grupo de professores com maior

formação ou experiências;

Talvez seja uma realidade do meu grupo de professores, já participamos de

capacitações em que estudávamos um texto somente com o grupo de colegas

professores sem que tivéssemos contato com o especialista que escreveu ou

pesquisou o assunto. Ou seja, as dúvidas que apareciam durante as discussões não

foram esclarecidas, pois todos estavam no mesmo nível de conhecimento. Não

houve avanços, porque muitas vezes não tínhamos acesso aos professores

pesquisadores que nos abririam os horizontes dos conhecimentos produzidos. Para

esclarecer melhor, estamos nos referindo aos tais “grupos de estudos” que

engrossam os números de cursos ofertados para os professores da Rede. Textos

muito bons, porém fica no superficial devido a forma como é apresentada aos

professores, que é ler, discutir e fazer uma síntese e enviar ao departamento

responsável.

• Concentrar a carga horária do professor no mesmo estabelecimento

de ensino e garantir sua continuidade nos próximos anos;

Esta realidade divido a culpa em duas partes, uma ao professor que às

vezes insatisfeito com a escola, pede remoção para outra e o trabalho que foi

realizado precisa ser reiniciado com o professor que ocupou seu lugar. A outra parte

e a maior, é da mantenedora que não realiza concursos com número de vagas

suficiente para cobrir a demanda necessária e a escola se sujeita aos professores

com contratos temporários que estão quase sempre, a cada ano letivo, em uma

escola diferente.

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• Apropriação dos conteúdos por parte dos alunos de forma sólida e

duradoura, que realmente tenha significado para a vida;

Desta forma, Savianni (2003, p. 3) esclarece:

Tendo claro que é o fim a atingir que determina os métodos e processos de

ensino aprendizagem, compreende-se o equivoco da escola nova em

relação ao problema da atividade e da criatividade. Com efeito, a critica ao

ensino tradicional era justa, na medida em que esse perdeu de vista os fins,

tornando mecânicos e vazios de sentido os conteúdos que transmitia. A

partir daí, a escola nova tendeu a classificar toda transmissão de conteúdo

como mecânica e todo mecanismo como ontocriativo, assim todo

automatismo como negação da liberdade.

Muitas vezes o professor se utiliza de metodologias que não permitem

que o aluno se aproprie dos conhecimentos de forma significativa ou o próprio aluno,

que ainda não percebeu o significado destes conhecimentos, acaba memorizando

somente para responder nas provas e quando passa o momento da avaliação, não

se lembra mais deste conteúdo trabalhado e, ao ser questionado sobre este

conhecimento, diz sem culpa, que nunca viu este conteúdo.

• Planejamento por parte dos professores para trabalhar com alunos reais

e não ideais, isto é, pensar no aluno com todas as interferências

culturais, sociais e econômicas que o mesmo apresentar na escola;

O professor insiste que os alunos devem ser como eles querem ou sonham

e que estes não podem trazer para a sala de aula todas as interveniências ou

dificuldades que sofreram durante todo o dia, as quais podem gerar violência

abstrata na escola. Violência esta que não se percebe em hematomas ou

sangramentos, mas que agride o sujeito no seu interior.

• Todos os profissionais que atuam na escola devem sentir-se

responsáveis pelo sucesso do processo ensino-aprendizagem, ou seja, a

escola deve zelar para que todos os trabalhadores desta criem condições

que facilitem a apropriação dos conhecimentos dos alunos;

Este é um entendimento o qual se precisa discutir e entender melhor, em

outro momento, pois há colegas professores que estão preocupados com esta

tendência em que todos na escola são educadores. É claro que os outros

profissionais que atuam na escola não tomarão o lugar do professor, somente

estaremos ampliando os espaços de formação do aluno na escola.

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• Os conhecimentos transmitidos pela escola devem levar a compreensão

dos conhecimentos acumulados, seguidos de uma nova produção de

conhecimentos;

Os conhecimentos são, na maioria das vezes, trabalhados na escola como

prontos e acabados, sem oportunizar aos alunos o espaço para que eles possam, a

partir destes conhecimentos, produzirem novos conhecimentos ou conceitos

científicos ou ainda, uma nova solução para o problema apresentado.

