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Projeto Interdisciplinar
Cultura do Feijão
Ely Dorneles do Prado
Gilmar Dantas da Silva
Leonardo Gomes da Silveira
Maxwel Vieira da Silva
Pedro Henrique Silva Portilho
Rodrigo Barcelos Ferreira
Uberlândia
2011
Ely Dorneles do Prado
Gilmar Dantas da Silva
Leonardo Gomes da Silveira
Maxwel Vieira da Silva
Pedro Henrique Silva Portilho
Rodrigo Barcelos Ferreira
Projeto Interdisciplinar
Cultura do Feijão
Projeto Interdisciplinar – Cultura do Feijão, apresentado à professora Maria José Pirete, da disciplina Agrometereologia e climatologia agrícola do curso Agronomia, 5º período da UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos.
Uberlândia
2011
SUMÁRIO
1. Resumo........................................................................................................................................2
2. Calagem e adubação....................................................................................................................2
3. Semeadura....................................................................................................................................3
4. Manejo de pragas.........................................................................................................................4
4.1 Cigarrinha-verde..........................................................................................................................5
4.2 Percevejos....................................................................................................................................5
4.3 Ácaro-branco...............................................................................................................................5
4.4 Vaquinhas....................................................................................................................................6
4.5 Carunchos....................................................................................................................................6
5. Manejo de doenças.......................................................................................................................7
5.1 Antracnose...................................................................................................................................7
5.2 Mancha-angular...........................................................................................................................8
5.3 Murcha-de-fusarium....................................................................................................................8
5.4 Prodridão-radicular-seca..............................................................................................................9
5.5 Mofo-branco................................................................................................................................9
5.6 Oídio..........................................................................................................................................10
5.7 Controle integrado de doenças...................................................................................................11
6. Colheita semi-mecanizada.........................................................................................................11
7. Colheita mecanizada..................................................................................................................12
8. Ponto de colheita e secagem......................................................................................................12
9. Expurgo......................................................................................................................................13
10. Armazenamento.........................................................................................................................13
11. Aspectos sociológicos................................................................................................................14
Objetivo
Elaborado com base nas normas da Universidade, este resumo contém informações do
planejamento e a condução na cultura do feijão, para o desenvolvimento do projeto interdisciplinar
com detalhamento das etapas e forma de apresentação. O relatório final do projeto tomara como base
este resumo.
Introdução
Quem de nós nunca saboreou um delicioso almoço onde se fazia presente uma boa porção de
feijões? Feijão em calda, tropeiro, feijoada… são tantas as formas de preparar este alimento, e tão
variada quanto as formas são os benefícios que o mesmo nos oferece!
O feijão é um alimento do grupo das leguminosas (grãos gerados em vagens) que faz parte da
alimentação diária da maioria dos brasileiros. Na verdade, há mais de 1000 variedades de feijão, sendo
assim, é comum que haja alguma diferença entre as informações nutricionais de cada tipo encontrado.
Acompanhado geralmente pelo arroz, ele constitui uma importante fonte de propriedades
nutricionais necessárias ao bom funcionamento do organismo.
O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um dos mais importantes componentes da dieta alimentar
do brasileiro, por ser reconhecidamente uma excelente fonte protéica, é rico em carboidratos e
proteínas; fontes de vitaminas do complexo B; rico em fibras e fonte é uma fonte de ferro. Benefícios
e implicações à saúde:
O feijão é rico em fibras que auxiliam na diminuição do risco de doenças
cardiovasculares, da Obesidade do diabetes e docolesterol;
Por ser fonte de ferro, seu consumo pode ajudar a evitar o risco de anemia,
principalmente a ferropênica;
É constituído por substâncias antioxidante que capturam radicais livres;
Redução da incidência de cancêr;
O feijão verde (uma das muitas variedades de feijão) possui efeito diurético;
Rico em carboidratos que auxiliam o funcionamento do sistema nervoso.
1. Resumo
Cultivado por pequenos e grandes produtores, em diversificados sistemas de produção e em
todas as regiões brasileiras, o feijoeiro comum reveste-se de grande importância econômica e social.
