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Determinantes do processo
saúde – doença
O que é saúde?
Quem é saudável?
Grécia
deus Asclépio, pai de Panacéia e Higéia;Saúde: agrado aos deuses;Primeiros médicos que também eram filósofos. Compilação de alguns estudos observacionais
(epidemias e endemias)Noções de saúde tal como a conhecemos(equlíbrio entre o homem e o meio ambiente).
Roma
• “Todos os caminhos levam a Roma”... • Construções sanitárias;• Organização da administração pública• Práticas médicas herdadas dos gregos • Médico da família e depois da comunidade
Idade média
• Cristianismo primitivo• Influência dos princípios cristão na saúde;• A saúde como castigo de Divino • Criação dos primeiros hospitais
“A noite que durou mil anos”...
Binômio Saúde – Doença: desafio ao entendimento humano
As representações e concepções da saúde e da doença predominantes em distintos momentos históricos estão intimamente ligadas ao contexto social, político, econômico, e aos conhecimentos e valores vigentes em cada período
Antiguidade:Origem
sobrenatural
Hipócratis(400 a.C.):
CorpoMente
Meio Ambiente
Pasteur (séc. XVIII):Advento da
microbiologia
René Descartes (séc XVII):
Visão mecanicista- Corpo como máquina
Modelo Biomédico
Mundo Moderno – Séc. XX:
• Saúde: ausência de doença
• Doença: mal funcionamento de parte da máquina (corpo individual)
• Desvinculamento social e psicológico
• Modelo de atenção hospitalocêntrico, utilizando tecnologias cada vez
mais sofisticadas e caras
• Ausência de impacto significativo na melhoria das condições de
saúde
Binômio Saúde – Doença: desafio ao entendimento humano
Mundo Moderno – Séc. XX:
• OMS, 1947 Conceito ampliado de saúde
• Décadas 60 e 70: Discussões a cerca dos componentes sociais que
pudessem interferir no organismo
Binômio Saúde – Doença: desafio ao entendimento humano
“Completo estado de bem-estar físico, mental e social”
ONUAvanço
Amplo demais / Pouco concreto
DOENÇAEssencialmente
biológica ou
social ?
A cada 24 horas morrem de fome no mundo 100 mil
pessoas, entre as quais 30 mil crianças com menos de 5 anos
de idade.
O Brasil é o mais rico entre os países com
maior número de pessoas miseráveis.
Isso torna inexplicável a pobreza extrema de
23 milhões de brasileiros, mas mostra
que o problema pode ser atacado com
sucesso.
Ricardo Mendonça
Um sexto do planeta vive sem acesso a
água limpa
Uma criança morre a cada 19
segundos de diarréia
"Em 1998, morrem 36 em cada grupo de 1000 crianças brasileiras, em muitos casos devido a diarréias e outras doenças disseminadas pelo
líquido contaminado.
Os números do fracassoEstado de calamidade pública encontrado emhospitais sob intervenção no Rio abala a famade bom administrador do prefeito Cesar Maia
“Numa época em que a maior parte das enfermidades estava determinada socialmente devido às condições existentes no capitalismo,
uma ideologia que encarava o ´defeito` constituído pela enfermidade como originário do indivíduo e
que dava ênfase a uma resposta terapêutica individual, é obvio que absolveria o meio ambiente
econômico e político da responsabilidade da gênese da enfermidade e canalizava a resposta
potencial e a rebelião contra esse ambiente para nível individual, que era menos ameaçador”
(NAVARRO, 1986)
“ A medicina é socialmente útil na
medida em que a maioria das pessoas acredita e
aceita a proposição que uma situação causada na
realidade por fatores políticos pode ser
resolvida individualmete pela intervenção do
médico”
(NAVARRO, 1977)
Um conceito ampliado de saúde não poderia considerar saúde só como resultante das
formas de organização social da produção. Pois é produzida dentro da sociedade que,
além da produção, possuem certas formas de organização da vida cotidiana, da sociabilidade, da afetividade, da
sensualidade, da subjetividade, da cultura e do lazer, das relações com o meio ambiente. É
antes resultante do conjunto da experiência social, individualizando cada sentir e
vivenciando num corpo que é também, não esqueçamos, biológico.
“Saúde é um estado de relativo equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de
seu ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a pertubá-lo. Não é um
interelacionamento passivo entre a matéria orgânica e as forças que agem sobre ela, mas uma resposta ativa do organismo no sentido
do reajustamento”.
(Perkins, 2000)
DINÂMICO PROCESSO
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
• Impossibilidade de saber onde acaba ou começa a saúde
• Impossibilidade de quantificá-la
Necessidade de descrição de um perfil, um padrão do modo de
adoecimento de ocorrências mais comuns entre os indivíduos
(sinais, sintomas, características das doenças)
Importância em se obter informações básicas, precisas e
essenciais para se iniciar a construção de quadros clínicos
Agrupar semelhanças e diferenças no modo de adoecer das
pessoas ou grupos sociais, bem como descrever e ordenar
acontecimentos, resgatando a HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
É o nome dado ao conjunto de processos interativos compreendendo “as inter-relações do
agente, do hospedeiro suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu
desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou qualquer outro lugar, passando pela resposta do
homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte”
(Leavell & Clark, 1976).
