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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Entender intervenção de terceiros é entender porque que um terceiro adentra em um processo. Nós tivemos durantes séculos a tentativa de adivinhar o que era parte. Na Roma Antiga alguns autores entendiam que parte era um dom Divino, um Conselho Eclesiástico ia dizer o que era parte. Os iluministas diziam que parte era um dom jurídico, ou seja, só haveria parte quem tem direito. Até que o italiano Giuseppe Chiovenda, um dos maiores processualistas de todos os tempos, estabeleceu a distinção de parte, disse que parte não é nenhum dom jurídico e nenhum dom divino, parte era um dom topológico, geográfico, dizendo que ser parte é estar no processo. Parte é quem pede e contra quem se pede. Eu posso ingressar no judiciário e discutir direito que não me pertença, eu posso ir ao judiciário e tutelar direito contra outrem que não deveria estar no polo passivo, esta outra pessoa também apesar de não ter que responder pela obrigação é considerada parte. Então hoje no nosso ordenamento para ser parte basta estar dentro do processo formulando pretensão própria. O perito, o oficial de justiça e o juiz (parte da relação processual e não parte para fins de discutir pretensões) não são partes.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Entender intervenção de terceiros é entender porque que um terceiro adentra em um processo. Nós tivemos durantes séculos a tentativa de adivinhar o que era parte. Na Roma Antiga alguns autores entendiam que parte era um dom Divino, um Conselho Eclesiástico ia dizer o que era parte. Os iluministas diziam que parte era um dom jurídico, ou seja, só haveria parte quem tem direito. Até que o italiano Giuseppe Chiovenda, um dos maiores processualistas de todos os tempos, estabeleceu a distinção de parte, disse que parte não é nenhum dom jurídico e nenhum dom divino, parte era um dom topológico, geográfico, dizendo que ser parte é estar no processo. Parte é quem pede e contra quem se pede.

Eu posso ingressar no judiciário e discutir direito que não me pertença, eu posso ir ao judiciário e tutelar direito contra outrem que não deveria estar no polo passivo, esta outra pessoa também apesar de não ter que responder pela obrigação é considerada parte.

Então hoje no nosso ordenamento para ser parte basta estar dentro do processo formulando pretensão própria. O perito, o oficial de justiça e o juiz (parte da relação processual e não parte para fins de discutir pretensões) não são partes.

Terceiro é todo aquele que está fora do processo.

Porque existe no Brasil intervenção de terceiros?

Temos dois grandes grupos de terceiros. Temos os terceiros indiferentes que são aqueles cujos efeitos não vão atingir sua esfera jurídica, por exemplo, na sua cidade está correndo uma demanda entre duas pessoas pela qual você não tem nenhum interesse jurídico, nenhuma relação jurídica, nenhum vínculo com aquela situação subjacente, você é um terceiro indiferente e, portanto desinteressado. Mas nós temos também o grupo de terceiros que tem interesse no processo. E esses terceiros podem ser vistos pelo menos em quatro ordens conforme evidenciado por doutrinas. São elas: os terceiros que tem interesse igual ao das partes, terceiros que tem interesse subordinado ao das partes, terceiros que tem interesse institucional, terceiro que possui interesse econômico. Dentro do interesse econômico temos dois

grandes grupos: aqueles que possuem interesse econômico jurídico (ex.: União, art. 5º, §ú, lei 9469/97) e aquele terceiro que tem mero interesse econômico (ex.: terceiro que seja credor de um executado de outro processo resolva fazer penhora no rosto dos autos).

Porque que esse terceiro seja com interesse econômico, jurídico ou institucional tem interesse em ingressar no processo?

É sabido e ressabido que a coisa julgada possui limites objetivos e subjetivos. No plano dos limites subjetivos em regra a coisa julgada atinge somente as partes (art.472, CPC). Portanto, somente autor e réu são atingidos pelo manto da coisa julgada. Ocorre que, a coisa julgada que é o verniz que reverte a decisão que impede que ela possa ser rediscutida atingir somente as partes, os efeitos de uma decisão não atingem somente as partes. É física e juridicamente impossível que os efeitos de uma decisão só atinjam autor e réu. É potencialmente possível que os efeitos de uma decisão atinjam um terceiro como, por exemplo, um fiador, um coobrigado, um avalista e sempre que os efeitos de uma sentença estiverem na iminência de atingir alguém que não seja parte, terceiro portanto, esse sujeito pode entrar no processo.

Assistência (art.50 ao art. 55, CPC)

Apesar de a assistência estar fora do capítulo de intervenção de terceiro no CPC, ela é sim uma modalidade de intervenção de terceiro e deve ser tratada como tal em nosso ordenamento.

Ocorre a assistência quando terceiro possui interesse jurídico em que uma das partes vença a demanda.

O CPC, bem como a doutrina e a jurisprudência regulamenta duas modalidades de assistência. Uma denominada assistência simples também chamada de adesiva e temos também uma outra assistência chamada de litisconsorcial também denominada de qualificada.

Ocorre assistência simples quando terceiro não tem relação jurídica direta com a parte que ele não quer ajudar. Ele tem apenas o mero interesse de ajudar uma das partes. É o único que ao entrar no processo mantem a posição de terceiro. Ex.: A aluga um imóvel para B, a obrigação de A é deixar o imóvel livre e

desembaraçado de pessoas e coisas para B que tem por objetivo pagar aluguel para A, B ao seu turno subloca esse imóvel para C, o objetivo de B é deixar o imóvel livre e desembaraçado de pessoas e coisas para C , cuja obrigação é pagar aluguel para B. Temos duas relações distintas A e B tem uma relação de locação B e C tem uma relação de sublocação. Entre A e C não existe relação alguma, porque existe um contrato estabelecido entre A e B e um contrato estabelecido entre B e C. Se B deixa de pagar o aluguel para A contra quem A vai entrar com uma ação de despejo? Resposta: contra B, porque C não é parte e não tem relação com o autor e pode ingressar como terceiro, pois tem interesse que o réu vença a demanda nesse caso. Nessa situação o terceiro não tem relação direta com o autor da demanda, assim podemos qualifica-lo como assistente simples.

A assistência litisconsorcial é aquela em que o terceiro tem relação jurídica direta com a parte que ele não deseja ajudar. Ex.: imagine só que B e C sejam proprietários de um imóvel e A entende que esse imóvel que B e C são donos não pertence nem a B nem a C pertence a ele A. O A vai ingressar com uma ação reivindicatória para discutir de quem é a propriedade nesse caso em si. O A é obrigado a demandar contra B e C ou só contra um deles? Resposta: depende do que B e C forem. Se B e C forem casal o art. 10, §1º, CPC, estabelece que toda ação real imobiliária marido e mulher tem que estar no polo passivo. Mas nesse caso em específico o A não é obrigado a demandar contra os dois, ele pode demandar somente contra um deles, e ele demandou contra B. C apesar de não ser parte tem interesse jurídico que uma das partes vença porque se B sair do imóvel o C também vai sair. Então nesse caso o C vai ingressar só que nessas circunstancias como assistente litisconsorcial. O que acontece nesse caso é que o terceiro quando ingressa como assistente litisconsorcial como ele está pretendendo objeto próprio, formando um litisconsórcio com aquele que está ajudando. Possuindo o assistente os mesmos direitos que o réu ordinário possui.

Qual é a grande diferença entre o assistente simples e o litisconsorcial?

Existe uma técnica para guardar regras sobre assistência simples e litisconsorcial. Diante de uma circunstância sempre olhe para o terceiro, se o terceiro tiver relação somente com uma das partes a assistência será simples, se o terceiro tiver relação com as duas partes a assistência será litisconsorcial.

Processamento da assistência:

1º. O assistente não tem nenhum formalismo para entrar no processo, ele ingressa por meio de petição simples, não é necessário que ele formule uma peça própria, não há um instrumento jurídico processual próprio.

2º. Tanto o assistente simples como o litisconsorcial podem ingressar a qualquer momento no processo, pegando o processo no estado em que se encontra. Deve respeitar o direito adquirido e o ato jurídico perfeito. Assim como o revel quando ingressa no processo de maneira retardatária ingressa no processo e recebe-o no estado em que se encontra. O motivo pelo qual o assistente ingressa sem nenhum prazo decorre da simplicidade de seu procedimento, pois ela não gera burocracia procedimental a nenhum processo. No juizado especial cível a lei 9.099/95 no art. 10 proíbe a aplicabilidade da assistência, mas a própria doutrina e jurisprudência autoriza assistência por não ter nenhuma restrição procedimental incompatível com o rito célere que o juizado especial deseja impingir.

É importante saber também se a assistência é facultativa ou obrigatória. No ordenamento brasileiro a assistência é facultativa, porque ninguém é obrigado a ajudar ninguém.

O assistente simples trata como direito oblíquo, se ele não ajudar o que vai acontecer é que ele por via reflexa vai perder aquela situação.

Se o assistente litisconsorcial não ingressa no processo ele não fará parte do contraditório. Se ele não fará parte do contraditório ele não sofrerá os efeitos da coisa julgada e se ele não sofrer os efeitos da coisa julgada nada impede que ele terceiro possa a posteriori ingressar com uma ação para discutir com aquele que venceu a tutela do direito.

Quando o assistente ingressa no processo, as partes originarias da demanda vão ser intimadas para se manifestar no prazo de 05 dias. E o procedimento a partir dai vai depender da atividade exercente das partes. Se as partes concordarem com o ingresso do assistente ele entra no processo sem nenhuma solenidade. A lei dá a entender claramente que a assistência está na esfera de disponibilidade das partes. Então se o assistente ingressar e as partes no prazo de 05 dias concordarem com o ingresso do assistente, isso estaria fora do espectro de jurisdição do magistrado, ele não poderia, portanto, nessa situação específica, ingressar se manifestando contrário à intervenção do assistente. Não é necessário que as partes formulem uma petição dizendo “pode entrar”, nada impede que as partes deixem transcorrer in albis o prazo de 05 dias, acontecendo na pratica nesta situação específica a

aceitação tácita. Ocorre que a doutrina e a jurisprudência possuem entendimento diverso desse da lei, defendendo que, mesmo que as partes concordem, o juiz poderia impedir o ingresso do assistente alegando que ele não tem interesse jurídico ou possa causar algum tumulto, ou seja, o magistrado tem esse poder, zelando pela rápida solução do litígio (art. 125, CPC).

O assistente simples e o litisconsorcial têm poderes diferentes no plano do processo. O assistente litisconsorcial deve ser considerado parte a despeito de parcela da doutrina entender o contrário, mas a majoritária doutrina, defende o posicionamento de que o assistente é parte, e sendo parte no processo ele vai exercer o direitos, obrigações, ônus, deveres e portanto sofrerá os efeitos da coisa julgada.

Se discute muito na doutrina se o assistente que pode ingressar no processo em qualquer momento, se ele pode ingressar somente em fase recursal, ou seja, o assistente participou do processo somente em segundo grau ou nos tribunais superiores. Será que os assistentes litisconsorciais sofreriam os efeitos da coisa julgada? Vai depender do momento procedimental que ele ingressou e de que maneira ele pode influenciar na decisão. Mas em regra o assistente litisconsorcial vai sofrer os efeitos da sentença, vai sofrer a coisa julgada e portanto, ele vai ser atingido como parte, e seus atos nesse sentido são ilimitados. Podendo contestar, reconvir, recorrer, executar, nomear bens a penhora etc. Já o assistente simples como tem seu poder mitigado porque o direito que se discute não é dele, a lei cria restrições no plano do procedimento para que ele possa praticar, estabelecendo que em princípio o assistente pode praticar quaisquer atos inerentes a atividade das partes, então o assistente tem o poder de contestar, recorrer, promover execução, praticar quaisquer atos inerentes às partes. Entretanto, a doutrina estabelece três restrições a essa atividade. São elas:

(1º) atos dispositivos, que são atos de disposição do objeto litigioso, não podendo confessar, transigir, dar quitação, renunciar ao direito sob que se funda a demanda.

(2º) atos ativos, de ampliação do objeto litigioso, não podendo denunciar a lide, entrar com uma ação declaratória acidental, não pode reconvir. Então em todas as situações em que se apresenta um ato ativo não é facultado ao assistente.

(3º) O assistente não pode praticar atos contraditórios à vontade do assistido. O CPC no art. 52 estabelece que se o assistido for revel o assistente poderá

ingressar no processo como gestor de seus negócios, ou seja, gestor de negócios alheios, auxiliando na defesa primária, que segundo a lei ele vai defender a vontade presumida do assistido.

O assistente pode praticar todos os atos? Se o assistente recorrer e o assistido não, e se o recurso do assistente vier a favorecer o assistido, evidentemente que esse ato não pode ser considerado um ato divergente. Ato divergente é todo aquele ato praticado pelo assistente em que manifestamente nos autos o assistido não quis praticar. Por exemplo a sentença foi prolatada no segundo dia do prazo recursal o assistido protocoliza uma petição abrindo mão do direito de recorrer, renunciando; quatro dias depois o assistente recorre (evidentemente que ele não pode recorrer) e nesse caso específico a vontade do assistente é conflitante com a vontade do assistido.

A coisa julgada para o assistente simples funciona da seguinte maneira: o assistente simples na verdade tem uma paquidérmica diferença para o assistente litisconsorcial, porque o assistente litisconsorcial é parte, disputa objeto litigioso próprio no processo e, portanto ele vai sofrer os efeitos da coisa julgada conforme art. 472 do CPC. O assistente simples não é parte, não sendo parte, porque dentro do processo disputa algo que não lhe pertence evidentemente que ele não pode sofrer os efeitos da coisa julgada, que somente vai atingir as partes. Então a lei criou uma espécie de simulacro da coisa julgada no art. 55 do CPC que eles chamam de justiça da decisão. A justiça da decisão seria uma coisa julgada só para o terceiro, é uma coisa julgada diferente, que é subjetivamente menor, porque vai atingir somente ao terceiro, mas ela é objetivamente maior, porque ela vai atingir também a fundamentação e não só ao dispositivo, sabendo que classicamente à luz do art. 468 e 469 do CPC, só faz coisa julgada no ordenamento jurídico brasileiro o dispositivo, ou seja a fundamentação, os motivos, as razões, verdade dos fatos.

Oposição e nomeação a autoria

Nomeação a autoria – nem sempre é fácil descobrir a legitimidade dentro do processo. Existe uma classificação de partes hoje que é mundialmente aceita, definindo que parte é quem pede e contra quem se pede determinada providência jurisdicional.

Demandar contra alguém independente de quem seja, esta pessoa será réu, mas ela nem sempre será ré legitima. E é evidente que se eu demandar contra alguém que não é legítimo o CPC deve criar mecanismos para que esta pessoa possa sair do processo, ou seja, sempre que um autor demandar contra o réu que não deveria estar no polo passivo por força de sua ilegitimidade o CPC vai criar instrumentos em 100% dos casos para que este réu possa ser expurgado do plano do processo. O problema é: como é que ele vai sair do processo? Em 99% dos casos em que o réu é demandado e não deveria estar no polo passivo, ele vai alegar esta ilegitimidade em preliminar de contestação (art.301, X) e vai dizer que ele é parte ilegítima e, portanto não vai ficar no processo e ato contínuo o magistrado vai verificar isto. A ilegitimidade pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição por força dos artigos 267, §3º e 301, §4º. Neste caso, o réu não vai ter compromisso em dizer qual o verdadeiro praticante do ato ilícito. Competindo ao autor pelo ônus da prova, art. 333, I, dizer que ele foi o culpado. Ocorre que, em dois casos no Brasil a parte não pode alegar em preliminar de contestação. Em duas situações específicas o réu deve nomear a autoria, ou seja, em duas situações específicas do art. 62 e 63, CPC o réu ao ser citado ele não pode alegar uma preliminar de contestação dizendo que ele é parte ilegítima, ele deve nomear a autoria. Nomear a autoria é a correção do polo passivo da demanda em circunstâncias especiais. Entrando o terceiro no lugar do réu, o réu vai sair e o processo vai ficar entre o autor e o terceiro que agora será o réu.

