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Resumo básico de algumas modalidades de ntervenção de terceiros no processo do trabalho
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UNIFIEO
2015
Direito Processual do Trabalho
Osasco, 09 de Abril de 2015.
UNIFIEO
2015
Direito Processual do Trabalho
Trabalho elaborado com base nos temas tratados ao longo do semestre letivo, conforme exigência da disciplina Direito do Trabalho e Previdenciário II, lecionada pela professora Maria de Lourdes, elaborado pelos alunos:
Adriano Hermínio Cadete, RA: 12201395
Felipe Silveira Araújo, RA: 12201605
Jaimerson Ferreira Lages, RA: 12200059
Osasco, 09 de Abril de 2015.
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Sumário
Introdução 4
Da Nomeação à Autoria 5
Da Denunciação da Lide 7
Do Chamamento ao Processo 11
Da Substituição Processual 14
Da Assistência 19
Da Oposição 23
Conclusão 25
3
Introdução
O presente trabalho acadêmico visa abordar alguns institutos usados
no Processo Civil e, que podem ser utilizados por analogia ao Direito
Processual Trabalhista, explanando brevemente sobre os institutos Da
Nomeação a Autoria, Da Denunciação da Lide, Do Chamamento ao Processo,
da Substituição Processual, da Assistência e da Oposição.
O objetivo deste trabalho é expor as ideias do legislador em criar tais
institutos e ampliar seu alcance à Justiça do Trabalho, tendo em vista que a
Consolidação das Leis Trabalhistas não as regulamenta, bem como mostrar
sua aceitação no Poder Judiciário, mais precisamente na Justiça do Trabalho.
O trabalho é dividido em 6 (seis) capítulos, onde em cada um deles
trata sobre um instituto diferente e, em todos serão expostos seus conceitos e
suas possibilidades de aplicação no Direito do Trabalho.
4
Da Nomeação à Autoria
Art.62, do CPC: Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe
demandada em nome próprio, deverá nomear a autoria o proprietário ou
possuidor.
A nomeação à autoria só se verifica no processo de conhecimento,
inexistindo no processo de execução, outro sim o ato praticado na nomeação à
autoria é exclusivo do demandado no processo (réu) sendo impossível dar-se a
nomeação à autoria por parte do autor.
Art. 63, do CPC: Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à
ação de indenização, intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito
sobrea a coisa, toda vez que o responsável pelos prejuízos alegar que praticou
o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiros.
Segundo Sergio Pinto Martins: “Aquele contra quem se ingressou com
ação na justiça do Trabalho, v.g., o gerente da empresa, não poderá nomear a
autoria o verdadeiro empregador. Na verdade será parte ilegítima no polo
passivo da ação, devendo o processo ser extinto sem julgamento de mérito”,
art.267, VI Quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; que
inclusive pode ser decretado de ofício pelo julgador (Art.295, II, combinado com
art. 301, §4 do CPC).
Art. 65 Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a
citação; recusando-o ficará sem efeito a nomeação.
Segundo Sergio Pinto Martins ‘’ presume-se aceita a nomeação se:
a) O autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, lhe
competia manifestar-se;
b) O nomeado não comparecer, ou, comparecendo, nada alega.
5
Importante alegar que, no caso de ação onde pedidos de cunho
individual forem feitos, concomitantemente àqueles onde o sindicato, por
exemplo poderá requerer coletivamente, não caberá o instituto da nomeação a
autoria.
Senão vejamos o entendimento jurisprudencial do Tribunal que nega o
pedido de nomeação a autoria:
TRT-15 23/09/2014 - Pág. 2012 - Judiciário - Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Regiãoqualquer prejuízo. NOMEAÇÃO À AUTORIA Pretende a reclamada a retificação do polo passivo, considerando... sindical o que inviabiliza o requerimento de nomeação à autoria ante a impossibilidade de cisão..., o seguinte excerto ...
A análise das condições da ação se faz em abstrato, sem inserção no mérito, razão pela qual afasto a preliminar, porquanto os pedidos são viáveis perante o ordenamento jurídico, inexistindo norma que os proíbam, além do que, ostentam com perfeição o binômio – necessidade/adequação, relativas à necessidade de movimentação da máquina judiciária para a resolução das questões postas na inicial e adequação do provimento utilizado pelo autor. A legitimidade está presente, uma vez que basta o autor indicar quem seja seu devedor para tornar o réu legítimo a figurar no polo passivo.
NOMEAÇÃO À AUTORIA
Pretende a reclamada a retificação do polo passivo, considerando a sua ilegitimidade passiva para compor o polo passivo, no que atine ao pleito de restituição de contribuições sindicais.
No caso em apreço, o autor deduziu outros pedidos além da devolução da contribuição sindical o que inviabiliza o requerimento de nomeação à autoria ante a impossibilidade de cisão do feito. Ademais, a legitimidade da reclamada para proceder a devolução dos valores descontados pertence ao mérito e com ele será analisado.