• Investimento de recursos financeiros nas condições materiais e

pedagógicas destas escolas;

Os recursos financeiros investidos nas escolas não são suficientes, o pouco

que chega às escolas vem engessado, ou seja, determinado com o que pode gastar,

principalmente no que diz respeito à literatura e às condições de trabalho do

professor. Nunca soube de um professor que planejou uma viagem de estudos com

os alunos ou mesmo com os colegas e a mantenedora providenciou para que se

realizasse este estudo, ou seja, não conheço os mecanismos financeiros que

permitam que o professor possa planejar outras formas de estudos com seus alunos

que não seja entre quatro paredes, convivendo com todas as diversidades

climáticas, que dificultam a concentração dos alunos, ambientes muito frio , ora

muito calor, muito barulho e assim por diante.

• Melhoria do salário dos professores que atuam neste segmento;

Este é um ponto que todos nós, professores, sabemos justificar porque o

nosso salário precisa ser melhorado, pois fazemos parte de uma sociedade

capitalista em que tudo o que necessitamos precisa ser comprado com o salário que

recebemos. Como podemos estar bem preparados se o nosso salário não dá para

aquisição dos bens de consumo de primeira necessidade? Como ter acesso aos

bens e serviço que nos prepara intelectualmente, fisicamente e emocionalmente

para enfrentar o nosso cotidiano escolar com o salário que recebemos?

Esses são alguns dos desafios a ser enfrentados pelos professores das

escolas públicas de ensino médio integrado à educação profissional.

Assim, insistir na oferta do ensino médio integrado à educação profissional

sem a superação destes desafios apresentados, só contribui para uma maior

defasagem no ensino médio, isto é, aumenta o fracasso escolar que se apresenta

nesse nível de ensino, principalmente entre os alunos que trabalham durante o dia e

estudam à noite.

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Objetivando contribuir para a compreensão desta proposta curricular do

ensino médio integrado à educação profissional, considerando as minhas

experiências como aluna, depois como professora neste segmento e agora as

leituras e cursos que realizamos, escrevemos o que podemos chamar de

compreensão teórica do trabalho que se dá no âmbito da escola.

1.3 – Problematizando o trabalho como função primordial da educação

Neste contexto, é fácil perceber que discussão sobre trabalho como princípio

pedagógico está em ebulição, pois vimos todas as falácias que o sistema capitalista

nos impõe no sistema escolar, dificultando para que o professor perceba e análise

com seus pares e também com seus alunos como o trabalho é utilizado como

instrumento de dominação e massificação e, ainda, o quanto é possível inserir nas

praticas pedagógicas nesta perspectiva que apresentamos.

“Sabemos que a Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos.

Fundamentado nesta afirmação, concluímos que a compreensão da natureza da

educação passa pela compreensão da natureza humana e isto é o que o diferencia

dos outros seres vivos. Os animais vivem do que a natureza ou o homem lhes

propicia. Já o homem precisa produzir continuamente sua existência, portanto ele

não aceita a natureza como está, isto é, transforma-a. E isto só acontece pelo

trabalho, por isso o que diferencia o homem dos outros animais é o trabalho. E o

trabalho instaura-se a partir do momento que se planeja a ação. Conseqüentemente

o trabalho não é qualquer tipo de atividade, mas uma ação intencional”. (Savianni.

2003, p.1)

Para sobreviver o homem necessita extrair os meios de subsistência e,

fazendo isso, ele transforma a natureza, humanizando o mundo. A educação é um

fenômeno próprio do ser humano e é uma exigência para o processo de trabalho.

Então, o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada

indivíduo singular e a humanidade que é produzida historicamente e coletivamente

pelos homens. Assim sendo, a função da educação é a identificação dos elementos

culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para

que eles se tornem mais humanos e ao mesmo tempo descubram as formas mais

adequadas para atingir este objetivo, aponta Savianni, 2003.

Quanto à identificação dos elementos culturais que precisam ser

assimilados, trata-se de decidir o que é mais importante e o que pode ficar em

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segundo plano. Cabe aqui entender a noção de clássico: é o que se firmou como

mais importante, é a necessidade de se desenvolver como ser humano, este pode

ser um critério para a seleção de conteúdo.

Quanto à descoberta de formas adequadas de desenvolvimento do trabalho

pedagógico, trata-se da organização dos meios de ensino, instrumentos de ensino

ou caminhos pelos quais cada indivíduo chegará aos conteúdos historicamente

produzidos pela humanidade.

Assim, a existência humana implica na garantia de sua subsistência material

e a produção de seus materiais e isto traduzimos em “trabalho material”. Entretanto,

para produzir materialmente, o homem precisa planejar antecipadamente os

objetivos reais. Este planejamento exige que o homem tenha conhecimentos do

mundo real (ciência), de valorização (ética) e de simbolização (arte). Estes aspectos,

na medida em que são planejados, remetem-nos a outra categoria de trabalho não

material: a produção de idéias, conceitos, valores, símbolos, habilidades, ou, nas

palavras de Saviani, “produção do saber”. (Saviani, 2003).