Dependendo da cultivar e da temperatura ambiente, pode apresentar ciclos variando de 65 a 100
dias³, o que o torna uma cultura apropriada para compor, desde sistemas agrícolas intensivos irrigados,
altamente tecnificados, até aqueles com baixo uso tecnológico, principalmente de subsistência.Graças
às suas comprovadas propriedades nutritivas e terapêuticas, o feijão é altamente desejável como
componentes em dietas de combate à fome e à desnutrição. Ademais, ocorre uma interessante
complementação protéica quando o feijão é combinado com cereais, especialmente o arroz,
proporcionando, em conjunto, os oito aminoácidos essenciais ao nosso organismo. Além do seu
conteúdo protéico, o elevado teor de fibra alimentar, com seus reconhecidos efeitos
hipocolesterolêmico e hipoglicêmico, aliado às vitaminas (especialmente do complexo B) e aos
carboidratos, tornam o seu consumo altamente vantajoso como alimento funcional, representando
importante fonte de nutrientes, de energia e atuando na prevenção de distúrbios cardiovasculares e
vários tipos de câncer. '
2. Calagem e Adubação
As quantidades de corretivos e fertilizantes devem ser determinadas com base nos resultados
da análise de solo. Para o sucesso da calagem, deve-se preferir os calcários finamente moídos, os quais
devem ser distribuídos e incorporados, uniformemente, com uma antecedência mínima de 30 dias em
relação ao plantio.
Quando aplicados em fundação, os fertilizantes deverão ser colocados na cova ou sulco de
plantio a uma profundidade de até 15 cm e cobertos com uma camada de solo de cerca de 10 cm, sobre
a qual serão depositadas as sementes. O contato direto dos fertilizantes com as sementes poderá inibir
a germinação, bem como provocar danos à radícula e aos folíolos recém emergidos da semente.
De uma maneira geral, a recomendação de adubação química leva em consideração os
resultados da análise química do solo e as exigências nutricionais da cultura.
Em áreas recém-desmatadas ou em solos de textura arenosa e com baixos
níveis de matéria orgânica, recomenda-se utilizar uma adubação de cobertura, com nitrogênio
na dosagem de 20 kg de N.ha-1, em cobertura, aos 15 dias após a fase de emergência das
plantas.
Caso seja necessário adubação nitrogenada, recomenda-se usar as
combinações sulfato de amônio e superfosfato triplo ou uréia e superfosfato simples para
garantir o suprimento de enxofre às plantas.
Em solos com reconhecida deficiência em micronutrientes (molibdênio e
zinco), recomenda-se aplicar no sulco de plantio, 3 kg de zinco/ha e realizar o tratamento das
sementes, utilizando-se 20 gramas de molibdênio para 20 kg de semente.
Repetir a análise química do solo após o terceiro cultivo consecutivo, para
ajustar a recomendação de adubação.
3. Semeadura
Sementes certificadas são obtidas no campo sob inspeção, de especialistas no assunto, durante
a fase de vegetação e inteiramente isentas de patógenos. A despesa maior que teriam com a aquisição
de sementes certificadas é compensada com a garantia de plantas sadias, vigorosas e sem falhas.
Variedades: Variedades produtivas, resistentes às moléstias e às pragas, que se adaptam
facilmente às condições adversas do solo e clima, são as mais indicadas para uma cultura em bases
econômicas.
Desde que se consiga uma variedade geneticamente produtiva, relativamente tolerante às
oscilações de temperaturas e às condições pluviométricas e também resistentes a algumas moléstias,
pode-se assegurar, com o uso de outras técnicas culturais, um bom resultado no plantio do feijão.
Espaçamento: O espaçamento e a quantidade de semente a ser utilizada depende da variedade, da
fertilidade do solo e do tipo de cultura (irrigada ou não) a ser feita. Assim, para as condições normais
de fertilidade do solo no Estado de São Paulo e para as variedades carioca, rosinha G-2 e bico-de-ouro,
em cultura não irrigada, recomenda-se o espaçamento de 40 cm entre linhas e duas sementes a cada 20
cm, ao longo da linha.