Por fim, conforme analisado em tópico anterior, cabe ao autor indicar aquele que deve compor o polo passivo, consoante a Teoria da Asserção. Neste sentido, o seguinte excerto de jurisprudência:
“21005467” – INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO PROCESSO DO TRABALHO – Nos termos do enunciado 68, II, da Primeira Jornada de Direito Material e Processual da Justiça do Trabalho (TST, Brasília, 23/11/2007), nos processos que envolvem crédito de natureza privilegiada, a compatibilidade da intervenção de terceiros está subordinada ao interesse do autor, delimitado pela utilidade do provimento final. Com efeito, na seara laboral, não há como compelir a parte autora a litigar em face de quem não escolheu, inserindo-se em seu interesse processual a possibilidade de não incluir no pólo passivo da demanda algum devedor solidário, exceto nos casos de litisconsórcio passivo necessário, que, definitivamente, não é o caso dos autos.
(TRT 18ª R. – RO 00587-2007-007-18-00-8 – Relª Desª Kathia Maria Bomtempo de Albuquerque – J. 02.06.2008)”.
Afasto.
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Da Denunciação da lide
Art.70, do CPC: A denunciação da lide é obrigatória:
I – ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo
domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da
evicção lhe resulta.
II- ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por força de
obrigação ou direito, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício,
do locatário, o réu, citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa
demandada.
III- àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar,
em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda.
Antes, do CPC DE 1973 a denunciação da lide tinha um cunho de ação
real, dizendo respeito à coisa, com o CPC de 1973 passou a chama-lo
denunciação à lide.
Conceitua o Min. Sydney Sanches (1984:31) a denunciação da lide
como ação incidental proposta por uma das partes (da ação principal), em geral
contra terceiro, pretendendo a condenação deste à reparação do prejuízo
decorrente de sua eventual derrota na causa, seja pela perda da coisa
(evicção), seja pela perda de sua posse direta, seja por lhe assistir direito
regressivo em lei ou em contrato (relação jurídica de garantia).
Verifica-se, portanto, que a denunciação da lide no processo civil cabe
tanto em relação ao autor como ao réu, sendo uma ação incidental de caráter
obrigatório quanto a terceiro estranho à relação processual (art.70 do CPC),
aplicável apenas na fase de conhecimento e nunca na fase de execução.
Portanto há duas ações num mesmo processo, duas relações jurídico-
processuais, que terão de ser dirimidas numa única sentença.
7
Natureza jurídica
O CPC 1939 estando vinculado ao sistema romano tinha por finalidade
notificar da demanda o denunciado, a partir de 1973 adotando a teoria
germânica, passou a denunciação da lide a ser uma ação regressiva, para que
o denunciante possa ressarcir-se dos prejuízos que vier a sofrer,
A sentença que resolver a questão entre o denunciante e o denunciado
será uma decisão declaratória-condenatória e não somente declaratória,
valendo como título executivo art.76 do CPC A Sentença, que julgar
procedente a ação, declarará, conforme o caso, o direito do evicto, ou a
responsabilidade por perdas e danos valendo como título executivo.
Cabimento no processo do trabalho
Discute-se o cabimento da denunciação da lide no processo de
trabalho, inexistindo unanimidade de posicionamento a respeito do tema.
Na Doutrina, Amauri Mascaro Nascimento(1992:194), Carlos Coqueiro
Costa (1977:162) e Christóvão Piragibe Tostes Malta (1991:228) admitem a
denunciação da lide em casos em que se discuta a sucessão de
empregadores, podendo o sucedido denunciar à lide o sucessor, se estiver
obrigado pela lei ou pelo contrato a indenizar em ação regressiva o prejuízo
decorrente da perda demandada. José Augusto Pinto (1991:193) entende
cabível a denunciação da lide e a recomenda em razão da celeridade
processual, todavia sob a forma voluntária. Seria, portanto, o caso da aplicação
dos arts. 70 e ss.do CPC em razão da omissão da CLT sobre o tema e da
compatibilidade da denunciação da lide com os princípios do processo do
trabalho (art.769 da CLT).
Wagner Giglio (1984:124) e Manoel Antônio Teixeira Filho
(1991:215/20) entendem ser inaplicável a denunciação da lide no processo de
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trabalho, principalmente pelo fato da incompetência da Justiça do Trabalho
para resolver a controvérsia entre o denunciante e o denunciado.
A Primeira vista, o art. 455 e seu parágrafo único da CLT encerraria
hipótese de denunciação da lide um razão do direito de regresso do empreiteiro
principal em face do subempreiteiro. A responsabilidade ali contida é, porém
subsidiária (Magano 1992:105) ou sucessiva e não solidária, como entendem
alguns autores, pois a solidariedade resulta da lei ou da vontade das partes
(art.265 do Código Civil), sendo que nada está disposto quanto à solidariedade
entre empreiteiro e subempreiteiro no dispositivo consolidado. Na verdade, o
que parágrafo único do art.455 da CLT quer dizer é que o direito de regresso
do empreiteiro principal contra o subempreiteiro deve ser feito mediante ação
autônoma e perante a Justiça Comum.