Hipóteses de nomeação a autoria:

1º. Hipótese do mero detentor - art. 62, CPC. Detentor é aquele que não exerce posse, é aquele que exerce o fâmulos da posse. Ex.: Vamos imaginar que A seja dono de uma gleba de terra, e C invade essa gleba de terra e comete, portanto, esbulho possessório. No que o C invadiu a gleba de terra e cometeu esbulho possessório colocou ali B de caseiro. Quando A chega na terra, encontra B trabalhando na terra e pela teoria da aparência ele vai ingressar com uma ação contra B que é o caseiro e não foi o responsável por aquela invasão. O B devidamente citado percebe que pelo art. 62 do CPC não pode alegar uma preliminar de legitimidade; então ele deve nomear a autoria o terceiro e o terceiro vai entrar no lugar dele e este réu detentor vai embora. Há um cuidado que nós temos que ter, porque existem às vezes quando se discute diplomas diferentes regulamentando a mesma circunstância jurídica, pois se terá algumas dificuldades no plano operacional. Explicando melhor: o CC no art.1.228 diz que o possuidor

poderá praticar todos os atos inerentes ao domínio e poderá usar, gozar, dispor e reaver bem como reaver o imóvel de quem quer que injustamente o possua ou detenha. Então percebam o seguinte, que a lei estabelece que aquele que vai ao judiciário pode entrar de acordo com o art. 1.228, contra o detentor que injustamente a possua ou detenha. Temos uma antinomia entre o CC e o CPC; porque o CPC permite que o detentor possa sair do processo tendo em vista que ele só possui famules da posse, ou seja, quem é detentor e é demandado em nome próprio em uma demanda nesta circunstância poderia sair do processo. Mas o 1.228 confere legitimidade ao detentor; mas o que a doutrina estabelece que a palavra detenha está escrita no CC não seria bem o detenha-se no sentido de detenção e sim em um sentido mais genérico de deter; então a palavra detenha-se tem que ser lida como literalmente não escrita para fins e efeitos de nomeação a autoria. Então é importante que entenda que o fato do artigo 1.228 do CC possuir uma expressão dizendo que haveria legitimidade passiva em face do detentor, ela não pode ser lida a luz do art. 62, porque de outro modo nós estaríamos revogando a incidência do art.62 e o que prevaleceria nesse caso nesse caso é o artigo 1.228. Portanto, se o verdadeiro proprietário resolvesse ingressar com uma ação ele poderia tanto colocar o esbulhador como no caseiro, porque todos eles teriam legitimidade passiva, o que não é o caso.

2º. Hipótese do mero executor – chamado também de mero cumpridor de ordens. Tem que tomar cuidado para a distinção entre o mero cumpridor de ordens no plano penal (este sempre responsável) e o mero cumpridor de ordens no plano civil (este com suas restrições, que ainda serão estabelecidas). Imagine que eu Fulano trabalhe em uma empresa e meu chefe pede para eu jogar o lixo no vizinho e eu evidentemente não tenho muitas opções, a minha única opção é jogar o lixo no vizinho. Vou lá e jogo o lixo no vizinho, e o vizinho me vê jogando o lixo, esse vizinho irá entrar com uma ação contra eu FULANO, pois o art. 186 estabelece que aquele que pela ação ou omissão causa prejuízo a outrem deve reparar o prejuízo, e é o que aconteceu. Nesse caso específico eu FULANO indevidamente fui demandado, porque eu estava cumprindo ordens do meu chefe. Quando eu recebo o mandado de citação, resolvo nomear a autoria meu chefe que é o autorizador da ordem, para que ele ingresse em meu lugar e eu saia do processo. Então, em todas as situações possíveis em que o autor demanda contra o réu que não deveria estar no polo passivo, ele vai alegar em preliminar de contestação ou em outro momento oportuno que ele desejar a legitimidade de parte conforme art. 301, X, CPC.

No plano procedimental pode-se dizer que a nomeação a autoria é feita também por petição simples, assim como a assistência. Aqui há um limite temporal, ao contrário da assistência que não há momento a denunciação da lide deve ser feita no prazo de defesa e não dentro da defesa. Existe uma ritualística dentro da nomeação a autoria que não autoriza formular isso dentro da defesa.

E se a nomeação a autoria for julgada improcedente?

Imagine por exemplo que eu de má fé nomeio a autoria um terceiro, vamos imaginar por exemplo que eu FULANO invade uma gleba de terra e o dono da gleba de terra ingressa com uma ação contra mim, eu sei que vou ter que responder por aquela causa e eu de má fé nomeio a autoria um terceiro dizendo que quem invadiu foi ele e que eu sou mero detentor sou caseiro daquela gleba, então eu não deveria responder. O juiz no curso da instrução probatória, percebe que eu FULANO menti nos autos e nomeei a autoria um terceiro de má fé. Nesse caso o juiz dá uma decisão dizendo que eu devo ficar no processo, julgando improcedente a nomeação. No prazo de defesa em que eu poderia contestar eu formulei uma petição simples nomeando a autoria, portanto eu perdi o prazo de defesa. O que a lei estabelece nesse caso? A lei não gera nenhuma sanção procedimental para o nomeante, para o réu. Nesse caso se a nomeação for indeferida o magistrado devolverá o prazo de defesa. Mesmo o réu tendo agido de má fé o magistrado devolve o prazo de defesa, podendo aplicar a ele todos os tipos de multa imagináveis. O que o magistrado não pode nesse caso específico é tolher (impedir) o contraditório.

A nomeação a autoria é obrigatória ou facultativa? A assistência é facultativa, já a nomeação a autoria é obrigatória (art. 69, CPC). Responde por perdas e danos, aquele que não nomear a autoria.

Existe alguma razão para a obrigatoriedade da nomeação?

A doutrina não costuma estabelecer isso com muita clareza, e não estabelece porque é muito difícil entender qual é a racio legis, ou seja, qual foi a vontade do legislador naquele caso específico. Mas existe um motivo efetivo para que a nomeação seja obrigatória. A relação entre quem nomeia e é nomeado é uma relação sempre de subordinação.

A obrigatoriedade gerará uma série de problemas dentro do ordenamento. Primeiro deles é o princípio da dupla concordância; significando para que a

nomeação seja aperfeiçoada é necessário que o autor da causa e o terceiro tenham que concordar.

Da petição inicial até a citação o autor pode mudar quaisquer elementos da demanda que ele quiser, pode mudar as partes, a causa de pedir e o pedido. Da citação até o saneamento o autor ou o réu só podem mudar alguma coisa com a autorização do outro. E após o saneamento você não pode mudar absolutamente nada. O que acontece na prática, nesse caso específico, se o réu quiser mudar elementos subjetivos, qual seja, ele mesmo do processo, o autor tem que concordar.

E se o autor não concordar?

Se o autor não concordar, ele assume o risco. Que risco? Imagine por exemplo, o autor diz não, eu acho que você praticou o ato, não defiro a sua troca para um terceiro. Nesse caso específico, temos um grave problema, o autor vai continuar contra esse réu e se lá na frente se constatar que esse réu seja parte ilegítima, quem vai arcar com as custas de sucumbência será o autor. Se o autor indeferir a nomeação, ele assume um risco, o risco de saber que no final do processo ele pode estar demandando contra uma pessoa ilegítima.

O que é muito complicado entender é o porquê de o terceiro ter que concordar. Imagine por exemplo que eu realmente joguei o lixo no vizinho e ao jogar o lixo no vizinho ele entrou com uma ação contra mim, quando eu fui demandado pedi desculpas “por ter nascido” e nomeei a autoria meu chefe, no que meu chefe conversou comigo ele disse fique tranquilo FULANO eu vou ingressar no processo no seu lugar, porque esse lugar onde você jogou o lixo não é o terreno do vizinho, é um terreno baldio autorizado pela prefeitura e eu estou cansado de ver esse vizinho a todo momento me incomodar dizendo que não posso jogar o lixo ali, e eu estou documentalmente instruído para provar nos autos da demanda que efetivamente ele está errado e isso vai ser julgado com força de coisa julgada e portanto eu vou poder fazer com que ele pare de me incomodar com isso. Então percebam que o terceiro pode querer entrar e se ele quiser entrar não há problemas.

E se o terceiro não quiser entrar?

O autor vai ter duas opções: continua contra o réu que ele ingressou originalmente, assumindo o risco de ser esse réu ilegítimo; ou o autor vai desistir do processo em relação ao réu originário e vai demandar contra o terceiro.

Oposição

Normalmente, quem entra no judiciário, são as pessoas que são titulares daquele direito. Ocorre que, nem sempre aquilo que se disputa em juízo pertence ao autor ou ao réu, é perfeitamente possível que aquilo pertença a um terceiro. E o terceiro entenda que aquilo que se disputa seja dele, então ele vai ingressar com o que nós chamamos de oposição.

Então uma definição clássica que nós podemos utilizar, com fundamento no art. 56, CPC, é dizer, que ocorre oposição quando terceiro reivindica para si no todo ou em parte aquilo que as partes disputam em juízo.

Então nós temos na verdade o que eles chamam de uma intervenção ad excludendum. O que seria isso? A minha pretensão é uma pretensão bifronte, porque eu desejo uma procedência para mim e uma improcedência para as partes originárias do processo. Então eu vou ingressar numa condição de figurar como parte em igualdade de condição com o autor e o réu originários para disputar a titularidade daquele bem.

A oposição gerará dois efeitos. Para o autor será uma decisão declaratória se o opoente realmente ganhar, porque o autor que não tem o bem em mãos terá para si uma declaração de que o bem realmente não lhe pertence. Para o réu a natureza será condenatória, porque se normalmente um autor demanda contra um réu a titularidade de um imóvel ou bem móvel, é porque o réu está na posse daquele bem, tendo o dever de entregar aquele bem.

A oposição é um instituto jurídico muito parecido com os embargos de terceiro. Não se pode confundir embargos de terceiro com oposição. A distinção entre essas duas figuras jurídicas está no plano do que você vai pleitear. Se você entra no judiciário simplesmente para tirar o bem sem querer discutir a relação jurídica, chamamos de embargos de terceiro. Se for entrar no processo para discutir o próprio bem, chama-se de oposição.

Exemplo de embargo de terceiro: imagine que um exequente oferece uma execução contra um executado, cujo fato gerador seja um cheque sem fundo (título

executivo – art. 585, inciso I, CPC). No curso da execução, o executado de má fé nomeia a penhora um bem de terceiro, quando este terceiro percebe que seu bem está indevidamente constrito no processo, ele vai ingressar com embargos de terceiro (art.1.046, CPC), não para discutir a causa, mas para retirar do gravame judicial o seu bem que foi indevidamente constrito.

Já na oposição o terceiro vai ingressar no processo e verificando que autor e réu disputam o seu bem, ou seja, o objeto litigioso da causa é o bem, o terceiro vai ingressar para discutir com as partes aquilo. Então vai-se discutir em igualdade de condições.

Então uma técnica boa para identificar embargo de terceiros e oposição é o seguinte: sempre que o interesse do terceiro coincidir com aquilo que as partes querem, é oposição. Agora quando interesse do terceiro for divergente do interesse das partes, nós falamos de embargos de terceiro.

A oposição é formalizada por meio de uma ação, ao contrário da assistência e da nomeação a autoria que é por petição simples. Será uma ação incidental apresentada dentro do processo.

Na oposição pode-se ingressar até a sentença.

Ao contrário de outras intervenções de terceiro, a oposição tem um prazo muito bem determinado. A sentença é o prazo limite para o terceiro ingressar, mas existe posicionamentos divergentes na doutrina.

Ao contrário da nomeação a autoria que é obrigatória, a oposição é facultativa. Até porque ninguém pode ser obrigado a entrar com uma ação no judiciário. Mas há uma questão importante, se a oposição é facultativa, como é que isso se resolve na prática? Se o opoente quiser por economia processual e o fato gerador de existir a oposição é a economia processual, o opoente vai ingressar e as partes originárias irão se manifestar. Se o opoente não ingressar por qualquer motivo, ou porque perdeu a etapa procedimental própria, ou porque hoje o opoente não tem toda a documentação necessária para provar a titularidade do bem e ele precisa de um tempo para poder formalizar essa burocracia, o opoente pode por exemplo não ingressar com a oposição e não ingressando com a oposição, ele espera o processo terminar, verificando quem foi o vencedor dessa demanda, ingressar com ação para discussão do bem.

E uma outra questão fundamental que nós temos que entender, é como o opoente vai ingressar no processo. E o sistema processual brasileiro divide a intervenção do opoente em dois grandes grupos de acordo com o momento temporal que ele ingressa. Se o opoente intervier no processo até a audiência de instrução e julgamento nós chamamos isso de intervenção opositiva, ou seja, o opoente vai ingressar no processo o juiz vai reunir ambos os feitos e ao reuni-los o juiz irá proferir uma única sentença para os três. Ou seja, se for antes da audiência o juiz reúne os feitos, os três (autor, réu e opoente) irão poder na sua audiência demonstrar a juridicidade do seu direito, julgando o juiz em primeiro lugar, a sorte do opoente. Se o opoente intervier após a audiência mas antes da sentença o juiz terá um problema, ele não vai autuar os processos em apenso e terá duas opções, primeira: o juiz pode julgar a causa principal, independentemente da oposição; segunda: o juiz pode sobrestar o feito por prazo não superior a noventa dias, até que a oposição que começou muito tarde chegue na mesma etapa procedimental, chegando os dois na mesma etapa o juiz reúne os feitos para julgamento em conjunto.

O que acontece se o opoente ganhar a causa?

Tem-se duas correntes. Para aqueles que defendem a teoria da apresentação, a teoria do CPC sobre as condições da ação, o entendimento seria uma carência de ação superveniente. Para outros autores que defendem a teoria da asserção ou prospecção, essa teoria nesse caso, se o terceiro ganhasse a causa, tanto para o autor como para o réu originário (chamados opostos) vão ser julgados improcedentes para ele a demanda. Independentemente de qualquer coisa o opoente ingressando no processo em qualquer uma dessas situações os opostos serão citados para se defender no prazo comum de 15 dias. Então nesse caso, não se aplica a regra do artigo 191, ou seja, o artigo 57 é uma exceção à regra ao artigo 191.

Concluindo: nomeação a autoria é a correção do polo passivo da demanda em circunstâncias especiais. É formalizada por petição simples. O prazo de defesa será devolvido pelo juiz se a nomeação a autoria for indeferida. A nomeação a autoria é obrigatória conforme artigo 169, CPC. E para que a nomeação a autoria ocorra no Brasil é necessária a dupla concordância (tanto o autor quanto o terceiro devem concordar com a nomeação).