Espaçamento: O espaçamento e a quantidade de semente a ser utilizada depende da variedade,
da fertilidade do solo e do tipo de cultura (irrigada ou não) a ser feita. Assim, para as condições
normais de fertilidade do solo no Estado de São Paulo e para as variedades carioca, rosinha G-2 e
bico-de-ouro, em cultura não irrigada, recomenda-se o espaçamento de 40 cm entre linhas e duas
sementes a cada 20 cm, ao longo da linha.
Quando se pretende plantar utilizando máquinas, calcula-se o lançamento de doze a quatorze
sementes por metro linear. Neste caso, o consumo é de cerca de 50kg de sementes por hectare. Para as
terras mais férteis adota-se espaçamento um pouco maior e para a variedade de ciclo curto e porte
pequeno, como o goiano-precoce, o espaçamento será de 40cm entre as linhas e o uso de duas
sementes em cada 10cm, dentro das linhas.
O espaçamento nas culturas irrigadas deve ser em torno de 70cm entre as linhas e de 10cm
dentro da linha, colocando-se uma semente apenas em cada cova. Nos demais Estados é recomendadas
o espaçamento considerando-se as variedades utilizadas nas respectivas áreas de cultivo.
4. Manejo de pragas
Antes de definir o momento adequado para efetuar o controle com inseticidas é preciso
conhecer os níveis de controle para as principais pragas do feijoeiro.
Várias espécies de artrópodes e moluscos são associadas à cultura do feijoeiro e podem causar
reduções significativas no rendimento da cultura. Dependendo da espécie da praga, da fase de
desenvolvimento da cultura, da cultivar plantada e da época do plantio do feijoeiro, os danos causados
por pragas podem chegar a 100%. Dentre as pragas encontradas nas lavouras de feijão no Brasil, as
responsáveis pelas maiores perdas na produção são a cigarrinha-verde, as vaquinhas, a mosca-branca,
os ácaros e os percevejos. Regionalmente, a larva-minadora, lesmas, larvas-de-crisomelídeos e tripes
têm-se destacado como pragas importantes.
Tecnologias de manejo integrado de pragas do feijoeiro (MIP-Feijão), se bem implementadas,
podem reduzir, em média, 50% a aplicação de químicos, sem aumentar o risco de perdas de produção
devido ao ataque de pragas. O MIP-Feijão leva em consideração o reconhecimento das pragas que
realmente causam danos à cultura, a capacidade de recuperação das plantas aos danos causados pelas
pragas, o número máximo de indivíduos dessas pragas que podem ser tolerados antes que ocorra dano
econômico (nível de controle), e o uso de inseticidas seletivos de forma criteriosa. Desta forma,
espera-se produzir feijão mais eficientemente, minimizando os custos, diminuindo o impacto
ambiental dos produtos químicos e garantindo a sobrevivência dos inimigos naturais das pragas
(insetos benéficos).
Estratégias de manejo Integrado.
Rotação de culturas, Plantio direto e coberturas mortas, Tratos culturais, Uso de sementes
sadias, Controle químico e Cultivares resistentes.
4.1 Cigarrinha-verde
A cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri) pode ser considerada a praga mais importante, por
causar sérios prejuízos na produção, principalmente na safra da "seca", quando é verificada sua maior
ocorrência.
As ninfas e os adultos desse inseto são mais facilmente encontrados na face inferior das folhas
e nos pecíolos. Apresentam coloração verde, semelhante à da folha do feijoeiro, e os adultos medem
cerca de 3 mm. É um inseto ágil que se locomove com rapidez em movimentos laterais característicos.