Afirmam alguns autores que os fundamentos da denunciação da lide no
processo do trabalho seriam a economia e a celeridade processuais, porém na
maioria dos casos anão é isso o que ocorre, pois o denunciante indica outra
pessoa para figurar no polo passivo da ação, o que vem a tornar ainda mais
lento o trâmite processual. Num segundo plano, há necessidade de se excluir
uma das empresas da relação instaurada, o que é feito na sentença, como
regra geral.
O indeferimento da denunciação da lide não trará nenhum prejuízo
processual irreparável a defesa do reclamado, não havendo que se falar em
nulidade (art. 794 da CLT); no processo Civil, o STJ já entendeu que o fato de
terceiro não denunciar outra pessoa à lide não retira seu direito de ingressar
com ação de regresso, de maneira autônoma, em decorrência da
responsabilidade que lhe foi imputada.
A relação entre o denunciante e denunciado não decorre da relação de
trabalho, mas de uma relação civil entre as partes, por estas razões, é
inaplicável a denunciação da lide, tal qual prevista no CPC, no processo do
trabalho.
Abaixo vemos o julgado que indefere o pedido de denunciação da lide,
tendo em conta que, no caso, falta o requisito principal de que para
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denunciação de lide, deve haver entre o denunciado e o autor, relação de
trabalho:
TST - RECURSO DE REVISTA RR 20748120125030136 (TST)
Data de publicação: 19/09/2014
Ementa: RECURSO DE REVISTA. 1. DENUNCIAÇÃO DA LIDE À SEGURADORA.
CONTRATO DE SEGURO DE VIDA COLETIVO. ACORDO COLETIVO DETRABALHO.
RESPONSABILDADE CIVIL DO EMPREGADOR. 2. PROVAS. ART. 765 DA CLT. A antiga
redação do art. 114 da CF demonstrava ser incabível denunciação da lide no processo
do trabalho, entendimento que se encontrava pacificado pela OJ 227 da SBDI-1/TST. Com o
advento da Emenda Constitucional 45/2004 e o abastecimento da competência da Justiça
do Trabalho, tornaram-se possível, em tese, a denunciação, desde que relacionada à relação
de trabalho, já que o art. 114 da CF passou a autorizar o exame amplo de questões afetas a
estas relações. No caso, tendo o Tribunal Regional consignado que a relação jurídica entre o
denunciante e o denunciado não diz respeito à relação de emprego, mas a mero vínculo civil
(direito de regresso), tem-se que esta Especializada é incompetente para julgar a relação
havida entre as partes mencionadas. Assim, fica mantido o acórdão recorrido, tendo em vista
que, de seu detido cotejo com as razões de recurso , conclui-se não haver a demonstração
de jurisprudência dissonante específica sobre o tema, de interpretação divergente de normas
regulamentares ou de violação direta de dispositivo de lei federal ou da Constituição da
República, nos moldes das alíneas a, b e c do art. 896 da CLT . Recurso de revista não
conhecido.
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Do Chamamento ao processo
Dá-se o chamamento ao processo – que não é obrigatório como na
denunciação da lide, mas facultativo – previsto no art.77 do CPC: É admissível
o chamamento ao processo:
I – do devedor, na ação em que o fiador for réu;
II- dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles;
III- de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou
de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum.
No direito do Trabalho o grupo de empresa é o empregador único,
havendo responsabilidade solidária entre as partes do grupo (§2º do art.2º da
CLT; §2do art. 3º da Lei nº5. 889/73) assim, proposta a ação contra uma das
empresas, ela responde pelo débito trabalhista, ainda que o empregado não
tenha trabalhado para essa empresa.
Exemplo poderia ser o chamamento ao processo de uma sociedade de
fato ou um condomínio irregular, para que todos venham a responder pela
condenação.
Admitindo-se o cabimento do chamamento ao processo no Direito
processual do Trabalho, réu deve requerer o prazo da contestação, a citação
do chamado (art.78 do CPC) não pode ser depois do prazo da contestação,
nem na fase de execução, acolhido o chamamento ao processo, o processo
fica suspenso.
A sentença deverá dizer se há responsabilidade solidária entre as
partes envolvidas no polo da ação. Na prática, o que acontece é um reforço do
polo passivo da ação, visando o pleno cumprimento daquilo que eventualmente
for decretado na sentença a favor do autor.
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TRT-18 15/12/2014 - Pág. 1024 - Judiciário - Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região
lides decorrentes da relação de trabalho. No caso do chamamento ao processo forma-se, em relação... de mérito. Rejeito a preliminar. DO CHAMAMENTO AOPROCESSO A reclamada requereu, com fulcro no art. 77... , III , do ...
DADOS GERAIS:
Processo: AIRR 792415720075150059
Relator(a): Kátia Magalhães Arruda
Julgamento: 23/04/2014
Órgão Julgador: 6ª Turma
EMENTA:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. CHAMAMENTO AO PROCESSO.