É nesta categoria que encontramos a escola, seja o saber sobre a natureza

ou sobre a cultura que é o conjunto de produção humana.

Na produção material, o produto se separa do produtor. Já, na produção não

material, o produto não se separa do ato de produção, ou seja, o ato de produção e

o ato de consumo imbricam-se. Desta forma, o ato de dar aula é inseparável da

produção desse ato e de seu consumo. A aula é produzida e consumida ao mesmo

tempo. (Saviani, 2003).

Quando falamos em conhecimentos sistematizados não se trata de qualquer

saber, estamos nos referindo ao conhecimento elaborado. E é a exigência de

apropriação do conhecimento sistematizado por parte dos alunos que torna

necessária a existência da escola.

A escola deve propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitem o

acesso a aprender, a ler e a escrever, a linguagem dos números, a linguagem da

natureza e da linguagem da sociedade. Aqui reforçamos o que já escrevemos que

conteúdo mais importante ou fundamental da escola é ler, escrever, contar, os

rudimentos das ciências naturais e das ciências sociais.

Assim sendo, não basta a existência do saber sistematizado na escola, é

necessário dar condições para que sua transmissão e assimilação aconteçam no

âmbito da escola. É preciso saber dosá-la ou dividir de tal forma que a criança passe

gradativamente do mais fácil para o mais complexo. O currículo deve traduzir a

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organização, descrevendo o tempo, os agentes e os instrumentos necessários que o

processo ensino aprendizagem aconteça com êxito.

Se a compreensão da natureza da Educação, enquanto trabalho não

material, cujo produto não se separa do ato de produção, permite nos situar a

especificidade da educação como referida aos conhecimentos, idéias, conceitos,

valores, atitudes, escritos, símbolos, sob o aspecto de elementos necessários à

formação da humanidade em cada indivíduo singular, na forma de uma segunda

natureza, que se produz, deliberada e intencionalmente através de relações

pedagógicas historicamente determinadas, que travavam entre os homens. Então,

perguntamos: o professor estará atendendo à proposta curricular que é a educação

básica integrada à educação profissional?

Uma escola que transmite os conhecimentos fundamentais, que consegue

mostrar o trabalho como significação humano-social as dimensões do conhecimento,

estaria fazendo até mais do que suas condições materiais, pedagógicas, intelectuais

e humanas podem permitir.

Durante minhas observações, percebi que a escola contribui para que o

aluno compreenda de maneira coerente e crítica o mundo e a sociedade,

possibilitando que o individuo possa entender a organização social em que vive,

como o trabalho pode ser mediado pelo conhecimento, ciência, técnica, tecnologia,

cultura e pelas relações sociais e em como este pode se tornar um mecanismo de

alienação e mutilação;

Portanto, para a realização de uma prática fundamentada no trabalho como

princípio pedagógico, será necessário:

• Reconhecer os conhecimentos científicos, tecnológicos e técnica como

parte crucial da disputa;

• Reconhecer que esses conhecimentos são a afirmação da possibilidade

de continuidade de uma sociedade,

• Reconhecer o papel revolucionário que esses conhecimentos podem

possibilitar as necessidades humanas.

Uma organização curricular que garanta o acesso aos conhecimentos

acumulados pela humanidade, os conhecimentos científicos, culturais, artísticos e o

trabalho como principio educativo, articulado à ciência, à cultura, tecnologia e ainda

buscando um equilíbrio entre a capacidade de atuar intelectualmente e

artesanalmente, deverá ser a principal função da escola pública neste momento

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existente. Assim, para que esta função escolar seja realmente desempenhada, será

necessário que a formação básica, seja a essência desta proposta.

Gramsci (1968) nos mostra que uma escola que unifica o trabalho, ciência e

cultura, e que articula a sua capacidade produtiva às capacidades de pensar, de

estudar, de dirigir ou exercer o controle social sobre os dirigentes terão homens

desenvolvidos multilateralmente. Desta forma, o jovem receberá orientação para as

atividades intelectuais e instrumentais, dentre as quais ele poderá definir mais tarde

qual será sua atividade profissional. E ainda estará melhor preparado e estimulado

para uma busca constante dos novos conhecimentos permitindo sua atualização

cultural e profissional.