Em populações elevadas causam encarquilhamento e amarelecimento das bordas das folhas, afetando
o desenvolvimento normal das plantas, que ficam de tamanho reduzido. O comprimento e número de
vagens e o peso dos grãos também são afetados. Quando o ataque ocorre na fase inicial de
desenvolvimento da cultura e durante a floração, o dano é mais elevado e, dependendo da população
da praga, pode haver perda total da produção. Como medida de controle é recomendável evitar o
plantio de cultivares muito sensíveis, como a 'Jalo', por exemplo. Na maioria dos casos, a única
alternativa é a utilização de produtos químicos, entre os quais os inseticidas sistêmicos, aplicados no
ato da semeadura, têm sido os mais eficientes
4.2 Percevejos
As espécies de percevejos que atacam a cultura do feijoeiro são Neomegalotomus parvus,
Nezara viridula e Piezodorus guildini. Os percevejos podem ser observados nas lavouras, após a
floração, atacando as vagens e afetando a qualidade dos grãos. Os percevejos causam danos
expressivos, mesmo em baixas populações, podendo reduzir significativamente a produção, por
provocar o abortamento de grande número de grãos e a malformação de vagens. Os grãos atacados
ficam pequenos, enrugados, chochos e mais escuros, e o poder germinativo das sementes é reduzido.
Os percevejos transmitem a mancha-de-levedura, causada pelo fungo Nematospora corylli, que
deprecia acentuadamente a qualidade do grão. Como medida de controle é recomendada a aplicação
de produtos químicos
4.3 Ácaro-branco
A ocorrência de ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) é maior na safra da "seca",
podendo causar severos prejuízos ao rendimento da cultura. É um inseto praticamente invisível a olho
nu, e sua coloração vai de branco a verde-claro, com o tegumento brilhante. A infestação inicial ocorre
em reboleiras, o que faz que as folhas do feijoeiro enrolem para cima. Posteriormente, a face inferior
da folha torna-se bronzeada, e a superior, verde-escura. Em altas infestações, as folhas tornam-se
coriáceas e quebradiças, e o ataque pode atingir as vagens que ficam bronzeadas e retorcidas.
4.4 Vaquinhas
Podem causar danos severos ao feijoeiro, em especial, quando ocorrem em altas populações
no início de desenvolvimento da cultura. Essas pragas ocorrem na maioria das regiões produtoras de
feijão.
Os adultos das vaquinhas causam desfolha durante todo o ciclo da cultura, reduzindo a área
fotossintética. Os danos mais significativos ocorrem no estágio de plântula, pois podem consumir o
broto apical, se ocorrer altas populações de insetos e não houver área foliar disponível, causando a
morte da planta. Em outros estágios, o dano é menor, pois vários estudos indicam que o feijoeiro pode
tolerar níveis consideráveis de desfolha (20-66%) sem que ocorra perda na produção.
Os adultos podem alimentar-se de flores e vagens, quando sua incidência for alta na fase
reprodutiva da planta. Já as larvas alimentam-se das raízes, nódulos e sementes em germinação,
fazendo perfurações no local de alimentação.
4.5 Carunchos
O caruncho-do-feijão, Zabrotes subfasciatus, é considerado a principal praga de feijão
armazenadoOs carunchos afetam o poder germinativo das sementes e depreciam a qualidade do grão
devido à presença de furos e ovos dos insetos adultos e de larvas no interior dos grãos. Os feijões do
grupo manteiga, tipo Jalo, por exemplo, são os mais afetados. Quando não se faz o controle dessa
praga, o produto armazenado pode ser totalmente perdido.
Em pequenas quantidades, o armazenamento dos grãos dentro de garrafas tipo pet é também
uma boa forma de evitar o ataque e desenvolvimento dessa praga.
Rotação de culturas, Plantio direto e coberturas mortas, Tratos culturais, Uso de sementes
sadias, Controle químico e Cultivares resistentes.
5. Manejo de doenças
A ocorrência de doenças é uma das principais causas de redução da produtividade do feijoeiro.
Transmitidas por fungos, bactérias, vírus e nematóides, as doenças, dependendo das condições
ambientais, podem causar perda total da produção, depreciar a qualidade do produto ou até inviabilizar
determinadas áreas para o cultivo. As principais doenças que ocorrem nas lavouras de feijão, nas
safras das "águas" e da "seca", na região sul do Estado de Minas Gerais são: antracnose, mancha-
angular, murcha-de-fusarium, podridão-radicular-seca, mofo-branco e oídio.