A Corte de origem fixou a premissa de que, no caso da reclamante, a única responsável pela
complementação de aposentadoria era a sua ex-empregadora (Nossa Caixa S.A.). Diante
dessa premissa, não há como reconhecer que o indeferimento do chamamento do Economus
ao processo viole o art. 77, III, doCPC, porque esse dispositivo não trata da questão relativa à
responsabilização pelo pagamento de complementação de aposentadoria. HORAS EXTRAS E
REFLEXOS. O TRT não decidiu a matéria com amparo na distribuição do ônus da prova, mas
baseando-se na análise da prova dos autos. Inviável, assim, reconhecer ofensa dos
art. 818 da CLT e 333, I, do CPC ou divergência com os paradigmas que tratam do ônus da
prova. Por outro lado, o acolhimento das demais alegações recursais demandaria novo exame
da prova, o que é vedado pela Súmula nº 126 do TST. HORAS EXTRAS. JULGAMENTO
EXTRA PETITA. O TRT não apreciou a questão relativa à falta de pedido de -diferenças de
horas extras-, de modo que a análise da alegação, no particular, encontra óbice na Súmula nº
297 do TST. HORAS EXTRAS. DIVISOR. Conforme o TRT, foi determinada a observância do
divisor 180, exatamente como pretende o agravante, de modo que o recurso está sem objeto,
no particular. HORAS EXTRAS. ADICIONAL. O TRT não analisou a questão suscitada pelo
agravante, o que atrai o óbice da Súmula nº 297 do TST. HORAS EXTRAS. REFLEXOS. Os
dispositivos legais e constitucional mencionados pelo agravante não foram apreciados, de
modo que incide o disposto na Súmula nº 297 do TST. Ademais, o TRT não consigna
elementos que autorizem o reconhecimento de que foram deferidos reflexos de horas extras
fora dos parâmetros estabelecidos pela jurisprudência desta Corte. DIFERENÇAS DE
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. INTEGRAÇÃO DE HORAS EXTRAS. A questão
relativa à integração das horas extras habituais nos cálculos de complementação de
aposentadoria demanda a análise da norma que regulamenta o benefício, de modo que o
cabimento do recurso de revista limita-se à demonstração de divergência jurisprudencial acerca
da mesma norma interna, conforme art. 896, b, da CLT. Entretanto, os paradigmas cotejados
são oriundos de Turmas do TST ou do mesmo Tribunal Regional prolator da decisão recorrida,
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(fontes não autorizadas pelo art. 896 da CLT), ou não analisam a norma regulamentadora da
complementação de aposentadoria dos ex-empregados do Banco Nossa Caixa S.A., sendo,
pois, inespecíficos, nos termos da Súmula nº 296 do TST. APORTES FINANCEIROS PARA A
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. A matéria suscitada pelo agravante, bem como
o dispositivo constitucional mencionado, não foram apreciados pela Corte de origem, o que
atrai a incidência da Súmula nº 297 do TST. MULTA NORMATIVA. JULGAMENTO EXTRA
PETITA. A petição inicial apresenta causa de pedir e pedido relativo às multas convencionais.
Não houve, pois, julgamento extra petita, estando intactos os arts. 128, 293 e 460, caput, do
CPC, e 769 da CLT. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. A decisão do TRT está de acordo com a
Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-1 do TST, segundo a qual -a tendidos os requisitos
da Lei nº 5.584/70 (art. 14, § 2º), para a concessão da assistência judiciária, basta a simples
afirmação do declarante ou de seu advogado, na petição inicial, para se considerar configurada
a sua situação econômica (art. 4º, § 1º, da Lei nº 7.510/86, que deu nova redação à Lei
nº 1.060/50).
- Agravo de instrumento a que se nega provimento.
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Da Substituição Processual
O acesso à justiça, como já há de ser conhecido em anterior, deve
servir de maneira efetiva a todos os cidadãos brasileiros.
O processo, como afirma Candido Rangel Dinamarco, “deve produzir
resultados que sejam individual e socialmente justos, pois “a justiça social, tal
como desejada por nossas sociedades modernas, pressupõe o acesso efetivo”.
E, no campo do direito do trabalho, o assunto torna-se ainda mais delicado pois
trata-se de aplicação do direito material que possui diretrizes sociais e atinge
maior parte de uma população do que aquelas vinculadas ao direito
empresarial, por exemplo. Neste diapasão, torna-se completamente plausível
dizer que o acesso a justiça do trabalho é o mais básico dos direitos do
trabalhador que pretenda buscar resoluções por intermédio da Justiça do
Trabalho, direito próprio.
Importante ressaltar que alguns fatores como o medo de perder o
emprego simplesmente por pleitear direito próprio na Justiça do Trabalho, está
presente na maioria dos indivíduos, bem como há falta de condições dos
trabalhadores para a efetiva defesa de seus interesses em juízo.
O artigo 6º do Código de Processo Civil, prevê a possibilidade da
legitimação extraordinária, ou, como comumente chamada, a substituição
processual, quando autorizado por lei, onde se age em próprio nome em favor
de defesas de interesses de outrem, entretanto, não se pode confundir a
substituição processual com a substituição da parte: “Na substituição
processual “o direito de agir não é exercido pelo direito do direito material, mas
pelo substituto processual, que tem legitimidade para esse fim” (MARTINS,
2007, p. 200).