Para que isto aconteça, a proposta curricular deverá contemplar:

• Os princípios científicos gerais sobre os quais se fundamentam as

relações sócias produtivas;

• Os conhecimentos relativos às formas tecnológicas que estão na raiz dos

processos sociais;

• As diferentes linguagens das diferentes atividades sociais e produtivas;

• Os conhecimentos sócio-históricos e as categorias de análise que

propiciem a compreensão crítica da sociedade capitalista e das formas

de atuação do homem, como cidadão e trabalhadores, sujeito e objeto

das histórias.

• Promover a integração entre conhecimento básico e aplicado;

Isto exige que o processo de trabalho e as relações sociais sejam definidos

nos conteúdos, não deixando de lado a informação que compõe as áreas do

conhecimento, o que significa tomar o trabalho como foco, como totalidade rica e de

complexas relações, conhecendo a relação entre produto e processo, enquanto um

conjunto de relações que revelam este movimento.

“O tratamento metodológico de idéias, das representações, da consciência

está entrelaçado com o trabalho humano. É na vida real, na atividade humana que

começa a ciência, e é compreendendo a relação entre homem e mundo ou entre

homem e natureza que se estabelece a atividade prática humana” fundamentos

políticos e pedagógicos da educação profissional no Paraná (2005 p.39)

Entretanto, a prática não fala por si mesma. Os fatos e os fenômenos têm

que ser analisados e interpretados para compreender as relações entre teoria e

prática, princípio este imprescindível em todos os momentos da práxis pedagógica.

15

É neste processo que o aluno deixará de ser mero espectador para ser

protagonista capaz de transformar as relações sociais e produtivas a partir de sua

própria interpretação. A dimensão disciplinar e interdisciplinar deve permear os

conteúdos. Ou seja, compreender que é necessário um currículo que articule

projetos transdisciplinares e ações disciplinares, permitindo ao aluno a compreensão

da realidade e das conexões que articulam parte e totalidade.

Compreender as relações entre ciência, cultura e sociedade. O currículo

deverá contemplar os conteúdos culturais que expressam as formas de vida

compartilhadas por uma comunidade e os significados produzidos e utilizados

socialmente pelos grupos humanos que vivem tempos e espaços semelhantes.

O ponto de partida é sincrético, pouco elaborado, senso comum. O ponto de

chegada é uma totalidade concreta, onde o pensamento compreende o conteúdo

separado e isolado do todo. Esta totalidade parcial será o novo ponto de partida para

outros conhecimentos. (fundamentos políticos e pedagógicos da educação

profissional no Paraná, 2005, p.42)

Os significados se constroem através do deslocamento de pensamento, das

abstrações, que é o senso comum; para um conhecimento elaborado através da

práxis que resulta na articulação entre teoria e prática, entre sujeito e objeto e entre

indivíduo e sociedade. (Fundamentos políticos e pedagógicos da educação

profissional no Paraná 2005, p. 43)

Construir o caminho metodológico é parte fundamental do processo de

elaboração do conhecimento, vai depender da caminhada ou leitura de cada

professor; se este buscará um caminho mais curto ou mais difícil importante é que

encontrou o caminho certo. (Fundamentos políticos e pedagógicos da educação

profissional no Paraná2005, p.43 )

Portanto, acredita-se que esta proposta permitirá ao aluno o acesso aos

fundamentos técnicos, tecnológicos e políticos, sociais e culturais presentes no

mundo do trabalho, através do compromisso dos professores com a articulação e

integração dos mesmos aos conhecimentos históricos e sociais. Esta é a condição

para uma sólida formação científico-tecnológica e identificada como indutora de um

processo de educação emancipatória que busca garantir o acesso e o direito de todo

cidadão brasileiro e paranaense ao conhecimento e ao trabalho.

Embasado nestes princípios, realizamos uma análise dos planejamentos dos

professores de cada disciplina ofertada no curso de técnico em administração

integrado ao ensino médio, tendo com base teórica os princípios contidos nos textos

16

que orientam a proposta de implantação da Secretaria de Educação do Estado do

Paraná sob a responsabilidade do antigo Departamento de Educação –DEP. A partir

deste levantamento chegamos às seguintes conclusões:

• As disciplinas de arte e educação física que compõe o rol de disciplinas

do núcleo comum, ou seja, comum a todos os cursos, têm um olhar para

a profissionalização, contemplando a visão do dia-a-dia do trabalhador e

o entendimento do mundo do trabalho, porém quando descreve a

avaliação ela não sustenta a proposta curricular que as duas disciplinas

propõem;