Existem produtos químicos específicos de controle para cada doença, porém algumas medidas
são tão eficientes que, uma vez utilizadas, podem eliminar o uso desses produtos ou, pelo menos,
reduzir o seu emprego na cultura. A rotação de culturas, sobretudo com gramíneas, e a incorporação
dos restos culturais do feijoeiro podem diminuir drasticamente a fonte de inóculo para a safra seguinte.
Deve ser ressaltado, contudo, que, no caso de patógenos habitantes do solo, o feijão não deve ser
incluído na rotação por pelo menos cinco anos. A incorporação dos restos culturais para esse tipo de
patógeno deve ser feita a uma profundidade superior a 20 cm. Como a grande maioria das doenças
do feijoeiro são transmitidas por sementes, a aquisição periódica de sementes provenientes de lavouras
sadias é a principal medida a ser adotada. Além disso, diversas cultivares resistentes ou tolerantes aos
principais patógenos que atacam a cultura do feijoeiro têm sido recomendadas pela pesquisa,
contribuindo para a redução dos prejuízos causados. O emprego de cultivares de porte ereto e o
aumento do espaçamento entre linhas e entre plantas também podem auxiliar no controle de muitas
doenças por propiciarem maior arejamento na lavoura.
5.1 Antracnose
A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum, apresenta ampla
distribuição no Brasil, especialmente nas Regiões Sul e Sudeste e em áreas serranas como as da região
sul de Minas Gerais. Nessa região, as ocorrências freqüentes de temperaturas moderadas, aliadas à alta
umidade, favorecem o desenvolvimento da doença. As perdas causadas pela antracnose são mais
severas quando a doença ocorre no início da cultura. Se as condições ambientais forem favoráveis ao
desenvolvimento do patógeno, as perdas podem chegar a 100%, além de provocar a depreciação da
qualidade dos grãos.
Controle: A utilização de sementes sadias e tratadas com fungicidas é uma estratégia
importante e eficiente para o controle da antracnose. Contudo, a forma mais econômica de controle
dessa doença é a utilização de cultivares resistentes, razão pela qual os programas de melhoramento do
feijão no Estado têm como um de seus principais objetivos a obtenção de cultivares resistentes ao C.
lindemuthianum. Outras alternativas para conter a antracnose são o controle químico com fungicidas e
a rotação de cultura, que reduz o inóculo inicial que sobrevive no solo.
5.2 Mancha-angular
A mancha angular, causada pelo fungo Phaeoisariopsis griseola (Sacc. Ferraris), é, muito
provavelmente, uma das doenças mais importantes da parte aérea do feijoeiro, em especial na safra da
"seca", quando são observadas temperaturas amenas e ocorrência de orvalho que favorecem o seu
desenvolvimento. Até o final da década de 80, a mancha angular era tida como doença de pouca
importância econômica. Nos últimos anos, entretanto, têm ocorrido surtos cada vez mais precoces e
intensos da doença, que resultam em grandes perdas na produção. Dependendo da suscetibilidade das
cultivares e da patogenicidade das raças predominantes do fungo, as perdas podem atingir até 80%, se
as condições ambientais forem favoráveis.
Controle:As principais medidas de controle da mancha-angular são o uso de sementes
sadias e tratadas com fungicidas, a rotação de culturas e a utilização de cultivares resistentes. Como o
fungo sobrevive nos resíduos das culturas, esses devem ser eliminados logo após a colheita. O uso de
produtos químicos adequados, logo após o florescimento, em geral proporciona bom controle da
doença. O trabalho de obtenção de cultivares resistentes é dificultado pela grande variabilidade de
raças do patógeno. Algumas cultivares, como é o caso da 'Pérola', têm apresentado bom nível de
resistência na região sul de Minas Gerais. Cultivares de grãos grandes, tipo Jalo, também apresentam
bom nível de resistência ao patógeno.