Na substituição processual, o agente de direito privado que age em
interesse dos direitos do Trabalhador, é o sindicato de sua classe trabalhadora.
A Constituição Federal no art 8º, inciso III dispõe que “ao sindicato cabe a
defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive
em questões judiciais ou administrativas”. Portanto o sindicato então, assume o
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lugar do trabalhador, buscando a responsabilização dos atos que estão sendo
praticados afim de coibir alguma pratica irregular, que esteja contidos nos
direitos do Trabalhador.
Nosso ilustríssimo Sergio Pinto Martins, em sua obra “Direito
Processual do Trabalho - 32º Edição - Ano 2011” manifesta seu entendimento
da seguinte forma: “No processo do trabalho a substituição processual é
exercida pelo sindicato, que é uma pessoa jurídica. Este toma o lugar do
substituído na propositura da ação. O legitimado extraordinariamente fica no
lugar do legitimado ordinário para propor a ação. No dissídio coletivo há uma
legitimação ordinária, comum. No processo civil, as hipóteses de substituição
processual compreendem como substituto uma pessoa física”.
O Supremo Tribunal Federal, em decisão recente, decidiu por maioria
que o nos termos do art. 8°, III, da Constituição, a substituição do sindicato é
legitima não só ações que tratam de direito coletivo mas também de direito
individual:
“Concluído julgamento de uma série de recursos extraordinários nos
quais se discutia sobre o âmbito de incidência do inciso III do art. 8º da CF/88
(“ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais
da categoria, inclusive em questões judiciais e administrativas;”) — v.
Informativos 84, 88, 330 e 409. O Tribunal, por maioria, na linha da orientação
fixada no MI 347/SC (DJU de 8.4.94), no RE 202063/PR (DJU de 10.10.97) e
no AI 153148 AgR/PR (DJU de 17.11.95), conheceu dos recursos e lhes deu
provimento para reconhecer que o referido dispositivo assegura ampla
legitimidade ativa ad causam dos sindicatos como substitutos processuais das
categorias que representam na defesa de direitos e interesses coletivos ou
individuais de seus integrantes. Vencidos, em parte, os Ministros Nelson Jobim,
Cezar Peluso, Eros Grau, Gilmar Mendes e Ellen Gracie, que conheciam dos
recursos e lhes davam parcial provimento, para restringir a legitimação do
sindicato como substituto processual às hipóteses em que atuasse na defesa
de direitos e interesses coletivos e individuais homogêneos de origem comum
da categoria, mas apenas nos processos de conhecimento, asseverando que,
para a liquidação e a execução da sentença prolatada nesses processos, a
legitimação só seria possível mediante representação processual, com
15
expressa autorização do trabalhador”. RE 193503/SP, RE 193579/SP, RE
208983/SC, RE 210029/RS, RE 211874/RS, RE 213111/SP, RE 214668/ ES,
rel. orig. Min. Carlos Velloso, rel. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa,
12.6.2006. (RE-193503) (RE-193579) (RE-208983) (RE-210029) (RE-211874)
(RE-213111) (RE-214668. A interpretação ora dada pela Excelsa Corte ao
inciso III, do art. 8°, da CF, por maioria apertada vencidos cinco ministros, vem
dar poderes plenos aos sindicatos. A ementa indica que o sindicato terá
“legitimidade ad causam ativa.” (g.n.). Registre-se lapso material da ementa em
dois pontos: a) quando fala em legitimidade ad causam, uma vez que a
legitimidade do sindicato, na qualidade de substituto, é ad processum, pois a
legitimidade ad causam ativa é do titular do direito material e a passiva é do
responsável pela obrigação; b) a legitimidade como substituto não é só ativa,
pois a categoria pode ser profissional e econômica, logo a substituição poderá
ser ativa ou passiva. A interpretação ora dada pela Excelsa Corte vem ao
encontro daquilo que todos os sindicatos queriam: poderes. Poderes para
pressionar os partícipes da categoria a sindicalizarem-se. Pressão que de há
muito vem sendo feita, quando o sindicato ao invés de ajuizar ações plúrimas
ajuíza ações como substituto processual, correndo o risco de ter como
conseqüência arquivamentos, sem se importar de fato com os substituídos.
