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24 Arte Burlesco – Em termos geral, qual- quer obra que satirize ou parodie outra, esta geralmente séria. Es- pecificamente, gênero muito em voga nos Estados Unidos em tor- no de 1900, que consistia em nú- meros musicais com acrobacias, mágicos, esquetes e um número final de dança do ventre. Na dé- cada de 20, foram introduzidos números de striptease, que logo alcançaram grande repercussão junto ao público. O humor bur- lesco era geralmente grosseiro, sem requinte, sutileza ou apelo intelectual mais elaborado. A temática girava em torno da po- lítica e, na maioria das vezes, do sexo. In Vasconcelos, Luiz Paulo Vascon- celos – Dicionário de Teatro. Lívio Andrônico (em latim Lucius Livius Andronicus; 284 a.C. — 204 a.C.) foi um escritor épico romano de origem grega. É considerado o fundador da poesia épica romana. A sua primeira obra foi, em 240 a.C., uma tradução para o latim de um drama grego. A sua contribuição fundamental para a épica greco- latina é a tradução da Odisseia de Homero para o verso latino típico, o satúrnio. Trata-se da primeira obra épica em latim, precursora da obra de Névio. Também compôs tragédias a partir de modelos gregos. Apesar de a sua obra estar praticamente perdida - apenas se conservam cerca de uma centena de versos dispersos -, Andrônico é citado pelos autores latinos posteriores como o introdutor em Roma de gêneros literários gregos tão diversos quanto a poesia épica, a tragédia, a comédia e até mesmo a poesia lírica. Segundo Cícero, a atividade literária de Andrônico deveu começar em 240 a. C. INTRODUÇÃO Sobre um tablado de madeira de atores ambulantes da ve- lha farsa popular, nasceu o teatro romano. Mesmo sendo uma estrutura temporária e tendo como modelo os textos gregos, o teatro era de responsabilidade dos curule aediles, altos oficiais que tinham como função a organização da arquitetura, das obras e também eram os responsáveis pelos jogos, os conheci- dos ludi e os circenses. Em Roma, o teatro era visto como forma de diversão. Tudo começou por volta do século III a.C., quando a Magna Grécia te- ria sido conquista pelos ardilosos romanos. De uma forma geral, sua cultura teria sido absorvida pelo romanos. O povo grego, os de Atenas e seus aliados, eram apaixonados por suas leis, por suas cidades e sua cultura, mas o gosto pela guerra era mar- cadamente peculiar. Depois de um certo período de vitórias, os gregos foram derrotados e dominados militarmente pelos vizinhos da cidade de Esparta, depois pelos Macedônios, e por último, pelo povo romano, situação que ficou conhecida como a dominação mais duradoura de todo o mundo antigo. O teatro não teve de início, tanta im- portância. Os romanos não estavam mui- to voltados para a arte. Conta-se que, por volta do ano 240 a.C., um romano teria assistido a alguns espetáculos na Grécia, despertando sua vonta- de em reproduzir aos romanos ta- manho feito. Improvisou um palco na cidade, traduziu para o latim e dessa forma, o teatro, aos poucos foi fazendo parte da história dos romanos. Não há como negar: o teatro romano é, sem sombra de dúvida, um grande herdeiro da prática teatral grega. Além do teatro, os romanos copiavam os gregos em tudo, da arquitetura à religião. Na verdade, o que aconte- cia nos palcos romanos, eram espetáculos regados a muita violência e terror, uma bru- talidade indescritível. Dan- ças, mágicos, engolidores de fogo, estupros, torturas, execuções, sacrifícios eram comuns nesse grande circo >

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Burlesco – Em termos geral, qual-quer obra que satirize ou parodie outra, esta geralmente séria. Es-pecificamente, gênero muito em voga nos Estados Unidos em tor-no de 1900, que consistia em nú-meros musicais com acrobacias, mágicos, esquetes e um número final de dança do ventre. Na dé-cada de 20, foram introduzidos números de striptease, que logo alcançaram grande repercussão junto ao público. O humor bur-lesco era geralmente grosseiro, sem requinte, sutileza ou apelo intelectual mais elaborado. A temática girava em torno da po-lítica e, na maioria das vezes, do sexo.

In Vasconcelos, Luiz Paulo Vascon-celos – Dicionário de Teatro.