• A disciplina de matemática objetiva atender às especificações do mundo

do trabalho em seus objetivos, mas na metodologia e avaliação não

possibilita o alcance destes objetivos durante a realização das aulas;

• A disciplina de física tem uma preocupação excessiva com o mercado de

trabalho, demonstrando que não compreende a proposta do curso, mas

querendo se adequar a esta proposta, porém sem base teórica;

• As disciplinas de química, biologia e história contemplam a proposta da

educação profissional dividindo em três eixos, deixando bem claro o

entendimento desta proposta e a formação para o mundo do trabalho em

seus objetivos, conhecimentos, metodologia e avaliação;

• Já na disciplina de geografia, que pela sua especificidade poderia

contemplar com mais ênfase as questões que orientam o mundo do

trabalho e suas relações com o homem, pudemos perceber um resíduo

de preocupação ainda com o mercado do trabalho e o treinamento para

este mercado, é bastante forte esta preocupação, pois até na

metodologia podemos notar;

• Na disciplina de língua portuguesa observamos de forma muito discreta

nos objetivos, uma tentativa de adequar-se a proposta do curso, mas a

língua inglesa pouco se preocupou com o trabalho com força produtiva e

de exploração. Sua preocupação é com a disciplina sem fazer nenhuma

relação com a especificidade do curso;

• Já as disciplinas que compõe o rol de disciplinas da formação específica

ficaram muito mais destoadas da proposta que tem como princípio a

compreensão do mundo do trabalho e suas relações com a sociedade.

17

Cabe ressaltarmos que o plano curricular que avaliamos foi o primeiro

organizado pelo grupo de professores que na ocasião se reuniram em Curitiba para

o início dos estudos e análise da viabilidade do projeto de implantação da nova

proposta Educação Profissional nos Estabelecimentos de Ensino Estaduais do

Estado do Paraná.

Entretanto, estes educadores, com algumas exceções, foram formados e

também atuaram em escolas que em outros tempos passados e não muito longe

tinham uma proposta curricular que primava por uma educação que preparava o

jovem para a realização de tarefas sem o mínimo de entendimento de como se dava

a exploração do trabalhador e como se conserva esta pirâmide social em que uns

nascem para realizar as tarefas e outros para tirar proveito deste que realizam.

Neste momento da pesquisa, analisou-se como o processo está se

realizando após esta caminhada de quatro anos de capacitação e estudo pelos

coordenadores e professores que atuam no curso de Técnico em Administração em

nível Médio. Ressalto que o convívio ou conversa informal foi também uma forma de

conhecer e analisar como os planos curriculares atuais estão sendo trabalhados ou

aplicados.

2. A PROPOSTA TEÓRICA DO CURSO DE TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO EM

NÍVEL MÉDIO E A SUA CONSOLIDAÇÃO NO ÂMBITO ESCOLAR

Esta pesquisa foi desenvolvida em uma escola que oferta os cursos de

Educação Profissional e Médio, localizada em um município que tem um bom índice

de desenvolvimento humano - IDH, no Estado do Paraná., É formada por um grupo

de alunos oriundos de todo o município, inclusive de outros municípios. Os

professores, em sua grande maioria, são habilitados e pertencem ao quadro próprio

do magistério e já atuam há mais de dez anos nessa profissão. A estrutura física é

uma das melhores do Estado, possui laboratórios de informática, de física, de

biologia, e ainda uma biblioteca com um acervo bibliográfico e espaço físico muito

bom, chegando a provocar espanto para os visitantes de tão completo.

Esta comunidade escolar recebe alunos da região agrícola, do centro da

cidade e bairros de classe média e também da periferia. É importante ressaltar que

os alunos que estudam neste colégio o fazem por opção, pois a maioria necessita de

alguma forma de transporte para chegar até aqui e que se quisessem poderiam

estudar mais próximos de suas residências. Lembramos que o curso e grupo de

professores na qual realizamos nossa pesquisa e implementação pedagógica é

18

ofertado somente no período noturno. Reforçamos que nosso envolvimento se deu

apenas com a comunidade escolar do Curso Técnico em Administração Integrado ao

Ensino Médio - noturno, portanto nos isentando de qualquer outra realidade

constatada em outro turno ou curso.

Diante do exposto, questionamos: os formandos do Ensino Médio desta

escola obtiveram os melhores resultados de avaliação do Sistema de Ensino –

ENEM, entre os alunos de escola pública, então esta é uma escola de qualidade?