5.3 Murcha-de-fusarium
A murcha-de-fusarium, causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. phaseoli, é uma das
doenças mais prejudiciais à cultura do feijoeiro na região sul de Minas Gerais devido, principalmente,
às dificuldades de seu controle e à ocorrência cada vez maior nas áreas produtoras.
Controle: Como medidas de controle recomenda-se fazer uso de sementes sadias e tratadas
com fungicidas e evitar o trânsito de máquinas e implementos agrícolas provenientes de áreas
infectadas. Além disso, os restos de cultura devem ser eliminados e, se for detectada a doença no
campo, deve-se fazer rotação de culturas por, pelo menos, cinco anos, especialmente com gramíneas.
Como o fungo apresenta pequena variabilidade e especificidade com o feijoeiro, o modo mais barato e
eficiente de controlar a murcha-de-fusarium é pelo uso de cultivares resistentes. Entre as
recomendadas para Minas Gerais, as cultivares 'Pérola', 'BRSMG Talismã' e 'Ouro Negro' têm-se
destacado como resistentes a essa doença.
5.4 Podridão-radicular-seca
Causada pelo fungo Fusarium solani, a podridão-radicular-seca vem aumentando de
importância nos últimos anos, podendo causar sérios prejuízos à cultura do feijoeiro. A severidade
dessa doença é maior na presença de nematóides, que causam ferimentos facilitando a entrada do
fungo.
Controle: Como se trata de doença que pode ser transmitida pela semente é recomendável
o uso de sementes sadias e tratadas com fungicidas. Em áreas infectadas, a rotação com gramíneas, no
mínimo por cinco anos, propicia a redução do inóculo do patógeno. O controle da doença é
também favorecido pelo plantio em áreas bem drenadas e a utilização de menor densidade de
semeadura. Atenção especial deve ser dada ao plantio realizado em áreas onde foi cultivado milho
para silagem, pois normalmente ocorre a compactação do solo.Não existem cultivares comerciais
resistentes ao patógeno.
5.5 Mofo-branco:
O mofo-branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, é uma das doenças mais
destrutivas do feijoeiro. Apesar de ser mais comum nas áreas irrigadas, pode também ser observado na
safra da "seca", em lavouras não irrigadas, se as temperaturas amenas que ocorrem nessa safra, na
região sul de Minas Gerais, forem aliadas às precipitações (chuvas) moderadas e contínuas. Na safra
das "águas" é também comum, nessa região, ocorrerem quedas nas temperaturas, que podem favorecer
o desenvolvimento do patógeno. Nessas condições, se o crescimento vegetativo das plantas for muito
vigoroso, chegando a impedir o arejamento e a penetração de luz na cultura, a doença pode se tornar
mais severa.Um outro agravante em relação ao mofo-branco é o grande número de plantas hospedeiras
que o fungo possui, tais como soja, algodão, alface, repolho, tomate rasteiro, ervilha, picão,
carrapicho, mentrasto, caruru e vassoura, entre outras, o que dificulta sobremaneira a sua erradicação
em áreas contaminadas.
Controle: Primeiramente, deve-se fazer todo o possível para impedir a entrada do patógeno
em áreas onde a doença ainda não foi observada, pois, uma vez presente, é muito difícil erradicá-lo. É
essencial, portanto, o uso de sementes sadias, de procedência conhecida e tratadas com fungicidas
recomendados. Deve-se também proceder à limpeza minuciosa dos implementos agrícolas,
principalmente no caso de terem sido utilizados em áreas onde a doença já tenha sido constatada, e
evitar condições ambientais que favoreçam o desenvolvimento do patógeno. Ao se constatar a doença
no campo, as plantas que apresentarem sintomas devem ser arrancadas e queimadas antes da formação
dos escleródios. Se a área já estiver muito infestada, deve-se evitar o plantio de feijão e de outras
plantas suscetíveis por um período de pelo menos cinco anos, dando-se preferência às gramíneas,
como trigo, arroz, milho, sorgo, aveia ou pastagem. Em áreas de risco, para que haja melhor
arejamento da cultura, deve-se adotar espaçamento maior entre as fileiras, número menor de sementes
por metro, cultivares de porte ereto e evitar o uso excessivo de adubação nitrogenada. Aplicações
preventivas de fungicidas apropriados também podem ser feitas em áreas onde a doença tenha sido
constatada anteriormente.