Já a oposição ocorre quando o terceiro reivindica para si no todo ou em parte aquilo que as partes disputam em juízo. Quem disputa um bem em juízo geralmente é quem pretende ser dono dele. Se duas pessoas estão disputando um bem e um terceiro entende que este bem móvel ou imóvel que está sendo disputado em um dado processo lhe pertence, ele pode ingressar no processo com oposição para reivindicar para si o que as partes disputam. A oposição é uma intervenção ad excludendum, porque seu objetivo é excluir as partes. Almeja uma proteção bifronte, ou seja, quer uma procedência para ele terceiro e uma improcedência para as partes. A oposição se difere dos embargos de terceiro por aquilo que se persegue, o que o terceiro pretende é o bem e o que as partes disputam é o bem, então existe essa coincidência, daí o porque chamamos de oposição. Se aquilo que se disputa não coincidir com o bem que terceiro pretende, fala-se em embargos de terceiro. A oposição tem natureza de ação. Pode-se ingressar no processo até a sentença. Os opostos que são autores e réus originários serão citados para se defender no prazo comum de 15 dias. Se o opoente ingressar até a audiência, fala-se em oposição interventiva, ou seja, o juiz reúne os feitos para uma única sentença, sempre julgando a sorte do opoente em primeiro lugar. E se o opoente intervier no processo após a audiência mas antes da sentença, tem-se uma intervenção autônoma, não havendo união dos feitos e o juiz teria duas opções: ou determina o sobrestamento do feito por até 90 dias até que a oposição chegue na mesma data procedimental, quando então haverá reunião dos feitos; ou então o juiz não reunirá o feito e julgará a ação principal independentemente da oposição.

Denunciação da lide - é a modalidade de intervenção de terceiros mais adotada no nosso ordenamento e é a que mais gera controvérsias. Sua grande aplicabilidade reflete também na jurisprudência.

Para se entender bem denunciação da lide é importante que se faça um rápido comparativo. Denunciação da lide é trazer alguém ao processo que é garantidor do seu direito, para que essa pessoa possa responder regressivamente (secundum eventum litis). Então denunciar a lide é trazer ao processo um terceiro garantidor dos seus direitos, alguém que estabeleceu com você uma relação de garantia.

Como funciona isso na prática? Imagine por exemplo, que um réu qualquer que ainda não foi demandado resolve contratar com um terceiro e estabelece com esse terceiro um contrato de garantia no sentido de se eventualmente esse réu for, no futuro, demandado, esse terceiro tem o dever de ressarcir esse réu caso ele

tenha que pagar. Dois anos depois o autor ingressou com uma ação contra o réu lhe cobrando um valor, e esse réu pagou ao autor a demanda. Na medida em que o processo terminou com o réu dispendendo dinheiro ao autor o réu pode em uma futura ação regressiva cobrar do terceiro todo o valor que ele despendeu na primeira demanda.

A pergunta é o seguinte: para que eu vou esperar o réu pagar ao autor na primeira demanda para depois ele cobrar do terceiro se eu já posso por economia processual denunciar a lide ao terceiro e o juiz em simultâneos processos no mesmo processo e na mesma sentença decida a relação de ambos? Imagine por exemplo que eu tenha uma seguradora de carro, pago o seguro de carro há 15 anos e digo eu vou lhe pagar um prêmio por mês, caso aconteça um roubo, furto, etc. no meu veículo eu tenho o direito de ser ressarcido e foi o que aconteceu. Um belo dia eu bati no carro de alguém por imprudência, negligência ou imperícia e esse alguém ingressa com uma ação contra mim, ação de acidente em veículo terrestre (art.275, inciso II, alínea d, CPC). No que essa pessoa ingressa com uma ação contra mim eu teria duas opções: eu poderia me defender e ao terminar o processo, cobrar futuramente a seguradora numa segunda demanda; ou eu posso por economia processual já denunciar a lide à seguradora, deixar a seguradora em espera e dizer que a está denunciando a lide, mas vou fazer o possível para me defender do autor e quebrar o nexo causal, provando para o judiciário que o autor não é detentor desse direito que ele postula, eu acho que não sou culpado, mas se eu réu for culpado e condenado você regressivamente me paga nesse mesmo processo. Então nesses casos o juiz vai proferir uma sentença com dois dispositivos, condenando o réu a pagar ao autor e vai condenar a seguradora a pagar ao réu. Então a denunciação a lide embute na ação originária a futura ação regressiva que você iria demandar por economia processual. Dentro da relação processual pode-se dizer que se tem dois processos, o processo do autor contra o réu e do réu contra terceiro, partindo da premissa que o réu tenha denunciado a lide.

No Brasil, existem três modalidades de intervenção de terceiro. O artigo 70 do CPC enumera três modalidades de intervenção de terceiro. Temos a hipótese de evicção (inciso I), a hipótese da posse indireta (alguns autores entendem que é uma evicção de maneira diversa), as outras hipóteses por lei ou contrato.

Evicção é a perda da coisa por decisão judicial. O artigo 450 do CC autoriza que todo aquele que perca seu imóvel por força da evicção tenha direito a receber não só o valor, como perdas e danos e todos os gastos dai decorrentes. Imagine por

exemplo que A vende a B um imóvel, só que esse imóvel não era de A, A conseguiu uma matrícula fajuta e conseguiu passar esse imóvel para B. Verdade dos fatos: o imóvel que B adquiriu hoje pertence a C, C é o verdadeiro dono. Verificando C que o imóvel não está em seus domínios, ele resolve ingressar com uma ação contra B, para discutir o imóvel. O B descobre que na verdade naquele caso existe uma potencialidade dele perder aquele bem, porque C chegou com a matrícula do imóvel, muito bem documentado, demostrando que efetivamente ele é o proprietário daquele bem. No ato em que ele é citado ele denuncia a lide àquele que lhe vendeu e diz o seguinte: você entrará no processo, formará uma relação jurídica acessória e você responderá a mim caso eu tenha que entregar o imóvel. Vou me defender, tentar provar no judiciário que o bem é meu, mas se eu for condenado a entregar o imóvel a C, você A vai me pagar o valor que despendi porque você responde pelos riscos da evicção. Então nesse caso teríamos uma sentença com duas situações: a primeira a entrega do bem do réu para o autor e a segunda, o dispêndio do dinheiro pago do terceiro para o réu. Onde está a relação de garantia nesse caso? Foi um contrato de compra e venda? Como pode estabelecer a relação de garantia? Aí vem o ponto importante, todo contrato de compra e venda tem uma cláusula resolutória tácita, não precisa estar escrita, é como se estive dizendo estou te vendendo algo se isso não for meu, me procure. Isso porque, quando você aliena um bem para alguém, você se torna automaticamente o garantidor do direito dessa pessoa, a partir do momento em que alguém ingressa com uma ação contra você pleiteando esse bem jurídico, você pode me denunciar a lide para que eu responda regressivamente e secundum eventum litis, ou seja, eu terceiro só vou responder a você, caso você perca o imóvel.

Esta hipótese de evicção independe de culpa, ou seja, não adianta discutir que você é de boa fé ou de má fé, porque a evicção é objetiva. Se alguém adquiriu um imóvel, você vai perder o imóvel caso a pessoa que demande contra você seja de fato a dona. O que você pode conseguir a luz do artigo 450 do CC é reaver o preço pago bem como as indenizações dai decorrentes.

A segunda modalidade de denunciação a lide que temos no ordenamento é a posse indireta (II). Diz-se também que é outra modalidade da evicção, porque a evicção não atende somente a propriedade, mas atende também a posse. Imagine por exemplo que A aluga um imóvel para B, a obrigação de A é deixar o imóvel livre e desembaraçado de pessoas e coisas pelo período contratual locatício. A obrigação

de B é pagar aluguel na data aprazada. Ocorre que A alugou para B um imóvel que não lhe pertence, este imóvel que alugou para B na verdade é de C. E A alugou o imóvel para outrem a revelia de quem efetivamente é dono, então quando A alugou para B, C verificando que o imóvel não está em seus domínios ingressou logo com uma ação contra B. B ao ser citado, denuncia a lide a A, dizendo o seguinte: eu vou me defender e se eu for condenado a entregar o imóvel ao verdadeiro dono você terá que me pagar uma cláusula penal do contrato de locação, porque você se comprometeu a me deixar no imóvel livre e desembaraçado de pessoas e coisas pela data aprazada, e você não vai conseguir cumprir isso. Então é importante que você fique ciente de que você terá que me ressarcir esse valor. É diferente do inciso I, porque nele A terá que restituir todo o valor do imóvel e nesse caso do inciso II não houve uma compra e venda, foi uma questão de posse indireta. Então nessas situações específicas, o artigo 564 e o artigo 566 do CC, conferem poder ao locatário de poder ficar na coisa pela data aprazada. Nessas situações específicas, se o locatário sair do imóvel, ele tem direito a receber uma cláusula penal.

E a última hipótese, mais tradicional, mais comum e que vem gerando algumas controvérsias, especialmente com as ultimas decisões do STJ, e é importante entendermos que estamos criando um novo paradigma para o nosso ordenamento, diz respeito a questão da seguradora especificamente por lei ou contrato, o exemplo clássico da seguradora. Por exemplo, se eu paro meu carro no estacionamento de um shopping center e meu carro é furtado eu vou ingressar com uma ação contra o shopping porque por culpa in vigilandum, quem deve responder pela obrigação é o shopping center. O shopping ao ser citado vai fazer sua defesa, mas vai denunciar a lide a seguradora pelo qual ele contratou pagando alto preço para que ele possa segurar todo o estacionamento. O grande problema que temos aqui é o seguinte: imagine que eu esteja no shopping center e lá na discussão com o segurança depois que meu carro foi furtado, eu vi ali que há uma placa dizendo o seguinte: este estabelecimento é segurado pela Companhia Tal. A pergunta é: posso cobrar direto da seguradora? Se alguém bate no meu carro e eu sei qual é a seguradora daquele sujeito que bateu no meu carro, eu posso cobrar direto da seguradora? Em uma primeira premissa tem-se que entender que não é possível, porque evidentemente não há relação jurídica entre a seguradora e a vítima do acidente. Como que isso pode ser formalizado na prática? Na prática isso vai ficar um pouco mais difícil, porque hoje aos poucos a jurisprudência vem se inquinando para um posicionamento diverso. Hoje, nós temos o enunciado 82 do Fonage, é um enunciado de Campo Grande, que permite que a vítima do acidente possa

demandar não só contra o causador do acidente, como também contra a seguradora, seja em litisconsórcio, só a seguradora ou só aquele que causou. Na verdade no juizado há razão de ser, porque o artigo 10 da lei 9.099/95 não autoriza as intervenções de terceiro, e por conta disso como não se pode, por exemplo, nesse caso, o causador do acidente denunciar a lide a seguradora, para facilitar o cumprimento da obrigação muitas vezes quem praticou o ato é insolvente. Então nesses casos a seguradora se permite. Mas hoje o STJ teve duas decisões recentes autorizando a condenação direta da seguradora em face da vítima. Essas decisões recentes autorizando a condenação direta da seguradora em face da vítima, apesar de facilitar o ordenamento jurídico brasileiro para o cumprimento da obrigação, vai criar alguns entraves que efetivamente devem ser levados em consideração, como o caso de nem sempre o causador do acidente querer trazer a seguradora, e não irá trazê-la por vários fatores: primeiro deles é que a seguradora pode, por exemplo, se descobrir no curso do processo que eu não tenho direito ao seguro. Então é importante que se entenda que criar esse salto entre a vítima do acidente e a seguradora está subtraindo em princípio um direito subjetivo daquele que causou o acidente. É fundamental que se entenda que, as decisões anteriores do STJ que permitiam a execução direta da seguradora pode causar problemas na prática.

É possível que o denunciado possa trazer novos elementos à demanda ou só pode efetivamente discutir aquilo que está disputado? Ou seja, será que o terceiro pode ampliar o objeto litigioso? Isso tem grandes problemáticas na prática. Só a título de exemplo, o art.37, §6º, CF, imaginemos uma sena cotidiana, imagine que um servidor público no exercício de sua função colida o carro com o carro de um particular, e esse particular vai ingressar com uma ação contra esse servidor público, a causa de pedir dessa demanda é responsabilidade subjetiva, fulano por imprudência, negligência ou imperícia causou danos no veículo. Evidentemente que o servidor público nesse momento vai denunciar a lide ao Estado para que ele participe do processo. A relação do Estado para com aquele que sofreu o acidente é uma responsabilidade objetiva. Nesse caso se a Fazenda ingressar no processo com novos elementos, quais sejam, os elementos da responsabilidade objetiva eu vou estar ampliando o objeto litigioso. Para aqueles que defendem a teoria restritiva (teoria clássica), defende-se nesse caso que você não pode alegar essa matéria. Para quem defende a teoria ampliativa (teoria instrumentalista) defende que isso seria possível. E hoje no Brasil temos duas correntes muito bem divididas, temos uma corrente que defende a teoria restritiva que entende que você não pode trazer novos elementos; e de um outro lado temos a teoria ampliativa. Aqueles que

defendem a teoria restritiva estabelecem dois grandes argumentos para dizer que você não pode trazer novos elementos para a causa; o primeiro bom argumento diz que se eu trouxer uma nova situação eu vou estar ofendendo a regra do art.264, que é a estabilização da instância, estou gerando uma insegurança jurídica; e o segundo argumento diz que se eu trouxer novos elementos vou ampliar o trabalho do juiz, coisa que a denunciação quer evitar, pois o objetivo da denunciação é criar celeridade, ampliando o objeto litigioso a denunciação não serviu de nada. Já para aqueles que defendem a teoria ampliativa, se diz o seguinte: no Brasil não há diferenciação entre garantia própria ou imprópria, como se faz no direito italiano. E ademais porque que eu não poderia trazer novos elementos já que o terceiro como está de fora não é sujeito a preclusão, pois a preclusão é um fenômeno endoprocessual.

Um outro tema importante que diz respeito a denunciação, e talvez seja a maior discussão da denunciação da lide, seria sobre a sua obrigatoriedade. Para entender melhor é necessário fazer algumas considerações. O artigo 70 do CPC, logo no seu caput está dizendo o seguinte: denunciação da lide é obrigatória, significando que se você não denunciasse a lide não poderia fazê-lo em outra oportunidade. Obrigatoriedade seria no seguinte sentido: se alguém entrar com uma ação contra mim e eu não trouxer minha seguradora nesse momento, eu não poderia cobrar regressivamente da minha seguradora em uma futura ação. Só esse argumento cairia por terra, pois temos um artigo no próprio CPC, o artigo 275, II, e, que autoriza a vítima a cobrar da seguradora aquilo que o causador do acidente causou. Mas hoje no Brasil temos três posições em relação à obrigatoriedade, temos evidentemente a posição legal que diz que todas as hipóteses de denunciação da lide são obrigatórias, não precisa fazer esforço de hermenêutica, basta abrir o artigo 70 e você vai verificar que lá existem três incisos e cada um dos incisos de acordo com o artigo 70 seriam questões obrigatórias. Se eu não denunciar a lide na primeira oportunidade que eu falar aos autos, por evicção, posse indireta, lei ou contrato eu perderia o direito a denunciação. Nós temos uma segunda corrente no Brasil, que é a corrente esmagadoramente majoritária, diz o seguinte: somente a hipótese de evicção é obrigatória, porque o doutrinador estabeleceu uma junção entre o art.70 do CPC com o artigo 456 do CC, porque o artigo 70 do CPC diz que a denunciação da lide é obrigatória e o inciso I diz que nos casos de evicção, então você vai para o CC procurar evicção e o 456 diz que o modus operandi da evicção será como determinar as leis do processo e ai você volta para o CPC e o artigo 70 diz que a denunciação da lide é obrigatória, então você cai tautologismo porque o 70 te leva

para o 456 que te trás de volta para o 70, que, portanto determina que seja obrigatória a denunciação. Então a denunciação da lide é obrigatória no ordenamento brasileiro por disposição material do art. 456. Porque a doutrina não fala que os incisos II e III são obrigatórios? Porque em nenhum momento o direito material nesses dois casos diz que ela seria obrigatória.