Estarão cumprindo o seu verdadeiro papel que é o acesso aos conhecimentos

acumulados pela humanidade, os conhecimentos científicos, culturais, artísticos e o

trabalho como principio educativo, articulado a ciência, a cultura, tecnologia e ainda

buscando um equilíbrio entre a capacidade de atuar intelectualmente e

artesanalmente?

Durante a aplicação de nossa proposta de implementação pedagógica no

ambiente escolar constatamos uma realidade um pouco adversa do que havíamos

detectado no plano curricular analisado anteriormente, pois os professores, por falta

de orientação e, talvez, por não acreditar no plano de Ensino ou de trabalho como

um instrumento que norteia o trabalho pedagógico na sala de aula ou por falta de

condições de assessoramento pedagógico, em sua grande maioria não havia

entregado o seu plano de Ensino ou de trabalho para a coordenação até o início

desta investigação, ou seja, no início do segundo bimestre deste ano letivo.

Neste caso, mudamos o nosso foco que anteriormente era de analisar o

plano de Ensino ou trabalho, para perceber como eles inseririam o trabalho como o

princípio pedagógico. Em lugar desta análise, optamos por assessorar os

professores para a construção e organização do seu plano de trabalho levando em

conta a ementa apresentada pela Secretaria Estadual de Educação e o plano

curricular apresentado ao Conselho Estadual de Educação para a autorização de

funcionamento do curso que já foi analisado anteriormente no ano de 2005.

Diante dessa realidade, planejamos as estratégias descritas a seguir:

No primeiro momento, organizamos um encontro com os professores do

Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, para estudar e

apresentar algumas noções primárias de como podemos inserir ou trabalhar no

cotidiano escolar, o trabalho como princípio pedagógico; quais as conseqüências de

se pensar no ambiente escolar voltado para o trabalho como princípios pedagógicos

e com que formação poderá sair o aluno ao concluir o curso.

19

Nesta atividade, tomamos como base o material - didático - pedagógico que

foi construído durante o PDE, pertinente ao objeto de estudo proposto por mim como

professor PDE; articulado aos projetos que vem sendo executados no âmbito da

SEED, neste caso, o trabalho como principio pedagógico no Curso Técnico em

Administração Integrado ao Ensino Médio,

Como este encontro foi proposto aos professores em forma de convite e não

convocação, o número de professores que participaram foi pequeno em relação à

quantidade atuante neste segmento, porém qualitativamente significante, pois foram

aqueles que estão preocupados como sua prática pedagógica e buscam soluções

para um aprimoramento desta prática escolar.

Este grupo participou ativamente do debate e se mostrou preocupado em

buscar mais informação sobre o tema. Porém, esperam que a equipe pedagógica

proporcione este espaço ou tempo para continuar este estudo.

Já em outro estabelecimento escolar, no qual fomos convidados para

trabalhar com o grupo de professores, percebemos uma resistência muito grande

em conceber o trabalho como princípio pedagógico dentro desta visão. A prática

imediatista e a solução dos problemas enfrentados no dia-a-dia em curto prazo, fala

mais alto do que preparar o jovem para viver numa sociedade capitalista de forma

digna e que eles possam enfrentar os problemas desta sociedade se utilizando dos

conhecimentos científicos adquiridos no ambiente escolar e não o treinamento da

realização de tarefas repetitivas. Alguns professores pensam que é a função da

escola é preparar para o mercado do trabalho, função que, em nosso ponto de vista,

deveria ser do empregador, pois nossa função é oferecer os conhecimentos

científicos acumulados historicamente pela sociedade onde o aluno está inserido.

No segundo momento, analisamos os documentos de todos no colégio onde

poderiam estar arquivados os planos de Ensino de todas as disciplinas, tanto do

ensino médio quanto do Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino

Médio, haja vista que as pessoas que deveriam informar diziam que não foram

entregues pelos professores que atuam neste segmento os planos de ensino do

Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio.

Partimos do principio que se no início do ano os professores tiveram

dezesseis horas para o planejamento do ano letivo é praticamente impossível que

não tenham produzido algum documento com este intuito. Após muita insistência foi

que deduzimos que se os professores que atuam no Núcleo Comum do Ensino

Médio regular são os mesmos que atuam no Núcleo Comum do Curso Técnico em

20

Administração Integrado ao Ensino Médio, então estes planos poderiam estar com

os responsáveis pelo Ensino Médio Regular. Foi com grande surpresa que

encontramos todos os planos de ensino do Curso Técnico em Administração

Integrado ao Ensino Médio nos arquivos do Curso de Ensino Médio.