5.6 Oídio:
O oídio, causado pelo fungo Erysiphe polygoni DC, pode se tornar uma doença importante na
safra da "seca", especialmente quando se utilizam cultivares de grãos grandes, que são as mais
suscetíveis ao patógeno. A doença ocorre com maior freqüência durante e após o florescimento.
Controle: O oídio pode ser controlado com a aplicação de fungicidas, o uso de cultivares
resistentes e plantio realizado em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento do patógeno. Nas
cultivares de grãos tipo carioca, como 'Pérola' e 'BRSMG Talismã', as mais utilizadas na região, não
tem sido constatada essa doença.
5.7 Controle integrado de doenças:
Embora existam produtos químicos específicos de controle para cada doença, algumas
medidas são tão eficientes que, uma vez utilizadas, podem eliminar o uso desses produtos ou, pelo
menos, reduzir o seu emprego na cultura. A rotação de culturas, sobretudo com gramíneas, e a
incorporação dos restos culturais do feijoeiro podem diminuir drasticamente a fonte de inóculo para a
safra seguinte. Deve ser ressaltado, contudo, que, no caso de patógenos habitantes do solo, o feijão não
deve ser incluído na rotação por pelo menos cinco anos. A incorporação dos restos culturais para esse
tipo de patógeno deve ser feita a uma profundidade superior a 20 cm. Como a grande maioria das
doenças do feijoeiro são transmitidas por sementes, a aquisição periódica de sementes provenientes de
lavouras sadias é a principal medida a ser adotada. Além disso, diversas cultivares resistentes ou
tolerantes aos principais patógenos que atacam a cultura do feijoeiro têm sido recomendadas pela
pesquisa, contribuindo para a redução dos prejuízos causados. O emprego de cultivares de porte ereto
e o aumento do espaçamento entre linhas e entre plantas também podem auxiliar no controle de muitas
doenças por propiciarem maior arejamento na lavoura.
6. Colheita semi-mecanizada
O sistema de colheita mais utilizado hoje no sul de Minas é o semi-mecanizado, no qual, o
arranquio e o ajuntamento são feitos manualmente, e a trilha, mecanicamente. O arranquio é feito de
maneira igual ao sistema anterior e, dependendo do tipo de trilha, o ajuntamento pode se dar em
montes, ou bandeiras, ou em leiras. As bandeiras são utilizadas quando o material, depois de colhido e
ser secado em terreiro, é transportado para ser trilhado com trilhadora estacionária ou batedora de
grãos. As bandeiras também são utilizadas quando se vai realizar a bateção no campo com a batedora
de grãos, a qual, nesse caso, é acoplada à tomada de força do trator e vai de bandeira em bandeira
realizando a trilha das plantas secas sobre encerado ou lona plástica, para evitar perdas. O ajuntamento
é feito em leiras quando se utiliza uma recolhedora-trilhadora - máquina tracionada por trator que
passa sobre as leiras, recolhendo e trilhando as plantas.
7. Colheita mecanizada
O sistema de colheita mecanizada, em que todas as operações são realizadas com máquinas,
ainda é pouco utilizado na região sul de Minas Gerais. Esse tipo de colheita pode ser realizado com
duas máquinas, arrancadora-enleiradora ou ceifadora e recolhedora-trilhadora, ou com uma única
máquina, automotriz ou combinada. Com o aumento do grau de mecanização, o início das operações
de colheita deve ser antecipado, e as exigências com relação à uniformidade da lavoura são maiores, já
que as perdas podem ainda ser elevadas. Há que se considerar também o alto custo dessas máquinas, o
que torna o investimento viável apenas em lavouras de maior porte. Como forma de minimizar as
perdas, cabe lembrar que deve ser dada atenção especial à adequada regulagem do equipamento a ser
empregado.