Tem outro posicionamento que diz que a denunciação da lide não é obrigatória em nenhuma das hipóteses, nem evicção, nem posse indireta, nem lei ou contrato. E há pelo menos dois bons argumentos para que a gente possa estabelecer isso. Primeiro: denunciação da lide é exercício do direito de ação, ninguém pode ser obrigado a exercer um direito de ação, o exercício do direito de ação é uma faculdade, mas não uma obrigatoriedade. Então nesse caso, como denunciar a lide é um exercício do direito de ação eu não poderia fazer essa obrigatoriedade. Um segundo argumento que deve ser levado em consideração para fins e efeitos dessa corrente diz o seguinte: é perfeitamente possível que você ingresse com uma ação de evicção no juizado especial cível ou no rito sumário. O juizado especial cível no art.10 da lei 9.099/1995 e o rito sumário por força do art.280 não autoriza a intervenção de terceiro por denunciação da lide, na verdade o rito sumário no art.280 que diz assim: no procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória acidental nem a intervenção de terceiros salvo, assistência, recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro. Na verdade a denunciação da lide que cabe no rito sumário é só sobre o inciso III. Portanto denunciação por evicção não cabe no sumário e denunciação por evicção também não cabe no juizado.

E se eu ingressar com uma ação de evicção no rito sumário e no juizado e a pessoa não puder denunciar a lide, como é que se faz? Ou seja, você deve denunciar porque ela é obrigatória, mas você não pode denunciar a lide porque o procedimento não te permite. Então veja porque a lei cria no mínimo uma situação antagônica porque se a denunciação da lide for obrigatória e a doutrina e a jurisprudência confirmam isso no plano da evicção como é que você pode alterar isso no campo do rito sumário ou do juizado? No rito sumário seria admissível porque o juiz poderia no caso concreto ante a impossibilidade procedimental converter o procedimento para o rito ordinário, mais no juizado não seria possível, portanto, a melhor posição sobre a obrigatoriedade da denunciação da lide seria o fato de todas as hipóteses de denunciação serem facultativas.

Há um outro ponto que diz respeito a denunciação da lide per saltum. O que seria isso? Vocês devem saber que existem clássicos exemplos em livros e doutrinas sobre essas cadeias de venda de imóvel em que o primeiro cometeu o ato equivocado e por efeito cascata todos os outros da cadeia processual sofreram prejuízo. Imaginem por exemplo que A que não é dono de um imóvel, aliena esse imóvel para B, que aliena para C, que aliena para D, que aliena para E, ou seja, E é o último da cadeia da compra e venda daquele imóvel. Problema: o imóvel que A lá atrás vendeu e que no desencadeamento contratual caiu na mão de E não era de E nem de A, era de F. F verificando que o imóvel não está em seus domínios resolve ingressar com uma ação no judiciário contra E (aquele que estava no imóvel). O que acontecia no regime do CPC até o advento do CC de 2002? Nós trabalhávamos no art.73 com que se convencionou denominar litisdenunciação sucessiva, ou seja, se eu adquiri um imóvel e logo mais alguém ingressa com uma ação contra mim pleiteando esse imóvel evidentemente que se corre o risco da evicção. Eu posso vir a perder o imóvel. O CC de 73 até 2002 tinha por vigente o entendimento de que E só poderia denunciar o alienante mediato, qual seja, o D, que por sinal poderia denunciar o C, que poderia denunciar o B, e que poderia denunciar A. E portanto haveria litisdenunciações sucessivas até se descobrir na verdade quem foi a fonte que gerou a venda indevida. O CC de 2002 inovou nesse plano autorizando que hoje se faça a denunciação da lide per saltum. O artigo 456 do CC hoje permite que se eu E da cadeia resolvesse denunciar a lide poderia denunciar tanto o alienante mediato, como qualquer outro da cadeia anterior. Então eu posso de repente extrajudicialmente descobrir por meio de D que ele comprou o imóvel de C que comprou de B que comprou de A que vendeu de má fé. Não preciso mais denunciar a lide ao alienante mediato, posso fazer a denunciação da lide per saltum.

Como é que eu posso denunciar a lide a alguém que eu não possuo relação jurídica?

Temos algumas correntes no Brasil para esse tipo de atividade. Alguns autores entendem que se trata de uma sub-rogação legal, ou seja, o E se sub-rogaria na vontade de todos os demais e cobraria do A aquilo de direito. Outros autores entendem que isso é uma forma atípica de legitimação extraordinária, ou seja, conferir poder a alguém para demandar sobre um direito que na verdade não lhe pertence. Porque a discussão técnica é entre A e F; A que vendeu de má fé e o F que perdeu o imóvel. A lei autoriza a qualquer um deles a denunciar a lide nesse sistema; então o F pode agir em solidariedade legal e evidentemente buscar o

judiciário e podendo fazer uma demanda per saltum, então esse é o sistema que o brasileiro prevê.

O procedimento da denunciação da lide tem uma série de micro regras importantes como, por exemplo, a forma de citação em 10 dias na mesma comarca, 30 dias em comarca distinta. Mas as informações mais importantes são quanto a pretensão. Primeiro ponto fundamental: tanto o autor como o réu podem denunciar a lide. Se o réu for denunciar a lide ele pode denunciar tanto dentro da contestação como ele também pode formular uma peça exclusivamente para esse tipo de exercício. Então hoje quando se fala em denunciação da lide é possível que se denuncie tanto dentro contestação (cria uma peça junto com a contestação para que se possa exercer esse direito) se há preclusão consumativa ou não a lei não cria essa exigência. O autor também pode denunciar a lide. De que maneira o autor pode denunciar a lide? Imagine por exemplo um acidente de carro que tenha ocorrido 3h da manhã em um local ermo, ou seja, os dois participantes do acidente saem do carro entendendo que o culpado é a outra pessoa e nessa discussão não chegam a nenhuma conclusão de quem é o culpado, os dois vão embora se ameaçando com a certeza de que irão processar um ao outro. Imagine que eu tenha batido no seu carro e nós tenhamos saído do local do acidente e reciprocamente nos ameaçando de entrar com ação um contra o outro. Você foi mais rápido do que eu e entrou com uma ação contra mim, me cobrando o acidente do carro. Nesse caso eu ao ser citado vou ter que me defender, não só vou me defender mas eu também tenho o direito de contra atacar você. O instrumento cabível em princípio seria a reconvenção, ocorre que, acidente de veículo terrestre art.2752, d, CPC e art. 3º da lei 9.099 seguem: ou rito sumário ou o juizado especial cível (locais onde não há expediente procedimental para o uso da reconvenção). Nesses casos o réu formularia dentro da contestação um pedido contra posto por se tratar de uma ação de natureza dúplice. Há um ponto importante aqui, irrelevante seja, por reconvenção ou dentro da peça contestatória, é irrelevante. O que é relevante nesse caso, se você ingressar com uma ação contra mim existe a possibilidade deu me defender e existe a potencialidade deu contra atacar ao seu pedido e é possível que o juiz seja convencido de que eu tenha razão nesse caso, e você que entrou cobrando pode sair do judiciário pagando. Então nessa situação específica, qual é a melhor coisa a ser feita? Você ao propor a ação ad cautelam já traz sua seguradora. Caso o réu se defenda e consiga neutralizar minha pretensão e caso ele formule um contra ataque e o juiz entenda que esse contra ataque é revestido de juridicidade e,

portanto ele dê razão, evidentemente que eu já na posição agora passiva tenho a seguradora para me resguardar.

Quando o autor denuncia a lide qual seria a posição dele no processo?

O réu quando denuncia a lide, forma um litisconsórcio entre denunciante e denunciado. Quando o autor denuncia a lide vai se formar também um litisconsórcio ulterior, mas é um litisconsórcio subsidiário é um litisconsórcio por aplicação análoga do artigo 289 do CPC. O Brasil ainda está se acostumando com o litisconsórcio eventual ou subsidiário. É um caso muito comum a esses de denunciação da lide, como os casos de desconsideração da personalidade jurídica, ou seja, se a empresa age com fraude, se a empresa pratica atos de má gestão e confusão de patrimônio entre a pessoa jurídica e a pessoa física (art.50 do CC) é possível que o juiz quebre essa blindagem patrimonial que se faz ao entorno da pessoa jurídica e avance no patrimônio dos sócios. Os sócios ingressarão no processo e responderão como se fossem um litisconsórcio ulterior, é algo parecido que se faz, ou seja, a seguradora ingressaria como um litisconsórcio subsidiário, se o autor não tiver patrimônio, não cumprir, não conseguir provar seu êxito na demanda a seguradora responderia.

Qual seria a diferença entre a denunciação a lide e o chamamento ao processo?

A denunciação a lide e o chamamento ao processo são intervenções muito parecidas, tanto é que o CPC quer na medida do possível fazer com que elas sejam tratadas da mesma maneira. O que muda substancialmente a diferença entre denunciar a lide e chamar ao processo é a forma como eles estão dentro do conflito. Enquanto na denunciação a lide eu trago um terceiro que é garantidor do direito no chamamento ao processo, eu trago alguém para responder solidariamente. No chamamento ao processo todos aqueles que vão ser trazidos, eles poderiam potencialmente ser réus. Quando a gente fala em denunciação, aquele terceiro não poderia ser réu, ele é simplesmente um garantidor, seja por lei, seja por contrato, por disposição de evicção, eu de posse indireta.

Chamamento ao processo

Tem um regramento muito enxuto no CPC. O CPC regulamenta o chamamento no art.77 ao art.80, ou seja, nós temos um regramento procedimental não muito detalhado. Se aplica por analogia a falta de elementos procedimentais no

chamamento na busca evidentemente a denunciação da lide, a despeito de não haver nenhum artigo que faça essa referência, como comumente acontece quando a gente fala de processos distintos, haja vista por exemplo o de execução que tem dois artigos que fazem menção a outros procedimentos (art.598 e 475, r, CPC).

Para que entendamos o chamamento ao processo é importante fazermos uma rápida busca ao estudo do direito civil no plano da solidariedade. O que vem a ser solidariedade? Solidariedade se trata de uma relação obrigacional, é a permissibilidade de um credor só, cobrar de um devedor dos diversos devedores solidários a dívida toda. A dívida solidaria permite que você possa escolher quem estará no polo passivo da sua demanda (art.275, CPC). Então se eu tenho cinco devedores e cada um me deve 1.000 reais eu posso, por exemplo, fazer com que um deles responda pela obrigação. Este devedor sozinho que foi demandado teria duas opções: a primeira é ele se defender e depois que ele se defender e se eventualmente ele tiver que pagar ele vai buscar em outra demanda os demais coobrigados para que eles respondam por sua quota parte. Mas é possível também que este réu demandado sozinho resolva chamar ao processo, por economia processual, os demais coobrigados para que eles respondam a obrigação conjuntamente com este sujeito que o chamou. Então na verdade o chamamento ao processo é a possibilidade do réu trazer ao processo os demais coobrigados que contraíram a dívida, mas não foram demandados até mesmo por força da solidariedade que encerra o que nós chamamos de litisconsórcio facultativo. A solidariedade sempre vai ensejar um litisconsórcio facultativo. Então nesse caso específico, quando falamos de solidariedade o réu pode trazer ao processo os demais coobrigados.

Os chamados quando são trazidos ao processo, qual é a relação deles com o chamante e qual é a relação deles com o autor da demanda? Será que os demais coobrigados que foram trazidos ao processo, vão formar um litisconsórcio ulterior com o chamante? Então todos em igualdade de posições perante o credor ou, como o credor não demandou contra eles seriam na verdade réus do chamado, então se pareceriam muito mais com uma denunciação da lide do que se imagina, ou seja eles estariam nessa configuração gráfica, o credor demanda um devedor exclusivo e esse devedor vai ser autor dos chamados, então os chamados seriam réus do réu e o réu seria réu do autor. Qual dessas correntes vocês entendem que seja mais adequada? Nós temos uma corrente hoje no Brasil que é a corrente dualista, essa corrente diz o seguinte: se existe uma regra de solidariedade e ao autor é facultado

escolher contra quem ele quer demandar eu não posso obriga-lo a demandar contra quem ele não queira, então quando os terceiros são chamados ao processo eles não vão formar um litisconsórcio com o chamante, eles serão réus do chamante. Então haveria uma relação dualista, são duas relações jurídicas, uma do autor contra o réu e a outra do réu contra os chamados. Se o réu tiver que pagar ao autor, os chamados pagarão a esse réu.

Esse não é o posicionamento da jurisprudência e esse não é o posicionamento da esmagadora doutrina, o posicionamento deles é a formação de um litisconsórcio ulterior, ou seja, os chamados serão trazidos ao processo e formarão um litisconsórcio juntamente com o chamante. O argumento principal dos autores que defendem esse posicionamento também é com base no direito material, porque quem defende a teoria dualista vai dizer: não se pode formar litisconsórcio porque o direito material permite a solidariedade e a solidariedade induz pensar o litisconsórcio facultativo, ninguém é obrigado a demandar contra quem não queira. Agora a própria corrente unitária aquela que defende uma única relação jurídica, estabelece o seguinte, mas é justamente do direito material que estamos falando, realmente essa regra do chamamento ao processo quebra em partes ou diminui o alcance da solidariedade. Não é errado você pensar que existe certa antinomia entre o artigo 77 do CPC que regulamenta o chamamento e o artigo 275 do CC que autoriza a solidariedade. Há um detalhe importante que temos que entender, na fase de execução é muito mais fácil se eles forem litisconsortes porque eu posso buscar qualquer um deles para poder cobrar a dívida, então eu não precisaria, por exemplo, cobrar do réu para que o réu cobre dos chamados e depois que os chamados cumprirem a obrigação, o réu cumpre com o autor. Então se todos formarem um litisconsórcio no plano do direito material a satisfação do direito obrigacional vai ser muito mais efetiva. Daí a vantagem do chamamento ao processo ser na verdade um litisconsórcio. Ademais, o chamamento ao processo como litisconsórcio está previsto de maneira praticamente expressa no art.80 do CPC. O artigo 80 do CPC regulamenta que a relação entre o chamante e os chamados será uma relação litisconsorcial.