Ressaltamos neste contexto o principal problema:

Os planos de ensino foram organizados no grupo de professores de cada

disciplina sem levar em conta o perfil de cada curso e muito menos a carga horária

que a disciplina dispõe em cada curso, ou seja, o conteúdo elencado para o Ensino

Médio Regular é o mesmo para o de Curso Técnico em Administração Integrado ao

Ensino Médio. E nós sabemos que a Matriz Curricular determina uma carga horária

diferente para cada curso.

Os objetivos da disciplina são os mesmos para todos os cursos.

Encontramos Planos de Ensino que somente relacionavam quais são os

professores desta disciplina do colégio e não a qual curso pertencia este plano de

trabalho, só concluímos que este plano de trabalho é para o Curso Técnico em

Administração Integrado ao Ensino Médio porque consta o nome do professor que é

habilitado para esta disciplina no quadro de horário de aula dos professores do

Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio.

Notamos que alguns professores do Núcleo Comum organizaram o seu

Plano de Ensino observando a proposta curricular do Curso Técnico em

Administração Integrado ao Ensino Médio. Inclusive com uma pequena preocupação

com o trabalho como princípio educativo.

Falamos até agora de Planos de Ensino ou Trabalho que compõe o Núcleo

Comum. Mas, o problema é ainda maior quando se trata dos planos de ensino dos

professores da formação específica do Curso Técnico em Administração Integrado

ao Ensino Médio, pois em sua maioria são professores que nunca passaram por

uma formação pedagógica, trabalham à noite como complemento de sua renda, tem

outro emprego durante o dia.

Quando a escola planeja um encontro com os professores do Curso Técnico

em Administração Integrado ao Ensino Médio não consegue atingir a maioria porque

eles têm aula em outro Estabelecimento neste dia. Chegou a situação de o professor

ter duas aulas em um estabelecimento e realizar sua hora atividade em trânsito, pois

terá que ministrar mais duas aulas no mesmo dia e período em outro colégio. Este

professor nem no intervalo interage como os colegas ou mesmo descansa, muito

menos parou para repensar sua prática pedagógica na sua hora atividade.

21

Diante da situação descrita, queremos registrar que para que pudéssemos

contatar com todos os professores foi preciso me deslocar para este Colégio durante

três semanas e quase todos os dias. Com alguns professores foi preciso agendar e

ficar esperando no portão, pois os mesmos chegavam e iam direto para a sala de

aula devido a sua condição de carga horária.

Fomos muito bem recebidos pelos professores e todos abraçaram a

proposta e se dispuseram em apresentar o documento determinado. Agora dependo

da cobrança efusiva da Direção para que todos apresentem o plano de ensino ou de

trabalho do Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio e que

posamos analisar se estes contemplam o princípio pedagógico em sua disciplina.

Para a organização do Plano de Ensino ou de Trabalho Docente foram

sugeridos alguns elementos que o deveriam compor: Nome da Disciplina;

Identificação; Ementa; Objetivos Gerais e Específicos; Conteúdo Programático;

Metodologia; Avaliação; e Bibliografia Básica.

Destacamos que embora quiséssemos professores efetivos que atuem nos

Estabelecimentos de Ensino pesquisado, a grande maioria são concursados e

atuam há mais de dez anos na função de professores. Mas quando indagamos

porque estão atuando neste segmento, a grande maioria diz que é para completar a

carga horária. Podemos prever que sua atuação não será a mesma de um professor

que escolheu atuar com este segmento.

Em relação à capacitação para atuar neste segmento, a maioria diz que

nunca participou de um curso que fosse específico de educação profissional e dizem

desconhecer como deve ser trabalhada esta proposta do Curso Técnico em

Administração Integrado ao Ensino Médio. Já um grupo menor diz que uma forma de

trabalhar esta proposta é integralizar as disciplinas do núcleo com as de técnicas,

priorizando as disciplinas da área de formação técnica, possibilitando ao aluno

conhecer, analisar e criar conexões com a realidade.