Todavia, essa pressão explícita causa maus tratos ao inciso V (ninguém será
obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato), art. 8°, CF. A
representatividade exercida e os benefícios oferecidos por uma grande maioria
de sindicatos aos seus associados ou à categoria é muito pouco ou quase
nada, ressalvadas honrosas exceções, embora isso não constitua fundamento
jurídico para a interpretação do inciso III, art. 8°. Vale dizer, existe um número
expressivo de sindicatos não confiáveis, os quais foram constituídos para
receber parte do “imposto sindical” e para conseguir vagas de juízes classistas
na Justiça do Trabalho, esta última hipótese neutralizada pela EC 24/99,
embora também isso não constitua fundamento jurídico para a interpretação do
inciso III, ao art. 8°. Entretanto, dos males o menor. A possibilidade de o
sindicato agir na qualidade de substituto processual, com legitimação
extraordinária em sede trabalhista, como vimos acima, é somente concorrente,
isto é, não poderá haver concomitância de ambos na ação: ou a legitimação é
extraordinária, com o sindicato no pólo ativo ou passivo, ou é ordinária com o
16
titular do direito material. Por outro lado, em não tendo o sindicato a
legitimidade ad causam, mas a legitimação ad processum, por não fazer parte
do direito substancial, não poderá permanecer se o titular do direito assumir o
processo. Em resumo: a) não poderá haver concomitância no processo de
substituto e de substituído; b) se o sindicato for substituto e o substituído
assumir o processo, o sindicato (substituto) sai. A legitimação que era
extraordinária passa a ser ordinária; c) se o titular do direito ajuizar a ação, o
sindicato não poderá assumir na qualidade de substituto, pois a preferência é
do titular do direito; d) ainda que o titular do direito não venha
espontaneamente assumir o processo, se houver requerimento da parte
contrária para que o substituído seja interrogado, este somente poderá ser
ouvido e confessar, sendo parte no processo, hipótese em que o sindicato
(substituto) não poderá permanecer, cedendo lugar ao titular do direito que
prosseguirá até final; e) em caso de reconvenção, a presença do titular do
direito ao processo será necessária e a permanência do substituto processual,
impossível”.
No STF o entendimento que o artigo 8º da Constituição Federal
assegura a substituição processual do trabalhador pelo sindicato de sua
categoria, é amplamente pacífico. Neste sentido, há jurisprudência do STF
determinando que cabe a defesa pelo sindicato, dos direitos individuais ou
coletivos da categoria:
(cfr. STF-AI-AgR-672.406/BA, Rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, DJ de 13/11/07; STF-AI-AgR-
453.031/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJ de 23/10/07; STF-MS-20.396/DF, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence , Tr i bunal Pleno, DJ de 11/09/92; STF-MI-347/SC, Rel. Min. Néri da Si l
veira , Tribunal Pleno, DJ de 08/04/94).
AI-AgR 566805 / SP - SÃO PAULO
AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 20/11/2007
Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação DJE-165 DIVULG 18-12-2007 PUBLIC 19-12-2007
DJ 19-12-2007 PP-00026 EMENT VOL-02304-07 PP-01387
17
AGTE.(S): BANCO AMÉRICA DO SUL S/A
ADV.(A/S): ARNOLDO WALD E OUTROS
AGDO.(A/S): IDEC - INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
ADV.(A/S): DULCE SOARES PONTES LIMA E OUTRO(A/S)
EMENTA: CONSTITUCIONAL. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. SINDICATO. AUTORIZAÇÃO
EXPRESSA. INEXIGIBILIDADE. I - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no
sentido de que não se exige, no caso de substituição processual, a autorização expressa
prevista no inciso XXI do art. 5º da CF. Precedentes. II - Ausência de novos argumentos. III -
Agravo regimental improvido.
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Da Assistência
A assistência, no processo civil, é um meio de intervenção processual
de terceiros, podendo ela ser litisconsorcial ou simples, e se caracteriza por
permitir que um terceiro possa ingressar voluntariamente no processo com o
objetivo de argumentar em favor da parte assistida, sendo assim o objetivo do
assistente é influenciar o juiz com a intenção de obter sentença favorável ao
assistido. A assistência está regulamentada e disposta no Codigo Civil, arts 50
à 55:
Art 50: “Pendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro,
que tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas,
poderá intervir no processo para assisti-la.”
A partir da breve analise ao dispositivo legal supracitado, podemos
então concluir que o instituto da assistência requer que o assistente tenha
interesse jurídico no processo, não podendo ser um terceiro meramente
nomeado por uma das partes com o objetivo de trazer para si, benefícios na
sentença. Ao mesmo tempo, o assistente não poderá reivindicar para si a tutela
jurisdicional, atuando apenas como auxiliar da parte que adere.
Dos tipos de assistência
Assistência Simples
A assistência simples é caracterizada quando o terceiro interessado,
não necessariamente tenha interesse no mérito a ser julgado na sentença, mas
intervém no processo para poder atuar em beneficio de uma das partes, com o
intuito de ajuda-la a conseguir sentença cujo mérito seja favorável a parte
assistida. Nesse caso, o objetivo/interesse do assistente é manter ilesa a
relação jurídica que envolve assistente e assistido.
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Assistência litisconsorcial
Na assistência litisconsorcial, temos a figura do assistente como parte
que passa a atuar no processo por ter interesse em que a sentença seja
proferida em favor ao assistido pelos motivos em que o assistente será
diretamente atingido pelos efeitos proferidos na sentença, nesse caso, a
pretensão diz respeito também ao assistente como se o mesmo tivesse
deduzido, e diferentemente da assistência simples, a assistência litisconsorcial,
em geral, auxilia a parte desfavorecida na sentença que, em seu mérito
também atinge ao assistente.