O artigo 77 do CPC regulamenta as hipóteses de chamamento ao processo e temos três modalidades de chamamento ao processo no Brasil. São elas:

a) A primeira está no inciso I em que o fiador chama ao processo os demais devedores ou o devedor principal. Para trabalharmos com essa hipótese temos que lembrar do benefício de ordem que relegado na prática o

benefício de ordem enquanto instituto jurídico ainda existe no ordenamento. O que vem a ser o benefício de ordem? O benefício de ordem é a permissibilidade é um direito que o fiador tem para que primeiro se busque o patrimônio do devedor e depois busque o seu patrimônio. Só que muitas vezes o benefício de ordem é mal interpretado na prática. As pessoas entendem que o benefício de ordem seja uma ordem para demandar contra o devedor e depois o fiador, o que não é verdade. Pense na seguinte situação, aquele que interpretar equivocadamente o benefício de ordem vai demandar uma ação direito contra o devedor porque é contra ele que existe a obrigação. Demandando contra o devedor o processo vai seguir dois ou três anos em primeiro grau e a sentença vai ser proferida e vai condenar exclusivamente o devedor que é a única pessoa que estava no polo passivo. Uma vez transitada em julgado essa sentença depois de percorrida todas as instâncias necessárias, o credor vai exercer seu direito de executar o devedor e descobriu que o devedor não tem patrimônio, como trago o fiador? Não tem como! Não tem como eu chamá-lo ao processo, não tem como eu colocar o fiador na lide, por quê? Porque se ele não participou do processo da fase de conhecimento ele não está na sentença e se ele não está na sentença ele não é parte do título executivo ele não é parte legítima para figurar no título executivo (art.567 CPC). Então é importante que se entenda que eu só posso executar contra quem esteja no título, pois é nula a execução se você não tiver o título e contra o fiador eu não tenho esse título. Então é muito importante entender que o fiador deve ser demandado na fase de conhecimento juntamente com o devedor principal, mesmo que ele tenha o benefício de ordem. Uma vez colocando os dois no polo passivo o fiador vai ter condições de por meio do processo de conhecimento exercer o seu direito de defesa e exercendo seu direito de defesa, demonstrando os motivos pelo qual ele tem que ser exonerado ou não, não importa. Vamos imaginar que a sentença é proferida e essa sentença proferida vai condenar o devedor primariamente e subsidiariamente, vai condenar quem? O fiador. Então o fiador será condenado subsidiariamente àquilo que o devedor foi condenado de maneira primária. E é na fase de execução em que vão se verificar essas diferenças, porque na execução na hora de expropriar os bens, de levar o patrimônio, nesse momento em que o oficial for levar o patrimônio, primeiro vai buscar o patrimônio do devedor e depois é que eu posso buscar o patrimônio do fiador. Então a pergunta que nós temos que entender é a seguinte: porque que o fiador demanda contra o devedor? Primeiro é porque

o credor resolveu demandar direto contra o fiador e não quis colocar o devedor no polo passivo. Em segundo, o fiador tem o direito subjetivo de trazer o devedor para trazer o exercício do benefício de ordem. Que benefício de ordem seria esse? Para que ele possa entrar no processo, responder pela obrigação e o fiador tem o direito de responder subsidiariamente. Renuncia o benefício de ordem e vira solidário, mas enquanto ele não renunciar ele continua sendo devedor subsidiário. Se o fiador não chama ao processo? O fiador é demandado contra o credor, o processo caminha e o fiador por omissão, desídia ou qualquer coisa que o valha resolva não chamar o fiador, nesse caso específico nós temos uma parcela da doutrina muito pequena que defende que quem não chama ao processo perde o direito de regresso. Mas o próprio CPC no artigo 595, §ú, autoriza que se o fiador pagar toda dívida ele se sub-roga no crédito lhe permitindo ir ao judiciário cobrar do devedor aquilo que ele despendeu. Então o fiador que chamar ao processo chamará por economia processual como todas as intervenções de terceiro. Mas o fiador também pode não chamar ao processo e se ele não chamar ao processo nenhuma dificuldade terá na medida em que o fiador pode exercer o direito de regresso a posteriori em face do devedor.

b) Na segunda, o fiador chama ao processo os demais fiadores. Não é só a solidariedade que enseja a formação do chamamento ao processo é também nos casos de fiança. A classificação de garantia real fidejussória se você olhar por uma visão microscópica as garantias não são bem reais e fidejussórias, toda garantia se parar para pensar bem é real, porque não é o fiador que presta fiança, não se faz como no período romano que se cortava o fiador em quantos pedaços fossem os credores na verdade o que se presta a fiança são os bens do fiador. Fiador sem patrimônio não pode ser fiador e é justamente a sua responsabilidade patrimonial que interessa ao mundo do direito. Se nós tivermos por exemplo um contrato de auto valor e você tem um fiador para garantir essa obrigação e você quer garantir toda a obrigação se você tiver um fiador que tiver todo o patrimônio mas não consiga alcançar a integralidade do valor do contrato você vai precisar de outro fiador, e outro fiador e outro sucessivamente até a integralização do contrato. Se a garantia fosse meramente fidejussória eu não precisaria de quatro ou cinco fiadores, bastaria um. Imagine por exemplo que um contrato desse que tem uma pluralidade de fiadores desagua no judiciário, desaguando no judiciário um fiador sozinho foi demandado, este fiador sozinho pode chamar ao processo os demais fiadores (responsáveis).

c) Na terceira, o devedor chama ao processo os demais devedores. Esse é o caso clássico do chamamento. Casuisticamente é o mais comum. Um devedor que contraiu uma dívida solidária com outros devedores deve responder pela obrigação sozinho, porque o credor assim quis. Então o devedor resolve chamar ao processo os demais coobrigados.

A assistência é facultativa.

A nomeação autoria é obrigatória.

A denunciação da lide segundo as doutrinas majoritárias é obrigatória em relação a evicção e facultativa em relação as demais.

O chamamento ao processo é facultativo. Porque o chamamento ao processo trabalha especificamente com uma circunstância fundamental, o exercício do direito da solidariedade. Então eu que fui demandado sozinho e tenho outros devedores solidários tenho a opção de chamá-los ao processo ou eu posso não chamá-los e depois usar meu exercício de direito de regresso e quem me autoriza isso é o próprio CPC. Se não existisse o chamamento ao processo no ordenamento jurídico brasileiro nada impedira que o credor me cobrasse sozinho e eu pagasse a ele sozinho e depois cobrasse dos demais coobrigados a dívida.

Como é que eu diferencio denunciação da lide do chamamento ao processo?

As distinções na verdade residem muito mais no plano da aplicabilidade do que no plano do procedimento. Alguns autores entendem que na omissão do chamamento ao processo no plano procedimental aplica-se por analogia a denunciação da lide. Mas a grande questão é a seguinte: o chamamento ao processo trata de que pessoas? Do fiador e do coobrigado. A denunciação da lide traz o que? Trás aquele que vendeu o imóvel que não seja seu, traz aquele que alugou para você o imóvel, por exemplo, que não seja seu, ou naqueles casos clássicos de seguradora. Enquanto na denunciação da lide o sujeito que é trazido para ser o garantidor nunca poderia ser réu, apesar de que hoje na jurisprudência enxerga-se isso com outros olhos. No chamamento aqueles que vão ser trazidos de alguma forma poderiam ter sido réus; e essa é a grande distinção. Além evidentemente de que em um caso, o motivo que leva você a inserir a parte é a garantia e no outro é a solidariedade ou a fiança. Também há diferenças no plano procedimental. A denunciação da lide é sempre feita ou pelo réu ou pelo autor. O chamamento ao processo só pode ser feito pelo réu. A denunciação da lide é

obrigatória em uma das hipóteses. O chamamento é facultativo em todas elas e ninguém discute. O chamamento ao processo é formalizado dentro da contestação, ou seja, no prazo de defesa.

É possível que se renuncie o chamamento ao processo?

Exemplo: imagine que eu seja o credor e demande contra um devedor só dos vários devedores coobrigados e o réu (chamante) trás ao processo os demais coobrigados. Mas o credor não quer demandar contra um deles. É parente. Só que o réu originário chamou ele ao processo. Eu posso desistir do processo em relação a ele? Não posso. Só quem pode desistir de um ou mais dos chamados é o chamante. O credor não pode renunciar ao direito em relação a um deles. O credor pode renunciar o direito em relação ao chamante, mas nunca poderia renunciar ao direito em relação a um dos chamados.

Outro ponto importante que se deve levar em consideração é a regra do artigo 1.698 do CC, que trás importantes funções que devem ser levadas em consideração em relação aos alimentos. Sempre foi preocupante a questão da cobrança de alimentos no Brasil. Imagine, por exemplo, que o pai deva alimentos ao menor e o menor precise de 2 mil reais e o menor só pode pagar mil e se faz um acordo judicial por 1.500 reais. 1500 reais não é bom para ninguém, não é bom para o pai que vai dar mais do que aquilo que ele pode e também não é bom para o menor que vai receber menos do que aquilo que ele precisa e evidentemente isso vai lhe prejudicar em algum momento seus gastos mensais. Pois bem, o que se estabelece hoje? Se os pais não tiverem condição de prestar os alimentos, é possível trazer os parentes em linha reta para contribuir com a prestação do quantum alimentar, os avós por exemplo. Como é que trás esses terceiros ao processo? Na verdade no começo quando o artigo 1698 foi implementado era muita dificuldade de se entender como é que os avós entrariam no processo, porque é uma intervenção de terceiro. E se você ler bem todas as hipóteses de chamamento ao processo, nenhuma delas se enquadraria em regra ao artigo 1698. Não é assistência, porque os avós não tem interesse jurídico em que nenhuma das partes vença a demanda. Não é oposição porque os avós não estão contra os pais e o menor; o caso também não é de nomeação a autoria porque a autoria na verdade só se aplica aos pais em regra e a nomeação a autoria no Brasil tem que ser lida restritivamente por se tratar de uma exceção e só se aplica aos casos de detentor e cumpridor de ordens; não é denunciação da lide porque avô não é garantidor do direito do filho para pagar ao neto os alimentos; e também não seria o caso de chamamento ao

processo porque não há solidariedade entre os avós e os pais ou não haveria solidariedade entre os avós então o avô que pagar não pode se sub-rogar e cobrar o crédito de outrem. Então tecnicamente não caberia em nenhuma das modalidades clássicas. Eu não posso tratar uma figura criada pelo legislador como um nada jurídico por conta de uma suposta blindagem do processo civil. Então o processo civil não pode estar blindado para essas situações. É importante que nós entendamos que deve se encaixar em algum lugar.

Temos hoje três correntes no Brasil, uma muito minoritária, em que alguns autores entendem que a intervenção do avô seria por meio de assistência. Temos uma corrente cada vez maior defendendo que essa intervenção dos avós seria na verdade um chamamento ao processo diferenciado, sem solidariedade. E temos por fim uma terceira corrente, que diz que é uma intervenção anômala. Tudo aquilo que a gente não consegue enquadrar em algum lugar a gente pode criar uma nova forma de classificação porque não necessariamente a gente precisa encaixar com força diante de todos os instrumentos que nós temos no ordenamento. Então é possível que se crie uma intervenção anômala. Que é complicada no nosso ordenamento. Pense por exemplo em um recurso, imagine que eu queira usar uma medida nova que a lei não considera como recurso, então eu posso chamar de recurso anômalo? É óbvio que não. Porque o microssistema do CPC regulamenta os recursos de maneira taxativa e exaustiva, não só o CPC como a legislação extravagante. Nós temos ai recursos no juizado especial, na lei de execução fiscal, por exemplo, artigo 34 da lei 6.830/80. Alguns autores entendem que o microssistema do ECA teria um sistema recursal próprio ou sistema falimentar, isso não vem ao caso agora. Mais depois, independentemente de qualquer coisa a doutrina costuma estabelecer, interpretando a lei que para ser recurso Brasil é necessário que tenha previsão legal e seja editado pela União (art.22, inciso I, CF). Mas quando a gente fala de intervenção de terceiros é necessário entender que essa efervescência de intervenções que nós temos no Brasil, por exemplo, nós temos a intervenção anômala da União que vai ser objeto do próximo programa. Nós temos a intervenção do art.1698, nós temos a intervenção do amicus curiae que também não consegue se enquadrar em nenhuma dessas modalidades. Nós temos outras modalidades de intervenção em garantias reais, hipotecárias. Então é importante que nós não tentemos criar novos institutos, mas também nós não podemos relegar esses institutos ao nada.

Hoje o STJ entende no sentido de que se trata de uma modalidade diferenciada de chamamento ao processo. Então apesar de nós termos hoje uma doutrina que se posiciona no sentido de ser uma intervenção anômala hoje há um posicionamento no sentido de que se trata de uma intervenção por chamamento ao processo (uma intervenção diferenciada). Uma discussão que se trás em relação a esta questão específica diz respeito à aplicabilidade da regra do art.1698, quem é que vai chamar ao processo? Quem pode chamar é somente quem pede alimentos, porque na verdade seria no mínimo desarrazoado autorizar, por exemplo, que os pais tragam os avós. Primeiro porque se os pais trouxerem os avós cria-se dois problemas: primeiro deles eu vou criar um conflito com o menor que não queria demandar contra o avô e a gente sabe que no direito de família tudo tem que ser medido com uma outra regra, de repente o filho é muito ligado ao avô e não é ligado ao pai, de repente o avô vira réu do neto. Então eu não posso fazer com que o menor seja obrigado a demandar contra quem ele não queira; a segunda situação é ainda mais importante se você permitir que o pai possa trazer o avô você está criando um substituto processual para o próprio autor porque na verdade o próprio réu (pai) vai aditar a petição inicial para trazer o avô, que é um caso clássico já falado sobre litisconsórcio eventual, ou seja, a demanda originariamente foi proposta contra o pai, mas uma vez que o pai se mostra sem condições de cobrir todo o quantum alimentar eu vou trazer subsidiariamente os avós. Então é um litisconsórcio eventual por aplicação análoga ao artigo 289 do CPC. Então é um artigo que nós não temos um regramento sobre litisconsórcio nesse sistema e portanto nessa situação aplicar-se-ia dessa forma.

Como é que nós entendemos a formação do litisconsórcio no chamamento ao processo?

O chamamento ao processo vai formar um litisconsórcio. Ai vai depender muito de algumas características. É passivo, facultativo, ulterior.

Quando é que se opera litisconsórcio unitário e como é que se opera litisconsórcio simples?

O litisconsórcio será unitário quando o juiz tiver o dever de julgar igual para todos. E o litisconsórcio será simples quando o juiz não tiver o dever de julgar igual para todos. Isso gera uma série de impactos no plano do processo, porque quando falamos de litisconsórcio simples ou unitário os atos praticados por um podem atingir aos demais ou não. Então existe a chamada eficácia subjetiva da intervenção

litisconsorcial, ou seja, há de se verificar se o ato praticado por um na omissão dos demais atinge efetivamente os outros. Se o litisconsórcio for simples como a decisão não precisa ser igual para todos cada litigante será tratado de maneira individualizada, os atos e omissões de um não ajudam e nem atrapalham aos demais. Então se um contestou a contestação dele atingiu só a ele e os outros serão revéis. Se um recorreu apenas o recurso dele subiu os demais transitarão em julgado. Se um deles confessou a confissão atingiu somente a ele, os demais não foram atingidos. Diferentemente do litisconsórcio unitário, a decisão tem que ser igual para todos e nesse plano específico, como é que nós trabalhamos? Se um pratica um ato, esse ato atinge aos demais se ele for um ato positivo, um ato que efetivamente crie melhorias processuais para os demais, por exemplo, uma contestação, um recurso, que é o eles chamam na doutrina de conduta determinante. Então se o litisconsórcio for unitário, o ato praticado por um atinge aos demais? Depende. Se o litisconsórcio for unitário positivo o ato atinge. E se ele for negativo? Hoje dificilmente teremos uma respostas 100% satisfatória. Um autor diz que se o litisconsórcio for unitário o ato positivo praticado por um, atinge aos demais, agora se o ato for negativo, nesse caso não atinge a ninguém, nem a quem praticou, o ato será considerado ineficaz.

Então, no chamamento ao processo forma-se litisconsórcio passivo, facultativo, ulterior e se se tratar das hipóteses dos incisos II e III do art.77 do CPC o litisconsórcio é em princípio unitário, a decisão será igual para todos (solidários e fiadores). Agora quando se tratar do inciso I de fiador e devedor, o litisconsórcio é simples, porque o juiz não precisará julgar igual para todos.

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Existem ainda outras duas modalidades de intervenção de terceiros que estão previstas em lei, mas são modalidades que tem seu regramento de maneira diferenciada dentro do ordenamento.

A intervenção anômala da União. Até 97 o único tipo de interesse possível que se poderia ter no ordenamento jurídico era o interesse efetivo jurídico, ou seja, não se poderia permitir que houvesse o interesse econômico para ingresso de intervenção de terceiros, sempre tinha que ter o interesse jurídico. A partir de 1997 com o advento da lei 9.469/97 se criou uma intervenção de terceiro diferenciada no art.5º, §ú em que se autoriza que a União possa com efeitos meramente patrimoniais, com reflexos meramente econômicos intervir em qualquer causa

quando ele tem interesse eminentemente econômico. Percebam que a lei não se deu o trabalho de disfarçar isso, de falar o interesse jurídico ou ainda que jurídico. Não a lei estabelece claramente que o interesse da União nesse caso é um interesse econômico e patrimonial.