Um dos motivos que nos levou a insistir em encontrar os Planos de Ensino

ou Trabalho foi que a maioria disse que participou e ajudou a organizar os Planos de

Ensino do ano letivo e revelaram não conhecer o documento que orienta esta prática

pedagógica. Outro dado muito importante é a satisfação dos pais e dos alunos que

cursam o Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio. Os alunos

revelaram, através de conversa informal, que este Curso os tornou diferentes dos

alunos que cursam o Ensino Médio Regular pela sua especificidade profissional. Ele

22

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a necessidade de mais fundamentação teórica sobre a

proposta e as condições de trabalho que professores enfrentam no seu cotidiano

escolar, encontramos uma comunidade escolar satisfeita com a educação que estão

recebendo nesta escola, pois ao nos envolver com os alunos, ficou claro o nível de

satisfação dos alunos em relação ao curso. Poderíamos dizer que esta sendo

realizado um trabalho em sala de aula que atende às expectativas dos alunos,

porém não encontramos registrado nos documentos que norteiam as práticas em

sala de aula. Talvez a informações que não encontramos para demonstrar que o

professor está preocupado com o trabalho como princípio educativo se realiza na

pratica de sala de aula, porém sem o devido registro da qual estamos procurando.

Isto serve para repensar e buscar mais informação sobre a nossa visão de mundo

que temos sobre determinados fenômenos.

Todavia, ao analisarmos o documento proposto em 2005 pelo Departamento

de Educação e Trabalho para ser estudado e discutido na semana pedagógica e

constatarmos que o mesmo não é do conhecimento da maioria dos professores e

ainda, que no nosso entendimento é um bom documento para iniciar as leituras e

discussões sobre a fundamentação teórica que permeia a proposta de implantação

dos curso técnicos integrados ao Ensino Médio no Estado do Paraná, sugerimos que

se retome este documento nas escolas em algum momento de capacitação.

Na verificação dos planos de ensino ou trabalho dos professores

reorganizados após a aplicação da minha proposta de intervenção e escritos com

um olhar para a especificidade que o curso exige, percebemos que é necessário

muito mais tempo de leitura e discussão para que os professores possam planejar

de forma mais completa e que atenda a proposta pedagógica, principalmente em

relação ao trabalho como princípio pedagógico.

Entretanto se atender aos anseios ou necessidades de uma comunidade

escolar deve ser o nosso principal objetivo, este estabelecimento está alcançado e o

próximo passo deverá ser a análise da seguinte questão: até que ponto estamos

reproduzindo as classes sociais trabalhando desta forma e como podemos caminhar

para intervir nesta sociedade que estamos inseridos que tantos problemas sócio-

econômicos, que sabendo que a escola não dá conta de oferecer o conhecimento

científico acumulado suficiente, que sirva como instrumento para a construção de

uma sociedade mais justa e igualitária?

23

Entendemos que viver numa sociedade igualitária é ter acesso aos bens e

serviços de qualidade existentes nesta sociedade, independente de sua classe

social.

Portanto, uma escola que possibilita aos estudantes o acesso aos

conhecimentos técnico-tecnológicos/políticos/sociais e culturais presentes no mundo

do trabalho, estará preparando os jovens para enfrentar e encontrar soluções para

os problemas que possam encontrar no seu universo social.

Todavia, só faremos parte de uma sociedade justa e igualitária, quando

todos tiverem acesso a uma escola que propicie o acesso a todos os conhecimentos

historicamente acumulados, culturais/ científicos / sociais e tecnológicos e a partir

deste saber, os alunos possam produzir novos conhecimentos. Neste momento da

produção destes novos conhecimentos, os jovens poderão decidir em que setor ou

segmento profissional eles querem atuar, ou seja como eles poderão contribuir com

a sua formação e a habilidade desenvolvida na escola para uma sociedade mais

justa e igualitária.

Entretanto, sabemos que não depende da escolha da profissão somente,

mas de políticas públicas de desenvolvimento econômico que permitirão a atuação

dos alunos nesta ou naquela profissão. Então, como inserir numa sociedade de

classes uma escola unitária?

O processo, segundo Ricardo Antunes 2008, em sua palestra na Unioeste,

deveria ser o inverso do que estamos tentando, ou seja, a escola por si não

transformará a sociedade, mas a junção de todas as forças lutando para o mesmo

fim que é uma sociedade mais justa e igualitária.

Contudo, compreender o trabalho como princípio educativo e a necessidade

de nos inserirmos em movimentos sociais, deverá ser o principal objetivo da escola

e isto se alcançará principalmente na concepção de sociedade e metodologia que a

escola decide abranger ou desenvolver.

Neste contexto é que se justifica todo o nosso empenho em compreender o

trabalho como princípio educativo, pois se é através do trabalho que se dá todas as

formas de estratificação social, então a escola prepara o jovem para o

enfrentamento desta realidade posta e a sua transformação.

REFERÊNCIAS

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FERRETI, C. Et Alii, Trabalho, formação e currículo: para onde vai a escola? São

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Vivem Do Trabalho. São Paulo, editora Cortez, 2005

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