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
Relação existente entre três elementos: Agente causador da doença
Meio interno
Corpo ou organismo vivo, no qual a doença encontrará ou não condições para se
desenvolver
Meio Ambiente
Dois períodos seqüenciados:
(LEAVELL & CLARK, 1976)
Período pré-patogênico
Período patogênico
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
Agente Patológico:Qualquer substância ou elemento químico cuja ausência ou presença possa desencadear ou perpetuar um processo patológico
Hospedeiro humano:É o homem que desenvolverá ou não a doença, dependendo da intensidade da agressão do agente e do meio ambiente, mas também, de acordo com características próprias
Meio Ambiente:Conjunto de todas as condições e influencias externas ao homem que interferem na sua saúde física e mental
PERÍODO PRÉ- PATOGÊNICEÉ a fase que antecede a doença, ou seja o período de interação entre:
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
Agente Patológico:Biológicos (microrganismos)•Químicos (mercúrio, álcool, medicamentos)•Físicos (trauma, calor, radiação)•Nutricionais (carência, excesso)
Hospedeiro humano:•Idade•Sexo;•Hábitos e costumes•Estado civil; •Ocupação;•Escolaridade•Características genéticas•História patológica pregressa•Estado imunológico•Estado emocional
Ambiente•Determinantes físico-químicos (temperatura, umidade, poluição, acidentes)•Determinantes biológicos (acidentes, infecções)•Determinantes sociais (comportamentos, organização social)•Econômicos•(renda, condições de habitação)
Hospedeiro
Agente Ambiente
PERÍODO PRÉ- PATOGÊNICE
Determinantes das Doenças Coronarianas
Fatores do Hospedeiro Agente Ambiente
Sexo (M>F) Alta LDL-colesterol Disponibilidade de cigarros
Idade Baixa HDL-colesterol Tabaco
Sedentarismo Tabagismo Menor acesso a comidas saudáveis
Obesidade Hipertensão arterial
Szklo, 2004
O estudo em nível pré-patogênico da produção da doença em termos coletivos, objetivando o
estabelecimento de ações de ordem preventiva, deve considerar a doença como fluindo, originalmente, de
processos sociais, crescendo através de relações ambientais e ecológicas desfavoráveis, atingindo o
homem pela ação direta de agentes físicos, químicos, biológicos e psicológicos, ao se defrontarem, no
indivíduo suscetível, com pré-condições genéticas ou somáticas desfavoráveis.
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
PERÍODO DE PATOGÊNICE
É o curso natural da doença o qual o homem interage com o estímulo (uma situação ambiental, um agente infeccioso) e apresenta como resposta inicial uma mudança nos tecidos ou uma reação alterada; a seguir ocorrem alguns sinais ou sintomas que, após a ação do tempo ou da terapêutica, provocarão a sua recuperação, cronicidade, invalidez ou morte
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS
Pré-patogênese Patogênese
Inter-relação entre:
Agente
Hospedeiro
Ambiente
Estímulo à doença
Horizonte clínico
Alteração dos tecidos
Sinais e sintomas
Defeito, invalidez
Morte
Interação Susceptível Estímulo/ Reação
RECUPERAÇÂO
NÍVEIS DE PREVENÇÃOPara bloquear a evolução da doença a prevenção exige uma providência precoce, baseada no conhecimento da História Natural da Doença
A prevenção depende das inúmeras causas relacionadas com as características do hospedeiro, do agente e do meio ambiente e da facilidade ou dificuldade com que os fatores são anulados ou interrompidos
Período pré-patogênico• Prevenção primária através da promoção da saúde e proteção específica
Período patogênico• Prevenção secundária por meio de diagnósticos e tratamentos precoces e limitação da invalidez; • Prevenção terciária realiza-se através da reabilitação
NÍVEIS DE PREVENÇÃO Prevenção primária
Medidas ou ações que especialmente destinadas ao período que antecede a ocorrência da doença Através da promoção da saúde e proteção específica
• Promoção da saúde: Medidas não dirigidas a determinadas doenças ou desordens. Objetivam melhorar o bem estar geral
Saneamento básico, bom padrão de nutrição, moradia adequada, desenvolvimento da personalidade, recreação, lazer, condições de trabalho, educação sexual, aconselhamento
familiar
• Proteção específica: Medidas dirigidas a uma doença ou grupo de doenças específicas
Vacinação, controle de vetores, alimentação suplementar, proteção contra riscos ocupacionais, contra substâncias carcinogênicas e alérgonos, cloração das águas,
fluoretação das águas, melhoria das condições socioeconômicas
NÍVEIS DE PREVENÇÃO Prevenção secundária
Medidas que visam impedir a evolução de doenças já existentes, e em conseqüência, suas complicaçõesPor meio de diagnósticos e tratamentos precoces e limitação da invalidez:
• Diagnósticos precoce e Tratamentos imediato: Evitar a propagação de doenças contagiosas, curar ou estacionar o processo evolutivo da moléstia, evitar complicações ou seqüelas e encurtar o período de invalidez, identificando casos nos primeiros estágios da doença e pronto atendimento através de medidas individuais,e coletivas para descoberta de casos, notificação compulsória, pesquisas de triagem e exames seletivosEx: auto exame das mamas, busca ativa diabetes, hipertensão;
• Limitação da Invalidez: Devido a falhas nos níveis anteriores, ocorre um reconhecimento tardio da moléstia . Medidas terapêuticas voltadas para o homemMedidas terapêuticas para interromper o processo mórbido , evitar futuras complicações e
seqüelas, limitar a incapacidade e evitar morte
NÍVEIS DE PREVENÇÃO
Prevenção Terciária
Esse último nível engloba ações voltadas a Reabilitação do indivíduo após a cura ou controle da doença, a fim de reajustá-lo a uma nova condição de vida
• A reabilitação possui componentes físicos, mentais e sociais
• Ex: Medidas de fisioterapia, terapia ocupacional, colocação de próteses, valorização do reabilitado, emprego com colocação seletiva,