8. Ponto de colheita e secagem
Embora seja fácil identificar o ponto de maturação de uma vagem isolada, a determinação do
momento de se iniciar as operações de colheita de uma lavoura de feijão é uma tarefa que requer muita
atenção do produtor, pois pode colocar a perder boa parte de sua produção. As operações não devem
ser iniciadas nem precoce nem tardiamente, pois em ambas as situações as perdas são elevadas.
Independentemente do sistema de colheita adotado, a umidade do grão de feijão colhido deve ser
uniformizada próxima a 13% - índice de umidade requerido para comercialização ou mesmo para
armazenamento temporário, por impedir ou retardar o desenvolvimento de fungos e de carunchos. A
complementação da secagem, se necessária, poderá ser feita naturalmente, à sombra ou ao sol. Nesse
último caso, para se evitar o escurecimento do grão - uma das principais causas de deságio do produto
deve-se fazer o revolvimento constante dos grãos de feijão. O emprego de secadores é também viável,
desde que as temperaturas não ultrapassem 38oC, pela mesma razão.
9. Expurgo
Antes de ser destinado ao mercado ou ao armazém, o feijão deve ser submetido ao expurgos
com fosfina (fosfeto de alumínio), para controle do caruncho, à base de três pastilhas para cada 15
sacos do produto. O material a ser expurgado deve ser coberto com lona impermeável e, após 120
horas da distribuição das pastilhas, ser lentamente descoberto.No manuseio do produto, deve-se usar
luvas e máscara. Após o tratamento, o feijão pode ser prontamente utilizado, pois o produto não deixa
qualquer tipo de resíduo.
10. Armazenamento
O local de armazenamento do feijão deve ser seco, ventilado e completamente limpo, livre de
quaisquer resíduos de outras safras, mesmo que de outras culturas. A sacaria não deve ficar em contato
direto com o piso, e as janelas, portas e outras aberturas devem ser protegidas com telas.
11. Aspectos sociológicos
Historicamente, o feijão é cultivado no Brasil por pequenos produtores descapitalizados, com
baixo uso de insumos externos, e voltado sobretudo para a subsistência das famílias.
Os grãos de feijão representam uma importante fonte protéica na dieta humana dos países em
desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o feijão é um dos componentes
básicos da dieta alimentar da população e importante fonte de proteína para as classes
economicamente menos favorecidas. As Américas respondem por 43,2% do consumo mundial,
seguidas da Ásia (34,5%), África (18,5%), Europa (3,7%) e Oceania (0,1%). Os países em
desenvolvimento são responsáveis por 86,7% do consumo mundial. No Brasil, o consumo per capita
de feijão, na década de 70, era de 18,5 kg-1 hab-1 ano-1; já em 2002 baixou para 16,3 kg-1 hab-1 ano-1.
O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada entre as demais do
gênero Phaseolus. Considerando todos os gêneros e espécies de feijão englobados nas estatísticas da
FAO, publicadas em 2005, a produção mundial de feijão situou-se em torno de 18,7 milhões de
toneladas, ocupando uma área de 26,9 milhões de hectares. Os países em desenvolvimento respondem
por 89,2% da produção mundial e, entre os continentes, a Ásia é o maior produtor mundial, com
45,7%, seguida das Américas (36,7%), África (13,9%), Europa (3,4%) e Oceania (0,2%). Cerca de
66% da produção mundial foi oriunda de apenas sete países, sendo o Brasil o maior produtor,
responder por 16,3% da produção mundial.
Referências
[1] Disponível: www. embrapa .br
Acesso em: 03/04/2011
[2] Disponível: www.criareplantar.com.br
Acesso em:03/04/2011
[3] Disponível: www.sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br
Acesso em:03/04/2011
[4] Disponível: www.ebah.com.br/ cultura-do-feijao -doc-a48187.html
Acesso em:03/04/2011
[5] GUIMARÃES, C.M. Relações hídricas. In: ARAÚJO, R.S.; RAVA, C.A; STONE, L.F.;
ZIMMERMANN, M.J.O (Ed.). Cultura do feijoeiro comum no Brasil. Piracicaba: Potafos, 1996. P.
139-168.