Da assistência no processo do Trabalho
Como no processo do trabalho, neste tema, a CLT é completamente
omissa no que diz ao instituto da assistência, o que configura lacuna legislativa,
usa-se por integração, o CPC como fonte subsidiária, assim, se há lacuna e
compatibilidade com os fundamentos do processo do trabalho, as regras
subsidiárias são aplicadas.
Sergio Pinto Martins destaca “a hipótese mais comum de assistência
no processo do trabalho é a que envolve a participação do sindicato, assistindo
o empregado em juízo. A assistência terá que ser feita na fase de
conhecimento, nunca na fase de execução”.
Trata também em sua obra, José Ribeiro de Campos, Doutor em
Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, um
exemplo de assistência simples. No exemplo a seguir, não há relação jurídica
entre empregado terceirizado, adversário do assistido e empresa tomadora de
serviços, ora assistente:
“Um exemplo, seria a hipótese de, em um caso, onde ocorreu
terceirização, o autor promover a ação em face da empresa prestadora dos
serviços, seu empregador, o pagamento de adicional de insalubridade e o local
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a ser vistoriado estar nas dependências da empresa tomadora. Nesse caso, o
tomador tem interesse em auxiliar o réu a ser vencedor na causa, visto que,
sendo procedente o pedido, esta situação poderá ter reflexos na relação
jurídica da empresa tomadora com os seus empregados e com os demais
empregados da empresa contratada”.[viii]
No Direito do Trabalho, há pacificação pela aplicação da assistência no
processo do trabalho, cujo texto encontra-se regulamentado na redação da
Súmula 82 do Tribunal Superior do Trabalho:
82. Assistência: “A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se
demonstrado o interesse jurídico e não o meramente econômico”.
Como é de entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, a
assistência no Processo do Trabalho não cabe existência pelo mero interesse
econômico do assistente com o assistido, mas, como requisito principal, deve
haver o interesse jurídico conforme anteriormente citado na Sumula 82.
A Jurisprudência a seguir demonstra claramente essa exigência ao
negar provimento ao agravo de instrumento interposto em recurso de revista:
“TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA AIRR
6090402219995120037 609040-22.1999.5.12.0037 (TST)
Data de publicação: 03/10/2008
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. Decisão recorrida que atende ao comando contido nos arts.
93, IX, da Lei Maior e 832 da CLT , muito embora de forma diversa da almejada pelos
agravantes. ILEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.
Caracterizado o interesse coletivo, passível de tutela pela via da ação civil pública, na forma
acolhida pelo Regional, é legítima a postulação do parquet,o que permite a subsunção da
demanda aos termos dos arts. 129, III, da Lei Maior e 83 da LC 75 /93.AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL. Inexistente relação jurídica entre os assistentes e o
adversário do assistido, não há falar em assistência litisconsorcial. Configurado o
interesse jurídico, cabe a assistência simples. Violação do art. 54 do CPC não verificada.
PRINCÍPIO DA LIVRE INICIATIVA. Tida como ilícita a terceirização e sendo indisponíveis os
interesses tutelados, não há falar em afronta aos arts. 1º , IV e 170 , da Carta Política , sequer
passíveis de ofensa direta. Decisão em conformidade com a Súmula 331, I, do TST. Arestos
inservíveis ao cotejo de teses, considerando que, a par de inespecíficos, o primeiro não trouxe
menção à fonte de publicação e o segundo é oriundo de turma do TST. Ausência de previsão
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no art. 896 ,a, da CLT e obstáculo das Súmulas 296 e 337 do TST. DEFINIÇÃO DE
ATIVIDADES-FIM E ATIVIDADES-MEIO.O convencimento do Colegiado a quo acerca da
ilicitude de terceirização de atividade-fim não se pautou pela ótica do enquadramento sindical,
mas pelas provas dos autos e características próprias dos serviços em questão. Entendimento
diverso demandaria revisita ao lastro probatório, providência vedada em sede de recurso de
revista, nos termos da Súmula 126 do TST. Agravo de instrumento conhecido e não-provido.”
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Da oposição
A oposição, uma das modalidades de intervenção de terceiros no
processo do trabalho, se caracteriza por ser a demanda através da qual o
terceiro, que intervém no processo, atua em um processo distinto, pendente,
portanto, movida contra o réu e o autor de determinada ação por quem não é
parte da lide (terceiro) para a busca do reconhecimento de determinado direito
real ou pessoal sobre o bem objeto da lide entre o autor e o réu, sendo seu
julgamento, no caso, simultâneo ao da lide inicial.
O instituto da oposição, tratado no Código de Processo Civil, em seus
artigos 56 ao 61, tem o seguinte entendimento do professor Candido Rangel
Dinamarco:
“A oposição é a demanda através da qual terceiro deduz em juízo,
pretensão incompatível com interesses conflitantes de autor e de réu de um
processo cognitivo pendente”.
Verifica-se então que a pretensão daquele que opõe ao processo é
excluir as pretensões do autor e do réu sobre o direito discutido na lide inicial.