Duas questões importantes tem que ser tratadas. A primeira é que essa regra da lei 9.469/97 é inconstitucional por dois fatores importantes. Primeiro porque ela ofende a isonomia, a partir do momento em que eu crio uma lei exclusivamente para conferir direitos à União e ao Poder Público em Geral e não conferir ao particular, isso ofende a isonomia. alguém de repente pode falar: mas a Fazenda e a União tem prerrogativas, elas tem prazo em dobro (regra do artigo 188), elas possuem o reexame necessário (art.465). verdade, realmente existem prerrogativas da fazenda, mas essas prerrogativas são justificáveis à luz do sistema, ou seja, existe prazo em dobro para a União e para as Fazendas, porque o procurador não pode recusar causas, então ele precisa realmente ter um tempo maior para poder praticar o ato processual e os recursos é mesma gênese, ou seja, o reexame necessário decorre porque muitas vezes em virtude do excesso de demandas a Fazenda não tem condição de dar conta de todos os possíveis recursos. Daí porque sempre, o reexame necessário que não é recurso, discutindo ou não a constitucionalidade, é condição de eficácia da sentença que só vai produzir efeitos após ela ser confirmada em segundo grau. Então, minha primeira premissa é: entendo se tratar de inconstitucionalidade por ofender o princípio da isonomia, porque se criou uma regra permitindo interesse econômico ao poder público, mas essa regra não se aplica para o particular. O segundo motivo é mais grave, é usurpação de competência, as intervenções de terceiro em regra são regulamentadas pelo legislador infraconstitucional, haja vista que o CPC em 30 artigos regulamenta as cinco modalidades clássicas de intervenção de terceiros e temos outras modalidades de intervenção de terceiros regulamentadas em legislação extravagante, haja vista, por exemplo, o amicus curiae que vem previsto por exemplo na lei 11.418, na lei de controle de constitucionalidade, na comissão de valores mobiliários, na súmula vinculante. Na medida em que a CF regulamenta a competência para legislar sobre aquela intervenção de terceiro não pode o legislador infraconstitucional estabelecer regra diversa, isso porque o artigo 109, incio I, CF permite que a União possa intervir no processo como autor, réu, assistente ou opoente e não como uma terceira intervenção por interessa econômico. Então a partir do momento em que a CF estabelece as formas como a União pode intervir eu não posso criar uma lei que regulamente de uma forma

diferenciada. Só se poderia permitir que a União tivesse interesse econômico se a própria CF regulamentasse a situação.

Qual a natureza jurídica dessa intervenção anômala da União?

Nós temos três correntes no Brasil sobre essa possível intervenção da União. Alguns autores entendem que essa intervenção faz as vezes de um amicus curiae. Alguns outros autores defendem que se trata de um assistente. Mas majoritária doutrina entende que se trata de uma intervenção anômala. Não se consegue enquadrar a intervenção da União em nenhuma dessas hipóteses, porque o amicus curiae o interesse dele não é jurídico e nem financeiro e sim é institucional. E tendo interesse institucional, não há que se falar nesse caso em intervenção da mesma espécie.

O modus operandi da intervenção anômala. É sabido que o terceiro quando ingressa no processo assume a condição de parte. A União quando intervém nesses casos não adquire a condição de parte e se ela não adquire a condição de parte, não ocorre modificação de competência, porque só vai ocorrer deslocamento de competência para a JF se o processo estiver correndo na JE se nesse caso for autor, réu, opoente ou assistente. Mas a lei vai além, dizendo o seguinte: apesar de não ser parte ele adquirirá a condição de parte quando interpuser recurso. Ou seja, se a União intervier no processo, ela não adquire a condição de parte, mas na medida em que ela intervém no processo e recorre com o recurso ela adquire a condição de parte.

Outra questão importante é que a lei não restringe somente à União essa intervenção, ela fala do §5º da União, mas no § ela autoriza qualquer pessoa jurídica de direito público ainda que a causa verse sobre particulares. Então não é necessário que tenha um ente público no polo ativo ou no polo passivo para que a União tenha o interesse econômico de ingressar para pleitear o que ele efetivamente pretende.

A União não pode fazer o que ela quiser, ela tem uma atividade limitada no ordenamento. E nesse caso a atividade da União é somente apresentar memoriais e apresentar documentos. A União não pode contestar ou formular pedidos de perícia, apesar de que a lei autoriza mesmo que antagonicamente ela formular recurso, mas o trabalho da União em regra é apresentar memoriais e apresentar documentos.

Há um detalhe importante em relação a esse regramento, diz a lei que a função da União, além de evidentemente do interesse público é esclarecer questões pertinentes e interpretando essa frase, esclarecer questões pertinentes ao processo podemos chegar a uma conclusão, a União nesse caso não pode contestar, por que? Como a questão da União é esclarecer questões, ela já tem que estar no processo, então a União por uma interpretação do §ú do art.5º não poderia contestar porque pressupõe-se quando a União entrar no processo para esclarecer alguma coisa já houve evidentemente essa apresentação de questões.

Outra questão fundamental e talvez seja o maior ponto em relação a essa discussão da União. A União ao ingressar no processo não se torna parte e portanto não modifica essa competência, mas se ela recorre há modificação da competência. Mas nós entramos em um problema grave, se a União quando recorre efetivamente modifica a competência, se ela entrar com recurso, o recurso automaticamente vai para o Tribunal Regional Federal, ou seja, uma causa que ocorreu no Tribunal de Justiça vai ter seu recurso pelo Tribunal Regional Federal e se o TRF determinar alguma coisa para o juiz inferior como é que ele vai fazer isso? Como é que o TRF pode hoje criar ordens a um juiz que não sofre ascendência hierárquica a ele, ou seja, eu juiz estadual não tenho nenhuma inferioridade hierárquica em relação a um desembargador do TRF então a partir do momento em que se cria modificação de competência, cria-se um grande problema, porque o TRF só pode determinar situações jurídicas, ordens para juízes federais ou juízes estaduais em função delegada e nunca determinar que um juiz federal possa determinar o cumprimento de alguma ordem para um juiz estadual, então uma situação dessa à luz da súmula 55 do STJ é muito complexa.

O amicus curiae na tradução livre quer dizer amigo da corte ou amigo do tribunal tem por objetivo funções muito específicas. Amicus curiae é um terceiro com interesse institucional. O objetivo dele não é jurídico porque ele não tem um interesse próprio no processo. Ele também não tem o interesse econômico, o interesse dele na verdade é solucionar aquela situação.

O que levou o ordenamento mundial a dotar o amicus curiae?

Foi a coletivização das demandas. As ações (demandas) hoje não atingem somente uma ou duas pessoas e sim uma coletividade. Se o Brasil continuar adotando o sistema common law evidentemente que o amicus curiae será de grande ajuda, porque quanto maior o número de pessoas atingidas mais cuidado

deve se ter ao proferir a decisão. Então nós precisamos de uma pessoa para efetivamente dar essa guarida necessária e trazer as informações adequadas para que o juiz ou os ministros ou desembargadores possam julgar melhor.

O amicus curiae no Brasil, como todas as intervenções que nós falamos, existem várias correntes no Brasil dizendo o que ela vem a ser. Há alguns autores que defendem que o amicus curiae teria função de um Ministério Público custus legis. Esse posicionamento é criticado por um seguimento da doutrina sob alegação de que, primeiro o amicus curiae não tem o dever de participar do processo o MP tem (não é a intervenção do MP que se faz necessária e sim a intimação do MP – art.246). O MP pode por conveniência ou oportunidade não participar de um processo, ele pode responder por omissão na corregedoria, mas juridicamente falando ele não poderia responder por isso. Segundo: o MP é um fiscal da lei e o amicus curiae não é um fiscal da lei ele é um auxiliar do juiz, o objetivo é ajudar o juiz a julgar melhor e não simplesmente fiscalizar a lei. E terceiro: o MP só intervém em algumas causas, especialmente nos direitos indisponíveis, já o amicus curiae pode intervir em qualquer causa. Há uma segunda corrente que é a corrente esmagadoramente majoritária que diz que o amicus curiae é um terceiro anômalo, diferenciado. O objetivo amicus curiae é trazer informações ao judiciário para que o judiciário possa julgar melhor e evidentemente que a incidência do amicus curiae no Brasil vai crescendo aos poucos, mas nós não temos ainda um microssistema para regulamentá-lo.

O amicus curiae procedimentalmente não tem nenhuma regra, ou seja, não há um momento, uma forma vem que ele pode ingressar no processo, não se estabelece quem o traz. Então pode-se se dizer que o amicus curiae pode ser trazido pelo autor, pelo réu; ele pode intervir de ofício; pode intervir por vontade do STF, STJ, TJ, ou seja, ele não tem uma sistematização própria. A única coisa que se estabelece é que é necessário que ele seja representado por um advogado, mas não há forma própria para que o amicus curiae intervenha no processo.

Há uma questão importante que deve ser levada em consideração em ao amicus curiae. Ele trabalha de uma forma diferenciada.

A intervenção do amicus curiae no Brasil se deu uma vez em 1976, com a comissão de valores mobiliários, depois disso nós tivemos várias

pequenas leis que regulamentam a intervenção do amicus curiae. Temos por exemplo o controle de constitucionalidade, a súmula vinculante. Existe no RI do STF, no art. 123 a permissibilidade do amicus curiae. Temos várias leis que hoje o regulamentam. Em especial a questão da repercussão geral. O sistema processual brasileiro trouxe para nós a repercussão geral porque o STF julga demais e o STF julgar demais desvirtua um pouco a finalidade pelo qual o STF foi concebido. O STF tem uma função diferente dos recursos ordinários, dos recursos de cassação, o objetivo dele é fazer a uniformização no caso concreto (dar a última palavra sobre a correta aplicação da CF), ou seja, ele age com o que a gente chama de ius constituciones (o STF deve agir olhando para a sociedade e para a CF e sempre verificando o impacto disso no campo objetivo). É claro que quando o STF julga um recurso extraordinário resolve uma questão subjetiva, mas só por via oblíqua essa questão subjetiva é resolvia, porque o importante é resolver a questão objetiva. Era necessário colocar ao STF nos devidos eixos, foi então que a EC 45 instituiu dentro da CF no artigo 102, §3º a repercussão geral. Como se tratava de norma de eficácia contida era necessário uma lei infraconstitucional para regulamentá-la e foi ai que veio a lei 11.418 que desaguou nos artigos 543 A e B a repercussão geral e logo depois nós tivemos no regimento interno do STF dos artigos 322 a 329 a regulamentação, toda repercussão geral também para o plano do procedimento conforme Emenda Regimental 21/2007.

O que diz a repercussão geral?

A repercussão geral tem por finalidade fazer com que todo recurso extraordinário que suba ao STF demonstre não só a relevância mais também a transcendência, ou seja, aquele caso tem que se submeter não só às questões daquele conflito como também atingir uma coletividade. Com a repercussão geral hoje exige que você possa atingir uma coletividade de pessoas.

A repercussão geral hoje é um requisito de admissibilidade do recurso extraordinário e só dele, e alguns autores entendem que se trata de um requisito de recorribilidade. Alguns autores defendem que se trata de um novo requisito de admissibilidade.

Para você recorrer é necessário você demonstrar relevância política, econômica, social ou jurídica.

Reumo:

A intervenção anômala da União foi estabelecida pela lei 9469 de 1997 no artigo 5º, §ú e é uma intervenção diferenciada com base nos reflexos econômicos que a União pode exercer dentre e um de um caso, ou seja, aquilo ali pode gerar efeitos econômicos para a União. a União não intervém de maneira a fazer grandes atividades jurisdicionas, ela entra fazendo memoriais a produzindo provas e quando ela ingressa não adquire a qualidade de parte, ela só adquire a qualidade de parte no momento em que ela recorre e no que ela recorre desloca-se a competência. A União não pode oferecer contestação porque o objetivo da União é esclarecer questões, e esclarecer questões pressupõe-se que a União já tenha se defendido por fim a União nesse alguns autores entendem que tem função de amicus curiae outros entendem que a função de um assistente e outros até entendem que se trata de uma intervenção anômala.

O amicus curiae é um terceiro com interesse institucional, não há uma sistematização do amicus curiae no Brasil de modo que não o porque de proibi-lo de participar de qualquer processo que haja interesse público haja uma coletivização. Existe ainda um projeto de lei para o novo CPC para que o amicus curiae seja utilizado em qualquer processo havendo evidentemente um interesse público. O amicus curiae é regulamentado dentro do ordenamento brasileiro a partir de 1976 com a comissão de valores mobiliários e pequenas leis esparsas, regulamentando-o até mesmo em repercussão geral. O amicus curiae não tem interesse jurídico o objetivo dele é ajudar o processo a chegar a um deslinho de maneira mais justa, nesse caso o interesse dele é institucional.

RESUMOAssistência Ocorre a assistência quando terceiro possui interesse

jurídico em que uma das partes vença a demanda.Existem duas modalidades de assistência: simples (adesiva)

e litisconsorcial (qualificada).A assistência simples ocorre quando o terceiro não tem relação jurídica direta com a parte que ele não quer ajudar.A assistência litisconsorcial é aquela em que o terceiro tem relação jurídica direta com a parte que ele não deseja ajudar.O ingresso como assistente ocorre por meio de petição simples.Pode ingressar no processo a qualquer momento, pegando o processo no estado em que se encontra.A assistência é facultativa, porque ninguém é obrigado a ajudar ninguém.

Nomeação a autoriaNomear a autoria é a correção do polo passivo da demanda em circunstâncias especiais. Entrando o terceiro no lugar do réu, o réu vai sair e o processo vai ficar entre o autor e o terceiro que agora será o réu.Existe duas hipóteses de nomeação a autoria:1a Hipótese do mero detentor – o exemplo clássico é o do caseiro que é colocado em uma gleba de terra invadida por seu patrão, porém o verdadeiro proprietário demanda no judiciário contra o caseiro que é mero detentor e o caseiro deve nomear a autoria seu patrão.2a Hipótese do mero executor – como exemplo temos o caso de um empregado executar uma atividade ilegal ordenada por seu chefe, como jogar lixo no terreno do vizinho. Esse vizinho vai demandar contra quem executou a conduta ilegal e o empregado deve nomear a autoria seu chefe.A nomeação a autoria é feita também por petição simples.A nomeação a autoria é obrigatória.O réu requererá a nomeação no prazo para a defesa.

OposiçãoOcorre oposição quando terceiro reivindica para si no todo ou em parte aquilo que as partes disputam em juízo. O terceiro entende que aquilo que as partes disputam seja dele.

A oposição é formalizada por meio de uma ação, ao contrário da assistência e da nomeação a autoria que é por petição simples. Será uma ação incidental apresentada

dentro do processo.

Na oposição pode-se ingressar até a sentença.

A oposição é facultativa.

Se o opoente intervier no processo até a audiência de instrução e julgamento o juiz vai reunir ambos os feitos e ao reuni-los o juiz irá proferir uma única sentença para os três. Se o opoente intervier após a audiência, mas antes da sentença o juiz terá um problema, ele não vai autuar os processos em apenso e terá duas opções, primeira: o juiz pode julgar a causa principal, independentemente da oposição; segunda: o juiz pode sobrestar o feito por prazo não superior a noventa dias, até que a oposição que começou muito tarde chegue à mesma etapa procedimental, chegando os dois na mesma etapa o juiz reúne os feitos para julgamento em conjunto.

Denunciação da lideDenunciação da lide é trazer alguém ao processo que é garantidor do seu direito, para que essa pessoa possa responder regressivamente.

Existem três modalidades de denunciação da lide e estão previstas no art.70 do CPC: evicção (inciso I), posse indireta (alguns autores entendem que é uma evicção de maneira diversa), e por lei ou contrato.