Lívio Andrônico (em latim Lucius Livius Andronicus;  284 a.C.  —  204 a.C.) foi um escritor épico  romano  de origem grega. É considerado o fundador da poesia épica romana. A sua primeira obra foi, em  240 a.C., uma tradução para o latim de um drama grego. A sua contribuição fundamental para a épica greco-latina  é a tradução da Odisseia de Homero para o verso latino típico, o satúrnio. Trata-se da primeira obra épica em latim, precursora da obra de Névio. Também compôs tragédias a partir de modelos gregos. Apesar de a sua obra estar praticamente perdida - apenas se conservam cerca de uma centena de versos dispersos -, Andrônico é citado pelos autores latinos posteriores como o introdutor em Roma de gêneros literários gregos tão diversos quanto a poesia épica, a tragédia, a comédia e até mesmo a poesia lírica. Segundo Cícero, a atividade literária de Andrônico deveu começar em 240 a. C.

INTRODUÇÃO

Sobre um tablado de madeira de atores ambulantes da ve-lha farsa popular, nasceu o teatro romano. Mesmo sendo uma estrutura temporária e tendo como modelo os textos gregos, o teatro era de responsabilidade dos curule aediles, altos oficiais que tinham como função a organização da arquitetura, das obras e também eram os responsáveis pelos jogos, os conheci-dos ludi e os circenses.

Em Roma, o teatro era visto como forma de diversão. Tudo começou por volta do século III a.C., quando a Magna Grécia te-ria sido conquista pelos ardilosos romanos. De uma forma geral, sua cultura teria sido absorvida pelo romanos. O povo grego, os de Atenas e seus aliados, eram apaixonados por suas leis, por suas cidades e sua cultura, mas o gosto pela guerra era mar-cadamente peculiar. Depois de um certo período de vitórias, os gregos foram derrotados e dominados militarmente pelos vizinhos da cidade de Esparta, depois pelos Macedônios, e por último, pelo povo romano, situação que ficou conhecida como a dominação mais duradoura de todo o mundo antigo.

O teatro não teve de início, tanta im-portância. Os romanos não estavam mui-

to voltados para a arte. Conta-se que, por volta do ano 240 a.C., um romano teria assistido a alguns espetáculos na Grécia, despertando sua vonta-de em reproduzir aos romanos ta-manho feito. Improvisou um palco na cidade, traduziu para o latim e dessa forma, o teatro, aos poucos foi fazendo parte da história dos romanos. Não há como negar: o teatro romano é, sem sombra de dúvida, um grande herdeiro da prática teatral grega. Além do teatro, os romanos copiavam os gregos em tudo, da arquitetura à religião.

Na verdade, o que aconte-cia nos palcos romanos, eram espetáculos regados a muita

violência e terror, uma bru-talidade indescritível. Dan-ças, mágicos, engolidores de fogo, estupros, torturas, execuções, sacrifícios eram comuns nesse grande circo

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25O Teatro em Roma

de horrores. No teatro, os romanos desejavam além da diver-são, muita violência, o que configura uma apresentação voltada para o burlesco.

Preocupados em não sofrer nenhum tipo de represália ou constrangimento, as primeiras tragédias romanas encenadas tinham suas histórias ambientados na Magna Grécia, tendo como objetivo enaltecer a história da própria Roma. Lentamen-te, os romanos criaram o seu próprio estilo. Suas tragédia eram diferentes das gregas por apresentar cenas de mortes verdadei-ras.

Algumas das adaptações de textos gregos foram, talvez por ordem oficial, feitas por Lívio Andrônico.

Essas peça foram encenadas em Roma, e como era de cos-tume, o referido dramaturgo também teria participado des-sas apresentações como ator, encenador e cantor, mostrando todo o seu talento para os romanos. Considerado o primeiro dramaturgo romano, teria chegado a Roma nas condições de um escravo grego, mas graças aos seus conhecimentos cultu-rais, teria sido promovido a conselheiro. A Odisséia, de Homero foi traduzida por Lívio para o latim toda em versos. Com tantas atividades vocais dedicadas ao teatro, Lívio Andrônico chegou a perder a voz. Afirmam alguns historiadores que, acometido de uma grave rouquidão, que o deixara sem voz, teve que ser dublado em uma de suas apresentações.