Para a maioria dos doutrinadores do Direito Trabalhista, o instituto
processual Oposição é perfeitamente aplicável no âmbito Trabalhista,
exemplifica Amauri Mascaro Nascimento que:
“A ação em que o empregado e empregador discutem direitos sobre
intervenção de empregado no curso do contrato de trabalho, sendo que terceiro
que se julga com direitos sobre a invenção pode ingressar no processo”.
A oposição deve ser apresentada sempre na fase de conhecimento do
processo, antes da sentença, visando julgar a relação entre opoente e oposto.
Há aceitação dos juízes e magistrados do instituto da oposição no
processo do trabalho, conforme o que trata a jurisprudência abaixo:
TST - RECURSO DE REVISTA RR 8038520125040305 803-85.2012.5.04.0305 (TST)
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Data de publicação: 30/08/2013
Ementa: I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. OPOSIÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
DO TRABALHO. DEMANDA DE HOSPITAL EM FACE DE AUTOR E RÉUS DE AÇÃO
TRABALHISTA VISANDO A COBRANÇA DE DESPESAS DECORRENTES DE INTERNAÇÃO
DO EMPREGADO, OCORRIDA POR DETERMINAÇÃO DE DECISÃO TRABALHISTA. Há a
aparente violação do art. 114 da Constituição Federal, nos termos exigidos no artigo 896 da
CLT. Agravo de instrumento provido para determinar o processamento do recurso de revista. II
- RECURSO DE REVISTA. OPOSIÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DOTRABALHO.
DEMANDA DE HOSPITAL EM FACE DE AUTOR E RÉUS DE AÇÃO TRABALHISTA
VISANDO A COBRANÇA DE DESPESAS DECORRENTES DE INTERNAÇÃO DO
EMPREGADO, OCORRIDA POR DETERMINAÇÃO DE DECISÃO
TRABALHISTA. No processo principal, a Justiça do Trabalho ordenou que a CTM
INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EMBALAGENS LTDA. arcasse com as despesas relativas ao
internamento em rede hospitalar privada, enquanto a rede pública de saúde não pudesse ou
não tivesse condições de fazê-lo, sendo a cobrança desses valores um mero desdobramento
da decisão da Justiça do Trabalho, que deve, portanto, ser cumprida na íntegra. Se uma parte
desse cumprimento consiste em pagar ao hospital-opoente (ora recorrente) pelos serviços
prestados em sua unidade hospitalar, cabe mesmo a ele invocar o art. 56 do CPC para deduzir
a pretensão que corresponde a essa parte da controvérsia. Não pode haver hiato de
indiferença a partes da causa se há o intuito de entregar a mais completa prestação
jurisdicional, sob pena, inclusive, de submeter a outro segmento do Poder Judiciário a
autoridade de decisão exarada da Justiça do Trabalho. A negação de competência para
executar parte da decisão, que corresponde à obrigação que se entendeu decorrente da
relação de trabalho (e por isso integrou dispositivo da sentença exarada no
processo principal), viola, portanto, o art. 114 da Constituição Federal. Recurso de revista
conhecido e provido...
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Conclusão
Desde que se optou, por codificar a normatização do processo judicial,
o Código de Processo Civil teve a função de ser a fonte subsidiária dos
processos administrativo, eleitoral, penal e trabalhista. O Código tem, por isso,
o caráter de um instrumento base e científico que fornece estrutura, conceitos e
princípios para a construção consistente e orientadora de Teoria Geral do
Processo, logo, não poderia deixar de fazer parte dos temas tratados ao longo
deste trabalho.
O Direito Trabalhista, baseado na Consolidação de Leis que é a CLT
traz todo o âmbito material e, concomitantemente processual, por ser uma
justiça de cunho próprio e especial, porém, até pelo fato da CLT ser mais
antiga que o nosso atual Código de Processo Civil, suas lacunas à luz do CPC
são maiores e, por isso os institutos previstos no mesmo são usados de forma
subsidiária ao processo no Direito do Trabalho, também devido ao
entendimento diverso, que eles estão entre aqueles que mais tem aspectos
controvertidos, tanto na doutrina como na jurisprudência, afetando no âmbito
do direito processual do trabalho.
Na atualidade, não mais é cabível defender-se a autonomia do
processo de execução, ou o exercício de direito de ação distinto do processo
de conhecimento, com clarividente influência do processo civil historicamente
ultrapassado de delineamento inclusive medieval. A Constituição de 1.988
consolida nosso caminho sem volta na abertura dos princípios e o sistema
processual trabalhista, sendo apenas uma porção contida num universo maior,
precisa ser interpretado nas suas bases por essa bagagem principiológica
processual civil proveniente do Texto Maior.
A subsidiariedade do processo civil no trabalhista impõe-se, não só
nesses temas, mas porque o primeiro sistema se encontra atualizado com todo
esse quadro de ideias do modelo de tutela constitucional do processo,
primordialmente, no rumo da adaptabilidade do procedimento, das técnicas,
para o alcance da tutela do direito do jurisdicionado num devido processo
proporcional. Por fim, deve haver uma harmonização, afim de evitar conflitos
entre ambos.
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