I - Evicção é a perda da coisa por decisão judicial. Esta hipótese de evicção independe de culpa. Por exemplo, se você adquiriu um imóvel de alguém que não era o verdadeiro dono, e o verdadeiro dono demande contra você, você irá denunciar a lide a quem lhe vendeu e caso você perca o imóvel você pode conseguir reaver o preço pago bem como as indenizações dai decorrentes daquele que lhe vendeu o imóvel de má fé. (art.450, CC).

II - Posse indireta, diz-se também que é outra modalidade da evicção, porque a evicção não atende somente a propriedade, mas atende também a posse. Imagine por exemplo que A aluga um imóvel para B, a obrigação de A é deixar o imóvel livre e desembaraçado de pessoas e coisas

pelo período contratual locatício. A obrigação de B é pagar aluguel na data aprazada. Ocorre que A alugou para B um imóvel que não lhe pertence, este imóvel que alugou para B na verdade é de C. E A alugou o imóvel para outrem a revelia de quem efetivamente é dono, então quando A alugou para B, C verificando que o imóvel não está em seus domínios ingressou logo com uma ação contra B. B ao ser citado, denuncia a lide a A, dizendo o seguinte: eu vou me defender e se eu for condenado a entregar o imóvel ao verdadeiro dono você terá que me pagar uma cláusula penal do contrato de locação.

III - Lei ou contrato. Por exemplo, se eu paro meu carro no estacionamento de um shopping center e meu carro é furtado eu vou ingressar com uma ação contra o shopping porque por culpa in vigilandum, quem deve responder pela obrigação é o shopping center. O shopping ao ser citado vai fazer sua defesa, mas vai denunciar a lide a seguradora pelo qual ele contratou pagando alto preço para que ele possa segurar todo o estacionamento.

Segundo o CPC a denunciação da lide é obrigatória, porém existe controvérsias. A denunciação da lide segundo as doutrinas majoritárias é obrigatória em relação a evicção e facultativa em relação as demais.

Tanto o autor como o réu podem denunciar a lide.Chamamento ao processo Enquanto na denunciação a lide eu trago um terceiro que é

garantidor do direito, no chamamento ao processo eu trago alguém para responder solidariamente. No chamamento ao processo todos aqueles que vão ser trazidos, eles poderiam potencialmente ser réus. Quando a gente fala em denunciação, aquele terceiro não poderia ser réu, ele é simplesmente um garantidor, seja por lei, seja por contrato, por disposição de evicção, ou de posse indireta.

O artigo 77 do CPC regulamenta as hipóteses de chamamento ao processo e temos três modalidades de chamamento ao processo no Brasil. São elas:

a) A primeira está no inciso I em que o fiador chama ao processo os demais devedores ou o devedor principal.

b) Na segunda, o fiador chama ao processo os demais fiadores.

c) Na terceira, o devedor chama ao processo os demais devedores.

O chamamento ao processo é facultativo.

Então, no chamamento ao processo forma-se litisconsórcio passivo, facultativo, ulterior e se se tratar das hipóteses dos incisos II e III do art.77 do CPC o litisconsórcio é em princípio unitário, a decisão será igual para todos (solidários e fiadores). Agora quando se tratar do inciso I de fiador e devedor, o litisconsórcio é simples, porque o juiz não precisará julgar igual para todos.

EXERCÍCIOS

1 • Q314277             

Prova: CESPE - 2013 - TC-DF - Procurador

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Tendo em vista que os atos processuais podem estabelecer arranjos necessários ao prosseguimento da

ação entre as partes envolvidas no processo, gerando consórcios e (ou) a intervenção de terceiros,

entre outros, assim como podem levar à produção de repercussões

de comunicação ou até de nulidade dos atos, julgue os itens que se seguem.

Em uma situação de evicção, o adquirente, para exercer o direito de ser ressarcido que da evicção lhe

resulta, deverá denunciar o alienante à lide.

 Certo        Errado

2 • Q314281   Prova: CESPE - 2013 - TC-DF - ProcuradorDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Tendo em vista que os atos processuais podem estabelecer arranjos necessários ao prosseguimento da ação entre as partes envolvidas no processo, gerando consórcios e (ou) a intervenção de terceiros, entre

outros, assim como podem levar à produção de repercussões de comunicação ou até de nulidade dos atos, julgue os itens que se seguem.

Não há óbice legal à intervenção de terceiros nas ações de controle de constitucionalidade. 

 Certo        Errado

3 • Q302238          Prova: FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Execução de MandadosDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Das modalidades seguintes, não se caracteriza como intervenção de terceiro: 

 a) a nomeação à autoria.

 b) a oposição.

 c) o litisconsórcio.

 d) a denunciação à lide.

 e) o chamamento ao processo.

4 • Q302363   Prova: FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área Judiciária

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Resolver

Bárbara Matos Hassegawa, 19/08/13,
Art. 7o , Lei 9868/99: Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade.

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Das modalidades seguintes, não se caracteriza como intervenção de terceiro: 

 a) o chamamento ao processo.

 b) a nomeação à autoria.

 c) a oposição.

 d) o litisconsórcio.

 e) a denunciação à lide.

5 • Q301582          Prova: CESPE - 2013 - DPE-TO - Defensor PúblicoDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Fernando ingressou, contra João e JJJ Locadora de Veículos Ltda., com ação de reparação de danos, sob o argumento de que João, conduzindo um veículo locado pela JJJ, provocou um acidente que causou a ele, Fernando, danos de ordem material e moral. A locadora possuía contrato de seguro do veículo locado. 

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

 a) A jurisprudência do STF entende que, em situações como essa, a responsabilidade deve

recair somente sobre a locadora do veículo.

 b) Qualquer dos demandados pode chamar ao processo a seguradora, para que seja

responsabilizada pelos danos causados ao autor.

 c) Diante da existência de um contrato de seguro, a locadora de veículos deve nomear à

autoria a seguradora, para que esta assuma a condição de sujeito passivo da relação processual.

 d) A JJJ Locadora de Veículos Ltda. deverá proceder à denunciação da lide à seguradora, no

prazo da contestação, sob pena de preclusão.

 e) A JJJ Locadora de Veículos Ltda. deverá ser excluída da relação processual por ilegitimidade

passiva, devendo a responsabilidade pelos danos causados recair unicamente sobre o causador do

acidente.

6 • Q299313          Prova: CESGRANRIO - 2013 - BNDES - Profissional Básico - DireitoDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

O Banco BB & C S/A realizou contrato de mútuo com os Senhores X, Y e Z, como devedores principais da quantia de R$ 200.000,00. Constaram do instrumento contratual, como fiadores, os Senhores P, Q e R,

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todos garantindo a integralidade da dívida. O contrato veio a ser inadimplido, o que gerou ação de cobrança do citado valor diante da ausência de título executivo previsto no sistema. Inicialmente, a ação foi proposta em face de X, Y e P que restaram citados e apresentaram as respectivas defesas. No período

instrutório, Z e Q requereram ingresso no processo, o que foi deferido. Após a audiência de instrução e julgamento, R requereu ingresso no processo, o que também foi deferido. 

Analisando esse quadro, à luz das normas processuais aplicáveis à espécie, verifica-se que

 a) os mutuários e os fiadores devem figurar no processo como litisconsortes passivos

necessários.

 b) os mutuários e os fiadores podem ingressar no processo através do instituto da nomeação à

autoria.

 c) os mutuários e os fiadores podem requerer a denunciação da lide, havendo constatação de

ação regressiva.

 d) o credor pode optar em acionar os mutuários ou os fiadores diante da relação que permite

litisconsórcio facultativo.

 e) a ação de cobrança deve ser proposta em face dos devedores principais, despicienda a

intervenção dos fiadores.

7 • Q292953          Prova: FCC - 2013 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área AdministrativaDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

No que concerne à intervenção de terceiros, considere: I. Não se admite a denunciação da lide no procedimento sumário, exceto se fundada em contrato de

seguro. II. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre o que controvertem autor e réu,

poderá oferecer oposição contra ambos, até o trânsito em julgado da sentença. III. Requerida a nomeação à autoria, o prazo para contestação será suspenso e, se o autor recusar o

nomeado, será deferido ao nomeante o restante do prazo. 

Está correto o que se afirma APENAS em 

 a) I.

 b) I e II.

 c) I e III.

 d) II e III.

 e) II.

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8 • Q311759     Prova: VUNESP - 2012 - DPE-MS - Defensor PúblicoDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

O meio único e excepcional de correção da legitimação passiva ad causam é

 a) a extinção do processo.

 b) a nomeação à autoria.

 c) a denunciação da lide.

 d) o chamamento ao processo.

9 • Q312080     Prova: OFFICIUM - 2012 - TJ-RS - JuizDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Assinale a assertiva incorreta relativamente à intervenção de terceiros. 

 a) Distribuída a oposição, serão os opostos citados, na pessoa dos seus respectivos advogados,

para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. 

 b) É admissível o chamamento ao processo dos outros fiadores, quando para a ação for citado

apenas um deles. 

 c) Em ação de reparação de danos movida em face do segurado, a seguradora denunciada

pode ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar indenização à vítima, nos limites

contratados da apólice. 

 d) Em caso de nomeação à autoria, se o nomeado recusar a nomeação, esta ficará sem efeito. 

 e) Em caso de denunciação à lide pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição

de litisconsorte, mas não poderá aditar a petição inicial. 

10 • Q304880          Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - IX - Primeira FaseDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Considerando a assistência e as demais formas de intervenção de terceiros previstas no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta. 

 a) É admissível o chamamento ao processo daquele que detiver a coisa em nome alheio.

 b) A oposição consiste na intervenção daquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a

indenizar o prejuízo do réu da demanda.

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Resolver

 c) O terceiro deve demonstrar que possui interesse jurídico que a sentença seja favorável a

uma das partes, para ser admitido como assistente.

 d) Feita a denunciação da lide, se o denunciante aceitar, ele será assistente simples do

denunciado.

11 • Q304962          Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira FaseDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Vinícius foi demandado em uma ação de cobrança por ter sido  fiador de sua sogra, Francisca. Assinale a alternativa que indica 

a medida a ser adotada por Vinícius para trazer Francisca para  o polo  passivo desse processo. 

 a) Reconvenção. 

 b) Denunciação à lide. 

 c) Chamamento ao processo. 

 d) Nomeação à autoria. 

12 • Q296079     Prova: CESGRANRIO - 2012 - EPE - AdvogadoDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Mário é réu em ação de despejo proposta por Ester por falta de pagamento de alugueres, decorrente de contrato imobiliário. Tiago, por sua vez, é sublocatário consentido por expressa cláusula contratual. 

Caso Tiago queira ingressar no processo originário da ação proposta por Ester, ele deverá assumir a posição processual de

 a) litisconsorte

 b) assistente

 c) opoente

 d) denunciado

 e) chamado

13 • Q293044     Prova: FEPESE - 2012 - FATMA - Advogado FundacionalDisciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros; 

Resolver

Acerca dos institutos do litisconsórcio, da assistência e da intervenção de terceiros, assinale a alternativa correta, de acordo com o Código de Processo Civil:

 a) Extingue-se o processo, se o autor não promover, no tempo assinado pelo juiz, a citação de

todos os litisconsortes necessários.

 b) Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá

denunciar à lide o proprietário ou possuidor.

 c) Há litisconsórcio necessário quando ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de

fato ou de direito.

 d) Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e

réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer assistência contra ambos.

 e) O juiz poderá limitar o litisconsórcio necessário, quanto ao número de litigantes.

14 • Q268026       

Prova: CESPE - 2012 - TJ-BA - Juiz

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

A respeito da intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

 a) O reconhecimento da nomeação à autoria depende da aceitação do autor e do nomeado, que

pode ocorrer por presunção. 

 b) A denunciação à lide requerida pelo réu é uma forma de correção da legitimidade passiva da

causa.

 c) O litisconsórcio e a assistência são modalidades previstas pelo CPC como forma de ingresso no

processo definida como intervenção de terceiros.

 d) O chamamento ao processo caracteriza-se pela necessidade de citação nos casos em que, por

disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme

para todas as partes.

 e) Sendo o réu revel na ação principal, a citação, na oposição, deve ser realizada apenas em

relação ao autor da ação principal.

15 • Q270726       

Prova: FUMARC - 2012 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Critério Remoção

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Competência;  Intervenção de terceiros; 

Considerando o disposto no Código de Processo Civil, 

 a) a alteração superveniente da competência, ditada por norma constitucional, invalida a

sentença anteriormente proferida.

 b) o chamamento ao processo é cabível em qualquer espécie de procedimento, no processo de

cognição e de execução.

 c) o Ministério Público tem legitimidade para propor ação rescisória de sentença, se não foi ouvido

no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

 d) por ser qualificada como obrigatória nos casos legalmente previstos no sistema do Código de

Processo Civil, a denunciação da lide pode ser realizada de ofício.

16 • Q270727       

Prova: FUMARC - 2012 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Critério Remoção

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Considerando o disposto no Código de Processo Civil, 

 a) a nomeação à autoria deverá ser requerida pelo réu, obrigatoriamente, na peça de

contestação.

 b) aceita a nomeação à autoria, o processo passará a correr contra o terceiro nomeado e o

primitivo demandado.

 c) presume-se recusada a nomeação à autoria quando o autor, regularmente intimado, deixar de

se manifestar expressamente a respeito.

 d) a nomeação à autoria não é uma faculdade, mas sim um dever da parte demandada, de cuja

inobservância deriva a responsabilidade por perdas e danos.

17 • Q286561       

Prova: CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Assinale a opção correta com relação ao litisconsórcio e à intervenção de terceiros.

 a) Se o assistido for revel, o assistente deverá ser excluído do processo.

 b) A ação de oposição proposta antes da audiência deve seguir o procedimento ordinário,

podendo ser julgada depois da causa principal.

 c) Tratando-se de denunciação da lide, ordenada a citação, o processo fica suspenso.

 d) No caso de nomeação à autoria, o autor é obrigado a aceitar o nomeado.

 e) O juiz pode limitar o litisconsórcio necessário em relação ao número de litigantes caso este

comprometa a rápida solução do litígio ou dificulte a defesa.

18 • Q287949       

Prova: VUNESP - 2012 - TJ-RJ - Juiz

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Quanto à nomeação à autoria, como forma de intervenção de terceiros, é correto dizer que, para ser

deferida,

 a) depende do concurso de vontades do réu, que está obrigado a nomear, do autor, que deve

manifestar expressa concordância, sendo que o terceiro nomeado não poderá negar a qualidade que

lhe é atribuída.

 b) depende do concurso de vontades do réu, que tem a faculdade de nomear, do autor, que pode

recusar expressamente tal intervenção e do terceiro nomeado, que também está obrigado a participar.

 c) depende do concurso de vontades do réu, que está obrigado a nomear, do autor, que pode

recusar expressamente tal intervenção e do terceiro nomeado, que pode negar a qualidade que lhe é

atribuída e se recusar a intervir.

 d) depende da vontade exclusiva do réu, que está obrigado a nomear, sendo que o autor não

poderá se manifestar sobre tal intervenção, e o terceiro não poderá negar a qualidade que lhe é

atribuída, mas apenas contestar o mérito, no prazo de quinze dias.

19 • Q288645       

Prova: CESPE - 2012 - DPE-AC - Defensor Público

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros; 

Um município, por intermédio de seu órgão de fiscalização de obras, ajuizou ação demolitória contra

uma construtora que ludibriara a fiscalização para erigir prédio em desacordo com o projeto para o

qual obtivera aprovação do poder público. Finalizada a obra, verificou-se que o edifício se caracterizava

como prédio residencial formado de quitinetes, embora o projeto aprovado e a área ocupada se

referissem a hotel. Citada, a construtora contestou e reconveio. Na contestação, alegou que a

destinação da área estava prestes a ser alterada por uma lei que passaria a admitir, no local, prédios

de quitinetes. Na reconvenção, alegou litisconsórcio necessário com todos os locatários que ocupavam

o prédio, sendo imprescindível a citação de todos para a validade do processo. Argumentou, ainda, que

os locatários seriam atingidos pela sentença e que a construtora não poderia ser obrigada a demolir o

edifício, ocupado por terceiros. Sobreveio acórdão que confirmou a sentença, julgando procedente a

ação demolitória e improcedente a reconvenção. Foi interposto recurso especial, pendente de juízo de

admissibilidade. 

Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

 a) Terceiros prejudicados podem ajuizar demanda própria para defesa de seus direitos

eventualmente atingidos pelo ato judicial produzido em demanda inter alios, ainda que já tenha sido

produzida a coisa julgada.

 b) Para defenderem eventual direito que julguem ter, os locatários devem adotar as medidas

cabíveis antes que o referido acórdão transite em julgado, pois, uma vez formada a coisa julgada, seu

conteúdo passa a ser imutável, nos termos do CPC, tornando- se-lhes impossível afastar sua aplicação.

 c) Nesse caso, é imprescindível a inclusão dos locatários na lide, pois, de acordo com o CPC, a

sentença faz coisa julgada apenas às partes envolvidas, não podendo beneficiar nem prejudicar

terceiros.

 d) A necessidade de citação dos locatários para a eficácia da sentença decorre do disposto no CPC

acerca das condições para o litisconsórcio necessário, entre as quais se inclui o fato de o juiz ter de

decidir a lide de maneira uniforme para todas as partes, tal como no caso apresentado, em que a

demolição do prédio pela construtora é indissociável da desocupação deste pelos locatários.

 e) A coisa julgada, assim considerada a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença,

conforme disposto no CPC, inibe que o julgado produza efeitos naturais de amplitude subjetiva mais

alargada.

20 • Q288709       

Prova: FCC - 2012 - PGE-SP - Procurador

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros; 

Tratando-se de litisconsórcio e intervenção de terceiros é INCORRETO afirmar que 

 a) a assistência simples em ação de desapropriação depende de interesse jurídico fundado em

direito real.

 b) a Fazenda Pública, na qualidade de assistente simples, não tem o prazo diferenciado para

recorrer.

 c) a intervenção anômala da União Federal não implica em modificação de plano da competência

para o julgamento da demanda.

 d) em ação cujo objeto é anular a licitação, a empresa vencedora deve comparecer como

litisconsorte necessária.

 e) não há condenação do assistente simples em honorários advocatícios.

21 • Q289162       

Prova: FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Paulo ajuizou ação de indenização contra Alfredo, pelo rito ordinário. Após a citação e apresentação da

contestação pelo demandado, Raul apresentou petição ao Juízo competente requerendo a sua

admissão como assistente do réu Alfredo, por ter interesse na sentença favorável a este. Raul foi

admitido como assistente, após concordância das partes envolvidas. Raul, na condição de assistente

simples, 

 a) não poderá obstar o reconhecimento do pedido inicial pelo réu Alfredo, cessando a sua

intervenção no caso de término do processo.

 b) poderá não concordar com a desistência da ação por Paulo, ainda que esta desistência conte

com anuência de Alfredo.

 c) poderá obstar eventual acordo sobre direitos controvertidos da lide por parte de Paulo e

Alfredo.

 d) poderá interpor recurso de apelação contra sentença proferida em primeiro grau de jurisdição,

ainda que o assistido manifestar expressamente nos autos que não pretende recorrer.

 e) não poderá em nenhuma hipótese discutir a justiça da sentença prolatada na causa em

processo posterior.

22 • Q289164       

Prova: FCC - 2012 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz do Trabalho

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Na denunciação da lide, de acordo com o Código de Processo Civil, é INCORRETO afirmar: 

 a) A sentença que julgar procedente a ação declarará, conforme o caso, o direito do evicto, ou a

responsabilidade por perdas e danos, valendo como título executivo.

 b) Feita a denunciação pelo réu, se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a

qualidade que lhe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até o final.

 c) A citação do denunciado será requerida, juntamente com a do réu, se o denunciante for o

autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o réu.

 d) Feita a denunciação pelo réu se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo

prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado.

 e) Feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de

litisconsorte do denunciante, mas não poderá aditar a petição inicial, procedendo-se em seguida à

citação do réu.

23 • Q270119       

Prova: FCC - 2012 - PGM-Joao Pessoa-PB - Procurador Municipal

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Considere as seguintes assertivas sobre a intervenção de terceiros, de acordo com o Código de

Processo Civil: 

I. Na denunciação da lide, feita a denunciação pelo réu, se o denunciado confessar os fatos alegados

pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa. 

II. Na ação em que o fiador for réu é admissível o chamamento ao processo do devedor e, neste caso,

para que o juiz declare, na mesma sentença, as responsabilidades dos obrigados, o réu requererá, até

o julgamento da lide em primeiro grau, a citação do chamado. 

III. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu,

poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos e, se oferecida antes da

audiência, será apensada aos autos principais e suspenderá o julgamento da ação principal até o seu

julgamento definitivo. 

IV. No caso de nomeação à autoria, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa, ensejando a

suspensão do processo por decisão do juiz, que determinará a oitiva do autor no prazo de cinco dias.

Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação; recusando-o, ficará sem efeito a

nomeação. 

Está correto o que se afirma APENAS em 

 a) I e IV. 

 b) II, III e IV. 

 c) I, II e IV. 

 d) I, III e IV. 

 e) II e III. 

24 • Q276674      

Prova: CESPE - 2012 - TJ-AC - Juiz

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros;  Assistência;  Prazos; 

Em relação a procuração, assistência, nomeação à autoria, desistência da ação e prazos processuais,

assinale a opção correta.

 a) No âmbito da jurisdição civil, a lei permite que o MP desista de ação civil pública que tenha

proposto, ou mesmo renuncie ao direito de interpor recursos.

 b) A fazenda pública dispõe de prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer,

podendo o Estado estrangeiro que figure como parte beneficiar-se, igualmente, dessa regra

processual, em face do princípio constitucional da igualdade entre os Estados.

 c) A legislação processual civil prevê, como regra geral, que a procuração para o foro,

denominada ad judicia, seja outorgada por instrumento público ou particular; entretanto, caso o

outorgante seja pessoa incapaz, a procuração só poderá ser outorgada mediante instrumento público.

 d) Considere que João ajuíze, contra José, ação de cobrança por falta de quitação de dívida no

prazo de vencimento. Considere também que José tenha uma segunda dívida, com Maria. Nessa

situação hipotética, a lei permite que Maria ingresse no feito como assistente simples de José, no

interesse de manter o patrimônio do réu sem nenhum desfalque, visando, com o seu auxílio, uma

sentença de improcedência na dita ação de cobrança proposta pelo primeiro credor.

 e) Suponha que a BS Arrendamento Mercantil mova ação de cobrança contra Paulo e que este, ao

se defender, apresente nomeação à autoria, sob o argumento de que, de fato, negociara um veículo

com a autora, mas o fizera em nome de seu patrão, que, por utilizar o veículo, se encarregara de quitar

as prestações mensais. Nessa situação hipotética, é correta a aceitação da nomeação à autoria, por ter

sido formulada por réu que se declara parte ilegítima.

25 • Q268809       

Prova: FAURGS - 2012 - TJ-RS - Analista Judiciário

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta sobre a disciplina da intervenção de terceiros

prevista no Código de Processo Civil. 

 a) Quem pretender a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até o trânsito

em julgado da sentença, oferecer oposição contra ambos. 

 b) Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá

denunciar à lide o proprietário ou o possuidor. 

 c) A oposição, oferecida antes da audiência, correrá de forma autônoma e suspenderá o

julgamento da ação principal. 

 d) É obrigatória a denunciação da lide àquele que estiver obrigado a indenizar, em ação

regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. 

 e) É admissível o chamamento ao processo do devedor, na ação em que o fiador for autor, e dos

outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles. 

26 • Q259340       

Prova: CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário - Área Judiciária

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Com relação ao direito processual civil, julgue os itens seguintes.

O chamamento ao processo, a denunciação à lide e a oposição são cabíveis tanto no processo de

execução e no processo cautelar quanto no processo de conhecimento. 

 Certo        Errado

27 • Q260652      

Prova: CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros; 

A respeito de ação, partes e intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

 a) Verificada a incapacidade processual do réu, o magistrado deve interromper o curso do

processo e estabelecer prazo para que o defeito seja sanado; não sendo o defeito sanado dentro do

prazo, o juiz poderá decretar a nulidade processual.

 b) Somente se o número de litigantes dificultar a defesa, poderá o juiz limitar o litisconsórcio

facultativo quanto ao número de pessoas.

 c) A intervenção de terceiros em ação, na modalidade oposição, deve ser oferecida antes da

audiência, sendo necessariamente apensada aos autos principais, visto que correrá simultaneamente

com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.

 d) A ausência de qualquer uma das condições da ação acarreta a declaração de carência da ação

e, consequentemente, a extinção do processo sem resolução do mérito.

 e) Sempre que o réu for citado por edital ou com hora certa, deverá o juiz designar-lhe um

curador especial.

28 • Q253839      

Prova: FCC - 2012 - DPE-PR - Defensor Público

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros; 

Acerca do litisconsórcio, da assistência e da intervenção de terceiros no processo civil, é correto

afirmar: 

 a) Havendo um número exagerado de litisconsortes necessários no polo passivo do processo, o

juiz poderá limitar o número de litigantes e determinar o desdobramento das ações, quando tal fato

comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. 

 b) O pedido de limitação do litisconsórcio multitudinário deve ser feito pelo réu no bojo da

contestação, sob pena de ocorrer preclusão consumativa. 

 c) Não sendo o assistente adesivo parte no processo, eventual derrota do assistido não implicará

na condenação daquele nas custas processuais, mesmo a despeito de sua efetiva participação na

demanda. 

 d) Proposta ação anulatória de arrematação judicial contra o exequente e o arrematante, terceiro

que se considera o verdadeiro proprietário do bem, poderá, visando a participar do processo em curso,

ajuizar oposição contra todos os litigantes da demanda anulatória. 

 e) A denunciação à lide funda-se no ajuizamento, pelo denunciante, de lide eventual, subsidiária,

processada em simultaneus processuscom a ação principal, cujo julgamento ocorre secundum

eventum litis, envolvendo direito de garantia, de regresso ou de indenização que o denunciante

pretende exercer contra o denunciado. 

29 • Q249955      

Prova: PUC-PR - 2012 - TJ-MS - Juiz

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

A propósito das modalidades de intervenção de terceiros, pode-se dizer que: 

 a) No rito sumário, a oposição deve sempre preceder a audiência de saneamento. 

 b) O assistente simples está sujeito à coisa julgada.

 c) O assistente simples possui prazo em dobro para recorrer de ato que gere sucumbência apenas

a ele. 

 d) Admite-se o chamamento ao processo no polo ativo da relação processual. 

 e) Na denunciação da lide fundada em evicção, pode o denunciante provocar a intervenção do

alienante imediato ou de qualquer outro sujeito componente da cadeia dominial anterior. 

30 • Q249600      

Prova: CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Assinale a opção correta a respeito da intervenção de terceiros no processo.

 a) A modalidade de intervenção de terceiros consistente no chamamento ao processo pode ser

determinada de ofício pelo juiz.

 b) O autor pode suscitar o chamamento ao processo, enquanto o réu pode provocar a

denunciação da lide, a nomeação à autoria e o chamamento ao processo.

 c) No procedimento sumário, são admissíveis, em regra, a denunciação da lide, a oposição, a

nomeação à autoria, a assistência e o recurso de terceiro prejudicado.

 d) A oposição, cujo objetivo é corrigir vício de legitimidade passiva, determina a extinção do

processo sem resolução de mérito, por falta de condição da ação.

 e) A nomeação à autoria, a denunciação da lide e o chamamento ao processo constituem

espécies de intervenção de terceiros forçadas ou impositivas.

31 • Q242176       

Prova: FCC - 2012 - DPE-SP - Defensor Público

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros; 

Analise as afirmações abaixo. 

I. Nas causas de consumo que tramitam sob o rito sumário é admitido o chamamento ao processo da

seguradora pelo fornecedor demandado. 

II. É possível a intervenção de amicus curiae no procedimento de análise da repercussão geral em

recurso extraordinário, dando legitimação social à decisão do Supremo Tribunal Federal. 

III. Admitida a possibilidade de intervenção litisconsorcial voluntária no polo ativo em mandado de

segurança, o ingresso do litisconsorte não poderá ocorrer após o despacho da petição inicial. 

IV. O litisconsórcio eventual é vedado pela legislação brasileira. 

Está correto o que se afirma em 

 a) I, II e III, apenas.

 b) I, II e IV, apenas.

 c) I, III e IV, apenas.

 d) II, III e IV, apenas.

 e) I, II, III e IV.

32 • Q240601       

Prova: CESPE - 2012 - TJ-CE - Juiz

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Tendo o réu promovido a denunciação da lide,

 a) se o denunciado, em resposta, apenas negar a qualidade que lhe foi atribuída, sofrerá os

efeitos da revelia.

 b) o juiz não poderá recusar a denunciação de uma quarta pessoa pelo denunciado, sob pena de

ferir os princípios da ampla defesa e do contraditório.

 c) vencido o réu, a sentença será citra petita se não dispuser sobre a relação entre denunciante e

denunciado.

 d) o requerimento de denunciação com pedido de citação do denunciado suspende o prazo para

resposta até a manifestação do denunciado.

 e) caso o denunciado confesse os fatos alegados pelo autor, o juiz promoverá o julgamento

antecipado da lide.

33 • Q220040       

Prova: FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros; 

Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá,

até 

 a) o trânsito em julgado, oferecer oposição contra ambos.

 b) ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.

 c) o último dia do prazo de contestação, denunciar a lide.

 d) o trânsito em julgado, denunciar a lide.

 e) a realização da audiência de instrução, oferecer oposição contra ambos.

34 • Q213057       

Prova: FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Analista Judiciário - Área Judiciária

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Execução;  Intervenção de terceiros; 

Paulo adquiriu um imóvel através de contrato particular de compromisso de compra e venda não

registrado. O imóvel foi penhorado em execução por quantia certa contra devedor solvente movida

contra o compromitente vendedor. A defesa de Paulo deverá ser feita através de 

 a) oposição.

 b) ação ordinária.

 c) denunciação à lide.

 d) embargos de terceiro.

 e) assistência litisconsorcial.

35 • Q214474       

Prova: FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Analista Judiciário - Área Administrativa

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Intervenção de terceiros;  Assistência; 

Paulo, aderindo ao pedido formulado por uma das partes, interveio e foi admitido num processo cuja

sentença irá influir na relação jurídica entre ele e o adversário desta. Paulo atuará no processo na

condição de 

 a) assistente litisconsorcial.

 b) assistente simples.

 c) opoente.

 d) litisdenunciante.

 e) nomeante à autoria.

36 • Q236633       

Prova: FMP-RS - 2012 - PGE-AC - Procurador

Disciplina: Direito Processual Civil | Assuntos: Litisconsorcio;  Intervenção de terceiros; 

Assinale a alternativa correta. 

 a) O assistente litisconsorcial pode renunciar ao direito de recorrer.

 b) A denunciação da lide é sempre obrigatória para que seja exercida a pretensão regressiva

contra o denunciado, sob pena de perda dessa faculdade.

 c) A contestação apresentada por um dos réus impede a decretação da revelia em relação a todos

os demais, ainda que distintos seus interesses.

 d) Havendo litisconsórcio unitário, a confissão de um dos réus somente em relação a ele será

eficaz.