Preocupados em não atormentar o povo com assuntos sérios, os líderes romanos preferiram a comédia, por tratar de assuntos sem muita profundidade. O desejo de diversão falava mais alto, portanto, escreviam farsas e paródias de seu cotidiano.

A POLÍTICA DO PÃO E CIRCO

O circo que conhecemos hoje é bem diferente da prática cir-cense desenvolvida pelos romanos. Foi na Roma antiga que o circo teve o seu nascimento reconhecido,em uma época que ao invés do picadeiro, existia a arena. A plateia se dispunha em uma arquibancada, que tinha o formato de uma grande escada-ria. Esse espaço também era chamado de anfiteatro, local desti-nado ao jogos públicos.

A expressão pão e circo e panis et circenses foi usada para definir uma prática segundo a qual os poderosos ofereciam ao povo diversão e comida, deixando claro que tudo isso era sufi-ciente e que eles não podiam reclamar de nada, pois estavam muito felizes.

Nessa data, foram-lhe enco-mendadas pelo menos uma co-média e uma tragédia, que ele próprio representou como ator por ocasião dos ludi romani ce-lebrados após a vitória romana na primeira guerra púnica. Este ensaio, que muito provavel-mente consistiria numa tradu-ção não isenta de originalidade de obras gregas, teve sucesso, pois – a partir dessa data – se sucederam as adaptações de temas e metros gregos para o latim. Com esta técnica foram surgindo obras das quais ape-nas se conhece pouco mais do que o título. As tragédias Achil-les, Aegisthus, Aiax, Andro-meda, Danae, Equos Troianus, Hermiona, Tereus e talvezIno. Editam-se como seus os frag-mentos das comédias Gladio-lus, Ludius, Virgo.

In: www. wikipedia.com.br

Farsa – gênero dramático muito comum em vários momentos da história do teatro. Ficou conhecido por mostrar situações engraçadas, com um certo exagero, tendo como base os desentendimentos e bagunças promovidas por seus personagens, na maioria das vezes caricatas. Associado ao grotesco, ao bufão e ao riso solto. Dotado de um estilo nada refinado, justamente por abusar da realidade social de uma forma bem apimentada.

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Anfiteatros são arenas ovais ou circulares ro-deadas de degraus a céu aberto (não confundir com os

“teatros” que são de bancada semi-circular ou semi-oval). Na Roma Antiga foram adaptados dos teatros gregos para servirem aos combates de gladiadores, de animais selva-gens e demais diversões públicas. Podiam ser até cheios

de água (alguns deles) para espetáculos de combates na-vais. O mais conhecido e maior deles é o coliseu de Roma.

Alguns anfiteatros, como o coliseu romano e a arena de Verona, podiam albergar até 40 000 pessoas.

Fonte: www.wikipedia.com.b

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TeatroRomanodeMérida

O Teatro Romano de Mérida foi mandado construir pelo cônsul Marco Vipsânio Agripa e inaugurado, possi-velmente, entre os anos 16-15 adC.1 Situado em Mérida, a capital da Estremadura, em Espanha, é um dos mais relevantes monumentos da cidade e desde 1933 alberga o Festival de Teatro Clássico com o qual recupera a sua função original. Está composto por um terraço com capacidade, no momento, para 6 000 espectadores, divididos em três zonas, pela orquestra, lugar em que nas representações ocupava o coro, o palco e por último o cenário. O teatro sofreu várias remodelações, a mais impor-tante foi em finais do século I, possivelmente na época do imperador Trajano, quando se levantou a actual fren-te do palco, e outra entre os anos 330-340.

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Em todas as terras dominadas por Roma havia teatro. Era preciso impressionar e mostrar aos po-vos conquistados a moral do império. Por todas as regiões de domínio romano havia jogos e diver-são à vontade. Os romanos não demonstravam nenhum interesse intelectual no que se refere à prá-tica teatral. Estavam interessados na verdade em shows, de grande popularidade, onde se podiam ver artistas diversos, solistas, animais e palhaços.

FAÇA HOJE! ANTES DE DORMIR....Responda em seu caderno.

1. Que argumentos provam a tese de que o teatro romano é um grande herdeiro da prática teatral grega?2. Descreva em detalhes os espetáculos romanos.3. O que caracteriza uma apresentação intitulada de burlesco.4. Caracterize o estilo teatral romano.5. Quais são as principais contribuições teatrais de Lívio Andrônico.6. Caracterize em detalhes o gênero dramático farsa.7. Explique a relação do teatro romano com a política do pão e circo.

Plauto

Foi ator e diretor de um grupo teatral; nasceu na cidade de Sarsina, no ano 254 a.C. Não foi um homem de muita educação. Saiu de sua aldeia com uma trupe teatral itinerante. Tinha os pés grandes, era feio e barrigudo; ficou co-nhecido pelo povo de sua aldeia como pés chatos. Foi soldado romano, foi comerciante, fez de tudo um pouco. Depois dos quarenta e cinco anos de ida-

de, resolveu trabalhar como dramaturgo. Escreveu um grande número de co-médias, entre elas: Addictus e Saturio, seu primeiro espetáculo. Casos de amor, o

sentimentalismo burguês, personagens cômicos, personagens com identidades t r o - cadas e diversas intrigas são ingredientes comuns em suas obras, além de elementos do canto e da dança, o que confere ao seu trabalho, um tom de opereta. Tendo feito uso de uma lin-guagem coloquial, é possível perceber em seus textos a maneira como descrevia a vida dos romanos com muita fidelidade. Cento e trinta ou cento e cinquenta, não se sabe ao certo, quantas peças fo-ram escritas por ele. Mas sabe-se que vinte chegaram até nós. As comédias de Plauto fazem parte do

Anfiteatro romano de Arles, França, ainda em uso atua-mente.

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29O Teatro em Roma

rol das obras mais antigas da Literatura Latina preservadas até os dias atuais. Algumas obras gregas foram adaptadas, ganhando desta forma características oriundas da cultura romana.

Plauto foi inspiração para diversos dramaturgos, de Molière à Shakespeare. Tinha como hábito fazer deboche de sua pessoa, bem como da sociedade onde vivia. As figuras típicas da época ro-mana são inspirações para criação de seus personagens,sendo bons exemplos: ancião, o matrona, o mercador, o escravos, dentre tantos outros.

Terêncio

Recebeu o título de segundo poeta cômico de Roma. Demonstrou um gran-de fascínio pela arte grega, além de ser um apaixonado pela aristocracia. Seus trabalhos revelam um estudo detalhado do comportamento humano. Não era

um dos preferidos dos romanos, os quais tinham grande apreço pelas farsas e comédias de Plauto. Seu reconhecimento aconteceu tardiamente em épocas dis-

tantes de seu tempo. A Idade Média e a Renascença revelam um gosto apurado pelo trabalho de Terêncio, tendo sido encenadas em alguns colégios do período renascentista. Em suas obras, seus personagens ganham destaque por representarem altas personalidades da sociedade da época. Suas peças eram escritas em um estilo claro, mesmo tendo sido reconhecido como um dramaturgo menor que seu colega Plauto.

Sêneca

Seu nome era Lucius Annaeus Seneca . Recebeu sua educação na cidade de Roma, onde teria tido os primeiros contatos com a filosofia e com a retóri-ca, o que veio a facilitar sua vida como advogado. Sêneca é conhecido como “O Jovem”, uma forma de diferenciá-lo de seu pai, o retórico Sêneca “O Velho, O Ancião”.

De mogo geral, escreveu nove dramas trágicos, todos em versos, além de adaptações de alguns mitos gregos. Sua maneira de escrever deixou transparecer o desprezo que tinha pelos jovens romanos, além de deixar evidente o seu lado moralista.

FAÇA HOJE! ANTES DE DORMIR 8. Assista ao vídeo sobre a história do teatro grego e romano. Faça uma síntese enfatizando as principais características físicas dos dois teatros.

VAMOS FAZER JUNTOS.9. Os romanos copiavam os gregos em tudo. Comente essa afirmativa.10.Aospoucososromanoscriaramoseupróprioestilo.Comenteesseestilo.11. Como se apresenta uma construção intitulada anfiteatro?12. Para atrair multidões, que tipo de espetáculo poderia ser encontrado em um anfiteatro?13. Descreva em detalhes os gêneros, farsa e mímica.14. Destaque as principais contribuições dos autores Plauto e Terêncio.15. Caracterize a tragédia de Sêneca.16. Que razões podem ser destacadas como oposição ao teatro, quando Constantino se converteu ao cristianismo?